CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO CEARÁ GESTAO... · embasada nos estudos e definições de renomados...

85
1 CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO CEARÁ FACULDADE CEARENSE CURSO DE ADMINISTRAÇÃO BRUNO MATEUS DE SOUSA A GESTÃO DE ESTOQUE COMO VANTAGEM COMPETITIVA ORGANIZACIONAL ESTUDO DE CASO MÚLTIPLO EM UMA REDE DE SUPERMERCADOS DE PACATUBA - CE FORTALEZA 2013

Transcript of CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO CEARÁ GESTAO... · embasada nos estudos e definições de renomados...

1

CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO CEARÁ

FACULDADE CEARENSE

CURSO DE ADMINISTRAÇÃO

BRUNO MATEUS DE SOUSA

A GESTÃO DE ESTOQUE COMO VANTAGEM COMPETITIVA

ORGANIZACIONAL – ESTUDO DE CASO MÚLTIPLO EM UMA REDE DE

SUPERMERCADOS DE PACATUBA - CE

FORTALEZA 2013

2

BRUNO MATEUS DE SOUSA

A GESTÃO DE ESTOQUE COMO VANTAGEM COMPETITIVA

ORGANIZACIONAL – ESTUDO DE CASO MÚLTIPLO EM UMA REDE DE

SUPERMERCADOS DE PACATUBA - CE

Monografia apresentada ao curso de

Administração da Faculdade Cearense

como requisito parcial para obtenção do

título acadêmico bacharelado em

Administração.

Orientador: Dr. Jerry Roberto Campos

David

FORTALEZA 2013

3

BRUNO MATEUS DE SOUSA

GESTÃO DE ESTOQUE COMO VANTAGEM COMPETITIVA EM UMA REDE DE

SUPERMERCADO DE PACATUBA - CEARÁ

Monografia como pré-requisito para obtenção do

título de Bacharel em Administração, outorgado

pela Faculdade Cearense (FAC), tendo sido

aprovada pela banca examinadora composta

pelos professores:

Data da Aprovação: _____ / ______ / _____

BANCA EXAMINADORA

_________________________________________________________

JERRY ROBERTO CAMPOS DAVID, Dr.

_________________________________________________________

LILIANA FARIAS LACERDA, Dr.

_________________________________________________________

ALINE DA ROCHA XAVIER CASSEB, Ms.

_________________________________________________________

RICARDO CESAR DE OLIVEIRA BORGES, Ms.

4

Aos meus pais, meus irmãos e amigos.

5

AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus, pela força e direcionamento durante essa jornada.

A meus pais, Francisco Jerônimo (in memoriam) e Maria Rita, pelo incentivo e apoio

que sempre me foram dados.

A minha namorada, Rafaela, pela compreensão pelos vários momentos de ausência.

Ao professor e orientador David Jerry, pelo comprometimento e empenho para

cumprir mais esta etapa de minha vida.

A meu cunhado, Juarez Junior (in memoriam), que acreditava em meu potencial, e

que sempre me ajudou direto ou indiretamente.

A todos os colegas e amigos, acadêmicos por terem feito parte dessa jornada.

6

“Se você conhece o inimigo e conhece a si mesmo, não

precisa temer o resultado de cem batalhas. Se você se

conhece, mas não conhece o inimigo, para cada vitória

ganha sofrerá também uma derrota. Se você não conhece

nem o inimigo nem a si mesmo, perderá todas as

batalhas”.

(Sun Tzu, A arte da Guerra)

7

RESUMO

O Presente estudo apresenta como é realizada a prática de gestão de estoque, em quatro empresas que atuam no mercado de varejo supermercadista. A pesquisa tem como objetivo geral verificar a importância das práticas de gestão de estoque para uma rede de supermercados situada em Pacatuba - Ceará. Buscando especificamente identificar a colaboração da gestão de estoque na obtenção da vantagem competitiva, e quais os benefícios adquiridos pelos supermercados que praticam a gestão de estoque. Por sua vez, primeiramente a monografia é embasada nos estudos e definições de renomados autores em relação à gestão de estoque e vantagem competitiva, e posteriormente é estruturada por meio de um estudo de caso, no qual os dados foram obtidos através de questionário aplicado nos supermercados. Ficando constatado que os supermercados que fazem uso de sistemas informatizados de gestão de estoque são os que apresentam maior crescimento de mercado.

Palavras chaves: gestão de estoque, vantagem competitiva, sistemas informatizados.

8

ABSTRACT

The present study how realized is the practice of managing stock in four companies operating in the retail supermarket. The research aims to verify the importance of general management practices of stock for a supermarket chain located in Pacatuba–Ceará. Searching specifically identify the collaboration of inventory management in achieving competitive advantage, and the benefits gained by practicing supermarket inventory management. In turn, the first monograph is grounded in studies and definitions of renowned authors in relation to inventory management and competitive advantage, and is subsequently structured by means of a case study, in which data were obtained through a questionnaire applied in supermarkets. Getting noticed that supermarkets who use computerized inventory management are those with greater market growth. Keywords: inventory management, competitive advantage, computer systems.

9

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

LISTA DE TABELAS

TABELA 1 Custos ABC ............................................................................................ 28

TABELA 2 Custos de estoque .................................................................................. 32

TABELA 3 Maneiras de atingir a diferenciação ......................................................... 40

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 Ciclo da Administração de Materiais ....................................................... 19

FIGURA 2 Representação das principais atividades em Gestão de Estoque .......... 23

FIGURA 3 Estantes .................................................................................................. 33

FIGURA 4 Porta Paletes .......................................................................................... 33

FIGURA 5 Drive in ..................................................................................................... 34

FIGURA 6 Cantelever .............................................................................................. 34

FIGURA 7 A cadeia de valor Genérico ..................................................................... 36

FIGURA 8 Determinantes de Custo ......................................................................... 38

FIGURA 9 Determinantes da Exclusividade ............................................................. 42

LISTA DE GRÁFICOS

GRÁFICO 1 Qual o tipo de aquisição que o supermercado utiliza para obter

estoque? ................................................................................................................... 52

GRÁFICO 2 A gestão de estoque é importante para os resultados da empresa: ..... 53

GRÁFICO 3 O que o supermercado espera conseguir com o gerenciamento dos

estoques? .................................................................................................................. 54

GRÁFICO 4 Como é realizado o controle de estoque no supermercado? ................ 54

GRÁFICO 5 Existem discrepâncias no gerenciamento do estoque do supermercado?

.................................................................................................................................. 55

GRÁFICO 6 Com a eventual falta de mercadorias ocorre a perda de venda? .......... 56

GRÁFICO 7 Existe exclusividade de fornecimento de produto de algum fornecedor

do supermercado? .................................................................................................... 57

GRÁFICO 8 No que diz respeito aos estoques a empresa possui: ........................... 57

GRÁFICO 9 O supermercado faz uso do gerenciamento de estoque para reduzir os

custos de estocagem? .............................................................................................. 58

GRÁFICO 10 No que tange aos custos de estocagem a empresa: .......................... 59

GRÁFICO 11 Como se dá a formação dos preços das mercadorias ofertadas pelo

supermercado? ......................................................................................................... 60

GRÁFICO 12 Existe um gestor especifico para a área de estoque? ......................... 61

10

GRÁFICO 13 O fato de existir um estoque de mercadorias sempre disponível, é visto

pela empresa como um diferencial competitivo que agrega valor na relação

existente? .................................................................................................................. 61

GRÁFICO 14Existe no supermercado perdas ou avarias oriundas da má gestão de

estoque? ................................................................................................................... 62

GRÁFICO 15 O supermercado realiza algum tipo de inventário? ............................. 63

GRÁFICO 16 Qual a ferramenta utilizada pelo supermercado que mostra quantidade

de materiais que precisa ser comprada para repor os estoques? ............................. 63

GRÁFICO 17 Como é realizado a movimentação das mercadorias armazenadas em

estoque? ................................................................................................................... 64

GRÁFICO 18.1 O supermercado possui controle sobre as mercadorias que entram e

saem dos estoques? ................................................................................................. 65

GRÁFICO 18.2 O abastecimento dos estoques por parte dos fornecedores é rápido,

não possuindo falhas ou retornos? ........................................................................... 66

GRÁFICO 18.3 O espaço físico do estoque é ideal? ................................................ 67

GRÁFICO 18.4 O Layout do estoque é organizado, facilitando a locomoção dos

produtos é ideal? ....................................................................................................... 68

GRÁFICO 18.5 As estruturas usadas para acondicionamento dos produtos é ideal?

.................................................................................................................................. 69

GRÁFICO 18.6 Ao praticar a gestão de estoque o supermercado consegue tirar

alguma vantagem em relação aos concorrentes? ..................................................... 70

GRÁFICO 18.7 No que tange ao crescimento anual de mercado o supermercado

encontra-se: .............................................................................................................. 71

11

LISTA DE SIGLAS

MP Matéria Prima

AM Administração de Materiais

JIT Just in Time

ROI Retorno Sobre Investimentos

12

SUMÁRIO

Problematização .................................................................................................... 14

Objetivo Geral ........................................................................................................ 15

Objetivos Específicos ............................................................................................. 15

Justificativa / Relevância do estudo ....................................................................... 15

CAPITULO 2 GESTÃO DE ESTOQUE ..................................................................... 17

2.1 ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS ................................................................. 17

2.1.1 Processo de administração de materiais ................................................... 18

2.2 Gerenciamento de estoque .............................................................................. 19

2.2.1 Atividades dentro da gestão de estoque .................................................... 22

2.2.2 Formas de manuseio de materiais ............................................................. 25

2.3 Técnicas de gestão de estoque ....................................................................... 26

2.4 Estoques .......................................................................................................... 29

2.5 Tipos de estoques ............................................................................................ 30

2.6 Funções dos estoques ..................................................................................... 30

2.7 Inventários físicos ............................................................................................ 31

2.8 Custos de estoque ........................................................................................... 31

2.9 Estruturas de estocagem ................................................................................. 32

CAPITULO 3 VANTAGEM COMPETITIVA .............................................................. 35

3.1 Cadeia de valor ................................................................................................ 35

3.1.1 Análise da cadeia de valor ......................................................................... 36

3.2 Formas de obtenção de vantagem competitiva ............................................... 37

3.2.1 Vantagem de custo .................................................................................... 37

3.2.2 Diferenciação ............................................................................................. 40

3.3 Estratégias genéricas de competição .............................................................. 44

3.4 O Modelo das cinco forças da concorrência setorial ........................................ 45

3.5 Motivos que agravam a concorrência .............................................................. 46

CAPITULO 4 METODOLOGIA ................................................................................. 49

CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 72

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 75

13

1 INTRODUÇÃO

O setor de alimentos é um dos maiores economicamente, no qual as

mudanças das tecnologias e a exigência dos clientes fizeram com que o segmento

de supermercados se posicionasse estrategicamente perante as tais necessidades.

Nos últimos anos este tipo de mercado sofreu uma elevação na

concorrência, onde as empresas para se manterem competitivas e ativas no

mercado, necessitam adequarem suas maneiras de gestão. De modo a garantir

preço adequado, qualidade, fidelização e eficiência no atendimento.

Diante do cenário supermercadista atual, surgem novas posturas

competitivas por parte dos supermercados. No qual, os mesmos buscaram mudar

suas praticas empresariais, principalmente no que diz respeito às praticas de gestão

de estoque, por estarem diretamente relacionadas com a satisfação dos clientes.

Pois as mesmas são responsáveis pela disponibilização dos produtos no local, hora

e condições adequadas para consumo. Funcionando assim como uma ferramenta

de diferenciação poderosa na obtenção da vantagem competitiva contra a

concorrência.

Nesse sentido a busca pelos altos padrões de qualidade e melhorias dos

processos deixou de ser apenas um elemento de diferenciação entre uma empresa

e outra, e passou a ser determinante para a sobrevivência no mercado

supermercadista. Onde as exigências de mudanças são diretamente voltadas para

as questões de gestão operacional, e diminuição dos desperdícios.

Para as organizações do segmento alimentício, os benefícios que podem

surgir com uma boa gestão de estoque, dentre eles tem-se um melhor fluxo das

informações, aumento de vendas, melhoria dos processos. Para os consumidores,

os mesmos ganham com os processos mais ágeis e com a satisfação das suas

necessidades, no tempo e condições desejadas.

A gestão de estoque já passou por muitas mudanças, e continua

passando, uma vez que os clientes estão cada vez mais exigentes, necessitando

que os serviços ofertados tenham mais qualidade. A mudança na forma de gestão

dos estoques pode garantir redução de custos logísticos, transporte e aumento de

lucros.

14

Desse modo é importante a gestão de estoque para a cadeia de

suprimentos, pois a mesma quando bem realizada, consegue garantir para as

empresas um bom posicionamento de mercado.

A busca por uma fatia de mercado aumentou no ambiente empresarial por

conta da globalização, onde diante desse cenário a informação tornou-se elemento

necessário para as organizações. No qual as mesmas ficaram de fácil acesso a

todos, facilitando assim a tomada de decisão, que por sua vez passou a ser baseada

em dados mais exatos e instantâneos. A facilidade de acesso às informações

possibilitou ainda, o aumento da concorrência, pois as informações são de livre

acesso a todos.

Com a globalização o setor de supermercados a cada dia vem

aumentando a competitividade. Isso se dar em função da mudança de

comportamento do consumidor e do surgimento de novas redes de supermercados

que se multiplicam a cada ano. Diante desse cenário os supermercados buscam

constantemente inovar nas questões ligadas ao controle dos setores considerados

de riscos, tais como: compras, estoque, armazenagem, faturamento e outros.

