ClássicosHistóricos -286 - Obstinado Coração - Donna Simpson

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8/13/2019 ClássicosHistóricos -286 - Obstinado Coração - Donna Simpson http://slidepdf.com/reader/full/classicoshistoricos-286-obstinado-coracao-donna-simpson 1/158 Obstinado Coração Donna Simpson Uma dama consegue encontrar o amor na segunda tentativa?  Inglaterra, 1820 Pamela tem certeza de que não foi feita  para ser uma dama da sociedade. Desde quando debutou, jurou a si mesma jamais tornar a se submeter àquele glamouroso turbilhão social... até que sua avó a convenceu a voltar para ondres com uma oferta irresist!vel" prometeu ensinar#lhe tudo que precisava saber para conseguir o pedido de casamento de sir $olin. $ansada de tantas restri%&es impostas pela sociedade, ela sai  para uma cavalgada pelo '(de Par) e atrai a aten%ão de *alcolm +ercombe, o irresist!vel e reservado conde de trong-(c)e. De repente, Pamela est se interessando por um  bonito solteirão que parece ach#la atraente apenas pelo fato de ser ela mesma. / quando sir $olin aparecer, determinado a conquist#la, Pamela não ter dificuldade em saber qual pretendente ser digno de seu obstinado cora%ão0 T  tulo Original: Pamela s second season  Disponibilização: Dani  Digitalização:arina  !evisão: "line #ormatação: $dina

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Obstinado CoraçãoDonna Simpson

Uma dama consegue encontrar o

amor na segunda tentativa?

 Inglaterra, 1820

Pamela tem certeza de que não foi feita para ser uma dama da sociedade. Desdequando debutou, jurou a si mesma jamaistornar a se submeter àquele glamourosoturbilhão social... até que sua avó aconvenceu a voltar para ondres com umaoferta irresist!vel" prometeu ensinar#lhe tudoque precisava saber para conseguir o pedido

de casamento de sir $olin. $ansada de tantasrestri%&es impostas pela sociedade, ela sai para uma cavalgada pelo '(de Par) e atrai aaten%ão de *alcolm +ercombe, o irresist!vele reservado conde de trong-(c)e. Derepente, Pamela est se interessando por um

 bonito solteirão que parece ach#la atraenteapenas pelo fato de ser ela mesma. / quando sir $olin aparecer, determinado aconquist#la, Pamela não ter dificuldade em saber qual pretendente ser digno

de seu obstinado cora%ão0

T tulo Original: Pamela s second season

 Disponibilização: Dani 

 Digitalização:arina

 !evisão: "line

#ormatação: $dina

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 7 Precisa de alguma ajuda, ;ane< 7 /st tudo bem, Pamm( 7 respondeu a jovem mulher de maneira

afetuosa. 7 =sto é tudo familiar demais para mim. 7 /la suspirou eentregou a peli%a de viagem a uma criada que aguardava e, depois, retirou

as luvas. 7 >erei de verificar toda essa bagagem cedo ou tarde, creio eu.*inha mãe não tem espa%o para tudo isso em sua casa, agora que tornou ase casar. 3penas não pensei que ela enviaria tudo de uma só vez.

? tom dela era de tristeza, e Pamela sabia daquilo porque a mãe de;ane, recentemente casada com um homem que a jovem desprezava, dei8araclaro que não esperava contato algum com a 6nica filha por um bom tempoe não pretendia honrar a cerim@nia de casamento dela com sua presen%a./stavam cortadas as rela%&es entre ambas, agora que a filha arranjara umfuturo marido adequado.

/, enquanto Pamela pensava naquele futuro marido, seu irmão maisvelho, o visconde lorde 'aven, entrou na casa depois de ter dado ordens aococheiro e ao cavalari%o. /le esfregou as mãos, seu tom deliberadamente

 jovial" 7 =sto não ser maravilhoso, ;ane< 7 3diantando#se até a noiva,

tocou#lhe o quei8o por um momento com ternura. 7 4oc2 e eu poderemosver a cidade à vontade, enquanto as garotas estiverem na ca%a a maridos.

Pamela alternou um olhar inquieto entre os dois, notando a posturatensa de ;ane, embora estivesse se empenhando ao m8imo para pareceranimada. 3quilo não fora idéia de ;ane. /la e Aerr(, como Aeraint 5eville,

o visconde de 'aven, era chamado por aqueles que o amavam, deveriamestar usando aquele tempo para, além de se prepararem para o casamento,constru!rem o chalé de ambos em Bor)shire... era a promessa de casamentoe o presente que ele daria à futura esposa.

*as aquela viagem a ondres, logo após o noivado dos dois, foraidéia de lad( 'aven. /la pressionara o filho, apontando#lhe a maneiralamentvel como estava negligenciando o futuro das irmãs. 3gora que eletinha uma noiva adequada, como podia ignorar o bem#estar e a felicidadefutura de suas queridas irmãs< / o 6nico lugar para damas da estirpe delas

encontrarem casamento era em ondres. Durante a temporada. 3 qualacabara de come%ar. Dei8aria aquilo por conta da consci2ncia dele como ochefe da fam!lia e guardião das irmãs.

/ra especialista em despertar culpa, um talento que se igualava à suahabilidade de for%ar as pessoas a fazerem o que ela queria, se a culpa nãodesse resultado. *as com o filho, o uso da culpa era tão eficaz queraramente precisava recorrer a tticas ofensivas.

/le fora até ;ane e contara#lhe sobre a proposta de sua mãe. /lesteriam de ficar em ondres apenas o tempo que fosse necessrio para verem

9achel bem encaminhada, prometera. / seria uma oportunidade para ;aneClássicos Históricos 286 – Obstinado Coração – Donna Simpson 3

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calculado dos cavalheiros, seus galanteios vazios, a aparente ingenuidadedas jovens, sua frivolidade. /ra tudo tão artificial, tão premeditado.

/la escaparia, ao menos por uma hora. >alvez, daquele modo, pudesse suportar o restante do dia, o intolervel mar de tédio que sua vida

se tornara. 3ssim, desceu silenciosamente a escada, as botas na mão, umvelho chapéu sobre os cabelos rebeldes, usando as cal%as compridas quenem sequer a criada pessoal que ela e 9achel dividiam sabia que levara paraondres no ba6. 3o pé da escada, sentou#se no 6ltimo degrau e cal%ou as

 botas de montaria e, então, seguiu pelo longo corredor até os fundos dacasa, desceu alguns degraus e saiu por uma porta de servi%o que a irmã

 provavelmente nem sequer sabia que e8istia na resid2ncia deles emondres, a $asa 'aven.

? jardim murado estava 6mido e escuro, o sol não o alcan%andoàquela hora da manhã. *as Pamela sentiu seu :nimo se renovar, aindaenquanto notava o orvalho brilhando numa pequena rvore que come%ava aflorescer timidamente em meio ao ar impuro de ondres. /stremeceu, nãotendo nada e8ceto um antigo paletó curto do irmão para usar por cima deseu traje impróprio, mas passou rapidamente pelo portão e correu na dire%ãodo estbulo nos fundos da propriedade, sabendo que >assie, sua éguacastanha, estava à sua espera. 3quela fora a 6nica coisa de que não abriramãoC teria sua própria montaria em ondres.

3pós alguma resist2ncia do cavalari%o, vencida quando ela adquiriuseu ar mais altivo e o informou de que ele ficaria em apuros se não

obedecesse à irmã favorita do visconde, Pamela se viu livre, livrefinalmente. 5em sequer pensaria em fazer aquilo no horrio de movimento.abia como a reputa%ão da fam!lia teria ficado arruinada se a filha da casativesse sido vista naqueles trajes. /ra, porém, muito cedo. 5o parque,

 provavelmente haveria apenas cavalari%os e8ercitando as montarias de seussenhores e outros lacaios de passagem por l enquanto cuidassem deafazeres. $om certeza, ela seria tomada por um dos cavalari%os, com seucorpo esbelto em roupas masculinas e os cabelos metidos no chapéu.

sando a sela de um cavalari%o, uma vez que aquela que teria

 permissão de usar em ondres só servia para montar de lado, como eraapropriado a uma dama, ela subiu na égua e seguiu a trote até a rua $urzon./ncaminhou#se, então, ao par que, onde entrou rapidamente quando amontaria ansiosa viu o amplo espa%o verde adiante. /la inclinou#se acimade >assie e sussurrou"

 7 /, agora, minha querida, iremos a pleno galope0Eoi uma meia hora espl2ndida. 3 paisagem passava veloz, e ela

saltava por sobre arbustos e corria por eleva%&es verde#jantes. 5ão era tão bom quanto estar em Bor)shire, mas era melhor do que nada, sem d6vida.

ua coragem e confian%a aumentaram. e pudesse fazer aquilo algumasClássicos Históricos 286 – Obstinado Coração – Donna Simpson 6

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vezes por semana, talvez conseguisse enfrentar a horr!vel temporada evoltar para casa para rever $olin, para lhe mostrar como estava mudada emadura. $om alguma sorte, 9achel estaria casada e ele aprenderia aesquec2#la, dando#se conta, enfim, de que sua melhor chance de felicidade

seria ao lado de sua velha amiga, Pamela.3mbos, então, poderiam se casar e ela se mudaria para $or#leigh, a propriedade dele perto de 'aven $ourt, onde viveriam felizes para sempre.3bsorta em seus devaneios, foi apanhada completamente de surpresa poralguém que passou quase raspando por ela a todo galope.

 7 /i0 7 gritou, aborrecida. 7 5inguém nunca lhe ensinou a nãocavalgar tão perto de... 7 Percebendo que o cavaleiro escorregava por umdos lados da montaria, fechou a boca e galopou atrs do homem, que estavaevidentemente em grande perigo.

 5ão demorou para que os animais ficassem emparelhados, o que a fez perceber que o cavaleiro, na verdade, era uma garota amedrontada, que segrudava à crina da montaria desgovernada. >inha os olhos bem fechados, a

 boca aberta, e lgrimas escorriam por seu rosto plido. Pamela fez >assie seapro8imar mais e agarrou as rédeas soltas da outra égua, fazendo#a pararlentamente, e acalmando o grande animal resfolegante, que aindaescoiceava e revirava os olhos. 3 postura completamente plcida de sua

 própria égua finalmente acalmou o outro animal, e Pamela, ofegante, estava prestes a falar com a garota quando um cavaleiro surgiu acima da colinalogo além de ambas.

*as ele obviamente não estava sem controle. 5a verdade, era provavelmente um dos cavaleiros mais habilidosos que j vira, pensouPamela, admirando#lhe a postura sobre o animal, um pouco antes do homem

 parar e come%ar a esbravejar num tom severo" 7 +elinda 3mie de aunce(, que diabo pensa que est fazendo,

saindo em disparada desse jeito0 =sso deveria ser uma aula de equita%ão, nãouma corrida de cavalos0

3 garota plida e tr2mula come%ou a solu%ar alto, novas lgrimasrolando por seu rosto.

 7 5ão grite com ela desse jeito0 3 menina acaba de ter umae8peri2ncia terr!vel e, então, voc2 a repreende como se ela fosse um soldadode infantaria. 7 Pamela saltou de sua montaria e deu a volta para ajudar agarota a descer de sua égua resfolegante e assustada.

? homem também desmontou e apro8imou#se com largas passadas.egurou a garota solu%ante pelos ombros e fitou#a nos olhos.

 7 +elinda, pare de chorar. 4oc2 obviamente não est ferida. 7 /lesoltou#a e virou#se para Pamela.

/la o observou com genu!no interesse. +onito e distinto, era um

cavalheiro de complei%ão forte, alto, com cabelos escuros e olhos castanho#Clássicos Históricos 286 – Obstinado Coração – Donna Simpson "

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claros. sava um traje de montaria despojado e segurava um chicotinho que batia de encontro a uma das botas de couro. Parecia um cavalheiro dasregi&es campestres, não um janota de ondres, e ela o achou bastanteatraente quando não estava gritando.

 7 /u tomei voc2 por um garoto de estbulo 7 declarou ele, choqueem sua voz. 7 *as é uma garota. 7ma dama7corrigiu#o Pamela, endireitando os ombros, o quei8o

erguido, embora soubesse que não havia nada de imponente em sua figurano momento.

 7 Perdoe#me, uma dama 7 disse ele com um ligeiro riso. ?ssolu%os da garota haviam cessado, e ela alternou um olhar entre os doisadultos.

 7 Devo lhe agradecer por sua coragem ao ajudar minha imprudentesobrinha. 7 ? homem passou o bra%o em torno dos ombros da garota, masela manteve#se tensa e separada do tio. 7 +elinda, apresente#seadequadamente e agrade%a a sua salvadora.

$om s6bito constrangimento, Pamela interveio" 7 ?h, ela não precisa me agradecer... 7 im, precisa 7 declarou o homem, um tom frio em sua voz. 7

m pouquinho de gratidão não lhe far mal. 7 ou +elinda de aunce(, senhorita, e eu lhe agrade%o. 7 3 garota

curvou#se rapidamente num impaciente arremedo do que deveria ter sidouma graciosa mesura.

? homem revirou os olhos. 7 ou trong-(c)e 7 disse, dando um passo à frente, a mão

estendida. 7 Desculpe#me por uma apresenta%ão tão informal, mas parececombinar com o local onde estamos.

 7 Pamela 5eville 7 disse ela, apertando#lhe a mão en#luvada. 7 rta. Pamela 5eville< /la meneou a cabe%a. 7 / voc2 est em ondres...< 7 /le se interrompeu e ar#queou as

sobrancelhas espessas. 7 /stou em ondres para a temporada com meu irmão, lorde 'aven,

e sua noiva. /les estão aqui para se prepararem para seu casamento dentrode alguns meses. 3lém de minha irmã, mãe e avó. /stamos todos juntos. 7 im, entendo. /u poderia lhes fazer uma visita para agradecer a

voc2 apropriadamente, srta. 5eville<3preensiva, Pamela sacudiu a cabe%a.

 7 5ão0 Fuero dizer...Eazendo uma pausa, pensou em como poderia formular a parte

seguinte. Deu um passo atrs na dire%ão de >assie e enrolou mais as rédeasem sua mão.

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Capítulo II

 11 $omo assim, voc2 vai sair para um passeio no parque<Prometemos comparecer à tarde de leitura de poesia na casa de lad(

*arro-b(0 7 ad( 'aven, parando de repente enquanto reposicionava umvaso sobre uma mesa na apertada e desagradvel sala de estar, encarou afilha mais nova.

Pamela sustentou o olhar da mãe com !ntimo desalento. $omo poderia e8plicar sobre trong-(c)e sem revelar seu secreto galope matinal</ sem e8plicar sobre ele, como poderia dizer quanto o passeio daquela tardeera importante, que se tratava de um compromisso, não de um merocapricho de sua parte<

 7 e ela quer passear no parque é o que deve fazer. 7 'aven,descansando numa cadeira perto da janela, piscou#lhe um olho.

Pamela soltou um suspiro de al!vio. ? irmão ficaria do seu lado. /radif!cil prever como ele agiria, às vezes, pois geralmente dei8ava a mãetomar as decis&es em assuntos relativos ao que chamava da Gagenda socialGdas irmãs. /le era tão intimidado e controlado pela mãe quanto Pamela e,

 portanto, tentava evitar conflito sempre que poss!vel. 7 *as ela não pode ir passear sozinha 7 apontou a mãe,

endireitando as costas e lan%ando um olhar contrariado à pose displicente dofilho. 5ão era uma mulher alta, mas tinha uma postura ereta, seu arintimidante. /stava sempre perfeitamente vestida e penteada e não esperava

menos de seus filhos. 7 / todos iremos à casa de lad( *arro-b(, eu lhe asseguro. 5ão h

sentido em se passear no parque, de qualquer modo, enquanto ela não tivernenhum conhecido em ondres para encontrar l... algum conhecido queseja um bom partido0

 7 *as... mãe 7 come%ou 'aven, endireitando#se na poltrona. 7 5ão0 7 3 dama ergueu a mão, sua palavra definitiva. 7 Pamela

tem de conhecer poss!veis pretendentes se deseja fazer um casamento aomenos aceitvel. /st tudo muito bem para voc2, 'aven. ; est noivo e

com a jovem que eu escolhi, se me permite lembr#lo. *as o tempo est passando para suas irmãs. 4oc2 gostaria de v2#las sozinhas e infelizesdepois que eu me for< 5o que est pensando<

 7 9achel e Pamela jamais ficarão sozinhas, mãe. empre terão amim 7 retrucou ele, a voz dura.

 7 4oc2 quer realmente que suas irmãs envelhe%am e tornem#sesolteironas rid!culas como 3ndr@meda 4arens<

Eoi o golpe final e Pamela p@de ver, pela e8pressão nos olhos doirmão, que fora certeiro. 3ndr@meda 4arens, irmã mais velha de $olin, era

uma solteirona do que se mencionava educadamente como uma GcertaClássicos Históricos 286 – Obstinado Coração – Donna Simpson $%

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idadeG, o que significava que passara dos trinta. /nquanto Pamela via ase8centricidades de 3ndr@meda como algo interessante e divertido, osdemais apenas a encaravam como uma solteirona que ia envelhecendo,decididamente encalhada e digna de pena. 'aven sentira#se cada vez mais

desconfortvel na presen%a de 3ndr@meda antes de seu recente noivado,uma vez que a mulher o vira como seu 6nico poss!vel pretendente e fizeraalgumas tentativas desajeitadas de lev#lo a fazer um pedido de casamento.

 7 Pamela 7 declarou o irmão com um profundo suspiro 7, talvezseja melhor se voc2 for à casa de lad( *arlb(...

 7 *arro-b( 7 corrigiu#o a mãe. 4irou#se de volta para seu vaso, pu8ando#o um pouquinho mais para a direita na mesa e, então, recuando para observar o efeito da mudan%a.

 7 ...à casa de lad( *arro-b( esta tarde. 4oc2 poder ir passear no parque amanhã. 7 'aven ajeitou seu jornal, tornou a recostar#se na poltrona e ficou logo absorto pelas not!cias de agricultura.

 7 *as... 7 Pamela alternou um olhar entre o irmão e a mãe,contudo não haveria ajuda de lado algum.

 7 5ada de GmasG, Pamela 7 declarou lad( 'aven, atravessando asala e olhando a filha de alto a bai8o. 7 4 se vestir para nosso passeiodesta tarde. 3quele vestido novo verde#claro estar bem, creio eu. Aostariaque sua avó não tivesse interferido. 3chei que o cor#de#rosa era muito mais

 bonito e no modelo que eu gostei, mas ela teve de fazer valer a sua opinião.3 resid2ncia de lad( *arro-b( em ondres era tudo o que a $asa

'aven não era" elegante e arejada, alegre e de bela mob!lia. 3 luz filtrava#se pelos janel&es do chão ao teto, e os revestimentos em branco faziam comque o sol se e8pandisse pela sala. 3lém daquilo, a dama tinha e8celentegosto para convidados. 3 nata da sociedade estava ali, pessoas bem vestidase abastadas, a maioria entreolhando#se com afabilidade e contentamento.

3 idosa vi6va 'aven reviu conhecidos bastante antigos, enquanto;ane reviu alguns não tão antigos de suas temporadas anteriores. 9achel, emseu elemento, fez conquistas, e a mãe fez contatos. Pamela fez apenascaretas.

3 leitura era de poesia, e ela detestava poesia. >eria, porém,enfrentado a tarde muito melhor se não ficasse olhando para o relógio acimada lareira, contando as horas e sabendo que trong-(c)e e +elinda haviamchegado ao '(de Par), aguar#dado#a, desistido de esperar, passeado acavalo sem ela e que, àquela altura, estavam provavelmente a caminho decasa, trocando comentrios de censura sobre a irresponsvel srta. Pamela

 5eville. 7 ' alguma coisa errada, Pamm(< 7 ;ane, elegante num vestido

de seda azul#claro, passou o bra%o em torno dela.

Clássicos Históricos 286 – Obstinado Coração – Donna Simpson $$

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 7 5ada em que alguém possa me ajudar. 7 Pamela soltou umsuspiro, bai8ando o olhar para seu colo. 3o menos, usava um vestido

 bonito, tendo sido poupada do horr!vel vestido rosa de babados que a mãequisera encomendar à modista para ela. Eora uma das raras ocasi&es em que

a vontade de lad( 'aven não prevalecera, e Pamela sentia#se grata à avó porseu e8celente gosto. ua mãe, por alguma razão, embora tivesse gostoimpecvel para as próprias roupas, não fazia idéia de como vestir a filhaca%ula.

 5um tom desolado, disse" 7 Por que minha mãe tem de controlar tudo<;ane acompanhou#lhe o olhar até lad( 'aven, que estava

monopolizando a anfitriã. ad( *arro-b(, uma mulher afvel, de armaternal, não fazia idéia de como escapar das garras da mulher mais velha.

 7 3cho que é provvel que ela sempre tenha se sentido como asegunda melhor em compara%ão a Arace 7 comentou ;ane.

Pamela encontrou#lhe o olhar com ar surpreso. 7 4oc2 acha< 7 =sso me ocorreu. 7 ;ane passou o bra%o pelo dela. 3chavam#se ao

final de algumas fileiras de cadeiras de frente para a lareira, enquanto umrapaz sacudia uma longa folha de papel, limpando a garganta em prepara%ão

 para a leitura de sua poesia. 7 ua avó é uma for%a formidvel da natureza.Posso apenas imaginar como deve ter sido quando sua mãe se casou comseu pai e foi morar em 'aven $ourt.

Pamela mordeu o lbio inferior. 7 /u nunca havia pensado nisso dessa maneira. 4oc2 só as conhece

h algumas semanas. $omo descobriu isso< 7 5ão descobriC estou apenas presumindo. *as não tenho passado

anos acostumada às discuss&es delas para que a conviv2ncia me cegasse. 7;ane sorriu e apertou#lhe o bra%o num gesto carinhoso antes de solt#la. 7/u amo vovó Arace, mas ela seria alguém dif!cil de se conviver comosogra. /u ficaria apavorada. De certo modo, admiro sua mãe por sempreestar disposta a confront#la. 5ão pode ter sido algo fcil. Pamela pensou a

respeito por um momento. 7 >em razão. 5inguém se op&e a vovó Arace e8ceto minha mãe. 7?bservou a mãe por um momento, avaliando#a por aquela nova perspectiva.

 7 *as isso não resolve seu problema, qualquer que ele seja, não émesmo<

'esitante, Pamela confiou#lhe seu dilema. $onfessou#lhe sobre acavalgada matinal, vestindo cal%as, e seu memorvel encontro com ocavalheiro, trong-(c)e, e sua sobrinha.

 7 / os dois j devem ter voltado para casa a esta altura, achando que

sou uma completa irresponsvel.Clássicos Históricos 286 – Obstinado Coração – Donna Simpson $2

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 7 / isso importa a voc2< 7 3 voz suave de ;ane mal se ouvia emmeio à declama%ão emocionada do rapaz diante da pequena platéia.

 7 im. e voc2 tivesse visto o rosto daquela pobre garota, como seiluminou diante da idéia de um passeio a cavalo à tarde, e como o tio havia

gritado com ela... 7 Pamela sacudiu a cabe%a. 7 / eu prometi0 5uncaquebro minha palavra.;ane estudou#a por um momento e, então, perguntou"

 7 / qual era mesmo o nome do cavalheiro< 7 /le se apresentou apenas como trong-(c)e 7 disse Pamela,

todo seu pesar por ter#se visto obrigada a abandonar os novos amigossufocando#a novamente, enquanto pensava em +elinda e seu tio e no quedeviam estar pensando a seu respeito. 7 5ão sei se h mais algum nome.

;ane pediu#lhe uma descri%ão do cavalheiro e, então, afastou#se da jovem futura cunhada. Pamela era sua favorita e era a de 'aven também. /,a e8emplo de Arace, ;ane se preocupava com a possibilidade de o amor dePamela por sir $olin 4arens a cegar para qualquer outro homem que

 pudesse demonstrar interesse por ela. *as parecia haver um homem em quea jovem, mesmo sem se dar conta, estava interessada.

3travessando a ampla sala até onde a elegante Arace ocupava acadeira mais confortvel dispon!vel, ;ane ajoelhou#se ao lado dela esussurrou algo, fazendo#lhe, então, uma pergunta. 3 idosa viscondessa de'aven franziu o cenho e pensou por um momento. /m seguida, seus olhosazuis, tão parecidos com os do neto, brilharam com interesse.

 7 trong-(c)e< 7 murmurou. 7 ' um... dei8e#me pensar. 7+ateu com um dedo ossudo no bra%o da cadeira. 7 im, h um lordetrong-(c)e, *alcolm +ercombe. /le é o se8to conde de trong-(c)e.er que esse é o mesmo< 5ão deve haver mais do que um trong-(c)e,não é<

 7 =magino que não. Poderia indagar a respeito em seu c!rculo deamizades e descobrir< 7 ;ane olhou ao longo da sala até PamelaC a jovem

 parecia tão sozinha e triste. 7 'avia algo no tom de voz dela que acheirevelador. 5ão sei dizer e8atamente e tenho certeza de que ela própria ainda

não percebeu, mas acho que se sentiu atra!da por lorde trong-(c)e. e elefor da idade certa e estiver dispon!vel... 7 5ão precisou concluir a frase.3 vi6va 'aven meneou a cabe%a.

 7 +om trabalho, menina. Dei8e#me especular a respeito edescobrirei mais.

 7 Htimo. 3gora, acho que devo ir em frente e sociabilizar. 7 5ão fa%a isso soar como um sacrif!cio. 7 ?s olhos azuis da velha

senhora brilharam, divertidos. /la rejuvenescera com a revigoranteatmosfera de ondres de visitas vespertinas, bailes e acentuado conv!vio

social. 3 cidade mudara no decorrer dos muitos anos desde que AraceClássicos Históricos 286 – Obstinado Coração – Donna Simpson $3

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estivera em seus sal&es e eventos pela 6ltima vez, mas as pessoas, apesardas diferen%as no estilo das roupas do momento, ainda eram pessoas. /la sedivertia infinitamente com suas vaidades e esc:ndalos.

;ane suspirou enquanto se levantava e alisava os vincos da saia.

 7 I um sacrif!cio. 7 5ão partilhava do humor da vi6va diante dasintrigas e fragilidades humanas. >alvez fosse apenas por ter passado tempodemais de sua vida em sal&es elegantes, ouvindo me8ericos. De ondres, a+righton e a +ath, conhecia aquela vida bem demais e a desprezava. 3 vidaem Bor)shire continha todo o encanto da novidade, como também seadequava melhor ao seu temperamento. empre sonhara em levar uma vidamais simples num chalé no campo, e 'aven prometera dar#lhe um chalécomo presente de casamento. >oda a sua alegria e e8pectativa estavam sedesvanecendo, porém, na pouco saudvel atmosfera londrina, dando lugar àd6vida de que aquilo realmente chegasse a acontecer. ?u, ao menos, damaneira como tão fervorosamente desejava, um casamento na capela deesle(dale e uma quinzena no chalé particular de ambos, longe dainterfer2ncia da fam!lia dele.

>udo acontecera tão depressa e ;ane supunha que aquele fosse o problema. 'ouve uma breve e eufórica felicidade, quando ela e 'aventinham ficado noivos, e, então, de repente, antes de ter tido tempo para seacostumar com sua nova posi%ão como futura esposa, fora atirada de voltaem um mundo f6til que conhecia bem demais e detestava, o mundo artificialda GsociedadeG com tudo que aquilo implicava. $onversas fr!volas, arro#

g:ncia e preconceito, fraudes, intrigas e me8ericos.e ao menos conseguisse reunir um m!nimo de entusiasmo para a

temporada... *as tudo o que sabia era que apenas tr2s semanas depois de terchegado a um entendimento com seu noivo, um homem que descobrira queseria o marido perfeito, com o qual tinha muitas coisas em comum,incluindo a predile%ão pela vida no campo, via#se de volta ao meio de tudoque desprezava.

/ sentia#se tão solitria.3gora que estavam em ondres, Aerr( vivia ocupado demais, tendo

decidido tirar o m8imo de proveito daquela viagem à cidade com reuni&es,compras e uma por%ão de outros assuntos de negócios. /la ainda o amava profundamente, mas perguntava#se se algum dia Aerr( desafiaria a mãe ecolocaria a futura esposa em primeiro lugar. 3quela seria uma pequenamostra da vida de ambos juntos< /la sempre ficaria em segundo plano<

Eoi tomada naquele instante por s6bita determina%ão. /ra uma mulherde sorte e, de algum modo, tudo acabaria ficando bem. /ncontraria um meiode convencer o noivo a retornaram a Bor)shire em tempo para o casamentoe voltariam a ser felizes novamente. 5aquele meio tempo, se pudesse agir

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como o cu#pido para sua futura cunhada favorita, Pamela, então aquelassemanas em ondres teriam alguma utilidade.

3ntes, porém, havia uma longa declama%ão a ser enfrentada e, então,uma noite no teatro. *ais um daqueles interminveis dias de ondres.

3noitecia. trong-(c)e endireitou o la%o bufante da gravata eobservou seu refle8o no espelho, não para admirar o resultado do trabalhode seu valete, mas para certificar#se de que estava correto de todas asmaneiras, nenhuma dobra amassada, nenhum fio de cabelo fora do lugar. 3

 posi%ão de uma pessoa na sociedade dependia muito de apresentar aomundo uma fachada correta, parecia#lhe, desprovida de emo%ão eapropriada. Eora jovem e despreocupado no passado... aquilo fora apenasdois anos antes< 3gora, porém, sabia que a vida era rdua e severa. ? 6nico

 prazer estava em se cumprir o dever e faz2#lo bem.? compromisso daquela noite no teatro não prometia ser nem um

 pouco prazeroso, mas o cavalheiro que lhe dera o convite era um valiosoaliado do governo e, portanto, trong-(c)e sabia que deveria apresentar omelhor de si. Devia ser charmoso, mas não adulador, afvel, mas nãoobsequioso, descontra!do, mas não informal demais. $onhecia bem asregras.

Porém, ainda enquanto pedia ao valete para pegar seu sobretudo,cartola e bengala, os pensamentos insistiam em girar em torno do passeio acavalo daquela tarde com sua sobrinha.

 5ão conseguia esquecer o desapontamento no rosto de +elinda

quando percebera que a nova amiga não apareceria como prometido. /le poderia ter#lhe dito que a srta. 5eville não se lembraria do passeio quehaviam combinado. 3 garota era evidentemente inconseqJente, na melhordas hipóteses, e uma doidivanas, na piorC inadequada para qualquer tipo deamizade, em especial com uma menina tão impressionvel quanto suasobrinha.

3ssim sendo, por que ele concordara com o convite da srta. 5eville para um passeio a cavalo< Eora apenas por causa da e8pressão no rosto de+elinda, enquanto conversara com a jovem, a primeira vez em que ele vira

seus olhos brilhando desde que os pais haviam morrido quase um ano antes,naquele horr!vel acidente de carruagem<?u fora influenciado também por algo espont:neo e adorvel na

e8pressão da srta. 5eville< 5ão que ela lhe despertasse atra%ão alguma. /ra visivelmente jovem

demais, não parecendo nem ter dezesseis anos com seu narizinho sardento efigura delgada. / aqueles trajes0 /le estremeceu, esperando que +elinda nãoficasse tendo idéias quanto a cavalgar de cal%as compridas.

+atendo à porta da sala de estar da sobrinha, abriu#a e entrou. 3 srta.

inton, a preceptora que ele contratara, estava sentada com +elinda perto daClássicos Históricos 286 – Obstinado Coração – Donna Simpson $!

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lareira e lendo um livro de histórias, mas ficou claro que a garota não prestava aten%ão.

/stivera olhando melancolicamente para o fogo e ergueu os olhosdevagar, encontrando os dele com uma apatia que o dei8ou com o cora%ão

apertado.trong-(c)e apro8imou#se e agachou#se junto à poltrona dela. 7 ; estou de sa!da. 7 Para a pe%a< 7 im. 4oc2 gostaria de ir ao teatro algum dia desses< 7 3cho que sim. *as não importa./le soltou um suspiro e ansiou por estender a mão, afagar#lhe os

cabelos escuros, mas ambos não estavam naqueles termos.e ele pudesse encontrar algo que a dei8asse e8pectante e animada,

qualquer coisa que a fizesse feliz... mas não havia nada. +elinda seguia diaapós dia dividida entre aquela terr!vel apatia e uma raiva amarga, com

 pouca serenidade no meio. /le se levantou e meneou a cabe%a para a preceptora.

 7 >enho de ir, então. 4ejo voc2 durante o desjejum amanhã demanhã, +elinda. ? que me diz de irmos cavalgar outra vez, mais uma aula<

 7 e voc2 quiser. 7 /la tornou a desviar o olhar para o fogo.trong-(c)e saiu sem mais uma palavra. 5ão havia mais nada a

dizer. 5aquela manhã ele vira um breve... oh, tão, breve.. . brilho deinteresse durante o encontro com a srta. 5eville, e a decep%ão na parte da

tarde quando aquela jovem irresponsvel não tivera a dec2ncia de aparecerno parque fora devastadora.

?s pensamentos inquietantes acompanharam#no enquanto seguiu parao teatro no interior de sua elegante carruagem. e aquele convite não lhetivesse sido feito como uma grande cortesia, teria preferido ficar junto à sua

 própria lareira em sua confortvel biblioteca. *as o fato era que teria deassistir a uma pe%a que j vira antes e detestara e, depois, tomar parte emum jantar tardio na casa de seu mentor.

orde Eingal, que lhe fizera o convite, considerava#o jovemC

trong-(c)e sabia daquilo. >endo apenas trinta anos, muitos dos homensmais velhos achavam que ele precisava de mais e8peri2ncia. *as o marqu2sestava impressionado com a oratória de trong-(c)e na $:mara dos ordese dera a entender que o futuro pertencia a homens como o jovem conde. eele quisesse aquele futuro. trong-(c)e recostou#se no assento, ansiando derepente pelos vales verdejantes e as apraz!veis colinas de seu lar, hado-*anor.

Fuando fora que dei8ara para trs o amor por seu lar, a dedica%ão asua gente e a sua terra< Eora quando /uphemia e o marido haviam morrido,

dei8ando#o como o guardião de sua teimosa sobrinha< ?u fora ainda antesClássicos Históricos 286 – Obstinado Coração – Donna Simpson $6

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daquilo, quando Dorothea, o amor de sua vida e sua noiva, abandonara#oem troca de um partido melhor< / estaria cometendo o grave erro de ficarno e8ato lugar que jamais poderia abrandar a dor de toda aquela tragédia<

/le endireitou as costas quando a carruagem diminuiu a velocidade e

tratou de afastar tais pensamentos, adquirindo a fachada correta habitual.Fuando entrou no teatro, encaminhou#se até o camarote de lorde Eingal. 7 3h, aqui est o 6ltimo do nosso grupo 7 disse Eingal,

cumprimentando#o com um sorriso, a mão estendida.trong-(c)e cumprimentou, então, os demais cavalheiros no

camarote, todos selecionados por serem considerados promissores como aonda seguinte de poder no partido pol!tico -hig. ? partido dos -higs,liberais, era favorvel ao progresso e à reforma. $omo o disc!pulo prediletodo momento, trong-(c)e sentou#se ao lado de lorde Eingal, um homemidoso de temperamento dif!cil, infelizmente, e capacidade mental emdecl!nio.

3 pe%a era uma comédia e ele, que j não a achara divertida na primeira vez, duvidou que uma segunda apresenta%ão pudesse entret2#lo.Daquele modo, sua aten%ão desviou#se até os outros camarotes, iluminadosindividualmente com lampi&es que brilhavam com suavidade, destacandoos belos tecidos dos vestidos das damas ao lado dos cavalheiros em seuselegantes trajes escuros. 9econheceu a maioria das pessoas nos outroscamarotes. $omo de costume, poucos eram os que sequer fingiam assistir à

 pe%a, os demais conversando, revendo amigos, flertando ou fazendo

me8ericos.? olhar dele pousou num camarote onde teve a impressão de não

conhecer nenhum dos espectadores. >alvez fossem novos em ondres.'avia uma dama idosa e altiva, com os cabelos brancos presos no alto dacabe%a num penteado elaborado e coberta de jóias. /stava ladeada por umadama alguns anos mais nova, que parecia ter um ar insatisfeito e comprimiaos lbios, e por um cavalheiro, um homem distinto que parecia originrio docampo, com uma postura tranqJila e uma e8pressão aberta, franca.trong-(c)e franziu o cenho, achando que, talvez, j tivesse visto o rosto

do homem em algum lugar antes. 3 jovem ao lado dele era encantadora, deum jeito sereno e meigo./ havia duas outras jovens no camarote, uma e8traordinariamente

 bonita. trong-(c)e soltou um suspiro profundo e tr2mulo. /la seassemelhava muito a Dorothea, e foi desolador observ#la, parecendo tãofamiliar, e flertando com dois cavalheiros que haviam acabado de entrar nocamarote, na certa em busca de uma apresenta%ão.

3 outra jovem estava sentada a um canto, usando um vestidoadorvel, mas parecendo desolada. /le condoeu#se dela. Parecia tão perdida

e infeliz. ?nde tinha visto aqueles grandes olhos antes< De que cor seriam<Clássicos Históricos 286 – Obstinado Coração – Donna Simpson $"

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/le pegou seus óculos de ópera e focalizou, com alguma dificuldade,o rosto da jovem dama. $abelos castanhos arrumados em cachos sedosos,figura esbelta, e, sim, olhos grandes e bonitos. ?lhos que j vira antes...

 5o parque, fitando#o com um sorriso. /ra a srta. Pamela 5eville0 /le

fechou os óculos abruptamente e largou#os na cadeira vazia a seu lado.Desviou a aten%ão de volta para o palco e, durante o restante do ato,manteve#a ali.

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dessas. Dama alguma pode simplesmente ir entrando no camarote de umcavalheiro, em especial quando nem sequer foi apresentada a eleapropriadamente. 3s pessoas confundiriam voc2 com uma... bem, nãocompreenderiam.

$orando, Pamela entendeu a preocupa%ão da noiva do irmão. eucomportamento impetuoso fora o que lhe causara problemas em sua primeira temporada. Parecia que não estava completamente curada de suairrever2ncia, então, apesar de ter achado que aprendera a se comportarreservadamente. 9espirou fundo e pousou a mão sobre o est@mago, que

 parecia estranhamente em nós. 7 =sso significa que não h meio de eu me desculpar com ele. 7 5ão foi o que eu disse. 3penas sente#se e espere, querida. 7 ;ane

levantou#se e foi até Arace, com quem manteve uma conversa sussurrada.Pamela viu a avó correndo o olhar ao redor até o camarote em

questão e erguendo os óculos. 3s duas mulheres sussurraram entre si e,então, o próprio 'aven, formal em seu traje preto de noite, foi atra!do para aconversa. /le usou os óculos da avó, franziu o cenho com ar pensativo e,então, seu rosto iluminou#se com um largo sorriso. *eneou a cabe%a comentusiasmo e, enfim, tornou a sentar#se em seu lugar para assistir à pe%a.

/, então, mais nada aconteceu. *ais de uma vez, Pamela abriu efechou seu leque, inquieta, e bateu#o de encontro à perna. ? camaroteestava cheio, os dois jovens cavalheiros que haviam chegado em busca deuma apresenta%ão a 9achel não tendo mais sa!do depois que aquilo

acontecera. ?s tr2s conversavam animadamente, o riso de 9achel suave ecristalino, perfeitamente modulado, como sempre.

? segundo ato terminou e, ainda assim, nada fora dito. /stariamapenas zombando dela<, perguntou#se Pamela. 5inguém iria fazer nada</la mal podia conter a vontade de ir até o camarote de trong-(c)e e lhecontar o que acontecera naquela tarde. / se encontrasse um meio de atrair#lhe a aten%ão e cham#lo até o lado de fora do camarote< 5ão parecia midéia. >alvez um dos funcionrios do teatro a ajudasse, levando#lhe umamensagem, ou algo assim. 3quilo, por certo, seria aceitvel.

/la se levantou de mansinho e come%ou a se encaminhar até o fundodo camarote quando uma mão forte fechou#se em torno de seu pulso. 7 =rmãzinha, sente#se como uma dama e espere0'aven usava tão raramente aquele tom que ela tornou a sentar#se de

imediato em sua cadeira. 7 /u j soube da história sobre a sua escapulida hoje de manhã, e

nós resolveremos o seu problema, eu lhe prometo 7 acrescentou o irmãonum tom mais gentil. 7 *as se voc2 tivesse confiado a mim o motivo deter desejado passear a cavalo esta tarde no parque, nós poder!amos ter

evitado este impasse.Clássicos Históricos 286 – Obstinado Coração – Donna Simpson 2%

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9achel e seus dois admiradores dei8aram o camarote para caminhar e beber algo. ad( 'aven avistara algumas conhecidas e estava saindo docamarote para ir lhes falar. 'aven, de bra%o dado com ;ane, também saiu.Pamela e Arace ficaram a sós.

 7 >ente cultivar um certo ar de tranqJilidade, minha jovem 7declarou a velha dama secamente. 7 ? qu2< 7 / não diga Go queG nesse tom desagradvel. 7 /8asperada, a

vi6va 'aven sacudiu a cabe%a. 7 4oc2 deve falar" Gperdoe#me, comodisse<G / ainda se pergunta por que sir $olin prefere 9achel a voc20 3omenos, 9achel comporta#se como uma dama0

?s sentimentos feridos, Pamela dobrou as mãos sobre o colo emordeu o lbio inferior, lgrimas de mortifica%ão aflorando#lhe nos olhos.? que havia de errado com ela< 5ão era de seu feitio dei8ar que as palavrasduras de vovó Arace a magoassem, nem se sentir tão aborrecida só porquealguém ficara com a idéia errada a seu respeito. *as durante toda a tarde eaté ao jantar, estivera remoendo sobre o que trong-(c)e e a sobrinhadeviam estar pensando dela e, de repente, o e8ato cavalheiro estava ali, tão

 perto. Poderia desculpar#se, e8plicar0 ?diava a idéia de que os dois adesprezassem por suas péssimas maneiras.

/ra tão errado não querer parecer uma cabe%a#de#vento ignorante<*as, de algum modo, aquela situa%ão acabara indispondo#a com

todos. 5inguém entendia, nem mesmo ;ane, em quem havia confiado.

Desejou nunca ter dei8ado Bor)shire. 3o menos, l podia cavalgar àvontade, visitar a propriedade de $orleigh e brincar com os cachorros. 3li,era apenas um transtorno para todos, até mesmo para Arace, ;ane e 'aven.

9espirou fundo, soltando um suspiro tr2mulo./ agora estava apenas sendo tão infantil quanto todos a acusavam de

ser, petulante e desmanchando#se em autocomisera%ão. 3 avó tinha razão.e queria atrair a aten%ão de $olin, tinha de aprender a se comportar comouma dama, a tornar#se serena e até recatada, como 9achel parecia, embora airmã estivesse longe de ser recatada, na verdade. / quanto antes come%asse

a praticar, melhor. Pamela endireitou as costas e sentou#se, respirandofundo mais uma vez, empenhando#se ao m8imo para parecer tranqJila.3 vi6va soltou um riso e, então, estalou a l!ngua.

 7 4oc2 parece, minha crian%a, uma mrtir prestes a ser atirada aosle&es. 9ela8e sua e8pressão. /svazie seus olhos. eu rosto conta milhistórias, menina, e essa não é a maneira de ondres.

 7 /u sei 7 respondeu Pamela. 7 /u me empenharei, vovó Arace. 7 =sso é tudo o que eu pe%o.trong-(c)e ouvia lorde Eingal e8pondo uma teoria pol!tica

escalafobética qualquer que, na verdade, não lhe importava nem um pouco,Clássicos Históricos 286 – Obstinado Coração – Donna Simpson 2$

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mas na qual deveria parecer interessado. /stava quase vesgo de tanto tédio.?s demais cavalheiros haviam dei8ado o camarote durante o intervalo paraesticar as pernas, haviam alegado. 5a verdade, fora para escaparem do somda voz monótona de Eingal.

'ouve uma batida à porta nos fundos do camarote e um casal entrou.trong-(c)e levantou#se.? cavalheiro apro8imou#se e estendeu a mão.

 7 trong-(c)e, estou certo< ou Aerr( 'aven. 5ós nos conhecemosna casa de lorde angle( h tr2s anos, naquela reunião em que estvamosfalando sobre ovelhas0

trong-(c)e franziu o cenho por um momento e, então, um sorrisoinvoluntrio surgiu em seus lbios.

 7 im0 /u me lembro0 4oc2 e eu ficamos acordados uma noiteinteira conversando sobre as e8peri2ncias de novos cruzamentos, enquantotomvamos uma garrafa do melhor conhaque de angle(0 3o final daconversa, j não diz!amos nada que fizesse quase sentido. e não meengano, chegamos à conclusão de que a idéia de 5apoleão de um t6nel até ocontinente era e8celente porque, dessa maneira, os pastores poderiam levaros rebanhos até o continente para pastar quando todas as pastagens da=nglaterra estivessem esgotadas0

?s dois homens riram, e 'aven fez a jovem a seu lado apro8imar#se.trong-(c)e notou o carinho na voz do outro homem enquanto a fitava edizia"

 7 /sta é minha noiva, a srta. ;ane Dresden. /stamos em ondres para comprar roupas de noiva e nos preparar para nosso casamento.

Depois das congratula%&es, 'aven lan%ou um olhar a lorde Eingal eindagou"

 7 trong-(c)e, voc2 poderia ir até o meu camarote para que eu possa apresent#lo a minha fam!lia<

3pesar da culpa em se dar conta de que não haveria nada quequisesse mais do que escapar das teorias pol!ticas de Eingal, trong-(c)eaceitou de imediato.

