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Centro de Convivência “É de Lei” [email protected] O Centro de Convivência “É de Lei” é uma organização da sociedade civil sem fins econômicos que atua desde 1998 na promoção da redução de danos sociais e à saúde associados ao uso de drogas. Desenvolve estratégias para construção da cidadania e a defesa dos Direitos Humanos de pessoas que usam drogas e sua rede de interação social, sobretudo em contexto de vulnerabilidade frente às DST/HIV/AIDS, tuberculose e Hepatites virais. Projeto ResPire: Informação, Promoção de Projeto ResPire: Informação, Promoção de Saúde e Redução de Riscos e Danos na cena Saúde e Redução de Riscos e Danos na cena eletrônica. Dados preliminares eletrônica. Dados preliminares A origem da Redução de Danos (RD) ocorreu na Inglaterra em 1926, em que os médicos poderiam prescrever, como tratamento médico, a metadona para dependentes de opiáceos. Contudo, apenas na década de 80 surgiu o primeiro programa de RD na Holanda, o qual era destinado aos usuários de drogas injetáveis, e visava diminuir a contaminação por Hepatites. (Marlatt, 1999). No Brasil, em 1989, na cidade de Santos, iniciou-se a utilização da RD para prevenir a infecção por HIV e por doenças sexualmente transmissíveis (DST´s). Porém a iniciativa foi criticada e apenas em 1993 é que foi implantado o primeiro projeto com redutores de danos que visavam à prevenção do HIV/AIDS. O projeto contou com recursos do Programa Nacional de DST/AIDS do Ministério da Saúde. A primeira lei estadual a legalizar a prática de RD foi sancionada em São Paulo, em 1998. (Marques & Doneda, 1999; Ministério, 2001). Até hoje as políticas de RD, no Brasil, visam à prevenção de doenças infecto- contagiosas relacionadas aos usuários de drogas, principalmente aos usuários do crack. Contudo, programas voltados para os usuários das drogas sintéticas ainda são escassos. Tem-se conhecimento de iniciativas não oficiais que têm sido realizadas em festivais de música eletrônica, porém é necessário que este tipo de estratégia seja disseminada em diversos contextos diferentes de uso (DST/Aids, 2003; Almeida, 2009). No Reino Unido, desde 1993 existem programas de RD voltados para os usuários de ecstasy, os quais se caracterizam pela existência de grupos que tem stands em festas para testar a pureza dos comprimidos, e que divulgam informações para que os consumidores evitem a hipertermia e outras complicações derivadas do uso agudo da droga (Holland, 2001). INTRODUÇÃO INTRODUÇÃO O projeto ResPire tem como objetivo estimular a reflexão, o auto cuidado e o conhecimento sobre o uso de drogas em contextos de festas. Visando a promoção de saúde, especialmente a prevenção da transmissão de doenças virais como as Hepatites. O público alvo desta intervenção foram participantes do Festival de Arte e Cultura Respect, realizado na cidade de Sarapuí, SP, entre os dias 13 e 14 de agosto de 2011. Capacitação de equipe de redutores de danos e multiplicadores Montagem de espaço em que foram realizadas ações de acolhimento, informação e redução de danos Aproximação com o posto médico e acompanhamento terapêutico Distribuição de materiais informativos (folders) e preventivos (Kit Sniff; camisinhas) relacionados ao consumo de drogas e o risco de transmissão de doenças Disponibilização de água, pirulitos, área para descanso e projeção de vídeos sobre redução de danos Divisão da equipe em 3 turnos: período 1 (17:00 - 0:00), período 2 (0:00 – 8:00) e período 3 (8:00 – 17:00). OBJETIVOS E PÚBLICO ALVO OBJETIVOS E PÚBLICO ALVO RESULTADOS RESULTADOS METODOLOGIA METODOLOGIA Período Período 1 1 Período 2 Período 2 Período 3 Período 3 Período Total Período Total Almeida, SP; Garcia-Mijares, M; Silva, MTA. Patterns of Ecstasy Use and Associated Harm: Results of a Brazilian Online Survey. Substance Use & Misuse, 2009, 44:2014–2027. DST/Aids. Redução de Danos com Usuários de Crack e Fortalecimento das ações de Redução de Danos. Disponível em http://www.aids.gov.br. Acesso em fevereiro de 2010. Holland, J. Ecstasy: The Complete Guide. Park Street Press, Rochester, VT.ICESB, 2001. Marlatt, GP. Redução de Danos: estratégias práticas para lidar com comportamentos de alto risco. Porto Alegre: Artes Médicas, 1999. Marques, F.; Doneda, A. A Política Brasileira de Redução de Danos à Saúde pelo Uso Indevido de Drogas: Diretrizes e Seus Desdobramentos nos Estados e Municípios. O Mundo da Saúde, 1999; 23(1), 10-19. REFERÊNCIAS REFERÊNCIAS CRÉDITOS CRÉDITOS REALIZAÇÃO: APOIO: Maria Angélica de Castro Comis ; Fernanda Soncini; Lucas de Oliveira Maia; Fernando Tavares Araújo da Silva; Marco Sayão Magri; Renato Filev; Ricardo Fontão de Pauli; Thiago Godoi Calil da Costa; Camila Alencar; Bruno Ramos Gomes O total de pessoas foi cerca 1500 participantes, a equipe atingiu 145 pessoas, sendo 88 homens e 57 mulheres. Verificou-se a importância da relação ética estabelecida com os participantes da festa, pois observou-se que pequenas ações contribuíram para o bem-estar e evitaram maiores transtornos associados ao uso de drogas. Ademais, considerando que houve uma procura significativa por parte dos participantes, concluiu-se que essa intervenção educacional foi bem aceita tendo em vista que o discurso dos redutores se aproximou da realidade dos participantes.

