Chams Business nº6

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Estamos construindo a riqueza de amanhã? A Região Metropolitana de São Paulo na mira das incorporadoras A marca dos árabes no comércio de São Paulo Cresce a classe C e também o número de milionários no Brasil Copagaz, líder no setor de GLP, completa 57 anos e alcança números históricos Do popular ao luxo, a Volkswagen faz história ano VII número 6 - janeiro de 2013 A Câmara de Comércio Árabe-Brasileira usa sua expertise para incrementar relações do Brasil com o oriente Namour investe em sustentabilidade no Nações Unidas Corporate 20.000 Muito além do petróleo Novos tempos $ BUSINESS

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Sexta edição do anuário de negócios da Chams Editora

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Estamos construindoa riqueza de amanhã?

A Região Metropolitana de São Paulo na mira das incorporadoras

A marca dos árabes no comércio de São Paulo

Cresce a classe C e também o número de milionários no Brasil

Copagaz, líder no setor de GLP, completa 57 anos e alcança números históricos

Do popular ao luxo, a Volkswagen faz história

ano VII número 6 - janeiro de 2013

A Câmara de Comércio Árabe-Brasileira usa sua expertise para incrementar relações do Brasil com o oriente

Namour investe em sustentabilidade no Nações Unidas Corporate 20.000

Muito além do petróleo Novos tempos

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A p r e s e n t a ç ã o

Um dos grandes objetivos que sempre alme-jamos com a Chams BUsiness foi — e é — o de levar aos nossos leitores assuntos econômi-cos de maneira mais palatável. Traduzir o econo-mês, um tema tão árido, nunca foi fácil. muitos tentaram, mas poucos conseguiram. Talvez con-sigamos deixar alguns assuntos mais compreen-síveis ao público. essa é nossa meta.

as cinco edições anteriores serviram para que chegássemos a esta mais críticos, mais chatos. Você notará que as matérias são mais analíticas que simples reportagens. nossa ideia foi elencar alguns setores e assuntos e destrinchá-los, sendo chatos. Pelo menos, fazendo o papel de críticos e analistas que você, nosso leitor, espera de uma publicação.

as pautas foram definidas tendo como espelho e comparação o que já foi falado nas edições an-teriores. afinal, já podemos afirmar que, pelo me-nos, estamos mais experientes e, de certa forma, podemos ‘meter a colher’ em alguns assuntos que já nos são mais, digamos, íntimos.

Por isso, por exemplo, quando analisamos o comércio da região da Rua 25 de março e do Brás, falamos de um tema a que estamos alta-mente relacionados, a cultura árabe para o se-tor. assim como os negócios entre empresas brasileiras e árabes, por meio de parceria com a Câmara de Comércio Árabe-Brasileira.

nossas análises de temas como o crescimen-to econômico da Classe C, o setor de franquias ou as diversas formas que o comércio e os servi-ços podem atuar, estão mais para painéis gerais

e críticos do que para reportagens. enfim, esta edição está para ser lida e guardada, para que em edições futuras algumas matérias sejam compa-radas. Pois muitos desses temas serão retoma-dos e haverá, sim, espaço para esse tipo de aná-lise comparativa. Podemos, por exemplo, voltar a um tema único, como já foi feito com os setores imobiliário e de saúde. Às vésperas da Copa do mundo, talvez uma edição especial com análises e perspectivas de diversos setores sobre o mes-mo tema é uma opção a ser pensada...

nossa soberba está somente em querer que os textos estejam cada vez mais analíticos mes-mo, mais críticos e que sirvam para elucidar dú-vidas e provocar debates. afinal, esta é a função primordial de uma publicação séria e de opinião. Claro, sem perder a ternura.

Boa leitura e até a próxima edição!

Mais experiente, mais analítica, mas sem perder a ternura

marco BaroneJornalista Responsável

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E d i t o r i a l

a palavra crise parecia apagada do vocabulá-rio dos brasileiros. Pelo menos quando se tratava de analisar a nossa própria economia. enquanto os chamados países ricos pareciam atolados em más notícias, o Brasil “decolava”, sendo cantado em verso e prosa por analistas dos quatro cantos do globo.

O crescimento do PiB de 1%, que os econo-mistas estimam no momento em que fechamos esta edição, antes de ser uma má notícia é um alerta. Deve ser encarado como uma evidência de que o modelo de crescimento que adotamos nos últimos anos, de estimular o consumo com aumento de crédito e desoneração fiscal, não esteve de maneira alguma errado, e não levou ninguém à insolvência, como previam os mais pessimistas, pois os brasileiros de todas as clas-ses se mostraram bons pagadores.

a lição que podemos tirar de 2012 é que tanto o governo como os empresários devem sair de sua relativa zona de conforto e investir, tornando o país mais competitivo. educação, infraestrutu-ra e capacidade produtiva são algumas das priori-dades. não fazê-lo acarretará com que tenhamos mais anos de crescimento medíocre, um cenário que o aumento do crédito e a desoneração fiscal pouco poderão fazer para alterar, pois essa ma-neira de turbinar o crescimento, por hora, está exaurida.

mas que santo baixou na Chams para os edi-tores virem com esse “papo de economista”?

Bem, não poderíamos falar tanto de inves-timento se não estivéssemos fazendo a nossa parte. nossos leitores e anunciantes podem es-perar por muitas novidades. no que depender da Chams , 2013 não será um “ano de pibinho”.

Boa leitura!

As lições a tirar do ano do “pibinho”

Ramiro elias FajuriDiretor comercial e de novos negócios

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Matérias

16 Comércio I

22 Comércio II

26 Construção civilRonald Dumani fala do Nações Unidas Corporate, obra da Namour Incorporação e Construção na Avenida Nações Unidas

O árabe na construção do comércio de rua no País,desde o início da imigração aos dias atuais

Shopping ou comércio de rua: o mercado imobiliário comercial e suas alternativas

diretorRaul Tárek Fajuri

diretoria editorialMicaela Fajuri de Bruyn Ferraz

diretor comercialRamiro Elias Fajuri

projeto gráficoTogo Pimentel / Tak Digitalwww.tak.com.br arte e diagramação João Carlos Macedo

revisãoLuiz Paulo RodriguesLeila Miriam Saraiva Fajuri

jornalista responsávelMarco BaroneMTB 22.537

arte capaJoão Carlos Macedo

Chams Business é uma publicaçãode Chams Empresa Jornalística Ltda.

administração, redação, departamento comercial e assinaturas:Av. Brigadeiro Luís Antônio, 2050cj 105 - ala ACEP 01318-002São Paulo SP

contato:55 11 3459.748855 11 [email protected]

Os conceitos emitidos em entrevistas e artigos refletem unicamente à opinião de seus autores. A posição desta Revista é de total isenção, tendo como objetivo a livre exposição de idéias.

10 Comércio exteriorConheça o trabalho da Câmara Árabe na prospecção de mercados não tradicionais, como forma de ampliar os destinos das exportações brasileiras

Estande

6 Notas de Mercado

14 FranchisingCada vez mais os brasileiros vão atrás do seu próprio negócio, filiando-se a redes nacionais ou estrangeiras

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30 Mercado imobiliário

34 Consumo I

A Região Metropolitana de São Paulo já é uma realidade nas carteiras de investimentos das grandes empresas

Entre 2001 e 2011, quase 40 milhões de brasileiros emergiram para a classe C, e até 2014, esse número deve ser acrescido de mais 10 milhões

38 Mercado automobilístico

O consumidor brasileiro mudou, e a VW passou a oferecer opções de estilo e luxo a esse novo comprador.

28 Cláudio Bernardes

Artigos

42 Sustentabilidade

46 Energia

Palavra de ordem no mundo corporativo, cresce o número de empresas que se adaptaram a essa nova realidade

A Copagaz, quinta maior distribuidora de GLP do Brasil, completa 57 anos e alcança números históricos

36 Consumo IIA classe AAA cresceu e aumentou consideravelmente. No Brasil, o número de milionários também cresce em progressão geométrica

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Multinacional de fertilizantes chega ao BrasilEstá de entrada no Brasil uma das maiores empresas multi-nacionais do setor de fertilizantes. A empresa norueguesa International ASA adquiriu a Fertilizantes da Bunge Brasil, incluindo unidades de mistura, armazéns e marcas, em um negócio de US$ 750 milhões. Todo o processo teve a con-sultoria jurídica do escritório Trench, Rossi e Watanabe, um dos maiores em atuação no Brasil. A transação está sujeita à aprovação dos órgãos reguladores do Brasil, o que deve acontecer no segundo semestre de 2013, e o valor final da operação depende dos ajustes pós-fechamento de praxe.

Fundação brasileira lidera pesquisa mundialO Brasil definitivamente começa a entrar no mapa mundial das pesquisas ambientais. A Fundação de Amparo à Pesqui-sa do Estado de São Paulo (Fapesp) é uma das instituições participantes do Belmont Forum, grupo de instituições de fomento à pesquisa sobre mudanças globais em âmbito mundial. O Fórum Belmont é formado por 19 organizações internacionais e instituições de fomento à pesquisa de 13 países e da Comissão Europeia. Um dos seus principais objetivos é promover a colaboração internacional em pes-quisas ambientais e geociências. Como participante desse grupo, a Fapesp vai liderar a preparação e implementação de uma Ação Colaborativa de Pesquisa (CRA, na sigla em inglês) que será levada à próxima reunião do Fórum, em fe-vereiro de 2013, na Índia, e, em seguida, da chamada multi-lateral de propostas de pesquisa.

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N o t a s d o m e r c a d o

Dinheiro vivo na ponta dos dedosParece ficção científica, mas o futuro já está no nosso dia a dia. Até o final de 2013, o Banco Itaú disponibilizará em todos os seus caixas eletrônicos a leitura biométrica para saques — aquela feita por meio da impressão digital do usuário. Os clientes da instituição que já tenham biometria cadastrada podem efetuar saques em caixas eletrônicos até um determinado valor sem uso do cartão da conta, so-mente usando a identificação biométrica. Além de maior agilidade, o sistema trará mais segurança às operações. Segundo o banco, o sistema terá operacionalidade muito simples. Com ele, o cartão da conta será necessário somen-te na identificação inicial do cliente. Depois dela, todas as operações serão validadas apenas com a biometria. A digi-tal do cliente substituirá a necessidade de digitar a senha. Para implantação do sistema, todos os novos correntistas já fazem a identificação biométrica e o banco já está fazendo o cadastrando das digitais de todos os clientes atuais.

Invepar lança nova marcaEm um ano que celebra marcas de crescimento, a Invepar, uma das principais empresas nacionais na área de infraestrutura de transporte urbano, rodoviário e aeroportuário, anuncia uma nova identidade visual. Com o mote ‘Mobilidade Inteligente’, o objetivo da nova marca foi criar uma identidade comum de grupo, já que a Invepar congrega dez empresas atuantes no setor de infraestrutura de transportes. Desenvolvida pela consultoria GadLippincott, após dez meses de pesquisas e

stande

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com a colaboração de executivos das principais empresas do grupo e da diretoria da Invepar, a marca ganhou as cores amarela e verde, que representam a brasilidade da empresa e transmitem a harmonia entre a Invepar e as empresas do grupo na construção de relacionamentos sólidos e no com-prometimento com os melhores serviços e soluções. Em 2012, a empresa adquiriu sua primeira concessão no exterior, a Via Parque Rímac, no Peru, além de liderar o consórcio que arre-matou o Aeroporto Internacional de Guarulhos. O grupo lide-rou também o Consórcio Rio Olímpico que será responsável pela implantação e operação do Corredor Expresso Transolím-pica, no Rio de Janeiro. Ainda no setor de mobilidade urbana, firmou contrato de outorga de opções de compra e de venda de ações da Concessionária Rio Barra S.A., detentora do direito de concessão da Linha 4 do metrô carioca.

O brasileiro está mais feliz

Intitulada ‘2012: Desenvolvimento Inclusivo Sustentável’, pes-quisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) re-vela que, numa escala de 0 a 10, os brasileiros dão, em média, nota 7,1 para suas vidas. Segundo a pesquisa do instituto, que é vinculado à Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidên-cia da República, esse nível colocaria o País em 16º lugar entre 147 países pesquisados no Gallup World Poll, que apontava uma felicidade média de 6,8 no Brasil em 2010. Para o Ipea, o bem-estar percebido em 2012 pode encontrar razões na

Pesquisa Mensal de Emprego (PME) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que registra desemprego nos menores níveis da série iniciada em 2002 e rendas crescendo bem mais que o PIB per capita. A renda individual média da população de 15 a 60 anos de idade sobe 4,89% de 2011 para 2012, contra taxa média de 4,35% ao ano entre 2003 e 2012.

Calor e sorvete: uma combinação que dá franquia

O Brasil é um país quente e que combina muito com sor-vete. Mas essa junção também dá bons resultados para os negócios. Segundo dados da Associação Brasileira das In-dústrias de Sorvetes (ABIS), o setor está em alta. De 2003 a 2011, o consumo brasileiro em milhões de litros cresceu 70,36%, e o consumo per capita, em litros ao ano, 58,90%. Para a temporada 2012/2013, as previsões são otimistas, sobretudo em decorrência da expansão de redes de fran-quias por todo o território nacional. Os números têm feito com que o interesse em montar um negócio próprio ou mesmo uma franquia de marca famosa aumente conside-ravelmente. A marca de sorvetes Jundiá, inaugurada há 35 anos e há 20 investindo em franquias, inaugurará 15 novas unidades durante este verão — melhor época do ano para o setor. A marca está presente em todo o território nacional.