Com isso os novos supermercados que surgem fazem uso das

tecnologias e da comunicação para garantir produtos e serviços de qualidade, no

intuito de atender os desejos e necessidades dos clientes. A falta de atenção dos

mesmos, no que diz respeito à gestão de estoque acaba prejudicando seus clientes,

por não disponibilizarem os produtos no tempo desejado, e nas condições

adequadas. Apesar da existência da competitividade, ainda pode ser encontrado nas

organizações desse ramo a incapacidade dos gestores logísticos, nos aspectos de

planejamento, implementação e controle dos recursos dos estoques.

Problematização

Diante do levantamento feito, o presente estudo pretende responder a

seguinte questão: Qual a interferência da gestão de estoque na obtenção da

vantagem competitiva?

15

Objetivo Geral

Verificar a importância das práticas de gestão de estoque para uma rede

de supermercados situada em Pacatuba - Ceará.

Objetivos Específicos

Identificar a colaboração da gestão de estoque na obtenção da vantagem

competitiva;

Identificar quais os benefícios adquiridos pelos supermercados que

praticam a gestão de estoque.

Justificativa / Relevância do estudo

A escolha de um supermercado como objeto de pesquisa, se dá pela

facilidade que os consumidores mudam de supermercados para fazerem suas

compras. Dentre os motivos mais comuns, tem-se: preço, promoção, variedade,

qualidade, disponibilidade. Logo, uma vez que os clientes dos supermercados estão

frequentando constantemente os mesmos, torna-se necessário um estudo a respeito

da gestão de estoque, a fim de contribuir para um melhor controle dessa ferramenta

no ambiente comercial, evitando insatisfações dos consumidores finais.

Este trabalho se estrutura em seis partes, onde na primeira é apresentada

a introdução. O capítulo um trata da definição de Gestão de estoque e suas

particularidades. Já o capitulo dois, discorre sobre o conceito de Vantagem

competitiva e as etapas de obtenção da mesma. No qual, tanto capítulo um como no

dois, são constituídos por uma revisão literária através de uma pesquisa bibliográfica

feita em livros, artigos e internet.

Em seguida é se apresenta a metodologia utilizada nesse estudo que

viabilizará o alcance dos objetivos propostos.

Na quinta seção do trabalho, é apresentado à análise dos dados obtidos

com a pesquisa nos supermercados estudados.

16

Por fim, temos as conclusões do estudo em questão, fazendo uma

comparação dos resultados obtidos entre os supermercados.

Adiante será apresentado o referencial teórico do trabalho onde

inicialmente abordará as questões que envolvem a gestão de estoque, conceitos e

particularidades.

17

2 GESTÃO DE ESTOQUE NOS SUPERMERCADOS

2.1 ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS

Durante a década de setenta as organizações não tinham sua atenção

focada nas compras de matéria-prima (MP) e nem mesmo em sua administração.

Após considerados os custos de produção, ainda assim detinham baixos valores,

não tendo nesse caso, importância a devida administração dos recursos. Findando a

década de setenta e iniciando os anos oitenta, houve uma mudança no

comportamento das organizações. As mesmas deixaram de produzir em grande

escala, a fim de evitar altos estoques de mercadorias. Dessa forma, começou a

surgir lentamente o termo logística e suas particularidades, bem como sua

importância para as organizações brasileiras.

Diante das transformações, as organizações passaram a buscar

economia dos custos, de modo que as atividades de comprar e administrar os

materiais ganharam importância. Nos dias atuais, tais práticas são importantes para

a cadeia de suprimentos. No qual a administração de materiais passou a ser vista

como uma ferramenta que pode ser usada como fator produtor de vantagem

competitiva.

Segundo Viana (2002) a administração de materiais tem como objetivo

principal a determinação de quanto deve ser adquirido e de quando deve ser

realizada a aquisição dos materiais de reposição dos estoques. No qual o usuário é

responsável por realizar o acionamento do abastecimento.

Já Para Ballou (1993) o objetivo chave da administração de materiais é a

disponibilidade de materiais corretamente, nos locais e tempo solicitado pelos

clientes, e principalmente com os menores custos possíveis.

Logo, a administração de materiais funciona como um intermediador que

faz a união entre a empresa e os seus fornecedores.

No que tange as funções da administração de materiais, Pozo (2004)

afirma que estão diretamente ligadas ao controle dos estoques, por conta dos níveis

de estocagem ser um fator que interfere diretamente nos resultados das empresas.

18

2.1.1 Processo de administração de materiais

Nas organizações a quantidade e o volume de materiais é algo complexo

de ser controlado. Onde os materiais necessitam serem perfeitamente

administrados, bem como as quantidades precisam ser adequadamente planejadas

e controladas, a fim de evitar a falta de materiais. Deve existir ainda, a preocupação

quanto aos excessos de estoques, pois os mesmos quando não recebem a devida

atenção, acabam aumentando os custos das organizações consideravelmente.

Quanto a isso, Chiavenato se expressa da seguinte forma:

Administração de Materiais (AM) é o conceito mais amplo de todos. Aliás, é o conceito que engloba todos os demais. A AM envolve a totalidade dos fluxos de materiais da empresa desde a programação de materiais, compras, recepção, armazenamento no almoxarifado, movimentação de materiais, transporte interno e armazenamento no depósito de produtos acabados (1991, p. 55).

Já na concepção de Francischini e Gurgel (2004, p. 05) a administração

de materiais é a “Atividade que planeja, executa e controla nas condições mais

eficientes e econômicas o fluxo de material, partindo das especificações dos artigos

de compra, até a entrega do produto terminado ao cliente”.

Conforme a visão dos autores fica claro que a administração de materiais

envolve vários setores da organização. Dessa forma, o administrador para ser

eficiente precisa ter a agilidade de se antecipa as mutações e dificuldades que

possa interferir na produção ou fornecimento das mercadorias. Para isso é

necessário que se busque parcerias solidas e confiáveis.

A administração de materiais tem como desafio manter os estoques em

níveis adequados, ou pelo menos reduzidos, de modo que não afetem o processo

de produção ou de abastecimento. Portanto, tem como finalidade garantir que as

organizações disponham de abastecimento contínuo. Para isso, a administração de

materiais precisa obedecer a um fluxo, para que traga resultados positivos as

organizações e deixe os clientes satisfeitos. Logo, é necessário que o

19

gerenciamento dos estoques ocorra de forma planejada, organizada e executada

conforme figura abaixo:

FIGURA 1: Ciclo da Administração de Materiais Fonte: Martins e Alt (2006, p. 4)

Caso contrário, a administração de materiais poderá proporcionar prejuízo

enorme para as organizações, e consequentemente a insatisfação dos clientes,

impedindo que exista a vantagem competitiva em relação aos concorrentes. A falta

de mercadoria, por um controle mal realizado, acaba passando uma imagem

negativa da organização, fazendo com que se busque na concorrência o

atendimento das necessidades insatisfeitas.

2.2 Gerenciamento de estoque

A gestão de estoque tem como objetivo, fazer um equilíbrio entre a oferta

e a demanda, onde a gestão acaba assumindo a função de guardar, proteger e

garantir a integridade do material até o consumo. O gerenciamento dos estoques por

sua vez, é de suma importância, pois altos níveis de estoques representam para as

organizações altos custos. Daí a necessidade de buscar manter o mínimo possível

de mercadorias em estoque.

20

A rentabilidade das operações com um cliente depende da quantidade de produtos adquiridos, volume de vendas, valor agregado e atividades complementares que são essenciais para o desenvolvimento e a manutenção de uma fidelidade. Os clientes altamente lucrativos constituem um mercado preferencial de uma empresa, por isso as estratégias de estoque devem concentra-se na satisfação desses clientes. A chave para uma logística eficaz está justamente no planejamento das prioridades de estoque, objetivando apoio aos clientes preferenciais (BOWERSOX; CLOSS, 2001, p. 41).

Logo, é inquestionável a importância do controle de estoque no

gerenciamento das entradas e saídas de mercadorias.

Para Ching (2008), na medida em que as organizações investem em

controle de estoque, as mesmas acabam tendo impactos sobre sua rentabilidade.

Pois a gestão de estoque quando acontece de forma eficiente, os gestores

conseguem identificar divergências de inventário, bem como um maior controle e

confiança no saldo de mercadoria.

Por sua vez, os estoques representam para as organizações a

armazenagem de diferentes produtos, sejam eles produtos acabados, matérias-

primas, materiais de embalagem, em trânsito ou até mesmo os semi-acabados, onde

acaba exigindo das organizações o controle tanto fisicamente como

economicamente, por se tratar de dinheiro parado.

Ching (2008) entende que a gestão de estoque apesar de trazer

benefícios para as organizações, pode provocar ainda alguns gastos

desnecessários. Pois existe a incerteza quanto ao consumo das mercadorias,

gerando assim alguns custos inviáveis. Logo, os custos pertinentes aos estoques se

dão de três tipos:

Custos de pedir: são os custos tidos pelas organizações, diretamente

relacionados com o pedido de compra.

Custos de manter estoques: são os custos que as organizações possuem,

para manter os produtos em estoques, de modo a evitar que os mesmos se

desgastem. Ou seja, são responsáveis em manter as condições de uso ou

consumo das mercadorias ofertadas pelas empresas.

Custos totais: são os custos que envolvem todo o processo, desde o pedido

da mercadoria até a conservação propriamente dita.

21

Gomes e Ribeiro (2004) consideram que a administração dos estoques

tem como principal função permitir que as organizações consigam maximizar seus

lucros por meio da minimização dos custos. Onde as ações são planejadas, para

que se consigam os melhores resultados possíveis. Dentre as ações possíveis

destaca-se a compra de grandes lotes de mercadorias, onde as empresas usam

esse artifício para se livrar de preços altos ou evitar a falta da mercadoria ao

consumidor.

Já Ballou (2006) defende que apesar dos custos tidos, a armazenagem

das mercadorias acaba agregando valor aos mesmos, uma vez que a

disponibilidade imediata dos produtos pode ser vista como um diferencial

competitivo. Logo, o setor de estoque das empresas possui responsabilidade quanto

ao fluxo de mercadorias no ambiente interno e externo, dando o equilíbrio

necessário para a organização. No qual tais setores garantem o equilíbrio

necessário entre os recursos que as organizações dispõem, com as necessidades

dos consumidores.

Wanke (2009, p. 177) defende que “A definição de uma política de

estoques depende de definições claras para quatro questões: (1) quanto pedir, (2)

quando pedir, (3) quanto manter em estoque, (4) onde localizar”.

Tais fatores por sua vez são determinantes para que as empresas

detenham um bom controle do fluxo de mercadorias. As respostas para essas

questões levantadas acima dependem do valor que os produtos possuem para os

clientes.

As organizações que não conseguem garantir a presença constante de

mercadorias em seus estoques, de modo a permitir que as mesmas faltem para seus

consumidores, acabam tendo algumas consequências, tais como: diminuição das

vendas e migração dos clientes para as empresas concorrentes. O mesmo

acontece, caso as organizações deixem acumular mercadorias nos estoques, onde

nesse caso as consequências adquiridas são: possível desvalorização das

mercadorias estocadas, elevados custos de armazenamento e impossibilidade de

investimentos financeiros.

Ching (2008, p. 32) lembra que,

22

O controle de estoque exerce influência grande na rentabilidade da empresa. Os estoques absorvem capital que poderia estar sendo investido de outras maneiras, desviam fundos de outros usos potenciais e têm o mesmo custo de capital que qualquer outro projeto de investimento da empresa. Aumentar a rotatividade do estoque libera ativo e economiza o custo de manutenção do inventário.

A vantagem competitiva almejada pelas organizações estar entrelaçada a

uma serie de atividades que complementam a gestão de estoque, onde exigem das

organizações tomadas decisões de forma assertivas, para que consigam garantir um

fluxo adequado das mercadorias. As organizações precisão desenvolver suas

atividades de gestão de estoque focadas nas questões ligadas a qualidade, custo e

tempo. Dentre as atividades que fazem parte da gestão de estoque, temos: as de

compras, as de armazenamento, as de vendas e de distribuição das mercadorias.

2.2.1 Atividades dentro da gestão de estoque

No que tange as atividades que compõem a prática de gestão de

estoques, é perceptível que a mesma é composta por uma sequencia lógica, onde

para que o processo ocorra de forma eficiente, de modo a conseguir resultados

atraentes para as organizações é preciso uma sincronia entre as atividades

Primárias e de Apoio. No geral essas atividades assume uma posição de destaque

nos resultados financeiros, pois as mesmas são responsáveis em agregar valor aos

produtos, o tornando competitivo e procurado.

De acordo com Tadeu (2010), o processo de gestão de estoque envolve

atividades consideradas primarias e de suporte. Segundo o mesmo, essas

atividades estão voltadas para o controle dos materiais, podendo até mesmo uma

atividade controlar a outra.

23

FIGURA 2: Representação das principais atividades envolvidas na gestão de

estoques

Fonte: Pozo (2008)

Organização: Bruno Mateus de Sousa

2.2.1.1 Atividades Primárias

As atividades primárias de acordo com Pozo (2008) se dividem em

Compras, Manutenção de estoques, Processamento de pedido, Distribuição e

Transporte. Cujo as mesmas acabam exercendo influências na gestão dos produtos

ofertados pelas empresas.

Compras

Representa a posse de uma mercadoria, através da troca de valores entre

vendedor e comprador, onde uma das partes paga por aquilo que deseja ter,

enquanto a outra recebe valores monetários por atender os desejos e necessidades

de seus clientes.

Para Tadeu (2010, p. 20) as atividades de compras:

[...] são primordiais no sentido de garantir a disponibilidade dos materiais necessários no momento, quantidade, local e condições corretas para sua utilização com um planejamento de desembolso de caixa sustentável e ponderado pela estratégia de estoque desenvolvida pela organização.

