Cartilha do Patrimônio Cultural e Arqueológico

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PATRIMÔNIO CULTURAL E ARQUEOLÓGICO conhecer para preservar

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A Cartilha do Patrimônio Cultural e Arqueológico é de autoria do Professor Igor Chmyz e sua equipe. A publicação é de responsabilidade do Espaço Cultural Fazenda Capão Alto e integra o plano anual de comunicação da instituição.

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PATRIMÔNIO CULTURAL E

ARQUEOLÓGICO

conhecer para preservar

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Esta Cartilha compõe parte do Subprojeto de Educação Ambien-tal vinculado ao Projeto para execução de Diagnóstico Arqueológico, Histórico e Ambiental na área da Fazenda Capão Alto. Situada no Mu-nicípio de Castro, a Fazenda Capão Alto representa um patrimônio his-tórico de relevância para o Estado do Paraná. Está relacionada ao perí-odo de ocupação dos Campos Gerais, principalmente ao tropeirismo, e guarda também em sua história, momentos marcantes relacionados ao movimento escravagista.

Subsidiada pela empresa Núcleo de Mídia e Conhecimento, tem como objetivo a divulgação da história da ocupação dos Campos Ge-rais em períodos distintos, que abrangem a pré-história e a história da região.

De acordo com a legislação brasileira, que prevê o estudo e a avaliação do impacto sobre o meio ambiente quando da instalação de quaisquer empreendimentos, o presente trabalho tem como objetivo a demarcação dos limites das estruturas situadas em superfície e subsu-perfície e, a delimitação da extensão dos vestígios arqueológicos pré--históricos e históricos a elas relacionados, situados em uma área com 5.000m² delimitada em seu entorno.

APRESENTAÇÃO

Na primeira fase do estudo será avaliado o estado de conservação das estruturas arqueológi-cas, o grau de perturbação do solo e a cobertura vegetal existente incluindo, ainda, uma análise preditiva com o propósito de elaboração de es-boço para um plano de usos múltiplos no espaço pesquisado. Terá, também, por objetivo, fornecer elementos para a preservação dos bens arqueo-lógicos e dos ecossistemas naturais associados, bem como prever e regular o uso admissível da área, de modo a compatibilizá-lo com os objeti-vos da conservação ambiental.

Patrimônio Cultural

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Patrimônio Cultural

Compreende-se como Patrimônio Cultural o conjunto de elementos que valorizamos e com os quais mantemos relação de identidade e alteri-dade. São todos os bens materiais e imateriais que representam nossa memória. São ações, costumes e crenças que uma pessoa ou um povo possui pre-servada e transmite a outras gerações. Através dele obtemos informações sobre o passado, os costu-mes e como a sociedade funciona.

O Memorial da Imigração Holandesa, em Castro, ilustra a salvaguarda do patrimônio cultu-ral, ao preservar a história da imigração desse povo para a região, seus ofícios e saberes.

Constituído pelas formas de expressão, pelos modos de criar, de fazer e de viver, pelas criações científicas, artísticas e tecnológicas, pelas obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços destinados às manifestações artístico-culturais, pe-los conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico, paleontológi-co, ecológico e científico, o Patrimônio Cultural pode ser classificado em três grupos:

CONCEITOS

PATRIMÔNIO IMATERIAL

PATRIMÔNIO PAISAGÍSTICO

PATRIMÔNIO MATERIAL

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Patrimônio Cultural Material

CONCEITOS

O Patrimônio Cultural Material está re-presentado por toda a herança física que se pode tocar, tais como objetos que utilizamos e edifi-cações. Os sítios arqueológicos, que são lugares onde encontramos vestígios de ocupações huma-nas do passado, se enquadram nesse grupo.

Patrimônio Cultural Imaterial

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Patrimônio Cultural Imaterial

CONCEITOS

É todo patrimônio que não podemos to-car, tais como saberes, celebrações e costumes. Compõe o Patrimônio Imaterial o conjunto de conhecimentos e tradições que representa o que é produzido por determinado grupo, é transmitido de geração a geração, e está dire-tamente relacionado à sua identidade. Inclui a linguagem, os conhecimentos tradicionais, a forma de organizar as coisas, os cânticos, as manifestações artísticas, a culinária, as rezas, as lendas. Um exemplo de Patrimônio Imaterial é o Folclore, que é expressado através de suas len-das e mitos, danças, poesias e músicas que são transmitidos a gerações futuras, origina festas populares tradicionalmente conhecidas e que caracterizam determinadas regiões.

No Paraná o Fandango, dança do litoral paranaense com música executada por violas e rabecas, foi declarado Patrimônio Imaterial.

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Patrimônio Paisagístico ou Natural

CONCEITOS

Formado por áreas que transmitem a importância da natureza, compreende lugares que marcam a interação entre o homem e o meio natural, ou então, lugares para os quais atribuí-mos valores. Ex.: grutas, montanhas, rios, ecossistemas, jazidas, animais silvestres, etc. Composto por formações físicas e biológicas relevantes, locais de ocorrência de espécies animais e vegetais ameaçados e áreas de alto valor científico, de conservação ou estético, são preservados através da criação de Unidades de Conservação, às quais se aplicam garantias ade-quadas de proteção.

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Patrimônio Arqueológico

CONCEITOS

O Patrimônio Arqueológico engloba todos os ves-tígios da existência humana. Ele é caracterizado como o conjunto de locais em que habitaram as populações pré--históricas e históricas, bem como toda e qualquer evi-dência das atividades culturais destes grupos, esteja ela na superfície, no subsolo ou sob as águas, assim como o material a eles associados.

Esses vestígios do passado, estudados pelos ar-queólogos, representam a herança deixada para nós. Compreendem restos de suas casas; objetos que produ-ziram como artefatos de pedra, osso e cerâmica; seus instrumentos de trabalho; restos de sua alimentação; suas armas; seus enfeites; suas pinturas; vestígios de se-pultamentos funerários.

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Arqueologia

CONCEITOS

A palavra “arqueologia” origina-se das palavras gregas “archaios” e “logos”, e significa “estudo das coisas antigas”. Assim, Arqueologia pode ser definida como a ciência que estuda o passado humano a partir dos vestígios e restos materiais deixados pelos povos que habitaram a Terra.

Utilizando métodos e técnicas de pesquisa específicas, o objetivo da Arqueologia é co-nhecer as pessoas. Ela busca compreender as relações sociais, procura compreender como o homem vivia no passado. Assim, os arqueólogos pensam e executam suas pesquisas com al-guns questionamentos em mente:

a) Quem eram as pessoas que viviam ali?b) Como viviam?c) Como moravam?

d) De que se alimentavam?e) Como conseguiam obter os seus alimentos? Caçavam? Pescavam?f) Colhiam frutos no meio ambiente ou plantavam?

g) Como produziam suas ferramentas e onde buscavam as matérias-primas para produzi-las?h) Em que época viveram?i) Que contatos tinham? De guerra, pacíficos?

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Arqueologia

CONCEITOS

Estudando a cultura material desses povos e as mudanças ao longo da história da Humanidade, através dos materiais que as pessoas deixa-ram ou usaram, como ferramentas feitas de pedra, cacos de panelas de barro, instrumentos de metais, res-tos de fogueiras, pinturas em abrigos ou cavernas, ruínas de fortes, igrejas, fazendas ou casas (entre os últimos é possível verificar os tipos de mate-riais empregados para a construção das casas, os utensílios utilizados e como as pessoas faziam uso desses espaços), os arqueólogos procuram responder a esses questionamentos e conhecer a cultura passada.