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Empresas com mais força nas redes sociaisA fabricante de materiais espor-tivos norte-ame-ricana Nike é a empresa do setor mais bem posi-cionada nas redes sociais no Brasil. Considerando so-mente as páginas brasileiras, a em-presa conta com 3.126.807 fãs. Na segunda coloca-ção surge a bra-sileira Olympikus, com 967.896 fãs; seguido pela norte-americana Reebok, com 881.171 fãs; e a brasileira Topper, com 625.010 fãs. Completa a lista a marca inglesa Umbro, com 505.789 fãs em sua página brasileira oficial. Já na categoria bebida não alcoólica, o brasileiríssimo Guaraná Antarctica, maior pá-gina brasileira no Facebook, lidera com 9.968.121 fãs. Se-guem no ranking, a norte-americana Pepsi com 2.387.856 fãs; o guaraná Kuat (fabricado pela norte-americana Coca Cola) tem 2.292.906 seguidores; Gatorade (da norte-

-americana Pepsi Co) com 929.668 fãs; a bebida de soja Ades, fabricada pela gigante norte--americana Unile-ver, com 814.360 fãs. O levantamento foi realizado pelo GraphMonitor, fer-ramenta de gestão de páginas na rede social desenvolvida pela Dito, empresa especializada em soluções de engaja-mento no Facebook.

Agrale investe na Argentina

A Agrale S.A. — fabricante brasileira de caminhões, chassis para ônibus, viaturas militares, tratores e motores diesel — não está entre as empresas que veem a Argentina como um risco de investimentos em razão da instabilidade política. A empresa acaba de anunciar que vai investir US$ 12,5 milhões em sua planta localizada na cidade de Mercedes, na Província de Buenos Aires, para a fabricação de tratores Agrale naque-le país. Além disso, a fabricação de chassis de ônibus Agrale na Argentina será ampliada, em 2013, com a produção de chassis de ônibus articulados, o que exigirá a implantação de uma segunda linha de montagem de veículos. Na Argentina, a Agrale é vice-líder no segmento de chassis e espera ampliar suas exportações com os novos produtos.

Nokia perde liderança mundial no mercado de celulares

Após 14 anos consecuti-vos, a Nokia, fabricante finlandesa de celulares e smartphones, será su-perada pela Samsung, que responderá por quase um em cada três celulares despachados (envio para distribuido-res) no mundo em 2012.

Levantamento da consultoria IHS aponta que a coreana vai terminar o ano com uma fatia de 29% dos despachos glo-bais, acima dos 24% de 2011. Já a Nokia cairá de 30%, em 2011, para 24% este ano. O ranking de fabricantes, confor-me o relatório, fechará o ano da seguinte maneira: Samsung (29%), Nokia (24%), Apple (10%), ZTE (6%) e LG (4%).

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Câmara Árabe.Há 60 anos levando você a fazer bons negócios.

Av. Paulista, 326 - São Paulo - SP - Brasil - fone: 11 3283-4066www.ccab.org.br | www.anba.com.br

CamaraArabeTVCamaraArabeCamaraArabe

Câmara de Comércio Árabe-Brasileira.Aproximando Culturas. Construindo Oportunidades.

A Câmara Árabe tem a missão de aumentar os intercâmbios econômicos, culturais e turísticos entre o Brasil e os 22 países da Liga Árabe.

Ao longo dos seus 60 anos promoveu a participação de empresas em mais de 210 feiras internacionais e no Brasil e já realizou mais de 180 missões, dando suporte aos empresários e oferecendo diversos serviços:

Oportunidades de Negócios: suporte e busca de parceiros comerciais no mundo árabe.

Inteligência Comercial: indicadores e dados econômicos e de regulamentação aduaneira.

Eventos: missões comerciais, workshops, rodadas de negócios e feiras.

Certificação de Documentos.

Venha conhecer a Câmara Árabe e descubra um novo mundo para os seus negócios.

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Segundo dados da Câmara de Comércio Árabe-Bra-sileira, as exportações brasileiras para os países árabes totalizaram US$ 13,5 bilhões no acumulado de janeiro a novembro de 2012. Na pauta total de exportações brasi-leiras, o índice de participação das exportações para os árabes passou de 5,92% para 6,07%, ante o mesmo perío-do de 2011. As importações provenientes dos países ára-bes também registraram aumento, fechando o mesmo período com US$ 10,4 bilhões e crescimento de 12,14% em relação ao ano anterior.Esse contato teve início na déca-da de 1970, exatamente na crise do petróleo que assolou o mundo.

O Brasil começou a importar petróleo e dar mais atenção para os países árabes. Em contrapartida, paí-ses como o Iraque, que estavam se reconstruindo, se interessaram pela nossa expertise no setor de constru-ção civil. Já na década de 1980, o setor automobilístico também exportou. Entre 1983 e 1988, a Volkswagen do Brasil chegou a exportar para o Iraque cerca de 170 mil unidades do modelo Passat.

Cada vez mais, os negócios entre o Brasil e as na-

ções do mundo árabe tem

s i d o

C o m é r c i o E x t e r i o r fonte : M iche l Abdo A laby

Ponte aérea Brasil-Países ÁrabesBrasileiros tem, cada vez mais, interesses pelo comérciocom países árabes, e a recíproca é verdadeira.

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empresas. Todos já foram feitos em alguma ocasião. Elas podem se reunir em um estande único do Brasil, da Câmara Árabe ou mesmo em espaços delas próprias. Além disso, as associadas podem ir somente para conhecer os expositores e se aproximar deles com o intuito de fazer acordos. A ideia é ver e ser visto. É bom lembrar que muitos setores vão por conta própria.

No passado até se consultaram com a Câmara, mas hoje muitos vão sozinhos e propiciam esse contato para seus asso-ciados. Hoje, a Câmara de Comércio Árabe-Brasileira, em razão da sua experiência com o mundo árabe, ainda tem parceria com entidades e auxilia em muitos projetos com o mundo árabe. “Mostramos como atender melhor o empresário ára-be, seus costumes. Por exemplo, um negócio com um árabe não tem a mesma velocidade que com um europeu. Normal-mente precisa de mais tempo para fechar um relacionamento comercial. As relações pessoais se confundem muito com as comerciais”, completa Alaby.

Ajuda na ‘arabenização’

Uma das principais portas de entrada das empresas bra-sileiras está nas feiras de negócios nos países da comuni-dade árabe. Por ano são diversas oportunidades, pois são 22 nações e uma população de quase 400 milhões de po-tenciais consumidores de produtos, serviços e tecnologia brasileiros. Sem contar que essa população tem excelente poder aquisitivo e está ávida por novidades e negócios.

De acordo com o calendário da Câmara Árabe, são cerca de dez eventos e feiras nas nações árabes, além de visitas ao

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mais corriqueiros. Além disso, empresas brasileiras vêm participando ativamente de feiras de negócios nos países daquela região, despertando e gerando interesses comuns. A Câmara Árabe tem muitas feiras programadas para o pró-ximo ano, bem como agendadas visitas de empresas brasi-leiras a empresas de lá. A entidade ainda organiza eventos no Brasil para empresas árabes. Nesses encontros, o foco são possíveis negócios e parcerias das mais diversas.

“A Câmara Árabe tem como objetivo estreitar laços e propiciar bons negócios para ambos os lados. O nosso tra-balho é colocar empresas complementares em contato. Fa-zemos o fomento e, para isso, contamos com o apoio da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investi-mentos (Apex-Brasil). O relacionamento comercial entre Brasil e países árabes se mostra aquecido, e os produtos com maior interesse para exportação são carnes, açúcar, minérios e cereais”, diz Michel Alaby, diretor-geral da Câma-ra de Comércio Árabe-Brasileira.

Para fechar negócios

Segundo Alaby, existem países que despertam e têm mais interesse no e do Brasil. São os mais tradicionais, os chamados pesos-pesados da exportação. Entre eles estão Egito, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos. É claro que há oportunida-des em outros países, e a Câmara Árabe tem o papel de des-cobrir e fomentar negócios com esses novos mercados, como Argélia, Kuwait e Iraque. Os nichos são os mais diversos.

As comitivas de brasileiros que geralmente participam de feiras e missões empresariais saem do País com agenda reple-ta e prontos para fechar negócios ou abrir oportunidades fu-turas. A Câmara Árabe ajuda nessa prospecção de mercados não tradicionais, como forma de ampliar os destinos das ex-portações brasileiras. As pautas são diversificadas e os eventos são o endereço certo para essa aproximação. O foco é diminuir a dependência das vendas para o exterior em mercados tidos como tradicionais e ter mais opções de negócios.

As feiras são a principal estratégia de relacionamento que a entidade propicia, mas não a única. Nessas ocasiões pro-cura-se potencializar os negócios. A Câmara Árabe procura identificar possíveis interesses comuns, coloca as partes em contato, mas não fecha acordos. “Orientamos as empresas e as colocamos em eventos com potencial de negócios. Ape-nas estreitamos os laços entre as partes. As feiras do mundo árabe ajudam muito nisso. Mas é bom salientar que esses eventos não são necessariamente para fechar negócios, mas para desenvolver relacionamentos”, afirma o dirigente.

Nessas feiras existem vários formatos de apresentação das

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Brasil de empresários desses países em projetos capitanea-dos pela entidade e pela Apex-Brasil, entre os quais o Projeto Comprador, que são rodadas de negócios entre fornecedores e clientes. São oportunidades ímpares de se realizar importan-tes contatos que podem gerar frutos para os dois lados.

“Hoje, os países árabes são uma realidade cada vez mais palpável. Com a crise europeia e o mercado asiático ainda incipiente, o mundo árabe, para o Brasil, sempre foi e é um destino cheio de perspectivas”, explica Alaby, que lembra a necessidade de se diversificar a pauta de produtos, servi-ços, destino e origem dos negócios.

Segundo ele, o momento é de criar alternativas para onde e o que exportar, e os países árabes possuem uma vantagem competitiva em relação às demais nações do mundo. Para Alaby, o relacionamento do brasileiro com o mundo árabe é muito bom. “A maneira com que o Brasil lida com o povo árabe é mais próxima à cultura deles. O brasileiro conhece e entende como o árabe age. Isso é natural para os empresários daqui, pois são 12 milhões de árabes e descendentes no Brasil, e isso ajuda na ‘arabenização’ das praticas comerciais.”

Como forma de criar alternativas, a Câmara tem projetos para ser ainda mais pró-ativa. Hoje, ela ‘vai atrás’ das opor-tunidades, mas, segundo seu diretor-geral, a ideia é realizar pesquisas com empresários para entender suas necessidades. “Vamos entender o que as associadas esperam e querem fa-zer. Com base nisso, vamos desenvolver as ações.”

Cartão de visitas

Se o Brasil não pode competir em termos de logística com países europeus, asiáticos ou mesmo do Oriente Mé-dio, o brasileiro sabe se reinventar em termos de diferenciais. Por exemplo, o mundo está de olho no setor de construção no Brasil, e nosso País é destino de investidores em todos os nichos: residencial, comercial e turismo. Nossos produtos in natura também são muito bem aceitos pelos árabes. Há mui-tos anos exportamos alimentos para os países árabes, e esse segmento está bem estabelecido por lá. Ele, inclusive, serviu e serve de cartão de visitas para abrir portas.

O setor de maquinário agrícola tem excelente potencial, e

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C o m é r c i o E x t e r i o rFO

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RABE “A Câmara Árabe tem como objetivo

estreitar laços e propiciar bons negócios para ambos os lados. O nosso trabalho

é colocar empresas complementares em contato. Fazemos o fomento

e, para isso, contamos com o apoio da Agência Brasileira de

Promoção de Exportações e Investimentos

(Apex-Brasil)”.

Michel Alaby, diretor-geral da Câmara de

Comércio Árabe-Brasileira .

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14 a 21/01 | Feira Internacional de Kharthoum (Sudão); 18 a 21/02 | Missao Apex-Brasil (Arabia Saudita e EAU); 25 a 28/02 | Feira Internacional Gulfood / Apex-Brasil (Dubai - EAU); 26/02 a 02/03 | Feira Nacional Vitória Stone Fair (Vitória – ES); 06 a 09/03 | Feira Internacional Medibat (Sfax Tunísia); 02 a 04/04 | Feira Internacional Medexpo (Jeddah - Árabia Saudita); 09 a 12/04 | Feira Internacional Djaza-gro (Argélia); 09 a 12/09 | Feira Sahara / TBC (Cairo – Egito); 23 a 26/09 | Feira de Erbil (Iraque); 05 a 08/11 | Feira Big 5 / TBC (Dubai – EAU).

Calendário de eventos Câmara Árabe 2013

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o etanol (exploração, industrialização e comercialização) é um caminho. Inclusive já há trabalhos sendo desenvolvidos. O Su-dão, por exemplo, quer conhecer e importar nossa tecnologia nesse setor, pois também quer produzir o etanol por lá. Moda, calçados, higiene/cosméticos e alimentos e bebidas, móveis e transporte são sempre setores de interesse dos árabes. O que atrai o interesse dos árabes é nossa diversidade e não só em produtos tradicionalmente exportados, como alimentos e be-bidas. O Brasil é visto por eles como um país cada vez mais interessante para se transacionar.