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Centro de Convivência “É de Lei”

[email protected] Centro de Convivência “É de Lei” é uma organização da sociedade civil sem fins econômicos que atua desde 1998 na promoção da redução de danos sociais e à saúde associados ao uso de drogas. Desenvolve estratégias para construção da cidadania e a defesa dos Direitos Humanos de pessoas que usam drogas e sua rede de interação social, sobretudo em contexto de vulnerabilidade frente às DST/HIV/AIDS, tuberculose e Hepatites virais.

Projeto ResPire: Informação, Promoção de Saúde e Redução de Projeto ResPire: Informação, Promoção de Saúde e Redução de Riscos e Danos na cena eletrônica. Dados preliminares Riscos e Danos na cena eletrônica. Dados preliminares

A origem da Redução de Danos (RD) ocorreu na Inglaterra em 1926, em que os médicos poderiam prescrever, como tratamento médico, a metadona para dependentes de opiáceos. Contudo, apenas na década de 80 surgiu o primeiro programa de RD na Holanda, o qual era destinado aos usuários de drogas injetáveis, e visava diminuir a contaminação por Hepatites. (Marlatt, 1999). No Brasil, em 1989, na cidade de Santos, iniciou-se a utilização da RD para prevenir a infecção por HIV e por doenças sexualmente transmissíveis (DST´s). Porém a iniciativa foi criticada e apenas em 1993 é que foi implantado o primeiro projeto com redutores de danos que visavam à prevenção do HIV/AIDS. O projeto contou com recursos do Programa Nacional de DST/AIDS do Ministério da Saúde. A primeira lei estadual a legalizar a prática de RD foi sancionada em São Paulo, em 1998. (Marques & Doneda, 1999; Ministério, 2001). Até hoje as políticas de RD, no Brasil, visam à prevenção de doenças infecto-contagiosas relacionadas aos usuários de drogas, principalmente aos usuários do crack. Contudo, programas voltados para os usuários das drogas sintéticas ainda são escassos. Tem-se conhecimento de iniciativas não oficiais que têm sido realizadas em festivais de música eletrônica, porém é necessário que este tipo de estratégia seja disseminada em diversos contextos diferentes de uso (DST/Aids, 2003; Almeida, 2009). No Reino Unido, desde 1993 existem programas de RD voltados para os usuários de ecstasy, os quais se caracterizam pela existência de grupos que tem stands em festas para testar a pureza dos comprimidos, e que divulgam informações para que os consumidores evitem a hipertermia e outras complicações derivadas do uso agudo da droga (Holland, 2001).