No que tange as compras corporativas, as mesmas são aquelas

realizadas pelas empresas para o funcionamento de seus negócios, faz parte de um

processo de reposição de estoque, permitindo que os materiais estejam disponíveis

24

sempre com qualidade, em quantidade e local certo, e nas condições necessárias

para uso.

Manutenção de estoque

Segundo Tadeu (2010, p. 21), essa atividade é tida como:

É a atividade finalista do gerenciamento de materiais que se ocupa da busca do nível de atendimento de demanda (ou serviço) a partir da disponibilidade de produtos a um custo mínimo para a organização. Sabe-se que grande quantidade de recursos é gasta no financiamento da necessidade de capital de giro das empresas em decorrência, principalmente, aos volumes de estoques, sendo indispensável prestar-se a devida atenção a essas atividades para a redução dos custos de operação.

Assim, pode ser entendida como uma atividade que garante o

atendimento da demanda, buscando permitir que os estoques de mercadorias

ofertadas estejam sempre disponíveis, com os menores custos possíveis. Surgindo

assim, a necessidade de acompanhamento por parte dos gestores de estoque

quanto ao volume de estoque existente.

Processamento de pedidos

Trata-se de um processo que tem como propósito suprir as necessidades

das filiais, centros de distribuição e clientes em geral. Logo, é por meio das

requisições de compras existentes nos sistemas, que os profissionais responsáveis

desenvolvem uma serie de atividades, tais como: registro do pedido, verificação de

disponibilidade das mercadorias solicitadas, rastreamento dos pedidos até o ponto

de entrega aos clientes, entre outras.

Distribuição e Transporte

Para Christopher (2007, p. 156) “a chave para o controle bem sucedido

dos tempos de reposição é o gerenciamento bem feito do canal.” Percebe-se que

para garantir um bom controle é necessário identificar com prioridade o canal de

distribuição adequado, almejando melhorar o processo de distribuição das

mercadorias. Os processos de distribuição e transporte envolvem atividades de

decisão do modal a ser usado, bem como as análises de viabilidade de rotas e

trajetos, a fim de garantir os menores custos logísticos.

25

2.2.1.2 Atividades de suporte

Conforme Tadeu (2010) existe três tipos de atividades de suporte a

gestão de estoque, tais como: Planejamento de estoques, Armazenamento e

Manuseio de materiais e Gerenciamento de informação.

Planejamento de estoque

As atividades de planejamento de estoques buscam garantir mais

eficiência e eficácia no atingimento das necessidades dos clientes e fornecedores.

Armazenamento e manuseio de materiais

Segundo Tadeu (2010) essas atividades envolvem os processos de

estocagem temporária dos materiais que futuramente serão vendidos. O

armazenamento em si, exige que sejam realizadas movimentações das mercadorias,

no qual a mesma pode acontecer tanto vertical, como horizontalmente.

No que tange aos materiais utilizados para a realização da movimentação

das mercadorias temos: patinhas, empilhadeiras, carrinhos e outros. De modo que

tudo aconteça na maior segurança possível, pois os estoques conhecido como um

ativo imobilizado representa para as organizações dinheiro parado, exigindo os

maiores cuidados. Consequentemente os investimentos nos aspectos pertinentes a

movimentação de materiais acabam sendo necessários, para garantir a segurança

das mercadorias.

Gerenciamento de informações

Para Fleury (2009) esse controle garante que as informações sejam

trocadas entre a cadeia de suprimento das organizações, garantindo uma maior

visibilidade e melhorias nas tomadas decisões.

2.2.2 Formas de manuseio de materiais

As operações logísticas quando bem gerenciadas conseguem garantir para

as organizações vantagem competitiva. Essas operações envolvem atividades

diversas que vão desde a movimentação, armazenamento, controle de qualidade,

tempo de ressuprimento, transporte e distribuição entre outras.

26

Logo, o processo de movimentação dos materiais estocados, necessita que

os mesmos estejam bem alocados. De modo que a forma de estocagem seja a mais

viável para o negocio.

No que tange as formas de armazenamento, abaixo será apresentado

algumas das existentes, entre elas temos as seguintes: Embalagem, Paletização,

Conteinerização, Mariner, Big-Bag, onde algumas dessas não se aplicam ao objeto

de estudo.

Embalagem

Para Moura (1997) a embalagem apresenta-se de duas formas, onde

pode ser primária de consumo, protegendo o produto até chegar ao consumidor

final, ou pode ser ainda secundária de transporte tendo como função a proteção das

embalagens primárias.

Unitização

Tadeu (2010) entende que é a junção de uma grande quantidade de

mercadoria de mesma espécie, buscando facilitar a armazenagem e movimentação.

Paletização

A paletização faz uso de plataformas de armazenamento de mercadorias,

funcionando como suporte de carga. Tal sistema garante a estocagem de grande

volume de mercadorias, no qual a movimentação acontece de forma mecanizada,

principalmente através de empilhadeiras.

Conteinerização

Tadeu (2010) entende a conteinerização como o armazenamento de

materiais em uma caixa construída de material resistente. Tal processo é usado para

realizar o transporte das mercadorias de forma segura, no qual a locomoção desse

equipamento pode se dá por diferentes modais.

2.3 Técnicas de gestão de estoque

27

Logo, para que se consiga um bom controle de estoque, as organizações

podem recorrer a algumas ferramentas bastante usadas: Fichário de estoque, Curva

ABC, Kanban, Just in time.

Kanban

Conforme Martins e Alt (2006, p. 69) Kanban se define como “Tecnologia

de controle de fábrica pelo qual as necessidades de entregas determinam os níveis

de estoque no decorrer do processo. O Kanban não empurra a produção – ele a

puxa”.

Ou seja, mostra o que e quanto será retirado dos estoques dos

fornecedores, onde na medida em que acaba um determinado material o fornecedor

recebe um cartão relacionado à retirada necessária, para que seja feito a devida

reposição.

Just in Time (JIT)

Segundo Martins e Alt (2006, p. 67):

Sistema em que os fornecedores devem mandar os suprimentos à medida que eles vão sendo necessários na produção. O JIT busca a eliminação de tudo o que não agrega valor ao produto ou serviço, utilizando-se de baixos inventários desde o fornecedor até o produto acabado posto no cliente. Para isso pode-se trabalhar com entregas parceladas e diretas à linha de produção, [...]. Contempla a redução do inventario, melhora contínua da qualidade da qualidade, redução de custo do produto e agilização do prazo de entrega.

Contudo, trata-se de uma técnica que parte do pressuposto de que a

venda deve ocorrer primeiro, para só então iniciar o processo de compra, transporte

e produção.

Ching (2007) entende que a técnica JIT tem como propósito puxar o

estoque para trás, de modo que essa puxada seja realizada pelo cliente, e não como

de costume é feito, onde a puxada é realizada para frente, empurrada para os

estoques, no qual, primeiro acontece à produção, para só depois iniciar a venda.

Fichário de estoque

28

Trata-se de documentos e informações que as organizações usam para

fazer analises e controles dos seus estoques de materiais. Onde o uso dessa

ferramenta, pode se dá de forma manual através de fichas, ou por meio de banco de

dados, onde ocorre a intermediação do computador.

Curva ABC

Trata-se de uma ferramenta usada para controlar os custos, onde ordena

os produtos de acordo com o grau de importância. Tal técnica por sua vez, acaba

identificando os produtos de maior concorrência e rentabilidade do mercado. De

modo que ao utilizar essa ferramenta, as organizações conseguem realizar análises

da situação dos estoques de mercadorias, buscando com isso a vantagem

competitiva no segmento de atuação.

Costa (2002, p. 136) fala que a classificação ABC é:

Normalmente utilizada para identificar os itens mais importantes em estoques, seu principio também pode ser utilizado para classificar fornecedores, clientes, vendedores e quaisquer outras aplicações que necessitem do estabelecimento de prioridade em relação aos valores movimentados.

Como pode ser visto na tabela abaixo, a análise ABC permite uma visão

clara dos produtos mais procurados pelos consumidores, bem como fornece indícios

sobre o que deve ser observado para que se consiga rapidez e precisão no

atendimento das necessidades.

CLASSE % ITENS VALOR ACUMULADO IMPORTANCIA

A 10 a 20 70 a 80 % Grande

B 30 a 40 15 a 30% Intermediaria

C 50 a 70 5 a 15 % Pequena

TABELA 1: Custos ABC Fonte: Costa (2002 p. 136)

Logo é através da análise ABC que se identifica o valor econômico dos

produtos. A classificação das mercadorias em ABC demonstra as características dos

29

produtos através de classes, onde os de classe A são os mais importantes para a

organização, pois são aqueles que giram mais. Já os de classe B, são os

intermediários. E os de classe C são os demais produtos cujo volume de saída não é

tão grande. Servindo assim, como ferramenta eficiente para o controle de estoque.

2.4 Estoques

Estoque pode ser definido como sendo a junção de bens físicos de uma

organização, onde são adquiridos por meio de investimentos realizados pelas

mesmas, a fim de garantir o atendimento das necessidades de seus clientes. Tais

mercadorias advindas desses investimentos são detentoras de valor, cujo

necessitam de conservação durante certo período de tempo. No que tange as

razões de se possuir estoques, Ching (2008, p. 32) considera que:

A visão tradicional é de que os produtos devem ser mantidos em estoques por diversas razões. Seja para acomodar variação nas demandas, seja para produzir lotes econômicos em volumes substancialmente superiores ao necessário, seja para não perder vendas.

Os estoques podem ser formados por produtos acabados, semi-

acabados, matéria prima entre outros. Os mesmos têm como finalidade garantir a

satisfação dos clientes, agindo como regulador da oferta e demanda, no qual o

atingimento dessa satisfação depende do comportamento dos clientes. Assim, varias

são as razões existentes que levam as organizações a manterem estoques nas

empresas. Em geral, as incertezas de mercado são tidas como principais fatores,

fazendo com que as mesmas optem por adquirir e manter tais estoques.

Por sua vez, os estoques das organizações é algo que tende a sofrer

flutuações constantes, sendo nesse caso difíceis de serem controlados, mas o fato

dos mesmos representarem capital parado acaba exigindo bastante atenção das

organizações.

Pozo (2008) defende que as organizações que realizam o planejamento e

controle dos seus estoques, demonstram maior preocupação com o surgimento de

possíveis problemas quantitativos e financeiros dos materiais.

30

Então, o planejamento dos estoques acaba permitindo que as empresas

visualizem com maior clareza os impactos dos estoques sobre os resultados da

mesma, dando-as condições de traçarem ações que minimizem ao máximo os

custos dos estoques, tais como, de manutenção e de armazenagem. Sobrando

assim recursos financeiros, que podem ser usados em outras atividades.

2.5 Tipos de estoques

Ballou (2004) divide os estoques em cinco categorias, tais como:

Estoque em trânsito: É um estoque onde é composto por produtos ou

matéria-prima que ainda não estão disponíveis, mas que se encontra em

processo de transição, sendo transportado para o consumidor ou para a

empresa dá continuidade ao processo produtivo.

Estoque antecipado: É o tipo de estoque gerado de forma estratégica, onde

a gerência faz uma programação de compra durante um determinado

período. Visando custos menores ou antecipa-se para uma possível falta do

produto no mercado.

Estoque para demanda: trata-se de um tipo de estoque que exige bastante

atenção das organizações, por conta da falta de regularidade dos pedidos, e

da dependência do tamanho dos lotes de fabricação, onde ao se buscar

atender a média da demanda, acaba gerando risco para as organizações.

Estoque de segurança: é o estoque que a organização adquire, a fim de

evitar a possível falta de um determinado produto no mercado. Como

também, os motivos de aquisição dessas quantidades extras se dão pela

imprevisibilidade de reposição por parte dos fornecedores.

Estoques obsoletos ou mortos: são aqueles estoques que as organizações

possuem, oriundo de danificações, perdas, avarias, prazos de validade, moda

e etc.

2.6 Funções dos estoques

31

Os estoques têm como função regular o fluxo das operações existentes. É

através da gestão de estoque que as organizações buscam a otimização dos

investimentos realizados nos estoques, visando aumentar a eficiência do uso dos

recursos e consequentemente, a diminuição dos custos.

Martins e Alt (2003) consideram que a administração de forma eficiente

dos estoques, acaba facilitando o relacionamento com os clientes, de modo a

permitir o atendimento dos desejos e necessidades dos mesmos, no momento e nas

condições esperadas. Gerando assim, uma vantagem competitiva em relação aos

demais.

2.7 Inventários físicos

Trata-se da contagem dos itens que compõem o estoque, visando

comparar o que existe fisicamente, com o que estar registrado. Quando encontrado

divergências é necessário que haja os possíveis ajustes.

Os inventários se dão de dois tipos: periódicos e o rotativo. Segundo

Martins e Alt (2003) inventário periódico é aquele onde ocorre uma contagem do

estoque físico pelo menos duas vezes no ano, ou até mesmo no fim do exercício

fiscal. Já o inventário rotativo representa a contagem que ocorre permanentemente,

ou seja, uma vez dentro do período fiscal.

2.8 Custos de estoque

No que tange aos custos de estoques, os mesmos são tidos como sendo

um dos mais preocupantes para os administradores atuais. Que buscam reduzir ao

máximo tais custos, de modo a controlá-los rigorosamente.

Para Ballou (2010, pp. 212-213) os custos de estoques se dividem da

seguinte forma:

32

TABELA 2: Custos de estoque Fonte: Ballou (2010, pp. 212-213)

Contudo, as empresas precisam trabalhar a minimização dos custos com

os estoques, para que tenha a maximização dos lucros. Pois a manutenção dos

estoques de forma efetiva exige que as empresas possuam controle dos custos

gerados em todo o ciclo interno, indo desde a compra até a chegada ao cliente.

