CIBERCULTURA E TECNOLOGIAS MÓVEIS: ALGUMAS CONTRIBUIÇÕES PARA A DOCÊNCIA

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1 II CONGRESSO DE INOVAÇÃO E METODOLOGIAS DE ENSINO Tecnologias digitais CIBERCULTURA E TECNOLOGIAS MÓVEIS: ALGUMAS CONTRIBUIÇÕES PARA A DOCÊNCIA Waleska Medeiros de Souza Universidade Federal de Ouro Preto UFOP [email protected] Warley Anderson Oliveira Universidade Federal de Ouro Preto UFOP [email protected] Resumo: O presente artigo tem por objetivo abordar como os avanços da internet e sua democratização fazem emergir o conceito de Cibercultura. Neste contexto, surge uma nova forma de interação social, antes passiva por muitos, hoje todos agem sobre a informação, muitas vezes em tempo real. Isto é, um espaço desterritorializado, sendo um ambiente propício para a divulgação instantânea das noticiais. Com estes avanços, aparecem novas tecnologias digitais para interação social. Dentre estas, popularizam-se os dispositivos móveis como tablets e smartfone entre os estudantes. Para apresentar uma análise sobre estes avanços tecnológicos e os reflexos positivos no campo educacional, mais especificamente na escola e na sala de aula, foi feito um levantamento bibliográfico para embasamento teórico e problematização sobre os temas. O recorte se balizou em ambiente virtual de aprendizagem, aplicativos de telefones móveis ou smartfone e suas respectivas contribuições transformadoras para uma maior motivação dos alunos nas aulas ministradas pelos docentes. Palavras-chave: Cibercultura. Tecnologia. Dispositivos móveis. 1 INTRODUÇÃO O presente texto tem por objetivo abordar como os avanços da internet e sua democratização fazem emergir o conceito de cibercultura e consequentemente o surgimento de novas tecnologias que podem ser usadas a serviço dos educadores. Para tanto, será necessário entender primeiro o conceito cibercultura e sua estrutura. Posteriormente, abordaremos o uso

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1 II CONGRESSO DE INOVAÇÃO E METODOLOGIAS DE ENSINO

Tecnologias digitais

CIBERCULTURA E TECNOLOGIAS MÓVEIS: ALGUMAS CONTRIBUIÇÕES

PARA A DOCÊNCIA

Waleska Medeiros de Souza

Universidade Federal de Ouro Preto – UFOP

[email protected]

Warley Anderson Oliveira

Universidade Federal de Ouro Preto – UFOP

[email protected]

Resumo: O presente artigo tem por objetivo abordar como os avanços da internet e sua

democratização fazem emergir o conceito de Cibercultura. Neste contexto, surge uma nova

forma de interação social, antes passiva por muitos, hoje todos agem sobre a informação,

muitas vezes em tempo real. Isto é, um espaço desterritorializado, sendo um ambiente

propício para a divulgação instantânea das noticiais. Com estes avanços, aparecem novas

tecnologias digitais para interação social. Dentre estas, popularizam-se os dispositivos móveis

como tablets e smartfone entre os estudantes. Para apresentar uma análise sobre estes avanços

tecnológicos e os reflexos positivos no campo educacional, mais especificamente na escola e

na sala de aula, foi feito um levantamento bibliográfico para embasamento teórico e

problematização sobre os temas. O recorte se balizou em ambiente virtual de aprendizagem,

aplicativos de telefones móveis ou smartfone e suas respectivas contribuições transformadoras

para uma maior motivação dos alunos nas aulas ministradas pelos docentes.

Palavras-chave: Cibercultura. Tecnologia. Dispositivos móveis.

1 INTRODUÇÃO

O presente texto tem por objetivo abordar como os avanços da internet e sua democratização

fazem emergir o conceito de cibercultura e consequentemente o surgimento de novas

tecnologias que podem ser usadas a serviço dos educadores. Para tanto, será necessário

entender primeiro o conceito cibercultura e sua estrutura. Posteriormente, abordaremos o uso

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2 de aplicativos dos dispositivos móveis em contextos escolares e suas contribuições

transformadoras para a motivação da aprendizagem.

