Causas Estruturais Da Corrupção No Brasil

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  • 7/24/2019 Causas Estruturais Da Corrupo No Brasil

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    Causas estruturais da corrupo no Brasil A corrupo o tema central do debate poltico contemporneo no Brasil. O caso de corrupo noPT[1] obteve taman o espao na mdia brasileira como! at ento! somente durante o processo de"mpeac ment de #ernando $ollor de %elo avia acontecido. O &overno 'ula est(! desde ento!mer&ul ado em sua maior crise) tanto o %inistro da $asa $ivil! *os +irceu! como o presidente do partido! *os ,enono! e o %inistro da #a-enda! Antonio Palocci tiveram de renunciar a seus car&os.

    mbora a maioria dos acusadores este/a envolvida em corrupo 0o ue l e con2ere uma bai3acon2iabilidade4! poucas provas concretas ten am sido apresentadas e o caso! na realidade! envolva o PT eno diretamente o &overno 'ula! 2oi intencionalmente di2undida uma ima&em de ue esse &overno seria omais corrupto da ist5ria do Brasil. 6as inten7es da discusso vi&ente! portanto! possvel visuali-aruma tentativa por parte da oposio e da mdia conservadora de desestabili-ar politicamente o &overno'ula! com o ob/etivo de impedir sua reeleio em 899:.A novidade no atual debate contemporneo brasileiro ue! a&ora! no somente os partidosconservadores! como /( de anti&o con ecimento! esto envolvidos em corrupo! mas mesmo o PT! ue!at ento! era considerado isento desse problema. $om o envolvimento do PT se 2ala de uma;democrati-ao< da corrupo no Brasil! ou se/a! a&ora todos 2oram atin&idos! o ue e3plica a satis2aode polticos corruptos com a atual situao! pois o PT se bene2iciou por muito tempo da sua tradio deter &overnado sem corrupo. O conte3to no Brasil nos remete aos se&uintes uestionamentos! ue procuraremos abordar no presente te3to) 14 por ue a corrupo est( to pro2undamente arrai&ada noBrasil= 84 uais so as ra-7es para isso= $omo 2oi possvel ue tambm o PT ten a sido atin&ido pelacorrupo= %etodolo&icamente iniciamos com a an(lise do conceito de corrupo e o seu entendimentono Brasil! para! em se&uida! apresentar o sistema poltico brasileiro na relao com o tema e! 2inalmente!centrar nossa aborda&em em aspectos da cultura poltica brasileira! com o ob/etivo de compreender oconte3to atual do debate sobre a corrupo no Brasil.1. O conceito de corrupo

    3istem no Brasil muitas palavras para caracteri-ar a corrupo) cerve/in a! mol ar a mo! lubri2icar!lambileda! mata>bic o! /abacul?! /ab(! capil?! conto>do>paco! conto>do>vi&(rio! /eitin o! mamata!ne&ociata! por 2ora! ta3a de ur&?ncia! propina! rolo! es uema! peita! 2alcatrua! maracutaia! etc. A

    uantidade de palavras disponveis parece ser maior no Brasil e em pases onde a corrupo visuali-adacotidianamente. Ori&inalmente! a palavra corrupo provm do latimCorruptione e si&ni2icacorrompimento! decomposio! devassido! depravao! suborno! perverso! peita. A corrupo!entretanto! dependendo do conte3to! nem sempre assume uma conotao ne&ativa. la constitui! pore3emplo! a base para o desenvolvimento da lin&ua&em) a ln&ua portu&uesa resultou de um;corrompimento

