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Design de equipamentos de socorro a intempéries e meios aquáticos Carlos Francisco Lopes da Silva Dissertação apresentada à Universidade de Aveiro para cumprimento dos requisitos necessários à obtenção do grau de Mestre em Engenharia e Design de Produto, realizada sob a orientação científica do Mestre Paulo Alexandre Lomelino de Freitas Tomé Rosado Bago de Uva, Professor Convidado do Departamento de Comunicação e Arte da Universidade de Aveiro, e sob a coorientação do Professor Doutor Joaquim Alexandre Mendes de Pinho da Cruz, Professor Auxiliar do Departamento de Mecânica da Universidade de Aveiro. Departamento de Comunicação e Arte Departamento de Engenharia Mecânica Universidade de Aveiro 2017

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Design de equipamentos de socorro a intempéries e meios aquáticos

Carlos Francisco Lopes da Silva

Dissertação apresentada à Universidade de Aveiro para cumprimento dos requisitos necessários à obtenção do grau de Mestre em Engenharia e Design de Produto, realizada sob a orientação científica do Mestre Paulo Alexandre Lomelino de Freitas Tomé Rosado Bago de Uva, Professor Convidado do Departamento de Comunicação e Arte da Universidade de Aveiro, e sob a coorientação do Professor Doutor Joaquim Alexandre Mendes de Pinho da Cruz, Professor Auxiliar do Departamento de Mecânica da Universidade de Aveiro.

Departamento de Comunicação e ArteDepartamento de Engenharia Mecânica

Universidade de Aveiro2017

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Design de equipamentos de socorro a intempéries e meios aquáticos

Carlos Francisco Lopes da Silva

Dissertação apresentada à Universidade de Aveiro para cumprimento dos requisitos necessários à obtenção do grau de Mestre em Engenharia e Design de Produto, realizada sob a orientação científica do Mestre Paulo Alexandre Lomelino de Freitas Tomé Rosado Bago de Uva, Professor Convidado do Departamento de Comunicação e Arte da Universidade de Aveiro, e sob a coorientação do Professor Doutor Joaquim Alexandre Mendes de Pinho da Cruz, Professor Auxiliar do Departamento de Mecânica da Universidade de Aveiro.

Departamento de Comunicaçãoão e ArteDepartamento de Engenharia Mecânica

Universidade de Aveiro2017

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o júri

presidente Prof. Doutor João Alexandre Dias de OliveiraProfessor Auxiliar, Universidade de Aveiro

Doutor Pedro Alexandre de Almeida do Vale AntunesProfessor Auxiliar Convidado, Universidade de Aveiro

Prof.ra Doutora Lígia Maria Pinto LopesProfessora Convidada Equiparada a Professora Auxiliar, Universidade do Minho

Mestre Paulo Alexandre Lomelino de Freitas Tomé Bago de UvaProfessor Auxiliar Convidado, Universidade de Aveiro

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À minha mãe, Josefa e à Ana Isabel, pela motivação e apoio.

Ao meu orientador, Mestre Paulo Bago de Uva, pela partilha da sua visão e sapiência.

Ao meu coorientador, Doutor Alexandre Cruz, pelos conhecimentos transmitidos e pela sua disponibilidade.

Aos meus amigos e colegas, pelo apoio e disponibilidade.

agradecimentos

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palavras-chave design biónico, internet of things, resgate no meio aquático, resgate em intempéries, socorrismo

As alterações climáticas acrescentaram importância e preocupação à forma como lidamos com os fenómenos catastróficos. É prioritário desenvolver estratégias para fazer frente a estas incidências, evitando, por isso, repercussões trágicas, principalmente as que se refletem na preservação da vida humana.

Hoje, assistimos à exploração das necessidades individuais para desenvolver produtos direcionados às caraterísticas particulares de cada um. Também é real a sustentabilidade de sistemas inteligentes comutáveis, que nos abrem portas para respostas adequadas em matérias relativas à prevenção e à segurança.

Esta pesquisa analisa o contexto das intempéries no meio aquático, para perceber como o design pode contribuir para o apoio e socorro, levando em conta fatores decisivos, como as carências particulares do indivíduo.

O objetivo passa por identificar lacunas e apontar para oportunidades que possam suportar propostas de soluções de sistemas e equipamentos. As propostas devem trazer vantagens para o indivíduo comum e ou para os socorristas.

Dos resultados, pretende-se obter um leque sistémico de possibilidades que respondam em vários patamares das ocorrências de origem atmosférica. Isto deve contribuir para facilitar e minimizar a forma como lidamos com este tipo de acontecimentos.

resumo

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keywords bionic design, internet of things, rescue in the aquatic environment, rescue in inclement weather, rescue

abstract The climate changes have added importance and concern to the way we deal with catastrophic phenomena. It is a priority to develop strategies to deal with these phenomena, avoiding tragic repercussions, especially those that are reflected in the preservation of human life.

Today we see the possibility of exploring individual human needs and developing products pointed to the particular characteristics of each one needs. The sustainability of intelligent switchable systems is also real, and this open the door to the appropriate responses in related matters to prevention and safety.

This research analyzes the context of the weather in the aquatic environment, to understand how the design can contribute to the support and rescue, taking into account decisive factors such as the particular individual needs.

The objective is to identify gaps and recognize opportunities that may support proposals for systems and equipment solutions. Proposals should bring benefits to the common individual and/or rescuers.

From the results, it is intended to obtain a systemic range of possibilities that, in a sequential way, respond in several levels of the phenomena from the atmospheric origin. This should help to facilitate and minimize the effects of this type of event.

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índice I. Introdução

II. Apoio e socorro no meio aquático

2.1 Objetivos2.1.1 Objetivos secundários

2.1.1.1 Estudos 2.1.2 Hipóteses

2.1.2.1 Questões da pesquisa2.1.2.2 Apontamento de Resultados

2.2 Enquadramento2.2.1 As condicionantes do meio

2.2.1.1 Os fatores imprevisíveis2.2.2 O ser humano

2.2.2.1 As condicionantes do ser humano2.2.2.2 O comportamento em situação de stress2.2.2.3 Os direitos humanos das vítimas de desastres

2.2.3 Sinopse

2.3 Metodologia2.3.1 Análise dos contextos abrangidos2.3.2 Identificação e caracterização dos meios humanos e das vítimas2.3.3 A interação com instrumentos de apoio e socorro

2.4 A evolução dos equipamentos de apoio e socorro para meio aquático2.4.1 Enquadramento histórico2.4.2 Equipamentos de apoio e resgate

2.4.2.1 Boia salva-vidas circular2.4.2.2 U-Safe boia salva-vidas2.4.2.3 Emily boats2.4.2.4 Colete salva-vidas2.4.2.5 Prancha de salvamento2.4.2.6 Fato seco para socorro em meio aquático2.4.2.7 Insuflável de socorro para cheias2.4.2.8 Flutuador de sobrevivência2.4.2.9 Salva-vidas de queda livre (free fall)2.4.2.10 Cápsula para tsunami

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2.4.2.11 Drone Sky Angel2.4.2.12 Aplicações móveis e plataformas digitais de apoio a catástrofes

2.4.3 Tecnologias e materiais emergentes2.4.3.1 IoT - a internet das coisas2.4.3.2 O Drop Stitch2.4.3.3 Tecidos inteligentes

2.4.4 Sinopse

III. Design de equipamentos de apoio e socorro em meio aquático

3.1 As ferramentas de apoio ao socorro3.1.1 Condicionantes do apoio e socorro3.1.2 A vida humana e o seu valor

3.2 Inquérito aos utilizadores sobre preferência de acessórios3.2.1 Sinopse

3.3 Desenvolvimento de propostas3.3.1 Gestão dos fenómenos e ação automática para o meio aquático

3.3.1.1 O contributo da biónica no design de uma infraestrutura3.3.1.2 Análise de necessidades3.3.1.3 Desenho da infraestrutura autónoma3.3.1.4 Manutenção e upgrade3.3.1.5 Sinopse

3.3.2 Apoio para vítimas de cheias rápidas3.3.2.1 Sistema liana3.3.2.2 Análise das necessidades3.3.2.3 Desenvolvimento concetual3.3.2.4 Proposta final3.3.2.5 Componentes e acessórios3.3.2.6 Materiais, processos de fabrico e montagem3.3.2.7 Sinopse

3.3.3 Resgate e autoresgate no meio aquático3.3.3.1 Salva-vidas Né3.3.3.2 Análise de necessidades

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3.3.3.3 Desenvolvimento concetual3.3.3.4 Conceito final3.3.3.5 Componentes e acessórios3.3.3.6 Materiais, processos de fabrico e montagem3.3.3.7 Criação da marca3.3.3.8 Sugestão de acessório necessário ao equipamento3.3.3.9 Empresas relacionadas3.3.3.10 Sinopse

3.3.4 Sinalização automática para zonas inundadas3.3.4.1 Análise de necessidades3.3.4.2 Desenvolvimento concetual3.3.4.3 Proposta final3.3.4.4 Sugestão de materiais3.3.4.5 Componentes e acessórios3.3.4.6 Processo de fabrico3.3.4.7 Empresas relacionadas3.3.4.8 Sinopse

3.3.5 Socorro rápido por arrasto3.3.5.1 Análise das necessidades3.3.5.2 Desenvolvimento concetual3.3.5.3 Sinopse

3.3.6 Posto de apoio ao socorro3.3.6.1 Introdução ao projeto3.3.6.2 A biónica3.3.6.3 A biónica no desenvolvimento de produto3.3.6.4 Desenvolvimento do posto de socorro3.3.6.5 Definição do problema3.3.6.6 Reformulação do problema3.3.6.7 Seleção de soluções3.3.6.8 Análise de soluções3.3.6.9 Geração de conceitos3.3.6.10 Validação3.3.6.11 Detalhe e finalização3.3.6.12 Sinopse

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IV. Conclusão

V. Trabalhos futuros

BibliografiaÍndice de imagensAnexos

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“Um aspeto essencial da creatividade é não ter medo de falhar”

- Dr. Edwin Land

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design de equipamentos de apoio e socorro a intempéries e meios aquáticos

I. INTRODUÇÃO

Dados recentes do IDMC (Internal Displacement Monitoring Cen-ter) estimam que mais de 24,2 milhões de pessoas foram força-dos a fugir de suas casas por consequência de desastres no ano de 2016, tendo sido o sul e o este da Ásia os mais afetados.

As catástrofes relacionadas com água e em particular as tem-pestades foram responsáveis pelo êxodo de toda esta popu-lação.

Segundo a mesma fonte, olhando para dados compreendidos entre os anos de 2008 e 2016, 227,6 milhões de pessoas foram deslocados por causa de incidências com categoria de perigo. As percentagens dos fenómenos relacionados com a água foram equivalentes a 86% que afetaram 195,7 milhões de pessoas, enquanto que os fenómenos geofísicos se situaram nos 14%, com influência direta em 31,9 milhões de pessoas.

O “Annual Disaster Statistical Review 2015” sublinha, por sua vez, o facto de durante o referido ano terem sido reportados 376 desastres naturais responsáveis pela morte de 22.765 pessoas, causando 110,3 milhões de vítimas e prejuízos no valor de $70.3 mil milhões de dólares.

<http://www.internal-displacement.org> [jul. 2017]

É já no presente que a batalha pela sustentabilidade vai sendo decidida nos grandes centros urbanos, onde cerca de 150 mil-hões de pessoas se vão acantonando em cada ano que passa e até 2050, mais de 7 mil milhões estarão a viver em cidades (80%

fig. 1 - gráfico de deslocados de desastres

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da população mundial). As cidades serão, por isso, responsáveis por 75% das emissões globais de dióxido de carbono e, com isso, responsáveis também pelo contínuo agravar das condições climatéricas e pelas consequências que daí advêm. As cidades, por sua vez, são lugares onde as infraestruturas estão blo-queadas em si mesmas por décadas, senão séculos, sendo necessário planear e fazer investimentos, agora que a tecnolo-gia está a avançar rapidamente e a mudar definitivamente os lugares onde as pessoas vivem, trabalham e divertem, a forma como ascedem aos edifícios, transportes, energia e gestão dos resíduos e, também, como enfrentam as imprevisibilidades (LUFKIN, 2017).

Al Gore, na Web Summit em Lisboa a 9 de novembro de 2017, cita no seu discurso: “A vitalidade dos oceanos, está a morrer porque o plástico veda o caminho dos peixes. Já perdemos quintas e florestas virgens, mas a coisa mais importante des-ta colisão é a crise climática. E é porque esta é a coisa mais vulnerável do sistema ecológico do planeta. A atmosfera, num dia bonito como este até parece eterno, mas é apenas uma fina camada à volta da terra.”

II. APOIO E SOCORRO NO MEIO AQUÁTICO

2.1 Objetivos

Promover soluções de interação mais intuitiva com as ferramen-tas de salvamento.

Sensibilizar e direcionar o interesse das entidades envolvidas neste contexto, para que tomem atenção às oportunidades que as novas tecnologias oferecem e também para a identificação de soluções inovadoras.

Criar uma lógica e encadeamento de soluções desde a deteção ao apoio e ao socorro que sejam percetíveis pelas vítimas, vo-luntários e socorristas profissionais nas varias linhas de ação.

Tornar quanto possível autónomas as formas de agir, para que

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haja mais rapidez na resposta e se veja reduzido o erro e a exposição.

Sugerir novas áreas de aplicação e negócio a setores das tecno-logias existentes em Portugal, tais como: o setor têxtil, a indús-tria de prevenção e de segurança, e áreas de serviços.

2.1.1 Objetivos secundários

Potenciar a formação de uma cultura em torno do contexto que interesse as pessoas comuns e, desta forma, mantê-las cons-cientes e alerta quanto à questão.

2.1.1.1 Estudos

Análise das ocorrências e consequentes respostas exercidas nos casos das catástrofes mais recentes.

Identificação dos fatores previstos e imprevistos, comuns a estes fenómenos, confrontando-os diretamente com a capacidade que os humanos têm para lidar com eles.

2.1.2 Hipóteses

Poderá o design desempenhar um papel relevante na perceção, sensibilização e criação de novas propostas de produtos nas áreas do resgate?Poderão novas soluções de design neste âmbito apetrechar e capacitar voluntários não-especialistas a ser capazes de socor-rer eficazmente em situações extremas?

Será viável chegar a soluções autónomas que reagem às intem-péries antes mesmo de o homem entrar em ação?

Poderão salvar-se vidas onde a própria vitima se autossocorre?

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Para pessoas com limitações, o design pode sugerir dispositivos inteligentes adequados à condição particular do utilizador e inter-agir com o indivíduo durante o momento de stress.

2.1.2.1 Questões da pesquisa

Como integrar o mundo tecnológico num contexto, de maneira a dar uma resposta a problemas concretos e previamente localiza-dos?

De que forma reage o utilizador no momento de stress?

Como consegurá este tirar partido do equipamento de apoio ou de socorro?

Como pode o design de produto no contexto da segurança, produzir um rompimento com o pré-estabelecido e enveredar por uma proposta de caráter mais altruísta e abrangente, pretenden-do trazer um novo comportamento no encarar desta temática?

2.1.2.2 Apontamento de resultados

Proporcionar a consciencialização para a introdução de novos métodos na prevenção. Produzir meios de ataque imediato às consequências que decorrem das intempéries, promovendo cla-ramente a autonomia tanto dos sistemas como do resgate.

Facilitar a forma de lidar com as dificuldades por intermédio de dispositivos de apoio.

Permitir que através do design se desenvolvam infraestruturas de sistemas inteligentes adequadas para reagir autonomamen-te, de forma personalizada para o coletivo e individualmente de acordo com as necessidades físico-psíquicas de cada indivíduo, garantindo assim a salvaguarda da própria vida.

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2.2 Enquadramento

Para podermos avançar na pesquisa e consequente desenvolvi-mento de propostas, a concentração deve-se cingir ao meio e às pessoas. O olhar atento na observação do contexto permite tirar conclusões e antever possíveis soluções para determinados problemas. Da mesma forma, é importante perceber a razão da existência do ser humano e o seu comportamento, principal-mente quando este se encontra em condições de dificuldade.

2.2.1 As condicionantes do meio

Quando falamos de locais urbanos, sabemos que as estrutura criadas ao longo das décadas ou centenas de anos não consi-deravam nem previam a questão das intempéries tal como as sentimos hoje. Isto transporta para a atualidade uma série de problemas que inviabilizam dotar as cidades de meios necessá-rios para dar uma resposta aos fenómenos catastróficos. Deste modo, a arquitetura do local é uma barreira que condiciona fortemente o meio.

Diretamente instalados no acontecimento, temos a flutuabilida-de, a temperatura das águas, a força e a direção das correntes, a profundidade e o tempo.

2.2.1.1 Os fatores imprevisíveis

Os fatores imprevisíveis durante o decurso de uma intempérie podem ser de vária ordem, tanto de grandeza como de tipologia.Os fatores naturais aliados ao fenómeno são identificados mui-tas das vezes como o momento de início, a condição do vento, a temperatura, as correntes ou forças associadas, as derrocadas, o tempo de ocorrência ou propagação. Outros fatores podem juntar-se a estes. Os detritos causam um efeito de elevada gra-vidade quando adicionados a fortes correntes e ventos fortes. As explosões, libertação de gases ou derrama de químicos acres-centam uma complexidade maior na qual a forma de intervenção

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tem de ser estrategicamente estudada e minuciosamente posta em prática. Estes últimos fatores podem inclusivamente refle-tir-se e pôr em perigo zonas que estão para além do perímetro afetado pela intempérie.

2.2.2 O ser humano

O naturalista francês Lamarck é o primeiro a elaborar uma teoria sobre a evolução em 1809 (ano do nascimento de Charles Dar-win). A capacidade dos seres vivos de mudar e evoluir já havia sido observada e registada por muitos outros estudiosos.

A teoria da evolução trata das evidências da origem dos seres vivos e das mudanças lentas graduais que estes sofreram desde o seu aparecimento até à data. Os organismos evoluem e modi-ficam-se.

Até ao século XVIII, era aceite a teoria da não-mutação, que considerava os seres imutáveis ao longo do tempo. No século XIX, o naturalista francês Georges Cuvier vem propor que os fósseis correspondiam a organismos extintos e o planeta tinha sido habitado por espécies diferentes daquelas que encontramos agora. Mais tarde múltiplas teorias afirmam que os organismos mudam lenta e gradualmente ao longo do tempo.O exemplo da raça humana, após estudos anatómicos compa-rativos, entendeu-se melhor os mecanismos da evolução. Os nossos membros anteriores, da rã e do delfim (mamífero aquáti-

fig. 2 - a teoria da evolução segundo Darwin

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co) têm a mesma estrutura óssea, o que nos leva a concluir que partilham a mesma ancestralidade.

A teoria da seleção natural de Charles Darwin afirma que os indivíduos da mesma espécie não são iguais, mas apresentam pequenas variações das suas caraterísticas.A seleção natural escolhe os indivíduos com variações mais favoráveis e permite que tenham uma maior descendência.

