Caracterização Geral 1 -...

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Dias & Ferreira (Coord) Projecto EMERGE – Estudo Multidisciplinar do Estuário do Rio Guadiana (2001) 3-1 3. Caracterização Geral 1 3.1. Introdução Uma das melhores definições do Guadiana deu-a Francisco Hernández-Pacheco (1961) ao afirmar que "el Guadiana, tanto por su especial régimen, como por la peculiar morfologia de su valle, es uno de los ríos más anormales y extraños de los de la Península". Localizado no sudoeste da Península Ibérica, o Baixo Guadiana possui uma notável unidade. A zona do Pulo do Lobo, entendida como a zona de ruptura do declive fluvial existente entre a confluência do Terges e a Azenha dos Canais, perto de Mértola, compreendendo a queda quase vertical de 13,5 m que constitui propriamente o Pulo do Lobo, separa uma larga planície aluvial onde o rio se espraia, entre Mérida e Badajoz, de um vale estreito e traçado anguloso que continua até próximo da foz. Nas palavras de João Garcia (1996), "o motivo condutor de uma vivência de séculos por parte das populações em torno do Guadiana é a navegabilidade do rio que, com características muito próprias, estimula e condiciona a navegação. A extensão das áreas dependentes, organizadas económica e socialmente pelo grande colector, variou ao longo do tempo em função das condicionantes naturais, dos contextos históricos, dos ciclos dos produtos transportados". Apesar da extrema irregularidade do regime fluvial, consequência da grande variabilidade anual dos elementos climáticos, a que se junta marcada variabilidade interanual, os cerca de 70 km navegáveis do Baixo Guadiana constituíram, ao longo da história, via de circulação fluvial que se institui como eixo transformador do espaço. Efectivamente, já na época romana o Guadiana viabilizava o escoamento fácil de minérios, explorados designadamente nas minas de S. Domingos. Pelo menos desde a época árabe, começou a ser estrategicamente utilizado como canal de circulação entre as cidades do norte (Beja, Évora, Alcácer do Sal, Lisboa) e o litoral algarvio e andaluz. Neste contexto, Mértola instituiu-se como notável entreposto dos circuitos de escala regional, onde convergiam distintos tipos de transporte (terrestre e fluvial) e por onde transitavam cereais, minério, gado, lenha e mel (Garcia, 1996). Convertido em fronteira em 1267 (convenção de Badajoz, entre Afonso X de Castela e Afonso III de Portugal), o núcleo polarizador da região estuarina, Ayamonte, ficou na margem esquerda castelhana, havendo necessidade estratégica de se criar um contraponto, em Portugal, a essa cidade. Assiste-se, assim, ao desenvolvimento da velha atalaia árabe de Castro Marim, a que é concedido foral em 1277, e que um pouco mais tarde será cabeça da poderosa Ordem de Cristo. Como fronteira, o curso internacional do Guadiana carece de pólos estratégicos de defesa e controlo da faixa fronteiriça, tarefa esta iniciada por D. Diniz que, logo em 1304, concede foral a Alcoutim. A utilização preferencial desta via de comunicação entre o norte e o sul foi intensificada devido aos perigos existentes (temporais, pirataria e corso internacionais) na ligação marítima entre as cidades localizadas nos estuários do Tejo e do Sado e as do Algarve, e às difíceis passagens terrestres da serra algarvia, quer em direcção a Silves- Lagos, quer a Loulé-Faro. Apesar de ter sido convertido em fronteira e dos actos de soberania amiúde tomados pelos soberanos de cada um dos países, o estuário é compartido pelas populações ribeirinhas de cada uma das margens, numa vivência que só numa pequena parte os poderes instituídos conseguem controlar. Em meados do século XIX surge novo fenómeno que se prolonga até à I Guerra Mundial, a exploração mineira (designadamente as minas de S. Domingos), a qual vem intensificar fortemente a navegação fluvial. A exportação do minério proveniente das minas de S. Domingos era efectuada através do porto do Pomarão, dimensionado para o efeito, e onde chegavam a estacionar ao mesmo tempo 20 embarcações de 200 a 1 500 toneladas. Todavia, devido às dificuldades em cruzar a instável barra do Guadiana, cujas profundidades não permitiam o tráfego dos vapores carregados, a carga era completada já com o navio fora da barra, utilizando-se para isso barcos de transbordo. A navegação associada a esta indústria era extremamente intensa, sendo o minério transportado para Inglaterra em 400 a 500 navios (Garcia, 1996). 1 por J. Alveirinho Dias e Ó. Ferreira

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Dias & Ferreira (Coord) Projecto EMERGE – Estudo Multidisciplinar do Estuário do Rio Guadiana (2001)

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3. Caracterização Geral 1 3.1. Introdução

Uma das melhores definições do Guadiana deu-a Francisco Hernández-Pacheco (1961) ao afirmar que "el Guadiana, tanto por su especial régimen, como por la peculiar morfologia de su valle, es uno de los ríos más anormales y extraños de los de la Península".

