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CICLOTURISMO NO CIRCUITO DO VALE EUROPEU CATARINENSE: Um estudo do comportamento do cliente BALNEÁRIO CAMBORIÚ (SC) 2013 LUANA PEDRINI

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CICLOTURISMO NO CIRCUITO DO VALE EUROPEU CATARINENSE:

Um estudo do comportamento do cliente

BALNEÁRIO CAMBORIÚ (SC)

2013

LUANA PEDRINI

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BALNEÁRIO CAMBORIÚ (SC)

2013

UNIVALI

UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ

Pró-Reitoria de Pesquisa, Pós-Graduação, Extensão e Cultura - ProPPEC

Programa de Pós-Graduação em Turismo e Hotelaria - PPGTH

Curso de Mestrado Acadêmico em Turismo e Hotelaria

CICLOTURISMO NO CIRCUITO DO VALE EUROPEU CATARINENSE:

Um estudo do comportamento do cliente

Dissertação apresentada ao colegiado do PPGTH

como requisito parcial à obtenção do grau de

Mestre em Turismo e Hotelaria – área de

concentração: Planejamento e Gestão do Turismo e

da Hotelaria – (Linha de Pesquisa: Gestão das

empresas de turismo)

Orientador: Prof. Dr. Luiz Carlos da Silva Flores

BALNEÁRIO CAMBORIÚ (SC)

2013

LUANA PEDRINI

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Dedico este trabalho aos meus

mestres, da educação infantil a pós-

graduação, pela educação de

qualidade que me proporcionaram, pela

paixão pela docência que em mim

despertaram, pelo constante incentivo

aos estudos e porque sempre

acreditaram nos meus sonhos.

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AGRADECIMENTOS

A minha família, em especial a minha mãe, Tânia Haut Pedrini, ao meu pai,

Valmor Pedrini, e meu irmão, Vicente Pedrini, que estão sempre comigo não

importando o tamanho do sonho ou do sacrifício. Não há palavras para agradecer

o carinho, o apoio e a dedicação de vocês. A prima, Bruna Haut, por “me abrigar”

no período das disciplinas em sua casa.

Aos meus amigos, por todo o carinho, pela paciência e compreensão nos

momentos de estresse e pelo apoio incondicional, mesmo quando precisei

recusar muitos convites para conseguir concluir esse trabalho. Um muito obrigada

especial a Caroline von der Hayde Glatz por me acompanhar na coleta de dados

e na observação in loco do CVEC.

Ao meu orientador, Prof. Dr. Luiz Carlos da Silva Flores, pelos conhecimentos

repassados, pela ajuda, paciência, compreensão e amizade demonstradas

durante todo o processo de elaboração dessa dissertação.

Aos professores e colegas do Mestrado, pela amizade e valiosa troca de

conhecimentos e de experiências. Em especial Fran, Katarzyna, Jéssica, Fran

Boaria, Roberta, Leila e Alessandra.

Aos colegas de trabalho que nesses vinte e nove meses me ajudaram e me

incentivaram para concluir essa etapa. Em especial a Clarete Erbs, que sempre

acreditou no meu potencial.

Ao Rodrigo e a Eliana do Clube de Cicloturismo do Brasil por permitir e auxiliar a

aplicação da pesquisa.

A todas as pessoas que, direta ou indiretamente, contribuíram para que esse

sonho se tornasse realidade.

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“Há caminhos com mil léguas de distância, mas

todos começam com um passo.”

Lao-Tsé

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RESUMO

O turismo a partir da segunda metade do século XX foi marcado pela massificação da atividade, gerando prosperidade econômica que por sua vez gerou destruição de recursos naturais e históricos. Posteriormente começa-se a pensar em novas formas de turismo, onde não se incentiva as massas. Uma modalidade de turismo que surgiu então foi o cicloturismo, que pode ser definido como viajar de bicicleta. No Brasil, foi Santa Catarina o estado que desenvolveu a primeira experiência em cicloturismo. Este ainda é um segmento em expansão, portanto, a construção de conhecimento na área ainda é pequena. São necessárias contribuições neste tema para fortalecer teoricamente o campo e também para orientar empreendedores da área de turismo em seus negócios. O objetivo deste estudo foi analisar a experiência dos cicloturistas participantes do Velotour no Circuito do Vale Europeu Catarinense. A amostra contou com 80 indivíduos participantes do Velotour 2012 e 2013. Os resultados foram apresentados utilizando a estatística descritiva e a análise de correspondência múltipla. Os resultados mostram que a maioria dos participantes é do sexo masculino, possui entre 30 e 49 anos e reside em São Paulo. Grande parte dos participantes do Velotour são cicloturistas de 1 a 3 anos e para muitos respondentes essa foi a primeira viagem de bicicleta. A maioria dos respondentes começou a praticar por lazer e atividade física. A maior motivação para participar do Velotour é fazer novos amigos, seguida de lazer. O serviço pior avaliado pelos viajantes foi entretenimento. Na avaliação da percepção ambiental quanto a infraestrutura: as informações turísticas foi a melhor infraestrutura avaliada, seguida pela sinalização. Concluindo, foi constatado que a experiência dos cicloturistas participantes do Velotour no CVEC foi positiva, o perfil dos cicloturistas está de acordo com o propósito do evento, as motivações pré-existentes foram satisfeitas, o nível de planejamento e a forma de viagem foram adequados.

PALAVRAS-CHAVE

Turismo. Cicloturismo. Lazer. Comportamento do Cliente.

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ABSTRACT

Tourism became widespread from the second half of the 20th century, generating economic prosperity, which in turn, led to the destruction of the natural and historical resources. Subsequently, new forms of tourism began to emerge, such as cycling tourism, which can be defined as a journey by bicycle. In Brazil, Santa Catarina was the state that developed the first experience in cycling tourism. This is still a growing segment, therefore the construction of knowledge in the area is small. Contributions are needed in this area, to lend theoretical support to this area of tourism and its business. The objective of this study was to analyze the experience of cycling tourists who took part in the Velotour of the Circuito do Vale Europeu Catarinense (Santa Catarina European Valley Circuit) – CVEC. The sample consisted of eighty individuals who took part in the Velotours of 2012 and 2013. The results were presented using descriptive statistics and analysis of multiple correspondence. The results show that the majority of subjects are male, aged between 30 and 49 years, and live in São Paulo. A large proportion of the participants in the Velotour have been cycling tourists from 1 to 3 years, and for many of the respondents, this was their first cycling trip. The majority of the respondents began practicing cycling for leisure and physical activity. The main motivation for taking part in the Velotour was to make new friends, followed by leisure. The service that scored lowest in the evaluation of the travelers was entertainment. In the evaluation of environmental awareness in relation to infrastructure, tourist information was deemed the best infrastructure, followed by signposting. In conclusion, it was observed that the experiences of the cycling tourists who took part in the CVEC Velotour was positive, the profile of the cycling tourists was in accordance with the event, the preexisting motivations were satisfied, and the level of planning and form of the trip were appropriate.

KEYWORDS

Tourism. Cycling tourism. Leisure. Client Behavior.

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LISTA DE QUADROS

Quadro 01 – Escala Likert usada na questão 3.1..................................................45 Quadro 02 - Perfil sócio-econômico.......................................................................65 Quadro 03 – Faixa de Renda.................................................................................66 Quadro 04 – Pratica cicloturismo há quanto tempo...............................................67 Quadro 05 – Motivação para começar a praticar cicloturismo...............................68 Quadro 06 – Destino turístico da última viagem de bicicleta.................................69 Quadro 07 - Motivações para a viagem.................................................................70 Quadro 08 - Motivações específicas do Circuito do Vale Europeu Catarinense ..70 Quadro 09 – Planejamento para a viagem............................................................72 Quadro 10 – Perfil da Viagem................................................................................73 Quadro 11 – A viagem ..........................................................................................74 Quadro12 - Avaliação do Velotour.........................................................................83

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Fatores que determinam no âmbito individual o comportamento do turista.....................................................................................................................34 Figura 2: Tipologia das motivações em turismo.....................................................35 Figura 3: Localização do Circuito de Cicloturismo do Vale Europeu Catarinense 49 Figura 4: Certificado de Conclusão do Circuito do Vale Europeu Catarinense....50 Figura 5: Identificação dos itens apresentados nos mapas do CVEC...................51 Figura 6: a) Primeiro trajeto b) Plano Altimétrico...................................................52 Figura 7: a) Segundo trajeto b) Plano Altimétrico..................................................53 Figura 8: a) Terceiro trajeto b) Plano Altimétrico...................................................54 Figura 9: a) Quarto trajeto b) Plano Altimétrico......................................................55 Figura 10: a) Quinto trajeto b) Plano Altimétrico....................................................56 Figura 11: a) Sexto trajeto b) Plano altimétricos....................................................57 Figura 12: a) Sétimo trajeto b) Plano Altimétrico...................................................58 Figura 13: Sinalização do CVEC.......................................................................... 59

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABETA Associação Brasileira das Empresas de Ecoturismo e Turismo de

Aventura

CIMVI Consórcio Intermunicipal do Médio Vale do Itajaí

CVEC Circuito do Vale Europeu Catarinense

MTur Ministério do Turismo

OMT Organização Mundial do Turismo

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO .......................................................................................................................... 14

1.2 Objetivos .......................................................................................................................... 17

1.2.1 Objetivo Geral .......................................................................................................... 17

1.2.2 Objetivos Específicos .............................................................................................. 17

1.3 Justificativa ...................................................................................................................... 18

1.4 Estrutura do Trabalho ..................................................................................................... 20

2. BASE TEÓRICA .......................................................................................................................... 21

2.1 Marketing Turístico .................................................................................................... 21

2.2 Segmentação Turística.............................................................................................. 23

2.3 Turismo de aventura e lazer .......................................................................................... 27

2.4 Cicloturismo ..................................................................................................................... 31

2.5 O comportamento do consumidor e o cicloturista ........................................................ 33

3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ........................................................................... 38

3.1 Caracterização da Pesquisa .......................................................................................... 38

3.2 População e Amostra ..................................................................................................... 40

3.3 Instrumentos de Coleta de Dados ................................................................................. 41

3.4 Tratamento e Análise dos Dados .................................................................................. 46

4. CIRCUITO DO VALE EUROPEU CATARINENSE............................................................ 48

4.1 Gestão do Circuito do Vale Europeu Catarinense ....................................................... 59

4.2 Velotour no Circuito do Vale Europeu Catarinense ..................................................... 62

5 ANÁLISE DOS RESULTADOS ............................................................................................ 64

5.1 Resultados: perfil sociodemográfico, histórico das viagens de bicicleta, motivações,

informações da viagem e percepção ambiental ................................................................. 64

5.1.1 Perfil Sociodemográfico .......................................................................................... 64

5.1.2 Histórico das viagens de bicicleta .......................................................................... 67

5.1.3 Motivações................................................................................................................ 70

5.1.4 Viagem ...................................................................................................................... 71

5.1.5 Percepção Ambiental............................................................................................... 78

5.1.6 Velotour ..................................................................................................................... 82

5.2 Resultados obtidos com a Análise de Correspondência Múltipla ............................... 83

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6. CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................. 91

REFERÊNCIAS ......................................................................................................................... 94

Apêndice I .............................................................................................................................. 99

Apêndice II Questionário aplicado com os cicloturistas ................................................... 100

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INTRODUÇÃO

O turismo a partir da segunda metade do século XX foi marcado pela

massificação da atividade, a prosperidade econômica nos países desenvolvidos e

a oferta de pacotes turísticos alavancaram o mercado das viagens em todo o

planeta, gerando empregos e desenvolvimento para as comunidades receptoras.

Com isso, houve a intensificação da atividade turística em varias localidades e por

não ter sido devidamente planejada, começou a notar-se a destruição dos

recursos naturais e históricos somados a perda da cultura local em alguns casos.

(RUSCHMANN, 1997).

Tal processo resultou na busca por um turismo sustentável, que de acordo com

Bramwell e Lane (1993, p.2) consiste em uma a abordagem positiva que visa

diminuir os impactos resultantes das interações entre as empresas turísticas, os

visitantes, o meio-ambiente e as comunidades receptoras. Tal abordagem

envolveria a viabilidade e a qualidade em longo prazo para turistas e autóctones.

Ainda evidenciam que não seria um processo de não-crescimento e sim de se

impor alguns limites ao crescimento.

O Turismo de Aventura é um turismo de atividades de aventura e esporte

recreacional, quem pratica turismo de aventura na natureza está a procura de

paisagens naturais, ar puro, desafio e tudo mais que a natureza pode oferecer e

geralmente tem consciência que precisa preservar para continuar usufruindo. No

turismo de aventura estão incluídas atividades como arvorismo, caminhada,

calvagada, canionismo, escalada, espeleoturismo, rapel, tirolesa, canoagem,

mergulho, rafting, surfe, balonismo, voo de asa-delta ou parapente, cicloturismo

entre outros. Essas atividades estão ligadas a prática de atividade física, hábito

que segundo Nahas (2001) é um dos fatores responsáveis pela qualidade de vida

e saúde, objeto de desejo da população em geral.

Unindo o turismo de aventura com a atividade física, tem-se o cicloturismo, que é

viajar de bicicleta, não é uma modalidade competitiva, pois quando a viagem é em

grupo geralmente é cooperativa, é uma superação de limites, uma forma de lazer

e de conhecer novas paisagens e lugares. O cicloturista não necessariamente

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está preocupado com o destino e sim com o trajeto, a principal atração é o

caminho, a trilha, o percurso e não o local que irá repousar para continuar no dia

seguinte sua viagem.

O cicloturismo é incentivado pelo Ministério de Turismo em 53 municípios

brasileiros, que receberam R$ 20,2 milhões para a construção de ciclovias, entre

2001 e 2011. Segundo o Ministério das Cidades, há 2.500 km de ciclovias e

ciclofaixas no País, mas um tapete curto para as 75 milhões de bicicletas que

existem hoje no Brasil (MTur, 2012). O faturamento das empresas brasileiras de

turismo de aventura e ecoturismo aumentou 21%, assim passou de R$ 491,5

milhões, em 2008, para R$ 515,9 milhões, em 2009. O dado faz parte do relatório

de impacto do Programa Aventura Segura do Ministério do Turismo (MTur), em

parceria com a Associação Brasileira das Empresas de Ecoturismo e Turismo de

Aventura (Abeta).

Anualmente, o segmento atende 5,4 milhões de turistas em busca de aventura,

adrenalina e atividades ao ar livre. Segundo o relatório, o ecoturista e o turista de

aventura têm gastado mais no país. Em 2009, o gasto médio diário dos

aventureiros foi de R$ 293,00, crescimento de 165% em relação a 2008, quando

registraram R$ 112,00 (MTur, 2011).

Exercitar os próprios limites na natureza é a atividade mais primitiva que o homem

conhece. Antes do surgimento da escrita, na Pré-História, o homem já corria,

saltava, mergulhava, subia em árvores, nadava para conseguir seu alimento e

garantir sua sobrevivência. Hoje as corridas de aventura, o cicloturismo, o

montainbike, entre outros, são formas encontradas pelo homem moderno de

superar seus limites individuais, desenvolver a capacidade de encarar imprevistos

e uma maneira de formar grupos, independente de sexo, idade, nível técnico ou

local de residência.

Com o crescimento do turismo de aventura o cicloturismo também cresce. No

Brasil, foi Santa Catarina o estado que desenvolveu o primeiro Circuito de

Cicloturismo, inaugurado em 2006, batizado de Circuito de Cicloturismo do Vale

Europeu Catarinense. Atualmente são quatro trajetos de cicloturismo no estado,

além do Vale Europeu, o segundo é o Cicloturismo Costa Verde & Mar, projetado

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para ser percorrido em seis dias passando as cidades de Balneário Camboriú,

Itajaí, Navegantes, Penha, Balneário Piçarras, Luís Alves, Ilhota, Camboriú,

Itapema, Porto Belo e Bombinhas. O terceiro circuito é o Acolhida na Colônia,

inaugurado em 2009, por enquanto apresenta apenas roteiros circulares nos

municípios e rota de conexão entre Santa Rosa de Lima e Anitápolis. O Circuito

ampliado ainda está em construção, tendo como próximas etapas a abrangência

de Rancho Queimado e Urubici, as conexões entre todos os municípios e a

expansão para outros territórios da Acolhida na Colônia. O quarto inaugurado em

junho de 2012 é o Circuito das Araucárias que inicia em São Bento do Sul e

percorre Corupá, Rio Negrinho e Campo Alegre, este Circuito está dividido em

trechos, que são uma referência dos locais onde há possibilidade de pernoite.

Assim, os trechos não correspondem a cada dia de pedalada, há trechos com 13

km e outros com 60 km. Portanto não há neste circuito etapas fixas, ou um

número fixo de dias para percorrê-lo.

O Circuito Vale Europeu Catarinense foi criado para mochileiros e cicloturistas,

tratando-se de um percurso de estradas de terra sinalizadas para este tipo de

viajantes. Para tanto, além da sinalização, a disponibilização de informações

como mapas, atrativos, cidades e serviços foram pensadas para os cicloturistas.

O Vale Europeu Catarinense é uma das dez regiões turísticas que fomentam a

atividade no estado. Em um tempo que se fala em organizações sustentáveis,

eventos sustentáveis, habitações sustentáveis o turismo não poderia ficar para

trás e o cicloturismo é um exemplo de turismo sustentável, pois seu meio de

locomoção é a força do próprio homem que pedala sua bicicleta.

Percebe-se que o cicloturismo é um segmento novo e os produtos e acessórios

existentes no mercado ainda estão se desenvolvendo. Por esses e por outros

motivos, a construção de conhecimento na área ainda é pequena. São

necessárias contribuições neste tema para fortalecer teoricamente o campo de

conhecimento e também para orientar empreendedores da área de turismo em

seus negócios além de gerar subsídios para politicas públicas e ações oficiais na

área.

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Diante de tal carência de dados aprofundados sobre os cicloturistas e suas

experiências, definiu-se como principal questão de pesquisa para este trabalho:

Como se caracteriza o cicloturista quanto aos aspectos sociodemográficos,

motivações, planejamento e a percepção ambiental no Velotour do Circuito do

Vale Europeu Catarinense?

1.2 Objetivos

Para encontrar as respostas da questão de pesquisa anteriormente exposta

definiu-se um objetivo geral e cinco objetivos específicos:

1.2.1 Objetivo Geral

Analisar a experiência dos cicloturistas participantes do Velotour no Circuito do

Vale Europeu Catarinense.

1.2.2 Objetivos Específicos

Para atingir o objetivo geral, foram elaborados os seguintes objetivos específicos:

a) Caracterizar o Circuito do Vale Europeu Catarinense e suas ações específicas

para o cicloturismo;

b) Conhecer o perfil sociodemográfico do cicloturista e seu histórico de viagens;

c) Identificar os fatores motivacionais para a prática do cicloturismo no Circuito

do Vale Europeu Catarinense;

d) Descrever o nível de planejamento e a forma de viagem dos cicloturistas no

CVEC.

e) Analisar a percepção ambiental dos cicloturistas no CVEC.