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    E claro ue a corrupo mais anti&a ue o capitalismo! mas ela encontra neste modo de produocondi7es ideais para sua continuidade. Atravs da instituio da dominao 2orada do capital sobre otrabal o[8]! a ual permite aos capitalistas a apropriao privada da mais valia &erada pelo trabal o deoutros seres umanos! uma das 2ormas mais b(sicas de corrupo passou a ser recon ecida le&almente nasociedade capitalista. 6esse sentido! a 2orma moderna da corrupo precisa ser compreendida no conte3toda in/ustia 2undamental presente em todas as sociedades de classes) a in/ustia no acesso aos meios de

    produo! ue constitui a ori&em da desi&ualdade social e est( em 2rontal contradio com os ideais dedemocrati-ao! /ustia social e solidariedade entre os seres umanos. E por isso ue! istoricamente! acorrupo proporcionalmente maior em sociedades com maior in/ustia social) onde o contraste entrericos e pobres maior. A aus?ncia e a di2iculdade no acesso a bens e servios 2acilita a privati-ao desetores p blicos e sua trans2ormao em mercadoria! tendo como resultado o seu usoFabuso em bene2cio privado. 6esse conte3to! por e3emplo! bens e servios p blicos passam a ser usados como mercadoriasem troca de votos em perodos eleitorais e parlamentares votam a 2avor de determinadas leis se ouver a possibilidade de! com isso! aumentar recursos no oramento para as re&i7es onde se concentra o maiorn mero de seus eleitores 0atravs das 2amosas ; mendas Parlamentaresse ao PT4. A corrupo se&ue servindo de instrumento poltico na campan a eleitoral!coerente com a estrat&ia das elites brasileiras corruptas de apresent(>la I sociedade como um ;problemaend5&eno da cultura brasileirala comosendo al&o natural e 5bvio 0utili-ando e3press7es tpicas de ue ;ela sempre e3istiu

    corruptos e corrompveis

    6o debate te5rico sobre a corrupo no Brasil podem ser visuali-adas! no mnimo! duas &randes correntesde pensamento) a4 al&uns cientistas polticos partem do pressuposto de ue a corrupo brasileira uma

    erana do patrimonialismo ibrico b4 outros autores apresentam a aus?ncia de uma ist5ria 2eudal no pas como um elemento importante para descrever a 2alta de separao entre as es2eras p blicas e privadas! o ue seria similar ao patrimonialismo oriental. m nosso entendimento! entretanto! odesenvolvimento do Brasil est( marcado por um processo de moderni-ao e de manuteno do patrimonialismo! ambos ocorrendo ao mesmo tempo. "sso si&ni2ica ue continua e3istindo uma estrutura

    de depend?ncia[K] do pas em consonncia com a manuteno do status quo das elites no pas. Por isso! pode>se 2alar de uma moderni-ao conservadora no Brasil! pois no se trata de uma nova ordem e sim demudanas pontuais ue! em ltima instncia! contribuem para a consolidao da estrutura social in/usta e

    http://www.espacoacademico.com.br/064/64andrioli.htm#_ftn3http://www.espacoacademico.com.br/064/64andrioli.htm#_ftn3http://www.espacoacademico.com.br/064/64andrioli.htm#_ftn4http://www.espacoacademico.com.br/064/64andrioli.htm#_ftn5http://www.espacoacademico.com.br/064/64andrioli.htm#_ftn6http://www.espacoacademico.com.br/064/64andrioli.htm#_ftn3http://www.espacoacademico.com.br/064/64andrioli.htm#_ftn4http://www.espacoacademico.com.br/064/64andrioli.htm#_ftn5http://www.espacoacademico.com.br/064/64andrioli.htm#_ftn6
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    desi&ual. O conceito de ;moderni-aoamericanos. ma importante

