CBPM arrenda área de barita para pesquisa complementar · gem, com perfuração de mais ... O...

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Informativo da Companhia Baiana de Pesquisa Mineral - CBPM - Ano 07 - Nº 37 – outubro / novembro / dezembro de 2016 CBPM arrenda área de barita para pesquisa complementar A CBPM e a Fibra Parti- cipações e Empreendimentos Ltda. assinaram, no dia 22 de dezembro, um Contrato de Pesquisa Complementar e Pro- messa de Arrendamento de Direitos Minerários de uma área localizada na Fazenda Vargem Grande, no municí- pio de Contendas do Sinco- rá, no sudoeste baiano, onde existe um depósito de barita. Descoberto pela CBPM na década de 1980, que di- mensionou recursos da ordem de 200 mil toneladas, a par- tir da execução de 460 metros de sondagem, trata-se de um corpo mineral constituído de filões dispostos em 800 me- tros de comprimento, de cor branca, com cristais finos e às vezes grosseiros. A com- posição tem um teor médio de sulfato de bário de 72,34%. A Fibra Participações foi selecionada através da Con- corrência nº 002/2016, em li- citação pública realizada em novembro. O contrato compre- ende a reavaliação das reser- vas, caracterização tecnológi- ca e uso industrial, estudos de viabilidade e aproveitamento econômico e, posteriormente, implantação e operação da la- vra e de uma unidade indus- trial, no território baiano, para produção de barita beneficiada. Entre as cláusulas contra- tuais destacam-se as referentes à preservação dos direitos mi- nerários à CBPM, investimento mínimo em pesquisa comple- mentar por parte da Fibra Par- ticipações de R$ 100 mil, em até 24 meses, e o pagamento de prêmio de oportunidade, já realizado, no valor de R$ 100 mil, a título de ressarcimento pelos trabalhos executados. Pelo acordo a Fibra Parti- cipações, representada pela só- cia Sandra Costa, deverá, como primeiro passo, fazer o licen- ciamento ambiental para obter uma Guia de Utilização. O ins- trumento é necessário para ini- ciar a retirada do minério para testes. Em seguida, a pesquisa será intensificada com o objeti- vo de ampliar as reservas, com previsão de concluir este traba- lho inicial em junho de 2017. “A intenção é fornecer inicialmente insumos para a Petrobras na área de perfura- ção e também para fábricas de tintas, pneus e asfalto, embora existam outros mercados para diversificar o fornecimento da produção. A pretensão é pro- duzir 20 mil toneladas por mês após a implantação do empre- endimento” afirmaram os diri- gentes da Fibra Participações. Após a conclusão da pes- quisa complementar a Fibra Participações será habilita- da a assinar o contrato de arrendamento. A lavra e co- mercialização obriga a em- presa a pagar 5% de royalties sobre o valor bruto das ven- das do minério beneficiado. O administrador de em- presas Carlos Almiro da Cos- ta Melo assume, em janeiro, o cargo de Diretor Administra- tivo e Financeiro da CBPM. Com passagens pelo Banco Econômico, Construtora Ode- brecht, Telebahia e Transalva- CBPM tem novo Diretor Administrativo e Financeiro dor, também foi coordenador da área de petróleo e gás e sub- coordenador do Programa de Inclusão Sócio-Digital da Se- cretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado da Bahia. Formado pela Universidade Católica do Salvador, tem vasta experiência em instituições pú- blicas e privadas nas áreas de gestão de pessoas, organização métodos e sistemas, planeja- mento estratégico e orçamen- to público, que o credenciam a enfrentar o desafio de oti- mizar os recursos da empresa diante do cenário de restri- ções orçamentárias do Estado.

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Informativo da Companhia Baiana de Pesquisa Mineral - CBPM - Ano 07 - Nº 37 – outubro / novembro / dezembro de 2016

CBPM arrenda área de barita parapesquisa complementar

A CBPM e a Fibra Parti-cipações e Empreendimentos Ltda. assinaram, no dia 22 de dezembro, um Contrato de Pesquisa Complementar e Pro-messa de Arrendamento de Direitos Minerários de uma área localizada na Fazenda Vargem Grande, no municí-pio de Contendas do Sinco-rá, no sudoeste baiano, onde existe um depósito de barita.

Descoberto pela CBPM na década de 1980, que di-mensionou recursos da ordem de 200 mil toneladas, a par-

tir da execução de 460 metros de sondagem, trata-se de um corpo mineral constituído de filões dispostos em 800 me-tros de comprimento, de cor branca, com cristais finos e às vezes grosseiros. A com-posição tem um teor médio de sulfato de bário de 72,34%.

