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Caso Clínico: Síndrome Hemolítico-
urêmica Interno: Alisson Barreto
Coordenação: Luciana Sugaiwww.paulomargotto.com.br
Brasília, 10/6/2009
Escola Superior de Ciências da Saúde – ESCS
Internato Pediatria – HRAS/SES/DF
Caso Clínico:• Identificação:
E.S.R., 2 anos e 4 meses, P = 11,6 kg, masculino, pardo, natural de Brasília, residente e procedente de Águas Lindas – GO.
• QP.: Descorado há 1 dia.
• HDA.: Obstrução nasal e rinorréia amarelada há 5 dias, espessa e
de odor fétido, associada à tosse não produtiva, sem dispnéia.
Febre há 5 dias, de 38 a 38,5ºC, em 2 a 3 picos diários, cedendo ao uso de dipirona.
Hiporexia e vômitos pós-prandiais há 5 dias.
Caso Clínico:• HDA.:
Piora do estado geral há 2 dias, com prostração e irritabilidade
Intensificação dos vômitos há 2 dias, com surgimento de diarréia com fezes líquidas, escurecidas, com muco e sangue vivo
Persistiu com tosse não produtiva, porém com dispnéia leve há 2 dias
Oligúria há 2 dias, com urina escura tipo “cor de guaraná”.
Edema periorbital, em mãos e pés há 2 dias.Hipocorado há 1 dia.
Caso Clínico:Sem lesões de pele.Nega Alergia a medicamentos.Sem alterações do sono.Nega convulsões ou sinais focais.
• Antecedentes:Pré-natal completo, gestação de baixo risco.Nascido de parto normal, a termo, sem
intercorrências. Não chorou ao nascer (mãe sem o cartão), P
= 3050g
Caso Clínico:• Antecedentes:
Seio materno exclusivo por 1 mês, seguido por leite de vaca.
Crescimento e DNPM adequados.Calendário Vacinal em dia.Alérgico à picada de insetos.Passado de amigdalites (3 episódios).Internação há 6 meses para tratamento de otite
complicada por convulsão febril.Nega traumas, transfusões ou cirurgias.
Caso Clínico:• Hábitos de Vida e Condições Sociais:
Casa de alvenaria de 5 cômodos, com 4 pessoas da família.
Água encanada filtrada. Fossa Séptica. Cão em domicílio e gatos em Peri domicílio.
Renda mensal de 1500 reais.
Alimentação habitual da família, a base de pães e leite, legumes e cereais, carnes, e frutas. Pouca ingestão de folhas.
Caso Clínico:• Antecedentes Familiares:
Pai de 43 anos, Epiléptico, em tratamento.Mãe de 33 anos, saudável.Irmão de 7 anos, saudável.Irmã de 16 anos, saudável.
• Ao Exame:REG, Palidez cutâneo-mucosa (4+/4),
hipoativo, irritado, levemente dispnéico, acianótico, anictérico, afebril, hidratado, bem nutrido.
Caso Clínico:• AR: MVF Rude, Roncos de transmissão difusos,
esforço respiratório discreto, FR: 30 IRPM.
• ACV: RCR 3T, BNF, presença de B3 e Sopro Sistólico (3+/6+), FC: 124 BPM. PA: 120X80mmhg
• Abdome: Plano, levemente distendido, RHA preservados, timpânico, flácido, indolor a palpação. Fígado palpável a 2 cm do RCD, Baço impalpável.
• Extremidades: Bem perfundidas, Edema periorbitário, em mãos e pés (2+/4+), depressível, sem flogose.
Caso Clínico:• Exames da internação:
Hemograma: hemácias: 1.740.000, hematócrito: 14,5%, hemoglobina: 4,97,
leucócitos: 16.900, segmentados: 55%, bastões 3%, linfócitos: 39%
monócitos: 3%. plaquetas: 40.100
Esfregaço de sangue periférico: Anisocitose: 4+, Hipocromia 4+,
Esferócitos e Acantócitos.
VHS: 57 mm
PCR: 1,74
Caso Clínico:• Bioquímica:
Na: 135, K: 3.4, Cl: 104, Ca: 8.3 TGO: 45, TGP: 25, uréia: 98, creatinina: 0.9
• EAS: Densidade: 1.020, pH: 5,0 , proteína (+),
hemoglobina (++), leucócitos: 3 a 5 p/c, células: 2 a 3 p/c, hemácias: 15 a 20 p/c. Flora bacteriana: (+), Muco: (+).
• Urocultura: Negativa
Caso Clínico:
Síndrome Hemolítico-Urêmica
Síndrome Hemolítico-Urêmica• Drescrita por Gasser em 1955
• Tríade: Anemia Hemolítico MicroangiopáticaPlaquetopeniaIRA
Causa frequente de IRA em lactentes e crianças pequenas (rara em Neonatais)
É a causa vascular glomerular mais comum de IRA
Grande Nº de casos na França e Argentina
Poucos casos no Brasil (?)