2.9 Estruturas de estocagem

As estruturas de estocagem ajudam a manter os locais de forma

adequada, pois acaba dando suporte na organização dos itens estocados,

mantendo-os conservados e seguros.

Para Costa (2002) as estruturas se dividem em duas formas:

De localização fixa: que geralmente são usadas em almoxarifados, no qual

existe um local específico para os insumos. De modo que mesmo havendo

renovação de estoque as mercadorias sempre ficam nos mesmos locais.

CUSTOS DESCRIÇÃO

COMPRA São custos ligados ao processo de compra de materiais para

repor os estoques

MANUTENÇÃ

O DE

ESTOQUE

São custos que as organizações possuem, para manter as

mercadorias armazenadas por um determinado período de tempo.

De modo a garantir a qualidade dos mesmos.

CUSTOS DO

PEDIDO

São os custos ligados ao processo de cotação de preços, seleção

de fornecedores, mão de obra, telefone e outros.

FALTA Custos tidos pelas organizações por possuírem a demanda

superior aos estoques de mercadorias.

33

De localização móvel: geralmente usadas em depósitos / armazéns, no qual

a busca por otimização do espaço físico faz com que os produtos durante a

renovação de estoque mudem de locais sempre, obedecendo desse modo às

questões ligadas a conservação de materiais.

Costa (2002) considera a seguinte divisão dos sistemas de estocagem:

Estantes

Comumente utilizadas, por serem eficientes no armazenamento de vários

tipos de materiais. Onde a única questão negativa dessa estrutura é que as mesmas

acabam ocupando muito espaço.

FIGURA 3 – Estantes

Fonte: Officevel

Porta - paletes

É um sistema desenvolvido para organizações que possuem alto giro de

estoque, onde os materiais tenham peso, formato e carga variada. Tal sistema faz

uso do espaço de forma vertical, onde a movimentação se dá através de

empilhadeiras pelo fato do armazenamento dos produtos serem realizados em

paletes.

FIGURA 4 – Porta - Paletes

Fonte:MARINGA OLX

34

Drive-in / Drive - Thru

Geralmente usado quando há uma grande quantidade de produtos de

uma mesma espécie. Tal sistema também necessita de empilhadeira.

FIGURA 5 – Drive in / Drive thru

Fonte: Conhecimento da Armazenagem

Cantilever

Trata-se de um sistema usado no armazenamento de calhas, varas,

tubos. Especialmente para materiais que possuam medidas variadas.

FIGURA 6 – Cantilever

Fonte: Logismarket

Em seguida será apresentada a segunda parte do referencial teórico, no

qual o mesmo abordará as questões que envolvem a Vantagem Competitiva

adquirida pelas organizações de um modo geral.

35

3 VANTAGEM COMPETITIVA NOS SUPERMERCADOS

Antigamente as empresas possuidoras de vantagem competitiva eram

aquelas cujos investimentos eram centrados nos equipamentos tecnológicos de

ponta. Hoje em dia houve uma mudança na forma de pensar, pois os clientes estão

cada vez mais exigentes e a concorrência mais acirrada. Onde para obter a

vantagem competitiva é indispensável que as organizações possuam algo novo,

capaz de criar valor sobre os produtos ou serviços ofertados. Ou seja, precisam ter

algo que seus concorrentes desejam possuir mais não conseguem.

Para Dessler (2003) vantagem competitiva se dá quando as organizações

conseguem engrandecer sua participação no mercado por meio de fatores que

diferenciam seus produtos com os de seus concorrentes.

Milkovich e Boudreau (2000) entendem que quando se faz uso de

estratégias de valor, de difícil imitação por parte da concorrência, as mesmas

conseguem adquirir a vantagem competitiva sustentável.

Logo, a vantagem competitiva para ser adquirida é necessário que as

organizações agreguem valor em seus produtos, e façam com que os clientes

percebam o mesmo.

3.1 Cadeia de valor

Para Porter (1990) quando uma organização consegue entender quais as

fontes e o comportamento dos custos, bem como o potencial interno de

diferenciação, acabam conseguindo com mais facilidade a vantagem competitiva.

Bastando que haja a execução dessas atividades com os custos abaixo da

concorrência.

Dessa forma, agregar valor a um produto ou serviço se dá quando as

realizações das atividades primárias e de apoio ocorrem com custos reduzidos,

inferiores aos tidos pela concorrência, ao realizar as mesmas atividades.

36

FIGURA 7: A cadeia de valor genérica Fonte: Porter (1990, p. 35)

Logo, as atividades primárias são aquelas que acontecem em prol da

criação e venda dos produtos. Já as de apoio, são responsáveis por darem suporte

às atividades primárias. No que tange a margem, a mesma se dá quando é tirado

todos os custos de execução das atividades do valor total dos produtos.

Independente da atividade seja ela primária ou de apoio, qualquer uma

pode ser crucial para a obtenção da vantagem competitiva. Desse modo, as

atividades de valor são os elementos que constroem a vantagem competitiva, onde

necessita que haja uma interdependência entre ambas as atividades.

3.1.1 Análise da cadeia de valor

Porter (1985) apud Graham, John e Nigel (2005, p. 159 -160) apresenta

cinco atividades geradoras de valor para os produtos entregues ao mercado.

1. A logística de recebimento (inbound) envolve o gerenciamento do fluxo de produtos para dentro da empresa. 2. Por muito tempo as operações têm sido consideradas como principal atividade da empresa. Elas compreendem os processos pelos quais os itens que entram na empresa são agregados sob alguma forma, embalados e testados quanto à sua adequação para a venda. 3. A logística de entrega (outbound) leva o produto do ponto de fabricação até o comprador.

37

4. As atividades de marketing e vendas comunicam aos compradores os produtos e serviços, e lhes dão motivo para comprá-los. 5. Os serviços incluem todas as atividades necessárias para manter o produto ou serviço operando com eficácia junto ao comprador, após ter sido vendido e entregue.

Tais atividades, quando bem realizadas acabam diferenciando os

produtos em relação à concorrência.

Segundo Graham, John e Nigel (2005) ao analisar a cadeia de valor é

possível ter uma maior visibilidade em relação à concorrência onde:

A cadeia de valor pode identificar as vantagens de custos da concorrência por

conta da produção eficiente, ou até mesmo devido à logística de entrega ou

recebimento. Pode-se revelar ainda os motivos que fazem com que uma

empresa que produz produtos similares aos ofertados no mercado, ainda

assim consegue possuir valor agregado elevado em função das operações.

As empresas ao considerarem a operação como fonte primária geradora de

valor agregado, acabam gerando uma oportunidade para os seus

concorrentes.

A eficiência em relação ao custeio do valor agregado pode proporcionar as

organizações a encontrarem formas mais econômicas de agregação de valor

para o cliente. Entre as possíveis formas temos: Gestão de fornecedores; Just

in Time.

Assim, ao analisar de forma eficiente a cadeia de valor a organização

passa a ter uma maior visão dos custos tidos tanto internamente como também da

concorrência.

3.2 Formas de obtenção de vantagem competitiva

As organizações podem optar em buscar conseguir dois tipos de

vantagem competitivas, tais como: Vantagem de custos e Vantagem de

diferenciação. Ideal é que as mesmas consigam obter ambos os tipos.

3.2.1 Vantagem de custo

38

Para Porter (1989) os custos é uma forma de vantagem competitiva

possível de ser adquirida pelas empresas. De modo que sempre que os custos totais

de execução das atividades são inferiores aos tidos pela concorrência, as mesmas

acabam tendo vantagem em relação aos demais.

Ainda segundo Porter (1989) para controlar e analisar os custos,

primeiramente se deve fazer uma definição da cadeia de valor, e em seguida

apontar os devidos custos operacionais e os ativos. No qual o comportamento dos

custos é dado por diversos fatores estruturais, também chamados por condutores ou

determinantes de custos, tais como: aprendizagem, economia de escala, elos, inter-

relações, políticas discricionárias, localização e outros.

3.2.1.1 Caminhos genéricos para vantagem de custo

Conforme Porter (1985) apud Graham, John e Nigel (2005) a vantagem

competitiva pode ser gerada através de dois caminhos, onde um deles é através da

liderança em custo e diferenciação, onde, as mesmas acontecem da seguinte forma:

FIGURA 8: Determinante de custo Fonte: Graham; John & Nigel (2005, p. 279)

Economia de escala: é um determinante de custo bastante eficaz para diversos

setores. Onde a ideia central estar focada na realização eficiente das coisas, ou

seja, indo até o limite que a organização pode suportar. Pois o volume pode

beneficiar as organizações em relação à alavancagem de compras, conseguindo

39

diminuir os valores referentes à matéria-prima, como também os custos ligados

à qualidade pelo fato de se evitar o desperdiço.

Efeitos das curvas de experiência e de aprendizado: Tais efeitos provocam

muitas vezes, a redução de custos adicionais. Pois o aprendizado obtido pelos

funcionários ao realizarem as atividades repetidamente os torna mais eficientes.

Utilização da capacidade instalada: Possui grande influência nos custos

unitários das mercadorias. Pois na medida em que ocorre as interrupções ou a

mudança de capacidade, pode vir a surgir novos custos. Logo é de suma

importância o planejamento da produção, e o estabelecimento dos níveis de

estoques desejados.

Relações entre áreas internas e relações com outras empresas: As relações

internas são outras determinantes de custos, no qual as mesmas estão

relacionadas a atividades diversas que possuem forte influência sobre os custos,

podendo reduzi-los significativamente. Como também é o caso do controle de

qualidade, relações externas e o Just in time.

Relações entre UENs: Tal relacionamento pode ser proveitoso para as

organizações, pois acaba ocorrendo o compartilhamento de experiências, bem

como, um ganho de economia de escala nas atividades funcionais.

Grau de integração: As decisões relacionadas à integração, também podem

agitar os custos. Onde a extensão da integração, seja ela para frente ou para

trás em um determinado mercado, a mesma deve ser bastante analisada ao se

avaliar a atratividade do mercado alvo.

Agir no momento oportunidade: Pois o primeiro a entrar em um determinado

setor garante algumas vantagens exclusivas, tais como a melhor localização,

matérias-primas de qualidade e com valores mais em conta, como até mesmo a

liderança tecnológica.

Escolhas das políticas: Regras gerais são: reduzir custos nos fatores que não

afetarão significativamente a exclusividade valorizada; evitar os atributos

adicionais, caso eles não sirvam para aumentar a diferenciação; e investir em

tecnologia para obter uma automoção de processos a baixo custo e um design

de produtos de baixo custo.

Localização e Fatores institucionais: Diz respeito à localização geográfica,

onde uma boa localidade faz com que se aproveitem alguns custos, tais como:

40

energia, MP, distribuição; Já os fatores institucionais estão ligados às

regulamentações de modo geral.

Logo, o interesse das empresas em obter essa vantagem é diminuir os

custos que não agregam valor para os produtos, que no geral acaba sendo bastante

proveitoso para os clientes, uma vez que os mesmos terão produtos com valores

mais em conta.

3.2.2 Vantagem de Diferenciação

Trata-se de outra forma de vantagem competitiva, onde a empresa

necessita possuir algo valioso e singular em relação ao que seus concorrentes

possuem.

Para Porter (1989) na medida em que acontece a diferenciação, as

organizações conseguem o preço prêmio, vendendo as mercadorias com valores

atrativos para os clientes, bem como garantem a fidelização dos mesmos.

No mesmo pensamento Hirã (2009, p. 12) define o termo diferenciação como:

A diferenciação é, portanto a busca dos elementos que farão de sua empresa a melhor opção do ponto de vista dos clientes e ao mesmo tempo dos fatores intrínsecos e metodológicos para a obtenção desta vantagem competitiva.

Para Kotler (2003, p. 50) a diferenciação pode ser adquirida das seguintes

maneiras:

PRODUTO Características, Desempenho, Conformidade, Durabilidade,

Confiabilidade, Estilo, Design.

SERVIÇOS Entrega, Instalação, Treinamento dos clientes,

Confiabilidade, Consultoria, Reparos.

PESSOAL Competência, Cortesia, Credibilidade, Confiabilidade,

Responsabilidade, Comunicação.

IMAGEM Símbolos, Mídia escrita e Audiovisual, Atmosfera, Eventos

FIGURA 3: Maneiras de atingir a diferenciação Fonte: Kotler (2003, p. 50)

41

Logo, para que as atividades de valores adquiram singularidade as

mesmas precisam que ocorram as interações dos condutores básicos e análogos

com os de custos. No que tange aos condutores de singularidade, Porter (1989) fala

que os mais importantes são: escolhas políticas, elos entre cadeias, oportunidades,

localização, inter-relações, aprendizagem e vazamento, integração, escala e fatores

institucionais.

A vantagem competitiva para o mercado empresarial tornou-se algo

extremamente complexo, onde as organizações para se manterem vivas ou com

sucesso precisam acima de tudo se posicionar de forma correta perante ao

mercado, de modo que suas ações tragam maiores retornos financeiros e melhor

participação de mercado.

Conforme Churchill e Peter (2000, p. 48) “A vantagem competitiva é a

capacidade de ter um desempenho melhor que o dos concorrentes na oferta de algo

que o mercado valoriza”.

Já Kotler (1998), considera que a vantagem competitiva é adquirida pelas

empresas por conta do planejamento das ofertas. Onde é preciso que as mesmas

atendam melhor as necessidades dos clientes do que concorrência.

Nessa mesma linha de pensamento Porter (1989) ressalta que a

vantagem competitiva se dá em função do valor percebido pelos clientes, no qual

essa percepção se dá quando se oferta produtos ou serviços a preços menores do

quer a concorrência ou quando há a existência de fatores que singularize o que é

ofertado pela empresa.