O desafio, no entanto, não é fazer com que os negócios se iniciem, mas mantê-los. O Brasil precisa ter maior presença e de forma constante na região. Só assim para se conquistar esses mercados de forma perene e não somente pontual. Esse também é um dos desafios da Câmara. Nesse sentido, são feitas ações de relacionamento e marketing, como forma de

‘vender’ melhor o Brasil, seus produtos/serviços e empresários.Outra ação futura será uma parceria com o Sebrae que le-

vará um grupo de empresários para os Emirados Árabes para entender os costumes e negócios locais. A ideia não é fechar contratos, mas ser uma missão de educação que entenderá aquele país e que renderá frutos no futuro.

“Nosso papel não é fazer negócio, mas fomentá-lo. Abrimos o caminho para que os empresários brasileiros andem sozinhos. queremos que eles façam seus negócios e lucrem. Esses eventos funcionam como uma espécie de ponte entre as partes, entre os dois universos. Depende de o empresário brasileiro entender as oportunidades e lucrar com elas. Nosso desafio é diversificar a pauta de exporta-ção para esses países que crescem em ritmo expressivo, que têm uma população que consome cada vez mais e ren-da cada vez mais elevada”, conclui Michel Alaby.

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F r a n c h i s i n g

Crescimento por mérito próprioCada vez mais brasileiros se tornam seus próprios patrões e optam por franquiasnos mais diversos segmentos.

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com 3.337 unidades. No País, existem outras sete fran-quias com mais de mil unidades: Ortobom (1.762), Kumon (1.565), L’Aqua Di Fiori (1.166), Wizard Idiomas (1.163), Cacau Show (1.149), AM PM Mini Market (1.118) e Escolas Fisk (1.002). Para mostrar como franquia é um fenômeno de sucesso no Brasil, no total, 93% das franquias que atu-am aqui são de capital nacional.

O investimento para se abrir uma franquia é muito vari-ável. Hoje é possível se abrir um negócio a partir de R$ 4,7 mil (Auto Brasil, do ramo de serviços automotivos) até R$ 13 milhões (Accor Hospitality, na área de hotelaria e turismo) de investimentos, entre taxa de franquia, capital para insta-lação e capital de giro. Dependendo da área e do negócio,

o retorno do investimento e o lucro podem vir a partir de três meses — ou até em dois ou mais anos — da abertura do negócio, dependendo do ramo escolhido.

quem optar por abrir um negó-cio próprio, mesmo que seja fran-quia, deve ter em mente alguns pontos fundamentais, pois esse é um passo importante e uma gran-de mudança de vida. Especialistas no segmento recomendam, em pri-meiro lugar, não fazer isso por im-pulso, por paixão pelo produto ou pela marca.

Deve-se analisar muito antes: o momento certo para abrir o negócio; suas expectativas (dinheiro, status, trabalho, dedicação, reconhecimento); a empresa e o suporte que teria do franqueador; se você se identifica com o negócio e, principalmente, se tem capacidade de lidar com ele; o mercado em que atua; o possível retorno financeiro; o tempo em que se trabalhará até que se comece a ter lucro; capacidade de arcar com as intempéries; como se manter até que o investimento inicial gere lucro.

É fundamental ter um business plan (plano de negócios) antes e um envolvimento profundo depois, com o negócio que vai montar e gerenciar, com a equipe da empresa fran-queadora, em um processo baseado em confiança e trans-parência. É importante conversar com outros franqueados para saber o grau de satisfação deles. Também é muito bom avaliar com especialistas o negócio e, sobretudo, os dados financeiros da empresa (sua e franqueadora). Enfim, o brasileiro pode até sonhar em ser seu próprio patrão, mas com os pés bem plantados no chão.

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O País conta com mais de 93 mil unidades franqueadas, que

faturam, juntas, quase R$ 90 bilhões. Isso

significa participação de 2,1% no PIB brasileiro, mas ainda há margem

para crescimento.

O brasileiro, de maneira geral, é um empreendedor. Mesmo os que estão empregados tem o sonho pessoal de ter o seu pró-prio negócio. Nos últimos anos, com a economia estabilizada, cada vez mais pessoas colocam em prática o desejo de ser seu próprio patrão. Conforme a pesquisa Global Entrepreneurship Monitor (GEM 2010), hoje no Brasil, 21,1 milhões de pessoas exercem alguma atividade empreendedora. O mesmo estudo aponta que 78% da população brasileira considera o empreen-dedorismo como uma boa opção de carreira.

As franquias são um viés forte nesse sentido. A segurança de ser ‘sócio’ de um negócio forte, seguro e com maior certe-za de sucesso e retorno são fatores que fazem com que esse setor cresça. Levantamentos da Associação Brasileira de Fran-chising (ABF) mostram que o número de redes franqueadoras — empresas que colocam suas marcas para que se-jam abertas unidades de seus negócios — saltou de 600, em 2001, para 2.031, em 2011. Um crescimento de 238% em apenas dez anos.

Hoje, existem franquias em todos os setores e que atendem todos os gostos e aptidões dos franqueados. No Brasil, são mais de 2 mil redes de franquias (marcas) atuando em todo o território e responsáveis por quase 838 mil empregos. Somos o País com o maior número de empresas do seg-mento na América Latina. Com várias histórias de sucesso, mas também de fracasso, é claro. Segundo os empresários, as razões para uma franquia não dar certo são muitas, mas os exemplos de sucesso, com certeza, são bem maiores. O Servi-ço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) calcula que 31,3% das micro e pequenas empresas fecham as portas antes de completarem quatro anos de permanência no mercado. No setor de franquias, a ABF afirma que a taxa não é superior a 5%, no mesmo período.

A entidade que representa o setor aponta que, atualmen-te, o País conta com mais de 93 mil unidades franqueadas, que faturam, juntas, quase R$ 90 bilhões. Isso significa participação de 2,1% no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, mas ainda há margem para crescimento. Em termos de comparação, nos EUA o setor responde por 13,8% do PIB daquele país.

Pensar bem antes de se aventurar

A rede brasileira O Boticário é a marca com maior nú-mero de franquias não só no Brasil, mas no continente,

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Um pouco do comércio árabe de rua em São PauloRuas como a 25 de Março tem íntima relação com a comunidade árabe. Foram e ainda são um pouco do comércio do oriente na capital.

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A ideia que a grande maio-ria das pessoas tem do comér-cio de rua nos países do Orien-te ainda está no imaginário dos contos de Sherazade. Ruas pe-quenas, apinhadas de barracas com os mais diferentes tipos de produtos, de alimentos a te-cidos, de especiarias a joias. É claro que essa é uma imagem romanceada, mas com um fun-do de verdade e que prevale-ce em muitas nações árabes ainda hoje. As novelas da te-levisão dão um panorama ge-ral dos mercados que existem hoje. Não fogem desse cenário os grandes, modernos e caros shoppings centers e centros comerciais de Dubai, por exemplo.

O passado paulistano do comércio tem estreita e ín-tima relação com essa imagem, pois o setor começou a ganhar força exatamente quando os primeiros imi-grantes árabes começaram a abrir suas lojas nas ruas 25 de Março e Florêncio de Abreu, na região central da cidade, e no Brás, na zona leste. A intimidade, o falar e negociar com o dono, a lábia para conquistar o freguês, cativá-lo e fidelizá-lo (mesmo sem saber o que viria a ser isso) estavam lá. Tais quais os antigos mercados dos contos das mil e uma noites.

Os primeiros imigrantes abriram suas lojas de tecidos na região entre o final do século XIX e começo do século XX. É o modelo ideal das ruas de comércio no Oriente, com lojas dividindo espaço com as barracas de camelôs. A diferença dos mercados árabes com as barracas é que, por lá, não predominam produtos de qualidade duvido-sa e/ou falsificados.

Conhecido como o “maior shopping a céu aberto” da América Latina — e um dos maiores do mundo —, a Rua 25 de Março tem sua fama no comércio graças à colônia árabe. Segundo contam, a primeira loja aberta na rua 25 de março, em 1887, foi a do imigrante libanês Benjamin Jafet. Outros registros indicam que a primeira loja a ser aberta ali foi a Nami Jafet & Irmãos, em 1893. Os irmãos Jafet (Benjamin, Basílio, João, Miguel e Nami), notando que no Brasil havia poucas indústrias têxteis, decidiram implantar uma fábrica no País e escolheram o Ipiranga, que ficava a cinco quilômetros da região da

25 de Março, para construir sua primeira fábrica, na Rua dos Sorocabanos. Hoje, Benjamin Jafet dá nome a uma rua que liga a Bom Pastor à Cipriano Braga, próxima ao Museu da Independência, no bairro do Ipiranga.

No começo do século XX, muitos árabes não só ti-nham seu comércio na 25, como também lá moravam. Era muito comum ter a loja aberta no térreo e a residên-cia da família no andar superior. E os atacadistas, que for-neciam produtos para os mascates, muitas vezes os hos-pedavam em suas casas, quando eles vinham a São Paulo para se abastecer de mercadorias. Uma curiosidade: os patrícios mais abastados tinham seu comércio/moravam na Rua Florêncio de Abreu, no alto; os que estavam co-meçando a vida, em geral, embaixo, na rua 25 de Março.

Outro pioneiro foi o imigrante sírio Assad Abdalla Haddad, que abriu sua loja de tecidos, a Assad Abdalla & Cia, em 1900 (nota do editor: na revista Chams Bio-grafias é contada a história de Assad Abdalla). O comér-

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cio na rua prosperou rápido, tanto que em 1893, a 25 de Março tinha apenas seis lojas (cinco armarinhos e uma mercearia), e oito anos depois, em 1901, já eram mais de 500 pequenas lojas.

Mas não foram tecidos e armarinhos os primeiros pro-dutos a serem comercializados na 25. Tudo começou com porcelanas japonesas e chinesas, cutelaria alemã, rendas suíças e francesas, casimira inglesa e outros importados. Somente com a chegada dos primeiros sírio-libaneses, que importavam tecidos, que a rua começou a mudar sua característica. Depois da Revolução de 1930, com a indús-tria nacional consolidando-se, os produtos nacionais (ves-tuário e armarinho, vendidos no atacado e varejo) passa-ram a dominar as prateleiras das lojas da 25 de Março.

Hoje, a rua tem um forte comércio popular. Mesmo com boa presença e tradição da colônia, as lojas, atualmente, não têm predominância da comunidade árabe. É muito mais fácil se encontrar coreanos e chineses como donos de loja, e os tecidos não são mais o forte do comércio local. Ainda se en-contram armarinhos, cama, mesa e banho (que representam 58% das vendas), mas que dividem os 2,5 mil metros da rua com brinquedos, artigos de época (Carnaval, Dia das Bruxas

etc.) produtos de papelaria, esotéricos, calçados, vestuários, produtos eletroeletrônicos, utensílios domésticos, presen-tes, produtos de beleza e informática, bebidas nacionais e importadas, fantasia, bijuterias e alimentos em geral. Essa mudança atrai muito mais compradores, em razão dos pre-ços atraentes, mas tiraram um pouco do charme da historia, embora garantam mais lucro aos comerciantes.

A rua é uma das mais movimentadas do Brasil. Em épocas comemorativas, como Natal, Dias das Mães, Dia dos Namo-rados, Dia das Crianças, fica completamente tomada. Para se ter ideia, calcula-se que a região receba cerca de 1 milhão de pessoas diariamente na época de Natal. Durante o ano, são cerca de 400 mil pessoas em média por dia em períodos não festivos.

Segundo a União dos Lojistas da Rua 25 de Março e Ad-jacências (Univinco), a junção de preço baixo e variedade é o grande chamariz da 25. Hoje, segundo a entidade, somen-te 30% das vendas na região ainda são por atacado. Até o púbico se diversificou. Antes os compradores eram eminen-

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temente das classes mais baixas, atraídos pelos preços mais convidativos.

Atualmente, cada vez mais, a clientela A e B circula em meio às lojas mais baratas e ambulantes. De acordo com pesquisa Datafolha de 2011, 84% dos paulistanos com ren-da familiar superior a dez salários mínimos por mês já fizeram compras na 25. Não é difícil de lá se ver o mesmo consumidor que vai à Rua Oscar Freire em busca de marcas, mas que dá uma passada na 25 de Março em busca de um enfeite de Na-tal, sem marca, por exemplo.

Rua Florêncio de Abreu

A região da Rua 25 de Março não era somente a rua. No passado, toda a região comportava o comércio de tecidos. Muitas lojas tinham filiais nas proximidades — tanto que, hoje, muitas ruas levam nome dos pioneiros. Outra rua também se destacava no comércio à época, a Florêncio de Abreu. Pela proximidade com a 25, muitos imigrantes abri-

ram lojas nesse endereço, muitas filiais das lojas pioneiras da região. Mas a rua também recebeu imigrantes de outras nacionalidades, como italianos e alemães.

Ela também se caracterizou pela diversidade, com co-mércio, pequenas indústrias, cocheiras e clubes. Um dos primeiros a se instalar lá foi Rizkallah Jorge, que no fim do século XIX passou a fabricar boias de caixa d’água. As-sim como a Casa da Boia (foto abaixo) — gerida por Mario Rizkallah e que abriga até um mini-museu no andar de cima da loja — empresas da época, hoje centenárias, per-manecem em atividade. A rua, atualmente, tem comércio especializado em máquinas e ferramentas, tanto que é conhecida no Brasil todo como a “Rua das Ferramentas”.

