CENTRO UNIVERSITÁRIO DAS FACULDADES ASSOCIADAS … · vida com paixão, perder com classe e vencer...
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CENTRO UNIVERSITÁRIO DAS
FACULDADES ASSOCIADAS DE ENSINO - FAE
ARYANE DE PAULA COSTA ALMEIDA
O ESPIRITISMO ALÉM DA NOTÍCIA
SÃO JOÃO DA BOA VISTA – SP
2010
ARYANE DE PAULA COSTA ALMEIDA
O ESPIRITISMO ALÉM DA NOTÍCIA
SÃO JOÃO DA BOA VISTA – SP
2010
Relatório técnico do livro-
reportagem apresentado ao Centro
Universitário das Faculdades
Associadas de Ensino – FAE,
como exigência parcial para a
obtenção da graduação no curso
de Comunicação Social –
habilitação em Jornalismo, sob a
orientação da professora Maria de
Fátima Ribeiro.
ARYANE DE PAULA COSTA ALMEIDA
O ESPITIRISMO ALÉM DA NOTÍCIA
Este livro-reportagem foi apresentado como trabalho de conclusão do curso de Jornalismo do
Centro Universitário das Faculdades Associadas de Ensino – FAE e foi avaliado pela banca
examinadora integrada pelos professores abaixo nomeados.
São João da Boa Vista, ........ de ........................................... de 2010.
................................................................
Profº (a) Maria de Fátima dos Santos Ribeiro
Orientadora
................................................................
Profº(a) Daniela Leopoldino da Silva
Examinador
................................................................
Profº(a) Francisco de Assis Carvalho Arten
Examinador
Dedico aos meus pais e familiares
pelo apoio que me deram durante
estes anos e pelo esforço a mim
destinado. Obrigada!
AGRADECIMENTO
Em primeiro lugar a Deus pela força durante estes quatro anos e por permitir que eu
sentisse seu amor e carinho durante os momentos difíceis em que se pensa deixar tudo para
trás e desistir.
Agradeço a meus pais por me apresentarem, quando eu tinha apenas 19 dias de vida,
ao que daria sentido à minha existência: o Espiritismo.
Aos professores por todo carinho e atenção durante estes quatro anos em que
ensinaram muito mais do que imaginam, especialmente à minha orientadora Maria de Fátima
S. Ribeiro que confiou em mim desde o primeiro dia de aula e acompanhou o trabalho passo a
passo. E, também de modo especial, ao professor Francisco de Assis Carvalho Arten, que não
mediu esforços para me ajudar.
Aos dirigentes espíritas e à Federação Espírita Brasileira pelo tempo e carinho
dispensados a mim. Também de modo especial ao Geraldo Campetti, diretor da FEB, que
trouxe detalhes que muito acrescentaram ao trabalho e à minha vida pessoal, e ao David
Liesenberg, da editora O Clarim, que me auxiliou durante todo o processo de produção do
trabalho.
Aos amigos sinceros, pelo apoio e paciência que tiveram comigo ao longo deste ano,
mesmo nos momentos de estresse, tristeza e medo.
Também deixo meu agradecimento aos colegas de curso que conviveram comigo
nestes quatro anos proporcionando momentos inesquecíveis.
A todos vocês, muito obrigada!
Bom mesmo é ir à luta com determinação, abraçar a
vida com paixão, perder com classe e vencer com
ousadia, pois o triunfo pertence a quem se atreve...
A vida é muito para ser insignificante.
Charles Chaplin
RESUMO
O livro-reportagem O ESPIRITISMO ALÉM DA NOTÍCIA tem como principal proposta
uma pesquisa sobre a mídia espírita e enfatiza o primeiro periódico do gênero, a Revista
Espírita, editada por Allan Kardec. Além disso, relembra fatos históricos da comunicação
social espírita no Brasil, personagens relevantes na imprensa do setor e busca informações
sobre a atuação da mídia específica nos dias atuais. Para a concretização deste trabalho foi
necessário o contato com diversas autoridades do movimento espírita no país, envolvidas na
comunicação. O livro contém imagens de revistas, periódicos e personagens que marcam a
história da comunicação espírita no Brasil.
Palavras-chave: Espiritismo, mídia, doutrina, Allan Kardec.
ABSTRACT
The book report “O ESPIRITISMO ALÉM DA NOTÍCIA”, has as major proposal, a research
about spiritism media and emphasize the first period of the gender, the Spirit Magazine,
published by Allan Kardec. Beside that, it remembers historic facts of spirit social
communication in Brazil, important characters on the department press and searchs
information about the performance of the specific media on these days. For the concretion of
this work, it was necessary the contact with various authorities of the spiritism activity in the
country, involved with the communication. The Book has images of magazines, journals and
characters that made their point in the history of spirit communication in the Country.
Key-words: Spiritism, media, doctrine, Allan Kardec
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO...................................................................................................................08
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.....................................................................................10
2.1 Livro Reportagem..................................................................................................10
2.2 Novo Jornalismo....................................................................................................10
2.3 Mídia Espírita.........................................................................................................11
3 DEFINIÇÃO DO OBJETO................................................................................................12
3.1 O Espiritismo..........................................................................................................12
3.2 Allan Kardec..........................................................................................................12
4 METODOLOGIA DO TRABALHO................................................................................14
4.1 Entrevistas..............................................................................................................14
4.2 Organização de Dados............................................................................................15
5 DESCRIÇÃO DO PRODUTO...........................................................................................16
5.1 Projeto Gráfico.......................................................................................................16
5.2 Público Alvo...........................................................................................................16
5.3 Custos da Produção................................................................................................17
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS.............................................................................................18
7 CRONOGRAMA DE TRABALHO..................................................................................19
REFERÊNCIAS..................................................................................................................22
ANEXOS..............................................................................................................................25
APÊNDICES........................................................................................................................54
9
1 INTRODUÇÃO
O espiritismo ainda é considerado, por muitos, como fraude, seita de adoração ao
demônio e tantas outras coisas.
O fato é que a doutrina espírita nada tem a ver com isso, mas é confundida devido à
falta de divulgação.
O livro-reportagem O ESPIRITISMO ALÉM DA NOTÍCIA tem como um dos
objetivos resgatar a história do principal veículo de comunicação do gênero, A Revista
Espírita, escrita pelo próprio Allan Kardec a partir de 1858, na França.
Saindo daquele país e chegando a solo brasileiro, o livro também retrata os primórdios
da comunicação social espírita no Brasil e faz uma análise da divulgação da doutrina nos dias
atuais.
Para registrar esses fatos foi necessária muita leitura sobre o tema e entrevistas com
autoridades do espiritismo e profissionais responsáveis pelos meios de comunicação espíritas
do país, além do contato com pesquisadores que muito auxiliaram no trabalho.
Este relatório técnico retrata a metodologia utilizada para a produção do livro,
entrevistas com as fontes, procedimentos de elaboração, produção e editoração da obra O
ESPIRITISMO ALÉM DA NOTÍCIA.
A seção um apresenta o espiritismo até mesmo àqueles que o desconhecem e o
introduz na história para que possam compreender termos utilizados no livro e outras questões
abordadas.
Ainda na primeira seção, é registrada a fundação da Revista Espírita, o primeiro órgão
de comunicação espírita do mundo. Também se comenta sobre as dificuldades de Allan
Kardec para editar e publicar o periódico. O conteúdo desta seção se baseia no registro de
testemunhos de Allan Kardec, que afirmava ser auxiliado por seres do além.
A seção dois relata a história da chegada do espiritismo no Brasil, as experimentações
mediúnicas que já aconteciam em solo brasileiro e as primeiras obras espiritualistas
publicadas no país.
Além disso, também é lembrado o primeiro jornal espírita brasileiro, de tamanha
repercussão que acabou inserido na Revista Espírita da França.