Logo, a vantagem competitiva depende da eficácia operacional e das

estratégias competitivas. Portanto, é necessário que se encontre as atividades que

fazem parte da cadeia produtiva, responsáveis por aumentar o valor do produto ou

serviço. Por sua vez, o valor pode ser elevado seja por meio da diminuição dos

custos produtivos ou através de melhorias do sistema como um todo. Como também

há necessidade que ocorra um posicionamento por meio das estratégicas.

A eficácia operacional se dá quando se faz uma analise minuciosa nos

processos de produção das organizações, fazendo uso do conceito de Cadeia de

Valor (Porter, 1989). Ainda segundo Porter (1989), quando se faz uso da cadeia de

42

valor como ferramenta de análise, acaba havendo uma separação das atividades

essenciais da mesma, buscando com isso entender as fontes de diferenciação e o

comportamento dos custos. Permitindo assim, o uso de forma melhor das atividades

estratégicas.

A fonte da diferenciação, estar no modo como ocorre a interferência na

cadeia de valor da empresa, e na cadeia de valor do comprador (clientes). Onde o

valor criado pelas organizações para seus produtos ou serviços, só é percebido

pelos clientes caso haja uma apresentação para os mesmos.

3.2.2.1 Construindo a diferenciação

Alguns dos fatores usados na obtenção da vantagem de custos podem

ser vastamente utilizados como determinantes de exclusividade, contribuindo assim,

para a diferenciação do produto ou serviço ofertado.

Segundo Graham, John e Nigel (2005, p. 282) a diferenciação pode se dá

da seguinte forma:

FIGURA 9: Determinante de Exclusividade Fonte: Graham; John & Nigel (2005, p.282)

Logo, pode ser visto que a obtenção da exclusividade se dá mediante a

ações praticadas pelas empresas que diferencia a oferta em diferentes aspectos,

tais como: produto, preço, promoção, distribuição e marca. No qual os autores

conceituam esses tipos de diferenciação como sendo:

Diferenciação do produto

43

Ocorre quando se busca aumentar o valor do produto ou serviço a ser

ofertado para os clientes, de modo a apresentar algo que desperte o interesse de

consumo dos consumidores, seja por meio da embalagem, qualidade, marca ou

serviços. Assim, qualquer elemento pertencente a um determinado produto pode ser

visto como um fator de diferenciação em relação à concorrência.

Diferenciação da distribuição

Nesse tipo de diferenciação, a mesma estar relacionada ao uso de

diversas formas de atendimento de mercado, por meio do uso de vários pontos de

vendas e de distribuição. De modo a estar sempre buscando meios que agreguem

valor para seus clientes.

Diferenciação dos preços

O uso desse tipo de diferenciação é adequado quando a organização já

possui uma vantagem de custo, ou quando há a existência de barreiras que evite a

entrada de concorrentes possuidores de custos mais baixos. Desse modo, a

definição do preço prêmio se dá em função do grau de diferenciação do produto, na

qual quanto maior for essa diferenciação mais fácil será a obtenção do mesmo.

Diferenciação da promoção

É um tipo de diferenciação que estar ligado as formas de promoção

usadas pelas organizações. No qual se busca despertar o interesse dos clientes de

modo a induzi-los a realizar a compra.

Diferenciação da marca

44

É uma diferenciação onde ocorre um posicionamento em relação a uma

determinada marca, no qual quando a marca ocupa uma posição sólida na mente

dos consumidores, acaba fazendo com que os mesmos optem por uma determinada

marca independente do preço.

3.3 Estratégias genéricas de competição

Para Porter (1989) a empresa pode ter dois tipos diferentes de vantagem

competitiva, a diferenciação ou baixo custo. De modo que ao combinar o tipo de

vantagem competitiva com a estrutura de atividades que uma organização pretende

possuir, acaba surgindo às chamadas estratégias genéricas:

Liderança em custos: ocorre quando a organização opta por praticar uma

produção com custos reduzidos, seja para produtos ou serviços. Os meios

usados para conseguir a redução dos custos incluem: economia de escala,

uso de tecnologias patenteadas, preferência de matéria-prima.

Diferenciação: ocorre quando a organização busca apresentar valor para os

seus clientes. Seja a empresa através do posicionamento de forma singular,

de um ou mais fatores que despertam interesse aos clientes a um preço

prêmio.

Enfoque: è um tipo de estratégias onde se escolhe um setor competitivo

reduzido, cuja empresa é apta a atender suas necessidades. Tal estratégia se

divide em duas variáveis: enfoque na diferenciação e enfoque em custos,

onde a primeira se busca diferenciar os produtos ou serviços no mercado de

atuação; Enquanto a segunda busca adquirir a vantagem de custo.

A vantagem competitiva origina-se em diferentes atividades

desenvolvidas pelas empresas, seja no projeto, na produção, entrega ou no pós

venda. Pois ambas as atividades estão diretamente envolvidas com os custos de

uma organização. Servindo ainda como uma variável de diferenciação.

Para Kotler (1994) a satisfação é originada por meio da comparação entre

os resultados tidos dos produtos ou serviços com as expectativas criadas pelos

clientes.

45

Logo, a satisfação do cliente estar diretamente relacionada a qualidade

dos produtos ou serviços que são ofertados. Onde se os mesmos atenderem as

expectativas acaba gerando a fidelização, caso contrario a rejeição faz com que

futuramente os clientes optem pela concorrência. Por conta da experiência passada.

3.4 O Modelo das cinco forças da concorrência setorial

Porter (1989) ressalta que a competição não se dá exclusivamente por

conta dos concorrentes, mais sim por toda uma cadeia de relações. Onde segundo o

mesmo essa competição dos setores é controlada por cinco forças competitivas:

1 Cliente: Estar relacionado à força de compra dos clientes, onde a mesma

pode modificar o equilíbrio da relação do mesmo com o setor.

2 Fornecedores: No qual os mesmos podem possuir poder sobre os membros

do setor, podendo assim acontecer elevação dos preços ou até mesmo a

redução de qualidade dos produtos oferecidos.

3 Novos entrantes em potencial: Pois junto aos novos entrantes podem surgir

novas capacidades, bem como o desejo de ganhar mercado acirrando assim

a concorrência.

4 Produtos substitutos: Esses acabam diminuindo os lucros e a duração de

estabilidade do mercado.

5 Rivalidade entre concorrentes: Está relacionado ao uso de diferentes

estratégias usadas pela concorrência, na busca pela conquista de mercado.

Entre as estratégias usadas temos: Preço, Propaganda ou Lançamento de

algo inovador.

Tais forças por sua vez, são cruciais para que as empresas obtenham

rentabilidade, por estarem diretamente relacionadas ao retorno sobre investimentos

(ROI). Mas para isso se faz necessário que as organizações ao avaliarem as forças

que influenciam a competição, bem como suas possíveis causas, precisam

desenvolver ações capazes de minimizar ou neutralizar a ação das mesmas sobre a

empresa. Pois na medida em que as organizações possuem o conhecimento e as

habilidades necessárias para lidar com as cinco forças de forma melhor que seus

concorrentes, as mesmas acabam obtendo vantagem competitiva, seja em relação

aos custos ou diferenciação.

46

3.5 Motivos que agravam a concorrência

No que tange aos motivos que levam ao aumento da concorrência, tendo

como base as cinco forças setoriais responsáveis pelas transformações de mercado,

Porter (1985) apud Graham, John e Nigel (2005) considera os seguintes:

Rivalidade entre empresas existentes: Onde a intensidade da rivalidade

dependerá da prevalência das seguintes condições:

Quando os concorrentes que operam no setor estão mais ou menos

equilibrados. Em questões ligadas a participação de mercado, nesse caso a

disputa por um ponto percentual é acirrada, chegando a provocar

investimentos em propaganda, concorrência por preço e inovação.

Durante períodos de baixo crescimento do mercado: no qual o

crescimento se dá em função dos concorrentes, acaba elevando a rivalidade.

Quando as barreiras de saída são altas: acaba fazendo com que as

empresas concorram com mais intensidade em busca do sucesso.

Quando a diferenciação entre produtos é baixa: nessas condições o fato

de haver pouca diferença dos produtos ofertados entre os concorrentes, pode

fazer com que os consumidores optem por qualquer um, aumentando assim a

concorrência.

Quando os custos fixos são relativamente altos: na medida em que os

custos fixos são superiores aos custos variáveis, as organizações precisam

aumentar o volume de venda, a fim de cobrir os mesmos, aumentando

consequentemente a briga por clientes.

Ameaça de novos entrantes: As empresas além de se atentarem para os

concorrentes existentes precisam ficar ligadas ao surgimento de novos

concorrentes. Diante disso, a entrada desses novos participantes pode

alavancar a concorrência por conta das seguintes condições:

Os custos de entradas são pequenos;

Os canais de distribuição existentes ou novos estão disponíveis;

É prevista pouca retaliação por parte dos concorrentes estabelecidos;

A diferenciação entre a oferta dos ativos participantes é mínima, em relação

às dos novos entrantes;

47

Há lacunas no mercado, por não atenderem adequadamente os desejos e

necessidades do mercado.

Poder de barganha dos fornecedores: Na medida em que o poder de

barganha dos fornecedores exerce superioridade em relação à empresa, acaba

despertando a concorrência pela busca de fornecedores. Logo o poder de

barganha dos fornecedores, pode aumentar por conta das seguintes situações:

Custos envolvidos na troca de fornecedores são altos: onde se dá

quando os mesmos ofertam uma exclusividade de fornecimento, aumentando

assim seu poder sobre os clientes.

As ofertas dos fornecedores são muito diferenciadas: quando o que esta

sendo oferecido é diferente do oferecido pela concorrência. Apresentando

diferenças tangíveis e intangíveis.

Poder de barganha dos compradores: O grau de concorrência também pode

ser influenciado pelo poder de barganha exercido pelo cliente em relação aos

fornecedores. Onde os poderes dos clientes são maiores quando:

Eles são mais concentrados do que os vendedores: quando o cliente

absorve grande parte do que é ofertado no mercado.

Há fortes alternativas de fornecimento prontamente disponíveis: na

medida em que existe vários fornecedores de um mesmo produto ou serviço

em uma região, isso faz com que os clientes tenham um maior poder sobre o

fornecedor.

Os custos para o comprador devido a mudança de fornecedores são

baixos: o cliente tem a opção de buscar no mercado melhores condições de

fornecimento para os produtos ou serviços desejados.

Ameaças de substitutos: É uma força competitiva, onde existe a possibilidade

dos novos entrantes fazerem uso de novas tecnologias, buscando inovar ou

melhorar o que já existe. Tais ações podem elevar a competição por diversos

fatores, tais como:

Tornando obsoletas as tecnologias existentes: Conforme as mudanças

vão ocorrendo, a concorrência tende a aumentar em busca da liderança de

mercado.

48

Logo, a intensificação da concorrência depende da situação a qual a

mesma se depara. Ou seja, pode a mesma ser influenciada tanto por fatores

internos como por fatores externos.

Apartir da exposição dos renomados autores com abordagens teóricas a

respeito de gerenciamento de estoques, com ênfase na vantagem competitiva, será

retratado no próximo capitulo a metodologia utilizada para a construção do trabalho

acadêmico.

49

4 METODOLOGIA

4.1 MÉTODO DO ESTUDO

Nessa parte do artigo é apresentada a metodologia usada para a

realização do estudo, ou seja, aborda a questão levantada quanto à gestão de

estoques. Para isso a pesquisa foi estruturada da seguinte forma: problema, tipo de

pesquisa, universo e amostra, coleta de dados, tratamento dos dados.

Segundo Marconi e Lakatos (2008, p. 83) a metodologia está relacionada

à união de varias atividades de forma sistêmica, que mostra o que deve ser feito,

permitindo ainda a identificação de erros e ajudando nas tomadas de decisões.

4.1.1 Tipo de pesquisa

Para realizar o trabalho foi feito uma pesquisa de caráter exploratório

descritivo, tendo como método para sua realização a pesquisa quantitativa. No qual

a mesma destinou-se a quatro supermercados da cidade de Pacatuba, buscando

informações que pudessem ser quantificadas, de modo a gerar informações

pertinentes à prática de gestão de estoque realizada nos mesmos. Ou seja optou-se

por um estudo de caso múltiplo.

De acordo com Oliveira (2007) a pesquisa busca encontrar respostas

para os problemas, indagações ou questões existentes nos ramos do conhecimento

humano.

Segundo Gil (2002) a pesquisa exploratória garante a descrição de forma

precisa de uma situação, estudada, pois o pesquisador se aproxima do problema.

No que tange a pesquisa descritiva, Vergara (2009) entende que a

mesma busca detalhar as características do objeto que estar sendo estudado.

Para Malhotra (2001, p. 155) “a pesquisa quantitativa se utiliza de análise

estatísticas dos dados coletados, objetivando a quantificação dos mesmos, para que

possam futuramente serem generalizados os resultados obtidos para a população

alvo”. Já na concepção de Diehl (2004) o tipo de pesquisa quantitativa pode enfocar

50

o estudo de correlações de variáveis, o estudo comparativos causais e o estudo

experimental.

4.1.2 Universo e Amostra

O universo da pesquisa é formado por uma rede de supermercados de

Pacatuba / Ceará, composta por quatro supermercados e dos seus respectivos

responsáveis pela área de estoque.

4.1.3 Coleta de dados

É a parte da pesquisa que busca adquirir os dados sobre o objeto de

estudo, a fim de classificá-los de acordo com suas peculiaridades. Nesta pesquisa, o

levantamento dos dados foi feito diretamente no campo, onde se fez uso de

questionário estruturado com questões fechadas, cuja aplicação foi realizada pelo

desenvolvedor desse trabalho. Tal questionário por sua vez, pode ser encontrado no

anexo desta obra.

