Cef Teste de Diagnóstico Correção

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AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DO ALTO DO LUMIAR Avaliação de Diagnóstico Um jovem caranguejo pensou: “Porque é que na minha família todos andam para trás? Quero aprender a andar para a frente, e que a cauda me caia se não o conseguir.” Começou a exercitar-se às escondidas, entre os seixos do ribeiro natal, e nos primeiros dias a tarefa causou-lhe uma enorme estafa. Chocava contra tudo, machucava a carapaça e atropelava as pernas uma na outra. Mas, a pouco e pouco, as coisas começaram a correr melhor, pois tudo se pode aprender quando se quer. Quando se sentia bem seguro de si, apresentou-se à família e disse: - Vejam isto. E deu uma magnífica corridinha em frente. - Meu filho – desatou a chorar a mãe - , deram-te a volta ao miolo? Reconsidera, anda como o teu pai e a tua mãe te ensinaram, anda como os teus irmãos, que te querem tanto. Os seus irmãos, porém, não faziam outra coisa senão troçar. O pai, depois de ter estado a observá-lo severamente por um bocado, disse: - Basta. Se queres continuar connosco, anda como os outros caranguejos. Se queres fazer as coisas à tua maneira, o ribeiro é grande: vai-te e nunca mais voltes. O bravo caranguejinho estimava os seus, mas estava demasiado seguro da sua justiça para ter dúvidas: abraçou a mãe, despediu-se do pai e dos irmãos e partiu ao encontro do mundo. A sua passagem logo despertou a surpresa de um grupo de rãs que, como boas comadres, se haviam reunido para dar dois dedos de conversa em volta de uma folha de um nenúfar branco. Nome: ________________________________________________________ Ano: __________Turma: __________Nº: _________ Data: _____/_____/_____ Classificação: ______________________________ 1

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AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DO ALTO DO LUMIARCursos de Educao e Formao Lngua Portuguesa

Nome: ________________________________________________________ Ano: __________Turma: __________N: _________ Data: _____/_____/_____ Classificao: ______________________________

Professora: ________________________ Encarregado de Educao: ____________________________________________

Avaliao de Diagnstico

Um jovem caranguejo pensou: Porque que na minha famlia todos andam para trs? Quero aprender a andar para a frente, e que a cauda me caia se no o conseguir. Comeou a exercitar-se s escondidas, entre os seixos do ribeiro natal, e nos primeiros dias a tarefa causou-lhe uma enorme estafa. Chocava contra tudo, machucava a carapaa e atropelava as pernas uma na outra. Mas, a pouco e pouco, as coisas comearam a correr melhor, pois tudo se pode aprender quando se quer. Quando se sentia bem seguro de si, apresentou-se famlia e disse: - Vejam isto. E deu uma magnfica corridinha em frente. - Meu filho desatou a chorar a me - , deram-te a volta ao miolo? Reconsidera, anda como o teu pai e a tua me te ensinaram, anda como os teus irmos, que te querem tanto. Os seus irmos, porm, no faziam outra coisa seno troar. O pai, depois de ter estado a observ-lo severamente por um bocado, disse: - Basta. Se queres continuar connosco, anda como os outros caranguejos. Se queres fazer as coisas tua maneira, o ribeiro grande: vai-te e nunca mais voltes. O bravo caranguejinho estimava os seus, mas estava demasiado seguro da sua justia para ter dvidas: abraou a me, despediu-se do pai e dos irmos e partiu ao encontro do mundo. A sua passagem logo despertou a surpresa de um grupo de rs que, como boas comadres, se haviam reunido para dar dois dedos de conversa em volta de uma folha de um nenfar branco. - O mundo anda s avessas disse uma r olhem-me para aquele caranguejo e digam l se no tenho razo. - J no h respeito disse uma outra r. - Apre! disse uma terceira. Mas o caranguejo seguiu em frente, mesmo caso para diz-lo, no seu caminho. A certa altura, ouviu chamar por ele: era um velho caranguejo solitrio, de expresso melanclica, que se encontrava encostado a um seixo. - Bom dia disse o jovem caranguejo. O velho observou-o prolongadamente, depois disse:

- Onde pensas tu que vais chegar com isso? Tambm eu, quando era jovem, pensava ensinar os caranguejos a andar para a frente. E eis o que recebi em troca: vivo completamente s, as pessoas preferiram cortar a lngua a dirigir-me a palavra. Presta ateno ao que te digo, enquanto tempo: resigna-te a fazer como os outros e um dia agradecer-me-s o conselho. O jovem caranguejo no sabia o que responder e ficou calado. Mas dentro de si pensava: Eu tenho razo.