10
Ainda na seção dois, o leitor acompanha aspectos da inauguração da Federação
Espírita Brasileira (FEB), atualmente considerada a maior instituição espírita do mundo e que
possui grande responsabilidade pela divulgação do espiritismo na mídia.
Alguns nomes, já conhecidos pela população brasileira, foram lembrados nesta seção.
Entre eles se destacam: Bezerra de Menezes, Cairbar Schutel e Chico Xavier.
A terceira seção busca homenagear, através da história, um dos maiores responsáveis
pela imprensa espírita do Estado de São Paulo, Cairbar Schutel, que, sozinho, editava um
jornal semanal, O Clarim, e mais tarde a Revista Internacional de Espiritismo.
A seção quatro faz um estudo das duas emissoras de televisão espíritas do país, a
TVCEI e a TV Mundo Maior e também do site Panorama Espírita.
Durante as pesquisas e produção do quarto capítulo, a Rede Boa Nova de Rádio foi
contatada, mas não se obteve resposta.
Além disso, a seção faz um estudo das obras de Allan Kardec e do jornalista e adepto
do espiritismo, Herculano Pires, e sugere como deveria ser a mídia espírita ideal. A entrevista
com Geraldo Campetti - diretor da Federação Espírita Brasileira - esclarece melhor o assunto.
A quinta seção retrata como o espiritismo é abordado pela mídia em geral. E relembra
grandes reportagens que marcaram época sobre o tema e até hoje vivem na lembrança de
pessoas de diversas religiões.
A seção seis relembra o começo do espiritismo em São João da Boa Vista e a maneira
como o Movimento Espírita sanjoanense se utiliza da comunicação social para divulgar a
doutrina.
A seção resgata um pouco da história dos primeiros programas de rádio espírita na
cidade e a divulgação na emissora de televisão da cidade. Para isso, conta com a entrevista da
oradora espírita sanjoanense, Neusa Dornelas, que participou dos primeiros programas de
rádio do gênero, no município e região.
11
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
O processo de produção deste trabalho acadêmico seguiu os critérios jornalísticos,
desde a pesquisa, as entrevistas, com elaboração de pautas e documentos que registram fatos
narrados na obra, até chegar à produção do texto literário.
A modalidade escolhida foi livro-reportagem, já que se acredita ser o meio de
comunicação mais apropriado para abordar o tema, pois oferece ao leitor a oportunidade de
aprofundar no assunto e ao escritor a liberdade de “viajar” pela história com os pés no chão.
Segundo Edvaldo P. Lima (1993) o livro-reportagem lhe dá a liberdade de ir além da
grande reportagem na imprensa convencional, e foi em busca dessa liberdade que se optou por
esta modalidade.
2.1 Livro-reportagem
O furo de reportagem sempre foi uma batalha entre os profissionais do jornalismo,
porém com a preocupação de quem noticia o fato primeiro, os veículos de comunicação não
se aprofundam no conteúdo das notícias. Principalmente o jornal impresso, que deveria ter
como diferencial dos outros veículos, justamente a questão da profundidade.
O livro-reportagem acaba com as notícias “the flash”, já que organiza um maior
número de informações, que dificilmente serão encontradas em outras mídias.
Para Eduardo Belo (2006), livro-reportagem “é o veículo no qual se pode reunir a
maior massa de informação organizada e contextualizada sobre um assunto”.
Além disso, Belo considera o livro uma das mídias mais ricas “em possibilidades para
a experimentação, uso da técnica jornalística, aprofundamento da abordagem e construção da
narrativa”, com exceção do vídeo-documentário.
Acredita-se que esse gênero jornalístico contribua para a ampliação de conhecimento e
experiências a respeito do espiritismo.
2.2 Novo jornalismo
12
A literatura possui as técnicas necessárias para fazer com que o leitor “embarque” na
história e esqueça o que se passa no mundo do lado de fora do livro.
O jornalismo é o oposto: informa e faz com que a pessoa saiba o que acontece no
mundo em que vive.
Talvez muitas pessoas pensem que a junção entre jornalismo e literatura seja
impossível. E não é. O novo jornalismo coloca ponto final nessa história e prova que essa
união pode ser uma boa ideia.
Eduardo Belo (2006, p. 25–26) relembra:
Por volta de 1830, as reportagens dos jornais populares dos americanos
passaram a adotar o estilo de narrativa em detalhes e romanceada. Nem todos os
detalhes eram reais. Havia um “esforço” para adaptar as histórias a um modelo mais
atrativo à leitura.
2.3 Mídia Espírita
Este livro tem como objetivo relembrar a história da imprensa espírita na França e no
Brasil. Para isso, foi necessária uma série de pesquisas e entrevistas com diversas
personalidades do Movimento Espírita no país.
Além de contar a história dos meios de comunicação espíritas, o livro também analisa
como a mídia “comum” aborda o espiritismo.
Ao escrever um livro-reportagem em 2010 sobre a história da mídia espírita, houve
duplo prazer, nunca se ouviu falar tanto na doutrina como nesse ano, fato que facilitou, em
parte, o desenvolvimento do trabalho.
As comemorações do centenário de nascimento do médium Chico Xavier, fizeram
com que o espiritismo dominasse toda a imprensa. Filmes, séries, novelas e grandes
reportagens voltadas para o “além” marcaram este ano.
13
3 DEFINIÇÃO DO OBJETO
O livro-reportagem O ESPIRITISMO ALÉM DA NOTÍCIA representa uma
contribuição acadêmica aos estudantes, pesquisadores e simpatizantes do tema.
Ele narra toda a história da mídia espírita, desde o primeiro periódico até os dias de
hoje e a vida das pessoas que contribuíram de maneira relevante para a divulgação dessa
doutrina no Brasil e no mundo.
Através de pesquisas, entrevistas e leituras, foi possível registrar e relatar ao leitor as
dificuldades vividas pelos órgãos de comunicação espíritas.
A obra também narra como é o espiritismo em São João da Boa Vista, e a contribuição
da cidade para a divulgação da doutrina espírita.
Fundamentado nisso, a obra destaca a importância da mídia direcionada à doutrina.
3.1 O ESPIRITISMO
Marca-se como data do surgimento do espiritismo, o dia 18 de abril de 1857, dia em
que O Livro dos Espíritos, foi lançado.
Segundo a literatura específica, a doutrina espírita não possui um fundador, já que seus
princípios foram passados por espíritos através da comunicação mediúnica. Entre grandes
nomes do espiritismo pode-se citar Allan Kardec, que muitas vezes é confundido com o
criador dessa crença, mas que na verdade foi o primeiro a organizar as informações obtidas e
colocá-las em livros, fazendo uma pesquisa aprofundada sobre o mundo espiritual.
A doutrina espírita possui como base o tripé ciência, filosofia e religião e está
alicerçada na crença da comunicação com os espíritos, na pluralidade dos mundos habitados,
na reencarnação e na imortalidade da alma.
3.2 ALLAN KARDEC
14
Em 3 de outubro de 1804, nascia em Lião, na França, Hippolyte Leon Denizard Rivail,
que mais tarde ficaria conhecido como Allan Kardec.
Aluno do renomado educador Johann Pestalozzi, Hippolyte tornou-se um dos mais
aplicados discípulos do professor em sua escola em Yverdun, na Suíça.
Com um talento nato para a educação, desde os 14 anos ensinava aos alunos menos
adiantados o que ia aprendendo.
Com o fim de seus estudos na Suíça, retornou à França e dotado de grande
conhecimento da língua alemã, traduziu para ela, obras de educação e moral, entre as quais se
destacam as de Fénelon.
Com conhecimento em diversas áreas, Rivail ministrava em sua casa cursos gratuitos
de física, química, anatomia comparada, astronomia etc.
