Ciências da Natureza e Suas Tecnologias - FB...

4
Ciências da Natureza e Suas Tecnologias Biologia Prof. Beto Aquino Texto I 1ª VACINA DE ORIGEM VEGETAL NO MUNDO COMBATE VÍRUS DA DENGUE Pesquisadores da Uece desenvolvem a primeira vacina oriunda de vegetal. O processo é pioneiro também no combate à dengue. A primeira vacina de origem vegetal no mundo é produzida por pesquisadores da Universidade Estadual do Ceará (Uece). Segundo a professora Isabel Guedes, bioquímica responsável pela pesquisa, o processo é totalmente pioneiro: “até o momento nenhuma vacina no mundo tinha sido produzida à base de planta”, ressalta. Aliado a esse pioneirismo, a vacina busca atender uma necessidade cada vez maior da sociedade, que é o combate à dengue. Atualmente, a dengue é a arbovirose mais comum que atinge o homem, sendo responsável, segundo a Organização Mundial de Saúde por cerca de 100 milhões de casos/ano em população de risco de 2,5 a 3 bilhões de seres humanos. Neste caso, a nova tecnologia, a primeira de origem vegetal, deverá combater os quatro tipos de manifestação do vírus, incluindo o hemorrágico. O feijão de corda (Vigna unguiculata) foi o vegetal utilizado no procedimento para produção de antígenos para combater o vírus da dengue. No processo, os cientistas injetaram genes do vírus na planta, a qual desenvolveu as proteínas anticorpos capazes de gerar as defesas do organismo. A partir daí, os antígenos foram isolados, podendo então ser aplicados em forma de vacina. De acordo com os pesquisadores, uma única planta pode gerar até 50 doses de vacina. As vantagens da vacina desenvolvida pelos pesquisadores da Uece são inúmeras, dentre elas, o seu método inovador de produção, baixo custo e redução de reações alérgicas, comuns nas vacinas desenvolvidas em métodos tradicionais, que utilizam organismos vivos e vírus atenuados. Os resultados obtidos através de testes em camundongos foram positivos; os animais passaram a produzir anticorpos protetores contra a dengue. O próximo passo é iniciar testes clínicos em seres humanos. Para Isabel Guedes, “é necessário desenvolver drogas eficientes no combate à dengue. Essa é uma preocupação mundial. Além disso, o custo de prevenção pode ser menor do que os tratamentos convencionais de pacientes infectados”, destaca. A Uece protegeu a pesquisa por meio do seu Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT), através de depósito de pedido de patente junto ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI). Neste momento, o NIT e a Rede de Núcleos de Inovação Tecnológica do Ceará (Redenit-CE) estão trabalhando na transferência desta tecnologia para o mercado, a fim de que a vacina possa ser produzida em escala industrial e beneficiar, assim, a população. <http://www.uece.br/uece/index.php/noticias/14-lista-de-noticias/ 1501-1o-vacina-de-origem-vegetal-no-mundo-combate-virus-da-dengue> VENCENDO A DENGUE Além disso, o custo de prevenção pode ser menor do que os tratamentos convencionais de pacientes infectados. 23

Transcript of Ciências da Natureza e Suas Tecnologias - FB...

Page 1: Ciências da Natureza e Suas Tecnologias - FB Vestibularfbvestibular.fariasbrito.com.br/sites/default/files/arquivos/... · Ciências da Natureza e Suas Tecnologias Biologia Prof.

Ciências da Natureza e Suas Tecnologias

BiologiaProf. Beto Aquino

Texto I

1ª VacIna de orIgeM VegeTal no Mundo coMBaTe VÍrus da dengue

Pesquisadores da Uece desenvolvem a primeira vacina oriunda de vegetal. O processo é pioneiro também no combate à dengue.

A primeira vacina de origem vegetal no mundo é produzida por pesquisadores da Universidade Estadual do Ceará (Uece). Segundo a professora Isabel Guedes, bioquímica responsável pela pesquisa, o processo é totalmente pioneiro: “até o momento nenhuma vacina no mundo tinha sido produzida à base de planta”, ressalta.

Aliado a esse pioneirismo, a vacina busca atender uma necessidade cada vez maior da sociedade, que é o combate à dengue. Atualmente, a dengue é a arbovirose mais comum que atinge o homem, sendo responsável, segundo a Organização Mundial de Saúde por cerca de 100 milhões de casos/ano em população de risco de 2,5 a 3 bilhões de seres humanos. Neste caso, a nova tecnologia, a primeira de origem vegetal, deverá combater os quatro tipos de manifestação do vírus, incluindo o hemorrágico.