Tanto a mutação como a seleção natural explicam o processo de evolução dos seres vivos.

“É surpreendente notar que o sucesso da raça humana se deve a uma série de quase falhanços: somos grandes primatas, um grupo que quase se extinguiu há 15 Milhões de anos, em competição com os macacos, mais eficientes. Somos primatas, um grupo de mamíferos que quase se extinguiu há 45 Milhões de anos, em competição com os roedores, mais eficientes. Somos tetrápodes sinapsídeos, um grupo de répteis que quase se extinguiu há 200 Milhões de anos, em competição com os dinossáurios, mais eficientes. Somos descendentes de peixes com patas, que quase se extinguiram há 360 Milhões de anos, em competição com peixes de barbatanas, mais eficientes. E, por último, mas não menos espantoso, somos cordados, um grupo que sobreviveu mesmo à justa no Câmbrico, em competi-ção com os artrópodes, brilhantemente bem-sucedidos como se sabe.”

<http://www.portalsaofrancisco.com.br/biologia/evolucao-humana>[jun. 2017]

Nós existimos em todos os climas, somos, portanto, ubíquos, mas biologicamente somos um conjunto homogéneo relati-vamente às nossas caraterísticas. Muito embora assim nos manifestarmos, há autores que nos consideram uma espécie acentuadamente polimórfica, em relação às caraterísticas de segundo plano, que dão origem à nossa raça.

Possuimos a particularidade da fala (comunicamos verbalmen-te). A laringe, ou caixa de voz, fica mais baixa na garganta do que nos chimpanzés, uma das várias características que per-mitem a fala. Os nossos ancestrais desenvolveram uma laringe

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descendente há cerca de 350 mil anos. Também possuímos um osso hioide descendente - este osso em forma de ferradura abaixo da língua, único, em que não está ligado a nenhum outro osso no corpo, permite articular as palavras ao falar.

A nossa postura ereta é uma caraterística única entre os prima-tas. Andar totalmente vertical é o nosso principal modo de loco-moção. Isso liberta as mãos para usar ferramentas. Infelizmente, as mudanças feitas na nossa pelve para nos movermos em duas pernas, produz efeito excecionalmente perigoso no parto, quan-do os bebês tem cabeça grande, comparativamente com o resto do reino animal. Há um século atrás, o parto foi uma das princi-pais causas de morte para as mulheres. A curva lombar na parte inferior das costas, que nos ajuda a manter o equilíbrio enquanto estamos de pé e a caminhar, também nos deixa vulneráveis à dor lombar e à tensão.

A falta de pelo torna-nos aparentemente nus em comparação com os outros primatas.Surpreendentemente, no entanto, uma polegada quadrada de pele humana possui, em média, tantos folículos que produzem cabelos como outros primatas, ou mais - geralmente temos ca-belos mais finos, curtos e mais claros.

O cérebro é sem dúvida, o traço que nos distingue mais do resto do reino animal. Não temos o maior do mundo - este pertence ao cachalote. Nós nem sequer o temos maior em relação ao ta-manho do corpo - em muitos pássaros este chega a atingir mais de 8% do peso corporal, em comparação com apenas 2,5% para o nosso caso. No entanto, a nossa massa cinzenta, que pesa apenas cerca de 1,36 kg quando crescido, dá-nos a capacidade de raciocinar e pensar para além das capacidades do resto do reino animal, e forneceu obras como as de Mozart, Einstein e muitos outros gênios.

Relativamente às mãos, ouvimos constantemente que somos os únicos “presenteados” com polegares oponíveis que nos permi-tem segurar objetos com precisão. Na verdade, a maioria dos primatas tem polegares oponíveis – alguns têm dedos grandes oponíveis até nos pés. A diferença entre os polegares oponí-veis, é que conseguimos fazer com que os nossos polegares

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alcancem toda a área da nossa mão e, inclusive, cheguem ao dedo mindinho. Além do mais, conseguimos flexionar os dedos menores em direção ao polegar, o que nos garante uma destre-za manual única (CHOI, 2016).

Segundo Maslow as nossas necessidades estão dispostas numa hierarquia à qual denominou de hierarquia dos motivos huma-nos. No seu conceito de premência relativa, uma necessidade é substituída pela seguinte mais forte na hierarquia à medida em que esta começa a ser satisfeita. Assim, por ordem decrescente, as necessidades estão classificadas da seguinte forma: fisiológi-cas, segurança, afiliação, autoestima e autorrealização. A neces-sidade fisiológica é a mais forte, a mais básica e essencial, enquanto a necessidade de autorrealização é a mais fraca na hierarquia de premência (HESKETH; COSTA, 1980).

2.2.2.1 As condicionantes do ser humano

A nossa ação confronta-se com condicionantes de ordem físico--biológicas, psicológicas e histórico-culturais.

As condicionantes físico-biológicas da espécie estão presentes quando consideramos as características que partilhamos com os indivíduos da nossa espécie. Exemplo de limitações são as que decorrem da constituição fisiológica e da anatomia do nosso corpo, como, a incapacidade de suportar temperaturas ou pres-sões atmosféricas extremas, impossibilidade de voar ou respirar debaixo de água.

As condicionantes físico-biológicas individuais, refletem às ca-racterísticas físicas e biológicas de um indivíduo ou de um grupo de indivíduos. Exemplos deste tipo de limitações são as que se relacionam com a estrutura única do nosso genético individual, como as doenças hereditárias ou congénitas.

As condicionantes psicológicas, são referentes à personalidade que condiciona o modo como atuamos e nos relacionamos com os outros. Características como a força de vontade ou a falta dela, a timidez, o conformismo ou o pessimismo condicionam a

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ação, permitindo-nos prever qual será a conduta mais provável.Para além das anteriores, acrescem as condicionantes histórico--culturais, que estão focadas na época histórica e no meio socio--cultural como influência do nosso modo de ser, pensar e agir.

2.2.2.2 O comportamento em situação de stress

O stress1 é afetado pela perceção. É fundamental incluir o conceito de perceção ao discutir esta matéria em relação ao desempenho, incluindo o desempenho em julgamento e tomada de decisão.

A capacidade de lidar com este estado depende da perceção ou interpretação de um evento pelo indivíduo. Gilles sugere que as circunstâncias não conduzem automaticamente a pro-blemas de julgamento, é a experiência percebida de angústia (apud, KATHLEEN; VAUGHT, p. 3).

A competência em julgamento é sempre comprometida sob tensão. Esta conclusão particular dos especialistas nas audiên-cias do Congresso de 1989 merece ainda mais avaliação. É importante notar que tanto “o desempenho melhorado quanto a degradação do desempenho” têm sido associados ao aumento do stress (apud, KOWALSK; VAUGHT, p. 3). Para alguns indi-víduos, a pressão aumenta o desempenho. Outros são vulne-ráveis aos impactos negativos, o que resulta em desempenho diminuído. Um exemplo fisiológico dessa dinâmica positiva / ne-gativa é o desempenho atlético. Um atleta deseja estar em ótimo nível de desempenho, enquanto a concorrência exige um nível de tensão. O nível de tensão deve ser suficiente para estimular o desempenho superior, mas não o suficiente para avaliar o corpo, porque o desempenho diminui à medida que o corpo se move em direção à exaustão.

Estudando o efeito do stress sobre desempenho e julgamen-to, Dorner e Pfeifer submeteram 40 indivíduos a um jogo de combate a incêndio florestal informatizado. Metade dos sujei-tos foram colocados sob um ruído perturbador, e os demais focados apenas na sua tarefa. O exercício envolveu diferentes

1O termo stress foi profundamente enraizado na literatura. Lazarus and Lazarus discute o uso e a definição da palavra, reparando que esta foi usada tão cedo quanto o século catorze para se fazer referência a dificuldades adversidades e aflição.(apud, KOWALSKI; VAUGH p. 1 )

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níveis de dificuldade e durou cinco horas. Os investigadores descobriram que ambos os grupos, eram equivalentes, mas os seus padrões de resolução de problemas eram diferentes. Os stressados revelaram-se focados no esboço geral do problema, enquanto os outros, baseavam-se em análises aprofundadas. Consequentemente, os sujeitos stressados fizeram menos erros ao estabelecer prioridades, enquanto o outro grupo de sujeitos controlam melhor as suas operações de luta pela sobrevivência (KOWALSK; VAUGH p. 3).

2.2.2.3 Os direitos humanos das vítimas de desastres

Existe um vasto corpo internacional de leis que incorpora o senso de “ética” no reconhecimento e articulação dos direitos humanos básicos. Estas regras são muitas vezes empurradas para o limite no caos de grandes desastres internacionais, mas o direito de todas as vítimas de desastres continua intacto em qualquer circunstância, incluindo o mais básico de todos – viver a vida com dignidade. Tradicionalmente os desastres naturais são vistos como situa-ções que criam desafios e principalmente problemas de caráter humanitário. Porém, de modo crescente, vem a ser reconhecido que o direito à proteção também precisa de ser providenciado nestes contextos. Os tsunamis, furacões e terremotos que abala-ram parte da Ásia e América nas últimas décadas evidenciaram a necessidade de estar atento aos desafios múltiplos dos que as vítimas das catástrofes podem enfrentar. Muitas vezes os direi-tos das vítimas dos desastres não são suficientemente levados em conta.

Desigual acesso à assistência, descriminação na provisão de ajuda, relações forçadas, violência sexual e de gênero, perda de documentação, recrutamento de crianças para forças armadas, reassentamento involuntário ou inseguro e problemas de restitui-ção de propriedade, são apenas alguns problemas encontrados por esses que sofrem as consequências dos desastres naturais (BISSELL; JENSEN; FELDMAN-JENSEN, 2013)

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2.2.3 Sinopse

Embora assim não pareça ao cidadão desatento ou distraído, a nossa genesis comporta a principal missão de garantir a sobre-vivência da espécie. Por isso, ao ter-se compreendido o valor da vida humana de forma consciente, foram e continuam a ser defendidas normas de conduta e comportamento que salvaguar-dam os direitos de cada indivíduo, independentemente da sua condição.

As situações de surpresas, produzem em nós reações inespera-das. O comportamento varia de indivíduo para indivíduo, de-vendo-se esta variação a fatores de diversa ordem. É certo que estes influenciam direta ou indiretamente a capacidade cogniti-va, e por consequência a ação reativa.

De outro modo, como seres ligados à água intrínsecamente, tanto na composição orgânica como no comportamento, temos limites quando pretendemos atuar no meio aquático. Estes limi-tes pautam-se logo num primeiro plano, pelas razões fisiológicas e anatómicas que nos inibem do facto de poder respirar submer-sos, ou mesmo de flutuar ou movimentar sem o conhecimento antecipado de técnicas ou do uso de suportes.

Porém, no seguimento deste resumo, apraz acentuar a impor-tância da influência da imprevisibilidade. Absolutamente determi-nantes, existem fatores que acentuam as mais variadas dificul-dades ao fenómeno das intempéries, uns concretamente ligados e outros externos, que se desenrolam por consequência deste, provocando níveis de gravidade maior.

2.3 Metodologia

Estudar em profundidade os contextos em que poderão ocorrer incidentes climáticos por forma a criar um entendimento da real-idade, bem como das condições e meios de salvamento e apoio passiveis de serem otimizados e gerar novas e mais adequadas propostas.

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Assumir o design como disciplina de análise, identificação de problemas e oportunidades. Confrontar as soluções existente de maneira a compreender os critérios do design utilizados durante a evolução através da história, com a intenção de obter infor-mação privilegiada. Estabelecer padrões e criar cenários, de forma a que ao chegar a conclusões que possibilitem avançar para soluções capazes de serem interpretadas e validadas no âmbito do projeto.

Compreender o pensamento, a influência cultural e tecnológi-ca, os condicionalismos e os critérios que a dada altura foram levados em conta para a criação de soluções como fatores de ordem ergonómica, interação e outros pressupostos igualmente importantes que foram determinantes nesses processos. Estas questões pretendem motivar e repensar soluções que possam impulsionar para o aparecimento de novas ideias, a introdução de novas tecnologias, novos conceitos e essencialmente corrigir possíveis erros. Olhar para a natureza e observar, descobrindo o que ela nos oferece, tirando partido da experiência de uma entidade que conta com mais de quatro milhões e meio de anos.

Por fim utilizar o design como fonte de soluções e consequente materialização de ideias. Neste âmbito, o desenvolvimento de um produto requer a perceção concetual, o conhecimento do en-quadramento entre a tecnologia, geometria, os materiais e todos os sistemas necessários para a construção de uma derradeira solução para o problema. Assim, passamos pelo desenvolvimen-to concetual, prototipagem, avaliação antecipada do processo de fabrico e a determinação da vida útil do produto. Outras questões como a definição dos requisitos, as alternativas, a modulação do sistema, a sua integração, o lançamento do siste-ma, a avaliação do desempenho, a reavaliação e as variações, embora ligadas intimamente à engenharia, são determinantes no desenvolvimento do design do produto.

2.3.1 Análise dos contextos abrangidos

Cerca de 71% da superfície terrestre é coberta por água em estado líquido. Do total do seu volume, 96,5% está contido nos

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oceanos de forma salgada, enquanto apenas 3,5% são lagos de água doce e congelada armazenada em galerias ou calotas po-lares. Grande parte da água doce, 69%, encontra-se em forma de gelo.

O desenvolvimento deste trabalho foca-se objetivamente no meio aquático, onde se destacam vincadamente a existência de dois contextos de ação:

Permanentemente instáveis, as atividades desenvolvidas sobre em meio aquático são constantemente suscetíveis de acidentes. Estas envolvem embarcações, como é o caso da náutica de recreio, a atividade da pesca, a marinha mercante, os cruzeiros e outros. Estão mais expostas às circunstâncias dos fenómenos climatéricos, quando estes ocorrem com maior frequência dentro dos oceanos.

Noutra perspetiva, são destacados os desastres naturais e acidentes que em muitos casos afetam um número elevado de vítimas.

Os desastres naturais que de alguma forma estão relacionados com o meio aquático são de todos o maior número, represen-tando momentos verdadeiramente catastróficos, com graves repercussões, dos quais destacamos as cheias ou inundações, as tempestades, os furacões e os tsunamis1.

fig. 3 - fluxo real marítimo

fig. 4 - cheias em Águeda 2016

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As inundações ou cheias são o transbordo dos leitos dos rios para terra que habitualmente é seca. Ocorrem normalmente durante as chuvas intensas, quando as ondas do mar chegam à costa, quando a neve derrete muito rápido ou quando se quebram barragens ou diques. Podem acontecer com ape-nas alguns centímetros ou até cobrir habitações por completo. Geralmente manifestam-se por um período curto de duração ou prolongam-se por dias, semanas ou mais tempo. Estas são as mais comuns e disseminadas de todas as catástrofes naturais relacionadas com o tempo.

As inundações repentinas são o tipo mais perigoso, porque combinam o poder destrutivo destas, com grande velocidade e imprevisibilidade. Ocorrem quando a água excessiva enche normalmente os riachos secos ou leitos de rios junto com o curso de água que correm, causando o rápido aumento dos níveis, num curto espaço de tempo. Isto pode acontecer sem ser percetível a tempo.

Os tsunamis, em geral, existem onde os terremotos são possí-veis, nas áreas onde as placas tectónicas colidem umas com as outras, onde estas se desviam umas das outras ou colidem, as-sim como em outras áreas com falhas geológicas. São as praias e os litorais principalmente os mais afetados. Nos estuários, a frente de onda pode avançar muitos quilómetros para o inte-rior. Estes surgem do repentino deslocamento de gigantescas massas de água devido a terremotos no fundo do mar, erupções vulcânicas acima e debaixo da oceano, deslizamentos de terra ou impactos de meteoritos. Cerca de 86% de todos os tsunamis resultam dos chamados maremotos.

2.3.2 Identificação e caracterização dos meios humanos e das vítimas

Qualquer das soluções apresentadas tem como objetivo satisfa-zer necessidades concretas do apoio e socorro. Portanto, no que diz respeito às vitimas, consideramos qualquer indivíduo, inde-pendentemente de possíveis limitações. Todos têm por direito, de ter acesso aos recursos. Podemos, no entanto, afirmar que

fig. 5 - cheias em França 2016

fig. 6 - tsunami no Japão 2011

1 O termo tsunami do japonês significa “grande onda no porto”. Este termo foi cunhado por pescadores de volta ao porto à noite, depois das suas aldeias e cidades terem sido devastadas por uma onda gigante, mesmo que estes não tivessem visto nenhuma onda em mar aberto.

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36 design de equipamentos de apoio e socorro a intempéries e meios aquáticos

qualquer indivíduo é uma presumível vítima.

Um relatório das Nações Unidas revela-nos o seguinte:

“A população urbana a nível mundial tem crescido rapidamen-te passando de 746 milhões em 1950 para 3,9 mil milhões em 2014, A Ásia, apesar baixo nível de urbanização, aloja 53 por cento da população urbanizada a nível mundial, seguida da Eu-ropa com 14 por cento e a América Latina e nas Caraíbas com 13 por cento.”

<http://www.unric.org/pt/actualidade/31537-relatorio-da-onu-mostra-populacao--mundial-cada-vez-mais-urbanizada-mais-de-metade-vive-em-zonas-urbaniza-das-ao-que-se-podem-juntar-25-mil-milhoes-em-2050> [nov. 2017]

O INE define entre outras, três tipologias de áreas urbanas em Portugal. Áreas predominantemente urbanas, áreas mediamente urbanas e áreas predominantementes rurais.

O índice de envelhecimento evidenciado na figura 7, mostra a realação entre a população idosa (65 e mais anos) e a popula-ção jovem (0 - 4 anos) em 2014.

Entende-se como recursos humanos os profissionais ou voluntá-rios que geralmente estão confinados a missões de socorro, as

fig. 7 - quadro do índice de

envelhecimento

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suas idades geralmente estão compreendidas entre os 25 e os 55 anos. São sujeitos ao treino físico e treino psicológico rigoro-sos, de forma a estarem preparados para situações de estrema exigência no terreno.

2.3.3 A interação com instrumentos de apoio e socorro

No enquadramento do resgate em meio aquático serão anali-sadas as potencialidades e limitações existentes, por meio da observação de registos de vídeo e fotográfico.

Serão estudadas as preferências intuitivas do utilizador quanto à interação com os diversos tipos de acessórios. Deste modo, pretende-se identificar os mais adequados, de forma a garantir maior eficácia no manuseamento durante as operações cruciais para o funcionamento dos equipamentos.

2.4 A evolução dos equipamentos de apoio e socorro para meio aquático

A evolução dos instrumentos de apoio e socorro, em muitos ca-sos, foi impulsionada pela influência de acontecimentos trágicos na forma de desastres naturais ou acidentes. Como prova disso, basta-nos observar o naufrágio do Titanic, que serviu como base para a séria preocupação com a prevenção e salvamento, ou o caso do tsunami do Japão em 2011, que está na origem da criação da cápsula Noah, desenvolvida por Shoji Tanaka na Cosmopower.