Foi em 1854 que o professor teve seu primeiro contato com as manifestações dos
espíritos e a partir dali passou a estudar o fato.
Suas principais obras sobre a nova doutrina são: O Livro dos Espíritos, de 1857; O
Livro dos Médiuns, em 1861; O Evangelho Segundo o Espiritismo, em 1864; O Céu e o
Inferno, em 1865; A Gênese, em 1868; A Revista Espírita, jornal de estudos psicológicos,
com publicação mensal a partir de janeiro em 1858.
Foi com o codinome Allan Kardec que o professor Rivail assinou todas as suas obras
acerca do espiritismo e foi o primeiro a constituir um corpo doutrinário na nova crença.
Trabalhador incansável, o codificador, como é conhecido pelo movimento espírita, foi
vítima de um aneurisma cerebral e morreu em 31 de março de 1869.
A Revista Espírita de maio de 1869 (P. 190 - 191) publicou um texto com a biografia
de Allan Kardec e como homenagem, lê-se as seguintes palavras:
Morreu conforme viveu: trabalhando (...) O homem, deixou-nos, mas Allan
Kardec é imortal, e a sua memória, os trabalhos, o Espírito, estarão sempre com
aqueles que sustentarem com firmeza e elevação a bandeira, que ele sempre soube
fazer respeitar.
15
4 METODOLOGIA DO TRABALHO
As pesquisas para a elaboração desse trabalho iniciaram em janeiro de 2010, com a
leitura de diversos livros, revistas e sites.
Escolhida a modalidade e o tema, iniciou-se a pesquisa para o levantamento de dados
sobre o espiritismo e o contato com os principais veículos de comunicação social espíritas do
país, além de editoras de livros que puderam contribuir com curiosidades históricas sobre a
doutrina.
O objetivo do livro-reportagem é relembrar a história da mídia espírita e servir como
guia para os veículos de comunicação, a partir de uma analise sobre os métodos utilizados por
Kardec em 1857 e os utilizados hoje em dia.
A primeira etapa para a elaboração do projeto foi a realização de pesquisas sobre
espiritismo, através de livros e internet. Além disso, Cristina Helena Sarraf, palestrante
espírita, colaborou muito, esclarecendo dúvidas sobre a fundação da doutrina e da Revista
Espírita.
Para o enriquecimento da obra, foram lidos livros sobre a mídia espírita e outras
leituras complementares. Também foram feitas pesquisas sobre metodologia científica,
estruturação do relatório técnico, leituras complementares e de outros trabalhos de conclusão
de curso na área de jornalismo.
Por último foram realizadas as entrevistas com pessoas conhecedoras do tema
espiritismo: diretores de emissoras de TVs e rádios espíritas, que puderam contar o dia a dia
do trabalho e a responsabilidade em divulgar uma doutrina. Além disso, também foi
entrevistado o diretor da Federação Espírita Brasileira, Geraldo Campetti, para esclarecer o
trabalho da FEB em relação aos veículos de comunicação em todo o país.
Acredita-se que muitas informações deixadas por Allan Kardec foram esquecidas e,
de maneira literária, o livro-reportagem O ESPIRITISMO ALÉM DA NOTÍCIA, tem por
função resgatar esses princípios e relembrar fatos marcantes na história da doutrina.
4.1 ENTREVISTAS
16
As entrevistas para o livro-reportagem O ESPIRITISMO ALÉM DA NOTÍCIA foram
feitas pessoalmente e via e-mail.
Segundo Jorge Duarte, no livro “Métodos e técnicas de pesquisa em comunicação”, a
entrevista é dividida em três categorias: aberta, semi-aberta e fechada.
Para o desenvolvimento deste trabalho foram utilizadas entrevistas abertas e semi-
abertas, necessárias para a conclusão da obra.
Para Thaís Oyama, no livro “A arte de entrevistar bem”:
É impossível fazer uma boa reportagem – seja ela policial, de economia,
um relato de guerra ou um serviço informando o que abre e o que fecha no feriado –
tendo entrevistas ruins: boas entrevistas sempre rendem boas reportagens. O mesmo
vale para entrevistas ruins: é inevitável que acabem em reportagens igualmente
ruins. (2009 – P. 7)
4.2 ORGANIZAÇÃO DE DADOS
A organização de dados foi feita através de entrevistas gravadas e arquivo das
realizadas via e-mail, além de leituras e fichamentos de livros e jornais sobre temas
relacionados ao espiritismo e à comunicação social.
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5 DESCRIÇÃO DO PRODUTO
A definição do título do livro: O ESPIRITISMO ALÉM DA NOTÍCIA, veio por
sugestão da banca de qualificação do trabalho.
O título foi sugerido pelo professor William Oliveira e se encaixa completamente no
conteúdo do livro, que visa analisar como o espiritismo é divulgado na mídia, tanto específica
como a mídia comum.
Com o estilo literário buscou-se atingir diversas classes da sociedade, sempre com a
preocupação de escrever algo que todos (independente da religião) pudessem compreender.
Também foram mantidas as características do Novo Jornalismo, utilizando-se
lembranças, construções de cena e outros detalhes.
As seções foram organizadas para melhor compreensão do leitor.
5.1 PROJETO GRÁFICO
Em produção!
5.2 PÚBLICO ALVO
O público alvo do livro-reportagem O ESPIRITISMO ALÉM DA NOTÍCIA é
composto por todos os que tenham algum interesse pela doutrina espírita e pela comunicação
social.
18
Além disso, a obra também serve como base para pesquisas escolares, inclusive
universitárias e, também, de material de apoio para grupos espíritas que pretendam começar
um trabalho de divulgação da doutrina.
.5.3 CUSTOS DA PRODUÇÃO
Passagem de avião para Brasília – DF – R$ 375,00
Hotel em Brasília – R$ 180,00
Impressão e encadernação do Relatório Técnico – R$
Diagramação do Livro-Reportagem – R$ 50,00
Impressão do Livro-Reportagem – R$ 25,00
Custo Total – R$
19
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Todo o ano de 2010 foi voltado para a elaboração do livro-reportagem O
ESPIRITISMO ALÉM DA NOTÍCIA.
A vontade de abordar o espiritismo no trabalho de conclusão do curso já existia desde
o primeiro ano da faculdade, mas ainda sem um foco. No decorrer do curso essa idéia foi
amadurecendo até chegar à mídia espírita.
Depois de estabelecer um foco para o trabalho decidiu-se escrever um livro que
pudesse agradar aos interessados em relembrar a história da imprensa do gênero, inclusive
profissionais dos veículos de comunicação espíritas.
Ao contrário do que muitos pensam, apesar de propício, não foi um ano fácil para
escrever sobre o espiritismo, pois a dificuldade para conseguir as entrevistas foi maior, já que
os espíritas do país inteiro estavam trabalhando nas comemorações do centenário de
nascimento de Chico Xavier.
Entretanto, acredita-se que o objetivo do trabalho tenha sido alcançado e a história da
mídia espírita, resgatada.
A todos que contribuíram ao trabalho, ficam os sinceros agradecimentos. E a Deus,
Kardec e à família, o amor e a gratidão de sempre, com a certeza de que o trabalho não
termina aqui.
20
7 CRONOGRAMA DE TRABALHO
O cronograma apresenta o que foi feito desde o final do ano de 2009, quando se optou
por este projeto experimental. Além dessas atividades, a seção também registra a leitura de
toda a bibliografia descrita em “Referências”.