INTRODUÇÃOINTRODUÇÃO

• O projeto ResPire tem como objetivo estimular a reflexão, o auto cuidado e o conhecimento sobre o uso de drogas em contextos de festas. Visando a promoção de saúde, especialmente a prevenção da transmissão de doenças virais como as Hepatites.

• O público alvo desta intervenção foram participantes do Festival de Arte e Cultura Respect, realizado na cidade de Sarapuí, SP, entre os dias 13 e 14 de agosto de 2011.

• Capacitação de equipe de redutores de danos e multiplicadores• Montagem de espaço em que foram realizadas ações de

acolhimento, informação e redução de danos• Aproximação com o posto médico e acompanhamento terapêutico• Distribuição de materiais informativos (folders) e preventivos (Kit

Sniff; camisinhas) relacionados ao consumo de drogas e o risco de transmissão de doenças

• Disponibilização de água, pirulitos, área para descanso e projeção de vídeos sobre redução de danos

• Divisão da equipe em 3 turnos: período 1 (17:00 - 0:00), período 2 (0:00 – 8:00) e período 3 (8:00 – 17:00).

OBJETIVOS E PÚBLICO ALVOOBJETIVOS E PÚBLICO ALVO

RESULTADOSRESULTADOS

METODOLOGIAMETODOLOGIA

Período 1Período 1 Período 2Período 2 Período 3Período 3 Período TotalPeríodo Total

Almeida, SP; Garcia-Mijares, M; Silva, MTA. Patterns of Ecstasy Use and Associated Harm: Results of a Brazilian Online Survey. Substance Use & Misuse, 2009, 44:2014–2027. DST/Aids. Redução de Danos com Usuários de Crack e Fortalecimento das ações de Redução de Danos. Disponível em http://www.aids.gov.br. Acesso em fevereiro de 2010.Holland, J. Ecstasy: The Complete Guide. Park Street Press, Rochester, VT.ICESB, 2001.Marlatt, GP. Redução de Danos: estratégias práticas para lidar com comportamentos de alto risco. Porto Alegre: Artes Médicas, 1999.Marques, F.; Doneda, A. A Política Brasileira de Redução de Danos à Saúde pelo Uso Indevido de Drogas: Diretrizes e Seus Desdobramentos nos Estados e Municípios. O Mundo da Saúde, 1999; 23(1), 10-19.Ministério, d S. Manual de Redução de Danos – Brasília, 2001.

REFERÊNCIASREFERÊNCIAS CRÉDITOSCRÉDITOSREALIZAÇÃO: APOIO:

Maria Angélica de Castro Comis; Fernanda Soncini; Lucas de Oliveira Maia; Fernando Tavares Araújo da Silva; Marco Sayão Magri; Renato Filev; Ricardo Fontão de Pauli; Thiago Godoi Calil da Costa; Camila Alencar; Bruno Ramos Gomes

O total de pessoas foi cerca 1500 participantes, a equipe atingiu 145 pessoas, sendo 88 homens e 57 mulheres. Verificou-se a importância da relação ética estabelecida com os participantes da festa, pois observou-se que pequenas ações contribuíram para o bem-estar e evitaram maiores transtornos associados ao uso de drogas. Ademais, considerando que houve uma procura significativa por parte dos participantes, concluiu-se que essa intervenção educacional foi bem aceita tendo em vista que o discurso dos redutores se aproximou da realidade dos participantes.