    particularidade de todo o continente sul>americano a coe3ist?ncia entre modos de produo pr>capitalistas e semi>capitalistas! embora o capitalismo ten a se desenvolvido como predominante e sobreele se concentre prioritariamente a maioria dos estudos e an(lises crticas. Por isso! particularmente noBrasil! possvel constatar um desenvolvimento capitalista de 2orma desi&ual e dependente! com umacesso I modernidade sem ue ten a avido uma ruptura com o seu passado patrimonialista. 6esse sentido! no ( um stado de +ireito consolidado no Brasil! e muito menos se poderia 2alar dae3ist?ncia de um stado de bem>estar social. O stado neopatrimonial sur&ido em decorr?ncia dodesenvolvimento desi&ual e dependente do pas serve prioritariamente aos interesses de &randes propriet(rios de terras! empres(rios e outros representantes do capital. Trata>se! portanto! de um stadoautorit(rio e centrali-ado. 65s de2endemos a tese de ue uanto mais autorit(rio e centrali-ado estiveror&ani-ado o poder! maior ser( a probabilidade de se con2undir o interesse p blico 0res publica 4 cominteresses privados. %uitos crimes no Brasil sur&em no interior da pr5pria estrutura do stado e estocom ela conectados! de 2orma ue a criminalidade muitas ve-es incentivada por estruturas estatais0especialmente no interior de setores da polcia e do Poder *udici(rio4. A maioria dos polticos eleitacomo representante de poderosos interesses na sociedade e concorre visuali-ando a possibilidade de teracesso a bene2cios da estrutura do stado. "nclusive criminosos se candidatam em elei7es com a2inalidade de serem prote&idos pela imunidade parlamentar! constituindo a assim c amada ;bancada docrime< ue! de acordo com #rancisco Qe22ort! /( c e&ou a atin&ir 19R do $on&resso 6acional.A 2alta de transpar?ncia! a e3cluso da maioria da populao das decis7es polticas mais importantes! a bai3a participao poltica da sociedade civil e a impunidade com relao I corrupo so asconse S?ncias do sistema poltico brasileiro! constituindo um ciclo vicioso ue 2acilita a7es corruptas.Coma>se a isso a tend?ncia de crescente pro2issionali-ao da poltica! o ue aumenta o custo dascampan as eleitorais e a depend?ncia de candidatos de empres(rios dispostos a ;investir em seu 2uturose a isso o si&ilo banc(rio ue 2acilita a ;lava&em de din eiro< eas concess7es de meios de comunicao a polticos! aumentando o potencial de manipulao da opinio p blica. A e3peri?ncia poltica brasileira demonstra claramente ue a to propalada democraciarepresentativa no democr(tica nem representativa! pois no e3iste a soberania popular! no ( aresponsabilidade dos eleitos com relao aos eleitos! e ine3istem mecanismos de controle dos eleitos ap5s

    as elei7es! um conte3to no ual o combate e2etivo I corrupo se torna realmente muito di2cil.3. A cultura poltica

    %esmo ue a corrupo no Brasil este/a principalmente relacionada ao sistema poltico e ao modelo dedesenvolvimento econGmico! possvel visuali-ar uma lin a de continuidade entre a vida cotidiana e acorrupo. ssa percepo vem sendo constantemente estimulada por parte de /ornalistas e polticosconservadores! os uais apresentam a corrupo como uma espcie de ;lei da nature-a

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    %(rio Amato! e3>presidente da #" CP 0#ederao das "nd strias do stado de Co Paulo4! disse!cate&oricamente! ue ;somos todos corruptosos e re2orando>os em suas atitudes.

    m dos elementos culturais mais importantes da corrupo no Brasil o acima re2erido patrimonialismo.A cultura patrimonialista concebe as estruturas p blicas como (reas privadas! o ue est( estreitamenteimbricado com a ist5ria de desenvolvimento do Brasil! marcada pela apropriao privada e peladepend?ncia. 6o perodo colonial os 19R mais ricos possuam dois teros da ri ue-a do pas. 6a uele perodo se uer se 2alava da e3ist?ncia de uma tica &eral! pois a tica 2icava restrita ao mbito 2amiliar.Atualmente os 19R mais ricos possuem K9R das ri ue-as &eradas no pas. Cer( ue isso poderia serinterpretado como um sinal de ue ( mais de K99 anos o pas est( no camin o errado= +e acordo com aopinio e&emGnica da elite brasileira! porm! os &randes problemas sociais do Brasil ( sculos! como a2ome! a concentrao de ri ue-as! a crescente desi&ualdade social! a privati-ao do setor p blico e! no por ltimo! a corrupo! /amais 2oram encarados como obst(culos ao desenvolvimento do pas. Ce&undoas elites! trata>se de ;promover mudanas para ue tudo 2i ue como est(ue! muitas ve-es! so corrompidos ao servirem de base I /usti2icao de atitudes corruptas. 6essa l5&ica!institui7es p blicas passam a ser utili-adas com a 2inalidade de retribuir 2avores pessoais e boas rela7esso usadas como instrumento de intermediao para obter bene2cios e privil&ios! /( ue esto baseadasna intimidade! na con2iana m tua! numa maior 2acilidade de comunicao e acesso a pessoas em car&osimportantes. 6essa concepo! a corrupo! assim como a vida! so encaradas como um intercmbio!como um constante processo de ;trocas< entre pessoas. 6essa perspectiva! vale a pena investir em boasrela7es com polticos e 2uncion(rios p blicos! o ue! obviamente! tem seu preo poltico) concess7es