Dezembro / 2009
Leitura das normas para o Projeto Experimental
Pesquisa sobre as modalidades
Janeiro / 2010
Definição do tema
Definição da modalidade
Fevereiro / 2010
Pré-agendamento de pesquisas
Definição do orientador
Definição do foco do livro-reportagem
Leitura do livro O que é Livro-Reportagem, de Edvaldo Pereira Lima
Pesquisa sobre o nascimento do espiritismo
21
Pesquisa sobre o primeiro órgão de comunicação do mundo
Leitura do livro O mago, de Fernando Moraes
Março / 2010
Estruturação do livro
Leitura do livro A arte de entrevistar bem, de Thaís Oyama
Pesquisa sobre a imprensa espírita brasileira
Estudo da primeira Revista Espírita, de 1858
Pré-agendamento de entrevistas
Análise de relatórios técnicos
Abril / 2010
Pesquisas na internet
Produção do capítulo 1 do livro-reportagem
Início da elaboração do relatório técnico
Maio / 2010
Pesquisas em livros e internet
Leitura do livro Livro-reportagem, de Eduardo Belo
Elaboração do capítulo 2
Produção do relatório técnico
Pré-agendamento de entrevistas
22
Junho / 2010
Produção do capítulo 6 do livro-reportagem
Produção do relatório técnico
Entrevista com André Marouço, diretor da TV Mundo Maior
Julho / 2010
Preparação das entrevistas
Produção do capítulo 3 do livro-reportagem
Agosto / 2010
Viagem para a Federação Espírita Brasileira
Entrevista com Geraldo Campetti, presidente da FEB
Pesquisa na biblioteca de obras raras da FEB
Produção do relatório técnico
Setembro / 2010
Produção dos capítulos 4 e 5 do livro reportagem
Revisão do relatório técnico
Revisão do livro-reportagem
Outubro / 2010
Produção do Prefácio, por convidado
Correção ortográfica do trabalho final
23
Edição e diagramação do livro-reportagem
Elaboração e preparação da apresentação para a banca examinadora
REFERÊNCIAS
A TARDE ONLINE. Disponível em:
http://www.atarde.com.br/cidades/noticia.jsf?id=2220296. Acesso em: Maio de 2010.
ABREU, C. O livro dos espíritos e sua tradição histórica e lendária. São Paulo: Edições
LFU, 1992.
AUTORES DIVERSOS. Curso básico de espiritismo – 1º ano. São Paulo: Ed. FEESO,
1996.
BELO, E. Livro-reportagem. São Paulo: Ed. Contexto, 2006.
CEASTRAL SUPERIOR. Disponível em:
http://ceastralsuperior.blogspot.com/2008_05_01_archive.html. Acesso em: Março de 2010.
CENTRO ESPÍRITA CASA DE EMMANUEL. Disponível em:
http://casadeemmanuel.org.br/entrevista_eduardo_monteiro.html#11. Acesso em: Maio de
2010.
CIDADE VERDE. Disponível em: http://www.cidadeverde.com/filmes-espiritas-lideram-
recorde-de-bilheteria-em-todo-o-brasil-64384. Acesso em: setembro de 2010
CONSELHO FEDERATIVO NACIONAL. Orientação ao centro espírita. Rio de Janeiro:
Ed. FEB, 2007.
24
DUARTE, J. Métodos e técnicas de pesquisa em comunicação. São Paulo: Ed. Atlas, 2006.
FEB. Disponível em: www.febnet.org.br . Acesso em: Abril de 2010.
FILME B. Disponível em: http://www.filmeb.com.br/portal/html/portal.php. Acesso em:
setembro de 2010.
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______________. Revista Espírita – ano 2. Rio de Janeiro: Ed. FEB, 2007.
______________. Revista Espírita – ano 3. Rio de Janeiro: Ed. FEB, 2007.
______________. Revista Espírita – ano 7. Rio de Janeiro: Ed. FEB, 2007.
______________. Revista Espírita – ano 12. Rio de Janeiro: Ed. FEB, 2007.
______________. O evangelho segundo o espiritismo. Catanduva (SP): Ed. Boa Nova,
2008.
LIMA, E. P. O que é livro-reportagem. São Paulo: Ed. Brasiliense, 1998.
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25
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PALHANO JR, L. Dicionário de filosofia espírita. Rio de Janeiro: Ed. Léon Denis, 2008.
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http://www.panoramaespirita.com.br/modules/smartsection/item.php?itemid=288. Acesso em:
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PROFISSÃO: REPÓRTER. Disponível em: http://prof.reporter.sites.uol.com.br/alcino1.htm.
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REVISTA REFORMADOR. Rio de Janeiro: ano 118, nº 2053, abril. 2000.
TVCEI. Disponível em: www.tvcei.com. Acesso em: Agosto de 2010.
VOGLER, C. A jornada do escritor. Rio de Janeiro: Ed. Nova Fronteira, 1998.
26
ANEXOS
Sede da Federação Espírita Brasileira, em Brasília (Imagens cedidas pela Assessoria de
Imprensa da FEB)
27
Prédio da FEB, em Brasília (Imagens cedidas pela Assessoria de Imprensa da FEB)
28
Sede histórica da Federação Espírita Brasileira, no Rio de Janeiro (Imagens cedidas pela Assessoria de
Imprensa da FEB)
29
30
Mobília de Bezerra de Menezes, exposta na Biblioteca de Obras Raras da FEB
Biblioteca de Obras Raras da FEB
31
Biblioteca de Obras Raras da
FEB
Homenagem ao 6º aniversário do Pacto Áureo, exposto no museu da FEB
32
Ata da reunião Pacto Áureo, em 5 de outubro de 1949, exposta no museu da FEB
33
34
Peças do Museu Espírita da FEB
35
Primeiras edições dos livros de André Luiz, psicografados por Chico Xavier
36
Selos em comemoração ao centenário de nascimento de Allan Kardec
37
Peça do Museu Espírita da FEB
38
Exposição em homenagem ao centenário da FEB, no Museu Espírita em Brasília
39
Revista André Luiz, de 1976
40
41
42
Edições da revista Reformador dos anos de 1987, 1990 e 1991
43
Foto de Chico Xavier na revista O Cruzeiro (imagem da internet)
Jornal A Flama Espírita anuncia a morte do médium Chico Xavier
44
Cairbar Schutel (Imagem cedida pela editora O Clarim)
45
Primeira edição do Jornal O Clarim – 15 de agosto de 1905 (Imagem cedida pela editora O
Clarim)
46
Edição do jornal O clarim de dezembro, de 1919 (Imagem cedida pela editora O Clarim)
47
Cairbar Schutel e equipe distribuindo o jornal O Clarim, no cemitério de Matão, em 02 de
novembro de 1913 (Imagem cedida pela editora O Clarim)
Cairbar Schutel em 1937, um ano antes da sua morte (Imagem cedida pela editora O Clarim)
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Calixto Nunes (Imagem cedida pela editora O Clarim)
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Farmácia de Cairbar Schutel, em Matão
Grupo de Estudos Espíritas, com Cairbar Schutel no centro (Imagens cedidas pela editora O
Clarim)
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Oficinas O Clarim, nos anos 20 (Imagem cedida pela editora O Clarim)
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Sede antiga do grupo O Clarim (Imagem cedida pela editora O Clarim)
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Primeira Edição da Revista Internacional de Espiritismo, 15 de fevereiro de 1925 (Imagem
cedida pela editora O Clarim)
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Revista Internacional de Espiritismo – 15 de agosto de 1926 (Imagem cedida pela editora O
Clarim)
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Lápide de Cairbar Schutel (Imagem cedida pela editora O Clarim)
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APÊNDICES
A. Entrevistas
Nome Completo: Geraldo Campetti
Cargo: Diretor executivo da Federação Espírita Brasileira
Entrevista por Aryane Almeida
Data: 14/08/2010
- Me conte um pouco da história da Federação Espírita Brasileira.
A Federação foi criada numa reunião entre algumas pessoas, inclusive o Augusto Elias da
Silva, que foi o criador do Reformador. O Reformador é até hoje o periódico oficial da
Federação Espírita Brasileira. Era inicialmente um jornal de quatro páginas, no formato
tablóide, normalmente as três primeiras páginas de matérias e a quarta eram dedicadas à
publicidade. E ele foi lançado em janeiro de 1883. Então Augusto Elias da Silva, um
fotógrafo português criou esse jornal para a divulgação do Espiritismo.
