Características da população que usa benzodiazepínicos em uma UBS Sorocaba
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8/9/2019 Caractersticas da populao que usa benzodiazepnicos em uma UBS Sorocaba
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ARTIGO ORIGINAL /ORIGINALARTICLE
CARACTERSTICAS DA POPULAO QUE USA BENZODIAZEPNICOS EMUNIDADE BSICA DE SADE DA VILA BARO DE SOROCABA
CHARACTERISTICS OF BENZODIAZEPINES USERS IN PRIMARY CARE UNIT OF
VILA BARO IN SOROCABA
David Gonalves Nordon , Karin Akamine , Carlos von Krakauer Hbner , Neil Ferreira Novo1 1 2 3
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Rev. Fac.Cinc. Md.Sorocaba,v.12,n. 2,p. 14- 20, 20101-Acadmico(a)docursodeMedicina-FCMS/PUC-SP2 - Professor doDepto.de Medicina- FCMS/PUC-SP3-ProfessordoDepto.de Morfologia ePatolgica -FCMS/PUC-SP
Recebidoem 16/4/2010. Aceito parapublicaoem 3/5/2010.Contato:[email protected]
RESUMO
ABSTRACT
INTRODUO
Introduo: benzodiazepnicos so medicamentospsicotrpicos de prescrio restrita utilizados para crisesagudas de ansiedade, insnia e convulses. Sua utilizao muitas vezes inadequada. Objetivos: identificar o perfil dousurio de benzodiazepnicos na ateno primria e a razode sua utilizao. Mtodos: foram entrevistados todos os
pacientes maiores de idade em uma UBS de Sorocaba, em
2008. Resultados: a taxa de utilizao foi de 13,79% dapopulao. No foi analisvel diferena entre homens emulheres pela quantidade pequena de homens na amostra,contudo, foi observvel que o medicamento mais utilizado
por mulheres de maior idade e baixa escolaridade, semrelao significativa comestadocivil ou renda.Os principaismotivos de prescrio foram ansiedadee insnia, comtempoelevado de durao (mais de 36 meses), por mdicos emmaioria no especialistas na rea. Concluso: os autoresacreditam que isso se deva a uma caracterstica doatendimento primrio de um bairro perifrico. EstudofinanciadopeloCEPE.Descritores: benzodiazepinas,medicamentos sobprescrio,
atenoprimriasade.
Introduction: benzodiazepines are psychotropic drugs ofrestrictedprescriptionusedforcrisisofanxiety,insomniaandconvulsions. Its use is usually inadequate. Objectives: toaccess the profile of the benzodiazepine user and its reason.Methods: allpatients older than 18 years were interviewed ina Primary Care Unit in Sorocaba, during the year of 2008.Results: benzodiazepines were used by 13,79% of the
population. There was no significant difference of usebetween men and women due to the small population of menin the survey; however, it was noteworthy that the drug isused mainly by older women who studied less, with no
significant influence of monthly income or relationshipstatus. The main reasons of prescription were anxiety andinsomnia, with high duration of treatment (over 36 months),mainly by not specialized physicians. Conclusion: theauthors believe this occurs due to the characteristics of the
primary care inasuburban neighborhood.Support:Key-words: benzodiazepines, prescription drugs, primarycare.
Benzodiazepnicos (BDZ), uma classe dospsicofrmacos das mais prescritas atualmente, tornaram-sedisponveis para uso a partir da dcada de 1960. Devido ao seugrande potencial deadio, desde asdcadas de70e 80vm-secriandopolticasdecontroleparaoseuuso,como,porexemplo,
noBrasil,atravsdoformulrioazuledaretenodereceita.NoBrasil, a terceira classe de drogas mais prescritas,
sendo utilizada por aproximadamente 4% da populao.Antigamente utilizados para o tratamento de diversas afeces
psiquitricas, com o passar dos anos e o estudo de seus efeitos,os BDZ atualmente so indicados apenas para o tratamentoagudoesubagudodeansiedadee crisesconvulsivasagudas.