 7 $ertamente. 7 /le apresentou o casal ao seu mentor e, então,disse" 7 $om sua licen%a, milorde<? velho liberou seu cativo relutantemente com um meneio de cabe%a

abrupto.Eoi somente quando estava a caminho do camarote de 'aven que

trong-(c)e se deu conta de que j o vira e à sua noiva e de que ambosestavam no mesmo camarote que a srta. 5eville. *as era tarde demais paraevitar o contato. /le j estava l, e 'aven o apresentava primeiro a sua avó,a dama de ar imperioso e cabelos brancos num meticuloso penteado.

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 7 *inha mãe est fora fazendo me8ericos e minha irmã mais velhaest por a! em algum lugar, mas permite#me apresent#lo a minha irmã maisnova, a srta. Pamela 5eville< Pamela, este é o conde de trong-(c)e.

=rmã de 'aven0 trong-(c)e, tenso, curvou#se e disse"

 7 Prazer em conhec2#la, srta. 5eville. 7 Fuando endireitou ascostas, fitou diretamente aqueles grandes e e8pressivos olhos verdes. 5otouque as graciosas sardas que salpicavam o nariz delicado dela quase haviamdesaparecido com o pó que alguém lhe aplicara para encobri#las.

 7 #orde trong-(c)e< 7 /la se levantou e fez uma me#sura,tornando a se sentar em seguida.

 7 =r se reunir a nós, milorde, para o terceiro ato< 3quilo partiu davi6va lad( 'aven, a avó do visconde, e sua pergunta foi colocada de talmaneira que pareceu uma ordem. *as ele não recebia ordens de ninguém,nem mesmo de uma senhora idosa.

 7 >enho de retornar ao meu camarote. /stou com o grupo de lordeEingal, e temos um jantar a comparecer depois da pe%a.

 7 /le não se importar se voc2 se sentar conosco durante um ato 7disse a viscondessa, estendendo a mão para pegar o bra%o dele, enquanto asluzes a gs no teatro diminu!am e havia movimenta%ão na parte detrs docamarote. 3lgumas pessoas entraram, presumidamente a irmã mais velha de'aven e acompanhantes, e a velha dama segurava#o com firmeza. >eriasido o c6mulo da rudeza libertar#se dela abruptamente.

 Fuando, enfim, a viscondessa o soltou, ele se viu sendo conduzido

até uma cadeira ao lado da srta. 5eville e nem teve certeza de como aquiloaconteceu. 4irou#se, então, para oferecer suas desculpas e retirar#se, mas osolhos da jovem estavam fi8os nele, e algo em sua e8pressão o fezendireitar#se novamente na cadeira.

 7 enhor 7 sussurrou ela. 7 /stive tão preocupada o dia todo. /uqueria tanto ir ao parque esta tarde para nosso passeio a cavalo, mas minhamãe tinha feito outros planos, e eu não pude...

Eoi interrompida pela voz estridente do objeto de sua fala, a mulherde ar insatisfeito que ele notara anteriormente de seu camarote.

 7 ;emima indse( decididamente engordou. eus quei8os... h maisdo que um... até tremem quando fala, acreditem0 7 /la notou trong-(c)e. 7 Fuem é o cavalheiro<

'aven fez as apresenta%&es. Fuanto mais a mulher falou... e ela faloudurante o terceiro ato inteiro... mais trong-(c)e simpatizou com a srta.Pamela. 3o final da pe%a, ele j a perdoara por completo. 5ão havia nadaque a jovem pudesse ter feito se a mãe lhe ordenara que a acompanhasse aoutro lugar.

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Fuando as luzes se acenderam, durante o intervalo antes daapresenta%ão de um monólogo que encerraria a noite de espetculo, ele, noentanto, levantou#se.

 7 >enho de retornar ao#meu grupo, uma vez que não ficaremos para

assistir à 6ltima apresenta%ão. 7 Eazendo uma me#sura, agradeceu a todos por sua hospitalidade.3 vi6va 'aven pegou#lhe a mão quando ele se despedia dela.

 7 /st sozinho em ondres, senhor< 7 /stou atualmente com minha sobrinha, para quem contratei uma

 preceptora. 7 *as não tem esposa, nem... ninguém< 7 5ão 7 respondeu ele, sucinto, pensando amargamente em

Dorothea. 3mbos teriam completado cerca de seis meses de casamentoàquela altura.

 7 /ntão, compareceria, com sua sobrinha, é claro, a um jantar bastante informal de aniversrio para minha neta<

ad( 'aven e8clamou" 7 ;antar< Para qu2< 7 Para o aniversrio de Pamela, é claro.3 srta. Dresden lan%ou um olhar a Pamela e, então, a lorde

trong-(c)e. 7 Fue idéia adorvel, vovó Arace. m jantar para comemorarmos o

vigésimo aniversrio de Pamela. 5ão é todos os dias que uma jovem

completa vinte anos0trong-(c)e, tomado de surpresa, lan%ou um olhar a Pamela 5eville,

cujas faces estavam afogueadas sob o olhar de todos no camarote. 7 /u... +elinda e eu teremos satisfa%ão em comparecer 7 respondeu

ele, não reconhecendo a própria voz, pois soou um tanto estrangulada. 4inteanos< >omara#a por uma garota de quinze. /mbora devesse ter revisto suaopinião pela atitude e apar2ncia dela naquela noite. /la usava umencantador vestido de seda bordada da cor de marfim antigo e enfeitadocom rosas de cetim verde. ? vestido moldava#lhe o corpo esbelto, de curvas

suaves, e8pondo#lhe os bra%os alvos e real%ando#lhe a ossatura delicada.4inte anos. /le teria de ser reservado, pois, se não estava enganado, haviaum certo ar casamenteiro pairando ali, e ele não tinha a inten%ão de se ver

 preso a ninguém pelo resto da vida tão cedo, muito menos a uma jovemdoidivanas feito a srta. Pamela 5eville.

im, teria de ser muito, muito cauteloso.

Clássicos Históricos 286 – Obstinado Coração – Donna Simpson 2

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Capítulo I&

? aparador estava repleto de todo o tipo de comida apropriada aodesjejum, de torradas e ovos a geléias e uma variedade de queijos. Pamela

cumprimentou ;ane, que j se encontrava à mesa. 7 Por que, subitamente, minha avó quer fazer um jantar paracomemorar meu aniversrio< 7 Pamela colocou ovos me8idos em seu

 prato e pegou duas torradas. /la e ;ane eram as 6nicas na sala de jantar,uma vez que 'aven j fizera o desjejum e sa!ra e a avó, lad( 'aven e9achel ainda ficariam na cama durante horas. entou#se ao lado de ;ane emeneou a cabe%a quando o lacaio se adiantou com o bule de café.

 7 >alvez ela tenha simpatizado com lorde trong-(c)e. 7 ;anesorveu um gole de café, mas afastou o prato com seu desjejum aindaintocado.74oc2 conhece sua avóC ninguém nunca questiona seus motivos./la faz o que quer.

Pamela olhou para a amiga e futura cunhada. ;ane não parecia bem.>inha os olhos um tanto inchados e estava plida. >alvez ondres nãoestivesse lhe fazendo bem. /la sabia, tendo ouvido as longas discuss&essussurradas, que ;ane não quisera ir para ondres. /la oferecera tantaresist2ncia quanto a que condizia com seu carter plcido e acabara cedendoquando 'aven lhe lan%ara um certo GolharG que Pamela nunca vira antes./m qualquer outra pessoa, teria chamado aquilo de olhar de Gs6plicaG, mas'aven possu!a dignidade demais para ter recorrido a tal método.

 7 ?h, pu8a. 7 Pamela provou dos ovos me8idos em seu prato esorveu um gole de café antes de sacudir seu garfo na dire%ão de ;ane. 74oc2 contou a vovó Arace que conheci trong-(c)e no parque, não foi<

 7 im, contei. Eiquei me perguntando quem seria ele, e vovó Araceconhece a todos. /, então, resolvemos perguntar a Aerr( sobretrong-(c)e. I apenas uma coincid2ncia o fato de ele conhecer o conde.

 7 $onde0 7 acudindo a cabe%a, Pamela soltou um assobio bai8o. 7 ;amais suspeitei que ele fosse um conde. 7 9ecordando que ele lhe parecera elegante mas despojado com suas roupas de homem do campo e

espontaneidade quando estivera cavalgando no parque, ainda era dif!cilassociar o acess!vel cavalheiro ao imponente t!tulo de nobreza que possu!a. 7 im 7 respondeu ;ane, pegando o prato de volta para comer um

 pedacinho de torrada. an%ou um olhar a Pamela antes de prosseguir. 7m conde. / tão bonitoC raramente tenho visto um cavalheiro tão atraente.3o que parece, ele é do norte também. ?ntem à noite, quando Aerr( e euestvamos... hã, conversando, ele me contou que a propriedade de lordetrong-(c)e fica no distrito dos agos. 5ão muito distante de 'aven$ourt, na verdade, logo além dos montes Peninos.

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Pamela deu#se conta de que a amiga a estudava. Deu de ombros. ?que deveria dizer<

 7 Eiquei contente com a chance de lhe e8plicar por que faltei anosso encontro para passear a cavalo no parque. ?brigada. 4oc2 não...

contou realmente a 'aven a respeito dessa parte, não é< Fue eu conhecitrong-(c)e numa cavalgada matinal que eu não deveria ter feito< 7 $ontei. Pamm(, voc2 sabe que ele não teria proibido voc2. >udo

que pedimos é que seja discreta. 5ão teria sido bom se voc2 tivesse sidoapanhada por alguém que comentaria a respeito.

 7 ei disso. 3prendi alguma coisa no 6ltimo ano, sabe. trong-(c)enão contar a ninguém.

 7 $omo voc2 sabe< 7 perguntou ;ane, um sorriso inquiridorcurvando#lhe os lbios de leve.

 7 5ão sei ao certo. 7 Pamela deu de ombros. 7 3penas sinto isso.3cho que ele é do tipo honrado. *as que temperamento forte0 /le até

 parece agradvel o bastante num primeiro encontro, mas a maneira como sedirigiu à pobre sobrinha0 +errou tanto com ela que não foi de admirar que agarota parecesse tão desolada.

 7 5ão deve ser fcil para nenhum dos dois. ? conde não é casado,nem tem filhos. / provvel que jamais tenha esperado criar uma garota.

 7 Eico me perguntando por que ser que ele est cuidando dasobrinha.

 7 /u me perguntei a esse respeito também. Aerr( disse que viu uma

nota no jornal h cerca de um ano. >alvez menos, ele não tem certeza.3lis, não havia se lembrado disso até agora e a nota só lhe chamou aaten%ão porque havia conhecido lorde trong-(c)e cerca de um ano antesdisso, e o nome do conde constava da história. 7 ;ane sacudiu a cabe%a, osolhos pesarosos. 7 Aerr( disse que a irmã e o cunhado de trong-(c)emorreram num acidente de carruagem. Devem ter sido os pais de +elinda, eele deve ter#se tornado o tutor dela. Fue per!odo dif!cil para ambos, paralorde trong-(c)e e a sobrinha.

 7 /stão falando sobre aquele bonito cavalheiro que foi até o nosso

camarote ontem à noite< 7 9achel, de pé horas antes do que alguém poderia ter esperado, entrou graciosamente na sala de jantar num vestidorosa matinal. Eranziu o cenho na dire%ão do aparador de comida, servindo#se apenas de uma torrada seca e, então, meneou a cabe%a para o lacaio, quelhe preencheu a 8!cara de café.

 7 orde trong-(c)e 7 confirmou ;ane. 7 im. /le é muito bonito, não é, Pamela<

/la deu de ombros. 7 3cho que sim 7 admitiu, relutante.

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 7 Por que vovó Arace o convidou para uma festa fict!cia deaniversrio para Pamela, eu não fa%o idéia 7 declarou 9achel. 7 3 menosque... 7 /la abriu um sorriso malicioso, parando com a 8!cara de café ameio caminho dos lbios. 7 er que ele me notou< ó pode ser isso.

>alvez lorde trong-(c)e tenha notado minha presen%a de seu camarote eido até o nosso em busca de uma apresenta%ão. 7 /ndireitou as costas, osolhos brilhando. 7 3gradecerei a vovó nesse caso, por ter encontrado ummeio de nos unir. m conde0 /le é um partido bastante adequado a mim,creio eu.

Pamela e ;ane trocaram um olhar, ambas contendo risinhos. 3 rea%ãode Arace seria interessante de observar. Pamela sentiu#se bastante tentada a

 p@r um fim às ilus&es rom:nticas da irmã, a revelar que conhecera ocavalheiro anteriormente, mas preferiu calar#se. eus passeios matinais nãoeram da conta de ninguém e contar a 9achel seria o mesmo que contar àmãe de ambas.

 7 Por que acordou tão cedo< 7 perguntou ;ane num tom afvel.Pamela ficou aliviada em v2#la um pouco mais animada depois da

conversa descontra!da delas. >alvez estivesse apenas sentindo falta de'avenC seu irmão andava tão ocupado que mal tinha tempo para a noiva.

 7 >enho um horrio marcado com a modista 7 respondeu 9achel. 7 Einalmente, serei apresentada e meu vestido apropriado à corte tem queficar pronto logo.

Pamela estremeceu.

 7 >erei de me submeter à mesma tortura. I uma GhonraG à qual nãoaspiro, mas devo suportar.

;ane concordou tacitamente com a avalia%ão de Pamela sobre aocasião. /la própria fora apresentada à rainha, evidentemente, em suadistante primeira temporada, e apenas se lembrava daquilo como um breve,

 problemtico, dispendioso e cansativo evento. *as 9achel tinha ambi%&es,e ser apresentada à rainha seria o in!cio de sua planejada conquista de toda aalta sociedade londrina. /stavam chegando um tanto tardiamente àtemporada e, portanto, teria de apressar as coisas, o que e8plicava sua

apari%ão à mesa do desjejum tão cedo. /m sua maioria, as damas j tinhamestado planejando seus vestidos para a corte, monstruosidades suntuosas eantiquadas, durante meses, ou j haviam sido apresentadas. 9achel vira#se

 privada de sua apresenta%ão nos anos anteriores por causa da brevidade desuas temporadas. 3 fam!lia 5eville tivera a m sorte de ter perdidofamiliares em ocasi&es das mais inoportunas, um fato do qual 9achel sequei8ara profusamente, parecendo t2#lo tomado como uma ofensa pessoal.

?correu a ;ane naquele momento que, como uma dama que ficaranoiva recentemente, poderia se esperar que fizesse sua mesura à rainha

outra vez, uma tribula%ão que, em geral, acompanhava a mudan%a de estadoClássicos Históricos 286 – Obstinado Coração – Donna Simpson 2"

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civil de uma dama, como também o seu debute na sociedade. /laestremeceu. =ria manter#se bastante calada quanto àquela possibilidade...

3s coisas j não pareciam tão promissoras, com lad( 'avencome%ando a insinuar sobre um casamento em ondres para o visconde

'aven e sua noiva e como poderia ser o evento social do ano, o qualelevaria muito a posi%ão da fam!lia entre Gaqueles que importavamG, quemquer que fossem. 3té Arace, por mais compreensiva que fosse, não eraavessa à idéia de que o casamento do neto acontecesse em ondres.

*as Aerr( lhe prometera que retornariam ao norte para se casaremC promessa que ela não estava tão certa de que o noivof cumpriria agora. ? próprio in!cio do romance de ambos fora tão confuso e peculiar. 3 caminhode ir ao encontro do desconhecido visconde de 'aven, sobre o qual nãosoubera nada e8ceto o que ouvira através de péssimos relatos... ele fora tidocomo austero e soturno demais... ;ane fugira antes de chegar ao destino e seabrigara no chalé de uma vi6va nas charnecas de Bor)shire. , no lar de*ar( $ooper, ela conhecera um bonito fazendeiro, Aerr( 5eville, querevelara ser tudo o que ela imaginara que um pretendente devia ser,charmoso, gentil, atencioso. /la se apresentara como ;enn(, a criada pessoalde uma aristocrata e parente de *ar(, e, ao longo, de poucos dias, amboshaviam se apai8onado, embora nenhum dos dois estivesse a par daverdadeira identidade um do outro. >udo aquilo ainda era como umaespécie de sonho para ela, aqueles primeiros dias em que a empolga%ão doamor confundira seus sentidos e anuviara sua mente.

/ntão, a luz fria e dura da verdade ca!ra sobre o relacionamentoclandestino de ambos. 'aviam descoberto que eram, na verdade, a srta. ;aneDresden, a prometida que fugira, e o visconde lorde 'aven, o senhor de'aven $ourt e pretendente que a aguardara.

3 mdtua revela%ão da identidade de ambos fora chocante, mashaviam descoberto que ainda se amavam e ansiavam pelas mesmas coisas"um lar, uma fam!lia, a tranqJilidade do campo. 3inda chamavam um aooutro de Aerr( e ;enn( em seus momentos de privacidade cada vez maisraros. >inham oficializado o noivado havia apenas um m2s, mas as press&es

em torno de ambos j os faziam agir mais como estranhos um com o outrodo que tinham se sentido logo no in!cio. 7 ;ane< 7 disse Pamela, o cenho franzido. 7 4oc2 est bem<

Parece um pouco plida e pensativa demais. 7 5ão é nada. /u estava apenas... distra!da. 7 ;ane for%ou um

sorriso e respirou fundo para se aquietar. 3creditava no amor de 'aven.>inha de se ater àquela convic%ão de que haviam sido feitos um para ooutro. Daquele modo, esperaria. / renovaria sua determina%ão de, aomenos, praticar algum bem enquanto estivesse em ondres. e pudesse

ajudar Pamela, que estava visivelmente interessada em lorde trong-(c)e,Clássicos Históricos 286 – Obstinado Coração – Donna Simpson 28

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ainda que ela mesma não percebesse aquilo, então seu tempo em ondresnão seria uma perda completa.

? pouco sol que havia para atravessar a névoa constante de ondresnão conseguia penetrar pelas sombras da rua estreita onde se situava a

resid2ncia dos 'aven, apenas mais uma das casas altas que se comprimiamumas contra as outras, a maioria com janelas somente nas paredes da frentee dos fundos. 3té mesmo na sala de estar da frente, no meio da tarde, poucaluminosidade entrava pelas janelas, tornando o uso de velas necessrio.

/ra onde a idosa vi6va 'aven escrevia agora a uma escrivaninha,estreitando os olhos cansados e amaldi%oando a deprimente casa, ansiando

 por poder retornar à espa%osa 'aven $ourt tão logo a temporadaterminasse.

Passos no corredor anunciaram a apro8ima%ão da neta ca%ula, que seadiantou pela sala para abrir mais as cortinas, ao notar que a avó escreviacom dificuldade.

 7 ? que est fazendo, vovó< 7/stou preparando uma lista de convidados para a sua festa de

aniversrio, daqui a algumas semanas. eu aniversrio ser numa se8ta#feira, e acho que é um dia bastante prop!cio para uma festa.

 7 Fuando continuaremos minhas aulas< 7 3ulas< Do que est falando, menina< 7 ?h, voc2 não pode ter esquecido0 7 e8clamou Pamela com um

suspiro petulante. 7 4oc2 prometeu que, se eu viesse a ondres e me

comportasse, iria me dar aulas sobre como me portar devidamente, a fim deque $olin quisesse se casar comigo. Disse que poderia ser feito0 5óscome%amos em 'aven $ourt, mas, então, com todos os preparativos para avinda a ondres, não seguimos adiante.

3 velha viscondessa suspirou e dei8ou a pena de lado. 7 4oc2 me far cumprir essa promessa, não é mesmo< 7 /la pegou

a mão da neta. Por que a menina estava tão determinada a se casar com ohomem que era perdidamente apai8onado por sua irmã mais velha, 9achel<ir $olin 4arens era, supunha a vi6va, um bom sujeito, mas não podia ver o

que havia de tão especial para se admirar nele. /ra comum, pacato, r6stico,não um cavalheiro distinto do naipe de, por e8emplo, lorde trong-(c)e. 5aquele aspecto, 9achel era bastante sensata, colocando seus própriosencantos e valor acima do baronete e de sua modesta propriedade emBor)shire.

Pamela, porém, julgava#o um deus e falava abertamente em se casarcom ele e mudar#se para $orleigh. 3 vi6va 'aven não podia dei8ar de

 pensar que aquilo acontecia simplesmente porque, isolados como estavam, a jovem não tinha ninguém com quem comparar 4arens. / um casamento

com o baronete a manteria em Bor)shire e perto de seu adorado lar, aoClássicos Históricos 286 – Obstinado Coração – Donna Simpson 2#

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mesmo tempo que a tiraria da dif!cil companhia da mãe. Pamela e a mãenão se davam bem.

3 esperan%a da idosa viscondessa era a de que, diante de um homemtão apresentvel quanto trong-(c)e, a garota se esquecesse rapidamente

de sua suposta pai8ão./la concordara com as aulas à neta por duas raz&es, porém, e ambascontinuavam vlidas. 3 primeira fora a de que sua promessa de ensin#lafizera Pamela concordar em dei8ar Bor)shire espontaneamente e ir aondres para a temporada com o irmão e a irmã. / a segunda era a de que,se a jovem aprendesse a falar, andar e a agir como uma dama, talvez con#seguisse encontrar um marido que, por certo, superaria 4arens.

 5ovamente, alguém como lorde trong-(c)e.Pamela j dera alguns passos naquela dire%ão. 5ão objetava mais

quanto a se vestir apropriadamente e até parecia sentir algum prazer em parecer bonita. /sfor%ava#se também para tomar parte nas conversas nosc!rculos sociais, em vez de se retrair timidamente. /stava, sem d6vida,come%ando a desenvolver suas habilidades sociais. /, daquele modo, comum cavalheiro como lorde trong-(c)e como poss!vel pretendente, ela aca#

 baria passando pelo restante da transforma%ão. 7 $ome%aremos esta tarde, minha querida. 3gora, v vestir algo

adequado para o ch e ser dessa maneira que retomaremos suas aulas. 3tél, dei8e#me terminar esta lista.

Pamela come%ou a subir a escada para se trocar, determinada a

aprender a servir o ch corretamente naquela tarde. ?bservara o ritualcentenas de vezes, mas, até então, nunca o desempenhara. 3o final datemporada, retornaria a Bor)shire como uma dama digna da aten%ão de$olin.

/la parou no meio da escada e apoiou a mão no corrimão liso. $olin.Eranziu o cenho. /stava em ondres havia apenas uma semana, mas ele j

 parecia tão distante de sua vida... 5ão era poss!vel0 /le era sua vida, ouseria quando estivessem casados. $olin era bom, bem#humorado, inteligentee seria um marido e8emplar para uma jovem que adorava cavalos como ela.

? baronete tinha aquela mesma pai8ão por cavalos e seu lar, $orleigh, eraacolhedor e bonito, muito mais agradvel do que 'aven $ourt.ubindo depressa o restante da escada, ela se encaminhou ao quarto e

foi diretamente até sua pequena cai8a de jóias. evando#a até a cama, abriu#a, despejou o conte6do na colcha branca e apanhou duas fitas de cetimvermelhas, o 6nico presente feminino que $olin j lhe dera, em seuaniversrio de oito anos. $orreu os dedos por elas com ternura, alisando otecido desbotado. $olin. 3h, sim, agora o rosto dele voltava#lhe à mente.uspirou, aliviada. Eora apenas uma aberra%ão moment:nea, aquela

incapacidade de v2#lo, de recordar seu rosto adorado.Clássicos Históricos 286 – Obstinado Coração – Donna Simpson 3%

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Capítulo &

/ra em ocasi&es como aquela que trong-(c)e sentia falta dacompanhia feminina com a qual teria contado agora se Dorothea houvesse

mantido a palavra e se casado com ele. /la teria sabido o que dizer a+elinda, como convenc2#la das coisas, como faz2#la obedecer... e entendidoo que a garota queria dele0 *as as mulheres eram inconstantes, e Dorotheaera agora lad( Dalhousie, esposa de um conde. m conde com umalinhagem mais antiga e com mais terras do que as que ele possu!a.

 7 +elinda 7 repetiu ele, sentando#se numa cadeira no quarto dela eentrela%ando as mãos. 7 4oc2 tem de concordar em voltar para a escola.

?s dois haviam tido aquela discussão muitas vezes antes e, a cadauma, ele sa!ra perdendo. $omo era poss!vel que um homem que tinhacentenas de pessoas sob seu comando, que administrava vastas terras e queera importante voz no Parlamento não conseguisse ser obedecido por umagarota de treze anos< /ra uma situa%ão absurda, e ele não cederia mais. /lavoltaria à escola.

 7 Para tornar sua vida mais fcil< 7 3 garota fitou#o com ardesafiador. /stava deitada de bru%os, atravessada na cama, o quei8o sobreas mãos dobradas, encarando#o, os olhos escuros da cor de grãos de café.

 7 5ão para tomar minha vida mais fcil. =sso é para o seu próprio bem0

 7 Para o meu próprio bem 7 imitou#o ela furiosamente. 7 >olice0

 7 /nterrou o rosto nas cobertas e se recusou a continuar olhando#o.? que ele iria fazer com ela< ; a enviara de volta à escola duas

vezes. 5a primeira, +elinda fugira, e ele tivera de se desdobrar para ocultaraquele deplorvel fato. e aquilo houvesse se espalhado, poderia terarruinado quaisquer chances que ela tivesse de fazer um bom casamento nofuturo. Porém, mais do que aquilo, mais do que qualquer considera%ãofutura sobre a reputa%ão dela, trong-(c)e lembrava#se do grande temorque o tomara quando descobrira que a sobrinha desaparecera da escola eninguém soubera de seu paradeiro. Procurara#a por tr2s dias, finalmente

encontrando#a trabalhando como criada da cozinha de uma estalagem pertode hado- *anor./ra uma garota corajosa, ele tinha de admitir. $omo uma menina

 bem#nascida de treze anos teria feito aquilo, ido até tão longe e, então,encontrado trabalho< *as ele se consumira de preocupa%ão e ang6stia atéque a encontrara.

3 segunda escola a que +elinda fora enviara#a de volta ao tio um m2sdepois com um bilhete, avisando#o de que a sobrinha era incorrig!vel e que

 jamais tornariam a aceit#la naquele re#nomado estabelecimento.

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trong-(c)e nem sequer quisera saber a história toda por trs daqueleepisódio, imaginando que a verdade teria sido lastimvel demais.

*as, agora, ele encontrara outra escola que a aceitaria, se a sobrinhase dispusesse a ir. /ra rigorosa, e ele até se recusava a pensar em seus

métodos de disciplina, pois haviam lhe garantido que ela não escaparia.>inham e8peri2ncia, haviam alegado, com crian%as problemticas. *as elechegara ao ponto em que não sabia mais o que fazer. 5ão podia mant2#laem sua casa. ? que sabia sobre criar uma menina como ela<

 7 3dmita 7 declarou +elinda, finalmente erguendo os olhos parafit#lo, a e8pressão zangada. 7 ua 6nica preocupa%ão é a de tornar a sua

 própria vida mais fcil. 7 5ão é a minha 6nica preocupa%ão0 7 e8clamou ele, tentando

faz2#la en8ergar a razão. ? problema era que ambos não conseguiam seentender, ou talvez, não se empenhassem naquele sentido. /sfor%ou#se paraencontrar as palavras que a convenceriam de que aquilo lhe seria benéfico.

 7 I realmente para o seu próprio bem. 3lgum dia, voc2 ir se casar... 7 +ah0 7 4iu, isso não é jeito de uma dama se e8pressar. I algo totalmente

inadequado para uma garota que est destinada a... 7 Destinada a qu2< 7 +elinda apoiou#se nos cotovelos. 7 3 me

casar com o fedelho de um nobre cabe%a#de#ovo qualquer e lhe dar uma por%ão de beb2s chor&es de sangue azul< /u não quero0

trong-(c)e sentiu a f6ria crescendo em seu !ntimo. 3pertou as

mãos com tanta for%a que os nós dos dedos ficaram es#branqui%ados e,ainda assim, a sobrinha não notava os sinais de aviso.

 7 4oc2 não pode me obrigar a fazer nada, pois eu fugirei novamentee, desta vez, eu... eu farei de conta que sou um garoto e me alistarei para ir

 para o mar, ou... ou algo assim. 7 4 em frente0 7 e8plodiu ele. 7 4oc2 não faz idéia do que est

dizendo. 7 $ome%ou a andar de um lado ao outro em frente à cama dasobrinha, o som das botas reverberando pesadamente sobre o assoalho demadeira. 7 e fizesse isso e obtivesse 28ito em enganar a todos, seria

chicoteada por insol2ncia ao final de uma semana0 /ntão, voc2 descobririao que é disciplina. 3cha que ser uma garota é dif!cil< 7 /le parou e en#carou#a, os olhos duros. 7 *eu pai me chicoteava com freqJ2ncia, apenas

 pelo princ!pio de que era necessrio um homem de fibra para vencer nomundo. >enho as cicatrizes para provar, cicatrizes de verg&esensangJentados obtidos por insol2ncias bem menos atrozes do que as suas.Aarotas t2m uma vida fcil e, portanto, não se julgue tão injusti%ada.

+elinda sentou#se, uma e8pressão desafiadora no rosto. 7 =sso foi nos tempos antigos, quando voc2 era jovem0

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3 sobrinha disse aquilo como se a juventude dele tivesse sido naépoca dos druidas. Desgostoso e at@nito, trong-(c)e atirou as mãos no ar.

 7 5ão sei o que lhe dizer. 7 oltou um profundo suspiro e passou amão pelo rosto. 3té então, desde que ela chegara a sua casa em ondres,

escapulira uma vez à noite e acabara parando numa taverna pró8ima, criarauma enorme confusão na casa com maliciosas cartas de amor entre oscriados e trancara a governanta na despensa por duas horas. 3s estroinicestinham cessado, por ora, uma paz inquietante reinando, mas ele ainda nãoconfiava na garota.

 7 4ou sair esta noite. e não ouvir a srta. inton e fizer e8atamenteo que ela disser 7 come%ou ele, referindo#se à preceptora temporria 7,então... então serei for%ado a manter voc2 confinada a seu quarto. / euquero mesmo dizer trancada, presa0 Earei e8atamente isso e, portanto, nãoabuse da minha paci2ncia.

trong-(c)e saiu abruptamente do quarto, sobressaltando uma criadaque se detinha no corredor, ouvindo tudo, sem d6vida. 3trs dele, p@deouvir a sobrinha caindo aos prantos, algo obviamente destinado a chamarsua aten%ão. Desceu a escadaria depressa, tentando não escutar.

*as era doloroso. $éus, quanto era doloroso ser a causa das lgrimasdela.

$omo resolveria aquela situa%ão<$ompletamente perdido em sua tentativa de lidar com +elinda como

se sentia, sabia, ao menos, que não podia desistir. /ra tudo o que a sobrinha

tinha, os próprios pais dele tendo morrido e a avó paterna dela vivendo nocontinente. /, afinal, tudo o que queria era que +elinda se comportasse, quefosse para a escola e, então, quando fosse o momento certo, que fizesse seudebute na temporada londrina, quando ele a lan%aria na sociedade damaneira mais refinada e cara que qualquer jovem poderia querer.

*as, até l, tinha de encontrar um meio de se entender com +elinda0Pamela suspirou enquanto aguardavam na fila de carruagens o

momento de parar diante da entrada da mansão onde iriam tomar parte num baile naquela noite. 3lisou a saia de seu adorvel vestido prateado e branco,

ocorrendo#lhe que era o traje mais belo que j possu!ra. +rilhava mesmosob a fraca luminosidade no interior da carruagem e era bonito demais paraela.

? de 9achel, porém, era ainda mais espl2ndido, dourado e rosa, com pequenas flores de seda adornando#o. Pamela tinha de admitir que a irmãera a jovem mais bonita que j vira em qualquer festa de ondres. 'aviaalgo nela, desde os sedosos cabelos escuros até a perfei%ão dos tra%os, quese destacava para criar a imagem de uma flor de feminilidade em plenodesabrochar.

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Pamela tornou a suspirar. e 9achel era uma flor, ela por certo era aerva daninha do jardim. /nquanto sua irmã mais velha era curvil!nea, ela

 própria era delgada, quase ine8istente. /nquanto 9achel tinha pele alva e perfeita, ela tinha sardas e tend2ncia para se queimar ao sol, ao qual se

e8punha com freqJ2ncia demais. 7 Pare de se me8er à toa, Pamm( 7 disse#lhe 9achel. 7 4aiarruinar meu vestido. / o seu.

 7 5ão estou me me8endo. *as por que simplesmente não descemose caminhamos até a porta< Por que temos de esperar para... 7 Pamelainclinou#se para olhar pela janela. 7 $éus, são apenas quinze metros até o

 portão. 4ou descer0 7 Eez men%ão de abrir o trinco da porta, mas a mãoengelhada de vovó Arace segurou seu pulso.

 7 5ão fa%a isso. 4oc2 se lembrar do que conversamos esta tarde ese portar corretamente.

Eor%ada a pensar antes de agir, Pamela deteve#se, relembrando osensinamentos que tivera durante o ch. ma dama é paciente. ma dama

 permite que outras pessoas a ajudem. ma dama... Pamela tornou a soltarum suspiro. 3ndava fazendo muito aquilo recentemente, ao que parecia"suspirar. 5ão era bom. Presumia que era apenas porque passara um poucoda idade de estar aprendendo aquelas coisas, agora que seus maus hbitosestavam tão profundamente arraigados, mas, durante anos, fizerae8atamente o que quisera, mimada pelo irmão mais velho e ignorada pelamãe. 4ovó Arace tentara, freqJentemente, ensinar#lhe boas maneiras, mas

ela simplesmente evitara a avó sempre que percebera seu intento e, daquelemodo, os anos haviam se passado, anos em que ela deveria ter aprendido amoldar seu comportamento na forma de algo mais aceitvel.

3 verdade era que, muitas vezes, era somente a pura necessidade quelevava uma pessoa a aprender certas coisas. /, com o avan%o de sua idade,tornara#se importante para ela encontrar um meio de despertar o interesse de$olin, mostrar#lhe que era um par melhor para ele do que 9achel. 3 perfeita9achel, para quem o comportamento apropriado era tão natural quanto res#

 pirar. Fuanto a si mesma, parecia que cada instinto nela lutava contra as

regras da sociedade, e aquilo era desgastante. Por que tinha de reprimir cadavontade natural sua, o seu próprio jeito de ser, apenas para se adequar aogosto de $olin< /le parecia gostar dela o bastante, mas seu amor erareservado para a linda, perfeita e refinada 9achel.

9efinada como uma dama.9espirando fundo para se aquietar, Pamela recostou#se no assento e

esperou até que chegassem aos port&es da mansão. Permitiu, enfim, que aajudassem a descer da carruagem, em vez de saltar os dois degraus, comoteria preferido. /la, 9achel e vovó Arace estavam na primeira carruagem,

enquanto a mãe, ;ane e 'aven seguiam numa outra atrs. /ntraram todosClássicos Históricos 286 – Obstinado Coração – Donna Simpson 3!

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 juntos e foram conduzidos por uma passagem, atrs de uma multidão deoutros recém#chegados, e levados ao alto de um conjunto de escadas.

/ Pamela sentiu#se quase sem f@lego de repente. 3li estava agrandiosa cena sobre a qual 9achel lhe falara, uma vez que a irmã tivera

uma primeira temporada antes dela. +aile algum em que estivera até então a preparara para aquele magn!fico espetculo. 7 5ão lhe falei, Pamm(< 7 9achel apertou#lhe a mão de leve antes

que descessem as escadas até o esplendoroso salão. 7/u lhe disse que,quando finalmente comparec2ssemos a um evento realmente maravilhoso,voc2 saberia.

 7 I verdade 7 sussurrou Pamela, apertando#lhe a mão de volta. 7*as eu não poderia ter imaginado.

? salão de baile cintilavaC não havia outra palavra para descrever come8atidão a luz de centenas de velas reluzindo em lustres de cristal ecandelabros de prata. $ortinas de refinado tule adornavam as janelas, egraciosas plantas criavam caramanch&es ao longo da beirada mais afastadado salão, que era, na verdade, composto de tr2s ou quatro sal&esintercalados um com o outro, as imensas portas de comunica%ão abertas.

/ os convidados0 $irculando pelo imenso salão havia centenas dedamas esplendidamente vestidas e homens em seus trajes pretos de gala,

 jóias, leques e plumas adornando a todos. Do alto, era como observar umadeslumbrante tape%aria, tecida com fios brilhantes, cores vivas e...

 7 Pamm(, não fique parada a! de quei8o ca!do0 *ova#se0 /stamos

detendo as pessoas atrs de nós. 7 9achel deu#lhe um empurrão.Pamela cambaleou no primeiro degrau, mal conseguindo manter o

equil!brio enquanto foi saltando pelos degraus até o pé da escada, ondecolidiu com as costas de um cavalheiro de preto.

 7 5ão nos envergonhe, mocinha0 7 sussurrou a mãe por entredentes, adiantando#se depressa para segur#la pelo bra%o. 7 ?u eu juro quedeserdarei voc2.

 7 Dei8e a garota em paz, (dia 7 disse vovó Arace. 7 enhoras 7 interveio 'aven, apaziguador. 7 4amos todos tentar

nos entender ao menos por uma noite.Primeiro, tiveram de encontrar um assento confortvel para a idosavi6va e, portanto, 'aven, alto e forte, abriu caminho pela multidão e guiousua fam!lia até um agrupamento de cadeiras ladeado por vasos de palmas.Eoram cumprimentados por vrios cavalheiros, que se apro8imaram parareservar dan%as com 9achel, que agradeceu graciosamente a todos.

 7 ?ra, que coincid2ncia 7 comentou vovó Arace com arcorriqueiro, meneando a cabe%a na dire%ão de uma porta. 7 3li est lordetrong-(c)e, 'aven. 4 lhe dizer ol.

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Pamela seguiu o olhar da avó. /ra trong-(c)e0, pensou, o cora%ãodisparando peculiarmente. $omo era agradvel que estivessem no mesmo

 baile, pois sabia que sua fam!lia recebera diversos outros convites parafestas naquela mesma noite. ? conde era, até então, o 6nico conhecido que

tinha em ondres, além de um n6mero de jovens cavalheiros que selembravam dela da temporada anterior e esperavam v2#la cometendoalguma travessura. Prometera a vovó Arace que iria ignor#los ao m8imo,caso insistissem em trat#la com familiaridade e8cessiva.

'aven apro8imou#se de trong-(c)e e ambos trocaram um aperto demão caloroso. ? visconde indicou o grupo de sua fam!lia, e o outro homemmeneou a cabe%a e seguiu#o. /le curvou#se, respeitoso.

 7 enhoras, srta. 5eville, srta. Pamela, srta. Dresden, é um prazerrever a todas voc2s.

9achel sorriu encantadoramente e fez uma mesura, mas trong-(c)eapenas pareceu aborrecido, por alguma razão. ?u talvez estivesse sofrendode alguma indigestão, pois Pamela não conseguia imaginar alguém vendosua irmã e não se apai8onando instantaneamente.

*as, em vez disso, o conde se virou para ela e disse" 7 rta. Pamela, o seu cartão de dan%a j est cheio< Posso lhe

solicitar uma polonesa, ou uma dan%a campestre<3 m6sica come%ou naquele momento e 9achel foi tirada para a

 primeira dan%a, mas sua e8pressão era intrigada. Por duas vezes, olhou porsobre o ombro, enquanto o parceiro a conduzia à pista.

Pamela, embara%ada pela maneira como seu cartão estava quasetotalmente vazio, hesitou, mas, então, enquanto vovó Arace encontrou seuolhar, respirou fundo, ergueu o quei8o com altivez e respondeu"

 7 $reio que tenho uma polonesa livre, lorde trong-(c)e, a segundadan%a, na verdade. 7 m de seus jovens conhecidos, um rapaz chamadoDe8ter, reservara aquela primeira dan%a e, finalmente, apareceu para busc#la, despreocupadamente. Fuando viu o conde, seu rosto ficou escarlate ecurvou#se, cerimonioso, comportando#se com muito mais dignidade do queantes.

/nquanto era conduzida à pista, Pamela notou uma troca de olharesentre vovó Arace e ;ane que não p@de decifrar. 3 avó meneou a cabe%a, e;ane sorriu, secretamente.

3 primeira dan%a logo terminou e De8ter levou#a de volta à mãe e àavó. trong-(c)e apareceu pontualmente, curvou#se diante das damas edeu o bra%o a Pamela.

3s pessoas observaram#nos enquanto ambos seguiam até a pista dedan%a, e ela se perguntou a razão por um momento, até que lhe ocorreu quetalvez fosse pelo fato de trong-(c)e ser tão bonito. /ra, de fato,

espl2ndido, com seus cabelos fartos e escuros, seus tra%os fortes eClássicos Históricos 286 – Obstinado Coração – Donna Simpson 3"

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marcantes, seus enigmticos olhos castanho#claros. em mencionar suafigura elegante naquelas roupas impecveis, sua postura confiante, enquantoformavam fileiras de casais para a dan%a.

 7 /st adorvel esta noite, srta. Pamela. 5ão a reconheci de imediato

no teatro, naquela outra ocasião, devo dizer. 7 5ão é sempre que uso cal%as, milorde 7 respondeu ela, magoada./le soltou um riso.

 7 Perdoe#me se a ofendi. >em todo o direito, no entantoC foi rude deminha parte. /u deveria ter apenas dito que voc2 realmente est adorvel.

 7 ?#?brigada.?s dois se moveram silenciosamente pelo lento compasso da

 polonesa.Pamela sentiu o peso do olhar dele e olhou#o de soslaio.

 7 ? que é< 4oc2 tem o ar de quem gostaria de me perguntar algo. 7 /u estava apenas me perguntando se poder!amos compensar o

encontro para cavalgar que perdemos, amanhã talvez< Desta vez, é claro,com o conhecimento e a aprova%ão de sua mãe.

 7 /u ficaria muito contente. / isso me daria a oportunidade de medesculpar com +elinda. /u me senti péssima por não ter podido ir ao nossocompromisso.

 7 /spl2ndido. /la ficou bastante desapontada. /stivera tão ansiosa por aquele passeio, e minha sobrinha raramente tem e8pectativa em rela%ãoa alguma coisa ultimamente, ao que me parece. / um passeio à tarde a far

a ver a transforma%ão em voc2, pois duvido que voc2 apareceria de cal%asno horrio de maior movimento0

Pamela soltou um riso. 7 I terr!vel, milorde, por estar dizendo uma coisa dessas. *as

acredito que tenho um traje apropriado de montaria em algum lugar.? conde pareceu divertido e observou#a no refinado vestido, com os

cabelos presos em seu estilo elegante. 7 3guardarei com e8pectativa o nosso passeio. /u gostaria que

+elinda visse que uma dama não precisa ser afetada e fr!#vola. ? e8emplo

de alguém tão natural e encantadora quanto voc2 mesma pode ajud#la alivrar#se de algumas de suas idéias equivocadas.Pamela ficou surpresa, mas não insatisfeita com aquelas palavras. /le

a achava Gnatural e encantadoraG, quando era o próprio conde que a faziasentir#se à vontade com seus gracejos amenos e jeito atencioso. +em, talvezaquilo significasse que não precisava agir com altivez e flertar, feito 9achel,ou ser meiga demais e infantil, como vira algumas das jovens damas semostrando. /stivera confusa quanto à maneira como devia se comportar,simplesmente porque nenhum de seus instintos naturais tinham#na

conduzido na dire%ão certa, ou assim pensara.Clássicos Históricos 286 – Obstinado Coração – Donna Simpson 38

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*as ela havia mudado, sabia. Dei8ara para trs as trvessuras e airrever2ncia que achara tão divertidas em sua primeira temporada, dando#seconta de que, com aquilo, afastara aqueles a sua volta e dera uma impressãoerrada de quem ela era. / uma vez que decidira abandonar seu deliberado

comportamento rebelde e se descontra!ra, descobrira que, ocasionalmente,era capaz de apreciar boas companhias. 5em todos na alta sociedade eramtolos, fr!volos e afetados. +astava olhar para trong-(c)e0 /ra bastanteagradvel, com e8ce%ão a seu autoritarismo em rela%ão à sobrinha. / semostrava tão bondoso com ela própria0

 7 /u gostaria muito de conhecer +elinda melhor7comentouPamela, rompendo, enfim, o sil2ncio. 7 /la me lembra a mim mesmaquando eu tinha aquela idade, devo dizer.

 7 3gora que voc2 é tão mais velha< 7 gracejou trong-(c)e,abrindo#lhe um raro sorriso que lhe iluminou os olhos e os tra%os fortes,dei8ando#o mais jovial.

/la perdeu a linha de pensamento por um momento. Fue olhosincr!veis ele tinha0

 7 /u... bem, a diferen%a entre treze anos e vinte é imensa para uma jovem, milorde. /sses anos são os mais dif!ceis, pois todos nos dizem quemdevemos ser, como devemos nos comportar, falar, caminhar, rir. ? quefazer, o que não fazer. /specialmente o que não fazer0

/le encontrou#lhe o olhar e meneou a cabe%a. 7 /ntendo. 3cho que é onde estou tendo problemas com +elinda no

momento. /u tento control#la e a repreendo, ela reage e, então, discutimos./u só quero o que é melhor para ela, mas a situa%ão fica dif!cil com elainsistindo em me desafiar. 7 oltou um profundo suspiro. 7 +elinda temse metido em tantos problemas... mas eu não cansarei voc2 com essas histó#rias. 5ão ainda.

Pamela apertou#lhe a mão. 7 Pode ser algo frustrante para voc2, mas é para ela também. 7 3cho que eu não havia pensado nas coisas dessa maneira 7 disse

ele, ir@nico. 7 /stive tão concentrado em como isso me afeta que eu não

havia realmente parado para pensar em como ela deve estar se sentindo.+elinda era uma crian%a tão doce antes... antes de a mãe ter morrido. *asrecentemente...

