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CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO CEARÁ FACULDADE CEARENSE
CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS
RENATO RÉGIS SILVEIRA SOUZA
E.V.A.® – ECONOMIC VALUE ADDED – COMO AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO ORGANIZACIONAL TENDO COMO ESTUDO DE CASO A
EMPRESA METALÚRGICA GERDAU S/A.
FORTALEZA 2012
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RENATO RÉGIS SILVEIRA SOUZA
E.V.A.® – ECONOMIC VALUE ADDED – COMO AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO ORGANIZACIONAL TENDO COMO ESTUDO DE CASO A
EMPRESA METALÚRGICA GERDAU S/A. Monografia submetida à aprovação Coordenação do Curso de Ciências Contábeis do Centro Superior do Ceará, como requisito parcial para obtenção do grau de Graduação.
FORTALEZA 2012
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RENATO RÉGIS SILVEIRA SOUZA E.V.A.® – ECONOMIC VALUE ADDED – COMO AVALIAÇÃO DE
DESEMPENHO ORGANIZACIONAL TENDO COMO ESTUDO DE CASO A EMPRESA METALÚRGICA GERDAU S/A.
Monografia como pré-requisito para obtenção do título de Bacharelado em Ciências Contábeis, outorgada pela Faculdade Cearense – FAC, tendo sido aprovada pela banca examinadora composta pelos professores. Data de aprovação: _____________
BANCA EXAMINADORA
___________________________________________________ Prof. Elenito Elias da Costa
(Orientador)
___________________________________________________ Prof. Eugênio Ximenes Andrade
(Especialista)
___________________________________________________ Prof. Sávio Giullianno Moraes Ribeiro
(Especialista)
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AGRADECIMENTOS
Agradeço em primeiro lugar ao meu Deus por ter me dado forças para concretizar mais um desafio em minha vida. Aos meus pais Arruda e Rejane por toda a dedicação, incentivo e educação dados a mim. Aos meus irmãos Ricardo, Rachel, Isabel, a minha sobrinha Maria Laís e minha cunhada Fernanda pelo afeto familiar. Aos meus amigos e colegas de sala pela paciência, o apoio e a amizade durante todo o período. A todos os professores que, direta ou indiretamente, contribuíram e fizeram parte da minha vida acadêmica.
5
“Perto está o Senhor de todos os que O invocam, de todos os que O invocam de verdade.” (Salmos 145)
6
RESUMO
O objetivo principal de todas as empresas deve ser a maximização dos lucros,
onde junto com a globalização mundial tem feito às organizações pensarem em
novas técnicas ou métodos estratégicos para o gerenciamento dos negócios.
Com essa visão, alguns pesquisadores e consultores de empresas norte-
americanas reintroduziram no mercado econômico há mais de duas décadas,
um novo método para medir o desempenho e os resultados das empresas,
método esse registrado como EVA® - Economic Value Added. A princípio o
objetivo principal deste trabalho é abordar a visão geral e prática, do que é,
como calcular e quando utilizar o EVA – Valor Econômico Agregado, como
ferramenta para avaliação de desempenho tendo como objeto de estudo de
caso a empresa Metalúrgica Gerdau S/A.
Palavras-chave: Maximização dos Lucros. Gerenciamento dos Negócios.
E.V.A.. Avaliação de Desempenho.
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ABSTRACT
The main objective of every business should be to maximize profits, where
along with the world globalization has made organizations think about new
techniques or methods for strategic business management. With this view,
some researchers and business consultants reintroduced in the U.S. economic
market for more than two decades, a new method for measuring performance
and results of the companies, this method registered as EVA ® - Economic
Value Added. At first the main objective of this work is to address the overview
and practice of what is, and how to calculate when using EVA - Economic Value
Added as a tool for performance evaluation where the object of the case study
Company Gerdau S/A.
Keywords: Maximizing Profits. Management of Business. E.V.A.. Performance
Evaluation.
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LISTRA DE ILUSTRAÇÕES FIGURA1 Metodologia 14 FIGURA 2 Principais Meios Alcançados pelo EVA® 31 FIGURA 3 Fórmula do EVA® 34 QUADRO 1 Características da Informação 18 QUADRO 2 Origem e Evolução da Criação de Valor 21 QUADRO 3 Principais Características entre Lucro Contábil e Lucro
Econômico 29 QUADRO 4 Balanço Patrimonial 35 QUADRO 5 DRE 35 QUADRO 6 Indicadores para obtenção do EVA® I 40 QUADRO 7 Indicadores para obtenção do EVA® ii 40 QUADRO 8 Indicadores para obtenção do EVA® Iii 40 QUADRO 9 Cálculo do EVA® 41
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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO 10
2 CONTABILIDADE 13
2.1 Conceito 13
2.2 Surgimento da Contabilidade 14
2.3 Campo de Atuação da Contabilidade 16
2.4 A importância da Contabilidade no Processo de Tomada de Decisão 17
2.5 Contabilidade Gerencial 19
3 MEDIDAS DE AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO ORGANIZACIONAL 21
3.1 Medidas de Avaliação de Desempenho Organizacional 21
3.2 Medidas Tradicionais de Desempenho 22
3.2.1 ROI – Retorno Sobre o Investimento 23
3.2.2 ROA – Retorno Sobre os Ativos 23
3.2.3 ROE – Retorno Sobre o Patrimônio Líquido 23
3.2.4 RI – Lucro Residual 24
3.2.5 GECON – Gestão Econômica 24
3.2.6 EBITDA 24
3.2.7 Medidas de Valor Adicionado 25
3.2.7.1 MVA® – Valor de Mercado Adicionado 25
3.2.1.2 EVA® - Valor Econômico Adicionado 26
4 MÉTODO EVA® - AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO 27
4.1 Surgimento 27
4.2 Definição 28
4.3 Principais Aplicações do EVA® 30
4.4 Benefícios e Limitações do EVA® 32
4.5 Cálculo do EVA® 33
4.5.1 Exemplo Prático do Cálculo do EVA® 35
4.6 Método EVA® adotado nas empresas Brasileiras 36
5 METALÚRGICA GERDAU S/A 37
5.1 Perfil 37
5.2 Comitê Executivo 37
5.3 Principal Estrutura de Governança Corporativa 38
5.4 Missão, Valores e Visão 38
6 ESTUDO DE CASO 39
7 CONCLUSÃO 43
BIBLIOGRAFIA 45
ANEXOS 46
10
1 INTRODUÇÃO Após a Segunda Guerra Mundial houve um crescimento econômico
onde as empresas tomavam decisões tendo como sua ferramenta principal o
fluxo de caixa, mas ao passar do tempo perceberam a necessidade de uma
maior informação em relação ao patrimônio líquido e o retorno sobre os ativos.
