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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS CARACTERIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DA CITOTOXICIDADE DO EXTRATO HIDROETANÓLICO DE Arrabidaea chica (Humb. & Bonpl.) B. Verlot. EM LINHAGENS DE CÉLULAS HUMANAS. SHIRLEY FERREIRA DE OLIVEIRA NASCIMENTO Belém-PA 2016

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS

CARACTERIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DA CITOTOXICIDADE DO EXTRATO HIDROETANÓLICO DE Arrabidaea chica

(Humb. & Bonpl.) B. Verlot. EM LINHAGENS DE CÉLULAS HUMANAS.

SHIRLEY FERREIRA DE OLIVEIRA NASCIMENTO

Belém-PA

2016

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS

CARACTERIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DA CITOTOXICIDADE DO EXTRATO HIDROETANÓLICO DE Arrabidaea chica

(Humb. & Bonpl.) B. Verlot. EM LINHAGENS DE CÉLULAS HUMANAS.

Autora: Shirley Ferreira de Oliveira Nascimento Orientador: Prof. Dr. José Otávio Carréra Silva Júnior

Co-Orientador: Prof. Dr. Julio Cesar Pieczarka

Dissertação apresentada ao Programa de Pós- Graduação em

Ciências Farmacêuticas, área de concentração: Fármacos e

Medicamentos, do Instituto de Ciências da Saúde da

Universidade Federal do Pará, como requisito para a obtenção

do título de Mestre em Ciências Farmacêuticas.

Belém- PA 2016

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SHIRLEY FERREIRA DE OLIVEIRA NASCIMENTO

CARACTERIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DA CITOTOXICIDADE DO EXTRATO HIDROETANÓLICO DE Arrabidaea chica (Humb. & Bonpl.) B. Verlot. EM

LINHAGENS DE CÉLULAS HUMANAS.

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas do Instituto de Ciências da Saúde da Universidade Federal do Pará como requisito para a obtenção do título de mestre em Ciências Farmacêuticas.

Aprovado em: ____/____/______

Banca Examinadora

______________________________________________ Prof. Dr. Madson Ralide Fonseca Gomes

Instituição: UNIFAP

______________________________________________ Prof. Dr. José Fernandes Vieira

Instituição: PPGCF/UFPA

______________________________________________ Prof. Dr. José Otávio Carrera Silva Júnior

Instituição: PPGCF/UFPA

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho aos meus pais Maria Tereza e Osvaldo,

responsáveis pela minha formação e caráter.

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AGRADECIMENTOS

A Deus, pois a Ele devo tudo o que tenho e sou.

Ao meu orientador Prof. Dr. José Otávio Carréra Silva Junior, agradeço sobretudo a

sua atenção e paciência.

Ao meu co-orientador Prof. Dr. Julio Cesar Pieczarka e a Prof. Dra. Cleusa

Nagamachi, pelo apoio e compreensão.

A minha mãe, Maria Tereza Ferreira de Oliveira e meu pai Osvaldo Cunha de

Oliveira, maiores incentivadores da minha formação pessoal e profissional, ao meu

esposo Franklin Coelho Nascimento e meus filhos Shirley Franklin Oliveira

Nascimento e Franco de Oliveira Nascimento, que me incentivaram sempre nesta

jornada.

À Prof. Dra. Renata Noronha agradeço por me fazer acreditar que sou capaz, por

me acompanhar, apoiar e me incentivar em todos os momentos.

À Prof. Dra. Jaqueline Silva, pela imensa ajuda, no desenvolvimento da minha

pesquisa. Obrigada pela grande ajuda nos momentos de aflição. Sempre me

trazendo paz e confiança.

Ao meu amigo Jorge Rissino, pela ajuda incondicional em todos os momentos.

Aos amigos, Taylon Aguiar, Erika Valerio, Francisco Souto, Daniele Moysés, e

Henrique Fonseca, Ananda Pety, Milla Machado entre outros, que me ajudaram

muito.

A todos os professores e laboratórios que contribuíram com meu trabalho.

Ao Programa de Pós-graduação em Ciências Farmacêuticas pela oportunidade.

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RESUMO

Arrabidaea chica, pertencente à família Bignoniaceae e popularmente

conhecida como “pariri”, é amplamente utilizada na medicina popular para o

tratamento de várias enfermidades, entre elas as inflamações, infecções, cólicas

intestinais, diarréias, anemias e enfermidades da pele. Estudos fitoquímicos

demonstram que os extratos obtidos das folhas de A. chica, apresentam:

flavonoides, antocianinas, taninos, fitosteróis e pigmentos utilizados em cosméticos,

tais como carajurona, carajurina e 3-deoxiantocianidina. Os flavonoides são

metabólitos secundários de importante ação antitumoral, antioxicidante, anti-

inflamatória, citostática, antiangiogênica. Dentre os flavonoides já evidenciados

nesta espécie, estão a luteolina e o canferol. Diante da preocupação cada vez maior

do Ministério Público de Saúde em regulamentar as plantas medicinais de uso

popular, de forma a garantir à população brasileira o acesso seguro e seu uso

racional, o presente estudo objetivou caracterizar o extrato hidroetanólico de A.

chica, bem como avaliar o potencial citotóxico em linhagens de células tumorais

HepG2 e não tumorais de fibroblastos Mrc5. A análise cromatográfica do extrato

hidroetanólico de A. chica, bruto e liofilizado, constatou a identidade do material

vegetal através da detecção dos marcadores químicos canferol e luteolina, por LC-

MS. Por meio da validação do método, que apresentou parâmetros recomendados

pela legislação vigente, foram determinados 60,22 μg/mL de canferol e 29,13 µg/mL

de luteolina no extrato hidroetanólico bruto e 0,49% (m/m) de canferol e 0,18%

(m/m) de luteolina no extrato hidroetanólico liofilizado Os espectros de massas

obtidos, demonstraram os íons de m/z 287,0544 e 287,0547 sugestivamente

referentes às molecilas de canferol e luteolina respectivamente. Na avaliação da

citotoxicidade verificou-se que o extrato liofilizado foi mais citotóxico para as células

HepG2 que para MRC5 , nos dois tempos de tratamento, 24 e 48 horas, sugerindo

que essa diferença pode evidenciar uma atividade específica para cada tipo celular.

Constatou-se que quanto uma maior citotoxicidade para o tempo de 48 horas. Os

resultados apontam que o extrato liofilizado apresenta maior atividade citotóxica que

o extrato bruto, ainda que ambos apresentem os marcadores químicos canferol e

luteolina, possíveis responsáveis dessa ação, demonstrando que a liofilização

preserva, de um modo geral, os constituintes químicos termolábeis, conferindo maior

estabilidade comparativamente ao extrato bruto. Esse extrato apresenta um grande

potencial como recurso farmacológico para o desenvolvimento de novos fármacos

com atividade antitumoral.

Palavras chave: Arrabidaea chica, Bignoniaceae, flavonoides, ensaio MTT,

citotoxicidade.

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ABSTRACT

Arrabidaea chica, popularly known as “pariri”, belongs to the Bignoniaceae

family, and is widely used in popular medicine for the treatment of various diseases,

including inflammation, infection, intestinal cramps, diarrhea, anemia and skin

diseases. Phytochemical studies have shown that extracts from A. chica leaves have

flavonoids, anthocyanins, tannins, phytosterols, and pigments used in cosmetics,

such as carajurona, carajurina and 3-Deoxyanthocyanidin. Flavonoids are secondary

metabolites of important anti-tumoral, antioxidant, anti-inflammatory, cytostatic and

antiangiogenic action. Among the flavonoids already evident in this species are

luteolin and kaempferol. Given the growing concern of the Ministry of Public Health

for the regulation of medicinal plants of popular use, to ensure the Brazilian

population safe access and rational use of them, this study aimed to characterize the

hydroethanol extract of A. chica, and to assess the cytotoxic potential in tumoral cell

lineages HepG2 and non tumoral cell lineages of MRC5 fibroblasts. Chromatographic

analysis of the hydroethanolic extract of A. chica, raw and lyophilized, verified the

identity of the plant material through the detection of chemical markers luteolin and

kaempferol, by LC-MS. Through method validation, which presented parameters

recommended by the current legislation, was determined 60.22 μg/mL of kaempferol

and 29.13 μg/mL of luteolin in raw hydroethanol extract and 0.49% (m/m) of of

kaempferol and 0.18% (m/m) of luteolin in the lyophilized hydroethanolic extract. The

mass spectra obtained showed the ions m/z 287.0544 and 287.0547 suggestively

referring to the kaempferol and luteolin molecules respectively. In the assessment of

cytotoxicity it was observed that the lyophilizate extract was more cytotoxic to HepG2

cells than for MRC5 in both treatment times, 24 and 48 hours, suggesting that this

difference may reveal a specific activity for each cell type. It was observed a higher

cytotoxicity at the 48 hours mark. The results indicate that the lyophilized extract has

higher cytotoxic activity than the raw extract, although both show the kaempferol and

luteolin chemical markers, possibly responsible for this action, demonstrating that

lyophilization preserves, in general, the chemical thermolabile constituents, providing

greater stability compared to the raw extract. This extract has a great potential as a

pharmacological resource to develop new drugs with antitumoral activity.

Key words: Arrabidaea chica, Bignoniaceae, flavonoids, MTT assay, cytotoxicity.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1- Foto do Pariri, Arrabidaea chica (Humb. &Bompl.) B. Verl...................18

Figura 2- Estrutura base dos Flavonoides............................................................21

Figura 3- Redução do MTT por enzimas mitocondriais........................................31

Figura 4- Esquema da placa desenvolvida para o ensaio do

MTT.......................................................................................................44

Figura 5- Cromatograma do Canferol...................................................................46

Figura 6- Cromatograma da Luteolina..................................................................47

Figura 7- Perfil Cromatográfico do Extrato Hidroetanólico Bruto de A. chica.......47

Figura 8- Perfil Cromatográfico do Extrato Hidroetanólico Liofilizado de A.

chica......................................................................................................48

Figura 9- Cromatograma comparativo dos extratos bruto e liofilizado.................49

Figura 10- Perfil cromatográfico qualitativo para comparação dos padrões(canferol

e luteolina ) com os extratos (bruto e liofilizado)...................................49

Figura 11- Curva Padrão Canferol.........................................................................51

Figura 12- Curva Padrão Luteolina........................................................................51

Figura 13A- Espectros de ESI (+)-MS sugestivo de canferol no extrato

hidroetanólico........................................................................................58

Figura 13B- Espectros de ESI (+)-MS sugestivo de luteolina no extrato

hidroetanólico........................................................................................58

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Figura 14- Cromatograma e massas do padrão Canferol (Sigma-Aldrich)..........59

Figura 15- Espectros de ESI (+)-MS do padrão canferol da (Sigma-Aldrich).........59

Figura 16- Cromatograma e massas do padrão Luteolina (Sigma-Aldrich)...........60

Figura 17- Espectros de ESI (+)-MS do padrão luteolina (Sigma-Aldrich).............61

Figura 18- Ilustração das possíveis quebras nas moléculas de canferol e

luteolina......................................................................................................................61

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LISTA DE TABELAS Tabela 1- Estrutura química de alguns flavonoides de ocorrência natural em

plantas...................................................................................................22

Tabela 2- Parâmetros para a análise cromatográfica de Arrabidaea chica..........39

Tabela 3- Sistema de gradiente do método cromatográfico dos extratos de

Arrabidaea chica...................................................................................40

Tabela 4- Concentrações de canferol e da luteolina injetadas no cromatógrafo..50

Tabela 5- Valores dos Limites de Quantificação e Detecção dos padrões Canferol

e Luteolina a partir do método validado em microgramas por mL........52

Tabela 6- Coeficientes de Variação a partir da repetibilidade do padrão de

Canferol.................................................................................................53

Tabela 7- Coeficientes de Variação a partir da repetibilidade do padrão de

Luteolina................................................................................................54

Tabela 8- Recuperação do Padrão Canferol.........................................................55

Tabela 9- Recuperação do Padrão Luteolina........................................................55

Tabela 10- Alterações utilizadas para avaliar a Robustez do Método....................56

Tabela 11- Quantificação do canferol e da luteolina nos

extrato...................................................................................................57

Tabela 12- Comparação das médias de viabilidade celular de Células HepG2,

comparando a dose de cada extrato (Com/Lio/Sec) com o tempo de

exposição (24 e/ou 48h)........................................................................62

Tabela 13 Comparação das médias de viabilidade celular de Células Mrc5,

comparando a dose de cada extrato (Com/Lio/Sec) com o tempo de

exposição (24 e/ou 48 h).......................................................................63

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LISTA DE ABREVIAÇÕES

A.chica Arrabidaea chica

ADN Ácido Desoxirribonucleico

ANVISA Agência Nacional de Vigilância Sanitária

ATCC American Type Culture Collection

CIPLAN Comissão Interministerial de Planejamento

CLAE Cromatrografia Líquida de Alta Eficiência

CO2 Gás Carbônico

DMEM Meio Dulbecco’sModifiedEagle Médium

DMSO Dimetilsulfóxido

DPPH Radical 1,1-difenil-2-picrilidrazila

HepG2 Human liver hepatocellular carcinoma

i.p Intraperitoneal

KCl Cloreto de Potássio

mL Mililitro

Mrc5 Células oriundas de tecido normal de pulmão humano

MTT Brometo de 3 - (4,5-dimetiltiazol-2-il) 2,5 difeniltetrazolio

m/z Massa/carga

NADPH Nicotinamida adenina dinucleotídeo fosfato reduzida

NIH–National Institutes of Health. Instituto Nacional de Saúde

OMS Organização Mundial da Saúde

PBS Tampão Fosfato Salino

pH Potencial de hidrogênio

PNPIC Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares

PNPMF Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos

RENAFITO Relação Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos

RENISUS Relação Nacional de Plantas Medicinais de Interesse ao SUS

RMN Ressonância Magnética Nuclear

SUS Sistema Único de Saúde

TPP “Techno Plastic Products”, Trasadingen, Switzerland

v.o Via oral

v/v Volume/volume

μL Microlitro

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SUMÁRIO

1..INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 14

2 REVISÃO DA LITERATURA ..................................................................... ...........16

2.1 Normatização das Plantas Medicinais e Fitoterápicos .................................. 16

2.2 Arrabidaea chica (Humb. & Bonpl.) B. Verlot. ................................................. 17

2. 3 Flavonoides ...................................................................................................... 20

