Circuitos Electricos de Corrente Alternada Senosoidal
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Introdução
Os circuitos de corrente contínua senosoidal são de grandiosíssima utilidade na eletrotecnia, nestes a corrente circula ora num sentido, ora noutro sentido. Se representármos num gráfico os valores da corrente no eixo vertical e o tempo na horizontal, obtemos uma curva que é na realidade semelhante ao comportamento da função trigonométrica "seno", dai o termo "corrente alternada senosoidal". Portanto, vamos no presente trabalho falar desta vertente de correntes de larga aplicação na vida prática de um engenheiro.
Objectivos
Verificar na prática a teoria estabelecida para circuitos eléctricos
de corrente alternada;
Aprofundar os conhecimentos teóricos sobre o comportamento dos
elemetos R, L e C em circuitos de corrente alternada senosoidal.
Resumo teórico
Como outrora fora mensionado, a corrente alternada senosoidal tem
um comportamento semelhante ao de uma função seno, portanto o seu
tratamento deve ser feito com base nos números complexos, pretendendo
com isto dizer que os principios e leis válidas para os circuitos de corrente
contínua são igualmente válidas aos circuitos de corrente alternada
senosoidal, todavia o tratamento das grandezas elétricas quando se fala em
corrente alternada é feito de acordo com os principios e axiomas dos
números complexos. Assim os números complexos constituem uma
ferramenta importantíssima no estudo da corrente elétrica senosoidal, dai a
importância do seu conhecimento e dominio, no presente relatório não
faremos muita alusão ao estudo dos mesmos restringindo-nos a aplicacão
destes na eletrotecnia como o mostrado a seguir:
Nos circuitos de corrente contínua, definimos como a resistência de um componente, a relação entre a tensão e a corrente. Para os circuitos de corrente alternada, a relação entre a tensão e corrente é chamada IMPEDÂNCIA do componente e representa-se por Z. Então:Z=V/I
Se tivermos um circuito com a presença de um nó, a Segunda Lei de
Kirchhoff também continua válida, só que na forma complexa. Para
associações em série e em paralelo de impedâncias, valem as mesmas
relações que para resistências, só que na forma complexa, ou seja:
Série: Zeq=Z1+Z2+ Z3+ … +Zn
Paralelo: 1/Zeq=1/Z1+1/Z2+ 1/Z3+ … +1/Zn
CIRCUITOS ElÉCTRICOS
Vamos usar as informações acima para os três componentes mais
simples, Resistor (R), Capacitor (C) e Indutor (I).
Resistor
A tensão nos terminais de um resistor com resistência R, é
directamente proporcional à corrente que o atravessa.
Z = Vo / Io
A impedância num resistor será real e é dada por:
Z = R
Graficamente:
fig. 1
Podemos observar através da fig.1, que o ângulo entre a tensão e a
corrente é nulo, então dizemos que para um circuito resistivo, a tensão e a
corrente estão EM FASE.
Mas, nem sempre as relações entre a tensão e a corrente em circuitos
de corrente alternada ficam completamente determinadas pela resistência
do circuito, elas podem também sofrer influência de elementos que tendem
a se opor a qualquer variação da intensidade da corrente ou da tensão. Esta
oposição Reactiva é devida aos elementos Capacitivos e Indutivos, que
podem alterar as relações entre tensão e corrente.
Capacitor
Quando se aplica uma tensão alternada a um capacitor com
capacitância C, a carga das placas varia com a variação da tensão, formando
assim uma corrente alternada no circuito.
A impedância do circuito será:
Z = Vo/Io = XC Z = -jXC
A quantidade XC é chamada RECTÂNCIA CAPACITIVA.
Graficamente:
fig. 2
Podemos observar através desta fig.2 que num capacitor a corrente
está adiantada de π/2 em relação à tensão.
Indutor
Um indutor é um elemento de circuito constituído por um arranjo de
espiras com a forma de um "tubo". Quando passamos uma corrente por uma
espira, de acordo com a Lei de Ampere do Electromagnetismo, esta corrente
dará origem à um campo magnético no interior desta espira, perpendicular à
corrente. Se arranjamos várias espiras para formar um "tubo", ou seja, um
solenóide, o campo magnético estará no interior deste solenóide, conforme
mostra a fig.3:
fig. 3
A variação com o tempo da "quantidade" de campo magnético por
unidade de área, isto é, o fluxo magnético no interior deste solenóide, devido
à Lei de Indução de Faraday do Eletromagnetismo, dará origem à uma força
eletromotriz no próprio elemento que tende a se opor à força eletromotriz
aplicada quando a corrente está aumentando e tende a se somar com a
força eletromotriz aplicada quando a corrente está diminuindo. Esta força
eletromotriz induzida é proporcional à variação da corrente com o tempo e a
constante de proporcionalidade chamamos INDUTÂNCIA do indutor.