Brás, Oriente

Apesar de sua origem ser fortemente marcada pela colô-nia italiana, o Brás — e notadamente seu comércio — tam-bém tem íntima relação com a comunidade árabe. Atual-

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mente, grande parte dos lojistas tem esta origem. Situado no caminho entre a região da 25 de Março — ponto de par-tida dos mascates árabes — e a zona leste — destino desses comerciantes —, o bairro mostrava-se interessante para o começo de uma nova área de negócios.

Ainda no final do século XIX, os italianos começaram a montar pequenas fábricas de tecidos. A mais famosa e maior, sem dúvida, era a das Indústrias Reunidas Francis-co Matarazzo, que, além de montar a empresa, construiu diversas casas para seus operários.

Apesar de em bem menor número que na Rua 25 de Mar-ço, lojas cujos donos tinham ascendência árabe começaram a aparecer na região do Brás a partir da segunda metade do século passado. Atualmente, o bairro ainda é essencialmen-

te voltado à indústria e ao comércio popular de confecções, mas com forte presença de elementos das comunidades co-reana e boliviana. Assim como a 25 de Março, frequentam as lojas do bairro compradores de todas as camadas sociais.

O Brás é considerado, atualmente, o maior polo de confecção de roupas e o principal centro de distribuição de pronta entrega de confecções do País, com comprado-res vindo de todos os lugares do Brasil para suas 55 ruas e mais de 5 mil lojas. São mais de 300 ônibus por dia. O bairro é também o maior produtor e exportador de jeans da América Latina, com 10 milhões de calças jeans pro-duzidas por mês. E não é só venda local, pois as fábricas do bairro — quase todas com lojas próprias — exportam mais de 1,2 milhões de calças jeans a cada 30 dias para

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O Brás é considerado, atualmente, o maior polo de confecção de roupas e o principal centro de distribuição de pronta

entrega de confecções do País, com compradores vindo de todos os lugares do Brasil para suas 55 ruas e mais de 5 mil lojas. São mais de 300

ônibus por dia.

quase todos os países da América do Sul, além da Espa-nha, EUA, México, Canadá e Itália.

De acordo com a Associação de Lojistas do Brás (Alobrás), a maioria das lojas funciona como centro de distribuição para suas próprias indústrias de confecções e chegam a ter um faturamento anual estimado em R$ 10,5 bilhões. As suas lojas geram 150 mil empregos diretos e 300 mil indiretos. O Brás tem circulação diária média de 300 mil pessoas em dias normais e mais de 1 milhão em picos como o fim do ano.

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Vários endereços

para o comércioDas lojas de rua aos shoppings centers, o mercado imobiliário sempre encontrou campopara apresentar inovaçõesno segmento comercial.

O mercado imobiliário comercial é feito de muitas alternativas. No passado, o comércio era feito essencial-mente por lojas, restaurantes, serviços etc., mas todos de rua. Mesmo em passado remoto, na era do escambo ainda, a atividade sempre foi de rua. O tempo passou e o sistema de venda e compra, de consumo, mudou.

No Brasil, mais ou menos por volta das décadas de 1940 e 1950, começaram a surgir os primeiros centros comerciais, que continham lojas, lanchonetes, restau-rantes, salas de cinema, playground e estacionamento, caracterizados pelo seu fechamento em relação à cida-de. De certa forma, são os precursores dos atuais shop-pings centers, construídos especificamente para abrigar centros de compras e que apresentam mercado diversi-ficado, lojas-âncoras, praça de alimentação, área de lazer, estacionamento e elevado nível de conforto (ar condi-cionado, escadas rolantes, elevadores, segurança etc.).

C o m é r c i o fonte : Celso Bat ista Mourão

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O grande diferencial desse tipo de comércio está na segurança e na facilidade de encontrar tudo no mesmo lugar, aliada à ideia de moderni-dade e progresso que um shopping tem. O núme-ro de lojas-âncora, a quantidade e o fato de haver lojas próprias e/ou alugadas também caracterizam esse tipo de estabelecimento.

Há uma dúvida sobre o primeiro shopping inau-gurado no Brasil. Dois deles chamam para si esse título. O Shopping Iguatemi, em São Paulo, inaugu-rado em 1966, e o Shopping do Méier, no Rio de Ja-neiro, aberto ao público em 1963. A dúvida reside no fato de terem ou não, na ocasião, características de shopping center.

De acordo com a Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce), o Brasil deve fechar o ano de 2012 com 461 estabelecimentos. Esse mercado é responsável por 18,3% do varejo nacional e por 2% do PIB.

Apesar desses números, os dados se referem especificamente ao estabelecimento tradicional. Mas o setor é composto por outros tipos. Os shoppings outlets são estabelecimentos que concentram lojas de fabricantes de produtos específicos, com alguns poucos ramos comerciais e de serviços considerados de apoio. No shopping temático, as lojas estão voltadas preferencialmente a um segmento básico do mercado. Na categoria rotativa, ou shoppings de descontos, o comércio está voltado a produtos de baixo valor e a locação é feita por períodos diversos e mais curtos e as lojas tem tamanho reduzido e a permanência do lojista não é obrigatória. Os shoppings de atacado operam exclusivamente com vendas no atacado e atuam, basicamente, nos ramos de confecção, acessórios e calçados. Por fim, mais modernos, os shoppings virtuais têm um sistema de lojas virtuais agrupadas como em um shopping de verdade.

Mais alternativas, mais variedades

Os atrativos para o consumidor são muitos. Ain-da com o pé no passado, principalmente em gran-des cidades, há as ruas temáticas. São logradouros inteiros que se dedicam predominantemente a um único tipo de comércio. Para a colônia árabe, por exemplo, um ícone desse tipo de comercialização é a Rua 25 de Março, em São Paulo, que tem his-

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tória no comércio de tecidos e origem nos primeiros imigrantes dos países de língua árabe (leia mais na pág. 16). Na capital paulista são muitos os exemplos de ruas temáticas: ferramentas (Rua Florência de Abreu); rou-pas (ruas Maria Marcolina, Oriente e José Paulino); mó-veis e instrumentos musicais (Rua Teodoro Sampaio); madeira (Rua do Gasômetro), entre outras.

Aliás, essas ruas temáticas têm feito com que regiões de São Paulo renasçam. Alguns exemplos podem ser vis-tos pela cidade. Na zona leste, a Avenida Rio das Pedras concentra alguns comércios de madeira e, mais à frente, de peças de carro. Na Alcântara Machado, móveis para quartos de bebê. Mas há muitas mais na capital e em cidades vizinhas, como a Jurubatuba, em São Bernardo do Campo, que também concentra lojas de móveis.

“A vantagem de se ter em um único lugar tudo o que se precisa é o grande chamariz para os consumidores. Para os lojistas também, pois podem concentrar seus esforços e atingir o público de maneira mais eficaz. A concorrência é mais forte, mas a procura também. O verdadeiro modelo que deu certo da relação oferta e procura”, afirma o consultor Celso Batista Mourão, que trabalha com pequenos e médios empreendedores que atuam, principalmente, no comércio.

Uma estrada de opções

Mas há muitas alternativas interessantes que já exis-tiam e começam a ter nova vida ou que começam a aparecer. Com o crescimento do País, as estradas foram, sem trocadilho, um caminho interessante para novos negócios. No passado, notadamente na década de 70, quando o ‘Brasil gigante’ apareceu com mais força, rodo-vias começaram a ser feitas em maior profusão.

Acompanhando esse movimento, as beiras de es-tradas começaram a ver o surgimento de postos de gasolina. A princípio, áreas de serviço para os veículos que circulavam pelas estradas. Com o tempo, foram-se agregando outros serviços, como hotéis, bares, restau-rantes. Hoje, é possível ver verdadeiros centros comer-ciais nesses estabelecimentos, com lojas de todos os tipos, de roupas, calçados etc. E não é só nesses postos grandes, mas nas estradas, mais perto das cidades, há empreendimentos mais completos, com restaurantes, shoppings e complexos hoteleiros.

Um exemplo desse tipo de multiuso e multiserviços pode ser encontrado na Rodovia dos Bandeirantes, na região de Itupeva. Além de um parque de diversões e outro aquático, o complexo conta com posto de gasoli-na, shopping center convencional (se bem que é o único no Brasil que passa por cima de uma estrada), hotel e shopping outlet, com lojas de diversas marcas.

Os centros comerciais evoluem

Outro modelo de mix de comércio é mais novo e co-meçou a aparecer em São Paulo há cerca de cinco anos, a princípio, mais a reboque de grandes empreendimentos, mas foram tomando outras formas. Com características de centros comerciais, esses espaços de lojas começa-ram a surgir como alternativas de prédios residenciais e/ou comerciais, que alugavam lojas em seus térreos — se bem que essa atividade não é nova, mas reciclada.

Com o tempo e com as restrições da Lei de Zoneamen-to da cidade, alguns terrenos que não podiam ter em-preendimentos altos, começaram a ser usados para essa finalidade, como uma alternativa. O mercado imobiliário percebeu os bons resultados desse nicho e começou a construir para esse fim. Da mesma forma, houve evolução. No princípio, era um único dono que construía e alugava. Com o tempo, empreendedores perceberam que essa era uma excelente opção de investimentos. Passaram a ven-der os prédios e se encarregar da administração.

Hoje, em muitas regiões da cidade, é possível ver esses pequenos centros em esquinas e locais de fácil acesso. Geralmente possuem uma loja-âncora — como em shoppings — e outras de comércio e serviço. Há al-guns com especializações, como verdadeiras praças de alimentação na rua ou lojas de decoração, por exemplo. Esses espaços tem estacionamento, segurança, movi-mentação menor que os shoppings e a facilidade de estar no caminho das pessoas, que não precisam ter de procurar vagas de estacionamento e enfrentar filas enormes e corredores entupidos.

A criatividade sempre foi a marca do mercado imobi-liário. Se há crise, ele cria. Se há concorrência, encontra outros caminhos. Ganha o comerciante, com mais alterna-tivas para a instalação de suas lojas; ganha o proprietário, com uma clientela eclética. Mas ganha mais o consumi-dor, pois tudo é feito para atendê-lo, desde o escambo.

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O Grupo PSA Citroen escolheu, para as novas instalações do seu escritório

de São Paulo, o Nações Unidas Corporate 20.000. Um edifício com

arquitetura moderna, infraestrutura em tecnologia e uma construção que

preza pela sustentabilidade e respeito ao meio ambiente, características

indispensáveis para abrigar uma empresa de tamanha importância.

A Incorporação e Construção foi desenvolvida pela Namour, fundada em

abril de 1976, e que se constitui como uma das empresas de maior

respeito e credibilidade do mercado imobiliário de São Paulo. Gostaríamos

de agradecer a todos fornecedores e parabenizar os nossos parceiros que

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bienvenue

Av. das Nações Unidas, no 19.707

Projeto de Arquitetura: Ronald E.M.Y Dumani

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C o n s t r u ç ã o C i v i l fon te : Rona ld E .M .Y. Duman i

Uma raridade no mercado imobiliárioNações Unidas Corporate 20.000: um desafioque se transformou em sucesso.

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Fundada em abril de 1976, a Namour Incorporação e Construção é uma das empresas que detém o respeito de todo o mercado imobiliário de São Paulo. Atuando no setor residencial e comercial, já entregou mais de 800 mil metros quadrados de empreendimentos na cidade de São Paulo e no interior do Estado.Em 2009 obteve a certificação PBQP-H (Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat) nível A, o que consolidou sua vocação de construção nos mais altos níveis de exigência e qualidade do mercado. Isso é resultado de uma filosofia de trabalho voltada para a dedicação total aos compradores e parceiros de cada empreendimento.A atuação da empresa tem objetivos traçados em direção ao novo, ao desenvolvimento de novos projetos e na busca do que signifique não apenas seu crescimento, mas a credibilidade com os clientes e a garantia aos investidores e fornecedores. Dessa forma, a Namour Incorporação e Construção está consolidada como em-presa sólida e confiável. Seus empreendimentos, além de se tornarem sucesso de vendas, representam retorno efetivo para os consumidores por meio de expressivas taxas de valorização.

Solidez em alto padrão

A Avenida das Nações Unidas é uma das áreas mais procuradas na capital paulista para novos empreendi-mentos comerciais e de serviços. A região é um centro importante, e ao longo da avenida e no seu entorno se encontram edificações de alto padrão, destinadas à sede de grandes corporações ou escritórios de empresas di-versas, todas dotadas de alta tecnologia e investimento. Os terrenos na região são escassos e, de acordo com o Plano Diretor, o gabarito máximo permitido é para pré-dios com até 15 metros de altura. Ou seja, prédios baixos, nos quais é necessária muita criatividade construtiva.

quando teve em mãos um terreno interessante para um novo empreendimento, a Namour Incorporação e Construção viu um instigante e raro desafio à sua fren-te: construir um edifício no maior vetor de crescimento imobiliário da cidade em um lote ímpar para a região, que ocupava quatro ruas.