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1.3 Justificativa

O cicloturismo é um segmento de mercado que possui características que

atendem às mudanças na demanda por viagens e, por isso, tem crescido muito

em diversos países. Em 1996, na Europa já existia uma valorização desta

modalidade turística. O governo da Dinamarca, por exemplo, considera a bicicleta

uma das principais formas de transporte do país e realiza diversas Políticas

Públicas que fomentam seu uso no cotidiano e também durante o lazer

(SIMONSEN; JORGENSON, 1996).

No Brasil a atividade de cicloturismo é regida pela ABNT (Associação Brasileira

de Normas Técnicas). A Norma técnica que regulamenta a atividade é a CE

54:003.10 – Turismo com Atividades de Caminhada, Cicloturismo e Cavalgada.

Segundo essa norma, todo cicloturista deve utilizar de bicicleta adequada ao

percurso, calçado fechado e adequado, recipiente para água, vestimenta

adequada, capacete de ciclismo, luvas de ciclismo e óculos.

Além da ABNT e do Ministério de Turismo, a ABETA (Associação Brasileira das

Empresas de Ecoturismo e Turismo de Aventura) atua para que o Turismo de

Aventura e o Ecoturismo se consolidem no país com a oferta de atividades

seguras para turistas brasileiros e estrangeiros. Por intermédio da disseminação

de conhecimento técnico relacionado à gestão empresarial e operação

responsável nos segmentos (AVENTURA SEGURA, 2012).

A atividade do cicloturismo ganha impulso no Brasil, existem algumas estradas

que são utilizadas para o cicloturismo, essas estradas geralmente são trilhas,

estradas de terra no interior como os 1600 km da Estrada Real nos estados de

Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo, os 400 km do Caminho da Fé, de

Águas da Prata- MG até Aparecida- SP, vários trajetos na Chapada Diamantina e

os 300 km do Circuito do Vale Europeu Catarinense, são os melhores roteiros

citados pela Revista Go Outside de março de 2012. Desses, somente o Circuito

de Cicloturismo do Vale Europeu Catarinense foi projetado para o cicloturismo, o

primeiro circuito de cicloturismo do Brasil, com mapas, planos altimétrico,

sinalização, site e material impresso específico para a prática de cicloturismo.

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Depois da criação do Circuito do Vale Europeu Catarinense em 2006, outros três

circuitos foram criados em Santa Catarina: Costa Verde e Mar, Acolhida na

Colônia e Rota das Araucárias.

O Circuito do Vale Europeu Catarinense atraiu quase 900 turistas em 2011 e

esperava receber 1,2 mil em 2012 (JORNAL DE SANTA CATARINA, 2012).

Nunca foi desenvolvido um estudo junto aos cicloturistas que percorreram o

trajeto. As únicas informações disponíveis são as respostas preenchidas no

Termo de Responsabilidade assinado por todos cicloturistas ou mochileiros que

se inscrevem para fazer o circuito. Essas informações (RG, endereço, profissão,

e-mail, como soube do circuito, em caso de acidente avisar a) não são digitadas

para uso posterior, recuperação e consultas.

Em pesquisa realizada pelo autor em 04 de julho de 2013, na base de dados

EBSCO com as palavras Cycling – Leisure - Sports Tourism escolhendo o período

de janeiro de 2005 a julho de 2013 foi encontrado cinco estudos: o “Cicloturistas

na Estrada Real: perfil, forma de viagem e implicações para o segmento”

(RESENDE; VIEIRA, 2011), o “Reinventing the Wheel: A Definitional Discussion of

Bicycle Tourism” (LAMONT, 2009), o “Visitor Expenditure: The Case of Cycle

Recreation and Tourism” (DOWNWARD; LUMSDON; WESTON, 2009), o

“Medical problems in cycling tourism” (NIKOLIC; MISSONI; MEDVEDEM, 2005), o

“Understanding the motivation and travel behavior of cycletourists using

involvement profiles” (RITCHIE; TKACZYNSKI; FAULKS, 2010) e o “Sports

tourism categories” (KURTZMAN, 2005).

Justifica-se o estudo sobre o Circuito de Cicloturismo do Vale Europeu em Santa

Catarina, pois no campo teórico há carência de trabalhos nesta área, visto que o

circuito existe há seis anos e nunca foi realizado nenhum estudo sobre perfil,

motivação, percepção ambiental, potencialidades e dificuldades do trajeto. O

estudo se torna viável, pois não apresenta altos custos e existe acessibilidade aos

dados e aos cicloturistas. Para os municípios do Vale Europeu, e para gestores

do cicloturismo, o estudo representará reflexões e propostas que poderão nortear

ações em benefício da melhor gestão dos negócios turísticos da região e do

Brasil.

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1.4 Estrutura do Trabalho

Além desta introdução, este estudo está estruturado da seguinte forma:

primeiramente apresenta-se a fundamentação teórica sobre o tema, na qual é

contextualizado o marketing turístico e a segmentação. Após, é feita uma

abordagem de turismo de aventura e lazer, cicloturismo e comportamento do

consumidor e do cicloturista esse primeiro levantamento de dados é realizado

com estudos internacionais e nacionais. Adiante, o capítulo três refere-se aos

procedimentos metodológicos que foram empregados para atingir os objetivos

propostos desta pesquisa. Nele, são especificados o design da pesquisa, técnicas

de coleta de dados, com um subitem descrevendo as variáveis de análise,

seguido do universo e amostra de estudo e as técnicas de análise dos dados.

Após, no capítulo quatro, tem-se a apresentação do Circuito do Vale Europeu

Catarinense e do Velotour, local e evento que o público pesquisado frequentou.

No capítulo cinco tem-se a apresentação dos resultados obtidos por meio das

análises das questões quantitativas levantadas. Após, são comentadas as

considerações finais, pontuando os principais resultados, pontos limitantes e

sugestões de pesquisas futuras sobre o tema pesquisado, bem como as

contribuições teórico-empíricas alcançadas através deste estudo. Por fim, estão

relacionadas às referências utilizadas, apêndices e anexos.

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2. BASE TEÓRICA

Neste capítulo serão apresentadas bases teóricas sobre marketing turístico,

produto turístico, turismo de aventura e de lazer, cicloturismo, comportamento do

consumidor e o cicloturismo. Além disso, apresenta-se a evolução dos estudos

sobre o tema cicloturismo no Brasil e no exterior.

2.1 Marketing Turístico

O marketing, segundo Kotler (1998), é responsável por entender as necessidades

do mercado e preparar os produtos para satisfazê-las. Toda empresa ou destino

turístico que trabalha com a filosofia do marketing tem os clientes como foco de

seus negócios, porque é a partir do que eles necessitam e desejam que os

produtos são formatados. No caso do turismo, o turista é esse agente

fundamental e o estudo de seu comportamento e de suas necessidades é

essencial para o sucesso dos produtos turísticos (MIDDLETON, 1994).

Todos os conceitos sobre o turismo implicam na existência de um mercado

turístico, “um conjunto de atividades econômicas em torno de produtos turísticos,

através das quais diversos agentes buscam satisfazer suas necessidades e obter

benefícios, transacionando tais produtos” (VAZ, 2001, p.17).

Marketing envolve um processo de decisão de gerenciamento para produtores,

voltado para um processo de decisão do cliente, sendo que os dois conjuntos de

decisões se unem em uma transação de troca. (MIDDLETON; CLARKE, 2002).

Ambiente de marketing é subdividido em ambiente interno, microambiente e o

macroambiente. O ambiente interno segundo VAZ (2001) é representado pela

própria organização turística, ou seja, o ambiente gerador do produto, dividido em

organismos oficiais, as empresas que desenvolvem o turismo receptivo, as que

desenvolvem o turismo emissivo e o grupo misto.

Já o microambiente de marketing refere-se a elementos próximos ao dia-a-dia do

destino, que afetam sua capacidade de prestar os serviços, é composto pelos

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turistas e pelas empresas que formam o trade direta e indiretamente, tais como os

consumidores, empresa, fornecedores, intermediários, parceiros, concorrentes,

operadoras. Enquanto que o macroambiente consiste nas forças sociais maiores

que afetam todo o microambiente, que incluem os ambientes demográfico,

econômico, natural, tecnológico, político-legal, sociocultural e ecológico (MT,

2011; VAZ, 2001). No caso do macroambiente, as tendências são identificadas

por meio de estudos e observação dos hábitos de consumo dos turistas visando

prever o que ocorrerá no futuro, gerando expectativas relativas às oportunidades

que podem ser aproveitadas pelo mercado.

Verifica-se que uma das tendências é a crescente expectativa de associar as

férias, experiências e vivências completas. Neste último se encaixa aquelas

pessoas que programam suas férias para acontecerem junto com finais de

campeonatos, torneios de jogos esportivos.

Na criação e o ganho de valor do destino, são necessárias adequações nas

atividades (mix marketing) ou composto mercadológico que possibilita as

organizações turísticas enfrentarem com eficiência, todas as ameaças do

ambiente de marketing e aproveitarem as oportunidades. A seguir serão descritos

os oito elementos do composto (mix marketing) definido por Vaz (2001) que inclui

outros 4P´s (projeto, preparo, poder e política) aos 4 P´s da versão original de

McCarthy (produto, praça, promoção e preço).

O Projeto deve contemplar a idéia inicial da ação de marketing turístico, definindo

os objetivos, os prazos e uma estratégia preliminar dos programas para a

concretização das metas estabelecidas. Esta fase inclui ainda as etapas de

pesquisa e planejamento.

Na fase do Preparo as organizações turísticas devem investir em uma estrutura

que ofereça condições para o desenvolvimento do trabalho, contando com

recursos financeiros, materiais e humanos adequados ao projeto que se pretende

empreender.

Já o Poder está relacionado àquelas ações que as organizações turísticas devem

exercer fazendo algum tipo de pressão sobre determinadas esferas decisórias. A

Política de relacionamento está relacionada ao desenvolvimento de parcerias

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comerciais e alianças institucionais na busca de apoios para a concretização do

projeto. O Produto está relacionado ao conjunto de possibilidades que reúne a

atratividade de um destino turístico, preponderante na decisão do local a ser

visitado.

Definido o produto/serviço, deve-se partir para a escolha dos canais de

distribuição (Praça), amparado no resultado que se quer atingir com a oferta, ou

seja, a venda dos produtos. Promoção ou mix de comunicação tem como objetivo

comunicar o que o destino tem para oferecer ao seu público-alvo (turistas),

envolvendo a seleção de diferentes tipos de mídia, dos veículos de comunicação

e da elaboração das mensagens. O Preço deve ser adequado a estratégia de

posicionamento. (VAZ, 2001; MT, 2011)

2.2 Segmentação Turística

O Turismo é uma atividade que tem crescido substancialmente durante os últimos

anos como um fenômeno econômico e social, e observa-se uma crescente

consciência sobre papel que o turismo desempenha ou pode desempenhar, tanto

de forma direta ou, indireta ou induzida, sobre uma economia, em termos de

geração de valor. (IBGE, 2008). Segundo a OMT - Organização Mundial do

Turismo, do ponto de vista formal, turismo é a soma de relações e de serviços

resultantes de uma mudança de residência, temporária e voluntária, motivada por

razões alheias a negócios ou profissionais.

Para Beni (1998, p. 38) turismo “é o estudo do homem longe de seu local de

residência, da indústria que satisfaz suas necessidades, e dos impactos que

ambos, ele e a indústria, geram sobre os ambientes físicos, econômicos e

socioculturais da área receptora”.

Para Krippendorf (2000, p. 14) “A necessidade de viajar é, sobretudo criada pela

sociedade e marcada pelo cotidiano. As pessoas viajam porque não se sentem

mais à vontade onde se encontram, seja nos locais de trabalho, seja onde moram.

Sentem necessidade urgente de se desfazer temporariamente da rotina

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massificante do dia-a-dia do trabalho, da moradia, do lazer, a fim de estar em

condições de retomá-la ao regressarem”.

Os elementos mais importantes encontrados nas definições de turismo são o

tempo de permanência, o caráter não lucrativo da visita e a procura do prazer por

parte dos turistas, como se pode constatar na definição de De La Torre (1992

apud BARRETTO, 1995, p.13):

Turismo é um fenômeno social que consiste no deslocamento voluntário e temporário de indivíduo ou grupos de pessoas que, fundamentalmente por motivos de recreação, descanso, cultura ou saúde, saem do seu local de residência habitual para outro, no qual não exercem nenhuma atividade lucrativa nem remunerada, gerando múltipla inter-relações de importância social, econômica e cultural.

Mais recentemente a OMT levou o conceito de turismo para além da imagem

estereotipada do “sair de férias”. A definição oficialmente aceita é: “o turismo inclui

atividade de deslocamento e permanência em locais fora de seu ambiente de

residência, por período inferior a um ano consecutivo, por razões de lazer,

negócios ou outros propósitos” (GOELDNER, 2002, p. 23). Verifica-se nesta

definição que são excluídas as viagens dentro da área de residência, viagens

frequentes e regulares entre o domicilio e local de trabalho e outras viagens

dentro da comunidade, de caráter rotineiro.

Refletir sobre a atividade turística pode ser um importante exercício a ser feito em

conjunto pelos fornecedores de produtos e serviços de um destino, pois esta

implica em uma extensa cadeia de elementos que envolvem desejos,

sentimentos, intenções e expectativas do cliente que compra um produto sem

antes ter experimentado. Neste aspecto, há também os fornecedores de produtos

e serviços, que possuem uma diversidade de elos (transporte, hospedagem,

alimentação, atrações, etc.) necessários para a composição do produto e que,

conjuntamente, precisam atender com qualidade ao esperado pelo cliente, antes,

durante e ao final da viagem, preferencialmente superando suas expectativas.

(MTur, 2011, p.22).

De acordo com Ruschmann (1990, p.09) o produto turístico “é composto de um

conjunto de bens e serviços unidos por relações de interação e interdependência

que o tornam extremamente complexo”, destacando como características mais

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marcantes a intangibilidade e a heterogeneidade. O turismo é um produto

imaterial – intangível – cujo resíduo, após o uso, é uma experiência vivencial. Já,

a heterogeneidade da demanda “faz com que as expectativas, com relação aos

serviços a prestar, sejam altamente diversificadas, tornando a sua apreciação

sujeita às mais diversas interpretações”.

Para Middleton e Clarke (2002, p. 95) produto engloba o formato ou forma daquilo

que é oferecido para os clientes, às características do produto desenvolvido pelos

gestores do destino turístico.

Outras características são relacionadas ao produto turístico como indivisibilidade,

o produto é consumido e produzido simultaneamente, ou seja, são inseparáveis

da fonte que os prestam e os produzem; variabilidade, a qualidade depende de

quem os proporciona e de quando, onde e como são proporcionados;

interdependênciaou complementaridade,alguns serviços são necessários para

compor o produto turístico, transporte, hospedagem, alimentação, atrativos entre

outros; perecibilidade, não podem ser estocados para venda ou uso futuro (MTur,

2011, p.22).

Para melhor atender o turista é necessário conhece-lo, segmenta-lo. Dividindo por

segmentos fica mais fácil de atender a expectativa do cliente. Para Middleton e

Clarke (2002, p. 117) segmentar se justifica por atingir maior eficiência na oferta

de produtos que atendem à demanda identificada e maior eficácia em termos de

custo no processo de marketing. Tendo como referência Beni (1998, p. 149),

pode-se dizer que:

Segmentar o mercado é identificar clientes com comportamentos homogêneos quanto a seus gostos e preferências. A segmentação possibilita o conhecimento dos principais destinos geográficos, dos tipos de transportes, da composição demográfica dos turistas e da sua situação social e estilo de vida, entre outros elementos.

Há diversas informações sobre a demanda que são fundamentais para o

planejamento e a gestão do turismo. Dados como quantidade de turistas, suas

origens, seus gastos de viagem, meios de transporte, de hospedagem e de

alimentação utilizadas, entre outros, são importantes informações para que o

produto turístico seja adequado às suas necessidades. Conhecer a demanda é

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conhecer seu cliente e, portanto, ter mais chance de surpreendê-lo positivamente

(GOELDNER; RITCHIE; MCINTOSH, 2002).

Os serviços podem ser definidos como processos que agrupam uma série de

atividades que permitem a segmentação, com o objetivo de otimização dos

recursos de um destino turístico. “Segmentar é separar os turistas em grupos, de

tal forma que a necessidade genérica a ser atendida contemple aspectos

específicos” (MTur, 2011, p.34).

Não se pode pensar em segmentação do turismo sem pensar em estratégia de

marketing, pois grande parte da teoria de segmentos do turismo advém das

teorias de marketing. Para Netto e Ansarah (2009, p. 19)

Os segmentos de mercado turístico surgem devido ao fato de as empresas e os governos desejarem atingir, de forma mais eficaz e confiável, o turista ou o consumidor em potencial. É praticamente impossível um destino turístico abarcar todo o público que em algum momento estaria interessado em consumir seus bens e produtos, assim, a segmentação torna-se o meio mais preciso de se atingir o público desejado.

Ao segmentar, deve-se levar em consideração que os turistas devem ser distintos

entre diferentes grupos e os turistas devem ter semelhanças dentro do mesmo

grupo. O Ministério do Turismo aponta como principais segmentos: ecoturismo;

turismo de aventura; turismo cultural; turismo cinematográfico; turismo de estudos

e intercambio; turismo náutico; turismo de negócios e eventos; turismo de pesca;

turismo rural; turismo social e turismo de sol e praia. (MTur, 2011).

Middleton e Clarke (2002, p. 119) afirmam que os cinco principais métodos de

segmentação são por objetivo de viagem, necessidades, motivações e benefícios

buscados pelo consumidor, comportamento do consumidor/características do uso

do produto, perfil demográfico, econômico e geográfico, perfil psicográfico, perfil

geodemográfico e preço.

Para Morrison (2012) a necessidade de segmentar nunca foi tão grande quanto é

hoje. A segmentação acontece para se entender qual a demanda do destino

turístico, as pessoas que frequentam um determinado destino representam sua

demanda. Entende-se como demanda turística “as pessoas que se deslocam

temporariamente de suas residências habituais, com propósito recreativo ou por

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outras necessidades e razões e que demandam a prestação de alguns serviços

básicos” (BENI, 2002, p.211).

Dentre eles, podem ser destacados, os meios de hospedagem, os meios de

alimentação e os meios de transporte até o destino turístico. O mesmo autor

(2006, p.163) ainda afirma que “o motivo da viagem é o principal meio disponível

para segmentar o mercado”, podendo-se concluir sobre as expectativas do turista.

Na atualidade, diante de tantas opções disponíveis no mercado, nenhum produto

irá satisfazer todos os consumidores, portanto é necessário segmentar para saber

quem será o público-alvo e quais as necessidades, desejos e expectativas desse

público-alvo.