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    econGmicas so trocadas por concess7es polticas e as di2iculdades inerentes I concesso dos bene2ciosesperados aumentam proporcionalmente o preo poltico na relao de ;trocase! acima de tudo! de poder e &overnabilidade. Ao invs deconstituir alianas polticas com vistas I implementao de re2ormas sociais previstas em seu pro&rama! oPT constituiu alianas com o ob/etivo de alcanar poder. O meio se trans2ormou em 2im e os pra&m(ticosdo partido! aparentemente! posam como vitoriosos na disputa interna sobre os rumos do PT. m nossoentendimento! isso no pode ser caracteri-ado como traio! pois no partimos do pressuposto de ue'ula ou o PT ten am sido modi2icados ou cooptados pelo ;aparel o de poder do stadola.

    Referncias bibliogrficas:Crdova, Armando/Michelena, Hector Silva. Die wirtschaftliche Struktur Lateinamerikas. Drei Strudien zur

    politischen konomie der Unterentwicklung. Frankfurt am Main: Suhrkamp, 19 1.Crdova, Armando. Strukturelle Heterogenitt und wirtschaftliches Wachstum. Frankfurt am Main:Suhrkamp, 19 !.Mar", #arl. Der B rgerkrieg in !rankreich. M$%, &and 1 . &erlin: 'iet( )erla*, 19 1.+ont, aul. Hoffnung f r Brasilien. Beteiligungshaushalt und Weltsozialforum in "orto #legre. $ntwicklung der "% und Lulas Wahlsieg. #-ln: euer S+ )erla*, 0 !.Smith, Adam. Untersuchung &er Wesen und Ursachen des 'eichtums der ()lker. &and . '233eldorf: )erla*%irt3chaft und Finan(en, 199 .

    Uma teoria simples sobre a corrupopor Hans F. Sennholz , sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

    http://www.mises.org.br/SearchByAuthor.aspx?id=85&type=articleshttp://www.mises.org.br/SearchByAuthor.aspx?id=85&type=articles
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    "or #$e h% essa percep&'o (eneralizada de #$e pol)ticos s'o corr$ptos* +$al exatamente o arran o #$e (era

    incentivos para #$e elesse am corr$ptos* xisterealmente $ma maneirade ser diferente*

    / int$ito a#$i

    estabelecer $ma teoriam$ito simples sobre acorr$p&'o.

    / poder do estado e,por conse($inte, o poderda#$eles #$e det mcar(os de poder dentroda m%#$ina estatal opoder de pilhar, $s$rpar e dar ordens. +$em det m o poder estatal det m a capacidade

    de se loc$pletar. capacidade de se loc$pletar estando dentro da m%#$ina estatal adefini&'o prec)p$a de corr$p&'o. corr$p&'o sistem%tica necessariamente acompanha$m (overno. la est% presente na hist3ria de absol$tamente todos os (overnos. 4ariaapenas a intensidade e o (ra$ de exposi&'o e de den ncia pela m)dia.

    teoria por tr%s destas conex es simples.

    m primeiro l$(ar, o (overno det m o monop3lio da cria&'o de leis. o monop3lio dacria&'o de leis (era oport$nidades para se ro$bar legalmente . 7o$bar le(almentesi(nifica aprovar $ma lei o$ re($lamenta&'o #$e favore&a $m determinado (r$po 8 c$sta

    de todo o resto da economia, principalmente os pa(adores de impostos.

    m se($ndo l$(ar, o (overno, m$nido do dinheiro #$e coleta de impostos, det m omonop3lio da escolha das empresas #$e far'o as obras p blicas #$e o (overno $l(aade#$adas. sse processo de escolha, #$e d% 8 empresa vencedor acesso livre aodinheiro da pop$la&'o al(o #$e n'o ocorre no livre mercado o$tra forma de ro$bole(alizado.

