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34 PLANO BRASÍLIA Cidade Por: Djenane Arraes Marcello Casal Jr./ABr Normalizado Abastecimento CEB deve investir mais de R$ 200 milhões em 2012 em linhas e subestações em todo o DF A s luzes que fizeram a decoração de fim de ano em Brasília, montadas pela Companhia Energética de Brasília (CEB), podem ter anunciado o fim de um período pouco iluminado que a empresa enfrentou nos últimos anos. O diretor de engenharia da CEB, Mauro Mar- tineli, informou que para 2012 serão investidos cerca de R$ 220 milhões para construção de novas subestações, troca de cabos e para a expansão e melhoria das redes de baixa, média e alta tensão. São ações que visam sanar problemas como a sobrecarga do sis- tema que provocavam os famigerados apagões pela cidade. “Não é segredo que nossos siste- mas trabalham no limite e sofremos com sobrecargas. São conseqüências da falta de investimento no passado”, informou Martineli. Os recursos para as melhorias vêm das taxas tarifárias pagas pelo consumidor. A CEB deveria ter investido R$ 430 milhões nos últimos quatro anos. Conseguiu usar pouco mais da meta- de: R$ 279,8 milhões, pois parte do dinheiro estava comprometido com o pagamento de dívidas e juros que a empresa estava submetida. “Pagamos R$ 30 milhões por mês só de ICMS [Imposto Sobre Circulação de Merca- dorias e Serviços]”. A CEB possui um débito de R$ 870 milhões, a dívida deverá ser sana- da por meio de um empréstimo feito pelo Governo do Distrito Federal (GDF) – sócio majoritário da Com- panhia –, junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Outra solução para aportar recursos e minimizar os pro- blemas pelos quais a Companhia vem passando, é colocar à venda terrenos não-utilizados por ela. Segundo Mar- tineli, a CEB espera arrecadar cerca de R$ 400 milhões por estes espaços. Aproximadamente R$ 2 bilhões são arrecadados anualmente pela Companhia por meio das tarifas – principal fonte de recursos da empre- sa. “É bom ressaltar que nós temos a terceira menor tarifa do Brasil, apesar do consumo de energia per capita do DF ser o maior do País”, ponderou o diretor. O problema é que apenas 19% deste recurso vai para a distribuidora. O valor remanescente é destinado ao custeio da energia comprada princi- palmente de Furnas. Várias licitações da Companhia não cumpriram o cronograma, pois o Tribunal de Contas do Distrito Federal alongou-se em suas análises. “Também tivemos dificuldades em obter licenças ambientais para a re- alização de obras, como também em conseguir a posse de terrenos públicos

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Abastecimento de energia no DF será normalizado - Revista Plano Brasília

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34 PLANO BRASÍLIA

CidadePor: Djenane Arraes

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r./AB

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NormalizadoAbastecimento

CEB deve investir mais de R$ 200 milhões em 2012 em linhas e subestações em todo o DF

As luzes que fizeram a decoração de fim de ano em Brasília, montadas pela Companhia

Energética de Brasília (CEB), podem ter anunciado o fim de um período pouco iluminado que a empresa enfrentou nos últimos anos. O diretor de engenharia da CEB, Mauro Mar-tineli, informou que para 2012 serão investidos cerca de R$ 220 milhões para construção de novas subestações, troca de cabos e para a expansão e melhoria das redes de baixa, média e alta tensão. São ações que visam sanar problemas como a sobrecarga do sis-tema que provocavam os famigerados apagões pela cidade.

“Não é segredo que nossos siste-mas trabalham no limite e sofremos com sobrecargas. São conseqüências da falta de investimento no passado”, informou Martineli. Os recursos para as melhorias vêm das taxas

tarifárias pagas pelo consumidor. A CEB deveria ter investido R$ 430 milhões nos últimos quatro anos. Conseguiu usar pouco mais da meta-de: R$ 279,8 milhões, pois parte do dinheiro estava comprometido com o pagamento de dívidas e juros que a empresa estava submetida. “Pagamos R$ 30 milhões por mês só de ICMS [Imposto Sobre Circulação de Merca-dorias e Serviços]”.