O cicloturista é um consumidor que procura um tipo de viagem bem específico,

mas isso por si só não o define como consumidor. O próprio cicloturismo possui

ainda grande variedade de segmentos de mercado. Dentre eles, Ritchie (1998)

cita os cicloturistas de férias longas, os de finais de semana, os que viajam por

rotas e aqueles que se hospedam em um único destino para conhecer o entorno

por meio de bicicletas, ainda segundo o autor, esses cicloturistas não são iguais

e, portanto, precisam de produtos turísticos diferenciados (RITCHIE, 1998).

2.3 Turismo de aventura e lazer

Muito embora a atividade corporal (ações motrizes: caminhar, correr, deslizar,

escalar, nadar) na natureza (florestas tropicais, savanas, desertos, montanhas,

rios, mares e outros ambientes naturais) seja uma rotina às populações humanas

tradicionais (coletores, caçadores, agricultores, pastores, grupos nômades), sua

aparição como opção de lazer na sociedade urbano-industrial não constitui coisa

banal (PIMENTEL, 2006).

As motivações da demanda turística são muitas e têm se orientado em direção à

valorização dos aspectos ambientais e paisagísticos do núcleo receptor, da sua

autenticidade cultural e da qualidade dos serviços e produtos oferecidos (OMT,

1999).

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Para Ramos (2005) turismo de aventura envolve alto nível de planejamento,

exótico, áreas remotas, selvagem, envolve trade, atividades esportivas, clientes

atuantes, exige plano de emergência, alto nível de imersão na atividade, pernoite

em barracas ou rústicos, logística ou operações complexas.

Para OMT (2003, p. 89) o Turismo de Aventura

Baseia-se em características naturais e ambientais, como montanhas, rios, florestas, etc. diferente dos passeios tradicionais, onde os recursos naturais são apreciados por sua beleza visual, o turismo de aventura leva a pessoa a um contato íntimo com o ambiente e toma algo a ser desafiado o enfrentado.

O turismo de aventura é vivenciar aventura na natureza, a aventura é sentir

emoção, correr risco calculado, superar medos e limites. O grau de aventura que

muda nesse tipo de turismo, para os mais aventureiros pode se sugerir: voo-livre,

rapel, escaladas, e para os menos aventureiros trekking. Mas em todas as

modalidades o grau de dificuldade aumenta ou diminui a aventura.

Ao considerar a natureza como “espaço de celebração”, Heloísa Bruhns (1997)

analisa a importância das experiências vivenciadas entre ser humano, através de

seu corpo e meio ambiente.

As experiências íntimas do corpo com a natureza, numa perspectiva subjetiva, expressam em alguns casos uma busca de reconhecimento do espaço ocupado por esse corpo na sua relação com o mundo, uma revisão de valores bem como um encontro muito particular do homem com ele mesmo [...] Essas experiências conduzem a uma aproximação, a um reconhecimento da natureza pelo qual nos conhecemos. (BRUHNS, 1997, p. 136).

Marinho (2006) as contemporâneas viagens de aventura podem se diferenciar de

outros tipos de viagem no número de turistas, objetivos da viagem, características

da experiência, padrões de acomodação para o turista e nível de envolvimento

com o ambiente natural, entre outros.

O aumento de interessados no turismo de aventura já foi previsto como tendência

por Ruschmann (1997, p. 9),

O turismo contemporâneo é um grande consumidor da natureza e sua evolução, nas últimas décadas, ocorreu como consequência da “busca do verde” e da “fuga” dos tumultos dos grandes conglomerados urbanos

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pelas pessoas que tentam recuperar o equilíbrio psicofísico em contato com os ambientes naturais durante seu tempo de lazer.

Para Swarbrooke et all (2003) as características ou qualidades fundamentais da

aventura são: resultados incertos, perigo e risco, desafio, expectativa de

recompensas, novidade, estímulo e entusiasmo, escapismo e separação,

exploração e descoberta, atenção e concentração e emoções contrastantes.

Sobre a relação do turista com a paisagem, Boullón (2002) escreveu que aquele

turista que viaja em excursões interage menos com o ambiente porque

geralmente observa a paisagem pela janela do ônibus, automóvel ou avião. Por

outro lado, o turista com outros propósitos como praticar algum tipo de esporte

interage mais com o ambiente porque, ao desenvolver a atividade, está em

contato direto com a natureza.

O cicloturista, devido às características de sua viagem, assemelhasse com esse

turista que tem mais oportunidade de interagir com seu entorno.

A prática regular de exercícios físicos é uma maneira encontrada por algumas

pessoas para se desenvolver, alcançar objetivos, quebrar recordes e desfrutar de

momentos de lazer. Lazer para Dumazedier (1976, p. 34) é

um conjunto de ocupações às quais o indivíduo pode entregar-se de livre vontade, seja para repousar, seja para divertir-se, recrear-se e entreter-se ou, ainda para desenvolver sua informação ou formação desinteressada, sua participação social voluntária ou livre capacidade criadora após livrar-se ou desembaraçar-se das obrigações profissionais,

familiares e sociais.

Cotidianamente, convivemos com informações veiculadas na mídia televisiva,

expostas em revistas e folders de divulgação mercadológica de agências de

turismo sobre novas formas de vivências na natureza como prática de lazer,

muitas vezes com nomenclaturas atrativas e vinculadas à temática ecológica.

Não obstante, o processo de industrialização e a crescente urbanização têm

causado nas pessoas um sentimento de busca por experiências próximas à

natureza, sejam elas de contemplação, de práticas esportivas de aventura, entre

outros motivos.

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Assim, a crescente expansão de práticas de lazer realizadas na natureza vem

ganhando adeptos a cada dia, causando uma preocupação em relação aos

procedimentos adotados neste tipo de prática, tanto em relação à utilização do

lazer enquanto “mercadoria”, quanto pelo “uso” indiscriminado e mal planejado do

meio ambiente natural.

Para Camargo (1989) buscamos com o lazer a Aventura; a Competição; a

Vertigem e a Fantasia. A aventura é a descoberta do novo, do inesperado, é

saber procurar a cada curva uma nova sensação, é desvendar mistérios,

conhecer novos ambientes, paisagens, cheiros, sotaques, sabores. A competição

é a disputa, a superação, pode ser caracterizada como disputa em grupos, um

contra outro, ou um contra outros grupos, pode ser uma disputa individual, um

contra outra, ou então uma disputa pessoal, quando alguém procura superar uma

marca anterior. A vertigem é perder o controle de si mesmo, correr um ou vários

riscos, os esportes de aventura, os parques de diversão trabalham muito essa

dimensão nos seres humanos e talvez por isso cada vez mais ganham adeptos.

São riscos controlados. A fantasia é o desejo de ser outro, de estar no lugar de

outro, estar em outro ou outros lugares, é vivenciar em um momento de lazer a

vida de outra pessoa, seus hábitos, seus costumes, seus horários, sua rotina.

O risco nos esportes de aventura é calculado conforme define Costa

Trata-se, hoje, de uma aventura eivada de sentidos lúdicos, uma vez que

a atitude dos sujeitos que vivem a aventura no esporte é tomada por um

risco calculado, no qual ousam jogar a si mesmos com a confiança do

domínio cada vez maior da técnica e da segurança propiciada pela

tecnologia. Manifestam uma audácia para poder desencadear, em risco,

uma transgressão de limites possíveis, autorizada pela confiança de ser

capaz de fazer (lançar-se no espaço, na profundidade, na imersão, na

luta contra os obstáculos da natureza), associada a um excitante e

reconfortante prazer de realização (vertigem) e de tê-lo feito com alta

competência (COSTA, 1999, p. 19).

Dumazedier (1980) classifica as atividades de lazer em físico-desportivas

(cicloturismo), sociais (festas temáticas), manuais (tricô), artísticas (teatro),

intelectuais (leitura) e interesses turísticos (viagens).

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As pessoas viajam para vivenciar momentos de lazer, para Krippendorf (2003,

p.37): “As cidades não se preocupam muito com o lazer nem com as

necessidades de relaxamento dos seus habitantes. A maioria são cidades de

trabalho, incompatíveis com uma vida plena”.

Portanto seus habitantes procuram o lazer em viagens longe de suas casas e de

sua rotina, então procuram atividades que proporcionem novos hábitos, novos

desafios, novos perigos, novo stress, novas companhias, entre outros.

2.4 Cicloturismo

Cicloturismo é viajar com uma bicicleta, carregando nos alforges tudo que é

necessário para os dias de viagem, enfrentar obstáculos naturais ou obstáculos

urbanos, é também viajar e observar o mundo na velocidade da bicicleta, é estar

mais próximo dos habitantes locais, simplesmente por não estar protegido dentro

de um carro ou ônibus.

Cicloturismo é um nicho de mercado de turismo que tem potencial para fornecer

uma gama de benefícios econômicos, sociais e ambientais para a comunidade

em geral (FAULKS, RITCHIE & FLUKER, 2007; LUMSDON, 1996, 2000;

RITCHIE, 1998).

Cicloturismo pode ser definido em seis critérios: (1) experiência de ciclismo em

lugar afastado da região de moradia fixa; (2) pode estender-se em um único dia

ou vários dias de viagem; (3) a natureza da atividade de cicloturismo não é

competitiva; (4) andar de bicicleta deve ser o objetivo principal da viagem; (5) a

participação no cicloturismo ocorre apenas em um contexto ativo, e (6)

cicloturismo é uma forma de recreação ou lazer (LAMONT, 2009).

Estudos anteriores realizados na Dinamarca (SIMONSEN; JORGENSON, 1996),

na Nova Zelândia (RITCHIE, 1998), Reino Unido (COPE et all,1998) e no Brasil

(RESENDE; VIEIRA; PAUPITZ, 2008), apresentam o perfil dos cicloturistas.

Rezende e Vieira (2008) estudaram o perfil do cicloturista da Estrada Real em

Minas Gerais e Paupitz (2008) fez um estudo a partir do site do Clube de

Cicloturismo, participando assim viajantes do país inteiro. Falker, Ritchie e Fluker

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(2007) na Nova Zelândia, Lumsdom (1996, 2000) no Reino Unido, Ritchie (1998)

na nova Zelândia estudaram os benefícios sociais e ambientais do cicloturismo.

As necessidades e motivações dos cicloturistas foram objeto de estudo de Chang

e Chang (2003), Descendente e Lumsdom (2001), Lumsdom (2000) no Reino

Unido, Sustran (1999) no Reino Unido e Ritchie (1998) na Nova Zelândia.

O cicloturismo une duas opções de lazer: viajar e andar de bicicleta. A bicicleta

tem sido valorizada por ser um meio de transporte silencioso e não poluente que

proporciona saúde aos seus usuários, além de ser uma forma diferente de

contemplar a paisagem. Com relação à atividade turística, ela tem sido pensada

por diversos países como forma de desenvolvimento do meio rural. As viagens

dos cicloturistas normalmente implicam em baixos níveis de impacto ambiental e

podem gerar diversos benefícios aos destinos, incluindo uma melhor distribuição

de renda e melhor relacionamento entre viajantes e residentes (REZENDE;

VIEIRA, 2011, p. 170).

Os cicloturistas, quando viajantes, encontram aventura (percorrem caminhos que

não conhecem), competição (estão em busca de superação, de quebrar marcas

pessoais), vertigem (estão correndo riscos ao atingir altas velocidades nas

descidas, muitas vezes em lugares que o celular não pega e sem socorro por

perto) e fantasia (ao conviver com habitantes locais, ao incorporar o simples, pois

tudo que carregam é peso extra).

Percebe-se que o cicloturismo é um nicho novo e os produtos existentes no

mercado ainda estão se desenvolvendo. Por esses e por outros motivos, a

construção de conhecimento na área ainda é pequena. Sendo necessárias

contribuições neste tema para fortalecer teoricamente o campo e também para

orientar empreendedores da área de turismo em seus negócios.

O cicloturismo adquire destaque por constituir uma modalidade capaz de unir o

contato com a natureza, a atividade física e a experiência do turista em um só

elemento. O cicloturismo é uma atividade de turismo que tem como elemento

principal a realização de roteiros de bicicleta (ABNT - 2008).

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2.5 O comportamento do consumidor e o cicloturista

Depois de segmentar, ou seja, criar um grupo de consumidores do seu produto é

necessário conhecer esse grupo, descobrir seus comportamentos para melhor

atender. Dentro do segmento de turistas que procuram turismo de aventura ou

lazer encontramos o nicho de cicloturistas.

O comportamento do consumidor nada mais é do que sua atitude de compra de

algum produto ou serviço. Para esse estudo interessa saber como é o processo

de compra ou escolha do destino turístico para pratica de cicloturismo.

No final da década de 1960 diversos profissionais, como por exemplo, James F.

Engel, Morris Holbrook, Elizabeth Hirchman, Russel Belk, Sidney Levy, Jadish

Seth, entre outros, concentraram seus esforços para moldar aquele que seria um

campo empresarial e uma das disciplinas acadêmicas mais investigadas de todo

o mundo, o comportamento do consumidor (VIEIRA, 2003).

O comportamento do consumidor é uma ciência aplicada que se utiliza de

conhecimentos da economia, psicologia, sociologia, antropologia, estatística,

entre outras. Para compreender o comportamento do consumidor é necessário

saber o que se passa na mente dele tão completamente quanto um cirurgião sabe

o que acontece dentro de seu joelho (BLACKWELL, 2005).

Para Middleton e Clarke (2002) todos os gerentes de marketing precisam

compreender o motivo pelo qual alguns produtos são preferidos ou rejeitados, e

um entendimento das motivações que afetam as escolhas será, em geral, mais

importante do que medir os determinantes.

Compreender como os consumidores individuais e organizacionais se comportam

é um pré-requisito para um marketing eficaz. Os fatores pessoais e interpessoais

influenciam a escolha dos consumidores por serviços de turismo. Os fatores

pessoais incluem necessidades, desejos e motivações, percepção,

aprendizagem, personalidade, estilo de vida e autoconceito. As influências

interpessoais são provenientes de culturas, grupos de referência, classes sociais,

formadores de opinião e família (MORRISON, 2012).

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Partir do consumidor significa recolher informações sobre o seu comportamento e

criar explicações sobre suas expectativas, bem como previsões sobre seu

comportamento futuro. São essas criações que permitem o planejamento e a

execução de ações de marketing (GIGLIO, 2002).

Optar em seguir uma orientação para o cliente traz para a empresa vantagens

competitivas que levam a um desempenho empresarial mais alto, na forma de um

aumento da lucratividade e de um crescimento na receita. As três vantagens que

aumentam a lucratividade são: eficiências de custo de clientes estabelecidos e

lealdade do cliente em épocas de crise. As três vantagens que geram

crescimento são: aumento da propaganda boca a boca, compra em um único

lugar e inovações em produtos (SHETH, 2001).

Na Figura 1, Swarbrooke e Horner (2002) apresentam os fatores que determinam

no âmbito individual o comportamento do turista.

Figura 1: Fatores que determinam no âmbito individual o comportamento do turista

Fonte: Adaptado de Swarbrooke e Horner, 2002.

Analisando a figura 1 de fatores que interferem no comportamento individual do

turista pode se pensar em um perfil para o cicloturista, o de turista aventureiro,

Circunstâncias: Saúde, Renda disponível para gastos, Tempo para o lazer, Compromissos profissionais, Compromissos familiares, Carro próprio.

Conhecimento: Das destinações, Da disponibilidade dos diferentes produtos do turismo, Diferenças de preço entre as agências concorrentes.

Atitude e percepções: Percepções de destinações e de organizações de turismo, Opiniões políticas, Preferências por determinados

países e culturas, Medo de certos modos de viagem, Com quanta antecedência gostam de planejar e

reservar uma viagem, Ideias sobre o que constitui o valor do dinheiro, Sua atitude perante os padrões de

comportamento de um turista.

Experiência de: Tipos de férias, Diferentes destinações, Produtos oferecidos por diferentes agências turísticas, Viajar com determinados indivíduos ou grupos, Buscar preços com desconto.

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mas que está sempre planejando uma próxima viagem, pois o cicloturismo não é

só uma maneira escolhida para fazer turismo e sim, opção de vida, um hábito, um

estilo.

O fator circunstância é muito relevante para o cicloturista, sem saúde e sem uma

preparação física adequada não é possível realizar uma viagem de bicicleta. O

fator conhecimento é importante em qualquer viagem, em uma viagem de

bicicleta é ainda mais importante, pois qualquer informação errada pode fazer o

cicloturista passar por situações desagradáveis, como locais sem sinal de celular

ou que não tem alimentação ou banheiro, ou até mesmo local para hospedagem.

O fator atitude e percepções e o fator experiências de viagens anteriores já

descrevem um comportamento em relação ao histórico e planejamento de

viagens.

O turista pode ter a motivação de fugir da sua realidade e por isso ele resolve tirar

férias ou ele pode ter uma motivação específica ao escolher como serão suas

férias. Diante disso Swarbrooke e Horner (2002) separaram as motivações em

físicos, emocionais, pessoais, desenvolvimento pessoal, status e culturais como

pode ser observado na Figura 2 abaixo.

Figura 2: Tipologia das Motivações em turismo

Fonte: Adaptado de Swarbrooke e Horner, 2002.

Turista

Culturais:

Vista a lugares de interesse;

Vivência de outras culturas.

Físicos:

Relaxamento;

Banho de sol;

Exercício e saúde;

Sexo.

Emocionais:

Nostalgia;

Romance;

Aventura;

Escapismo;

Fantasia;

Busca de alimento espiritual. Status:

Exclusividade;

Fator moda;

Fazer um bom negócio;

Oportunidades de gastar de maneira ostensiva

Desenvolvimento pessoal:

Aumentar conhecimentos;

Aprender algo novo.

Pessoais:

Visitar parentes e amigos;

Fazer novos amigos;

Necessidade de satisfazer outras pessoas;

Fazer economia, em caso de rendimentos reduzidos.

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Analisando a figura 2 podemos concluir que para praticar cicloturismo o turista

pode ter motivações físicas (exercício e saúde), motivações emocionais

(aventura, escapismo, fantasia), motivações pessoais (fazer novos amigos,

necessidade de satisfazer outras pessoas), motivações desenvolvimento pessoal

(aumentar conhecimentos, aprender algo novo), motivações de status

(exclusividade) e finalizando motivações culturais (visita a lugares de interesse e

vivência de outras culturas).

Downward, Lumsdon & Weston (2009) estudaram o comportamento dos

cicloturistas na Inglaterra de 2001 a 2006 e descobriram que os gastos estão

intimamente ligados ao tempo de viagem, ao grupo de viagem e ao tipo de

viagem. A inovação teórica da pesquisa, no entanto, é que os gastos têm sido

mostrados, baseando-se na teoria econômica. Os turistas e os excursionistas se

comportam da mesma maneira, gastam da mesma maneira.

Ritchie, Tkaczynski e Faulks (2010) estudaram os cicloturistas na Austrália em

2006 e descobriram que 68% da amostra indicou que eles estavam planejando

uma ciclo de férias nos próximos 12 meses, com a maioria sugerindo uma viagem

dentro dos próximos 3 meses.