A Fibra Participações foi selecionada através da Con-corrência nº 002/2016, em li-citação pública realizada em novembro. O contrato compre-ende a reavaliação das reser-vas, caracterização tecnológi-

ca e uso industrial, estudos de viabilidade e aproveitamento econômico e, posteriormente, implantação e operação da la-vra e de uma unidade indus-trial, no território baiano, para produção de barita beneficiada.

Entre as cláusulas contra-tuais destacam-se as referentes à preservação dos direitos mi-nerários à CBPM, investimento mínimo em pesquisa comple-mentar por parte da Fibra Par-ticipações de R$ 100 mil, em até 24 meses, e o pagamento de prêmio de oportunidade, já

realizado, no valor de R$ 100 mil, a título de ressarcimento pelos trabalhos executados.

Pelo acordo a Fibra Parti-cipações, representada pela só-cia Sandra Costa, deverá, como primeiro passo, fazer o licen-ciamento ambiental para obter uma Guia de Utilização. O ins-trumento é necessário para ini-ciar a retirada do minério para testes. Em seguida, a pesquisa será intensificada com o objeti-vo de ampliar as reservas, com previsão de concluir este traba-lho inicial em junho de 2017.

“A intenção é fornecer inicialmente insumos para a Petrobras na área de perfura-ção e também para fábricas de tintas, pneus e asfalto, embora existam outros mercados para diversificar o fornecimento da produção. A pretensão é pro-duzir 20 mil toneladas por mês após a implantação do empre-endimento” afirmaram os diri-gentes da Fibra Participações.

Após a conclusão da pes-quisa complementar a Fibra Participações será habilita-da a assinar o contrato de arrendamento. A lavra e co-mercialização obriga a em-presa a pagar 5% de royalties sobre o valor bruto das ven-das do minério beneficiado.

O administrador de em-presas Carlos Almiro da Cos-ta Melo assume, em janeiro, o cargo de Diretor Administra-tivo e Financeiro da CBPM. Com passagens pelo Banco Econômico, Construtora Ode-brecht, Telebahia e Transalva-

CBPM tem novo Diretor Administrativo e Financeiro

dor, também foi coordenador da área de petróleo e gás e sub-coordenador do Programa de Inclusão Sócio-Digital da Se-cretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado da Bahia.

Formado pela Universidade Católica do Salvador, tem vasta experiência em instituições pú-

blicas e privadas nas áreas de gestão de pessoas, organização métodos e sistemas, planeja-mento estratégico e orçamen-to público, que o credenciam a enfrentar o desafio de oti-mizar os recursos da empresa diante do cenário de restri-ções orçamentárias do Estado.

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E X P E D I E N T EInformativo da Companhia Baiana de Pesquisa Mineral - CBPM

Diretoria da CBPMDiretor Presidente - Hari Alexandre BrustDiretor Técnico - Rafael Avena NetoDiretor Adm/Financeiro - Carlos Almiro da C. Melo

Gerência de Informação e Divulgação (Gerid)Gerente: Ivanaldo RibeiroRedação/Edição: Amarildo BarbosaDiagramação: Laerte OliveiraImpressão: CBPM/SEDET / Tiragem - 300 exemplaresCBPM - Av. Quarta, 460 - CAB - CEP - 41.745-002 - Salvador-BAFone: 71 3115-7420 www.cbpm.com.br / [email protected]

Tribuna da Bahia – Como fi-cou a situação da CBPM em 2016?Alexandre Brust – Apesar do cenário de crise, a Bahia tem enfrentado com galhardia e, através da CBPM, mantém seu programa de investimentos em estudos e pesquisas, visando atender as necessidades dos investidores em mineração e atrair novos empreendimen-tos. O contínuo programa de conhecimento geológico man-tém o Estado como um dos principais em interesse para pesquisa mineral. Em 2015 obteve o maior número de Requerimentos de Pesquisa (2.793), superando Minas Ge-rais, assim como o de Alvarás de Pesquisa (3.427) concedidos pelo Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), que aprovou 120 Relatórios de Pesquisa. Esses indicadores

A CBPM tem o mapa das minas da Bahia

propiciou a geração de novos Protocolos de Intenção com a Secretaria de Desenvolvimen-to Econômico (SDE) da ordem de R$ 366 milhões. Os novos empreendimentos e a amplia-ção dos já existentes serão res-ponsáveis pela criação de cerca de 800 empregos diretos, em especial no semiárido, além de mais de 2.000 indiretos.