Um ano após a criação do Reformador, a FEB foi fundada. Em primeiro de janeiro o Augusto
Elias junta uns colegas e decidem, pela orientação espiritual, criar a FEB, já com esse nome:
Federação Espírita Brasileira. Uma coisa extremamente curiosa, porque a FEB nasce como
Federação no Império. Nós estávamos ainda no império, a República só surgiria depois.
Então Augusto Elias funda em 1883 a Reformador e um ano depois funda a FEB, no dia 1º de
janeiro de 1884, e ela é registrada um dia depois, por causa do feriado, então dia 2 é o que está
no estatuto como registrado oficialmente.
E já nasce com esse nome de Federação, já com uma idéia da Federação, dos Estados né, das
unidades federativas do país, do Brasil.
Isso foi no Rio de Janeiro, a capital do império e o Reformador é incorporado a partir daí na
própria Federação Espírita Brasileira. Ele era quinzenal, era um tablóide informal e lá pela
década de 30 ele passa a ser mensal. Ele muda esse formato já em 1904, 1905, ele passa a ser
de tablóide para uma revista. Só que continua como quinzenal durante aí mais uns 25 anos e
então por volta de 29, 30 ele passa a ser mensal.
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Então a Federação já surge com essa orientação espiritual de realmente fazer trabalhos de
coordenação do Movimento Espírita Brasileiro, só que muitas dificuldades aconteceram,
porque dentre os membros da diretoria, uns queriam dar destaque maior ao lado cientifico,
outros ao lado religioso, então quando surge essa confusão toda, Bezerra de Menezes foi
convidado, como você pode encontrar no livro de Humberto de Campos, “Brasil, coração do
mundo, pátria do Evangelho”, e ele aceita esse convite, só que impõe algumas condições: ele
queria realmente fazer esse trabalho de unificação, união dos espíritas. Então ele assume a
presidência em 1895 e fica por dois períodos. Mas nesse segundo período, ele faz todo esse
trabalho de unificação, de união dos espíritas, pra colocar o propósito de uma divulgação, de
uma prática. E quando desencarna ele estava como presidente da FEB e não reencarnou até
hoje, ele continua como orientador.
E depois você vai tendo essa trajetória toda. A FEB publica seus livros e ainda hoje é
considerada a maior editora de livro espírita do mundo.
O Reformador é uma publicação ininterrupta. Se for ver na história são três meses que ficou
sem publicar, mas você vê no próprio reformador que no outro número teve uma continuação,
mas teve esse lapso de três meses.
O Reformador está entre os quatro periódicos nacionais mais antigos, e esses outros
periódicos não são espíritas.
Alguns períodos foram muito difíceis, inclusive fechando as portas da FEB. Foi a época da
ditadura, época de Getúlio Vargas.
Ocorre em 1949 a conhecida reunião denominada de Pacto Áureo, que foi uma reunião de
trabalhadores de centros espíritas do Brasil porque até então não havia essa organização como
nós temos hoje. A partir do Pacto Áureo, de 49, constitui o Conselho Federativo Nacional,
que é implantado, mais ou menos, um ano depois, e daí fica conhecido como é hoje. O
Conselho Federativo Nacional é um órgão da Federação, responsável pela coordenação do
Movimento Espírita Brasileiro.
E cada Estado está representado neste Conselho Federativo.
O Pacto Áureo é considerado um pacto espiritual, que mudou o Movimento Espírita
Brasileiro.
- Qual o objetivo da revista Reformador?
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A revista Reformador sempre foi o porta-voz oficial da FEB. O principal objetivo sempre foi
divulgar o Espiritismo com os princípios espíritas propriamente ditos, sem ter a possibilidade
de fazer uma interpretação que pudesse gerar uma confusão do que é ou não espiritismo.
A idéia inicial era de um periódico que pudesse chegar às mãos, sobretudo dos espíritas,
simpatizantes e interessados e ter notícias, informações do movimento espírita.
Ele foi sendo transformado ao longo do tempo, mas sempre com a idéia de levar o Espiritismo
para aqueles que estivessem o mais distante possível.
O Reformador é distribuído gratuitamente para todos os centros espíritas, então o centro que
queira receber a Reformador é só entrar em contato com o departamento gráfico e receberá de
graça a revista.
Além disso, as pessoas têm acesso à revista pelo portal da FEB na internet.
A revista Reformador sempre trabalhou por uma preservação doutrinária. A FEB sempre teve
muito cuidado com a revisão, pra você ter uma idéia, de 10 livros que ela recebe, ela edita um.
- Na revista nós vemos textos de oradores conhecidos, como Divaldo Franco e Richard
Simonetti, além dos nomes conhecidos, quem mais pode escrever pra Reformador?
Qualquer um pode escrever para a revista, mas antes da publicação, o texto passará por uma
revisão doutrinária e técnica.
A revista tem uma diagramação que a torna mais agradável e uma revista tecnicamente
correta. Você vai ver as referências, a maneira correta de citar, então você já vê uma
preocupação maior nesse sentido. Então a revista faz de tudo para tornar a leitura mais
agradável, mas a linguagem ainda é voltada para os espíritas, por isso que ela não atinge o
grande público.
Mas a finalidade da revista sempre foi divulgar o Espiritismo e passar as informações do que
estava acontecendo no movimento espírita.
Sempre está encartado na revista o “Brasil Espírita” é um boletim que era publicado no
Reformador e parou de existir na década de 70. Agora ressurge o Brasil Espírita basicamente
como um boletim informativo do próprio Conselho Federativo pra dar as informações do que
está acontecendo no Movimento Espírita.
- Nunca se ouviu falar tanto em espiritismo como nesse ano. Como a Federação analisa o
ano de 2010 e toda essa divulgação na mídia?
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2010 é um marco na história do Espiritismo, principalmente da divulgação.
Os tempos são chegados, nós estamos vivendo esse tempo e todos nós somos convocados a
defender os ideais espíritas.
O Espiritismo precisa chegar ao conhecimento de diversas pessoas. E é o que está
acontecendo, para a renovação dessa transição do mundo de provas e expiações para
regeneração a gente tem essa grande força através das diversas mídias, o cinema agora com o
lançamento do Nosso Lar, já tivemos o Chico Xavier que foi um sucesso de bilheteria. E nós
temos a televisão, com novelas, com seriados, tem a minissérie A Cura, agora essa novela que
trata de assuntos sobre mediunidade, da reencarnação, de vidas passadas. Então a gente tem
uma divulgação pelo rádio, pela imprensa que está chegando cada vez mais próximo do
verdadeiro espiritismo.
Então a própria mídia não espírita está concedendo espaço.
Eu gostaria até de elogiar, porque, de um modo geral, a divulgação está sendo muito boa,
satisfatória, não tendenciosa.
E mesmo as que não são tão corretas, que são tendenciosas acabam sendo uma divulgação
para o Espiritismo.
Esse ano é especial, é um grande momento de divulgação e a gente tem que aproveitar essa
oportunidade fazendo o que? Falando numa linguagem que o público entenda.
Claro que você corre um risco com a popularização da doutrina, pois quando você populariza
você tende a perder em profundidade, então o grande desafio nosso é saber falar a linguagem
num nível que atinja o público que não é espírita e isso a mídia cinematográfica faz muito
bem, você vê pela Reformador, ela vai mudando a linguagem, as vezes perdendo em
profundidade, mas isso faz parte do processo, é uma chamada pra depois você aprofundar.
- Vocês percebem um aumento no público das casas espíritas com toda essa divulgação
que está ocorrendo ou quando tem alguma novela no ar ou filme com temática espírita
no cinema?