No que tange aos procedimentos adotados anteriormente a realização da

aplicação do questionário, temos os seguintes: criação do questionário, formatação

do questionário, negociação para realizar a aplicação nos supermercados, e por fim

a aplicação propriamente dita.

4.1.4 Tratamento dos dados

Após análise dos dados coletados, os mesmos passaram por um

processo de tabulação. Para isso se fez uso do Microsoft Excell®, no qual as

informações adquiridas pela pesquisa foram analisadas através desse software. De

modo a permitir que a visualização dos resultados seja apresentada através de

gráficos do tipo pizza, contendo o percentual das respostas obtidas com o

questionário.

51

4.1.5 Objeto de estudo

O objeto de estudo da pesquisa, é um grupo de quatro supermercados

localizados no município de Pacatuba-Ceará, cerca de 21 Km de Fortaleza. No qual

os mesmos são empresas de médio porte que desenvolvem atividades econômicas

de fornecimento de alimentos perecíveis e não perecíveis. Entre o mix de produtos

ofertados temos de: alimentação, limpeza, higiene pessoal e outros.

Os supermercados em estudo concederam a permissão para que fosse

realizada a pesquisa, mas com a condição de que não houvesse a divulgação dos

nomes dos mesmos.

Contudo, percebe-se que as organizações para permanecerem no

mercado contemporâneo, precisam se estruturar continuamente seus sistemas

processos e métodos, no que diz respeito à administração de estoques. Portanto,

para alicerçar a pesquisa será realizado um estudo de caso múltiplo em quatro

supermercados da cidade de Pacatuba – Ceará, permitindo confrontar as indicações

dos teóricos através do instrumento de pesquisa. No qual resultará em uma

constituição de análise de resultados, que será apresentado logo em seguida.

52

5 ANÁLISE DOS DADOS

O Presente estudo reflete os pensamentos dos renomados autores, que

conduziram a pesquisa buscando alcançar o objetivo geral da monografia - Verificar

a importância das práticas de gestão de estoque para uma rede de supermercados

situada em Pacatuba – Ceará.

Segue abaixo a analise da pesquisa realizada nos mesmos.

Como características dos respondentes da pesquisa, temos que 75% dos

gestores que responderam são do sexo masculino e 25% do sexo feminino. Quanto

ao tempo de empresa, 100% dos entrevistados estão na empresa de 1 a 5 anos.

Entre os mesmos 50% possuem ensino superior, e 50% apenas o ensino médio.

Gráfico 01 Qual o tipo de aquisição que o supermercado utiliza para obter estoque?

Fonte: Pesquisa realizada pelo autor

No gráfico acima pode ser visto que 75% dos supermercados

entrevistados preferem repor seus estoques por meio de compras a prazo. E 25%

realizam a reposição através de compras a vista.

75%

25%

CONTRATO DE FORNECIMENTO COMPRAS A PRAZO

COMPRAS A VISTA OUTRAS

53

Gráfico 02 A gestão de estoque é importante para os resultados da empresa?

Fonte: Pesquisa realizada pelo autor

No que tange a importância da gestão de estoque na obtenção dos

resultados, pôde ser verificado que entre os supermercados estudados de Pacatuba,

cerca de 75% deles concordam de forma total que o uso eficiente da gestão de

estoque trás benefícios reais para os resultados dos supermercados. Confirmando

dessa forma, com o referencial teórico apresentado, que aborda os benefícios de

uma boa gestão de estoque. No geral podemos ver que 100% dos entrevistados,

concordam com a importância de tais praticas de gestão, mostrando assim que o

assunto é conhecido por todos os entrevistados.

O restante dos entrevistados, no qual representam 25% da pesquisa

mostraram que concordam parcialmente, com a importância dessas praticas de

gestão de estoque para o atingimento dos resultados. Comprovando assim que

partes dos entrevistados ainda apresentam duvidas a respeito da eficiência da

mesma, necessitando dessa forma maior estudo dessas questões.

Contudo, os supermercados que conseguem enxergar a importâncias das

práticas de gestão de estoque, mostram-se que estão sempre competitivos, de

modo a buscar sempre novos meios ou ferramentas para se diferenciar dos

concorrentes.

25%

75%

CONCORDO PARCIALMENTE

CONCORDO TOTALMENTE

DISCORDO TOTALMENTE

DISCORDO PARCIALMENTE

NÃO SABE

54

Gráfico 03 O que o supermercado espera conseguir com o gerenciamento dos

estoques?

Fonte: Pesquisa realizada pelo autor

Em relação ao que os supermercados esperam conseguir, ao praticar o

gerenciamento dos estoques, as informações obtidas foram que ambos almejam

obter controle absoluto sobre o que entra e sai do supermercado.

Gráfico 04 Como é realizado o controle de estoques no supermercado?

Fonte: Pesquisa realizada pelo autor

100%

OBTER CONTROLEABSOLUTO

REDUZIR CUSTOS

MELHORAR A EFICIENCIANOS PROCESSOS

VANTAGEM COMPETITIVA ESATISFAÇÃO DO CLIENTE

OUTROS

25%

25%

50%

DE FORMA VISUAL

ATRAVÉS DE PLANILHASELETRONICAS

SISTEMA INFORMATIZADO

NÃO EXISTE CONTROLE DEESTOQUE

DE FORMA MANUAL

OUTROS

55

Ao se questionar a respeito dos meios utilizados para controlar os

estoques dos supermercados em estudo. Pôde ser visto que 50% dos

supermercados entrevistados fazem uso de sistemas informatizados para controlar

as entradas e saídas.

Apenas 25% dos supermercados entrevistados controlam seus estoques

de forma manual. Os 25% restantes, fazem uso de planilhas eletrônicas, no qual são

atualizadas constantemente.

Diagnosticando a citação de Chopra e Meindl (2006) defendem que a

existência de um sistema integrado as várias áreas das organizações é bastante

viável, por permitir uma melhor visualização das transações em tempo real. Nesta

questão, os supermercados estudados apresentam divergência entre as respostas,

onde tal percepção se deve ao fato de alguns dos supermercados ainda não terem

se dado de conta da real capacidade dos sistemas. Principalmente nas questões

ligadas aos custos.

Gráfico 05 Existem discrepâncias no gerenciamento do estoque do supermercado?

Fonte: Pesquisa realizada pelo autor

Ao se abordar a respeito das divergências nos estoques, o que pode ser

percebido é que 50% dos supermercados em estudo possuem discrepâncias em

seus estoques, mesmo fazendo uso de alguma forma de controle.

50% 50%

SIM

NÃO

56

Já os outros 50% da amostra em estudo afirmaram não possuir nenhuma

discrepância na gestão de seus estoques. O interessante é que esses são

justamente os supermercados que possuem um sistema de gestão capaz de

controlar as entradas e saídas, bem como os prazos de validade e outros aspectos.

Com isso fica claro que o uso de sistemas capazes de controlar os

estoques acaba permitindo um maior controle.

Gráfico 06 Com a eventual falta de mercadoria ocorre a perda de venda?

Fonte: Pesquisa realizada pelo autor

No gráfico acima, pode ser visto que 100% dos entrevistados concordam

completamente que a falta de mercadorias, provoca a perda de vendas.

Logo, pode ser visto que a maioria da amostra em estudo entende que

uma má administração dos estoques, é fator preponderante na perca de vendas.

Isso não significa dizer que estão completamente perdidas, podendo os

consumidores ainda assim voltar ao supermercado.

25%

75%

CONCORDO PARCIALMENTE

CONCORDO TOTALMENTE

DISCORDO TOTALMENTE

DISCORDO PARCIALMENTE

NÃO SABE

57

Gráfico 07 Existe exclusividade de fornecimento de produto de algum fornecedor do

supermercado?

Fonte: Pesquisa realizada pelo autor

Quanto ao fornecimento de mercadorias, os resultados obtidos quando

perguntados aos supermercados se existia algum fornecimento exclusivo. Os

resultados obtidos foi que 75% dos supermercados entrevistados, possuem

fornecedores que disponibilizam mercadorias para serem vendidas com

exclusividade pelos supermercados. O que permite aos mesmos diferenciar-se entre

os concorrentes.

Gráfico 08 No que diz respeito aos estoques, a empresa possui:

Fonte: Pesquisa realizada pelo autor

25%

75%

SIM

NÃO

50%

25%

25%

UM ESPAÇO PRÓPRIO PARA ARMAZENAMENTO. MAIS NÃOSUPORTA O NÍVEL DE ESTOCAGEM NECESSÁRIA.

UM ESPAÇO PRÓPRIO PARA ARMAZENAMENTO. SUFICIENTE PARAARMAZENAR AS MERCADORIAS.

UM ESPAÇO ÚNICO ONDE SÃO ARMAZENADOS AS MERCADORIASDE TODOS OS SUPERMERCADOS DA REDE

58

O gráfico acima mostra que 50% das empresas entrevistadas possuem

um espaço próprio para armazenamento, suficiente para alocar as mercadorias que

são vendidas para os consumidores. Já 25% dos mesmos alegaram possuir um

espaço único onde são armazenadas as mercadorias de todos os supermercados

pertencentes a um mesmo grupo.

O restante da amostra correspondente a os outros 25%, informaram não

possuir estoque. Apenas as mercadorias que se encontram nas prateleiras.

Gráfico 09 O supermercado faz uso do gerenciamento de estoque para reduzir os

custos de estocagem?

Fonte: Pesquisa realizada pelo autor

No gráfico acima é possível visualizar a busca das empresas pela

redução dos custos, por meio do uso eficiente da gestão de estoque. No geral, dos

supermercados que participaram da pesquisa 50% concordaram totalmente que

buscam reduzir seus custos. O restante dos supermercados correspondente a 25%

concordam parcialmente e outros 25% discordam parcialmente.

75%

25%

CONCORDO PARCIALMENTE

CONCORDO TOTALMENTE

DISCORDO TOTALMENTE

DISCORDO PARCIALMENTE

NÃO SABE

59

Logo pode ser visto que existe de fato uma preocupação das empresas

em relação aos aspectos ligados a gestão de estoque. O que por sua vez acaba

sendo condizente com a literatura revista, no qual segundo Ching (2007) as

estruturas de custos necessitam de atenção constante pelo fato das mesmas

representarem cerca de 95% dos investimentos feitos pelas organizações. Onde a

gestão de custo passa a ter forte influência sobre a competitividade.

Gráfico 10 No que tange aos custos de estocagem a empresa:

Fonte: Pesquisa realizada pelo autor

Em relação aos custos de estoque tidos pelos supermercados, quando

comparado com os concorrentes à pesquisa revelou que 50% dos entrevistados

possuem baixos custos, o que demonstra que metade dos supermercados

analisados possui um bom gerenciamento de seus estoques.

Os outros 50% revelaram possuir um equilíbrio, onde os custos tidos

estão dentro dos níveis normais, semelhante aos dos demais concorrentes. Onde

tais supermercados preferem manter os estoques não totalmente lotados, mais com

os produtos sempre disponível a fim de evitar a falta de mercadorias.

50% 50% POSSUI ALTOS CUSTOS

POSSUI BAIXOS CUSTOS

POSSUI UM EQUILIBRIO

NÃO SABE

60

Gráfico 11 Como se dá a formação dos preços das mercadorias ofertadas pelo

supermercado?

Fonte: Pesquisa realizada pelo autor

No gráfico acima pode ser visualizado que parte dos supermercados que

se submeteram a pesquisa 50% destes, formam o preço de venda das mercadorias

através de decisões tomadas pelo próprio dono, ou seja, a precificação é dada em

caráter interno depois de realizado pesquisa na concorrência.

Apenas 25% das empresas pesquisadas mostraram-se que estabelecem

seus preços conforme os custos. Essas por sua vez acabam possuindo um maior

controle sobre seus gastos, podendo as mesmas decidir a margem de lucro.

25%

25%

50%

Preço tabelado, estabelecido pela rede a qual pertence

Conforme os custos

Decisão do dono do supemercado

Outras formas

61

Gráfico 12 Existe um gestor específico para a área de estoque?

Fonte: Pesquisa realizada pelo autor

Ao serem perguntados se os supermercados possuíam um gestor

especifico para controlar a área de estoque, ficou constatado que 75% dos mesmos

possuem. E apenas 25% não possuem de modo que tal função é assumida pelos

próprios funcionários.

Gráfico 13 O fato de existir um estoque de mercadorias sempre disponível, é visto

pela empresa como um diferencial competitivo que agrega valor na relação

existente?

Fonte: Pesquisa realizada pelo autor

75%

25%

SIM

NÃO

25%

75%

CONCORDO PARCIALMENTE

CONCORDO TOTALMENTE

DISCORDO TOTALMENTE

DISCORDO PARCIALMENTE

NÃO SABE

62

Os dados apresentados no gráfico acima demonstra que 75% dos

entrevistados concordam totalmente que a disponibilidade das mercadorias sempre

que forem procuradas pelos clientes, é um fator de diferenciação de mercado. O que

de fato confirma que a gestão de estoque quando bem realizada garante além de

uma redução dos custos a satisfação dos clientes, uma vez que as mercadorias

estão sempre disponíveis. Os outros 25% concordam parcialmente.

Gráfico 14 Existe no supermercado perdas/avarias oriundas da má armazenagem?

Fonte: Pesquisa realizada pelo autor

A respeito das avarias e perdas de mercadorias por conta da má gestão

dos estoques, todos os supermercados pesquisados alegaram possuir algum tipo de

perda. O que demonstra que apesar de alguns destes desenvolverem a prática de

gestão de estoque ainda assim possuem perdas.

Dando indícios de que as mesmas precisam cada vez mais investir

nessas questões. Na concepção de Costa (2002) no processo de armazenamento é

necessário atentar-se para a alocação dos materiais, de modo a possibilitar a

integridade dos produtos.