Rotularam 5 fatores de envolvimento com o cicloturismo, (fator 1), de experiências

de aventura, domínio de competência (fator 2), desafio pessoal (fator 3),

relaxamento/escape (fator 4), e encontro social (fator 5). Fator 1 foi responsável

por explicar a 14,6 % da variância total e incluídos itens relativos como aventuras

físicas e sociais. Isso foi seguido pelo fator 2 (12,1% da variância total) qual

composto por itens relacionados a competência, enquanto o fator 3 (11,6%)

representada itens que compõem o desafio pessoal. Fator 4 (10,7%)

representado itens sobre relaxamento e escape, enquanto fator 5 (8,0%) incluiu

encontros sociais.

Rezende e Vieira estudaram o comportamento do cicloturista na Estrada Real em

2008 e apresentam que 71,43% planejaram a sua viagem, 53,57% viajam em

grupo e 10,71% viajam sozinhos, ninguém fez viagem paga por que isso tiraria a

liberdade da viagem, fator que consideram primordial em uma viagem de bicicleta,

60,71% dos cicloturistas utilizaram ônibus para chegar ao início do trajeto

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percorrido de bicicleta. Todos entrevistados utilizaram bicicleta própria, pois

consideram fundamental para conforto e segurança.

Os cicloturistas na Dinamarca têm comportamento mais respeitoso com relação

ao ambiente do que outros turistas. Segundo Simonsen e Jorgenson (1996), eles

poluem menos porque não utilizam carro para ir aos atrativos e, por meio do seu

comportamento de viagem, sabe-se que consomem menos energia e água, e

produzem menos lixo. Eles também causam menos impacto à fauna e à flora do

que outras formas de turismo no meio rural porque tendem a pedalar sempre em

estradas ou trilhas, concentrando o impacto nelas. A maioria deles considera a

conservação do ambiente como fator de extrema importância para a escolha do

destino. Embora os autores indiquem a necessidade da realização de pesquisas

mais aprofundadas sobre impactos ambientais, eles acreditam na relevante

contribuição do segmento para a sustentabilidade de meios rurais.

Com relação ao desenvolvimento rural, o cicloturismo também tem muito a

contribuir. As viagens de bicicleta acontecem predominantemente em áreas rurais

e o ritmo lento da viagem faz com que os benefícios sociais e econômicos sejam

distribuídos ao longo dessas áreas. Ritchie e Hall (1999) argumentam que ao

invés dos turistas gastarem o que estão dispostos a gastar em um único destino,

eles distribuem esse dinheiro ao longo dos locais por onde passam.

É possível perceber que os estudos existentes na atualidade sobre cicloturismo e

o comportamento do cicloturista ainda são muito escassos, deixando assim uma

lacuna teórica a ser preenchida que vem ao encontro dos propósitos da pesquisa

em questão.

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3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Neste capítulo serão definidos os procedimentos metodológicos do estudo,

abordando a tipologia e estratégia da pesquisa, o delineamento do método, a

população e a amostra da pesquisa, a forma de coleta de dados e os

procedimentos de análise e interpretação dos dados. Desta forma, permitirá a

compreensão das opções metodológicas que viabilizaram a operacionalização e o

cumprimento dos objetivos propostos, bem como a assegura a réplica científica.

3.1 Caracterização da Pesquisa

Do ponto de vista de sua natureza, trata-se de uma pesquisa aplicada. Para

Ander-Egg apud Marconi e Lakatos (1990) a pesquisa aplicada, "caracteriza-se

por seu interesse prático, isto é, que os resultados sejam aplicados,

imediatamente, na solução de problemas que ocorrem na realidade”. Mais

pontualmente, busca-se relacionar características do perfil e do comportamento

dos cicloturistas que frequentam o Circuito do Vale Europeu.

Do ponto de vista dos objetivos do estudo, classifica-se, como pesquisa

exploratória-descritiva. A investigação exploratória pode ser aplicada em área na

qual há pouco ou nenhum conhecimento acumulado e sistematizado, enquanto

que a descritiva expõe características de determinada população ou de

determinado fenômeno, permitindo a investigação com levantamentos

bibliográficos e com pessoas com experiências acerca do objeto alvo (ALVES,

2003; VERGARA, 2003).

Para Dencker (2002, p. 124)

a pesquisa exploratória procura aprimorar ideias ou descobrir intuições. Caracteriza-se por possuir um planejamento flexível envolvendo em geral levantamento bibliográfico, entrevistas com pessoas experientes e análise de exemplos similares. A pesquisa descritiva em geral procura descrever fenômenos ou estabelecer relações entre variáveis. Utiliza técnicas padronizadas de coleta de dados como o questionário e a observação sistemática. A forma mais comum de apresentação é o levantamento, em geral realizado mediante questionário e que oferece uma descrição da situação no momento da pesquisa.

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O objetivo de uma pesquisa exploratória é descobrir ideias ou percepções e o

objetivo de uma pesquisa descritiva é descrever características ou funções do

mercado (MALHOTRA, 2006, p. 100).

Os estudos exploratórios-descritivos combinados têm por objetivo descrever

completamente determinado fenômeno. Podem ser encontradas tanto descrições

quantitativas e/ou qualitativas quanto acumulação de informações detalhadas

como as obtidas por intermédio da observação participante. Dá-se precedência ao

caráter representativo sistemático e, em consequência, os procedimentos de

amostragem são flexíveis. (LAKATOS; MARCONI, 1991).

Os aspectos de pesquisa exploratória são identificados através do levantamento

bibliográfico e da pesquisa de campo, com questionário aplicado às pessoas-

chave para a caracterização do problema, buscando tornar mais explícito e

melhorar o conhecimento acerca do perfil e do comportamento dos cicloturistas

do Circuito do Vale Europeu Catarinense. Enquanto que os aspectos de pesquisa

descritiva estão relacionados à intenção de descrever características deste perfil e

do Circuito.

Então, a pesquisa empreendida se caracterizou como empírica, do tipo

exploratória e com método descritivo, procurando-se interpretar a realidade, sem

manipular as variáveis. Para tanto, optou-se por utilizar a estratégia de

levantamento, com corte transversal no momento presente, isto é, nos anos de

2012 e 2013, e o delineamento predominantemente quantitativo, com aporte

qualitativo.

A estratégia de levantamento consiste na coleta de dados referentes a uma dada

população a partir de uma amostra selecionada dentro de critérios específicos. É

empregado para a obtenção de dados sobre preferências dos turistas e

comportamento do consumidor. (DENCKER, 2002).

A pesquisa quantitativa procura quantificar os dados e, normalmente, aplica

alguma forma da análise estatística, enquanto que o delineamento qualitativo

proporciona melhor visão e compreensão do contexto do problema. É um

princípio fundamental da pesquisa de marketing considerar as pesquisas

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quantitativas e qualitativas como complementares, e não excludentes.

(MALHOTRA, 2006).

Optar pela pesquisa quantitativa significa a escolha de procedimentos

sistemáticos para descrição e explicação de fenômenos. O método quantitativo

representa, em princípio, a intenção de garantir a precisão dos resultados, evitar

distorções de análise e interpretação, possibilitando consequentemente, uma

margem de segurança quanto às inferências (Richardson, 1999).

Os dados qualitativos são coletados para se conhecer melhor aspectos que não

podem ser observados e medidos diretamente (AAKER, 2001).

3.2 População e Amostra

A população é o conjunto de seres animados ou inanimados que apresentam pelo

menos uma característica em comum. A delimitação de população consiste em

explicitar que pessoas serão pesquisadas, enumerando suas características

comuns. (MARCONI; LAKATOS, 2007).

Para Barbetta (2006) a população é o conjunto de elementos para os quais

desejamos que as nossas conclusões sejam válidas – o universo de nosso

estudo. Uma parte desses elementos é dita uma amostra.

Amostra é uma parcela convenientemente selecionada da população; é um

subconjunto do universo. A amostra selecionada precisa ser representativa da

população (AARKER, 2001; LAKATOS; MARCONI, 2007). Para confirmar que a

amostra é representativa da população faz-se necessário apresentar o cálculo de

erro amostral.

O erro amostral é a diferença entre o valor que a estatística pode acusar e o

verdadeiro valor do parâmetro que se deseja estimar (BARBETTA, 2006). Os

erros amostrais podem ser minimizados por meio do aumento do tamanho da

amostra. (AARKER, 2001).

Para calcular a amostra necessária com um erro amostral aceitável utiliza-se o

cálculo de erro amostral. Considera-se N = Tamanho da população, E0 = erro

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amostral tolerável, n0= primeira aproximação do tamanho da amostra e n =

tamanho da amostra. A primeira fórmula necessária n0 = 1/E0², ao descobrir n0,

calcula-se o tamanho da amostra n= N.n0/N+n0 (BARBETTA, 2006).

Projetou-se um erro amostral de 5%, portando seria necessário 94 questionários

preenchidos, pois n0 =1/0,052, n0 = 400. Ao conhecer o n0 calcula-se o número

aproximado da amostra, neste estudo n = 123.400/123 + 400, chegando assim a

n = 94.

Portanto, a população da pesquisa se caracterizou por todos os 123 cicloturistas

que percorreram o trajeto de estudo nas últimas duas edições do Velotour,

apurou-se uma amostra de 80 cicloturistas, sendo que, na edição de 2012, 38

cicloturistas responderam o questionário enquanto que na edição de 2013, 42

cicloturistas responderam.

Os 123 cicloturistas começaram o circuito juntos, mas nem todos terminaram,

devido a quedas, doenças, indisponibilidade de viajar por sete dias. Cinco

cicloturistas participaram das duas edições do evento, porém somente

responderam o questionário ao término do Velotour 2012. Todos os outros

cicloturistas que terminaram o percurso no tempo programado responderam ao

questionário, com as 80 pesquisas respondidas obteve-se um erro amostral de

aproximadamente 6,5%, o que não compromete a aplicabilidade e confiabilidade

dos resultados da pesquisa.

A amostragem é a escolha da amostra, existem dois critérios para escolha da

amostragem: a Amostragem probabilística (aleatória) - a probabilidade de um

elemento da população ser escolhido é conhecida, usa-se alguma forma de

sorteio – aleatoriedade e a Amostragem não-probabilística (não-aleatória) - não

se conhece, a priori, a probabilidade de um elemento da população vir a pertencer

à amostra (BARBETTA, 2006).

3.3 Instrumentos de Coleta de Dados

A coleta de dados é a fase do estudo que tem por objetivo obter informações

sobre a realidade, esse estudo utilizou fontes primárias e secundárias. As fontes

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primárias são constituídas pelo material mais recente e original que não possua

distribuição por esquemas predeterminados e que possa ser encontrado em

revistas, informes de investigação, produção acadêmica e livros. As fontes

secundárias referem-se a material conhecido e organizado segundo um esquema

determinado. Informam sobre o que se publica e podem ser revistas de resumos,

índices, bases de dados e bancos de dados. (DENCKER, 2002).

O exame dos dados secundários disponíveis é um pré-requisito para a coleta de

dados primários. Ele ajuda a definir o problema e formular hipóteses para a sua

solução (AAKER, 2001). Os dados secundários utilizados nesse estudo foram

revistas científicas, documentos impressos fornecidos pelos gestores do CVEC,

site do CVEC e de outros circuitos de cicloturismo e livros, nos documentos

oficiais, foi possível levantar informações sobre o histórico do Vale Europeu

Catarinense e a descrição do Circuito do Vale Europeu Catarinense.

A entrevista e a aplicação de questionário também são consideradas fontes

primárias (AAKER, 2001). A entrevista é uma comunicação verbal entre duas ou

mais pessoas, com um grau de estruturação previamente definido, cuja finalidade

é a obtenção de informações de pesquisa (DENCKER, 2002).

Realizou-se uma entrevista semiestruturada com o objetivo de verificar a gestão

do CVEC com o gestor do CIMVI - Consórcio Intermunicipal do Médio Vale do

Itajaí. Na entrevista o gestor foi questionado sobre dificuldades e facilidades para

a gestão e pratica do cicloturismo na implantação do CVEC e nos dias atuais,

informações sobre o perfil e formas de viagem dos cicloturistas e novos projetos

para o CVEC para os próximos anos. O roteiro da entrevista está no Apêndice I

desse trabalho.

Para realizar o levantamento de dados, foi adotado como instrumento de coleta o

questionário. Para Richardson (1985, p. 142) os questionários cumprem duas

funções: “descrever as características e medir determinadas variáveis de um

grupo social. A informação obtida por meio de questionário permite observar as

características de um indivíduo ou grupo. Por exemplo: sexo, idade, estado civil,

nível de escolaridade, preferência política etc”.

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A finalidade do questionário é obter, de maneira sistemática e ordenada,

informações sobre as variáveis que intervêm em uma investigação, em relação a

uma população ou amostra determinada. (DENCKER, 2002).

Nessa pesquisa foi utilizado o questionário do tipo estruturado, com perguntas

fechadas e perguntas abertas. Esse instrumento foi baseado no questionário

utilizado por REZENDE (2011), aplicado na Estrada Real – MG. Realizou-se pré-

teste com três cicloturistas que já tinham percorrido o CVEC para verificar a

funcionalidade do instrumento de coleta, o que permitiu realizar pequenos ajustes

na versão final apresentado no apêndice II.

O instrumento de coleta de dados foi estruturado em seis categorias principais,

levantando informações sobre o perfil socioeconômico, o histórico das viagens de

bicicleta, as motivações, a viagem, a percepção ambiental e avaliação do

Velotour.

Para caracterização do perfil dos cicloturistas foram utilizadas questões sobre o

gênero, a faixa etária, o local de residência, o grau de escolaridade e a renda

familiar mensal dos entrevistados. Esses questionamentos julgou-se necessários

para traçar o perfil sócio-econômico dos cicloturistas e, assim, alcançar o objetivo

específico do estudo: conhecer o perfil sócio-econômico do cicloturista que

percorre CVEC.

No segundo bloco do questionário buscou-se caracterizar o histórico de viagens

do cicloturista, criando-se duas perguntas fechadas e duas perguntas abertas. A

primeira questão (2.1) pergunta há quanto tempo o viajante pratica o cicloturismo

e apresenta quatro opções de resposta, menos de um ano, de 1 a 3 anos, de 3 a

5 anos e mais de 5 anos. E a pergunta (2.4) pergunta como o cicloturista costuma

viajar e apresenta quatro opções de resposta individual, dupla, família e grupo.

A primeira pergunta aberta questiona porque o entrevistado começou a praticar

cicloturismo e a segunda pergunta questiona qual a última viagem de bicicleta do

viajante. Esses questionamentos julgou-se necessários alcançar o objetivo

específico dessa pesquisa: conhecer o histórico de viagens de bicicleta.

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Para levantar os fatores motivacionais criou-se o terceiro bloco de questões com

a primeira pergunta questionando as motivações para a viagem e a segunda

questiona a motivação específica para percorrer o CVEC. Com as respostas

dessas duas perguntas o terceiro objetivo desse estudo foi atingido: identificar os

fatores motivacionais para a prática do cicloturismo no Circuito de Cicloturismo do

Vale Europeu Catarinense na visão do cicloturista;

O quarto bloco investigou a viagem dos cicloturistas pesquisados, questionando o

planejamento para a viagem, a primeira investiga o nível de planejamento

utilizando para isso uma escala de alto, médio, baixo e nenhum tipo de

planejamento.

A segunda pergunta quer saber quais treinamentos físicos o cicloturista utilizou

para se preparar para a viagem no CVEC e as alternativas de resposta são não

utilizou nenhum método, musculação, corrida, treinamento funcional, ciclismo e

outro. A terceira pergunta visa apurar se os cicloturistas obtiveram ajuda de um

profissional de educação física e como alternativas de resposta sim e não.

As outras perguntas desse bloco visam trazer conhecimento aprofundado sobre

como os cicloturistas viajam, assim eles foram questionados sobre quantas vezes

já percorreram o CVEC, com qual companhia costumam viajar (individual, dupla,

família ou grupo) e o meio de transporte utilizado para chegar até o destino

turístico (ônibus, carro próprio, carro alugado, avião, bicicleta).

A próxima pergunta questiona se a bicicleta utilizada era própria, emprestada ou

alugada, se o meio de hospedagem utilizado foi hotel, pousada ou outro, se o

meio de alimentação utilizado foi restaurante, padaria, lanchonete, supermercado

ou fez a própria comida, se utilizaram outra infraestrutura como lojas de bicicleta,

posto de gasolina, hospital/posto de saúde, centro de informações turísticas,

bancos e outros. E qual o gasto aproximado na viagem. Com esses

questionamentos o quarto objetivo específico desse estudo foi atingido: descrever

o nível planejamento e a forma de viagem dos cicloturistas no CVEC.

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O quinto bloco investiga a percepção ambiental do cicloturista, utilizando-se para

isso uma escala tipo Likert, Quadro 01 baixo, para avaliar o grau de satisfação em

relação aos serviços e à infraestrutura oferecida.

Quadro 01 – Escala Likert usada na questão 3.1 Notas Grau de concordância

1 Muito Bom

2 Bom

3 Regular

4 Ruim

5 Sem comentários Fonte: Pesquisa de campo

A pergunta dois deste bloco, solicita sugestões para melhorar as condições do

CVEC para o cicloturismo. E, a pergunta três investiga o contato que os

cicloturistas tiveram com os habitantes locais com as opções de resposta muito,

pouco e nenhum. Com essas questões o quinto e último objetivo específico desse

trabalho foi alcançado: analisar a percepção ambiental dos cicloturistas no CVEC.

Além dessa coleta de dados a observação in loco da rota pelo autor também

ajudou a responder o problema de pesquisa desse estudo. Para Dencker (2002,

p. 103)

Fazer pesquisa é observar a realidade. Todos nós constantemente observamos para obter informações sobre o mundo. Muitos dados de que o pesquisador necessita podem ser obtidos pela observação direta das situações adequadas. A grande vantagem das técnicas de observação é o fato de permitirem o registro do comportamento no momento em que este ocorre.

O autor percorreu a rota de automóvel em maio de 2012 e também observou os

fatores que influenciam o comportamento dos cicloturistas durante a largada,

alguns pontos de controle, jantares e chegada do Velotour, nas duas edições

pesquisadas do evento.

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3.4 Tratamento e Análise dos Dados

Primeiramente realizou-se uma análise descritiva dos dados coletados, utilizando

a porcentagem. Para Aaker (2001, p. 449) as estatísticas descritivas estão

geralmente associadas à distribuição de frequências, ajudando a sumarizar as

informações apresentadas na tabela de frequências.

A distribuição de frequência para Malhotra (2006, p. 431) trata-se de uma

distribuição matemática cujo objetivo é obter uma contagem do número de

respostas associadas a diferentes valores de uma variável e expressar essas

contagens em termos de percentagens.

As estatísticas descritivas podem oferecer números precisos, simples e

significativos para sumarizar as informações de um grande conjunto de dados.

(AAKER, 2001).