Sim. Não só na FEB, mas nas casas espíritas em modo geral do Brasil inteiro. Por conta dos
filmes, novelas, pessoas que nunca ouviram falar em espiritismo pela primeira vez vão às
casas espíritas.
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Então é impressionante como a coisa tem aumentado. Então é muito bom, você vai ter essa
procura e nós devemos estar preparados pra atendê-las.
O que se pode esperar do filme Nosso Lar?
Um grande estouro na divulgação. Ele vai atingir o grande público.
Nesse filme, o diretor conseguiu fazer algo extraordinário: ele fala da doutrina espírita sem
necessariamente contar no espiritismo, nas denominações. Isso atinge o grande público.
Ele será tomado como ficção cientifica por muitos. E vai ter uma grande repercussão.
- A FEB auxilia os veículos de comunicação espírita de alguma maneira?
A grande orientação que nós fazemos é que a elaboração, a produção dos periódicos seja
baseada na Revista Espírita. Kardec foi um mestre em todos os sentidos, inclusive nessa arte
de nos deixar um grande exemplo de como se fazer um periódico voltado ao beneficio das
pessoas.
E a FEB vem prestando uma assistência, um apoio as casas espíritas de um modo geral,
através do Conselho Federativo Nacional, que é um órgão da Federação, com representantes
de todos os Estados.
Além disso, outra orientação é colocar profissionais para fazer os periódicos, pois eles sabem
como fazer e tira o amadorismo do veículo.
Isso é algo que a gente precisa aprender: não é tornar profissional algo que vai ser sempre do
coração, mas há determinados segmentos que você deve ter um profissional.
- Você citou a Revista Espírita. Me fale um pouco da sua importância?
A Revista Espírita surgiu um ano depois do lançamento de O Livro dos Espíritos. Ele
[Kardec] lançou o primeiro fascículo meio às escuras, ele não sabia da receptividade enorme
que ela teria.
Kardec tem a Revista Espírita como um verdadeiro laboratório. E ela se tornou um marco na
história do espiritismo.
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Nome Completo: André Marouço
Cargo: Fundador e Diretor da TV Mundo Maior
Entrevista por Aryane Almeida
Data: 08/09/2010
- Voltando às origens, qual a importância da Revista Espírita para os meios de
comunicação social espírita?
A revista espírita é o primeiro periódico sistemático espírita, feito justamente pelo seu
codificador, o pedagogo H. Leon Denizard Rivail, a qual nós conhecemos tão carinhosamente
como Allan Kardec.
A revista iniciou em 1858, mas precisamente em janeiro e ela era formada com a quantidade
de material que o Kardec reunia, fruto de suas pesquisas.
Em 1857 o Kardec já havia lançado à lúmen humana O Livro dos Espíritos, mas precisamente
à 18 de abril de 1857. Mas o fato é que o Kardec recebia um número muito grande de
respostas de mensagens vindas dos espíritos através de médiuns não só da França como de
várias localidades do mundo. E o Kardec então começou a aproveitar esse material e lançar a
Revista Espírita.
O subtítulo da Revista Espírita é jornal de estudos psicológicos, desta forma, através deste
material o Kardec aproveitava aquele material suplementar, que não seria codificado, pelo
menos não pelo Pentateuco e com esse material que não foi incorporado a essas 5 obras, ou
pelo menos uma grande parte desse material, ele passaria a formar a Revista Espírita.
E a Revista Espírita tinha um duplo intuito, o intuito de informar e de entreter, enquanto as
obras do Pentateuco eram obras com uma profundidade científica, filosófica e até religiosa, a
Revista Espírita também tinha o objetivo de entreter, de suscitar curiosidades.
Então, por isso que ela foi conhecida como primeiro periódico, na verdade a primeira
publicação editorial espírita com interesse jornalístico e isso começou em 1858.
E ela é, eu diria, da onde nós todos bebemos pra tratar de divulgação de Espiritismo, onde a
gente precisa ser conhecedor da doutrina, mas também aproveitar a oportunidade de passar a
doutrina de uma maneira leve, de uma maneira jovial pra penetrar mais profundamente no
coração daqueles que buscam a mensagem consoladora.
- Como começou a TV Mundo Maior? Conte-me um pouco da história da emissora.
A TV Mundo Maior é o resultado de um trabalho que começou alguns anos antes da sua
efetiva inauguração, lembrando que a TV Mundo Maior foi ao ar oficialmente no dia 01 de
janeiro de 2006, mas esse é um trabalho bastante anterior, o trabalho da TV é anterior à sua
própria inauguração.
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A TV iniciou através dos trabalhadores da Rede Boa Nova de Rádio, que faz parte da
Fundação Espírita André Luiz, e a Rede Boa Nova de Rádio, que já existe há mais de 4
décadas, que opera por AM em São Paulo, Sorocaba e outras localidades do Brasil e também
através da internet. A Rede Boa Nova de Rádio começou a ocupar um espaço em um canal de
televisão via satélite, um espaço que já tinha sido ocupado pelo companheiro Alamar Regis
durante muitos anos. O Alamar não pôde continuar com aquele trabalho que estava fazendo e
num determinado momento aquele espaço ficou vago. E a Rede Boa Nova começou a pegar
os apresentadores da Rede Boa Nova de Rádio entre eles psicólogos, advogados, médicos
enfim, profundos pesquisadores do Espiritismo e começou a levar esses pesquisadores pra
frente das câmeras naquele programa chamado Boa Nova na TV que ia ao ar, ao vivo
primeiramente, entre 10h e 12h aos domingos, esse é um trabalho que começou por volta do
ano de 2003.
Quando foi no ano de 2005, a Fundação Espírita André Luiz, resolveu alçar vôos um pouco
mais altos e acabou adquirindo um espaço no satélite C2, na época B1, que é o principal
satélite de veiculação de áudio visual no Brasil. No Espaço nós temos uma porção de satélites
e o principal é o satélite C2, onde nós transmitimos o nosso sinal. Porque ele é principal,
porque ali estão as principais emissoras de televisão e rádio abertas do nosso querido país.
E assim começou a TV Mundo Maior. Esse trabalho começou na Rede Boa Nova de Rádio.
Em 2005 um grupo de profissionais e de estudantes da doutrina espírita, pela qual nós
fazemos parte, deu início aquele trabalho, e a TV Mundo Maior foi ao ar efetivamente no dia
1 de janeiro de 2006, por coincidência, data que se comemora também o lançamento da
Revista Espírita. Foi ao ar primeiramente com 2 horas de programação diária e hoje são 24
horas de veiculação diária.
Primeiramente, esses programas eram ocupados por comunicadores da Rede Boa Nova de
Rádio, pessoas que já estavam habituadas com o estúdio de rádio, nós convidamos essas
pessoas para a TV, tínhamos lá um cenário muito simples, num formato de talk show, onde
duas ou três pessoas se sentavam, conversavam entre si, respondiam perguntas enviadas por
simpatizantes, ou espíritas ou curiosos, e assim era formada nossa primeira programação.
Ao longo destes quase cinco anos, nós temos evoluído a tal ponto de hoje apresentar alguma
coisa teledramaturgica, alguns episódios já aconteceram, a realização de alguns
documentários. Efetivamente estamos trabalhando para a produção de uma grade infanto-
juvenil: primeiramente juvenil, depois futuramente infanto-juvenil, e, de preferência, uma
programação que fale ao público de uma maneira bastante jovial e bastante atrativa.
- Qual o diferencial da TV Mundo Maior para as outras emissoras de TV espíritas?
Bom, que nós conhecemos efetivamente são duas emissoras de TV espírita, quando nós
falamos emissoras, nós compreendemos alguém que ocupe não apenas a WEB, mas também a
televisão, que seriam a TVCEI e a TV Mundo Maior.