100%

SIM

NÃO

63

Gráfico 15 O supermercado realiza algum tipo de inventario?

Fonte: Pesquisa realizada pelo autor

No que tange ao inventário, ao se perguntar se os supermercados

realizam algum tipo, ficou constatado que 75% dos mesmos praticam o tipo

inventário rotativo, onde a verificação das mercadorias ocorrem permanentemente.

Gráfico 16 Qual a ferramenta utilizada pelo supermercado que mostra a quantidade

de materiais que precisa ser comprada para repor os estoques?

Fonte: Pesquisa realizada pelo autor

75%

25% SIM, ROTATIVO

SIM, GERAL

SIM, PERMANENTE

NÃO REALIZAMOSNENHUM IVENTÁRIO

25%

75%

A empresa repõem seus estoques periodicamente(mensalmente, quinzenalmente ou semanalmente).

A empresa usa um software que fornece essa informação

A empresa faz uso da experiência de mercado

64

No que tange as ferramentas utilizadas para realizar a reposição dos

estoques, foi observado que 75% dos supermercados entrevistados compram as

mercadorias conforme vão acabando as mesmas. Que no geral, significa dizer que

esses preferem manter o estoque mínimo, onde buscam manter somente o

necessário para fazer girar o processo de venda. Fato esse que acaba gerando

economia para os supermercados. Para Bowersox e Closs (2009) quando as

mercadorias encontram-se paradas nos estoques, acabam representando custos

elevados para as organizações.

Os outros 25% trabalham com as compras planejadas, podendo as

mesmas serem realizadas em intervalos de tempo diversos, tais como:

semanalmente, periodicamente, mensalmente.

Gráfico 17 Como é realizado a movimentação das mercadorias armazenadas em

estoque?

Fonte: Pesquisa realizada pelo autor

Nas questões ligadas a movimentação de materiais, a pesquisa revelou

que entre os supermercados participantes da pesquisa, cerca de 75% realizam a

movimentação interna dos produtos de forma manual. O que reafirma a preferência

75%

25%

ATRAVÉS DE PATINHAS

ATRAVÉS DEEMPILHADEIRAS

ATRAVÉS DE CARRINHOS

MANUALMENTE

OUTROS MEIOS

65

dos mesmos em utilizar o estoque mínimo, onde o fluxo de movimentação não exige

equipamentos com maior eficiência. Os outros 25% dos supermercados

responderam que fazem uso de carrinhos para realizar tal atividade. Esses por sua

vez possuem um estoque com um fluxo um pouco elevado, exigindo tais meios a fim

de agilizar o processo.

Gráfico 18.1 O supermercado possui controle sobre as mercadorias que entram e

saem dos estoques?

Fonte: Pesquisa realizada pelo autor

O gráfico acima demonstra que 100% dos supermercados em estudo,

fazem de alguma forma um controle das mercadorias que entram e saem dos

supermercados. Por sua vez, tal resultado acaba esclarecendo que os mesmos de

fato possuem uma certa atenção sobre esse assunto.

100%

CONCORDO PARCIALMENTE

CONCORDO TOTALMENTE

DISCORDO TOTALMENTE

DISCORDO PARCIALMENTE

NÃO SABE

66

Gráfico 18.2 O abastecimento dos estoques por parte dos fornecedores é rápido,

não possuindo falhas ou retornos?

Fonte: Pesquisa realizada pelo autor

Em relação à eficiência dos fornecedores, 50% dos supermercados

entrevistados concordam totalmente e os outros 50% concordaram parcialmente que

seus fornecedores atendem as necessidades nos aspectos ligados a prazo e

qualidade.

Por sua vez Slack, Chambers e Johnston (2008) compreendem que a

comunicação quando ocorre de forma eficiente entre empresa e o mercado de

suprimento acaba fazendo surgir alguns benefícios.

50% 50% CONCORDO PARCIALMENTE

CONCORDO TOTALMENTE

DISCORDO TOTALMENTE

DISCORDO PARCIALMENTE

NÃO SABE

67

Gráfico 18.3 O espaço físico do estoque é ideal?

Fonte: Pesquisa realizada pelo autor

Acima pode ser visto que entre os quatros supermercados pesquisados

apenas três concordaram com a afirmativa de que o local onde se localiza o estoque

é ideal. Onde 50% concordaram totalmente e 25% concordaram parcialmente.

Logo é evidente que esse supermercado que concorda parcialmente

possui um espaço adequado, mas que existem algumas limitações que não torna o

ambiente completo.

Os outros 25% discordaram totalmente, ou seja, o espaço tido por esse

acaba não sendo adequado para as atividades desenvolvidas nele. Sendo esse um

dos principais responsáveis pelos problemas ligados as questões de

armazenamento e avarias / perdas.

25%

50%

25% CONCORDO PARCIALMENTE

CONCORDO TOTALMENTE

DISCORDO TOTALMENTE

DISCORDO PARCIALMENTE

NÃO SABE

68

Gráfico 18.4 O layout do estoque é organizado, facilitando a locomoção dos

produtos?

Fonte: Pesquisa realizada pelo autor

Em relação ao espaço físico dos supermercados, os mesmos

responderam que o layout do estoque é organizado, de modo a permitir uma boa

movimentação interna. No qual os resultados obtidos informa que 50% concordaram

de forma total que seus ambientes se enquadram no perfil, seguido por 25% que

também disseram concordar de forma parcial, ou seja, demonstrando que ainda

precisa realizar algumas adequações.

Os 25% restantes discordaram totalmente, onde apesar de praticarem a

gestão de estoque o mesmo não possui ainda um local bem estruturado e

organizado para armazenar as mercadorias. O que dessa forma acaba tornando a

locomoção interna um pouco dificultosa. Costa (2002, p. 77) ressalta que “o espaço

e o layout de uma área de armazenamento devem ser estruturados de forma que

seja possível desfrutar ao máximo de sua área total”.

25%

50%

25% CONCORDO PARCIALMENTE

CONCORDO TOTALMENTE

DISCORDO TOTALMENTE

DISCORDO PARCIALMENTE

NÃO SABE

69

Gráfico 18.5 As estruturas usadas para o acondicionamento dos produtos é ideal?

Fonte: Pesquisa realizada pelo autor

O gráfico acima relacionado as estruturas usadas para fazer o

armazenamento dos produtos, mostra que entre os supermercados houve uma

divisão bem expressiva. Onde 50% dos respondentes afirmaram concordar

totalmente que possuem estruturas adequadas para realizar o acondicionamento

dos produtos. Os demais supermercados, referente aos outros 50% concordaram

parcialmente.

No geral, é visível que alguns precisam investir um pouco mais nessas

estruturas. Pois um mau armazenamento de mercadorias pode ocasionar a perda,

avaria, entre outros problemas.

50% 50%

CONCORDO PARCIALMENTE

CONCORDO TOTALMENTE

DISCORDO TOTALMENTE

DISCORDO PARCIALMENTE

NÃO SABE

70

Gráfico 18.6 Ao praticar a gestão de estoque o supermercado consegue tirar

alguma vantagem em relação os concorrentes?

Fonte: Pesquisa realizada pelo autor

Neste item da pesquisa ficou esclarecido que 75% dos supermercados

afirmaram concordar totalmente que tiram vantagem em relação à concorrência ao

desenvolverem as práticas de gestão de estoque. Os outros 25% da amostra

afirmou concordar de forma parcial com tal afirmativa.

No geral pode ser visto que todos concordam com a vantagem

conseguida com o uso das ferramentas de gestão de estoque.

25%

75%

CONCORDO PARCIALMENTE

CONCORDO TOTALMENTE

DISCORDO TOTALMENTE

DISCORDO PARCIALMENTE

NÃO SABE

71

Gráfico 18.7 No que tange ao crescimento anual de mercado o supermercado

encontra-se:

Fonte: Pesquisa realizada pelo autor

No gráfico acima pode ser percebido que apenas 50% dos

supermercados participante da pesquisa, equivalente a dois supermercados

apresentam um crescimento entre 4% a 6% anuais. Enquanto os outros 50% variam

com um crescimento anual de 1% a 3%.

É importante ressaltar que os dois supermercados que demonstram maior

crescimento anual, são justamente os únicos que possuem sistemas informatizados

de controle de estoque. Por sua vez, tal situação reafirma o que foi dito no

referencial teórico, em que as empresas que consegue fazer uma melhor gestão de

seus recursos acabam se destacando no mercado.

Finalizando o presente estudo, adiante será apresentada as

considerações finais, no qual mostra se os objetivos propostos foram atingidos ou

não.

50%

CRESCIMENTO ANUAL DE1% A 3%

CRESCIMENTO ANUAL DE4% A 6%

CRESCIMENTO ANUAL DE7% A 10%

72

CONSIDERAÇÕES FINAIS

As organizações para conseguirem poder e sustentabilidade no mercado

em que atuam, precisam estar atentas as transformações do mercado. Buscando

melhorias que contribuam para seu crescimento no mercado, de modo a manter os

clientes existentes e captar novos se possível. Logo, as organizações que

conseguem se diferenciar através da otimização dos custos e dos serviços

oferecidos aos clientes, acabam tendo maior possibilidade de sucesso. Por sua vez,

tal situação é mais provável de acontecer nas organizações que planejam, inovam,

implementam e controlam os processos ligados as suas atividades fins, que

envolvem desde os fornecedores (origem) até os clientes (destino).

Diante do cenário mercadológico atual, em que os consumidores estão

cada vez mais exigentes, e as informações e tecnologias estão inovando a todo o

momento, bem como a grande similaridade de produtos ofertados. É de suma

importância que as organizações possuam uma boa estruturação da gestão de

estoque, pois a mesma quando trabalhada de forma correta, permite equilibrar

atividades fundamentais para a sobrevivência das empresas, tais como: compras,

vendas e produção, de modo a permitir que os mesmos venham a reduzir os custos

e melhorar a qualidade dos processos, sempre garantindo um bom relacionamento

entre empresa e cliente. Sendo assim podemos perceber no mercado atual, que os

supermercados que não estiverem sempre acompanhando as transformações de

mercado a probabilidade de sucesso é bem reduzida.

O presente trabalho científico teve como objetivo central verificar a

importância das práticas de gestão de estoque para uma rede de supermercados

situada em Pacatuba - Ceará. A fim de mostrar que a gestão de estoque é fator

determinante para que se exista um funcionamento eficiente dos supermercados,

proporcionando aos mesmos maior competitividade, diminuição dos custos e

clientes sempre satisfeitos.

Para garantir o alcance dos objetivos do trabalho se fez necessário a

aplicação de um questionário nos quatros supermercados escolhidos para estudo,

no qual as informações obtidas mostraram que os supermercados que fazem uso

eficiente da gestão de estoque são justamente os que se destacam no mercado de

73

atuação. Ou seja, possuem uma maior parcela de clientes e uma maior rentabilidade

em relação aos demais.

Dentre as afirmações encontradas no trabalho, merece destaque as

questões da aquisição, armazenamento, meios de controle, fornecedores,

movimentação.

Onde no que diz respeito à aquisição, a pesquisa mostrou que os

supermercados possuem uma política de compra positiva, no qual a aquisição das

mercadorias é realizada a prazo ou a vista, cujo estar representado no gráfico 01.

Em relação aos estoques, para a maioria dos supermercados em estudo consegue

atender as necessidades da empresa, informação essa que pode ser identificada no

gráficos 08, 18.3 e 18.4. Já no que tange as condições de armazenamento estar

representada pelo gráfico 18.5, no qual os mesmos mostram possuir condições de

armazenamento eficaz, de modo a garantir a qualidade das mercadorias e evitar

perdas oriundas da má armazenagem.

Os meios de controle usados pelos supermercados são representado no

gráfico 04 e reforçado no gráfico 16, mostrando o uso de sistema informatizado

como sendo o mais usado pelos supermercados em estudo. Em relação ao

fornecimento, os supermercados mostraram-se de fato possuir fornecedores

comprometidos com os prazos e qualidade dos produtos, o que garante a

disponibilidade das mercadorias sempre que procurados pelos clientes, informações

essas que estão apresentadas no gráfico 18.2.

Os aspectos ligados a movimentação interna de material podem ser

observados no gráfico 17. No qual, mostraram que o espaço e o fluxo de

mercadorias não é tão grande ao ponto de necessitar de equipamentos mais

específicos para fazer tais movimentações.

No geral, o que se pode ressaltar e que apesar dos supermercados

fazerem uso de alguma forma de controle dos seus estoques, no estudo pôde ser

percebido que aqueles que utilizam de sistemas para controlar seus estoques,

acabam se sobressaindo no setor, com qualidade de controle bem superior aos dos

concorrentes. Tal situação se dá em função da integração proporcionada pelos

sistemas informatizados, que garante informações mais confiáveis.

74

O interessante é que entre os quatros supermercados pesquisados dois

se destacam em crescimento de mercado, onde ao analisar as informações ficou

constatado que tais supermercados fazem uso de sistemas informatizados para

realizar o controle de estoque. Tal fato é condizente com a literatura revista para

elaboração do trabalho, que afirma que as empresas ao praticarem a gestão de

estoque acabam obtendo um crescimento constante.

Logo, a pesquisa obteve resultados semelhantes aos apontamentos dos

autores citados no trabalho. No qual, as práticas de gestão de estoque são

necessárias para agregar valor aos seus consumidores, sendo esse tipo de gestão

tida como uma importante estratégia de vantagem competitiva para os

supermercados atuais, que precisam se manter no mercado. Garantindo para os

mesmos melhores ganhos reais, queda dos custos de estoque e uma diferenciação

comercial em relação à concorrência.