Baseado nessa necessidade Bennet Stewart, engenheiro eletricista
com pós-graduação em administração e um dos proprietários da Stern Stewart
& Company (junto ao sócio Joel M. Stern), criou uma empresa de consultoria
em Nova York. Em meados dos anos 80 reintroduziu uma ferramenta que
mede o desempenho financeiro e os resultados da empresa, método esse já
utilizados no ano de 1920 pela General Motors Corporation, deixando-a no
esquecimento. Stern Stewart & Company patenteou esse método com o nome
de EVA®, tornando-se dono de uma das marcas mais bem sucedidas do
mercado.
Este projeto irá de forma simples e prática demonstrar a importância
da Contabilidade para o gerenciamento das empresas, tendo como foco o
Método E.V.A.®, (Economic Value Added) utilizada para analisar a
rentabilidade do investimento da organização, baseando-se nos dados da
empresa no ramo da metalurgia, Gerdau S/A, situada na cidade de
Maracanaú/CE, nos exercícios de 2009, 2010 e 2011.
Ficando em evidência a necessidade da contabilidade como
instrumento gerencial, auxiliando os administradores nas decisões, no
processo de gestão, planejamento, execução e controle, passa a ser
imprescindível o profissional contábil nas organizações. O contador é o
profissional responsável pela utilização das demonstrações contábeis, filtrando
as informações de acordo com a necessidade dos gestores em cada momento
da gestão empresarial.
Diante de atuais mudanças como inovações nos processos,
aumento da competitividade, o meio social e ambiental, será possível identificar
se o método utilizado pelas empresas na avaliação do desempenho financeiro
está de acordo com a gestão baseada em valor?
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A partir deste questionamento e considerando vários motivos, é
preciso que as empresas realizem a medição de seu desempenho por meios
confiáveis para a obtenção de informações indispensáveis ao seu sucesso.
Com foco nos resultados das medições, será possível identificar as
atividades que agregam valor ao produto e/ou serviço desenvolvido pela
empresa, realizar comparações de desempenho com seus concorrentes, além
de rever estratégias organizacionais na obtenção de resultados.
Para Osni e Marion, é importante salientar que um bom sistema de
informação e avaliação não pode repousar apenas em valores monetários, mas
deverá incluir, na medida do possível, mensurações de natureza física e de
produtividade.
A Contabilidade Gerencial é a responsável por fornecer tais
informações sobre a situação econômica e financeira das entidades, tendo em
foco o planejamento, controle e tomada de decisão.
A contabilidade Gerencial pode ser caracterizada,
superficialmente, como um enfoque especial conferido a
várias técnicas e procedimentos contábeis já
conhecidos, [...] colocados numa perspectiva diferente,
num grau de detalhe mais analítico ou numa forma de
apresentação e classificação diferenciada, de maneira a
auxiliar os gerentes das entidades em seu processo
decisório. (INDÍCIBUS)
O objetivo específico deste trabalho é difundir a importância da
contabilidade para uma tomada de decisão através do gerenciamento de
informações específicas e se a mesma está tendo um retorno econômico
eficiente capaz de remunerar seus acionistas.
A justificativa deste trabalho está ligada ao instrumento utilizado pela
empresa como medida de desempenho financeiro à criação de riqueza para o
dono do capital.
A metodologia utilizada nesse trabalho será a pesquisa bibliográfica
onde tentarei extrair o máximo de informações sobre o tema que enfatiza o
método do Valor Econômico Adicionado como avaliação de desempenho,
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baseado em livros especializados na área, artigos, revistas, bem como buscas
de conhecimento pela internet.
Apesar de existirem diversas formas de mensuração do EVA que
contemplam inúmeros ajustes para situações específicas, elaborei de forma
simples um critério de fácil entendimento, já que normalmente o acesso é
restrito ou à limitações de recursos para a realização na busca de dados da
empresa a ser analisada.
As informações financeiras foram coletadas pelo sitio:
http://www.gerdau.com.br da própria empresa, Gerdau S/A, no qual será o
objeto de estudo.
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2. CONTABILIDADE
2.1 Conceito
É abordado inicialmente alguns conceitos e definições dadas por alguns
autores e estudiosos da área:
Contabilidade é a ciência que possibilita por meio de
suas técnicas, manter um controle permanente do
patrimônio da empresa. (OSNI MOURA)
É a ciência que estuda, controla e interpreta os fatos
ocorridos no patrimônio das entidades, mediante o
registro, a demonstração expositiva e a revelação
desses fatos, com o fim de oferecer informações sobre a
composição do patrimônio, suas variações e o resultado
econômico decorrente da gestão da riqueza patrimonial.
(HILÁRIO FRANCO)
Contabilidade é, objetivamente, um sistema de
informação e avaliação destinado a prover seus usuários
com demonstrações e análises de natureza econômica,
financeira, física e de produtividade, com relação à
entidade objeto de contabilização. (CVM – Comissão
de Valores Imobiliários)
A Contabilidade é a ciência que estuda e controla o
patrimônio, objetivando representá-lo graficamente,
evidenciar suas variações, estabelecer normas para sua
interpretação, análise e auditagem e servir como
instrumento básico para a tomada de decisões de todos
os setores direta ou indiretamente envolvidos com a
empresa.
(http://www.contabilidade.inf.br/o_que_e_a_con
tabilidade.asp)
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Figura 1 – Metodologia
Fonte: Adaptado de Silvério das Neves
Pode-se concluir que contabilidade é uma ciência que estuda o
patrimônio (bens, direitos e obrigações) de uma entidade, onde mediante
registros e demonstrações tende a fornecer o máximo de informações úteis
para a tomada de decisões dentro e fora da empresa.
2.2 Surgimento da Contabilidade
Segundo Iudícibus (2000, p29) a Contabilidade é tão antiga quanto à
origem do homem pensante. De acordo com o autor pode-se dizer que desde a
antiguidade o homem tem a preocupação com o seu patrimônio. A origem da
contabilidade está ligada a necessidade de registros do comércio, foi com esse
pensamento que o registro contábil surgiu há mais de dez mil anos a fim de
que o homem pudesse conhecer as suas reais possibilidades de uso, de
consumo, de produção etc.
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Como era uso e costume as expedições marítimas possuírem um
profissional da escrita, o primeiro contador que chegou ao Brasil foi Pero Vaz
de Caminha vindo através das expedições marítimas de Cabral.
A evolução contábil da época já tinha sido grande com o impacto do
aperfeiçoamento do processo das partidas dobradas de Frei Luca Pacioli onde
enfatiza que a teoria contábil do débito e do crédito corresponde à teoria dos
números positivos e negativos. Primeiro livro impresso que difundiu as que se
chamariam na época “Partidas Italianas” ou “Partidas de Veneza”.