E, despedindo-se do velho com gentileza, retomou orgulhosamente o seu caminho. Ir longe? Far fortuna? Endireitar todas as coisas tortas deste mundo? No o saberemos, porque ele ainda no parou de caminhar com a coragem e firmeza do primeiro dia. Apenas lhe podemos desejar de todo o corao: - Boa viagem!

Gianni Rodari, Histrias ao Telefone, Teorema,Trad. De M da Assuno Santos

LEITURA / ESCRITA

1. O texto conta uma interessante histria protagonizada por um jovem caranguejo.

1.1. Qual a pergunta que desencadeia a ao do texto?A pergunta : Porque que na minha famlia todos andam para trs?

1.2. Que desejo suscitado por essa pergunta?O desejo de andar para a frente.

2. O protagonista prepara-se para concretizar esse desejo. Como?s escondidas, exercita-se a andar para a frente.

3. Mas a famlia reage mal demonstrao do jovem. Como interpretas esta reao?A famlia queria que a tradio e a normalidade se mantivessem inalteradas.

4. Ento o jovem caranguejo teve que partir. Porqu? Ele queria seguir o seu caminho de modo pessoal e diferente dos outros, achava que a sua escolha era justa e sabia que para isso tinha que partir.

5. E a viagem comeou. Como reagiram as rs sua passagem?Ficaram escandalizadas por ele ser diferente dos outros.

5.1. O que representam essas rs? Representam as pessoas conservadoras que tm horror s mudanas.

6. O dilogo com o velho caranguejo muito sugestivo. Por que razo aconselha o jovem a desistir?

Em jovem, o velho tentou ser diferente e pagou um preo muito alto: a solido. Por isso aconselha o jovem a aceitar o caminho dos outros, pois a sua persistncia s lhe trar solido.

7. Carateriza o protagonista desta histria.O jovem caranguejo tem a coragem e a ousadia prprias dos jovens que desejam ser diferentes e traar o seu prprio caminho.

GRAMTICA

1. Rel o pargrafo:

O bravo caranguejinho estimava os seus, mas estava demasiado seguro da sua justia para ter dvidas: abraou a me, despediu-se do pai e dos irmos e partiu ao encontro do mundo.

1.1. Indica um exemplo de cada uma das classes de palavras a seguir indicadas.nome ( caranguejinho) adjetivo (bravo) verbo (estimava) determinante (o) pronome (se) quantificador (x) advrbio (demasiado) preposio (do) conjuno (mas) interjeio (x)

1.2. Reescreve a frase, de forma a que todas as classes passem a figurar nela.(...) despediu-se do pai e dos cinco irmos e partiu ao encontro do mundo. Adeus!

1.3. Experimenta colocar o adjetivo bravo direita do nome. Explica a diferena.Antes do nome: o adjetivo bravo atribui subjetivamente uma caracterstica; deois do nome, indica uma caracterstica objetiva, prpria do caranguejo.

1.4. Coloca esse adjetivo no grau superlativo absoluto sinttico.Bravssimo.

2. Considera a frase at aos dois pontos. Quantas oraes a constituem?Duas oraes.

2.1. Considera agora o segmento depois dos dois pontos. Quais so as oraes?abraou a me / despediu-se do pai e dos irmos / e partiu ao encontro do mundo.

2.2. Ao nvel da relao entre oraes, indica: uma relao de adio e uma de oposio.Adio e ; oposio mas.

3. Considera a ltima orao.3.1. Identifica o sujeito e o predicado.Sujeito - nulo subentendido ; predicado partiu ao encontro do mundo.

3.2. Indica o tempo e modo do verbo que constitui o ncleo do predicado.Partiu pretrito perfeito do indicativo.

3.3. No predicado, distingue e classifica o constituinte iniciado por uma preposio.ao encontro do mundo modificador do grupo verbal.

4. Considera as palavras famlia, me, pai, filho, irmos.4.1. Explica as diferentes relaes entre estas palavras, ao nvel de:famlia; hierarquia; gnero.So da mesma famlia ; famlia o hipernimo de me, pai, filho, irmos ; me o feminino de pai.

5. Explica o processo de formao das palavras retomou e orgulhosamente.Retomou derivada por prefixaoOrgulhosamente derivada por sufixao

Bom Trabalho!

Professora Teresa Oliveira

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