 7 trong-(c)e tornou a suspirar e sacudiu a cabe%a, guiandoPamela por um dos passos mais comple8os da dan%a em sil2ncio por ummomento.

3mbos se separaram e tornaram a se apro8imar ao ritmo da dan%a. 7 4oc2 faria... se puder, quero dizer. 5ão quero tirar#lhe seu tempo

durante a temporada.

 7 3inda não me disse o que est pedindo, milorde 7 sorriu ela.Clássicos Históricos 286 – Obstinado Coração – Donna Simpson 3#

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 7 4oc2 tem olhos adorveis 7 comentou o conde com um s6bitosorriso. 7 3lguém j lhe disse isso antes< >enho certeza de que algum

 jovem mancebo j deve ter dito. ão de uma cor muito bonita e tão grandese e8pressivos.

/ncabulada com o elogio, ela corou, murmurando" 7 ?brigada. 7 9ecobrou a compostura e, então, conseguiu tornar afit#lo. 7 *as ainda não me disse o que posso fazer para ajud#lo.

 7 4oc2 conversaria com +elinda< 7 perguntou ele, seu tom sérionovamente. 7 3 cada vez que nós conversamos, acabamos discutindo.>alvez alguém de uma idade mais pró8ima à dela...

 7 >enho quase vinte anos, não... 7 /u sei, eu sei. *as est mais perto da idade dela do que eu e é uma

 jovem dama também. ou apenas o tio de +elinda. /... eu acredito que elasinta falta da mãe terrivelmente.

Pamela notou a dor na voz dele. ? conde também sentia falta da irmã. 7 3cho que uma dama... uma mulher jovem 7 prosseguiu ele 7

seja capaz de dizer coisas a ela que eu não consigo. 7 /u ficaria feliz em tentar, mas depender dela a iniciativa de se

abrir comigo. /u não lhe arrancarei confidencias. 7 /la é mais fechada do que uma ostra, acredite. 4oc2 não

conseguiria arrancar nada de +elinda que ela própria não estivesse dispostaa revelar. 5ós lhe faremos uma visita amanhã, se estiver bem para a suamãe 7declarou trong-(c)e, enquanto a m6sica se encerrava e a conduzia

de volta até lad( 'aven e Arace.Permissão concedida, ele curvou#se e sorriu.

 7 +oa noite, senhoras. >enho de comparecer a outra festa e, portanto, estou de sa!da. /u a verei amanhã, srta. Pamela 7 acrescentou e beijou#lhe a mão, respeitoso, e8atamente enquanto 9achel era levada devolta por seu par.

4ovó Arace, toda sorrisos, declarou, alto o bastante para que suaoutra neta ouvisse"

 7 *inha nossa, (dia. orde trong-(c)e est indo embora. /

dan%ou apenas uma vez. $om Pamela. Fue peculiar0

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Capítulo &I

3dentrando na sala de estar principal, Pamela surpreendeu ;ane e'aven abra%ando#se e trocando um beijo apai8onado...

? rosto afogueado, os olhos cobertos com as mãos delicadas, disse#lhes" 7 Desculpem#me, voc2s dois, mas, se pretendem fazer isso, ao

menos deveriam trancar a porta0 7 /stava prestes a sair, mas o irmãochamou#a.

 7 4olte aqui, Pamm(.9elutantemente, ela virou#se e encontrou#os j a uma dist:ncia

respeitvel um do outro e, se o rosto de ;ane estava ruborizado, um poucode cor lhe ca!a bem. ?bservou#os com olhos perscrutadores.

 7 4oc2s dois se amam de verdade, não é mesmo< 7 disse,alternando o olhar entre o irmão e a futura cunhada.

 7 im 7 confirmou 'aven, lan%ando um olhar à noiva. 7 ou umhomem de sorte. 7 $orreu os dedos pelos cabelos claros e respirou fundo,soltando o ar lentamente.

 7 / eu sou a mulher de maior sorte neste mundo 7 declarou ;anecom suavidade. 7 4oltou para a prote%ão dos bra%os do noivo, e ele aestreitou junto a si.

Pamela sentiu o cora%ão enternecido e adiantou#se pela sala paraabra%ar a ambos. 3ndara percebendo uma certa tensão na casa

recentemente, e saber que ;ane e 'aven continuavam tão apai8onadosquanto antes de ondres dava#lhe grande alegria.

9indo juntos e abra%ados, os tr2s não ouviram a porta e vi#raram#sequando uma voz atrs deles disse"

 7 'aven, voc2 parece estar numa posi%ão privilegiada, cercado dedamas que adoram voc2. 3h, se eu tivesse essa sua habilidade.

Pamela soltou um risinho, enquanto a sonora gargalhada do irmãovibrava pela sala. /le se afastou da irmã e da noiva e estendeu a mão.

 7 trong-(c)e, é bom rev2#lo. 4eio buscar Pamm( para irem andar

a cavalo, não é mesmo<? conde meneou a cabe%a. 7 *inha sobrinha est esperando impacientemente. 3cho que a srta.

Pamela prometeu ajud#la a vencer minha proibi%ão quanto a galopar em p6blico.

$orando, Pamela cal%ou suas luvas. 7 $omo se eu fosse fazer uma coisa tão condenvel, milorde0>odos riram dela.

Clássicos Históricos 286 – Obstinado Coração – Donna Simpson $

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m cavalari%o levara >assie até a frente da casa. Pamela aceitou aajuda de trong-(c)e para montar de lado na sela e apro8imou a égua damontaria de +elinda, cumprimentando a garota com um sorriso caloroso.

 7 eu tio lhe e8plicou sobre aquele dia< 7 perguntou#lhe. 3 garota

meneou a cabe%a. eus olhos brilhando, sussurrou" 7 4oc2 sempre escapa de casa assim, como naquela manhã< Fuandoninguém est olhando< 5ão tive chance de lhe perguntar.

 7 /u preciso de um bom galope às vezes, sim. *as meu irmão sabea esse respeito 7 respondeu Pamela, com um pedido de desculpassilencioso pelo que era quase uma mentira. 5ão fora ela a contar a 'aven,mas o irmão sabia. 7 /u tomo muito cuidado. / tenho vinte anos. Fuase.

 7 ?h.trong-(c)e reuniu#se às duas, e seguiram pelas ruas.

 7 /st montando uma égua diferente hoje 7 comentou Pamela,observando a égua cinzenta da garota. 7 /la parece gil, forte. 4amos vercomo se sai nas ruas de ondres.

3 cavalgada até o parque foi feita devagar e com grandeconcentra%ão, uma vez que o trfego estava bastante intenso. >!lburis ecarruagens competiam pelo espa%o nas ruas estreitas com as carro%as echarretes dos mercadores.

 5o parque, Pamela fez seus primeiros comentrios a +elinda,observando de imediato que, pelo fato de a garota não gostar de montar delado, como era apropriado a uma dama, estava descontando sua insatisfa%ão

na montaria. /la admitiu que também preferia montar da maneiratradicional e que o fazia no campo, mas, como deviam seguir as regras aliem ondres, preferia montar de lado em vez de não cavalgar em absoluto.

+elinda endireitou#se na sela, o ar insolente de até então enfimdissipando#se.

 7 /st certo 7 declarou. 7 Posso fazer isso. Posso aprender amontar de lado adequadamente e posso tratar minha montaria melhor. ?que mais<

 5ão tendo interferido na conversa, trong-(c)e teve de admitir que

estava impressionado naquela tarde, não apenas com Pamela, mas com suasobrinha. 4iu um lado dela que nunca tinha visto antes. +elinda erainteligente e, quando não estava sendo petulante, sabia ser encantadora edivertida. $avalgaram o m8imo que foi poss!vel, trotando por colinas e

 pelos campos de relva, mas, conforme o parque ficou mais movimentado,conduziram as montarias a um passo lento e conversaram.

/le manteve#se um pouco atrs, não querendo inibir a conversa dasduas com sua presen%a, preferindo observar a uma certa dist:ncia. m rapazde cerca de dezenove anos, um dos jovens conhecidos de Pamela,

encontrara#os, e agora eles se mantinham em suas montarias à sombra,Clássicos Históricos 286 – Obstinado Coração – Donna Simpson 2

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conversando animadamente. +elinda estava contente, seu rosto graciosoiluminando#se com sorrisos.

orrisos. /le engoliu em seco e fez uma prece silenciosa deagradecimento. 3quela era a primeira vez que a sobrinha sorria

espontaneamente em quase um ano, desde... desde a tragédia. 'avia algo nasrta. Pamela 5eville com que +elinda se identificava, e tal afinidade entreambas era evidente.

Fuando o grupo se separou, ele tornou a se reunir às duas. 7 m dos seus admiradores, srta. Pamela< 7 De8ter< Pelos céus, não, ele é apenas uma crian%a. /le riu alto e

aquela sensa%ão foi boa também.?s tr2s encerraram a tarde com bolos de creme numa casa de ch, e

ele se viu mais uma vez observando a sobrinha e sua nova amiga. $omo asrta. 5eville era incomum0 *esmo na noite anterior, vestida de branco e

 prata, segurando um leque, com pérolas cintilantes em seu pesco%odelicado, ela se destacara feito uma margarida vi%osa em meio a um grupode orqu!deas de estufa.

Depois de ter sido liberado sem a menor cerim@nia do noivado deambos pelo amor de sua vida, Dorothea, agora lad( Dalhousie, eleenfrentara um per!odo de e8tremo cinismo em rela%ão às mulheres dasociedade, mas não era tolo a ponto de achar que todas eram talhadasnaquele molde. / Pamela parecia completamente diferente de Dorothea.

/le devia se manter reservado, no entanto. 3 avó da jovem estava

obviamente à procura de um par ideal para a neta, e ele j se colocara emevid2ncia o bastante com suas aten%&es à garota. *as, por outro lado, nãoignoraria a alegria que sentia na presen%a dela. Fueria se casar algum dia,ter filhos. ; sofrer por causa de Dorothea por tempo o bastante, ao que

 parecia. /stava pronto para seguir em diante e encontrar o amor comalguém tão diferente da e8#noiva< ?u aquele seria o perigo< 3final, nãosignificava necessariamente que, porque uma orqu!dea de estufa odesapontara uma vez, ele deveria preferir ter a seu lado uma margarida suavida inteira.

?bservou uma sorridente Pamela removendo creme do rosto de+elinda. Poderia ser, sem d6vida, que estivesse apenas sentindo e8cesso degratidão pela maneira como ela tratava +elinda. 3mava a sobrinha, mesmoque a garota o fizesse sentir#se como se estivesse prestes a perder o ju!zo, enão a vira tão feliz em um longo tempo.

Daquele modo, até que soubesse que rumo suas emo%&es estavamtomando, deveria manter#se tão prudente e cauteloso quanto sempre fora.*era gratidão, ou verdadeira prefer2nciaC apenas o tempo diria.

 7 trong-(c)e 7 disse Pamela, virando#se para fit#lo. 7 >emos

um plano em mente. +elinda quer um bom galope e eu também. 3cho queClássicos Históricos 286 – Obstinado Coração – Donna Simpson 3

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seria e8celente formarmos um grupo para irmos fazer um passeio até ocampo. 3té o parque 9ichmond, talvez. ? que me diz<

Eitando um par de incr!veis e brilhantes olhos verdes, ele se deu contade que seus lbios se curvavam quase involuntariamente.

 7 /u digo que parece uma ótima idéia. 3s duas garotas vibraram. 7 ?brigada, tio 7 disse +elinda graciosamente, depois de apanharum olhar de Pamela.

3t@nito com comportamento tão agradvel, trong-(c)e disse" 7 5ão h de que, +elinda. >emos de planejar o passeio no decorrer

de uma semana, levando em conta o tempo. rta. Pamela, se houver alguémmais que queira incluir, alguém que nãb impe%a voc2 e minha sobrinha degaloparem, sinta#se à vontade para faz2#lo.

 7 ?brigada, j tenho algumas pessoas em mente. 7 ;enn(, meu amor, como eu gostaria que j estivéssemos casados0

 7 'aven estreitou a noiva em seus bra%os depois de terem trocado um beijo voluptuoso num raro momento de privacidade. /stavam na biblioteca,um lugar da casa onde ninguém entrava voluntariamente, uma vez que erasombrio e 6mido, com apenas uma janela pequena e escura dando para o

 beco dos fundos. 7 Por que temos de esperar< Por que não nos casamos agora< 3qui

mesmo em ondres<;ane desvencilhou#se do abra%o, levantando#se abruptamente do sof

onde estavam.

 7 5ão, não0 Fuero me casar em Bor)shire. Fuero que nossa noite den6pcias seja em nosso chalé, longe da... da fam!lia.

/la queria dizer longe da mãe dele, 'aven sabia. 7 /u... eu tenho um estranho medo de que, se eu não fizer minha

vontade, se não retornarmos a Bor)shire para nos casarmos, jamaisdei8aremos ondres.

;ane pretendia se manter firme em sua convic%ão ao menos daquelavez. ?utro de seus temores era o de que iria esmorecer em face da umconfronto novamente. Eora por causa da pressão de sua mãe e de sua tia

*ortimer que ela viajara para o norte a fim de conhecer 'aven. 5ão podialamentar agora o fato de ter permitido que a obrigassem a fazer aquilo, mas,se não tivesse fugido, e se ela e 'aven não tivessem se conhecido sob ascircunst:ncias que tinham acabado unindo a ambos, não sabia como orelacionamento teria progredido, porque nenhum dos dois estava

 predisposto a gostar do respectivo par arranjado pela fam!lia que haviamsido for%ados a conhecer.

3ssim, daquela vez, iria se manter firme, mesmo que todos secolocassem contra ela. >inha o direito de se casar onde queria.

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'aven, por sua vez, respirou fundo, enquanto tentava aquietar seudesejo. ? que mais queria era tornar ;ane sua, inteiramente sua, e não viarazão para esperarem mais para se casar.

 7 eu medo é infundado 7 argumentou. 7 ?s trabalhos j se

iniciaram no chalé, voc2 sabe disso.3ntes de terem dei8ado Bor)shire com destino a ondres, os planostinham sido encaminhados, o local e os materiais selecionados para o chalédos dois num arvoredo numa e8tremidade da propriedade 'aven. eria oref6gio de ambos do restante da fam!lia, o presente dele de casamento paraa esposa.

 7 /ntão, o que h de errado em nos casarmos aqui< e temos queestar aqui de qualquer maneira, ser melhor se estivermos casados edesfrutando nosso amor. 7 eu tom se suavizando, ele se apro8imou,estreitando#a em seus bra%os.

 7 >alvez não tenhamos que ficar tanto tempo assim. 9achel estdeterminada a arranjar um marido, e se Pamela e trong-(c)e se casarem...

 7 trong-(c)e e Pamela< 4oc2 enlouqueceu< ? homem tem quasea minha idade.

 7 'aven 7 come%ou ela, soltando#se do abra%o. 7 4ovó Arace jdescobriu todos os detalhes. ? conde tem apenas trinta anos, e Pamela estcompletando vinte. 5ão é um par incompat!vel em absoluto. ; vi garotasmais jovens casadas com homens bem mais velhos.

 7 *as não garotas como Pamm(0 /la é tão inocente, ing2nua...

 7 'aven0 /la gosta dele, posso ver. / o conde é um e8celente partido. / se ele gostar de Pamm( também, não entendo por que voc2ficaria tão contrariado.

 7 /ntão, voc2 e vovó Arace j resolveram isso entre voc2s, não é<4enderão aquela jovem inocente para aquele... pelos céus, h dez anos dediferen%a entre os dois0 / tudo para que voc2 possa retornar para Bor)shiremais depressa0 7 e8clamou ele, zangado.

 7 $omo pode dizer uma coisa dessas< 4oc2 sabe quanto gosto dePamela0

 7 *as voc2 só a conhece h um m2s. /la é minha irmã. /u lhe disseque ela nunca precisar se casar. 7 Para que voc2 possa mant2#la a seu lado para sempre< 'aven, ela

merece ter sua própria vida, seu próprio lar, uma fam!lia... 7 5ão me diga do que ela precisa0 7 Aerr(... 'aven.../le dei8ou a biblioteca abruptamente e, ao mesmo tempo, o mordomo

abria a porta da frente para os recém#chegados do parque. 'aven esfor%ou#se para controlar a raiva, enquanto Pamela, um sorriso no rosto angelical,

entrava no vest!bulo, seguida de trong-(c)e e de uma menina.Clássicos Históricos 286 – Obstinado Coração – Donna Simpson !

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 7 ?l, 'aven 7 disse o conde, adiantando#se até o in!cio docorredor, a mão estendida. 7 /u lhe trou8e de volta sua irmã, mas elainsistiu para que entrssemos para que minha sobrinha pudesse conhecersua fam!lia. /spero não termos vindo num momento inoportuno.

;ane passou pelo noivo e adiantou#se graciosamente para apertar elamesma a mão estendida. 7 orde trong-(c)e, que bom rev2#lo. / esta deve ser +elinda,

não<'aven franziu o cenho, mas reuniu#se ao grupo enquanto todos se

encaminhavam até a escura sala de estar. Fuando havia perdido o controlesobre a situa%ão< /ra o guardião de Pamela e presumia que soubera que airmã se casaria algum dia. *as, em alguma parte de sua mente, sempreachara que ela se casaria com sir $olin 4arens, o vizinho mais pró8imo dos'aven em Bor)shire.

*as $olin sempre a tratara com uma espécie de camaradagem, comose fosse a irmã ca%ula dele também. ua adora%ão reservava#se para 9achel,que j o rejeitara com freqJ2ncia o bastante para a situa%ão ter#se tornadoquase uma p:ndega.

'aven tentara sutilmente fazer o amigo en8ergar o amor de Pamela por ele. Eormariam um ótimo casal, ambos pessoas do campo, queadoravam cavalos e Bor)shire. eriam o casal perfeito, na verdade. /Pamela não teria de dei8ar Bor)shire. 'aven a conhecia e, sabendo como airmã se sentia em rela%ão a seu lar e a sua terra natal, não achava que ela

conseguiria ser feliz indo viver em algum outro lugar.Pamela conversava com a jovem +elinda e ;ane, enquanto

trong-(c)e observava, uma e8pressão divertida no rosto bonito. Droga, ohomem era o que as damas consideravam um cavalheiro garboso e distinto,muito mais do que o comum $olin. *as Pamela não era fr!vola, não era dotipo de garota que se dei8aria encantar apenas por um rosto bonito, nem porfortuna ou t!tulo de nobreza, alis.

/ como era poss!vel que trong-(c)e a visse como algo além de umacrian%a< Pamm( era apenas seis ou sete anos mais velha do que a sobrinha

do conde. /studando o homem, 'aven concluiu que, provavelmente, nãohaveria nada além daquilo ali. /la entretinha o conde, ao estilo de umairmã, e se entendia bem com a sobrinha dele. 5ão devia haver nada alémdaquilo.

Pamela ria, contente, e estendeu a mão para tocar a de trong-(c)e afim de enfatizar algo do que dizia. /nquanto observava, 'aven viu umae8pressão breve, mas inconfund!vel no rosto do conde, uma e8pressãoinquiridora. ? homem, então, olhou para a mão que ela tocara e cobriu#acom a sua outra. >ornou a olhar para Pamela com intensidade, embora ela

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tivesse voltado para sua conversa. $éus, o homem concluiria, afinal, quePamm( era casadoura<

/ o que ele faria se trong-(c)e lhe pedisse permissão para cortej#la<

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Capítulo &II

ozinha na pequena sala !ntima no segundo andar, a vi6va 'avenestava sentada numa cadeira de balan%o, perto do fogo, e apreciava sua

 privacidade, o sil2ncio que a envolvia feito um manto de lã. /stavagostando da temporada até então, mas, aos oitenta anos, eram necessriosvrios recursos de energia que devia reunir do fundo de sua alma e, pararep@#los, precisava de tempo para introspec%ão.

>udo corria conforme deveria ser. /la insistira em ir a ondres comos demais... embora a jornada tivesse sido rdua na melhor parte e umatortura na pior... por um motivo. 5ão confiava em ninguém a não ser em simesma para supervisionar a aquisi%ão de um marido adequado para a netamais nova e favorita, Pamela. (dia era descuidada e guiada mais porcobi%a do que por preocupa%ão maternalC ;ane não conhecia Pamela bem eera complacente demais e 'aven0 'aven mostrava#se irremediavelmentefavorvel a $olin 4arens. 3penas ela estava interessada em guiarcuidadosamente a neta rumo a um casamento que a tornaria feliz parasempre. abia o que queria para sua neta favorita. ? pretendente adequadodeveria ter um t!tulo de nobreza. trong-(c)e era um condeC uma jovemnão poderia querer mais, com certeza.

Devia ser maduro, não do tipo inconseqJente e inconstante, pois elanão iria querer ver Pamela de cora%ão partido. 3 menina, apesar de toda asua rebeldia, era uma rom:ntica. 3 vi6va investigara sutil mas

minuciosamente a respeito dos hbitos do conde. e mantinha uma amante,ninguém sabia a respeito, o que praticamente descartava a possibilidade. /era tido por aqueles que o conheciam como um homem !ntegro, regrado,sem v!cios.

/, mais importante de tudo, ele devia sentir afei%ão por ela. ma jovem da natureza sens!vel de Pamela precisaria de muito amor e carinho e, parecia a Arace, que trong-(c)e não apenas era capaz daquele tipo desentimento, mas talvez j estivesse bem a caminho de se apai8onar pelagarota. ;ulgava#o um jovem de emo%&es fortes, nem um pouco fr!volo, ou

vol6vel.>udo transcorria bem. 3gora, se conseguisse convencer ;ane a secasar com 'aven logo, ali mesmo em ondres, em vez de esperar aconstru%ão de um rid!culo chalé, ela ficaria perfeitamente feliz.

Pois, no que dizia respeito a trong-(c)e, tinha toda a e8pectativa dev2#lo fazendo um pedido de casamento a sua neta favorita antes que atemporada terminasse.

Fuanto a 9achel, todos sempre tinham presumido que ela era fria,insens!vel, e que estava no completo controle de sua própria vida. /la

certamente dava toda a demonstra%ão de ser desprovida de emo%&es. *asClássicos Históricos 286 – Obstinado Coração – Donna Simpson 8

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Arace come%ava a ter suas d6vidas. 3penas ela lhe notara a mgoa noolhar... mgoa, não apenas despeito... pelo fato de a irmã ca%ula estarrecebendo as aten%&es do mesmo conde que a ignorara por completo. emmencionar que parecia incerta quanto a qual entre seus in6meros

admiradores escolheria. 5ão era segredo que estava considerando aquela atemporada decisiva de sua vida, aquela em que teria de fazer sua escolha.>alvez tivesse se dado conta de que seu maior problema era o de quererescolher demais e estivesse com medo de acabar ficando sozinha.

im, concluiu Arace, teria de refletir muito a respeito. >alvezhouvesse mais na garota do que dizia sua fachada de arrog:ncia e altivez.Para ser impiedosamente sincera consigo mesma, 9achel era, entre todos osseus netos, a mais parecida com ela.

im, teria de pensar mais profundamente a respeito do comple8oassunto que era 9achel, sobre seus desejos e necessidades.

*ais um baile, mais um sarau, um almo%o ao ar livre. ma tarde deleitura de poesia. 3 temporada progredia com seus concorridos eventossociaisC mais uma semana se passou. Pamela e 9achel tiveram as suasapresenta%&es na corte, a irmã mais velha achando o evento deslumbrante ea mais nova, impressionante, mas cansativo. ad( 'aven sugeriu que, umavez que ;ane e seu filho estavam noivos, talvez fosse q momento de umasegunda apresenta%ão de sua futura nora à rainha. eria o procedimentocorreto introduzir ;ane na sociedade londrina como a nova viscondessa de'aven.

Pela primeira vez, 'aven se op@s à sugestão da mãe e apoiou a recusade ;ane, mas apenas depois de uma furiosa discussão entre o casal denoivos. ;ane estava ficando cada vez mais infeliz e preocupada, seudesprezo por ondres e pelo artificialismo da sociedade londrina cada vezmais acentuado.

Pamela, por sua vez, descobrira que havia muito a se desfrutar emondres, caso uma pessoa fizesse o devido esfor%o. 5a companhia de+elinda e trong-(c)e, os passeios a cavalo no parque se tornaramagradveis, embora as duas jovens damas não pudessem, evidentemente,

galopar no horrio de maior movimento, como gostariam, e tivessem demontar de lado na sela. Pamela até se orgulhou da crescente habilidade da jovem amiga, dominando aquela dif!cil proeza. 3mbas conversavamfreqJentemente e ela encontrava na garota uma verdadeira amiga e umamaturidade que era surpreendente em alguém tão jovem. 3pesar de reagircom teimosia e oferecer resist2ncia às ordens do tio, +elinda podia serfilosófica às vezes e tinha pensamentos mais profundos do que muitos como dobro de sua idade.

>ornou#se óbvio a Pamela que grande parte do comportamento dif!cil

da garota devia#se à tentativa de chamar a aten%ão do tio. Fuando ela seClássicos Históricos 286 – Obstinado Coração – Donna Simpson #

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comportava bem, trong-(c)e mergulhava em seu trabalho e livros. *asquando +elinda causava problemas, o tio passava muito mais tempo comela. /ra importante que a garota entendesse que havia outros meios de obtera aten%ão dele.

$onforme todos passavam mais tempo juntos, +elinda tornou#semenos voluntariosa, mais malevel. ma vez ou duas, tio e sobrinha atériram juntos. 3 cena enterneceu o cora%ão de Pamela.

/ ela mesma descobriu, com o passar dos dias, que trong-(c)e erauma pessoa surpreendentemente fcil de se conversar para um cavalheirotido em tão alto conceito nos c!rculos pol!ticos. onge de ser formal, eradescontra!do e, ocasionalmente, até espirituoso, embora em seu olhar

 permanecesse uma certa seriedade que devia ser costumeira, concluiu ela. 5ão era uma caracter!stica desagradvel, mas, às vezes, ele precisava deuma ligeira provoca%ão para não permanecer tão compenetrado.

/m um baile, certa noite, os dois conversaram sobre Bor)shire e'aven $ourt e, então, sobre hado- *anor, o lar dele no condado de$umbria, ao sul de Penrith. /le lhe contou sobre os sal&es seculares damansão, com uma armadura guardando a porta da frente e o brasão dostrong-(c)e, uma guia segurando flechas em cada garra, adornando cadasuperf!cie.

 7I um lugar assombrado, sabe< 7 disse ele, observando#a, ae8pressão não dei8ando transparecer se era um mero gracejo, ou se falava asério.

 7 I mesmo< 7 ?s dois estavam sentados num canapé a um canto ePamela sentia#se e8tremamente feliz em ter alguém que buscava suacompanhia, em vez de ficar tristonha e sozinha, como imaginara queaconteceria naquela temporada.

 7 im. egundo dizem... não é sempre dessa maneira< +em, dizemque o fantasma é o esp!rito de uma jovem que foi desprezada por seu amadoe se atirou da janela mais alta num sombrio dia de novembro.

 7 Fue tolice. Por que ela fez isso<trong-(c)e deu de ombros.

 7 /le se casou com outra. 5ão é o bastante< 7 /u diria que, se ele era tão inconstante, então ela teve sorte emescapar do compromisso. Pense só no que isso indica sobre o carter deuma pessoa, ser tão vol6vel.

Pamela sentiu o peso do olhar dele. /stavam sentados juntos duranteuma dan%a, e ela batia o leque no joelho ao ritmo da m6sica.

 7 4oc2 realmente pensa assim<? tom dele era franco, interessado, e ela abriu#lhe um sorriso.

 7 / claro que sim. / uma simples questão de lógica. e um

cavalheiro abandona uma mo%a, então é melhor quK isso aconte%a antes doClássicos Históricos 286 – Obstinado Coração – Donna Simpson !%

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casamento. ? casamento é para sempre. 3 inconst:ncia dele não indicariaum bom futuro marido, não é mesmo< ?u pode ter sido apenas que eletenha encontrado aquela com quem realmente estava destinado a ficar. /mqualquer dos casos, é melhor que isso aconte%a antes que o casamento seja

realizado. 7 /la soltou um suspiro. 7 =sso é tão dif!cil, não< /ncontraraquela pessoa com quem realmente se est destinado a ficar. 7 im.trong-(c)e parecia distra!do agora, absorto em pensamentos.

Pamela observou#o por um momento, mas ele tinha o olhar na dist:ncia e, portanto, dei8ou#o quieto. entia#se à vontade com ele, o tipo decompanheirismo que acontecia quando a amizade realmente criava ra!zes e,daquele modo, não sentia necessidade de preencher cada momento comconversa. /la só fazia aquilo quando se sentia nervosa com alguém.

3 m6sica estava terminando. eu parceiro de dan%a seguinte, seuamigo De8ter, estava se apro8imando. /la se levantou.

trong-(c)e também se p@s de pé e tocou#lhe o bra%o. 7 rta. Pamela, voc2 me reservaria uma dan%a< 4oc2 j... recebeu

 permissão para valsar< 7 5ão. 7 /la sacudiu a cabe%a com pesar. 7 3inda não. 3

condessa ieven dever estar no pró8imo baile, porém, e minha mãe disseque ir lhe pedir permissão. *as 9achel pode valsar e tem a pró8ima dan%alivre, creio eu.

 75ão quero dan%ar com sua irmã 7 disse ele abruptamente.

 7 / então, srta. Pamm(, est pronta para sacudirmos nossos ossos nosalão< I uma dan%a alegre, cheia de passos elaborados. 7 Disse De8ter,contente e ansioso, feito um cãozinho de estima%ão.

Pamela dei8ou#o conduzi#la pelo salão, mas observou trong-(c)e por algum tempo depois daquilo, mesmo enquanto ela e o jovem amigoseguiam os passos intrincados da dan%a. De8ter ainda não se mostravamuito seguro de si mesmo na pista e concentrava#se nos passos, mas Pamela

 j dan%ava muito melhor do que no ano anterior e teve tempo para observar.? que havia em 9achel que trong-(c)e não gostava< 3mbos mal

haviam trocado duas palavras e ela percebera uma antipatia em rela%ão asua irmã que parecia ine8plicvel num homem tão sens!vel e generosoquanto o conde.

De qualquer modo, esperava que aquilo não arruinasse os planos parao passeio deles. 3 viagem de um dia a 9ichmond fora marcada para a se8ta#feira daquela semana e, pensando em +elinda, ela convidara o alegreDe8ter. ua fam!lia também iria, junto com o atual pretendente de 9achel,lorde Barnell. 5ão pretendera incluir o pomposo aristocrata, com o qual nãoconseguira simpatizar, mas sua mãe assumira o controle das coisas no

6ltimo minuto e insistira. orde Barnell era um marqu2s, de e8celenteClássicos Históricos 286 – Obstinado Coração – Donna Simpson !$

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 posi%ão social e, segundo se comentava, estava à procura de uma esposanaquela temporada. 5ão havia como oferecer resist2ncia uma vez que lad('aven se determinava a algo. *as o altivo j anota teria de olhar para ooutro lado, porque ela e +elinda fariam um merecido galope pelos campos

verdejantes do parque 9ichmond./la e De8ter terminaram a dan%a, e trong-(c)e estava com o grupode sua fam!lia enquanto o rapaz a levou de volta.

 7 /u estava acabando de dizer ao seu irmão, srta. Pamela, queestarei ocupado nos pró8imos dois dias com negócios, mas meu cavalari%oest dispon!vel, se voc2 e +elinda desejarem andar a cavalo no parque.Arata, ela tocou#lhe o bra%o.

 7 4oc2 tem tanta considera%ão. 3cho que posso falar por +elindaquando lhe digo obrigada, nós ficar!amos muito contentes.

trong-(c)e sorriu e cobriu#lhe a mão enluvada com a sua. 7 3té se8ta#feira, então, a caminho de nosso piquenique em

9ichmond. 7 Despedindo#se de todos com uma mesura, retirou#se.Pamela acompanhou#o com o olhar, mas, quando se virou de volta

 para a fam!lia, foi para encontrar 'aven observando#a furiosamente. 7 ? que h de errado com voc2< 7 perguntou#lhe. eu irmão era,

em circunst:ncias normais, o mais calmo dos homens, mas, no momento, parecia irado.

 7 5ão h nada de errado com ela 7 disse ;ane, pegando o bra%o donoivo e apertando#o. 7 trong-(c)e é um cavalheiro tão agradvel, não é<

 7 acrescentou com um sorriso.'aven meramente resmungou, mas o entusiasmo de Pamela foi

vis!vel" 7 /le é maravilhoso0 >ão atencioso e gentil. /spero que, com o

tempo, +elinda veja todas as suas boas qualidades. 3cho que ela jcome%ou a melhorar sua opinião sobre ele, o que é ótimo. trong-(c)egosta realmente da sobrinhaC sei disso pelas coisas que me disse. 3chei#otaciturno em princ!pio, mas é apenas reservado.

9achel, acompanhada pelo pretendente, lorde Barnell, reuniu#se ao

grupo naquele momento. ?bviamente, daquele instante em diante, lad('aven monopolizou a conversa, empe#nhando#se ao m8imo para arrancarcomentrios do quase inacess!vel marqu2s, e Pamela ficou contente quandooutro de seus jovens amigos a tirou para dan%ar.

3 temporada que temera tanto estava se tornando um per!odo commomentos de grande alegria, pensou mais tarde, enquanto os 'avenretomavam para casa, e8austos. Por mais que tivesse esperado detestar

 bailes, descobrira que dan%ar era um e8erc!cio prazeroso. / quando achavaque mais um sarau ou tarde de poesia a entediariam ao e8tremo, havia um

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galope matinal com +elinda, ou um passeio à tarde no parque com sua jovem amiga e lorde trong-(c)e.

 5a verdade, o conde era o responsvel pela maioria de seusmomentos de verdadeira diversão. 3s pessoas o achavam circunspecto,

mas, em sua presen%a, ele sorria e se descontra!a e até ria alto. Aostava deouvi#lo rir. Pamela recostou a cabe%a no travesseiro e fechou os olhos, aimagem do querido rosto dele surgindo em sua mente. ?s olhos eram o

 ponto forte de trong-(c)e, concluiu, pois eram calorosos, da cor decaramelo. 5ão que o restante dele não fosse bonito, ao contrrio. ? homemera incr!vel.

 5unca fora de seu feitio avaliar um homem por seu rosto ou figura,no entanto. 'avia uma amabilidade oculta dentro de trong-(c)e que só

 precisava de uma palavra gentil para vir à tona. /le parecera hesitante emrela8ar em princ!pio, mas, com o passar dos dias, tomara#se realmente um

 prezado amigo.m prezado e muito querido amigo.

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das carruagens e o dos cascos dos cavalos encobriam as palavras quetrocavam, mas o tom de aturdimento dele não passou despercebido aosdemais. 7 +elinda perdeu o pai e a mãe. 5ão posso imaginar como foi isso

 para ela. ei que sinto falta do meu pai, e, oh, se eu tivesse perdido ambos

os pais e ainda na idade dela... 3cho que a garota se sente... abandonada nomomento. Perdida. / a escola não é a solu%ão agora. /la só se sentiriamais... oh, isolada0 /ssa é a palavra que eu estava procurando. =solada. /lase sente sozinha. 5ão tente envi#la à escola por algum tempoC +elindaencara isso como uma tentativa sua de se livrar dela, compreende<

trong-(c)e franziu o cenho com ar pensativo e, enfim, soltou umlongo suspiro.

 7 /u apenas não sei como chegar até ela, e, então, para piorar ascoisas, +elinda me desafia continuamente, eu fico zangado...

 7 e voc2 sente a frustra%ão de não ser capaz de se comunicar comela, pense em quanto deve ser pior para a menina. 4oc2s dois estão lutandocom... com sua tristeza. 7 Pamela teve a impressão de que uma sombra

 passou pelo rosto dele naquele momento. 5otou#lhe a dor e reverenciou oamor que o conde nutrira pela irmã. 7 *as voc2s vão acabar se entendendomelhor. Posso ver quanto voc2 gosta de sua sobrinha e, com o tempo, elasaber disso também. 3 teimosia da garota, em grande parte, deve#se àtristeza e à confusão que sente. *as é inteligente, e acredito que ela estaprendendo a lidar com toda a sua dor, até que chegue o momento em que

 possa, enfim, super#la, na medida do poss!vel. D2#lhe um pouco de tempo.

/ não desista dela. >alvez fosse melhor se voc2 apenas rela8asse porenquanto e não tentasse impor tantas regras.

 7 /ntão, voc2 não acha que as coisas melhorarão de imediato< /udevo... 7 trong-(c)e hesitou e, do alto de sua montaria, olhou ao redor

 para a paisagem campestre. $avalgaram em sil2ncio por um momento, masentão disse" 7 /u devo me casar, talvez, levar uma dama para dentro decasa para ajudar a amenizar a dor dela<

Pamela sacudiu a cabe%a. 7 eria a pior coisa que voc2 poderia fazer no momento. 4oc2 é

tudo o que +elinda tem. 5esse caso, ela apenas se sentiria como se tivessede competir com sua esposa pelo seu tempo e aten%ão. /u não faria isso.Dei8e seu relacionamento com sua sobrinha tornar#se mais tranqJilo

 primeiro. 7 Pamela hesitou, mas não conseguiu dei8ar de perguntar" 7 Porqu2< 4oc2... tem alguma dama em mente<

/le lan%ou#lhe um olhar peculiarC quase pensativo, compenetrado, percebeu ela. ? que significaria, não fez idéia.

 7 /u... 5ão, não tenho. 7 Htimo 7 comentou Pamela, aliviada. 7 D2 a si mesmo bastante

tempo. 7 oltando, então, um riso, sacudiu a cabe%a. 7 ?lhe só para mim0Clássicos Históricos 286 – Obstinado Coração – Donna Simpson !!

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$onselhos sobre educa%ão infantil e casamento de uma garota que semprese julgou uma crian%a irresponsvel0

 7 5a verdade, voc2 é notavelmente sensata. / não sou o 6nicoamigo de +elinda. 7 trong-(c)e cobriu#lhe a pequena mão enluvada com

a sua e sorriu, caloroso. 7 /la tem a voc2 também. ?brigado por isso.Pamela sentiu um misto de calor e euforia percorrendo#a, umainesperada onda de enlevo transbordando de seu cora%ão, entusiasmo pelodia, o tempo agradvel, as companhias em que se encontrava.

 7 /stamos quase l0 7 gritou. 7 Posso sentir o cheiro dos espa%osabertos e verdejantes de 9ichmond0

trong-(c)e riu do eufórico an6ncio e trotou atrs dela, de +elinda edo jovem De8ter. an%aram#se, então, a pleno galope em suas montarias,dei8ando para trs as carruagens e as palavras de reprimenda de lad('aven.

? parque 9ichmond, aquele para!so gramado apenas distante o bastante de ondres para parecer o campo, estendia#se diante deles comoum tapete esmeralda. 'aven estava deitado com a cabe%a no colo de ;ane eolhava para o céu de intenso azul, enquanto ela lhe afagava os cabelos.+elinda, De8ter e Pamela corriam pela relva numa espécie de jogo de pega#

 pega que inclu!a algumas cócegas e muito riso. 9achel e seu pretendentecaminhavam ao longo do pequeno lago. trong-(c)e estava sentado comlad( 'aven, conversando e tendo 28ito em esconder seu tédio. Eoi um!ntimo al!vio para ele, portanto, quando a viscondessa parou de tagarelar e o

dei8ou para ir supervisionar os criados, que se preparavam para servir oalmo%o.

/le, então, sentiu seu olhar atra!do por 'aven e a noiva, quedescansavam à sombra de uma rvore frondosa, ela afagando#lhe os cabeloscom infinita ternura, ele fitando#a com vis!vel pai8ão. $omo seria sentir#setão à vontade na companhia do ser amado, estar tão apai8onado e saber queseu amor era correspondido<

/le j se sentira daquela maneira com Dorothea< $ertamente nuncadeitara a cabe%a em seu colo, nem ela o acariciara de maneira tão terna. ?

noivado de ambos fora formal, embora amistoso. /le lhe pedira a mão emcasamento na presen%a da mãe dela, e seu pedido fora prontamente aceito.Depois daquilo, fora#lhe concedida meia hora a sós com ela. 'aviam se

 beijado, mas nunca partilhado de algo tão !ntimo e... bem, carnal, como osolhares ardentes entre 'aven e a srta. Dresden indicavam.

3té um estranho podia identificar nos olhos deles o amor e o desejoque sentiam um pelo outro. 3 sensa%ão, às vezes, era de se estar invadindo a

 privacidade de ambos, ao v2#los juntos, sua m6tua pai8ão tão evidente ee8posta.

Clássicos Históricos 286 – Obstinado Coração – Donna Simpson !6

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Desconcertado pela onda de inveja que o dominou, trong-(c)edesviou o olhar para observar, então, sua sobrinha e os dois outros jovens

 brincando feito carneirinhos sob o sol de primavera. 3 srta. Pamela 5evilleera um enigma, em parte mulher, em parte crian%a. ?u principalmente

mulher< Por que ele chamava aquele lado espont:neo e e8pansivo dela deGinfantilG< /ra bem poss!vel que ela permanecesse deliciosamente jovial echeia de sua cativante vivacidade mesmo depois do casamento. m homemde sorte seria o marido dela para sorrir e rir o dia todo e poder am#la anoite inteira.

/ ele não tinha d6vidas de que ela j estaria casada quando chegasseo outono. Pamela tinha quase vinte anos e, embora o fato não tivesse sidoanunciado, era evidente que estava em ondres para encontrar um marido.>odos na fam!lia estavam tentando unir os dois, desde lad( 'aven à vi6va eà srta. Dresden. 5ão, não todos. 'aven se mostrava indiferente e, por vezes,hostil diante de qualquer sugestão de que ele passasse tempo com sua irmãca%ula. Provavelmente, apenas não queria perder sua irmãzinha. ? viscondea tratava bastante como a uma crian%a, observara trong-(c)e, dei8ando deen8ergar a mulher encantadora que lutava para se libertar do casulo dainf:ncia.

3inda assim, Pamela não flertava com ele e nem sequer entendia suassutis insinua%&es. Fuando mencionara casamento no trajeto até 9ichmond,nem sequer ocorrera à jovem que o assunto pudesse estar, de algum modo,relacionado a ela. Fualquer outra dama a quem ele tivesse dado tanta

aten%ão teria tido, ao menos, algum pensamento ligado ao casamento. 3 possibilidade certamente ocorrera a lad( 'aven, à srta. Dresden e à avó da jovem também, cujo olhar de especula%ão encontrara#se fi8o nele mais deuma vez enquanto bebericara ch na sala de visitas dos 'aven. /m suaopinião, a idosa vi6va, que ficara em casa naquele dia, alegando que não se

 prestaria ao papel de comer Gno meio do matoG, estava determinada a in#duzi#lo a pedir a mão de sua neta mais nova em casamento, paciente econstantemente guiando cada conversa para assuntos matrimoniais.

/le não se sentia pronto para fazer declara%ão alguma, porém. /ra

cedo demais e estava incerto quanto aos seus sentimentos pela srta. Pamela.3lém do que, achava que ainda não a conhecia bem o bastante. eriareservado, cauteloso, daquela vez, pois fora magoado profundamente poruma mulher ambiciosa cujo 6nico objetivo fora assegurar um marido antesque seus encantos tivessem se desvanecido. Dorothea nunca o amara. /leduvidava que ela fosse capaz de amar alguém. 3 beldade estivera apenasganhando tempo até que um melhor partido aparecesse em seu caminho.

/, enquanto trong-(c)e pensava em mulheres ambiciosas, quemmais poderia ter se apro8imado senão a srta. 5eville e seu arrogante

 pretendente.Clássicos Históricos 286 – Obstinado Coração – Donna Simpson !"

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Barnell, bocejando, sentou#se ao lado de trong-(c)e nas cadeirasdobrveis de madeira que haviam sido levadas para aqueles membros dogrupo fatigados ou altivos demais para se sentarem em cobertores sobre arelva.

 7 /st um tempo espl2ndido para um piquenique 7 comentou comsua voz afetada.9achel ocupou recatadamente a cadeira entre os dois homens e

abanou o rosto com languidez. 7 /st realmente espl2ndido. Fue maravilhoso de sua parte pensar

neste dia, lorde trong-(c)e, e ser generoso o bastante para nos incluir no passeio.

/le sentiu os cabelos da nuca se arrepiando. 3té a voz melodiosa e detimbre perfeito dela o fazia lembrar de Dorothea.

 7 3 idéia foi da srta. Pamela 7 respondeu, frio. 7 3h, mas o planejamento, trong-(c)e. 3posto que voc2 não

dei8ou isso por conta das crian%as 7 declarou Barnell, arqueando umasobrancelha, enquanto observava De8ter, Pamela e +elinda se atirando,e8austos, na relva.

? conde levantou#se e curvou#se, pedindo licen%a ao casal com ummurm6rio sobre ter de ir falar com sua sobrinha. ? que realmente queria eralivrar#se da presen%a da srta. 9achel e de Barnell. 3queles dois semereciam, pensou, enquanto caminhava pela relva para se reunir ao jovialtrio sentado no chão. 4azios, f6teis, desprovidos de emo%&es e absortos no

mundo da sociedade, Barnell e 9achel seriam perfeitos um para o outro. 7 /, então 7 disse, enquanto se apro8imava dos mais jovens. 7

$ansaram#se demais< /u pretendia me oferecer para ensinar cr!quete àsdamas depois do almo%o, De8ter, mas se todos estão se sentindo tãoe8austos...

+elinda levantou#se rapidamente e colocou#se ao lado do tio. eusolhos escuros, tão parecidos com os do pai, brilharam com entusiasmo.