A ideia da empresa era apresentar um prédio para locação monousuária. Dessa forma, nasceu o Nações Unidas Corporate 20.000. O projeto ficou a cargo da Ro-nald E.M.Y. Dumani Arquitetura e Planejamento, parcei-ra da Namour desde 2007, que, de acordo com a legisla-ção, optou por aplicar conceitos minimalistas de formas e maximizar a sustentabilidade.

Localizado na Avenida Nações Unidas, entre as pontes Socorro e Transamérica, ocupa terreno de 5.684 metros quadrados, em quadra única, formada pelas ruas Prof. Soriano Magalhães, Eng. Francisco Pitta Brito e Miranda Ribeiro. O projeto possibilitou área total de construção de 10.460 m2 e lajes de 1,7 mil m2 de área construída.

O empreendimento apresenta moderna infraestru-tura em tecnologia e construção, respeitando o meio

ambiente e o desenvolvimento sustentável. O projeto arquitetônico adotado permite, caso necessário, a di-visão dos pavimentos-tipo em quatro áreas simétricas, com quatro pavimentos, cada um com área de 1.697,4 m2. O térreo tem pé direito duplo de 5,3 metros e conta com quatro salões de 473,46 m2, incluindo mezanino, controle de acesso e auditório com foyer. Cada pavi-mento tem 2,7 metros de altura.

A fachada apresenta estilo moderno com acabamen-to em ACM (Aluminium Composite Material), caixilhos de alumínio preto e terraços assimétricos em balanço. A opção para a fachada permitiu ao prédio maior segu-rança e beleza. A cobertura foi projetada para possibili-tar a captação e reuso de águas pluviais para lavagem e irrigação. O prédio conta também com estacionamento de 192 vagas demarcadas. O core do edifício é compos-to por duas escadas de segurança, três elevadores de alta performance, shafts de instalações, sanitários e ser-viços de apoio.

Segundo Ronald E.M.Y. Dumani, responsável pelo projeto, o Corporate 20.000 pode até ser considerado um prédio com poucos pavimentos, mas é exatamente esse o grande diferencial do empreendimento. “Traba-lhamos com o máximo de gabarito que a região permi-te, com lajes grandes e diversas possibilidades de ocu-pação. Tivemos de trabalhar nossa criatividade, pois, em um único projeto, era preciso respeitar característi-cas diferentes da localização do terreno e da legislação municipal. Mas temos certeza que mais uma vez a par-ceria com a Namour resultou em um empreendimento de sucesso”, afirma. De acordo com o arquiteto, o pré-dio já conta com locatário e foi aberto em novembro.

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impacto possível? Impedir a construção de novas habi-tações na cidade não é medida adequada, porque o de-sequilíbrio entre oferta e demanda leva ao aumento dos preços dos imóveis e à fuga dos empresários para produ-zir em municípios vizinhos, medida que empurra o mora-dor para mais longe e agrava o problema de mobilidade.

Verticalizar não é ação boa ou ruim para a cidade, é necessária, e uma das inúmeras formas de solução para as cidades. E há medidas de curto, médio e longo prazos que podem ser adotadas como portas de saída para es-sas questões urbanas.

Adensar ao longo e no entorno das linhas de trem e metrô, inclusive nas regiões de futuras estações, por meio da regulamentação das Áreas de Intervenções Urbanas (AIUs), é uma possibilidade de curto prazo e um modelo de ocupação adensada com equilíbrio.

Criar polos de desenvolvimento autossustentáveis e dotar essas regiões de eficientes redes de transportes de massa constitui-se em ação de médio prazo, e requer mu-danças urgentes de uso e ocupação do solo urbano.

Porém, a grande solução está fora da metrópole, com a adoção de um modelo de megametrópole.

Na verdade, perdeu-se o time de planejar a metrópole, e agora não podemos perder também a oportunidade de planejar a megametrópole.

Hoje, os municípios pensam sozinhos, não há integra-ção entre as cidades e, como consequência, o desenvol-

A r t i g o C l á u d i o B e r n a r d e s

Cidades planejadas com escala humana

28

De 2000 a 2010, foram lançadas 1,1 milhão de novas unidades habitacionais por ano no Brasil. Pode pa-

recer muito, mas, para atender à demanda oriunda do crescimento vegetativo e do deficit habitacional, esse volume terá de saltar para 1,9 milhão de novas unida-des por ano até 2022.

Nesse contexto de crescimento imobiliário, as cida-des têm de estar preparadas em termos de infraestrutu-ra básica, viária e de qualidade de vida. A pergunta que surge diante deste cenário de desenvolvimento urbano é: como adaptar as cidades às necessidades do mercado, criando um modelo que proporcione melhor qualidade de vida para a população?

Dentre os inúmeros desafios, o maior refere-se à mobilidade. Hoje, na cidade de São Paulo, são realiza-das diariamente 38 milhões de viagens e, nos picos de congestionamento de manhã e à tarde, ocorre a emis-são de 270 mil toneladas de CO2 no meio ambiente. Para atender a toda essa demanda e tirar os carros das ruas, seriam necessários 500 quilômetros de linhas de metrô e um sistema eficiente de transporte de massa. Infelizmente, ainda não atingimos o status de o desem-penho da cidade proporcionar um crescimento voltado à melhoria dos deslocamentos.

Outro questionamento que surge: como acomodar uma demanda anual na cidade de São Paulo de 30 mil no-vas unidades habitacionais, em média, causando o menor

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Cláudio Bernardes é presidente do Secovi-SP (Sindicato da Habitação) e reitor da Universidade Secovi-SP

vimento está ocorrendo de maneira inadequada.

Só para apresentarmos uma ordem de grandeza, en-quanto Nova York cresceu sete vezes de 1872 a 2010, São Paulo cresceu 360 vezes.

Isso fez com que os novos territórios no entorno me-tropolitano ficassem difusos. Para dar um novo rumo nes-se planejamento urbano, te-mos de nos espelhar nos mo-delos de sucesso de outros países, como o europeu dos ‘Diamantes Urbanos’, aplica-do satisfatoriamente na Itá-lia, Espanha e em Portugal.

Essa proposta inovado-ra de planejamento mega-metropolitano tem de ser desenvolvida em função da necessidade de pensar como será a metrópole de São Paulo nas próximas décadas e encontrar um novo mo-delo, que atenda à função social do mercado, ou seja, equilibrar oferta e demanda e proporcionar qualidade de vida para a população.

hoje, os municípios

pensam sozinhos, não há

integração entre as cidades

e (...) o desenvolvimento

está ocorrendo de maneira

inadequada. (...) Enquanto

Nova York cresceu sete

vezes de 1872 a 2010, São

Paulo cresceu 360 vezes.

O projeto propõe um novo desenho de cidade, e essa região megametropo-litana compreenderia São Paulo, Sorocaba, Campi-nas, São José dos Campos e Santos. Teríamos, assim, os nossos diamantes urbanos, compostos por cidades im-portantes e que concentram 27 milhões de habitantes.

Para a criação dessa re-gião megametropolitana, dentre outras medidas, é ne-cessária a identificação do perfil urbano das cidades, a criação de fóruns de líderes para direcionar o assunto, o mapeamento geográfico e ambiental dessas regiões e, principalmente, a elabora-ção de uma legislação fede-

ral específica sobre o assunto.Atrelada ao adensamento inteligente está a constru-

ção de espaços com escala humana. Existem inúmeras maneiras de concentrar pessoas de forma sustentável e com qualidade de vida.

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M e r c a d o I m o b i l i á r i o fonte : Lu i z Pau lo Pompe i a

Um mercado sem fronteirasou um olhar fora da capitalNa Região Metropolitana de São Paulo já não há mais diferenças entre as cidades, e o mercado imobiliário ganha alternativas interessantes de investimentos.

Definitivamente, o mercado imobiliário está olhando para fora da caixa. São Paulo ainda continua sendo o principal foco dos lançamentos do setor, mas as cidades vizinhas já são uma realidade nas carteiras de investimentos das grandes empresas. Há alguns anos, os municípios da Região Metropolitana de São Paulo (RMSP), como os do Grande ABC, Osasco, Barueri e Gua-rulhos — só para citar os mais conhecidos — já entraram no escopo de projetos do mercado.

Há pouco mais de uma década essas cidades eram atendi-das eminentemente por incorporadores e construtores locais, que entendiam as necessidades peculiares da região. Mas esse cenário mudou. A falta de espaço para novas construções na ca-pital, o preço dos terrenos, a dificuldade de aprovação dos pro-jetos pela prefeitura, o público cada vez maior nessas cidades, entre outros fatores, fazem com que empresas que atuavam somente em São Paulo começassem a ver com bons olhos os

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mercados vizinhos para a construção de novos projetos.A cidade de São Paulo, na última década, vem perdendo

espaço para novos empreendimentos, devido, principalmente, aos custos elevados dos produtos imobiliários. Com efeito, os terrenos na capital estão com preços muito elevados e, como o terreno trata-se da principal matéria prima para a indústria imobiliária, o incorporador não tem outra solução a não ser re-passar esse custo para o produto.

Sem dúvida é um público potencial muito interessante. Se-gundo estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísti-ca (IBGE), a população total da Grande São Paulo é de quase 20 milhões de habitantes (10% da polulação brasileira), o que faz dela a quarta maior aglomeração do mundo.

São 39 municípios que vivem com intensidade um fenôme-no que os urbanistas chamam de ‘conurbação’. O termo refere--se à extensão da capital paulista, formando com seus muni-cípios lindeiros uma mancha urbana contínua, sem fronteiras físicas definidas que separam uma cidade da outra.

Segundo levantamento da Empresa Brasileira de Estudos do Patrimônio (Embraesp), cidades conurbadas à capital, como Santo André, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, Dia-dema, Guarulhos, Mogi das Cruzes (que começa a se destacar

na produção imobiliária habitacional), Osasco e Barueri vem suprindo o que São Paulo está perdendo, especialmente

no segmento residencial.“Para se ter ideia, nos últimos três anos (2009 a

2011) Guarulhos lançou 20.940 unidades (apar-tamentos ou casas em condomínios hori-

zontais); São Bernardo do Campo, 8.873; Alphaville/Tamboré/Barueri, 8.336;

Santo André, 5.916; Mogi das Cruzes, 5.385; Osasco,

5.120; São Caetano, 4.673 unidades.

O total é de 5 9 . 2 4 3

u n i -

dades (31% de toda a RMSP). Admitindo que cada habitação receba 3,5 habitantes, apenas esses sete municípios somariam uma população de mais 207 mil apenas nesse período”, avalia Luiz Paulo Pompeia, diretor da Embraesp.

Segundo ele, alguns desses municípios não têm indústria imobiliária forte, ou por conta de estarem dentro da Zona de Proteção dos Mananciais (o que obriga ao incorporador ter cuidados especiais e, via de regra, agrega dificuldades para empreender), ou por não ter demanda. “De qualquer modo, toda a RMSP, nesse mesmo período, teve um movimento total de 191.631 unidades, sendo que só a capital lançou 107.932 unidades. Veja que, excluindo a cidade de São Paulo, esses sete municípios representaram, nos últimos três anos, 71% da indústria imobiliária.”

Uma região rica e com grande potencial

Outro ponto que chama a atenção dos empreendedores é o potencial de compra dos moradores. A Grande São Paulo é o maior polo de riqueza do País, com uma renda per capita, em 2009, que atingia mais de US$ 17 mil. Entre as cidades, há uma interligação de empresas, circulação de pessoas, transportes, informações etc. Não há a menor dúvida que o interesse em investir nas cidades da região é muito grande, com maior ou menor intensidade em um ou outro município.

As cidades que despertam maior interesse ainda são Gua-rulhos (a segunda maior cidade do estado, com mais de 1,2 mi-lhão de moradores), São Bernardo do Campo, Santo André, São Caetano do Sul (as três juntas, de acordo com o Censo de 2011, chegam a quase 1,6 milhão de habitantes) e Osasco (667 mil moradores). Barueri, apesar da pequena população, tem uma renda per capita muito boa, com um Produto Interno Bruto que só fica atrás de Guarulhos e São Bernardo, respectivamente.

Hoje, morar fora de São Paulo é diferente do passado. Além da proximidade e facilidade de se chegar à capital, essas cidades do entorno já têm condições de manter seus moradores por lá, oferecendo oportunidades de trabalho e deixando de ser cida-des dormitórios. Santo André, São Caetano do Sul, Osasco, São Bernardo do Campo e Guarulhos já reúnem grandes empresas e facilidades para o investimento na construção civil.

Segundo a Associação dos Construtores, Imobiliárias e Administradoras do Grande ABC (Acigabc), de

2010 para 2011 houve evolução de quase 2% no total de unidades lançadas. Mas o que

mais impressionou o mercado foi de 2009 para 2010. Em 2009 foram

lançadas 4.919 unidades e, no ano seguinte,

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M e r c a d o I m o b i l i á r i o

8.887, ou quase o dobro. De lá para cá, como em todo o País, vem havendo queda nos lançamentos. Os destaques são os imóveis de dois ou três dormitórios. Na região, Santo André tem apresentado o maior número de lançamentos.

Guarulhos atrai moradores de São Paulo

Em Guarulhos não há uma entidade que faça pesquisas de mercado como no ABC, mas os agentes que atuam na cidade não têm do que reclamar quanto aos números. Nos últimos 12 me-ses, o município viu crescer o número de condomínios de classe média. As unidades para as camadas mais baixas da população também tiveram aumento.