A contabilidade no Brasil de início foi influenciada pela Escola
Italiana passando por importantes fases de amadurecimento entre os séculos
XIII ao século XV, porém foi na Escola Americana que o Brasil se baseou para
a formação da Lei das Sociedades Anônimas, através da Resolução nº 220 e
da Circular nº 179 do BC para a implementação do ensino acadêmico.
O surgimento das gigantescas corpotations, aliado ao
formidável desenvolvimento do mercado de capitais,
constitui em um campo fértil para o avanço da teoria e
praticas contábeis norte-americanas. (IUDÍCIBUS)
A partir de 1770, surge a primeira regulamentação da profissão
contábil no país, expedida por Dom José, rei de Portugal, no qual ficava
estabelecida a necessidade do registro da matrícula de todos os guarda-livros
na Junta Comercial. Porém em 1870 por meio do Decreto Imperial nº 4475
acontece à primeira regulamentação brasileira, sendo reconhecida oficialmente
como Associação dos Guarda-Livros da Corte.
Com o aperfeiçoamento do conhecimento e com o caráter
multidisciplinar exigido pelo profissional da contabilidade, foi criada em 1902 a
primeira escola contábil no Brasil conhecida como, Escola de Comércio Álvares
Penteado, que tinha por objetivo estudar e controlar a contabilidade das
empresas comerciais.
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2.3 Campos de Atuação da Contabilidade
De acordo com a Equipe de Professores da FEA/USP, a
contabilidade, na qualidade de ciência aplicada, concebida para captar,
registrar, acumular, resumir e interpretar os fenômenos que afetam as
situações patrimoniais, financeiras e econômicas de qualquer ente, com fins
lucrativos ou não, tem um campo de atuação o que equivale a dizer muito
amplo.
Hoje, a contabilidade é necessária a qualquer pessoa independente
do seu porte, seguimento e da sua forma de tributação que tenha a
necessidade de prover atividades econômicas para alcançar suas finalidades,
mesmo que essas atividades não sejam atividades-fim.
Pode-se ressaltar que a contabilidade não deve ser aplicada visando
basicamente atender às exigências do governo, mas também como ferramenta
no auxílio para a tomada de decisões.
Abaixo segue alguns tipos de grupos de pessoas e de interesses
que necessitam da informação contábil:
Sócios, acionistas e proprietários de quotas societárias de
maneira geral;
Administradores, diretores e executivos dos mais variados
escalões;
Bancos, capitalistas, emprestadores de dinheiro;
Governo e economistas governamentais;
Pessoas físicas.
De acordo com Iudícibus, o interesse nos dados contábeis dessas
pessoas atinge um grau de profundidade e análise muito maior, principalmente
aqueles que são agentes responsáveis pelas tomadas de decisões de suas
entidades no qual visam principalmente o futuro.
Para se ter essa visão de futuro é necessário se preparar não
apenas para conhecer os detalhes ocorrido no passado, como também o que
está acontecendo no momento.
Deve-se evidenciar que as informações fornecidas pela
contabilidade não se limitam a Balanços Patrimoniais e Demonstrações de
17
Resultados, cujo são demonstrações básicas ao final de cada período.
Fornece, contudo um fluxo contínuo de informações sobre os mais variados
aspectos permitindo ter uma visão poderosa no seu papel informativo.
2.4 A importância da Contabilidade no Processo de tomada de Decisão
A ausência de informações tende a ser um dos grandes problemas
que ameaçam a continuidade dos negócios de muitas empresas, pois as
mesmas influenciam diretamente no processo de gestão, impedindo-as que
alcancem seu objetivo.
A contabilidade atua em total globalização no cenário econômico, a
pressão competitiva tem forçado inovações dentro das organizações à medida
que a tecnologia da informação tem avançado buscando constantemente por
profissional capacitado e qualificado, o que exige uma maior familiarização com
os novos métodos em função das mudanças tecnológicas.
Para atender a carência de informações precisas, os gestores
necessitam de sistemas de informações eficientes e eficazes que processem
grande volume de dados coletados, transformando-os em informações válidas
e relevantes para o processo decisório.
De acordo com Schmidt (2002, p. 81) sistema de informação tem o
seguinte conceito:
Um sistema de informação define-se como um conjunto
de procedimentos estruturados, planejados e
organizados que, uma vez executados, produzem
informações para suporte ao processo de tomada de
decisão.
Além de atender as necessidades de informações dos usuários, é de
grande relevância averiguar a qualidade da informação e considerar algumas
características que a qualificam.
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Quadro 1: Características da Informação
Relevância Quando reduz a incerteza, melhora a
habilidade dos administradores em
fazer previsões e permite corrigir ou
confirmar suas expectativas.
Confiabilidade Quando a informação disponibilizada
é atual, correspondendo à realidade
que representa, sem erros.
Completude Quando inclui tudo o que o usuário
precisa saber, sem omissão de
aspectos importantes ou prolixa sobre
a situação em questão.
Conveniência Quando é útil e oportuna.
Apropriada Quando possui um nível de
detalhamento e formato adequado.
Verificável Quando permite que dois ou mais
usuários tenham a mesma
interpretação sobre o mesmo fato.
Fonte:Souza, Et AL (2008). Análise da Satisfação de Usuários de Informações Contábeis. – VI
Simpósio de Gestão de Negócios.
É importante a apresentação destas características nas informações,
para que sejam adequadas e confiáveis frente às necessidades de seus
usuários de modo a aumentar a competitividade de suas atividades.
A consolidação dessas informações representa o resultado da
análise dos dados, devidamente registrados, classificados, organizados,
relacionados e interpretados dentro de um contexto para transmitir
conhecimento e permitir a tomada de decisão de forma otimizada.
Dentre os ramos da ciência contábil, existe a contabilidade gerencial,
onde se configura uma das principais fornecedoras de informações para a
gestão econômica das empresas.
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2.5 Contabilidade Gerencial
Com o acúmulo de informações e com grande número de relatórios,
as empresas investem em gestores diferenciados que além de prover e
interpretar dados contábeis, são capazes de planejá-los, controlá-los e avaliá-
los junto aos administradores, a fim de diagnosticar e corrigir as falhas na
entidade, proporcionando um melhor gerenciamento.
Para Osni e Marion,
O contador gerencial é definido [...] como, profissional
que identifica, mede, acumula, analisa, prepara,
interpreta e relata informações (tanto financeiras quanto
operacionais) para uso da administração de uma
empresa, nas funções de planejamento, avaliação e
controle de suas atividades e para assegurar o uso
apropriado e a responsabilidade abrangente de seus
recursos.