 7 4ai mesmo nos ensinar, tio< 7 /la segurou#lhe o bra%o e virou#se para a amiga. 7 4oc2 não gostaria de aprender, srta. Pamela<

 7 /u j joguei antes, mas se trong-(c)e estiver disposto a uma partida, eu estou no jogo 7 respondeu ela, deitando#se na relva e colocandoos bra%os dobrados sob a cabe%a.

ua figura esbelta e vestida de verde confundiu#se com o tapeteverdejante, e ela fez trong-(c)e lembrar de uma fada ou ninfa dos

 bosques. / jamais ele tivera pensamento mais fantasioso, ponderou. 7 eria ótimo 7 declarou De8ter, empolgado. 7 =rei procurar

terreno plano 7 ofereceu#se e afastou#se correndo. 7 *eu tio era o melhor lan%ador de sua turma, não era< 7 falou

+elinda, alternando um olhar entre ele e Pamela. 7 *amãe disse... 7Clássicos Históricos 286 – Obstinado Coração – Donna Simpson !8

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Parou de falar e piscou, engolindo em seco. em aviso, um solu%oangustiado escapou de seus lbios. 7 *amãe disse... 7 grimasafloraram em seus olhos.

Pamela p@s#se de pé, mas trong-(c)e sacudiu a cabe%a de leve e

estreitou a sobrinha em seus bra%os. 7 4oc2 caminharia um pouco comigo, +elinda< 7 perguntou elecom gentileza, afagando#lhe os cachos castanhos.

9ecostando#se no peito do tio, a garota meneou a cabe%a, solu%ando,e os dois caminharam lentamente na dire%ão dos bosques.

 7 5ão esperem por nós para almo%ar 7 disse trong-(c)e porsobre o ombro, encontrando o olhar de Pamela.

/la meneou a cabe%a e respondeu" 7 Auardaremos algo para voc2s.

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Capítulo I'

? conde deveria mand#la de volta para a escola e não tolerar mais astolices dela. /le mima aquela garota, e essa é a verdade. 7 ad( 'aven,

sentada com altivez numa das cadeiras dobrveis de madeira, fez um gestode cabe%a na dire%ão de um lacaio, que lhe serviu outro copo de limonada.Pamela, sentada no cobertor estendido no chão de pernas cruzadas...

havia apenas sua fam!lia e De8ter por perto, afinal, e o que lhe importava ae8pressão chocada de lorde Barnell<... estava prestes a abrir a boca parafalar em defesa da amiga, mas foi 9achel quem falou primeiro.

 7 *ãe, a garota perdeu os pais. 5ão acha que ela tem direito a um pouco de mimo<

+oquiaberta, Pamela lan%ou um olhar à irmã, ela que sempreconcordava com a mãe em rela%ão a tudo0

 7 *as isso foi quase um ano atrs. 7 ? tom de lad( 'aven foi deintoler:ncia, como sempre acontecia quando alguém discordava dela.

 7 m ano não deve parecer muito tempo para alguém superar uma perda dessas 7 argumentou 9achel, mordiscando um bago de uva. 7 /utinha mais ou menos a mesma idade de +elinda quando papai morreu, e nãofui mais eu mesma por muito mais do que apenas um ano, creio eu.

 7 $oncordo plenamente com sua mãe, srta. 5eville. 7 ordeBarnell ergueu um copo e meneou a cabe%a para lad( 'aven com ar deaprova%ão. 7 5ão é recomendvel paparicar#se crian%as. 3cabam ficando

mimadas demais, desobedientes.9achel manteve#se em sil2ncio.

 7 /sse não é um caso em que se deram doces demais 7 apontouPamela. 7 /la ficou profundamente abalada com a morte dos pais.

 7 Barnell, minha mãe pode falar em não se mimar a srta. deaunce(, mas essa é a mesma mulher que não quis que nenhum de seusfilhos fossem enviados para a escola, para longe de 'aven $ourt 7 contou'aven, servindo#se de mais um peda%o de frango e sorrindo. 7 uafilosofia agora pode ser o resultado de não ter seguido esse conselho ela

mesma. 3credito que pessoas que dão conselhos sobre educa%ão infantilgeralmente sugerem o oposto do que elas mesmas seguiram.ad( 'aven empertigou#se.

 7 4oc2s eram todos crian%as delicadas, despreparadas para osrigores da escola, mas aquela menina...

 7 ?h, sim, como podem ver, sou um sujeito delicado 7 declarou'aven, indicando sua figura alta e forte.

>odos riram, e8ceto lorde Barnell e lad( 'aven, que pareceuaborrecida e afrontada.

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 7 orde trong-(c)e est fazendo a coisa certa, acho eu 7 opinouPamela. 7 /st realmenteL tentando fazer o que é melhor para a sobrinha, eeu o respeito por isso. 7 3tirou um peda%o de ma%ã para além da amplatoalha de piquenique coberta de iguarias na dire%ão de um pssaro que

saltitava por perto. 7 3inda hoje, o conde me perguntou se eu achava queele deveria se casar, e eu lhe disse que não o aconselharia a se casar por ora, pois +elinda precisa dele enquanto tenta superar sua tristeza.

? sil2ncio absoluto seguiu#se àquela declara%ão, e ela olhou ao redor para os demais.

3penas 'aven meneou a cabe%a com aprova%ão. 7 /stou de pleno acordo. m casamento apenas complicaria a vida

dele no momento. 7 3o contrrio 7 comentou ;ane com um olhar significativo. 7

3cho que a esposa certa seria uma b2n%ão tanto para lorde trong-(c)equanto para +elinda.

 7 *as não seria justo para a jovem dama que se casasse com ele tera presen%a de uma garota de treze anos na casa enquanto o casamento fossetão recente. 7 'aven limpou as mãos num guardanapo de linho e sorveuum gole de cerveja. 7 9ecém#casada alguma deveria ter de se defrontarcom esse tipo de problema. er muito melhor para ele esperar alguns anos.

 7 $oncordo que teria de ser uma noiva e8cepcional 7 disse ;ane. 7*as acho que o próprio lorde trong-(c)e saberia disso.

 7 eja como for... 7 falou Pamela, observando o irmão e a futura

cunhada de cenho franzido e perguntando#se sobre o que realmente eraaquela conversa. 7 trong-(c)e concordou totalmente comigo.

 5ão houve mais nada a se dizer sobre o assunto, em especial porqueos dois objetos da conversa tornaram a se reunir ao grupo naquelemomento, a fim de se sentarem para comer. +elinda parecia mais calma,embora os belos olhos escuros estivessem vermelhos.

 7 4enham sentar#se 7 disse Pamela, levantando#se e dei8andoespa%o para trong-(c)e e a sobrinha no cobertor. 7 >ome um pouco delimonada 7 acrescentou gentilmente para a menina.

3 conversa se generalizou, e o grupo come%ou a se dispersar, comad( 'aven, ainda contrariada por ter sido desafiada pela filha favorita,resmungando que iria sentar#se na carruagem por algum tempo. >odossabiam que era um prete8toC iria tirar um cochilo, mas ninguém comentou arespeito.

Depois que tio e sobrinha haviam comido e descansado, todos jogaram cr!quete, com muito riso e empolga%ão. Pamela ficou contente emver que +elinda se recobrara bem. ? que quer que o tio tenha lhe ditodurante a caminhada de ambos parecia ter ajudado.

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Durante uma pausa para uma consulta sobre uma regra do jogo,Pamela disse ao conde"

 7 +elinda parece melhor. $onseguiu conversar com ela< /le meneoua cabe%a.

 7>enho a impressão de que fizemos algum progresso. 5ossa dor pela morte de /uphemia e do marido é algo que temos em comum, aomenos. +elinda me disse coisas que... que nunca havia dito antes. / chorou.De algum modo, quando vi isso, foi mais fcil me comunicar com ela, algoque eu não tinha conseguido até então. +elinda nunca tinha chorado naminha frente antes. /u lhe disse que não precisa voltar à escola enquantonão se sentir preparada.

 7 Fue bom para voc20 7 /u a senti apro8imando#se de mim ao menos um pouco. De mim0

/u nunca havia lidado com uma crian%a antes, sobretudo uma memna. >ivemedo o tempo todo de dizer a coisa errada. ? que entendo sobre crian%as<

 7 4oc2 é duro demais consigo mesmo0 7 >ocando#lhe o bra%o,Pamela acrescentou" 7 >udo o que voc2 precisa fazer é seguir seu cora%ão.4oc2 ser um e8celente pai quando decidir se casar e ter uma fam!lia.

trong-(c)e lan%ou#lhe um olhar curioso e, então, observou#lherapidamente a mão alva em seu bra%o.

 7 eguir meu cora%ão. 4oc2 acha mesmo< urpresa com aquele tomtão veemente, ela respondeu"

 7 I claro0 4oc2 é um bom homem e...

 7 4oc2s vão ficar a! matraqueando o dia todo< ? tom quei8oso deDe8ter fez Pamela sorrir.

 7 I claro que não, tolo 7 disse#lhe e correu pela grama até sua posi%ão. ? jogo prosseguiu.

Pamela o interrompeu por um momento algum tempo depois, indoconvidar 9achel e o pretendente para se reunirem a eles, lembrando#se decomo a irmã gostara de jogar no passado. *as, notando a e8pressãodesdenhosa de lorde Barnell, 9achel recusou.

 7 ? que houve< 7 perguntou trong-(c)e quando ela retornou

aojogo. 7 5ada. 3penas achei que talvez 9achel quisesse jogar. /la pareceuquerer por um momento enquanto nos observava.

 7 ? tipo dela nem sonharia em sujar as luvas ou desmanchar ocabelo 7 comentou trong-(c)e, seu tom amargo.

3li estava aquela antipatia novamente. Pamela estava prestes a lhe perguntar por que não gostava de 9achel, mas 'aven e ;ane seapro8imaram, seu irmão segurando o relógio de bolso.

 7 e quisermos estar de volta a ondres antes do anoitecer, devemos

 partir. ?s criados terminaram de guardar as coisas nas carruagens.Clássicos Históricos 286 – Obstinado Coração – Donna Simpson 62

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/, rapidamente, o dia se encerrou. Pamela passou o percurso de volta para casa tentando entender a animosidade de trong-(c)e por sua irmã./ra verdade que 9achel podia ser antiptica às vezes, com seus ares desuperioridade, mas Pamela sabia que, por bai8o daquela fachada de altivez,

ainda e8istia a mesma irmã que costumara correr e brincar com ela quandocrian%as. 3 hostilidade de trong-(c)e seria apenas porque não a conheciatão bem, porque se dei8ara influenciar por alguma m primeira impressão<?s que seguiam a cavalo estavam muito pró8imos para que ela lhe

 perguntasse a respeito discretamente e, portanto, permaneceu sem saber./m breve, teria de descobrir. /ra um mistério grande demais para

ignorar.

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Capítulo '

*aio era um m2s espl2ndido, pensou Pamela, observando, através doespelho, as mãos habilidosas de sua criada ajeitando#lhe os cabelos num

 penteado elegante. 3 temporada estava verdadeiramente em seu auge, e elase deu conta de que, embora sentisse falta do campo, não se preocupavamais tanto com os bailes. 3gora que tinha seu próprio c!rculo de amizades,consistindo do e8pansivo De8ter, alguns dos simpticos amigos dele e,especialmente, de trong-(c)e, os eventos eram bastante agradveis.+ailava em muitas das dan%as, descobrindo que gostava bastante dos passosgraciosos da valsa, e recusava#se a conter seu riso, como a avó lhe teriarecomendado que fizesse.

? que havia mudado desde a temporada anterior< Principalmente, asua atitude perante a aventura toda, pensou. /nquanto no ano anteriorressentira#se da necessidade de uma temporada em ondres e, daquelemodo, desdobrara#se para chocar as pessoas, incluindo sua fam!lia, naqueleano determinara#se a fazer um esfor%o para se divertir e... surpresa0 /stavase divertindo0 /, a cada dia que passava, ia adquirindo mais confian%a, pas#sando a acreditar que, talvez, não houvesse nada de tão errado com ela,como sempre presumira com base na desaprova%ão de $olin. /la não era9achel, mas talvez não houvesse problema algum naquilo. 3s demais

 pessoas pareciam ser daquela opinião.>alvez $olin pudesse ser levado a ver aquilo também, a seu tempo.

3s aulas de etiqueta de Arace prosseguiam, embora a avó raramentecitasse $olin agora. Pamela imaginava ocasionalmente o momento dereencontro com o velho amigo depois de sua surpreendente transforma%ãonuma dama. /le a fitaria longamente e diria" GPamm(... rta. Pamela, voc2est tão encantadora, tão espl2ndida...G

eu devaneio, em geral, terminava ali. >alvez fosse tolice achar queele a trataria daquele modo, mas, quando se olhava no espelho, podia ver adiferen%a. /la mantinha uma postura correta, andando com as costas retas,não com os ombros ca!dos ou arrastando os pés para diminuir ainda mais a

sua pouca estatura. $omo resultado, parecia mais alta, mais elegante.3 criada terminou o penteado, e Pamela levantou#se e agradeceu#lhe./scolheu, em seguida, um 8ale de tule verde para usar com o vestidodourado.

?bservou seu refle8o no espelho. Da garota rebelde da temporadaanterior para a sofisticada dama de agora, fora, sem d6vida, um salto muitogrande. 3inda assim...

3pesar de toda a orienta%ão de vovó Arace, ela se dava conta de quenão conseguia assimilar alguns dos conselhos mais sem sentido. 5ão

conseguia parecer entediada, embora pudesse ver que muitas das jovensClássicos Históricos 286 – Obstinado Coração – Donna Simpson 6

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 pareciam quase sonolentas, sendo tão l:nguidas e graciosas. 5em podia seabster de manifestar sua opinião, embora soubesse que as jovens damassempre deviam deferir a seus pares. /la suspirava com freqJ2ncia por causade suas falhas, mas sua natureza esperan%osa a fazia sentir#se confiante

quanto ao 28ito que obteria em rela%ão a $olin. 5o decorrer dos dias anteriores, ficara claro que lorde Barnellvencera a competi%ão e era o pretendente favorito, a cada dia lad( 'avenesperando que ele pedisse a mão de sua filha. 9achel parecia feliz o

 bastante, ou, ao menos, satisfeita, mas Pamela não podia ter certeza. Barnellera certamente considerado um dos melhores partidos da temporada e

 parecia interessado em 9achel, não dedicando a nenhuma outra dama seme#lhante aten%ão.

/, ainda assim, o tão esperado pedido de casamento não acontecia.>entando imaginar o janota presun%oso como seu cunhado em reuni&esfamiliares, Pamela esperou que nunca acontecesse.

/, daquele modo, mais uma noite, mais um baile. /la se sentiarealmente elegante em seu vestido dourado, um traje novo criado apenas

 para aquela noite, pois lad( 'aven estava e8ultante com a honra do convite,tão almejado, sendo aquele um dos eventos mais importantes da temporada./stava convencida de que a honra se devia à influ2ncia de lorde Barnell evia aquilo como um bom pressgio para o futuro.

Einalmente no baile, no majestoso salão de uma das mans&es maisdeslumbrantes que j vira e, conhecendo bem a mãe, Pamela p@de entender

sua motiva%ão para estar ali, onde a nata da aristocracia sociabilizava./la e trong-(c)e tinham acabado de dar uma volta pelo imponente

salão e, portanto, ainda estavam de bra%o dado. e não tivesse sido o caso,talvez ela não tivesse notado a s6bita tensão que retesou os m6sculos dele eo olhar fi8o que dirigiu à entrada do salão.

m casal acabara de entrar com um grupo de outras pessoas, entre asquais obviamente se destacando. ? cavalheiro não era bonito, embora seurosto fosse agradvel. *as era no rosto da mulher onde o olhar detrong-(c)e se detinha. /, quando Pamela a viu, arregalou os olhos, pois a

mulher possu!a uma semelhan%a tão grande com 9achel que poderiam tersido quase g2meas. 7 Fuem é ela< 7 perguntou, ansiosa, segurando o bra%o de

trong-(c)e. 7 Fuem< 7 3 dama para quem voc2 est olhando tão intensamente. 7/la é... $reio que seu t!tulo de casada seja lad( Dalhousie. 7 / como voc2 a conhece<trong-(c)e moveu#se, pouco à vontade, e manteve#se em sil2ncio.

Clássicos Históricos 286 – Obstinado Coração – Donna Simpson 6!

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 7 trong-(c)e< 7 Pamela encarou#o, à espera. 3 voz tensa, elerevelou"

 7 5ós estivemos noivos um ano atrs. 7 ?h. 7 5ão foi o que ela esperava ouvir, e não foi uma informa%ão

 bem#vinda.? casal, cumprimentado por outros amigos, seguiu pelo salão e logoficou claro que seu caminho passaria diretamente em frente ao grupo dos'aven.

? semblante de trong-(c)e endureceu. 7 $aminharia comigo, srta. Pamela< 7 /u... certamente 7 respondeu ela depois de um olhar que recebeu

da mãe. Por alguma razão, lad( 'aven sempre insistia para que a filhaca%ula passasse bastante tempo na companhia do conde. Pamela nãoobjetava, achava apenas estranho, uma vez que a mãe geralmente malnotava seus amigos. trong-(c)e guiou#a até uma das portas#balcão quedavam para o terra%o e ambos sa!ram, o crep6sculo iluminando suavementeo céu a oeste.

3 brisa soprava nas rvores do jardim, e ele levou#a até o gradil doterra%o, parando não muito longe de outros dois casais que apreciavam o ardo anoitecer. Eicaram em sil2ncio por alguns minutos. /le olhou para adist:ncia, e Pamela observou#lhe o perfil bonito. $onhecia#o bem para veras poderosas emo%&es que passavam por seu rosto.

 7 $omo o noivado de voc2s terminou<

? rosto de trong-(c)e se contraiu como se ela tivesse tocado numaferida. Eez um gesto com a mão na dire%ão do salão de baile.

 7 $omo pode ver, a dama prefere outro cavalheiro. Pamela pousouas mãos nos quadris.

 7 Pode me dizer para ir para o diabo se isto não for da minha conta,mas deve haver mais por trs dessa história do que isso.

/le esbo%ou um sorriso. 7 ' realmente pouco mais a dizer. 7 Deu de ombros. 7 /la

encontrou um cavalheiro com mais dinheiro e um t!tulo de nobreza mais

antigo e me disse com toda a calma e frieza que lamentava, mas que estavaterminando nosso noivado. emanas depois, minha irmã e meu cunhadomorreram. Eoi um per!odo horr!vel para mim.

 7 /u lamento tanto. 7 Pamela tocou#lhe o bra%o e encostou o rostona manga dele.

trong-(c)e tocou#lhe o cabelo com gentileza. 7 Eoi uma época sombria, mas, como uma pessoa bastante sbia

uma vez me disse, foi melhor eu ter descoberto quanto ela era inconstanteantes que nos casssemos.

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 7 /st se referindo a mim, não é< 7 3 men%ão dele agradou Pamelaimensamente. 5unca ninguém a levara a sério antes, ouvindo algumconselho seu e seguindo#o. /ra tocante.

 7 im, a voc2. 7 trong-(c)e afagou#lhe o rosto.

/la sorriu, sustentando#lhe o olhar intenso e, então, algo lhe ocorreu. 7 Diga#me uma coisa. Pude notar que lad( Dalhousie se parecemuito com minha irmã. / por isso que antipatiza tanto com 9achel<

 7 /sperei que isso não fosse tão óbvio 7 disse ele, ir@nico. 7 Provavelmente não é para as demais pessoas 7 admitiu ela. 7

4oc2 é tido como uma pessoa reservada, em geral, e, portanto, seucomportamento frio em rela%ão a ela não seria notado. /stou apenas tãoacostumada a ser a segunda melhor em compara%ão a 9achel que, quandovoc2 não me abandonou instantaneamente por ela, isso me surpreendeu eme fez observar com maior aten%ão como voc2 se comporta na presen%adela. *as, ou%a, não é t!pico de voc2 ser injusto0 9achel não tem culpa dese parecer com lad( Dalhousie.

 7 I algo que vai além da apar2ncia f!sica 7 declarou trong-(c)e,seu tom endurecendo. 7 I aquele jeito de flertar que ela tem com os olhose o modo como espera que cada cavalheiro a corteje. 3s duas se parecem demuitas maneiras. / até a voz dela, o jeito como fala. /8istem semelhan%asdemais para a minha paz de esp!rito.

 7 *as isso é apenas como as damas são ensinadas a agir e como seespera que ajam. 4ovó Arace diz que o flerte é uma arte e que eu jamais

serei melhor do que indiferente nisso. 7 5ão mude7pediu ele, fervoroso, pegando#lhe a pequena mão e

 beijando#a. 7 4oc2 é perfeita e8atamente da maneira como é. 5ão penseque tem de ser como as outras para ser valorizada.

Pamela concluiu que o bastante fora dito. $ome%ava a achar que ele aapreciava principalmente pelo fato de ser tão diferente de lad( Dalhousie e9achel. 3quele não era um pensamento bem#vindo e, por alguma razão, nãoquis e8amin#lo de perto.

 7 3 m6sica est come%ando. 3cha que devemos voltar<

 7 im. 7 *as antes de entrarem, ele parou e virou#a para que ofitasse. 7 4oc2 me reservar a dan%a do jantar<Determinada a dispersar#lhe o ar tão sério, ela fez uma mesura com ar

de gracejo. 7 $ertamente, milorde. *eus in6meros pretendentes ficarão

desapontados, mas, ah, paci2ncia0?s dois tornaram a entrar no salão e apro8imaram#se da fam!lia dela,

 percebendo tarde demais que lorde e lad( Dalhousie tinham parado paraconversar com vovó Arace, que fizera uma rara apari%ão com o grupo.

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 7 trong-(c)e 7 disse a idosa viscondessa, estendendo a mãoengelhada para lhe segurar o bra%o com firmeza. 7 $onhece lorde e lad(Dalhousie<

 7 im, j nos conhecemos 7 respondeu ele, seco.

 7 ? tio#av@ de lorde Dalhousie é primo do meu pai em segundo grau 7 disse ela com um breve riso. 7 uponho que isso nos torne parentes, dealgum modo.

Pamela estudou o casal atentamente quando lhe foi apresentada etrocaram apertos de mão. ? cavalheiro tinha estatura média e, como notara,era bastante comum, certamente longe de ser bonito como o conde. *as, defato, tinha uma e8pressão simptica. Fuando se virou para olhar para adama foi para encontr#la e8aminando#a abertamente e, então, viu#adesviando o olhar para algum ponto de seu vestido.

 7 rta. Pamela, h uma pequena mancha de pó facial em seuadorvel vestido 7 disse lad( Dalhousie. 7 Devemos ir ao reservado dassenhoras para remov2#la<

Pamela hesitou, mas a tenta%ão de conhecer um pouco melhor a damaque trong-(c)e amara... que talvez ainda amasse... foi grande demais./vitando o olhar do conde, meneou a cabe%a e, de bra%o dado, as duas seadiantaram na dire%ão da e8tremidade do salão.

 5a tranqJilidade da graciosa sala decorada com papel de parede cor#de#rosa, reservada para as damas, lad( Dalhousie e a habilidosa criada a

 postos ali ajudaram Pamela. /m poucos instantes, a pequena mancha foi

removida.3ntes de retornarem ao salão de baile, porém, Pamela não p@de se

conter e disse" 7 trong-(c)e me contou que voc2s dois j foram noivos. 3 mulher

um pouco mais velha meneou a cabe%a, um sorriso em seu belo rosto. 7 *alcolm é tão encantador.Pamela levou um momento para se dar conta de que a dama ainda

falava de trong-(c)e, lembrando#se que o nome de batismo dele era*alcolm.

 7 Eiquei muito triste em saber após o rompimento do nosso noivadosobre a tragédia com a irmã e o cunhado dele 7 prosseguiu lad( Dalhousie. 7 /uphemia era uma mulher adorvel e muito bondosa comigo. 7 /lasentou#se num sof e deu um tapinha no lugar a seu lado.

 7 /ntão, por que voc2 rompeu seu noivado se *alcolm é um homemtão encantador< 7 Pamela ficou surpresa em notar o tom zangado em suavoz e perguntou#se a respeito, mas era tarde demais para retir#lo. entou#seno sof ao lado da elegante mulher.

3o menos, lad( Dalhousie não pareceu surpresa. orriu, mas havia

constrangimento em sua e8pressão e um qu2 de tristeza.Clássicos Históricos 286 – Obstinado Coração – Donna Simpson 68

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 7 /u... para ser bem franca, eu me apai8onei perdidamente por =an,meu marido.

 7 Da mesma maneira como estava apai8onada por trong-(c)e< 7 5unca estive apai8onada por *alcolm 7 revelou a dama, a voz

apressada. 7 Eoi uma estupidez de minha parte, mas só percebi que eleestava realmente apai8onado por mim quando rompi nosso noivado. 3cheitão inesperada a rea%ão dele. Pude ver que ficou profundamente magoado e,tola como eu era, fiquei estupefata. $om isso, acho que acabei dei8ando ascoisas um tanto tensas. /u havia achado que *alcolm gostava de mimcomo eu dele, como bons amigos.

 5ão havia ind!cio de falta de sinceridade no tom da dama. 7 *as se isso é verdade 7 disse Pamela 7, então por que voc2

havia concordado em se casar com ele<ad( Dalhousie deu de ombros.

 7 *alcolm pediu minha mão. / eu gostava muito dele. /u haviasido ensinada a achar que isso era o bastante. 5ão foi algo muito diferentedo que a maioria das outras damas que eu conhecia estava fazendo.

 7 *as não é o bastante< 7 5ão, não para mim, ao menos. 7 $omo voc2 soube< Fue não daria certo, quero dizer, casar#se com

trong-(c)e< 7 $omo é que mulher alguma sabe< 3cho que eu soube o tempo

todo, se ao menos tivesse ouvido meu cora%ão. Fuando dei8amos a

temporada em ondres, h cerca de um ano, foi com o entendimento de quevisitar!amos a fam!lia um do outro e, então, marcar!amos uma data decasamento. /le iria ao meu encontro em Ment e, então, viajar!amos para$umbria, até hado- *anor, com minha mãe. /u não estava com pressa deme casar. *as Dalhousie estava na minha casa quando retornei, visitandomeu irmão mais velho, e... e eu me apai8onei por ele. >udo aconteceu tãodepressa. 5ão tive inten%ão de que acontecesse, mas não pude evitar./screvi a *alcolm, pedindo#lhe que fosse imediatamente até Ment, e eu lhedisse que achava melhor que não continussemos com nosso noivado.

Dalhousie e eu nos casamos dois meses depois./la pousou a mão no abdome enquanto falava, e Pamela bai8ou oolhar, notando#lhe a bela alian%a no dedo e o volume arredondado doventre. /ncontrou os olhos da dama com ar inquiridor.

 7 im, =an e eu vamos ter um filho. /stou tão feliz. 7 ua voz soouembargada, os olhos escuros brilhando.

Pamela lutou contra aquilo, mas não p@de dei8ar de gostar da dama. 5a verdade, ela tomara a atitude honrada, afinal. >eria sido melhor levaradiante o noivado e se casar depois de ter#se apai8onado por outro homem<

Por certo que não, concluiu Pamela. 3 dama agira corretamente em não terClássicos Históricos 286 – Obstinado Coração – Donna Simpson 6#

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levado o noivado adiante só para evitar problemas, encontrando, daquelemodo, a felicidade ao lado do homem amado.

 7 4oc2... 7 ad( Dalhousie hesitou por um momento, mas, então, prosseguiu" 7 4oc2 e trong-(c)e estão noivos<

 7 /u e o conde< Pelos céus, não0 ? que foi que lhe deu essa idéia< 7 Desculpe#me0 /u pensei ter visto... mas esque%a. /u meequivoquei.

 7 5ão, somos apenas amigos, principalmente por causa de +elinda,a sobrinha dele. 7 3quilo era alterar a verdade um pouco porque, mesmose não houvesse +elinda, ela ainda iria querer ser amiga de trong-(c)e.

 7 /spero que ele encontre alguém para amar7disse a dama comgentileza, tocando o ventre e olhando na dire%ão da porta. 7 /u me lembrode nosso tempo juntos com afei%ão, pois ele é o mais gentil dos homens,mas não pude dei8ar de seguir meu cora%ão. trong-(c)e foi um bomamigo, mas Dalhousie... eu sempre o amarei # declarou simplesmente elevantou#se. Pamela fez o mesmo e ambas se adiantaram até a porta juntas.

 7 /le se... recuperou, não foi< Do rompimento do nosso noivado<embrando#se da veem2ncia na voz de trong-(c)e quando falara da

e8#noiva e de sua irracional antipatia por 9achel por causa de uma merasemelhan%a, Pamela não p@de responder.

 7 >enho certeza de que deve ter#se recuperado. /le pareceespl2ndido, tão bonito como sempre foi. /u sei que ele ser o maravilhosomarido de alguém. 7 ad( Dalhousie sorriu para Pamela, mas, então, seu

rosto calmo se contraiu. Parou de caminhar e levou a mão à fronte. 7 5ãoestou me sentindo muito bem. 4oc2 poderia ir chamar meu marido< 3choque eu gostaria de ir para casa.

?s Dalhousie dei8aram o baile, e a noite progrediu, mas, apesar deconversar, dan%ar e tentar se divertir, os pensamentos de Pamela giravamincessantemente em torno da conversa que tivera com a e8#noiva detrong-(c)e. $hegou o momento da dan%a do jantar, e ele conduziu#a pelosalão.

/la não podia falar enquanto valsava, a dan%a era cativante demais e

trong-(c)e era um e8celente par. Fuando terminaram, porém, e ele a terialevado até o salão de jantar, ela tocou#lhe a mão. 7 Podemos sair por um momento para tomar um pouco de ar fresco

 primeiro<3 noite ca!ra por completo, e agora o terra%o estava imerso em

misteriosas sombras. 3mbos caminharam devagar, mas Pamela sentia umatensão nele. Parando, ela sentou#se num banco bai8o de pedra.

 7 trong-(c)e 7 come%ou, erguendo os olhos para fit#lo, osemblante dele sério sob o luar 7, voc2 ainda ama lad( Dalhousie<

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Capítulo 'I

 11 $omo disse< 7 4oc2 ainda ama lad( Dalhousie<

 7 I claro que não0 7 negou trong-(c)e, veemente. 7 /laespezinhou quaisquer sentimentos bons que eu lhe nutrisse. >udo que restoufoi ressentimento.

 7 /u havia pensado que voc2 era um homem razovel 7 declarouPamela, observando#o sob a ilumina%ão difusa proveniente do salão de

 baile, notando#lhe a e8pressão desgostosa no rosto. 7 /la se apai8onou 7acrescentou mais gentilmente.

 7 5ão é um crime0 7 =sso vindo de uma garota que me disse que um pretendente

inconstante era melhor ser esquecido por ter um mau carter0 7trong-ic)e afastou#se um pouco, os passos ecoando no terra%o de pedra,os olhos fi8os no jardim abai8o.

Pamela franziu o cenho no escuro e tentou e8pressar o que sentia. 7 =sto é diferente. Fuando falei, foi sobre uma pessoa que

 propositada e insensivelmente ilude a outra e, depois, abandona#a. *as elanão sabia como voc2 se sentia. /la acreditava sinceramente que haviaapenas amizade entre voc2s e que, quando se apai8onou por outro, nãomagoaria voc2 tanto ao liber#lo do seu compromisso.

/le virou#se e fitou#a com um brilho de cinismo no olhar.

 7 / presumo que tenha descoberto tudo isso durante os poucosminutos em que voc2s duas ficaram juntas no reservado das damas<

'avia evidente amargura na voz dele e Pamela estendeu a mão paratocar#lhe o bra%o. /ra doloroso pensar que o conde ainda sofria por seuamor perdido.

 7 /u apenas avaliei a sinceridade na voz dela. ad( Dalhousie ficouimensamente triste em saber da morte de sua irmã e cunhado logo após orompimento do noivado de voc2s.

 7 /la me escreveu uma mensagem de condol2ncias depois que os

dois morreram 7 admitiu ele. 7 4oc2 respondeu<trong-(c)e manteve#se em sil2ncio. ? que poderia dizer que não o

fizesse parecer um homem rancoroso aos olhos daquela jovem pura eing2nua< $omo podia dizer que rasgara a carta e atirara#o no fogo dalareira< 3gora não conseguia nem se lembrar do que Dorothea disseranaquelas linhas. 3valiando suas a%&es passadas, sentia#se envergonhado.Dorothea e /uphemia tinham gostado uma da outra instantaneamente e jiniciado os la%os do que prometera ser uma sólida amizade quando o

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 7 5ão 7 assegurou#lhe ele, seu tom deliberadamente mais leve.3quele não era o momento para suas refle8&es, mas sabia que tinha derefletir muito, fazer a introspec%ão que fora abreviada por sua dor quando airmã morrera. 7 5ão, de fato creio que, seguindo a importante tradi%ão das

damas em minha vida, voc2 talvez tenha me for%ado a enfrentar uma grandeverdade./la piscou.

 7 3penas digo o que penso. 7 /u sei, e esse é um dom que aprecio muito. Aostaria de caminhar

 pelos jardins por um momento<Pamela pegou#lhe o bra%o estendido.

 7 /stive respirando fundo para sentir os deliciosos perfumes quev2m de l e me perguntando se poder!amos. 3cha que seria apropriado<

 7 5ão nos demoraremos muito.3mbos caminharam com vagar, passeando pelos caminhos de pedra

 por onde iam encontrando outros convidados. 3 fragr:ncia das floresinundava o ar, e risos suaves ouviam#se ocasionalmente. 4ozesmurmurantes sussurravam palavras de amor. ? verão ingl2s estava prestes acome%ar, os mais agradveis meses do ano, quando a vida e o amor

 pareciam bons./ ele estava feliz. /stava inteiro.3quilo o apanhou de surpresa, porque ainda não estava certo quanto a

todos os seus sentimentos, mas sabia ao menos de uma coisa. 5ão sofria

mais, não por causa de Dorothea. 3 dor pela morte de /uphemia permaneceria, mas sempre se lembraria da irmã com um amor que a tristezanão podia macular.

trong-(c)e parou diante de um belo caramanchão oculto por umagrupamento de rvores frut!feras.

 7 Aostaria de se sentar por um momento< 3inda podemos ouvir am6sica daqui. 7 Fuando Pamela meneou a cabe%a, ele a conduziu ao

 banco de pedra./stava mais escuro sob o caramanchão. >alvez aquilo não fosse boa

idéia, pois ele jurara a si mesmo que se manteria reservado. / ainda assim...sentou#se no banco e observou os tra%os delicados dela no escuro. 7 /st gostando da sua temporada< 7 perguntou#lhe. 7 ?h, sim0 *uito mais do que pensei. 7 Pamela inclinou#se de

encontro a ele. 7 / grande parte disso é gra%as a voc2. 7 I mesmo< De que modo< Eicaram em sil2ncio por um momento. 7 /u estava acostumada a pensar em mim mesma como uma

garota... errada, de algum modo. 5ão ajo como as outras jovens e eu digo efa%o as coisas erradas, mas voc2 faz com que eu me sinta certa da maneira

como sou.Clássicos Históricos 286 – Obstinado Coração – Donna Simpson "3

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trong-(c)e passou o bra%o em torno dos ombros dela e apertou#a deleve num gesto carinhoso. 3penas fizera aquela amizade pelo bem de+elinda, mas agora perguntava#se se a srta. Pamela 5eville não seria o seu

 próprio anjo, sua salva%ão.

 7 4oc2 é perfeita e8atamente da maneira como é. 7 *as as outras damas são tão elegantes, tão graciosas. $omo lad(Dalhousie. Pude ver por que voc2 se apai8onou por ela. I tão perfeita eencantadora.

 7 3 apar2ncia é apenas uma pequena parte do que torna uma damadesejvel 7 e8plicou ele com gentileza. 7 / h todos os tipos deapar2ncias interessantes no mundo. 5ão se diminua.

 7*eu irmão me chama de sua Gmoleca sardentaG7contou ela, umtom ir@nico na voz. 7 ou tão pequena, apenas uma coisinha mi6da, dizele. / quanto às sardas, bem... sardas não são de bom#tom. >enho tentadoclare#las com limão, mas...

trong-(c)e a viu dando de ombros,#mortificada, e soltou um pequeno riso.

 7 eu irmão a provoca desse jeito apenas porque a ama. /ucostumava chamar /uphemia de GEloco de 5eveG quando éramos crian%as

 porque o cabelo dela era claro demais e a pele tão alva que era quasetransl6cida. / evidente que isso não fez mais o menor sentido quando ocabelo dela ficou mais escuro e, ainda assim, até o dia em que morreu, eu achamava de GEloco de 5eveG. 7 'avia uma sensa%ão quase boa em falar

sobre a irmã a Pamela. Aostaria que tivesse havido a chance de ambas seconhecerem, pois /uphemia teria adorado a cativante jovem a seu lado. 74oc2 é 7 acrescentou 7, como os franceses costumam dizer, une petitefilie gamine. $heia de vivacidade. >ravessa. *as isso não diminui o quantovoc2 é bonita.

 7 3cha realmente que sou bonita< 7 3 voz dela soou um tantoofegante.

 7 im 7 sussurrou ele. 7 4oc2 é bastante adorvel. 7 ?h. 4oc2 acha que... sou bonita o bastante para que alguém se

apai8one por mim, até mesmo um cavalheiro que tenha amado uma dama bem mais bonita e elegante antes<trong-(c)e sentiu o cora%ão enternecido. /ra quase uma

declara%ão, pensou, uma onda de afei%ão envolvendo#o feito um blsamocurativo. 3 jovem estava lhe perguntando se poderia am#la algum diadepois de ter sido apai8onado pela elegante e perfeita Dorothea. 4irando#seno banco, segurou#lhe os ombros delicados, observando#lhe o rosto bonito ee8pectante. /ra de esperan%a o brilho naqueles grandes e e8pressivos olhosverdes<

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Pu8ou#a mais para si e aguardou, mas não houve sinal de que estavaapressando as coisas demaisC ela não ficou tensa, não tentou se esquivar.Daquele modo, envolveu#a com seus bra%os e tocou#lhe os lbios

 brevemente com os seus, sentindo#lhes a do%ura, antes de solt#la. 'avia

uma e8pressão de completa surpresa em seu rosto adorvel./le soltou um riso rouco e apro8imou#a de si novamente, prolongando mais o seu beijo daquela vez, sentindo#lhe o corpo ficandotr2mulo em seus bra%os, um calor percorrendo#o e os lbios dela semovendo sob os seus em resposta.

Eoi tudo o que precisou saber. evantou#se, erguendo#a consigo pelamão.

 7 3cho que devemos retornar ao salão de baile, pois as pessoasacabarão sentindo a nossa falta.

/la meneou a cabe%a, emudecida.$omo seu sil2ncio se prolongasse quando seguiram pelo caminho de

 pedra, ele perguntou#lhe ansiosamente" 7 /u não assustei ou ofendi voc2, não é mesmo< 7 5ão. 5em um pouco. /u fiquei... surpresa. trong-(c)e abriu um

sorriso. 7 /u também. Devo lhe dizer que não a atra! até l com a inten%ão

de beij#la, mas não lamento./ntraram no salão de baile. 3 fam!lia dela acabava de entrar também,

vinda da dire%ão oposta, o salão de jantar. trong-(c)e notou que o

visconde de 'aven franzia o cenho. +em, ele não podia dizer que o culpava por sua e8pressão contrariada, mas repararia as coisas.

$onduziu Pamela de volta até o grupo de sua fam!lia, a srta. 5eville,srta. Dresden, lad( 'aven e o próprio visconde. 3 avó manifestara suainten%ão de ir para casa durante o intervalo do jantar e, portanto, estavaausente.

 7 orde 'aven 7 disse trong-(c)e, meneando#lhe a cabe%a. 7Posso marcar um horrio para ir v2#lo amanhã à tarde<

Fuase a contragosto, pelo que denotou seu tom, o visconde

respondeu" 7 /starei dispon!vel entre as quatro e as cinco da tarde, se h algoque deseja me falar.

 7 im, h. 7 trong-(c)e lan%ou um olhar significativo a Pamela. 5ão havia ind!cio de e8pectativa no rosto dela, mas abriu#lhe um sorrisogracioso. 7 ' um assunto da maior import:ncia.

 7 /ntão, aguardarei a sua visita.? grupo dispersou#se um pouco, enquanto as damas foram tiradas

 para dan%ar pelos pares de depois do jantar. trong-(c)e sentiu#se envolto

 por uma onda de felicidade pelo restante da noite. 5um breve per!odo,Clássicos Históricos 286 – Obstinado Coração – Donna Simpson "!

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 parecia que descobrira, primeiro, que seu cora%ão estava curado da feridainfligida por Dorothea, embora não tivesse admitido o fato até aquela e8atanoite. /, segundo, descobrira que a responsvel por aquela cura era uma

 jovem especial que conquistara sua afei%ão sem que ele se desse conta. 3té

sorriu para 9achel, pois olhar para a beldade não era mais algo que lhecausava tormento. Decidido a reparar sua rude indiferen%a para com ela,uma vez que se tornaria parte da fam!lia, aproveitou um raro momento emque a jovem estava desacompanhada, e convidou#o a acompanh#lo poruma volta pelo salão.

De bra%o dado, conversaram sobre amenidades e ficou aliviado emver que 9achel não parecia inclinada a flertar com ele, como em princ!pio.eria sua cunhada em breve, afinal. =nfelizmente, conforme a conversa

 progrediu, pontuada por longas pausas por falta de assunto, e as limita%&esintelectuais da jovem evidenciaram#se, ele p@de concluir que, apesar delinda, tinha de fato a cabe%a tão oca quanto parecia.

/nquanto caminhavam de volta na dire%ão dos 'aven, ela apertou#lheo bra%o e disse"

 7 *ilorde, deve estar se perguntando por que fiquei tão em sil2ncio. 7 /u... não havia notado.9achel o for%ou a parar e virou#se para fit#lo.

 7 Eiquei preocupada em ouvir sobre seus planos para amanhã. 3choque não posso estar equivocada quanto ao seu motivo para ir visitar meuirmão.

Eoi a vez dele de manter#se em sil2ncio, perguntando#se o que ela pretendia dizer. >eria entendido mesmo suas inten%&es< / se fora o caso,em que o assunto lhe dizia respeito<

 7 4oc2 pretende pedir a mão de Pamela em casamento 7 declarouela sem pre:mbulo, os olhos azuis avaliando#o.

$om a desconfortvel sensa%ão de que a jovem provavelmente sabiaquanto era rico, ele franziu o cenho.

#7 / poss!vel. Porém, até que eu realmente o fa%a, se essa for minhainten%ão, não é assunto de mais ninguém a não ser meu.

 7 ei disso 7 declarou ela, o tom brusco e impaciente. 7 *as antesque a pe%a em casamento, acho que h uma coisa que deve saber a respeitode Pamela.

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Capítulo 'II

 11 / o que seria< 7 3 voz de trong-(c)e soou fria e intimidante.9achel ergueu os olhos para observar o rosto bonito do conde.

/ntreabriu os lbios, mas tornou a fech#los. /ra tão ruim o que pretendialhe dizer< /ra apenas a verdade. *as, com certeza, aquilo faria lordetrong-(c)e mudar de idéia quanto às suas inten%&es e, talvez, Pamelativesse passado a se sentir de modo diferente em rela%ão às coisas. ? queela realmente sabia em rela%ão às emo%&es da irmã mais nova< 3mbas rara#mente conversavam agoraC ela ficara tão envolvida por sua própria vida,

 pela temporada e o alegre turbilhão de bailes e festas./ra o que havia esperado e desejado daquela temporada, porém

aquilo a dei8ara sentindo#se estranhamente vazia.*as tinha de dizer algoC ele aguardava. /ra um homem um tanto

intimidante com aquela e8pressão fechada onde não havia o menor ind!ciodo sorriso caloroso que costumava dirigir a Pamela.

 7 3o longo de muitos anos, minha irmã tem... 7 /la fez uma pausae mordeu o lbio inferior. Deveria lhe contar, ou não< Fuando a idéia lheocorrera, apenas parecera que aquele conde incrivelmente bonito, rico e

 poderoso deveria saber que a jovem que iria pedir em casamento semprefora apai8onada pelo vizinho delas, sir $olin 4arens. *as estava disposta adivulgar o que talvez não fosse mais verdade e eram suas reais inten%&esapenas as de impedi#lo de cometer um erro< ?u haveria algo mais em seu

cora%ão< eria... ci6me< 7 /u... eu... 7 /la se interrompeu, pela primeira vez em anos

incerta sobre o que dizer. 7 ? que era que ia dizer sobre a sua irmã, srta. 5eville< 9achel

engoliu em seco e, sem a%ão, encarou os fatos. /stava com ci6me dePamela e das aten%&es daquele aristocrata rico, influente e bonito. $omci6me. *orrendo de inveja. De Pamela0

/la respirou fundo, fazendo um tremendo esfor%o para vencer asemo%&es que acabara de descobrir.

 7 Durante muitos anos, Pamela esteve... acostumada a andar acavalo no campo, montando na sela daquele modo... nada apropriado a umadama. Duvido que v desistir desse hbito quando casar 7 declarou,erguendo a cabe%a com altivez. 7 /spero que planeje manter um bomestbulo, milorde, pois ela não ficar satisfeita de outro modo.

9achel tirou proveito do momento em que lorde Barnell seapro8imava para a valsa prometida que se iniciava e afastou#se com o

 pretendente até a pista de dan%a, dei8ando para trs o conde, que ficouobservando#a de cenho franzido.

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 5aquela noite em seu pequeno quarto, Pamela permanecia deitada decostas, as mãos sob a cabe%a, o olhar fi8o no teto escuro, sem conseguirdormir.