Esses objetos remanescentes são chamados vestígios arqueológicos.

Os locais onde são encontrados recebem o nome de sítio arqueológico. Este local pode ter sido, por exemplo, uma casa, um acampamento, um local de fabricação de ferramentas, estações de caça ou pes-ca, áreas de captação de recursos, um cemitério (o estudo do modo como as pessoas enterravam seus mortos pode revelar aspectos de rituais e cerimô-nias religiosas do passado), etc. Os sítios arqueoló-gicos são variados e apresentam grandes diferenças entre si.

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Áreas de Atuação

ARQUEOLOGIA

Arqueologia Pré-HistóricaEstuda as evidências de ocupações humanas relativas aos períodos anteriores a 1500. Os sítios a ele relacionados são denominados pré-coloniais.

Arqueologia HistóricaSe volta aos vestígios de ocupações humanas do período Pós-Conquista, ou seja, a partir de 1500. Preocupa-se em reconstituir os aconteci-mentos que envolvem os povos formadores da sociedade nacional: índios, europeus e negros. Os vestígios representantes desse período cor-respondem a sítios coloniais.

EtnoarqueologiaDisciplina que procura entender de que for-ma o conjunto de objetos produzidos e utiliza-dos por uma sociedade pode informar sobre o comportamento das pessoas e toda a estrutura social, política e econômica a que se relaciona.

Arqueologia Subaquática Não investiga apenas navios naufragados: exis-tem sítios arqueológicos inteiros que se encon-tram cobertos pela água e só através desta dis-ciplina é que podem ser estudados.

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O Patrimônio Arqueológico e a Legislação

ARQUEOLOGIA

Os estudos arqueológicos no Brasil são regulamentados por um corpo legislativo e fisca-lizado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN/MinC).

De acordo com a Lei Federal nº. 3.924, de 26 de julho de 1961, um sítio arqueológico é patrimônio da União. Essa lei garante a proteção desse patrimônio, estabelecendo que os monumentos arqueológicos ou pré-históricos de qualquer natureza existentes no território na-cional e, todos os elementos que neles se encontram, ficam sob a guarda e proteção do Poder Público, sendo a sua destruição ou mutilação considerada crime contra o patrimônio nacional. Protegem, também, o nosso patrimônio arqueológico, entre outras:

Lei Estadual Nº 1.211 de 16 de setembro de 1953, que dispõe sobre o patrimônio histórico, artístico e natural do Estado do Paraná;

Resolução CONAMA 01/86, especificamente o artigo 6, inciso I, alínea c, onde são destacados os sítios e monumentos arqueológicos como elementos a serem considerados nas diferentes fases de plane-

jamento e implantação de um empreendimento (LP, LI e LO);

Resolução SMA-34, de 27 de agosto de 2003, que dispõe sobre as medidas necessárias à proteção do patrimônio arqueológico e pré-

-histórico quando do licenciamento ambiental de empreendimentos e atividades potencialmente causadores de significativo impacto am-

biental, sujeitos à apresentação de EIA/RIMA, e dá providências correlatas.

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O Arqueólogo

ARQUEOLOGIA

Arqueólogos são profissionais qualificados, com formação aca-dêmica, que investigam evidências concretas de antigas civilizações. Fa-zem expedições e escavações, anali-sam mapas, fotos aéreas e relatórios em busca de pistas sobre sítios arque-ológicos que podem estar em uma caverna, em uma área de floresta ou mesmo embaixo de uma cidade. São responsáveis pela preservação e re-cuperação do patrimônio histórico da humanidade.

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As Prospecções

FORMAS DE TRABALHO

Prospecção é a procura de sítios arqueo-lógicos na área de pesquisa. Primeiro o arque-ólogo define a região que será estudada, os te-mas da pesquisa e os métodos de investigação que vai utilizar. Faz consulta aos documentos existentes sobre a área que será pesquisada: documentos históricos, etnológicos, geográfi-cos e ambientais, além de realizar consultas às bases cartográficas disponíveis, ou seja, cartas topográficas, imagens de satélite e outros refe-renciais que auxiliarão nessas caminhadas.

Alguns vestígios materiais são vistos na superfície dos terrenos e é possível reconhecê-

-los se você caminha pelo local. Outra forma de encontrar os sítios arqueológicos é fazendo sondagens. Sondar significa procurar os vestígios materiais abaixo do solo. Busca identificar a dispersão e extensão dos vestígios arqueológi-cos, a densidade de material arqueológico por camada e, a profundidade em que se encon-tram esses vestígios.Identificados os sítios, o arqueólogo começa o trabalho de escavação.

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A Escavação

FORMAS DE TRABALHO

Através da Escavação o arqueólogo evi-dencia os vestígios no local exato em que fo-ram encontrados. Cada objeto é registrado em fichas de campo, desenhos e fotografias para que, depois, se reconstrua a vida das pessoas que ali estiveram inferindo sobre o uso social dos vestígios e as áreas de atividade. Os equipamentos utilizados para o tra-balho são: colher de pedreiro, barbante, esta-cas, pinças, espátulas, pincéis, nível de bolha, baldes, peneiras de diferentes malhas, máqui-na fotográfica, filmadoras, bússola, GPS, es-tação total (equipamento topográfico), entre outros. Estudado o sítio arqueológico, é realiza-do seu registro junto ao IPHAN (Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), para sua inserção no Cadastro Nacional de Sí-tios Arqueológicos - CNA. Esse registro con-tem todas as informações específicas daquele sítio e permite a sua localização por outros pesquisadores, assim como em campo, ainda, cada sítio arqueológico recebe um número e uma ficha de identificação.

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As Atividades de Laboratório

FORMAS DE TRABALHO

Encerradas as atividades de campo, o material obtido é enviado para o laboratório, local onde as peças são higienizadas, ou seja, são lavadas e, depois de secas, numeradas; também são separadas de acordo com o local onde foram encontradas e com o tipo de ma-terial: de pedra, de cerâmica, ósseo. Os estu-dos envolvem análises sobre o tipo de material empregado para confeccionar determinado objeto, classificações quanto ao uso da peça, quantificações relativas ao número de peças encontradas e sua função. São também medi-das, restauradas quando possível, desenhadas e fotografadas. De acordo com o estágio de desenvolvi-mento tecnológico dos grupos, os sítios arque-ológicos são classificados como sítios cerâmi-cos e sítios pré-cerâmicos ou não cerâmicos. Em laboratório procura-se entender como as peças eram confeccionadas, do que eram feitas, como eram utilizadas e a que gru-po humano pertenciam: indígena, caboclo, europeu. Após a análise de todo o material co-letado, este é acondicionado em embalagens apropriadas e deve permanecer sob a guarda de uma instituição que será responsável por esse acervo.

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Datações

FORMAS DE TRABALHO

Pode ser realizada através do método do Carbono 14 (C14). Todos os seres vivos pos-suem em seus corpos carbono radioativo, o qual é absorvido através da respiração e alimentação. Ao morrer, cessa a absorção do C14 e, a quantidade começa a diminuir.

A datação é obtida através da contagem da quantidade de Carbono 14 contida em os-sos de animais, humanos, vestígios de plantas e carvão vegetal. Assim, é possível cal-cular, em laboratório, a quantidade que os objetos ainda conservam, considerando-se

que quanto menor a quantidade de C14, mais antigo é o vestígio arqueológico.