2.4 Padronização de extratos vegetais .................................................................. 24

2.4.1 TINTURAS ................................................................................................ 24

2.4.2 EVAPORAÇÃO ROTATIVA ...................................................................... 24

2.4.3 LIOFILIZAÇÃO .......................................................................................... 25

2.5 Cromatografia Líquida de Alta Eficiência (CLAE) .......................................... 25

2.6 Validação de Método para doseamento por Cromatografia Líquida de Alta Eficiência (CLAE) para Determinação do Canferol e da Luteolina. .................... 26

2.7 Estudos in vitro ................................................................................................. 29

2.7.1 ENSAIO DO MTT ( 3-(4,5-dimetiltiazol-2-il)-2,5-difeniltetrazólio) .............. 31

2.8 Linhagens celulares .......................................................................................... 32

2.8.1 CÉLULAS HepG2...................................................................................... 32

2.8.2 CÉLULAS Mrc5 ..................................................................................... 33

3 OBJETIVOS ........................................................................................................ ...34

3.1 Geral ................................................................................................................... 34

3.2 Específicos ........................................................................................................ 34

4 MATERIAIS E EQUIPAMENTOS .......................................................................... 35

4.1 Material Vegetal ................................................................................................. 35

4.2 Solventes e Reagentes ..................................................................................... 35

4.2.1 PADRÕES ANALÍTICOS ....................................................................... 35

4.3 Equipamentos .................................................................................................... 36

5 MÉTODOS ............................................................................................................. 37

5.1 Aquisição do material vegetal .......................................................................... 37

5.1.1 IDENTIFICAÇÃO BOTÂNICA DO MATERIAL VEGETAL ......................... 37

5.2 Processamentos do material vegetal .............................................................. 37

5.3 Obtenções da solução extrativa (tintura) de A. chica .................................... 38

5.4 Obtenção do extrato bruto de A. chica ............................................................ 38

5.5 Obtenção do extrato liofilizado de A. chica .................................................... 38

5.6 Análises Qualitativas e Quantitativas do Canferol e da Luteolina no extrato hifroetanólico de A. chica por Cromatografia Líquida de Alta Eficiência (CLAE).38

5.6.1 CONDIÇÕES CROMATOGRÁFICAS ....................................................... 39

5.6.2 AMOSTRAS E PREPARAÇÕES DAS SOLUÇÕES PADRÕES ............... 39

5.6.3 VALIDAÇÃO .............................................................................................. 40

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5.6.4 OBTENÇÃO DOS ESPECTROS DE MASSAS ........................................ 40

5.6.5 CÉLULAS .................................................................................................. 41

5.6.5.1 Cultivo celular ......................................................................................... 41

5.6.5.2 Contagem das células e número de células semeadas em placa, utilizando o azul de tripan 0,4% ......................................................................... 42

5.6.5.3 Plaqueamento das células ..................................................................... 43

5.6.5.4 Tratamentos ........................................................................................... 43

5.6.6 TESTE DO MTT ........................................................................................ 43

5.6.7 ANÁLISE ESTATÍSTICA ........................................................................... 43

6. RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................ 46

6.1 Análise quantitativa do canferol e da luteolina no extrato hidroetanólico da A. chica por Cromatografia Líquida de Alta Eficiência ........................................ 46

6.2 Validação do método de quantificação por CLAE .......................................... 50

6.2.1 LINEARIDADE .......................................................................................... 50

6.2.2 CURVAS DE CALIBRAÇÃO E EQUAÇÕES DA RETA DA LUTEOLINA E CANFEROL .................................................................................................... 51

6.2.3 LIMITES DE QUANTIFICAÇÃO E DETECÇÃO ........................................ 52

6.2.4 REPETIBILIDADE ..................................................................................... 53

6.2.5 EXATIDÃO ................................................................................................ 55

6.2.6 ROBUSTEZ................................................................................................56 6.3 Identificação dos flavonoides por LC/MS ....................................................... 57

6.4 Caracterização do perfil dos flavonoides em extratos de A. chica ............... 58

6.5 Efeito do extrato hidroetanólico de A. chica sobre as células HEpG2 ......... 62

6.6 Efeito do extrato de A. chica sobre as células Mrc5 ...................................... 63

7 CONCLUSÃO ........................................................................................................ 67

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 68

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14

INTRODUÇÃO

As plantas medicinais e seus derivados consistem na base de tratamento,

cura e prevenção para muitas enfermidades na medicina popular. Sendo o resultado

do acúmulo secular de conhecimentos empíricos sobre a utilização dos vegetais por

diversos grupos étnicos. Cerca de 25% dos fármacos são de origem vegetal,

enquanto 50% são de origem sintética, mas relacionados aos princípios isolados de

plantas medicinais. Isto se deve, em parte, à grande variedade de espécies (250-500

mil) de plantas existentes na flora mundial, muitas com importantes propriedades

terapêuticas. O Brasil é um dos países com maior diversidade genética vegetal,

contando com mais de 55.000 espécies catalogadas, sendo assim a maior cobertura

vegetal em todo o globo (NEWMAN e CRAGG, 2007; GUERRA e NODARI, 2007).

Contudo apenas uma pequena percentagem teve o isolamento de seus princípios

ativos investigados e uma fração ainda menor foi avaliada quanto à atividade

biológica.

Com o objetivo de garantir à população brasileira o acesso seguro e uso

racional de plantas medicinais e fitoterápicos, assegurando o uso sustentável da

biodiversidade, bem como incentivando a pesquisa e desenvolvimento tecnológico

na área com o fortalecimento das cadeias e arranjos produtivos, o Governo Federal

criou a Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos (BRASIL, 2006b).

O Ministério da Saúde criou em 2008 a Relação Nacional de Plantas

Medicinais de Interesse ao SUS (RENISUS), que tem por finalidade subsidiar o

desenvolvimento de toda cadeia produtiva, nos aspectos relacionados à

regulamentação, cultivo, manejo, produção, comercialização e dispensação de

plantas medicinais e fitoterápicos. Objetiva, também, orientar estudos e pesquisas

que possam contribuir para a elaboração da Relação Nacional de Plantas Medicinais

e Fitoterápicos (RENAFITO), o desenvolvimento e a inovação nessa área. A

RENISUS foi elaborada considerando as espécies vegetais já utilizadas nos serviços

de saúde estaduais e municipais, o conhecimento tradicional e popular e os estudos

químicos e farmacológicos disponíveis. As espécies constantes nessa lista

apresentam potencial de avançar na cadeia produtiva e de gerar produtos de

interesse ao SUS (BRASIL, 2009).

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Dentre as inúmeras espécies vegetais de interesse medicinal encontradas

nesta lista, está a Arrabidaea chica, da família Bignoniaceae, que ocorre desde a

Amazônia até o Rio Grande do Sul e desperta interesse de estudo de suas

atividades farmacológicas, devido ao seu vasto uso popular e por apresentar grande

potencial em gerar princípios ativos farmacologicamente importantes. Alguns

princípios ativos da A.chica já foram isolados e a ação antiinflamatória, cicatrizante,

antifúngica, tripanocida, dentre outras, já foram comprovadas cientificamente. É

conhecida popularmente por pariri (PA), crajiru (AM), crejeru, cajuru-piranga,

piranga, capiranga, cipó cruz, cipó-pau e chica em outras localidades (RIBEIRO,

2008; PUHL et al. 2007).

Estudos fitoquímicos das folhas de A. chica, CHAPMAN et al. (1927),

observaram a presença de 3-deoxiantocianidina e do pigmento carajurina.

Propondo-se, posteriormente, que a ocorrência deste raro pigmento em

Bignoniaceae era provavelmente restrita a A. chica. Foram isolados e identificados

os fitoesteróis, as antocianinas, 7,4’-di-hidroxi-5-metaxiflavona e 6, 7, 3’, 4’-

tetrahidroxi-5-metoxiflavona (carajuruflavona) (TAKEMURA et al., 1995),

antraquinonas, catequinas, ácidos orgânicos, açúcares redutores, esteróides,

taninos, e xantonas, 4’- hidroxi-3,7-dimetoxiflavone; vicenina-2 e canferol (BARBOSA

et al, 2008). Identificou-se a presença da luteolina por CLAE, RMN 1H e RMN 13C

(AMARAL et al, 2006).

A caracterização de extratos e avaliação de efeitos citotóxicos, mutagênicos e

carcinogênicos de compostos de origem vegetal e o entendimento dos benefícios

e/ou toxicidade potencial dessas plantas a saúde, são de fundamental importância

para reduzir os possíveis riscos desses agentes. Assim, o desenvolvimento de

novas drogas bioativas necessita de modelos apropriados para a identificação de

alvos moleculares que sejam fundamentais no crescimento celular, seja in vitro ou in

vivo (LODISH et al., 1999).

Com essa finalidade, este trabalho visa contribuir para a caracterização e o

estudo da atividade biológica do extrato hidroetanólico da Arrabidaea chica,

avaliando o efeito in vitro frente às células hepatocarcinogênicas HepG2 (ATCC HB-

8065) e as células não tumorais Mrc5 (ATCC CCL 171). Para isso foi analisada a

viabilidade celular dos cultivos submetidos a quatro concentrações do extrato de A.

chica, em função do tempo de exposição (24 e 48 horas).

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1 REVISÃO DA LITERATURA

2.1 Normatização das Plantas Medicinais e Fitoterápicos

A Organização Mundial de Saúde (OMS), desde a década de 70, tem

estimulado as instituições de saúde a formularem políticas na área da medicina

tradicional. Em 1978, com a Declaração de Alma-Ata, a OMS reforça sua posição a

respeito da necessidade de valorizar a utilização de plantas medicinais no âmbito

sanitário (BRASIL, 2006a).

No Brasil, o interesse pela inserção de plantas medicinais e da fitoterapia na

atenção básica do sistema público, teve seu início a partir da década de 1980, com a

criação do SUS. A Resolução da Comissão Interministerial de Planejamento

(CIPLAN) n° 8/88, regulamentou a introdução da fitoterapia nos serviços de saúde e

nas unidades assistenciais médicas. Essa mesma prática foi reforçada nos relatórios

das Conferências Nacionais de Saúde em 1996 e 2003, mostrando a necessidade

de se investir em pesquisa e desenvolvimento de tecnologia para produção de

medicamentos da flora brasileira (BRASIL, 1988; BRASIL, 2006a).

Com a finalidade de garantir à população brasileira o acesso seguro e o uso

racional de plantas medicinais e fitoterápicos, em 22 de junho de 2006, foi aprovada

a Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos (PNPMF), promovendo o

uso sustentável da biodiversidade, o desenvolvimento da cadeia produtiva e da

indústria nacional. O desenvolvimento de fitomedicamentos se apresenta como um

nicho forte de mercado a nível nacional e internacional, representando para o

Complexo Industrial da Saúde no Brasil, uma oportunidade de viabilizar o

fortalecimento da capacidade tecnológica industrial dessa categoria de

medicamentos (BRASIL, 2006b; MACEDO e GEMAL, 2009).

A exigência da qualidade em produtos de origem vegetal é reforçada em

resoluções da ANVISA, como a Resolução RE n° 899/03, que estabelece um Guia

para validação de métodos analíticos e bioanalíticos, a RDC n° 88/04, que sugere as

Referências bibliográficas para a avaliação da eficácia e segurança de fitoterápicos,

a RDC 89/04, que determina a Lista de Registro Simplificado de Fitoterápicos, onde

as espécies constantes na lista não necessitam de validação das suas indicações

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terapêuticas e segurança de uso e a RDC n° 90/04 que trata dos estudos de

toxicidade (BRASIL, 2003; BRASIL, 2004a; BRASIL, 2004b; BRASIL, 2004c).

Ainda no sentido da normatização das plantas medicinais e fitoterápicos, no

que se refere ao processo de registro, a Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) n°

14 de 31 de Março de 2010, dispõe sobre o Registro de Medicamentos Fitoterápicos

junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Essa Resolução

estabelece os requisitos mínimos para a concessão, enfatizando a necessidade dos

ensaios de controle de qualidade e a apresentação de relatórios de todas as etapas

envolvidas na produção desse tipo de produto, envolvendo testes de segurança e

eficácia (BRASIL, 2010).

No ano de 2008 o Ministério da Saúde criou a Relação Nacional de Plantas

Medicinais de Interesse ao SUS (RENISUS). Essa lista foi elaborada considerando

as espécies vegetais já utilizadas nos serviços de saúde estaduais e municipais, o

conhecimento tradicional e popular e os estudos químicos e farmacológicos

disponíveis. As espécies constantes nessa lista apresentam potencial de avançar na

cadeia produtiva e de gerar produtos de interesse ao SUS. A espécie Arrabidaea

chica encontra-se na RENISUS dentre as 71 espécies relacionadas. A RENISUS

tem por finalidade subsidiar o desenvolvimento de toda cadeia produtiva, nos

aspectos relacionados à regulamentação, cultivo, manejo, produção,

comercialização e dispensação de plantas medicinais e fitoterápicos. Objetiva,

também o desenvolvimento e a inovação nessa área, bem como orientar estudos e

pesquisas que possam contribuir com a elaboração da Relação Nacional de Plantas

Medicinais e Fitoterápicos (RENAFITO), (BRASIL, 2009).