 5a verdade, não queria dormir, pensou com um suspiro. 5ão ainda.

eu primeiro beijo de verdade, e fora trong-(c)e quem o dera, não$olin, como sempre achara que aconteceria. /, mesmo assim, nãoconseguia lamentar aquele beijo.

+eijos0? primeiro fora suave, gentil. *as, então, o segundo...ó em relembrar, sentiu o cora%ão disparando, as faces afogueadas.

*as por que ele a beijara< /la estivera considerando seu elogio, quando oconde lhe dissera que havia todos os tipos de beleza e que ela própria era

 bonita. /stivera se perguntando se... uma vez que lorde Barnell pedisse amão de 9achel e $olin en8ergasse o fato de que não havia esperan%a paraele com ela... o velho amigo poderia voltar sua aten%ão para a ca%ula

 5eville depois de ter estado apai8onado tanto tempo por tamanha beldade./, então, trong-(c)e a envolvera com seus bra%os e a beijara. /la

tocou os lbios, lembrando#se do calor que a percorrera, de como ficarainebriada, sem fala.

/, depois, surpreendendo#a ainda mais, trong-(c)e dissera quevisitaria 'aven na tarde seguinte. obre o que desejaria lhe falar< Por queele...<

/nquanto a resposta entrava em sua mente, não num clarão, mas,

 primeiro, como uma hipótese, depois como algo provvel e, enfim, comouma certeza, Pamela gelou por inteiro. $avalheiros honrados como o condenão beijavam jovens donzelas a menos que suas inten%&es fossem sérias.orde trong-(c)e ia pedir a sua mão em casamento0

ad( 'aven mal cabia em si de contentamento. 3s coisas não poderiam estar progredindo de melhor maneira0 'aven noivo e prestes a secasar, 9achel quase noiva de lorde Barnell e, agora, aquela b2n%ãocompletamente inesperada0

/mpolgada, a dama come%ou a cantarolar, e ela não cantarolava, pois

a sogra lhe dissera uma vez que tinha a voz de uma gralha e (dia jamaistentara emitir uma nota depois daquilo. 3gora, porém, estava feliz.9adiante0

3cabando de arrumar sobre uma mesa da sala um vaso com as floresque haviam chegado naquela manhã para 9achel de lorde Barnell, ficouatenta quando ouviu a aldrava na porta da frente e, então, o som decumprimentos. $obriu a boca com a mão. /ra poss!vel que trong-(c)enão tivesse conseguido esperar< ?u talvez Barnell tivesse finalmentedecidido se declarar0

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eus pensamentos se dispersaram quando 'aven apareceu, vindo dasala de jantar, onde ficara lendo seu jornal depois do desjejum. >odos sereuniriam ali naquela manhã, uma vez que vovó Arace e lad( 'aven haviamdecidido que deveriam ser definidos o local e a data do casamento do jovem

visconde. Fueriam toda a fam!lia ali, porque unidos, esperavam convencer;ane a se casar logo e em ondres.? mordomo entrou e curvou#se.

 7 *ilorde 7 disse, olhando para 'aven 7, h um conhecido seu à porta e ele deseja perguntar se seria conveniente para a fam!lia recebervisitantes inesperados<

 7 De quem se trata<3 porta foi aberta naquele momento e, na sala, entraram sir $olin

4arens e sua irmã, 3ndr@meda.'ouve um pequeno alvoro%o. 'aven deu um tapa nas costas do

amigo, realmente feliz em v2#lo, e cumprimentou a srta. 3ndr@meda4arens. 3gora que estava noivo podia se dar ao lu8o de ser bondoso comela novamente como a velha amiga que estimava desde a inf:ncia. Poralgum tempo, evitara#lhe a companhia, uma vez que cada encontro foraconstrangedor, com ela tentando desesperadamente arrancar#lhe um pedidode casamento. 3gora, a salvo com seu noivado com ;ane, podia ser amigodela de novo.

/nquanto 4arens transmitia mensagens dos amigos e do ad#ministrador do visconde, vovó Arace entrou apoiando#se em sua bengala e,

ainda enquanto os cumprimentos eram trocados, não pareceu muitocontente em ter a reunião dos 'aven marcada para a manhã atrapalhadadaquele jeito.

9achel, atra!da pelo barulho, entrou em seguida, e cumprimentoucalmamente o baronete e a irmã. ad( 'aven ordenou que fosse servidocafé e acomodou os velhos amigos da fam!lia na sala de estar.

 7 / como foi que isto se deu, $olin< 7 perguntou um sorridente'aven.

? jovem baronete pareceu embara%ado, notou Arace, estudando#o.

3quele não podia ter sido momento mais inoportuno para o rapaz aparecer,e8atamente quando Pamela estava atraindo um pretendente digno. *as, aomenos, o tolo estaria tão alheio às e8celentes qualidades de sua neta ca%ulaquanto sempre fora. 5a verdade, aquilo deveria ajudar na decisão de Pa#mela. $olocando#se trong-(c)e e 4arens lado a lado, com certeza a

 jovem nem sequer teria de pensar muito para esquecer qualquer tola ilusãoque tivesse tido em rela%ão ao velho amigo.

/ntão, talvez aquele fosse um golpe de sorte, afinal, concluiu maistranqJila.

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$onstrangido, o baronete, que mantinha o olhar longe de 9achel,respondeu a pergunta de 'aven.

 7 5ós viajamos à cidade tão raramente, e 3nd(... hã, 3ndr@medaqueria fazer algumas compras. ?h, e temos ótimas not!cias que quer!amos

dar pessoalmente.;ane entrou naquele momento e cumprimentou calorosamente 4arense a irmã.

 7 Por favor 7 disse depois que se sentou. 7 5ão me dei8einterromper.

 7 Eicar contente em saber disto também, srta. Dresden, poisacredito que seja uma amiga especial dela. 3 sra. *ar( $ooper... a suavelha amiga de inf:ncia, 'aven... é agora a sra. atimer.

 7 ra. atimer0 atimer, o médico< 7 indagou 'aven, in#clinando#se para a frente na cadeira. 7 /la se casou com ele< $omo isso se deu<

4ovó Arace entendeu a surpresa na voz do neto. *ar( $ooper, umavi6va com um beb2 pequeno, não parecera estar disposta a um novocasamento quando haviam dei8ado Bor)shire. entia terrivelmente a faltado amado marido, ;em, que morrera antes que o beb2 de ambos, *oll(,nascesse. /la estivera de luto por mais de um ano.

 7 I uma história das mais rom:nticas 7 declarou 3ndr@meda4arens, suspirando. 3 srta. 4arens, mulher alta e bonita de trinta e um anos,ainda tinha o romantismo incorrig!vel de uma jovenzinha de dezessete. 7? beb2 da sra. $ooper estava doente e ela foi até o vilarejo para ficar com

uma amiga, enquanto o boticrio cuidava de *oll(, mas sem saber ao certoo que o beb2 tinha. ? sr. atimer ouviu sobre *oll( e foi fazer uma visita,fazendo um diagnostico de crupe e passando a tratar do beb2, que se curou.? sr. atimer também era vi6vo e um homem bom como poucos... bem, ofato é que confessou que se apai8onara por *ar( e lhe implorou que secasasse com ele.

 7 3gora estão casados e atimer pretende adotar *oll( como sua 7concluiu $olin. 7 3 propósito, *ar( se mudou de seu chalé para a casa donovo marido h duas semanas e dei8ou as chaves com a sua governanta,

'aven. *ar( disse que a mob!lia tinha vindo com o chalé e, portanto,deveria ficar l. 7 ? baronete se levantou. 7 >emos mais not!cias a dar,mas não nos demoraremos demais nesta visita inesperada. 5ós noshospedamos na Pousada do 4iajante, perto do parque, e espero que voc2stodos possam ir até l jantar conosco numa noite dessas.

'aven também se levantou e tornou a bater calorosamente nas costasdo velho amigo.

 7 er um prazer, $olin. /scolha o dia. 7 /sta pró8ima quarta#feira, às sete da noite.

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/, daquele modo, ficou combinado. *as 4arens ainda não pareceu pronto para sair. /stava inquieto, o rosto muito corado. /ntão, respiroufundo e levantou os olhos com uma e8pressão determinada.

 7 rta. 5eville, eu gostaria de saber se poderia trocar uma palavra

com voc2 em particular. 7 $éus 7 sussurrou Arace para a nora. 7 ? imbecil vai pedir amão de 9achel em casamento outra vez.

ad( 'aven soltou um gemido abafado e revirou os olhos. 9achel,com uma e8pressão de mrtir no rosto bonito, dei8ou a sala na frente do

 baronete rumo à biblioteca.

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Capítulo 'III

 11 9achel, o que h de errado< 7 Pamela descia a escada esfregandoos olhos, tendo acordado mais tarde do que o costume uma vez que não

conseguira dormir bem na noite anterior, e viu a irmã saindo com ar petulante da biblioteca. 7 ?h0 /stou tão zangada0 7 9achel parou no vest!bulo e, então,

come%ou a andar de um lado ao outro. 7 3quele matuto 7 disse,apontando na dire%ão da porta entreaberta da biblioteca 7 e sua irmãesquisita chegaram no pior momento poss!vel0 ?h0 7 /la bateu o pé. 7 /agora teremos de toler#los como conhecidos nossos e esperarão serapresentados a todos da sociedade, o que arruinar a nossa reputa%ão0 ? quelorde Barnell pensar< / sua fam!lia0 3 mãe dele faz questão de sertotalmente seletiva em rela%ão às amizades que fazem, e dei8ar que se tornede conhecimento geral que temos la%os de amizade com tipos tão

 provincianos quanto $olin e 3nd(... 5ão sei o que isso far a nossa posi%ãosocial. 3lém de tudo isso, o tolo tem a temeridade de me fazer um pedidode casamento novamente0 $omo se eu, algum dia, pudesse levar emconsidera%ão a proposta dele. ? homem faz alguma idéia de quantoscavalheiros...

*as Pamela não ouviu o restante do discurso lamurioso da irmã,enquanto olhava na dire%ão da porta da biblioteca. $olin< /m ondres<

em pensar, adiantou#se na dire%ão da porta e passou pela soleira,

olhando, incerta, para o interior escuro da biblioteca. ?s passos rpidos de9achel puderam ser ouvidos enquanto se adiantava depressa até a escadariae subia os degraus para fugir do local de tamanha humilha%ão. Pamela,acostumando os olhos à penumbra, notou perto da lareira apagada umafigura sentada numa atitude de completo desespero. 3pro8imou#se,hesitante.

Deveria sair. 5inguém devia testemunhar dor tão profunda quanto aque se evidenciava na maneira como $olin inclinava o corpo para a frente,mantendo a cabe%a bai8a e afundando o rosto nas mãos grandes e calejadas.

*as ela era amiga dele. 4erdadeiros amigos mantinham#se presentes numahora de necessidade. 3migos não se esquivavam da dor ou do sofrimento. 7 $olin<entamente, ele ergueu o rosto e olhou em sua dire%ão, nos olhos

transparecendo grande desola%ão. 7 Pamm(< 7 ?h, $olin. 7 grimas embargando#lhe a voz, Pamela adiantou#

se depressa para sentar#se ao lado dele, esquecendo#se de tudo mais e8cetoda dor em seu rosto tão familiar. Passou o bra%o em torno dos ombros do

amigo, esfregando#lhe os m6sculos sob o paletó. 7 Por que voc2 continuaClássicos Históricos 286 – Obstinado Coração – Donna Simpson 82

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fazendo isso a si mesmo< 7 5ão fora a primeira vez que ele fizera um pedido de casamento e fora rejeitado por 9achel. 7 Por qu2< /la jamaisaceitar voc2, e j deve saber disso a esta altura0

 7 3chei que talvez ela ficasse contente em me ver 7 disse ele

humildemente. 7 3chei que talvez eu fosse uma lembran%a de casa, e queisso daria uma reviravolta nas coisas, entende< I claro que eu sabia queuma garota como a srta. 9achel... bem, que ela teria dezenas de

 pretendentes em ondres. *as achei que um rosto de casa... 7 $olinsacudiu a cabe%a, amargura na maneira como torcia os lbios. 7 3 quemestou enganando< 5ão pensei em nada disso. *as fiquei com medo de queela j tivesse encontrado alguém. e chegasse aqui a tempo, pensei, então

 poderia fazer alguma coisa, impedir algo, ou... 7 $olin0/le respirou fundo e endireitou as costas na cadeira.

 7 5ão h ilusão desta vez, porém, não é< 5enhuma d6vida restante. 79espirando fundo mais uma vez, pareceu conseguir controlar sua dor,reprimi#la por ora. 7 I definitivo. >enho sido um grande tolo, mas a srta.9achel não poderia ter sido mais clara. /, então, acabei ouvindo sem querero que ela disse a voc2 no corredor. Devo entender que algum homem desorte j obteve a prefer2ncia de sua irmã, certo<

 7 orde Barnell 7 admitiu Pamela. 7 /le ainda não a pediu emcasamento, mas todos esperam que o fa%a a qualquer momento, pois temdemonstrado grande interesse por ela. *as o marqu2s não é nem metade do

homem que voc2 é0 I um janota arrogante, pomposo e fr!volo. ó consegue pensar em suas roupas e em sua posi%ão social. /u o detesto.

 7 /le deve ter alguma coisa a seu favor, ou a srta. 9achel não teriase apai8onado. 7 $olin levantou#se e ajeitou o paletó. 7 ?h, bem, eu nãodevo manter 3nd( esperando. 4oc2 deve vir comigo e rever sua amiga,3ndr@meda. /la est tão ansiosa para ver voc2, Pamm(... hã, srta. Pamela.

 7 /le a observou pela primeira vez, notando#lhe o vestido, um modeloamarelo#claro com fitas acetinadas cor de marfim que brilhavam na pe#numbra do corredor. 7 ?ra, voc2 não est uma visão0

 7 4oc2 não gostou< 7 I claro que simC voc2 parece uma flor. 7 3 e8pressãosuavizando#se, $olin tocou uma fita de cetim do vestido, dei8ando#a correr

 por entre seus dedos. 7 *as voc2 ainda é a nossa garotinha travessa, apesarde toda a sua nova sofistica%ão.

 5ão eram as palavras mais confortadoras que ela poderia ter ouvido.eria sempre apenas uma GgarotinhaG para ele, como era para seu irmão<$olin abra%ou#a pelos ombros de um modo casual, fraterno, e caminharam

 juntos pelo corredor até o ves#t!bulo. onde 3ndr@meda estava à espera.

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Pamela saudou#a com um abra%o, contente em rever amigos de casa.$ombinou com ela um passeio até uma livraria na parte da tarde, pois adama queria ver quais livros poderia comprar com a preciosa soma que lhefora confiada pela sociedade literria do vilarejo. aindo de l, e8plicou

3ndr@meda, iria até a 3c)ermannNs para comprar um presente de casamento para o sr. e a sra. atimer.3quilo, evidentemente, necessitou de uma e8plica%ão e, com a

tend2ncia de 3ndr@meda à tagarelice, passou#se mais meia hora antes queos irmãos 4arens sa!ssem.

$om todo o alvoro%o, a reunião familiar pretendida envolvendo ocasamento de 'aven e ;ane acabou não se realizando. 3 conversa durante oalmo%o, com a aus2ncia de 9achel, que alegou dor de cabe%a, girou emtorno da visita dos 4arens e o casamento de *ar( $ooper.

 7 er uma satisfa%ão ir fazer compras com 3nd( esta tarde 7comentou Pamela a um dado momento à mesa. 7 /la é tão divertida,sempre tem idéias das mais interessantes0

 7 4oc2 não ir a lugar algum, mocinha 7 declarou lad( 'aven. 7 Por que não< 7 4oc2s todos j se esqueceram< 7 retrucou a mãe, aborrecida, a

voz se elevando. 7 orde trong-(c)e vir até aqui hoje à tarde para umaconversa com 'aven0 ma conversa muito importante0

 7 Pamela não estar presente, mãe, e ela não precisa estar em casa por esse motivo 7 respondeu 'aven, e8asperado, enquanto a irmã ca%ula

ficava vermelha feito um pimentão. 7 eria rude da parte dela não estar aqui sendo que o conde

 pretende... voc2 sabe0 7 Eico chocada em dizer que concordo com (dia em algo 7

resmungou Arace 7, mas Pamela, voc2 estar aqui quando trong-(c)echegar.

Pamela alternou um olhar entre a mãe e a avó e, então, apelou para oirmão"

 7 'aven, eu não preciso ficar, não é<

 7 5ão, voc2 não precisa estar aqui enquanto trong-(c)e e eu nosreunirmos. 5ós o veremos mais tarde no teatro, se não estou equivocado.' tempo de sobra.

 7 $oncordo 7 disse ;ane, tomando, enfim, parte na conversaquando notou o olhar significativo que 'aven lhe lan%ou. 7 e eu não forincomodar, gostaria de sair com voc2 e a srta. 4arens, Pamela.

3l!vio em seu rosto delicado, Pamela meneou a cabe%a, enquantoapertava a mão da futura cunhada sobre a mesa.

 7 4oc2 sabe que é bem#vinda, ;ane.

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trong-(c)e se deu conta de que assobiava enquanto se apro8imavada resid2ncia londrina dos 'aven. /ntregando a cartola e a bengala aomordomo, informou#o de que estava sendo esperado.

/le conduziu#o até a 6nica sala onde entrava bastante claridade na

casa, situada no segundo andar. 'aven mandara que sua mesa fossecolocada l porque declarara que não podia suportar a atmosfera l6gubre da biblioteca. 3 mãe amea%ava providenciar que a mesa fosse removida outravez, pois tomava espa%o demais.

? conde entrou na sala, apertou a mão de 'aven calorosamente eocupou a cadeira indicada. /studou o visconde. 5a ocasião em que haviamse conhecido, alguns anos antes, tinham feito instant:nea amizade, emboranão tivesse havido a oportunidade de ser levada adiante. 3gora, por certo,chegara o momento. 3quele seria seu cunhado, quase um irmão. ? pensa#mento agradou#o, pois nunca tivera um irmão. /uphemia fora sua 6nicairmã.

'aven, que acabara de escrever uma carta, assinou#a e fechou#a como lacre. evantou os olhos detrs de sua mesa.

 7 /stive escrevendo para congratular uma velha amiga por seucasamento.

 7 ma feliz tarefa. 7 im. 4elhos amigos, nossos vizinhos mais pró8imos em

Bor)shire, vieram a ondres e nos trou8eram a not!cia. $reio que nuncatenha conhecido sir $olin 4arens e sua irmã, 3ndr@meda 4arens, certo<

 7 $reio que não 7 respondeu o conde educadamente. 7 ?s dois se reunirão a nós hoje à noite no teatro. 7 er uma satisfa%ão conhec2#los. 7 trong-(c)e se me8eu na

cadeira, inquieto. Fueria ir direto ao assunto. ma vez que tomava umadecisão, gostava de agir de imediato. 'avia, porém, algo no tom de 'avenque não conseguia entender completamente... algo espec!fico em rela%ãoaos irmãos 4arens< /le sacudiu a cabe%a devagar. 5ão os conhecia, e osdois não lhe significavam nada.

 7 4oc2 gostar de $olin. / o homem mais sensato que conhe%o. 5a

maioria das quest&es.trong-(c)e sentiu que havia alguma história por trs daquilo a lheser contada, mas não teve paci2ncia para perguntar a respeito.

 7 'aven 7 disse, inclinando#se para a frente em sua cadeira dianteda mesa. 5ão era do tipo que gostava de fazer rodeios. 7 5ão pode terfugido a sua aten%ão que a srta. Pamela e eu temos passado muito tempo

 juntos desde sua chegada a ondres. ? que come%ou como uma simplesamizade para beneficiar minha sobrinha tornou#se algo mais.

 7 Prossiga 7 disse 'aven.

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Eranzindo o cenho diante do tom seco do homem, que parecia estarsentindo um misto de relut:ncia e contrariedade, trong-(c)e recostou#se eapoiou os cotovelos nos bra%os da cadeira, entrela%ando os dedos. 7 /u meafei%oei muito a ela.

 7 5ão posso imaginar uma pessoa que não se afei%oaria a minhairmã. 7 *inha afei%ão tornou#se mais profunda, mais pessoal. 5a verdade,

eu passei a am#la sinceramente. 5ão houve resposta. 7 /u gostaria de solicitar sua permissão para cortej#la e pedir a mão

dela em casamento.'aven não pareceu surpreso e, de fato, não havia razão alguma para

estar. trong-(c)e dei8ara bastante claro na noite anterior quais eram assuas inten%&es. /ra poss!vel até que 'aven e a irmã ca%ula tivessemconversado a respeito. Pamela, obviamente, sabia o que estaria por vir.

 7 4oc2 tem raz&es para acreditar que ela achar bem#vinda a suacorte<

Perple8o com o tom frio do outro homem, trong-(c)e declarou" 7 >enho todas as raz&es para acreditar que ela est espe#rar!do meu

 pedido de casamento, sim. 7 4oc2 tem</le ficou at@nito com a d6vida... mais do que d6vida, com a

incredulidade na voz do visconde.

 7 Diga#me uma coisa, 'aven, est sabendo de alguma coisa quegostaria de dividir comigo< 7 3quela não era a maneira como pre vira queo encontro se daria. 3chara que, àquela altura, os dois estariam bebericandoconhaque e congratulando um ao outro por sua nova posi%ão como futuroscunhados. =maginara a cena toda, como teria sido convidado para se reunir àfam!lia para o jantar, como teria chamado Pamela de lado e feito a pergunta,as congratula%&es de todos...

/, por outro lado, 'aven parecia avesso a acreditar que ele obteria28ito.

? visconde não respondeu diretamente. 7 Pamela é muito jovem ainda 7 come%ou, me8endo nas coisas emsua mesa. ?s cabelos estavam em desalinho, e des#penteou#os ainda maiscorrendo os dedos pelas mechas claras. 7 5ão apenas em termos de idade,mas de e8peri2ncia. /sta é sua primeira temporada de verdade. 5o ano

 passado, ela só esteve em ondres por um m2s, ou um pouco mais e, então,teve de retornar para casa.

 7 ?u%a, eu entendo a sua hesita%ão, mas tenho razão para acreditarque Pamela realmente gosta de mim... uma boa razão pessoal... ou, do

contrrio, eu não estaria falando com voc2 sobre isto.Clássicos Históricos 286 – Obstinado Coração – Donna Simpson 86

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? visconde pareceu aturdido. 7 $omo o irmão dela, tenho o direito de perguntar" que razão

 pessoal<trong-(c)e come%ou a sentir certa impaci2ncia em rela%ão ao outro

homem. Do que se tratava tudo aquilo, afinal< 7 4oc2 tem o direito de perguntar, mas o que h entre sua irmã e euacho que deve permanecer entre nós até que eu tenha tido a oportunidade deconversar com ela. Pamela est em casa<

 7 5ão... hã... 7 'aven pareceu pouco à vontade. 7 /la saiu com osamigos de quem lhe falei.

 7 /la não quis ficar em casa esta tarde< 7 trong-(c)e estava pasmo de repente. $om certeza, não podia ter sido mais claro na noiteanterior. 3quelas pessoas achavam que condes ca!am das rvores feitoamei8as maduras< /sperava não ser vaidoso, mas, a cada ano, era lembradode que era considerado um e8celente partido por in6meras mãescasamenteiras e suas filhas, uma verdadeira legião da qual tinha de sedefender a cada temporada. / em outras épocas, alis, pois j fora perse#guido em festas particulares, eventos de 5atal e até durante ca%adas.

 7 5ão 7 respondeu 'aven, a voz mais firme. 7 /la quis muito saircom $olin e a irmã.

trong-(c)e procurou se acalmar. 3queles eram velhos amigos, e provavelmente ela estaria empolgada em rev2#lo. abia como o cora%ão dePamela era afetuoso e como prezava uma amizade e só a amava ainda mais

 por aquilo. 7 Ealarei com ela amanhã, então. 'oje à noite não haver boa

oportunidade. /ncontrarei conhecidos no teatro e, por considera%ão, terei de passar uma parte do meu tempo com eles. 7 evantando#se, estendeu amão. 7 3té logo mais, então, 'aven. /spero poder cham#lo em breve decunhado. De irmão.

? visconde apertou#lhe a mão com firmeza. 7 3grade%o sua considera%ão 7 disse, sua voz mais calorosa do que

antes. 7 4oc2 não faz idéia de como é viver numa casa cheia de mulheres

contraditórias.trong-(c)e riu e adiantou#se até a porta. 7 /u tirarei uma de suas mãos, meu amigo.? gracejo não pareceu ser bem aceito por 'aven, que, embora dando

de ombros, adquiriu uma e8pressão grave. 5o vest!bulo, o eficiente mordomo tinha a cartola e a bengala de

trong-(c)e à espera e abriu#lhe a porta. 5aquele mesmo momento,Pamela e uma dama subiam os degraus da frente.

 7 rta. Pamela0 7 e8clamou trong-(c)e. 7 Fue sorte a minha0

Pensei que teria de esperar para lhe falar amanhã, mas, uma vez que acabaClássicos Históricos 286 – Obstinado Coração – Donna Simpson 8"

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de chegar em casa, gostaria de um momento de seu tempo para lhe falarsobre um assunto importante.

 7 /u... eu... amento muito, trong-(c)e, mas prometi a minhaamiga o restante da tarde, sabe, e não seria de bom#tom ser tão rude. eria<

Perple8o com o evidente nervosismo na voz de Pamela, ele deu um passo atrs, para que ambas as mulheres pudessem entrar, e disse" 7 /u lhe farei uma visita amanhã, então. 7 entiu o olhar vido da

outra dama sobre ele, mas estava desconcertado demais para parar e esperar por uma apresenta%ão. $olocando a cartola, come%ou a descer os degraus, parando apenas para acrescentar" 7 /u a verei hoje à noite, porém, noteatro<

 7 im, é claro. ir $olin e a srta. 4arens tiveram a bondade deconcordar em nos acompanhar.

 7 5ós nos veremos l, então 7 declarou trong-(c)e, esfor%ando#se para recobrar sua compostura. 7 3té a noite.

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Capítulo 'I&

 11 4oc2s todos são tão gentis 7 murmurou 4arens a Pamela, ambossentados no camarote com o grupo dos 'aven no teatro. 7 4oc2, 'aven e a

srta. Dresden. /u me sinto como se tivesse sido um tolo. 7 /le lan%ou umolhar a 9achel, sentada com lorde Barnell. /la sussurrava para o marqu2s esoltava risinhos de deboche por trs do leque, enquanto olhava para vriasmatronas vestidas com e8travag:ncia em outros camarotes.

Pamela soltou um suspiro, contente. 5ão foram tanto as palavras de$olin que a alegraram, mas especialmente a sensa%ão que tinha de que osolhos dele finalmente tinham sido abertos para o absoluto desdém de 9achel

 por sua corte. 3quele havia sido o obstculo durante longos anos paraqualquer chance de $olin encontrar outra dama que pudesse lhe ser melhoresposa, uma companheira mais adequada. /m outras palavras, ela mesma.

 7 4oc2 não foi um tolo 7 sussurrou#lhe. 7 /stava apai8onado. 7 /stava<3inda havia amargura na voz dele, e aquilo dei8ou Pamela cautelosa.

 7 $hame de atra%ão cega em vez de amor. /la rela8ou. 7 4oc2 est tão diferente, Pamm( 7 disse ele, indicando o vestido

elegante dela e seu penteado. 7 3provo as mudan%as em voc2. 7 /u não mudei realmente 7 come%ou ela, mas ele ainda falava. 7 /nquanto voc2 era uma crian%a magricela e tão peralta não havia

chance de um cavalheiro ach#la adequada para esposa. 3gora, voc2

dei8aria qualquer cavalheiro orgulhoso. 7 4arens olhou ao redor paraoutros camarotes. 7 Dificilmente h alguém aqui que chegue aos seus

 pés... e aos de sua irmã.3borrecida, Pamela teve a n!tida impressão de que, aos olhos de

$olin, ainda era a segunda melhor em compara%ão a 9achel. Fuando ohomem a eliminaria de seu discurso<

$ontendo um suspiro, olhou em torno do camarote. entada ao ladodo irmão, 3ndr@meda mantinha#se atenta à pe%a. 'aven e ;ane estavammantendo uma discussão sussurrada a um canto, ela plida e tensa. ad(

'aven tentava falar com lorde Barnell, mas o marqu2s fingia não ouvi#laC9achel, agora, com sua costumeira e8pressão neutra ao lado do pretendente./nquanto $olin se virava para comentar algo com a irmã, Pamela

aproveitou para olhar em torno do teatro. 5um camarote afastado,trong-(c)e achava#se com um grupo de cavalheiros. >inha o olhar fi8o no

 palco, o semblante grave.$éus, ela era uma covarde. trong-(c)e ia pedi#la em casamento.

Devia ter sido corajosa o bastante para ouvi#lo, ao menos. Do que tinhamedo, afinal<

? que temia era não saber o que lhe responderia.Clássicos Históricos 286 – Obstinado Coração – Donna Simpson 8#

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? que iria fazer< 'aven dissera#lhe no final daquela tarde quedependeria dela, mas seu tom não fora encorajador. Presumia que devia sesentir grata por não estar sendo pressionada a uma decisãoC muitos irmãosnão a teriam dei8ado nem sequer opinar sobre o assunto. trong-(c)e era

um e8celente partido, quase tão bom quanto era considerado lorde Barnell pela aristocracia. e sua mãe tivesse as coisas a sua maneira, a filha maisnova estaria casada com o conde até o final do m2s.

? mais intrigante, porém, era que 'aven mostrava#se indiferentedemais. /la estava completamente indecisa e aquilo a assustava. $omo

 poderia estar indecisa< 3final, fora até ondres apenas para se aprimorar o bastante para que $olin talvez a achasse mais apropriada a se tornar esposa./le gostava de mulheres que se portavam como damas, refinadas, graciosas,delicadas... como 9achel. /la aprendera a se portar daquele modo. /m

 p6blico, era discreta, quieta, refinada. *as, em seus momentos de privacidade, ainda gostava de correr, como fizera quando jogara cr!quetecom trong-(c)e em 9ichmond havia cerca de uma semana.

/ o conde não parecera se importar. 3quele era o ponto chave de suaindecisão, a razão para não conseguir dizer GnãoG diretamente e encerrar oassunto. eria algo tão definitivo. e dissesse GnãoG, trong-(c)e não seafastaria dela< 5ão seria algo natural< / sentiria falta dele terrivelmente,

 pois era a 6nica pessoa com quem não precisava ser nada além de si mesma./le nem sequer se importava com o fato de que, bem no in!cio da manhã,ela ainda montava na sela com uma perna em cada lado da égua, de cal%as e

com um velho chapéu ocultando#lhe os cabelos. 5inguém a reconheceriacomo a srta. Pamela 5eville, dizia ele. / onde estava o mal< ? conde nuncadera a entender, por gesto ou palavra, que ela devia mudar em algumaspecto. / dissera#lhe que a achava bonita.

em mencionar que queria se casar com ela0Pamela estremeceu. /ra uma decisão tão grande e uma que nunca

esperara ter de enfrentar. /ra muito mais fcil não tom#la, não dizer GsimG,nem GnãoG ainda.

3 noite progrediu. trong-(c)e reuniu#se aos 'aven para o 6ltimo

ato e convidou a todos no camarote para um baile que se seguiria à opera,na casa de seu amigo, lorde Eingal. ad( 'aven aceitou em nome de todose, daquele modo, seguiram para a casa do nobre após a ópera, comtrong-(c)e conduzindo#os.

 7 Por que voc2s dois não dan%am< 7 disse lad( 'aven, alternandoum olhar entre sua ca%ula e o conde de trong-(c)e, enquanto arqueava assobrancelhas de maneira significativa.

 7 /8celente idéia, milad( 7 disse ele com uma mesura. /stendendoa mão, perguntou com ar hesitante" 7 Aostaria de valsar, srta. Pamela<

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9elutante, ela meneou a cabe%a. 3mbos se reuniram aos demaiscasais na pista de dan%a e, mais uma vez, Pamela desfrutou a maravilhosasensa%ão de valsar nos bra%os fortes de trong-(c)e. 3fastou todos os seus

 pensamentos, concentrando#se apenas em desfrutar o agradvel momento.

ogo, porém, a m6sica terminou, o quarteto dando in!cio a um ritmomais movimentado. 7 4enha caminhar um pouco comigo 7 murmurou trong-(c)e,

ainda segurando#a junto a si.Pamela não teve certeza de que queria ficar a sós com ele, que a

amedrontava agora, não com o que pudesse fazer, mas por causa do que ela pudesse sentir. 5unca e8perimentara aquela sensa%ão de flutuar por umsalão de baile como a que tivera nos bra%os do conde, e a lembran%a de seus

 beijos breves mas tentadores era desconcertante. 3o menos, com $olinhavia a sólida sensa%ão da certeza. $olin. 3li estava um pensamento paraconduzi#la de volta à realidade.

 7 3cho que não devemos ir até l fora, milorde. 7 ua voz, ficoucontente em notar, soou firme, inalterada. 3diaria o inevitvel o m8imo

 poss!vel, enquanto tentasse ordenar as emo%&es que formavam um turbilhãoem seu !ntimo.

 7 3cho que devemos 7 murmurou ele, os intensos olhos castanho#claros fitando#a de modo não amea%ador, mas significativo.

 7 3cha mesmo< 7 /, agora, segundos depois, ela não reconhecia a própria voz, que soara tão ofegante. Parecia mudar, de um instante para o

outro, de uma ponderada certeza para uma eufórica e8pectativa. ? queestava lhe acontecendo<

em mais uma palavra, trong-(c)e guiou#a por entre as cortinasesvoa%antes de uma porta#balcão até o terra%o e, então, por alguns degrausaté um jardim escuro. 3li, uma agradvel mescla do perfume das flores

 pairava no ar, que estava um tanto frio, fazendo#a estremecer. 7 4oc2 est gelada 7 disse#lhe ele quando pararam de bra%o dado

no caminho de pedra. 7 im 7 murmurou ela, tornando a estremecer. /ntrariam agora.

$avalheiro algum da estirpe de trong-(c)e dei8aria uma dama do lado defora do salão para apanhar uma friagem./m vez disso, porém, ele a envolveu com seus bra%os e a aninhou

 junto a seu peito, até que ela lhe ouviu o cora%ão batendo acelerado no peitode encontro a sua face. Eechou os olhos, tentando entender a razão do

 p:nico que a percorria, daquele medo ine8plicvel. 5ão era de naturezacovarde. ? que lhe acontecia<

 7 ? que estamos fazendo aqui fora< 7 perguntou num sussurrohesitante.

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trong-(c)e ergueu#lhe o rosto com gentileza para que o fitasse. ?scostumeiros tra%os sérios estavam ainda mais bonitos agora, suavizados porum sorriso terno. Eitava#a com seus perscrutadores olhos castanho#claros. ?que via nos dela< Podia esconder quanto estava tr2mula, quanto seu cora%ão

disparava< 3quilo era tudo tão estranho e novo. e aquele fosse $olin... 7 5ão pude me esquecer da do%ura de seus lbios. Preciso prov#lanovamente. 7 3 voz dele soou rouca, carregada de emo%ão.

Fuando aqueles lbios clidos tocaram os seus, Pamela sentiu#secomo se estivesse galopando em sua égua, uma sensa%ão de euforia eliberdade dominando#a, o pulso acelerado. /, de repente, esqueceu#se detudo, de onde estava, do baile, havendo lugar apenas para aquelas novassensa%&es inebriantes, os lbios dele acariciando os seus, provocando,estimulando, a l!ngua contornando#os de leve, sedutoramente.

? beijo durou muito mais do que os anteriores.Eoi delicioso, surpreendente, empolgante. =nstintivamente, Pamela

abra%ou#o pelo pesco%o e ficou na ponta dos pés enquanto correspondia ao beijo, qualquer coisa para prolongar aqueles incr!veis momentos.

 7 Pamela 7 sussurrou trong-(c)e, enfim. Pousou#lhe a cabe%adelicada em seu peito, afagando#lhe os cabelos. 7 *inha querida, estiveesperando a noite toda para fazer isso.

/mo%&es estranhas e conflitantes tornaram a dominar Pamela. 3omesmo tempo que queria se desvencilhar e correr, queria pu8#lo para si

 para mais um beijo.

 7 Do%ura, este é o momento pelo qual estive esperando. 7 /le aafastou apenas um pouco de si para fit#la, os olhos castanhos intensos soba luminosidade fraca proveniente do terra%o. 7 rta. Pamela 5eville,

 jamais conheci uma dama como voc2. 5enhuma outra garota em ondreschega a seus pés. 4oc2 gostaria de se casar comigo<

? momento chegara, e tão repentinamente0 5ão havia como seesquivar agora, como fingir que não ouvira as palavras dele.

Pamela permaneceu ali, emudecida por um momento, o cora%ãodescompassado, quase atordoada por tamanha indecisão. im ou não< ?

que diria< 7 trong0 Posso... pensar a respeito<

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Capítulo '&

 11 Pensar a respeito< Pamela meneou a cabe%a, silenciosa.trong-(c)e soltou um suspiro e estreitou#a junto a si por um momento.

/ntão, abra%ando#a pelos ombros e guiando#a de volta na dire%ão doterra%o, perguntou" 7 Pamela, voc2... gosta de mim< 7 I claro que sim. 4oc2 se tornou um amigo muito querido para

mim. 7 3migo 7 repetiu ele num tom soturno. 5ão disse mais nada,

enquanto seguiram pelo caminho de pedra e subiram os degraus do terra%o./le a fez parar antes que entrassem, virou#a para fit#lo, observando#a

sob a luminosidade proveniente do salão de baile. 7 ma vez, cometi o erro de não dizer como eu me sentia. Por essa

razão, Dorothea não sabia o que significava para mim, e eu a perdi. Ara%asa voc2, passei a me sentir grato pelo fato de ela ter tido o bom senso de secasar com quem lhe ordenou seu cora%ão. / de me dei8ar livre paraencontrar o meu verdadeiro amor. 7 Eitando#a com intensidade,trong-ic)e afastou#lhe uma fina mecha de cabelo da fronte. 7 Pamela, euamo voc2. *uito.

3dmirada com a admissão, ela ficou em sil2ncio e desviou os olhosna dire%ão de um vaso de folhagens, incapaz de sustentar o olhar dele.trong-(c)e amava#a. $omo aquilo era poss!vel< /le teria certeza< 3

 preciosa confissão encheu#a de tanto medo que não soube e8atamente comoresponder.

 7 $omo voc2 sabe< 7 disse num fio de voz./le soltou um pequeno riso e afagou#lhe o rosto com carinho,

erguendo#lhe o quei8o de leve. 7 $omo de costume, essa é uma pergunta de surpreendente sensatez,

em face de meus sentimentos equivocados por Dorothea. Posso entender por que voc2 precisaria saber.

Pamela manteve#se em sil2ncio. 3quela não era em absoluto a razão

de ter feito a perguntaC fizera#a a fim de buscar informa%ão paraesclarecimento de suas próprias d6vidas. $omo uma pessoa sabia queamava outra< $omo ele sabia< *as era melhor dei8#lo pensar daquelemodo. /stava ficando cada vez mais confusa e precisava de tempo equietude para pensar.

 7 5ão é que eu não possa imaginar minha vida prosseguindo agorasem voc2 7 continuou ele, seu tom de pondera%ão. 7 *as não queroimagin#la assim. /stive em ondres por tempo demais. Fuero voltar ahado- *anor, com voc2 ao meu lado. 7 egurou#a com gentileza pelos

ombros, fitando#a com olhos brilhantes. 7 4oc2 é tão inesperada, comoClássicos Históricos 286 – Obstinado Coração – Donna Simpson #3

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uma brisa fresca que soprou todas as teias de aranha para longe do meucora%ão. 5ão sou um homem galante ou sentimental, mas voc2 acaba de melevar a fazer um discurso. /u amo voc2.

Pamela continuou silenciosa, ainda confusa com todas aquelas

emo%&es conflitantes em seu !ntimo. /ra tudo tão novo. ;amais esperara quetrong-(c)e se apai8onasse por elaC nunca nem sequer cogitara a possibilidade de se casar com o conde.

? que iria fazer< 7 I melhor eu levar voc2 até l dentro. 7 /le guiou#a até uma

 porta#balcão. 7 /st esfriando e j ficamos tempo demais aqui fora. 5o interior do salão, ele a dei8ou, pedindo#lhe que transmitisse suas

desculpas a sua fam!lia, mas precisava passar algum tempo em companhiade lorde Eingal, seu mentor. 5ão proferiu mais uma palavra sobrecasamento, mas perguntou#lhe se gostaria de cavalgar com ele e +elinda namanhã seguinte. /la aceitou de bom grado, desejando poderemsimplesmente esquecer sobre os beijos e o pedido de casamento.

/, ainda assim, aquilo não era poss!vel agora. >udo mudara, e não podiam voltar atrs, apenas seguir em frente. *as rumo a qu2<

trong-(c)e afastou#se, mantendo firmemente o controle sobre suasemo%&es. Precisara de tremendo esfor%o para parecer calmo e manter acompostura quando tudo o que quisera fora sacudi#la. 5ão, não realmente.Fuisera beij#la outra vez, mostrar#lhe como ela se sentia, não lhe dei8armargem para d6vida.

*as aquela não era a maneira e sabia. Pamela devia saber, no fundode seu cora%ão, que era a coisa certa a fazer, não apenas ser induzida pelagrande atra%ão que e8istia entre ambos. *ais uma vez, não soubera decifraros sentimentos de uma dama. ;ulgara#a pronta, tão ciente e certa de seussentimentos quanto ele estava dos seus. 3 jovem até parecera estar lhe pas#sando a sutil mensagem de que achava bem#vinda a sua corte.

9eunindo#se a seus colegas, ele acompanhou#os até a biblioteca paradesfrutarem vinho do Porto e charutos. entando#se numa poltrona a umcanto, dei8ou sua mente vagar, enquanto Eingal monopolizava um assunto

qualquer./la era jovem demais, pensou. >alvez 'aven tivesse razão. Pamelaera ine8periente e não estava pronta para tudo o que o casamentosignificava. >inha a impressão de que sua educa%ão sobre certos aspectos davida tinha sido negligenciada, enquanto lad( 'aven dedicara toda a suaaten%ão à filha mais velha. /, por outro lado, aquela completa inoc2ncia erauma das coisas que mais gostava em Pamela. /ra pura não apenas de corpo,mas de alma. 'avia uma sinceridade em seu cora%ão, uma bondadecontagiante, ao passo que a maioria da sociedade era fria, dissimulada,

calculista.Clássicos Históricos 286 – Obstinado Coração – Donna Simpson #

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/la simplesmente era tão inocente que não se dera conta de seussentimentos, disse a si mesmo. ó podia ser aquilo. 3final, com a vividalembran%a dos beijos que haviam trocado no jardim, tudo o levava a crerque ela sentia algo por ele. Perguntou#se se, à semelhan%a de uma

 pequenina brasa, conseguiria fazer aquele GalgoG se alastrar até a forma deuma chama.Pamela pedira tempo, pensou trong-(c)e, bebericando o Porto

tranqJilamente em sua poltrona. /stava certoC era um pedido razovel.3quela era uma decisão importante para ambos. Daria uma semana a ela.

 7 9achel< 7 Pamela, em sua camisola longa, acabara de seguir pelocorredor até o quarto da irmã e espiou para dentro.

 7 ? que foi< 7 3inda sentada diante de seu toucador, os cabelossendo escovados pelo n6mero necessrio de vezes, 9achel dispensou acriada com um gesto e, vaidosa, prosseguiu ela mesma com a tarefa.

 7 /u queria lhe perguntar uma coisa... 7 im< 7 Diga#me, como uma mulher sabe que é o certo... quando o homem

certo pediu sua mão<3rregalando os olhos, 9achel parou de escovar os cabelos e observou

o rosto hesitante da irmã através do espelho. 7 3lgo... aconteceu< 7 trong-(c)e me pediu em casamento.9achel arqueou de leve as sobrancelhas, mas seu rosto sereno não

denotou sinal de emo%ão. 7 ? que voc2 disse em resposta< 7 /u lhe pedi tempo para pensar. 7 / ele concordou<Dando de ombros, Pamela sentou#se numa cadeira perto do toucador.

 7 /le não discordou. 5ão com todas as letras. 7 oltou um profundo suspiro, ainda tão confusa. m homem como trong-(c)e, quecertamente poderia ter pedido a mão de praticamente qualquer bela jovemda aristocracia que quisesse, pedia a sua em casamento0 5ão fazia sentido0

3 menos que o que ele dissera fosse verdade. 7 /le me disse que me ama0 5ovamente, a rea%ão de 9achel foi indecifrvel. 7 /le disse que ama voc2 7 limitou#se a repetir. 7 im. 4oc2 provavelmente j ouviu isso in6meras vezes, mas foi a

 primeira que um cavalheiro me disse algo assim. 7 Pamela umedeceu oslbios, hesitando antes de acrescentar" 7 Diga#me, como voc2 se sente...Fuero dizer, voc2 j se sentiu...

$omo colocar aquilo em palavras< /ra tudo tão intrigante e novo. 3téentão, só ansiara para que $olin parasse de ficar tão obcecado por 9achel e

Clássicos Históricos 286 – Obstinado Coração – Donna Simpson #!

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notasse a ela. /m toda sua jovem e8ist2ncia, nunca cogitara a possibilidadede algum outro cavalheiro querer despos#la.

 7 4oc2 j se sentiu toda tr2mula quando um homem beija voc2<9achel dei8ou cair a escova e virou#se rapidamente para fit#la.

 7 ? que voc2s dois estiveram fazendo< 7 trong-(c)e me beijou. 5o jardim, esta noite. / ontem à noitetambém, antes de ele ter dito que viria visitar 'aven.