Posteriormente a análise descritiva realizou-se a Análise de Correspondência

Múltipla (ACM) nessa análise utilizou-se o Statistica 10 por ser de melhor acesso

e por apresentar melhor operacionalidade.

A Análise de Correspondência Múltipla (ACM), também denominada de

multidimensional, permite a descrição simultânea de mais de duas variáveis, bem

como as confrontações entre elas mesmas, tornando o estudo mais rico do que o

exame em separado. Sua representação gráfica destaca as tendências mais

sobressalentes, as hierarquizam e eliminam os efeitos marginais ou pontuais que

perturbam a percepção global (MACEDO, 2001).

A técnica a Análise de Correspondência Múltipla (ACM), é o principal recurso de

análise multivariada de um conjunto de dados estritamente categóricos, pela sua

flexibilidade e facilidade de interpretação. A ACM possui a propriedade de

representar graficamente não apenas categorias das variáveis, mas, também, os

indivíduos que compõem a amostra, pois a aplicação da ACM permite que sejam

criadas medidas de similaridades (proximidades a partir da distância euclidiana

entre os indivíduos) (CUNHA, 1997).

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Portanto, a ACM resume em gráficos, de fácil interpretação visual, as

correspondências existentes entre as variáveis, as suas categorias e os

indivíduos observados, com caráter multidimensional. Dessa forma este método

será adotado para verificar a correspondência entre a percepção ambiental do

cicloturistas com o número de vezes que estiveram no CVEC, motivações para

começar a praticar cicloturismo e motivação específica para a viagem no CVEC.

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4. CIRCUITO DO VALE EUROPEU CATARINENSE

A SANTUR (Santa Catarina Turismo) promove 10 regiões turísticas em Santa

Catarina: Caminho dos Príncipes, Costa Verde e Mar, Serra Catarinense,

Caminho dos Cânions, Grande Oeste, Grande Florianópolis, Caminhos da

Fronteira, Encantos do Sul, Vale do Contestado e Vale Europeu (SANTUR, 2012).

O Vale Europeu tem roteiro de Arte & Charme, de Mochileiros, de Aventura e

Emoção, das Flores e Sabor Italiano. (VALE EUROPEU, 2012).

O Vale Europeu Catarinense é um pedaço da Europa no Brasil. Percebe-se essas

características na arquitetura, na culinária e no artesanato, nos jardins bem

cuidados, nas ruas limpas, no povo educado, nas festas de outubro. A região

ainda tem rios, montanhas, estradas de terra e cavernas, próprios para o

ecoturismo e os esportes ligados à natureza. (GOVERNO DO ESTADO DE

SANTA CATARINA, 2012).

O Circuito de Cicloturismo do Vale Europeu percorre sete cidades de Santa

Catarina: Timbó, Pomerode, Indaial, Ascurra, Rodeio, Doutor Pedrinho, Rio dos

Cedros e retorna a Timbó. São 300 quilômetros de trajeto, projetado para ser

concluído em uma semana, pedalando aproximadamente 40 km por dia.

A figura 3 situa o Circuito de Cicloturismo do Vale Europeu no Brasil e em Santa

Catarina.

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Figura 3: Localização do Circuito de Cicloturismo do Vale Europeu Catarinense

Fonte: Site do Circuito de Cicloturismo do Vale Europeu Catarinense

O percurso pode ser dividido em parte alta e parte baixa. A parte baixa

acompanha o vale dos rios, indo de Timbó até Rodeio. Pode ser feito por pessoas

que possuam um condicionamento físico razoável e pouca experiência com

bicicleta. Já na parte alta, de Rodeio a Rio dos Cedros, apresenta uma dificuldade

bem maior, é uma região um pouco mais isolada, onde a natureza está muito

presente. São frequentes os trechos em que a estrada estreita se embrenha na

mata e permite que o cicloturista fique muito próximo dos pássaros e outros

pequenos animais. O relevo é mais acentuado e exige um bom preparo físico

para enfrentar alguns desafios como os longos trechos de subida, e muita

experiência em cicloturismo, uma vez que o roteiro cruza locais menos habitados.

(VALE EUROPEU, 2012).

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Para ajudar na preparação dos cicloturistas foi desenvolvido um guia disponível

no site do circuito ou impresso entregue na Choperia e Restaurante Thapyoka,

ponto zero do percurso, onde é entregue o passaporte do circuito. Ao retornar

depois de percorrer todo o trajeto, os viajantes que carimbaram o seu passaporte

em todas as cidades do circuito recebem um certificado de conclusão do circuito.

Figura 4: Certificado de Conclusão do Circuito do Vale Europeu Catarinense

Fonte: Circuito do Vale Europeu Catarinense

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No guia o viajante tem acesso a distância total percorrida, distância percorrida

diariamente, ascensão total, dificuldade física e dificuldade técnica de cada dia da

viagem. Além de sugestões de bagagem (itens pessoais e itens para a bicicleta e

kit de primeiros socorros) e alimentação. Os trajetos diários estão apresentados

em mapas, a figura 5 apresenta o que cada item do mapa representa.

Figura 5: Identificação dos itens apresentados nos mapas do CVEC

Fonte: Site do Circuito de Cicloturismo do Vale Europeu Catarinense

As dificuldades física e técnica estão classificadas em uma escala de 1, mais fácil,

e 5 a mais difícil. Essa classificação foi baseada em um indivíduo não sedentário

e não atleta. Cada trajeto do percurso foi classificado pela sua dificuldade física e

pela sua dificuldade técnica.

O primeiro dia de viagem é da cidade de Timbó a cidade de Pomerode. A

distância total é de 45 km, a ascensão total é de 510m, a dificuldade física é três e

a dificuldade técnica é dois. Esse trajeto passa pela cidade de Rio dos Cedros,

no bairro do Rio Ada. Em Pomerode, o circuito passa pela Rota Enxaimel, onde

há uma grande concentração de casas construídas neste estilo. As casas estão

identificadas com placas explicativas, que trazem um pouco da história da

edificação. A figura 6 apresenta o trajeto e o plano altimétrico do primeiro dia de

viagem no Circuito do Vale Europeu.

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Figura 6: a) Primeiro trajeto b) Plano Altimétrico

Fonte: Site do Circuito de Cicloturismo do Vale Europeu Catarinense

No segundo dia a saída é em Pomerode e a chegada em Indaial. A distância total

é de 40,1 km, a ascensão total é 520m, a dificuldade física é três e a dificuldade

técnica é dois. A Figura 7 apresenta o trajeto e o plano altimétrico do segundo dia

de viagem no Circuito do Vale Europeu.

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Figura 7: a) Segundo trajeto b) Plano Altimétrico

Fonte: Site do Circuito de Cicloturismo do Vale Europeu Catarinense

O terceiro dia a saída é na cidade de Indaial e a chegada à cidade de Rodeio.

Esse percurso passa por diversas pontes, entre elas se destacam a Ponte dos

Arcos e a Ponte Pênsil na cidade de Indaial. Antes de chegar a Rodeio os

cicloturistas passam pela cidade de Ascurra, essas cidades foram colonizadas por

imigrantes italianos. A distância total é 26,9 km, a ascensão total é 170m, a

dificuldade física é um e a dificuldade técnica é dois.

A figura 8 apresenta o terceiro trajeto e o plano altimétrico do terceiro trajeto do

Circuito do Vale Europeu Catarinense.

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Figura 8: a) Terceiro trajeto b) Plano Altimétrico

Fonte: Site do Circuito do Vale Europeu Catarinense

No quarto dia de viagem começa a subida a parte alta do Circuito. A saída é em

Rodeio e a chegada em Doutor Pedrinho. Destaque da paisagem construída

desse dia é a igreja construída no estilo Enxaimel, a única no Brasil. A distância

total é 41,1km, a ascensão total é 1.120m, a dificuldade física é cinco e a

dificuldade técnica é dois.

A figura 9 apresenta o quarto trajeto e o plano altimétrico do quarto trajeto do

Circuito do Vale Europeu Catarinense.

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Figura 9: a) Quarto trajeto b) Plano Altimétrico

Fonte: Site do Circuito do Vale Europeu Catarinense

O trajeto do quinto dia percorre o trecho mais isolado do percurso, as araucárias

dominam a paisagem. Começa na cidade de Doutor Pedrinho e termina na cidade

de Rio dos Cedros (Alto Cedros). A distância total é 35 km, a ascensão total é

860m, a dificuldade física é quatro e a dificuldade técnica é dois.

A figura 10 apresenta o quinto trajeto e a o plano altimétrico do quinto trajeto do

Circuito do Vale Europeu Catarinense.

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Figura 10: a) Quinto trajeto b) Plano Altimétrico

Fonte: Site do Circuito do Vale Europeu Catarinense

O trajeto do sexto dia também é um percurso isolado. Todo trajeto é na cidade de

Rio dos Cedros, saindo de Alto Cedros e chegando em Palmeiras. A distância

total é 46km, a ascensão total é 840m, a dificuldade física é quatro e a dificuldade

técnica é dois.

A figura 11 apresenta o sexto trajeto e o plano altimétrico do sexto trajeto do

Circuito do Vale Europeu Catarinense.

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Figura 11: a) Sexto trajeto b) Plano altimétrico

Fonte: Site do Circuito do Vale Europeu Catarinense

O sétimo e último trajeto de viagem à saída é em Rio dos Cedros, passando por

Benedito Novo e retornando a Timbó, na Choperia e Restaurante Thapyoka. A

distância total é 53km, a ascensão total 670m, a dificuldade física é três e a

dificuldade técnica é dois.

A figura 12 apresenta o quinto trajeto e o plano altimétrico do quinto trajeto do

Circuito do Vale Europeu Catarinense.

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Figura 12: a) Sétimo trajeto b) Plano Altimétrico

Fonte: Site do Circuito do Vale Europeu Catarinense

Todo o Circuito de Cicloturismo do Vale Europeu Catarinense é sinalizado com

setas amarelas, as setas estão em placas próprias ou desenhadas em postes ou

muros, demostrados na Figura 13. O cicloturista também encontra placas

avisando a divisa de municípios, o local onde inicia e termina cada dia de viagem

e a altitude nos lugares mais altos.

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Figura 13: Sinalização do Circuito de Cicloturismo do Vale Europeu Catarinense

Fonte: o autor

4.1 Gestão do Circuito do Vale Europeu Catarinense

Para um melhor entendimento do CVEC investigou-se a gestão do circuito com o

Gestor de Turismo.

O Circuito de Cicloturismo do Vale Europeu Catarinense é gerenciado por três

entidades, o Consórcio Intermunicipal de Municípios do Médio Vale do Itajaí, o

Clube de Cicloturismo do Brasil e a Associação Vale das Águas. O Consórcio

Intermunicipal de Municípios do Médio Vale do Itajaí é composto pelos

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representantes do governo municipal de todas as cidades que o circuito percorre,

sua principal função é conseguir verba para viabilizar o projeto e mantém o

circuito. O Clube de Cicloturismo do Brasil que organizou o trajeto para

cicloturistas, organizando a sinalização, o material gráfico, o site e apresentando

para quem tiver interesse em percorrer o circuito as informações necessárias,

como distância e grau de dificuldade dos trajetos, além de dicas importantes do

que levar na viagem. A Associação Vale das Águas é responsável pela

divulgação do circuito, participando de feiras de ecoturismo, vendendo pacotes

turísticos, negociando com os hotéis.

No dia 28 de novembro de 2012, às 14h, na Sede do Consórcio de Municípios do

Vale Europeu foi realizada uma entrevista semi-estruturada com o Gestor de

Turismo do CIMVI – Consórcio Intermunicipal do Médio Vale do Itajaí – Gestão

Associada de Serviços Públicos com sede em Timbó-SC.

O gestor explicou sobre a história do Circuito do Vale Europeu Catarinense, as

dificuldades iniciais, o gerenciamento atualmente, número de visitantes por ano,

maior legado deixado pelo circuito de cicloturismo, a visão dos empresários do

turismo sobre o cicloturismo na região, as novidades do CVEC para os próximos

anos e as dificuldades e potencialidades para a prática do cicloturismo no Vale

Europeu.

Em 2006, na Feira de Turismo de Aventura (Adventure Sports Fair), o gestor do

CIMVI conheceu o Rodrigo Telles e a Eliana Garcia, do Clube de Cicloturismo do

Brasil, juntos organizaram um Encontro Nacional de Cicloturismo no Jardim

Botânico em Timbó. Durante este Encontro surgiu à ideia de criar um circuito de

cicloturismo, o Rodrigo Telles e a Eliana Garcia que percorreram as estradas para

escolher os caminhos do circuito. Em novembro de 2006 o Circuito de

Cicloturismo do Vale Europeu Catarinense foi inaugurado.

No começo foram encontradas várias dificuldades para tornar o CVEC realidade.

Nos dois primeiro anos foi difícil fazer com que a população local entendesse qual

o perfil do cicloturista e orientar a comunidade local a ajudar os viajantes, pois na

maior parte do circuito não há circulação de pessoas e nos preocupávamos muito

com a segurança dos visitantes. Foi feito um trabalho com os autóctones onde se

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orientou a deixar utilizar o banheiro das casas, mas deixar entrar apenas um

cicloturista por vez e somente se apresentarem o passaporte, também explicamos

a população como se veste um cicloturista, quais acessórios têm na bicicleta. A

outra dificuldade foi chegar a um acordo com os prefeitos de todas as cidades que

formam o CIMVI (Apiúna, Ascurra, Benedito Novo, Doutor Pedrinho, Indaial,

Pomerode, Rio dos Cedros, Rodeio, Timbó). E os hotéis que não tinham preços

adequados e nem local para guardar as bicicletas.

O Gestor afirmou que atualmente a população colabora muito e citou um caso

recente de ajuda espontânea de uma moradora do CVEC com boa intenção mas

sem conhecimento de causa.

Em Rodeio tínhamos uma estátua na igreja que precisava ser restaurada, uma senhora que mora do lado da igreja, garantiu que sabia fazer a restauração. Quando fomos conferir o trabalho dela, ela tinha feito a restauração com canivete e esmalte de unha. A estátua de madeira teve que voltar para Itália para ver se conseguem concertar o estrago.

E hoje são nove municípios que fazem parte do CIMVI (Apiúna, Ascurra, Benedito

Novo, Doutor Pedrinho, Indaial, Pomerode, Rio dos Cedros, Rodeio e Timbó). O

Consórcio administra os Circuitos de Cicloturismo e Mochileiros e os Roteiros das

Flores, Arte e Charme, Aventura & Emoção e Sabores Italianos. Qualquer decisão

só pode ser tomada se cinco dos nove municípios forem a favor. O Circuito de

Cicloturismo não percorre a cidade de Apiúna.

O Vale das Águas é uma associação de empresários e empreendedores da área

do Turismo, organizados, constituídos legalmente que fazem a parceria em

diversas atividades que o consórcio realiza. E o Clube de Cicloturismo continua

presente, organiza todos os anos o Velotour no Carnaval e divulga o circuito.

Hoje temos anualmente de 800 a 1.000 pessoas que frequentam o CVEC.

Quando o ano tem mais feriados prorrogados o número de visitantes fica perto de

mil, quando são poucos feriados prolongados os visitantes ficam perto de 800.

Para o gestor o maior legado do CVEC para a comunidade local é que “surgiram

cicloturistas aqui na região, ao conversar e observar os cicloturistas a população

local também virou cicloturista”.

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O gestor comentou da visão dos prefeitos das cidades participantes do consórcio

e dos empresários do turismo da região.

Os prefeitos se consideram hoje donos do circuito. É comum escutar – “O meu circuito”. Eu acho isso ótimo, quando os prefeitos começaram a se orgulhar e se envolver mais, o circuito cresceu. Os empresários perceberam o crescimento, no começo atendiam 4 ou 5 pessoas, agora não é difícil atenderem 60 pessoas.

Para os próximos anos pode-se esperar do CVEC um Turismo Pedagógico. Para

conseguir ocupar as mulheres e crianças enquanto o marido pedala.

A ideia é criar uma cartilha que será trabalhada nas escolas dos nove municípios,

assim ensinando as crianças que consequentemente vão ensinar seus pais sobre

a preservação ambiental e cultural do CVEC, sobre o que os cicloturistas esperam

da sua viagem no CVEC. E essa cartilha também será distribuída para os

cicloturistas, para que consigam ter mais informações sobre os atrativos

construídos, pontes, igrejas, empresas familiares e também sobre os atrativos

naturais, rios, cachoeiras, estradas, árvores, plantas, animais.

Também seria oferecido guias, consultores de turismo pedagógico para passeios

orientados de escolas e turistas que tenham interesse. Para finalizar o gestor

falou sobre dificuldades e potencialidades para a prática do cicloturismo no

CVEC.

Potencialidade: Natureza – explorar a Natureza com o Lazer e a Aventura, o turista que busca aventura é fiel. Dificuldade – Mega estrelismo de cada cidade. Por exemplo, ninguém vem de São Paulo para ir no Zoológico em Pomerode, mas os gestores da cidade consideram mais importante preservar e divulgar o Zoológico do que o circuito.

4.2 Velotour no Circuito do Vale Europeu Catarinense

O Velotour é um evento organizado pelo Clube de Cicloturismo do Brasil e pelos

gestores do CVEC, realizado no Circuito do Vale Europeu Catarinense, no

período do Carnaval, com o objetivo de divulgar e promover o ciclismo e o CVEC.

O primeiro Velotour realizado no CVEC foi em 2008. Em 2013 aconteceu a 6ª

edição. Para a Eliana Garcia (2012), do Clube de Cicloturismo, o Velotour é “a

maior viagem com ciclistas independentes que acontece no país, é o espaço ideal

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para quem já tem experiência com a bicicleta e quer começar suas viagens. Além

disso, é um ótimo espaço para quem já é experiente e está acostumado a viajar

sozinho, pois o grupo sempre forma um ambiente ótimo de amizade, cooperação

e diversão”.

Os cicloturistas são independentes, pois suas reservas de hospedagem, seu

transporte até o destino e sua alimentação é responsabilidade de cada um. A

organização do evento tem apenas um roteiro a ser seguido com horários de

saída todos os dias, ponto de controle durante o trajeto e jantar programado em

restaurantes das cidades visitadas. Não há taxa de inscrição. Todos os

cicloturistas precisam usar capacete durante a viagem.

Durante o ano outras edições do Velotour são realizados em outros trajetos de

cicloturismo pelo país, em julho, acontece no Caminho da Luz em Minas Gerais e

em outubro o Circuito Serra Verde e Mar, no litoral catarinense, recebe os

cicloturistas para o evento.

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5 ANÁLISE DOS RESULTADOS

A análise dos dados desta pesquisa está dividida em duas partes. Primeiro são

descritos os resultados de acordo com os objetivos específicos estabelecidos

para este trabalho, a partir das respostas dos cicloturistas que participaram das

edições do Velotour 2012 e 2013, destacando o perfil sociodemográfico, o

histórico das viagens de bicicleta, as motivações, informações da viagem e a

percepção ambiental. Por fim apresentam-se os resultados encontrados com a

Análise de Correspondência Múltipla (ACM).