2.2 Arrabidaea chica (Humb. & Bonpl.) B. Verlot.

Arrabidaea chica (Humb. &Bonpl.) B. Verlot. pertence à família Bignoniaceae,

que abrange cerca de 120 gêneros e 800 espécies com distribuição nas regiões

tropicais, na América do Sul e na África. No Brasil plantas desta família ocorrem

desde a Amazônia até o Rio Grande do Sul, não apresentando habitat único,

podendo ser encontradas nos Cerrados, Mata Atlântica e região Amazônica.

Morfologicamente caracteriza-se como uma espécie escandente, semiarbustiva, com

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folhas cruzadas opostas, trifoliadas, apresenta folíolo terminal modificado em

gavinhas nas porções superiores dos ramos (Figura 1). O limbo dos folíolos se

apresenta com formato oblongo-lanceolado, base obtusa, ápice agudo, margem

inteira, consistência herbácea, superfície glabra, e a nervação é do tipo peninérvea

(LORENZI, 2002; PAULETTI et al, 2003 ;PUHL et al, 2007).

Figura 1- Arrabidaea chica (Humb. & Bompl.) B. Verl. Fonte: arquivo pessoal.

Dependendo da região é conhecida popularmente por pariri (PA), crajiru (AM),

crejeru, cajuru-piranga, piranga, capiranga, cipó cruz, cipó-pau e chica em outras

localidades (RIBEIRO, 2008).

Nesta espécie, foi evidenciada a presença de vários pigmentos derivados da

carajurina, supostamente eficazes para combater dermatoses (CORREA, 1984).

Estes pigmentos produzem um corante vermelho-escuro que é utilizado para tingir

fibras artesanais, bem como é conhecido o seu uso por indígenas da Amazônia,

para a pintura corporal, para tingir enfeites, utensílios, vestuários e ainda em

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tatuagens, na arte, magia e até na proteção contra picada de insetos e como

protetor solar (CHAPMAN, 1927; ZORN, 2001).

Segundo a medicina tradicional, o chá preparado a partir das folhas de A.

chica é utilizado para o tratamento de doenças como: diarréia, anemia, icterícia,

albuminúria, hepatites e nervosismo. Há ainda relatos de eficácia antiinflamatória,

antibacteriana, antifúngica, antiparasitária, e contra cânceres de boca, útero e

leucemia. Essa planta medicinal se aplicada topicamente pode auxiliar no combate

às enfermidades da pele como psoríase, feridas e úlceras (CORRÊA, 1984;

TAKEMURA et al., 1995; KALIL FILHO et al., 2000; LORENZI e MATOS, 2002;

BARBOSA et al., 2008; OLIVEIRA et al., 2009; HÖFLING et al., 2010).

A A. chica desperta interesse de estudo de suas atividades farmacológicas,

principalmente por ser muito utilizada popularmente. Assim, pesquisas têm sido

feitas para avaliar essas atividades. O potencial cicatrizante foi comprovado através

do estímulo de crescimento de fibroblastos e síntese de colágeno in vitro com

resultados semelhantes aos da alantoína e ácido ascórbico (Jorge et al 2008).

Barbosa et al. (2008) constataram que o extrato etanólico apresentou ação contra

Trichophyton mentagrophytes, a uma concentração inibitória mínima de 3,125

mg/ml. Não sendo detectada toxicidade aguda relevante, mesmo a uma dose de

1000 mg/kg. Os autores sugerem a atividade tripanocida do extrato etanólico frente

ao Trypanosoma cruzi. A ação antibacteriana do extrato etanólico bruto de A. chica

frente ao Staphylococcus aureus (62,5mg/ml), Escherichia coli (250mg/ml) e

antifúngica contra leveduras de Candida albicans (500mg/ml) foi evidenciada em

estudos de Ribeiro (2008).

Oliveira et al (2009) demonstraram atividade inibitória do extrato aquoso

administrado por via intraperitoneal ou subcutânea sobre os efeitos inflamatórios dos

venenos das serpentes Bothropsatrox e Crotalus durissus ruruima. Lima et al. (2011)

relataram que o extrato hidroetanólico das folhas de A. chica, apresenta efeito

hepatoprotetor. Os extratos desta planta têm sido utilizados em formulações

farmacêuticas e cosméticas como corantes componentes de protetores solares ou

produtos para cuidados da pele: em produtos de maquiagem, como antioxidante

inibindo formação de rugas e melhorando a tonicidade da pele. Juntamente com

extratos de outras plantas é usado no tratamento da pele, antienvelhecimento e

tratamento de cabelos (XAVIER, 2003; BARATA et al., 2006).

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Testes de toxicidade aguda indicaram que a DL50 ou dose letal mediana

ultrapassa 2 g/kg i.p e 6 g/kg v.o., o que sugere baixa toxicidade do extrato aquoso.

Nos testes de toxicidade crônica as doses avaliadas não evidenciaram nenhum sinal

ou sintoma de anormalidade, ou ainda alterações histopatológicas (OLIVEIRA et al.

2009).

A atividade antioxidante foi analisada experimentalmente, frente ao

difenilpicrilidrazina (DPPH) por Amaral et al. (2006) onde observou-se o grande

potencial da espécie em sequestrar radicais livres, com destaque para o extrato de

diclorometano, que apresentou atividade melhor que o padrão de Ginkgo biloba.

Estudos apresentados por Jorge (2008) reforçaram a atividade antioxidante

utilizando os ensaios DPPH e Folin-Ciocalteau.

No estudo fitoquímico das folhas de A. chica, CHAPMAN et al. (1927),

observaram a presença de 3-deoxiantocianidina e do pigmento carajurina.

Propondo-se, posteriormente, que a ocorrência deste raro pigmento em

Bignoniaceae era provavelmente restrita a A. chica. Foram isolados e identificados

os fitoesteróis, as antocianinas, 7,4’-di-hidroxi-5-metaxiflavona e 6, 7, 3’, 4’-

tetrahidroxi-5-metoxiflavona (carajuruflavona) (TAKEMURA et al., 1995),

antraquinonas, catequinas, ácidos orgânicos, açúcares redutores, esteróides,

taninos, e xantonas, 4’- hidroxi-3,7-dimetoxiflavone; vicenina-2 e canferol

(BARBOSA et al, 2008). Identificou-se a presença da luteolina por CLAE, RMN 1H e

RMN 13C (AMARAL et al, 2006). Segundo estudos de Magalhães em 2009 foi

evidenciada a presença dos minerais como Ca, Fe e Mn, não sendo detectados

cobre e zinco nas amostras avaliadas. Diniz (2013) em seus experimentos encontrou

esses dois minerais nas amostras que avaliou, mas em pequena quantidade.

2. 3 Flavonoides

Os flavonoides constituem uma subclasse dos polifenóis, onde os anéis

aromáticos contém ao menos uma hidroxila. São compostos fenólicos

hidrossolúveis, fazem parte do metabolismo secundário das plantas, sendo

encontrados em várias partes destas, como: folhas, raiz, caule e etc. São

responsáveis pela coloração de flores, frutos e folhas de algumas espécies e

também são fatores de grande importância no crescimento, desenvolvimento e

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imunidade, também podendo atuar como antioxidantes e sinalizadores

intracelulares. Têm sua origem biossintética na via dos fenilpropanóides.

Quantitativamente e qualitativamente, os flavonoides compõem um dos maiores

grupos de produtos naturais conhecidos. A estrutura química dos flavonoides está

baseada no núcleo flavilium, que consiste, na maioria das vezes, em três anéis

fenólicos, são constituídos por unidades de C15, dispostos em C6 – C3 – C6

(HARBORNE e WILLIAMS, 2000; STAFFORD, 2000; HAVSTEEN, et al. 2002; REN

et al. 2003; BEECHER, 2003; ZUANAZZI, 2007; LEITE, 2009).

Figura 2 – Estrutura química geral de um flavonóide

Dependendo da substituição e do nível de oxidação no anel C3, os

flavonoides podem ser divididos em subclasses: flavanóis (catequina), flavonóis

(quercitina, canferol), flavonas (luteolina, rutina, apigenina), antocianidinas

(cianidina), isoflavonoides (genisteína) e flavanonas (mirecetina, hesperidina).

(HALLIWELL e GUTTERIDGE, 2007). As atividades dos flavonoides e de seus

metabólitos também podem variar com essas substituições, incluindo hidrogenação,

hidroxilações, metilações, malonilações, sulfatações e glicosilações. Flavonoides e

isoflavonoides ocorrem comumente com ésteres, éteres ou derivados glicosídicos,

ou ainda, uma mistura deles. As substituições glicídicas incluem D-glicose, L-

rhamnose, glicorhamnose, galactose, lignina e arabinose (BIRT e HENDRICH,

2001). Com exceção do grupo das leucoantocianinas, os demais flavonoides

ocorrem em plantas sempre acompanhados por glicídios recebendo assim, a

denominação de glico-flavonóide ou flavonoides glicosilados. Quando se

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apresentam isentos de glicídios, a estrutura recebe o nome de aglicona

(DEGÁSPARI e WASZCZYNSKYJ, 2004).

Mais de 6000 diferentes flavonoides foram descritos (MARCHAND, 2002). Na

tabela 1 observam-se as estruturas dos flavonoides das principais classes já

estudadas.

A atividade citotóxica dos flavonoides é referenciada em muitos trabalhos na

literatura, progressivamente mais substâncias químicas pertencentes a esse grupo

são descobertas como promissores agentes anticancer (SUN et al., 2006).

Tabela 1- Estrutura química de alguns flavonoides de ocorrência natural em plantas. Fonte: Birt,

Hendrich e Wang, 2001.

Os efeitos antioxidantes foram os primeiros efeitos estudados dos

flavonoides, o que aumentou o interesse de muitos pesquisadores, devido à

associação da produção excessiva de espécies reativas de oxigênio com o

desenvolvimento de várias doenças, entre elas o câncer (BRAVO, 1998).

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Diante de novos trabalhos com flavonoides, descobriu-se que essas

moléculas podem atuar também como pró-oxidantes, apresentando atividades

citotóxica e carcinogênica. O radical hidroxila gerado nos processos de auto-

oxidação e ciclo redox dos flavonoides pode desencadear a peroxidação lipídica em

membranas celulares, podendo assim induzir indiretamente o estresse oxidativo

celular. Propriedades antioxidantes ou pró-oxidantes dos flavonoides dependem

tanto da concentração usada quanto da sua estrutura. Os efeitos pró-oxidantes são

responsáveis por efeitos citotóxicos e pró-apoptóticos de vários flavonoides

presentes em ervas medicinais (ISMAIL e ALAM, 2001; UEDA et al., 2002). Foi

demonstrado que a ordem de eficácia entre as classes dos flavonoides foi: flavonas

(apigenina) ˃ flavonóis (galangina) ˃ isoflavonas (genisteína) ˃ flavononas

(naringenina) (AHMED-BELKACEM et al., 2005).

A ingestão de flavonoides interfere em diversos processos fisiológicos,

auxiliando na absorção e na ação de vitaminas, atuando nos processos de

cicatrização como antioxidantes, além de apresentarem atividade antimicrobiana e

moduladora do sistema imune. Estes compostos podem inibir vários estágios da

carcinogênese como: a iniciação, a promoção e a progressão, incluindo

antiproliferação, inativação carcinogênica, interrupção do ciclo celular, indução à

apoptose, inibição da angiogênese, antioxidação e reversão da resistência às drogas

químicas (HAVSTEEN, et al. 2002; REN et al. 2003; WILLIAMS et al., 2004). A

interferência em pontos de checagem que controlam o ciclo celular de células

tumorais em G1/S e G2/M tem sido feita por flavonoides como a silimarina,

genisteina, quercetina, diadzeina, luteolina, kampferol, apigenina, flavopiridol e

epigalocatequina 3-galato (REN et al. 2003).

Alguns flavonoides pertencentes às classes das flavonas, flavonóis,

flavanonas e isoflavonas possuem efeitos antiproliferativos em diferentes linhagens

de células tumorais (KUNTZ et al., 1999; SHUKLA e GUPTA, 2010). A atividade

antitumoral de vários flavonoides, como a exemplo da quercetina e miricetina, em

alguns casos é atribuída a sua eficiência em inibir as enzimas topoisomerases I e II

(SUKARDIMAN et al., 2000). Alguns flavonoides podem atuar diminuindo a

proliferação celular como consequência de sua ligação ao receptor de estrógeno

(PRIMIANO et al., 2001). Flavonoides também apresentam atividade inibidora de

proteínas quinases (GAMETPAYRASTRE et al., 1999)

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2.4 Padronização de extratos vegetais

2.4.1 TINTURAS

As tinturas são consideradas preparações alcoólicas ou hidroalcoólicas

resultantes da extração de drogas vegetais ou animais ou da diluição dos

respectivos extratos. São classificadas em simples e compostas, conforme

preparadas com uma ou mais matérias-primas, respectivamente (FARMACOPEIA

BRASILEIRA IV, 1988).

Dentre os métodos clássicos de extração utilizados encontra-se a percolação,

que foi utilizado para a preparação do extrato deste trabalho.

2.4.2 EVAPORAÇÃO ROTATIVA

Este método é o mais comumente utilizado na evaporação de solventes a

partir de uma mistura. O evaporador rotativo é constituído por um balão de vidro

rotativo que é mantido sob vácuo, conectando um tubo de ligação a um

condensador. O balão de rotação é aquecido por imersão parcial em banho de água

quente. A rotação do balão proporciona melhor transferência de calor para o líquido

contido, ao mesmo tempo em que reduz a formação de bolhas causadas pelo

superaquecimeto do líquido. Os vapores seguem pelo tubo de ligação e são

resfriados no condensador. A seção do condensador é organizada de modo que

ocorra a saída dos vapores condensados para outro recipiente, onde são recolhidos.

Consiste de um método muito eficiente de eliminar rapidamente grandes

quantidades de solvente (POMBEIRO, 2003).