 7 *inha nossa, Pamm(0 4oc2 não tem um pingo de bom senso<Poderia ser a ru!na da sua reputa%ão se alguém tivesse visto voc2 agindocom... com tão pouco recato0 7 9achel sacudiu a cabe%a.

grimas inundaram os olhos de Pamela, e a coisa mais estranha domundo aconteceu. 9achel levantou#se da banqueta e abra%ou a irmã maisnova.

 7 Pamm( 7 sussurrou ela no velho tom de quando tinham sido pequenas e tão unidas, o tom de uma garota que amava sua irmãzinhaca%ula. 7 5ão chore, querida0 4oc2 tem que decidir o que quer. ? que querque fa%a, não se atenha ao passado. Ea%a o que a tornar feliz, mas não leveuma eternidade para isso.7/la passou o bra%o em torno dos ombros dePamela e a fitou nos olhos. 7 3 oportunidade só bate a nossa porta umavez, de longos em longos tempos. 4 em busca de seu futuro0 etrong-(c)e puder fazer voc2 feliz, então case#se com ele0 e não puder,então diga GnãoG e encerre o assunto. *as tenha cuidado e não dei8e queninguém a pressione a um casamento que não deseja, se assim for. 4oc2

merece alguém que a ame verdadeiramente.3o mesmo tempo, ;ane espiava pela porta de seu quarto, observando

o corredor escuro e vazio. 5a ponta dos pés, seguiu depressa até a porta de'aven e bateu, o cora%ão descompassado.

/le abriu a porta e arregalou os olhos ao ver a noiva apenas decamisola no corredor.

 7 /ntre aqui0 7 disse, agarrando#lhe o bra%o e fazendo#a entrar. 7 5inguém viu voc2<

 7 I claro que não.

'aven fechou a porta e pu8ou a noiva para seus bra%os. 7 3 que devo o prazer inesperado dessa visita< 7 Aerr(, eu não quero brigar 7 sussurrou ;ane, abra%ando#o. 3

discussão de ambos no camarote do teatro dei8ara#a sentindo#se desolada ecom medo. 3pesar de saber que 'aven a amava, ainda se sentia vulnervel,como se o amor pudesse ser minado por aquelas brigas.

 7 5ão quero brigar também, minha querida./le nem sequer se lembrava sobre o que fora a discussão, mas tinha a

impressão de que as discuss&es freqJentes de ambos fossem resultado da

tensão, da batalha cont!nua sobre quando e onde iriam sé casar.Clássicos Históricos 286 – Obstinado Coração – Donna Simpson #6

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 7 'aven, beije#me 7 sussurrou ela, tr2mula./le atendeu#a de bom grado, beijando#a apai8onadamente, tomado

 por um desejo ardente que quase o enlouquecia. Percorreu#lhe o corpocurvil!neo com mãos ansiosas, enquanto o beijo se tornava cada vez mais

faminto, erótico. Precisou apelar para todas as for%as para lembrar a simesmo que, como o honrado cavalheiro que era, não podia dei8ar que seucontrole esmorecesse. /ra dif!cil quando a tenta%ão era tamanha, quando oque mais queria...

=nterrompendo o beijo de repente, 'aven respirou fundo e afastou#ade si por um instante, tentando se recobrar.

;ane tornou a abra%#lo, seu tom de s6plica" 7 4amos fugir, de volta para o norte, para Bor)shire. ? antigo chalé

de *ar( est desocupado. Poder!amos ficar l por algum tempo. 5inguémsequer saberia. Podemos nos casar no caminho e tornar isso uma aventura.

/ntão, era do que aquilo se tratava. Por mais injusto que soubesse queestava sendo, quando tentava manipul#la para que se casassem emondres, uma onda de raiva percorreu 'aven.

 7 Pelos céus, ;ane0 7 resmungou, afastando#a de si e come%ando aandar pelo quarto. 7 5ão posso abandonar minhas responsabilidades aqui.Pamela precisa de mim. 5ão permitirei que minha mãe, nem ninguém,obrigue#a a um casamento com trong-(c)e contra a vontade dela.

 7 4oc2 fala como se fosse o 6nico a se preocupar com a felicidadede Pamela. 3cha que sua avó permitiria que alguém obrigasse sua neta

favorita a fazer o que não quer< 7 *as Arace é idosa e minha mãe est determinada... 7 ua avó é a mulher mais obstinada e forte que j conheci. ua mãe

não é preo para ela na hora das decis&es sérias, e sabemos disso. 7 *as, meu amor, eu sou o chefe da fam!lia... ;ane sentou#se na

 beirada da cama com ar derrotado. 7 /u sei, eu sei. 7 9espirando fundo para se acalmar, acrescentou"

 7 4oc2 tem razão. /stou apenas sendo ego!sta. 5unca fui assim em minhavida, mas o fato é que quero me tornar sua esposa mais do que qualquer

coisa no mundo. 7 /ntão, case#se comigo aqui mesmo. 7 5ão. 7 /la se levantou abruptamente e adiantou#se até a porta. 7

4ou manter minha posi%ão. Fuero me casar em Bor)shire e passar nossa primeira noite como marido e mulher em nosso chalé. /, se ainda nãoestiver pronto, o chalé de *ar( estar ótimo. *as quero minha noite den6pcias como a imaginei.

 7 /ntão, voc2 quer as coisas a sua maneira e não ceder<

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 7 5ão desta vez. 7 'ouve um tom definitivo nas palavras de ;aneque não dei8ou margem à discussão. 3briu a porta, olhou para ambos oslados do corredor escuro e voltou sorrateiramente até seu próprio quarto.

? dia amanheceu sombrio, com amea%a de chuva, o céu cinzento.

Pamela, porém, decidiu arriscar a chance de que trong-(c)e e +elinda nãotivessem sido desmotivados pelo forte ind!cio de mau tempo e saiusorrateiramente pela porta dos fundos na dire%ão do estbulo. ? velhochapéu ocultando os cabelos, trotou em >assie ao longo das ruas quietas,competindo por espa%o apenas com as carro%as dos mercadores. ? '(dePar) estava enevoado, a relva coberta de orvalho, neblina erguendo#se dolago erpentine.

$onforme a névoa foi ficando mais densa, ela se perguntou seencontraria seus amigos ali. Eicou aliviada quando os viu perto da antigarvore que servia de ponto de encontro.

 7 ?l, Pete0 7 gritou +elinda, usando seu codinome jocoso paraPamela quando ela montava de cal%as compridas.

 7 ?l, +ob0 7 disse Pamela, respondendo da mesma maneira.? fato era que trong-(c)e cedera e fizera o impensvel, permitindo

a sua sobrinha a e8travag:ncia de usar cal%as masculinas naqueles galopesde in!cio de manhã. Protestara em princ!pio e aquilo se dava contra a suavontade, mas o tio acabara se tornando mais malevel e tolerante do que+eJnda teria imaginado, especialmente quando suas próprias s6plicas eramacompanhadas das da srta. 5eville.

 7 4oc2s são malucas, mas eu sou mais do que as duas juntas 7disse o conde, olhando ao redor. 7 Permitir um comportamento desses...

Pamela soltou um riso e >assie resfolegou. 7 *as milorde est apenas dei8ando dois garotos de estbulo

e8ercitarem seus cavalos, não é isso mesmo, +ob< 7 disse Pamela em suamelhor imita%ão de um criado de estbulo. 7 ? senhor conde é umcavalheiro muito distinto e não pode ser importunado com essa tarefaindigna de ficar galopando ele mesmo feito um plebeu qualquer.

trong-(c)e riu alto, e ela se deu conta de que o ar lhe faltou por um

momento enquanto o observava, fascinada. Fue agradvel era o riso dele0 /que homem admirvel era para permitir que ela e a sobrinha quebrassem asregras daquele modo a fim de se divertirem realmente sem preju!zo aninguém. ?nde se poderia encontrar um homem especial como aquele<

?nde, realmente< /, ainda assim, ela estava disposta a dei8#loesperando indefinidamente apenas porque não conseguia se decidir.

Para esquecer seu aturdimento, desafiou +elinda a uma corrida, eambas sa!ram a meio galope sob a névoa, seguindo por uma eleva%ãoverdejante e descendo até um campo e8tenso, o som ritmado dos cascos das

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respectivas éguas rompendo o sil2ncio do parque. Fuando, porém, pararam,Pamela olhou com relut:ncia ao redor e disse, ofegante"

 7 3 névoa est espessa demais. 5ão devemos galopar mais estamanhã. /u não dei8aria que nenhuma de nós se machucasse, nem colocaria

os animais em risco.+elinda confiava totalmente na perspiccia de sua amiga quando oassunto era cavalgar e concordou em manterem a cautela. Fuando se tratavade cavalos, ninguém sabia mais a respeito do que Pamela e, daquele modo,ambas optaram por um trote moderado para retornarem ao ponto ondetrong-(c)e as aguardaria, após sua própria volta em torno do lago.

 7 4oc2 gosta do meu tio< 7 perguntou +elinda, quando as éguas deambas se emparelharam.

 7 I claro que sim0 7 e8clamou Pamela, observando a névoaavan%ar. 7 /le é uma ótima pessoa.

 7 *as eu quero dizer de uma outra maneira 7 falou a garota,tirando o chapéu e dei8ando que os cabelos escuros cascateassem pelosombros. 7 4oc2 gosta dele<

 7 ? que a levou a pensar nisso< 7 indagou Pamela sem poderconter a irrita%ão. 5ão poderia escapar daquilo, ao que parecia, daquelalembran%a constante da pergunta que pairava entre ela e trong-(c)e.

 7 3contece apenas que... bem, meu tio vive falando sobre voc2 e me perguntando o que eu penso a seu respeito. /, sem querer, eu o ouvi falandocom seu advogado outro dia sobre acordos de casamento. /u apenas

fiquei... curiosa. e voc2 se casasse com ele, eu ficaria muito contente.3 situa%ão tornou#se subitamente real naquele momento. 3té então, o

casamento fora uma idéia vaga, indefinida que Pamela tivera em rela%ão a$olin. /la viveria em $orleigh, montaria os cavalos dele, seria uma irmã

 para 3ndr@meda e levaria sua vida tranqJilamente em Bor)shire, como aesposa de $olin.

*as o casamento significava muito mais. /ra um contrato. 'averianegocia%&es a seu favor, relativas a acordos de casamento, futuros filhosnos quais se pensar.

Eilhos0trong-(c)e saiu da névoa naquele momento, alto e poderoso em suamajestosa montaria, os cabelos em desalinho esvoa%ando sob a brisa.

Eilhos. m marido. / ela seria esposa e mãe, tendo de desempenharaquelas fun%&es com eficcia, como seria esperado. >ambém se esperariaque...

 7 >enho de ir, +elinda. 7 Pamela elevou a voz" 7 3té logo,trong-(c)e, vejo voc2 depois0 4oltem para casa antes que a chuvacomece. 7 /la deu meia#volta com >assie e afastou#se a galope.

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Capítulo '&I

$hoveu durante dois dias. Pamela não viu trong-(c)e a sós e nãosoube, ao certo, se aquilo era algo bom, ou ruim. entia#se estranha perto

dele agora, como se não pudesse ser realmente ela mesma, embora ocomportamento do conde fosse impecvel e natural, como de costume. /lefoi convidado para o ch e reuniu#se ao grupo para o teatro, sempretratando#a com gentileza e considera%ão.

*as havia um brilho diferente nos olhos de trong-(c)e e umsorriso confiante nos lbios. 3quilo a desconcertava.

? grupo da fam!lia deles inclu!a 3ndr@meda e $olin quase o tempotodo agora, e $olin parecia buscar a companhia de Pamela mais e mais.Ealavam sobre $orleigh e os planos dele para o futuro da propriedade.Ealavam sobre *ar(, seu casamento e o beb2, *oll(. ? relacionamento deambos era cordial e amistoso. Deveria ter sido a época mais feliz da vidadela. entia#se péssima, porém.

/ra de tarde e todos estavam tomando ch na sala de estar, e8ceto;ane e 'aven, que haviam sa!do para fazer uma visita. orde Barnell estava

 presente e, portanto, 9achel mantinha#se totalmente ocupada. Pamela tinhade acreditar que a irmã sabia o que era melhor para ela em rela%ão a lordeBarnell, uma vez que lhe dera um conselho sensato em rela%ão à propostade trong-(c)e. $onselho que Pamela não tinha certeza de como seguirainda. De qualquer modo, porém, como provvel cunhado o pomposo

marqu2s ainda dei8ava muito a desejar.3ndr@meda estava divulgando todas as not!cias mais recentes sobre

casa a vovó Arace... ninguém se interessava mais pelas min6cias da vida doque a srta. 4arens. ad( 'aven, por sua vez, dividia#se entre fazer rpidas

 perguntas a $olin sobre as atividades na paróquia do vilarejo de casa emonopolizar a aten%ão de lorde trong-(c)e em rela%ão a qualquer outracoisa.

Pamela, adornada por um vestido aceitvel, significando, daquelavez, um do agrado de sua mãe, mantinha#se numa cadeira, pouco à vontade,

olhando para a chuva copiosa de encontro ao vidro da janela. ad( 'avencontinuava monopolizando o tempo de lorde trong-(c)e, falando,finalmente com orgulho e altivez, sobre como Pamela se tomara ume8emplo de comportamento apropriado. ? conde conseguia manter osemblante sério, embora devesse ter notado como a jovem que era objeto dalonga e detalhada conversa tinha um ar mortificado, enquanto ouvia a mãefalando sobre ela abertamente, seu mau comportamento passado condenado,sua perfeita conduta atual elogiada.

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$olin, sob o prete8to de se levantar e esticar as pernas, foi se sentarao lado de Pamela, colocando a mão grande e calejada no encosto dacadeira.

 7 4oc2 parece tão encantadora sentada aqui, Pamm(, um tanto

 pensativa. Preferiria estar em casa, posso apostar. 7 im 7 respondeu ela, gratificada. 7 $omo voc2 me conhece bem, $olin.

 7 $reio que seja errado de nossa parte chamarmos um ao outro pelo primeiro nome quando estamos na presen%a de outras pessoas destamaneira. *as ainda somos velhos amigos, não é mesmo<

 7 I claro que sim 7 respondeu ela com um sorriso, permitindo#serela8ar. 7 empre gostei de voc2.

 7 / eu, de voc2 7 disse ele, cobrindo#lhe uma das mãos com a suaonde repousava sobre uma mesinha entre ambos.

Pamela corou, desconcertada com a sinceridade no tom dele.3queles olhos continham um brilho novo e peculiar, e ela não soube

como reagir, pois nunca o tinha visto tão sentimental, e8ceto quandoconversava com 9achel.

 7 /u me atrevo a dizer que não consigo pensar em outra dama,incluindo até a sua bela irmã, que me seja tão adequada como amiga e... etalvez mais. 7 $olin olhou para as mãos unidas de ambos e, então, tornou afit#la, estudando#a com inesperada intensidade.

Pamela, apanhada de surpresa, não respondeu.

 7 ? que estou tentando dizer e fazendo tantos rodeios para colocarem palavras é" Pamm(, minha querida, voc2 me concederia a honra de secasar comigo<

? aparvalhado a estava pedindo em casamento na presen%a de outras pessoas, onde ela nem sequer podia responder adequadamente< Pamelaconteve#se para não lhe dizer que tolo o achava, que qualquer pessoa, até amaior cabe%a#de#vento e8istente na face da terra, sabia que uma damagostava de ser pedida em casamento em privacidade, para poder responderde maneira apropriada. ma garota devia ser pedida em casamento num

 jardim enluarado e beijada até sentir a mente rodopiando.Da maneira como trong-(c)e fizera.3 mãe ainda mantinha o conde em suas garras, e ele come%ava a

 parecer um tanto desesperado. an%ou um olhar na dire%ão de Pamela comum ar suplicante, mas ela tinha a mente acelerada demais para au8ili#lo dequalquer modo que fosse, limitando#se a devolver#lhe um olharine8pressivo.

$asar#se com $olin< 7 $olin, eu...

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3quilo deveria ser fcil. /la imaginara aquele dia, ansiara por ele,desesperara#se para que, enfim, acontecesse. /, agora, $olin pedira#a emcasamento. e dissesse GsimG, poderia estar casada e de volta a Bor)shireaté o fim daquele m2s.

 5ada poderia ser mais simples./ntão, por que as palavras não sa!am dos lbios dela< 7 ei que isto est sendo uma surpresa para voc2, minha querida. 7

$olin deu#lhe um tapinha na mão como se fosse um tio bondoso. 7 e voc2quiser pensar a respeito por alguns dias, entendo completamente.

Discurso mais desprovido de romantismo Pamela não p@de imaginar,mas sentiu#se grata, ao menos uma vez, pelo jeito direto dele e meneou acabe%a.

 7Dei8aremos as coisas nesse ponto, então, e eu falarei com 'avenquando ele entrar.

Pamela tornou a menear a cabe%a e pronto. 3quele foi o fim doglorioso pedido de casamento pelo qual esperara sua vida inteira. $olinafastou#se para conversar sobre amenidades com a irmã e vovó Arace.Fuando 'aven e ;ane entraram, dei8ando cair gotas de chuva no tapete,enquanto retiraram mantos e chapéus, $olin levantou#se e pediu para falar asós com o velho amigo por um momento, e os dois desapareceram pelocorredor escuro, ;ane observando#os com uma e8pressão intrigada.

Pamela permaneceu sentada, não dei8ando sua agita%ão transparecer,ansiando por poder estar sozinha e e8travasar seus sentimentos com uma

 boa corrida, galope ou grito. /, ainda assim, devia manter#se sentada, asmãos dobradas recatadamente sobre o colo, os pés juntos sobre o tapete.

;ane, sempre perceptiva, sentou#se ao lado dela, protegen#do#a dorestante das pessoas.

 7 Fuerida, voc2 parece tensa. ? que h de errado< 7 ?h, ;ane 7 respondeu Pamela num sussurro angustiado. 7 3cho

que estou apai8onada por dois homens. 7 I uma situa%ão absurda 7 disse ;ane a 'aven, observan#do#o do

sof onde estava sentada, enquanto ele andava de um lado ao outro da

 biblioteca, a cabe%a bai8a. /la lhe contara sobre a confissão aflita dePamela e a conversa sussurrada que se seguira. 3o que lhe parecia, a jovemestava confusa, dividida entre o que sempre achara que quisera e o que aatra!a agora. *as ;ane não tentaria manobr#la na dire%ão do conde, apenas

 porque achava que era o homem certo para ela. 5inguém deveria interferirna autonomia de outra pessoa.

 7 =sso não teria acontecido se voc2 e vovó Arace não tivessemconfabulado para confundir a pobre menina, empurrando#lhe trong-(c)e acada oportunidade.

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 7 ;ane, basta0 7 e8clamou ele, enfim, afundando o rosto no pesco%odela e soltando um profundo suspiro. 7 /u não posso, especialmente pelamaneira como as coisas estão agora, dei8ar ondres. 3 felicidade e o futurode Pamela são importantes demais para mim para que eu a abandone agora.

Desejo voc2 tanto que sinto uma dor quase f!sica percorrendo meu corpo.4oc2 me dei8a febril de tanta e8pectativa. Passo a maioria das noitesandando de um lado ao outro do quarto, sabendo que est a poucos metrosno corredor e não posso ir até voc2. e não se casar comigo aqui, emondres, então, por favor, temos de parar de fazer isto. I tortura.

m aperto no cora%ão, ;ane fitou#o e observou#lhe os olhos azuischeios de preocupa%ão, os c!rculos escuros abai8o confirmando as noites deins@nia. 3fastando#lhe os cabelos claros para trs, beijou#lhe a fronte.

3lguns dos desejos dela o estavam fazendo sofrer< 3 vida era curta.Fuantos casais, durante a guerra, haviam perdido a breve chance de amor evida porque decidiram esperar até que o homem regressasse< /, muitasvezes, ele jamais voltara.

? futuro era precioso demais para ser encarado de maneira tãocorriqueira. 5inguém devia adiar a felicidade num mundo tão incerto.

 7 Earei isso 7 declarou ela, de repente, sabendo que, o que quer queacontecesse, estava tomando a decisão certa. 3mava Aerr(. =mportavamesmo, no final das contas, o local onde se casassem< 7 /u me casareicom voc2 onde desejar, aqui em ondres, Bor)shire, Aretna AreenC onde equando voc2 me quiser, l eu estarei. 7 ;ane abra%ou#o e beijou#o longa e

apai8onadamente. 7 3lgum tempo depois, j recompostos depois dos tórridos beijos

que trocaram, os dois entraram na sala de estar de bra%o dado. 7 /u gostaria da aten%ão de todos 7 declarou 'aven, a voz rouca

denotando o esfor%o para conter suas emo%&es. 7 >enho um an6ncio afazer. ;ane finalmente, após muita persuasão, concordou em se casarcomigo aqui mesmo em ondres, em poucas semanas.

ad( 'aven, que, sentada ao lado de 9achel no sof, supervisionavao bordado da filha mais velha, p@s#se de pé com uma e8clama%ão e8ultante.

Pamela levantou#se de perto da janela, onde estivera tentando se concentrarna leitura de um livro, e adiantou#se para cumprimentar o feliz casal. 3té9achel apro8imou#se do c!rculo da fam!lia.

 7 +ah07 e8clamou vovó Arace de sua poltrona a um canto. 7 Imesmo tão fraca e complacente quanto o restante de todos, afinal 7resmungou para ninguém em particular. 7 3té mais, na verdade.

 7 ? que voc2 disse< 7 ;ane separou#se do grupo, enquanto 'avenera cumprimentado pela mãe e as irmãs, e ajoelhou#se em frente à idosadama.

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 7 /ntão, voc2 é tão vacilante quanto o restante deles, hein< 7declarou a vi6va, observando#a com olhos faiscantes. 7 ? que aconteceu,ele meteu a mão no decote do seu vestido e voc2 soltou um gemidodelirante e cedeu<

;ane corou diante do comentrio rude da mulher. an%ou um olhar a'aven, que sorria amplamente enquanto ouvia as idéias das irmãs e da mãe para a sua cerim@nia de casamento. ?lhou de volta para vovó Arace comfirmeza e declarou"

 7 5ão é de sua conta, milad(, onde a mão dele esteve. *as ambosestamos infelizes com a maneira como as coisas estão. Fueremos mais umdo outro, e não importa onde nos casemos.

 7 *ais um do outro 7 retrucou vovó Arace, desdenhosa. 7 meufemismo tolo para voc2 sabe o qu2... 5ão sei o que est impedindo voc2.

 5ão precisa estar casada para isso. D2#lhe uma mostra do que est perdendoe, então, ele far tudo o que voc2 quiser, apenas para despos#la. 3té lev#lade volta para o norte.

acudindo a cabe%a, ;ane observou a vi6va com um misto de afei%ãoe e8aspera%ão.

 7 /u simplesmente me recuso a dei8ar 'aven infeliz. Parece#me queele tem tido muitas mulheres mandonas em sua vida 7 declarou elasecamente. 7 5ão serei mais uma.

3dquirindo um tom sério, vovó Arace disse" 7 *inha querida, voc2 estabelecer o tom para seu casamento

inteiro desse modo. 4oc2 abriu um perigoso precedenteC (dia conseguiu ascoisas a sua maneira. ?h, sei que eu queria isso também, por minhas

 próprias raz&es ego!stas. /u quero bisnetos antes de morrer. / quanto antesvoc2s se casarem, melhor. *as (dia quer apenas se e8ibir para asociedade. /la foi privada de um grandioso casamento para si mesma por...

 por causa da minha interfer2ncia, e jamais se esqueceu disso.;ane sentou#se numa cadeira ao lado de vovó Arace, e pegou#lhe a

mão engelhada entre as suas. 7 Prossiga, sim<

?s olhos da velha mulher eram como um lago de Bor)shire, profundos e azuis, seu olhar long!nquo, como se estivesse voltando ao passado, a e8pressão alterando#se sutilmente.

 7 (dia era encantadora quando garota. Determinada, mas não tãodominadora quanto insiste em querer ser agora. Eoi um casamentoarranjado, é claro. 3 maioria era, na época. *as o maior desejo de seucora%ão era o de se casar em ondres, de maneira e8travagante. *eu filhoteria concordado... era um rapaz bastante cordato... mas eu insisti para queos dois se casassem em nosso próprio lar, 'aven $ourt. Eiz um longo

discurso sobre como o orgulho dos 'aven e8igia aquiloC tudo tolice. /uClássicos Históricos 286 – Obstinado Coração – Donna Simpson $%!

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apenas não queria ir a lugar algum naquele momento. *eu marido tinhamorrido havia apenas seis meses. /u não podia dei8ar o t6mulo para trsC amera possibilidade me torturava. / meu filho acabou cedendo.

;ane apertou#lhe a mão num gesto confortador.

 7 / acha que, agora, (dia est fazendo com 'aven o mesmo quevoc2 fez com seu filho e ela. 7 / não est<;ane pensou a respeito. 5ão era seu desejo casar#se em ondres.

Fueria um casamento na pequena paróquia de esle(dale, com *ar($ooper, agora atimer, e *oll( presentes, e sua noite de n6pcias no chalé.Bor)shire não era sua terra natalC fora criada na tranqJilidade do sul da=nglaterra. *as a vastidão bravia de Bor)shire a atra!a, empolgava#a, eapai8onara#se por aquele lugarC assim como se apai8onarairremediavelmente pelo senhor de 'aven $ourt.

Porém mais do que se casar em Bor)shire, queria apenas ser a esposade 'aven. / sabia que, embora o tivesse acusado de não se mostrar dispostoa contrariar a mãe, pois ele odiava discórdia e manteria a paz a quasequalquer custo, daquela vez ele realmente permanecia em ondres pelo bemde Pamela. / daquela vez, ;ane entendia. 3 confissão angustiada da jovemde que temia estar apai8onada por dois homens ainda ecoava em sua mente.abia, no fundo de seu cora%ão, que também não teria abandonado Pamelanaquele momento crucial de sua vida.

$omo seria estar tão dividida e não saber o que era certo< 3 jovem

recebera duas propostas igualmente valiosas, de dois homens de mérito.trong-(c)e tinha muitas coisas a seu favor, e ;ane achava que Pamelatinha grande chance de ser feliz com o conde. *as $olin era seu primeiroamor, e ela o amara durante anos.

 5inguém e8ceto Pamela poderia tomar a decisão final, mas ae8emplo de 'aven, a própria ;ane não a dei8aria naquele momento deincerteza.

 7 /u acho que 7 declarou ela, enfim # lad( 'aven pensar que é avencedora aqui. / talvez voc2 tenha razãoC isso poder pesar de maneira

ruim em disputas futuras. *as, vovó Arace, eu o amo tanto0 /u me casariacom 'aven numa estalagem na estrada a caminho do inferno, se fosse ondetivéssemos de ir.

4ovó Arace soltou um riso. 7 /st certo. 5ão chamarei voc2 de fraca. Porém, certifique#se de

obter alguma concessão em troca por ter cedido. 5unca, nunca numanegocia%ão, venda#se barato.

 7 5ão sou uma amei8a madura, milad(, para ser comprada.

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 7 3cho que 'aven considera voc2 uma amei8a madura e bastanteapetitosa, sem d6vida 7 disse a viscondessa com uma piscadela. 7 / estousurpresa que ele ainda não a tenha provado.

>er a 6ltima palavra e desconcertar ;ane foram coisas que dei8aram a

vi6va 'aven satisfeita e de ótimo humor pelo restante do dia.

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Porque era onde trong-(c)e realmente levava grande vantagem nodisputado preo. ?s dois tinham estado emparelhados até então, mas depoisque o conde... /la estremeceu como acontecia a cada vez que pensava emseus beijos, o cora%ão batendo mais depressa no peito. /le a dei8ara...

inebriada, febril03quilo não era razão para escolh2#lo como marido, contudo, era<*as, para ser justa, tudo mais que descobrira a respeito do homem no

decorrer das semanas anteriores era admirvel. /ra uma espl2ndidacompanhia, o amigo e tio mais afetuoso que se poderia encontrar. $omo$olin, também era um e8celente cavaleiro e falava com freqJ2ncia de sua

 bela hado- *anor, sua propriedade no distrito dos agos. / ela gostavamuito de +elinda, encontrando na menina uma irmã mais nova, algo quesempre desejara, mas nunca tivera. $aso se tornasse esposa detrong-(c)e, achava que poderia ser uma boa influ2ncia para a garota euma amiga. 3 tudo aquilo, às suas boas qualidades e integridade, somava#seo fato de que Pamela j sabia que se afei%oara muito a ele.

/ trong-(c)e dissera que a amava. $om certeza, era algo muitoimportante, não<

m poderoso fator a seu favor era que trong-(c)e, ao contrrio de$olin, não se importava com as travessuras inocentes dela. ? conde sorriade suas estripulias e se mostrava indulgente até um grau espantoso. 3té

 parecia gostar do fato de ela ser diferente das outras damas da aristocracia.im, era um fator bastante importante aquele...

Pamela lan%ou um olhar atravessado na dire%ão de $olin, o qual o baronete não viu, pois estava jogando conversa fora. *as ela tinha um bommotivo para estar bastante zangada com o velho amigo no momento.

 5aquela manhã, o tempo tendo finalmente melhorado, ela estivera rumando para seu costumeiro galope matinal no '(de Par), esperando encontrartrong-(c)e e +elinda l. 'aven e ;ane sabiam a respeito e encobriam suafarsa, perpetrada em sua mãe, de que dormia até tarde em algumas manhãs.ad( 'aven aprovava aquiloC achava que denotava a delicadeza de umadama dormir até tarde depois de um baile.

*as, naquela manhã, no parque, enquanto ela seguira rapidamenteem >assie para ir ao encontro de +elinda e trong-(c)e, com quem acabaradeparando, saindo para uma cavalgada matinal< $olin0 Pamela suspirou edesviou o olhar.

? baronete lhe passara um severo sermão e insistira em acompanh#lade volta até em casa. 5ão contente em ter#lhe arruinado a manhã, ele seassegurara de que todos os prazerosos passeios matinais futuros delaestivessem encerrados. ? baronete contara a lad( 'aven o que a filha ca%ulaestivera fazendo, andando a cavalo de cal%as compridas em p6blico0 /le e

lad( 'aven tinham ficado igualmente chocados e, daquele modo, agora osClássicos Históricos 286 – Obstinado Coração – Donna Simpson $%#

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 7 im. 5ada mais justo, Pamm(. 4oc2 deve come%ar por lordetrong-(c)e. 7 ? irmão limpou a garganta. 7 Pamela, voc2 j mostrounosso jardim ao senhor conde<

 7 ;ardim< 7 /la fez uma pausa. 7 ?h, sim, o jardim. 7 /ra um

 pedacinho de terreno quase estéril e vido por luz do sol, mas ela viu o que'aven queria. /, depois, presumiu, deveria mostrar o jardim a $olintambém. $éus, aquilo tudo era complicado demais.

 7 3 menos que voc2 queira que eu o fa%a, como seu guardião 7acrescentou o irmão gentilmente, seu tom bai8o.

 5ão, qualquer coisa, e8ceto aquilo, pensou Pamela# Por algumarazão, 'aven não parecia à vontade com trong-(c)e e teria metido os pés

 pelas mãos, com certeza. ? conde, sorrindo, apro8imou#se e deu#lhe o bra%o.

ma vez que sa!ram, a brisa suave soprando#lhe os cabelos, Pamelaconduziu#o até um canto ensolarado... o 6nico no jardim de muros altos...enquanto e8plicava sua aus2ncia naquela manhã. amentou suaimpossibilidade de ir ao parque para seus galopes matinais dali em diante,mas ele se mostrou filosófico, comentando apenas que achava que tinhamtido sorte por não terem sido apanhados até então. =nsinuou com ar marotoque, no futuro, com um marido compreensivo, galopes matinais setornariam uma realidade novamente. Presumira que, de fato, algo a haviaimpedido de ir ao parque ao encontro deles naquela manhã e, portanto, nãoficara apreensivo.

/ aquele era outro ponto a favor de trong, pensou Pamela. ? homemacreditava que ela era competente, inteligente e capaz de cuidar de simesma. Eora tratada como crian%a por tanto tempo e, especialmente, porseu indulgente irmão mais velho, que continuara agindo como uma crian%a,

 percebia agora. /ntraria de volta naquele papel com $olin, que às vezes, pormais bondoso que fosse, tratava#a como se fosse mentalmente incapaz<

$om o conde sentia#se... como uma mulher. /ra algo desconcertantede certo modo.

 5o canto ensolarado, havia um banco de pedra, e Pamela sentou#se,

colocando as mãos em bai8o das pernas. e tivesse sido $olin, teria lhe dito para sentar#se como uma dama, mas, sem comentrio algum a respeito, oconde sentou#se a seu lado.

 7 Devo dizer que tomo isto como um sinal encorajador 7 disse,fitando#a com uma e8pressão esperan%osa no rosto bonito. 7 ? fato de queseu irmão tão claramente nos deu um prete8to para estarmos a sós aqui fora.

/la contraiu o rosto, não tendo pensado em como ele interpretaria asitua%ão.

 7 De fato, tenho algo a lhe dizer em privacidade, mas não é sobre...

sobre o seu pedido. /8atamente.Clássicos Históricos 286 – Obstinado Coração – Donna Simpson $$$

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minutos a meia hora< ; faz quase uma hora que chegamos, e temos de ir àcasa de lad( *ilsham.

 7 4oc2 v2 o que devo enfrentar 7 declarou trong-(c)e, seu bomhumor quase restaurado por completo pelo beijo. 7 /la j est dando aulas

a mim sobre etiqueta. =sso é culpa sua, srta. 5eville0/nquanto caminhavam de bra%o dado até o interior da casa, ele lhesussurrou, no entanto"

 7 /stou impaciente, minha querida. Por favor, não se demore atomar sua decisão. / escolha a mim. /u lhe asseguro que é a coisa certa afazer.

Pamela suspirou, feliz, e apertou#lhe o bra%o. 5a vez seguinte em queestivessem a sós...

/ntrando na casa, seguiram pelo corredor longo e escuro até a sala dafrente e, então, despedindo#se brevemente de todos, trong-(c)e dei8ou acasa com a sobrinha.

'aven, enquanto observavam a carruagem do conde se afastar, passou o bra%o em torno dos ombros de Pamela.

 7 / então< $omo foram as coisas< 7 ?h, 'aven0 7 /la recostou a cabe%a no bra%o do irmão. 7 3cho

que é ele0? visconde respirou fundo.

 7 5ão descarte $olin tão facilmente. 3o menos, conceda#lhe igualconsidera%ão e anlise. / voc2 deve lhe contar sobre trong-(c)e.

Pamela meneou a cabe%a, enquanto ambos entravam. ?lhou, então,na dire%ão de $olin, que se esfor%ava ao m8imo para ignorar lorde Barnell,o afetado marqu2s parecendo ter#se tornado uma figura permanente na salade visita dos 'aven, sem sequer ter pedido 9achel em casamento ainda.

 7 $olin, velho amigo 7 disse 'aven. 7 4oc2 levaria Pamela a umlugar< Parece que ela quer algo da modista de chapéus e seria melhor sevoc2 a acompanhasse em vez de mim.

3ndr@meda levantou#se para ir junto, mas ;ane, notando um olhar deseu noivo, apressou#se a dizer, enquanto punha a mão no bra%o da outra

mulher" 7 rta. 4arens, ainda não falamos o bastante sobre a escola dasdamas para as crian%as pobres em esle(dale. /stou bastante interessada egostaria de me tornar benfeitora. 5a verdade, temos que conversar sobreque livros comprar enquanto estamos em ondres. $onto com seu bomsenso em rela%ão a isso.

De bom grado, a dama tornou a sentar#se, enquanto Pamela dizia" 7 5ós nos demoraremos apenas meia hora, 3nd(, e então lhe trarei

de volta seu irmão.

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?s dois estavam na carruagem leve e aberta de $olin e a caminhoquando ele se virou para fitar Pamela.

 7 Do que se trata tudo isto< ei que 'aven não me enviaria àmodista de chapéus com voc2. 3companhante mais improvvel para isso

ele não poderia ter escolhido. ? que voc2 tem a me dizer<Pamela abriu a boca e logo tornou a fech#la. /stava em seu poder,naquele momento, dizer#lhe que recusava educadamente o seu generoso

 pedido de casamento. Daquele modo, a decisão estaria tomada e poderia prosseguir com sua vida. /ra a atitude certa a tomar.

 7 im, $olin, tenho uma coisa muito importante a lhe dizer.Podemos passear pelo parque<

/le guiou habilmente a parelha, e a carruagem ganhou velocidade,levando#os até a relativa tranqJilidade do parque.

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Capítulo '&III

? parque era verdejante e apraz!vel sob o sol da tarde, os jardinsdesabrochando e8uberantes, florescendo com a ajuda das chuvas fortes dos

dias anteriores. Pamela esperou até que estivessem no caminho que levavaao cora%ão do parque para dar in!cio à conversa" 7 $olin, eu fico muito honrada... 7 Primeiro, Pamela, por favor... /u sei que não deveria interromp2#

la. I um péssimo hbito que tenho e um que tentarei superar. *as eu sóqueria dizer que pedir a voc2 que se case comigo... 7 /le lutou com as

 palavras e, enfim, prosseguiu, fazendo um gesto em torno de si. 7 I comoo dia de hoje. /u me sinto como se tivesse finalmente sa!do para a luz dosol depois de anos vivendo na escuridão. >enho sido tão cego quando, otempo todo, a dama perfeita para mim tem estado bem debai8o do meunariz.

$olin tornaria as coisas mais dif!ceis, pensou Pamela, uma onda de p:nico dominando#a. 5ão queria mago#lo. ? que iria dizer agora<

/le guiou a carruagem aberta na dire%ão de uma parte mais tranqJilado parque, diminuindo a velocidade para dei8ar os cavalos seguirem a um

 passo lento pelo caminho movimentado e bai8ou os olhos para as mãosgrandes e magras que controlavam as rédeas, o cenho franzido.

 7 /u sinto que preciso e8plicar. Presumo que pare%a apressado, esses6bito interesse em voc2, quando o tempo todo estive tão enamorado por

sua irmã.Pamela meneou a cabe%a para uma dama conhecida. 'avia

aprimorado aquela aura de serenidade que nunca fora sua, mas, por bai8o desua fachada de placidez, sua mente trabalhava freneticamente. 5ão erae8atamente aquela a obje%ão de trong-(c)e ao pedido de casamento de$olin< ? que seu velho amigo estava prestes a dizer< Permaneceu emsil2ncio, determinada a pelo menos ouvi#lo.

$olin mantinha as mãos firmes nas rédeas enquanto guiava a parelha por entre as muitas carruagens, tflburis e charretes durante aquele horrio

mais concorrido do dia. 7 3nd( est empolgada, sabe, com a idéia de voc2 ir viver em$orleigh. 3té me abra%ou0 7 /le riu. 7 Fuando lhe contei que havia

 pedido voc2 em casamento, minha irmã realmente me abra%ou. Disse queeu, enfim, estava demonstrando um pouco de bom senso.

>ocada, Pamela esbo%ou um sorriso. 7 /la e 9achel nunca tiveram muita afinidade. 7 Para dizer o m!nimo 7 concordou $olin, [email protected] permaneceram em sil2ncio durante os minutos seguintes, até

que ele, finalmente, conduziu a carruagem para além do caminho apinhadoClássicos Históricos 286 – Obstinado Coração – Donna Simpson $$6

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até espa%o aberto, onde os cavalos podiam seguir um pouco mais depressa./ncontrou, então, um caminho tranqJilo.

 7 3h, agora posso respirar. Detesto as multid&es de ondres. ãoum bando de amadores que nem sequer sabem segurar as rédeas direito.

?nde era mesmo que eu estava< 7 4oc2 estava e8plicando como seu interesse mudou tãorepentinamente de 9achel para mim. 7 Pamela mal podia crer que semantinha tão calma e fria. 3quele era $olin. $olin0 ? objeto de todos osseus sonhos, o homem com o qual ansiara se casar desde que tivera trezeanos, idade o bastante para come%ar a pensar naquelas coisas.

 7 im. 7 /le me8eu#se no assento, parecendo constrangido. 7 5ãoquero que voc2 pense que isto é apenas... que voc2 é uma segunda melhorescolha de forma alguma.

? aturdimento dei8ou Pamela em sil2ncio. 3quilo era o quetrong-(c)e afirmara, o que ela própria temera.

 7 *as... 7 $olin teve vis!vel dificuldade com sua e8plica%ão.Palavras nunca tinham sido seu ponto forteC sempre fora do tipo mais dado àa%ão, embora tivesse se empenhado ao m8imo para fazer poesia ediscursos floreados para tentar conquistar o cora%ão de 9achel. 7 /ra comose meus olhos estivessem lacrados com cera. 9achel é... é linda.

'avia um tom desejoso na voz dele, e Pamela sentiu sua raivacrescendo.

 7 5ão que voc2 não seja0 Fue notvel transforma%ão ondres fez a

voc2. 3cho que... que apenas adquiri o hbito de acreditar que estavaapai8onado por 9achel, e isso não me permitiu en8ergar que, bem diantedos meus olhos, estava a jovem dama perfeita para mim.

Pamela soltou um suspiro. 5ão conseguia ficar zangada com $olinnem mesmo quando o via agindo de modo controlador. >inha sempre osmelhores interesses dela em seu cora%ão, ou, ao menos, era o que parecia.

 5ão era um poeta, mas seus sentimentos eram bem mais profundos do queas palavras. /, ainda assim, aquela d6vida inquietante persistia. eu velhoamigo falava do que era certo para ele, mas e quanto ao que era certo para

ela mesma< 7 4oc2 é bem#nascida... ei que poderia se casar com alguémmelhor do que eu 7 comentou ele humildemente, lan#%ando#lhe um rpidoolhar e, então, desviando#o. 7 5ão sou considerado um ótimo partido, etenho ci2ncia disso. /, mesmo que não tivesse, esse fato tem#me sidorevelado ao observar aquele janota, Barnell, diariamente. $éus, como ela osuporta< eu jeito afetado de falar, suas roupas... e o homem vive per#fumado como um prost!bulo0 7 ubitamente vermelho feito um pimentão,virou#se para fit#la com ar alarmado. 7 Pamm(, jamais deveria ter usada

essa palavra na sua frente0 3penas estou tão acostumado a voc2, sinto#meClássicos Históricos 286 – Obstinado Coração – Donna Simpson $$"

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tão à vontade em sua presen%a que nem sequer parei para escolher as palavras. *inhas desculpas.

/le logo retomou o assunto em questão, lorde Barnell. 7 /, apesar de tudo isso, o marqu2s é realmente um partido melhor

do que eu. / sei que voc2 poderia se casar com alguém melhor também.embrando#se de sua razão para estar naquele passeio, Pamela deu#seconta de que ainda tinha a desagradvel tarefa pela frente. 3quilo talvezconfirmasse a $olin quanto ela era valorosa, o fato de um conde quererdespos#la0 trong-(c)e, afinal, tinha um t!tulo de nobreza quase tãoimportante quanto o de Barnell0 =mediatamente após o pensamento ter#lheocorrido, sentiu#se envergonhada. 5ão estava competindo com 9achel paraver quem conseguiria atrair melhor partido, e não pensava em trong-(c)ecomo um conde, apenas como um prezado amigo.

 7 Porém mais do que isso 7 prosseguiu $olin 7, voc2 re6ne umafeliz combina%ão de caracter!sticas que eu gostaria numa esposa. 4oc2adora o campo tanto quanto eu. / cavalos. Pensamos de maneira igualnesses aspectos. Desse modo, eu jamais teria de me preocupar com a

 possibilidade de voc2 ficar se lamuriando para vir morar em ondres. 7 ?u%a 7 come%ou ela. $olin seguia por um rumo perigoso, pois

aquilo soava realmente como se o que ele mais gostasse a seu respeito fosseo pouco inconveniente que ela lhe causaria.

 7 5ão, dei8e#me terminar0 7 disse ele, erguendo uma mão,enquanto a outra segurava as rédeas tranqJilamente. 7 ? que acha desta

 parelha, a propósito< ão ótimos animais, não< +astante dóceis. /u oscomprei dois dias atrs.

 7 /u não creio que... 7 5ão, como eu disse, dei8e#me terminar. /u fico me desviando do

assunto em questão.3borrecida, Pamela ponderou que aquele era outro detalhe

importante. trong-(c)e sempre a ouvia e dei8ava#a terminar o que estavadizendo. $olin dissera que devia aprender a parar de interromp2#la, mas não

 parava de faz2#lo0 e o baronete continuasse falando, ela teria sua decisão

confirmada até o final do passeio0 7 De qualquer modo, o campo, 3ndr@meda... onde eu estava< ?h,sim, e... 7 $olin corou e virou#se para observ#la com um olhar firme,franco. 7 5unca notei como voc2 é adorvel, como uma daquelas fadas de

 jardim em que mamãe acreditava e das quais vivia pintando figuras. 4oc2se lembra< /la costumava usar voc2 e 9achel como modelos porque 3ndr@#meda era alta demaisC ela sempre amou voc2s duas. *as voc2... ela sempredizia que voc2 era tão pequena, perfeita e... bonita. *uito, muito bonita. 7/le limpou a garganta e observou o erpentine, enquanto atravessavam a

 ponte.Clássicos Históricos 286 – Obstinado Coração – Donna Simpson $$8

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Pamela soltou um suspiro. /8atamente quando j tivera certeza deque ele jamais lhe diria algo de fato lisonjeiro...