Outro método é o da Termoluminescência. Utilizado particularmente para datar cerâmica, essa técnica se baseia no fato de um mineral cristalino como quartzo, sí-

lex, feldspato, etc, aquecido a temperaturas entre 350 e 400º, perder a radioatividade. Quando uma pedra ou uma vasilha cerâmica é colocada em contato com uma foguei-

ra, que produz altas temperaturas, as peças perdem radioatividade. No entanto, em contato novamente com solo as peças recomeçam a acumular radioatividade.

Quando retiradas de uma escavação, pode-se medir a radioatividade acumulada e assim, medir o tempo transcorrido entre o aquecimento das peças pelo homem

pré-histórico e a sua retirada pelo arqueólogo.

Um fator importante para os estudos arqueológicos está relacionado às datações dos sítios arqueológicos, ou seja, o estabele-cimento do período em que foi ocupado. As datações podem ser relativas ou absolutas.

As datações relativas são baseadas, principal-mente, na posição estratigráfica das camadas arqueológicas observadas nos sítios e a dispo-sição das evidências arqueológicas na camada de ocupação. Se não houver perturbações na área, a superposição de camadas indica que a inferior é mais antiga, tendo a camada supe-rior se acumulado depois.

As datações absolutas são obtidas através de análises físico-químicas que permitem o esta-belecimento de uma estimativa mais precisa sobre o período de ocupação.

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A PRESERVAÇÃO DO PATRIMÔNIO CULTURAL

Destruir ou retirar objetos de sítios arqueológicos é proibido e cons-titui crime contra o Patrimônio Nacional. Se, um dia, você encontrar um sítio arqueológico, pode e deve ajudar a preservá-lo. Assim, deve seguir as seguintes recomendações:

• Não escave, não retire a vegetação nem os objetos encontrados. Para os estudos arqueológicos é importante conhecer o local e o

lugar exato em que os objetos foram encontrados;

• Nunca escreva ou desenhe sobre a arte rupestre encontrada nas lajes, paredes de abrigos ou cavernas, e não jogue lixo na região;

• Do sítio arqueológico leve somente as fotografias que você tirar;

• Não acampe ou faça fogueira sobre um sítio arqueológico, pois o carvão da fogueira recente pode misturar-se com o carvão anti-go e, desse modo, impossibilitar a datação do sítio arqueológico.

• Procure uma instituição como Museu, Escola, Universidade ou o IPHAN e comunique o achado.

• Se souber de algum sítio sendo destruído comunique a uma Instituição ou ao IPHAN.

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Ocupações Pré-Ceramistas no Litoral

PANORAMA DA OCUPAÇÃO HUMANA NO ESTADO DO PARANÁ

Na região litorânea grupos humanos ocuparam sítios ar-queológicos denominados sambaquis. A palavra sambaqui é de origem tupi e significa “amontoado de mariscos” (tamba = ma-riscos e ki = amontoado). Para a arqueologia, estes sítios estão relacionados à Tradição Sambaquieira. Os sambaquis conservam em meio às conchas de maris-cos, dos quais a população se alimentava e, que pela acumula-ção, chegavam a formar grandes plataformas, ossos de peixes, aves e mamíferos, artefatos de pedras e, muitas vezes, sepultamentos humanos. A presença, nos montes, de restos de ossos de tubarão, baleia, golfinhos, tartarugas e raias, alguns deles encontrados apenas em alto mar, sugerem que os habitantes dos sambaquis praticavam navegação extensiva no mar. Faziam objetos esculpidos em pedra polida conhecidos como zoólitos, representando animais marinhos e terrestres e, raramente, figuras antropomorfas. Utilizavam, ainda, ossos e conchas para a produção de pontas, anzóis, agulhas e adornos.

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Ocupações Pré-Ceramistas no Interior

PANORAMA DA OCUPAÇÃO HUMANA NO ESTADO DO PARANÁ

sas condições climáticas do último período glacial deram lugar a um gradativo aqueci-mento. Estão representados por grupos ca-çadores-coletores, com economia baseada na exploração dos recursos naturais. Seus sítios são encontrados em diferentes profundida-des, abrangendo pequenas áreas ou formando agrupamentos. Arqueologicamente, para es-ses grupos, foram estabelecidas três grandes tradições denominadas: Bituruna, Umbu e Humaitá. Camadas formadas pelos vestígios da Tradição Bituruna ocorrem nas margens de cursos fluviais. Encerram apenas lascas retira-das de seixos ou blocos de rocha, muitas delas com marcas de uso como facas e raspadores e artefatos adaptados por meio de técnicas de retoque para atividades de caça e coleta. En-tre estas, destacam-se as pontas de flechas e lanças com ou sem pedúnculo, picões, cava-deiras, lâminas de machados e raspadores. Restos de fogueiras também são encontrados nesses assentamentos, porém, ossos humanos ou de animais que caçavam, assim como de madeira e outras matérias de origem orgânica que utilizavam, não se conservaram.

Material arqueológico relacionado à Tradição Umbu é encontrado nas margens de rios e também no interior de abrigos rocho-sos. No primeiro ambiente, somente lascas, artefatos e fogões resistiram ao intemperismo e acidez do solo. Nos abrigos, entretanto, com sedimentos secos e impregnados de cinzas, além das evidências líticas, conservam-se res-tos ósseos de fauna caçada e artefatos, como pontas de flecha e adornos com eles elabora-dos. Lascas utilizadas para cortar, raspar, talhar e furar são numerosos. Raspadores e pontas de flechas, com ou sem pedúnculo, são resultantes de retoque. A técnica de retoque empregada nesses artefatos bem como a sua tipologia, diferenciam-nas das existentes na tradição anterior.Os depósitos arqueológicos da Tradição Hu-maitá também são encontrados nas margens de rios e abrigos rochosos, estes geralmente úmidos. São compostos por lascas utilizadas e artefatos preparados por retoque para as mes-mas funções que a das tradições precedentes, com exceção das pontas de flecha peduncula-das, comuns àquelas.

As ocupações mais antigas estão rela-cionadas a grupos que não produziam cerâmi-ca. Datam desde 11.200 anos antes do presen-te, quando as rigoro-

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Ocupações Ceramistas

PANORAMA DA OCUPAÇÃO HUMANA NO ESTADO DO PARANÁ

Poucos séculos antes do início da era cristã, o território foi sendo paulatinamente ocupado por grupos ceramistas, que, mais se-dentários e numerosos em relação aos pré-ce-ramistas, acabaram dominando-os. Conhece-dores de técnicas para confecção de objetos e recipientes cerâmicos destinados a preparar, cozer, servir e armazenar alimentos, eles tam-bém praticavam a caça, pesca e coleta. Deti-nham conhecimentos de horticultura, culti-vando preferencialmente milho, mandioca e abóbora. Seus sítios são representados por ca-madas situadas a pequenas profundidades, às vezes aflorando a superfície. Algumas de suas estruturas podem ainda ser visualizadas em locais florestados ou não perturbados por ati-vidades modernas. Correspondendo a povos culturalmen-te diferentes, os grupos ceramistas estão re-presentados, principalmente, pelas tradições

arqueológicas Itararé, Casa de Pedra e Tupi-guarani. Os relacionados à primeira tradição viviam em cabanas isoladas ou agrupadas in-terligadas por trilhas e, também, em abrigos rochosos. Nas regiões mais frias, escavavam o solo utilizando profundas estruturas circula-res como moradias. Tais locais são identifica-dos popularmente como “buracos de bugre”.Suas práticas funerárias incluíam enterros primários e práticas crematórias, protegidos por aterros em forma de cone truncado. Produziam recipientes cerâmicos de pequenas dimensões, predominando os jar-ros. De acabamento simples, as vasilhas tam-bém eram decoradas com engobo preto e vermelho. No sul e sudoeste do Estado, as va-silhas passaram a ser decoradas por meio de novas técnicas, indicando contato interétnico com outra tradição. Para as atividades de corte, raspagem

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e alisamento utilizavam lascas de pedra e, para per-cussão e trituração, blocos de pedra adaptados como pilões, mãos de pilões e lâminas de machados polidos. Elaboravam, ainda, virotes com ponta arredondada, destinados ao abate de aves e derrubada de pinhas. Sua economia era voltada à caça e coleta, em-bora cultivassem algumas plantas.