    9r$pos de interesse por exemplo, (randes empresas, empreiteiras o$ empres%rios comboas li(a& es pol)ticas ansiosos por ad#$irir vanta(ens #$e n'o conse($em obter no

    livre mercado ir'o proc$rar determinados pol)ticos e fazer lobb: para ;convenc -los; a

    http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=1822http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=1822http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=1822http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=1822http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=1822http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=1822http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=1822
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    aprovar $ma determinada le(isla&'o #$e lhes se a ben fica, o$ para pressionar #$e s$aempresa as h% $m problema? se esses le(isladores n'o cobrarem $m pre&o pelo se$ votofavor%vel isto , se o c$sto para se fazer lobb: for zero , ent'o a demanda porle(isla& es espec)ficas ser% infinita. @($almente, se os pol)ticos no comando de estataisn'o cobrarem $m pre&o das empreiteiras escolhidas para fazer as obras p blicas, ademanda por obras p blicas da parte das empreiteiras tamb m ser% infinita.

    Sendo assim, os le(isladores ter'o de cobrar caro pelo se$ voto com o int$ito deestabelecer parAmetros para os espertalh es #$e est'o bri(ando pelo se$ voto favor%velBe os pol)ticos no comando de estatais ter'o de cobrar $m pre&o alto para fra$dar oprocesso de licita&'o em prol de $ma determinada empreiteira.

    "ara ambos os casos, o pre&o incl$i contrib$i& es de campanha, dinheiro em contas noexterior, favores corporativos, p$blicidade favor%vel, e v%rios o$tros. S$borno e propinas'o apenas as formas mais cr$as desse leil'o.

    CDota do @>E? no at$al escAndalo da "etrobras, o dinheiro sa)a do caixa da estatal,pa(ava obras s$perfat$radas e, o #$e restava, voltava para o bolso dos pol)ticos #$eestavam no comando da empresa na forma de propina pa(a por empreiteiros. / es#$emafoi detalhado neste arti(o .

    m todos esses casos, o dinheiro p blico estar% sendo desviado e desperdi&ado, se a emobras s$perfat$radas, se a na cria&'o de b$rocracias desnecess%rias e #$e ir'o apenasencarecer os pre&os dos bens e servi&os e red$zir s$a #$alidade. #$anto maior ovol$me de dinheiro p blico desviado, maior a fatia #$e acaba indo parar no bolsodesses pr3prios pol)ticos.

    / fato #$e o voto destes pol)ticos em prol da cria&'o destas le(isla& es anti-mercadoo$ destas emendas or&ament%rias, bem como o fato de pol)ticos comandarem estatais eescolherem as empreiteiras #$e far'o s$as obras, s'o $m bem econGmico para essasempresas.

    / res$ltado final $ma corr$p&'o end mica #$e n'o pode ser eliminada. ela ser%tanto maior #$anto maior for o tamanho e o escopo do estado. D'o existe al(o como $m(overno limpo e transparente.

