Cardíaco

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FUNÇÃO CARDÍACA Factores de risco para doença coronária: Sexo masculino Dislipidémia HTA Tabagismo (> 10 cigarros/dia) Diabetes Mellitus Obesidade grave História familiar de doença coronária precoce Inactividade física Stress Idade

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FUNÇÃO CARDÍACA• Factores de risco para doença coronária:

–Sexo masculino–Dislipidémia –HTA–Tabagismo (> 10 cigarros/dia)–Diabetes Mellitus–Obesidade grave–História familiar de doença coronária precoce–Inactividade física–Stress–Idade

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FUNÇÃO CARDÍACA• Avaliação do risco global cardiovascular (RGC):

Em 18.04.2007, a DGS numa estratégia de identificação dos porta-dores de factores de risco cardiovascular, emitiu uma norma ten-dente à melhoria das práticas profissionais de forma a que:

–Seja calculado o RGC, em função do perfil de factores de risco presentes, em todos os indivíduos em risco cardiovascular, sem antecedentes conhecidos de doença clínica evidente

–Seja considerada como prioritária a avaliação do RGC em to-dos os indivíduos assintomáticos com um risco cardiovascular elevado, como resultado da presença de múltiplos factores de risco (ou de níveis extremamente elevados de um único factor de risco) ou de antecedentes familiares de 1º grau com história precoce de doença cardiovascular aterosclerótica (ou com fac-tores de risco individuais elevados)

–Na determinação do RGC seja utilizada a tabela derivada do projecto SCORE (Systemic Coronary Risk Evaluation)

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FUNÇÃO CARDÍACA

•Tabela de alto risco cardiovascular

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FUNÇÃO CARDÍACA• Avaliação do risco global cardiovascular (RGC):

Para o cálculo do RGC deve ser considerado que:

–A estimativa de risco baseia-se no sexo, idade, tabagismo, pressão arterial sistólica, colesterol total ou rácio CT / HDL-c

–Este risco é classificado em sete categorias diferentes de risco desde < 1% até 15%)Com base no risco de morte cardiovascular aos 10 anos, consi-dera-se como categoria de alto risco, susceptível de medidas eficazes de prevenção farmacológica, um risco absoluto ≥ 5%

–Existem situações potenciadoras de RGC superior ao indicado na tabela, quando o indivíduo:

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FUNÇÃO CARDÍACA• Avaliação do risco global cardiovascular (RGC):

–Se aproxima da categoria etária seguinte

–Aparenta um grau significativo de disfunção renal

–Assintomático, evidencia aterosclerose subclínica, frequente-mente após o recurso a imagiologia diagnóstica

–Tem antecedentes familiares de doença cardiovascular prematu-ra, geralmente definida como a que surge antes dos 55 anos no sexo masculino e dos 65 anos no sexo feminino

–É obeso e sedentário, especialmente quando é evidente a pre-sença de síndrome cardiometabólico

–Tem baixos níveis de HDL-c, Hipertrigliceridémia, Tolerância diminuída à glucose, com elevados níveis de PCR, Fibrinogénio, Homocisteína, Apo-B e Lp(a)

–Tem diabetes

–Tem doença cerebrovascular

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FUNÇÃO CARDÍACA• Homocisteína

É um metabolito que resulta da degradação da metionina

Deficiências em Vitaminas B6, B12 e folatos, promovem o seu aumento

A produção de folatos fica prejudicada nos portadores de uma mutação genética da metilenotetrahidrofolato redutase (MTHFR), que também pode ser investigada

O aumento de homocisteína confere um alto risco de ateroscle-rose e trombose, porque lesa o endotélio e facilita a formação de coágulos

Útil em doentes com história familiar de doença cardiovascular, que não devida ao tabagismo, hipercolesterolémia e HTA

Valores de referência < 13 μmol/L

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FUNÇÃO CARDÍACA• Homocisteína

A determinação deve ser feita após jejum de 12h (basal) e após teste de sobrecarga com metionina, o que consiste na determinação da homocisteína basal seguida da in-gestão oral de metionina:– 100 mg/Kg de peso– ou 4 g/m² de área corporal

Com novas determinações às 2 e 8 h

A prova leva a uma maior produção de homocisteína e põe em evidência os indivíduos que tendo o metabolismo alterado exibem em jejum valores plasmáticos normais

Valores de referência: Mulheres – 6 a 12 mmol/LHomens – 8 a 14 mmol/L

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FUNÇÃO CARDÍACA

• BNP (Brain Natriuretic Peptide)