De acordo com a Empresa Brasileira de Estudos do Patrimônio (Embraesp), entre agosto de 2005 e julho de 2006, as unidades de dois dormitórios ainda eram maioria na cidade. Isso foi se modifi-cando, a ponto de a maioria dos empreendimentos atender mais às classes média e média alta. E mais, o lançamento de unidades de alto padrão — com quatro dormitórios no mínimo — aumen-taram quase 20 vezes em 12 meses.

Na cidade o grande referencial é o Aeroporto Internacional de Guarulhos, que fez com que as indústrias, que sempre foram em excelente número, crescessem ainda mais, dando poder aqui-sitivo e fazendo com que os moradores não saíssem da cidade, preferindo trabalhar perto de suas casas. Em um movimento con-trário, o mercado local já está atraindo compradores da capital. Profissionais no segmento estimam que um em cada quatro imó-veis vendidos hoje no município se destina a moradores de São Paulo. A proximidade com a capital e o preço das unidades são os grandes atrativos. De acordo com agentes do setor que atuam nas duas cidades, uma unidade em Guarulhos pode ficar entre 25% e 30% mais barata do que em São Paulo.

Osasco e Barueri: vizinhos ricos

A região de Osasco e Barueri tem uma história relativamente nova como destaque no mercado imobiliário. Até as décadas de 1970 e 1980, os lançamentos eram feitos exclusivamente para os moradores locais. Eram duas cidades-dormitório e estavam fadadas a essa característica. É claro que havia indústrias, mas, mesmo elas, não atraiam moradores a ponto de fazer com que eles trocassem a capital pelas cidades.

Para quem passava pelas estradas que cortavam a região, as cidades não atraíam, mas isso mudou. O primeiro movimento nesse sentido foi um grande lançamento imobiliário, Alphaville, em Barueri — o pioneiro na implantação de condomínios fecha-

dos no Brasil. O bairro, que começou como um loteamento de alto padrão, fez com que muitos paulistanos mais abastados o procurassem para construir suas casas. Logo o cenário foi se al-terando e muitos empresários, que já moravam há algum tempo nos residenciais de Alphaville, também levaram seus escritórios para perto de suas casas, visando fugir de problemas no trânsito.

Atualmente há uma série de condomínios — além do mais famoso do Brasil e que originou outros em diversas cidades do País. Mas não é só de casas que vive o bairro. Hoje já podem ser vistos prédios residenciais e comerciais — sedes de grandes empresas multinacionais. Muitas indústrias se instalaram na re-gião e a transformaram em um dos maiores polos industriais e comerciais do estado, gerando a maior parte dos impostos da cidade. Aliás, é a 14ª mais rica do Brasil, com um PIB superior a 18 capitais estaduais e grandes cidades do interior do País.

A economia de Barueri se baseia na arrecadação de impos-tos, em especial o ISS, proveniente da prestação de serviços. Há sete anos consecutivos a cidade lidera o ranking das que mais lançam salas comerciais na Grande São Paulo. Além disso, com exceção da capital, é a única cidade da região Metropolitana que lançou unidades todos os anos desde 2006 e foi a campeã de empreendimentos nos primeiros oito meses de 2012.

Essa mudança também atingiu a vizinha maior Osasco. Não na mesma medida, mas também de importância no cenário do mercado. A região que engloba as duas cidades possui ex-celente infraestrutura para a instalação de novas empresas e lançamento de empreendimentos de todos os padrões, com sistema viário eficiente — incluindo o Rodoanel.

A região vem liderando, nos últimos anos, o levantamento de lançamentos imobiliários, sendo verdadeiras ‘locomotivas’ de alavancamento do setor. Como Barueri começa a enfrentar, da mesma forma que São Paulo, um encarecimento de preços de terrenos, há migração de lançamentos para Osasco, em razão do menor custo (14% mais barato que Barueri e 38% em compara-ção com São Paulo). No ranking das cidades da região Metropo-litana que mais lançaram salas comerciais em 2012, Osasco está na terceira colocação, com 463 lançamentos. A cidade está em quinto em empreendimentos residenciais lançados.

“Certamente, o preço significativamente mais baixo que o da capital, aliado a uma área superior e mais con-fortável; a questão da segurança, normalmente menor; a mobilidade quase sempre melhor, pois o trânsito da ca-pital é outro vilão dessa perda de interessados na grande cidade, congregam para uma qualidade de vida também significativamente melhor, atraindo sobremaneira os ha-bitantes da cidade de São Paulo”, conclui Pompeia.

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Aumenta o número de pessoas em voos nacionais e internacionais; ano após ano crescem as vendas de car-ros zero quilômetros, e não só dos tipos populares; mais brasileiros adquirem seu imóvel próprio e as casas, cada vez mais, tem itens antes inatingíveis, como TVs, compu-tadores, freezers etc. Já são maioria nas universidades e como clientes dos cartões de crédito. Recentemente, em

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uma novela, a Rede Globo mostrou esse fenômeno. No folhetim ‘Cheias de Charme’ foram as empregadas do-mésticas — ou ‘empreguetes’ — que ditaram o rumo da história, pois cresceram economicamente e se tornaram uma fatia importante no cenário fictício, mas que reflete a realidade brasileira. Um enredo nunca mostrado pela televisão brasileira, pelo menos com essa força.

O Brasil é, hoje, um país em que a classe C é dominantee determina os rumos da economia.

C o n s u m o

A classe média chegou ao paraíso

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dividem-se da seguinte forma: classe E (22%), classe D (17%), classe B (5%) e classe A (4%).

Essas classes de renda mais baixa deverão subir de-graus nessa pirâmide em progressão geométrica. Serão mais 35 milhões de brasileiros até 2014. Isso elevará de 105 milhões para 140 milhões de pessoas a população com poder de compra e capaz de gerar e/ou incrementar negócios em quase todos os ramos de atividade.

O que se vê é um circulo virtuoso que muitos espe-cialistas entendem que só deve evoluir positivamente. O potencial desse consumidor da atual classe C é gran-de, pois se calcula que esse público movimente mais de R$ 900 bilhões no mercado interno. Hoje — e mais fortemente no futuro — essa população determina os rumos de nossa economia e faz com que empresas de todos os segmentos apostem suas fichas para atender esse consumidor. Sem, é claro, deixar de lado as classes mais abastadas, mas isso é outra análise. As empresas precisam entender que estão lidando com um público que não é o mesmo que sustentava o negócio delas há dez anos. Mais do que isso, devem, definitivamente, se preparar para atender às necessidades e aos desejos da nova classe média, pois essa população está ávida por consumir produtos e serviços de qualidade.

A nova classe C ditará as regras daqui para frente e quem quiser atender bem esse novo consumidor não deve somente oferecer novos produtos e serviços, mas mudar sua forma de atendimento.

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Esse cenário positivo não é mais privilégio dos bra-sileiros mais abastados, os que integram as chamadas classes A e B. A economia brasileira definitivamente mudou seu foco nos últimos anos. O fim da inflação, em 1994, com o Plano Real, decretou o começo da mudan-ça, com mais poder de compra e melhor distribuição de renda. O que há pouco mais de dez anos era uma pre-visão, tornou-se algo concreto: a ascensão da chamada classe C, ou classe média. O crescimento foi reflexo de mudanças socioeconômicas pelas quais o Brasil passou, como aumento do acesso ao crédito, da taxa de empre-go e da distribuição de renda.

De acordo com dados do instituto de pesquisas Data Popular, entre 2001 e 2011, quase 40 milhões de brasilei-ros emergiram para a classe C, a nova classe média, cuja renda familiar média é de quase R$ 2,3 mil. E mais, até 2014, esse número deve ser acrescido de mais dez mi-lhões de brasileiros, e a nova classe C detém — e vai deter ainda mais — a maior parte do poder de compra no País.

O fenômeno começou lá atrás com empresas que atendiam a esse público, em todos os nichos, de fraldas descartáveis a imóveis. Com o tempo, não bastava esse tipo de produto destinado a eles, a nova classe C, vin-da das camadas mais baixas, queria e podia consumir as marcas consideradas top de linha. O que era popular mudou. A reboque, claro, as classes mais baixas também cresceram financeiramente e passaram a ocupar o espa-ço que essa nova classe média ocupava antes.

Para a Fundação Getúlio Vargas, a chamada classe média (classe C) tem renda mensal entre R$ 1.064 e R$ 4.591. Já a elite econômica (classes A e B) tem renda su-perior a R$ 4.591, enquanto a classe D (classificada como remediados) ganha entre R$ 768 e R$ 1.064. A classe E (pobres), por sua vez, reúne famílias com rendimentos abaixo de R$ 768. Em 2005, o Critério de Classificação Econômica Brasil — que baliza as pesquisas, pois seg-menta economicamente a população do País — classi-ficava como classe C 43% dos brasileiros. A classe média emergente continuou em expansão, desde então, nas seis principais metrópoles do Brasil e passou a represen-tar 53,8% da população em dezembro de 2008, em um fenômeno que já ocorreu nos Estados Unidos. As classes D e E são 33,2% da população brasileira.

De acordo com a Pesquisa de Orçamentos Familiares 2009 (POF 2009) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no Brasil há pouco mais de 57 milhões de famílias. Desse total, mais da metade concentra-se na classe média, ou C (52%). As demais classes de renda

Essas classes de renda mais baixa deverão subir degraus

nessa pirâmide em progressão geométrica. Serão mais 35 milhões de brasileiros até 2014. Isso elevará de 105

milhões para 140 milhões de pessoas a população com poder de compra e capaz

de gerar e/ou incrementar negócios em quase todos os

ramos de atividade.

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Se há um grupo de brasileiros que não sabe o que é cri-se, que não vê dificuldade em viajar ao Exterior na hora que quiser, trocar de carro todo ano por um modelo mais novo e/ou mais potente, mora e tem mais de um imóvel de alto padrão, entre outros privilégios, é a chamada classe muito alta, também definida como ‘a gargalhada’ em razão dos três ‘A’s que a identificam nos critérios de pesquisa de renda. Ou

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seja, a denominação não vem da máxima de que ‘rico ri à toa’. É onomatopaico: AAA, ou Triple A, como também é referida.

Para alguns estudiosos e pesquisadores, a classe AAA tem pelo menos dois carros importados na gara-gem, casa na praia ou no campo e renda individual aci-ma de R$ 50 mil. O Brasil, nos últimos dez anos, viu o crescimento da classe média e a ascensão das classes

A chamada classe alta, denominada AAA, ou ‘a gargalhada’ , não sabe o que é crise e está cada vez mais rica e aproveitando o bom momento de nossa economia.

C o n s u m o

O segmento da população que vive rindo

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Marcas de alto luxo

No Brasil não há dados estatísticos oficiais de distribui-ção de renda que apontem o crescimento da classe AAA e seus hábitos de compra. Para mostrar a força que está no topo da pirâmide de renda no País são usados estudos mer-cadológicos, cruzando seus dados com os do IBGE. Na ci-dade de São Paulo, por exemplo, só para se ter como base, visto que é o maior mercado do País, os paulistanos gastam R$ 4 bilhões por ano em produtos de alto luxo.

O comparativo com os dados oficiais do último Censo mostra que um pequeno grupo de 24.700 paulistanos, que representam 0,24% da população da cidade de São Paulo, reside em domicílios cujo rendimento familiar médio mensal está acima de R$ 50 mil. Desses, 7.880 tem renda disponível de R$ 1 milhão por ano, e, no topo desse grupo, 90 domicílios paulistanos tem renda de R$ 1 milhão de reais por mês. Um tremendo potencial de compra para o mercado de alto luxo.

O cenário começa a mudar, pois o comércio já pensa nesse consumidor. Em São Paulo e no Rio de Janeiro, há lojas e shoppings com perfil quase exclusivo para os mais ricos. Centros maiores também já começam a olhar melhor para esse nicho. Nos últimos anos, o Brasil viu a chegada de marcas como Aston Martin, Ferrari, Louis Vuitton, Cartier, Bentley, Burberry, Missoni, Christian Louboutin, Lamborghini, Bugatti e Hermès, que abriram lojas por aqui exatamente para atender esse público. Segundo análises de mercado, o consumidor brasileiro do mercado de luxo deve impulsionar em até 50% as vendas de dezenas de marcas. Mas ainda são produtos importados.

Não é errado pensar em atender essa parcela muito rica da população. Como também não é politicamente incorreto apon-tar esses novos cenários. Os meios de comunicação sempre mostraram esse modo de vida, seja em filmes estrangeiros, seja em novelas brasileiras. O que acontece é que um maior número de pessoas atinge esse patamar, e as pesquisas começam a cha-mar atenção para isso. Os mercados publicitário e editorial e o comércio de alto padrão já perceberam que esse público exige diferenciação e exclusividade. E mais, é necessário ganhá-lo e fidelizá-lo, pois ele não pode ficar apenas em uma compra. O público AAA é uma chave para se entrar em um novo universo de comportamento, estilo, status e prazer. Se esse público vive rindo, que a graça seja para todos.

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mais baixas às facilidades de uma economia estabili-zada (veja matéria na página 34). Ao mesmo tempo, a classe Triple A também cresceu e aumentou considera-velmente. Hoje, no País, o número de milionários cresce também em progressão geométrica, como a Classe C.