Síndrome Hemolítico-UrêmicaClassificação Etiológica:
• Típica (Enteropática, Epidêmica):– Pós-diarréica (D+) : 90% dos casos
7 meses a 2 anosAssociada a Infecções por E. Coli O157:H7Reservatórios: TGI Humano e BovinoTransmissão: Via Fecal-Oral e Ingestão de
carne bovina mal cozidaParticipação de Verotoxinas
Síndrome Hemolítico-Urêmica• Atípica – Não-diarréica (D-):
– SecundáriaPós Ciclosporina, Antineoplásicos, Cocaína,
Doença de Kawasaki, SIDA, Câncer, Transplante
– Hereditária / Familiar Autossomica Dominante ou Recessiva,
EIM Cobalamina
Cursam com Hipocomplementenemia e Recidivas Frequentes
Síndrome Hemolítico-UrêmicaInfecção Intestinal
Absorção de Toxinas Shiga-Like
Lesão Endotelial
Trombose Local e Fibrina
Anemia Microangiopática
Síndrome Hemolítico-Urêmica• Quadro Clínico:
Típica - Pós-diarréica (D+):– Gastroenterite Aguda: de 1 a 15 dias
Vômitos e Diarréia SanguinolentaAcometimento de Cólon
(Diferencial: Apendicite, Megacólon Tóxico e Intussucepção)
Melhora com o Início da Tríade
– Icterícia: 15 a 30% é leve– Hepatomegalia: 10 a 50%– Pode acometer: Pâncreas, Pericárdio, Miocárdio
e Pulmão.
Síndrome Hemolítico-Urêmica• Quadro Clínico:
– Manifestações Hematológicas: Palidez:
Anemia Hemolítica Após Horas ou dias da gastroenterite
ReticulocitoseEsquizócitosEritroblastose (Resposta Medular)Coombs Direto e Indireto Negativo
Curva de Resistência Globular Normal
Síndrome Hemolítico-UrêmicaEsquizócitos:
Síndrome Hemolítico-Urêmica• Quadro Clínico:
– Trombocitopenia:Consumidas nas Arteríolas e Capilares
GlomerularesSua Intensidade Não tem Valor PrognósticoVolta a Normalidade em 2 semanas
– Febre (50% dos casos)
– Petéquias e Equimoses (30 a 40% dos casos)
– Hipertensão Arterial (50% dos casos)
Síndrome Hemolítico-Urêmica• Quadro Clínico:
– Manifestações Renais:Decorrem de Microangiopatia Trombótica
de grau variávelHematúriaProteinúriaOligúria ou AnúriaInsuficiência Renal
Anúria > 15 dias => Maior Gravidade e Sequelas : HAS, Síndr. Nefrótica ou IRC
Síndrome Hemolítico-Urêmica• Quadro Clínico:
– Manifestações Neurológicas: Decorrem de Infartos cerebrais e em gânglios
da BaseLeves: Apatia, Irritabilidade, Distúrbios do
ComportamentoGraves: Convulsões e Hemiparesias
Descerebração, Cegueira Cortical e Coma
Acometimento do SNC: Pior PrognósticoAlta Mortalidade (30 a 90%)
Síndrome Hemolítico-Urêmica
• Quadro Clínico:– Manifestações Cardiovasculares:
Decorrem da Sobrecarga de Volume e da Síndrome Hipercinética da Anemia Aguda
Taquicardia3º BulhaSopro Sistólico
Outras: Rabdomiólise, Necrose cutânea, Parotidites, Infarto de retina, Colelitíase
Síndrome Hemolítico-Urêmica- Bioquímica sérica:
Aumento de LDH, bilirrubina indireta, Uréia e Cretinina, lipídeos totais, ácido úrico, amilase, lipase e glicose Hipercalemia Hiponatremia Hiperfosfatemia Acidose metabólica Hipoalbuminemia
- EAS: - USG Renal: Hematúria Rins de volume Proteinúria Hiperecogênicos Cilindrúria
Síndrome Hemolítico-UrêmicaTratamento: Quando Vir perigo se
aproximando....
Síndrome Hemolítico-Urêmica... Fuja do perigo, Antes que seja tarde.
Síndrome Hemolítico-Urêmica• Tratamento:
Suporte: Reduz a Mortalidade de 40% para 4 a 12%
Anemia: Transfusões sempre que Hg < 6mg/dL
Controle Vigoroso da HAS
Controle do Desequilíbrio Hidroeletrolítico
Controle da IRA com diálise precoce se necessário, e Transplante se IRC terminal
Corticóides, agentes antiplaquetários, anticoagulantes e fibrinolíticos não são eficazes
Obrigado!!!