5.1 Resultados: perfil sociodemográfico, histórico das viagens de bicicleta, motivações, informações da viagem e percepção ambiental

Neste item são apresentados os fatores do comportamento dos participantes das

edições do Velotour 12 e 13, num total de 80 cicloturistas que responderam os

questionários, considerando-se o perfil sociodemográfico, o histórico de viagens

de bicicleta já realizadas, a motivação para o cicloturismo, a forma, planejamento

e gastos com a viagem, a análise dos dados mais relevantes acompanhados da

opinião do gestor do CIMVI e comparados com outros estudos sobre cicloturismo.

5.1.1 Perfil Sociodemográfico

Conhecer o perfil sociodemográfico dos cicloturistas é fundamental para entender

como eles percebem o ambiente, tendo a bicicleta como meio de transporte de

suas viagens, demonstrando características que influenciam a percepção dos

entrevistados.

No Perfil sociodemográfico foi levantado o gênero, a faixa etária, o estado de

residência, o grau de escolaridade e a renda familiar, representados no Quadro

02 a seguir.

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Quadro 02 - Perfil sóciodemográfico

Gênero Faixa Etária Residência Escolaridade

Masculino 73% 15 a 19 anos 1% SP 44% Ensino Fundamental Completo 1%

Feminino 27% 20 a 29 anos 9% SC 6% Ensino Médio Completo 10%

30 a 39 anos 41% RS 19% Ensino Superior Incompleto 9%

40 a 49 anos 26% PR 11% Ensino Superior Completo 40%

50 a 59 anos 18% RJ 14% Pós Graduação Incompleto 19%

acima de 60 anos 5% DF 4% Pós Graduação Completo 21%

BA 1%

DF 1%

Fonte: Dados da pesquisa

Verifica-se no Quadro 02 que a maioria (73%) dos respondentes é do gênero

masculino, enquanto que a representatividade de respondentes do gênero

feminino foi de 27%. Na pesquisa sobre o perfil dos cicloturistas na Estrada Real,

de Rezende; Vieira Filho (2011), essa diferença era mais evidente, sendo 93%

dos entrevistados do gênero masculino, evidenciando hoje uma maior

participação das mulheres nesta modalidade de turismo.

A faixa etária com o maior número de respondentes foi de 30 a 39 anos com 41%

dos entrevistados, a segunda maior faixa etária com maior número de

respondentes foi de 40 a 49 anos com 26% dos entrevistados. Somando as duas

faixas citadas percebe-se que 67% dos entrevistados tinham entre 30 e 49 anos.

A pesquisa confirmou esses dados passados pelo gestor, que pela sua percepção

definiu o perfil dos cicloturistas que percorrem o CVEC como “70% homens, tem

entre 35 e 60 anos”.

Em relação à faixa etária, esses resultados são bem diferentes dos encontrados

por Rezende; Vieira Filho (2011), onde “54% têm entre 20 e 29 anos e 25 % têm

entre 30 e 39 anos, não foram encontrados participantes com menos de 19 anos

ou mais de 60 anos”.

Ensino superior completo é o nível de escolaridade de 40% dos entrevistados,

somando os percentuais dos entrevistados que tem ensino superior completo com

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os que têm especialização completo ou incompleto, percebe-se que 80%, a

maioria, dos viajantes entrevistados tem ensino superior completo.

O maior número de cicloturistas participantes destas edições do Velotour, 44%,

reside no estado de São Paulo, 19% dos entrevistados residem no Rio Grande do

Sul, enquanto que apenas 6% dos respondentes reside no estado de Santa

Catarina, onde está localizado o Circuito do Vale Europeu.

O Quadro 03 apresenta a renda familiar mensal dos cicloturistas participantes, a

renda mensal familiar foi levantada a partir do salário mínimo, o valor do salário

mínimo em 2013 é de R$ 678.

Quadro 03 – Faixa de Renda

de 1 SM a 3 SM 14%

de 4 SM a 7 SM 25%

de 8 SM a 10 SM 12%

acima de 10 SM 49%

Fonte: Dados da pesquisa

Verifica-se no Quadro 03 que a faixa de renda acima de 10 salários mínimos, ou

mais de R$ 6.780, é a renda familiar mensal predominante, assinalada por 49%

dos viajantes, seguidos de, 25% se classificados na faixa de renda familiar

mensal de R$ 2.712 a R$ 4.746, 14% na faixa de renda familiar mensal de R$ 678

a R$ 2.034 e 12% tem a renda familiar mensal de R$ 5.424 a R$ 6.780. Ao

conversar e observar os cicloturistas e seus equipamentos verifica-se que esta

modalidade de turismo representa um alto custo para os participantes, pelo custo

elevado da bicicleta e deslocamentos, ficando restrito à poucas pessoas com

renda mais elevada.

Rezende (2011) afirma que “29% estão na faixa acima de 5 mil reais; 7% estão

entre 4 e 5 mil; e 11%entre 3 e 4 mil. Apesar de 31% terem a renda abaixo de 2

mil reais, 21% consideraram apenas seus rendimentos pessoais, pois são jovens

que residem sozinhos. As ajudas financeiras dadas pelos familiares não foram

consideradas, mesmo que contribuam para o estilo de vida de cada um”.

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O Gestor do CIMVI afirmou em entrevista que o público que frequenta o CVEC

está “com a sua vida social e financeira estável e pertencem as classes A ou B”.

Assim, pode-se definir resumidamente o perfil do cicloturista no CVEC como 73%

homens, 41% têm entre 30 e 39 anos, 44% residem no estado de São Paulo, 80%

tem ensino superior completo ou pós-graduação completa ou incompleta e 49%

tem renda familiar mensal acima de 10 salários mínimos.

5.1.2 Histórico das viagens de bicicleta

Com o intuito de conhecer melhor o cicloturista e entender de forma mais

aprofundada suas experiências, investigou-se quais viagens eles já tinham

realizado, antes da viagem pelo Circuito do Vale Europeu Catarinense.

O item histórico das viagens de bicicleta apresenta a quanto tempo cada

cicloturista pratica viagens de bicicleta, o motivo principal para começar a praticar

e quais as últimas três viagens que realizou.

O Quadro 04 traz quantos anos os viajantes praticam cicloturismo.

Quadro 04 – Pratica cicloturismo há quanto tempo

menos de 1 ano 30%

de 1 a 3 anos 36%

de 3 a 5 anos 14%

mais de 5 anos 20%

Fonte: Dados da pesquisa

Observa-se no Quadro 04 que 36% dos cicloturistas praticam de 1 a 3 anos e

30% praticam a menos de um ano. Esse dado vem de acordo com o objetivo do

Velotour que é de inserir pessoas no cicloturismo, pessoas que já pedalam, mas

que ainda não se sentem preparadas para uma viagem totalmente solitária.

Rezende (2011) descobriu que “a maioria dos cicloturistas, 19 (67,85%) dos 28,

começou a viajar, há menos de cinco anos, enquanto os outros viajam, há mais

tempo”.

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A prática de cicloturismo é recente no país. O Clube de Cicloturismo do Brasil foi

criado em 2001 e o primeiro circuito foi montado em 2006. Isso justifica a prática

recente de cicloturismo por esses viajantes.

A seguir foi solicitado aos respondentes que apresentassem de forma espontânea

os motivos que os levaram a praticar o cicloturismo. As respostas foram

agrupadas por similaridade e aproximação e os resultados estão apresentados no

Quadro 05.

Quadro 05 – Motivação para começar a praticar cicloturismo

Lazer/atividade física 48%

Superar limites 15%

Influência de amigos/marido 12%

Natureza 10%

Gosta de Pedalar 7%

Aventura 8%

Fonte: Dados da Pesquisa

Pode-se verificar no Quadro 05 que a principal motivação citada de forma

espontânea por 48% dos participantes do CVEC foi o Lazer e atividade física,

seguidos por superar limites (15%), influencia de amigos (12%), convívio com a

natureza (10%), aventura (8%) e o gosto por pedalar (7%).

Conforme já apresentado nesse estudo para Camargo (1989) busca-se com o

lazer a competição (que ele define como superar limites), aventura, vertigem e

fantasia. Utilizando essa definição e assim somando 49% de lazer e atividade

física com 15% de superar limites mais 8% de aventura, pode-se afirmar que 72%

dos cicloturistas pesquisados começaram a praticar essa modalidade por lazer.

Essa busca por lazer vem ao encontro do perfil do público pesquisado, pessoas

que já tem a vida social e financeira estável e estão buscando desafios,

realização pessoal, novos amigos e conhecimentos.

O Quadro 06 apresenta o destino turístico da última viagem de bicicleta dos

viajantes entrevistados.

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Quadro 06 – Destino turístico da última viagem de bicicleta

Costa Verde e Mar 35%

Primeira Viagem 23%

Santiago de Compostela 14%

Caminho da Luz 8%

Outros 20%

Fonte: Dados da Pesquisa

Como se pode observar no Quadro 06 o destino mais citado, 35%, foi o Circuito

Costa Verde e Mar, que é o segundo circuito organizado para cicloturismo em

Santa Catarina, foi projetado para ser percorrido em seis dias. Nele é realizado

um Velotour todos os anos no mês de outubro, em julho o Clube de Cicloturismo

organiza um Velotour no Caminho da Luz no estado de Minas Gerais. Como já foi

escrito nesse estudo, o público do Velotour são cicloturistas iniciantes, isso

justifica que tenham participado do evento nos três destinos onde ele é realizado.

O segundo destino mais citado, 14%, é Santiago de Compostela, na Espanha,

com certeza um dos destinos mais visitados por cicloturistas e mochileiros de todo

o mundo, atrai “pagadores” de promessa e pessoas que vão pela estrutura do

local para essa peregrinação.

Rezende (2011) encontrou respostas diferentes na sua pesquisa “[...] entre os

destinos citados estão: França; Holanda; interior da São Paulo; litoral do Ceará;

Espírito Santo; Vale Europeu, em Santa Catarina e Chapada Diamantina, na

Bahia. Trechos da Estrada Real também já tinham sido percorridos por muitos

deles”. Entre os cicloturistas pesquisados nesse estudo nenhum citou a Estrada

Real como seu último destino, mas entre os pesquisados da Estrada Real o

CVEC foi citado.

Portanto, sobre histórico de viagens dos cicloturistas estudados nesse trabalho

pode-se afirmar que são praticantes recentes da modalidade de cicloturismo, 66%

pratica no máximo há três anos e a principal motivação para começar a praticar

esse tipo de turismo foi lazer/atividade física citada de forma espontânea por 48%,

os destinos mais visitados recentemente pelos cicloturistas são os destinos onde

acontece o Velotour e Santiago de Compostela.

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5.1.3 Motivações

As pessoas direcionam sua percepção de acordo com o que as motiva, no

momento. Nesse sentido, a motivação é importante fator para entender como os

cicloturistas percebem o ambiente.

Os entrevistados responderam de forma espontânea duas perguntas abertas:

primeiro, eles foram questionados sobre suas motivações para a viagem que

tinham realizado; depois, foram perguntados se o Circuito do Vale Europeu

Catarinense tinha sido uma motivação específica.

O Quadro 07 apresenta as motivações para a viagem no Carnaval de 2012 ou

2013.

Quadro 07 - Motivações para a viagem

Amigos 38%

Lazer 25%

Superação/Desafio 13%

Férias 9%

Aventura 6%

Fugir do carnaval tradicional 5%

Comemorar aniversário de casamento 2%

Custo/Localização 2%

Fonte: Dados da Pesquisa

Conforme pode ser observado no Quadro 07 os amigos, com 38%, é a motivação

que mais atraiu cicloturistas, como o Velotour é uma viagem em grupo isso se

justifica. A segunda motivação mais citada foi o lazer com 25% dos entrevistados.

Para Rezende (2011) o lazer foi a motivação mais citada

Ter lazer também é motivação de todos os entrevistados. O prazer em utilizar a bicicleta nas viagens pôde ser percebido pela forma com que relataram suas experiências de viagem. Muitos entrevistados pareciam não se conter de alegria ao perceberem que havia uma pessoa, o entrevistador (o autor), disposto a ouvir cada detalhe de suas experiências.

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O Quadro 08 apresenta as motivações específicas para percorrer o CVEC na

opinião dos cicloturistas.

Quadro 08 - Motivações específicas do Circuito do Vale Europeu Catarinense

Natureza 30%

Colonização Europeia/Gastronomia/Chope 24%

Organização/Conhecer/1º do Brasil 24%

Experiência para viagens mais longas 10%

Não teve motivação específica 9%

Segurança 3%

Fonte: Dados da Pesquisa

Conforme pode-se observar no Quadro 08, a Natureza, com 30%, foi a motivação

escolhida pela maioria dos cicloturistas. Em segundo lugar empatado com 24%

aparece motivação ligada a Colonização Europeia, Gastronomia e Chope,

características marcantes das cidades que participam do CVEC e Organização,

conhecer e 1º Circuito do Brasil organizado para o cicloturismo.

Para melhor entender a relação entre esses dados realizou-se a análise fatorial

de correspondência múltipla que será apresentada no final desse capítulo.

5.1.4 Viagem

Nesta sub-seção, pretende-se entender a forma de viagem dos cicloturistas.

Foram levantadas informações específicas da viagem no Circuito do Vale

Europeu Catarinense, como planejamento, treinamento, meios de transporte,

hospedagem e alimentação utilizados.

No Quadro 09 apresenta dados de planejamento com o objetivo de descobrir

como o cicloturista se prepara ou para a viagem no CVEC.

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Quadro 09 – Planejamento para a viagem

Nível de planejamento

Qual treinamento utilizou para se preparar

Ajuda de profissional de EF

Alto 31% Nenhum 25% Sim 13%

Médio 44% Musculação 13% Não 87%

Baixo 20% Corrida 1%

Nenhum 5% Treinamento Funcional 5%

Ciclismo 46%

Yoga/Pilates 5%

Natação/Hidroginástica 5%

Fonte: Dados da pesquisa

No Quadro 09 pode-se observar que quanto ao nível de planejamento, o mais

utilizado foi o médio, citado por 44% dos entrevistados e apenas 5% não fizeram

nenhum tipo de planejamento. Os itens apresentados nessa pergunta foram

roteiro, percurso, dias, km/dia, hospedagem, equipamento, deslocamentos,

preparação física, orçamentos e alimentação.

O gestor do CIMVI afirma que os cicloturistas vêm com um alto nível de

planejamento, com certeza quem percorre o circuito sozinho ou em grupo

pequeno fora do Velotour precisa de um planejamento mais detalhado, ele ainda

complementa “[...] sentimos falta de um texto, que deveria ser elaborado por um

profissional de educação física sobre o corpo do cicloturista. Muitos turistas não

percebem quando estão desidratando ou quando estão quase em estafa física”.

Por mais que o cicloturista se planeje ele não percebe os sinais que o seu corpo

apresenta, por isso essa preocupação do gestor.

Em outro estudo foi identificado que o cicloturista viaja planejando sua viagem

com antecedência de um ano. Na Austrália 68% da amostra indicou que eles

estavam planejando uma viagem de cicloturismo nas férias nos próximos 12

meses, com a maioria sugerindo um viagem dentro dos próximos 3 meses

(RITCHIE; TKACZYNSKI; FAULKS, 2010).

O método mais utilizado no treinamento preparatório para percorrer o CVEC foi o

ciclismo, utilizado por 46% dos cicloturistas. O segundo método mais utilizado foi

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a musculação, utilizado por 13%. Apenas 5% dos viajantes não utilizaram nenhum

método de treinamento para essa viagem.

Mesmo assim, com 95% dos entrevistados que assinalaram algum método de

treinamento, apenas 13% afirmaram que contaram com um profissional de

educação física para se preparar para realizar a viagem de bicicleta por sete dias

no Circuito do Vale Europeu Catarinense.

O Quadro 10 apresenta o perfil de viagem dos cicloturistas pesquisados, trazendo

quantas vezes já realizou o CVEC, como costuma viajar de bicicleta e o meio de

transporte utilizado até o destino turístico.

Quadro 10 – Perfil da Viagem

Quantas vezes realizou a viagem

Como costuma viajar de bicicleta

Meio de transporte até o destino turístico

Primeira vez 75% Individual 25% Ônibus 24%

Duas vezes 11% Dupla 36% Carro próprio 51%

Três vezes 5% Família 8% Carro alugado 2%

Mais de três vezes 9% Grupo 31% Avião 14%

Bicicleta 9%

Fonte: Dados da pesquisa

Observa-se no quadro acima que para 75% dos entrevistados essa foi a primeira

vez no Circuito do Vale Europeu Catarinense. A maneira de viajar mais citada

pelos respondentes foi em dupla, assinalada por 36% dos entrevistados, 31%

costuma viajar em grupo e 25% costuma viajar sozinho.

O gestor do CIMVI afirmou que os cicloturistas geralmente percorrem o trajeto em

grupos de quatro ou cinco pessoas. Como o Velotour é um evento que se pedala

em grupo, é seguro suficiente que venham sozinhos ou em dupla, pois durante os

dias de viagem formam-se os grupos.

O meio de transporte mais utilizado para chegar ao destino turístico foi o carro

próprio, utilizado por 51% dos entrevistados. Um dos motivos pelo carro próprio

ser o meio de transporte mais utilizado pode ser a dificuldade de transportar a

bicicleta em outros meios de transporte.

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O gestor do CIMVI comentou sobre o transporte das bicicletas até o destino

turístico

[...] Nacionalmente a GOL e a TAM transportam a bicicleta na malabike, uma bolsa específica para o transporte da bicicleta. Com a GOL chegamos a ter oito reuniões para que hoje o transporte seja feito sem problema. Para vir do exterior com a bicicleta no avião é viável, para voltar com a bicicleta o preço cobrado pelo transporte não vale a pena, os turistas vendem a bicicleta aqui antes de retornar. De ônibus a Catarinense e a Itapemirim transportam. Mas é lei que todas as empresas de ônibus e de avião transportem a bicicleta na malabike.

O Quadro 11 apresenta os dados relacionados a viagem dos cicloturistas,

demonstrando a precedência da bicicleta, qual o tipo de hospedagem utilizada,

em qual estabelecimentos foram feitas as refeições durante a viagem e a

infraestrutura utilizada.

Quadro 11 – A viagem

Bicicleta Hospedagem Alimentação Infraestrutura

Própria 98% Hotel 29% Restaurante 37% Lojas de Bicicleta 9%

Outros 2% Pousada 15% Padaria 5% Posto de Gasolina 13%

Acampamento 6% Lanchonete 6% Hospital/Posto

de Saúde 6%

Casa de amigo 1% Supermercado 24%

Centro de informações

turísticas 13%

Hotel/Pousada 49% Faz a própria comida 10% Bancos 25%

Rest/Padaria/Lanchonete 18% Posto de

Gasolina/Banco 16%

Sem resposta 19%

Fonte: Dados da Pesquisa

O Quadro 11 demostra que maioria dos cicloturistas, 98% utilizaram uma bicicleta

própria para realizar o percurso do CVEC. Rezende (2011) também diagnosticou

isso “[...] todos os entrevistados utilizaram bicicletas próprias porque, segundo

eles, são fundamentais para o conforto e segurança da viagem”.