Os grupos pertencentes à Tradição Casa de Pedra também ocu-param abrigos rochosos e viviam em cabanas isoladas ou agrupadas. Enterravam seus mortos em covas, cobrindo-as com montes de terra.As vasilhas cerâmicas que confeccionavam eram de dimensões médias, geralmente tigelas e panelas de formato cônico, com faces alisadas e muitas vezes engobadas de preto. Praticavam horticultura, economia suplementar à vinculada a caça e coleta, para cujas atividades valiam-se de lascas e blocos de ro-

cha. Os utensílios mais elaborados compre-endiam pilões, mãos de pilões e lâminas de machados que eram polidos.

As aldeias formadas por grupos da Tradi-ção Tupiguarani eram maiores que as dos ante-riores, sendo constituídas por várias cabanas dis-postas em círculo ou alinhadas. Práticas funerárias puderam ser constata-das abaixo das habitações ou nas suas proximi-dades. Compreendiam deposição do corpo no interior de grandes panelas cerâmicas ou na colo-cação dos ossos, após enterro provisório, em pa-nelas. Estas eram protegidas por tigelas ou gran-des fragmentos de vasilhas para evitar a entrada de terra. Oferendas, representadas por pequenos recipientes, eram depositadas nas urnas ou nos seus arredores. Adornos de ossos, conchas ou pe-dras costumavam acompanhar os enterros.

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A cerâmica que elaboravam era constituída por recipientes que atingiam grandes dimensões e diver-sos formatos, destacando-se as tige-las e panelas carenadas. Serviam para preparar e armazenar alimentos e lí-quidos, bem como para consumi-los. As vasilhas tinham as faces apenas alisadas ou eram decoradas por en-gobo vermelho, pinturas geométri-cas em vermelho, marrom ou preto, corrugação, incisão, ungulação, etc. Muitas tinham a face externa escova-da com sabugo de milho. Modelando a argila, produziam suportes de pa-nelas, rodelas de fusos, cachimbos e adornos. Condizentes com população mais numerosa dedicavam-se mais intensamente à agricultura, embora as atividades de caça, pesca e coleta ainda fossem importantes. Nessas ta-refas, lascas e blocos de rocha eram utilizados como facas, raspadores, percutores e trituradores. Poliam objetos como pilões e lâminas de machado. Blocos de arenito, assim como fragmentos cerâmicos serviam para a confecção de adornos. Dessa operação resultaram, nos suportes, sulcos alongados e profundos. De cristal de rocha ou resina eram produzidos tembetás em forma de T, os quais eram utilizados pelos homens. Sua colocação era realizada através de uma perfuração no lábio inferior do indígena e, seu simbolis-mo, estava ligado à passagem à vida adulta.

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Além das tradições pré-ceramistas e ceramistas mencionadas, outras, com menor abrangência territorial, são conhecidas. Essas ocorrências geralmente situam-se nas frontei-ras estaduais ou internacionais ou, ainda, em espaços carentes de pesquisa. Baseados nas informações resultantes do contato de militares, missionários, serta-nistas e engenheiros com grupos indígenas desde o século XVI, arqueólogos passaram a correlacioná-las com os dados obtidos nos sí-tios arqueológicos relacionados a esse perío-do. As informações mais numerosas dizem respeito aos índios pertencentes ao tronco linguístico Tupi, que engloba a família Tu-pi-Guarani, constituída por grupos com di-versas denominações. Preados e deslocados a princípio, os tupi-guarani passaram a ser utilizados em atividades minerárias, extrati-vistas e agrícolas nos povoados portugueses e espanhóis. Os relatos sobre o que produziam

e como viviam possibilitaram as-sociar esses indígenas com a tradi-ção arqueológica Tupiguarani. Da mesma forma procura-se correla-cionar ao tronco linguístico Macro-jê outras tradições arqueológicas. A esse tronco foi vin-culada a família Jê, representada pelos índios Xokleng e Kaingang. Geralmente refratários ao contato com o europeu, esses povos reti-ravam-se das áreas que ocupavam, quando invadidas pelo colonizador. As informações prestadas por jesuítas no século XVII e, por aqueles que, nos séculos seguintes se apossa-ram dos seus refúgios, estão possibilitando a vinculação dos Xokleng e Kaingang às tradi-ções Itararé e Casa de Pedra, respectivamente. Sobre os caçadores-coletores que vi-viam no Paraná anteriormente ao contato com o europeu, somente as evidências reco-lhidas em seus sítios permitiram, devido às características que apresentam, a definição das tradições.

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ARTE RUPESTRE Em abrigos, paredões e blocos rocho-sos isolados ocorrem pinturas e gravações, estas às vezes preenchidas com tinta. Os abrigos e paredões são encontrados espe-cialmente ao longo da Escarpa Devoniana que delimita os dois primeiros planaltos; os blocos são comuns nos vales dos rios no se-gundo e terceiro planaltos. As sinalações são de difícil interpreta-ção, pois mostram caráter simbólico, execu-tados por grupos que ocuparam os espaços há muito tempo. As pinturas representam, de forma realista, figuras relacionadas à fauna local, como emas, cervos e pássaros, entre outros. Figuras antropomórficas são mais raras e, quase sempre, estilizadas. Traços e pontos alinhados, e representações de astros também estão presentes. Executadas com fragmentos de ocre (óxido de ferro), diretamente nas paredes rocho-sas ou com tinta produzida a partir da trituração da mesma matéria-prima, as pinturas eram produzidas com o auxílio de dedos, pincéis ou espátulas e apresentam coloração avermelhada. As mais expostas ao intemperismo ou à fumaça das queimadas, encontram-se prejudicadas. Muitas também apresentam sinais de vandalismo.

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Alguns abrigos conservam solo na base, possibilitando escavações. As que pas-saram por esse processo, continham vestí-gios perturbados de sua ocupação por gru-pos pré-ceramistas e ceramistas. Em um, porém, com solo intacto, foi encontrado, unicamente, material arqueológico perten-cente à Tradição Umbu, provavelmente a au-tora das pinturas existente em suas paredes. No topo ou flanco dos blocos isola-dos ocorrem sinalações gravadas estreitas ou mais largas e profundas, causadas pelo atrito com lascas e por picoteamento e polimento. Representam linhas retas ou curvas parale-las, cruzadas ou oblíquas que se ligam nas extremidades. Incluem ainda círculos e pon-tos alinhados. A localização dessas gravações nas proximidades de sítios formados por gru-pos pré-ceramistas e ceramistas dificulta a sua associação com alguns deles, embora na parede de um abrigo ocupado pela Tradição Itararé, tenham sido registrados pequenos círculos alinhados.