O aparecimento de novos materiais e tecnologias tem proporcio-nado o desenvolvimento de apetrechos mais adequados ao meio aquático e às exigências das operações. Os semirrígidos, por exemplo, surgem com os compósitos e o mesmo acontece quan-to aos salva-vidas free fall. Na continuidade, temos ao serviço do apoio e salvamento os drones, que são uma tecnologia recente e promissora. Isto torna-se possível, pela redução do peso dos materiais e componentes, contribuindo, ao mesmo tempo, para

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1920

1917

1900

1912

fig. 12 - maca de resgate

1944

fig. 17 - bote salva-vidas airborne

1942

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fig. 10 - salva-vidas inflável Halkett boat fig. 11 - salva-vidas inflável Halkett boat

fig. 13 - bote salva-vidas

fig. 14 - boia torpedo

fig. 15 - boia salva-vidas

fig. 16 - bote insuflável (USA Navy)

fig. 8 - colete salva-vidas de cortiça

1887

fig. 9 - salva-vidas sempre em pé

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fig. 18 - boia salva-vidas

fig. 21 - semirrígido RIB fig. 28 - barco de resgate para cheias

fig. 26 - maca de resgate

fig. 24 - salva-vidas free fall

fig. 30 - drone localizador de vítimas

fig. 27 - cateter para ruínas

1950

1969

fig. 20 - boia salva-vidas (homologação)

1963

2015

1970

2011

2013

fig. 25 - cápsula para tsunamis

2009

fig. 29 - drone lança-boias

1999

fig. 23 - balsa salva-vidas insuflável

2012

1978

fig. 22 - balsa salva-vidas

fig. 19 - salva-vidas

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40 design de equipamentos de apoio e socorro a intempéries e meios aquáticos

uma maior autonomia no ar, a necessária para o desempenho da ação.

2.4.1 Enquadramento histórico

Para uma melhor perceção da evolução dos equipamentos de apoio e socorro durante a história, é traçada uma linha do tempo que faz um contraponto com acidentes à época.

A boia de salvação circular surgiu há cerca de 300 anos como referido anteriormente. Em 1844 foi criado o Halkett boat, insu-flável de tecido impregnado de borracha. Esta embarcação foi desenhada pelo oficial da marinha inglesa Peter Halkett, para viajar pelo ártico canadiano em condições extremas. Daí em diante, a sucessão de soluções tomou um certo vigor embora só com o naufrágio do Titanic se tenha começado a pensar na proteção e segurança mais a sério. Isto aconteceu com a primei-ra convenção SOLAS1 (a convenção da IMO que salvaguarda a vida humana no mar), em que se levantaram questões sobre a segurança da navegação. Na data, após alterações, acabou finalmente por ser aprovada e adotada. A IMO (Organização Marítima Internacional) dedica a sua atenção a questões relacio-nadas com a proteção e a segurança.

2.4.2 Equipamentos de apoio e resgate

Neste ponto, analisa-se o estado da arte dos equipamentos de apoio e socorro. As observações têm a intensão de identificar limitações ou vantagens existentes em cada um.

2.4.2.1 Boia salva-vidas circular

Com cerca de 300 anos é um equipamento icónico, que em cer-

1 SOLAS – convenção da IMO que salvaguarda a vida humana no mar.

< http://www.imo.org/en/About/conventions/listofconventions/pages/international-convention-for-the-safety-of-life-at-sea-(solas),-1974.aspx> [set. 2017]

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design de equipamentos de apoio e socorro a intempéries e meios aquáticos

tas circunstâncias faz a diferença entre a vida e a morte. É fácil de utilizar, mas necessita de ajuda para chegar à vítima e não é confortável quando a vítima se mantem agarrada durante longos períodos de tempo. É essencialmente utilizada para socorro rápido em caso de afogamento.

No outro caso, é parte de um conjunto com acessórios que a torna facilmente num Personal Retriever para resgatar a vítima a partir de um local seguro.

• Polietileno de baixa densidade• Aprovação SOLAS

2.4.2.2 U-Safe boia salva-vidas

A U-Safe é uma outra variante de boia salva-vidas desenvolvida em Portugal pela NORAS. Autopropulsionada e telecomandada, funciona em qualquer posição e nas condições mais adversas. Está ainda dotada de um sistema próprio de navegação e orien-tação.

Estas boias podem salvar náufragos em circunstâncias mais difíceis que o habitual. A U-Safe consegue atingir uma distân-cia máxima de três milhas (5,5 km), com uma autonomia de 40 minutos e uma velocidade máxima de 15 nós (28 km/h). No regresso, pode carregar um máximo de 200 kg.

fig. 31 - Boia circular

fig. 32 - Kit solas lifebuoy

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42 design de equipamentos de apoio e socorro a intempéries e meios aquáticos

<http://www.norasperformance.com> [ago. 2017]

2.4.2.3 Emily boats

Também é uma boia de salvação, como vimos no caso ante-rior, teleguiada. A diferença está no design e nas caraterísticas técnicas.

• Casco – Kevlar compósito reforçado• A cobertura da flutuação é construída com tela de grau mari-

nho pesado de alta qualidade, com flutuação estrutural leve, de espuma de células fechadas

<http://emilyrobot.com/emily-boat/> [jul. 2017]

fig. 33 - U-Safe

fig. 34 - Emily boats

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design de equipamentos de apoio e socorro a intempéries e meios aquáticos

2.4.2.4 Colete salva-vidas

No campo da proteção individual, pensando na segurança e con-forto, as marcas criaram uma opção extra e completamente legal que são os coletes salva-vidas insufláveis de cintura, que quase não se sentem durante o uso.

• Sistema com acionamento hidrostático HAMMAR• Pega de reboque (recuperação) e fivela de arnês• Parte interior – forro principal 100% poliuretano• Parte exterior – tecido principal 100% poliéster

2.4.2.5 Prancha de salvamento

Em certos casos é necessário arrastar as vítimas sobre a água. Nestas circunstâncias, a prancha de salvamento torna-se ideal.

• ResQ com dois motores elétricos e sistema de propulsão a jato de água. Desenhado pela Stilform é um projeto a cami-nho da maturidade

fig. 35 - colete oceânico Insuflável Evo 165 Hidrostático - Plastimo

fig. 36 - prancha de salvamento ResQ

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44 design de equipamentos de apoio e socorro a intempéries e meios aquáticos

2.4.2.6 Fato seco para socorro em meio aquático

Nas missões de socorro, estes fatos mantêm o seu utilizador seco e em condições térmicas desejadas. O desenho, aliado aos materiais, facilita a agilidade do indivíduo, quando este está parcialmente submerso (fig.37).

• Tecido TriTon respirável, impermeável de 40-denier1, suporta anos de esforço

2.4.2.7 Insuflável de socorro para cheias

Embarcação de socorro insuflável, promove uma certa segu-rança e estabilidade. Ocupa espaço reduzido, quando vazio. Montagem em 12 minutos, suporta um motor e tem lotação de 4 pessoas. A estrutura é separada em 3 + 1 compartimentos, o que garante a flutuação em caso de perfuração. É um equipa-mento de apoio para as equipas de socorro.

Os materiais de construção são os seguintes:

• Casco - 1100 Dtex tecido de poliéster revestido de hipalon / neoprene laranja, aprox. Peso 1100 g / m²

• Válvulas - Conexão de descarga de neoprene com mecanis-mos de núcleo removíveis Piso – Laminado de fibra de vidro, núcleo de espuma, arestas protegidas com tiras de desgaste de tecido

• Antiderrapante - PVA amarelo grip surf

1denier - unidade de medida textil para a densidade de massa linear de fibras.

fig. 37 - fato seco para socorro em meio aquático

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<http://www.rescuemarine.co.uk/wp-content/uploads/2013/03/Arancia-A380SR-s-pec-sheet.pdf> [set. 2017]

2.4.2.8 Flutuador de sobrevivência

Este equipamento é de utilização nas embarcações e possibilita de forma rápida criar uma ilha sobre a água pronta para acolher náufragos. O seu formato simplista, de colchão, evidencia pouca segurança principalmente quando a condição das águas de-monstre crispação (fig. 39).

Aprovado pelo Bureau Veritas, possui:

• Capa de PVC removível 420 D revestida • Cercado por um cabo trançado mantido por guias de fio• 600D polyester material• Espuma de Polietileno

<http://www.bureauveritas.pt> [set. 2017]

<http://www.nauticexpo.com/prod/forwater/product-24222-206593.html> [set. 2017]

fig. 38 - Insuflável de socorro para cheias

fig. 39 - flutuador de sobrevivência

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46 design de equipamentos de apoio e socorro a intempéries e meios aquáticos

2.4.2.9 Salva-vidas de queda livre (free fall)

O barco salva-vidas de queda livre é um modelo a bordo da porta da popa projetado e fabricado de acordo com a última especificação de SOLAS1 e padrões internacionais. Este modelo apresenta versões com capacidade de 16 a 90 pessoas.

<http://www.imo.org/en/About/conventions/listofconventions/pages/international-convention-for-the-safety-of-life-at-sea-(solas),-1974.aspx> [set. 2017]

• Construído em compósito• Equipado com dispositivos de navegação

2.4.2.10 Cápsula para tsunami

Noah é uma capsula para tsunamis desenvolvida para enfrentar as mais severas condições. A sua forma esférica e capacidade hermética faz antever grande desconforto para quem estiver fechado no seu interior.

• Compósito - fibra de vidro

1 SOLAS – convenção da IMO que salvaguarda a vida humana no mar.

fig. 40 - barco salva-vidas free fall

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2.4.2.11 Drone Sky Angel

O drone delivery system é um conceito recente com grande res-ponsabilidade por parte da Amazon. Da mesma forma, este pro-jeto português de 2014 incubado no UPTEC (Parque de Ciência e Tecnologia da Universidade do Porto), tem a incumbência de fazer entrega de boias de salvamento a pessoas em apuros no mar. À data, o drone estava a ser testado pelo Instituto de Socor-ro a Náufragos (fig. 41).

Neste âmbito, utilizando as novas tecnologias, é possível fazer chegar os meios às vitimas de afogamento sem colocar em risco outra vida, a do socorrista.

fig. 41 - cápsula para tsunamis

fig. 42 - drone Sky Angels

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48 design de equipamentos de apoio e socorro a intempéries e meios aquáticos

2.4.2.12 Aplicações móveis e plataformas digitais de apoio a catástrofes

Quando ocorre um desastre, qualquer indivíduo estará em me-lhores condições se se tiver abastecido para 72 horas de água e alimentos não-perecíveis, um rádio com bateria, uma lanter-na, um kit de primeiros-socorros, pilhas extras, apito, toalhitas húmidas, uma chave-inglesa ou alicate, um abre-latas manual, mapas locais, um telemóvel com carregadores e uma bateria para backup. O que está no telemóvel pode ser muito valioso. Possibilita, por exemplo, utilizar os alertas públicos do Google e ou aplicações que ajudam antes, durante e após a situação de emergência - seja esta um furacão, terremoto, incêndio ou inun-dação. Muitas destas aplicações funcionam on-line e off-line!

O projeto Rescuer está a ser desenvolvido por um grupo de investigadores brasileiros, alemães, austríacos e espanhóis. A solução inovadora emprega dispositivos móveis, técnicas de aprendizagem de máquina e processamento de imagens para auxiliar centrais de controle em empresas e eventos.

As informações provenientes da população (crowdsourcing) podem ser recolhidas em tempo real, por meio dos sensores dis-poníveis nos smartphones ou por meio de um aplicativo que está a ser desenvolvido especialmente para ser usado em situações de emergência.

• Pensada para casos de emergência de origem diversa• Desenhada apenas para grandes eventos e polos industriais• Utiliza recursos de ponta como é o caso do crowdsourcing,

mas está dependente da ação humana para filtrar e responder aos resultados

fig. 43 - icones de aplicações

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<http://www.rescuer-project.org>[out. 2017]

2.4.3 Tecnologias e materiais emergentes

Este capítulo visa a identificação de tecnologias e materiais de destaque, que possam contribuir para o desenvolvimento das propostas a desenvolver.

2.4.3.1 IoT - a internet das coisas

A internet das coisas (IoT - Internet of Things) estará em cerca de 30 mil milhões de dispositivos por volta do ano 2020. Os dis-positivos e sistemas interconetam sensores do mundo real e atu-am através da internet. De facto, uma das áreas mais excitantes desta tecnologia é sem dúvida a dos nanosensores que podem ser incorporados no interior dos materiais e até circular pelo in-terior do corpo animal. Esta condição traz vantagens acrescidas para todas as indústrias e torna-se determinante principalmente para a medicina, a agricultura e a farmacêutica.

A internet das coisas inclui diferentes sistemas, como são

fig. 44 - sistema rescuer

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50 design de equipamentos de apoio e socorro a intempéries e meios aquáticos

exemplo:

• Dispositivos móveis • Objetos e medidores inteligentes• Dispositivos usáveis, incluindo roupas• Implantes de cuidado da saúde• Relógios inteligentes e dispositivos de desporto• Veículos autónomos• Sistemas de automação do lar, termostatos, luz e segurança• Outros sensores de medição para a água, controlo de trafego,

sinais de transito, etc.

2.4.3.2 O Drop Stitch

O Drop Stitch é uma nova tecnologia de tecido ultraleve, muito resistente, sem cedência à torção, com memória de forma e ami-go do ambiente. Insuflável, permite reduzir o espaço ocupado quando fora de serviço. É utilizado em várias indústrias, desde a náutica de recreio na conceção dos SUP (Stand Up Paddle Board) e caiaques, nos parques aquáticos e no desporto.

fig. 45 - smart cities

fig. 46 - parque aquático

fig. 47 - stand up paddle board

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2.4.3.3 Tecidos inteligentes

Na vanguarda dos tecidos técnicos inteligentes, temos o caso da tecnologia Outlast, desenvolvida pela NASA, o Metallic termal tech e o hidrorrepelente da Shimano, a vasta gama de soluções apresentada pelo CITEVE, em que uma das novas tecnologias, NIR (Near Infra Red) transforma luz em calor para aumentar a temperatura corporal. Permitem de uma forma geral, criar soluções personalizadas e dar resposta às carências de cada indivíduo em particular e de acordo com determinada situação.

<https://www.citeve.pt> [out. 2017]

São variadas as ofertas de mercado já disponíveis ou em desen-volvimento, das quais podemos destacar os térmicos, os imper-meáveis ou hidrorrepelentes, os respiráveis, os luminosos, etc.

2.4.4 Sinopse

As tecnologias são a via que vai traçando o percurso da humani-dade através do tempo. Numa escalada contínua, cada vez mais rápida, vincam o patamar de conhecimento, a capacidade de desenvolvimento e a resiliência da nossa espécie.

As emergentes desafiam-nos a repensar de forma contínua tudo o que existe e utilizamos no nosso quotidiano. Num espetro mais amplo, permitem encontrar formas de resolver problemas em que o intercâmbio entre sistemas se torna mais compensatório, distribuindo a inércia, ao contrário de subcarregar determinados pontos isolados de uma solução.

Estamos no início de um percurso que permite desenvolver produtos para cada indivíduo, de forma a responder mais acerta-damente às suas necessidades físico-biológicas respondendo a inputs naturais de cada momento e de cada situação.

fig. 48 - drop stitch fabric (pág. 50)

fig. 49 - metallic thermal tech

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52 design de equipamentos de apoio e socorro a intempéries e meios aquáticos

III. O design de equipamentos de apoio e socorro em meio aquático

3.1 As ferramentas de apoio ao socorro

As equipas de socorro em meio aquático possuem uma árdua e difícil preparação, voltada tanto para o desenvolvimento físico, quanto para o psicológico.

Salvar uma vida em situação difícil dentro de água exige grande esforço e experiência em natação, além de concentração e con-trolo físico. No entanto, por mais rígido e preciso que seja o trei-no, muitas vezes isso não é o suficiente e coloca o socorrista em desvantagem. É nesses momentos que entram os apetrechos de socorro. Versáteis e dinâmicos, são cruciais para diversos procedimentos e, na grande maioria dos casos, tornam-se de-terminantes para o sucesso da operação. Aliados à tecnologia, os acessórios devem priorizar a qualidade, visando a segurança tanto da vítima, quanto do socorrista. A sua função é de supor-tar o cumprimento de missões com o melhor grau de sucesso. Desta forma, são pensados para que os utilizadores vejam simplificada tanto a interação, bem como a ação em determina-do ambiente de maneira que esta seja fluida, preferencialmente até para se obter rendimento extra dos fatores externos para o desempenho da tarefa.

Normalmente utilizados por profissionais treinados para desem-penhar essas tarefas, é, nos contextos onde a incerteza impera, que existe a necessidade de que estejam disponíveis e facilmente manobráveis até por indivíduos sem preparação prévia. Por meio do design, devem assumir os seguintes requisitos:

• Disponibilidade – disponíveis no local, no número e momento certo

• Simplicidade – com o mínimo de recursos responder à máxi-ma exigência

• Funcionalidade – deve adaptar-se a cada exigência de forma útil e funcional

• Intuitivo – deve parecer evidente a forma de o manusear ou utilizar

• Colaborativo – assumir-se facilmente como extensão do corpo do utilizador

fig. 50 - equipa de resgate de vítimas de tempestade no Texas

fig. 51 - voluntários socorristas em atividade

fig. 52 - ação de socorro nas cheias de Ramu Bangladesh

fig. 53 - cheias em Yorkshire 2007

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3.1.1 Condicionantes do apoio e socorro

Para evitar males maiores, existem recomendações que esta-belecem um distanciamento das consequências fatais. No cam-po da prevenção, requerem uma ação antecipada e nomeada-mente em locais onde o nível da água se eleva, recomenda-se:

• Evitar construir em locais suscetíveis a inundações• Construir barreiras para reter o avanço das águas quando isso

acontece• Selar as paredes das caves com compostos impermeabilizan-

tes para evitar infiltrações• Estar atento à comunicação social quando existe a eminência

de fenómenos catastróficos• Conhecer a diferença entre um alerta e um aviso de catás-

trofe. Um alerta prevê que o acontecimento pode ocorrer, en-quanto o aviso refere que a ocorrência vai ou está a acontecer

Nos locais urbanos é difícil, numa primeira instância, contabilizar aglomerados de pessoas em determinada área a dado momen-to. Na ocorrência de um fenómeno catastrófico repentino, a res-posta pode não estar à altura tanto em número como na rapidez de ação, porque o apoio tem em todos os casos de ser alocado. Devemos assumir à partida, um número indeterminado de barreiras físicas e outras condicionadoras que forçam o compor-tamento dos elementos tanto a nível direcional como na asso-ciação de fatores externos. O arrasto de objetos e detritos pode ser um grande problema associado por exemplo a uma cheia repentina, elevando consideravelmente o nível de gravidade do fenómeno.