Hormona cardíaca sintetizada e segregada pelo miocárdio ventricular

Marcador sensível e específico das alterações da função ventricular (hipertrofia por resposta a HTA)

O aumento persistente em ICC’s correlaciona-se bem com a gravidade das situações

Denuncia a falência cardíaca

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FUNÇÃO CARDÍACA

Enfarte agudo do miocárdio

O enfarte agudo do miocárdio (EAM) é uma das principais causas de morte, com 40-60% de óbitos (arritmias)

Se a decisão terapêutica passar pela administração de agentes trombolíticos, como a estreptoquinase, uro-quinase ou activador do plasminogénio tecidular, esta deverá ser tomada até ao limite máximo de 3 a 4 h sobre o início dos sintomas

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FUNÇÃO CARDÍACAEAMSegundo a Sociedade Europeia e Colégio Americano de

Cardiologia (2000)

EM agudo, recente ou em evolução deve cumprir um dos seguintes critérios diagnósticos:

1. Clínica de enfarte de miocárdio

2. Subida típica e subsequente descida dos marcadores de necrose do miocárdio em associação com pelo menos uma das seguintes condições:

– Sintomas de isquémia– Desenvolvimento da onda Q patológica– Alterações do segmento ST sugestivas de isquémia– Intervenção arterio-coronária

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FUNÇÃO CARDÍACA

EAM

Marcadores Cardíacos

São proteínas cardíacas específicas, com diversa loca-lização a nível do miócito, que se libertam quando há lesão do miocárdio e que desaparecem da circulação a diferentes tempos de depuração

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FUNÇÃO CARDÍACAEAMMarcador Cardíaco Ideal:

• Boa especificidade cardíaca• Estável no sangue• Vestigiário no indivíduo são• Concentrações miocárdicas suficientes para ser

detectável após lesão• Indicador de re-oclusão e re-enfarte• Relacionável com a extensão do enfarte• Indicador de enfartes peri-cirúrgicos• Contribua para a optimização da terapêutica

trombolítica• Técnica de doseamento rápida e fiável

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FUNÇÃO CARDÍACA

EAM

Marcadores Cardíacos

1. Proteínas contrácteis• Actina• Miosina

2. Proteínas reguladoras • Troponinas (I e T)• Tropomiosina

3. Proteínas de Suporte Energético• Mioglobina• Creatinaquinase (CK)• Desidrogenase láctica (LD)

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FUNÇÃO CARDÍACA

EAM

Mioglobina

– O mais precoce a subir

– Pico de actividade das 4–12 h

– Depuração rápida (12 h)

– Óptimo para diagnóstico entre 0–4 h

– Não é específico de lesão cardíaca

– Se normal, exclui tanto a lesão do miocárdio como do músculo esquelético (100% de certeza)

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FUNÇÃO CARDÍACAEAM

Troponina I- Libertação bifásica

- 1º Citosólica (15–24 h)- 2º Miocítica (5º dia)

- Sensibilidade diagnóstica semelhante à CK-2 nas primeiras 48-72 h

- >85% sensibilidade das 72-96 h

- Menos interferências em caso de:- IRC em diálise- Lesões e doenças musculares- Esforço físico intenso- Cirurgias

- Valor prognóstico se persistir elevado após EAM

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FUNÇÃO CARDÍACAEAM

CK-2

– Início de subida após 2 h

– Pico de actividade das 12-22 h

– Retorno ao normal entre 48-72 h

– O melhor indicador de re-enfarte

– Não é específico de lesão cardíaca(fígado, músculos esquelético e próstata)

– Valor diagnóstico melhora se em vez de se usar CK-2 actividade se determinar CK-2 massa

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FUNÇÃO CARDÍACA

• Creatinaquinase (CK)

A CK catalisa, de forma reversível, a fosforilação da creatina pela adenosina trifosfato (ATP)

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FUNÇÃO CARDÍACA• CK

A fosfocreatina constitui um depósito de energia essencial para a actividade muscular

Intervém na fosforilação oxidativa nas mitocôndrias do músculo esquelético, miocárdio e do cérebro, transpor-tando energia desde estas até ao citoplasma celular

É uma enzima dimérica composta por 2 sub-unidades polipeptídicas denominadas M (tipo muscular) e B (tipo cerebral)

Da sua combinação resultam 3 isoenzimas:CK – BB ou CK-1 desprezível no soroCK - MB ou CK-2 0 a 3 %CK - MM ou CK-3 97 a 100 %