Em base na citação acima, posso afirmar que o contador gerencial
além de desempenhar suas funções características, necessitará de formação
mais detalhada como, Administração, Matemática Financeira, Estatística e
Economia, além daquela exigida para o profissional que atua na contabilidade
formal.
No entanto, muitas empresas, ainda não se utilizam desses
profissionais, deixando assim de tomar a melhor decisão a respeito de controle,
investimento e planejamento de seu negócio.
Não somente as grandes instituições devem se preocupar com o
planejamento e a utilização de ferramentas gerenciais oferecidas pelo
profissional contábil, mas também as pequenas empresas devem se atentar
em utilizar esses recursos, pois é de grande importância para a sobrevivência
da empresa que seus gestores estejam sendo assessorados por informações
precisas e necessárias para se manter no ambiente competitivo.
A contabilidade Gerencial tem o cuidado de coletar esses dados,
traduzi-los e transformá-los em informações úteis para o bom andamento das
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empresas, ou melhor, tem por objetivo assegurar aos seus usuários base
seguras a suas decisões.
Contabilidade Gerencial é o ramo da Contabilidade que
tem por objetivo fornecer instrumentos aos
administradores de empresas que os auxiliem em suas
funções gerenciais. (CREPALDI)
O contador gerencial, também conhecido como Controller, tem como
principal função assessorar os administradores e a presidência da empresa.
Dentre algumas funções da Controladoria posso citar:
Garantia de informação para as pessoas no tempo certo;
Compilar, sintetizar e analisar as informações;
Planejar com perfeição com o objetivo de se chegar a um
controle eficaz das atividades da empresa;
Comparar o desempenho esperado com o real;
Pensar e planejar a administração tributária;
Fazer avaliação econômica para a tomada de decisão;
Propor medidas corretivas com a finalidade de melhorar a
eficiência da empresa.
Com toda essa precisão, controle e planejamento a contabilidade
gerencial tende a criação de valor adicionado. É o que diz Padoveze quando
afirma que, sistemas contábeis gerenciais efetivos podem criar valor
considerável, pelo fornecimento de informações acuradas e oportunas sobre as
atividades necessárias para o sucesso das organizações.
21
3. MEDIDAS DE AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO ORGANIZACIONAL
3.1 Medidas de Avaliação de Desempenho Organizacional
O cumprimento das missões das entidades empresariais
está fundamentado no conceito de criação de valor.
(PADOVEZE)
O dia-a-dia organizacional está voltado a ambientes altamente
dinâmicos e competitivos, devido a um processo acelerado de transformações
tecnológicas, culturais, organizacionais, sociais e econômicas levando as
empresas a buscarem melhores formas de avaliação. A qualidade de um
método atual aplicado pela empresa deve ser estudado e analisado, pois irá
exercer grande influência sobre o desempenho da organização.
Com todo esse avanço, o profissional à frente da empresa necessita
adotar uma postura estratégica e compreender o que se passa na empresa.
Todo esse movimento intensifica a pressão dos acionistas por retornos
maiores. Esses retornos aos donos do capital implicam em decisões que
aumentam o desempenho econômico de uma empresa, ou seja, a criação de
valor.
Quadro 2: Origem e Evolução da Criação de Valor
Estágio 1 – Antes de 1950 Foco na determinação do custo e do
controle financeiro, através do uso
das tecnologias de orçamento e
contabilidade de custos.
Estágio 2 – Por volta de 1965 O foco foi mudado para o
fornecimento de informação para o
controle e planejamento gerencial,
através do uso de tecnologias tais
como análise de decisão e
contabilidade por responsabilidade.
Estágio 3 – Por volta de 1985 A atenção foi focada na redução do
desperdício de recursos usados nos
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processos de negócios, através do
uso das tecnologias de análise do
processo e administração estratégica
de custos.
Estágio 4 – Por volta de 1995 Foco na geração ou criação de valor
através do uso efetivo dos recursos,
através do uso de tecnologias tais
como exame dos direcionadores de
valor ao cliente, valor para o acionista
e inovação organizacional.
Fonte: Adaptado Clóvis Luis Padoveze
A criação de valor para o acionista é gerado quando os retornos de
investimentos existentes e novos ultrapassam o custo de capital da empresa,ou
seja, para Padoveze o conceito de criação ou adição de valor, está ligado ao
processo de geração de lucro para os acionistas. No entanto, nem sempre os
gestores utilizam o método mais adequado para detectar se a empresa está
criando ou destruindo valor para seus executivos.
3.2 Medidas Tradicionais de Desempenho
É por meio do acompanhamento do desempenho que os
gestores saberão se a organização está ou não atingindo
as metas fixadas; isto é, se sua missão está sendo
cumprida adequadamente. (MARION e OSNI)
Para identificar os métodos utilizados pelas empresas na avaliação
de desempenho financeiro, apresento uma listagem com 6 medidas:
ROI – Retorno sobre o Investimento
ROA – Retorno sobre os Ativos
ROE – Retorno sobre o Patrimônio Líquido
RI – Lucro Residual
GECON – Gestão Econômica
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EBITDA - Earning Before Interests, Taxes, Depreciation and
Amortization ou LAJIRDA – Lucro Antes dos Juros, IR +
Depreciação e Amortização
MVA – Valor de Mercado Adicionado
EVA – Valor Econômico Adicionado
3.2.1 ROI – Retorno Sobre o Investimento (Return on Investment)
Relaciona o lucro operacional com o investimento da empresa
evidenciando a taxa de retorno obtida pela empresa para seus financiadores,
seja capital próprio ou capital de terceiros.
ROI = ( Lucro Operacional ) x 100
Investimentos
Quanto maior o ROI maior o retorno obtido.
3.2.2 ROA – Retorno Sobre os Ativos (Returno n Assets)
Mede a porcentagem do lucro líquido gerado em relação ao
investimento total, mostrando como os administradores estão utilizando os
ativos.
ROA = Lucro Líquido
Total do Ativo
3.2.3 ROE – Retorno Sobre o Patrimônio Líquido (Return on Equity)
Tem como função medir o retorno contábil obtido do capital próprio,
ou seja, é o quociente entre o lucro líquido e o patrimônio líquido. Mostra a
rentabilidade sobre os recursos investidos pelos proprietários.
ROE = Lucro Líquido
Patrimônio Líquido
24
3.2.4 RI – Lucro Residual (Residual Income)
Pode ser entendido como os recursos gerados pela entidade que
sobram após a dedução dos juros reais aplicados sobre o capital investidos
pelos sócios.
RI = Lucro Líquido – Juros do Investimento
3.2.5 GECON – Gestão Econômica (Método de Avaliação)
Modelo de mensuração de custos baseado em gestão por resultados
econômicos, identificando, mensurando e reportando os resultados das
atividades nas respectivas áreas de responsabilidade.