Suaao inibitriacentral, importante para conterpicosepilpticos e diminuir a ansiedade generalizada, funciona a
partir de receptores gabargicos especficos para BDZ nocrebro. So lipoflicos, apresentando uma tendncia a seacumular com o tempo, em especial em tecido cerebral. Seusefeitos colaterais nosopoucos. O mais frequente a sedao.Depresso respiratria pode ocorrer com a administraoendovenosa e pode ocorrer hipomnsia de fixao e condutaagressiva. Ademais, diversos estudos demonstram que autilizao prolongada de BDZ diminui a capacidadecognitiva. Todos esses efeitos so de grande importncia namorbimortalidadedapopulaogeritricaemuso.
Ao longo do tempo, BDZ perdem a sua funoansioltica e, por isso mesmo, no so indicados por longos
perodos para tratamento. Atualmente, perdem espao para as
drogasZ,que,porseremagonistasdosreceptoresBDZ,emboramais caras, tm eficcia semelhante e menos efeitos colateraisque eles. BDZ, ademais, possuem a capacidade de gerartolerncia e dependncia, que podem ser perpetuadas pordiversos fatores, dentre eles, prescrio errnea e continuada
pelo mdico, aumento da dose pelo prprio paciente,necessidade psicolgica da droga (os usurios imaginam queno conseguiro recuperar suas funes normais, comotranquilidade e sono contnuo, sem o uso do medicamento).Acredita-se, alis, que o maior fator atualmente para adependncia seja esta necessidade psicolgica. J atolerncia, por outro lado, mais difcil de ser encontrada,especialmente em pacientes idosos, cuja dose no precisa
necessariamenteseraumentadaparaterumefeitomaior.Os usurios de BDZ so em maioria mulheres (duas atrsvezesmaisquehomens),eoseunmeroaumentaconformea idade. No Brasil, usado principalmente por divorciadas ouvivas, com menor renda,de 60a 69anos deidade. Seu uso trsvezesmaisprovvelempacientesportadoresdetranstornos
psiquitricos. J a prescrio feita mais por mdicas novaspara mulheres, ou de generalistas formados h mais de cincodcadas, e mais para pacientes de quadros crnicos queagudos. O motivo mais citado em artigos para a prescrioemnvelprimriodeatendimento a falta de tempo, o quecompromete,tambm,aorientaoarespeitodoseuuso.
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CEPE.
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Fatores como subestimao da quantidade deusurios, gravidade do uso, efeitos colaterais ou at mesmono observao das tambm so citados. Tudoissocorrobora paraumasuperprescrio.
O Brasil carece de dados a respeito da prescrio deBDZ, havendo apenas alguns estudos escassos que avaliam afrequncia de uso, mas no vo alm. Este estudo, portanto,
justifica-se por ser pioneiro em avaliar o uso de BDZ em umaunidade bsica de sade, a base hierrquica do atendimentodoSistemanicodeSadedoBrasil.
Foramentrevistadosaolongodoanode2008(dejaneiroa dezembro), s sextas-feiras pela manh, por dois
pesquisadores acadmicos do curso de Medicina da PontifciaUniversidade Catlica de So Paulo, os pacientes que seencontravam na fila de espera para o atendimento na Unidade
Bsicade Sade daVilaBaro,em Sorocaba/SP, maiores de 18anos e que concordaram em participar e assinar o Termo deConsentimento Livre e Esclarecido. Os critrios de inclusoforam pacientes maiores de 18 anos, devidamente inscritos naUBS, mediante ficha e nmero de registro, que concordassememparticipareassinassemotermo.