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2.4.3 LIOFILIZAÇÃO

A liofilização també denominada criodesidratação ou criosecagem, é um

processo de secagem onde ocorre a cristalização da água, utilizando baixas

temperaturas. O processo ocorre da seguinte forma, primeiramente o produto é

congelado, de modo que a água presente no material seja transformada em gelo,

posteriormete, esse gelo é removido pela conversão direta do estado sólido para

vapor em um processo denominado sublimação. Finalmente, a água que ainda

permanece fortemente ligada aos solutos, denominada de água de adsorção, é

convertida em vapor e removida do produto, em um processo chamado de

dessorção. O fato de utilizar baixas temperaturas e, geralmente sob vácuo esse

método é recomendade para materiais termolábeis. (GARCIA, 2009;

PITOMBO,1989).

A principal etapa da liofilização é o congelamento, pois dele depende o

desempenho global, devido a forma dos poros, bem como tem a finalidade de

imobilização do produto a ser liofilizado, interrompendo reações químicas e

atividades biológicas (BARUFFALDI, 1998).

As condições do procedimento são: baixa temperatura, pressão reduzida e

ausência de fase líquida intermediária eliminam em grande parte os fatores de

alteração e desnaturação do material. Assim, considera-se que a técnica de

liofilização preserva, de um modo geral, os constituintes químicos termolábeis,

conferido ao material maior estabilidade em comparação à solução extrativa (SILVA,

2007).

2.5 Cromatografia Líquida de Alta Eficiência (CLAE)

A CLAE é uma técnica analítica que compreende uma grande variedade de

formas de separação, que podem ser escolhidos de acordo com a natureza química

dos compostos a serem analisados, é considerado um método rápido e preciso que

permite distinguir e dosar, com eficiência, pequenas quantidades de material

(ZUANAZZI e MONTANHA, 2003). É o método de escolha para análises de

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estabilidade de componentes vegetais e seus possíveis produtos de degradação.

Respeitando a composição química da droga vegetal, a CLAE permite separar um

largo espectro de UV de flavonoides, alcançando desde os compostos polares até

os apolares (HEIGL e FRANZ, 2003).

A quantificação conjunta dos flavonoides é complexa devido ao

comportamento dos heterosídeos das respectivas agliconas e pela dificuldade de

isolamento destas substâncias de outras classes de fenóis (ZUANAZZI e

MONTANHA, 2003). O teor de constituintes presentes nas plantas também varia

consideravelmente em função de fatores externos, como: temperatura, umidade,

luminosidade, nutrientes do solo, método de coleta, secagem e transporte, parte da

planta usada, bem como a época em que a planta é coletada, o que constitui um dos

fatores de maior importância, visto que a quantidade e, às vezes, até mesmo a

natureza dos constituintes ativos não é constante durante o ano. Dessa forma, cada

um desses fatores pode influenciar diretamente a qualidade da matéria prima

vegetal, e consequentemente, o produto final e a eficácia dos medicamentos

fitoterápicos (CALIXTO, 2003; GOBBO-NETO e LOPES, 2007).

Para o melhor desempenho, a cromatografia pode ser acoplada a diferentes

sistemas de detecção, a exemplo de um espectrômetro de massas, onde se

combina a alta seletividade e eficiência de separação dessa técnica com as

vantagens da espectrometria de massas (obtenção de informação estrutural, massa

molar e aumento adicional da seletividade) (VÉKEL, 2001).

Um espectrômetro de massas via de regra consiste de um instrumento

contendo uma fonte de íons, um separador ou filtro de massas, na realidade

massa/carga (m/z) e um detector.

2.6 Validação de Método para doseamento por Cromatografia Líquida de Alta

Eficiência (CLAE) para Determinação do Canferol e da Luteolina.

A validação de metodologia analítica está ligada ao desenvolvimento de

métodos e permite assegurar que o mesmo seja adequado para obter resultados

confiáveis (ARIGONY, 2005).

Podem ser de quatro tipos os métodos analíticos (ICH,1993) :

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Testes de identificação: Esses métodos visam assegurar a identidade

do analito. Geralmente é realizado através de ensaios comparativos

das propriedades da amostra e um padrão.

Testes para a quantificação de impurezas: caracteriza a pureza da

amostra.

Testes para o controle do limite de impurezas.

Testes para a quantificação da substância ativa presente em amostra

da substância pura ou de produtos acabados, ou de componentes que

fazem parte da formulação.

Nestes métodos analíticos desenvolvidos, o analista escolhe os parâmetros

específicos que serão avaliados para garantir que o mesmo esteja validado. (USP

28, 2005; ICH, 1996; BRASIL, 2003).

1. Exatidão: mede a proximidade entre o valor de referência (aquele

aceito como valor real ou convencional) e o valor encontrado.

Quando não for possível adquirir todos os componentes da formulação é

aceitável acrescentar uma quantidade conhecida da substância ativa ao produto ou

formulação ou comparar os resultados obtidos a outro método que a validade já

tenha sido comprovada;

Para a determinação da exatidão deve ser utilizado no mínimo nove

determinações de três concentrações que estejam dentro da faixa de linearidade do

método. A exatidão deve ser expressa em percentagem de recuperação da

quantidade composto ativo adicionado na amostra ou como a diferença entre o valor

médio e o valor real, junto com os intervalos de confiança.

Pode ser determinada através de análise de misturas elaboradas com

compostos do produto farmacêutico, as quais foram adicionadas quantidades

conhecidas da substância ativa de interesse;

2. Precisão: Responsável por determinar o grau de acerto entre uma

determinada série de medidas obtidas de múltiplas medições de uma

amostra homogênea. A precisão apresenta três níveis: repetibilidade,

precisão intermediária e reprodutibilidade e se expressa em termos de

variância, desvio padrão relativo ou coeficiente de variação de uma

série de medidas.

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3. A precisão intermediária mede as variações que podem ocorrer dentro

do laboratório em dias de analise, como Por exemplo, dias diferentes

de análise, diferentes analistas, diferentes equipamentos entre outros.

4. Especificidade: avaliar sem erros o analito de interesse, mesmo na

presença de outras substâncias (impurezas, produtos de degradação,

excipientes), mediante a comparação dos resultados obtidos com

amostras do analito e os obtidos com amostras sem o analito (SHARP,

2000; ICH, 1993). Em métodos cromatográficos a especificidade é

comprovada pela resolução dos componentes.

5. A reprodutibilidade é responsável por expressar a precisão entre

laboratórios diferentes e é testada através de estudos colaborativos.

6. Repetibilidade refere-se à precisão do método quando se utiliza as

mesmas condições operacionais, em um curto tempo. Este parâmetro

é avaliado utilizando no mínimo nove (9) determinações com

concentrações dentro da faixa de linearidade do método, ou com um

mínimo de seis (6) determinações com 100% da concentração

esperada da amostra.

7. Linearidade: Mede a capacidade de obter resultados que são

diretamente proporcionais à concentração ou quantidade do analito na

amostra, dentro de um intervalo determinado. É avaliada através de

análise da reta gerada por um grupo de sinais como função da

concentração. Utiliza-se um mínimo de concentrações, e apresentar-se

o coeficiente de correlação, o intercepto da ordenada, a inclinação da

linha de regressão e a soma residual dos quadrados, assim como o

gráfico obtido e o desvio padrão.

8. Limite de quantificação: É a quantidade mínima de amostra que pode

ser quantificada com a precisão e exatidão adequada. Este parâmetro

é determinado através de cálculos matemáticos, e é recomendável

validar, experimentalmente, estes dados mediante análise de uma

quantidade apropriada de amostras preparadas de modo tal que

contenham concentrações perto do limite de quantificação calculado.

9. Limite de detecção: é a menor quantidade da substância ativa na

amostra detectável, não possível de ser quantificada.

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10. Intervalo de linearidade: É o intervalo entre a maior e a menor

concentração do analito na amostra. Este intervalo é estabelecido

confirmando se o método apresenta linearidade, exatidão e precisão ao

ser aplicado à análise de amostras com concentrações entre 80-120%

da substância ativa presente na formulação.

11. Robustez: Capacidade de manter-se inalterado mesmo com pequenas

variações controladas de alguns parâmetros. É indicativo da confiança

que se pode esperar do método durante seu uso cotidiano.

A validação visa garantir a inserção da técnica desenvolvida na rotina do

laboratório assegurando, através do uso de ferramentas estatísticas e segundo

critérios e parâmetros pré-estabelecidos, linearidade, exatidão, reprodutibilidade,

limites de detecção e quantificação, especificidade e robustez frente às

metodologias analíticas propostas (ICH, 1996; SWARTZ e KRULL, 1997; PAVEI,

2004).

2.7 Estudos in vitro

A Morte celular está presente durante o desenvolvimento de todos os

organismos multicelulares, determinando o número de células, sua proliferação, seu

tipo celular específico (MURRAY & CRISPE, 2004). É um assunto que tem atraído

muita atenção pela grande quantidade de informação que tem sido adquirida

utilizando ferramentas de biologia celular e molecular. A morte celular pode ser

definida de duas formas: morte celular programada e não programada (LOCKSHIN e

ZAKERI 2004).

Apoptose ou morte celular programada é um tipo de "autodestruição celular"

que requer energia e síntese proteica para a sua execução. Está relacionada com a

homeostase na regulação fisiológica do tamanho dos tecidos, exercendo um papel

oposto ao da mitose. O termo é derivado do grego, que se referia à queda das folhas

das árvores no outono - um exemplo de morte programada fisiológica e apropriada

que também implica em renovação. Ocorre no desenvolvimento embrionário, na

organogênese, na renovação de células epiteliais e hematopoiéticas, na involução

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cíclica dos órgãos reprodutivos da mulher, na atrofia induzida pela remoção de

fatores de crescimento ou hormônios, na involução de alguns órgãos e, ainda, na

regressão de tumores (FRANKS e TEICH,1998). Portanto, consiste em um tipo de

morte desejável e necessária, que participa na formação dos órgãos e que persiste

em alguns sistemas adultos, como a pele e o sistema imunológico.

Muitas plantas exercem efeito anti-proliferativo, reduzindo a viabilidade e

inibindo o crescimento e a proliferação de linhagens celulares de câncer, através da

indução do processo de apoptose. Neste sentido, algumas plantas e seus derivados

já demonstraram exercer esse efeito sobre linhagens celulares. Por exemplo, a

Salvia officinalis L. apresenta atividade citotóxica sobre as células Hep-2 e HepG2

(GARCIA et al., 2012) o Linum persicum e a Euhorbia cheiradenia têm atividade

citotóxica e induzem apoptose em células K-562, Jurkat, A-549 e Fen

(AMIRGHOFRAN et al., 2006).

Extratos de Albizzia julibrissin, utilizada na medicina tradicional oriental para o

tratamento de insônia, diurese, astenia e confusão, induzem apoptose de forma mais

efetiva sobre células Jurkat do que sobre monucleares normais isolados de sangue

periférico (WON et al., 2006). Estudos mais recentes demonstraram que extratos

etanólicos da Lactuca indica L. exercem efeito apoptótico específico sobre células

HL-60, não afetando a sobrevivência de linfócitos normais isolados do sangue

periférico (CHEN et al., 2007). A fração acetato de etila do extrato da erva medicinal

chinesa Sarcandra glabra mostrou maior sensibilidade sobre a proliferação de

células HL-60, com detenção do ciclo celular e com a regulação das proteínas pró-

apoptóticas Bax e Bcl-2 (LI et al., 2007). De forma semelhante, o extrato dos rizomas

de Rhodiola rosea, amplamente utilizada na medicina popular da Rússia e da China,

inibiu a divisão celular destas células, onde se observou acúmulo de células na fase

de prófase do ciclo celular e posterior indução de apoptose e necrose (MAJEWSKA

et al., 2006). Este mesmo efeito foi observado para o extrato de Selaginellata

mariscina, com ativação da via das caspases (AHN et al., 2006). Outra planta

estudada, de onde é proveniente o chá verde, Camellia sinensis, através do extrato

metanólico de suas raízes expressaram efeito citotóxico e apoptogênico sobre

células K-562, não exibindo o mesmo efeito sobre leucócitos normais (GHOSH et al.,

2006).

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31

2.7.1 ENSAIO DO MTT ( 3-(4,5-dimetiltiazol-2-il)-2,5-difeniltetrazólio)

De acordo com o guideline da OECD (2010) (Organization for Economic

Cooperation and Development) para testar substâncias químicas usando os testes in

vitro, devem ser avaliadas, no mínimo, três concentrações diferentes da droga.

Estas deverão ser escolhidas dos dados obtidos de estudos preliminares sobre

citotoxicidade. Os testes de citotoxicidade in vitro são importantes para se verificar a

toxicidade de novos compostos, principalmente quando se está verificando sua

aplicabilidade como agente terapêutico (MELO et al., 2000). Entre os diferentes

testes que podem ser utilizados na avaliação da citotoxicidade de um composto,

destaca-se o ensaio MTT proposto por Mosmann em 1983, o qual tem sido

amplamente utilizado para determinar a viabilidade e proliferação de células após a

exposição a substâncias tóxicas, e também para a caracterização da toxicidade de

novos fármacos (MOSMANN, 1983; BERRIDGE e TAN, 1993; LIU et al., 1997;

BERRIDGE et al., 2005).

O ensaio com MTT é um ensaio colorimétrico que baseia-se na capacidade de

células metabolicamente ativas reduzirem no meio intracelular o sal solúvel de

tetrazólio dando origem a cristais de formazan, que é um produto de cor roxa,

insolúvel em água, (MOSMANN, 1983).

Figura 3- Redução do MTT por enzimas mitocondriais. Fonte: GOMES, 2008.

Apesar de inicialmente se ter atribuído a redução do MTT a desidrogenases

mitocondriais (MOSMANN, 1983), foi demonstrado que a redução do MTT em

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32

células intactas ocorre na maioria das vezes, fora da mitocondria, por

desidrogenases não mitocondriais, e provavelmente envolve os cofatores

nicotinamida adenina dinucleótido (NADH) e nicotinamida adenina dinucleótido

fosfato (NADPH) (BERRIDGE e TAN, 1993; LIU et al, 1997). Foi então proposto que

o MTT entra nas células por um processo de endocitose e que o produto da sua

redução, o formazan, se acumula em endossomas/lisossomas, sendo depois

secretado por exocitose. O método envolve a conversão, pelas células, do MTT de

coloração amarela em cristais de formazan de coloracão roxa. Após a adição de

dimetilsulfóxido (DMSO), os cristais são solubilizados, liberados e quantificados

colorimetricamente, através de espectrofotometria tipo ELISA (COLLIER e

PRITSOS, 2003; VELLONEN et al., 2004).