Atualmente aplicado em muitas empresas privadas e públicas, para
a obtenção da solução da solução de vários tipos de problemas, tais como a
inclusão de sistemas de informações gerenciais, Controladoria, adequação de
modelos de gestão para a gestão por resultados, avaliações de desempenho,
entre outros.
3.2.6 EBITDA
Indicador financeiro bastante utilizado pelas empresas de capital
aberto e pelos analistas de mercado. A sigla coresponde ao lucro antes dos
juros, impostos, depreciação e amortização.
Corresponde a uma forma de calcular um lucro obtido a partir da
demonstração do resultado, sem levar em consideração os itens acima.
Ebitda = Lucro Operacional Antes do IR e Despesas
Financeiras + Depreciação + Amortização
EXEMPLO: Demonstração do Resultado do Exercício findo em 31/12/200X ($000)
Receita Líquida de Vendas 10.000 (-) Custo dos Produtos Vendidos 4.800
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(=) Lucro Bruto 5.200 (-) Despesas Operacionais
Vendas 1.500 Administrativas e Gerais 550 Financeiras (Juros). 250 2.300
Lucro Operacional 2.900
CÁLCULO DO EBITDA: Lucro Operacional 2.900 (+) Depreciação / Amortização inclusa no CPV e Despesas Operacionais. 180 (+) Juros 250 EBITDA. 3.330
Fonte: sitio http://www.calcgraf.com.br/article.php?recid=81
3.2.7 Medidas de Valor Adicionado
3.2.7.1 MVA® – Valor de Mercado Adicionado (Market Value Added)
Representa a diferença entre o preço atual das ações no
mercado acionário e o valor investido pelos acionistas no
negócio. Apura a diferença entre o valor total de
mercado da empresa e o capital nela investido.
(CREPALDI)
É considerado como um fator de importância para a avaliação da
organização, pois é calculado por resultados esperados no futuro, ou melhor,
reflete o valor presente dos EVAs futuros descontados ao custo de capital.
MVA = V – K
Onde:
V - Valor de Mercado da empresa.
K - Capital investido na empresa.
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Uma das características mais importante do MVA é evidenciar como
os administradores, ao implementar novas estratégias, pode criar ou destruir
valor para a empresa.
3.2.7.2 EVA® – Valor Econômico Adicionado (Economic Value Added)
De uma forma geral posso dizer que EVA, objeto principal deste
estudo, é o lucro operacional menos o custo de todo o capital utilizado para que
esses lucros fossem produzidos.
EVA = Nopat – (C% x TC)
Onde:
Nopat – Resultado operacional líquido depois dos impostos
C% - Custo percentual do capital total
TC – Capital total investido
Crepaldi completa,
O EVA é a medida do lucro econômico de uma empresa
depois de descontado o custo de todo o capital
empregado. Primeiro, toma-se a diferença entre a taxa
de retorno sobre o capital investido e o custo desse
capital.
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4 MÉTODO EVA® – AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO
4.1 Surgimento
Introduzido no cenário executivo em 1920, pela General Motors
Corporation, no qual foi esquecido na época, o EVA® - Economic Valeu Added
ou Valor Econômico Adicionado foi inserido novamente no meio empresarial
pela necessidade de uma maior informação em relação ao patrimônio líquido e
o retorno sobre os ativos, uma vez que as decisões baseadas no relatório de
fluxo de caixa, utilizado na época, não estavam mais adequadas para medir o
desempenho total da empresa.
Baseado nesta necessidade G. Bennett Stewart e Joel M. Stern,
proprietários da empresa Stern Stewart & Company, reintroduziu e patenteou
uma ferramenta de fácil compreensão que mede o desempenho financeiro e os
resultados da empresa captando seu verdadeiro lucro econômico, o valor
econômico adicionado (EVA®), tornando-se dono de uma das marcas mais
bem sucedidas do mercado.
Os princípios estão associados aos conceitos de Valor Presente
Líquido (VPL) e Gestão Baseado no Valor (VBM) onde exige uma mudança de
comportamento, uma nova postura organizacional, no qual cada funcionário
recebe de acordo com o quanto que foi criado de valor, ou seja, todos devem
estar atentos a escolha de alternativas que agreguem valor. Essa mensuração
do valor adicionado é feita com base no indicador EVA.
Crepaldi diz que,
os criadores do EVA procuraram traduzir aqueles
aspectos conceituais teóricos em um sistema de fácil
compreensão e aplicação prática, visando otimizar o
direcionamento dos recursos de qualquer empresa,
auxiliando no processo de tomada de decisões.
O EVA surgiu como resposta à necessidade das organizações de
possuírem indicadores de desempenho que expressem a real criação de
riqueza das empresas, se constituindo numa ferramenta que permite mensurar
a criação do valor da empresa.
28
O método ganhou destaque e aceitação depois de adotado e
utilizado por grandes empresas, passando a avaliar a real necessidade de
investimentos a serem realizados, evitando gastos desnecessários,
proporcionando um aumento do retorno sobre o capital investido.
No Brasil, a chegada de empresas multinacionais fez com que
executivos nacionais adotassem um sistema de premiação aos gestores uma
vez que as grandes organizações estrangeiras estavam reconhecendo o
talento do profissional brasileiro. Devido a isto, muitas empresas estão
utilizando a metodologia do valor econômico agregado tanto como uma
ferramenta de medir a criação ou a destruição de riquezas para os acionistas
como uma forma de premiar seus gerentes.
4.2 Definição
O EVA faz com que os administradores atuem como
acionistas. (William Smithburg, Presidente da
Quaker)
É a medida do lucro econômico de uma empresa depois
de descontado o custo de todo o capital empregado.
Primeiro, toma-se a diferença entre a taxa de retorno
sobre o capital investido e o custo desse capital. Essa
diferença indica a qualidade ou eficiência com que o
capital é utilizado. A seguir. Multiplica-se esse valor pela
quantidade de capital econômico utilizada no negócio.
(CREPALDI)
Para continuar na definição, seria interessante destacar a diferença
entre lucro contábil e lucro econômico. Duas características são importantes
para o processo de avaliação do conceito de lucro, a relevância e a
objetividade. O lucro contábil ressalta a objetividade, ou seja, é o confronto
entre a receita realizada e o custo consumido.
Por outro lado o lucro econômico é o incremento do valor presente
do patrimônio líquido envolvendo aspectos subjetivos, constituindo informações
29
que supre adequadamente os modelos de decisão, e pelo menos dois usuários
da informação contábil, o proprietário e o administrador do capital.