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Conforme apresentado no Quadro 11 os viajantes que se hospedaram em hotel e

pousada representam 49% da amostra pesquisada. Isso se deve a falta de opção

disponível em algumas cidades. Como esses cicloturistas participaram de uma

viagem em grupo, em localidades isoladas na parte alta do circuito não há opção

de hotéis, apenas de pousada. Em outras cidades como Timbó, por exemplo, não

há opção de pousadas, apenas dois hotéis disponíveis. Percebe-se que os

cicloturistas utilizam variados meios de hospedagem, durante a viagem. De uma

forma geral, eles preferiram a forma de hospedagem mais barata. Trata-se,

portanto, de uma tendência semelhante à relatada pela literatura nacional

(REZENDE, 2011).

Quanto à alimentação, 37% utilizaram somente restaurantes para realizar as suas

refeições, 24% utilizaram supermercado para comprar produtos necessários para

fazer a própria comida, principalmente sanduiches para serem consumidos

durante o dia de viagem, quando os cicloturistas precisam se alimentar com

comidas leves e não querem perder tempo. Além de sanduiches, os cicloturistas

se alimentam de frutas durante o dia de viagem, principalmente para manter a

hidratação. Os cicloturistas que pernoitam em hotéis frequentemente solicitam ao

hotel sanduiches e frutas para a viagem, em eventos de cicloturismo é comum os

hotéis já estarem preparados para essa solicitação e assim os sanduiches já são

preparados com ingredientes que não estragam facilmente, pois mesmo

embalados em papel alumínio estão geralmente submetidos as altas

temperaturas. No Velotour 2012 o calor era intenso e houve muitos problemas de

intoxicação alimentar. Na pesquisa de Rezende (2011), 92% dos cicloturistas

utilizaram restaurantes.

Quanto aos outros serviços utilizados 25% dos cicloturistas utilizaram banco

durante a viagem no CVEC, nas cidades na parte alta do circuito não há banco e

nem caixa eletrônicos por isso foram aconselhados pela organização do evento

para não haver problema.

Outra informação importante para entender a forma de viagem são os gastos dos

cicloturistas, aqui os gastos foram divididos em quem fez somente a parte baixa,

quem fez a parte alta e a parte baixa e depois os gastos desses dois grupos.

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Os gastos aqui apresentados são somente da viagem no Circuito do Vale

Europeu Catarinense, não estão contabilizados os gastos para aquisição e

manutenção da bicicleta e outros equipamentos utilizados.

O Gráfico 01 apresenta os gastos dos cicloturistas que percorram apenas a Parte

Baixa, que corresponde aos três primeiros dias de viagem pelo CVEC, as cidades

visitadas na Parte Baixa são Timbó, Pomerode, Indaial, Ascurra, Rodeio e retorno

a Timbó, totalizando aproximadamente 120km percorridos.

Gráfico 01 - Gastos de quem fez a Parte Baixa

Fonte: Dados da Pesquisa

Pode-se observar no Gráfico 01 que os valores diferem muito pelo local de

residência dos viajantes, por isso esse empate em 40% dos cicloturistas que

gastaram até R$ 500 e 40% dos cicloturistas que gastaram entre R$ 501 a R$

1.000. Nos gastos está incluso hospedagem, transporte até o destino turístico e

alimentação.

O Gráfico 02 demonstra os gastos dos cicloturistas que percorreram todo o

CVEC, ou seja, percorreram a Parte Baixa e ao invés de voltar a cidade de Timbó

continuaram mais quatro dias de viagem percorrendo as cidades de Doutor

Pedrinho, Rio dos Cedros, Benedito Novo e encerrando a viagem em Timbó,

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essas cidades fazem parte da Parte Alta do CVEC, o tempo projetado pelos

organizadores do circuito para percorrer ele inteiro é de sete dias.

Gráfico 02 – Gastos de quem fez o Circuito Completo

Fonte: Dados da Pesquisa

Pode-se observar no Gráfico 02 que o aumento de quatro dias de viagem também

aumentou dos gastos dos viajantes. Gastaram (38%) de R$ 501 a R$ 1.000 e

22% gastou entre R$ 1.001 a R$ 1.500. Esse aumento deve-se aos gastos em

alimentação e hospedagem na Parte Alta do CVEC. Os cicloturistas que gastaram

até R$ 500 acamparam e por isso não tiveram gastos com hospedagem ou

moram próximo ao CVEC e por isso não tiveram gastos com transporte até o

destino turístico.

O Gráfico 03 é a junção do Gráfico 01 e do Gráfico 02, analisa-se os gastos de

todos os respondentes da pesquisa sem levar em consideração os dias de

viagem e os trajetos percorridos.

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Gráfico 03 – Gastos dos entrevistados

Fonte: Dados da Pesquisa

Conforme demonstrado no Gráfico 03, 39% dos cicloturistas gastaram entre R$

501 a R$ 1.000 e 26% gastaram até R$ 500. O gestor do CIMVI afirmou que ”os

gastos para quem percorre os sete dias de circuito, entre comer e dormir são de

R$ 800,00 a R$ 850,00. E que os cicloturistas gastam em média R$ 1.500,00 para

chegar até o destino turístico e voltar para suas residências”.

Em estudo no Reino Unido já se verificou que os gastos estão intimamente

ligados ao tempo de viagem, ao grupo de viagem e ao tipo de viagem.

(DOWNWARD; LUMSDON; WESTON, 2009).

5.1.5 Percepção Ambiental

Para analisar a Percepção Ambiental dos cicloturistas no CVEC, construiu-se dois

gráficos, o Gráfico 04 apresenta a satisfação dos viajantes em relação aos

serviços oferecidos, considerando serviços a alimentação, a hospedagem, a

receptividade da população local, os entretenimentos e os serviços públicos e o

Gráfico 05 apresentando a satisfação dos viajantes em relação a infraestrutura

oferecida, considerando a sinalização, as estradas, o transporte, as lojas de

bicicleta e as informações turísticas.

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Ainda com o intuito de analisar a percepção ambiental foram coletadas sugestões

para melhorar o cicloturismo no CVEC, os entrevistados responderam se fizeram

muito, pouco ou nenhum contato com os habitantes locais, citaram um ponto de

destaque na percepção da cultura local e assinalaram o que o viagem no CVEC

lhes proporcionou.

O Gráfico 04 apresenta como os serviços e a receptividade da população foram

avaliados para descobrir como os cicloturistas percebem o CVEC e também

avaliar o grau de satisfação dos cicloturistas em relação aos serviços oferecidos

no CVEC. Eles foram conceituados numa escala de muito ruim a muito bom.

Alguns viajantes não utilizaram os serviços pesquisados, nessa situação não

avaliaram.

Gráfico 04 - Satisfação em relação aos serviços oferecidos no Circuito do Vale Europeu Catarinense

Fonte: Dados da Pesquisa

Conforme é demonstrado no Gráfico 04, o serviço melhor avaliado foi a

receptividade da população sendo considerada muito bom por 54% dos

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entrevistados, seguida pela alimentação com 33% entrevistados avaliando como

muito bom, 26% avaliaram a hospedagem como muito bom, entretenimento e

serviços públicos foram avaliados por 12% dos cicloturistas como muito bom.

Entretenimento foi o serviço pior avaliado pelos viajantes, foi o único serviço que

recebeu avaliação de muito ruim por 2% e 41% avaliaram como regular. Durante

o Velotour todas as noites o jantar é sugerido pelos organizadores do evento,

para que justamente todos possam se reunir e compartilhar as experiências do

dia. Mas além do jantar nada é oferecido. Os restaurantes das cidades

percorridas não oferecem música ao vivo ou qualquer outra atração. Não há muita

opção de bares, nas cidades da parte alta nem choperia ou bares existem para

atender a população local e os cicloturistas.

O Gráfico 05 permite analisar a satisfação em relação a infraestrutura oferecida

no CVEC. Dentre a infraestrutura oferecida foram avaliadas as lojas de bicicleta, o

transporte até o destino turístico, as estradas do CVEC, a sinalização do CVEC e

informações turísticas.

Gráfico 05 - Satisfação em relação a infraestrutura oferecida no Circuito do Vale Europeu

Fonte: Dados da Pesquisa

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No Gráfico 05 verifica-se a seguinte avaliação quanto a infraestrutura: as

informações turísticas foi a melhor infraestrutura avaliada recebendo 30% de

muito bom e 30% de bom. Seguida sinalização que recebeu 29% de muito bom e

44% de bom. As estradas foram avaliadas por 19% como muito bom e 56% como

bom. O transporte foi avaliado por 13% como muito bom e 32% como bom. As

lojas de bicicleta foram avaliadas como muito bom por 21% e bom por 28%. O

transporte até o local de destino e as lojas de bicicleta foram os serviços que não

foram utilizados por todos os cicloturistas.

Após a avaliação sobre os serviços e a infraestrutura oferecida, os cicloturistas

responderam a pergunta se houve contato com os habitantes locais. Para todos

os cicloturistas houve contato com os habitantes locais. Para 70% dos viajantes

houve pouco contato com os habitantes locais e 30% responderam que tiveram

muito contato com os habitantes locais.

Alguns cicloturistas entrevistados deixaram sugestões para o CVEC, essas

sugestões foram agrupadas em alimentação, hospedagem, comunicação,

população e sinalização e serão apresentadas abaixo:

Alimentação – Os estabelecimentos devem oferecer comidas mais saudáveis e

adequados, durante o trajeto poderia ter pontos para piquenique.

Hospedagem – Os valores de hospedagem deveriam ser mais acessíveis,

apresentando opção de camping. Os hotéis e pousadas poderiam incluir na diária

um lanche e mais uma fruta para o cicloturista levar durante o seu dia de

pedalada, nos hotéis e pousadas seria bom ter um local para lavar roupa e uma

centrífuga.

Comunicação – Na parte Alta do CVEC deveria ter acesso a telefone, pois

durante alguns dias do percurso não existe sinal de celular.

População – A sugestão mais citada foi de orientar os motoristas a ter mais

respeito com o cicloturista. Divulgar mais o circuito de cicloturismo para a

população local. Apresentar ou se for preciso criar opções de lazer nas cidades.

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Sinalização – Cortar arbustos na frente das placas de sinalização, placas

avisando a preferência do ciclista, mais setas amarelas, outras opções de rota

para ciclistas iniciantes.

Os cicloturistas percorrem trechos isolados, estradas sem sinalização de trânsito,

encontram motoristas que pensam serem os donos da estrada, pois geralmente

são os únicos a percorrerem diariamente. Isso dificulta um pouco.

5.1.6 Velotour

Para finalizar os entrevistados avaliaram o Velotour que é um evento organizado

pelo Clube de Cicloturismo do Brasil, realizado no Circuito do Vale Europeu

Catarinense, no período do Carnaval. Em 2012 aconteceu a 5ª edição e em 2013

a 6ª edição. Para a Eliana Garcia (2011), do Clube de Cicloturismo, o Velotour é

“A maior viagem com ciclistas independentes que acontece no país, é o espaço ideal para quem já tem experiência com a bicicleta e quer começar suas viagens. Além disso, é um ótimo espaço para quem já é experiente e está acostumado a viajar sozinho, pois o grupo sempre forma um ambiente ótimo de amizade, cooperação e diversão”.

A avaliação do Velotour pode ser observada no Quadro 12.

Quadro 12- Avaliação do Velotour

Site do CVE Participação no

Velotour Site do evento Organização do

evento

Muito Bom 50% Primeira vez 61% Muito Bom 64% Muito Bom 69%

Bom 38% Duas vezes 20% Bom 31% Bom 30%

Regular 12% Três vezes 11% Regular 5% Regular 1%

mais de 3 vezes 8%

Fonte: Dados da Pesquisa

Conforme o Quadro 12 o site do CVEC foi avaliado como muito bom por 50% e

bom por 38% dos cicloturistas. O site foi projetado para ser um guia virtual,

contém todas as informações sobre os trajetos percorridos diariamente, com

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planilhas de altitude e graus de dificuldade, além de contato dos locais de

hospedagem.

O site do Velotour foi avaliado por 64% dos viajantes como muito bom e por 31%

como bom. O site do evento apresenta a programação do evento e orientações

para a viagem. Esse site é um link no site do Clube de Cicloturismo do Brasil.

Para 61% esse foi o primeiro Velotour e 20% participaram a segunda vez do

evento. Já foi apresentado anteriormente nesse capítulo que 75% dos cicloturistas

estavam realizando a primeira vez nesse destino e que 30% dos cicloturistas

praticam essa modalidade turística a menos de um ano.

A organização do evento foi avaliada como muito boa por 69% dos respondentes

e como boa para 30% dos cicloturistas. O Velotour é o principal evento do CVEC,

pois além de ter data e periodicidade definida é durante o evento que o maior

grupo de cicloturistas percorre o circuito. Portanto, com uma boa avaliação do

evento espera-se que outras versões do evento sejam realizadas atraindo mais

cicloturistas ao CVEC.

5.2 Resultados obtidos com a Análise de Correspondência Múltipla

Para uma melhor interpretação dos dados coletados nesse estudo além da

apresentação e análise dos resultados em porcentagem, será apresentada a

Análise de Correspondência Múltipla (ACM).

A ACM resume em gráficos, de fácil interpretação visual, as correspondências

existentes entre as variáveis, as suas categorias e os indivíduos observados, com

caráter multidimensional. Dessa forma este método será adotado para verificar a

correspondência entre a percepção ambiental do cicloturistas com o número de

vezes que estiveram no CVEC, motivações para começar a praticar cicloturismo e

motivação específica para a viagem no CVEC.

Os gráficos 06, 07 e 08 a seguir foram resultados das análise AFCM, utilizando as

legendas após os gráficos sendo que os números que acompanham as siglas

representam respectivamente: o número 1 significa que o critério de percepção

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ambiental foi avaliado como muito bom ou bom, o número 2 significa que a

percepção ambiental foi avaliado como regular, ruim ou muito ruim e o número 3

significa que o cicloturista não utilizou o serviço ou infraestrutura e ou não avaliou

aquele requisito.

O Gráfico 06 apresenta a avaliação da percepção ambiental dos cicloturistas

comparada com o número de vezes que percorreram o CVEC.

Gráfico 06: Análise da Percepção Ambiental x Quantas vezes percorreu o CVEC

Fonte: Dados da Pesquisa Legenda:

Percepção Ambiental Quantidade de vezes que percorreu o CVEC

Tur Informações Turísticas

Rec Receptividade

Sin Sinalização

Est Estradas

Ent Entretenimento

Pub Serviços Públicos

Ali Alimentação

Hpd Hospedagem

Tsp Transporte

Bic Lojas de bicicleta

QT:PV Primeira vez

QT:2a3X Segunda ou terceira vez

QT: 4X Quarta ou mais vezes

A

C

B

D

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O Gráfico 06 apresenta quatro grupos A, B, C e D, esses grupos são os

cicloturistas que avaliaram a percepção ambiental do CVEC. Todos os itens com

a bolinha azul representam avaliação da percepção ambiental e os itens com

quadradinho vermelho representam a quantidade de vezes que o cicloturista

percorreu o CVEC.

O grupo A, composto por cicloturistas que avaliaram negativamente (ou seja

atribuíram conceitos regular, ruim ou muito ruim) para percepção ambiental,

incluindo os itens lojas de bicicleta, serviços públicos, transporte até o destino

turístico, alimentação, estradas, entretenimento, sinalização, informações

turísticas, hospedagem e receptividade da população local, demonstram no

gráfico uma relação moderada com o grupo de cicloturista que participaram 2 ou 3

vezes o CVCE, assumindo um posicionamento mais crítico. Já destacado no

gráfico um grupo D que possuem uma relação fraca com todos os demais grupos

de participantes.

O grupo B, composto por cicloturistas que percorreram pela primeira vez o CVEC

demonstram no gráfico uma relação mais forte com a percepção ambiental

relacionados a alimentação, sinalização, estradas e hospedagem. Já o grupo C é

composto por cicloturistas que percorreram pela quarta ou mais vezes o CVEC e

também avaliaram a percepção ambiental como muito bom ou bom, e, conforme

demonstrado no gráfico, tem uma relação mais forte da percepção ambiental

relacionados ao transporte até o local o destino turístico, as lojas de bicicleta,

informações turísticas, entretenimento e serviços públicos.

O grupo D é comporto por cicloturistas que não avaliaram a percepção ambiental.

Os itens da percepção ambiental não avaliados foram lojas de bicicleta, transporte

até o destino turístico, serviços públicos, informações turísticas, entretenimento e

alimentação. Entende-se que esses cicloturistas não utilizaram esses serviços e

portanto não poderiam avaliar.

Relacionando a avaliação da percepção ambiental com a quantidade de vezes

que o cicloturista percorreu o CVEC, conclui-se que quem percorreu quatro ou

mais vezes teve uma percepção ambiental mais positiva, avaliando os serviços e

a infraestrutura oferecida como muito bom ou bom, pois está localizada nesse

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plano bem distante do grupo que avaliou como regular, ruim ou muito ruim e

também do grupo que não avaliou.

O Gráfico 07 apresenta a percepção ambiental e o motivo dos cicloturistas

pesquisados para começar a praticar cicloturismo.

Gráfico 07: Percepção Ambiental x Motivo que começou praticar cicloturismo

Col.Coords

Suppl.Cols

Tur:1 Tur:2

Tur:3

Rec:1

Rec:2

Sin:1

Sin:2

Est:1

Est:2

Ent:1

Ent:2

Ent:3

Pub:1

Pub:2

Pub:3

Ali:1

Ali:2

Ali:3

Hpd:1Hpd:2

Tsp:1

Tsp:2

Tsp:3

Bic:1

Bic:2

Bic:3

Prat:L.AF

Prat:IAM

Prat:SL

Prat:GPA

Prat:Nat

-1,5 -1,0 -0,5 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0

Dimension 1; Eigenv alue: ,31509 (19,69% of Inertia)

-2,0

-1,5

-1,0

-0,5

0,0

0,5

1,0

1,5

Dim

ens

ion 2

; E

igenvalu

e:

,24228 (

15,1

4%

of

Inert

ia)

Tur:1 Tur:2

Tur:3

Rec:1

Rec:2

Sin:1

Sin:2

Est:1

Est:2

Ent:1

Ent:2

Ent:3

Pub:1

Pub:2

Pub:3

Ali:1

Ali:2

Ali:3

Hpd:1Hpd:2

Tsp:1

Tsp:2

Tsp:3

Bic:1

Bic:2

Bic:3

Prat:L.AF

Prat:IAM

Prat:SL

Prat:GPA

Prat:Nat

Fonte: Dados da Pesquisa Legenda

Percepção Ambiental

Tur Informações Turísticas

Rec Receptividade

Sin Sinalização

Est Estradas

Ent Entretenimento

Pub Serviços Públicos

Ali Alimentação

Hpd Hospedagem

Tsp Transporte

Bic Lojas de bicicleta

Motivos para começar praticar cicloturismo

L.AF Lazer/Atividade Física

SL Superar limites

IAM Influência de amigos/marido

Nat Natureza

GPA Gosta de Pedalar/Aventura

A

D

B

C

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87

O Gráfico 07 apresenta quatro grupos A, B, C e D, esses grupos são os

cicloturistas que avaliaram a percepção ambiental do CVEC. Todos os itens com

a bolinha azul representam avaliação da percepção ambiental e os itens com

quadradinho vermelho representam os motivos para começar a praticar

cicloturismo. Os motivos citados pelos cicloturistas são lazer/atividade física,

superar limites, influência de amigos/marido, natureza e gosta de

pedalar/aventura.