    Senadores, dep$tados e b$rocratas re($ladores todos est'o, de $ma forma o$ deo$tra, propensos a esta atit$de. >esmo $m pol)tico o$ b$rocrata #$e se a (en$inamentehonesto pode ser ac$sado de coniv ncia, pois n'o ir% den$nciar se$s cole(as.

    http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=1993http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=1993
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    7o$bo e corr$p&'o perpassam o (overno em todas as s$as atit$des e medidas. odas asatit$des e medidas do (overno sempre envolvem mentiras, in $sti&as, malversa& es,delitos, propinas, s$bornos, favorecimentos, fra$des, det$rpa& es, ne(ociatas, emendasfavor%veis e explora&'o. essas s'o apenas as coisas p$blic%veis.

    corr$p&'o, ali%s, % come&a pela lin($a(em. ;Iontrib$i& es de campanha; o$ ;doa& es;s'o apenas $m e$femismo para JpropinaJ. +$em d% dinheiro a pol)ticos o faz o$ por#$eacredita no #$e eles dizem defender o$ por#$e espera infl$enciar se$s votosle(islativos. ais pessoas sempre esperam (anhar al(o #$e necessariamente vir% 8 c$stade o$tros. "ol)ticos #$e recebem contrib$i& es de campanha se tornam meros porta-vozes dos interesses de se$s financiadores. / dinheiro ir% a $dar o candidato a criar $macoaliz'o #$e poder% $sar o poder do estado em benef)cio de $m determinado (r$po deinteresse sem sofrer nenh$ma resist ncia excessiva. final, trata-se de $m ro$bole(alizado.

    (rande arte da pol)tica est% em conse($ir, sim$ltaneamente, apla$sos dos favorecidos eapoio dos #$e est'o sendo ro$bados.

    / pol)tico (erencia $m es#$ema de extors'o semelhante ao da m%fia. Se$ sal%rio pa(opelas v)timas, o$ se a, pelos pa(adores de impostos #$e n'o t m voz ativa. Se$s;complementos salariais; o chamado ;por fora; s'o pa(os por (r$pos de interesse, o#$e far% com #$e ele espolie ainda mais os pa(adores de impostos. $do feito com(rande ast cia, sendo a f$n&'o do pol)tico convencer as v)timas de #$e elas n'o est'osendo espoliadas. @sso ele sempre conse($e. / pol)tico , acima de t$do, $m falso.

    Iorr$p&'o sistem%tica n'o apenas a corr$p&'o #$e envolve meios financeiros, mastamb m a corr$p&'o da lin($a(em e das atit$des necessariamente acompanha $m(overno. +$al#$er (overno. a corr$p&'o end mica por#$e a pol)tica a arte daladroa(em.

    +$ando eleito, $m pol)tico ir% se esfor&ar para (arantir se$s interesses e os interesses dese$s financiadores da melhor forma poss)vel. "ara #$e mais serve $m (overno* 9overno

    ro$bo. 9overno corr$p&'o.

    Nota do IMB: O artigo acima foi ligeiramente modificado para se adaptar realidadebrasileira, que mais criativa que a do resto do mundo.

    Hans F. Sennholz

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    4ra(iela 5ucche3i o3a da Silva 607 e 8o o &ati3ta anardini6!7 8ean;8ac, como e"pre33 o da vontade *eral, do3 intere33e3

    comun3, humano3, univer3ai3.A vontade *eral > diver3a da vontade de todo3, como o valor diferente do valor diver3o da multid o. A 3oEeraniapol tica n o compete ao 3oEerano @como 3u3tenta HoEEe3 , ma3 vontade *eral,ao povo. I e3tado de nature(a > 3uperado, idealmente, pelo contrato 3ocial, emvirtude do

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    entre a3 inclina?Pe3 para a*ir de acordo con3i*o me3mo e o3 devere3 po33 vel perceEer como o homem atrav>3 dode3envolvimento 3uce33ivo de 3eu e3p rito aEandona a Eenevol=ncia natural e 3etornam mau.