Quadro 3: Principais características entre L.Contábil e L. Econômico
LUCRO CONTÁBIL LUCRO ECONÔMICO
Maior Objetividade Maior Subjetividade
Apurado pelo confronto de receita de
vendas e custos consumidos
Apuração pelo incremento do
Patrimônio Líquido
Os ativos são avaliados na base dos
custos originais
Os ativos são avaliados a valor
presente do Fluxo de Caixa
O Patrimônio Líquido aumenta pelo
lucro
O lucro deriva do aumento do
Patrimônio Liquido
Ênfase em Custos Ênfase em Valor
Não reconhece ganhos não
realizados
Reconhece ganhos realizados ou não
Não efetuam ajustes em função de
mudanças nos níveis de preços dos
bens
São efetuados ajustes em função de
mudanças nos níveis de preços dos
bens
Amarração do lucro à condição de
distribuição de dividendos
Amarração do lucro à condição de
aumento da riqueza, independente da
condição da distribuição de
dividendos
Critérios Dogmáticos Critérios Econômicos
Fonte: Adaptado Catelli
O método EVA é uma forma simples, onde o custo do capital
empregado pela entidade tem um papel fundamental e segundo alguns autores
a empresa só gera valor para os acionistas se seus lucros forem superiores ao
custo de todo capital utilizado em suas operações.
De acordo com Ehrbar, o EVA é muito mais do que uma simples
medida de desempenho, é uma estrutura para um sistema completo de
gerência financeira e remuneração variável que pode orientar cada decisão
tomada por uma empresa.
30
Ou seja, o EVA consiste num amplo sistema de gestão visando
mensurar o desempenho financeiro da empresa, considerando seu custo de
capital.
4.3 Principais Aplicações do EVA
A medida de desempenho EVA® é um instrumento utilizado na
medição de valor, onde os profissionais contábeis com posse dos resultados
obtidos por esta ferramenta farão análises relatando ao conhecimento e
apreciação dos empresários para a tomada de decisões.
Com base nas análises é possível identificar importantes situações
no meio corporativo nas quais a metodologia do EVA pode ser utilizada, entre
elas:
Estudo de novos negócios e análise de viabilidade de novos
produtos;
Diminuição de resultados;
Utilização de estimativas de EVA projetadas e trazidas a valor
presente para planejamento de capital e orçamento de
projetos;
Aumento dos Custos;
Necessidade de adotar métodos de trabalhos que modifiquem
rapidamente a configuração do negócio;
Perda de mercado e crescimento da concorrência;
Remuneração variável.
Figura 2 – Principais Meios Alcançados pelo EVA
31
Fonte: Elaborado pelo Autor
Após algumas leituras via internet é possível encontrar 04 tipos de
EVA, onde cada um é aplicado de acordo com as necessidades
organizacionais.
1. EVA Básico – obtido através da melhoria da utilização de
lucros operacionais e balanço não ajustado;
2. EVA Divulgado – através de ajustes padrão contábeis
publicados;
3. EVA Verdadeiro – calculado com todos os ajustes relevantes
contábeis, utilizando o custo exato para cada negócio. É a
medida tradicional mais correta e precisa do lucro econômico;
4. EVA Sob Medida – Ajustado de acordo com a estrutura
organizacional, negócios, planejamentos e políticas contábeis,
tendo como características a facilidade de compreensão e a
precisão do verdadeiro lucro econômico.
Martinez ressalta a possibilidade de se utilizar o EVA como indicador
de desempenho onde pode ser afetado positivamente pelo aumento no lucro
operacional sem a necessidade de aumento no capital empregado, e pela
utilização de novo capital em projetos que rendam taxas superiores ao custo
total do capital, ou pode ser afetado negativamente se os administradores
32
aceitarem projetos que rendam menos do que o custo total do capital, e se os
administradores deixarem de aceitar projetos que rendam mais do que o custo
do capital. Também indica como incentivo para a gerência e referencial
estratégico.
4.4 Benefícios e Limitações do EVA
Dentre muitos benefícios proporcionados pela implantação do EVA,
destaca-se:
Capacidade de conscientizar rapidamente o setor sobre as
expectativas do investidor em relação a sua atuação,
Auxilia na reformulação de planos, projetos e orçamentos de
longo prazo;
Define melhor os objetivos da empresa, permitindo que os
administradores trabalhem focados na mesma meta;
Simplicidade de compreensão, estabelecendo um critério
justo de remuneração variável dos administradores, criando
uma teia de interesses dos agentes com os dos diretores.
Algumas limitações:
A base de resultados globais da organização impede a
identificação da contribuição gerada por área;
Entende-se que o custo a valor presente é a melhor base
para avaliação, mas o modelo EVA recomenda o uso do custo
histórico como base para avaliação do capital investido;
Os ajustes contábeis não eliminam os efeitos decorrentes da
inflação;
Apesar de reconhecer a inadequação dos resultados
contábeis tradicionais para a mensuração do valor do
empreendimento, o modelo limita-se a ajustá-los globalmente,
em vez de tratar as informações à medida que ocorrem os
eventos.
33
4.5 Cálculo do EVA®
De início preciso reforçar alguns cuidados para se proceder ao
calcular o EVA como, verificar o ramo de atividade da empresa, analisar as
demonstrações financeiras contábeis, distinguir o que é operacional e não
operacional, verificar a composição do capital de terceiros e suas respectivas
taxas e sua perspectivas de retorno pelos acionistas.
Uma das maneiras de se calcular o EVA contabilmente é a partir do
Demonstrativo de Resultados padrão.
Receita Operacional
(-) Custos e Despesas Operacionais
= Lucro Operacional
(-) Imposto de Renda
= Lucro Operacional após IR (NOPAT)
(-) Custo de Capital de Terceiros
= Lucro Líquido do Exercício
(-) Custo do Capital Próprio
= EVA
O cálculo do EVA® se baseia em demonstrações contábeis para
retratar, de maneira fiel, a realidade econômica da empresa. Só que em alguns
casos esses relatórios em alguns aspectos não seja tão reais se afastando da
realidade. Em decorrência desse fator, é realizado ajustes nas demonstrações
contábeis tradicionais para melhor refletir o desempenho da organização.
Faz-se necessário definir alguns conceitos para a aplicação do EVA.
O Custo do Capital Próprio (CCP) é a taxa do retorno do investimento desejado
pelo acionista, o Custo de Capital de Terceiros (CCT) é a taxa de capitação de
recursos financeiros provenientes de terceiros, o Custo Médio Ponderado de
Capital (CMPC) é a média ponderada das taxas, Retorno sobre o Ativo
Operacional Líquido (RAOL) é o lucro operacional dividido pelo ativo
operacional líquido expresso em percentual, Capital Próprio (CP) entende-se
como o capital empregado no negócio pelos acionistas e o Capital de Terceiros
34
(CT) são recursos financeiros provenientes de terceiros vindo na maioria das
vezes, de instituições financeiras.