Com a democratização da internet emerge um local de interação desterritorializado,

denominado ciberespaço. Para o autor Levy (1999), este espaço é considerado o novo meio

de comunicação que nasce da interface global dos computadores. Assim, este ambiente

permite que as informações sejam atualizadas em tempo real e que sejam difundidas e

produzidas por todos os usuários que estejam conectados globalmente.

No campo educacional destacamos a contribuição do ambiente virtual de aprendizagem

(AVA). Este local permite uma troca de conhecimentos e informações entre os seus usuários.

Esta interação favorece e estreita as relações existente entre aluno e professor, permitindo

uma melhor aprendizagem dos conteúdos ministrados. Desta forma, ambientes interativos

tendem a motivar mais os alunos no processo da aquisição dos conteúdos escolares.

Outros artefatos que os professores podem usar são os dispositivos móveis e seus aplicativos.

Evocaremos o autor Silva (2002), para refletirmos sobre o conceito tecnologias, assim, para

este autor a origem do termo tecnologia é entendida usualmente como oriunda da Revolução

Industrial no final do Século XVIII, assim, tem sido difundida para outras áreas do

conhecimento, além dos setores da indústria têxtil e mecânica. Para Pinto (2005), em sua obra

“O conceito de tecnologia”, somos transportados a pensar sobre o assunto a partir de alguns

conceitos inerentes a relação entre a tecnologia e quem as utiliza, como alienação,

maravilhamento, admirável e ingenuidade. Logo, tecnologia é entendida como “[...] o

conjunto de todas as técnicas de que dispõe uma determinada sociedade, em qualquer fase

histórica de seu desenvolvimento” (PINTO 2005, p.220). Assim,

a palavra ‘tecnologia’ é usada a todo o momento por pessoas das mais

diversas qualificações e com propósitos divergentes. Sua importância na

compreensão dos problemas da realidade atual agiganta-se, em razão

justamente do largo e indiscriminado emprego, que a torna ao mesmo tempo

uma noção essencial e confusa (PINTO, 2005, p.19)

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Neste contexto, percebermos que em toda sociedade existem tipos de tecnologias e que todas

as pessoas se conectam de alguma forma ao progresso tecnológico que ocorre, como o vivido

atualmente com os aparelhos móveis. Os dispositivos móveis possuem diversos aplicativos

que podem ser utilizados em disciplinas específicas dentro da sala de aula. Abordaremos mais

à frente algumas das possibilidades do uso de alguns dos aplicativos contidos em smartfones,

como calculadora e cronometro. Desta maneira, refletiremos sobre a necessidade do uso das

tecnologias digitais na escola, também pensaremos na problemática do educador frente a sua

visão de mundo e sua formação profissional.

Portanto, acreditamos que as novas tecnologias como o AVA ou os smartfones podem

motivar mais os alunos, como consequência podem contribuir com o processo da

aprendizagem de forma mais prazerosa e transformadora. Logo, compete ao docente escolher

quais materiais deverá utilizar em suas aulas. O uso de tecnologias digitais podem tornar o

conteúdo mais inovador. Desta maneira, nas próximas seções aprofundaremos um pouco mais

sobre estes temas.

2 METODOLOGIA

Este trabalho trata-se de uma revisão bibliográfica, com o recorte para as contribuições da

cibercultura e das tecnologias móveis em ambientes escolares. Para a confecção deste texto

foram feitas buscas por artigos científicos em bancos de dados como Google acadêmico,

Capes1, Anped2 e Ibict3. A pesquisa se concentrou a partir das palavras-chave cibercultura,

tecnologias móveis e educação. Após a pesquisa nos bancos de dados, muitos registros foram

encontrados, assim, foram priorizados os artigos e os livros disponíveis completos on-line.