Pode ser denotado no socorro em geral, uma resposta tardia e muitas vezes a escassez ou a desadequação dos meios. Este facto não se identifica apenas nos países com poucos recursos económicos mas também na Europa. Veja-se, por exemplo, o número de 21 mortos nas cheias repentinas de Paris, no ano de 2016, em que o caudal do rio Sena subiu cerca de 6,5 metros.

<https://www.publico.pt/2017/10/15/politica/noticia/estudo-confirma-que-falhas-nas-comunicacoes-impediram-pedidos-de-socorro-1788982/amp> [out. 2017]

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54 design de equipamentos de apoio e socorro a intempéries e meios aquáticos

3.1.2 A vida humana e o seu valor

Para que se justifique o investmento nos recursos para o apoio e socorro, convém apurar que a vida humana possui um valor que não pode ser medido por quantificação matemática, e prova disso, é o facto de que em outras, e na nossa constituição, no capítulo 1, artigo 24.º, direito à vida, na alinea 1 se refere; “A vida humana é inviolável”.

Porém, na sociedade em que vivemos à mercê dos mercados, estes marcam o nosso destino. Os economistas têm feito estu-dos para tentar apurar o valor que atribuímos à vida humana. Alguns destes estudos baseiam-se nos salários recebidos, pois devem ser superiores nas profissões que apresentam maior risco de vida. Uma estimativa resultante deste tipo de análise foi de 4,3 milhões de dólares a preços de 1981. Outros estudos ba-seiam-se na disponibilidade do consumidor pagar para ter a cer-teza de que a probabilidade de morte vai diminuir, por exemplo, comprando equipamentos adicionais de segurança na aquisição de uma viatura ou de uma habitação. Os valores estimados vão dos 2 aos quase 8 milhões US$ para os Estados Unidos ou de 1,3 a 3,5 milhões de Euros num estudo de 2000 para a União Europeia (PEREIRA, 2017).

3.2 Inquérito aos utilizadores sobre preferência de acessórios

Com a intenção de compreender como os possíveis utilizadores manifestam a sua escolha quanto aos acessórios nos equipa-mentos de apoio e resgate, realizou-se um questionário. Este inquérito anónimo é constituído por quatro grupos de três pergun-tas acompanhadas de imagens. As respostas foram consideradas obedecendo aos escalões etários previamente definidos.

Questão A:Para abrir um fato ou equipamento rapidamente, qual destas soluções escolhe?

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Questão B:Para encher rapidamente uma boia que vai utilizar numa emergência, a que sistema recorre?

Questão C:Com que tipo de cinto se sente mais seguro (a)?

Questão D:Imaginando-se numa situação difícil, qual das pegas escolhe para se agarrar?

fig. 54 - A-1 fecho zíper

fig. 55 - A-2 fita de velcro

fig. 56 - A-3 molas de pressão

fig. 57 - B-1 garrafa de CO2

fig. 58 - B-2 encher o balão

fig. 59 - B-3 bomba de ar

fig. 60 - C-1 cinto de segurança tipo suspensórios

fig. 61 - C-2 cinto de segurança simples

fig. 62 - C-3 cinto de segurança

fig. 63 - D-1 pega de corda

fig. 64 - D-2 alça de borracha

fig. 65 - D-3 alça de agarrar

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O resultado do questionário pede ser analizado nos gráficos que se seguem:

fig. 66 - gráfico de respostas até aos 20 anos

fig. 67 - candidato respondendo ao teste

fig. 68 - gráfico de respostas dos 21 aos 35 anos

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fig. 69 - gráfico de respostas dos 36 aos 50 anos

fig. 70 - gráfico de respostas dos 51 aos 68 anos

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58 design de equipamentos de apoio e socorro a intempéries e meios aquáticos

As preferências, ficaram refletidas nos seguintes acessórios:

• Sistema de abertura, fita de velcro• Forma de enchimento, garrafa de CO2• Segurança, cinto de segurança tipo suspensórios• Segurança sustentação, alça de borracha

Conclui-se que na escolha das opções, não houve divergência acentuada quanto ao tipo de objeto e os diferentes escalões etários. As preferências dos indivíduos inqueridos basearam-se estritamente nos critérios que demonstram maior segurança e nos casos relativos ao manuseamento, aqueles que refletem mais simplicidade e rapidez na produção de resultados.

Este estudo tem importância, na medida que é um indicador das preferências dos indivíduos relativamente a questões de segu-rança individual.

3.2.1 Sinopse

Interessa, desde já, salientar algumas considerações que pare-

fig. 71 - gráfico de respostas maiores de 68 anos

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cem ser relevates quanto a realização deste inquérito.

Não tendo sido validado, pretende ser apenas considerado como referência e um passo no processo do projeto.

O questionário foi realizado na perspetiva de compreender a implementação de acessórios nas propostas a desenvolver. As respostas acabaram por se singir a uma escolha muito homogénia, o que levantou incerteza quanto ao caráter das per-guntas. Por assim ser, ficam sugeridas alterações às diferentes questões caso este se venha a repetir no futuro. As alterações a considerar são as seguintes:

Questão A:O que prefiro para abrir um fato ou um equipamento?

Questão B:Para encher rapidamente uma boia que vou utilizar, o que pre-firo?

Questão D:Que tipo de pega me faz sentir mais confortável?

3.3 Desenvolvimento de propostas

As observações efetuadas no decurso desta investigação permitiram considerar a possibilidade de conceber melhorias e desenvolver novas propostas, tanto estruturais como a nível de ferramentas individuais de apoio e socorro em meio aquático, quando estamos a falar de intempéries.

Para que fosse possível dar resposta a este desafio, indo ao encontro das possibilidades suscitadas pela pesquisa, foi impor-tante:

Compreender e estabelecer a necessária relação entre os dife- rentes meios e contextos.

Olhar para esta questão de modo abrangente, encaminhando

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o foco para as soluções, com base num modelo sistémico que pretende abraçar todo o problema, para dar uma resposta, tão qualitativa quanto quantitativa.

Aos fatores anteriores adicionou-se a prontidão, que é extrema-mente preponderante quando se trata de apoio e socorro.

Nos casos apresentados adiante, existem diferentes possibili-dades. Certos e determinados equipamentos foram pensados para trabalhar no contexto de um sistema, enquanto outros, podendo continuar dependentes do referido sistema, podem ser recursos independentes ou particularmente manobráveis por socorristas. Deste modo, a versatilidade torna o sistema útil para contextos diferentes. Os contextos diferentes são, por sua vez, sugeridos pela imprevisibilidade dos acontecimentos atmosféri-cos.

Por outro lado, não podemos deixar de considerar os aponta-mentos de Karl Ulrich e Eppinger, quanto ao desenvolvimento de produto na perspetiva da indústria. Para que o sucesso seja de facto real e gerador de lucro, o produto tem de ter qualidade, custo de produção e de desenvolvimento controlados, e deve haver capacidade de desenvolvimento.

Ter a noção de que o design de produto é uma disciplina inter e multidisciplinar, que requer a contribuição das áreas do mar-keting, design e produção. O marketing faz a mediação entre a empresa e o cliente. O design desenvolve a forma física a partir da informação recebida, respondendo às espectativas do cliente. A produção é responsável por desenhar o sistema de operações e coordenação para que o produto seja produzido.

3.3.1 Gestão dos fenómenos e ação automática para o meio aquático

As entidades de responsabilidade civil respondem aos fenómenos por antecipação, quando as previsões climatéricas coincidem com o real acontecimento das incidências. De modo geral, a resposta é feita com a prevenção, cabendo a estes

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estenderem às populações os alertas necessários. Quando acontecem as incidências, momentos de grande tensão e perigo-sidade, as equipas de socorro levam sempre o seu tempo para dar respostas às chamadas de urgência. Este tempo é prepon-derante para o salvamento de vidas humanas. A imprevisibilidade acrescenta condições negativas e é paralelamente o fator que está na origem do desequilíbrio de forças com os homens do socorro. O desequilíbrio pode verificar-se tanto pelo número de meios diponíveis, como pelo tipo de abordagem a exercer em determinado momento de ação. Não podemos ainda descurar a condição humana, suscetível de erro na leitura de cenários, na decisão, na comunicação ou na coordenação.

3.3.1.1 O contributo da biónica no design de uma infraestrutura

A natureza funciona com informação em tempo real. Os organis-mos e ecossistemas precisam de receber muita informação e ser capazes de lidar com ela de forma adequada. Este sistema de envio e receção afinou-se de tal maneira durante o período de milhares de anos de evolução que resultou no equilíbrio dos seres vivos com os seus habitats.

<http://natureinspireus.com/> [jun. 2017]

fig. 72 - libelium smart world infografia

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62 design de equipamentos de apoio e socorro a intempéries e meios aquáticos

O avanço tecnológico permite-nos hoje replicar este compor-tamento da natureza. Ligar informação em tempo real através da internet por intermédio de dispositivos e sensores. Tirando partido desta vantagem, e num pensamento enquadrado com as Smart Cities em que soluções inteligentes resolvem problemas do dia a dia, surge em seguida o desenho de uma infraestrutura IoT (Internet of Things) para atuar quando ocorram incidências nos locais urbanos.

Atendendo a que os maiores problemas encontrados no âmbito da pesquisa se prendem com a rapidez na ação, coordenação e prontidão dos meios, faz todo o sentido encadear todo um siste-ma como resposta.

3.3.1.2 Análise de necessidades

O apoio e o socorro têm vindo a ser realizados apenas pela ação do homem através das estruturas organizadas por uma cadeia de comando. Apesar do esforço para que as missões decorram com sucesso, há sempre fatores que são difíceis de ultrapassar. O tempo e o desdobramento dos meios humanos ou recursos são o grande problema nesta luta contra as forças da natureza.

É necessário decidir no momento em que se verificam variações e agir com rapidez na libertação de dispositivos de salvamento ou envio de alertas.

Ultrapassar a imprevisibilidade que ocorre antes e durante os fenómenos atmosféricos. Estes fatores podem ser de vária ordem e adicionam a probabilidade de colocar em risco até as equipas de socorro mais bem preparadas. Reagir oportunamente é uma necessidade fundamental para garantir a segurança dos interve-nientes.

Proporcionar que os meios estejam presentes até nos perímetros isolados e impenetráveis por determinada circunstância. Obter informação localizada, com base na real situação de todos os elementos que intervêm no fenómeno, passíveis de leitura.

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fig. 73 - desenho 1 inicial do sistema

3.3.1.3 Desenho da infraestrutura autónoma

Na tentativa de compreender e gerar um raciocínio lógico, abrangendo as necessidades esperadas dentro do contexto, dá--se origem aos primeiros esquemas de ideias.

Estas ideias iniciais permitem antecipar que a infraestrutura deve trabalhar de forma modular, para que não seja contaminada na totalidade quando se possa verificar a inoperacionalidade de algum setor.

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64 design de equipamentos de apoio e socorro a intempéries e meios aquáticos

Os módulos devem compreender áreas concretas de terreno perfeitamente definidos pelas coordenadas reais, devendo con-ter os diferentes sensores que medem a temperatura da água e ambiente, velocidade do vento, velocidade, direção e nível da água, e estarem ligados permanentemente à rede wireless lan.

A informação recolhida no terreno é tratada da seguinte forma:

• Acedida por meio de um cliente, através de um serviço REST API1 para efeitos de monotorização, informação e alerta. Automaticamente pode ser confrontada com dados vitais do utilizador quando existir uma aplicação para o efeito no seu dispositivo pessoal ou sensores de leitura de dados vitais

fig. 74 - desenho 2 inicial do sistema

1REST (Representational State Transfer) , em português Transferência de Estado Representacional, é uma abstração da arquitetura da World Wide Web. Mais precisamente, é um estilo arquitetural que consiste num conjunto coordenado de restrições arquiteturais aplicadas a componentes, conectores e elementos de dados dentro de um sistema de hipermédia distribuído.O REST ignora os detalhes da implementação de componente e a sintaxe de protocolo com o objetivo de focar nos papéis dos componentes, nas restrições sobre a sua interação com outros componentes e na sua interpretação de elementos de dados significantes.

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design de equipamentos de apoio e socorro a intempéries e meios aquáticos

• Tratada em tempo real por intermédio de um software insta-lado no data center, que confrontando com as configurações, direciona para o terreno decisões que acionam os sistemas necessários. Esta informação utiliza dois canais

• Troca de informação entre sistemas e dispositivos via IoT gatway

• Propagação pela internet, para acesso da população e entida-des de proteção e segurança

As zonas de intervenção urbana para instalação de compo-nentes estão circunscritas às fachas próximas do terreno e dos telhados das casas, respetivamente.

O nível mais baixo suporta os sensores que permitem a leitu-ra de dados referentes à temperatura da água, velocidade e direção da corrente. Outras medições podem ainda ser consid-eradas.

No nível mais alto, são instalados sensores de medição atmos-férica, os sistemas de alimentação e conexão à rede.

Para a funcionalidade da infraestrutura, deve ser desenvolvido um software, que alojado no data center, recolhe a informação e de forma inteligente, decide as melhores opções para o momen-to, de acordo com os dados recebidos (ver página 67).

fig. 75 - zonas de instalação de componentes

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66 design de equipamentos de apoio e socorro a intempéries e meios aquáticos

Um outro software instalado no servidor tem acesso a uma base de dados que é alimentada pelo software do data center. Essa informação é transferida para os clientes a pedido, utilizando o serviço REST API. Através do cliente, a informação pode ser selecionada ou filtrada de acordo com as pretenções e as possi-bilidades oferecidas pelo software.

3.3.1.4 Manutenção e upgrade

Qualquer sistema necessita de manutenção para garantir a sua constante funcionalidade. Neste sentido, prevê-se a necessidade de inspeção do estado dos componentes que permanecem no exterior. Este procedimento deve verificar-se também a nível dos sistemas digitais, os softwares, as conexões de rede e também no que respeita a alimentação.

A atualização de sistemas, ou upgrade, devem ser feitos a nível de componentes e software, podendo resultar de possíveis alterações necessárias para a infraestrutura ou até para com-patibilidade entre dispositivos.

3.3.1.5 Sinopse

Apesar da tecnologia existente, o apoio e o socorro em situação de emergência continua a recorrer aos mesmos métodos e pro-cessos quanto a intervenção e utilização dos meios. O tempo, a medida da resposta, que varia quanto a imprevisibilidade, em-bora venha a ser otimizada, nunca chega a ser imediata. Estes fatores, são decisivos quando falamos de socorro, tudo apontan-do para a necessidade de os contornar, de forma a conseguir resultados mais optimizadores, no que respeita à salvaguarda da vida humana.

Partindo das necessidades identificadas, a prioridade da propos-ta passa por dar uma resposta rápida e adequada a cada variação verificada antes ou durante o acontecimento. Desta forma, fazendo a leitura dos dados no terreno, é possível, após

fig. 76 - workflow da infraestrutura (pág. 67)

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ORIENTAÇÃOTRÁFEGO

VEÍCULOSAUTONOMOS

LOCALIZAÇÃO SWITCHES EMEDIDORES

AUTOMATAÇÃOLAR

OUTROSDISPOSITIVOS

ESTRUTURA URBANA

ESTRUTURA DIGITAL

DATA CENTER

PROCESSAMENTODE DADOS

CONFIGURAÇÕES

SOFTWARE AUTÓNOMO

BASE DE DADOS

SERVIDOR WEB

SOFTWARE

PROTEÇÃO CIVIL(comando central

de operações)

FORÇAS DE SEGURANÇA

BOMBEIROS

EMERGÊNCIA MÉDICA

IoT GATWAY(canal de informação contínuo)

INFORMAÇÃO ALERTAS E ORIENTAÇÕES (tempo real)

RECOLHA DE INFORMAÇÃO PARA O SISTEMA(tempo real)

AÇÃO NO TERRENO

CANAL DE AÇÃO(output autonomo para o terreno)Aciona, desliga e orienta sistemas no perímetro afetado

INTERNET

ENTIDADES

INFORMAÇÃO (tempo real)

COMANDOSAUTOMATOS +RELATÓRIOS

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68 design de equipamentos de apoio e socorro a intempéries e meios aquáticos

devido processamento, submeter a um software que autonoma-mente decide as medidas a tomar. Estas medidas podem estar relacionadas com o timing, quantidade ou qualidade da ação.

As ações da infraestrutura devem permitir produzir alertas, acionar mecanismos mecânicos ou elétricos, dispositivos ou isolar sistemas, como é o caso do tráfego, fornecimento energia elétrica, de gás, etc. Alguns dispositivos de apoio ou socorro que reagem à ordem da infraestrutura são sugeridos como propostas no seguimento deste trabalho.

3.3.2 Apoio para vítimas de cheias rápidas

As cheias repentinas são as mais frequentes e cada vez mais ocorrem nos locais menos imprevistos. Em poucos minutos podem gerar um efeito devastador enorme. Muito imprevisíveis quanto ao momento e a rapidez com que acontecem, deixam vulneráveis todos aqueles que são por elas surpreendidos.

3.3.2.1 Sistema liana

Como consequência da pesquisa, foi possível identificar que durante as cheias rápidas é comum o arrasto de pessoas pelas correntes fortes que são geradas. Nestas situações, o improvi-so é normalmente a forma de ação quando o rápido socorro é determinante para se conseguir o resgate da vítima. Este tipo de intervenção acaba por colocar em risco paralelamente quem socorre ainda mais porque é feito por indivíduos não-preparados para o efeito.

É oportuno desenvolver um dispositivo que se integre na propos-ta da infraestrutura anterior, de maneira a que a resposta no terreno seja o mais rápida possível.

fig. 77 - vítima de cheia rápida

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3.3.2.2 Análise das necessidades

É necessário desenvolver um sistema que permita segurar / agarrar pessoas que possam estar a ser, ou na eminência de serem levadas pela corrente das águas. Este sistema deve responder às seguintes necessidades:

• Estar alocado no local onde ocorre o acontecimento e em condições de ser utilizado

• Para que responda a tempo, deve ter autonomia, ou estar incorporado na infraestrutura apresentada anteriormente

• Quando não estiver em utilização, deve permanecer recolhido e preservado de agentes que possam contribuir para a sua degradação

• Em uso, para suster o avanço da vítima, tem de estar fixo num ponto seguro

• Abranger um raio de ação que permita servir vítimas a certa distância

• Deve, por sua vez, garantir a flutuabilidade da vítima na even-tualidade de o nível da água ser elevado

3.3.2.3 Desenvolvimento concetual

As lianas são trepadeiras lenhosas muito compridas que cres-cem em determinadas florestas. São para além de suporte ou guia para outras plantas, um importante apoio para a locomoção dos primatas, pequenos ou de grande porte. Estes ao utilizar os apoios, seguem caminhos seguros fora do alcance dos pre-dadores e conseguem, por sua vez, rapidez na deslocação.