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A TRADIÇÃO NEOBRASILEIRA

A chegada das primeiras expedições exploradoras e colonizadoras propiciou o contato dos grupos indígenas com os eu-ropeus, e deu início a um processo de mis-cigenação com influências culturais mútuas. Relacionada a esses assentamentos iniciais de contato entre os indígenas, europeus e africa-nos, prosseguindo até o início do século XX, está a tradição Neobrasileira Mantendo traços da cultura indígena ou africana na confecção de recipientes cerâ-

micos, aliados ao uso de utensílios industria-lizados para caçar e pescar, como armas de fogo e anzóis de metal, gradativamente esses grupos foram substituindo os artefatos con-feccionados em pedra por instrumentos pro-duzidos a partir da fundição do ferro, e sua indústria ceramista enfrentou mudanças in-fluenciadas pelos utensílios europeus, passan-do a utilizar panelas de ferro, louças e frascos de vidro.

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O PATRIMÔNIO ARQUEOLÓGICO NOS CAMPOS GERAIS Nos municípios de Castro e Tibagi, no vale do rio Iapó e em seus arredores, as pesquisas arqueológicas tiveram início na década de 1950. Resultaram na localização de diversas pintu-ras rupestres em abrigos situados na margem esquerda do rio Iapó, nos municípios de Tibagi e Piraí do Sul. Sítios relacionados a tradições ceramistas e pré-ceramistas também foram registrados na região. Nos anos de 1966 e 1967 foi localizado, nas proximidades da cidade de Tibagi, o sítio Conceição, vinculado à tradição ceramista Tupiguarani. Decorrentes de estudos executados nos anos de 2001/2002 nos trechos da Rodovia BR 376, situados entre Ponta Grossa e Imbaú ,e da Rodovia PR 151, trecho Piraí do Sul e Jaguariai-va, 44 indícios de ocupações ceramistas e 3 pré-ceramistas foram constatados. As pesquisas efetuadas na região evidenciam a importância do vale do rio Iapó e seu entorno para a compreensão da pré-história e história do Paraná.

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O PATRIMÔNIO ARQUEOLÓGICO NOS CAMPOS GERAIS

O Período Histórico Por força do estabelecido no Tratado de Tordesilhas, o povoamento no Paraná se realizou, em sua primeira fase, na porção oci-dental pelos espanhóis, de maneira mais pla-nejada, com a fundação de povoados; o litoral foi ocupado pelos portugueses que partiam em direção ao interior em busca de minas au-ríferas e o aprisionamento de indígenas para servirem de mão de obra escrava, principal-mente em lavouras de cana de açúcar. Nessa época o território paranaense compunha a Província do Guairá, de domínio espanhol. A região, povoada principalmente por grupos indígenas dos Troncos Tupi e Ma-cro-Jê, era cortada pelo Peabiru, o qual era formado por diversos ramais que acabaram originando uma série de estradas utilizadas para atividades exploratórias ou por colonos

durante os processos de conquista e ocupação do território. As incursões para o interior do Para-ná, primeiramente com caráter de conquista, prea de índios e a localização de minas com pedras e metais preciosos, a partir do século XVIII foram marcadas por seu caráter explo-ratório, resultando delas o reconhecimento, principalmente dos primeiro e segundo pla-naltos e o início de sua colonização. Desse século ainda datam expedições militares de conquista que, sob o comando de Afonso Botelho de Sampaio e Souza, permi-tiram o conhecimento sobre a geologia e os sistemas fluviais do território paranaense. As novas entradas nos Sertões do Ti-bagi resultaram na descoberta de ouro e dia-mantes em Pedras Brancas, local situado a su-

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doeste da atual cidade de Tibagi, por Angelo Pedroso e Frei Bento de Santo Angelo. Paralelamente à exploração dos ser-tões do Tibagi, nos Campos Gerais o ciclo do ouro foi substituído pela criação de gado. Os sertanistas vislumbraram a potencialidade da região para a pecuária, tendo em vista seus extensos campos. Intensificando a atividade pecuarista, no início os campos de criação de gado ligavam-se aos mercados de Sorocaba e São Paulo. Mais tarde, com a abertura da es-trada do Viamão, os Campos Gerais passaram a representar, além de campos de criação, in-vernadas de tropas que, vindas do sul atra-vessavam as matas catarinenses, encontrando boas pastagens desde Campo do Tenente.

Datam do século XVIII as concessões de grandes sesmarias na região a fazendeiros procedentes de São Paulo, Curitiba e Rio Grande do Sul, onde se estabeleceram fazendas de pecuária, as quais se desenvolveriam com o comércio de tropas, então o fator mais importante dos transportes. Entre os grandes fazendeiros estava José Felix da Silva, estabelecido ao Norte dos Campos Gerais, no local que ficaria conhecido por Fa-zenda Fortaleza. Datando de 1778, a Fazenda Fortaleza desempenhou papel marcante na defesa das propriedades que, constantemente, eram atacadas por grupos Kaingáng.

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O atual município de Castro fazia parte da sesmaria doada ao Capitão Pedro Taques, em 1704. Com seu falecimento, os direitos de suas terras passaram a seus descendentes e, entre eles, seu filho José de Góes e Mora-es que, requerendo seus direitos, confirmou a posse das terras compreendidas entre os rios Iapó e Pitangui, fundando a fazenda Caram-beí. José de Góes, por sua vez, doou as ter-ras situadas entre o rio Iapó e o Ribeirão do Itapaucanga (Taboão) ao seu sobrinho Inácio de Almeida Taques, cuja família era devota de Santa Ana e mandou construir, na área, uma capela à santa. O crescente movimento de animais passando pelo porto do Iapó, com a abertura

do caminho para São Paulo iniciado em 1730, e a existência da capela na região, com seu respectivo pároco, resultou na congregação de moradores, trazendo prosperidade ao Pou-so do Iapó. O povoado foi elevado à categoria de freguesia em 1774, sob a evocação de Santa Ana do Iapó e, mais tarde, em 1789, à catego-ria de Vila Nova de Castro. A Vila de Castro foi elevada a Comarca em 1854 e à categoria de Cidade, em janeiro de 1857. Os Campos Gerais, cortado que era por caminhos de tropas, viu o estabelecimento às margens desses caminhos, durante os séculos XVIII e XIX, da população menos abastada, caracterizando-se este um dos aspectos do povoamento da região: a pequena proprieda-de e a lavoura de subsistência.

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A partir da segun-da metade do século XX, vários programas de ca-ráter oficial receberam incentivos para a ocu-pação da região por imi-grantes europeus.

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A FAZENDA CAPÃO ALTO

As terras pertencentes à Fazenda Capão Alto faziam parte da sesmaria do Capitão Pedro Taques. Após sua mor-te passaram, como herança, a Timóteo Correa de Góes. Posteriormente vendida a João Gonçalves Figueira, foi leiloada em 1749, sendo seu arrematador o capitão--mor José de Goes e Morais. Em 1751 foi comprada pelo frei João de Santa Izabel. Pertencente aos religiosos de Nossa Se-nhora de Monte Carmelo, suas terras es-tendiam-se até o rio Iapó, ribeirão Tabor e rio Maracanã. Os carmelitas ali perma-neceram até 1770, como agricultores e criadores de gado. Quando retornaram a São Paulo a administração da fazenda foi delegada a um negro chamado Inoccen-cio. Os escravos, permanecendo nas ter-ras, continuaram a cultivá-la, mandando a produção local de carne e laticínios a São Paulo, para abastecer os conventos de Itu, São Paulo e Santos.