Localizado no sudoeste da Península Ibérica, o Baixo Guadiana possui uma notável unidade. A zona do Pulo do Lobo, entendida como a zona de ruptura do declive fluvial existente entre a confluência do Terges e a Azenha dos Canais, perto de Mértola, compreendendo a queda quase vertical de 13,5 m que constitui propriamente o Pulo do Lobo, separa uma larga planície aluvial onde o rio se espraia, entre Mérida e Badajoz, de um vale estreito e traçado anguloso que continua até próximo da foz.

Nas palavras de João Garcia (1996), "o motivo condutor de uma vivência de séculos por parte das populações em torno do Guadiana é a navegabilidade do rio que, com características muito próprias, estimula e condiciona a navegação. A extensão das áreas dependentes, organizadas económica e socialmente pelo grande colector, variou ao longo do tempo em função das condicionantes naturais, dos contextos históricos, dos ciclos dos produtos transportados".

Apesar da extrema irregularidade do regime fluvial, consequência da grande variabilidade anual dos elementos climáticos, a que se junta marcada variabilidade interanual, os cerca de 70 km navegáveis do Baixo Guadiana constituíram, ao longo da história, via de circulação fluvial que se institui como eixo transformador do espaço.

Efectivamente, já na época romana o Guadiana viabilizava o escoamento fácil de minérios, explorados designadamente nas minas de S. Domingos. Pelo menos desde a época árabe, começou a ser estrategicamente utilizado como canal de circulação entre as cidades do norte (Beja, Évora, Alcácer do Sal, Lisboa) e o litoral algarvio e andaluz.

Neste contexto, Mértola instituiu-se como notável entreposto dos circuitos de escala regional, onde convergiam distintos tipos de transporte (terrestre e fluvial) e por onde transitavam cereais, minério, gado, lenha e mel (Garcia, 1996).

Convertido em fronteira em 1267 (convenção de Badajoz, entre Afonso X de Castela e Afonso III de Portugal), o núcleo polarizador da região estuarina, Ayamonte, ficou na margem esquerda castelhana, havendo necessidade estratégica de se criar um contraponto, em Portugal, a essa cidade. Assiste-se, assim, ao desenvolvimento da velha atalaia árabe de Castro Marim, a que é concedido foral em 1277, e que um pouco mais tarde será cabeça da poderosa Ordem de Cristo. Como fronteira, o curso internacional do Guadiana carece de pólos estratégicos de defesa e controlo da faixa fronteiriça, tarefa esta iniciada por D. Diniz que, logo em 1304, concede foral a Alcoutim.

A utilização preferencial desta via de comunicação entre o norte e o sul foi intensificada devido aos perigos existentes (temporais, pirataria e corso internacionais) na ligação marítima entre as cidades localizadas nos estuários do Tejo e do Sado e as do Algarve, e às difíceis passagens terrestres da serra algarvia, quer em direcção a Silves-Lagos, quer a Loulé-Faro.

Apesar de ter sido convertido em fronteira e dos actos de soberania amiúde tomados pelos soberanos de cada um dos países, o estuário é compartido pelas populações ribeirinhas de cada uma das margens, numa vivência que só numa pequena parte os poderes instituídos conseguem controlar.

Em meados do século XIX surge novo fenómeno que se prolonga até à I Guerra Mundial, a exploração mineira (designadamente as minas de S. Domingos), a qual vem intensificar fortemente a navegação fluvial. A exportação do minério proveniente das minas de S. Domingos era efectuada através do porto do Pomarão, dimensionado para o efeito, e onde chegavam a estacionar ao mesmo tempo 20 embarcações de 200 a 1 500 toneladas. Todavia, devido às dificuldades em cruzar a instável barra do Guadiana, cujas profundidades não permitiam o tráfego dos vapores carregados, a carga era completada já com o navio fora da barra, utilizando-se para isso barcos de transbordo. A navegação associada a esta indústria era extremamente intensa, sendo o minério transportado para Inglaterra em 400 a 500 navios (Garcia, 1996).

1 por J. Alveirinho Dias e Ó. Ferreira

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A este intenso movimento marítimo adicionava-se a navegação associada ao desenvolvimento da região, ao crescimento da indústria conserveira e das pescas que lhe estão a montante. Só em V. R. Sto. António existiam, no início do século XX, 6 fábricas de conserva de peixe.