Recorrendo ao processo criativo, depois da consciência adquiri-da pela análise do problema, surgem as primeiras abordagens por intermédio do desenho.

A abordagem faz-se com a necessidade de alagar o contexto de elementos quando estamos perante a criação de um sistema que pretende circunscrever o problema. Nota-se a preocupação de se desenvolver um sistema articulado, que trabalha de forma estensível para chegar ao ponto de utilidade.

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70 design de equipamentos de apoio e socorro a intempéries e meios aquáticos

A necessidade de incorporar acessórios que respondam às necessidades e garantam segurança, torna-se numa exaustiva procura por meio do desenho.

fig. 78 - desenhos de conceito

fig. 79 - desenhos de acessórios

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A esta altura do desenvolvimento, surge a opção de incorporar componentes e acessórios standard, fáceis de encontrar no mer-cado e que respondam em toda a medida aos pressupostos.

Neste processo, ficam orientados os caminhos para o enquadra-mento de pormenores técnicos que vão ser importantes na sustentação e no trabalho do sistema.

Para um resultado mais realista do conceito procedeu-se a modelação no Solidworks.

fig. 80 - desenho de componentes

fig. 81 - desenhos do contentor

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72 design de equipamentos de apoio e socorro a intempéries e meios aquáticos

3.3.2.4 Proposta final

O desenho final traduz-se num contentor. Esta peça deve ser produzida com o caráter de sustentar e fornecer acolhimento aos componentes e acessórios do sistema.

A perspetiva 3D proporciona uma perceção real do objeto. A relação entre os elementos e a influência da luz, permitem per-ceber a afirmação geométrica.

fig. 82 - modulação no Solidworks

fig. 83 - vistas cotadas do contentor

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3.3.2.5 Componentes e acessórios

O sistema torna-se completo quando juntamos os componentes e acessórios.

Indispensáveis ao seu funcionamento, os componentes de cariz eletrónico possibilitam a receção do sinal de ativação, a conse-quente ativação e produzem a ação mecânica da abertura do contentor.

fig. 84 - render do modelo 3D

fig. 85 - vista completa do sistema

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74 design de equipamentos de apoio e socorro a intempéries e meios aquáticos

Componentes:

• Microcontrolador• Recetor• Pilha/bateria• Atuador linear• Abraçadeiras

No limite do sistema, um conjunto de acessórios, justificam a existência do contentor e todo o seu mecanismo. Assim sendo, a garantia do propósito desta solução, só existe quando estes acessórios estiverem disponíveis e em bom estado de utilização.

Acessórios:

• Corda• Colete salva-vidas insuflável

3.3.2.6 Materiais, processos de fabrico e montagem

Levando em conta a exposição aos agentes externos, pela sua fixação nos postes da rua, o material definido para o contentor é o polipropileno. Desde a sua introdução nos anos cinquenta, o polipropileno (PP) tornou-se numa das mais importantes resinas termoplásticas. É o terceiro termoplástico mais utilizado no mun-do (a seguir ao polietileno de baixa densidade e ao PVC).

As suas propriedades são alta rigidez, baixo peso específico (es-pecialmente quando orientado) e a baixa condutividade térmica. É facilmente moldável por injeção. No que respeita às limitações, destacam-se a pouca resistência ao impacto a baixas temperaturas e a faixa reduzida da tempera-tura de fusão.

O polipropileno é frequentemente utilizado na produção de for-mas plásticas, telhas e distanciadores. As fibras de polipropileno podem ser adicionadas ao betão e à argamassa para combater a fissuração por retração.

fig. 86 - polipropileno granulado

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O processo de fabrico resume-se na injeção do polímero para o interior do molde após sofrer aquecimento. Ao preencher os espaços reservados à forma da peça, segue-se o período de ar-refecimento, ao qual se sucede a abertura do molde que revela o produto final.

O processo é simples, muito embora os moldes sejam de eleva-do custo, o que se justifica apenas no caso de produção maciça de determinada peça.

3.3.2.7 Sinopse

Como constatamos em repetidas referências anteriores, quando acontecem cheias repentinas produzem-se inesperadamente correntes fortes que arrastam tudo o que estiver pela frente. É frequente isto acontecer com pessoas, e assistimos a outras pessoas em socorro, colocando também as suas próprias vidas em risco em atos heróicos de total improviso.

Nos locais urbanos não existem equipamentos dedicados à redução da possibilidade de arrasto. Pensando nisto, desen-

fig. 87 - processo de injeção dos polímeros

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76 design de equipamentos de apoio e socorro a intempéries e meios aquáticos

volveu-se esta propostas com a intenção de reduzir a exposição dos indivíduos que possam vir a passar pela experiência do arrasto.

Esta solução é de dimensões reduzidas, com a dimensão necessária para conter apenas os componentes e acessórios. Não tem intenção de se afirmar como objeto na paisagem nem interferir com o mobiliário existente, mas deve ser notada a sua presença para efeitos de confiança.

É essencial a ligação à infraestrutura autónoma, para que na eventualidade da ocorrência de um fenómeno repentino, possa ser acionado pelo sinal enviado pelo software.

Os componentes são de encaixe e as ligações sugestivas, orien-tadas por machos e fêmeas.

fig. 88 - liana em contexto de utilização

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3.3.3 Resgate e autorresgate no meio aquático

São variadas as situações onde é necessário haver o pro-cedimento do resgate ou o autorresgate. Nos meios urbanos, quando as cheias acontecem, colocar as pessoas em segurança é uma prioridade. Quando acontece um naufrágio no rio ou no mar, este procedimento é quase sempre considerado da mesma forma, uma vez que existe a necessidade de abandonar uma embarcação no sentido de ir ao encontro da já referida segu-rança.

3.3.3.1 Salva-vidas Né

Permanecer isolado ou incapaz de atingir determinado nível de segurança, num momento difícil, é preocupante. Ter a ne-cessidade de ultrapassar as limitações proporcionadas por um fenómeno catastrófico ou acidente, exige a existência de meios disponíveis e capazes. O salva-vidas é o equipamento que pode proporcionar ultrapassar estas limitações, e atendendo a certos pormenores, pode estar disponível para o indivíduo comum, para o profissional ou amador de socorro, quando e onde estes precisarem.

3.3.3.2 Análise das necessidades

Para que qualquer indivíduo de forma autónoma, se poder colocar em local seguro quando se verifique uma cheia, é necessário:

• Ter acesso a um equipamento de resgate rapidamente• Estando disponível em qualquer lugar, não pode ocupar muito

espaço• Estar em condições de utilização facilmente e com rapidez• Dever flutuar quando em serviço• Dever a sua dimensão envolver o(s) utilizador(es) por ques-

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78 design de equipamentos de apoio e socorro a intempéries e meios aquáticos

tões de segurança e algum conforto• Ser capaz de se adaptar a fatores de imprevisibilidade

3.3.3.3 Desenvolvimento concetual

Baseado em soluções já existentes, o desenvolvimento desta proposta pretende acrescentar determinadas particularidades que resultem numa mais valia quando existe a pretensão de abandonar um contexto com limitações no ambiente aquático.

Os primeiros sketches são o ponto de partida que abrem camin-ho para as respostas às necessidades anteriormente menciona-das. Estes ajudam a perceber para que sentido se vai orientar todo o desenvolvimento futuro.

fig. 89 - desenhos iniciais

fig. 90 - desenhos de esploração estrutural

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A exploração do esboço via estrutura, que aqui assistimos, pro-porciona, neste caso em particular, tomar noção da volumetria necessária para a solução em desenvolvimento.

Nesta fase começa a ser definida a volumetria e, por consequên-cia, a aproximação à forma que pode corresponder à resposta esperada.

A insistência resulta no afinamento da geometria geral eliminan-do elementos que provocam excesso e complexidade.

3.3.3.4 Conceito final

A origem do conceito formula a necessidade de o equipamen-to de resgate poder estar disponível rapidamente, ao mesmo tempo de não poder ocupar demasiado espaço quando não-uti-lizado. Nesse sentido, torna-se objetivo que a essência estrutural do objeto será manifestamente conseguida por intermédio de ar comprimido.

fig. 91 - desenho de volume

fig. 92 - desenho de exploração de forma baseado em estrutura

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Assim, é previsto todo o estado do produto, num processo que leva desde o seu estado de arquivo até ao momento de uti-lização.

A necessidade de fixar o salva-vidas na superfície da água quando a oscilação e o vento são fortes, obriga a pensar numa solução já utilizada por determinados organismos. A lapa é um destes, que por formação de vácuo se agarra normalmente às pedras. Nesta proposta, a criação de uma cavidade na parte inferior da embarcação, permite replicar este efeito que ganha mais consistência com o peso dos ocupantes, no momento de utilização.

fig. 93 - desenho representativo dos estados do equipamento

fig. 94 - cavidade inferior

fig. 95 - desenho de defenição de forma e propriedades

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Nesta fase, são assumidos por completo os critérios apreendi-dos durante o desenvolvimento. O resultado, aproxima-se do pretendido numa clara relação de volumetria proporcional, mas não exata, própria do esboço a mão levantada.

fig. 96 - render manual do equipamento com anotações

fig. 97 - desenvolvimento da maquete

fig. 98 - maquete

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Tendo a base como elemento fundamental da construção, a re-alidade física embora em escala, permite perceber a forma como esta permitirá acoplar os restantes elementos. Antecipa também, por acréscimo, formar uma ideia do processo construtivo.

O passo seguinte consiste na modelação 3D efetuada no Solid-works.

A partir da modelação em 3D no Solidworks, o desenho repre-sentativo das vistas proporciona a proporção real do artefato em escala.

fig. 99 - modulação no Solidworks

fig. 100 - desenho cotado das vistas

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A relação entre o objeto e o humano, para melhor perceção da dimensão e das condições de utilização.

3.3.3.5 Componentes e acessórios

Este equipamento possui alguns componentes e acessórios co-muns para que possa responder às tarefas exigidas. Estes são:

fig. 101 - relação do objeto com o humano

fig. 102 - renders da modelação 3D

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• Fecho tipo zíper marinho• Espuma de grau marinho antiderrapante• Correias de nylon • Garrafa de CO2 ou bomba manual (por opção)• Barbatanas de mão (para desenvolvimento)• Apito• Very-light

3.3.3.6 Materiais, processos de fabrico e montagem

O Drop Stitch é uma tecnologia que consiste em fibras verticais de nylon com comprimento uniforme ligadas a um painel (lona) superior e outro inferior. A distância das fibras pode variar. Os painéis são revestidos por cobertura polimérica (PVC durável) para formar uma cavidade isolada para o ar. Quando insuflada, transforma-se numa superfície muito forte.

O PVC (policloreto de vinil) teve origem em 1835, quando Justus Liebig descobriu o monômero cloreto de vinil (MVC).

fig. 103 - materiais componentes e acessórios

fig. 104 - corte do material drop stitch

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O PVC é considerado um material amigo do ambiente,porque apenas 43% da sua composição é proveniente de fontes não-renováveis.

No seu processo de produção, fornece hidrogénio geralmente utilizado como combustível nas plantas para gerar energia.

É um material com grande aproveitamento, podendo ser sub-metido para reciclagem quando os produtos se encontrem no fim da sua vida útil.

O processo de fabrico de produtos com base no Drop Stitch pode ser efetuado de forma manual utilizando cola.

Mas, para se conseguir produzir costuras estanques e acelerar a produção, existem máquinas no mercado, para o efeito. São chamadas de máquinas de soldar Drop Stitch.

O processo efetua-se da seguinte forma:

• Alinhamento da parte superior e inferior do material• Marcação do desenho da peça• Agrafo e corte ultrassónico. O cortador ultrassónico corta e

temporariamente junta os dois painéis evitando o movimento durante a soldagem

• Soldagem

fig. 105 - processo de produção do PVC

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3.3.3.7 Criação da marca

Para o projeto foi necessário criar um nome e desenvolver o lettering que o pretende identificar.

A inspiração da letra começa com origem no alfabeto hebraico, absorvendo a certa altura, uma forte influência egípcia.

Na primeira fase o lettering final da marca, resulta da seguinte forma:

Após alguma reflexão e debate considerou-se, investir numa abrangência de caráter mais universal evitando não ferir qualquer suscetibilidade. Estudadas várias possibilidades, achou-se ser mais acertado excluir apenas a letra central de Noé para simplificar a pronúncia, mas manter o mesmo tipo.

fig. 106 - dessenvolvimento do lettring

fig. 107 - imagem da marca (solução inicial)

fig. 108 - imagem da marca (solução final)

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Para que a proposta seja enquadrada no contexto dos equipa-mentos de salvamento, e facilmente identificado no campo de ação, definiu-se a seguinte palete de cores a utilizar:

CMYK (0%, 89%, 67%, 0%)CMYK (0%, 0%, 0%, 2%)CMYK (0%, 0%, 0%, 90%)

3.3.3.8 Sugestão de acessório necessário ao equipamento

Para uma resposta completa, foi pensada a possibilidade de equipar esta proposta com remos existentes no mercado, para que o deslocamento possa ser efetuado pelos utilizadores. Após investigação feita sobre as ofertas existentes, concluiu-se que o equipamento, apela para uma proposta de caráter mais integrado, onde a rigidez de um objeto pensado fora do contexto se torna de facto estranha e deslocada do propósito. Por isso, sugere-se uma solução dentro da perspetiva aqui esboçada.

fig. 109 - imagem da marca (solução final com cor)

fig. 110 - luva remo (img. 1)

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88 design de equipamentos de apoio e socorro a intempéries e meios aquáticos

Pretende-se responder a esta necessidade com um elemento tão simples quanto uma luva. Este remo deve ser formado por dois materiais com caraterísticas diferentes. Um maleável, térmi-co e impermeável que envolve a mão, o outro rígido, mas leve.

3.3.3.9 Empresas relacionadas

O Drop Stitch não é por enquanto uma tecnologia que atrai o interesse da indústria nacional. Contudo, no tecido empresarial português, existem várias empresas que produzem embar-cações com caraterísticas ou utilizam processos similares aos necessários para o projeto apresentado. Assim, destacam-se alguns fabricantes que contam com uma vasta experiência na área, demonstram diversidade de produtos, respeitam as nor-mas e dispõe de sistemas de controlo de qualidade.

A Setamar, situada em Sintra, é especializada na construção de semirrígidos e diversos artigos insufláveis em Hypalon Neo-prene.

A Searibs, de Arruda dos Vinhos, fabríca semirrígidos de gama profissional e de recreio. Apresenta modelos diversificados para

fig. 111 - luva remo (img. 2)

fig. 112 - luva remo (img. 3)

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design de equipamentos de apoio e socorro a intempéries e meios aquáticos

cada gama, como é exemplo o Marítimo-Turístico, Sub ou Pa-trol-Rescue.

Da mesma forma, com modelos similares, o grupo internacional Vanguard, está sediado em Vila Nova de Cerveira.

3.3.3.10 Sinopse

Em muitas situações observadas, as pessoas abandonam os lo-cais onde se encontram em dificuldade, por meio de equipamen-tos improvisados. A possibilidade de existir um equipamento que possa ser propriedade de qualquer indivíduo, sem interferir com o seu espaço, porque se arruma facilmente, é uma mais-valia. A robustez deste mesmo equipamento, ao respeitar as exigências do socorro, pode ser adotado por estas equipas, conferindo-lhes a garantia de leveza e agilidade no terreno.

Quando as condições atmosféricas assim o permitem, prevalece a utilização dos equipamentos que respondem à situação com o mínimo de recursos. Esta utilização pode ser feita como se de uma prancha se tratasse. Desta forma, os utilizadores podem abandonar as zonas afetadas calmamente e em segurança, conscientes de que o mesmo equipamento pode progredir para a condição envolvente, caso seja necessário.

Ao verificarmos o êxodo em grupo, fazê-lo em cadeia, evita a

fig. 113 - salva-vidas Né em contexto de utilização (img. 1)

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90 design de equipamentos de apoio e socorro a intempéries e meios aquáticos

perda de contato e encaminha todos no mesmo sentido.

A utilização do equipamento de maneira isolada proporciona facilidade de manobra e agilidade.

Nas situações de maior gravidade, a utilização da parte superior isola os ocupantes da agressividade externa. Aqui, é determi-nante a utilidade da ligação entre os equipamentos para que não haja afastamento entre o grupo e seja mais fácil a identificação por parte das equipas de socorro.

De salientar, a cavidade existente na parte inferior da estrutura de base, que “puxa” evitando o equipamento capotar, numa relação entre a força exercida pelo vento, as oscilações e o peso

fig. 114 - salva-vidas Né em contexto de utilização (img. 2)

fig. 115 - salva-vidas Né em contexto de utilização (img. 3)

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design de equipamentos de apoio e socorro a intempéries e meios aquáticos

dos ocupantes.

3.3.4 Sinalização automática para zonas inundadas

Os locais onde a cota é baixa, nos centros urbanos, podem a qualquer momento ficar cobertos por água. Isto pode-se mani-festar com origem em acidentes com condutas de água, entu-pimento do saneamento, enchentes derivadas de forte pluviosi-dade. Este é um fenómeno muito comum e imprevisível.

Existe a necessidade de criar alertas quando isso acontece, evitando deste modo colocar indivíduos em situação de risco.

3.3.4.1 Análise de necessidades

Para que sejam percetíveis os locais onde se verificam níveis de água que podem interferir com a segurança das pessoas:

• Possibilidade de sinalizar com rapidez os locais cobertos por água

• Fazê-lo através de sinalização• A sinalética só deve estar visível durante o período do fenó-

meno

fig. 116 - salva-vidas Né em contexto de utilização (img. 4)

fig. 117 - estrada inundada

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92 design de equipamentos de apoio e socorro a intempéries e meios aquáticos

• A sinalética deve estar no exato local e produzir informação relativa ao ponto em questão

• Deve ser visível de dia e de noite

3.3.4.2 Desenvolvimento concetual

Uma série de desenhos exploratórios do conceito.

A ideia subjacente acenta no desdobramento automático de um sistema que reage por sí à subida da água.

fig. 118 - exploração do conceito

fig. 119 - definição do conceito

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design de equipamentos de apoio e socorro a intempéries e meios aquáticos

3.3.4.3 Proposta final

A sequência reflete diferentes estágios do artefato desde o mo-mento estacionário, até ao expoente da atividade (ver figura 120 e 121).

3.3.4.4 Sugestão de materiais

Sugere-se como base de construção desta boia, a cortiça como material.

fig. 120 - desenho final do conceito

fig. 121 - visualização dos estágios da boia

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94 design de equipamentos de apoio e socorro a intempéries e meios aquáticos

A cortiça é um material natural, versátil e sustentável, produzido em grande escala em Portugal.