TB – De que forma a CBPM faz o trabalho de atra-ção da iniciativa privada?Brust – A CBPM é o braço exe-cutivo da política mineral do Estado, que executa a pesquisa em todo o território baiano e, quando surge uma área pro-missora, é feita uma licitação, visando atrair empresas priva-das para avaliar e explorar os depósitos descobertos. Como atrativo apresenta seu imenso acervo de dados e trabalhos

iniciais de pesquisa, onde o risco é maior, além dos dados de levantamentos geológicos e aerogeofísicos, ferramentas essenciais na pesquisa mine-ral. Nos 43 anos de existência a CBPM já licitou mais de cem oportunidades minerais, que resultou na implantação de seis grandes minas (bentonita, em Vitória da Conquista; fosfato, em Irecê; vanádio, em Mara-cás; níquel, em Itagibá e ouro, em Santa Luz), estando em fase de implantação importantes empreendimentos como os de areia silicosa, cobre, ouro, ferro, nefelina, entre outros.

TB – Quais foram os mais recentes contra-tos firmados pela CBPM?Brust – Recentemente ce-lebramos três importantes contratos. O primeiro com a Vitro do Brasil para lavrar areia silicosa de alta pureza, em Belmonte, para fabricação de embalagens de vidro. Ou-tro nesta mesma área de areia com a Mineração Jundu para fornecimento de matéria pri-ma para segmentos de vidros especiais, inclusive para placas fotovoltaicas e o terceiro para lavra e beneficiamento de nefe-lina-sienito em Itarantim, pela empresa B4F Holdings, visan-do as indústrias de revesti-mentos cerâmicos e de vidros.

TB – Quais as perspecti-vas da CBPM para 2017?Brust – Continuar investindo no conhecimento geológico, e nesse sentido, vamos iniciar um novo projeto, denomina-do de Minerais Portadores do Futuro, para identificar mi-neralizações de terras raras, fósforo, potássio, grafita, lítio, entre outros; manutenção dos investimentos em nossos direi-tos minerários para viabilizar novas oportunidades; continu-ar o nosso programa de sonda-gem, com perfuração de mais de cinco mil metros previstos para 2017; e iniciar os levan-tamentos de detalhe em alvos selecionados que já indiquem perspectivas de novas jazidas.

TB – Diante da crise finan-ceira que afetou a mineração, quais foram as medidas ado-tadas pela CBPM para manter os investimentos na pesquisa?Brust – Tomamos medidas duras, mas indispensáveis. Ini-ciamos a liquidação e extinção de quatro empresas subsidiá-rias, algumas já finalizadas, e pagamos uma dívida de R$ 70 milhões; reduzimos 20% dos cargos comissionados; 25% dos contratos terceirizados; e 50% do consumo de água da Em-basa com a captação de águas pluviais.

A crise financeira mundial afetou, e muito, a produção baiana de minerais. O Diretor-Presi-dente da CBPM, Hari Alexandre Brust, em entrevista à Tribuna da Bahia, disse que, mesmo com a crise, a Bahia tem conseguido enfrenta-la e manter seu programa de investimentos no setor.

Confira trechos da entrevista.

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O secretário do Turis-mo do Estado da Bahia José Alves visitou a CBPM, no dia 1º de novembro, para uma reunião sobre o anda-mento do Projeto Estrada Real “Caminhos da Bahia”.

A nova diretoria da As-sociação dos Empregados da CBPM (AECBPM) to-mou posse, no dia 15 de de-

As Campanhas do Outu-bro Rosa e Novembro Azul, coordenadas pela equipe do Sedep, mobilizaram vários colaboradores, que vestiram literalmente a camisa, criada especialmente para o período.

No dia 25 de outubro o Sedep promoveu uma “Tar-de Rosa”, com palestras e depoimentos de mulheres que superaram o câncer de mama. Na abertura, o pre-sidente Alexandre Brust fez um relato de luta da própria

O projeto é fruto de um acordo de cooperação técnica entre a CBPM e a Setur, fir-mado em 2014, com o objetivo de potencializar a atividade turística nos 17 municípios cortados pela Estrada Real

zembro, em Assembleia Ge-ral Extraordinária realizada no auditório da empresa.