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A TVCEI é um órgão filiado ao Conselho Espírita Internacional e a TV Mundo Maior é uma
emissora da Fundação Espírita André Luiz.
Eu diria que talvez o grande diferencial da TV Mundo Maior em relação à outra TV, que é a
TVCEI, a qual nós respeitamos e admiramos tanto, é que nos nossos conteúdos, nós
procuramos trabalhá-los da forma mais palatável possível. A TVCEI tem uma programação
extremamente rica, mas muito mais preocupada no conteúdo, na nossa opinião, do que
aproveitando-se de todas as ferramentas que o áudio visual poderia fornecer e nós da TV
Mundo Maior tentamos dar profundidade, apresentar a profundidade da doutrina espírita
através de uma programação mais jovial, o mais palatável possível para que nós nos
aproveitemos da expertise que o brasileiro tem em fazer televisão e possamos fazer uma
televisão que possa atingir a tudo e a todos.
A verdade é que as duas emissoras têm importância, grande importância na divulgação da
doutrina espírita. Não deve haver concorrência para o bem. Nós achamos que temos muito a
aprender com a TVCEI e devemos também dar a nossa contribuição para que a TVCEI possa
fazer mais e melhor a cada dia e quem sabe no futuro podemos ter uma única emissora
transmitindo para todos os corações humanos, aproveitando as forças e as sinergias que tanto
o Conselho Espírita Internacional, que está mais ligado a FEB, quanto a TV Mundo Maior,
filiada a Fundação Espírita André Luiz possa reunir pra fazer cada vez mais e melhor não só
para o Brasil, mas também pro mundo.
- Qual o objetivo da TV?
O objetivo da TV é ocupar-se de divulgar a doutrina espírita, aproveitando-se de todo o
conhecimento, de toda a potencialidade que o áudio-visual pode oferecer, falando para todos
os públicos, de todas as religiões, de todas as idades, classes social, crendices, enfim, de
forma que nós possamos contribuir para que a sociedade perceba que vale a pena tentar ser
cada dia melhor. Eu acho que esse é o nosso grande objetivo, é mostrar que a vida não se
encerra com o túmulo, que as relações transcendem o grande evento que pra nós é apenas um
evento biológico, que é o evento da morte, e mostrar que é possível seguir a vida, que todos
nós seguiremos a vida, e que na medida em que nós agirmos melhor no nosso presente, nós
reservamos maior felicidade pro futuro.
Então eu diria que o maior objetivo da TV é divulgar a doutrina espírita, mostrando que a vida
não se encerra no túmulo e que ela procede pra contribuir com a nossa felicidade.
- Me fale sobre a responsabilidade doutrinária da TV Mundo Maior. Como vocês
avaliam o conteúdo antes dele ser veiculado?
Pra responder essa sua pergunta eu retirei um trecho que está escrito em O Livro dos
Médiuns, aonde o Kardec diz o seguinte: “os que desejem tudo conhecer de uma ciência
devem necessariamente ler tudo que se ache escrito sobre a matéria, ou pelo menos o que se
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ache de principal, não se limitando a um único autor. Devem mesmo ler os prós e os contras;
as críticas como as apologias; interar-se dos diferentes sistemas a fim de poderem julgar com
comparação. Por esse lado não preconizamos, nem criticamos obra alguma, visto não
querermos, de nenhum modo, influenciar a opinião que dela se possa formar, trazendo nossa
pedra ao edifício, colocamo-nos nas fileiras; não nos cabe ser juiz ou parte e não alimentamos
ridícula pretensão de ser o único distribuidor da luz. Toca ao leitor separar o bom do mal, o
verdadeiro do falso.”
Na nossa opinião, é muito importante esse trecho de O Livro dos Médiuns, quando muitas
vezes no Movimento Espírita a gente vê algumas discussões e alguns artigos de companheiros
que falam, por exemplo, da pureza doutrinária, que falam, por exemplo, que não se deve ler
isso ou não se deve ler aquilo, não se deve acompanhar isso, nem se deve acompanhar aquilo.
E o que o codificador nos traz, e vou ler de novo o que o codificador nos traz: “Não nos cabe
ser juiz ou parte, e não alimentamos ridícula pretensão de ser o único distribuidor da luz.” E
ele diz que é necessário que você leia tudo, o que há de positivo, das criticas as apologias, ou
seja, todos aqueles que devem conhecer de algo devem ler de tudo.
Como nós somos uma emissora de TV, nós entendemos que tudo o que há escrito sobre
espiritualidade e que traga uma mensagem edificante, consoladora, uma mensagem de amor e
de paz, deve ser veiculado por um canal de TV espírita como é a TV Mundo Maior.
Veiculando essas informações, sempre com muita responsabilidade, nós damos as condições
de que quem nos assista, o telespectador possa julgar aquilo que ele concorda ou aquilo que
ele discorda.
Como disse Kardec, “não nos cabe a ridícula pretensão de ser o único distribuidor da luz”,
então alguns as vezes dizem “poxa, mas a TV Mundo Maior tem o programa de Ramatis, e,
por exemplo, o professor Herculano Pires não aprovava o Ramatis”, ou outros “ah, mas tem
um programa espiritualista, não só os programas espíritas”, nós entendemos que todos esses
programas eles são avaliados, sempre são avaliados e quando a mensagem é edificante, é de
amor, nós distribuímos através da TV Mundo Maior.
Como disse Jesus, “reconhece-se a árvore pelos seus frutos”, se é uma árvore que dá bons
frutos, é uma árvore saborosa, e isso que a gente tem tentado fazer como norma de veiculação
na TV Mundo Maior, se for um conteúdo edificante, consolador e que apresente uma estética,
não só na forma, como também no conteúdo, nós veiculamos.
- A emissora é completamente espírita ou possui programas espiritualistas?
Eu diria pra você que é uma e outra coisa. A emissora é completamente espírita e possui
programas espiritualistas. Desses, afinal uma é decorrência da outra, como disse o próprio
Kardec, “Não nos cabe ser juiz ou parte, e não alimentamos ridícula pretensão de ser o único
distribuidor da luz”, assim a gente traz os pensamentos que se aproximam com os nossos
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pensamentos, deixando ao expectador que assimile aquilo que lhe é interessante assimilar, e
que ele seja seu fiel juiz, que aceite aquilo que lhe é correto e que não é correto.
É claro que tudo acima de uma base de amor, educação e consolo.
- Qual a importância da emissora para a divulgação da doutrina espírita e para a
sociedade?
Eu diria que não só a importância da TV Mundo Maior é muito grande pra sociedade, como
qualquer outro veiculo que tenha o objetivo que tem a TV Mundo Maior, que seja consolar
corações e mentes, educar as pessoas, e possibilitar assim que elas possam ser cada vez mais
felizes.
Assim, a TV Mundo Maior, a TV CEI, outras emissoras de TV e rádio que passam uma
programação salutar, uma programação rica em conteúdo, são de grande importância para a
sociedade, nós vivemos numa época onde infelizmente através da TV, da rádio, da web, e de
tantas outras formas de divulgação, infelizmente existe uma grande quantidade de informação
danosa sendo transmitida. Então aquelas emissoras de TV, de rádio, web e livros, enfim
qualquer meio de comunicação em que possa ser veiculado uma mensagem de amor, de paz,
que acalente corações e almas, que torne as pessoas mais felizes e conscientes do seu papel no
mundo, sem duvida de que isso tenha uma grande importância para a sociedade.
O que nós, que divulgamos a doutrina espírita ou outras emissoras que divulgam um conteúdo
espiritualista, edificante, o que nós precisamos fazer é que essa informação chegue ao maior
número de pessoas possíveis, pra que as pessoas possam compreender quem são, qual seu
papel no mundo, qual seu papel na sua própria transformação.