A Unidade Bsica da Vila Baro uma pequenaUnidade Bsica de Sade em um bairro da periferia deSorocaba, que abrange uma populao de, aproximadamente,12.000 pessoas (DATASUS 2007), incluindo neste nmeroumagrandeporodemoradoresdeterrenosnoloteados(reaverde). composto por uma populao em mdia de baixarenda e escolaridade. A UBS conta com os servios de clnica
geral, pediatria e ginecologia apenas, no contando com outrasfacilidadescomoortodontia,psicologiaoupsiquiatria.Os entrevistados responderam a um questionrio,
montado pelos pesquisadores, com nome, sexo, idade, estadocivil, escolaridade, renda em salrios mnimos e seutiliza, ou no, BDZ. Os usurios, em seguida, responderam aumsegundoquestionrioa respeitodacaractersticadouso:1) Benzodiazepnico utilizado,2) Motivodouso,3) Tempodeuso,4) Primeiro prescritor da receita,5) Prescritoratual,6) Tentativas prvias de interrupodeuso,7) Sucessoouinsucessonestainterrupo,
8) Motivodo insucessona interrupo.Os entrevistados foram agrupados por sexo e,
posteriormente,subagrupadosdeacordocomascaractersticas:1) idade: de18a 29anos,de30 a39anos, de40a 49anos, de50a59anos,de60a69anos,e70anosoumais;2) estadocivil: casado, solteiro,vivoou amasiado;3) escolaridade: analfabeto, at a 8 srie do ensinofundamentaleensinomdio/superior;e4) renda familiar : at trs salrios mnimos, quatrooumaissalriosmnimos.
Para a anlise dos resultados aplicou-se o teste do Qui-Quadrado ou teste exato de Fisher, com o objetivo de comparargruposetrios,estadocivil,escolaridadeeoutrascaractersticas
em relao ao uso, ou no, dos BDZ de acordo com o sexo dousurio.Emtodosostestesfixou-seem0,05%ou5%onveldesignificncia.
Este trabalho foi aprovado pelo comit de tica em pesquisa do Centro de Cincias Mdicas e Biolgicas daPontifciaUniversidadeCatlicadeSoPaulo.
Ao longo do ano de 2008, foram entrevistadas, na UBSda VilaBaro,em Sorocaba, 464pessoas (4,25% da populaoatingida pela UBS, aproximadamente - DATASUS, 2007).Destes, 64 (13,79%) eram usurios deBDZe 400(86,21%) noeram.
A quantidade de usurios do sexo masculino (18, ou3,87%), apesar da amostra de nmero considervel, no foisuficiente para tornar os dados deste grupo significativosestatisticamente. As respostas dos itens do questionrio de
pesquisaesto quantificadas na tabela1 para os frequentadoresemgeral,ede2a5paraosusurios,exclusivamente.
Como observadonatabela1,o grupoetriodemulheresde 18 a 39 anos (200 pessoas, ou 57% da amostra do grupofeminino) apresenta um consumo de BDZ significantementemenorqueogrupode50a69anos(P
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Com relao ao tempo de uso, tanto dentre homenscomo dentre mulheres, o tempo de utilizao maior que 36meses (61,11% e 69,56%) foi predominante. observvelque a porcentagem de usurios por at cinco meses (22,22%
para homens e 10,86% para mulheres) extremamente baixa,destoando da recomendao da utilizao de BDZ, que nodeve ultrapassar os quatro meses, por perda de eficcia ecriaodetolernciaedependncia.
Atabela4 mostrao prescritor inicialdobenzodiazepnico,e o prescritor atual, ou seja, no momento do questionamento, emumintervalodetempobastantevarivelentreosentrevistados.
possvel avaliar que dentre homens, em 55,55% doscasos o primeiro prescritor foiumpsiquiatra; jdentremulheres,apenas36,95%.
Para as mulheres, o principal prescritor foi o clnico geral(47,82%). Apenas um homem relatou ter sido indicado omedicamento por seu cardiologista, e um outro relatou ter-lhesidoindicadoousoporumamigoouparente.
Dentre as mulheres, uma relatou ter sido o seuendocrinologista quem lhe prescreveu, outra o cardiologista, eoutrastrsoneurologista.
Em geral, as restries de prescrio no foram
observadas, tendo em vista que, na maioria dos casos, apenas aminoria dos prescritores iniciais foi o psiquiatra (42,18%) oespecialistamaisindicado.