• Mais de 50% do seu volume é ar, o que a torna muito leve e flutuante

• Elasticidade é outra das suas propriedades. A memória elásti-ca permite que se adapte a variações de temperatura

• Impermeável, resiste à humidade e envelhece sem se dete-riorar

• Excelente isolante térmico e acústico• De combustão lenta é um retardador de fogo• Elevada resistência ao atrito• Hipoalergica e agradável ao toque

3.3.4.5 Componentes e acessórios

Este produto necessita de alguns componentes evidentes no de-senho que antecipam a sugestão de outros que só podem surgir com o aprofundamento ao pormenor. São estes:

• Micro painel solar para acumular energia do sol• Luzes led, que acendem quando há perigo iminente• Fio de nylon, que liga o desdobramento do sistema• Molas de fita que controlam o desenrolar dos fios

3.3.4.6 Processo de fabrico

Optando pelo processo de modelação, permite-se a reutilização do material a partir de produtos em fim de vida, do refugo, apa-ras e desperdícios industriais (vide Fibrenamics Green).

<http://green.fibrenamics.com/>[set. 2017]

Neste processo, passamos pelas seguintes etapas:

• Granulação do material, conseguida através da ação de moi-nhos, levando em conta a matéria-prima a triturar

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• Secagem por circulação de ar quente, em secadores rotativos• A Modelação é feita, colocando os grânulos da cortiça e as

resinas dentro dos moldes, que são geralmente metálicos• Desmoldagem e arrefecimento• Polimento• O acabamento da superfície pode ser feito com vernizes,

cera, pintura ou película. Pode ser utilizada a impressão digital

3.3.4.7 Empresas relacionadas

É vasto o leque de empresas nacionais que desenvolvem ativi-dade no setor da cortiça. Desde a produção de rolhas, calçado e vestuário, mobiliário, componentes para a indústria dos transportes, entre outros, existe um sem-fim de empresas em todo o território nacional a laborar em pleno. Estas empre-sas, por sua vez, têm desenvolvido produtos de interesse para o mercado global. O exemplo da reinvenção está patente, por exemplo, no aspirador de cortiça CORK&SHOCK, desenvolvido pela Apcor, e até nas solas do calçado desportivo de marcas como a Adidas.

<http://www.apcor.pt/>[ago. 2017]

3.3.4.8 Sinopse

A possibilidade de existir um sinal em cada local que represente perigo no meio pela rápida subida de água tranquiliza de certa forma o indivíduo comum e as entidades de socorro e segu-rança. Mais acresce quando um sistema de tal simplicidade funciona sozinho, sem a necessidade de intervenção de algum agente, que não seja o próprio acontecimento e os elementos associados.

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96 design de equipamentos de apoio e socorro a intempéries e meios aquáticos

3.3.5 Socorro rápido por arrasto

Em casos normais, em que o meio aquático está presente, é sempre conveniente a existência de meios de apoio. Estes instrumentos têm por norma a componente de facilitarem o rápi-do socorro quando acontecem fatalidades. São normalmente identificados como boias, que mais recentemente até se fazem transportar por drones. Neste caso é sempre necessário o resgate da vítima com a entrada do socorrista na água, embora com alcance a uma distância considerável. Existe também, em-bora mais rudimentar, um kit que permite o lançamento de uma boia presa a uma corda para puxar a vítima. O alcance está dependente da força do socorrista, mas não ultrapassa os es-cassos metros. Observando isto, surge o desenvolvimento con-cetual de uma proposta que pretende apoiar o socorrista numa situação de salvamento rápido. Pretende-se que a dimensão e simplicidade dos instrumentos permitam estar acessíveis rapi-damente, alcancem uma distância razoável e que garantam o resgate sem colocar outro indivíduo em perigo.

3.3.5.1 Análise de necessidades

Uma vez que pretendemos socorrer rapidamente um indivíduo, um instrumento de apoio a este problema deve responder às seguintes necessidades:

• Estar disponível junto aos meios aquáticos• Ser manobrado facilmente por um indivíduo• Atingir o alvo com facilidade• Ter um raio de ação superior à capacidade humana de arre-

messo • Dever suportar o peso de um indivíduo adulto

3.3.5.2 Desenvolvimento concetual

A proposta aqui apresentada é apenas de carácter concetual, não tendo sido contemplada com desenvolvimento mais avança-

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do. Assim, é representado o processo de desenvolvimento da ideia através do desenho.As primeiras ideias surgem ligadas aos brinquedos na procu-ra de soluções relacionadas com a facilidade de interação e mecanismos simplificados. Definida está a ideia de projetar à distância.

A procura da soluç\ao mais vantajosa para cumprir os requisitos desencadeia o desenrolar de diferentes possibilidades. Estas abordagens, vão-se autoexcluindo pela coerência exigida pela mão, o ato de pegar, e a posição mais eficaz para o arre-messo de um projétil.

Numa aproximação mais conveniente, mas ainda assim, distante de uma abordagem concreta, começam-se a desenhar pormeno-res que são fundamentais para a proposta final.

Eis-nos chegados a uma solução que em termos de conceito pode responder ao problema de forma satisfatória. As soluções conseguidas com uma pega, gatilho e a correia que veste o

fig. 122 - desenhos iniciais

fig. 123 - desenhos de exploração do conceito

fig. 124 - desenhos de maturação do conceito (img. 1)

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braço, dão total segurança quando se pretende firmar o arte-facto. A posição conseguida com isto é por sua vez favorável à projeção do que venha a ser utilizado como projétil.

Em seguida, no desenvolvimento do projétil a atenção fica foca-da no encaixe com a besta, a ligação a uma corda fina tipo climb e a eliminação do atrito.

Como resultado, temos um conjunto formado por uma besta e um projétil que é amarrado a uma corda.

fig. 125 - desenhos de maturação do conceito (img. 2)

fig. 126 - estudo do projétil

fig. 127 - desenho final da proposta

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3.3.5.3 Sinopse

A forma de socorro encontrada no desenvolvimento desta proposta pretende ser uma alternativa ao problema focado an-teriormente. Sem recorrer a complexas soluções, a intenção era de criar caminho para o futuro desenvolvimento de um produto que pode vir a ser alternativa para os socorristas. A sua di-mensão e modo de manejar traduzem-se na facilidade de trans-portar e na simplicidade de ação. A utilização deste utensílio pode vir a ter interesse até dentro de outras áreas, onde uma corda pode fazer a diferença. A figura 128, monstra como é feita a utilização do utensílio.

Para que se chegue ao produto real, esta proposta deve passar ainda pelo apuramento da forma, confrontado com a anatomia do braço. Deve haver recurso a maquete física, até para se sentir o peso e a dimensão. O desenvolvimento do mecanismo de disparo, a seleção de materiais e outras questões de caráter técnico devem ser consideradas cuidadosamente.

fig. 128 - artefacto em contexto de utilização

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3.3.6 Posto de apoio ao socorro

Para responder ao desafio de escrever um artigo para um livro científico, organizado pelo Dr. Amilton Arruda, em paralelo com esta dissertação, foi elaborada uma proposta de produto inserida no contexto da biónica.

3.3.6.1 Introdução ao projeto

É uma realidade que a biónica, parece transportar o sentido do “bem para todos os males”. A sua relevância nas novas tecno-logias é percetível. O fundamento que suporta esta disciplina baseia-se na mais pura essência do mundo que nos rodeia. É na base desta relação, e no know-how capitalizado pelo homem, que se apela cada vez com mais frequência, para a biónica. Aqui procuram-se as soluções que favorecem o equilíbrio de todo um sistema interdependente, do qual, inevitavelmente, fazemos parte.

Para desenvolver produtos de uma maneira sustentável, re-querem-se a utilização de metodologias que são essenciais para definir caminhos, metas e escortinar orientações técnicas. Porém, o seu uso não cria nem garante o sucesso do produto. O método tem a particular incumbência de orientar o utilizador no processo, mas cabe ao autor decidir as opções a tomar.

Assim, a aplicação de métodos de caráter biónico na criação de produtos merece atenção aos critérios essenciais para o suces-so do processo. Está fortemente dependente da pesquisa e da organização de bases de dados, que se assumem como uma mais-valia para a assertividade e aceleração de todo o processo criativo. O foco na tentativa de aproximar o artificial, aos siste-mas e ao aspeto analógico, é o exemplo da tendência evolutiva da disciplina. Este último facto deve-se particularmente às cir-cunstâncias geradas nos últimos anos, pela evolução dos mate-riais, dos processos e das engenharias. Existe ainda a proposta do método biónico bidirecional. Este, consiste em orientar para a direção da solução biónica do problema de design e para a orientação na direção do problema de projeto para a solução

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biónica (VERSOS; COELHO, 2013).

3.3.6.2 A biónica

É um grande privilégio podermos olhar à volta na observação do que a natureza nos oferece e tirar partido do contributo de uma entidade que conta com mais de quatro milhões e meio de anos de experiência. Uma vez que a natureza e o universo levam do homem milhões de anos de vantagem em todas as matérias, copiar os exemplos que esta nos oferece, ao contrário de tentar superá-los, é uma atitude inteligente.

Apesar de muitos autores referirem a biónica como sinónimo da biomimética, estas definições apresentam algumas diferenças. A definição dada por Neuman implica que “a biónica tem que ver com as interações entre biossistemas e o seu ambiente”, e Nachtigall, um dos pioneiros alemães em biónica, reconhece “a importância de aprender e inspirar a partir da natureza, em vez de copiar diretamente os seus princípios para soluções técnicas” (apud, EMAMI; TASHAKORI; TASHAKORINIA, 2008, p. 2).

Mais concretamente, o termo biónico surge em 1960 por inter-médio de Jack Steele, numa conferência da US Air Force. O nome refere-se à elaboração de novos sistemas ou conjunto de funções baseadas em sistemas similares aos que existem na natureza.

A biomimética tem origem em 1969, por Otto Schmidt, que o definiu como sendo um processo de imitação de estrutura ou função biológica, ou material, com o objetivo de produzir um produto artificial (ARRUDA, 2013).

Considerando isto, em ambos os casos se recorre à natureza para produzir uma resposta para a resolução de problemas con-cretos do dia a dia. De facto, quando o assunto é desenvolver, investigar e encontrar soluções, os investigadores, empreende-dores, engenheiros e designers recorrem com frequência à na-tureza como fonte de inspiração, por uma razão muito simples:

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102 design de equipamentos de apoio e socorro a intempéries e meios aquáticos

Durante milhões de anos, a natureza foi criando soluções de sucesso, para resolver problemas reais. Durante esses milhões de anos, as soluções foram intensamente testadas e adaptadas ao meio.“Depois de quatro milhões de anos, só vive o que funciona”. A natureza não aceita a inépcia e a ineficiência, o que é denomina-do por “seleção natural”.

<http://natureinspireus.com/> [jun. 2017]

Este campo está cada vez mais desenvolvido, tanto na criação de novos produtos, novos modelos e processos, sistemas de defesa efetivos do corpo humano e até das sociedades.

Na consequência da pesquisa e recorrendo à tecnologia atual, as soluções de matriz biónica e biomimética podem ser en-quadradas de várias maneiras:

• Por meio da replicação de métodos de fabricação natural

• Copiando sistemas da natureza, como a fita de velcro

• Imitando princípios organizacionais e comportamentais dos animais

3.3.6.3 A biónica no desenvolvimento de produto

É inegável que quando o homem se propõe a desenvolver novos produtos, foca o seu olhar sobre a natureza. Neste gesto pre-tensioso, manifesta-se a intenção do escrutínio de sinais que podem traduzir-se em soluções para os problemas a resolver. Este procedimento já faz parte da cultura comportamental dos investigadores, engenheiros, designers, arquitetos, entre outros. Bem se pode recordar que apesar de os nossos antepassados ancestrais partilharem deste comportamento, mais recente-mente, Leonardo da Vinci, nos seus desenhos à época (Michael H. Dickinson, 1999), apresenta soluções de objetos voadores inspirados no estudo que realizou sobre as aves. O alemão Otto Lilienthal, pai do voo planado, porém já em meados do século

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XVIII, torna-se o pioneiro da aviação conseguindo fazer voar um aparelho mais pesado do que o ar, modelado a partir das aves. Lilienthal morre por consequência de um voo, num dos seus aparelhos, por não ter respondido a questões de como se manobra e se dirige a máquina. Estas respostas acabaram por ser respondidas mais adiante com sucesso pelos irmãos Wright, mas de facto, sempre estiveram na anatomia das aves.

Não surpreende que na origem da engenharia aeronáutica este-ja a inspiração na natureza, e isto torna-se obvio pela diferença do desempenho que era tão acentuada. Os métodos, processos e tecnologias necessárias, na altura, eram bastante rudimentar-es para replicar tamanha exigência.

Muitos projetos de engenharia e design não apresentam referên-cias analógica à natureza, e este facto deve-se à razão de em muitos casos não existir uma relação com determinados disposi-tivos mecânicos.

O crescimento da temática em torno do conceito biónico ou biomimética atinge hoje proporções tais, que está presente em muitos meios. Estes vão desde as publicações, conferências, programas universitários cinema, etc. Infelizmente para muitos, a biónica resume-se à mera construção de próteses, por vezes, com forte aspeto mecânico. Esta imagem criada no imaginário do indivíduo comum, há já algumas décadas, contrasta com as pretensões dos engenheiros e designers que trabalham para que estas soluções possam parecer e adaptar-se mais suave-

fig. 129 - asa mecânica de Leonardo Di Vinci

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mente. Tal como no caso da aeronáutica, a abordagem biomimé-tica apela aos criadores de soluções robotizadas. Devemos levar em conta que o intervalo entre a construção dos dispositivos mecânicos e a resposta exigida pelos análogos naturais é sem-pre muito grande. Ao encontro disto, deve ser referido o avanço apresentado pelo Havard Biodesign Lab, na elaboração do Soft Exosuits, que aponta efetivamente para um caminho onde os robots usáveis utilizam têxteis inovativos para fornecer um meio mais discreto e compatível, na interação com o corpo humano.

No entanto, a razão que gera o grande interesse pela biónica prende-se essencialmente o facto de os métodos de produção se tornaram mais sofisticados. A inovação relativa à ciência dos materiais, engenharia eletrónica, química e engenharia genéti-ca, permite planear e construir estruturas complexas ao nível atómico.

Uma outra razão é que hoje conhecemos melhor a natureza. A biologia encerra, em si mesma, um enorme sucesso praticado a nível celular e subcelular. Os subterfúgios da natureza são, de certo modo, uma incógnita, apesar dos avanços substanciais no conhecimento de processos, quando ainda operamos nas cama-das mais altas da complexidade biológica.

fig. 130 - soft exosuites by Harvard Biodesign Lab

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Para os produtos, o recurso à biónica pode resolver dificuldades técnicas. Determinar a forma, definir princípios adequados para as funções pretendidas e reduzir a quantidade de materiais são questões interdependentes suscitadas pela biónica.

Porém, à partida existe grande dificuldade quando se procura uma solução na natureza para resolver um problema específico. Isto carece de um conhecimento dos sistemas naturais aprofun-dado, ou como alternativa, acesso a uma base de dados com especificações a nível de pormenor.

Alguns exemplos dos avanço produzidos mais recentemente entre a biónica e a biomimética:

O morcego deteta presas à distância, através das vibrações. Esta propriedade está a ser aproveitada para ajudar os invisuais a ultrapassar obstáculos.

Certos insetos estão munidos de uma visão particular que pos-sibilita visualizar em todas as direções. Tirando partido disto, o homem desenvolveu camaras a 360º que podem ser instaladas, inclusive, nos drones ou outros dispositivos.

fig. 131 - vibrações do morcego ajudam invisuais

fig. 132 - visão dos insetos

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O T8 é um robot inspirado na aranha. As pernas que o sutentam permitem uma establilidade invulgar. A sua utilização pode vir a ser crucial para o salvamento e pesquisa.

Determinados organismos tem a capacidade de se autorregener-ar. Da mesma forma, uma equipa de cientistas conseguiu adptar este mecanismo aos circuitos que, ao sofrerem baixas a nível celuar, se autoregeneram voltando ao estado inicial.

Para o desenvolvimento de produtos com matriz biónica, existem vários métodos de desenvolver produtos. O método bidirecional para o design biónico (VERSOS; COELHO, 2013) é orientado para dois ramos. No primeiro, a orientação é feita a partir da solução biónica, para o problema de design. No segundo, a ori-entação parte do problema de design para a solução biónica.

Os passos a seguir na primeira opção estão definidos como:

Breve definição do problema, reformulação do problema, seleção de soluções, análise das soluções, geração de con-ceitos, validação, projeto de detalhe e final.

Na opção seguinte, em que se parte do problema para a solução, os passos são:

fig. 133 - robot T8

fig. 134 - organismos autorreparáveis

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design de equipamentos de apoio e socorro a intempéries e meios aquáticos

Identificação da solução, análise da solução, reformulação da solução, pesquisa do problema, breve design e princípios de associação, geração de conceitos, validação, detalhes e final.

3.3.6.4 Desenvolvimento do posto de socorro

O método utilizado para esta proposta é orientado a partir do problema para a solução biónica.

3.3.6.5 Definição do problema

A intenção é criar um posto de apoio ao socorro que estará fixo no exterior, margens e outros locais propícios à ocorrência de calamidades de origem temporal ou outras.

Este produto tem de servir para arrumar pequenos equipamen-tos, como cordas coletes insufláveis, caixa de primeiros-socor-ros, dispositivos de comunicação, etc. Na tabela que se segue, são estipulados os requisitos e aponta-dos os objetivos relativos a cada requisito.Esta fase define o problema, identificando as funções que a proposta deverá executar.

Requisitos ObjetivosGuardar equipamentos diversos Organização eficazArmazenamento por classe e tipo de equipamento

Organização eficaz

Resistente ao vandalismo e aos agentes externos

Otimização da geo-metria

Fixo e oscilante quando sofre influência do vento ou toque

Otimização da geo-metria

Abertura fácil, mas condicionada Otimização da geo-metria

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Requisitos ObjetivosFormato agradável que faz um enquadramento harmonioso em espaços urbanos distintos

Otimização da geometria

Traduzir uma imagem de confiança e segurança

Comunicação eficaz Organização eficaz

Destacar-se visualmente através de luz

Comunicação eficaz

Requisitos de sustentabilidade ObjetivosMateriais recicláveis ou reutilizados EcológicoFacilidade de manutenção e reparação Organização eficazPeso reduzido Otimização da

geometria

3.3.6.6 Reformulação do problema

É necessário redefinir, reorientar o problema e as funções, ques-tionar sobre o que, e de que forma a natureza resolve. Requisitos Reformulação do requisito

apontando para funções desempenhadas na Natureza

Melhor modo de envolver corpos / objetos

Soluções naturais que envolvem corposSistemas naturais que protegem organismos

Resistência ao impato e aos agentes externos

Soluções naturais que resistem ao impactoOrganismos que suportam grandes impactos ou resistem a adversidades naturais

Oscilação para reduzir impacto

Organismos ou soluções naturais que exercem a oscilação

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Requisitos Reformulação do requisito apontando para funções desempenhadas na Natureza

Comunicação visual Soluções naturais que utilizam luz ou reflexãoOrganismos que refletem ou imanam luz

Reduzir o impacto ambiental dos materiais

Materiais naturais e reutilizá-veis

Leve Organismos, propriedades ou materiais naturais leves que sejam resistentes

3.3.6.7 Seleção de soluções

Para a melhor modo de envolver, foram analisadas várias soluções, que filtradas, resultam nas opções aqui representadas

Embora menos dura que a casca de noz, a seleção preferen-cial recai sobre a casca do amendoim. Formato mais alongado, textura da casca que evidencia o reforço da estrutura e espaço amplo interno mais ou menos sectorizado. Estas razões pare-cem satisfazer a lista de requisitos / objetivos.

