CJ News 38 - Devarim
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Devarim Devarim 1:1 – 3:22
Nesta porção da Torá, Moisés narra episódios dos israelitas
durante sua caminhada nos seus 40 anos no deserto.
Moisés encoraja os israelitas em sua próxima conquista da terra
de Canaã. Moisés encoraja Josué para que ele não temesse
enfrentar os ocupantes da Terra de Canaã.
Terça-feira é Tisha beAv
O dia 9 de Av é um dia de luto
do calendário judaico, quando
se lembra a data de
destruição do Primeiro e do
Segundo templo, a
consequente perda de soberania nacional e o exílio da Terra
Santa. Tisha BeAv é a culminação de período de três semanas
de luto, que se iniciou dia 17 de Tamuz.
Nove de Av marca outros momentos de dor de nosso povo como
a derrota de Bar Kochba, a expulsão dos judeus da Espanha em
1492 e o início da deportação dos judeus do Gueto de Varsóvia.
A origem dessa data como data de desgraças estaria no relato
dos observadores que foram a Canaã e voltaram dia 9 de Av com
relatos pessimistas, levando o acampamento ao choro e a
revolta. Deus teria sentenciado: “hoje, vocês choram sem
motivo, mas no futuro lhes darei as razões suficientes para que
vocês chorem nessa data”.
Observa-se jejum de 25 horas, e são lidos textos de luto
entoados com melodias tristes entre as quais se destacam a
meguilá Eichá.
Shabat na sinagoga de A Hebraica Prédica: José Luiz Goldfarb
Chazan: David Kullock Musicista: Beto Borger
Baalei Koré: Rony e Daniel Grabarz
CJ EW
Ano XV nº 662 13 de Julho de 2013 5 de Av de 5773
Shabat Devarim Shabat Chazon – Shabat da Visão
Ah, se a vida tivessse a tecla “undo”!
Diante dos muitos erros que fazemos ao longo de nossas vidas,
uma coisa que muitos dizem é “Ah, como seria bom se a vida tivesse a
tecla ‘undo’ (‘desfazer’)!”. São incontáveis as situações que vivenciamos
sobre as quais dizemos que poderíamos ter passado sem, mas,
entretanto, sem realmente nos questionarmos se estaríamos na situação
em que estamos hoje se esses erros ou essas situações indesejadas não
tivessem ocorrido.
Na parashá desta semana, Devarim, Moshe Rabenu começa seu
grande discurso de despedida do povo de Israel. Nesse discurso, nosso
grande líder relembra os bene israel do seu passado no deserto, dos
milagres vivenciados e, também, dos grandes erros cometidos pelo povo.
Um dos erros mais conhecidos, lembrado por Moshe, é a história
dos espiões que foram mandados para trazer um relato sobre Eretz Israel
e voltaram pessimistas, levando todo o povo a se amedrontar, chorar e
desistir de entrar na terra. D’us, diante da falta de confiança do povo
Nele, mesmo depois de tantos milagres realizados, fica furioso com o
povo e ameaça abandoná-lo. Depois disso, o povo se arrepende de ter
chorado e resolve voltar atrás, pegando seus utensílios de guerra e
partindo para conquistar a terra. D’us, entretanto, é muito claro em não
dar uma segunda chance nesse caso: “Não subam e não guerreiem, pois
eu não estou no meio de vocês!” (Devarim 1:42).
A pergunta, nesse caso, então, é: por que D’us não deixou o povo
usar a tecla ‘undo’? Se eles se arrependeram e reconheceram o erro, por
que D’us não permitiu que voltassem atrás e fizessem como se nada
tivesse acontecido? Não seria melhor fazer assim? Teriam conquistado a
terra, não precisariam ficar 40 anos no deserto esperando uma geração
inteira morrer, etc... Muito mais fácil, não? Então por que D’us não
permitiu que um erro aparentemente tão pequeno fosse desfeito?
Acredito que a resposta para esse caso é justamente o motivo de
não existir ‘undo’ na vida de maneira geral; se pudéssemos simplesmente
voltar atrás quando tomamos uma decisão errada, se pudéssemos voltar
e refazer tudo quantas vezes quiséssemos depois de ver os resultados,
com toda certeza nossas escolhas seriam muito diferentes. A perspectiva
de que nossas decisões não são reversíveis fazem com que elas sejam
muito mais significativas.
Em um mundo onde não existe ‘undo’, como o nosso, devemos
nos lembrar de que cada momento importa, de que cada decisão faz
uma diferença para sempre e que, mesmo que um dia nos arrependamos
e mudemos de ideia sobre o que fizemos, nossas novas atitudes sempre
serão tomadas em cima das que vieram antes, seja para confirmar ou
para mudar o que fizemos.
A grande lição que devemos levar de tudo isso, em especial nessa
próxima semana de Tishá B’Av, em que lembramos com tristeza da
destruição do Bet Hamikdash, é que os erros do passado não podem ser
refeitos. Pensar em coisas do tipo “ah, e se o templo não tivesse sido
destruído”, ou “ah, e se eu tivesse feito tal e tal coisa” não adianta
absolutamente nada. O que adianta é reconhecer os erros do passado e
tentar agir e mudar a partir deles.
Shabat shalom! Tsom kal!
David Rosenberg Krausz
Cultura Judaica News
Texto: Mauricio Mindrisz e David Rosenberg Krausz Ilustrações: Rubem Castro
Cultura Judaica News (CJ EW é de responsabilidade do Depto. de
Cultura Judaica de A Hebraica.
Horários Kabalat Shabat: 6ª f. 19h30
Schacharit: Sab 10 hs Mincha, Maariv e Havdalá: sab 17h30
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