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Fig. 3.1 – O estuário do Guadiana

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Devido a todo este movimento, o porto de Vila Real Sto. António tornou-se no 3º ou 4º do reino em importância marítima. Entre 1904 e 1908 o porto de Vila Real de Santo António registou um movimento de 3 927 navios (média de 785 navios/ano), dos quais 64% a vapor e os restantes à vela. 60% desses navios eram estrangeiros. As mercadorias importadas e exportadas constituem um bom indicador das indústrias existentes no Baixo Guadiana e das suas necessidades: carvão de pedra, ferro, máquinas, minério de cobre, conservas de peixe, cortiça, peixe salgado, etc. (Loureiro, 1909).

O encerramento das minas, o caminho de ferro contornando a bacia económica do Baixo Guadiana (linha de Moura e Beja - Faro - V. R. Sto. António), a intensificação do tráfego viário e, mais tarde, o declínio da indústria conserveira, viriam reduzir drasticamente a actividade humana ligada ao rio. Excluindo as travessias fluviais (nomeadamente em V. R. Sto. António e em Alcoutim) a pouca navegação remanescente ficou limitada às pequenas embarcações de pesca artesanal fluvial e costeira e aos barcos dedicados à pesca industrial (que no entanto apenas utilizam a parte terminal do estuário).

A bacia hidrográfica e, consequentemente, o seu estuário, foram profundamente afectadas, a partir da década de 50 do século XX, pela construção de barragens. Em 1954 a capacidade total de armazenamento da bacia do Guadiana era de apenas 64,3 hm3. Em 1967, 13 anos mais tarde, essa capacidade de armazenamento ascendia já a 4120hm3, isto é, 64 vezes mais… Todavia, apesar destas intervenções, e de, por esta altura, ter começado a ser gizado o grande empreendimento do Alqueva, o conhecimento científico do Guadiana reduzia-se a alguns pequenos trabalhos esparsos, a que faltava a coerência e consistência, as quais só poderiam surgir através de um esforço minimamente organizado e continuado no tempo. Esta situação prolongar-se-ia, pelo menos, por mais 3 décadas.

Entretanto, entra-se em novo ciclo, o do turismo, que incide principalmente na orla algarvia. Progressivamente, a vida no rio começa a conhecer alguma nova revitalização, quer com a navegação de recreio, cada vez mais intensa, quer com os passeios turísticos ao longo de todo o estuário.

Apesar de toda a utilização supra-referida, continua a haver deficiente conhecimento do funcionamento do estuário do Guadiana. É apenas na década de 80 que, de forma consistente, começam a aparecer trabalhos de vulto com inegável relevância, mas que, em geral, carecem de medições continuadas no tempo e no espaço. Por outro lado, como reconhece Garcia (1996), "os estudos sobre este curso de água ficam a dever-se (na maioria dos casos), a autores espanhóis ou a autores portugueses (nunca a equipas mistas), que ignoram em larga medida as contribuições bibliográficas dos vizinhos homens de ciência, apesar dos compartidos troços do rio".

Fig. 3.1. - Principais bacias hidrográficas da fachada atlântica da Península Ibérica

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3.2. Caracterização

O rio Guadiana nasce em Espanha, nas lagoas de Ruidera, em Montiel, a 1700 m de altitude. A bacia é estreita e comprida, desenvolvendo-se segundo a direcção geral leste – oeste (fig. 3.2). É delimitada a norte pela bacia do Tejo, a oriente pelas bacias do Jucar e do Odiel, a ocidente pelas do Sado, do Mira e do Arade, e a sul pela do Guadalquivir (Loureiro et al., 1986).

Com 66 960 km2, a bacia hidrográfica do rio Guadiana é a quarta em área da península ibérica, a seguir às do Douro (97 682 km2), do Ebro (86 000 km2) e do Tejo (80 629 km2). 83% (55 260km2) da bacia hidrográfica do Guadiana está localizada em território espanhol, e apenas 17% (11 700km2) em Portugal (Loureiro et al., 1986). Tem um comprimento total de cerca de 810 km, situando-se 550km em Espanha e 160km em Portugal, estes com orientação aproximadamente Norte-Sul.

Existem dois troços internacionais, um com 65km (entre a foz do rio Caia e a foz da ribeira de Juncos) e outro com 45km (entre a foz do rio Chança e a foz do Guadiana). Os principais afluentes do rio Guadiana estão referidos na tabela 3.I. No geral, as bacias hidrográficas afluentes ao curso principal são pequenas. As maiores são as dos rios Ciguela (10 582km2) e Zujar (8 511km2).