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Morando em cabanas individuais e produzindo para a sua própria subsistência, os escravos chegavam a vender o excedente à população local. Assim estabelecidos, fun-daram uma comunidade sob a invocação de Nossa Senhora do Carmo, onde permanece-ram até 1864. Nesse ano os carmelitas arrendaram a fazenda à Casa Comercial Bernardo Galvão Ribeiro e Gavião e, junto com ela, os escra-vos que ali moravam. Apesar da resistência ao perder sua liberdade, mais de 100 foram tra-balhar nos cafezais paulistanos e, outros 100 destinados a trabalhar na construção da es-trada de ferro que ligaria Jundiaí a Campinas. Em 1870 a fazenda foi vendida a Boni-

fácio José Batista, Barão de Mon-te Carmelo e datam dessa época os primeiros registros de construções. O ca-sarão, com 600 m², foi construído através da técnica de taipa-de-pilão, por escravos tra-zidos pelo Barão. Primeiramente caiada, em período posterior as paredes internas rece-beram pinturas feitas com moldes. O andar superior do casarão abrigava os aposentos da baronesa, constituídos pelo quarto e a sala de banho. No térreo, encontravam-se o salão so-cial, capela e quartos abertos para as fachadas laterais. Nos fundos situava-se a cozinha, com fogão a lenha e forno. A varanda recebeu piso hidráulico importado de Portugal e grades, estas provavelmente vindas da Inglaterra.

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Com a morte do barão em 1897 a propriedade foi herdada por sua neta, Evangelina Prates. Na década de 1940, a fazenda pas-sou a Vicente Fiorillo e, em 1979 foi com-prada pela Cooperativa Castrolanda. De acordo com a Coordenado-ria do Patrimônio Cultural do Estado, apesar de não serem conhecidos docu-mentos informativos sobre as constru-ções anteriores à ocupação pelo Barão de Monte Carmelo, as edificações, represen-tadas pela casa-sede, com arquitetura da segunda metade do século XIX, casa do capataz, casa dos arreios, cocheira, fábri-ca de queijos, estábulos, celeiros, aviários e depósitos, indicam a sua ocupação em épocas distintas. A Fazenda Capão Alto represen-ta um dos marcos históricos mais im-portantes do processo de ocupação dos Campos Gerais do Paraná. Foi Tombada pela Coordenadoria do Patrimônio Cul-tural do Estado do Paraná, em 26 de no-vembro de 1.983, através do Processo nº 82/81, com Inscrição Tombo 80-II.

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SUGESTÕES DE LEITURA

Se você quiser conhecer mais sobre Arqueologia, sugerimos a leitura de:

BARCELOS, Artur H. F., PARELLADA, Claudia I., CAMPOS, Juliano B. Arqueologia no Sul do Brasil. Ediunesc (Editora e Livraria da Unesc).

FAUSTO, Carlos. Os índios antes do Brasil. Rio de Janeiro: Zahar Editor, 2010.

FILIPPO, Raphael. A Arqueologia passo a passo. São Paulo: Companhia das Letras, 2011.

GASPAR, Maria Dulce. A arte rupestre no Brasil. Rio de Janeiro: Zahar Editor, 2010.

GOMES, Mércio Pereira. Os índios e o Brasil. São Paulo: Editora Contexto, 2012.

GUARINELLO, Norberto Luiz. Os primeiros habitantes do Brasil. São Paulo, Editoria Atual, 1999. (voltado ao público infanto-juvenil, compõe a Coleção A Vida no Tempo do Índio).

KERN, Arno Alvarez. Arqueologia Histórica Misssioneira. Editora Universitária da PUCRS. Edipucrs.1998.

MARTIN, Gabriela. Pré-história do Nordeste do Brasil. Recife, Editora Universitária da UFPE, 1996.

NEVES, Eduardo G. Arqueologia da Amazônia. Zahar Editor, Rio de Janeiro, 2006.

NEVES, Walter A. (organizador). Antes de Cabral: Arqueologia Brasileira. Revista USP, n 44, Vols. 1 e 2, EDUSP, São Paulo, 1999-2000.

ORSEN JR., Charles. Introdução à Arqueologia Histórica. Belo Horizonte. Oficina de Livros, 1992.

PROUS, André. Arqueologia brasileira. Brasília: Editora da UnB, 1992.

PROUS, André. O Brasil antes dos brasileiros. Rio de Janeiro: Zahar Editor, 2006.

RIBEIRO, Berta. O índio na história do Brasil. São Paulo: Global Editora, 2009.

SCATAMACCHIA, Maria Cristina M. Turismo e Arqueologia - Coleção ABC do Turismo. Editora: Aleph.

TENÓRIO, Maria Cristina (organizadora). Pré-história da Terra Brasilis. Rio de Janeiro. Edi-tora UFRJ, 1999.

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PARA NAVEGAR NA INTERNETNessas páginas você encontrará mais informações sobre Arqueologia e Patrimônio Cultural:

Arqueologia dos Campos Geraishttp://ri.uepg.br:8080/riuepg/bitstream/handle/123456789/461/CAP%C3%8DTULO17_Ar-queologiaCamposGerais.pdf?sequence=1

Brasil Arqueológicohttp://www.brasilarqueologico.com.br/publicacoes.php

Centro de Estudos e Pesquisas Arqueológicas da UFPR.http://www.humanas.ufpr.br/portal/cepa/

Fundação Itaú Cultural http://itaucultural.org.br/arqueologia

Fundação Museu do Homem Americano. http://www.fumdham.org.br/

IPHAN http://portal.iphan.gov.br

IAB - Instituto de Arqueologia Brasileirahttp://www.arqueologia-iab.com.br/

Museu de Arqueologia e Etnologia da USP. http://www.nptbr.mae.usp.br/

Museu Arqueológico de Lagoa Santa (Museu da Lapinha)http://www.lagoasantamg.com.br/paginas_site/default.asp?PAG_SEQ=6277

Museu de Arqueologia e Etnologia da UFPRhttp://www.proec.ufpr.br/links/mae.htm

Museu Nacional/UFRJhttp://www.museunacional.ufrj.br/exposicoes/arqueologia

Museu Paranaensehttp://www.museuparanaense.pr.gov.br/

PROUS, André, LIMA, Tania A. Os ceramistas Tupiguarani. Volume 1. Disponível em:http://muarq.ufms.br/pesquisas/os_ceramistas_tupiguarani_vol.1.pdf

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CRÉDITOS DAS ILUSTRAÇÕES

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Capa Figura 1. Ponta de flecha da Tradição Umbu (CEPA/UFPR).Figura 2. Vasilha da Tradição Tupiguarani com decoração Pinçada (CEPA/UFPR).Figura 3. Logomarca da Fazenda Capão Alto.

Página 1Figura 1. Ponta de Flecha da Tradição Bituruna (CEPA/UFPR).

Página 2Figura 1. Retratos da cultura no Brasil. Disponível em:http://culturapauferrense.blogspot.com.br/2012_08_01_archive.html, acessado em 29 de outubro de 2014.Figura 2. Memorial da imigração holandesa, em Castro, inaugurado em 2001, quando do cinquentenário da Colônia Castrolanda. Disponível em: http://www.castro.pr.gov.br/site/index.php?option=com_con-tent&view=article&id=805:memorialimigracaoholandesa&catid=7:turismo. Acessado em 29 de outubro de 2014.

Página 3Figura 1. Capela do Tamanduá, em Balsa Nova. Disponível em:http://www.patrimoniocultural.pr.gov.br/modules/galeria/uploads/2/Capela_Tamandua_Balsa_Nova.jpg, acessado em 27 de outubro de 2014.Figura 2. Escavação de habitação na Redução Jesuítica de Santo Inácio Mini, em Santo Inácio (Chmyz, 2001).Figura 3. Museu do Tropeiro. Primeira Casa de Castro. Disponível em:http://www.patrimoniocultural.pr.gov.br/modules/galeria/uploads/2/normal_Museu_doTropeiro_Cas-tro.jpg, acessado em 27 de outubro de 2014.