Vinte textos foram pré-selecionados, destes, onze foram escolhidos a partir do título, seguido

do resumo, com base para o recorte do tema proposto. Para complementar a pesquisa foram

1 Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Capes. 2 Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação - ANPED. 3 Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia - IBICT.

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4 incluídos livros impressos. Todos os textos foram lidos para a extração das informações

pertinentes a realização deste texto, propondo uma reflexão sobre o assunto e a sua relevância

para o campo educacional.

Este trabalho é um estudo de revisão bibliográfica, tendo como embasamento as leituras

relativas à temática. Outra força motriz para a pesquisa foram os debates, as tensões e as

contradições em sala de aula durante a disciplina de Educação e Tecnologia, cursada na

Graduação de Pedagogia, além de algumas ponderações individuais.

3 CIBERCULTURA E EDUCAÇÃO

A sociedade contemporânea nas últimas décadas vem passando por diversas transformações,

isto posto, destacamos a revolução das novas tecnologias da informação e comunicação

(TIC). Neste cenário, aflora uma forma nova de relacionamento, mediada pela

democratização produzida pela internet em que os sujeitos se conectam a uma rede de trocas.

Neste cenário, surge o conceito cibercultura. Para Lévy (1999), a cibercultura traz uma

transformação do vínculo com o saber. Já para Lemos (2002) é definida como “[...] a forma

sociocultural que emerge da relação simbiótica entre sociedade, a cultura e as novas

tecnologias de base microeletrônica que surgiram com a convergência das telecomunicações

com a informática na década de 70” (LEMOS, 2002, p. 12). Segundo Lévy (1999), o

ciberespaço tolera tecnologias de cunho intelectuais que desenvolvem, que exteriorizam e que

transformam consideráveis atividades cognitivas humanas, como a memória, a imaginação e a

percepção, dentre outras.

Desta maneira, a cibercultura vem proporcionando novas maneiras de socialização e

interação, assim, ocorre uma aprendizagem mediadas pelo ciberespaço. Este ambiente, o [...]

ciberespaço acompanha e acelera uma virtualização geral da economia e da sociedade

(LÉVY, 1999, p.50). No contexto educacional, este local é apontado como o AVA, que pode

ter algumas ferramentas como:

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5 fóruns, messenger (envido de mensagens instantâneas), webconferência,

chat, correio eletrônico, quadro branco compartilhado, navegação web

compartilhada, wiki, compartilhamento de arquivos e aplicativos, agenda,

gestão de turmas, gestão de grupos, gestão de usuários, sistema de avaliação,

questionários e banco de questões tarefas (DOTTA, 2011, p. 612).

A cibercultura, na atualidade, é considerada como a cultura contemporânea estruturada pelas

tecnologias digitais. Para Lévy (1999), é a demonstração da pretensão da formação de um

vínculo. Desta forma, devemos destacar que antes da democratização da internet e o

surgimento deste novo espaço as informações eram difundidas para as massas por meio das

frequências de rádio e da transmissão por televisores (SANTOS, 2010). Atualmente, estas

informações circulam através de bits, ou seja, códigos digitais universais (0 e 1) ou dígito

binário (ROCIO, 2012).

Com os ciberespaços as últimas informações são atualizadas em tempo real e tornam-se

fáceis e acessíveis por interposição dos bancos de dados em linha e a www (world wide web),

em português entendido como uma teia em todo o mundo. Desta forma, os estudantes

conseguem participar de eventos virtuais desterritorializados, ou seja, coabitam em diversos

cursos, conferências, seminários, dentre outras formas de interação em que o mediador não

está fisicamente presente, porém virtualmente. A função primordial do docente não pode mais

ser vista como uma difusão dos conhecimentos, pois surgem novos contextos de

aprendizagem mediados por outros recursos. Logo, sua responsabilidade passa a ser a de

incentivar o estudante a aprender como pensar criticamente e a sair de uma condição de

receptor passivo (LÉVY, 1999). Portanto,

o docente deve planejar a atividade tendo em mente os objetivos e trajetórias

de aprendizagem, a fim de se atingir uma aprendizagem que seja

significativa para todos os membros de um grupo [...]. Nesse sentido o

docente tem um papel relevante na criação de estratégias que possam

estimular a ocorrência da colaboração, fomentando condições para isso.