A CEB possui um débito de R$ 870 milhões, a dívida deverá ser sana-da por meio de um empréstimo feito pelo Governo do Distrito Federal (GDF) – sócio majoritário da Com-panhia –, junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Outra solução para aportar recursos e minimizar os pro-blemas pelos quais a Companhia vem passando, é colocar à venda terrenos não-utilizados por ela. Segundo Mar-

tineli, a CEB espera arrecadar cerca de R$ 400 milhões por estes espaços.

Aproximadamente R$ 2 bilhões são arrecadados anualmente pela Companhia por meio das tarifas – principal fonte de recursos da empre-sa. “É bom ressaltar que nós temos a terceira menor tarifa do Brasil, apesar do consumo de energia per capita do DF ser o maior do País”, ponderou o diretor. O problema é que apenas 19% deste recurso vai para a distribuidora. O valor remanescente é destinado ao custeio da energia comprada princi-palmente de Furnas.

Várias licitações da Companhia não cumpriram o cronograma, pois o Tribunal de Contas do Distrito Federal alongou-se em suas análises. “Também tivemos dificuldades em obter licenças ambientais para a re-alização de obras, como também em conseguir a posse de terrenos públicos

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ServiçoCompanhia Elétrica de Brasília - CEBAtendimento 24 horas0800 61 0169

para a construção das subestações”, disse Martineli. Com o problema do endividamento por hora resolvido, a CEB teve condições de voltar a in-vestir pesado. O interesse vai além da normalização e melhoria do sistema. Estamos empenhados em melhorar o DEC e o FEC, que são os indicadores de qualidade dos serviços estabeleci-dos pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL). O DEC indica o tempo médio em que os consumido-res ficaram sem energia elétrica. O FEC denuncia o número médio de vezes que essa interrupção aconteceu.

Linhas para a CopaSe os investimentos para 2012 são

urgentes e necessários para manter as luzes acesas em Brasília, outros mais estão previstos para a Copa do Mundo. Entre as obras programadas está a construção da subestação do Estádio Nacional de Brasília. Outras duas subestações, a Brasília Centro

e a do Sudoeste, serão ampliadas, além de serem feitas as ligações entre elas. “A novidade é que a subestação do Estádio será do tipo compacta. Isso significa que ela ocupará menos espaços e usará tecnologia GIS”, disse Martineli.

Implica dizer que será instalada e usada pela primeira vez no Distrito Federal uma tecnologia aplicada em áreas de populações densas e de tamanho reduzido. Por outro lado, a GIS – Gas Insulated Switcgear –, ofe-rece mais economia e confiabilidade em linhas de alta-tensão. O impacto ambiental é menor, os ruídos são reduzidos, e ela não interfere nos sinais de rádio.

O investimento será de R$ 54 milhões, que serão aplicados até junho de 2013, bem a tempo do chute inicial da Copa das Confederações. “A Copa do Mundo é um presente para a cidade e não é por causa da festa e dos jogos de futebol”, explicou Martineli.

“O maior legado de um evento com essas dimensões são os investimentos que nos obrigam a fazer e que vão ser deixados para o benefício da popula-ção”. As obras vão ser acompanhadas pelo GT Copa 2014 criado pelo Mi-nistério de Minas e Energia.

Outro investimento da CEB que deve chegar ao consumidor até o final de 2014 é a Telemedição. Significa que a medição de energia consumida por cada casa será feita à distância. “A telemedição diminui a possibilidade de erros e fraudes, além de reduzir os custos para a empresa, porque o monitoramento é feito 24 horas por dia. Por hora, ela é aplicada apenas nas grandes empre-sas. Em breve chegará para todos”, concluiu o diretor da CEB.