 7 *as, sabe, eu posso ver voc2 em $orleigh, nos estbulos, no jardim, cavalgando pelas charnecas. 7 ? tom dele era sincero e cheio de

sensibilidade. /ra conhecido por chamar a si mesmo de apenas umfazendeiro, e seu jeito de falar era geralmente direto demais, mas, naverdade, $olin corria o risco de ter um cora%ão rom:ntico. Aostava decolocar suas damas firmemente no alto de um pedestal, um meio aindamelhor de vener#las. 7 eu lugar é em $orleigh, Pamm(C voc2 pertence àscolinas e às florestas.

Pamela não p@de falar, pois a voz teria soado embargada pelaslgrimas que formavam um nó em sua garganta. /ra a e8ata imagem quetivera durante anos, desde seu aniversrio de treze anos, quando alguém lhe

 perguntara qual seria seu desejo. ecretamente, desejara que ela e $olin secasassem algum dia e cavalgassem juntos pelas colinas e vales de $orleigh.? caro e antigo sonho reviveu em seu peito, e ela teve a sensa%ão de quetalvez devesse dizer GsimG a $olin imediatamente. 3quilo dei8aria tantas

 pessoas felizes0 $olin, 'aven, ;ane, 3ndr@meda... e ela mesma<>inha mesmo certeza< 5ão havia decidido menos de uma hora antes

que trong-(c)e era seu eleito< 7 / nós ter!amos filhos para desfrutar todas as melhorias que

far!amos em $orleigh. Pamm(, eu tenho tantos planos0 /u...Pamela não prestou aten%ão às palavras seguintes, enquanto a idéia de

ter filhos com $olin era assimilada por sua mente. Eilhos. $om $olin<abia o que aquilo significavaC era uma garota do campo e como se dava a

 procria%ão... dos animais e humana... não era mistério algum. *as com$olin< $olin, que nem sequer a beijara ainda< =ria gostar daquilo</stremeceria quando ele a beijasse como acontecia quando estava nos

 bra%os de trong-(c)e< 7 $olin, beije#me0 7 disse, de repente, enquanto passavam pelo

meio de um arvoredo. 7 ? qu2<

 7 /u falei para voc2 me beijar0 7 /la se apro8imou mais dele noassento. 7 Pamm(, não aqui0 5ão agora0 7 /ntão, quando e onde< 7 /m algum outro lugar 7 respondeu ele, a voz brusca. =nstigou a

 parelha, e a carruagem aberta ganhou velocidade. 7 Pelos céus0 5o meiode um parque p6blico<

 7 *as... 7 Pamm(, comporte#se.

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/la soltou um suspiro de impaci2ncia e afastou#se um pouco para olado. $omo conseguiria se decidir< 'avia pensado que j chegara a umaescolha, mas era evidente que estava mais indecisa do que nunca.

 7 $olin, voc2 não se perguntou por que 'aven quis que sa!ssemos

 juntos</le deu de ombros. 7 Para termos algum tempo juntos, creio eu. 7 5ão, $olin, eu tenho... eu tenho outro pedido de casamento a

considerar. Eeito antes do seu./le fez os cavalos pararem abruptamente.

 7 4oc2 tem outro... 7 Eranziu o cenho. 7 De quem<3 incredulidade em sua voz a magoou. Pamela endireitou os ombros,

imbuindo#se de toda a dignidade que possu!a para declarar" 7 Do conde de trong-(c)e0 7 trong-(c)e< 3quele homem que estava l, na sua casa< / que

tem estado rondando feito um garanhão no cio< 7 $olin cobriu a boca coma mão rapidamente. 7 Perdoe#me, Pamm(0 Os vezes, falo sem pensar0 7/ntão, manteve#se em sil2ncio por um minuto, as rédeas frou8as em suasmãos, olhando na dire%ão da margem mais distante do lago. 7 Por que elequer se casar com voc2<

Pamela estava prestes a lhe dar uma resposta zangada, mas o baronetetornou a interromp2#la.

 7 3h, suponho que o homem queira uma mãe para a menina. I

mesmo sobrinha dele< 7 im, sua grande cavalgadura0 I sobrinha dele, e trong-(c)e não

est à procura de uma mãe para ela. Pelos céus, tenho apenas seis ou seteanos a mais do que ela0

 7 Perdoe#me, não quis que meu comentrio soasse como pareceu.Fuero dizer, não quis dar a entender que o homem não poderia querer secasar com voc2 por outras raz&es, mas onde quero chegar é" um conde< ?que voc2 entende sobre ser uma condessa<

3quilo a apanhou de surpresa. De fato, o que entendia sobre ser uma

condessa< 'avia muito mais naquela questão de casamento do que j havialevado em conta. 7 +em 7 disse $olin com um suspiro. 7 >enho competi%ão pela

sua mão. 5unca esperei isso.an%ando#lhe um olhar, viu que ela se empertigava.

 7 ?h, l vou eu outra vez. $éus, Pamm(, voc2 sabe que não consigofazer discursos bonitos. 5ão fique aborrecida comigo. $omo possocompetir com um cavalheiro daqueles< I um conde0 Dinheiro, poder,

 posi%ão 7 acrescentou, desconsolado. 7 / é distinto e atraente também. /

eu sou feio feito uma bota velha.Clássicos Históricos 286 – Obstinado Coração – Donna Simpson $2%

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3 raiva de Pamela abrandou#se, embora não desaparecendo porcompleto, em face à maneira como ele estava se menosprezando.

$olin fez com que os cavalos prosseguissem. 7 / então, voc2 j tomou sua decisão<

 7 5ão 7 respondeu ela, sucinta. 7 Aosta dele< 7 im.'ouve sil2ncio no caminho de volta. Fuando se apro8imaram da

casa, $olin limpou a garganta. 7 /u... eu não vou entrar, Pamm(... 'ã, acho que não devo cham#la

assim, não é mesmo< *as Gsrta. PamelaG soa como algo tão formal. 4oc2 poderia pedir a 3nd( que sa!sse<

? tom derrotado na voz dele tocou o cora%ão sens!vel de Pamela. 7 $olin, voc2 sabe que, qualquer que seja minha decisão, não ser

 baseada em quem tem mais terras ou t!tulo de nobreza mais elevado. ?u emquem é ou não mais bonito, pelos céus.

Arato, ele fitou#a nos olhos. 7 im, é verdade. 4oc2 não é uma garota mercenria. 5em fr!vola.

?brigado por isso. Por ter#me lembrado.Pamela apertou#lhe o bra%o e saltou do assento da carruagem. 5o alto

dos degraus da frente, enquanto o mordomo abria#lhe a porta, ela olhou paratrs. $olin acenou#lhe e tentou sorrir.

 7 4eremos voc2 hoje à noite, $olin< 7 perguntou#lhe. 7 5o baile

dos Par)hurst</le respirou fundo e endireitou as costas no assento.

 7 im, sim, claro. 3nd( e eu estaremos l.? salão de baile estava quente e apinhado. Por que as pessoas faziam

aquilo, perguntou#se Pamela, convidando muito mais gente do que suascasas teriam condi%&es de acomodar< /ntendia o princ!pio. m salão lotadoera uma boa refer2nciaC significava que o baile era concorrido, os anfitri&es

 benquistos e influentes. *as ainda assim0/la estava com a mãe e vovó Arace, que se reunira ao grupo naquela

noite, além de 'aven e ;ane. 9achel juntara#se ao grupo da fam!lia de lordeBarnell, sua mãe de ar irritadi%o e sua tia prepotente. ? irmão mais novo domarqu2s rumara direto para a sala de carteado no momento em que haviamchegado.

De8ter, transpirando e e8asperado, reuniu#se a ela depois de terdan%ado com outra garota.

 7 *inha nossa, est calor aqui0 ? bastante para fazer um sujeitoquerer parar de dan%ar em definitivo. 7 ? rapaz meneou a cabe%a paracumprimentar os demais, mas falou apenas com Pamela.

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 7 /st apenas aborrecido porque agora a srta. *ilton est noiva enão dan%ar mais com voc2 7 provocou#o ela, citando uma debutante queacabara de formar uma alian%a de fam!lias bastante vantajosa.

 7 5ão me importo. Prefiro dan%ar com voc2, na verdade. 7 3

 propósito, voc2 não gostaria de se casar comigo, gostaria<Pamela riu, e De8ter pareceu magoado. 7 ?ra, vamos, De8, voc2 ainda não est pronto para se casar e sabe

disso. er muito melhor para voc2 esperar quatro anos e se casar com+elinda.

 7 +elinda< 3 sobrinha do velho trong-(c)e< 3quela crian%a< 7 /la não ser mais uma crian%a, então, tolo. Daqui a quatro anos,

+elinda ter dezessete e voc2 ter vinte e tr2s. / não se refira a milordecomo o GvelhoG trong-(c)e0

 7 ?h, sim, devemos ter respeito pelos mais velhos e tudo mais. 7 4oc2 o acha mesmo assim tão velho< 7 /le tem trinta anos0 7 *as ele não me parece velho. 7 *as é um sujeito um tanto sisudo demais.Pamela pensou a respeito. De8ter não vira o conde jogando a cabe%a

 para trs sob o sol matinal, rindo de algo que ela dissera ou fizera. 3chara#ocircunspecto também, mas, então, dera#se conta gradativamente de que eleera um tanto reticente e que os recentes acontecimentos em sua vidatinham#no levado a se retrair mais. *as, em sua companhia, trong-(c)e

 parecia ir saindo pouco a pouco daquela concha em que encerraradeliberadamente a si mesmo.

/ra por que a amava< /le lhe dissera sem hesitar que a amava, eaquilo a amedrontava mais do que tudo. Fue responsabilidade ser amadarepresentava, pois aquilo dava a uma pessoa o poder de tornar a outra felizou triste0

 5ão buscara aquele poder, não o queria.$olin, por outro lado, embora tivesse afirmado que gostava dela, não

dissera que a amava ainda. Por que não o fizera< 5ão deveria<

?h, ela precisava de aconselhamento. 7 4oc2 não pode afirmar que o homem é sisudo 7 argumentou afim de encerrar a discussão 7, depois de ter jogado cr!quete com eledurante horas em 9ichmond.

 7 =sso é verdade. /st certo, o sujeito é a própria perfei%ão. 7De8ter observou#a, seus olhos se arregalando. 7 5ão v me dizer... ?conde pediu voc2 em casamento<

 7 / se foi o caso<

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 7 Htimo para voc2 7 disse o amigo, fazendo uma mesura com arzombeteiro. 7 I um e8celente partido. I o que minha mãe diz. / se elaachou que algum dia ele olharia para a minha irmã tão sem gra%a...

Pamela bateu#lhe no bra%o.

 7 5ão seja cruel com sua irmã, tolo. De8ter fez uma contin2ncia. 7 im, senhora. ?u devo dizer" Gmilad(G< 7 5enhuma das duas coisas. 4 dar uma volta 7 falou ela,

subitamente irritada pelas tolices do rapaz.;ane apro8imou#se naquele momento.

 7 Pamela, achei que deveria avis#la. eus dois pretendenteschegarem e ambos estão...

 7 +oa noite, senhoras 7 disse trong-(c)e. 7 ?l a todos 7 falou $olin.?s dois homens pararam e se entreolharam.

 7 4indo nesta dire%ão 7 concluiu ;ane num fio de voz. 7 ?h, céus, que confusão estou fazendo disto. ? que devo fazer,

;ane< 7 sussurrou Pamela, segurando#lhe o bra%o. 5aquele momento, lad( 'aven chamou trong-(c)e, e $olin

apro8imou#se com ar triunfante de Pamela. ? conde lan%ou olhares nadire%ão dos dois, mas foi detido pela mão firme de lad( 'aven em seu

 bra%o, enquanto ela o convidava em voz alta para que fosse ao casamento,com a sobrinha, naturalmente, de seu filho, 'aven, e sua noiva, a srta.Dresden.

 7 *il, trezentos e quarenta e quatro 7 resmungou vovó Arace. 7 rta. Pamela 7 disse $olin formalmente 7, gostaria de dan%ar</, daquele modo, ambos dan%aram. e Pamela esperara uma dan%a

do campo para tornar sua decisão mais fcil, aquilo não ajudou em nada.$olin não era tão habilidoso quanto trong-(c)e em seus passos, mashavia muito riso nele, e ela se divertiu.

trong-(c)e tirou#a para dan%ar no in!cio da m6sica seguinte, masmanteve#se quieto, não tão à vontade quanto estivera antes, notou Pamela.3quilo a levou a se perguntar o que estava fazendo. Eora para ondres para

se tornar uma dama adequada para $olin e acabara descobrindo que, afinal,não era tão inadequada quanto pensara. 3inda ansiava pelo campo, mashavia divertimento em ondres também. +ailes não eram c:maras detortura, e chs da tarde ofereciam entretenimento com as animadasconversas das damas e o uso de vestidos bonitos.

/, assim, o que quer que tenha feito e8ercera efeito, porque agora$olin achava#a uma futura esposa adequada. Desde que não galopasse aoamanhecer de cal%as compridas em sua égua, >assie. De qualquer modo, elarealizara seu objetivo. /ntão, por que agora se sentia tão confusa e

angustiada<Clássicos Históricos 286 – Obstinado Coração – Donna Simpson $23

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Fuando a dan%a terminou, trong-(c)e perguntou#lhe" 7 Aostaria de caminhar pelo jardim comigo< 7 im... hã, não. /u não posso.m brilho caloroso nos olhos castanhos, ele murmurou com#

 preensivo" 7 5ão confia em si mesma quando est comigo< 7 5ão é isso. 7 ?u era<trong-(c)e deu#lhe o bra%o, e ambos come%aram a caminhar de

volta até o grupo da fam!lia dela. 7 ? que é, então< 7 3té que eu tenha tomado minha decisão, acho que não devemos

ficar a sós dessa... maneira. 7 4oc2 me negaria os meios de promover minha corte< 7 *as eu não acho que minha decisão deva ser tomada apenas

 porque g#gosto dos seus beijos0 7 3o menos, voc2 admite isso. 7 /nquanto a levava de volta até a

companhia de ;ane, fez#lhe uma mesura, dizendo" 7 9espeitarei seusdesejos. Posso lhe fazer uma visita amanhã e lev#la... junto com +elinda, éclaro... para um passeio no parque<

 7 $ertamente 7 respondeu Pamela, altiva. Fuando ele se afastou,mordeu o lbio inferior e virou#se para a futura cunhada. 7 ;ane, precisodesesperadamente dos seus conselhos.

 7 5ão lhe darei conselhos sobre quem voc2 deva escolher para se

casar 7 avisou#a ela. 7 *as podemos conversar sobre tudo que quiser. 7 ?brigada 7 disse Pamela.trong-(c)e não tornou a se apro8imar de Pamela por algum tempo

no decorrer do baile. Eicara bastante abalado pela revela%ão de que tinha umrival na disputa pela mão dela. >entara manter uma fachada imperturbvelcom ela até então, mas não sabia quanto tempo aquilo duraria. /m suadistra%ão, não notou quando um casal se apro8imou dele.

 7 trong 7 disse#lhe uma voz familiar. /le ergueu os olhos. 7 Dorothea0

/ra, de fato, Dorothea com o marido. 7 trong, posso lhe apresentar meu marido, lorde Dalhousie< ?sdois homens apertaram#se as mãos, friamente.

 7 5a verdade, nós j nos conhecemos, minha querida 7 afirmouDalhousie. 7 $omo vai o velho lorde Eingal, trong-(c)e<

 7 $omo sempre. Aosta do som da própria voz. 7 4oc2 poderia ir me buscar um refresco< 7 Dorothea pediu ao

marido. 7 /stou com um pouco de calor./le pareceu preocupado e massageou#lhe o ombro com gentileza.

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 7 Fualquer coisa para voc2. 7 *as, enquanto se afastava, aindalan%ou um olhar de preocupa%ão por sobre o ombro.

 7 /ntão, ele sabe que eu e voc2 fomos noivos. 7 trong-(c)eainda não conseguia afastar o antigo qu2 de amargura na voz.

 7 I claro que sabe. 5ão se lembra dos me8ericos no jornal quandoliberei voc2 do nosso compromisso< 5ão sa!da situa%ão parecendo muito bem.

 7 /u pareci um completo tolo. 7 /le correu o olhar ao longo dosalão. 7 3o que parece, estou destinado a ser sempre o segundo melhor.

Dorothea acompanhou#lhe o olhar. 7 rta. Pamela 5eville. Fue jovem adorvel, trong, tão espont:nea

e doce. 4oc2s estão... noivos</le sacudiu a cabe%a.

 7 /u a pedi em casamento, mas a dama est indecisa 7 contou. 7 5ovamente, tenho um rival. / ele tem a vantagem de ser um velho amigode fam!lia e, temo eu, dono da prefer2ncia do irmão e guardião da jovem.

 7 trong, eu lamento tanto a maneira como as coisas terminaram. 7Dorothea tocou#lhe o bra%o. 7 e eu tivesse sabido como voc2 realmentese sentia... mas voc2 sempre foi tão reticente.

/le olhou para a mão delicada em seu bra%o e franziu o cenho. 7 Eoi o que tentei reparar em rela%ão à srta. Pamela, mas isso

 pareceu fazer pouca diferen%a. 7 4oc2 lhe disse como se sente< 4oc2 a ama<

 7 im... sim, eu amo. /, sim, eu lhe disse. *as acho que eurealmente não havia entendido muito bem isso até agora. 7 trong-(c)efitou os olhos de Dorothea e ouviu, pela primeira vez, o seu cora%ão. 5ão,não a amava mais. /stava verdadeiramente curado, e Pamela fizera o queum ano de amargura não conseguira.

/nquanto Dalhousie se apro8imava de volta com um copo derefresco, Dorothea apressou#se a dizer"

 7 e voc2 a ama, lute por ela, trong. 4oc2 merece vencer desta vez./la é jovem, como eu era, mas acho que est pronta para amar voc2. Ea%a#a

ouvir o próprio cora%ão. 5ão corra riscos.Dalhousie juntou#se aos dois e entregou o copo à esposa. /laagradeceu#lhe com um sorriso, e ambos se afastaram devagar. 5ão corrariscos.

trong olhou ao longo do salão de baile até onde sir $olin 4arens esua irmã estavam reunidos ao grupo da fam!lia 'aven, rindo e conversandocomo os velhos amigos que eram. +em, se teria de se plantar na sala devisitas deles, não hesitaria em faz2#lo. Pamela ouviria seu cora%ão e oescolheria.

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Capítulo 'I'

'aven tentava trabalhar junto a sua mesa na biblioteca escura, umavez que a mãe o obrigara a levar de volta a grande mesa de nogueira para l,

dizendo que a sala do andar de cima estava reservada para a elabora%ão de planos de casamento. 3 um dado momento, ele enterrou o rosto nas mãos e,finalmente, desistiu. De nada adiantava. /le não conseguia pensar./nquanto trabalhava, e8aminando contas enviadas pelo administrador desuas terras, tudo que via era o rosto plido e infeliz de ;ane em sua mente.abendo que ela detestava ondres, ele a obrigara a ir até ali e a ficar. /lacedera bondosamente, sabendo que 9achel e Pamela precisavam daoportunidade para encontrar um marido. *as então, ele, com a ajuda damãe e da avó, persuadira#a a concordar com um casamento de sociedade, ae8ata coisa que ambos haviam resolvido que não queriam. / tudo porqueele a queria, queria am#la, estar a seu lado, despos#la sem mais demora.

? tempo todo, dissera a si mesmo que era apenas aquilo. 3mava#a,queria casar#se com ela e o que importava onde e quando aquiloacontecesse< Fuanto antes não era melhor< 3final, uma vez que estivessemcasados e juntos, ela ficaria feliz. 5ão ficaria<

*as o que ele queria para seu casamento< Decidira muitos anos antesque jamais conduziria o seu como fora o de seus pais, onde uma das partes,no caso sua mãe, fizera todas as e8ig2ncias e a outra, seu pai, tivera deceder ou sofrer. ;ane apenas cedera porque o amava e não queria v2#lo

infeliz. acrificaria seus próprios desejos por ele e, sabendo daquilo, eletirara proveito da situa%ão. 3quela seria maneira de come%arem a vida decasados<

=nquieto, ele saltou da cadeira e come%ou a andar de um lado ao outroda biblioteca. Dei8aria que os outros determinassem os rumos de seucasamento<

 5ão. $éus, ele e ;ane fariam as coisas a seu modo, e ele honraria as promessas que lhe fizera. 3inda que se passassem muitas semanas antes que pudessem se casar, ela teria seu casamento em esle(dale, como queria,

embora aquilo só pudesse acontecer depois que ele tivesse assegurado ofuturo de suas irmãs. Einalmente, faria as coisas da maneira certa.Dei8ando a biblioteca e seguindo pelo corredor para ir à procura de

;ane, viu#a justamente chegando com sua mãe e 9achel de uma ida àscompras. /ficientes criadas apro8imaram#se para apanhar luvas, chapéus e

 pacotes. 9achel subiu as escadas, murmurando algo sobre ter de ir searrumar para uma visita matinal de lorde Barnell.

 7 5ós falamos com o vigrio da t. ;ohnNs, em mith qua#re, e eleconcordou em realizar a cerim@nia 7 relatou lad( 'aven ao filho. 7

4alenciano, o banqueteiro, concordou com o meu pre%o, depois de muitaClássicos Históricos 286 – Obstinado Coração – Donna Simpson $2"

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negocia%ão, devo dizer, e ele fornecer o almo%o e o bolo de casamento. /contratei alguns criados a mais. 4oc2 ficar pasmo com o pre%o que pagueiapenas para ter os tapetes limpos a tempo, mas é necessrio se teremosconvidados para o almo%o de casamento. m homem vir para consertar o

vidro na janela da biblioteca... precisaremos dela limpa e arejada para serusada pelos cavalheiros que queiram fumar seus charutos e tomar vinho doPorto. 7 /la come%ou a subir as escadas enquanto falava. 7 >ambém en#comendei cortinas novas para a sala de estar e h outros detalhes que querolhe contar, mas nos falaremos depois, uma vez que tenho um horriomarcado para o in!cio da tarde com o... 7 3 voz estridente deladesvaneceu#se no escuro do alto da escada enquanto a dama desaparecia.

;ane, o rosto plido, tinha o olhar fi8o em algum ponto distante.Piscou, então, uma vez ou duas, mas não se moveu do vest!bulo.

 7 *inha querida... voc2 est bem< 7 'aven segurou#a pelosombros, fitando#a nos olhos.

/la meneou a cabe%a em sil2ncio, mas seus olhos estavam marejados.'aven estreitou#a em seus bra%os. ? que fora fazer< Por que colocara

seu próprio desejo ardente e a vontade de sua mãe acima dos sonhos de suaamada<

 7 5ós não faremos isso 7 prometeu, veemente, enquanto aabra%ava com ternura. 7 5ós não a dei8aremos assumir o controle denossas vidas dessa maneira, eu lhe prometo. 7 3fastou#a apenas um poucode si para fit#la nos olhos. 7 ;enn(, ou%a o que lhe digo. 5ós

cancelaremos essa coisa toda e voltaremos ao norte para nos casarmos tãologo esses assuntos de Pamela e 9achel estejam resolvidos. 3té l, voc2

 poder fazer e8atamente o que desejar. *as nós nos casaremos emesle(dale, eu lhe prometo.

 7 ?h, Aerr(, podemos mesmo< 7 /la afundou o rosto no peito dele. 7 3 sua... a sua mãe cuidou de preparativos com o banqueteiro,encomendou metros e metros de tecido para cortinas, comprou toalhasnovas para as mesas, planejou os detalhes do almo%o e... nós podemosesperar< Podemos esperar até voltarmos para casa. I poss!vel<

'aven soltou um profundo suspiro. 7 *eu amor, nós podemos e faremos isso. 3inda sou o senhor daminha própria casa, embora não tenha agido dessa maneira por um longotempo. e cheguei a faz2#lo algum dia. *as isso mudar, eu lhe prometo.

>enho de decidir, pensou Pamela, sentada no jardim nos fundos dacasa. 5ão havia sol ali naquela parte do dia. 3 casa alta projetava grandessombras e cada canto do jardim era escuro e 6mido. $om a ponta da meia

 bota, ela afastou uma folha molhada e observou um besouro voando paralonge. >enho de decidir. Por que era tão dif!cil<

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3 noite anterior era um e8emplo perfeito do motivo de ser tão dif!cil,refletiu, relembrando. trong-(c)e, sempre charmoso e gentil, estiveraespecialmente galante, lisonjeiro... ela achara aquilo um tanto ma%ante apósum certo tempo. / $olin, também, estivera no melhor de seu

comportamento, desdobrando#se igualmente em aten%&es, e até dan%aracom ela uma segunda vez. ?s dois homens haviam discutido por causa dadan%a do jantar e, portanto, contrariada, ela a concedera a De8ter. /ntão,ambos tinham estado l quando ela sa!ra, guiando#a até a carruagem eajudando#a a subir, cada um de um lado. Eora uma cena quase hilria, masque tornara a dei8#la preocupada demais com seu dilema.

>inha de tomar uma decisão e depressa.? que teria feito se $olin não a tivesse pedido em casamento< >entou

recordar os dias antes de seu surpreendente pedidoC foi dif!cil. 3s coisashaviam mudado demais ao longo dos dias anteriores. *as lembrava#se decomo ficara confusa com o pedido de casamento de trong-(c)e. Precisarade alguns dias para se acostumar a v2#lo como pretendente em vez deapenas amigo estimado. /, então, $olin chegara, e8atamente quandocome%ara a achar que trong-(c)e poderia ser um ótimo tipo de marido

 para uma garota como ela. 9ev2#lo fora algo que a confundira novamente,sobretudo quando $olin come%ara a trat#la como uma dama em vez deuma crian%a. Eora a realiza%ão de todos os seus sonhos de garotaC como

 poderia ter dado as costas àquilo< 5ão seria absurdo recus#lo agora,quando jurara sob incontveis luas cheias que tudo o que queria na vida era

casar#se com $olin<? conselho de ;ane, na conversa de ambas após o baile, quando todos

na casa j estavam dormindo, era para fazer o que seu cora%ão lhemandasse. *as o que era, afinal<

3 porta dos fundos se abriu e 9achel saiu, adorvel num vestido azul#celeste e, depois de olhar para o mirrado jardim com desdém, apro8imou#sedo banco de pedra onde Pamela estava sentada.

 7 Eiquei sabendo que $olin pediu voc2 em casamento 7 falou sem pre:mbulo.

 7 im. 7 / o que voc2 lhe disse< 7 5ada, por enquanto. 3inda não cheguei a uma decisão. 7 ? que h para pensar< 7 retrucou 9achel, incrédula, sentando#se

no banco ao lado dela. 7 4oc2 fisgou um conde0 Precisa realmente pensarentre os dois homens< trong-(c)e tem 7 come%ou ela, enumerando#lheos pontos favorveis nos dedos da mão enluvada 7 um t!tulo melhor, maisdinheiro, uma propriedade maior e nenhuma irmã solteirona vivendo comele. +elinda, afinal, estar casada e se mudando dentro de poucos anos,

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enquanto 3ndr@meda provavelmente morar com $olin pelo resto da vida.Deveria ser uma decisão fcil, até mesmo para voc20

 7 4oc2 diz isso porque nunca gostou de $olin dessa maneira. 7 *as voc2 ainda tem aquela adora%ão infantil e tola por ele.

Deveria superar isso.Pamela observou a irmã com curiosidade. 7 ? que houve< Por que est tão agitada hoje<eus modos impecveis jamais teriam revelado aquilo a ninguém que

não a conhecesse bem, mas Pamela podia perceber a tensão que dominava airmã.

9achel fitou#a por um momento, hesitou e, enfim, decidiu lan%ar#seem seu discurso, afinal.

 7 ei que todos voc2s acham que tenho sido cruel com $olin. I um bom amigoC sei disso. empre estimarei os tempos que tivemos quandoéramos crian%as, como era bondoso conosco, a maneira como nosdivert!amos todos juntos. 7 3 voz suavizara#se enquanto falava dainf:ncia. 7 *as 7 prosseguiu, a voz endurecendo 7, voc2 não faz idéiade como é e8asperante ser venerada, ser observada como se voc2 fosse umadeusa, um verdadeiro !dolo. 4oc2s todos acham que gosto disso, mas não éo caso. /stou longe de ser perfeita, mas $olin sempre me tratou como se eufosse de porcelana. / algo incrivelmente irritante. /ra como ter um cão por

 perto, ofegando e babando, observando#me com grandes olhos deadora%ão... /u odiava aquilo0 /u tinha vontade de chut#lo.

Pamela estava prestes a falar, mas 9achel ergueu a mão. 7 5ão, eu sei. Fuanta ingratidão da minha parte, mas a! est. /

3ndr@meda me detesta. ei que sim. 3cha que tenho sido cruel com seuirmão, e entendo isso. e alguém tivesse tratado 'aven com tantaindiferen%a e descaso quanto tenho tratado $olin, eu odiaria essa pessoatambém. *as o que mais havia para fazer< /le não me dei8ou escolhae8ceto a crueldade. >enho tentado durante anos que ele me dei8e em paz,mas o tolo insistiu em me pedir em casamento constantemente. 3lgo quetem me aborrecido ao e8tremo. 5enhuma das minhas atitudes ou palavras

de rejei%ão fazia um pingo de diferen%a. /u poderia t2#lo chutado e ele teriareverenciado o machucado0 7 5unca pensei nas coisas dessa maneira 7 comentou Pamela,

meneando a cabe%a. 7 3cho que posso ver como é irritante não conseguirfazer com que alguém ou%a e aceite o que voc2 diz.

9achel virou#se no banco e pegou#lhe a mão, suplicando" 7 5ão se case com $olin apenas para ficar perto de 'aven $ourt.

$éus, eu vou me casar para sair de l, para fugir de nossa mãe, vovó Aracee toda a interfer2ncia delas0

 7 *as nossa mãe e voc2...Clássicos Históricos 286 – Obstinado Coração – Donna Simpson $3%

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embrando#se de alguns outros poss!veis pretendentes que 9achel jrejeitara, Pamela perguntou#se o que havia de diferente no marqu2s.

 7 Por que Barnell< 7 tornou a perguntar. 9achel bai8ou a voz pararesponder"

 7 4oc2 jamais entender. >odos gostam de voc2, Pamm(, porque étão... amistosa, meiga e possui um cora%ão tão bom. 7 /la estendeu a mão,tocando os cabelos de Pamela e abrindo#lhe um sorriso tr2mulo. 7 Barnellgosta de mim e8atamente como sou. $om ele, não tenho de fingir seralguém que não sou. $olin achava que eu era a perfei%ão em todos osaspectos. $erta vez, um de meus antigos pretendentes achou que eu era

 bondosa porque me viu afagando a cabe%a de uma crian%a. 7 /la revirouos olhos. 7 /u só havia feito aquilo porque a mãe da menina era uma damadas mais influentes na sociedade, uma e8celente anfitriã. Barnell sabe o quee quem sou e quer se casar comigo. 7 Deu de ombros de maneira simples,elegante. 7 >alvez eu nunca encontre alguém mais que queira. 9achelendireitou os ombros, virou#se e entrou com seu armajestoso de volta nacasa.

Depois que a irmã se foi, Pamela refletiu sobre suas palavras por umlongo tempo antes de entrar. /la estaria certa< eria aquela a 6nica maneirade ser feliz, casar#se com alguém que a aceitaria do jeito como era, seme8pectativas irreais< / como ela poderia aplicar aquilo a sua própriadecisão<

trong-(c)e certamente não parecia esperar outra coisa se não que

agisse como ela mesma. 5otara aquele e8ato fato muitas vezes. *as $olin aconhecia melhor e havia muito mais tempo.

*ais confusa do que nunca, entrou de volta na casa, rumando até asala de estar, onde havia alvoro%o e celebra%ão. Barnell fizera seu pedido decasamento e fora aceito. 3pós um breve tempo com sua nova e futurafam!lia, tomando champanhe e mostrando#se acess!vel apenas o bastante

 para ser parabenizado por todos, ele levou 9achel até sua casa para dar anot!cia à mãe. ad( 'aven estava e8ultante, andando, agitada, pela sala,imaginando o esplendor por vir. 9achel era brilhante, sua filha querida.

;amais houvera casamento tão grandioso quanto aquele seria. $ome%ou afalar sobre os preparativos, como a cerim@nia religiosa seria maravilhosa ea festa em seguida deslumbrante. / o vestido de noiva0 Fual seria a quantiaque o noivo disponibilizaria para o vestido, segundo a tradi%ão< / elecompraria uma carruagem nova para celebrar seu casamento, ou não<

'aven, desgostoso com a conversa da mãe, finalmente disse" 7 I o bastante por ora desse assunto do casamento, mãe. Dei8e

9achel e o pretendente desfrutarem seu noivado antes que voc2 planeje ocasamento de ambos e cada detalhe envolvido para eles. /, falando em

casamentos, acho que esta é uma boa oportunidade, mãe, para lhe falarClássicos Históricos 286 – Obstinado Coração – Donna Simpson $32

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sobre uma decisão que eu e ;ane tomamos. 7 /le abra%ou a noiva pelosombros, apro#8imando#a mais de si. 7 5ós decidimos, afinal, que não noscasaremos em ondres. /speraremos que a temporada termine e seguiremosnosso plano inicial de nos casarmos em esle(dale. 7 /le p@de sentir ;ane

tremendo e soube que ela se preparava para a rea%ão.'ouve sil2ncio absoluto por um momento e, então... 7 4oc2s não farão isso. 7 Eoi vovó Arace, não lad( 'aven, que

falou primeiro. 3 idosa dama levantou#se, seu ar altivo, e caminhou atéeles, apoiando#se pesadamente em sua bengala.

 7 5ão seja tolo 7 disse lad( 'aven ao filho um instante depois quea sogra falou. 7 5ão pode mudar de idéia agora.

 7 Fue horror0 7 e8clamou a vi6va secamente. 7 (dia e euconcordamos em algo outra vez. /ntretanto 7 prosseguiu 7, desconfio quenossos motivos não sejam os mesmos.

 7 5ão me farão mudar de idéia quanto a isto 7 avisou 'aven, osolhos azuis endurecendo. 3lternou um olhar entre as duas mulheresdominadoras em sua vida. Fuantas vezes j não cedera às e8ig2ncias delas0/ quantas outras não tivera de contrabalan%ar o que a avó dizia com o que amãe dizia, tentando manter a paz entre as duas0 +astava daquilo. /ra a suavida. 3 sua e a de ;ane.

 7 4oc2s não podem fazer uma coisa dessas0 7 protestou lad('aven. 7 5ão depois de todo o trabalho que tive e não depois de terconvencido 4alenciano a fazer o almo%o. / j lhe encomendei até o bolo0

 5ão serei humilhada dessa maneira0 7 $omo pensei, nossos motivos não são os mesmos. 7 3 vi6va

'aven apro8imou#se do neto e encontrou#lhe os olhos azuis. an%ou, então,um olhar a ;ane antes de tornar a fit#lo. 7 3dmito que queria que voc2s secasassem em ondres. >enho orgulho do meu neto e ver seu casamentosendo celebrado da maneira apropriada seria um privilégio, um diagrandioso para um nome aristocrtico e prestigiado. $ontudo, se voc2stivessem se mantido firmes, eu não os teria pressionado mais. *as, agora,voc2s assumiram o compromisso. 3gora voc2s falaram não apenas por si

mesmos, mas por todos os 'aven e pelo bom nome de suas irmãs nestacidade e pelo de seus filhos. 7 ? que tem a nossa decisão particular a ver com isso< 7 indagou

'aven por entre dentes. 7 ? fato foi anunciado, comentado, admitido por voc2s mesmos na

 presen%a de in6meras outras pessoas. ua mãe cuidou de preparativos,contratou pessoas. ? que voc2 acha que os me8eriqueiros a postoscomentarão sobre um casamento adiado<

'aven deu de ombros.

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Capítulo ''

trong-(c)e andava de um lado ao outro da sala de estar daresid2ncia londrina dos 'aven, esperando que Pamela descesse. 5ão

dormira na noite anterior e estava de péssimo humor. 5ão sabia o que haviade errado com ele, e8ceto que, na noite anterior, em mais um baile, ele e4arens tinham bancado os tolos, cada um se desdobrando para agradar maisdo que o outro naquela competi%ão acirrada pela aten%ão de Pamela. /le ob#viamente não gostava de se sentir um tolo. ? fato de estar tão obcecado poruma jovem dama deveria faz2#lo parar para pensar, mas não haviaescapatória. 'avia se apai8onado pela srta. Pamela 5eville, por maise8asperante que ela estivesse se mostrando, e pretendia despos#la.

Passos no corredor indicaram que não estaria sozinho por muito maistempo e se empenhou ao m8imo para adquirir uma e8pressão jovial. eu28ito p@de ser julgado pelas primeiras palavras da vi6va 'aven ao saud#lo.

 7 3h, trong-(c)e 7 disse ela, enquanto entrava na sala e seadiantava até a cadeira mais confortvel. ?bservou#o enquanto passava. 7$éus, homem, parece que pisaram nos seus calos esta manhã. ? que h deerrado<

 7 $omo disse, milad(< 7 ?ra, não tente me despistar, meu rapaz. Posso notar quando

alguém est de mau humor, mesmo que meus olhos não sejam mais osmesmos. 4ai dar umas boas palmadas na minha neta< 'ein<

$hocado ao e8tremo, o conde sentou#se e se obrigou a manter uma postura menos r!gida, rela8ando um pouco.

 7 5ão consigo entender o que est dizendo, senhora. 3 vi6varesmungou por entre dentes"

 7 ? problema com voc2s, os mais jovens, é que não sãodeterminados o bastante. /speram por isto, esperam por aquilo. /u é quenão consigo entender. 7 5uma voz mais alta, perguntou" 7 ? que h paraesperar< Pamela precisa de alguém para lhe mostrar o que est perdendo aose demorar tanto como tem feito. e voc2 não é homem o bastante para a

tarefa, talvez 4arens seja, embora eu duvide. /u mesma não gosto daquele baronete fedelho.trong-(c)e, ainda sem entender o rumo daquela conversa,

 permaneceu em sil2ncio.$om um profundo suspiro, a viscondessa estudou#o por um longo

momento. 7 4oc2 é um homem bonito. 3té eu posso ver isso. Pamela é uma

 jovem rom:ntica como quase qualquer outra. 4oc2 j tentou usar seusatributos f!sicos< / não são poucos. Posso ser velha, mas ainda não passei

da idade de saber apreciar um homem garboso. *as, como eu ia dizendo, jClássicos Históricos 286 – Obstinado Coração – Donna Simpson $3!

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tentou us#los para ser um pouco mais convincente< Para faz2#la seinteressar<

 7 /u... eu acho que não sei do que est falando, milad(. 7 5averdade, ele come%ava a entender e, se estivesse certo quanto ao que achava

que ela estava dizendo, sentia#se chocado.3 vi6va franziu o cenho por um momento enquanto o estudava e,então, soltou um grunhido, dando um tapa no próprio joelho.

 7 4oc2 acha que estou recomendando o uso da for%a, seu grandetolo0 $omo se eu fosse sugerir que abordasse minha neta dessa maneira0 /umataria voc2 se fizesse isso. 7 ua voz tinha uma frieza letal quando fez aamea%a. 7 5ão, seu cabe%a#dura. /stou dizendo, beije#a até dei8#la zonzae, então, pe%a#a em casamento outra vez. Ea%a#a perder quase a razão e fa%a

 bom uso do momento, ou os homens de hoje não são capazes de um poucode sedu%ão<

?uviu#se a voz de Pamela no corredor chamando a criada e pedindoque lhe levasse algo até o andar de bai8o, e trong-(c)e disseapressadamente"

 7 enhora, o que quer que esteja dizendo, quero que a srta. Pamelatome sua própria decisão enquanto estiver pensando com toda a clareza.Fuero que ela queira a mim, não que apenas seja... seja seduzida a aceitar secasar. /u a amo demais para engan#la com o uso de quaisquersubterf6gios.

 7 /ntão, voc2 não entende Pamela nem um pouco. 7 3 vi6va

sacudiu a cabe%a. 7 >enho medo de que ela esteja dei8ando antigaslealdades, antigos sentimentos cegarem#na. 7 3 voz tremeu, enfim, depoisde ter#se mantido tão forte. 7 /u apenas espero que tome a decisão certa.

 7 eja como for, ser a decisão dela 7 declarou ele. evantou#se,enquanto Pamela entrava na sala.

 7 trong-(c)e, podemos parar no hotel de $olin por um momento</u disse a 3nd( que lhe daria este livro para ler.

/la usava seu vestido verde de montaria, com arremates em douradoe um pequeno chapéu combinando. /stava encantadora, as sardas

salpicando#lhe de leve a pele feito pitadas quase impercept!veis de canela, ea contrariedade dele desvaneceu#se de imediato. 7 eu desejo é uma ordem 7 disse, abrindo#lhe um sorriso. 3 vi6va

soltou um resmungo. 7 >alvez devesse ser ao contrrio 7 declarou. 7 ? que foi que disse, vovó< 7 Pamela apro8imou#se e beijou#a na

face. 7 /u não estava falando com voc2, querida. /stava falando com seu

 pretendente.

 7 ?h.Clássicos Históricos 286 – Obstinado Coração – Donna Simpson $36

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 7 Ponham#se a caminho, voc2s dois. >enho muito em que pensar.trong-(c)e conduziu Pamela até a sa!da da sala, mas parou e virou#

se para olhar de volta para a mulher mais velha. /la sustentou#lhe o olhar,mas não disse mais nada.

Diante da casa, ele ajudou Pamela a montar em >assie e perguntoucom tato" 7 3 sua avó... ela est ficando um tanto estranha< 7 4ovó< Eicando estranha< $éus, ela sempre foi estranha. /u a amo,

mas, na maior parte do tempo, não consigo entend2#la. 7 3inda bem. Pensei que eu fosse o 6nico.? dia estava ensolarado, e o tr:nsito de carruagens e transeuntes,

intenso. 3mbos não conversaram, ocupados demais em guiar as respectivasmontarias pelas ruas em dire%ão à Pousada do 4iajante, situada numatravessa nas imedia%&es do parque.

 7 +elinda simpatizou bastante com a srta. 4arens 7 comentoutrong-(c)e, enfim, enquanto se apro8imavam do hotel. 7 5ão parou defalar nela naquele dia, após a nossa visita.

 7 empre gostei bastante de 3nd(... e eu não deveria cham#la dessamaneira. 3cho que ela não gosta, mas peguei esse costume de $olin. 7/nquanto paravam diante do hotel, Pamela pegou o livro de um saco queamarrara à sela.

m lacaio apro8imou#se, pegando o livro e o bilhete para a srta.3ndr@meda 4arens. trong-(c)e e Pamela voltaram pela rua estreita,

seguindo pelo caminho até a entrada do parque. /ra a parte maismovimentada do dia, infelizmente, e, daquele modo, passaram a horaseguinte cumprimentando conhecidos, cavalgando por curtas dist:ncias,

 parando quando um congestionamento de carruagens e t!lburis aconteceu esaudando mais conhecidos.

$omo uma oportunidade para cortejar, aquele dia dei8ou muito adesejar, pensou trong-(c)e, impacientemente, enquanto Pamela falavacom um cavalheiro a cavalo, um conhecido de seu amigo De8ter. eucavalo me8ia#se, inquieto, e o homem se afastou na montaria, apenas para

ser substitu!do por outro. Pamela tinha muitos amigos entre os jovenscavalheiros da elite londrina. /la confessara#lhe abertamente sobre seucomportamento rebelde na temporada anterior. 'avia lhe dito que aprenderaque, enquanto seguir cada capricho próprio levara#a a se divertir e aalgumas lembran%as duradouras, também resultar em muitos problemas

 para os demais membros da fam!lia. e tivessem permanecido mais tempona cidade, ela acabaria se vendo em sérios apuros, achava, e teria causadovergonha ao nome 'aven. 3quilo a fizera aquietar#se um pouco. 5ãodesejava acarretar notoriedade para o nome da fam!lia daquela maneira.

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ivrando#se finalmente da multidão, ambos puderam trotar. /la erauma fabulosa amazona, pensou trong-(c)e, obser#vando#a guiar >assiesem o menor esfor%o. 5ão havia d6vida de que nascera para cavalgar.

 5aquele momento, uma imagem de Pamela em hado- *anor, cavalgando

 pelas colinas, enchendo sua casa de riso e amor, dominou#o com s6bitoimpacto, um novo senso de propósito percorrendo suas veias.3lcan%ando#a, ele a conduziu até uma rvore perto do lago.

Desmontou, então, e ajudou#a a descer. 7 Por que estamos parando< 7 perguntou ela. 7 Precisamos conversar 7 disse trong-(c)e com firmeza. 7

Deseja caminhar um pouco comigo<Prenderam as rédeas dos animais num galho bai8o da rvore, e ele

deu#lhe o bra%o. ? dia fora bastante agradvel, até então, pensou Pamela,enquanto caminhavam até mais perto do erpentine, apro8imando#se dasombra de uma rvore antiga e retorcida. Podia quase fingir que não havianenhuma decisão necessria aguardando, que poderia prosseguir daquelemodo, com trong-(c)e e $olin fazendo#lhe a corte, apreciando acompanhia de ambos, ondres e a temporada de uma maneira que apenasum ano antes não teria acreditado ser poss!vel.

 7 Pamela 7 come%ou trong-(c)e. 7 5ão podemos continuardeste jeito para sempre. /u lhe dei uma semana, e ela j passou.

 7 /u sei, trong. 7 /la sentiu o cota%ão oprimido ao se ver maisuma vez diante da ingrata necessidade de fazer uma escolha entre dois

homens que amava. 7 *as é sobre minha vida inteira que estamos falando.3penas preciso de um pouco mais de tempo.

 7 I a minha vida também0 Fuando come%amos a passar tempo juntos, nunca tive a sensa%ão de que havia alguém mais em seu cora%ão,nem em sua mente. Pensei que houvesse um entendimento entre nós.