Tabela 3.I. – Principais afluentes do Guadiana (segundo Loureiro et al.,1986)

Afluente Margem Área (km2) País Ciguela direita 10 582 Espanha Bullaque direita 2 034 Espanha Ruecas direita 1 865 Espanha Gévora direita 2 185 Espanha Caia direita 813 Portugal Degebe direita 1 527 Portugal Cobres direita 1 151 Portugal Vascão direita 462 Portugal Odeleite (1) direita 773 Portugal Jabalón esquerda 2 362 Espanha Zujar esquerda 8 511 Espanha Matachel esquerda 2 546 Espanha Guadajira esquerda 902 Espanha Albuera esquerda 435 Espanha Ardila esquerda 3 634 Portugal Chança esquerda 1 480 Portugal

(1) – conjunto Odeleite / Foupana

No que se refere ao troço estuarino, as afluências são bastante assimétricas (fig. 3.3). Na margem esquerda apenas existe o rio Chança (cuja bacia hidrográfica tem cerca de 1500km2). Entre este, que desagua no Guadiana junto ao Pomarão, e a foz apenas existem algumas linhas de água, revelando forte condicionamento desta bacia pela do Odiel, imediatamente a oriente.

Pelo contrário, na margem direita, a sul de Mértola, definem-se várias pequenas bacias hidrográficas, cujas áreas são geralmente inferiores a 500 km2 (tabela 3.II), correspondentes às ribeiras de Oeiras, de Carreiras, do Vascão, de Alcoutim, da Foupana, de Odeleite e de Beliche. Esta densidade da rede de drenagem reflecte o acidentado da serra do Caldeirão e drena as águas da sua vertente nordeste.

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O perfil longitudinal é, no seu conjunto, bastante regular. Todavia, verifica-se que a zona do Pulo do Lobo constitui ruptura maior, apresentando o rio, para montante, declive médio de 0,62m/km, e para jusante de apenas 0,0003m/km. Desde a fronteira, onde o rio corre a 158m de altitude, até ao Pulo do Lobo, a 26m de altitude, o declive médio é de 0,8m/km (Feio, 1949; 1952).

Fig. 3.3 - Principais afluentes do estuário do Guadiana

Tabela 3.II – Principais afluentes da margem direita do estuário do Guadiana (segundo Loureiro et al., 1986)

Afluente Área (km2)

Comprim. (km)

Altitude média

(m)

Pendor médio

(%) Beliche 118 36 205 1,4 Odeleite 352 72 313 0,7 Foupana 410 95 266 0,6 Limas 247 36 185 0,6 Vascão 439 77 271 0,8 Oeiras 475 76 220 0,7

O estuário do Guadiana constitui um canal relativamente estreito e pouco profundo. A largura máxima, de cerca de 800m, regista-se próximo da foz. Para montante, largura vai-se reduzindo de forma mais ou menos progressiva sendo, a 10 km da foz, já inferior a 500m. Entre 40km e 70km da foz a largura é geralmente inferior a 200m.

As profundidades máximas ao longo do estuário, embora sempre pequenas, são bastante irregulares, não revelando, aparentemente, qualquer tendência consistente. Raramente a profundidade excede os 10m. Esta irregularidade do profundidade reflecte, essencialmente, a morfologia resultante da erosão hídrica do substracto xisto-grauváquico e fenómenos de assoreamento induzidos pelos caudais sólidos provenientes de algumas das ribeiras afluentes.

Do ponto de vista climático, a bacia do Guadiana tem características mediterrâneas. Na bacia hidrográfica portuguesa as temperaturas médias anuais variam entre 12ºC, na região de Castelo de Vide e Marvão, e 18ºC, na região fronteiriça da Aldeia Nova de S. Bento (Loureiro et al., 1986).

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O regime das chuvas é extremamente irregular, característica das regiões mediterrâneas, chovendo principalmente no Outono e no Inverno e tendo verões secos. Segundo Loureiro et al. (1986), a precipitação média anual é de 600mm, verificando-se os maiores valores de precipitação nas regiões das serras do Caldeirão (1018mm), de S. Mamede (840mm) e de Ossa (774mm), sendo a região com valores mais baixos de precipitação anual a do Baixo Guadiana, com o mínimo de 65mm em Mértola. A precipitação média anual ponderada na bacia hidrográfica portuguesa é de apenas 598mm.

Como é reconhecido pela generalidade dos autores, uma das características mais notáveis do rio Guadiana é a irregularidade interanual dos caudais.

As principais afluências ao estuário verificam-se através da secção de Pulo do Lobo, cuja bacia drenante, com cerca de 60 900 km2, representa 91% da bacia hidrográfica. Estima-se que, por aqui, passem cerca de 90% das afluências totais ao estuário (Ribeiro et al., 1988).