As mudanças na compo-sição ficaram por conta das diretorias Administrativa, que será gerida por Danilo Teixei-ra, e Financeira, que passa a ser administrada por Otonei Amaral. Os demais são rema-nescentes da diretoria atual: Walter Peixoto (Presidente),

mãe contra a doença, que teve uma sobrevida de 39 anos após o diagnóstico em 1951.

A palestra principal foi proferida pela Secretária de Política para as Mulheres do Estado Olívia Santana, mas o momento mais comovente foi durante os depoimentos. Além da perda recente da mãe para o câncer de mama, a as-sistente administrativa Lorena Fraga viveu um drama, a difi-culdade do diagnóstico. Mas, a vontade de viver para cuidar

entre Jacobina, no centro--norte da Bahia, e Rio de Con-tas na Chapada Diamantina.

Durante o encontro com o presidente da CBPM Alexandre Brust e o diretor técnico Rafael Avena Neto, José Alves libe-rou a realização de mais uma campanha de campo, realizada entre os dias 07 e 17 de no-vembro, onde foram visitados os municípios de Rio de Con-tas, Piatã e Morro do Chapéu.

Nesta primeira etapa o Projeto Estrada Real tem uma extensão 634,9 km, sendo 45,9

Antônio Espinheira (Vice--Presidente), Esdras Varjão (Secretário), Lorena Neves (Di-retora Socio-Cultural) e Níver-ton Freitas (Diretor Esportivo).

Reeleito para a presidência por mais um biênio, Walter Pei-xoto afirmou que vai intensifi-car a luta pelo restabelecimento do cronograma do Programa Incentivado de Desligamento Voluntário (PIDV). Também

do filho de apenas três anos contribuiu para a superação.

Aproveitando a XXII Se-mana Interna de Prevenção de Acidentes (Sipat), a CIPA promoveu no dia 22 de no-vembro uma “Tarde Azul” com duas palestras: “Câncer de próstata: é possível evitar o fantasma da depressão” e “A atuação do fisioterapeu-ta no câncer de próstata”.

Condutas para evitar aci-dentes, primeiros socorros e ergonomia no ambiente de

km com calçamento. Em seis campanhas de campo, reali-zadas até o momento, cerca de 350 km foram mapeados a pé, com centenas de pon-tos coletados e mais de oito mil registros fotográficos.

O referencial teórico para a pesquisa foi a viagem de Jo-aquim Quaresma Delgado, a pedido da coroa portuguesa, registrada no livro “Caminhos do Sertão” e a expedição de Theodoro Sampaio, descrita na publicação “O Rio São Francis-co e a Chapada Diamantina”.

destacou a necessidade de re-novação e conclamou colabo-radores efetivos mais jovens a assumirem postos na entidade.

Dos 173 associados com direito a voto, 135 partici-param do processo eleitoral realizado no dia 30 de no-vembro. Do total, 119 con-firmaram apoio à chapa ven-cedora para administrar a Associação no biênio 2017-2018.

trabalho também foram temas abordados durante a Sipat de 21 a 25 de novembro, que teve ainda torneios de baralho e dominó, exposição de EPIs e uma apresentação teatral de atores convidados, com lições sobre segurança do trabalho.

CBPM e Setur avaliam andamento do Projeto Estrada Real “Caminhos da Bahia”

AECBPM empossa nova diretoria para o biênio 2017-2018

CBPM promove ações de prevenção de doenças e acidentes no trabalho

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Nome: Hélio Gamalho VasconcellosCargo: GeólogoAdmissão: 13/05/1974Matrícula: 126Natural: Salvador - BANascimento: 16/07/1944

Funcionário Destaque

O homenageado desta edição de “O Mineral” viveu inten-samente, até a adolescência, no então multicultural e ambiental-mente preservado bairro de Plataforma, no subúrbio de Salva-dor. Embora atualmente a paisagem esteja degradada, continua como referência cultural, pois tem cinema, teatro e uma indús-tria cinematográfica há mais de 10 anos.

Na década de 1960 apesar do bairro ter seis clubes sociais, os garotos não tinham espaço para jogar nas agremiações. Por isso, Hélio reuniu um grupo de apaixonados por futebol e procurou a família Martins Catharino, detentora de várias posses na região, e requereu uma área para transformá-la em um campo para a turma.

A inspiração para o nome do campo veio das transmissões do campeonato carioca pela Rádio Globo. Foi de lá que extraí-ram o nome “Bariri” para o alçapão do subúrbio. A referência emblemática se transformou em uma comunidade, hoje com milhares de habitantes, encrustada no bairro.