    $3te princ pio de Eondade natural, permite tra?ar a hi3tria da humanidadeem termo3 de decad=ncia e leva a defini? o de homem naturalT e do homemcivilT, caracteri(ando o homem natural como a po33 velcaptG;la 3oE a forma de uma diver*=ncia entre a3 inclina?Pe3 naturai3 e o3devere3: A

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    em decorr=ncia de uma cri3e in3titucional, mai3 particularmente da educa? o, de modo *eral,definido como o homem civil, uma unidade fracionGriaT, cu o valor 3e dG emrela? o com o todo,

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    portanto n o hG ne3ta oEra de ou33eau uma op? o pelo cidad o

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    %acilidades do sistema, ela se corrompe? -o meu ponto de vista, a corrupo no comea nos palciosde .ras(lia, ela comea, muito antes, quando o %uncionrio rouba seu patro no horrio de servio,quando no devolvemos o troco errado que nos voltam no supermercado, quando maquiamos osde%eitos de um carro que vamos vender, quando omitimos ou escondemos nossos erros e assim pordiante! "sse pol(tico que chega a .ras(lia, ou chega na pre%eitura, c/mara de qualquer cidade, antesescorregou em algum desses e+emplos que dei anteriormente! Para que a nossa cidade mude, paraque o nosso estado mude, para que a nossa nao mude, os cidados precisam mudar000 Pense nisso0" se voc pensar di%erente, escreva nos para podermos pensar juntos! Um abrao 1 todos!

    O poder no corrompe o carter o que

    realmente importaEm colunas anteriores, tratamos sobre sexo e dinheiro. Agora, vamosfalar de poder . Assim como o sexo e o dinheiro e a maioria das coisasimportantes da vida muitas bobagens so ditas sobre o poder. Talvez aprincipal de todas elas seja a frase frequentemente citada o poder corrompe, e o poder absoluto corrompe absolutamente.

    Atrav!s de sua frase, "ord Acton tenta capturar uma verdade importante.#ontudo, se for tomada de forma literal, a frase se torna falsa e malinterpreta os abusos de poder. Ento, a questo merece uma reflexomais profunda.

    $oder ! a capacidade de se fazer algo. Ele assume muitas formas, taiscomo o poder cognitivo do pensamento, o poder moral daautorresponsabilidade, o poder fsico do movimento, o poder social de

    influenciar outras pessoas, o poder poltico de controle das a%&es dosoutros, e assim por diante.

    Abusos de poder social e pol'tico so os mais preocupantes e, como afrase de Acton sugere, os maiores casos de corrup%o ocorrem emna%&es que centralizam mais o poder pol'tico. Estat'sticas das ci(nciassociais corroboram tal constata%o,como o gr)fico do *ndice de$ercep%o de #orrup%o da Transpar(ncia +nternacional deixa claropa'ses com poder pol'ticos mais concentrados e menos respons)veis

    http://www.libertarianismo.org/index.php/artigos/sexo-universidade-antisexualidade-autoritarios/http://www.libertarianismo.org/index.php/artigos/dinheiro-compra-eleicoes-bilionarios-cortejam-eleitores/http://www.transparency.org/cpi2013/resultshttp://www.transparency.org/cpi2013/resultshttp://www.libertarianismo.org/index.php/artigos/sexo-universidade-antisexualidade-autoritarios/http://www.libertarianismo.org/index.php/artigos/dinheiro-compra-eleicoes-bilionarios-cortejam-eleitores/http://www.transparency.org/cpi2013/resultshttp://www.transparency.org/cpi2013/results
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    tendem a ser mais corruptos- pa'ses com governos limitados e maisrespons)veis tendem a ser menos corruptos.

    Ento, um forte argumento pode ser apresentado em prol da limita%o do

    poder governamental, e ! tentador ver a posse do poder em si como umfator cr'tico e problem)tico.

    o obstante, considere esses contraexemplos

    / 0es t(m poder sobre a vida e a morte de seus filhos. Elas controlam oque as crian%as comem, decidem como proteg(1las de predadores e doclima, e moldam seus pensamentos e sentimentos. As mes socorrompidas por esse grande poder2

    / $rofessores t(m muito poder sobre seus alunos. #om sua plataforma esua audi(ncia cativa, os professores podem instigar o medo de notasruins e doutrinar seus alunos. Esse poder corrompe os professores2

    o, ! claro que no. A maioria das mes e dos professores usa seupoder para o bem, para maximizar suas habilidades, enquanto umaminoria usa1o para o mal. "ogo, no pode ser a posse do poder a causa

    do abuso. 3 que dizemos, corretamente, nos casos de maus tratos ouensino de m) qualidade ! que o carter dos envolvidos ! corrupto.