2.8 Linhagens celulares

2.8.1 CÉLULAS HepG2

As células HepG2 são uma linhagem derivada de hepatocarcinoma humano

de um paciente de sexo masculino, livre de agentes virais hepatotrópicos

conhecidos, que expressam uma acentuada variedade de funções metabólicas

específicas do fígado (JAVITT, 1990). Encontra-se disponível comercialmente e está

catalogada sob o número ATCC HB-8065. Estas células crescem em monocamadas,

sua morfologia é de natureza epitelial e diferem dos hepátocitos quanto à expressão

de proteínas e fatores tumorais, possuindo ciclo celular com tempo médio de 20

horas (NATARANJAN e DARROUDI, 1991).

As células HepG2 mantém muitas das propriedades observadas nas células

hepáticas saudáveis, como o crescimento contínuo, tempo de vida praticamente

ilimitado e um fenótipo estável, além disso, suas condições de cultivo são simples e

estabelecidas com maior facilidade (BOKHARI et al., 2007).

A linhagem celular HepG2 é caracterizada pela alta capacidade de

metabolização de xenobióticos, já que apresenta atividade de várias enzimas de

fase I e fase II, que desenvolvem papéis importantes nos processos de ativação e

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33

detoxificação de pró–carcinógenos genotóxicos (KNASMÜLLER et al., 2004). A

aplicação das células HepG2 para a avaliação da genotoxicidade e

antigenotoxicidade de extratos de plantas medicinais e componentes bioativos tem

sido demonstrada na literatura (PILLAY et al., 2013; YANG et al., 2011; ANGELI et

al., 2010).

2.8.2 CÉLULAS Mrc5

É uma linhagem diplóide fibroblástica de pulmão de feto humano. Foi

derivada de tecido normal de um pulmão de 14 semanas de idade de feto masculino

por JP Jacobs, em Setembro de 1966. Encontra-se disponível comercialmente e

está catalogada sob o número ATCC CCL 171.

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34

3 OBJETIVOS

3.1 Geral

Esse trabalho objetiva caracterizar e avaliar a citotoxicidade do extrato

hidroetanólico de Arrabidaea chica (Humb. e Bonpl.) B. Verlot. em culturas de

células humanas HepG2 e Mrc5.

3.2 Específicos

1. Obtenção dos extratos na forma bruta e liofilizada;

2. Desenvolvimento do Método Analítico em Cromatografia Líquida de Alta

Eficiência (CLAE) dos extratos hidroetanólicos (bruto e) de Arrabideae chica;

3. Validação do Método Analítico para a quantificação de dois marcadores

presentes nos extratos: Luteolina e Canferol;.

4. Avaliar o potencial citotóxico do extrato hidroetanólico de Arrabidaea chica

(Humb. e Bonpl.) B. Verlot. nas células, observando sinais de possível

toxicidade;

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35

4 MATERIAIS E EQUIPAMENTOS

4.1 Material Vegetal

-Nome científico: Arrabidaea chica (Humb&Bompl) B. Verlt

-Família botânica: Bignoniaceae

-Gênero: Arrabidaea

-Parte usada: folhas jovens e maduras

4.2 Solventes e Reagentes

Água ultrapurificada Milli-Q, padrões Kaempferol e Luteolin, (Sigma Chemical Co.

St. Louis,EUA).; Acetonitrila padrão HPLC (LabSynth); Cloreto de Sódio- Merck; DMEM

(Dulbecco’s Modified Eagle Medium); Álcool Etílico Absoluto P.A 99,8% ACS; Solução de

Etanol a 70%;Metanol P.A (Intex) padrão HPLC; Metanol P.A (Intex), HCl P.A; Ácido

Fórmico P.A; Azul de Tripan 0,4% (Gibco BRL, Life Technologies, Inc., Grand Island, NY);

Thazolyl Blue TetrazoliumBromide 98% (Sigma-Aldrich); Hepes – Dinâmica; Soro Bovino

Fetal (Gibco BRL, Life Technologies, Inc., Grand Island, NY); Tripsina (Tryple Express 1x -

Gibco BRL, Life Technologies, Inc., Grand Island, NY); DMSO (Dimetil Sulfóxido, Sigma, St.

Louis, U.S.A);

4.2.1 PADRÕES ANALÍTICOS

Luteolina (Sigma-Aldrich); Canferol (Sigma-Aldrich).

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36

4.3 Equipamentos

Moinho de facas e martelo de aço inoxidável DPM Júnior; estufa BIOMATIC;

mufla ENGRO modelo 3551; Balança analítica SARTORIUS TE214S; Alcoômetro

Gay Lussac INCOTERM; Estufa de CO2 ULTRASAFE; Capela com fluxo laminar

VECO, modelo Bioseg 09 Classe; Evaporador rotatório Buchi; Ultrassom (UNIQUE-

UltraSonicCleaner USC 1400; Banho- Maria .Sieger; Liofilizador LIOTOP L101;

Analisador de umidade por infravermelho GEHAKA IV 2000; Cromatógrafo Waters

Aliance e 2695, Microscópio invertido – Zeiss.

Materiais diversos: Balões de fundo chato capacidade para 125, 250 500 e

1000mL - Vidrolabor , Barra magnética, Cadinhos de porcelana, Câmara de

Neubauer, Eppendorf, Espátulas de aço inoxidável, Lâminas, Lamínulas, funil de

vidro, funil de metal; filtros; frascos para cultura celular (TPP - “Techno

PlasticProducts”, Trasadingen, Switzerland), Sistema de filtração com membrana de

0,22µm, Tubo Cônico - Tipo Falcon 15 e 50mL, Placas de fundo chato – TTP, com

96 poços e com 12 poços.

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37

5 MÉTODOS

5.1 Aquisição do material vegetal

O material vegetal foi adquirido junto à Associação dos Vendedores de Ervas

do Mercado Ver-o-Peso (Ver-a-Erva), procedente da região metropolitana de Belém,

distrito de Icoaraci, Estado do Pará, coletada no mês de março de 2010.

5.1.1 IDENTIFICAÇÃO BOTÂNICA DO MATERIAL VEGETAL

A identificação da espécie foi realizada pelo Doutor Mário Augusto Gonçalves

Jardim, botânico do Museu Paraense Emílio Goeldi, em exsicata sob o nº MG:

132453.

5.2 Processamentos do material vegetal

O material vegetal, após coleta foi submetido à lavagem com água corrente

para a retirada de sujidades e ligeiramente lavado em solução etanol a 70% de

modo a promover sua desinfecção . Após este procedimento, seguiu-se à secagem

prévia, por aproximadamente 72 horas, à temperatura ambiente sobre as bancadas

do laboratório de Processamento de Material Vegetal da Faculdade de Farmácia

(UFPA), previamente limpas, sanitizadas e revestidas com papel absorvente, para a

evaporação do álcool e da água presentes no material. Após esta secagem, o

material foi levado para a Central de Extração da Faculdade de Química (UFPA) e

colocado em estufa de ar circulante a uma temperatura em torno de 40°C a 45°C.

Este processo durou aproximadamente 4 dias, até peso constante, observado

através de uma alíquota do material, que teve o seu peso monitorado.

Posteriormente as folhas secas foram levadas ao moinho de facas e trituradas a pó.

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38

5.3 Obtenções da solução extrativa (tintura) de A. chica

A tintura foi obtida pelo método da percolação (FARMACOPEIA BRASILEIRA

I, 1926), no qual 200g do pó das folhas foi colocado em contato com solução etanol:

água (70: 30, v/v), na razão 1:10, totalizando 2000mL de tintura. Estando a mistura

ao abrigo da luz e em temperatura ambiente. O solvente empregado foi uma mistura

hidroetanólica 70% (v/v).

5.4 Obtenção do extrato bruto de A. chica

A tintura foi concentrada em evaporador rotativo para a evaporação do

solvente utilizado na extração, utilizando-se uma temperatura de 40°C e pressão de

-600 a -700 mmHg, até a total evaporação do álcool. O objetivo desta etapa é

aumentar o teor de sólidos e melhorar o rendimento nos processos de liofilização e

secagem por spray dryer. O resíduo do balão foi denominado de extrato bruto (EB).

5.5 Obtenção do extrato liofilizado de A. chica

Para a etapa de liofilização do extrato bruto de A. chica, foi utilizado um

liofilizador Liotop L101, onde o material, previamente congelado, foi desidratado por

sublimação seguida pela dessorção, utilizando-se baixas temperaturas de secagem

a pressões reduzidas. O produto da liofilização foi denominado extrato liofilizado

(EL).

5.6 Análises Qualitativas e Quantitativas do Canferol e da Luteolina no extrato hifroetanólico de A. chica por Cromatografia Líquida de Alta Eficiência (CLAE)

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39

5.6.1 CONDIÇÕES CROMATOGRÁFICAS

Procedeu-se análise cromatográfica utilizando os parâmetros descritos na Tabela 2 a seguir.

Tabela 2: Parâmetros para a análise cromatográfica de Arrabidaea chica

Características Descrição

Cromatógrafo Waters Aliance e 2695

Detector Waters 2998 Coluna RP 18 25 cm Pré-coluna phenomenex Temperatura da coluna 40°C Sistema de eluição Gradiente Fase móvel A- Água: TFA 0,1%

B- ACN: TFA 0,01% Volume de injeção 10µl Comprimento de onda 280 e 340 nm Tempo de corrida 25 min Tempo de limpeza da coluna

8 min

Tempo total 33 min

5.6.2 AMOSTRAS E PREPARAÇÕES DAS SOLUÇÕES PADRÕES

Para esta análise, efetuou-se a pesagem de 1 mg dos extratos: bruto e

liofilizado , bem como dos padrões luteolina e canferol, que posteriormente foram

solubilizados em metanol grau HPLC. As soluções foram sonicadas por 30 minutos e

deixadas em repouso por mais 30 minutos, após esse tempo o volume final

completado para 10 mL. As soluções foram filtradas em filtro Millipore 0,45 μm.

Alíquotas de 10 μL dos extratos e dos padrões foram manualmente injetadas

em equipamento de cromatografia de alta eficiência, com detector de arranjo de

diodos (DAD), em análises distintas, no sistema cromatográfico a fim de definir os

perfis da composição de cada amostra.

A acetonitrila (grau analítico para CLAE / VETEC), água ultrapura (Milli-Q)

foram filtradas previamente através de membrana filtrante (GS em Ester de Celulose

0,22 μm de poro, 90 MM de diâmetro, branca lisa) e desaeradas por 10 min em

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40

banho de ultrassom. O sistema utilizado foi gradiente e encontra-se descrito na

Tabela 3

Tabela 3- Sistema gradiente do Método Cromatográfico dos extratos de Arrabidaea chica

Tempo (min) Fase A (%) Fase B (%)

0 85 15 25 57,9 42,1 26 0 100 28 0 100 29 85 15 33 85 15

5.6.3 VALIDAÇÃO

Os parâmetros utilizados para a validação do método por CLAE foram

fundamentados nas normas estabelecidas pela Conferência Internacional de

Harmonização (ICH, 1996), USP (2005) e pela Agência Nacional de Vigilância

Sanitária (ANVISA) Resolução de n. 899 (BRASIL, 2003) e estão listados a seguir:

Linearidade;

Curvas de calibração e equações da reta;

Limites de quantificação e detecção;

Repetibilidade;

Exatidão;

Robustez.

5.6.4 OBTENÇÃO DOS ESPECTROS DE MASSAS

As soluções das amostras foram injetadas, seguindo a metodologia de

Francescato (2013), por uma bomba de injeção automática, equipamento Agilent

G6460A com triplo quadrupolo com ionização por electrospray . O software utilizado

foi o MassHunter workstation versão B.03.01, Agilent, coluna Phenomenex Luna

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41

18(2) (250 x 4,6 mm2). O cromatógrafo com arranjo de diodos foi o Waters Alliance

2690.

5.6.5 CÉLULAS

As linhagens celulares humanas HepG2 e Mrc5, foram gentilmemente

cedidas pelo Prof. Dr. Rommel Burbano, do Instituto de Ciências Biológicas, da

Universidade Federal do Pará. A linhagem celular tumoral HepG2 é proveniente do

fígado de um adolescente de 15 anos do sexo masculino com carcinoma

hepatocelular diferenciado, constituída por células epiteliais aderentes. A linhagem

celular Mrc5 é uma linhagem diplóide fibroblástica de pulmão de feto humano. Foi

derivada de tecido normal de um pulmão de 14 semanas de idade de feto masculino

por JP Jacobs, em Setembro de 1966.

5.6.5.1 Cultivo celular

As células hepatocarcinogênicas humanas, linhagem HepG2 (ATCC HB-

8065) e Mrc-5 (ATCC CCL 171) foram cultivadas em meio DMEM (Dulbecco’s

Modified Eagle Medium) e suplementadas com 10% soro fetal bovino inativado e 1%

de antibiótico (Penicilina/Estreptomicina). As células foram mantidas em garrafas

para cultura de tecido em estufa a 37°C e atmosfera umidificada com 5% de CO2

para a adesão, crescimento e replicação até obtenção da quantidade de células

necessárias para o desenvolvimento dos experimentos. Os repiques celulares foram

feitos conforme observação da confluência celular, que deve ocorrer dentro de 48-72

horas. Todos os reagentes foram previamente aquecidos em banho Maria a 37ºC.

Após retirar o meio de cultura da garrafa, a mesma foi lavada com aproximadamente

3 mL de Hank’s e adiciona-se a mesma quantidade de solução de tripsina.