Estas condições podem vir da atuação do docente, da forma como ele planeja

e orienta as atividades, mas também do ambiente em que uma atividade de

aprendizagem se estabelece (DOTTA, 2011, p. 611).

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6 Para o autor Lévy (1999), o docente não deve pautar sua prática na transmissão dos

conhecimentos e sim estimular o estudante a aprender a refletir criticamente. Sua ação passa a

ser a de “acompanhamento e o gerenciamento dos aprendizados: incitação ao intercâmbio dos

saberes, mediação relacional e simbólica, pilotagem personalizada dos percursos de

aprendizado, etc” (LÉVY, 1999, p.173).

Concluímos que os ciberespaços colocam em questão a desterritorialização das informações

(LÉVY, 1999). Os sujeitos não são mais um receptor passivo de informação, passam a

integrar um processo em que se conectam em tempo real com as notícias. Este processo é

entendido por Lévy (1999), como uma virtualização da informação de forma volátil na

sociedade globalizada. Para o campo educacional o AVA cumpre esse papel de meio difusor

da informação e da interação.

4 TECNOLOGIAS MÓVEIS

Atualmente, com a popularização da internet e do uso das diversas tecnologias como os

smartphones e os tablets acessíveis a todos, o sistema educacional se vê em um dilema: como

incorporar estes recursos de forma harmônica nas escolas? Desta forma, os alunos já chegam

a escola envoltos em uma cultura digital, a cibercultura (LEVY, 1999; LEMOS, 2002).

Assim,

os dispositivos móveis vêm sendo utilizados nas mais diversas áreas. Esta

utilização tem se expandido, pois há uma natural evolução social em que as

gerações anteriores tem se apropriado cada vez mais destas tecnologias, e as

novas gerações, agora consideradas “nativos digitais”, já incorporam tais

dispositivos como uma extensão do lar ou de seu próprio corpo (SABOIA et

al. 2013, p.3-4).

Desta maneira, as tecnologias começam a afetar profundamente a educação (MORAN, 2005).

O professor recebe a responsabilidade de usar este recurso tecnológico de uma forma

harmônica e transformadora. Pois,

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7 a tecnologia antes vista como algo que tirava o sujeito do convívio social e

do contato coletivo, torna-se cada vez mais customizadora, assim os

ambientes tornam-se individualizados, mas não individualistas. [...] Os

ambientes ganham fotos, perfis e avatares criando uma atmosfera mais

humanizada, representando um ponto muito positivo para a pedagogia

centrada no aluno (TOTTI, GOMES, MOREIRA, SOUZA, 2011, p.2).

Neste contexto inovador, ainda alguns educadores veem o uso das tecnologias digitais com

ressalvas. Percebemos que muitos dos professores não dominam os recursos tecnológicos

digitais disponíveis. Esta falta de controle geralmente provoca certa inibição ou limitação no

desempenho, o que pode desencadear um desânimo profissional.

Atualmente percebemos movimentos de alguns educadores que já utilizam várias das

ferramentas digitais para melhorar a aprendizagem e o interesse dos alunos. Assim, compete

ao professor refletir sobre o uso pedagógico das tecnologias móveis como ação educativas

para a aprendizagem de forma mais inovadora e transformadora. Concerne também a busca de

um ensino que atenda a realidade do mundo atual globalizado para ofertar uma educação de

qualidade, para tanto, é crucial planejamento e concretização. Desta forma, emerge a

necessidade de que os docentes reflitam sobre o ato educativo, como o currículo, os

conteúdos, as metodologias, dentre outros. Assim, esta ação pode provocar o pensamento

crítico sobre a própria atuação pedagógica do educador.