Oscilação controlada do sistema.

fig. 135 - noz

fig. 136 - amendoim

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110 design de equipamentos de apoio e socorro a intempéries e meios aquáticos

fig. 137 - esqueleto de bacalhau

fig. 138 - medusa bioluminescente

fig. 139 - pirilampo

O sistema vertebral encontrado nos animais produz um controlo seguro da oscilação que é pretendida para ajudar o amorteci-mento ao impacto e na resistência natural ao vento.

O bacalhau é detentor de uma espinha robusta, os seus movi-mentos são constantes e lentos, o que associa uma perceção de segurança.

A comunicação visual na natureza é feita pela cor, movimento / gesto e luz. Das soluções encontradas, destacaram-se as relati-vas à bioluminescência como evideciam nas imagens.

Decididamente, a opção concentra-se na medusa. A capacidade de espalhar luz em todo o seu redor, homogeneamente, com o mesmo espetro.

3.3.6.8 Análise das soluções

A casca de amendoim possui baixa densidade, e o reforço da estrutura é feito por veios com travamento nos dois sentidos em forma de malha, o que lhe confere grande resistência. A sua principal função é proteger os grãos.

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O bacalhau tem uma espinha de vertebras robustas que permite um movimento sincronizado lento.

A medusa proporciona uma luminescência contínua, visível com a mesma intensidade em todos os ângulos. Os organismos são luminescentes por várias razões: aposematismo (aparência toxica ou venenosa), defesa, fazer a corte, isca (atrair presas) e camuflagem.

3.3.6.9 Geração de conceitos

Procurando responder com a melhor eficácia às exigências do projeto, aplicando soluções de caráter mais fiel e natural.

fig. 140 - esboços de conceito

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112 design de equipamentos de apoio e socorro a intempéries e meios aquáticos

Depois de estudadas as possibilidades e criada uma relação entre os sistemas, é essencial a modelação virtual para desen-volver uma realidade tridimensional que nos aproxime do objeto que ambicionamos.

fig. 141 - esboços de conceito e estudo estrutural

fig. 142 - avaliação de soluções, comunicação e interação

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O pé de suporte pretende facilitar uma certa oscilação para evi-tar as forças geradas pelo vento ou eventuais choques.

3.3.6.10 Validação

O conceito final gerado responde de facto às necessidades e requisitos do problema?

fig. 143 - renders 3D do conceito 8img. 1)

fig. 144 - render 3D do conceito (img. 2)

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114 design de equipamentos de apoio e socorro a intempéries e meios aquáticos

Existem vantagens com origem na biónica relativamente a uma solução convencional?

Objetivos Processo de validação para fins específicos

Organização eficaz Espaço interior - não compartimentado, armazena volumes maiores, permite a personalização do espaço

Otimização da geometria

Geometria orgânica - dá origem um corpo forte, mas leveResistência - material reforçado (requer testes)Capacidade de armazenamento de objetos - total Oscilação do pé (requer testes)

Comunicação eficaz Passiva – geometria distante de uma leitura habitual, mas apelativa pela estranheza. Suscetível de diferentes leituras, não passa despercebidoAtiva – pela adição da capacidade de abertura com leitura da impressão digital com origem não biológica

De uma maneira geral, a solução apresentada valida alguns pontos do processo, mostrando em simultâneo a necessidade de mais testes e aperfeiçoamento do modelo.

Depois de concluída esta validação, deve seguir o projeto de detalhe e consequente finalização.

3.3.6.11 Detalhe e finalização

Nesta secção, são representados os desenhos técnicos, compo-nentes, materiais, processo de fabrico e montagem. As questões relativas ao mercado, vida útil do produto, a comunicação e embalagem, também devem aqui merecer toda a atenção.

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Durante o processo de geração de conceitos, ficam já apontados alguns materiais que pretendem ir ao encontro dos requisitos e resultados esperados.

Para a estrutura geral requere-se a utilização de um material polimérico com base no aproveitamento dos resíduos da Fibre-namics green.

Com origem em cabos elétricos em fim de ciclo de vida, podem ser termoplásticos, termoendurecíveis ou elastómeros.

Submetido ao processo de modelação por compressão, permite reproduzir em série geometrias complexas por meio de molde.

Para o interior, que se prevê revestido, devem ser utilizados resíduos da mesma origem. Aponta-se neste caso para os fibro-sos. São compostos por fibras celulósicas, poliéster e lã. Este material tem origem nas operações de produção e corte, proces-samento têxtil de vestuário e confeções.

No processo de fabrico dos fibrosos é utlizada uma técnica para interligação de estruturas de fibras, orientadas em diferentes direções.

3.3.6.12 Sinópse

Como referido anteriormente, nem todos os problemas têm resolução com origem na natureza. Recorrendo a um processo de inspiração nesta área, é essencial o conhecimento do con-texto da sua origem, e conhecer exemplos de algumas soluções que remeteram em êxito ou fracasso. Compreender, também, as razões de tais resultados.

Envolver naturalistas, perceber a natureza e recorrer a bases de dados, são pontos elementares para o progresso de projetos de referência biónica. Estes, não só direcionam para soluções mais eficazes e genuínas, como aceleram todo o processo criativo. A par disto, não garantindo à partida o sucesso do pro-jeto, existem metodologias que permitem o progresso alinhado.

fig. 145 - revestimento de cabos elétricos

fig. 146 - fibrosos

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Estas metodologias são de facto um interessante e vantajoso suporte que proporciona um trabalho sério e genuíno.Num projeto criativo, as opções ou caminhos a tomar em cada fase são da responsabilidade do designer. Embora geradas em consequência de determinada metodologia, as decisões são tomadas com base no conhecimento, perspetiva e coerência do próprio autor ou autores. Por isso, chegar a uma solução que responda aos requisitos predefinidos pode ser uma sucessão de modificações e aprimoramentos até a derradeira validação.

Com os avanços tecnológicos verificados nas últimas décadas, temos vindo a assistir a confluência das tecnologias. As disci-plinas colaboram simultaneamente para resolver problemas, os métodos de trabalho e de produção dos produtos tornam as tare-fas mais simplificadas e rápidas. Em parte, isto tem sido possível pela inspiração nos modelos naturais, que geram uma aceitação pela eficácia dos sistemas e geometrias de cariz mais alusivo.

A melhoria do desempenho inovador usando processos da bióni-ca e da biomimética, são de elevada importância para a criação de soluções do mundo atual. Em termos de estruturas tornam possível reduzir o peso, reforçar determinados pontos para resistir à tração, dar ou retirar condição à flexão e até reduzir a fluência mecânica, como exemplos. Em suma, permitem desen-volver produtos com design leve multifuncional.

<https://www.compositesworld.com/blog/post/ibex-2017-show-report> [out. 2017]

Este estado a que chegamos, viabilizou a agilização tanto de processos como do próprio raciocínio que está inerente ao processo criativo. Faz-se acompanhar da minimização de pro-cessos e introdução de novas ferramentas para obtenção de re-sultados. O software de otimização paramétrica com algoritmos evolutivos, é um testemunho evidente desta questão.

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E como é obvio, a transformação que vem ocorrendo, provoca a alteração dos conceitos estéticos que parecem ser bem aceites

pelos mercados, quando falamos de produtos utilitários ou de consumo. Isto deve-se sem dúvida, à resposta positiva dos pro-dutos relativamente às prestações no desempenho.

A semântica de produtos com origem neste contexto, apre-sentam alguma distância dos tradicionais e evidenciam, nat-uralmente, uma aparência mais orgânica. A proposta aqui apresentada, sem deixar, porém, de assumir a tecnológica no desenvolvimento e no pensamento dos processos, propõem as-sumir uma “estranheza” futurista, colocando-se numa perspetiva de requalificação das áreas onde estará incorporado, afirmando alguma segurança.

fig. 147 - processo paramétrico no Rhino com o Grasshopper

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fig. 148 - posto de apoio em contexto real (img. 1)

fig. 149 - posto de apoio em contexto real (img. 2)

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fig. 150 - posto de apoio em contexto real (img. 3)

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fig. 151 - pictograma

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IV. Conclusão

Podemos então concluir que, cada vez mais, as populações estão expostas ao risco das intempéries. Por um lado, devido ao agravamento dos fenómenos atmosféricos, por outro, devido ao envelhecimento da população, o que a torna mais débil, logo, mais vulnerável. Junto a muitos outros, acresce o facto de Por-tugal ser um país onde os fenómenos naturais se vão acentuar nas próximas décadas, porque a sua localização geográfica, a isso o expõem.

Numa outra perspetiva, a cristalização dos equipamentos de apoio e socorro é uma realidade. O investimento nestas áreas, embora crescente, denota uma falta de ajustamento ao caráter e frequência dos fenómenos.

Em consequência da pesquisa, foram identificadas oportunidade para criação de soluções no melhoramento dos equipamentos e no desenvolvimento de alternativas estratégicas que sugerem novas formas de atuar e disponibilizar meios no contexto das intempéries.

Uma vez que o nosso tecido industrial permite o desenvolvi-mento de produtos tecnologicamente avançados, é de encarar a possibilidade de que estes, aqui abordados, possam merecer o interesse da nossa indústria. Por sua vez, pode, ainda assim, sugerir novas áreas de negócio que se prevêm serem vitais para o futuro.

Tudo isto faz sentido, na medida em que a nossa história, a localização geográfica, as comunidades espalhadas pelo mundo e o posicionamento político geoestratégico, nos acarretam uma responsabilidade acrescida quanto a apresentação de propostas nestas matérias.

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V. Próximos desenvolvimentos

Integrar de forma compacta os conteúdos abordados neste trabalho de dissertação e desenvolver de forma estruturada um motivo capaz de juntar uma comunidade em seu torno. A comu-nidade deve debater as questões relacionadas abertamente, criando novas perspetivas na abordagem desta temática, por intermédio da partilha de experiências definição de comporta-mentos e a criação de soluções.

No que respeita à proposta da infraestrutura autónoma, deve ser desenvolvido o design de interfaces e testar a usabilidade com a intenção de produzir a máxima interatividade do produto. O desenvolvimento consequente da programação das aplicações, deve haver uma implementação experimental de sensores e respetivos teste. Para o futuro, incluindo todas as propostas, fica ainda a necessi-dade de testar a resistência dos materiais e dos equipamentos, a mecânica, a segurança, a conformidade entre os dispositivos, bem como dos dispositivos com a normas de segurança, quando aplicável.

Existe também a necessidade manifesta de implementação de sistemas redundantes.

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Bibliografia

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Lerwick Lifeboat Rescue Fishermen From Sinking Trawler Near Shetland Islands [Registo vídeo]. [Em Linha]. Storyful News, 2017. [Consult. 28 jul. 2017]. Disponível em WWW: <URL:https://www.youtube.com/watch?v=VgI4JYBjJo0>

Chilliwack Search and Rescue Swiftwater Technician Level 4 [Registo vídeo]. [Em Linha]. officialrescuecanada, 2012. [Con-sult. 22 ago. 2017]. Disponível em WWW: <URL:https://www.youtube.com/watch?v=0gtt4sMbjxk>

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134 design de equipamentos de apoio e socorro a intempéries e meios aquáticos

Swiftwater Rescue [Registo vídeo]. [Em Linha]. Texas A&M Engineering Extension Service (TEEX), 2012. [Consult. 22 ago. 2017]. Disponível em WWW: <URL:https://www.youtube.com/watch?v=H7jDzNuSuwE>

RNLI Flood Rescue Team - Flood Rescue Team volunteers search properties in Cockermouth hq [Registo vídeo]. [Em Linha]. Cockermouth : RNLI Video, 2015. [Consult. 5 set. 2017]. Disponível em WWW: <URL:https://vimeo.com/148333335>

Westminster College grad rescues victims in storm-ravaged Texas [Registo vídeo]. [Em Linha]. wcn247, 2015. [Consult. 24 set. 2017]. Disponível em WWW: <URL:https://vimeo.com/232098081>

Historic Floods Hit Houston As Hundreds Rescued From Water | NBC Nightly News [Registo vídeo]. [Em Linha]. NBC News, 2017. [Consult. 2 out. 2017]. Disponível em WWW: <URL:https://vimeo.com/232098081>

China’s Extreme Flooding: See Dramatic Scenes of Rescue and Ruin | National Geographic [Registo vídeo]. [Em Linha]. National Geographic, 2017. [Consult. 2 out. 2017]. Disponível em WWW: <URL:https://www.youtube.com/watch?v=JRz_8NqS1Zk>

Woman Escapes From Fast-Moving Floodwaters in Peru (HQ) [Registo vídeo]. [Em Linha]. Storyful News, 2017. [Consult. 9 out. 2017]. Disponível em WWW: <URL:https://www.youtube.com/watch?v=8oq0NMnhrRM>

Dramatic flood rescue in Lousiana [Registo vídeo]. [Em Linha]. CBS News, 2016. [Consult. 14 nov. 2017]. Disponível em WWW: <URL:https://www.youtube.com/watch?v=RHevgFTT0Oc>

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Índice de imagens

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138 design de equipamentos de apoio e socorro a intempéries e meios aquáticos

fig. 1 — gráfico de deslocados de desastres. Fonte: http://www.internal-displacement.org/global-report/grid2017/

fig. 2 — A teoria da evolução segundo Darwin. Fonte: http://www.grnews.com.br/wp-content/uploads/2017/06/teoria_evolucao.jpg

fig. 3 — fluxo real marítimo - imagem de satélite. Fonte:https://www.marinetraffic.com/pt/ais/home

fig. 4 — cheias em Águeda 2016. Fonte: http://www.noticiasdeaveiro.pt/pt/38644/agueda-bombeiros-pedem-mais-cultura-de-protecao-civil-aos-cidadaos/

fig. 5 — cheias em França 2016. Fonte: http://www.cmjornal.pt/mundo/detalhe/quatro_mortos_e_24_feridos_nas_cheias_em_franca

fig. 6 — tsunami no Japão 2011. Fonte: https://ifyouneed.wordpress.com/2011/04/01/16-imagens-do-tsunami-japao/

fig. 7 — quadro do índice de envelhecimento. Fonte: http://www.ine.pt

fig. 8 — colete salva-vidas de cortiça. Fonte: https://en.wiki- pedia.org/wiki/Personal_flotation_device

fig. 9 — salva-vidas sempre em pé. Fonte: https://pt.slideshare.net/crcosta7/carlos-relvas-27593322

fig. 10 — salva-vidas inflável Halkett boat. Fonte: http://prints.rmg.co.uk/art/510165/ the-boat-cloak-or-cloak-boatinvented-by-peter-halkett-rn

fig. 11 — salva-vidas inflável Halkett boat. Fonte: https://ca.wikipedia.org/wiki/Bot_ de_Halkett

fig. 12 — maca de resgate. Fonte: https://en.wikipedia.org/wiki/ Litter_(rescue_basket)#/media/File:Raederbahre-1900.jpg

fig. 13 — bote salva-vidas. Fonte: https://commons.wikimedia. org/wiki/File:Titanic_lifeboat.jpg

fig. 14 — boia torpedo. Fonte: https://en.wikipedia.org/wiki/Res- cue_buoy

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139 carlos da silva | mestrado em engenharia e design de produto | universidade de aveiro

design de equipamentos de apoio e socorro a intempéries e meios aquáticos

fig. 15 — boia salva-vidas. Fonte: http://www.factorytwenty.com/files/gimgs/1783_2616vintage-bouy-lifesa-ver-boat-nautical4.jpg

fig. 16 — bote insuflável (USA Navy). Fonte: fonte: :http://www.shorpy. com/node/16744?size=_original#caption

fig. 17 — bote salva-vidas airborne. Fonte: http://i35.tinypic.com/30s7fpt.jpg

fig. 18 — boia salva-vidas. Fonte: https://img0.etsystatic.com/000/0/5551797/il_fullxfull.91703510.jpg

fig. 19 — salva-vidas. Fonte: http://www.westmersealifeboat.org/history/

fig. 20 — boia salva-vidas (homologação). Fonte: http://ancientpoint.com/ imgs/a/c/i/o/b/vtg_jim_buoy_throwable_life_ring_b___no___55_new_yok__n___y___brass_1969_coast_gaurd_tag_4_lgw.jpg

fig. 21 — semirrígido RIB. Fonte: http://www.wikiwand.com/en/Atlantic_College

fig. 22 — balsa salva-vidas. Fonte: http://naviosenavegadores. blogspot.pt/2012_08_01_archive.html

fig. 23 — balsa salva-vidas insuflável. Fonte: http://aife.pt/balsas/balsas-pro- fissionais/

fig. 24 — salva-vidas free fall. Fonte: https://i.ytimg.com/vi/zoTxNrfHDJw/ma- xresdefault.jpg

fig. 25 — cápsula para tsunamis. Fonte: http://compositesan- darchitecture.com/?attachment_id=842

fig. 26 — maca de resgate. Fonte: http://www.cmcrescue.com/ equipment/stainless-steel-rescue-litter/

fig. 27 — cateter para ruinas. Fonte: http://www.design4disas- ter.org/2012/07/26/rescue-with-the-ruins-catheter/

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140 design de equipamentos de apoio e socorro a intempéries e meios aquáticos

fig. 28 — barco de resgate para cheias. Fonte: http://www. rescuemarine.co.uk/boats/

fig. 29 — drone lança-boias. Fonte: https://pplware.sapo.pt/ informacao/brasil-bombeiros-utilizam-drone-com-boia-de-salvacao/

fig. 30 — drone localizador de vítimas. Fonte: http://airway. uol.com.br/5-drones-que-podem-salvar-sua-vida/

fig. 31 — boia circular. Fonte: http://www.nauticexpo.com/pt/prod/viking/product-21603-500525.html#product-item_500526

fig. 32 — Kit solas lifebuoy. Fonte: http://tiendanautica.lamarencalma.com/KIT-SOLAS-LIFEBUOY-LIGHT-LANYARD-LALIZAS

fig. 33 — U-Safe. Fonte: https://www.good-design.com/wp-content/uploads/2017/03/image55-1200x675.png

fig. 34 — Emily boats. Fonte: http://emilyrobot.com/emily-boat/

fig. 35 — colete Oceânico Insuflável Evo 165 Hidrostático - Plastimo. Fonte: https://www.velamar.com.br/media/catalog/product/c/o/cole-te-inflavel-evo-165-automatico-vermelhoo_1_.jpg

fig. 36 — prancha de salvamento ResQ. Fonte: http://www.rescuetech1.com/water-rescue-equipment.aspx

fig. 37 — fato seco para socorro em meio aquático - http://www.rescuetech1.com/water-rescue-equipment.aspx

fig. 38 — insuflável de socorro para cheias. Fonte: http://www.rescuemarine.co.uk/boats/

fig. 39 — flutuador de sobrevivência. Fonte: http://www.nauticexpo.com/prod/forwater/product-24222-206593.html

fig. 40 — barco salva-vidas free fall. Fonte:http://www.loricn.com/en/pro_display.php?id=1305

fig. 41 — cápsula para tsunamis. Fonte: http://www.designboom.com/design/noah-emergency-capsule-for-tsunamis/