Passados aproximadamente 2 minutos, acrescentou-se meio de cultura (3mL) à

solução dispersante para inibir a ação da tripsina. As células da superfície da garrafa

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42

foram retiradas da garrafa com auxilio de uma pipeta acoplada a um pipetador

automático.

A suspensão foi transferida para um tubo Falcon e levada à centrifugação de

1000 rpm por 3 minutos. Retirou-se o sobrenadante, deixando aproximadamente

1mL. Após a homogeneização transferiu-se 200µL para uma nova garrafa de cultura,

sendo adicionado 20mL meio de cultura .

5.6.5.2 Contagem das células e número de células semeadas em placa, utilizando o azul de tripan 0,4%

O teste do azul de tripan permite quantificar separadamente as células viáveis

e as não viáveis. Este teste baseia-se na capacidade que o corante tem de penetrar

em todas as células. Entretanto, apenas as células viáveis conseguem bombear o

corante para fora, sendo possível, observar uma marcação azulada para as células

não viáveis, que perderam essa capacidade (PERES & CURI, 2005).

A contagem das células foi realizada com o objetivo de calcular o número de

células viáveis ideal a serem semeadas em cada placa.

Após a tripsinização, as células foram contadas pelo método de Azul de

Tripan 0,4% e preparadas suspensões contendo 1x103, 1x104, 1x105, 1x106 células,

para determinar qual o número ideal de células nos experimentos futuros.

As suspensões foram semeadas em quadriplicata em placas de poliestireno

de 96 poços, estéreis, descartáveis (TPP - “Techno PlasticProducts”, Trasadingen,

Switzerland), e as mesmas foram avaliadas diariamente em um período de 4 dias

(NIH, 2008).

A diluição da amostra de células com o Azul de Tripan 0,4% foi preparada na

proporção de 1:5, (10 microlitros do concentrado de células e 40 microlitros de Azul

de Tripan), colocada na câmara de Neubauer (hemocitômetro), preenchendo-a

completamente e deixando-a em repouso por 5 minutos em câmara úmida; e

contadas nos quatro quadrantes laterais o número de células nucleadas.

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43

5.6.5.3 Plaqueamento das células

Vinte e quatro horas antes do tratamento com os extratos, as células foram

semeadas em placas de 96 poços (5×104células/mL) com meio completo e

incubadas para crescimento por no mínimo 24 horas, atingindo 60-70% de

confluência.

5.6.5.4 Tratamentos

Para o tratamento com o extrato hidroetanólico de A. chica, os extratos na

forma bruto e liofilizado foram solubilizados em meio de cultura DEMEN e, ao

atingirem a semi- confluência as células HepG2 e Mrc5 foram tratadas com as

concentrações de 250, 500, 1000 e 2000 µg/mL por de 24 e 48 horas.

5.6.6 TESTE DO MTT

A viabilidade celular foi medida utilizando-se o teste do MTT descrito por

Mosmann (1983), com modificações. Utilizando placa de 96 poços foram distribuídas

as células Mrc5 e HepG2 (1x104 células/mL meio DMEM suplementado com 10%

de SFB). As As placas foram incubadas a 37 °C em atmosfera úmida com 5% de

CO2.

Depois de 24h de incubação foi realizado o tratamento com quatro

concentrações crescentes (250μg/mL; 500μg/mL; 1000μg/mL e 2000μg/mL) do

extrato hidroetanólico de A. Chica nas formas : bruto e liofilizado, utilizando-se como

controle negativo apenas o meio DMEN. (Figura 4). As placas foram incubadas a 37

°C, em atmosfera úmida com 5% de CO2.

Após 24 horas de tratamento, o meio de cultura das células foi retirado e as

células fora incubadas com 100 µL da solução de MTT 0,5 mg/mL em estufa a 37°C

e 5% de CO2 por 3h. Após o período de incubação removeu-se a solução de MTT e

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44

os cristais de formazan, dissolvidos com 200µL de DMSO e a absorvância

determinada a um comprimento de onda de 595 nm, num leitor automático de placas

de cultura Epoch. Esta mesma metodologia foi aplicada com um tratamento de 48h.

Legenda: Apenas células / Apenas DMSO (branco)

Extrato Bruto

Extrato Liofilizado

Figura 4- Esquema da placa desenvolvida para o ensaio do MTT.

A viabilidade celular expressa em percentagem foi calculada da seguinte

forma:

% viabilidade celular = absorvância do tratamento x 100 absorvância do controle

EB

EL

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45

Para o controle foram usadas células não submetidas ao tratamento. Os

ensaios foram realizados em triplicata.

5.6.7 ANÁLISE ESTATÍSTICA

Os dados obtidos na avaliação da citotoxicidade pelo método do MTT foram

submetidos à Análise de Variância (ANOVA) a 95% de confiabilidade, e depois de

verificado os pressupostos de normalidade dos resíduos, foi realizada a comparação

das médias por meio do teste de Tukey, considerando p-valor < 0,05 de

probabilidade (MONTEGOMERY, 1991; CONAGIN, 2008). Os resíduos dos dados

observados submetidos a Análise de Variância que não atenderam aos

pressupostos foram submetidos a transformação de Box-Cox. As médias dos

tratamentos também foram submetidas à Análise de Regressão Linear, o qual

considerou-se um R> 0,70 pra observar os pontos de inflexão das curvas (DRAPER,

1981). As análises dos dados foram realizadas por meio de software R, versão 3.0.3

(R Core Team, 2012).

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46

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

6.1 Análise quantitativa do canferol e da luteolina no extrato hidroetanólico da A. chica por Cromatografia Líquida de Alta Eficiência

Sabidamente a Cromatografia Líquida de alta eficiência vem destacando-se,

há décadas, como uma das metodologias analíticas mais amplamente empregadas

na análise quantitativa, devido a possibilidade de separar os constintuintes e

simultaneamente quantificá-los, com rapidez, simplicidade e confiabilidade.

As figuras 5 e 6 indicam o perfil cromatográfico qualitativo dos padrões de

flavonóides utilizados: canferol e luteolina. Os tempos de retenção para canferol, e

luteolina foram 16,5 e 21,5 respectivamente.

0.0 5.0 10.0 15.0 20.0 25.0 30.0 min

0

50

100

150

200

mV

Detector A Ch2:340nm Detector A Ch1:280nm

Figura 5- Cromatograma do canferol

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47

0.0 5.0 10.0 15.0 20.0 25.0 30.0 min

0

25

50

75

100

125

mV

Detector A Ch2:340nm Detector A Ch1:280nm

Figura 6- Cromatograma da luteolina

A mesma condição cromatográfica usada para o padrão de flavonóides foi

utilizada para analisar os extratos da A. chica. O extrato hidroetanólico (bruto e

liofilizado) apresentou um pico no mesmo tempo de retenção (16,5 min) visualizado

para o canferol e outro pico no tempo de retenção (21,5) visualizado para a luteolina

(Figuras 7 e 8). Barbosa et al. (2008) isolaram três flavonoides: 4’-hidroxi-3,7-

dimetoxiflavona, vicenina-2 e canferol.

0.0 5.0 10.0 15.0 20.0 25.0 30.0 min

0.0

2.5

5.0

7.5

mV

Detector A Ch2:340nm Detector A Ch1:280nm

Figura 7- Perfil cromatográfico do extrato hidroetanólico bruto de A. chica. Condições de eluição: Coluna RP-18 25 cm, fase móvel: A- água: TFA 0,1%; B- ACF:TFA 0,01%; temperatura= 40º C, comprimento de 280 e 340nm.

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48

0.0 5.0 10.0 15.0 20.0 25.0 30.0 35.0 min

0

1

2

3

4

5

6

7mV

Detector A Ch2:340nm Detector A Ch1:280nm

Figura 8- Perfil cromatográfico do extrato hidroetanólico liofilizado de A. chica. Condições de eluição: Coluna RP-18 25 cm, fase móvel: A- água: TFA 0,1%; B- ACF:TFA 0,01%; temperatura= 40º C, comprimento de 280 e 340nm.

Takemura et al.(1995), isolaram o flavonoide luteolina a partir do extrato

metanólico das folhas de Arrabidaea chica. Ribeiro (2012) sugeriu a presença de

luteolina no extrato metanólico de Arrabidaea chica.

Amaral et al. (2006) mencionam o isolamento de flavonoides em A. chica, a

partir do extrato de diclorometano, onde foi identificada a presença de luteolina..

Estudo feito por Zorn et al. (2001) cita o isolamento de 6,7,3’-trihidroxi-5,4’-dimetoxi-

flavilium; 6,7,3’,4’-tetrahidroxi-5-metoxi-flavilium;6,7-dihidroxi-5,4’-dimetoxi-flavilium

carajurina); 6,7,4’-trihidroxi-5-metoxi-flavilium (carajurona) e da flavona acacetina.

Também foram encontradas nas folhas da espécie, duas 3-deoxiantocianidinas:

6,7,3’,4’-tetrahidroxi-5-metoxiflavilium e 6,7,4’-trihidroxi-5-metoxiflavilium e o

pigmento carajurina (DEVIA et al. 2002).

A figura 9 indica o cromatograma dos extratos hidroetanólico bruto e do

extrato hidroetanólico liofilizado para comparação à λ=280nm e λ=340nm.

Analisando a figura 9, observa-se que o extrato bruto apresenta picos nos mesmos

tempos de retenção, mas com intensidades diferentes, comparativamente ao extrato

liofilizado. Assim observa-se que o extrato bruto tem picos mais elevados e

interessante é que isso não se reflete na sua atividade. Como será visto adiante, o

extrato bruto apresenta atividade citotóxica, entretanto o extrato liofilizado tem

atividade mais significativa em relação à atividade citotóxica.

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49

Figura 9- Cromatograma comparativo dos extratos bruto e liofilizado (vermelho – extrato bruto; verde – extrato liofilizado). Condições de eluição: Coluna RP-18 25 cm, fase móvel: A- água: TFA 0,1%; B- ACF:TFA 0,01%; temperatura= 40º C, comprimento de 280 e 340nm.

A observação do cromatograma comparativo dos padrões e dos extratos

(bruto e liofilizado) de A. chica demonstra que todas as amostras analisadas

apresentam os padrões luteolina e canferol, o que é um indício de que o processo

de secagem não causou a perda destes compostos (Figura 10). Isso demonstra

também a eficiência do processo e as condições selecionadas.

Figura 10- Perfil cromatográfico qualitativo para comparação dos padrões(canferol e luteolina ) com os extratos (bruto e liofilizado) : verde –extrato liofilizado, azul – extrato bruto, rosa padrão canferol e vermelho padrão luteolina. Condições de eluição: Coluna RP-18 25 cm, fase móvel: A- água: TFA 0,1%; B- ACF:TFA 0,01%; temperatura= 40º C, comprimento de 280 e 340nm.

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50

Estes resultados se assemelham a estudos de Silva (2007), diante da

avaliação de diferentes técnicas de secagem do extrato de llex paraguaiensis, foi

observado que não houve diferença significativa nos teores de polifenóis,

demonstrando que a técnica de secagem não exerce influência sobre esses

parâmetros.

6.2 Validação do método de quantificação por CLAE

6.2.1 LINEARIDADE

A linearidade foi testada na concentração de 1 a 50 µg/mL de luteolina e

canferol. Para isso, foi preparada uma solução-mãe (SM) com 5 mg de cada padrão

e colocado em um balão de 100 mL e o volume foi completado com metanol. A partir

dessa solução mãe foi preparado 6 soluções com diluições seriadas como

exemplificado na tabela 4.

Tabela 4- concentrações de canferol e da luteolina injetadas no cromatógrafo

Concentração Volume da SM Volume de metanol

1 µg/mL 0,1 4,9

5 µg/mL 0,5 4,5

10 µg/mL 1 4

20 µg/mL 2 3

30 µg/mL 3 2

40 µg/mL 4 1

50 µg/mL 5 0

Cada solução foi injetada no cromatógrafo em triplicata e em 3 dias

diferentes. Foi plotado um gráfico de dispersão relacionando a média das áreas dos

picos formados no cromatogramas e suas respectivas concentrações. Foi calculado

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51

o coeficiente de correlação utilizando o método dos mínimos quadrados, onde,

segundo a resolução 899 (BRASIL, 2003), não pode ser menor que 0,99.

6.2.2 CURVAS DE CALIBRAÇÃO E EQUAÇÕES DA RETA DA LUTEOLINA E CANFEROL

Após a realização das 9 curvas de calibração sendo que cada triplicata realizada

em dias diferentes e consecutivos, a partir de diluições obtivemos as curvas (Figuras

11 e 12) com as seguintes concentrações: 5, 10, 20, 30, 40 e 50 µg/mL.

a) Canferol

Figura 11- Curva Padrão Canferol.

b) Luteolina

Figura 12- Curva padrão Luteolina.

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52

É importante ressaltar que a Resolução- RE n° 899/03 da Agência Nacional

de Vigilância Sanitária (ANVISA) preconiza o valor de R igual a 0,99, e com isso

nossas curvas apresentaram valor satisfatório como preconiza a legislação.

6.2.3 LIMITES DE QUANTIFICAÇÃO E DETECÇÃO

O limite de quantificação é estabelecido por meio da análise de soluções

contendo concentrações decrescentes do fármaco até o menor nível determinável

com precisão e exatidão aceitáveis. Pode ser expresso pela equação:

O Limite de detecção é a menor quantidade do analito presente em uma

amostra que pode ser detectado, porém não necessariamente quantificado, sob as

condições experimentais estabelecidas. Pode ser expresso pela equação:

Desta forma, temos os valores obtidos conforme demonstrado na tabela 4.

Tabela 5- Valores dos Limites de Quantificação e Detecção dos padrões Canferol e Luteolina a partir do método validado em microgramas por mL.