Página 4Figura 1. Gravura ilustrando nosso folclore e saberes. Disponível em:http://folcloreportaldoprofessor.wordpress.com/, acessado em 30 de setembro de 2014.Figura 2. Grupo de Fandango do litoral paranaense. Disponível em:http://www.gazetadopovo.com.br/vidaecidadania/conteudo.phtml?id=793250, acessado em 10 de outu-bro de 2014.Figura 3: Grupo de violeiros e rabequistas, e dançarinos de fandango do litoral paranaense. Disponível em:http://www.esmaelmorais.com.br/2014/08/fandango-caicara-vai-receber-certificado-de-patrimonio--cultural/, acessado em 10 de outubro de 2014.

Página 5Figura 1. Estrutura em arenito no Parque Estadual de Vila Velha, em Ponta Grossa. Disponível em: http://www.pitangui.uepg.br/proad/escoteiros/index.php/84-destaque/149-lenda-de-vila-velha, acessa-do em 14 de outubro de 2014.Figura 2. Canion do Guartelá. Disponível em: http://tibagiatrativo.blogspot.com.br/p/parque-estadual-do-guartela.html, acessado em 14 de outubro de 2014.

Página 6Figura 1. Urna funerária da Tradição Tupiguarani, com decoração Pintada (CEPA/UFPR).

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CRÉDITOS DAS ILUSTRAÇÕESFigura 2. Mão de pilão da Tradição Itararé (CEPA/UFPR).Figura 3. Lâmina de machado da Tradição Itararé (CEPA/UFPR).Figura 4. Anzol confeccionado em osso, da Tradição Tupiguarani (CEPA/UFPR).Figura 5. Ponta de flecha da Tradição Bituruna (CEPA/UFPR).Figura 6. Esqueleto humano exposto na Redução Jesuítica de Santo Inácio Mini (Chmyz, 2001).

Página 7Figura 1. Esqueleto humano exposto no sítio PR BS 2: Morro dos Anjos, de Tradição Itararé (Chmyz et alii, 1999).Figura 2. Índios Xetá (Museu Paranaense/SECE, 2000).Figura 3. Material lítico da Tradição Bituruna (CEPA/UFPR).

Página 8Figura 1. Escavação de estruturas habitacionais dos séculos XVIII e XIX no centro histórico de Curitiba (Chmyz, 2005).

Página 9Figura 1. Pintura rupestre. Disponível em http://historiadigitalufs.blogspot.com.br/2009/11/museu-de--arqueologia-de-xingo.html. Acessado em 05 de dezembro de 2014. Figura 2. Escavações do Museu Chileno de Arte Pré-Colombiana. Disponível em http://arqterreno.blo-gspot.com.br/2011/03/excavaciones-en-patio-museo-chileno-de.html. Acessado em 05 de dezembro de 2014. Figura 3. Etnoarqueologia. Disponível em http://archaeoethnologica.blogspot.com.br/2012/10/cerami-ca-experimentacao-e.html. Acessado em 05 de dezembro de 2014. Figura 4. Seytan Deresi: Naufragio da Idade do Bronze Médio. Disponível em http://construindohisto-riahoje.blogspot.com.br/2012/01/o-que-e-arqueologia-subaquatica.html. Acessado em 05 de dezembro de 2014. Página 11Figura 1. Personagem Milito. Disponível em http://rabiscosdodavid.blogspot.com.br/2012_04_01_ar-chive.html. Acessado em 05 de dezembro de 2014.

Página 12Figura 1. Sondagens realizadas no interior de estrutura subterrânea, de Tradição Itararé, localizada du-rante prospecções executadas no Alto Ribeira (CEPA/UFPR).Figura 2. Prospecção realizada na área da LT 750 kV – Ivaiporã-Itaberá III (Chmyz et alii, 2008).

Página 13 Figura 1. Exposição de urnas funerárias da Tradição Tupiguarani, em Altônia (CEPA/UFPR).Figura 2. Escavação em estrutura subterrânea da Tradição Itararé, na área da LT kV 750 Ivaiporã-Itaberá III (Chmyz et alii, 2008).

Página 14Figuras 1 e 2. Restauração e análise de material arqueológico em laboratório (CEPA/UFPR).Figura 3. Preparação de material arqueológico em laboratório (CEPA/UFPR).Página 15Figura 1. Escavação em abrigo-sob-rocha na área da LT Kv 750 Ivaiporã-Itaberá III, ocupado pelas tradi-ções Itararé e Umbu. A superposição das camadas permitiu a datação relativa das ocupações: a primeira,

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mais recente, repousava sobre a da segunda, mais antiga (Chmyz et alii, 2008).

Página 17Figura 1. Esqueleto humano exposto no Sambaqui do Porto, em Antonina (Chmyz, 2012).Figura 2. Zoólito procedente do Sambaqui do Linguado, em Paranaguá (MAE-UFPR).Figura 3. Sambaqui do Guaraguaçu, em Pontal do Paraná (CEPA/UFPR).

Página 18Figura 1. Pontas de flechas pedunculadas com aletas da Tradição Umbu (CEPA/UFPR).Figura 2. Ponta de flecha foliácea e, pedunculadas com aletas, da Tradição Bituruna (CEPA/UFPR).Figura 3. Raspador e lâmina de machado da Tradição Humaitá (CEPA/UFPR).

Página 19Figura 2. Cortes idealizados de habitação semisubterrânea pequena (a) e habitação subterrânea com esteio central (b) (La Salvia, 1987).

Página 20Figura 1. Virote da Tradição Itararé (CEPA/UFPR).Figura 2. Desenho: representação da técnica empregada para confecção de recipientes cerâmicos (MAE/USP, s/d).Figura 3. Vasilhas da Tradição Itararé (CEPA/UFPR).Figura 4. Urna funerária da Tradição Tupiguarani (CEPA/UFPR).

Página 21Figura 1. Escavação de urnas funerárias da Tradição Tupiguarani, em Altônia (CEPA/UFPR).Figura 2. Índio Xetá usando tembetá. Disponível em:http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/modules/mylinks/viewcat.php?cid=11&min=750&orderby=-titleA&show=10. Acessado em 19 de novembro de 2014.Figura 3. Cachimbo cerâmico da Tradição Tupiguarani (CEPA/UFPR).Figura 4. Tembetás em quartzo hialino e resina da Tradição Tupiguarani (CEPA/UFPR).

Página 22Figura 1. Localização dos grupos tribais relacionados ao tronco Macro-Jê (em verde) e ao Tupi (em ama-relo), na região de Curitiba e Campos Gerais (Nimuendajú, 1981).

Página 23Figura 1. Desenho. Formas de execução de pinturas rupestres (MAE/UFBA).Figura 2. Pinturas registradas por Annette Laming em 1956 no Abrigo Cavernas, em Piraí do Sul. Foto-grafadas por João Nei de Almeida Barbosa (2004).Figura 3. Faixa ilustrativa com pinturas rupestres (Barbosa, 2004).