De acordo com o Relatório Sobre a Riqueza Mundial 2012, elaborado pela consultoria Capgemini e pela RBC Wealth Management, o Brasil, em 2011, comparado com 2010, teve um aumento de 6,2% (o crescimento médio mundial foi de 0,8%) no total de pessoas que possuem US$ 1 milhão (cerca de R$ 2 milhões), somando 165 mil milionários. O País teve o melhor desempenho entre as 12 nações com maiores populações de milionários.

Cresce o número de bilionários

Segundo o ranking da Revista Forbes dos mais ricos do mundo, publicado anualmente, o Brasil também nunca teve tantos bilionários. Este ano são 36 na lista. Em 2010, eram ‘apenas’ 18. O empresário Eike Batista ficou entre os dez primeiros, mais precisamente na sétima posição no ranking mundial. Com uma fortuna de R$ 30 bilhões, ele persiste no objetivo de ser o mais rico do planeta.

A classe ‘a gargalhada’ definitivamente foge dos pa-drões tradicionais de classificação de renda usados por institutos de pesquisa. Os muito ricos movimentam to-dos os setores de luxo e estão cada vez mais na mira de campanhas publicitárias. Mas há um grande problema: no Brasil não existem produtos em grande número para atender satisfatoriamente esse consumidor. Com o cres-cimento da Classe C e da antiga B, é possível que esse público circule com mais frequência em locais antes res-tritos aos mais ricos, como clubes, restaurantes, lojas etc.

Existem, sim, produtos e serviços que contemplam essa parcela privilegiada da população. Alguns desses produtos podem, de alguma forma, ser acessíveis a outras classes. Mais difícil quando se fala de carros muito caros, de grandes mansões (se bem que o mercado imobiliário talvez seja o único setor que atenda perfeitamente a esse público), joias, helicópteros etc. Os muito ricos que quiserem produtos di-ferenciados têm de sair do País, importar ou esperar lojas de marcas de alto luxo vir para cá, como já vem acontecendo.

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M e r c a d o A u t o m o b i l í s t i c o

De carro do povo a carro da eliteA fabricante alemã passa, em pouco mais de 40 anos, de grande fabricante de carros populares a referência em veículos de luxo.

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De carro do povo a carro da elite

O consumidor começou a ter mais acesso a opções vindas de fora e as montadoras aqui precisaram, de certa forma,

reagir a essa ‘invasão’. O primeiro passo foi promover

ampla reestilização no Santana — que já não era

mais produzido na Europa. O primeiro carro de luxo da Volkswagen do Brasil,

pioneiro na injeção eletrônica, continuou a ser fabricado e comercializado até o ano de 2006, com enorme sucesso.

A história da Volkswagen (VW) é intimamente ligada aos carros mais simples. A montadora, fundada em 1938 por Ferdinand Porshe, e uma das maiores fabricantes de auto-móveis do mundo, cujo nome, em alemão, significa ‘carro do povo’ tem sua origem exatamente nesse conceito: carros mais populares. O termo ‘volkswagen’ foi criado na década de 1920 pelo engenheiro alemão Josef Ganz, que tinha o objetivo de modernizar a indústria automobilística alemã, criando um veículo mais simples e que custasse o mesmo que uma motocicleta à época.

Esse conceito foi exportado para todos os países nos quais a Volks abriu uma unidade e du-rou quase 40 anos. Na década de 1970, com o lançamento do Golf, com suas linhas retas de-senhadas pelo projetista italiano Giorgetto Giugiaro, a empresa entrou no mercado de veículos de luxo. Esse carro começou a ser produzido na Alemanha, mas antes do final da década a maior parte da produção foi deslocada para o Brasil e o México. No Brasil, o primeiro modelo de luxo lança-do pela Volks foi o Santana, que chegou ao mercado nacional em abril de 1984. Naquela época a importação de carros não era muito fácil — e era muito cara —, por isso não era comum se ver carros de luxo da marca no País, os chamados Premium. Até então, a VW era conhecida exclusivamente como uma montadora popular.

O Santana ‘virou essa página’ e inaugurou um novo con-ceito para a empresa e a lançou em um mercado que come-çava a se mostrar interessante. Ele vinha como resposta a modelos de outras montadoras. No ano seguinte, a empresa colocou no mercado a versão perua, com o Santana quan-

tum, mas ainda com base nos carros que fabricava na Euro-pa. Para se ter ideia da aceitação dos dois modelos, em 1986, foram vendidos mais de 50 mil Santanas e 22 mil quantums.

Nova década, novo mercado

Em 1987 foi criada a Autolatina, associação entre Ford e VW. Dessa parceria nasceu o Versailles, uma espécie de San-

tana reestilizado, mas com em-blema da Ford. Com a abertura para a importação, o mercado brasileiro também mudou. O consumidor começou a ter mais acesso a opções vindas de fora e as montadoras aqui precisaram, de certa forma, reagir a essa ‘in-vasão’. O primeiro passo foi pro-mover ampla reestilização no Santana — que já não era mais produzido na Europa. O primei-ro carro de luxo da Volkswagen do Brasil, pioneiro na injeção eletrônica, continuou a ser fabri-cado e comercializado até o ano de 2006, com enorme sucesso.

Mas o consumidor brasileiro mudava e a VW precisava ofere-cer opções de estilo e luxo a esse novo comprador. Dessa forma, a empresa inaugurou, em 1996, a fábrica de motores de São Car-

los e, em 1999, a unidade industrial de São José dos Pinhais, no Paraná. Chegando inicialmente como carro importado (1994), o Golf logo se tornou um grande sucesso, introduzin-do novos níveis de qualidade e dirigibilidade no mercado.

De lá para cá, a empresa lançou muitos modelos de luxo — é claro sem abdicar de suas origens, com carros mais baratos e dirigidos à classe média —, a ponto de passar a ser referência no mercado. Contribuiu para isso

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Afinal, o que define o conceito de carro de luxo? Preço, equipamentos, sofisticação, mais opcionais, re-quinte, segurança, estilo. São vários os adjetivos que podem definir os chamados carros de luxo ou Pre-mium, mas o grande diferencial que logo se nota é o preço. Sem dúvida, o comprador que tem condições de adquirir um modelo que custa mais de R$ 100 mil está em um patamar elevado econômica e socialmen-te. Para ele, o carro não é somente um utilitário, um veículo de transporte. Ele é um cartão de visitas.É claro que os valores no Brasil para esse tipo de ve-ículo não são os mesmos que nos EUA ou na Europa, por exemplo. Nessas localidades, os valores para essa classe de veículo, comparativamente com os pratica-dos por aqui, são menores, mas o conceito é o mes-mo. E as referências também. Mesmo com essa defasagem, o Brasil, de modo geral, é o quarto maior mercado de veículos do mundo. Esse potencial brasileiro tem atraído muitas empre-sas. No segmento Premium, especificamente, as ven-das estão aumentando em índices bem superiores

Um conceito de classe

aos do mercado total. Em pouco mais de um ano e meio, segundo a Agência AutoInforme, especializada no setor automobilístico, que fornece informações para vários veículos de comunicação, a venda de car-ros na faixa de R$ 80 mil a R$ 110 mil cresceu 40%, e a faixa de R$ 110 mil a R$ 180 mil aumentou 15%, índices acima da média do mercado.O mercado brasileiro de carros está crescendo, mesmo que o período econômico não seja tão fa-vorável. Se comparado com outros países chamados emergentes (China, Rússia e Índia, por exemplo), o segmento de luxo no Brasil cresce ainda mais. Se le-varmos em conta que, historicamente no País, essa parcela da população com poder aquisitivo passa ao largo de crises, o potencial é ainda maior. Os fabri-cantes de carros Premium buscam mercados para crescer e manter um equilíbrio nas vendas, e o Brasil é um caminho certo, com retorno garantido. A pró-pria indústria brasileira de automóveis passará por transformações nos próximos anos, com maior in-vestimento em modelos mais sofisticados e luxuosos.

a aquisição de marcas do segmento Premium, como Audi, Bentley, Bugatti, Ducati, Lamborghini, Seat, Porsche, entre outras. Isso deu à empresa alemã know how para novas investidas. E mais, de julho de 1998 a dezembro de 2002, a divisão Bentley passou a vender automóveis sob a marca Rolls-Royce, após acordo com a também alemã BMW, a qual comprara os direitos de uso do nome. A partir de 2003, apenas a BMW pode fabricar automóveis com a mar-ca Rolls-Royce. Essa marca ainda não é vista no Brasil, mas já tem lojas abertas por aqui, oferecendo o modelo Ghost por nada menos que R$ 2,3 milhões. A Audi que, entre 2000 e 2006, produziu o seu modelo A3, anunciou que deve voltar a fabricar no Brasil a partir de 2013.

No País, a VW tem, hoje, de sua marca quase todos os modelos que fabrica e comercializa no mundo todo. No segmento luxo — ou Premium — os brasileiros contam com quase 20 marcas à sua disposição, com mo-delos que começam a partir dos R$ 75 mil/R$ 100 mil. Muitos desses mode-los são produzidos aqui, no Brasil, entre eles, Polo (hatch e sedan) e Golf. Mas o Brasil recebe todos os demais modelos. Da Argentina, SpaceFox e Amarok; Pas-sat, Passat Variant, Passat CC e Tiguan, da Alemanha; Touareg, produzido na Eslováquia; Bora, Jetta, Jetta Variant e New Beetle, do México; e o Eos, de Portugal.

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S u s t e n t a b i l i d a d e

Por um mundo melhor e mais sustentável

Empresas de todos os segmentos veem na preservação do meio ambiente o caminho para sua sobrevivência corporativa.

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agir para a manutenção e melhoria das condições am-bientais, minimizando ações próprias potencialmente agressivas ao meio ambiente e disseminando para ou-tras empresas as práticas e conhecimentos adquiridos na experiência da gestão ambiental.”

Em seu site, a Natura defende que suas diretrizes para o meio ambiente contemplam quatro pilares fun-damentais: responsabilidade para com as gerações futu-ras; educação ambiental; gerenciamento do impacto do meio ambiente e do ciclo de vida de produtos e serviços; e minimização de entradas e saídas de materiais.

Dessa forma, acredita a empresa — líder no seu seg-mento e exemplo em políticas de sustentabilidade e o maior referencial nessa área no Brasil e com reconheci-mento mundial —, que o uso sustentável da rica biodi-versidade botânica brasileira não é só uma questão de ‘fazer o bem’, mas é fundamental para a própria sobre-vivência da empresa, visto que toda a matéria-prima de seus produtos encontra-se exatamente na natureza.

Siemens: de dentro para forae vice-versa

Há mais de cem anos no Brasil, a Siemens é o maior conglomerado de engenharia elétrica e eletrônica do País, com suas atividades agrupadas em quatro setores estratégicos: Industry, Energy, Healthcare e Infrastructu-re & Cities. Com as primeiras operações no Brasil data-das de 1865, a Siemens sempre contribuiu ativamente para a construção e modernização da infraestrutura do País, respeitando nossa biodiversidade e meio ambien-te, usando-os de forma consciente em sua produção. Ela tem consciência de seu compromisso com o meio ambiente em que atua. Na América Latina e especifi-camente no Brasil, a companhia aplica sua liderança mundial em desenvolvimento sustentável de cidades e megacidades, com conceitos e soluções para energia, smart grid, mobilidade, edifício verde, sistema de segu-rança e sistemas de saúde.

Segundo a empresa apresenta em seu site, “ser sus-tentável significa atuar em favor das gerações futuras, promovendo o equilíbrio entre meio ambiente, negó-cios e sociedade”. Uma das ações para garantir o respeito ao meio ambiente foi a criação, em 2012, do Conselho Consultivo de Sustentabilidade Siemens. Constituído por nove indivíduos independentes da ciência e da in-dústria, que representam uma variedade de disciplinas e com visões de diferentes continentes, o Conselho se reú-

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No mundo corporativo, há alguns anos, uma ten-dência tem se mostrado cada vez mais forte: a busca pela sustentabilidade como diferencial na produção e na oferta de serviços. Na governança consciente, hoje, sustentabilidade virou palavra de ordem no mundo corporativo e é crescente o número de empresas que se adaptaram a essa nova realidade. Muitas já desenvol-vem ações e projetos que minimizem os impactos am-bientais e sociais de suas produções e/ou serviços sem, é claro, comprometer o negócio.

Isso não é uma simples estratégia de marketing, pois os próprios consumidores já selecionam, na hora da com-pra, os produtos de empresas que tenham essa política. Eles, consumidores, estão prestando mais atenção às in-formações dos rótulos. São cada vez mais fundamentais os dados sobre origem, composição, embalagem e desti-no final dos produtos. Dessa forma, valorizam-se empre-sas que têm a preocupação de melhorar o dia a dia das pessoas e transformar o mundo em que vivemos.

Essa nova realidade não seleciona segmentos ou ati-vidades. Empresas de diferentes atividades e de todos os portes estão se adaptando a essa nova realidade para, dessa forma, atender a esse novo consumidor. Faz par-te do chamado princípio da função social das empresas, pelo qual se estabelece equilíbrio entre a nova ordem econômica social e as ideias do liberalismo clássico, mes-clando elementos de ambos.