    "evado ao p! da letra, ento, o aforismo de Acton ! falso. 3 poder nocorrompe as pessoas- em vez disso, corrompe as pessoas que abusamdo seu poder. 3 poder no faz nada- pessoas com poder, sim. 4uer opoder seja usado de forma produtiva ou corruptiva, ele est) sob ocontrole das pessoas. Em outras palavras, o poder ! uma ferramenta, ecomo ! usada depende do car)ter de seu possuidor. A mesmaferramenta pode ser usada para o bem ou mal, dependendo da escolhade que a empunha.

    A questo ! importante, pois no se trata de pura sem5ntica. 6e o poder corrompe as pessoas, ento as pessoas praticam a corrup%o t(m umadesculpa o poder me fez agir assim . 3 conceito de poder ! aquiconceituado como o anel de Sauron , da obra de fantasia de 7.8.8.Tol9ien, O Senhor dos Anis Aquele que possui o anel pode, no in'cio,

    ser uma pessoa decente, mas o poder do anel o degenera. 3 poder !uma for%a externa que entra na pessoa e a corrompe.

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    #onsidere outros contraexemplos

    3 dinheiro ! poder econ:mico. Adquirir riqueza torna uma pessoa imoral2

    0;sculos so poder f'sico. A muscula%o transforma algu!m em um valento2

    3 conhecimento ! poder intelectual. oll?@ood transforma atores em crian%as mimadas2

    Em cada caso, algumas pessoas usam seu poder seja monet)rio,muscular, intelectual ou social de forma corrupta. #analhas ricos,cientistas malignos, assassinos de planto, e prima1donas arrogantesso mat!ria1prima da literatura e dos filmes.

    0as muitas outras pessoas que se tornam ricos, musculosos, inteligentesou estrelas de cinema no se tornam pessoas piores. Em vez disso,tornam1se investidores de sucesso, pensadores criativos, trabalhadoreseficientes, ou seres iluminados que nos encantam por seu estilo eglamour. 3 poder os exalta ao inv!s de corromp(1los.

    A posse do poder, ento, no ! o fator principal o carter da pessoa !decisivo. 3 poder ! a capacidade. #omo tal capacidade ! usadadepende do usu)rio. "iteralmente, o poder corrompe diz que o poder ! oagente e a pessoa ! o meio pela qual o poder ! exercido. 0as issoreverte a ordem casual. A pessoa ! o agente causal, a manifesta%o dopoder ! o efeito.

    "ord Acton estava falando da pol'tica, ento talvez dev(ssemosperguntar o poder poltico ! distinto dos outros2 3 poder pol'tico ! umafor%a intimidadora que envolve o uso do poder policial e militar para quese fa%am cumprir as decis&es dos pol'ticos. E, fazendo justi%a a Acton, o

    contexto original cont!m uma qualifica%o omitida da verso populartodo o poder tende a corromper, e o poder absoluto corrompeabsolutamente. randes homens so quase sempre homens maus BCD

    o h) pior heresia que a cren%a de que o of'cio santifica quem oexerce .

    0as mesmo com o qualificador tende a , os pol'ticos controlam o seupoder. o existe tend(ncia preexistente que faz com que os pol'ticos ousem de uma forma ou outra. 3 poder concede op%&es aos pol'ticos, e o

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    pol'tico escolhe qual op%o exercer. 3s pol'ticos no so como osindiv'duos que esto em busca do anel de 6auron. ingu!m !.

    A pol'tica contempor5nea dos Estados

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    concedemos. Ento, a prud(ncia dita que no devemos concentrar opoder. $or!m, devemos estabelecer diversas formas de verifica%o aosistema.

    HH Traduzido por 0atheus $acini. 8evisado por 8uss da 6ilva I Artigooriginal.

    Sobre o autor

    Stephen Hicks

    6tephen >ic9s ! professor de Jilosofia na 8oc9ford