Em qualquer instante, a queda de tensão no indutor é proporcional à
razão de variação da corrente com relação ao tempo, então:
A impedância do circuito será:
Z = Vo/Io = XL Z = jXL
A quantidade XL é chamada RECTÂNCIA INDUTIVA.
Graficamente:
fig. 4
Podemos observar através da fig. 4 acima, que num indutor a corrente
está "atrasada" de π/2 em relação à tensão.
Procedimentos e resultados experimentais
Material Necessário:
1 Potenciómetro
1 Capacitor
1 Bobina
1 Amperímetro
1 Voltímetro
1 Fonte de Corrente
Experiência 1
Montar o circuito da fig.5, e ler os valores da tensão e da corrente,
variando a f.e.m. e determinar o valor médio da Req, de cada caso, a)
1000 espiras e b) 750 espiras. Usando corrente contínua.
fig.
Dados:
E=2V-10V
R=20Ω
a) 1000 espiras
i E (V) U(V) I (A) Req (Ω)1 2 0,5 0,038 13,122 4 1,0 0,077 12,993 6 1,5 0,117 12,824 8 2,0 0,156 12,825 10 2,5 0,196 12,76
∑ 64,51
Rmed = 64,51/5 Ra = Rmed.R/(R- Rmed)
Rmed = 12,9 Ω Ra = 12,9.20/(20-12,9)
Ra = 36,3 Ω
b) 750 espiras
Rmed = 18,195/5 RB = Req.R/(R- Req)
Rmed = 3,64 Ω RB = 3,64.20/(20-3,64)
RB = 4,45 Ω
Experiência 2
Montar o circuito da fig.6, e ler os valores da tensão e da corrente,
variando a f.e.m. e determinar o valor médio da Zeq, de cada caso, a)
1000 espiras e b) 750 espiras. Usando corrente alternada.
fig.
6
Dados:
E=2V-10V
f =50Hz
R=20Ω
Com base nos valores medidos determinar a Indutância L, os ângulos de
fase e as potências: activa, reactiva e aparente para cada caso.
i E (V) U(V) I (A) Req (Ω)1 2 0,2 0,064 3,1252 4 0,5 0,128 3,9063 6 0,7 0,191 3,6654 8 0,95 0,255 3,7255 10 1,2 0,318 3,774
∑ 18,195
a) 1000 espiras
Req = 63,01/5 RB = Req.R/(R- Req)
Req = 12,6 Ω RB = 12,6.20/(20-12,6)
RB = 34,1 Ω
XL = RB
XL = ωL = 2πf.L
L = XL/2πf = 34,1/2.3,14.50
L = 0,11H
b) 750 espiras
Req = 17,34/5 RB = Req.R/(R- Req)
Req = 3,47 Ω RB = 3,47.20/(20-3.47)
RB = 4,2 Ω
XL = RB
XL = ωL = 2πf.L
L = XL/2πf = 4,2/2.3,14.50
L = 0,013H
i E (V) U(V) I (A) Zeq (Ω)1 2 0,13 0,082 3,642 4 0,45 0,141 3,193 6 0,80 0,234 3,424 8 1,05 0,304 3,455 10 1,30 0,357 3,64
∑ 17.34
i E (V) U(V) I (A) Zeq (Ω)1 2 0,6 0,047 12,772 4 1,1 0,09 12,223 6 1,7 0,137 12,414 8 2,3 0,179 12,855 10 2,9 0,227 12,76
∑ 63,01
Experiência 3
Montar o circuito da fig.7, e ler os valores da tensão e da corrente,
variando a f.e.m., de cada caso:
a) Fonte de tensão contínua
b) Fonte de tensão alternada.
fig.
7
Dados:
E=2V-10V
f =50Hz
C=22 F
R=20Ω
Com base nos valores medidos determinar a Resistência Capacitiva RC
a), a Rectância Capacitiva XC b), os ângulos de fase e as potências:
activa, reactiva e aparente para cada caso.
Experiência 3
a) Corrente Contínua
b) Corrente Alternada
Conclusão
i E (V) U(V) I (A) Req (Ω)1 2 1,10 0,005 220,02 4 1,95 0,009 216,73 6 2,90 0,016 223,1
∑ 659,8
i E (V) U(V) I (A) Zeq (Ω)1 2 2,2 0,01 2202 4 4,0 0,018 2223 6 6,0 0,027 222
∑ 664
Quando se fala de corrente contínua subentende-se a corrente que circula apenas num único sentido e quando se fala de corrente alternada senosoidal faz-se referência a corrente que circula ora num sentido ora noutro, sendo que este último é mais vantajoso quando se pretende transportar energias por longas distâncias devido ao fraco efeito de joule.Quanto maior for o numero de espiras maior será a indutância do enrolamento.Os valores de impedância dados apartir da corrente continua são aproximadamente iguais aos da corrente alternada para dizer que a impedância independe do tipo de corrente a que o sistema é submetido.