Após a conclusão do que hoje corresponde ao ensino médio, o pai não tinha mais condições de bancar os estudos, o que o impulsionou em procurar alternativas para ampliar o horizonte. Concorreu com estudantes de vários estados e foi contemplado com uma bolsa de graduação em um programa da Sudene para jovens de baixa renda do Nordeste.

Com a implantação do regime militar de 1964, o programa foi suspenso antes do início do curso. Ele então foi trabalhar na Brasilgás e teria uma carreira promissora se uma articulação do economista Celso Furtado, a quem Hélio tem imensa gratidão, não tivesse propiciado a retomada do programa. Agradeceu à di-reção da empresa, mas disse que o rumo dele era a universidade.

A graduação em geologia pela Universidade Federal da Bahia (1965/68) era apenas o começo da carreira acadêmica e profissional. As especializações o credenciaram a atuar na do-cência, na elaboração, coordenação e orientação de vários traba-lhos sobre geologia, economia mineral e meio ambiente.

O vasto conhecimento e experiência o habilitaram também a exercer funções estratégicas como diretor da Superintendência de Geologia e Recursos Minerais (SGM) e membro dos Conse-lhos Estadual de Geologia e Mineração, de Meio Ambiente e de Recursos Hídricos, passando pela Coordenação de Economia Mineral da Secretaria da Indústria, Comércio e Mineração do Estado da Bahia.

Ingressou na CBPM em maio de 1974 no cargo de geólogo. Como geofísico foi o introdutor do levantamento aerogeofísico na empresa, na década de 1970. Além das atribuições funcionais primárias exerceu cargos de chefia, gerência, assessoria da Dire-toria Técnica e da Presidência. Também foi membro do Comi-tê de Avaliação de Oportunidades Minerais e do Conselho de Administração da CBPM. Atualmente chefia o Setor de Gestão Ambiental, umas das áreas onde tem especialização, e é o admi-nistrador da Utinga Mineração, subsidiária da CBPM.

Este causo aconteceu ainda no estágio de campo de Saúde e de tempos em tempos ele aflora à minha memória.

É só falar de fome, de pobreza, que ele aparece, e eu, até hoje, me sinto culpado por ter tirado o pão da boca de algumas crian-ças mal alimentadas, mas, o que poderia fazer? Nas circunstân-cias não me ocorreu nada que me ajudasse resolver a situação. Para não me alongar, vou contar como foi.

Voltávamos eu e alguns estudantes de uma estafante cami-nhada geológica, no meio de uma capoeira, suados e doidos para chegar à estrada principal que nos levaria para casa, quando pa-rando para descansar, apareceu-nos no caminho, às nossas cos-tas, um grupo de pessoas em silêncio, carregando alguns sacos. Como era começo de noite, sem lua, ficou difícil identificar o que levavam. Notava-se, no entanto, que era gente de paz, gente de confiança, daquelas que encontrávamos normalmente no inte-rior. Gente sem maiores pretensões aparente, que se preocupava apenas em viver sua vida sofrida, sempre atrás do que comer no dia seguinte e acreditando que Deus lhe ajudaria a levar o barco da maneira menos sofrida possível. Gente, enfim, que acreditava que as estripulias dos homens eram desígnios de Deus.

Convidaram-nos porque notaram que precisávamos de um descanso. Refugamos, dissemos que estávamos com pressa e queríamos alcançar logo a estrada para casa. Convites vêm e negativas vão, quando percebi que o caboclo fazia cara feia para nossas negativas. Naquele tempo, não se convidava qualquer um para sua casa, apenas pessoas que mereciam confiança! Porque merecíamos confiança, não sei. Mas, sei que se negássemos o convite nunca mais seríamos bem-vindos naquele lar. Portanto, não havia opções, era pegar ou largar! Mas eu sabia que devería-mos voltar àquele lugar, e assim optei por aceitar o convite.

Era uma sala de barro batido, com uma mesa ao centro, de 3 por 2m, com seis crianças ao redor, encostadas nas paredes, entre 5 e 15 anos, onde nos foi servido café e beiju de farinha de mandioca, recém-feitos na casa de farinha. Enquanto comíamos as crianças ficavam nos olhando comer, sem nada comentarem, apenas olhando.

E o tempo todo eu pensava que estávamos tirando o pão da boca daquelas crianças.

Amo beiju de farinha de mandioca, pois vivi no interior na minha infância, mas acreditem, foi o beiju mais amargo que comi na vida!