O desenvolvimento sustentável é uma das verten-tes dessa nova ordem. Está dentro do cenário correto a empresa que utiliza recursos naturais de forma justa e reduz ao mínimo o impacto de suas atividades no meio ambiente. Mais do que um conceito, o respeito ao meio ambiente é lei e pode até multar aqueles que não cum-prem o que reza a legislação e não respeitam a natureza, os recursos naturais etc.

Natura: a beleza sustentável

Grandes empresas, como a Natura, são exemplo do respeito à sustentabilidade. Uma das empresas mais re-conhecidas no Brasil no quesito do uso consciente dos recursos naturais, a Natura já recebeu inúmeros prêmios nessa área. Em seu site, a empresa publica seu compro-misso com o meio ambiente: “A Natura assume que uma empresa ambientalmente responsável deve gerenciar suas atividades de maneira a identificar os impactos so-bre o meio ambiente, buscando minimizar aqueles que são negativos e amplificar os positivos. Deve, portanto,

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ne pelo menos duas vezes por ano e traz enriquecimento e avanços ao Programa de Sustentabilidade por meio de consultoria especializada e atividades concretas.

Para garantir o sucesso dessa política, a empresa es-tabelece parcerias com grupos que têm como foco pro-mover o desenvolvimento sustentável entre as empresas que atuam no Brasil. Entre os parceiros está o Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social, com quem desenvolve o programa ‘Jogos Limpos Dentro e Fora do Estádio’, que visa à transparência dos gas-tos para a Copa do Mundo de 2014 e a Olimpíada de 2016. O progra-ma faz parte da Siemens Inte-grity Initiative, uma iniciativa global que tem por objetivo desenvolver projetos volta-dos ao combate da corrup-ção por meio de ações c o l e t i v a s , de educação e treinamento.

A Siemens Brasil tam-bém se asso-ciou ao Conse-lho Empresarial Brasileiro para o D e s e n v o l v i m e n t o Sustentável (CEBDS), or-ganização que representa no Brasil o World Business Council for Sustainable Develo-pment (WBCSD). Além disso, intensifica seu diálogo com os stakeholders ao se aproximar de instituições de ensino e pesquisa, em uma relação bené-fica para ambas as partes.

Mas para o grupo não adianta trabalhar com o pú-blico interno. A Siemens atua para que sua cadeia de fornecedores esteja fortemente ligada aos objetivos de sustentabilidade da empresa. Por fim, a Fundação Peter Von Siemens, instituição sem fins lucrativos, mantida desde 1986, é voltada para ações nas áreas de educação, voluntariado e meio ambiente, dirigidas aos colabora-dores, seus familiares e à sociedade civil.

Unilever: no Brasil como no mundo

Uma das maiores empresas de bens de consumo do mundo, fabricante de produtos de higiene pessoal, limpeza e alimentos, a Unilever completou, em 2009, 80 anos de atuação no Brasil. Para ela, a responsabili-dade socioambiental deve “permear a própria essência dos negócios e realizar as atividades empresariais de forma sustentável”. Esse conceito é aplicado no Brasil e

em todo o mundo. A companhia atua em várias frentes, desde iniciativas liga-

das à manufatura, como a re-dução das emissões de car-bono e a economia de água

ao longo da cadeia produtiva, o incentivo à utilização de ener-

gia renovável até a reciclagem da totalidade dos resíduos

gerados nas fábricas.Embora sempre

tenha tido políti-cas neste sentido, foi em 2010 que a Unilever lan-çou seu Plano de

Sustentabilidade, pelo qual se com-

promete a uma jorna-da de dez anos rumo à

sustentabilidade. Ele des-creve os objetivos da em-

presa ao ampliar seu negócio. Ao mesmo tempo em que reduz o impacto

ambiental de sua produção, aumenta a contri-buição positiva que faz para a sociedade.

Esse plano presume a responsabilidade na empresa não apenas por sua operação direta, mas por seus forne-cedores, distribuidores e, claro, pelos consumidores que utilizam seus produtos. São cerca de 60 metas que devem ser atingidas até 2020, muitas das quais já foram alcança-das ainda durante seu primeiro ano de execução.

O projeto é um diferencial dentro da organização, pois sua aplicação se dá ao longo de toda sua cadeia de valores. Algumas ações dessa política são bem visíveis: mais de 60% da energia utilizada nas fábricas provém

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S u s t e n t a b i l i d a d e

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de fontes renováveis; 100% dos efluentes gerados nas fábricas são tratados; e quase a totalidade (98%) dos re-síduos é encaminhada à reciclagem.

Como resultados, apresentados em 2012 no primeiro relatório desde sua implantação, a Unilever destaca que o Plano de Sustentabilidade está ajudando a impulsio-nar o crescimento e a rentabilidade e que as marcas que estão incorporando sustentabilidade à sua oferta estão se saindo bem. Por exemplo, a Lifebuoy, os detergentes líquidos concentrados e o amaciante Comfort cresceram dois dígitos em 2011.

Além disso, os programas de ecoeficiência nas fábri-cas continuaram a fornecer bons níveis de poupança e os esforços para reduzir a quantidade de embalagens utilizadas tem feito com que os custos sejam reduzidos. Em 2011, o crescimento subjacente das vendas da Uni-lever foi de 6,5%, suas ações de mercado melhoraram e sua margem operacional foi globalmente estável. Mas o fundamental é que, em hipótese alguma, há conflito entre o consumo sustentável e o crescimento lucrativo, pois eles se apoiam mutuamente.

Suzano: sustentabilidadealém do papel

Outra empresa eminentemente nacional, a Suzano Papel e Celulose, do Grupo Suzano, também tem na sus-tentabilidade um papel importante em sua governança corporativa. A empresa possui políticas e diretrizes para condução dos negócios a partir dos princípios da boa governança corporativa, por meio da transparência, igualdade, prestação de contas e da responsabilidade corporativa. Uma das mais tradicionais organizações privadas brasileiras, com forte participação na indústria de papel, celulose e energia renovável, e atividades nos setores de corretagem de seguros e resseguros e geren-ciamento de riscos, a empresa tem o compromisso com a preservação do meio ambiente como fundamental para sua própria sobrevivência.

Para a Suzano, mais que um conceito, a responsabi-lidade socioambiental está no seu dia a dia e inspira o próprio modelo de gestão da empresa, que procura con-ciliar crescimento e rentabilidade, competitividade e sus-tentabilidade do negócio. Essas premissas conferem con-sistência à gestão e qualidade à execução e implantação

das estratégias. Ele se traduz no exercício planejado de ações, estratégias e na construção de relacionamentos com a sociedade no sentido de perpetuar o equilíbrio entre a criação de valor, o respeito às pessoas e a pre-servação ambiental. Faz parte do seu DNA o respeito à natureza. Não só pela competitividade, mas como forma de se manter, as práticas sustentáveis estão difundidas nos vários níveis da organização.

Mesmo antes de se falar no conceito de sustentabi-lidade, a Suzano, ao longo de mais de oito décadas de existência, sempre acompanhou a evolução dos concei-tos, da tecnologia e da gestão dos negócios. O conceito e as ações são difundidos e incentivados dentro da em-presa, para seus colaboradores, para todos os fornece-dores e parceiros. Além disso, a empresa, por meio do Instituto Ecofuturo, trabalha em projetos que entrela-çam educação e meio ambiente com a missão de gerar e difundir conhecimento e práticas para a construção coletiva de uma cultura de sustentabilidade com indiví-duos e grupos sociais.

Na sociedade a empresa tem seu compromisso so-cial. Ela promove o programa Investimento Reciclável pelo qual possibilita o aumento de renda e a melhor qualidade de vida a catadores de materiais recicláveis. São cinco cooperativas e associações de catadores de material reciclável da Região Metropolitana de São Pau-lo que participam do programa. Ele é uma parceria entre Banco Santander, Fundação Avina e Suzano Papel e Ce-lulose, sob a coordenação do Instituto Ecofuturo.

Cada vez mais as empresas percebem que pensar no meio ambiente não é só uma questão de marketing, mas de sobrevivência diante do consumidor. Cada vez mais o brasileiro está mais atento aos investimentos das empre-sas em sustentabilidade. A grande maioria dos consumi-dores se diz disposto a comprar produtos de empresas com programas sustentáveis. Eles passaram a prestar mais atenção às informações sobre origem, composição, embalagem e destino final dos produtos, valorizando as empresas que têm esta preocupação em melhorar o dia a dia das pessoas e transformar o mundo em que vive-mos. Não só pelo lado do consumidor, as empresas que têm estratégias sustentáveis rendem o dobro aos seus investidores. Ou seja, hoje não basta focar nos melhores resultados da produção, mas na melhor forma de se pro-duzir e tudo o que envolve isso.

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E n e r g i a fonte : Ueze Zahran

Com muito gás para crescerCopagaz comemora 57 anos com expansão para novos mercados.

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rado o quarto maior mercado de GLP do Brasil — atrás ape-nas de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro.

“A Copagaz quer aproveitar o cresci-mento do Nordeste, que registra taxas acima dos 5%. A Copa do Mundo de fu-tebol, em 2014, e os altos investimentos que estão sendo realizados em toda a re-gião reforçam nossa percepção de cres-cimento e inclusão social das classes C, D e E, fatos que podem impulsionar nosso mercado”, explica Ueze Zahran, presi-dente da Copagaz (foto ao lado).

A expectativa da distribuidora é ven-der mais de 2 mil toneladas de GLP na região até a metade de 2013 e deter 5% do market share local em um ano. De-pois do mercado baiano, os olhares da empresa se voltarão para o Maranhão. A companhia pretende fazer o mesmo in-

vestimento realizado na Bahia para implantar uma filial em São Luís, a partir do início de 2014.

Presente em 19 estados brasileiros e no Distrito Federal,

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A Copagaz, quinta maior distribuidora de GLP (Gás Lique-feito de Petróleo), ou gás de cozinha, do Brasil, completa 57 anos com muitos motivos para come-morar. Além de ampliar sua atuação pelo Nordeste, com início das operações na Bahia e investimentos para abertura de filial no Maranhão a partir de 2014, a em-presa também celebra o alcance da mar-ca de um milhão de botijões fabricados pela Ibrava, fábrica de vasilhames per-tencente ao Grupo, localizada em Monte Mor, no interior de São Paulo.

A operação na Bahia contará com três unidades: Salvador, responsável pela distribuição na região metropolita-na e recôncavo baiano; São Francisco do Conde, que atenderá à região Norte; e a de Jequié, que cuidará do sul do estado. Só para iniciar a operação, a distribuidora contará com 430 mil novos botijões, recém-fabricados pela Ibrava. O investimento justifica-se por conta da criação de uma infraestrutura capaz de atender todo o estado, conside-

“O setor de usinas de asfalto se encontra em plena expansão

e superaquecido por conta da demanda de

obras de infraestrutura voltadas para a Copa

e para os Jogos Olímpicos, em 2016”.

Ueze Zahran, presidente da Copagaz

FOTO

S: ARq

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COPA

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a Copagaz já marca presença no mercado nordestino desde 1994, por meio de sua filial engarrafadora no Complexo In-dustrial de Suape, em Pernambuco, com vendas anuais na casa de 5 milhões de botijões e atendimento a seis estados da região: Pernambuco, Sergipe, Alagoas, Paraíba, Rio Gran-de do Norte e Ceará, sendo que este último estado através de uma filial avançada na cidade de Fortaleza.

Da cozinha para a indústria

Além do mercado residencial, a Copagaz celebra tam-bém o crescimento no segmento industrial com forneci-mento de GLP para vários setores, sendo o mais recente deles o de usinas de asfalto, em substituição ao óleo BDF. Trata-se de fonte com melhor relação custo x benefício, bem

como mais eficiente, econômi-ca e sustentável, já que o GLP é uma fonte de energia limpa.

A empresa já atende usinas de asfalto em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Gran-de do Sul. “O setor de usinas de asfalto se encontra em plena expansão e superaquecido por conta da demanda de obras de infraestrutura voltadas para a Copa e para os Jogos Olímpicos, em 2016”, completa Zahran.

O segmento industrial res-ponde atualmente por mais de 25% das vendas da distribuido-ra. Além das usinas de asfalto, a Copagaz fornece GLP tam-bém para outras indústrias, tais como: alimentícia, automobilís-tica, cerâmica e de linha branca. O objetivo é ampliar a atuação para novos segmentos. Para isso, a empresa realiza permanente-mente estudos para aplicações em novos setores industriais.

A Copagaz fechou 2011 com faturamento de cerca de R$ 1 bi-lhão e, para este ano, a expecta-tiva é de fechar em R$ 1,3 bilhão. Atualmente, com 14 engarrafa-doras e uma rede composta por 2,6 mil revendedores, distribui 500 mil toneladas por ano, em-prega 1,6 mil pessoas direta-mente, abastecendo milhares de lares, indústrias e empresas pelos quatro cantos do País.

E n e r g i a

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Presente no dia a dia de milhões de brasileiros, a Copagaz

atua em 19 estados do País, distribuindo GLP há mais de

meio século para residências, indústrias e estabelecimentos

comerciais, com qualidade, respeito e segurança.

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Job: 326172 -- Empresa: Burti -- Arquivo: 326172-04892-183845-210x280-ANU JR FUSCA-JR-JOB. 1293 - 1.1 - 53202_pag001.pdfRegistro: 102471 -- Data: 16:09:08 06/12/2012