No geral pode ser dito que o objetivo do trabalho foi atendido, uma vez

que se buscava mostrar o grau de importância da gestão de estoque. No qual ficou

comprovado tanto no referencial teórico como com aplicação do questionário a

importância de tais práticas.

Baseado nos dados obtidos com a pesquisa sugere-se aos

supermercados que ainda não possuem um sistema informatizado de controle de

estoque, estar adquirindo um. Como também reestruturar o espaço físico dos

estoques de modo que suporte todas as mercadorias.

É importante ressaltar que o tema de pesquisa usado nesse trabalho

poderá ser utilizado futuramente como objeto de pesquisa que busquem aprofundar

ou adaptar o mesmo.

75

REFERÊNCIAS

BALLOU, Ronald H. Gerenciamento da cadeia de suprimentos: Logística

empresarial. 5 ed. Porto Alegre: Bookman, 2004.

BALLOU, Ronald H. Gerenciamento da cadeia de suprimentos: Logística

empresarial. Porto Alegre: Bookman, 2006.

BALLOU, Ronald H. Gerenciamento da cadeia de suprimentos: planejamento,

organização e logistica empresarial. São Paulo: Atlas, 2010.

BALLOU, Ronald H. Logística Empresarial: Transportes, Administração de

materiais e Distribuição física. São Paulo: Atlas, 1993.

BOWERSOX, Donald j.; CLOSS, David J. Logística empresarial. São Paulo: Atlas,

2001.

BOWERSOX, Donald j.; CLOSS, David J. Logística empresarial: O processo de

integração da cadeia de suprimentos. São Paulo: Atlas, 2009.

CHIAVENATO, Idalberto. Iniciação a administração de materiais. São Paulo:

Makronbooks, 1991.

CHING, Hong Yuh. Gestão de Estoques na cadeia de logística integrada. 3 ed.

São Paulo: Atlas, 2008.

CHING, Hong Yuh. Gestão de Estoques na Cadeia de Logística Integrada

Supply Chain. 5ed. São Paulo: Atlas, 2007.

CHOPRA, Sunil; MEINDL, Peter. Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos:

Estratégia, Planejamento e Operações. 3ª ed. São Paulo: Pearson Educativa do

Brasil. 2006.

CHURCHILL JR, Gilbert A., PETER, J.P. Marketing: Criando valor para os clientes.

2 ed. São Paulo: Saraiva, 2000.

CONHECIMENTO DA ARMAZENAGEM,

http://conhecimentosdaarmazenagem.blogspot.com.br/p/estrutura-porta-palete.html /

Acesso: 30/03/2013.

COSTA, Fábio J.C. Leal. Introdução a Administração de Materiais em Sistemas

Informatizados. São Paulo: Editora, 2002.

76

CHRISTOPHER, M. Logistica e gerenciamento da cadeia de suprimentos. São

Paulo: Pioneira Thomson, 2007.

DEESLER, Gary. Administração de Recursos Humanos. 2 ed. São Paulo:

Prentice Hall, 2003.

DIEHL, Astor Antonio; TATIM, Denise Carvalho. Pesquisas em Ciencias sociais

aplicadas: Métodos e técnicas. São Paulo. Pearson Prentice Hall, 2004.

FLEURY, Paulo Fernando. Logística Empresarial: A perspectiva Brasileira. São

Paulo: Atlas, 2009.

FRANCISHINI, Paulino G. & GURGEL, Floriano do Amaral. Administração de

Materiais e Patrimônio. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2004.

GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4ª ed. São Paulo: Atlas,

2002.

GOMES, Carlos Francisco Simões; RIBEIRO, Priscilla Cistina Cabral. Gestão da

Cadeia de Suprimentos integrada á Tecnologia da Informação. São Paulo:

Thamson, 2004.

HOOLEY, Graham J.; SAUNDERS John A.; PIERCY Nigel F. Estratégias de

Marketing e Posicionamento Competitivo. 3ª ed. Pearson Prentice Hall, 2005.

HIRÃ, Justos Soares. Diferenciação: O caminho da vantagem competitiva. Porto

alegre: Evangraf, 2009.

KOTLER, Philip. Administração de Marketing: Analise, Planejamento,

implementação e Controle. São Paulo: Atlas, 1994.

KOTLER, Philip. Administração de Marketing: Analise, Planejamento,

implementação e Controle. 5 ed. São Paulo: Atlas, 1998.

KOTLER, Philip. Marketing de A a Z: 80 conceitos que todo profissional precisa

saber. 7 ed. Rio de Janeiro: Campus, 2003.

LOGISMARKET, http://www.logismarket.es/ip/mecalux-estanteria-cantilever-dibujo-

de-la-estanteria-cantilever-mecalux-551610-FGR.jpg / Acesso: 30/03/2013

MALHOTRA, N. K. Pesquisa de Marketing: Uma orientação aplicada. Porto Alegre:

Bookman, 2001.

77

MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Metodologia Cientifica 4.

ed. São Paulo: Atlas, 2008.

MARTINS, Petrônio Garcia; ALT, Paulo Renato Campos. Administração de

Materiais e Recursos Patrimoniais. São Paulo: Saraiva, 2003.

MARTINS, Petrônio Garcia; ALT, Paulo Renato Campos. Administração de

Materiais e Recursos Patrimoniais. 2 ed. São Paulo: Saraiva, 2006.

MILKOVICH, GeorgeT.; BOUDREAU, John W. Administração de Recursos

Humanos. São Paulo: Atlas, 2000.

MOURA, R. A. Manual de logística: Armazenagem e distribuição física. São Paulo:

Iman, 1997.

OFFICEVEL,http://www.officevel.com.br/media/catalog/product/cache/1/image/9df78

eab33525d08d6e5fb8d27136e95/e/s/estante_de_a_o_para_estoque_com_06_pratel

eiras_2000_x_920_x_600_mm_3.jpg/ Acesso: 30/03/2013.

OLIVEIRA, Silvio Luiz de. Tratado de Metodologia Cientifica. 2ª ed. São Paulo:

Pioneira Thomson Learning, 2007.

MARINGA OLX,http://images04.olx.com.br/ui/11/69/69/1304471300_195386069_3-

Compra-Porta-Pallets-Usados-Maringa.jpg /Acesso: 30/03/2013

PORTER, Michael E. Vantagem Competitiva: Criando e sustentando um

desempenho superior. Rio de Janeiro: Campus, 1989.

PORTER, Michael E. Vantagem Competitiva: Criando e sustentando um

desempenho superior: 31ª reimpressão. Tradução de Elizabeth Maria Braga - Rio de

Janeiro: Elsevier, 1990.

POZO, Hamilton. Administração de recursos materiais e patrimoniais: Uma

abordagem logística. São Paulo: Atlas, 2008.

POZO, Hamilton. Administração de Recursos Materiais e Patrimoniais: Uma

Abordagem Logística. 3º ed. São Paulo: Atlas, 2004.

SLACK, Nigel; CHAMBERS, Stuart; JOHNSTON, Robert. Administração da

Produção. 2ª ed. São Paulo: Atlas, 2008.

78

TADEU, Hugo Ferreira Braga. Gestão de Estoque: Fundamentos Modelos

matemáticos e melhores práticas aplicadas. São Paulo. Editora Cengace Learning,

2010.

VERGARA, Sylvia Constant. Projeto e relatórios de pesquisa em administração.

10ª ed. São Paulo: Atlas, 2009.

VIANA, João José. Administração de Materiais: Um enfoque prático. São Paulo:

Atlas, 2002.

WANKE, Peter. Gestão de Estoque na cadeia de suprimentos. Editora Atlas,

2009.

79

APÊNDICE

80

APÊNDICE

(Questionário)

80

QUESTIONÁRIO

Pesquisa de Campo para a composição do TCC (Trabalho de Conclusão de Curso)

Graduando: Bruno Mateus de Sousa

Orientador: Professor Jerry Roberto Campos David, Ms.

Este questionário, instrumento de pesquisa acadêmica, tem como finalidade levantar

informações para subsidiar a elaboração de um Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) do

curso de Administração da Faculdade Cearense. Por este instrumento estamos objetivando

obter informações sobre a gestão de estoque como vantagem competitiva em uma rede de

supermercados de Pacatuba.

1. Qual o tipo de aquisição que o supermercado utiliza para obter estoque?

( ) Contrato de Fornecimento

( ) Compras a prazo

( ) Compras a vista

( ) Outras

2. A gestão de estoque é importante para os resultados da empresa:

( ) concordo totalmente

( ) concordo parcialmente

( ) discordo totalmente

( ) discordo parcialmente

( ) não sei

3. O que o supermercado espera conseguir com o gerenciamento dos estoques?

( ) reduzir custos

( ) melhorar a eficiência nos processos

( ) obter controle absoluto sobre o estoque

( ) vantagem competitiva e satisfação do cliente

( ) outros

4. Como é realizado o controle de estoques no supermercado?

( ) de forma visual

( ) através de planilhas eletrônicas

Tempo de trabalho na empresa:

1 a 5 anos 5 a 10 anos Entre 10 e 20 anos Mais de 20 anos

Grau de Instrução

Fundamental Médio Superior Especialização Mestrado Doutorado

Identificação

Função na empresa

Presidente Diretor Gerente Supervisor Outra função

Sexo

F M

Data ____/_____/_____

81

77

( ) sistema informatizado

( ) não existe controle de estoque

( ) de forma manual

( ) outros _____________________

5. Existem discrepâncias no gerenciamento do estoque do supermercado?

( ) sim

( ) não

6. Com a eventual falta de mercadoria ocorre a perda de venda?

( ) concordo totalmente

( ) concordo parcialmente

( ) discordo totalmente

( ) discordo parcialmente

( ) não sei

7. Existe exclusividade de fornecimento de produto de algum fornecedor do supermercado?

( ) sim

( ) não

8. No que diz respeito aos estoques, a empresa possui:

( ) Um espaço próprio para armazenamento. Mais não

suporta o nível de estocagem necessária.

( )Um espaço próprio para armazenamento. Suficiente

para armazenar as mercadorias.

( ) Um espaço único onde são armazenados as

mercadorias de todos os supermercados da rede.

( ) Não existe estoque

9. O supermercado faz uso do gerenciamento de estoque para reduzir os custos de estocagem?

( ) concordo totalmente

( ) concordo parcialmente

( ) discordo totalmente

( ) discordo parcialmente

( ) não sei

10. No que tange aos custos de estocagem a empresa:

( ) possui altos custos

( ) possui baixos custos

( ) possui um equilíbrio

( ) não sabe

11. Como se dá a formação dos preços das mercadorias ofertadas pelo supermercado?

( ) preço tabelado, estabelecido pela rede de

supermercado

( ) conforme os custos

( ) decisão do dono do supermercado

( ) outras formas __________________________

12. Existe um gestor específico para a área de estoque?

( ) sim

( ) não

13. O fato de existir um estoque de mercadorias sempre disponível, é visto pela empresa como um diferencial competitivo que agrega valor na relação existente?

( ) concordo totalmente

( ) concordo parcialmente

( ) discordo totalmente

( ) discordo parcialmente

( ) não sei

82

76

14. Existe no supermercado perdas/avarias oriundas da má gestão do estoque?

( ) Sim

( ) Não

( ) não sabe

15. O supermercado realiza algum tipo de inventário? ( ) Sim, rotativo

( ) Sim, geral

( ) Sim, permanente

( ) Não realizamos nenhum inventário.

16. Qual a ferramenta utilizada pelo supermercado que mostra a quantidade de materiais que precisa ser comprada para repor os estoques?

( ) A empresa repõem seus estoques periodicamente

(mensalmente, quinzenalmente ou

semanalmente).

( ) A empresa usa um software que fornece essa

informação

( ) A empresa faz uso da experiência de mercado

( ) A empresa compra conforme vai acabando as

mercadorias

( ) Outros. Quais? ______________________

17. Como é realizada a movimentação das mercadorias armazenadas em estoque?

( ) Através de patinhas

( ) Através de empilhadeiras

( ) Através de carrinhos

( ) Manualmente

( ) outros meio

83

77

18. Responda conforme a legenda:

1 Concordo totalmente

2 Discordo totalmente

3 Concordo parcialmente

4 Discordo parcialmente

5 Não sabe

18.7 No que tange ao crescimento anual de mercado o supermercado encontra-se: ( ) Com crescimento de 1% a 3% ao ano

( ) Com crescimento de 4% a 6% ao ano

( ) Com crescimento de 7% a 10% ao ano

18.1 O supermercado possui controle sobre as mercadorias que entram e saem dos estoques? 1 2 3 4 5

18.2 O abastecimento dos estoques por parte dos fornecedores é rápido, não possuindo falhas

ou retornos? 1 2 3 4 5

18.3 O espaço fisico do estoque é ideal? 1 2 3 4 5

18.4 O layout do estoque é organizado, facilitando a locomoção dos produtos? 1 2 3 4 5

18.5 As estruturas usadas para o acondicionamento dos produtos é ideal? 1 2 3 4 5

18.6 Ao praticar a gestão de estoqueo supermercado consegue tirar alguma vantagem em

relação os concorrentes? 1 2 3 4 5

84

78

Bibliotecário Marksuel Mariz de Lima CRB-3/1274

S725g Sousa, Bruno Mateus de

A gestão de estoque como vantagem competitiva

organizacional: Estudo de caso múltiplo em uma rede de

supermercados de Pacatuba - CE / Bruno Mateus de Sousa. –

2013.

84f.

Orientador: Profº. Dr. Jerry Roberto Campos David.

Trabalho de Conclusão de curso (graduação) – Faculdade

Cearense, Curso de Administração de Empresa, 2013.

1. Gestão de estoque. 2. Vantagem competitiva. 3. Sistemas

informatizados. I David, Jerry Roberto Campos. II. Título

CDU 658.7