O grupo B é composto por cicloturistas que avaliaram positivamente (atribuindo

conceitos Muito bom e Bom) para percepção ambiental; encontram-se os

viajantes que começaram a praticar cicloturismo por lazer ou atividade física

(LAF), superar limites (SL) e admirar/vivenciar a natureza (Nat). Assim, conforme

observado no gráfico existe uma relação forte entre a percepção ambiental e a

motivação para atividade do CTVE.

Verifica-se ainda que, aqueles cicloturistas que foram motivados a praticarem

cicloturismo por influência de amigos/marido (IAM) e aqueles que praticam por

gostarem de pedalar ou procuravam aventura (GPA), conforme demonstrado no

gráfico possuem uma relação moderada com a percepção ambiental.

E, demonstrado no gráfico aqueles grupos C e D são cicloturistas com uma

relação muito fraca com entre a motivação e a avaliação ambiental. Pode-se

entender que esses cicloturistas não utilizaram esses serviços e/ou não avaliaram

estes itens.

O Gráfico 08 apresenta a percepção ambiental e as motivações dos cicloturistas

pesquisados para percorrer o Circuito do Vale Europeu de Catarinense.

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Gráfico 08: Percepção Ambiental x Motivação específica para CVEC

Col.Coords

Suppl.Cols

-1,5 -1,0 -0,5 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0

Dimension 1; Eigenv alue: ,31509 (19,69% of Inertia)

-2,0

-1,5

-1,0

-0,5

0,0

0,5

1,0

1,5

Dim

ensio

n 2

; E

igenvalu

e:

,24228 (

15,1

4%

of

Inert

ia)

Tur:1 Tur:2

Tur:3

Rec:1

Rec:2

Sin:1

Sin:2

Est:1

Est:2

Ent:1

Ent:2

Ent:3

Pub:1

Pub:2

Pub:3

Ali:1

Ali:2

Ali:3

Hpd:1 Hpd:2

Tsp:1

Tsp:2

Tsp:3

Bic:1

Bic:2

Bic:3

Motiv:CE

Motiv:Nat

Motiv:O1S

Motiv:Exp

Motiv:Não

Fonte: Dados da Pesquisa

Legenda

Percepção Ambiental

Tur Informações Turísticas

Rec Receptividade

Sin Sinalização

Est Estradas

Ent Entretenimento

Pub Serviços Públicos

Ali Alimentação

Hpd Hospedagem

Tsp Transporte

Bic Lojas de bicicleta

Motivações para percorrer o CVEC

Nat Natureza

CE Colonização Europeia/Gastronomia/Chope

O1S Organização/conhecer/1º do Brasil/Segurança

Exp Experiência para viagens mais longas

Não Não teve motivação específica

A

B

C

D

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O Gráfico 08 apresenta quatro grupos A, B, C e D, esses grupos são os

cicloturistas que avaliaram a percepção ambiental do CVEC. Todos os itens com

a bolinha azul representam avaliação da percepção ambiental e os itens com

quadradinho vermelho representam os motivos específicos para a viagem no

Circuito do Vale Europeu Catarinense.

Entre o grupo A composto pelo cicloturistas que não apresentaram nenhuma

motivação específica (Não) para percorrer o CVEC e estes apresentam um

relação forte com a avaliação negativa da percepção ambiental. O grupo D

formado por cicloturistas que se identificaram com motivação para viagens mais

longa apresentam uma forte relação com a avaliação negativa dos itens da

percepção ambiental relacionadas a lojas de bicicleta, transporte até o destino

turístico, serviços públicos, informações turísticas, entretenimento e alimentação.

O grupo B composto pelos cicloturistas cujas motivações para percorrer o CVEC

a contemplação da natureza (Nat) e a organização do evento e participar do

primeiro circuito do Brasil, apresentam uma forte relação com a percepção

ambiental positiva dos elementos alimentação, sinalização, estradas,

receptividade da população, informações turísticas e hospedagem.

E, conforme demonstra o gráfico, o grupo C é composto por cicloturistas cuja

motivação especifica de conhecer a colonização europeia, a gastronomia e o

chope (CE), apresentam uma forte relação com a avaliação positiva da percepção

ambiental, dos elementos transporte até o local o destino turístico, lojas de

bicicleta, entretenimento e serviços públicos.

Realizando uma análise geral acerca dos resultados apresentados neste capítulo,

é possível constatar o perfil sócio-econômico dos cicloturistas que percorrerem o

CVEC a maioria são homens, tem entre 30 e 49 anos, residem no estado de São

Paulo, possuem ensino superior completo e a faixa de renda familiar mensal é

acima de dez salários mínimos.

A maioria dos cicloturistas praticam a modalidade de um a três anos, começaram

a praticar por lazer e atividade física e a última viagem foi o Circuito da Costa

Verde e Mar no litoral Catarinense. A principal motivação para a viagem é o

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encontro com amigos e a possibilidade de fazer novas amizades, a principal

motivação específica para percorrer o CVEC foi a natureza.

Quanto a viagem pode-se afirmar que a maior parte dos cicloturistas teve um

nível de planejamento médio, não utilizou nenhum método de treinamento físico,

viajam em dupla, utilizam carro próprio até o destino turístico, viajam com bicicleta

própria, utilizam hotel ou pousada e restaurante. Gastam aproximadamente de R$

500,00 a 1.000,00 durante a viagem.

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6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Esta pesquisa teve como principal tema o cicloturismo, ou viajar de bicicleta, mais

precisamente os cicloturistas que percorreram um circuito de 300 km localizado

no Vale Europeu Catarinense, fazem parte desse trajeto estradas de terra, morros

e uma natureza exuberante.

O Vale Europeu Catarinense é uma das regiões turísticas promovidas pela

SANTUR (Santa Catarina Turismo), além do circuito de cicloturismo o Vale

Europeu promove o turismo a partir de outros roteiros, Arte & Charme,

Mochileiros, Aventura e Emoção, Flores e Sabor Italiano.

A ideia de pesquisar o cicloturista surgiu do marketing, onde compreender como

os consumidores individuais e organizacionais se comportam é um pré-requisito

para um marketing eficaz. Somente conhecendo o consumidor, que pode-se

construir um produto que atenda as suas exigências.

O fato de acontecer um evento reunindo vários turistas uma vez por ano no

destino estudado tornou possível a realização dessa pesquisa, cujo objetivo geral

proposto foi analisar os fatores do comportamento dos cicloturistas participantes

do Velotour no CVEC.

Com os dados coletados com os 80 participantes dos Velotour 2012 e 12013

pode-se concluir que o perfil do cicloturista no CVEC é a maioria homens, têm

entre 30 e 49 anos, residem no estado de São Paulo, tem ensino superior

completo ou pós-graduação completa ou incompleta e tem renda familiar mensal

acima de 10 salários mínimos.

Sobre histórico de viagens dos cicloturistas estudados pode-se afirmar que são

praticantes recentes da modalidade de cicloturismo, a maioria pratica no máximo

há três anos e a principal motivação para começar a praticar esse tipo de turismo

foi lazer/atividade física citada de forma espontânea por 48%, os destinos mais

visitados recentemente pelos cicloturistas são os destinos onde acontece o

Velotour e Santiago de Compostela.

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A Natureza, com 30%, foi a motivação mais escolhida pelos cicloturistas para

percorrer o CVEC. Os amigos, com 38%, é a motivação que mais atraiu

cicloturistas para participar do Velotour.

Ao analisar a viagem dos cicloturistas pode-se concluir que 44% se prepararam

com um nível de planejamento médio, 75% estava percorrendo o CVEC pela

primeira vez, 36% costuma viajar em dupla, 98% utilizaram bicicleta própria na

viagem pelo CVEC e 39% gastaram entre R$ 501 a R$ 1000 para realizar a

viagem.

No item percepção ambiental avaliou-se a infraestrutura e os serviços oferecidos

aos cicloturistas, o serviço melhor avaliado foi a receptividade da população

sendo considerada muito bom por 54% dos entrevistados, seguida pela

alimentação com 33% entrevistados avaliando como muito bom, 26% avaliaram a

hospedagem como muito bom.

Entretenimento foi o serviço pior avaliado pelos viajantes, foi o único serviço que

recebeu avaliação de muito ruim por 2% e 41% avaliaram como regular. Durante

o Velotour todas as noites o jantar é sugerido pelos organizadores do evento,

para que justamente todos possam se reunir e compartilhar as experiências do

dia. Mas além do jantar nada é oferecido.

Na avaliação da percepção ambiental quanto a infraestrutura: as informações

turísticas foi a melhor infraestrutura avaliada recebendo 30% de muito bom e 30%

de bom. Seguida sinalização que recebeu 29% de muito bom e 44% de bom. As

estradas foram avaliadas por 19% como muito bom e 56% como bom.

Utilizando a ACM conclui-se que os cicloturistas que percorreram pela primeira

vez o CVEC avaliaram a alimentação, sinalização, estradas e hospedagem como

muito bom ou bom. Quem percorreu quatro ou mais vezes o CVEC avaliou de

forma mais positiva transporte até o destino turístico, lojas de bicicleta,

informações turísticas, serviços públicos e entretenimento.

Relacionando a avaliação da percepção ambiental com a quantidade de vezes

que o cicloturista percorreu o CVEC, conclui-se que quem percorreu quatro ou

mais vezes teve uma percepção ambiental mais positiva, avaliando os serviços e

a infraestrutura oferecida como muito bom ou bom, pois está localizada nesse

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plano bem distante do grupo que avaliou como regular, ruim ou muito ruim e

também do grupo que não avaliou.

Ainda analisando a ACM conclui-se que os viajantes que começaram a praticar

cicloturismo por lazer ou atividade física, superar limites e contemplar a natureza,

bem como aqueles com motivação específica para percorrer o CVEC pela

organização e conhecer o primeiro circuito do Brasil tiveram uma melhor

percepção ambiental e avaliação positiva dos elementos alimentação, sinalização,

estradas, receptividade da população, informações turísticas e hospedagem.

Inicialmente esse estudo começou com a seguinte principal questão de pesquisa:

Como se caracteriza o cicloturista quanto aos aspectos socioeconômico,

motivações, planejamento e a percepção ambiental no Velotour do Circuito do

Vale Europeu Catarinense? Essa questão foi totalmente respondida, detalhando

cada aspecto pesquisado, nos parágrafos acima.

No que concerne as limitações do presente estudo, foram poucos estudos

encontrados sobre cicloturismo, nenhum cadastro dos cicloturistas que já

percorreram o CVEC, que possibilitasse o acesso para uma entrevista ou

questionário. Caso existisse esse cadastro, os resultados poderiam ser diferentes

teríamos a percepção de outras pessoas, que viajam pelo CVEC durante o ano,

fora do Velotour, formando grupos independentes.

Como sugestões de pesquisas futuras, os organizadores do CVEC poderiam

elaborar uma ficha para ser preenchida pelos cicloturistas no início do percurso

e/ou um questionário de avaliação do circuito para ser preenchido no término,

assim poderia ser feito um estudo longitudinal, investigando assim, os cicloturistas

que percorrem o CVEC fora do Velotour. Para uma melhor compreensão do

cicloturista sugere-se estudar os cicloturistas que visitam os outros três circuitos

de cicloturismo de Santa Catarina. Outra sugestão seria uma pesquisa de

imagem do CVEC na visão da comunidade local, dos proprietários de hotéis e

restaurantes e até mesmo dos prefeitos das cidades envolvidas.

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Apêndice I

Roteiro da Entrevista com Gestor do Circuito do Vale Europeu Catarinense

Como surgiu a ideia de criar um Circuito de Cicloturismo no Vale Europeu Catarinense?

Quais principais dificuldades no início?

E hoje, a população colobora?

Como funciona o gerenciamento do Circuito hoje?

Qual perfil dos cicloturistas que percorrem o CVE?

Como está o transporte das bicicletas?

Quantas pessoas percorrem o CVE por ano?

Qual o maior legado do Circuito de Cicloturismo?

Como os prefeitos e os empresários (donos de hotéis e restaurantes) veem o cicloturismo

na região hoje?

Quais dificuldades e potencialidades para a prática do cicloturismo no Circuito do Vale

Europeu?

Quais novidades podemos esperar do CVE?

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100

Apêndice II Questionário aplicado com os cicloturistas

Cicloturismo: Circuito do Vale Europeu - SC

Pesquisa acadêmica para dissertação de conclusão de curso do mestrado em Turismo e

Hotelaria da Universidade do Vale do Itajaí - UNIVALI. A identidade dos participantes e os

dados coletados são sigilosos. Responda as questões com a maior sinceridade -

Obrigada pela sua colaboração, qualquer dúvida ou sugestão estou à disposição no e-

mail [email protected]

Nº questionário: Data: / /2012/13 1. PERFIL SÓCIO-ECONÔMICO 1.1 Gênero: (1) Masculino (2) Feminino

1.2 Faixa Etária: (1) menos de 15 anos (2) 15 a 19 anos (3) 20 a 29 anos (4) 30 a 39 anos

(5) 40 a 49 anos (6) 50 a 59 anos (7) acima de 60 anos

1.3 Local de Residência:

1.3.1 ( ) Santa Catarina – Cidade: 1.3.2 ( ) Outro Estado: Cidade: 1.3.3 ( ) Internacional – Qual país: 1.4 Grau de escolaridade (1) Sem instrução escolar (2) Ensino fundamental

incompleto (3) Ensino fundamental completo

(4) Ensino médio incompleto (5) Ensino médio completo (6) Ensino superior incompleto

(7) Ensino superior completo (7) Especialização incompleto (8)Especialização completo

1.5 Renda mensal familiar (1) até 1 SM (2) de 1 SM a 3 SM (3) de 4 SM a 7 SM (4) de 8 SM a 10SM (5) acima de 10 SM

2. HISTÓRICO DAS VIAGENS DE BICICLETA 2.1 Você pratica o cicloturismo há quanto tempo? (1) menos de 1 ano (2) de 1 a 3 anos (3) de 3 a 5 anos (4) mais de 5 anos

2.2 Por que você começou a praticar o cicloturismo?

2.3 Quais viagens você já realizou? Cite as 3 últimas: 2.4 Como costuma viajar? (1) Individual (2) Dupla (3) Família (4) Grupo

3. MOTIVAÇÕES 3.1 Quais foram suas motivações para esta viagem?

1. ____________________________________________________________________ 2. ____________________________________________________________________ 3. ____________________________________________________________________

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3.2 O Circuito de Cicloturismo do Vale Europeu foi uma motivação específica? Qual?

_______________________________________________________________________ 4. Quanto a VIAGEM

4.1 Realizou planejamento para a viagem: de roteiro, percurso; dias; km/dia; hospedagem; equipamento; deslocamentos; preparação física; orçamento; alimentação: Nível de planejamento: (1) alto (pensei em todos os itens) (2) médio (alguns destes itens) (3) baixo (poucos itens foram pensados) (4) nenhum tipo de planejamento.

4.1.2 Qual(is) treinamento(s) você utilizou para realizar o Circuito do Vale Europeu? (1) Não utilizou nenhum método (2) Musculação (3) Corrida (4) Treinamento Funcional (5) Ciclismo

(6) Outro ____________________

4.1.3 Você obteve ajuda de um profissional de Educação Física para se preparar para realizar essa viagem? (1) Sim (2) Não 4.2 Quantas vezes você já realizou este trecho, incluindo esta viagem? (1) Primeira visita (2) Duas vezes (3) Três vezes (4) mais de 3 vezes

4.3 Meio(s) de transporte utilizado(s) até o destino turístico: (1) Ônibus (2) Carro próprio (3) carro alugado (4) Avião (5) Bicicleta (6) Outro – Qual?

4.4 Utilização de Bicicleta: (1) Própria (2) Alugada (3) Emprestada

4.5 Meio(s) de hospedagem utilizado(s): (1) Hotel (2) Pousada (3) Outro: _____________

4.6 Meio(s) de alimentação utilizado(s): (1) Restaurante (2) Padaria (3) Lanchonete

(4) Supermercado (5) Faz a própria comida (6) Outro. Qual?

4.7 Outra(s) infra-estrutura(s) utilizada(s): (1) Lojas de bicicleta (2) Posto de Gasolina (5) Bancos

(3) Hospital/Posto de Saúde (4) Centros de informações turísticas (6) Outro. Qual?

4.8 Gastos aproximados Total: R$

Incluindo transporte, alimentação, manutenção da bicicleta, hospedagem. 5. PERCEPÇÃO AMBIENTAL 5.1 Qual o seu grau de satisfação em relação aos serviços e à receptividade da população no Circuito do Vale Europeu? (MB) Muito bom(Bo) Bom (Re) Regular (Ru) Ruim (MR) Muito ruim (SC) Sem Comentários

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Item MB Bo Re Ru MR SC

5.1.1 Informações turísticas

5.1.2 Receptividade da população local

5.1.3 Sinalização

5.1.4 Estradas

5.1.5 Entretenimentos

5.1.6 Serviços Públicos

5.1.7 Alimentação

5.1.8 Hospedagens

5.1.9 Transporte

5.1.10 Lojas de bicicleta

5.2 Quais são suas sugestões para melhorar as condições do Circuito do Vale Europeu? 5.3 Fez contatos com os habitantes locais? (1) Muito (2) pouco (3) nenhum

6. VELOTOUR

6.1 Quantas vezes você já participou de um Velotour, incluindo esta viagem?

(1) Primeira vez (2) Duas vezes (3) Três vezes

(4) mais de 3 vezes

6.2 Qual sua opinião sobre a organização do evento?

(1) Muito Bom (2) Bom (3) Regular (4) Ruim (5) Muito ruim

6.3 Qual sua opinião sobre o site do evento?

(1) Muito Bom (2) Bom (3) Regular (4) Ruim (5) Muito ruim

6.4 Qual sua opinião sobre o site do Circuito do Vale Europeu? (1) Muito Bom (2) Bom (3) Regular (4) Ruim (5) Muito ruim

6.5 Como você ficou sabendo do Velotour no Circuito do Vale Europeu Catarinense?

(1) Site Clube de Cicloturismo (2) Site Circuito do Vale Europeu Catarinense (3) E-mail (4) Amigos (5) Outro Qual?_______________