O feijão de corda (Vigna unguiculata) foi o vegetal utilizado no procedimento para produção de antígenos para combater o vírus da dengue. No processo, os cientistas injetaram genes do vírus na planta, a qual desenvolveu as proteínas anticorpos capazes de gerar as defesas do organismo. A partir daí, os antígenos foram isolados, podendo então ser aplicados em forma de vacina. De acordo com os pesquisadores, uma única planta pode gerar até 50 doses de vacina.

As vantagens da vacina desenvolvida pelos pesquisadores da Uece são inúmeras, dentre elas, o seu método inovador de produção, baixo custo e redução de reações alérgicas, comuns nas vacinas desenvolvidas em métodos tradicionais, que utilizam organismos vivos e vírus atenuados.

Os resultados obtidos através de testes em camundongos foram positivos; os animais passaram a produzir anticorpos protetores contra a dengue. O próximo passo é iniciar testes clínicos em seres humanos.

Para Isabel Guedes, “é necessário desenvolver drogas efi cientes no combate à dengue. Essa é uma preocupação mundial. Além disso, o custo de prevenção pode ser menor do que os tratamentos convencionais de pacientes infectados”, destaca.

A Uece protegeu a pesquisa por meio do seu Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT), através de depósito de pedido de patente junto ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI). Neste momento, o NIT e a Rede de Núcleos de Inovação Tecnológica do Ceará (Redenit-CE) estão trabalhando na transferência desta tecnologia para o mercado, a fi m de que a vacina possa ser produzida em escala industrial e benefi ciar, assim, a população.

<http://www.uece.br/uece/index.php/noticias/14-lista-de-noticias/1501-1o-vacina-de-origem-vegetal-no-mundo-combate-virus-da-dengue>

Vencendo a dengue

Além disso, o custo de prevenção pode ser menor do

que os tratamentos

convencionais de pacientes infectados.

nº23

Page 2: Ciências da Natureza e Suas Tecnologias - FB Vestibularfbvestibular.fariasbrito.com.br/sites/default/files/arquivos/... · Ciências da Natureza e Suas Tecnologias Biologia Prof.

2

Ciências da Natureza e Suas Tecnologias

FB NO ENEM

Texto IIVencendo a dengue pela esperTeza

Por que vacinar mosquitos, e não pacientes

Logo ao nascer do sol, no início de janeiro passado, uma van de entregas rodava por uma rua de subúrbio em Queensland, na Austrália. Transportava tubos com mosquitos da dengue, doença parecida com a gripe que ataca entre 50 milhões e 100 milhões de pessoas ao ano, no mundo inteiro. Ocupantes do veículo faziam paradas a cada quatro casas e liberavam 40 mosquitos no ambiente. Ao final de uma semana, haviam liberado 6 mil insetos e até o início de março chegaram a 72 mil.

À primeira vista pode parecer bioterrorismo. Mas, na realidade, esta é uma nova forma de controle biológico de insetos. Scott O’Neill, da University of Queensland, e seus colegas estão testando um novo método de reduzir a propagação da dengue, um pesadelo crescente nos trópicos que agora apareceu nos Estados Unidos. Ainda que quase sempre não seja fatal, a dengue pode levar pacientes para o hospital. E ela não tem cura nem vacina.

A estratégia inovadora de O’Neill é vacinar os mosquitos em vez de pacientes. Em seu laboratório, com a ajuda de um microscópio, funcionários injetam a bactéria Wolbachia pipientis, inofensiva para humanos e comum entre insetos, em ovos de mosquitos Aedes aegypti, principal transmissor da dengue. O’Neill descobriu que a Wolbachia torna o A. aegypti imune ao transmissor da dengue. E toda a descendência do mosquito inoculado herda essa imunidade.

O método de O’Neill, não vinculado à modificação genética, contrasta com os esforços para controle da dengue que ganharam manchetes no fim do ano passado. Em dezembro, a companhia britânica de tecnologia Oxitec liberou, na Malásia, 6 mil mosquitos machos geneticamente modificados, para espanto de alguns grupos que manifestaram preocupação com possíveis efeitos de insetos GM em humanos e ecossistemas. Os resultados para a Malásia ainda não estão disponíveis. Mas Luke Alphey, cientista-chefe e fundador da Oxitec, prevê que uma liberação anterior de 3,3 milhões de mosquitos na Ilha de Grande Caimã resultou em redução de 80% na quantidade de Aedes aegypti. E isso porque muitas fêmeas se acasalaram com parceiros tornados geneticamente inférteis.

Os resultados obtidos por O’Neill também são promissores. Testes iniciais demonstraram que cerca de 25% das larvas na população, vivendo na Natureza, estavam infectadas com Wolbachia. Em fins deste mês de maio, quando termina a estação úmida na Austrália, ele espera alcançar a meta de seu experimento: demonstrar que a Wolbachia consegue invadir uma população de A. aegypti na Natureza. Em caso positivo, ele espera iniciar uma tentativa semelhante no Vietnã, no início do verão boreal.