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FUNÇÃO CARDÍACA• CK

Alterações fisiológicasO recém-nascido tem normalmente valores elevados nas primei-

ras 24 horas de vida

As crianças têm valores mais elevados do que o adulto devido ao desenvolvimento da massa muscular que se observa na pu-berdade

O homem tem valores superiores aos da mulher

Na mulher os valores diminuem durante a gravidez e aumentam na menopausa

Os negros têm valores mais elevados do que os não negros

O exercício aumenta os valores de actividade da CK

Há uma variação sazonal, sendo os valores mais altos durante os meses de Verão

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FUNÇÃO CARDÍACA• CKAumentos no soro:

• Doenças do músculo esqueléticoDistrofias musculares Miosite viralExercício violentoTraumatismos severosAdministrações parentéricasDelirium tremensHipertermia malignaPsicoses agudasRabdomióliseAlcoolismoPolimiositeDermatomiositeAlcoolismo

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FUNÇÃO CARDÍACA• CKAumentos no soro:

• Doenças do coraçãoEnfarto agudo do miocárdioMiocarditePericarditeAngina instávelICCTaquicárdiaEdema pulmonarEmbolia pulmonarElectrocardioversãoRessuscitação cardiopulmonarCateterização cardíacaCirurgia cardiopulmonar

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FUNÇÃO CARDÍACA• CKAumentos no soro:

• Doenças do SNC

Sindroma de ReyeHemorragia cerebralEncefalopatiasEnfarto cerebralTumores cerebraisTraumatismo cranianoNeurocirurgiaConvulsões

• Doenças da tiróide

Hipotiroidismo ( em 60% dos casos)

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FUNÇÃO CARDÍACA

• Desidrogenase láctica (LD)

Acção

É uma oxido-redutase que catalisa a oxidação do L-lactato em piruvato, sendo o coenzima NAD+ o receptor de hidrogénio

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FUNÇÃO CARDÍACA• LD

É composta por 4 cadeias polipeptídicas de 2 tipos:

M (muscle) ou AH (heart) ou B

Isoenzimas

Da combinação destas estruturas, resultam 5 isoenzimas diferentes:

LD-1 (HHHH : H4)LD-2 (HHHM : H3M )LD-3 (HHMM : H2M2)LD-4 (HMMM : HM3 )LD-5 (MMMM : M4)

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FUNÇÃO CARDÍACA• LDOs níveis tecidulares podem ser 500 vezes superiores aos

encontrados no soro, pelo que a libertação da enzima resultante de uma pequena porção de células, ocasiona aumentos séricos significativos

A proporção relativa de cada isoenzima nos tecidos pode ser esquematizada da seguinte forma:

Tecidos IsoenzimasLD1 LD2 LD3 LD4 LD5

Fígado 1 1 1 4 94Músc. Esquelético 3 4 8 9 76Pulmão 10 18 28 23 21Baço 5 15 31 31 18Intestino 16 23 23 18 20Rim 28 34 21 11 6Pâncreas 30 15 50 1 4Eritrócito 40 30 15 10 5Miocárdio 60 30 5 3 2

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FUNÇÃO CARDÍACA

• LD

Alterações fisiológicas:

– O RN tem valores mais elevados do que o adulto

– Ao longo da infância os valores descem para igualar os do adulto por volta dos 12 anos

– Depois dos 60 anos voltam a subir em cerca de 5-20 % das pessoas

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FUNÇÃO CARDÍACA• LD↑↑↑ Aumentos no soro:

Anemia megaloblástica e perniciosaExtensas carcinomatosesHepatites viraisChoqueHipóxiaHipertermia extrema

↑↑ AumentosCirroseIcterícia obstrutivaDiversas doenças renaisDoenças do músculo esqueléticoDoenças neoplásicas (abdominal ou pulmonar)ICC

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FUNÇÃO CARDÍACA

• LD↑ Aumentos no soro:

Toda a lesão tissular com perda de citoplasmaEnfarte de miocárdio ou pulmonarLeucémiasAnemias hemolíticasHepatite não viralDrepanocitoseLinfomasEnfarte renalPancreatite aguda

Diminuições no soro:

Deficiências genéticas das sub-unidades H ou M

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EAM – Evolução de Marcadores Cardíacos

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FUNÇÃO CARDÍACA

EAM

Avaliação da reperfusão

• Vigiam-se:

– Mioglobina– CK-2 massa– Troponina I

• Com determinações antes, à hora e às 2 horas do início da terapêutica

• Rápidos aumentos apontam para reperfusão bem sucedida (sensibilidade > 75%)