O cálculo do EVA utiliza o lucro operacional líquido após a tributação
menos o custo de todo o capital empregado pela empresa na operação.
EVA = NOPAT – (C% x TC)
Onde:
Nopat – Resultado Operacional Líquido depois dos
Impostos (Net Operating Profit Taxes)
C% - Custo Percentual do Capital Total (Próprio e de
Terceiros)
TC – Capital Total Investido
Figura 3 – Fórmula do EVA
Fonte: Stern Stewart & Co.
Essa fórmula é utilizada para a obtenção do EVA nos padrões das
demonstrações financeiras americanas.
Sendo assim foi traduzida uma fórmula aplicável às demonstrações
financeiras realizadas no Brasil, conforme a seguinte:
EVA = LOLAI – (CCP% x PL)
Onde:
Lolai – Lucro Operacional Líquido após Impostos
CCP% - Custo de Capital (em percentagem)
PL – Patrimônio Líquido
NOPAT Encargo
de
Capital
EVA®
35
4.5.1 Exemplo Prático do Cálculo do EVA®
Quadro 4 – Balanço Patrimonial
Circulante 3.000 Circulante 2.000
Não Circulante 17.000 Exegível a Longo Prazo 4.000
Patrimônio Líqudo 14.000
Total do Ativo 20.000 Total do Passivo 20.000
Ativo Passivo
Balanço Patrimonial
Fonte: Elaborado pelo Autor Quadro 5 - DRE
Receitas 90.000
(-)Custos 40.000
=Lucro Bruto 50.000
(-)Despesas 8.000
=Lucro Operacional 42.000
(-)Despesas Financeira 20% 8.400
=Lucro antes do IR (25%) 33.600
(-)Imposto de Renda 8.400
=Lucro Líquido 25.200
Demonstração de Resultado
Fonte: Elaborado pelo Autor
É determinado o retorno esperado pelos acionistas, ou custo do Capital Próprio
de 18% ao ano.
Aplicando na fórmula:
EVA = LOLAI – (CCP% x PL)
EVA = 25.200 – (18% x 14.000)
EVA = 25.200 – 2.520
EVA = 22.680
Resultou um Valor Econômico Agregado à empresa de 22.680
36
4.6 Método EVA® adotado nas Empresas Brasileiras
Para a implementação de um novo sistema de gestão é preciso de
início, mudar a mentalidade de todos os colaboradores da empresa, saindo de
uma acomodação tradicional para uma nova metodologia de avaliação de
resultados. As organizações tendem a apostar na criação de incentivos para
uma maior participação e motivação dos funcionários na medida em que os
resultados são alcançados.
No Brasil, o EVA tem alcançado grandes seguidores como Gerdau,
Abril, Souza Cruz, Lojas Americanas, Oi, Perdigão, Bom Preço, Imbev, além de
empresas multinacionais como Coca-Cola, Siemens entre outras.
37
5 METALÚRGICA GERDAU S/A*
5.1 Perfil
A Gerdau é líder no segmento de aços longos nas Américas e uma
das principais fornecedoras de aços longos especiais do mundo. Com mais de
45 mil colaboradores, possui operações industriais em 14 países – nas
Américas, na Europa e na Ásia –, as quais somam uma capacidade instalada
superior a 25 milhões de toneladas por ano. É a maior recicladora da América
1Latina e, no mundo, transforma, anualmente, milhões de toneladas de sucata
em aço, reforçando seu compromisso com o desenvolvimento sustentável das
regiões onde atua. Com mais de 140 mil acionistas, a Gerdau está listada nas
bolsas de valores de São Paulo, Nova Iorque e Madri.
Com uma ampla linha de produtos, comercializados para os cinco
continentes, a Gerdau atende os setores da construção civil, indústria, e
agropecuário. Além disso, é líder mundial no fornecimento de aços longos
especiais para a indústria automotiva. O aço está presente no cotidiano das
pessoas. No Brasil, por exemplo, o aço Gerdau faz parte da construção e
modernização de oito estádios de futebol para Copa do Mundo de 2014 e de
importantes obras de infraestrutura para o País, como ferrovias, usinas eólicas,
portos e estradas.
5.2 Comitê Executivo
André B. Gerdau Johannpeter – Diretor Presidente
Claudio Gerdau Johannpeter – Diretor Geral de Operações
Expedito Luz – Vice-Presidente Executivo Jurídico
Manoel Vitor de Mendonça -VP da Operação de Negócio Br.
Ricardo Giuzappe Mascheroni – VP da Op. Neg. das Américas
Osvaldo Burgos Schirmer – Vice-Presidente Exec. de Finanças
Francisco Deppermann Fortes – VP Exec. de Recursos Humanos
*Todas as informações contidas neste tópico 5 foram coletadas do sitio da própria empresa http://www.gerdau.com.br
38
5.3 Principal estrutura de Governança Corporativa
Quadro 6 – Estrutura Corporativa
5.4 Missão, Valores e Visão
Missão - Gerar valor para nossos clientes, acionistas, equipes e a
sociedade, atuando na indústria do aço de forma sustentável.
Valores – Ter a preferência do Cliente
Seguranças das pessoas acima de tudo
Pessoas respeitadas, comprometidas e realizadas
Excelência com simplicidade
Foco em resultados
Integridade com todos os públicos
Sustentabilidade econômica, social e ambiental
Visão – Ser global e referência nos negócios em que atua.
39
6 ESTUDO DE CASO
Para determinar o EVA® da empresa em estudo foram adotados os
seguintes procedimentos:
Levantamento do Balanço Patrimonial (com valores atualizados ou a
preços de mercado) e da Demonstração do Resultado das Empresas
Controladas;
Determinação das taxas de juros do Capital de Terceiros e da
Remuneração do Capital Próprio desejada pelos acionistas;
Cálculo do EVA® do período e análise dos resultados.
Tais etapas do estudo são detalhadas a seguir através de dados
fornecidos pelo sitio da empresa. Após a escolha da empresa, para o objetivo
da análise, fez-se uma simulação considerando-se as seguintes premissas:
a) A taxa de retorno do investimento desejada pelos acionistas é
de 25% a.a.;
b) A taxa média de recursos captados oriundos de terceiros é de
15% a.a. ( 15% x (1 – 0,30) = 10,5% líquido );
c) A alíquota estimada para cálculo do IR (Imposto de Renda) e
da CSSL (Contribuição Social sobre o Lucro) é de 30%.