Substâncias Limite de Quantificação Limite de Detecção

Canferol 6,58 2,17 Luteolina 2,71 0,89

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53

6.2.4 REPETIBILIDADE

A repetibilidade do método é verificada por, no mínimo, 9 (nove)

determinações, contemplando o intervalo linear do método, ou seja, 3 (três)

concentrações, baixa, média e alta, com 3 (três) réplicas cada ou mínimo de 6

determinações a 100% da concentração do teste. O valor máximo aceitável deve ser

definido de acordo com a metodologia empregada, a concentração do analito na

amostra, o tipo de matriz e a finalidade do método.

Calculamos o coeficiente de variação usando a equação (X) e esse

coeficiente não pode ser maior que 5%.

De acordo com a tabela 6 temos:

Tabela 6- Coeficientes de Variação a partir da repetibilidade do padrão de Canferol.

Concentração de Canferol

Média DP CV

5 118872 5,038769 5,113384 0,191296 3,741083

5 129455 5,428782 5 120585 5,101898 5 120585 5,101898 5 129455 5,428782 5 118872 5,038769 5 114532 4,878828 5 116939 4,967533 5 118775 5,035194 20 518567 19,76864 19,75876 0,136357 0,690108

20 521505 19,87691 20 512616 19,54933 20 512616 19,54933 20 521505 19,87691 20 518567 19,76864 20 517479 19,72854 20 518699 19,7735 20 523136 19,93702

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54

50 1350880 50,44168 50,01524 0,341769 0,683331

50 1336897 49,92637 50 1352968 50,51863 50 1334654 49,84371 50 1333765 49,81095 50 1322127 49,38205 50 1338664 49,99149 50 1341610 50,10006 50 1342213 50,12228

Conforme demonstrado na tabela 6, obtivemos valores abaixo de 5%,

demonstrando que o método é preciso para o padrão de canferol.

De acordo com a tabela 7 temos:

Tabela 7- Coeficientes de Variação a partir da repetibilidade do padrão de Luteolina.

Concentração de Luteolina

média DP CV

5 233676 5,042348 5,190941 0,162291 3,126429

5 248105 5,336968 5 249446 5,364349 5 249446 5,364349 5 248105 5,336968 5 233676 5,042348 5 229429 4,95563 5 240158 5,174701 5 236539 5,100807 20 956186 19,79498 19,7155 0,130342 0,661114

20 956075 19,79271 20 941601 19,49717 20 941601 19,49717 20 956075 19,79271 20 956186 19,79498 20 952765 19,72513 20 951708 19,70354 20 958447 19,84114 50 2463941 50,58119 50,07102 0,410157 0,81915

50 2439126 50,07451 50 2478537 50,87922 50 2416392 49,61031 50 2423289 49,75114 50 2433129 49,95206

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55

Conforme demonstrado na tabela 7, obtivemos valores abaixo de 5%,

demonstrando que o método é preciso para o padrão de luteolina.

6.2.5 EXATIDÃO

A exatidão avalia se o valor encontrado pela análise está próximo do valor

real da amostra. Para avaliar esse teste foi analisado 3 concentrações (5, 20 e 40

µg/mL) em 3 dias diferentes. Foi calculado a recuperação e esse valor não pode ser

menor que 5%.

Temos ainda, de acordo com a tabela 8:

Tabela 8- Recuperação do Padrão Canferol.

Recuperação do Canferol Média DP

5 119090 121420 122700

97,34824 100,9612 101,1892

99,83289 2,154782

10 808798 759866 843594

97,03309 96,15538 102,257

98,48184 3,298743

20 1261122 1329884 1290388

93,11077 98,81273 96,35025

96,09125 2,859793

Desta forma, temos de acordo com a tabela 9

Tabela 9- Recuperação do padrão Luteolina.

Recuperação da Luteolina Média DP

5 231890 234012 235988

101,4605 104,6205 103,9641

103,3484 1,667549

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56

10 1486702 1501528 1472120

98,23109 103,2199 96,46863

99,30655 3,501783

20 2397406 2476034 2346804

97,5777 101,0554 96,17643

98,26984 2,512044

Podemos notar nas tabelas 8 e 9, os valores estão aceitáveis de acordo com a legislação.

6.2.6 ROBUSTEZ

A robustez de um método analítico é a medida de sua capacidade em resistir

a pequenas e deliberadas variações dos parâmetros analíticos. Indica sua confiança

durante o uso normal.

Durante o desenvolvimento da metodologia, deve-se considerar a avaliação

da robustez. Constatando-se a susceptibilidade do método à variações nas

condições analíticas, estas deverão ser controladas e precauções devem ser

incluídas no procedimento.

Dentre as possibilidades de variações que a legislação preconiza,

estabelecemos as seguintes alterações: no fluxo e na temperatura da coluna para

mais e para menos.

A Tabela 10 mostra a avaliação da robustez, variando o parâmetro fluxo (1,05

mL/min) e temperatura (41ºC)

Tabela 10- Alterações utilizadas para avaliar a Robustez do Método.

CV% Canferol CV% Luteolina Fluxo

(1,05 mL/min) 3,85 3,91

Temperatura (41ºC)

4,17 4,23

A partir dos dados obtidos não verificamos alterações significativas no

método, demonstrando que o método apresenta-se robusto.

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57

Depois de validado o método, foi possível quantificar o canferol e a luteolina

no extrato (bruto e liofilizado).

Tabela 11- Quantificação do canferol e da luteolina nos extratos.

Canferol Luteolina

Extrato Bruto 68,65 μg/mL 31,64 μg/mL

Extrato Liofilizado 0,49% (m/m) 0,18% (m/m) % (m/m)

6.3 Identificação dos flavonoides por LC/MS

A análise por cromatografia líquida acoplada a espectrometria de massas do

extrato hidroetanólico de Arrabidaea chica Verlot, foi realizado estudo no Núcleo de

Análises e Pesquisas orgânicas-NAPO, Departamento de Quimica da

Universidade Federal do Rio Grande do Sul e permitiu identificar no extrato

hidroetanólico, os flavonoides: luteolina, canferol, entre outros.

Os tempos de retenção e os valores dos íons moleculares coincidem com os

existentes na literatura (Kite et al., 2007).

Na análise com detector de arranjo de Diodos, os extratos observam-se os

picos com tempos de retenções 1,12; 1,40; 1,82; 2,13; 2,63 que apresentam

espectros em ultravioleta sugestivo de Carajurina, Antocianosídeo, 6-OH luteolina,

Luteolina e Canferol, respectivamente. Dados cromatográficos sugerem que a

substância majoritária deste extrato seja a carajurina, que tem o tempo de retenção

em 1,12 minutos (Figura 13). Esse resultado corrobora com estudos de Cabral

(2010), onde a análise de plantas provenientes de diferentes origens geográficas

demonstrou que dependendo da região onde foi realizada a coleta houve diferença

na intensidade da coloração vermelha, característica do pó obtido das folhas

Arrabidaea chica, as amostras do grupo de coloração vermelho intenso,

apresentaram maior intensidade do íon m/z 299 (carajurina). Em outros de

tonalidade menos intensa o íon m/z de maior intensidade foi 285 (carajurona).

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58

Gobbo-Neto e Lopes (2007) descreveram os diversos fatores que influenciam no

acúmulo de metabólitos secundários em plantas, dentre eles a temperatura.

6.4 Caracterização do perfil dos flavonoides em extratos de A. chica

Para caracterizar o perfil de flavonoides das folhas A. chica, procedeu-se a

análise do extrato bruto por ESI (+) –MS.

Nos espectros obtidos do extrato bruto, foram detectados os íons de m/z

287,0544 e 287,0547 referentes aos picos sugestivos de canferol (Figura 13-A) e

luteolina (Figura 13-B) respectivamente.

m/z50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800 850 900 950 1000

%

0

100

20140430_ACHICA_C_03 105 (1.948) AM (Cen,4, 80.00, Ht,5000.0,0.00,0.70); Sm (SG, 2x3.00); Sb (1,40.00 ) 1: TOF MS ES+ 300287.0544

121.9686

102.1282

73.0668

60.0444

144.9821

146.9845 213.9311

288.0579

289.0680445.1853

393.8334 463.1068 586.7784 814.2121670.0634 721.2287 951.7115

Figura 13A- Espectros de ESI (+)-MS sugestivo de canferol no extrato hidroetanólico

m/z50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800 850 900 950 1000

%

0

100

20140430_ACHICA_C_03 122 (2.263) AM (Cen,4, 80.00, Ht,5000.0,0.00,0.70); Sm (SG, 2x3.00); Sb (1,40.00 ) 1: TOF MS ES+ 211287.0547

121.9670

102.1263

73.0654

60.0520

144.9834

146.9786235.1658

288.0584

301.0959

388.8776 411.9179 464.8594 593.0736 713.7064661.1182 814.2044

Figura 13B- Espectros de ESI (+)-MS sugestivo de luteolina no extrato hidroetanólico

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59

A figura 14 refere-se aos cromatogramas obtidos da injeção do padrão

Canferol da Sigma Chemical, onde o tempo de retenção observado foi de 2,66 / 2,76

minutos, UV mínima de 265,3138 e máxima de 366,8138.

CANFEROL

29-Apr-2014 16:55:19

Time0.00 0.20 0.40 0.60 0.80 1.00 1.20 1.40 1.60 1.80 2.00 2.20 2.40 2.60 2.80 3.00 3.20 3.40 3.60 3.80

%

0

100

0.00 0.20 0.40 0.60 0.80 1.00 1.20 1.40 1.60 1.80 2.00 2.20 2.40 2.60 2.80 3.00 3.20 3.40 3.60 3.80

AU

0.0

2.0

4.0

6.0

8.0

1.0e+1

1.2e+1

20140429_CANF_01 3: Diode Array Range: 2.294e+10.34

2.66

0.39

20140429_CANF_01 1: TOF MS ES+ 287

9.22e3

2.76

Figura 14- Cromatograma e massas do padrão Canferol (Sigma-Aldrich)

O espectro de massas referente ao pico do padão de canferol é de 287,0522,

conforme podemos observar na figura 15.

m/z50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800 850 900 950 1000

%

0

100

20140429_CANF_01 151 (2.800) AM (Cen,4, 80.00, Ht,5000.0,0.00,0.70); Sm (SG, 2x3.00); Sb (1,40.00 ) 1: TOF MS ES+ 857287.0522

102.127973.0659 213.0374121.9671286.9247

288.0567

289.0603379.0310

361.0212407.0276

629.0475464.8959542.8065 897.1060652.2844

726.9446 924.9152

Figura 15- Espectros de ESI (+)-MS do padrão canferol da (Sigma-Aldrich)

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60

A figura 16 refere-se aos cromatogramas obtidos da injeção do padrão

luteolina da Sigma Chemical, onde o tempo de retenção observado foi de 2,12 / 2,

23 minutos, UV mínima de 252,8139 e máxima de 348,8135.

LUTEOLINA

30-Apr-2014 10:27:22

Time0.00 0.20 0.40 0.60 0.80 1.00 1.20 1.40 1.60 1.80 2.00 2.20 2.40 2.60 2.80 3.00 3.20 3.40 3.60 3.80

%

0

100

0.00 0.20 0.40 0.60 0.80 1.00 1.20 1.40 1.60 1.80 2.00 2.20 2.40 2.60 2.80 3.00 3.20 3.40 3.60 3.80

AU

0.0

2.0

4.0

6.0

8.0

1.0e+1

1.2e+1

20140429_LUT_01 3: Diode Array Range: 2.239e+10.34

2.12

0.39

20140429_LUT_01 1: TOF MS ES+ 287

1.24e4

2.23

Figura 16- Cromatograma e massas do padrão Luteolina (Sigma-Aldrich)

O espectro de massas referente ao pico do padrão de luteolina 287,0500,

conforme podemos observar na figura 17.

O espectrômetro de massas mostra o pico do íon molecular com eletrospray

positivo, aumentando a massa do composto em um próton, dessa forma as massas

de canferol e luteolina são 287,0522 e 287,0544 respectivamente, como podemos

observar nas figuras 15 e 17.

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m/z50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800 850 900 950 1000

%

0

100

20140429_LUT_01 121 (2.244) AM (Cen,4, 80.00, Ht,5000.0,0.00,0.70); Sm (SG, 2x3.00); Sb (1,40.00 ) 1: TOF MS ES+ 1.47e3287.0500

259.1347213.0351111.037294.0447

288.0583

292.2061

293.2097

379.0305353.0759

455.2863 629.0670557.2233 897.1321798.3730671.0680

712.2082940.0545

982.0400

Figura 17- Espectros de ESI (+)-MS do padrão luteolina (Sigma-Aldrich)

Dependendo da substituição e do nível de oxidação no anel C3, os

flavonoides podem ser divididos em subclasses, assim com a substituição em 3’ a

luteolina encontra-se na classe das flavonas e o canferol com a substituição em 4’,

na classe dos flavonóis.

As moléculas canferol e luteolina apresentam massas moleculares

semelhantes (286 µmol), sendo, portanto isômeros. Para confirmar a identidade das

moléculas seria necessário realizar a análise por LC-MS/MS, onde através da

quebra molecular os picos referentes aos seus fragmentos seriam evidenciados

(Cabral, 2010). Uma ilustração a figura 18.

Figura 18- Ilustração das possíveis quebras nas moléculas de canferol e luteolina

m/z 109

m/z 177

m/z 93

m/z 193

LUTEOLINA CANFEROL

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Estudos de Cabral (2010), obtidos pela avaliação de espectrometria de

massas, evidenciaram no extrato bruto metanólico a presença de íons de m/z 285,

299, 301 e 315, referentes a carajurona, carajurina, 6,7,3’,4’- tetrahidoxi-5-metoxi-

flavilium e 6,7,3’-trihidroxi-5-dimetoxiflavilium, respectivamente.

6.5 Efeito do extrato hidroetanólico de A. chica sobre as células HEpG2 O extrato hidroetanólico de A. chica produzido a partir das folhas, obtido

através de diferentes métodos de secagem: bruto e liofilizado foi submetido à

avaliação da citotoxicidade (ensaio MTT) utilizando células HepG2.