Um aparelho telefônico dos mais simples ou sem muitas funções pode ser usado como suporte

de ensino aos estudantes. A ferramenta do cronômetro pode ser usada nas aulas de educação

física, pelo professor para monitorar uma atividade esportiva. A calculadora pode ser uma

ferramenta usada pelo professor de matemática para verificar os resultados dos problemas

propostos (BENTO, CAVALCANTE, 2013). Esses aplicativos dos dispositivos móveis

podem ser muito úteis aos docentes, desta maneira podem ofertar uma aula divertida e

inovadora.

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8 O docente deve sempre considerar que a educação é um processo dinâmico, histórico e

mutável (HIGUCHI, 2011). Assim, devem estar em constante adaptação as necessidades da

sociedade em que vivem. O professor precisa atentar-se para as novidades tecnológicas, assim

poderá usar destes recursos para fornecer aos seus alunos uma aula motivadora. Sabemos que

não será fácil mudar esta cultura escolar tradicional, pois a escola é uma instituição mais

tradicional que inovadora. Assim as inovações serão mais lentas (MORAN, 2005). Com tais

características,

as mudanças na educação dependem, mais do que das novas tecnologias, de

termos educadores, gestores e alunos maduros intelectual, emocional e

eticamente; pessoas curiosas, entusiasmadas, abertas, que saibam motivar e

dialogar; pessoas com as quais valha a pena entrar em contato, porque dele

saímos enriquecidos. São poucos os educadores que integram teoria e prática

e que aproximam o pensar do viver (MORAN, 2005, p.3).

Podemos apontar que as tecnologias móveis tendem a ocasionar benefícios para a uma

educação prazerosa e de qualidade. Para que este recurso seja utilizado com destreza pelos

educadores será necessária uma boa capacitação para estes profissionais, seja na formação

inicial ou seja na formação continuada. Outro aspecto importante é estabelecer os limites

quanto ao uso desta tecnologia em sala de aula. Com estas mudanças pedagógicas todos os

atores sairão ganhadores, ou seja, os professores por terem cumprido seu papel pedagógico de

mediar o conteúdo e os estudantes por aprenderem em uma condição favorável e motivadora.

CONSIDERAÇÕES

Percebemos que com o surgimento da cibercultura e da difusão das novas tecnologias

digitais, as atividades pedagogias escolares podem ser mais atrativas e menos tradicionais.

Entendemos que estes avanços podem contribuir para uma aula mais transformadora,

interativa e prazerosa. O docente necessita considerar que, atualmente, vivemos em um

mundo globalizado, assim, tornou-se necessário possuir conhecimento e destreza no campo da

tecnologia digital. Logo, o educador, uma vez de posse deste conhecimento, pode incluí-lo em

sua atuação na sala de aula.

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Segundo Saboia et al. (2013) a principal propriedade dos dispositivos moveis é exatamente o

motivo de serem móveis. Esta propriedade permite que ocorra uma atualização em tempo real

da informação, podendo acontecer nas redes sociais, em assuntos pessoais (e-mail) ou de um

material específico do curso (AVA). O uso de ferramentas como o GPS (Global Positioning

System) podem facilitar o deslocamento até mesmo de pessoas com deficiência visual. Para

que isto ocorra é muito importante que os cursos de formação de professores venham a ofertar

uma educação do seu tempo, isto é, que reflitam sobre a construção do conhecimento frente as

novas tecnologias digitais.

Esta nova tecnologia integrada ao ensino se equipara a uma pedagogia mediadora e criadora

de contextos mais participativos. Para Saboia et al. (2013) os usos destas novas tecnologias

estão atrelados à interação social, à localização espacial, a coleta de dados e muitas outras

possibilidades a serem usadas em função da intenção dos usuários.

Desta forma, ressaltamos que caber ao professor analisar e propor as melhores atividades e

ações pedagógicas para seus alunos. Este profissional pode dispor das novas tecnologias para

deixar sua aula mais interessante e motivar seus alunos. O educador deve estar sempre atento

para mediar os conteúdos através de vários suportes, dentre eles os tecnológicos e os

midiáticos.

REFERÊNCIAS

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