*Valores expresso em milhares de Reais
Diante das informações acima, irei agora desenvolver os cálculos
preliminares que irá auxiliar na obtenção do EVA®. Primeiro passo será a
obtenção do ativo operacional líquido (AOL) e dos Capitais de Terceiros (CT) e
Próprio (CP):
AOL = Ativo Operacional – Passivo Operacional
CT = Capitais de instituições financeiras
CP = Capital dos sócios e/ou acionistas
CTotal = Capital total (terceiros e próprio)
RAOL = Retorno sobre o Ativo Operacional Líquido
40
AOL = Ativo Total – Passivo Circulante
Quadro 6 – Indicadores para obtenção do EVA® I.
Indicadores 2011 2010 2009
AOL 43.398.283 38.105.067 40.929.203
CT 14.984.040 15.963.626 15.642.903
CP 24.550.988 18.289.929 21.332.454
CTotal 39.535.028 34.253.555 36.975.357
Fonte: Elaborado pelo Autor
RAOL = (Lucro Operacional / Vendas) x (Vendas / AOL)
Quadro 7 – Indicador para obtenção do EVA® II.
Indicador 2011 2010 2009
RAOL 4.56% 6% 1,94%
LO / Vendas 5,59% 7,3% 3%
Vendas / AOL 81,58% 82% 64,84%
CMPC = (CT / CTotal x CCT) + (CP / CTotal x CCP)
Quadro 8 - Indicadores para obtenção do EVA® III.
Indicadores 2011 2010 2009
CCT 10,50% 10,50% 10,50%
CT / AOL 34,53% 41,89% 38,21%
CCP 25% 25% 25%
CP / AOL 56,57% 48% 52,12%
CMPC 20% 18,72% 19,27%
Fonte: Elaborado pelo Autor
Através dos resultados acima calculados, pode-se obter o EVA®,
aplicando a fórmula:
EVA® = ROLAI – ( CCP% x PL)
41
Ano 2009
EVA® = 796.640 – ( 5% x 21.332.454 )
EVA® = 796.640 – 1.066.622,70
EVA® = (269.982,70)
Ano 2010
EVA® = 2.289.168 – ( 5% x 18.289.929 )
EVA® = 2.289.168 – 914.496,45
EVA® = 1.374.671,55
Ano 2011
EVA® = 1.979.649 – ( 5% x 24.550.988 )
EVA® = 1.979.649 – 1.227.549,40
EVA® = 752.099,60
Quadro 9 – Cálculo do EVA®
EVA® 2011 2010 2009
752.099,60 1.374.671,55 (269.982,70)
Fonte: Elaborado pelo Autor
Apesar de no ano de 2009 o resultado do EVA® ter dado negativo,
não significa que a empresa não está tendo lucro para cobrir seus custos de
capital, e sim que seus lucros não estão cobrindo seus custos, seja mão-de-
obra, ou de insumos, ou de marketing. Mediante resultados apresentados é
possível identificar quais os ativos que valem mais do que o capital investido,
dando a possibilidade de efetuar um planejamento estratégico para os demais
ativos que não estão dando retorno conforme o custo do capital utilizado.
42
Nos anos de 2010 e 2011, pode-se considerar um ganho de valor no
capital investido, deixando os acionistas bem animados.
Fato é que o método EVA® por ser uma medida de melhoria
contínua, tornar o EVA® negativo é tão criador de riqueza quanto tornar o
EVA® positivo.
43
CONCLUSÃO
As organizações tem requisitado melhores serviços da Contabilidade
e de seu profissional, com a necessidade de suprir toda a organização com
informações reais e precisas. A criação de valor tornou-se uma necessidade
contínua à medida que os mercados de capitais tornam-se cada vez mais
global. Para isso o Contador é solicitado a sair da posição tradicional para
exercer um novo papel, o de Gestor de serviços de informação e facilitador na
tomada de decisão.
Com essa nova visão, o contador tende a buscar novos sistemas de
informação contábil direcionado pelas necessidades informacionais dos
colaboradores internos da empresa, orientando suas decisões operacionais e
de investimentos.
O EVA®, propicia uma avaliação de performance das empresas
superior aos métodos tradicionais. Permite aos administradores o
conhecimento exato se está criando ou destruindo a riqueza dos acionistas,
abre-se ainda a possibilidade de remuneração de gestores e premiação de
colaboradores, de acordo com o montante adicionado acima das expectativas.
Contudo, é preciso a grande colaboração de todo o quadro pessoal da
organização, juntos com o mesmo intuito, gerar valor.
De uma forma geral o EVA® é a medida de desempenho ligada
diretamente à criação de riqueza aos acionistas, onde tenho o entender que a
ideia do ganho é quando o retorno do capital investido é maior que o custo do
capital.
Não é objeto deste trabalho analisar se os gestores da empresa
Metalúrgica Gerdau S/A estão tomando as decisões certas ocasionando a criar
ou destruir valor, mas através de suas demonstrações ilustrar o que poderia ser
observado de uma forma real.
44
BIBLIOGRAFIA
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– GECON. São Paulo Atlas, 2001.
Contabilidade Introdutória. Equipe de Professores da FEA/USP, Ed. 11ª,
Editora Atlas. P 1.
CREPALDI, Silvio Aparecido. Contabilidade Gerencial: teoria e prática. 4.
Ed. São Paulo: Atlas, 2008.
EHRBAR, Al. A verdadeira chave para a criação de riqueza. Rio de Janeiro:
Qualitymark, 1999. P 1.
FRANCO ,Hilário. Estrutura, análise e interpretação de balanços. 15. ed.
São Paulo:Atlas,1992.
INDÍCIBUS, Sérgio de. Contabilidade Gerencial. 4. Ed. São Paulo: Atlas,
1987. P 15.
IUDÍCIBUS, Sérgio de. Teoria da Contabilidade. 1 ed. São Paulo: Atlas, 1981.
MARTINEZ, Antônio L. Indicadores de desempenho para gestão do valor.
In: VI CONGRESSO INTERNACIONAL DE CUSTOS – CUSTOS E
ESTRATÉGIA EMPRESARIAL. Universidade de Minha-Escola de Economia e
Gestão. Braga-Portugal , Setembro, 1999.
Marion, José Carlos. Contabilidade Empresarial. 12. Ed. São Paulo: Editora
Atlas, 2006.
Padoveze, Clóvis Luis. Contabilidade Gerencial. 5ª Ed. São Paulo: Editora
Atlas, 2009.
Schmidt, Paulo (organizador). Controladoria: Agregando valor para a
empresa. Porto Alegre: Bookman, 2002.
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Contábeis. – VI Simpósio de Gestão de Negócios.
Stern, Stwart & Co. Manual sobre a medida do EVA Para a BR. 2002.
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