Diante da exposição das células do carcinoma hepatocelular da linhagem

HepG2 a diferentes concentrações do extrato hidroetanólico bruto de A.chica (250,

500, 1000 e 2000 µg/mL), durante dois tempos (24 e 48 horas), observou-se que no

período de 24 horas, não houve inibição significativa (p< 0,05) da proliferação

celular.

Observou-se maior redução da viabilidade em 48 horas, onde todas as doses

diferiram estatísticamente do controle (0µg/mL). Nas maiores doses, 1000 e

2000µg/mL, a citotoxicidade do extrato de A.chica foi de 15 e 20%, respectivamente.

Na exposição ao extrato hidroetanólico liofilizado de A.chica, não foi observada

redução significativa da viabilidade celular após 24 horas, as médias não diferiram

do controle. Em 48 horas, houve redução siginificativa da viabilidade celular, visto

que todas as doses diferiram do controle.

Tabela 12 Comparação das médias de viabilidade celular de Células HepG2, comparando a dose de

cada extrato (Com/Lio/Sec) com o tempo de exposição (24 e/ou 48 h).

Tabela de comparação de médias por meio do Teste de Tukey com p-valor < 0,05 de probabilidade. As letras maiúsculas iguais na linha e letras minúsculas iguais na coluna, as médias não diferem a 95% de confiabilidade. Para atender os pressupostos da ANOVA a 5% de significância todas as variáveis sofreram transformação Box-cox, os respectivos lambdas se encontram nos apêndice B.

[ ] Amostra µg/mL Bruto 24h Bruto 48h Lio 24h Lio 48h

250 0,4883bAB 0,3570cA 0,4173bAB 0,4380bcAB

500 0,4780bA 0,3413cA 0,4080bA 0,4053bA

1000 0,4567bB 0,2977bcA 0,3580bAB 0,3890bAB

2000 0,4343bB 0,2343bA 0,3543bAB 0,3813bB

Branco 0,0437aA 0,0483aA 0,0460aA 0,0460aA

Controle 0,5253bA 0,5470dA 0,6180bA 0,6000cA

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Os valores encontrados para o cultivo das células HepG2 com o extrato

hidroetanólico (bruto e liofilizado) de A.chica indicam efeito citotóxico para todos os

tratamentos após 48 horas (Tabela 11), pois houve redução significativa (p< 0,05) da

viabilidade quando se utilizou concentrações de 250, 500, 1000 e 2000 µg/mL) dos

extratos bruto e liofilizado de A.chica, sendo que o ensaio a 2000 µg/ml apresentou o

maior potencial citotóxico. Observou-se que extrato liofilizado foi o mais efetivo na

redução da viabilidade celular, na maior dose de exposição, em 24 horas houve uma

redução de 47%, em relação ao controle (0 µg/ml). Após 48 horas evidenciou-se o

aumento da ação antiproliferativa para 65%.

6.6 Efeito do extrato de A. chica sobre as células Mrc5

A exposição das células Mrc5 às diferentes concentrações do extrato

hidroetanólico de A.chica, bruto e liofilizado (250, 500, 1000 e 2000 µg/ml), por 24

horas não mostrou redução significativa da viabilidade celular.

O extrato liofilizado apresentou efeito citotóxico significativo apenas para o

extrato liofilizado, após 48 horas de exposição, na maior concentração (2000ug/mL),

observando-se uma sobrevivência de apenas 33% (Tabela 12)

Tabela 13- Comparação das médias de viabilidade celular de Células Mrc5, comparando a dose de cada extrato (Bruto/Lio/Sec) com o tempo de exposição (24 e/ou 48 h).

Tabela de comparação de médias por meio do Teste de Tukey com p-valor < 0,05 de probabilidade. As letras maiúsculas iguais na linha e letras minúsculas iguais na coluna, as médias não diferem a 95% de confiabilidade. Para atender os pressupostos da ANOVA a 5% de significância todas as variáveis sofreram transformação Box-cox, os respectivos lambdas se encontram nos apêndice A.

[ ] Amostra µg/mL Bruto 24h Bruto 48h Lio 24h Lio 48h

250 0,4603bB 0,8720bA 0,4960bB 0,7583dA

500 0,4887bBC 0,7473bA 0,4813bB 0,6767dA

1000 0,4867bD 0,8117bC 0,4787bD 0,5880dB

2000 0,4970bD 0,5710bC 0,4337bA 0,3440bB

Branco 0,0447aA 0,0470aA 0,0457aA 0,0470aA

Controle 0,5103bB 0,8790bA 0,4773bB 0,9327cA

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Em geral, a citotoxicidade é diretamente proporcional à concentração da

amostra e ao tempo de exposição (KUMAR et al. 2009). No presente estudo, quando

se utilizou a HepG2, observou-se uma correlação direta entre a concentração e

citotoxicidade. Em relação ao tempo de exposição, observou-se que quanto maior o

tempo maior a citotoxicidade.

Os resultados indicam que a citotoxicidade do extrato hidroetanólico é maior

para a linhagem HepG2, quando comparada a Mrc5, nos dois tempos de tratamento

sugerindo que essa diferença pode evidenciar uma atividade específica para cada

tipo celular, corroborando com o resultado obtido por RIBEIRO et al. (2012), ao

avaliar a citotoxicidade de extratos de Arrabideae chica em linhagens HL60 e

Jurkat.

O extrato etanólico da A. chica possui diferentes classes de substâncias como

fenóis, taninos, flavonóis, antocianinas (BARBOSA et al.2008), estes, despertam

interesse por sua comprovada atividade antioxidante e protetora (CAO et al. 1997),

bem como por sua efetiva atividade antitumoral (FERRER et al. 2006), a exemplo

da quercetina e mirecetina, pode ser atribuída à sua eficiência em inibir as enzimas

topoisomerases I e II .Também apresentam atividade inibidora de proteínas

quinases (GAMETPAYRASTRE et al. 1999).

Neste estudo o extrato de A. chica mostrou em seu perfil químico, dentre

outros componentes: quercetina, luteolina e canferol, pertencentes à classe dos

flavonoides, reconhecidamente, estes compostos apresentam atividade antitumoral,

antioxidante, anti-inflamatória, citostática, antiangiogênica, dentre outras de acordo

com diversos estudos (CHEN et al. 2012; HODEK et al. 2002; PARK et al. 2012;

SALMELA et al. 2012).

Takemura et al. (1995) isolaram o flavonóide luteolina a partir do extrato

metanólico das folhas de A. chica. O canferol foi isolado a partir do extrato etanólico

, por Barbosa et al. Em 2008.

Sabe-se que, dos metabólitos secundários presentes nas plantas, os

flavonoides são considerados os mais versáteis. A presença destes compostos na

Arrabidaea chica (Humb. &Bonpl.) B. Verlot, pode justificar a atividade biológica

exercida pelo extrato frente às linhagens celulares utilizadas neste estudo. Dentre

estes compostos podemos citar: 4’-hidroxi-3,7-dimetoxiflavone; vicenina-2 e canferol,

quercetina, luteolina, entre outros, já evidenciados em vários estudos e que podem

ser responsáveis pela atividade antitumoral observada frente as células HepG2.

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Ren et al., 2010 reportaram que a quercetina e o canferol apresentam

significativo efeito antileucêmico in vitro. Esses flavonoides induziram parada do

ciclo celular em G2/M e apoptose de células HL60.

A quercetina (3,3’,4’,5,7- pentahidroxi-flavona) é um flavonol que apresenta

forte poder inibitório em células HepG2, com a redução da viabilidade celular acima

de 80%. Destaca-se também por seu efeito antioxidante. Em pequenas

concentrações 10 a 25 µmol/L, ela atua contra espécies reativas de oxigênio (ERO),

prevenindo o processo tumorogênico e, em concentrações mais elevadas acima de

50µmol/L, tem efeito pró-oxidante e citotóxico, apresentando tendência à indução da

apoptose nas células. Vários estudos comprovam que flavonoides como a

apigenina, quercetina e canferol afetam o potencial transmenbrana mitocondrial,

com liberação do citocromo c ao citoplasma e ativação da procaspase-9, resultando

em apoptose, na seguinte ordem de potencialidade: apigenina quercetina

canferol em linhagens de células da leucemia (HL-60) tratadas com 60µmol/L destes

flavonoides (KUNTZ et al. 1999).

A luteolina, por sua vez, tem suas propriedades antitumorais amplamente

discutidas na literatura. Efeitos citotóxicos frente a várias linhagens tumorais são

descritas, sendo relacionados ao bloqueio do ciclo celular entre a fase G2 e a

mitose, seguido de apoptose. A luteolina ainda mostra-se capaz de inibir a

angiogênese, previnir a carcinogênes e sensibilizar as células tumorais a agentes

quimioterápicos.

O extrato liofilizado apresentou melhores resultados de citotoxicidade em

relação aos extratos bruto, demonstrando que a liofilização preserva, de um modo

geral, os constituintes químicos termolábeis, conferindo maior estabilidade.

Os mecanismos bioquímicos envolvidos na inibição da proliferação e morte

celular podem ser explicados através de algumas vias intracelulares já conhecidas e

atribuídas a alguns dos constituintes do extrato utilizado, e que serão descritos a

seguir:

Muitas plantas exercem efeito anti-proliferativo, reduzindo a viabilidade e

inibindo o crescimento e a proliferação de linhagens celulares. A exemplo disso,

estudos demonstraram que a Salvia officinalis L. apresenta atividade citotóxica sobre

as células Hep-2 e HepG2 (Garcia et al. 2012), o o Linum persicum e a Euhorbia

cheiradenia têm atividade citotóxica e induzem apoptose em células K-562, Jurkat,

A-549 e Fen (AMIRGHOFRAN et al., 2006). A mesma atividade também foi atribuída

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a alguns flavonoides isolados de Lonchocarpus spp sobre a linhagem P-388 de

células tumorais leucêmicas, onde estes metabólitos foram responsáveis pelo

bloqueio do ciclo celular das células neoplásicas (ARGAEZ-BORGES et al., 2007).

A atividade citotóxica dos flavonoides tem sido demonstrada em muitos

trabalhos. SONODA et al. (2004) testaram dezessete flavonoides em leucemia

humana (HL60), dentre eles, dez inibiram a proliferação das células leucêmicas in

vitro . O composto 2’,3’,5,7 – tetrahidroxiflavona apresentou maior atividade (CI50de

9,5 μM) seguido por apigenina, viscidulina III (5,2’,6’-trihidroxi-7,8-dimetoxiflavona),

wogonina (5,7-dihidroxi-8-metoxiflavona) e luteolina . GÁLVEZ et al. (2003)

mostraram a atividade citotóxica da luteolina também em melanoma com CI50 de 10

μg/ml.

Dois flavonoides isolados da Amburana cearensis, o isocampferídeo (3-

metoxi-5,7,4’-trihidroxiflavona) e o caempferol (3,5,7,4’-tetrahidroxiflavona)

apresentaram atividade citotóxica em diferentes linhagens de células tumorais com

CI50 variando de 2,6 a 5,5 μg/mL e 11,5 a 22,7μg/mL, respectivamente. A única

diferença na estrutura desses compostos é a presença da metoxila no carbono 3 do

anel C, no lugar de uma hidroxila, demonstrando que a metoxila aumenta a atividade

citotóxica (COSTA-LOTUFO et al., 2003).

Estudos de avaliação da atividade antitumoral do extrato de A. chica

demonstrou que o extrato etanólico-EE a 50μg/mL apresentou potente atividade

citotóxica contra células Jurkat e HL60. Este contém o flavonóide canferol, ao qual

somado a outras substâncias atribui-se a atividade observada. (DE CARVALHO

RIBEIRO, 2012).

O extrato hidroetanólico de Salvia officinalis L. (1:10), nas concentrações 0,35

a 2mg/mL reduziu significativamente a viabilidade das células Hep-2 e HepG2. Onde

observou-se que as células Hep-2 foram mais sensíveis ao extrato, enquanto as

células HepG2 apresentaram menor sensibilidade (GARCIA et al. 2012).

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7 CONCLUSÃO

O método por cromatografia líquida de alta eficiência, desenvolvido e

validado, permitiu a detecção dos flavonoides: canferol e luteolina, tanto no extrato

bruto, como no extrato liofilizado, demontrando que a forma de secagem não

interferiu na composição do extrato.

A partir dos parâmetros avaliados na validação, o método mostrou-se linear,

preciso, exato e robusto, não tendo as variações propostas, alterado

significativamente os valores obtidos a partir do método proposto;

Mediante a análise de LC-MS, ambos os flavonoides: canferol e luteolina,

foram identificados.

A partir dos resultados obtidos no teste de citotoxicidade, o extrato

hidroetanólico (bruto e liofilizado) das folhas de A. chica reduziu o número de células

hepatocarcinogênicas HepG2 em cultura após 48 horas de tratamento, promovendo

a citotoxicidade das células tumorais. No ensaio utilizando as células normais Mrc5,

apenas o extrato liofilizado apresentou redução do número de células, após 48 horas

de tratamento, demonstrando a importância de uma investigação preliminar dos

extratos de plantas utilizadas na medicina popular, bem como a dose e a forma com

que estes extratos são utilizados pela população necessitam de investigações

cientificas, sendo imprescindível a estimulação destes estudos. Os resultados

apontam que o extrato liofilizado apresenta maior atividade citotóxica que o extrato

bruto, ainda que ambos apresentem os marcadores químicos canferol e luteolina,

possíveis responsáveis dessa ação, demonstrando que a liofilização preserva, de

um modo geral, os constituintes químicos termolábeis, conferindo maior estabilidade

comparativamente ao extrato bruto. Esse extrato apresenta um grande potencial

como recurso farmacológico para o desenvolvimento de novos fármacos com

atividade antitumoral. A avaliação do tipo de morte envolvido nesse processo bem

como a avaliação da genotoxicidade também se fazem necessários para uma

melhor elucidação da atividade biológica do extrato hidroetanólico de A. chica.

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