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141 carlos da silva | mestrado em engenharia e design de produto | universidade de aveiro

design de equipamentos de apoio e socorro a intempéries e meios aquáticos

fig. 42 — drone Sky Angels. Fonte: https://www.youtube.com/watch?time_continue=9&v=wfi0kgK2NBU

fig. 43 — icons de aplicações. Fonte: http://download.cnet.com/guides/emergency-apps-for-natural-disasters/

fig. 44 — sistema rescuer. Fonte: http://www.icmc.usp.br/noticias/1757-salvos-pela-ciencia-computacao-pode-evitar-catastrofes-em-grandes-eventos-e-complexos-industriais

fig. 45 — smart cities. Fonte: http://www.itchannel.pt/file/uploads/761b10ec0ab49d2a0586a40bbf349038.pdf

fig. 46 — parque aquático. Fonte: http://csnptech.com/product/product.php?menu_idx=3

fig. 47 — stand up paddle board. Fonte: http://csnptech.com/product/product.php?menu_idx=3

fig. 48 — drop stitch fabric. Fonte: http://csnptech.com/product/product.php?menu_idx=3

fig. 49 — metallic thermal tech. Fonte: http://www.shimano-lifestylegear.com/pt/cw/technologies/fabric_technology_aw.php

fig. 50 — equipa de resgate de vítimas de tempestade no Texas. Fonte: https://vimeo.com/232098081

fig. 51 — voluntários socorristas em atividade. Fonte: https://vimeo.com/148333335

fig. 52 — ação de socorro nas cheias de Ramu Bangladesh. Fonte: https://vimeo.com/156143751

fig. 53 — cheias em Yorkshire 2007. Fonte: http://www.bbc.co.uk/staticarchive/691bb3ce785ede872efcf2ee02409c77a3ba2912.jpg

fig. 54 — A-1 fecho zíper. Fonte: http://www.remnantkings.co.uk/_zoom/31803/

fig. 55 — A-2 fita de velcro. Fonte: http://www.casa609.com.br/velcro

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142 design de equipamentos de apoio e socorro a intempéries e meios aquáticos

fig. 56 — A-3 molas de pressão. Fonte: https://cdn.shopify.com/s/files/1/0304/2249/products/DSC09724_1024x1024.JPG?v=1399567876

fig. 57 — B-1 garrafa de CO2. Fonte: https://beveragelements.com/beverage_elements_shop/gas-cylinders-regulators/co2-cylinders/10-lb-co2-cylinder-aluminum-new/

fig. 58 — B-2 encher o balão. Fonte: https://beautytalk.com/how-to-get-rid-of-chubby-cheeks/

fig. 59 — B-3 bomba de ar. Fonte: https://www.walmart.com/ip/Multifunctional-Portable-Bicycle-Basketball-Hand-Air-Pump-Inflator-Set/47601822

fig. 60 — C-1 cinto de segurança tipo suspensórios. Fonte: http://children-safety-belt.blogspot.pt/2009/04/kangaroo-care-safety-belts-for-pillion.html

fig. 61 — C-2 cinto de segurança simples. Fonte: https://www.karmanhealthcare.com/product/wheelchair-seat-belts/

fig. 62 — C-3 cinto de segurança. Fonte: http://www.albaderlifting.com/wp-content/uploads/2015/04/belt-700x350.jpg

fig. 63 — D-1 pega de corda. Fonte: http://www.stairropes.com/lightpulls.html

fig. 64 — D-2 alça de borracha. Fonte: https://www.inflatableboats.net/achilles-inflatable-boat-parts-helmsman-grip-handle-black-c422bk/

fig. 65 — D-3 alça de agarrar. Fonte: https://ae01.alicdn.com/kf/HTB1O6NeGpXXXXboaXXXq6xXFXXXX/2-Kayak-Inflatable-Boat-Paddle-Board-SUP-Board-Grip-Handle-Grab.jpg

fig. 66 — gráfico de respostas até aos 20 anos. Fonte: imagem do autor

fig. 67 — candidato respondendo ao inquérito. Fonte: imagem do autor

fig. 68 — gráfico de respostas dos 21 aos 35 anos. Fonte: imagem do autor

fig. 69 — gráfico de respostas dos 36 aos 50 anos. Fonte: imagem do autor

fig. 70 — gráfico de respostas dos 51 aos 68 anos. Fonte: imagem do autor

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143 carlos da silva | mestrado em engenharia e design de produto | universidade de aveiro

design de equipamentos de apoio e socorro a intempéries e meios aquáticos

fig. 71 — gráfico de respostas maiores de 68 anos. Fonte: imagem do autor

fig. 72 — libelium smart world infografia. Fonte: http://www.libelium.com/wp-content/themes/libelium/images/content/applications/libelium_smart_world_infographic_big.png

fig. 73 — desenhos 1 inicial do sistema. Fonte: imagem do autor

fig. 74 — desenhos 2 inicial do sistema. Fonte: imagem do autor

fig. 75 — zonas de instalação de componentes. Fonte: imagem do autor

fig. 76 — workflow da infraestrutura. Fonte: imagem do autor

fig. 77 — vítima de cheia rápida. Fonte: http://www.abc.net.au/news/2015-09-10/japanese-city-floods-as-more-than-100,000-evacuate/6765562

fig. 78 — desenhos de conceito. Fonte: imagem do autor

fig. 79 — desenhos de acessórios. Fonte: imagem do autor

fig. 80 — desenho de componentes. Fonte: imagem do autor

fig. 81 — desenhos do contentor. Fonte: imagem do autor

fig. 82 — modulação no Solidworks. Fonte: imagem do autor

fig. 83 — vistas cotadas do contentor. Fonte: imagem do autor

fig. 84 — render do modelo 3d. Fonte: imagem do autor

fig. 85 — vista completa do sistema. Fonte: imagem do autor

fig. 86 — polipropileno granulado. Fonte: http://plasticruz.com/wp-content/uploads/2016/12/pp_producto.jpg

fig. 87 — processo de injeção dos polímeros. Fonte: imagem do autor

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144 design de equipamentos de apoio e socorro a intempéries e meios aquáticos

fig. 88 — liana em contexto de utilização. Fonte: imagem do autor

fig. 89 — desenhos iniciais. Fonte: imagem do autor

fig. 90 — desenhos de esploração estrutural. Fonte: imagem do autor

fig. 91 — desenho de volume. Fonte: imagem do autor

fig. 92 — desenho de exploração de forma baseado em estrutura. Fonte: imagem do autor

fig. 93 — desenho representativo dos estados do equipamento. Fonte: imagem do autor

fig. 94 — cavidade inferior. Fonte: imagem do autor

fig. 95 — desenho de defeniçaõ de forma e propriedades. Fonte: imagem do autor

fig. 96 — render manual do equipamento com anotações. Fonte: imagem do autor

fig. 97 — desenvolvimento da maquete. Fonte: imagem do autor

fig. 98 — maquete. Fonte: imagem do autor

fig. 99 — modulação no Solidworks. Fonte: imagem do autor

fig. 100 — desenho cotado das vistas . Fonte: imagem do autor

fig. 101 — relaçao do objeto com o humano. Fonte: imagem do autor

fig. 102 — renders da modelação 3D. Fonte: imagem do autor

fig. 103 — materiais componentes e acessórios. Fonte: imagem do autor

fig. 104 — corte do material drop stitch. Fonte: http://www.fanatic.com/sup/technology/

fig. 105 — processo de produção do PVC. Fonte: imagem do autor

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145 carlos da silva | mestrado em engenharia e design de produto | universidade de aveiro

design de equipamentos de apoio e socorro a intempéries e meios aquáticos

fig. 106 — dessenvolvimento do lettring. Fonte: imagem do autor

fig. 107 — imagem da marca (solução inicial). Fonte: imagem do autor

fig. 108 — imagem da marca (solução final). Fonte: imagem do autor

fig. 109 — imagem da marca (solução final com cor). Fonte: imagem do autor

fig. 110 — luva remo (img. 1). Fonte: imagem do autor

fig. 111 — luva remo (img. 2). Fonte: imagem do autor

fig. 112 — luva remo (img. 3). Fonte: imagem do autor

fig. 113 — salva-vidas Né em contexto de utilização (img. 1). Fonte: imagem do autor

fig. 114 — salva-vidas Né em contexto de utilização (img. 2). Fonte: imagem do autor

fig. 115 — salva-vidas Né em contexto de utilização (img. 3). Fonte: imagem do autor

fig. 116 — salva-vidas Né em contexto de utilização (img. 4). Fonte: imagem do autor

fig. 117 — estrada inundada. Fonte: http://www.iol.pt/multimedia/oratvi/multimedia/imagem/id/568ab3600cf2c7a8f0f076f1

fig. 118 — exploração do conceito. Fonte: imagem do autor

fig. 119 — definição do conceito. Fonte: imagem do autor

fig. 120 — desenho final do conceito. Fonte: imagem do autor

fig. 121 — visualização dos estágios da boia. Fonte: imagem do autor

fig. 122 — desenhos iniciais. Fonte: imagem do autor

fig. 123 — desenhos de exploração do conceito. Fonte: imagem do

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146 design de equipamentos de apoio e socorro a intempéries e meios aquáticos

autor

fig. 124 — desenhos de maturação do conceito (img. 1). Fonte: imagem do autor

fig. 125 — desenhos de maturação do conceito (img. 2). Fonte: imagem do autor

fig. 126 — estudo do projétil. Fonte: imagem do autor

fig. 127 — desenho final da proposta. Fonte: imagem do autor

fig. 128 — artefacto em cotexto de utilização. Fonte: imagem do autor

fig. 129 — asa mecânica de Leonardo Di Vinci. Fonte: http://cdn.cnn.com/cnnnext/dam/assets/111101110323-da-vinci-glider-horizontal-large-gallery.jpg

fig. 130 — soft exosuites by Harvard Biodesign Lab. Fonte: https://biodesign.seas.harvard.edu/soft-exosuits

fig. 131 — vibrações do morcego ajudam invisuais. Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=05UBShVEJIY

fig. 132 — visão dos insetos. Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=05UBShVEJIY

fig. 133 — robot T8. Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=05UBShVEJIY

fig. 134 — organismos autorreparáveis. Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=05UBShVEJIY

fig. 135 — noz. Fonte: http://www.apartamentosaguamar.com/images/Nuts01.jpg

fig. 136 — amendoim. Fonte: https://img.aws.livestrongcdn.com/ls-article-image-673/ds-photo/getty/article/181/234/478288377.jpg

fig. 137 — esqueleto de bacalhau. Fonte: https://res.cloudinary.com/dk-find-out/image/upload/q_80,w_1920,f_auto/AL645089_akzuzo.jpg

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design de equipamentos de apoio e socorro a intempéries e meios aquáticos

fig. 138 — medusa bioluminescente. Fonte: http://www.scienceinschool.org/content/living-light-chemistry-bioluminescence

fig. 139 — pirilampo – fonte: https://outdoorottawa.com/wp-content/uploads/2017/03/fireflies.jpg

fig. 140 — esboços de conceito. Fonte: imagem do autor

fig. 141 — esboços de conceito e estudo estrutural. Fonte: imagem do autor

fig. 142 — avaliação de soluções, comunicação e interação. Fonte: imagem do autor

fig. 143 — renders 3D do conceito (img. 1). Fonte: imagem do autor

fig. 144 — render 3D do conceito (img. 2). Fonte: imagem do autor

fig. 145 — revestimento de cabos elétricos. Fonte: http://green.fibrenamics.com/

fig. 146 — fibrosos. Fonte: http://green.fibrenamics.com/

fig. 147 — processo paramétrico no Rhino com o Grasshopper. Fonte: imagem do autor

fig. 148 — posto de apoio em contexto real (img. 1). Fonte: montagem do autor

fig. 149 — posto de apoio em contexto de utilização (img. 2). Fonte: montagem do autor

fig. 150 — posto de apoio em contexto de utilização (img. 3). Fonte: montagem do autor

fig. 151 — pictograma. Fonte: imagem do autor

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Anexos

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Anexo 1

Page 153: Carlos Francisco Design de equipamentos de socorro a ...§ão.pdf2.4.2.1 Boia salva-vidas circular 2.4.2.2 U-Safe boia salva-vidas 2.4.2.3 Emily boats 2.4.2.4 Colete salva-vidas 2.4.2.5

153 carlos da silva | mestrado em engenharia e design de produto | universidade de aveiro

design de equipamentos de apoio e socorro a intempéries e meios aquáticos

Anexo 2

Page 154: Carlos Francisco Design de equipamentos de socorro a ...§ão.pdf2.4.2.1 Boia salva-vidas circular 2.4.2.2 U-Safe boia salva-vidas 2.4.2.3 Emily boats 2.4.2.4 Colete salva-vidas 2.4.2.5

154 design de equipamentos de apoio e socorro a intempéries e meios aquáticos

Anexo 3

Page 155: Carlos Francisco Design de equipamentos de socorro a ...§ão.pdf2.4.2.1 Boia salva-vidas circular 2.4.2.2 U-Safe boia salva-vidas 2.4.2.3 Emily boats 2.4.2.4 Colete salva-vidas 2.4.2.5

155 carlos da silva | mestrado em engenharia e design de produto | universidade de aveiro

design de equipamentos de apoio e socorro a intempéries e meios aquáticos

Anexo 4

Page 156: Carlos Francisco Design de equipamentos de socorro a ...§ão.pdf2.4.2.1 Boia salva-vidas circular 2.4.2.2 U-Safe boia salva-vidas 2.4.2.3 Emily boats 2.4.2.4 Colete salva-vidas 2.4.2.5

156 design de equipamentos de apoio e socorro a intempéries e meios aquáticos

Anexo 5

Page 157: Carlos Francisco Design de equipamentos de socorro a ...§ão.pdf2.4.2.1 Boia salva-vidas circular 2.4.2.2 U-Safe boia salva-vidas 2.4.2.3 Emily boats 2.4.2.4 Colete salva-vidas 2.4.2.5

157 carlos da silva | mestrado em engenharia e design de produto | universidade de aveiro

design de equipamentos de apoio e socorro a intempéries e meios aquáticos

Anexo 6

Page 158: Carlos Francisco Design de equipamentos de socorro a ...§ão.pdf2.4.2.1 Boia salva-vidas circular 2.4.2.2 U-Safe boia salva-vidas 2.4.2.3 Emily boats 2.4.2.4 Colete salva-vidas 2.4.2.5

158 design de equipamentos de apoio e socorro a intempéries e meios aquáticos

Anexo 7

Page 159: Carlos Francisco Design de equipamentos de socorro a ...§ão.pdf2.4.2.1 Boia salva-vidas circular 2.4.2.2 U-Safe boia salva-vidas 2.4.2.3 Emily boats 2.4.2.4 Colete salva-vidas 2.4.2.5

159 carlos da silva | mestrado em engenharia e design de produto | universidade de aveiro

design de equipamentos de apoio e socorro a intempéries e meios aquáticos

Anexo 8

Page 160: Carlos Francisco Design de equipamentos de socorro a ...§ão.pdf2.4.2.1 Boia salva-vidas circular 2.4.2.2 U-Safe boia salva-vidas 2.4.2.3 Emily boats 2.4.2.4 Colete salva-vidas 2.4.2.5

160 design de equipamentos de apoio e socorro a intempéries e meios aquáticos

Anexo 9

Page 161: Carlos Francisco Design de equipamentos de socorro a ...§ão.pdf2.4.2.1 Boia salva-vidas circular 2.4.2.2 U-Safe boia salva-vidas 2.4.2.3 Emily boats 2.4.2.4 Colete salva-vidas 2.4.2.5

161 carlos da silva | mestrado em engenharia e design de produto | universidade de aveiro

design de equipamentos de apoio e socorro a intempéries e meios aquáticos

Anexo 10

Page 162: Carlos Francisco Design de equipamentos de socorro a ...§ão.pdf2.4.2.1 Boia salva-vidas circular 2.4.2.2 U-Safe boia salva-vidas 2.4.2.3 Emily boats 2.4.2.4 Colete salva-vidas 2.4.2.5

162 design de equipamentos de apoio e socorro a intempéries e meios aquáticos

Anexo 11Anexo 12 (pág. 163)

Page 163: Carlos Francisco Design de equipamentos de socorro a ...§ão.pdf2.4.2.1 Boia salva-vidas circular 2.4.2.2 U-Safe boia salva-vidas 2.4.2.3 Emily boats 2.4.2.4 Colete salva-vidas 2.4.2.5

163 carlos da silva | mestrado em engenharia e design de produto | universidade de aveiro

design de equipamentos de apoio e socorro a intempéries e meios aquáticos

Page 164: Carlos Francisco Design de equipamentos de socorro a ...§ão.pdf2.4.2.1 Boia salva-vidas circular 2.4.2.2 U-Safe boia salva-vidas 2.4.2.3 Emily boats 2.4.2.4 Colete salva-vidas 2.4.2.5

164 design de equipamentos de apoio e socorro a intempéries e meios aquáticos

Anexo 13

Drop Stitch

Page 165: Carlos Francisco Design de equipamentos de socorro a ...§ão.pdf2.4.2.1 Boia salva-vidas circular 2.4.2.2 U-Safe boia salva-vidas 2.4.2.3 Emily boats 2.4.2.4 Colete salva-vidas 2.4.2.5

165 carlos da silva | mestrado em engenharia e design de produto | universidade de aveiro

design de equipamentos de apoio e socorro a intempéries e meios aquáticos

Anexo 14

Drop Stitch

Page 166: Carlos Francisco Design de equipamentos de socorro a ...§ão.pdf2.4.2.1 Boia salva-vidas circular 2.4.2.2 U-Safe boia salva-vidas 2.4.2.3 Emily boats 2.4.2.4 Colete salva-vidas 2.4.2.5
Page 167: Carlos Francisco Design de equipamentos de socorro a ...§ão.pdf2.4.2.1 Boia salva-vidas circular 2.4.2.2 U-Safe boia salva-vidas 2.4.2.3 Emily boats 2.4.2.4 Colete salva-vidas 2.4.2.5