Página 24Figuras 1 e 2. Decalque de gravações em bloco rochoso isolado na área da LT Kv 750 Ivaiporã-Itaberá III (Chmyz et alii, 2008).Figura 3.Pinturas encontradas no Abrigo-sob-rocha Cambiju, em Ponta Grossa (Chmyz, 1976).Figura 4. Faixa ilustrativa com pinturas rupestres (Barbosa, 2004)

CRÉDITOS DAS ILUSTRAÇÕES

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CRÉDITOS DAS ILUSTRAÇÕESPágina 25Figura 1. Prato em faiança portuguesa (CEPA/UFPR).Figura 2. Recipiente cerâmico da Tradição Neobrasileira, recuperado em escavação de estrutura do sé-culo XVIII, no Centro Histórico de Curitiba (CEPA/UFPR).Figura 3. Garrafas e tinteiro em louça grês (CEPA/UFPR).Figura 4. Prato em faiança fina de corada e marca de fábrica (CEPA/UFPR).

Página 26Figura 1. Localização da Fazenda Capão Alto e dos sítios arqueológicos levantados nas suas proximida-des pelo CEPA/UFPR, João N. de A. Barbosa e Fúlvio V. Arnt (elaborado por Jonas Elias Volcov, 2010).

Página 27Figura 1. Caminho do Peabiru (assinalado com linha vermelha contínua), e seus ramais (marcados por traços curtos em azul) (Maack, 1959).

Página 28Figura 1. Tropa de Mulas de Jean Baptiste Debret (1768-1848). Disponível em: http://quintaldassaracu-ras.spaceblog.com.br/651612/A-Fulgurante-Visao-da-Tropa,/, acessado em 9 de outubro de 2014.

Página 29Figura 1. Localização das sesmarias concedidas ao clã de Pedro Taques de Almeida (Fonte: Museu do Tropeiro, Castro, apud Marina Lourdes Ritter, 1980).

Página 30Figura 1. Cidade de Castro de Jean Baptiste Debret (1827). Disponível em http://www.arte.seed.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?foto=77&evento=1, acessado em 9 de outubro de 2014.Figura 2. Caminho das tropas no Paraná (Kersten, 2006).

Página 31Figura 1. A situação da Fazenda Capão Alto na bacia do rio Iapó, no Estado do Paraná e na América do Sul (CEPA/UFPR).Figura 2. Altar da capela do Casarão, ainda com a imagem de Nossa Senhora do Carmo, a padroeira da Fazenda e com peças ornamentais, 1978 (SECE, 1985).Figura 3. Aspecto da decoração das paredes internas do corpo central da Fazenda Capão Alto (SECE, 1985).

Página 32Figura 1. Detalhe da fechadura e chave da Capela da Fazenda. Foi adquirida por ocasião da demolição da antiga Sé de São Paulo (SECE, 1985).Figura 2. Portas internas das salas frontais da Fazenda (SECE, 1985).

Página 33Figura 1. Lavatório de louça portuguesa que havia em vários cômodos do Casarão, 1978 (SECE, 1985).Figura 2. Ruínas das paredes de taipa de pilão da Capela de Santo Antônio e cemitério, 1978 (SECE, 1985).Figura 3. Detalhe do estuque: técnica construtiva empregada nas paredes externas do mirante e nas internas do casarão (SECE, 1985).

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REFERÊNCIASARNT, Fúlvio V. As pinturas rupestres como testemunho de ocupação pré-contato em Tibagi, Paraná. Disponível em: http://www.anchietano.unisinos.br/publicacoes/textos/arnt2002/Tibagi.PDF. Acessado em 24 de setembro de 2014.

BARBOSA, João Nei de A. Arte Rupestre. A História que a Rocha não Deixou Apagar. Curitiba: J. N. A. Barbosa. 120p. 2004.

BASTOS, Rossano L. Patrimônio Arqueológico. Dicionário de Direitos Humanos. Disponível em: http://escola.mpu.mp.br/dicionario/tiki-index.php?page=Patrim%C3%B4nio+arqueol%C3%B3gico. Aces-sado em 19 de setembro de 2014.

BLASI, Oldemar. Cultura do Índio Pré-Histórico. Vale do Iapó-Tibagi-Paraná-Brasil. Arquivos do Museu Paranaense. Curitiba, n.6, 19p. 1972.

CHMYZ, Igor. Nota Prévia sobre o sítio PR PG 1: Abrigo-Sob-Rocha Cambiju. Estudos Brasileiros. Curi-tiba, n. 2, p. 231-246, 1976.

__________. Pesquisas arqueológicas nas reduções jesuíticas do Paraná. Revista do Círculo de Estudos Bandeirantes. Curitiba, n. 15, p. 39-58. 2001.

___________. Relatório do Projeto de Salvamento Arqueológico no espaço do Centro Juvenil de Artes Plásticas, em Curitiba. CEPA/UFPR-SECE/PR. 29p. 2005.

___________. Considerações sobre a ocupação humana do litoral paranaense. In: Azevedo, Orlando. Expe-dição Coração do Brasil. Paranaguá. Lagamar. Curitiba. Voar. P. 49-58. 2012.

___________ SGANZERLA, Eliane M; VOLCOV, Jonas E. Arqueologia da Área Prioritária do Projeto Hidroelétrico Tijuco Alto. Rio Ribeira, São Paulo – Paraná. Companhia Brasileira de Alumínio. Curitiba, 187p. 1999

CHMYZ, Igor, et alii. A Arqueologia da área da LT 750kV Ivaiporã-Itaberá III, Paraná-São Paulo. Arqueo-logia. Revista do Centro de Estudos e Pesquisas Arqueológicas, Curitiba-PR, n. esp,. v.5, 305p. 2008.

Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT). Cartilha de Educação Ambiental. Patri-mônios na BR 135. Conhecer para preservar e valorizar nossas riquezas. Disponível em: http://www.dnit.gov.br/meio-ambiente/acoes-e-atividades/educacao-ambiental/cartilhas/br-135/cartilha--campanha-do-tema-patrimonio.pdf. Acessado em 16 de setembro de 2014

EMBRAPORT. Programa de Pesquisa e Resgate do Patrimônio Arqueológico, Histórico e Cultural do Terminal Portuário EMBRAPORT. Disponível em: http://www.documentocultural.net/programaembra-port/site/home. Acessado em 15 de setembro de 2014

EMPERAIRE, Annete L. e EMPERAIRE, J. Descobertas de Pinturas Rupestres nos Planaltos Paranaenses. Revista do Centro de Estudos e Pesquisas Arqueológicas. Curitiba, n 1, p. 81-97. 1968.

Estaleiro Enseada do Paraguaçu (EEP). Nosso Patrimônio Cultural e Arqueológico. Disponível em: http://www.enseada.com/livro/arquivos/colecao/livro_patrimonio.pdf. Acessado em 16 de setembro de 2014.

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REFERÊNCIASFAGUNDES, Marcelo, RIBEIRO Vândiner. Preservando a História e a Cultura Mineira. Um olhar sobre o patrimônio arqueológico de Minas Gerais. Ministério Público do Estado de Minas Gerais (MPMG). Disponível em:https://www.mpmg.mp.br/comunicacao/producao-editorial/preservando-a-historia-e-a-cultura-mineira--um-olhar-sobre-o-patrimonio-arqueologico-de-minas-gerais.htm#.VGZf0_nF9u5 . Acessado em 15 de setembro de 2014.

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Page 43: Cartilha do Patrimônio Cultural e Arqueológico

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EQUIPE TÉCNICAIgor Chmyz Coordenador

Eliane Maria SganzerlaAssistente

Roseli Santos CecconAssistente

EQUIPE DE CURADORIAFábio André Chedid SilvestreCoordenador

André Felipe Pereira MartinsAssistente

Fernanda Cheffer MoreiraAssistente

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