Jparaamaioriadoshomensedasmulheres,oprincipalprescritor atual o clnico geral do posto que frequentam(72,22% e 65,21%, respectivamente), que muitas vezessimplesmentemantmumareceitaanterior.
A tabela 5 mostra a quantidade de tentativas prvias deinterrupo de uso, sefoibem sucedidae o motivo do insucesso,caso tenha havido. Foi observvel que mais mulheres tentaram
pararquehomens(91,3%contra66,66%,P
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Revista da Faculdade de Cincias Mdicas de Sorocaba
Tabela 2. Razo de uso dos benzodiazepnicos de acordo com o gnero do entrevistado
Tabela 3. Benzodiazepnicos utilizados e tempo de uso de acordo com o gnero do entrevistado
Tabela 4. Prescritores (primeiro prescritor e prescritor atual) de acordo com o gnero do entrevistado
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Foi encontrada uma utilizao acima da mdia, pela populao estudada, ao redor de 3,3 vezes a utilizaoencontrada na literatura mundial. Um estudo de 1988 da
populao do Rio de Janeiro, trouxe dados brasileiros arespeito do uso, identificando, nos ltimos trinta dias, umautilizao depsicotrpicos(dentreeles,85,23%BDZ)por6,7%das mulheres e 3,1% dos homens (portanto, 2,2 vezes mais pormulheres); j um estudo de ateno primria da Espanha, de1997,umpoucomaisprximodesteestudo,encontrouumriscorelativo de uso de BDZ por mulheres em relao a homens de1,57, com um uso, entre esta populao, por 11%, algo
semelhanteaosresultadosencontradosnestaUBS.H algumas dificuldades na comparao de dados; as
fontes internacionais geralmente provm de estudosmulticntricos, que homogenezam a populao, portanto, noservindo para um estudo da ateno primria em si. Por outrolado, a escassa fonte brasileira quetemos nos traz apenasdadosde uso no ms ou ano, no podendo avaliar sua cronicidade, eno da populao da ateno primria, mas somente da
populao em geral. Contudo, a explicao para terem-seencontrados nmeros elevados at mesmo para um estudoadequado comparao foi psicossocial; o bairro em questoapresenta ndices altos de violncia, menor renda e, tambm,menor estmulo ao trabalho do mdico na UBS, que por vezes
trocadeempregoemmenosdeumano.Afaixaetria de maior utilizao condiz com o descritonaliteratura,emboraatendnciaobservadasejaaindamaioremmulheresmais idosas, de60 a 69anos deidade, enquantoadeste estudo demonstrou uma faixa etria mais ampla (de 50 a69 anos), levantando a hiptese de um incio mais precoce douso. Ademais, importante lembrar o perigo desta utilizao
por pessoas mais idosas, levando-se em conta que taismedicamentos so para esta populao peloscritriosdeBeers.
Foi encontrado um maior uso por mulheres emrelacionamentoestvel,oqueconcordacomoestudoespanhol ecom um estudo italiano, que avaliou frequentadores de umservio desademental, mascontradizdadosdoestudocariocaedeoutros.
A populao em geral estudada era de baixa renda, nohavendo associao significativa entre menor renda e uso, aocontrrio do observado no estudo do Rio de Janeiro e no deMadrid.
Com relao escolaridade, contudo, foi encontradauma associao estatisticamente significativa entreanalfabetismo e maior uso, concordando com os dois estudoscitados acima, porm discordando do estudo italiano, o qualdividiu a escolaridade em maior ou menor que oito anos,inexistindo a categoria analfabeto, gerando um vis nacomparao.
Tudo isso gera uma situao perigosa na ateno primria: pessoas mais velhas, de menor escolaridade e,portanto, com menor informao, e provavelmente commenorrenda, esto sujeitas a um uso maior de medicamentos
potencialmente causadores de dependncia, com efeitoscolateraisorgnicosementaisimportantes.