Rebecca Coffey. Scientific American Brasil. Maio 2011. p. 10

eXercÍcIos

1. após a leitura dos textos, pode-se inferir que:A) A dengue é uma doença contagiosa e precisa ser tratada com vacinas e medidas de prevenção como a inibição da reprodução

do mosquito.B) Após o uso das vacinas, os mosquitos serão selecionados e formas resistentes surgirão, sendo necessárias novas vacinas.C) Um controle biológico, a partir de bactérias, poderá selecionar mosquitos resistentes, haja vista o uso indiscriminado de

antibióticos.D) A dengue é uma doença restrita às regiões Sudeste, Norte e Nordeste do Brasil.E) Os gastos públicos com as vacinas são menores que os gastos com pacientes infectados, o que viabiliza o programa de

vacinação.

2. Investigadores das universidades de oxford e da califórnia desenvolveram uma variedade de Aedes aegypti geneticamente modificada que é candidata para uso na busca de redução na transmissão do vírus da dengue. nessa nova variedade de mosquito, as fêmeas não conseguem voar devido à interrupção do desenvolvimento do músculo das asas. a modificação genética introduzida é um gene dominante condicional, isto é, o gene tem expressão dominante (basta apenas uma cópia do alelo) e este só atua nas fêmeas.

FU. G. et al. Female-specific flightles phenotype for mosquito control.

PNAS 107 (10): 4550-4554, 2010.

prevê-se, porém, que a utilização dessa variedade de Aedes aegypti demore ainda anos para ser implementada,

pois há demanda de muitos estudos com relação ao impacto ambiental. a liberação de machos de Aedes aegypti dessa variedade, geneticamente modificada, reduziria o número de casos de dengue em uma determinada região porque:A) diminuiria o sucesso reprodutivo desses machos transgênicos.B) restringiria a área geográfica de voo dessa espécie de mosquito.C) dificultaria a contaminação e reprodução do vetor natural da doença.D) tornaria o mosquito menos resistente ao agente etiológico da doença.E) dificultaria a obtenção de alimentos pelos machos geneticamente modificados.

Page 3: Ciências da Natureza e Suas Tecnologias - FB Vestibularfbvestibular.fariasbrito.com.br/sites/default/files/arquivos/... · Ciências da Natureza e Suas Tecnologias Biologia Prof.

Ciências da Natureza e Suas Tecnologias

3FB NO ENEM

3. Quando uma pessoa é picada por um animal peçonhento, deve procurar socorro através de:A) soro, que induzirá a formação de anticorpos.B) soro, porque é composto por antígenos específicos.C) soro, porque contém anticorpos prontos.D) vacina, porque fornecerá ao organismo elementos de defesa.E) vacina, para eliminar quimicamente o veneno.

4. a dengue é uma doença limitada a certas áreas geográficas.essa limitação deve-se:A) ao fato de a doença não ser contagiosa.B) à falta de combate adequado ao transmissor.C) à distribuição geográfica do inseto transmissor.D) à inexistência do agente patogênico em regiões tropicais.E) à ausência de alimento para o agente patogênico em certos ambientes.

5. o gráfico a seguir mostra a incidência de determinada moléstia, em um centro urbano, durante um período de 20 anos.

a análise desses dados permite afirmar que a moléstia foi:A) epidêmica, mas houve dois surtos endêmicos no período.B) endêmica, mas houve dois surtos epidêmicos no período.C) endêmica, mas houve um único surto epidêmico no período.D) exlusivamente epidêmica em todo o período.E) exclusivamente endêmica em todo o período.

GABARITO (V. 22)

1 2 3 4 5

E B A E C

Professor Colaborador: Tom Dantas

Númerode casos

2.000

1.000

1 20Tempo (anos)

Page 4: Ciências da Natureza e Suas Tecnologias - FB Vestibularfbvestibular.fariasbrito.com.br/sites/default/files/arquivos/... · Ciências da Natureza e Suas Tecnologias Biologia Prof.

4

Ciências da Natureza e Suas Tecnologias

FB NO ENEM

NÚCLEO CENTRALFB CENTRALRua Senador Pompeu, 2607PABX: 3464.7788 – FAX: 3221.4400

NÚCLEO ALDEOTAFB ALDEOTA Rua 8 de Setembro, 1330 PABX: 3486.9000 – FAX: 3267.2969

NÚCLEO SOBRALFB SOBRALENSEPraça Quirino Rodrigues, 326 – Centro - Sobral - CEPABX: (88)3677.8000 – FAX: (88)3677.8010

NÚCLEO SEIS BOCASFB SEIS BOCASRua Salvador Correia de Sá, 1111PABX: 3064.2850 – FAX: 3064.2830

Disque Ouvidoria: 3221.4411

www.fariasbrito.com.br

OSG: 47191/11 André - REV.: RM