O que nos cabe, nós como divulgadores de uma doutrina de amor, precisamos nos valer dos
melhores recurso de áudio visual pra veicular tão ou melhor do que fazem as emissoras
comerciais. Uma mensagem de amor e de paz e de conteúdo.
Não somente no conteúdo, mas também na forma, visto que hoje
- Existe alguma referência que vocês usam na hora de criar um programa ou escolher o
que será veiculado?
Nós tentamos sempre nos valer de um estudo prévio pra poder levar um programa ao ar. O
que é este programa, pra quem ele será destinado, qual a duração desse programa, qual o
objetivo deste programa, eu acho que essa são algumas perguntas que nós nos fazemos antes
de preparar um novo programa pra ir ao ar.
E a referencia que a gente busca, a gente tenta estar o mais próximo possível daquilo que fez o
Kardec quando codificou a doutrina. Se está sendo estudado pelos homens da ciência, pelos
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homens da filosofia e pelos homens das religiões, se é conteúdo educativo, transformador e
espiritualista nós então aceitamos como conteúdo da TV Mundo Maior.
Assim os nossos comunicadores, as pessoas que estão por trás da nossa programação são
pessoas que estudaram profundamente o espiritualismo ou o espiritismo, a psicologia, a
filosofia, enfim, a religião espírita, pra que a gente possa ter um conteúdo áudio visual, uma
programação mais rica e mais palatável pra sociedade.
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Nome Completo: Jomar Carlos Pereira
Cargo: Criador do Portal Panorama Espírita
Entrevista por Aryane Almeida
Data: 10/09/2010
- Qual o objetivo do Portal Panorama Espírita?
O objetivo do portal, elaborado pelo saudoso companheiro prof. José Carlos Pereira, sempre
foi: “o estudo e a comunicação da Cultura Espírita, inerente à doutrina codificada por Allan
Kardec, no seu sentido científico, filosófico e ético, buscando sua correlação na Cultura Geral,
isto porque, na sua metodologia de síntese cultural, o Espiritismo toca em todas as áreas do
conhecimento.
Buscar a interação e a interdependência da visão homem/mundo, espírito/matéria,
teoria/prática, neste ciclo de profundas transformações sociais. Valoriza e recomenda a
comunicação eletrônica como instrumento, como meio, encarecendo, entretanto, que essa
significativa conquista virtual da ciência tecnológica não seja transformada em objeto de
alienação e segregação, afastando o ser humano de sua realidade essencial, ou seja, das inter-
relações pessoais no mundo e com o mundo. É nessa dinâmica evolutiva que o homem se
supera, despertando suas potencialidades latentes e assumindo, conscientemente, sua condição
de co-criador. Atuando e transformando o mundo, o homem cresce; transforma a si mesmo -
moral e intelectualmente e através da própria criação.”
- Como começou o Portal Panorama Espírita? Conte-me um pouco da história.
O portal panoramaespirita no ar desde 2002 se tornou um dos maiores sites de conteúdo
espírita do mundo, são milhares de mensagens, artigos, livros, entre outros serviços como o
atendimento fraterno e o tira dúvidas. O site conta com mais de 13000 usuários cadastrados e
milhares de visitas diárias.
- Qual o diferencial do Panorama para os outros sites espíritas?
Penso que seja a quantidade e a diversidade de seu conteúdo, inclusive de livros espíritas
disponíveis gratuitamente e o atendimento fraterno.
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- Existe alguma revisão doutrinária sobre os textos que são enviados para o
site?
Não fazemos censura de idéias, só eliminamos os artigos que contenham palavras
inadequadas, ou pensamentos imorais, ilegais etc.
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Nome Completo: Luis Hu Rivas
Cargo: Diretor da TVCEI
Entrevista por Aryane Almeida
Data: 30/08/2010
- Como começou a TVCEI? Conte-me um pouco da história da emissora.
A TVCEI começou na internet. Foi um trabalho pioneiro por Luis Hu Rivas e Joseval
Carneiro Jr. em Salvador Bahia. Iniciamos em 2000 no portal Plenus, fazendo transmissões
via internet com Divaldo Franco.
Anos apos, a FEB e o CEI, com a grande gestão de Nestor Masotti (presidente), vislumbrou a
ampliação deste trabalho, para criar uma webtv espírita, destinada não só aos espíritas do
Brasil, e sim do mundo.
- Qual o diferencial da TVCEI para as outras emissoras de TV espíritas?
A TVCEI em 2009 colocou seu sinal no satélite, e agora esta presente em 15 operadoras de
TV a cabo em todo o Brasil, visando ampliar seu alcance ainda mais.
A TVCEI esta voltada ao publico espírita. Atender seus anseios e necessidades. Procura
mostrar uma cara jovem, bonita, agradável, esteticamente bela, conta com designers gráficos e
profissionais que tentam dar uma beleza como a doutrina merece.
- Qual o objetivo da TVCEI?
A TVCEI quer divulgar o espiritismo, apresentando como ele é, levando pra a maior
quantidade de almas possíveis.
- Me fale sobre a responsabilidade doutrinária da TVCEI. Como vocês avaliam o
conteúdo antes dele ser veiculado?
O conteúdo é muito simples. As diretrizes são as de Emmanuel. Fieis a
Jesus e Kardec. Não existe espaço para questões polemicas, anti-doutrinárias.
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Temos tão pouco espaço para divulgar espiritismo, não podemos perder em
coisas q prejudiquem ou não construam.
- A emissora é completamente espírita ou possui programas espiritualistas?
Completamente espírita.
- Existe alguma referência que vocês usam na hora de criar um programa ou escolher o
que será veiculado?
A referência é ser fiel a Codificação, e ter beleza estética. Importante é a forma e o conteúdo.
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Nome Completo: Saulo Gomes
Cargo: Jornalista
Entrevista por Aryane Almeida
Data: 06/09/2010
- Saulo, como você conheceu Chico Xavier?
Conheci um pouco da história de Chico Xavier, através da reportagem feita por David Nasser,
em 1944, na Revista O Cruzeiro.
Em 1961, David me confessou que estava arrependido do que havia feito. Em 1968 resolvi
procurar Chico, foi quando o conheci pessoalmente.
- Quem foi Chico Xavier pra você?
Chico não foi somente mais um entrevistado em minha carreira jornalística, foi um amigo.
- Como você se sente por ter convidado o médium para participar do Pinga-Fogo, o
programa que teve maior audiência na TV Brasileira até hoje?
Gratificado e muito feliz por ter um trabalho jornalístico repercutindo depois de quase 40
anos.
- Pode me falar um pouco sobre o Pinga Fogo com Chico Xavier?
O Pinga-Fogo com Chico Xavier foi um programa inédito e até hoje não houve nada que o
superasse. Foi um marco do jornalismo brasileiro.
- Como foi a expectativa do público e das pessoas que trabalhavam na emissora? Algum
fato curioso dos bastidores?
O público lotou o auditório e foi preciso instalar televisores na rua, em frente à TV. Os
funcionários estavam curiosos e apreensivos. O fato curioso, se assim podemos dizer, quando
terminou o programa, Chico saiu do estúdio e foi cumprimentando cada funcionário que
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encontrava pelos corredores, agradecendo e chamando cada um pelo nome! (pessoas que ele
nunca havia visto!)
- No seu livro Pinga-Fogo com Chico Xavier, você fala que o Brasil todo parou para
assistir o programa. Em sua opinião, por que essa edição do Pinga-Fogo fez tanto
sucesso?
Porque foi inédito ter um espírita participando, ao vivo, de um programa que, até então, só
entrevistava políticos de grande nome.
- Como você analisa o modo que a mídia comum aborda o Espiritismo e Chico Xavier?
Em 1971, a igreja católica reagiu e até publicou um manifesto. Hoje a midia aceita e divulga.
Temos novelas e filmes abordando o assunto.