 7 =sso foi antes... 4oc2 não entende 7 disse Pamela, o est@mago emnós diante da infelicidade que via no rosto dele. $omo aquilo podia estarlhe acontecendo< ;amais esperara ver homem algum querendo se casar comela e agora havia dois0 4irou o rosto e observou a luz do sol brilhando sobre

o erpentine. ? dia estava tão bonito, e havia outras pessoas no parquecaminhando, conversando descontraidamente, rindo. /, ainda assim, aliestava ela, diante de um cavalheiro zangado, o qual preferiria muito maisestar beijando do que enfrentando numa discussão. >ornou a fitar#lhe osolhos castanho#claros, notando o cenho carregado que os encimava.

 7 $onhe%o $olin desde pequena e nosso elo é antigo, e8istindo... 7 /8istindo na sua própria mente durante a maior parte desses anos,

ao que me parece 7 interrompeu#a ele, apro8imando#se mais dela,mantendo#a cativa com o poder de seu olhar.

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Pamela odiava a dor que via naqueles olhos, mas ainda não sabia se podia ter a certeza de que o que havia entre ambos duraria sua vida inteira.Aostara de $olin durante tantos anos e, portanto, não seria lógico supor quecontinuaria nutrindo#lhe aquele sentimento<

*as ele ainda não a beijara, e trong, sim./ a beijaria novamente./le segurou#a pelos ombros e encostou#a no tronco da rvore antiga

em cuja sombra se abrigavam. /la tentou se desvencilhar apenas por uminstante, mas, então, ficou imóvel.

 7 Pamela, não me fa%a esperar 7 disse trong-(c)e num tom gravee, então, tomou#lhe os lbios com os seus.

/la afundou os dedos no tecido do casaco de montaria dele e, então,rela8ou, enquanto sentia uma deliciosa languidez invadindo#a.

/le estava fazendo aquilo novamente. +eijando#a de uma maneiraque lhe afastava todas as d6vidas, que a fazia ser tomada por um poderosodesejo, um anseio quase doloroso. /la correspondeu com um ardor que nemsequer imaginara possuir antes, o medo de serem descobertos em atitude tãocomprometedora desvanecendo#seC de repente, não havia nada em suamente e8ceto ele, o calor de seus bra%os, as sensa%&es que seu beijo lhedespertava.

Fuanto ela o amava.*as trong-(c)e soltou#a depressa demais. $om uma e8pressão

taciturna, fitou#a nos olhos.

 7 e voc2 disser que vai se casar com aquele Gbaronete fedelhoG,como sua avó chama 4arens, eu partirei de ondres imediatamente.

 7 Partir< 7 retrucou ela. 5unca mais tornar a v2#lo< 5unca mais beij#lo...

 7 /u não ficarei para v2#lo desfilando de bra%o dado com voc2 pelacidade, como seu noivo. /u não serei um bom perdedor, eu lhe aviso.

3quele não era o trong-(c)e tranqJilo e afvel que ela passara aconhecer. 'avia quase raiva em seus olhos castanhos, dei8ando#a com umaperto no peito.

 7 /u não serei tratado como um joguete, minha cara. ?u voc2 meama, ou não. 4oc2 não poder ter a nós dois. >er de fazer uma escolha elogo.

/le tremia, notou Pamela, tamanha era a intensidade que o tomava.*as estreitou#a em seus bra%os novamente, abra%ando#a com for%a.

 7 3mo voc2. *as se tiver o péssimo gosto de preferir aquele...aquele tolo a mim, eu saberei que uma união entre nós não estava destinadaa acontecer. /sperarei sua decisão até amanhã à noite.

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 7 #er a minha festa de aniversrio 7 lembrou#se ela. 3gora, emvez de desfrutar os momentos de prepara%ão para sua festa, ficaria

 preocupada com a decisão que enfrentava. 5ão era justo0 7 /u sei. e não conseguir se decidir na noite em que completar

vinte anos, voc2 nunca saber. 7 trong-(c)e inclinou a cabe%a e tornou atomar#lhe os lbios rosados com os seus, colocando todo seu anseio, dor edesejo naquele beijo. 7 3mo voc2, Pamela 7 sussurrou.

4ovó Arace aguardava em sua cadeira na sala de estar. ?uviu aaldrava da porta, o mordomo e uma voz. /ra a voz pela qual estiveraesperando.

3 porta da sala se abriu, e ele entrou. 7 *ilad( 7 cumprimentou#a, curvando#se educadamente. 7 4arens 7 disse ela. 7 ente#se. 7 9ecebi uma mensagem de que deveria vir até aqui imediatamente.

 7 ? baronete sentou#se na beirada de uma cadeira. 73conteceu algumacoisa< ?u Pamm( chegou a uma decisão<

 7 Pamela saiu com trong-(c)e. 5ão, ela não chegou a umadecisão e jamais chegar enquanto voc2 continuar confun#dindo#a com seusapelos.

 7 ? que quer dizer< 7 /le franziu o cenho e me8eu, inquieto, nafivela no alto da bota.

3 viscondessa olhou pela janela para as carruagens e ve!culos maisleves que passavam pela rua com seus cavalos. Deveria escolher as palavras

com cuidado porque era de import:ncia vital que o rapaz que conheciadesde pequeno entendesse. 5ão queria mago#lo, mas ele tinha de en8ergaro que estava causando.

 7 Fuero dizer simplesmente uma coisa. 4oc2 realmente ama minhaneta, ou ela é apenas uma substituta conveniente para 9achel, a qual voc2

 perdeu para sempre</le se levantou.

 7 /u jamais usaria Pamm( dessa maneira. *eus sentimentos porela...

 7 ão os sentimentos de um irmão mais velho. 7 ? que sabe a esse respeito< 7 /u sei. 4arens, eu o conhe%o desde que voc2 era um beb2. 7 /la

o fitou com firmeza e torceu os lbios. 7 4oc2 nunca lhe demonstrouinteresse algum que não fosse o de um irmão. 4oc2 ainda ama 9achel e, senão enfrentar isso, cometer o maior erro de sua vida e arrastar aquela

 pobre crian%a para ele também. / voc2 viver a apenas quil@metros dedist:ncia e ouvir sobre 9achel, saber sobre seus filhos e se ver à mesa docafé a cada manhã diante da sombra apagada e infeliz dela.

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 7 /ssa é uma desprez!vel inven%ão, milad(. 7 ? baroneteobservou#a por um momento, tr2mulo e agitado, e, então, adiantou#se nadire%ão da porta para sair. *as, no 6ltimo instante, virou#se e lan%ou umolhar zangado à mulher idosa. 7 5ão sabe nada a respeito dos meus

sentimentos por Pamm(. 7 Pelos céus 7 disse a vi6va, desgostosa. 7 4oc2 até usa o apelidocriado por 'aven para se dirigir a ela, e8atamente como se fosse sua própriairmãzinha.

 7 I um... apelido carinhoso. 7 I uma afronta. =sso a torna um beb2. 7 /la se levantou devagar,

amparando#se na bengala, e encarou 4arens. 7 ?s homens t2m tudo tãofcil 7 disse, fitando#o nos olhos. 7 4oc2s fazem suas próprias escolhas,vivem suas próprias vidas, até ficam em seu próprio lar. Fuando eu eragarota, morava em Ment e adorava minha casa. /u amava o oceano eamava... eu amava um garoto de l. ?u achava que sim. *as meus pais mearranjaram um casamento e me enviaram para viver em Bor)shire quandoeu tinha apenas quinze anos. Fuinze anos0 Eoi como se tivesse sido algosemelhante ao fim dos tempos para mim, naquela idade.

4arens franziu o cenho. 7 / eu protegeria Pamm(... Pamela, dessa mesma dor. 7 *as aquilo foi o que me salvou 7 declarou Arace, batendo forte

com a bengala no chão 7, o que me impediu de cometer um grave erro. /uamava o garoto porque amava as nossas vidas simples juntos, correndo pela

 pradaria, pescando, andando a cavalo pelos campos. /le não era certo paramim, porém. 3cabou se tornando um mau elemento. 7 /la endireitou ascostas. 7 >odos nos tornamos mulheres e homens, 4arens, e temos deenfrentar os fatos, fazer nossas escolhas e viver com as conseqJ2ncias.

 7 Eaz com que tudo soe tão assustador 7 declarou 4arens, o rostoduro. 7 enhora, eu não lhe seria rude por nada no mundo, mas... 7=nterrompeu#se, os antigos hbitos de cortesia contendo#o.

 7 5ão, fale o que est pensando 7 disse#lhe a vi6va. ?bservou#lhe ae8pressão no rosto, sem poder evitar seu interesse pelos lampejos de

emo%ão, de raiva e determina%ão que p@de ver ali. /le seria mais do que pensara< 'avia mais naquele homem do que sua obsessão por 9achel parecia indicar<

 7 /u daria a Pamm( a liberdade de viver sua vida da maneira comosempre fez, para correr pelos campos na sela de >assie, para...

 7 4oc2, rapaz, é um mentiroso0 7 /la bateu a bengala no chão./le se interrompeu, perple8o com a voz furiosa da mulher.

 7 4oc2 7 prosseguiu ela num tom mais brando 7 tem tentadodurante anos mold#la à imagem de 9achel, pod#la, torn#la o que não é.

4oc2 critica os passeios inofensivos dela em ondres, quando sai paraClássicos Históricos 286 – Obstinado Coração – Donna Simpson $$

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Capítulo ''I

/ ali estavam, em mais um baile. 3 temporada londrina erainterminvel, ao que parecia. trong-(c)e reuniu#se à fam!lia de Pamela,

fitando#a abertamente até que a viu corar, pensando nos beijos que haviam partilhado naquela tarde. ad( 'aven cumprimentou#o elegantemente e,então, adiantou#se depressa para ir falar com a mãe e a tia de lorde Barnell,que haviam acabado de chegar. 3 vi6va piscou#lhe um olho, para suasurpresa, e a srta. ;ane Dresden sorriu#lhe, afvel, como de costume.

/ra apenas o irmão de Pamela que não gostava dele. / aquilo se dava porque ele preferia para a irmã ca%ula visivelmente a corte de seu amigo delonga data e vizinho, sir $olin 4arens, que se reuniu a eles naquele minutode bra%o dado com a irmã. trong-(c)e lan%ou#lhe um olhar zangado, maso homem apenas o observou com uma e8pressão branda e um meneio decabe%a.

Fue intrigante0 4arens não sentia absolutamente nada daanimosidade que lhe era dirigida< 3mbos queriam Pamela, e certamente,em termos prticos, a sua era a melhor proposta. /, nos dias anteriores, osdois tinham praticamente trope%ado um no outro na disputa pela aten%ão da

 jovem. *as talvez 4arens tivesse motivo para se sentir seguro demais e nãoamea%ado. trong-(c)e franziu o cenho diante da indesejvel virada deseus próprios pensamentos. /ra poss!vel, até provvel, que 'aven tivesselhe dado alguma garantia de que faria tudo a seu alcance para se certificar

de que a irmã se casasse com o baronete< / Pamela, sinceramente apegadaa seu lar, ao irmão e ao baronete, talvez j tivesse se decidido por ele.

>alvez aquela fosse a e8plica%ão para a nova tranqJilidade na atitudede 4arens em rela%ão a ele. trong-(c)e sentia o est@mago em nós só em

 pensar na possibilidade.3té a noite seguinte, saberia com toda a certeza. ?u talvez até antes,

se ela j houvesse tomado sua decisão. 5aquele um minuto de p:nico,desejou poder retirar seu arrogante ultimato daquela tarde. /la poderia levarquanto tempo quisesse para se decidir, desde que não

escolhessejprecipitadamente o seu velho amigo, sir $olin. 7 Posso lhe pedir que me conceda a primeira dan%a< 7 dizia 4arensa Pamela.

/la lan%ou um olhar na dire%ão de trong-(c)e, mas aceitougraciosamente.

Fuando os dois se afastaram, ele se deu conta de que quiseraassegurar a dan%a seguinte e a do jantar para si. 3quilo teria de esperar atéque o homem a levasse de volta. Para passar o tempo, tirou a srta. Dresden

 para dan%ar.

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+ailaram pelo salão juntos, conversando sobre amenidades. *as,enfim, ele não p@de se conter e perguntou"

 7 Por que lorde 'aven não gosta de mim<?fegando apenas um pouco por causa do esfor%o e8igido pelos

 passos animados, ela respondeu" 7 5ão é que ele não goste de voc2, apenas... 'aven meteu na cabe%aque $olin e Pamela devem ficar juntos.

 7 / voc2 não concorda< 7 5ão faz realmente diferen%a que eu concorde ou não, milorde, mas

não, eu acho que $olin... 3cho que a mudan%a de 9achel para Pamela foirpida demais para ser amor de verdade. 3cho que ele est confundindoamizade com amor.

 7 / o que 'aven diz disso< 7 /le acredita que $olin esteve apai8onado por Pamela o tempo

todo e apenas não tinha se dado conta disso. 7 ;ane sacudiu a cabe%a. 73cho que a raiz de tudo é que ele simplesmente não quer perder a irmãca%ula. I especialmente apegado a Pamela e se preocupa com ela. 3cho queest relutante em dei8#la ir, em admitir que ela cresceu e agora se tornouuma jovem dama. / foi o que aconteceu. /la se tornou uma mulher nos6ltimos tempos, acredito eu.

 7 /ntão, voc2 não acha que e8ista algo pessoal< 7 ei que não e8iste nada pessoal. 'aven admite abertamente que

voc2 é um espl2ndido cavalheiro. *as voc2 mora tão longe.

 7 *oro< /stamos apenas a uns cento e cinqJenta quil@metros dedist:ncia. ?u menos0 Poderemos nos ver todos os meses, se ela quiser isso.

 7 /le a veria quase todos os dias se ela se casasse com $olin. 7 *as esse não deve ser o critério para se escolher um marido0 7

 protestou trong-(c)e./la deu de ombros./ o que mais ele poderia dizer< /ntendia o dilema de 'aven. 3mara

imensamente sua própria irmã e sentira demais a sua falta quando ela secasara e se mudara para longe. *as ela fora fazer sua própria vida,

desfrutara sua felicidade enquanto vivera, tendo se casado por amor. 'avennão queria o mesmo para a irmã ca%ula<3 m6sica terminou, e trong-(c)e pegou o bra%o de sua parceira de

dan%a e come%ou a conduzi#la de volta até o grupo de 'aven. /nquanto ofez, olhou ao redor bem a tempo de ver 4arens e Pamela saindo por uma

 porta#balcão até o terra%o. *aldi%ão0, pensou, furioso. ? sujeito estavatentando obter vantagem. *as ele próprio não desistiria sem lutar. /nquantoela não tivesse realmente escolhido um dos dois, ainda não seria tardedemais.

trong-(c)e meneou a cabe%a educadamente ao grupo deClássicos Históricos 286 – Obstinado Coração – Donna Simpson $

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'aven enquanto dei8ava a srta. Dresden ali e, então, abriu caminho pela multidão e pelas fileiras se formando para a pró8ima dan%a. 3diantou#se até a porta#balcão que dava para o terra%o. 5ão, ele não desistiria semlutar.

aiu para o terra%o. 3 noite estava enluarada, prop!cia para oromantismo, ligeiramente perfumada pela brisa suave que carregava afragr:ncia das flores do jardim. /le deveria estar levando Pamela até o

 jardim0?nde os dois estavam<'avia casais por ali. >ochas iluminavam o próprio terra%o,

adicionando respeitabilidade aos rituais de corte que aconteciam naquelemomento. ma palavra sussurrada, um murm6rio em resposta, uma mãoque segurava um bra%o com anseio, um olhar longo e ardente entreenamorados.

trong-(c)e caminhou devagar, tentando não parecer desesperado,tentando conter a onda de temor que o invadia. ?nde ela estava<

Desceu do terra%o, tendo confirmado discretamente que nenhum doscasais ali era formado por 4arens e Pamela. ? amplo jardim era recortado

 por caminhos de pedra que serpenteavam por entre roseiras, pequenasrvores ornamentais, arbustos altos em flor e longos canteiros das maisvariadas plantas. Aalhos de um salgueiro pendiam adiante e ele avistou umcasal detrs da rvore, mas um olhar para os cabelos ruivos do cavalheiro,quando passou por ali, e soube que não era 4arens.

*as, sim, ali estavaC ele reconheceria a figura graciosa de Pamelamesmo a certa dist:ncia, pensou, enquanto um casal andava por umcaminho mais ao longe. ?s dois desaparecera por uma curva no caminho, o

 bra%o do baronete enla%ando a cintura dela com ar protetor. $omo ele seapro8imaria dos dois< ? que diria< ? que veria<

eguiu naquela dire%ão, contando com sua sagacidade para lhe proveruma resposta a tempo. 3través do escuro, seu passo mais incerto enquanto ailumina%ão do brilhante salão e das tochas diminu!am com a dist:ncia, eleavan%ou.

/, então, ouviu as vozes dos dois, o que o orientou enquanto prosseguiu. 7 ...assim, busque em seu cora%ão, Pamm(, e veja se estou certo 7

dizia 4arens num tom veemente, a emo%ão evidenciando#se em sua voz. 74oc2 sabe que estou certo. >em que saber. e isso é real, então admita#o0$om qual de nós voc2 não consegue dei8ar de viver<

 7 $olin... voc2... tem razão 7 disse ela, a voz cheia de admira%ão. 7 $omo pude ser tão cega<

/nquanto trong-(c)e se apro8imava mais, p@de ver 4arens

estreitando#a em seus bra%os. 5ão p@de se apro8imar mais, então. eus pés,Clássicos Históricos 286 – Obstinado Coração – Donna Simpson $!

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como se estivessem fincados no chão, não lhe permitiam nem apro8imar#se,nem afastar#se.

 7 3mbos temos sido cegos, minha querida, por um longo tempo 7respondeu $olin com gentileza, afagando os cachos dela.

 7 /u acho que... eu acho que apenas não queria magoar ninguém 7declarou Pamela, a voz alterada pela emo%ão. 9epousou a fronte no ombrodele.

 7 *as voc2 tem que ser verdadeira para consigo mesma. 3dmita,voc2 j sabia desde o in!cio. 7 ? tom de 4arens soou rouco com osentimento que continha a custo. >ocou o quei8o dela e ergueu#lhe o rosto

 para que o fitasse.3 própria voz embargada pelas lgrimas, ela disse"

 7 4oc2 est certo, é claro. /u nunca soube quanto era capaz de amartão profundamente até agora, até voc2 ter me mostrado o que é o verdadeiroamor.

 7 4oc2 ser uma boa esposa. 3mo voc2 muito, Pamm(. 7 4arenstornou a estreit#la nos bra%os, inclinando#se para beij#la.

trong-(c)e virou#se naquele instante, livre de seu transe pelacerteza de que toda a esperan%a se dissipara. ;amais sentira tamanha dorcomo aquela que dilacerava seu cora%ão agora, ou ao menos não desde que/uphemia morrera. /stava acabado. 5ão havia nada que pudesse fazeragora. /nquanto Pamela não se decidira por nenhum dos dois, houvera umachance para ele, mas agora ela estava comprometida e, como um homem

honrado, só lhe restava sair do caminho. 3 dor era quase f!sica, mas seucontrole, r!gido. 3fastou#se rapidamente, atravessando os jardins, ogramado, subindo de volta até o terra%o para entrar no salão abafadi%o. emuma palavra a ninguém, encaminhou#se diretamente até a sa!da para pegarseu manto e cartola, seus passos tornando#se mais arrastados como seestivesse andando por areia movedi%a.

 7 trong-(c)e, aonde vai< 7 perguntou 'aven, saindo da sala decarteado.

 7 +em, voc2 realizou o seu desejo 7 declarou ele com amargura. 7

Pamela aceitou o seu bom amigo, 4arens. Desejo ao casal toda a felicidadedo mundo.trong-(c)e dei8ou a mansão, adentrando pela noite de ondres.'aven, tentando conter um largo sorriso, apro8imou#se de ;ane.

 7 >enho boas novas 7 sussurrou, pegando#a pelo bra%o. 3mbosentraram numa saleta vazia e ele dei8ou seu desejo levar a melhor por ummomento, beijando#a com sofreguidão.

 7 e essas são suas boas novas, Aerr( 7 disse ;ane, abra#%ando#o pelo pesco%o 7, acho que eu gostaria de ouvir mais. 7 Pu8ou#o para si

 para guiar#lhe os lbios de volta até os seus.Clássicos Históricos 286 – Obstinado Coração – Donna Simpson $6

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 7 3h, minha querida, não me tente, ou eu a carregarei até um quartovazio e a farei minha agora mesmo0 $ontudo, eu estava apenas celebrando./st tudo finalmente resolvido. Pamm( fez sua escolha.

 7 Eez< 7 indagou ;ane com ar cauteloso. 7 $omo voc2 sabe<

 7 3cabei de ver trong-(c)e saindo do baile. Parecia desolado. 3oque parece, Pamela lhe disse que aceitou a proposta de 4arens0 7 ?h. 7 ;ane, eu sei que voc2 estava, por alguma razão incompreens!vel, a

favor de trong-(c)e, mas ela escolheu $olin. Eique feliz por Pamm(0 7 ?h, eu ficarei. Aosto de sir $olin, realmente. 4eja0 ?s dois estão

reunidos de volta com a fam!lia 7 disse ela, olhando para além da porta para o grupo deles adiante no salão. 7 4amos 7 acrescentou, pu8ando'aven pela mão. 7 5ão diga nada. 3cho que devemos fingir que nãosabemos o que aconteceu enquanto eles não fizerem o an6ncio oficial.

 7 4ai ser dif!cil. 7 'aven sorriu. 7 *as acho que posso me conter.3ndr@meda meneava a cabe%a em resposta a algo que o irmão

acabara de lhe dizer e lad( 'aven conversava com Pamela. /sfor%ando#se para aparentar naturalidade, 'aven, de bra%o dado com ;ane, reuniu#se aogrupo.

 7 / então< 7 disse num tom casual. 7 obre o que estãoconversando<

 7 obre um assunto da maior import:ncia 7 respondeu lad( 'aven. 7 3h, então, ;ane e eu devemos ser inclu!dos nessa importante

conversa, não é mesmo< 7 $laro. 4oc2 certamente ficar interessado em saber. Pamela acaba

de nos dizer que ela e 4arens estavam l fora no jardim conversando. 7 im< 7 'aven arqueou as sobrancelhas com o que esperava ser

um ar inquiridor. ua mãe estava se mostrando muito mais resignada emrela%ão àquilo do que ele teria imaginado poss!vel, considerando que aca%ula estaria rejeitando um conde para ficar com um baronete. /ra umcrédito a favor de seus verdadeiros instintos maternais, enterrados, masvindo à tona ocasionalmente. ;ane apertou#lhe o bra%o, e ele tentou se

acalmar. *as aquele era um an6ncio que sinceramente acreditava que trariagrande satisfa%ão a toda a fam!lia. Dois jovens, tão enamorados. $omoaquilo poderia dei8ar de causar grande alegria<

 7 im 7 confirmou Pamela. 7 /stvamos no jardim e, enquantoentrvamos, ouvimos o conde *allienne dizendo que o >eatro ombardacaba de ser destru!do por um inc2ndio0 =magine isso0 Dizem que foi porcausa da ilumina%ão a gs.

'aven permaneceu imóvel e boquiaberto, à espera.

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 7 5ós todos !amos l no sbado à noite. embra#se< 7 disse lad('aven, encarando o filho, interpretando erroneamente sua e8pressão deaturdimento e confusão.

Pamela foi levada dali por De8ter naquele momento, e nenhum

an6ncio pareceu prestes a ser feito, 'aven não sabia o que pensar, e ;aneaconselhou#o a manter sil2ncio. / se eles estivessem esperando para fazer oan6ncio em alguma ocasião especial< >alvez na festa de aniversrio dePamela, na noite seguinte. 3quilo fez sentido para 'aven e, portanto, ficouem sil2ncio. *as não foi fcil.

>arde daquela noite, Pamela levantou#se da cama, incapaz deconciliar o sono. /sperara sentir#se de maneira diferente naquele momento,mas, afinal, também esperara ter conseguido falar com trong-(c)enaquela noite. Depois que ela e $olin haviam conversado, tudo ficara tãomais claro. entia#se grata a seu velho amigo. /le se tornara, segundo as

 próprias palavras, subitamente mais sbio. 5ão dera e8plica%&es quantoàquilo, mas ela ficou com a impressão de que havia mais ali a serdescoberto.

$olin sentia realmente que o que e8istia entre ambos era amizade,dissera. /mbora aquela não fosse a pior base para um casamento, deveriahaver mais. e ela pudesse dizer em seu cora%ão que não sentia aquele GalgomaisG por trong-(c)e, então devia tomar sua decisão de acordo. *as sehouvesse algo mais, além de simples sentimentos de amizade para com oconde, então ela deveria abra%ar seu futuro plenamente e não dei8ar que

ninguém a impedisse, aconselhara#a $olin.Devia aceitar o pedido de trong-()e, dissera#lhe. Fuanto ao próprio

$olin, ele retirou seu pedido de casamento. 3mava#a como uma irmã, masela merecia muito mais num pretendente, merecia alguém que poderia am#la como uma mulher deveria ser amada. $olin sabia daquilo agora.

/ era verdade. ?lhando para ele no escuro do jardim, ela vira omesmo bom amigo que sempre tinha visto. / nada mais.

$olin beijara#a, então, como um amigo e aquele beijo fora umarevela%ão, pois não contivera nada do profundo anseio e do desejo que a

dominavam quando trong-(c)e a beijava. e ao menos $olin a tivesse beijado antes0 /la teria sabido imediatamente.Eicara ansiosa para retornar ao salão de baile, mal podendo conter a

vontade de ver trong-(c)e, de conversar com ele. De lhe falar que não precisava esperar até a noite seguinte. >omara sua decisão. ? medo aindaestava presente, mas agora, ao menos, tinha seus sentimentos por $olin nadevida perspectiva. empre o amaria como um outro irmão, o velho amigode sua inf:ncia. *as havia se tornado uma mulher naquele meio tempo, eaquela mulher sentia#se cativada pelo conde, por seu toque, por seus beijos.

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Pelo desejo dele por ela, que despertava igual desejo em seu próprioser. ? rosto afogueado, Pamela cal%ou chinelos e desceu silenciosamente aescada escura, seguindo pelo corredor. 5ão conseguia ficar parada. /stavainquieta com tantas coisas por resolver. e não fosse tão impróprio e errado,

teria montado em >assie e ido até a casa de trong-(c)e naquele momento./ra evidente que não podia fazer aquilo. /ra impensvel visitar umcavalheiro em sua casa desacompanhada e ainda no meio da noite0 3témesmo ela sabia daquilo e não ultrapassaria outra vez o limite entre o queera aceitvel e o que não era em ondres.

'avia uma luminosidade oscilante na biblioteca e, com aquelaterr!vel not!cia sobre o inc2ndio no teatro em mente, ela abriu a porta eentrou. /ncontrou apenas o irmão sentado perto do fogo da lareira,

 bebericando vinho do Porto e lendo. 7 ?h, Aerr(, é somente voc20 7 Pamm(0 /ntre. ? que est fazendo acordada< 7 5ão consigo dormir. 7 /mpolgada demais<3 e8pressão significativa do irmão alarmou#a. ? que ele sabia<

Fuanto deveria saber, como seu guardião< abia sobre a maneira comotrong-(c)e a beijava e como ela se sentia em rela%ão ao conde quandoaquilo acontecia< Pamela certamente esperava que não. Aerr( nãoentenderia. /mbora, pensando melhor, da maneira como j o vira com ;ane,talvez o irmão entendesse até bem demais.

/la deu de ombros e acomodou#se numa ampla poltrona de couro perto do fogo. ?bservando o perfil do irmão por um momento, hesitou,mas, então, disse"

 7 4oc2 e ;ane anseiam por se casar, não é< 7 im. 7 /ntão, por que simplesmente não o fazem logo< Por que não se

casam e voltam para Bor)shire</le recostou#se em sua poltrona.

 7 >emos de seguir esse casamento elaborado ao estilo de ondres

agora, Pamm(. /stamos comprometidos a isso. 7 Por qu2<? irmão fez uma careta.N

 7 I algo que me foi e8plicado e8austivamente, e até ;ane concorda.abendo quanto ela teria preferido se casar em es#le(dale, devo acreditarque sabe do que. est falando. 3o que parece, se adiarmos isto e esperarmosaté voltarmos ao norte ao final da temporada, toda ondres far me8ericos arespeito e pensar que h algo errado entre nós. 5ão podemos dar razão

 para isso, não com o casamento de 9achel com o sens!vel lorde Barnell se

apro8imando. / o seu próprio, agora.Clássicos Históricos 286 – Obstinado Coração – Donna Simpson $#

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>r2mula, Pamela contou#lhe tudo, que $olin levara#a até o jardim para lhe dizer as verdades que ele passara a entender. Fue ele a amavacomo a uma irmã. Fue ambos seriam sempre apenas amigos. / que, emborahouvesse bases piores para o casamento, ele achava que ela tinha alguém

que realmente a amava. e ela o amasse também, deveria ser audaz e ir em busca de seu futuro, não se esconder atrs do passado. 7 /8aminei meu próprio cora%ão 7 prosseguiu Pamela. 7 3cho

que eu soube o tempo todo que amo trong... não, eu soube o tempo todoque o amo... mas tive tanto medo de arriscar a chance, de ser audaz. ei queisso não é do meu feitio, mas casar#me com ele é seguir por um caminho tãodiferente daquele que eu achei que tomaria. /u o amo tanto. =rei a qualquerlugar, farei qualquer coisa por ele.

 7 *as trong-(c)e disse nitidamente... 7 /u não entendo. 7 Pamela saltou da poltrona de repente. 7 ?h,

céus, trong-(c)e disse que partiria da cidade se eu lhe dissesse GnãoG.*as eu não lhe disse GnãoG0 /u ia lhe dizer GsimG0 Eui à procura dele, masme disseram que o conde j havia dei8ado o baile. Por qu2< 7 /la encarouo irmão com olhos ansiosos, assustados.

'aven levantou#se e segurou#lhe os ombros. 7 Pamm(, acalme#se. $éus, se eu soubesse que voc2 preferia

realmente o homem... =rei até a casa dele de manhã e descobrirei o que hde errado, como ele obteve a idéia errada.

 7 ?brigada, Aerr( 7 disse ela, lgrimas aflorando em seus olhos.

 7 ?h, meu irmão, como isto acabou dando tão errado< /u... eu vou paraminha cama agora.

 7 Pamm(0 7 chamou#a 'aven, adentrando pela casa. ;ane desceu aescada depressa na frente, tendo estado no quarto com Pamela.

 7 ? que descobriu< 7 perguntou ela, ofegante. 7 /le dei8ou a cidade. trong-(c)e e +elinda partiram em dire%ão

norte, apenas meia hora atrs. ?s criados estão cobrindo toda a mob!lia nacasa 'olland. 3 governanta dele disse que o administrador recebeuinstru%&es para alugar a casa pelo restante da temporada se conseguir, pois o

conde não retornar a ondres este ano. 7 Partiu< *as por qu2< 7 ó posso achar que... 7 ? que est acontecendo< 7 ad( 'aven apro8imou#se pelo

vest!bulo, enquanto Pamela se reunia a eles, saltando os 6ltimos doisdegraus da escada.

 7Pamm(, v buscar seu 8ale. 4amos chegar ao fundo disto. /le partiu h apenas meia hora e, portanto, ainda h tempo para o alcan%armos.ei por qual caminho ele foi.

 7 Fuem foi aonde< 7 indagou lad( 'aven numa voz estridente.Clássicos Históricos 286 – Obstinado Coração – Donna Simpson $!$

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 7 Aerr( 7 disse ;ane, segurando#lhe o bra%o. 7 Posso ir comvoc2s<

 7 *elhor do que isso 7 disse ele, abrindo#lhe um largo sorriso. 7*uito melhor.

 7 ? que est acontecendo< 7 e8clamou lad( 'aven.? filho ignorou#a. Pu8ou ;ane para seus bra%os e perguntou" 7 4oc2 gostaria de se casar< 'oje. /m nosso caminho para

Bor)shire. 7 >irou um documento do bolso e sacudiu#o na frente dela. 7>enho a licen%a.

 7 Aerr(0 7 e8clamou ;ane. 7 5ós podemos< 7 3penas se voc2 conseguir fazer uma mala em dez minutos, pois

ser quando levarei Pamela para ir ao encontro de seu verdadeiro amorantes que ele tenha percorrido todo o caminho até o distrito dos agos, otolo. Pretendo dei8ar Pamela com trong-(c)e e, então, voc2 e eurumaremos para o norte. Para casa. / ficaremos no antigo chalé de *ar( emnossa primeira noite como marido e mulher, e8atamente como voc2 queria.

4ovó Arace, saindo para o vest!bulo de seu pequeno quarto no térreoapoiada em sua bengala, disse com entusiasmo"

 7 / assim que se faz0 eve#a consigo0 7 =sso não pode ser0 7 protestou lad( 'aven, a voz alterada,

histérica. 7 /u planejei um casamento, os convites estão sendo impressos eo banqueteiro...

 7 >ola0 /stamos, enfim, discordando novamente, (dia. /u me sinto

vinte anos mais jovem por isso. eu filho est finalmente provando que éum homem com sangue nas veias, não gua. se toda a sua pompa nocasamento de 9achel e dei8e os outros em paz.

/, daquele modo, apesar das lgrimas de lad( 'aven, meia horadepois Pamela, ;ane e 'aven seguiam de carruagem pela estrada, dei8andoondres para trs.

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Capítulo ''II

+elinda mantinha uma e8pressão contrariada no rosto. 7 3inda nãocompreendi porque estamos voltando para o norte tão repentinamente.

Pensei que voc2 e a srta. Pamela estivessem apai8onados... 7 +asta0 7 ordenou trong-(c)e, enérgico. ?lhou pela janela dacarruagem para a paisagem que ia passando, não querendo que a sobrinhavisse a mgoa e a raiva em seus olhos. 3 garota j tinha o bastante com quelidar, sem mais aquilo.

+elinda manteve#se em sil2ncio apenas por um momento e, então,tornou a falar"

 7 *as a srta. 4arens prometeu me levar ao teatro numa tarde e meapresentar a algumas das pessoas que conheceu. I uma dama tãointeressante, tio, e disse que eu tenho o ar dramtico de uma grande atriz0

 7 3 srta. 4arens deveria guardar as opini&es para si mesma, poisnenhuma mo%a bem#nascida sequer pensaria sobre o palco0 7/le tornou avirar#se com determina%ão para olhar pela j anela da carruagem.

+elinda voltou a conversar com sua preceptora, a srta. in#ton, quehavia sido contratada para morar com eles em hado- *anor. =gnorou o tiomal#humorado e, se estava se perguntando secretamente se a ira delerelacionava#se à srta. Pamela, não poderia magoar ninguém com seus

 pensamentos particulares. trong-(c)e remoeu os acontecimentos dos diasanteriores. >alvez o julgassem um mau perdedor, dei8ando ondres sem

sequer ter parabenizado o Gfeliz casalG, mas a simples idéia lhe revirava oest@mago. 3 lembran%a de Pamela nos bra%os do baronete ainda eradolorosa demais. Eora daquela maneira quando Dorothea o abandonara<embrava#se da raiva e da mgoa, mas não de uma dor lancinante, de umainsuportvel ang6stia. Presumia que realmente achara que Pamela corres#

 pondera ao seu amor, que sentira aquilo em seus beijos. Eora maisreservado com Dorothea e não esperara que ela retribu!sse seus sentimentos.3 doce receptividade de Pamela fora uma espécie de despertar, uma li%ãosobre o entusiasmo de uma nova pai8ão. / saber que ela trocara beijos com

4arens e que os do outro homem aparentemente eram prefer!veis aos seus...trong-(c)e deu#se conta gradativamente dos sons de outracarruagem avan%ando velozmente atrs deles e olhou pela janela, notandoque ela emparelhara com a sua. 3 estrada estava seca e poeirenta, e umanuvem de poeira envolvia a carruagem, não lhe permitindo ver quemviajava l dentro, se havia alguém.

*as o que o imprudente cocheiro estava fazendo< 3 estrada eraestreita e, se o homem queria passar na frente, por que, então, não o fazia deuma vez por todas<

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/le p@de ouvir gritos em meio ao ru!do dos cascos dos cavalos earreios, e o cocheiro de sua carruagem diminuiu a velocidade,gradualmente, enquanto a outra carruagem tomava a dianteira. trong-(c)erecostou#se de volta em seu assento, mas, para sua surpresa, sua carruagem

 parou por completo, com a outra à frente fazendo o mesmo.>alvez o outro cocheiro tivesse notado algo errado com o ve!culodeles, ocorreu#lhe.

 7 Eiquem aqui, +elinda, srta. inton. 4ou descobrir o que h deerrado.

/le desceu da carruagem e encaminhou#se na dire%ão da outra,notando que o ocupante do outro ve!culo fazia o mesmo. /ra um garot...não, era...

/le se virou e come%ou a voltar para a própria carruagem. 7 trong, espere0/le parou, e Pamela correu em sua dire%ão, a figura esbelta em cal%as

e camisa masculinas. /la segurou#lhe o bra%o. 7 trong, voc2 tem que me ouvir. 7 eu tom era de urg2ncia, os

olhos verdes suplicantes.trong-(c)e respirou fundo e cerrou os dentes.

 7 amento não ter esperado em ondres para fazer isto, mas presumo que devo lhe oferecer minhas congratula%&es pelo seu casamento pró8imo com...

 7 5ão vou me casar com $olin0 De onde voc2 tirou essa idéia

rid!cula< 7 /u ouvi voc2s0 / vi voc2s dois se beijando no jardim, no baile

ontem à noite. 4oc2 não pode negar isso. 7 *as eu não vou me casar com ele0 Eoi e8atamente o oposto.Pamela inclinou a cabe%a de lado e acenou, olhando para além de

trong-(c)e, e ele virou#se para ver a sobrinha com a cabe%a metida pela janela da carruagem.

 7 +elinda, sente#se do lado de dentro com a srta. inton e secomporte0 7 gritou.

 7 *as eu quero dizer adeus à srta. Pam... 7 ente#se0 7 3 voz estrondosa dele reverberou pela plcida reacampestre.

/, agora, duas cabe%as estavam metidas para fora da janela dacarruagem de Pamela. /ram 'aven e a srta. ;ane Dresden.

 7 5ão gosto de ser parte de uma farsa, srta. Pamela 7 declarou,zangado, os punhos cerrados ao longo do corpo. 7 3ssim, se tiver a

 bondade de dar meia#volta e...Pamela abra%ou#o impetuosamente pelo pesco%o, quase fazendo#o

 perder o equil!brio, e beijou#o. /le afastou#a, dizendo"Clássicos Históricos 286 – Obstinado Coração – Donna Simpson $!

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 7 5ão sei que jogo é este, mas... 'aven acenou com entusiasmo egritou"

 7 /st certo, então0 I bom ver voc2s dois se entendendo.4oltaremos daqui a um m2s. e não estiverem casados até l, iremos ao seu

casamento0 iga em frente, cocheiro0 7 3 carruagem come%ou a se afastar,dei8ando uma empoeirada Pamela parada no meio da estrada, olhando paraum perple8o trong-(c)e.

 7 4oc2s todos enlouqueceram< 7 /le caminhou pela estrada,apertando o passo ao ver que a carruagem estava, de fato, partindo. 7 /i,'aven0 'aven0 7 gritou, enquanto corria atrs do ve!culo. 7 5ão podedei8ar sua irmã aqui... 7 *as j sabia que não o ouviram em meio aos sonsdos cascos dos animais e o rangido da carruagem. Parou, enfim, olhandofi8amente enquanto ela desaparecia numa curva.

 7 /u disse ao meu irmão que, se nós nos beijssemos 7 falouPamela numa voz alta o bastante para que ele ouvisse 7, ele deveria seguirem diante e partir, porque estava tudo bem. 4oc2 me levaria de volta paraondres consigo. 7 Eez uma pausa significativa. 7 ?u para qualquer outrolugar.

trong-(c)e olhou de volta para Pamela. /stava parada no meio daestrada, os bra%os cruzados, observando#o com ar desafiador.

 7 4oc2 é maluca. 7 $ome%ou a caminhar na dire%ão da própriacarruagem, tendo de passar por ela para chegar até l.

 7 >alvez, mas eu amo voc2 7 declarou Pamela, enquanto ele

 passava a seu lado.trong-(c)e parou. 4irando#se e fitando#lhe os grandes olhos

verdes, tentando ver que tipo de brincadeira cruel era aquela, indagou" 7 ? que voc2 disse< 7 /u amo voc2. 3ceita se casar comigo< 7 5ão brinque desse jeito, Pamela0 7 /le engoliu em seco. /la se

apro8imou mais e apoiou#se sobre um joelho na estrada poeirenta, pegando#lhe a grande mão.

 7 5unca brinco quando estou propondo casamento. 3ceita se casar

comigo</le afastou a mão abruptamente. 7 Do que se trata tudo isso< 7 ua voz soou assustadoramente

calma em meio ao dia ensolarado. 7 /u amo voc2. empre amei, mas... eu estava com medo. 7

Pamela levantou#se, sacudiu a poeira do joelho e deu de ombros, constrita. 7 $olin parecia a op%ão segura. /le não fazia com que eu me sentisse todaamedrontada por dentro, toda ansiosa e nervosa como voc2 faz. /u nãosabia o que pensar. /u havia pensado que estava apai8onada por $olin por

um longo tempo, mas era apenas... bem, era apenas uma espécie deClássicos Históricos 286 – Obstinado Coração – Donna Simpson $!!

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 7 Earemos isso, ao menos, da maneira apropriada 7 declarou ele.3poiou#se sobre um joelho na estrada de terra, enquanto +elinda dan%ava ecantava uma can%ão estranha atrs dos dois. 7 rta. Pamela 5eville, voc2me conceder a honra de se tornar minha esposa, sabendo que ter de lidar

com aquela criatura estranha que est fazendo toda aquela balb6rdia aliadiante<Pamela, de cal%as compridas e tudo, sentou#se recatadamente no

 joelho dele e segurou#lhe o rosto entre as mãos. 7 *ilorde, eu ficarei honrada e feliz em me tornar sua esposa. /

acho melhor voc2 acorrentar devidamente a sua criatura durante nossocasamento, a fim de que ela não amedronte os outros convidados.

trong-(c)e riu alto do gracejo e disse" 7 /ntão, agora, eu declaro que estamos oficialmente noivos. *as

voc2 não me far esperar demais, não é mesmo</la estremeceu deliciosamente em e8pectativa.

 7 5ão, eu não o farei esperar 7 disse, fitando#o com olhossonhadores, enquanto ele se inclinava para tornar a beij#laapai8onadamente.

/u cresci, pensou Pamela, observando os convidados em seu !ntimoalmo%o de casamento na sala de jantar da $asa 'aven, apenas duas semanasdepois. /la usava um vestido verde#claro, de saia ampla, com uma tiara derosas brancas nos cachos castanhos e um colar de belas pérolas, que fora

 presente de sua avó, as pérolas que Arace usara no dia de seu casamento,

sessenta e cinco anos antes. /u cresci, finalmente, e até que não é tão mauser uma dama e uma mulher. /la encontrou um olhar caloroso de seumarido, bonito e imponente de preto, e corou. /specialmente uma mulher,acrescentou para si mesma.

/la e trong-(c)e partiriam naquele mesmo dia rumo a hado-*anor, planejando passar por 'aven $ourt para uma visita ao irmão e suaesposa, que estavam confortavelmente acomodados no antigo chalé de*ar( atimer, enquanto o dos dois recém#casados estava sendo constru!do.3 pedido da própria garota, +elinda ficaria em ondres com a srta. 4arens,

com quem formara um forte elo de amizade, e $olin, que, com sur# preendente entusiasmo, abra%ara por completo a vida londrina quecostumava desprezar.

?bservando cada um dos membros de sua fam!lia e piscando um olho para vovó Arace, que parecia regia em cetim azul e diamantes, Pamelaesperou, sobretudo, que 9achel, sentada calmamente ao lado de seu noivo,lorde Barnell, pudesse encontrar ao menos uma fra%ão de sua própriafelicidade com o frio marqu2s. *as, para seu pesar, duvidava daquilo.9achel tinha suas raz&es, ponderou ela, mas Barnell ainda era seco e

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desprovido de humor. =nfelizmente, ela não conseguia gostar de seu futurocunhado.

 7 /st feliz< 7 sussurrou trong-(c)e, pegando#lhe a pequena mãoe retirando#lhe a luva.

 7 im, muito. 7 Pamela sorriu, fitando#lhe o rosto adorado. 7 Proponho um brinde 7 declarou $olin, levantando#se. orriu aolongo da grande mesa para os recém#casados. 7 3 uma vida longa, aoamor duradouro e à esperan%a para o futuro.

 7 im, sim0 7 concordou alguém. 7 / às escolhas inteligentes 7 acrescentou vovó Arace. 7 / aos

maridos bonitos e às camas quentes.Pamela jogou a cabe%a para trs e riu, contendo, então, uma

e8clama%ão de surpresa quando trong-(c)e beliscou sua co8aousadamente por sob a mesa. $omo de costume, vovó Arace ficara com a6ltima e escandalosa palavra.

?u não e8atamente com a 6ltima palavra. 7 +eije a noiva, trong-(c)e 7 incentivou#o $olin, piscando um

olho para a vi6va. 7 im, beije#a0 D2#lhe algo em que pensar0im, vovó Arace realmente sempre tinha de ficar com a 6ltima

 palavra.Pamela lan%ou um olhar severo à avó, perguntando#se se ela sempre

fora tão irreverente *as então enquanto trong-(c)e a estreitava em seus