Os principais motivos citados, tanto para homensquanto para mulheres, para o uso de BDZ foram crnicos e noagudos, assim como o tempo de uso em uma proporoextremamente alta maior que seis meses, destoando darecomendao de prescrio deste medicamento. Comoobservado na sesso de resultados, algumas indicaesrelatadas so inadequadas, como para controle da pressoarterial, ou parcialmente inadequadas, como depressoou luto,casos nos quais o uso por tempo limitado e apenas paracontroledaansiedade.
importante relembrar, contudo, que alguns estudosinternacionais identificaram um padrode prescrio de BDZmaior na ateno primria por um relacionamento mais
antigo e at mesmo afetuoso com o paciente, sendo difcil, para o mdico recusar-lhe a receita; alm disso, comodescrito, possvel que a falta de tempo e a desinformao arespeitodosefeitoscolateraiscontribuam.
Levando-se em conta que a utilizao contnua e poridosos, lamenta-se que sejam dispensados apenas BDZ demeia vida longa na UBS. O erro, portanto, atribuvel aosistema, e no ao mdico, sendo ainda menos admissvel eainda mais necessria uma mudana desta situao.
Um dado bom encontrado foi que h baixas obtenesda medicao atravs de no-mdicos, o que no ocorre emoutros pases, e demonstra um bom controle governamentalsobresuaprescrioedispensao.
Amudana do prescritor inicial para o atual encontrada,
do especialista para o clnico geral, era previsvel, tendo emvistaofluxonaturaldosistemadesadenoBrasil:refernciadaateno primria para o especialista e contrarreferncia emseguida.
O nico defeito deste sistema que, em Sorocaba, no
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proscritos
Tabela 5. Tentativa prvia, sucesso na interrupo de uso de benzodiazepnicos e motivo do insucesso de acordo com ognerodoentrevistado
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existem psiquiatras na ateno primria para fazer oseguimento, e raramente h instrues de retorno ouorientaes sobre a interrupo do uso das medicaes nacontrarreferncia do especialista; isto, por si s, pode ser umgrandecontribuinte paraousocontnuo.
Apesar disso, interessante observar que h umaprevalncia bastante alta de tentativas de interrupo (84,3%,nos usurios em geral) e, portanto, alguma conscientizao da
populaoa respeito da dependncia destes medicamentos. Noentanto, o sucesso na interrupo bastante baixo, em torno de30%, e se deve principalmente s dificuldades encontradas nas
primeiras semanas de interrupo, dentre elas sintomas deabstinncia e at mesmo uma volta dos sintomas anteriores,muitas vezes ainda piores. Para este momento seria muitoimportante a orientao de um mdico, tanto para que osusuriosnotentasseminterromperousosozinhos,comosobreo que ocorreria quando tentassem e que seriam efeitosmeramentetemporrios.
Este trabalho possui algumas restries: 1) o pequenonmero de usurios e frequentadores homens, o que impediuuma comparao significativa entre homens e mulheres; e 2) omotivo de uso ter sido autorreferido, o que impede umaavaliaototalmenteconfiveldaqualidadedaprescrio.
Os autores acreditamquetais dados reflitam a realidadeda maior parte das UBS dos bairros menos favorecidos, no sda cidadede Sorocaba, mas provavelmente de toda esta regio,e sugerem fortemente que mais estudos sejam feitos a esterespeito, e que os profissionais da UBS, responsveis peloatendimento inicial da populao em geral, passem porreciclagense atualizaesperidicasa respeitodaprescrio de
psicotrpicosafimdeevitararepetiodoserroscitados.
Com este trabalho, observamoso padrodeuso deBDZemumaUBS,refletindoascaractersticasdeumapopulaode
baixa renda e escolaridade,naqualumnmero muito elevado deconsumidores,sendoosprincipaismulheres,de50a69anos,em relacionamento estvel e analfabetas.A utilizao crnicade BDZ de meia vida longa e, portanto, com maiores efeitoscolaterais, por razes errneas, com prescries muitas vezesfeitas por mdicos no especialistas, com alto ndice deinsucessona tentativade interrupodouso.
CONCLUSO
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