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ANO XXIX - Nf) 151 CAPITAL FEDERAL SEÇÃO I QUINTA-FEIRA, 21 DE NOVEMBRO DE 1974 CONGRESSO NACIONAL Faço saber que o Congresso Nacional aprovou, nos termos do art. 44, inciso VIII, da Constituição, e eu, Paulo Torres, Presidente do Senado Federal, promulgo o seguinte DECRETO LEGISLATIVO N.o 81, DE 1974 Aprova as Contas do Presidente da República, relativas ao exercício de 1972. Art. São aprovadas as contas prestadas pelo Senhor Presidente da República, relativas ao exercicio financeiro de 1972, na forma dos artigos 47, item VIII, e 83, item XVIII, da Constituição do Brasil (1967), e dos artigos 44, item VIII, e 81, item XX, da Constituição da República Federativa do Brasil (redação dada pela Emenda Constitucional n\> 1, de 1969). Art. 29 Os "Diversos Responsáveis" que não apresentaram ao Tribunal de Contas da União as contas do exercício de 1972, no prazo da lei, ficam sujeitos às penalidades previstas no Art. 53, do Decreto-lei nO 199, de 1967, e Resoluções daquela Corte. Art. 3° Este Decreto Legislativo entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário. Senado Federal, em 20 de novembro de 1974. - Paulo Torres, Presidente do Senado Federal. CÂMARA DOS DEPUTADOS SUMÁRIO 1.- 139.0. SESSíiO DA 4." SESSíiO LEGISI,ATIVA DA 7.0. LE- GISLATURA, EM 20 DE NOVEMBRO DE 1974 I- Abertura da Sessão li - Leitura e assinatura da ata da sessão anterior Dl - Leitura do Expediente PROJETOS APRESENTADOS Projeto de Lei n.O 2.365, de 1974 (D<J Poder Executivo) - Mensagem n.v 598/74 - Autoriza o Poder Executivo a abrir à Justiça do Distrito Federal e dos Territórios, em favor do Juizado de Menores, o crédito especial de Cr$ 235.000,00, para o fim que especifica. Projeto de Lei n.? 2.366, de 1974 (Do Poder Executivo) - Mensagem n.O 599174 - Autoriza o Poder Executivo a abrír ao Ministério da Saúde, em favor das Delegacias Federais de Saúde, o crédito especial de Cr$ 1.800.000,00, para o fim que especifica. IV - Pequeno Expediente FREITAS NOBRE - Apreciação das contas das sociedades de economia mista por Tribunais de Contas. ARNALDO BUSATO - Situação da indústria madeireira no Paraná. JOAD LINHARES - Conclusão da BR-150, trecho Irai-Mara- vilha, Santa catarina. JOÃO ALVES - Resultado das eleições na Bahia. SIQUEIRA CAMPOS - Instalação de agências, bancárias no norte goiano. FRANCISCO AMARAL - Necrológio do Sr. Otávio Rocha. DIOGO NOMURA - Necrológio dos Deputados Sussumu Hirata e Ferreira do Amaral. HERBERT LEVY - Saneamento do setor de fertilizantes. ROBERTO GEBARA - Nota do Senador Carvalho Pinto sobre eleições. V- Grande Expediente ALBERTO COSTA - Despedida da Câmara dos Deputados. FREITAS NOBRE - Resultado das eleições em São Paulo. VI - Ordem do Dia FRANCISCO AMARAL - Apresentação de proposições. Projeto ri,? 369-A, de 1971 - Adiada a votação. Projeto n.O 1.684-A, de 1973 - Adiada a votação. Projeto n." 18-A, de 1971 - Elmcndado. Projeto n,v 874-A, de 1972 - Rejeitado. Projeto n.? 1. 844-A, de 1974 - Rejeitado. ALDO FAGUNDES (Como Líder) - "Proclamação de Porto Alegre", do IV Congresso dos Advogados do Rio Grande do Sul. VII - Designação da Ordem do Dia VIII - Encerramento 2- MESA (Relação dos membros) 3- LíDERES E VICE-LíDERE:S DE PARTIDOS (Relação dos membros) 4- COMISSÕES (Relacão dos membros das Comissões Per- manentes, Especiais, Mistas e de Inquérito)

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Page 1: CÂMARA DOS DEPUTADOS - imagem.camara.gov.brimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD21NOV1974.pdf · CONGRESSO NACIONAL Faço saber que o Congresso Nacional aprovou, nos termos do art.

ANO XXIX - Nf) 151 CAPITAL FEDERAL

SEÇÃO I

QUINTA-FEIRA, 21 DE NOVEMBRO DE 1974

CONGRESSO NACIONALFaço saber que o Congresso Nacional aprovou, nos termos do art. 44, inciso VIII, da Constituição, e eu, Paulo

Torres, Presidente do Senado Federal, promulgo o seguinte

DECRETO LEGISLATIVON.o 81, DE 1974

Aprova as Contas do Presidente da República, relativas ao exercício de 1972.

Art. 1° São aprovadas as contas prestadas pelo Senhor Presidente da República, relativas ao exerciciofinanceiro de 1972, na forma dos artigos 47, item VIII, e 83, item XVIII, da Constituição do Brasil (1967), e dosartigos 44, item VIII, e 81, item XX, da Constituição da República Federativa do Brasil (redação dada pelaEmenda Constitucional n\> 1, de 1969).

Art. 29 Os "Diversos Responsáveis" que não apresentaram ao Tribunal de Contas da União as contasdo exercício de 1972, no prazo da lei, ficam sujeitos às penalidades previstas no Art. 53, do Decreto-lei nO 199,de 1967, e Resoluções daquela Corte.

Art. 3° Este Decreto Legislativo entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições emcontrário.

Senado Federal, em 20 de novembro de 1974. - Paulo Torres, Presidente do Senado Federal.

CÂMARA DOS DEPUTADOSSUMÁRIO

1.- 139.0. SESSíiO DA 4." SESSíiO LEGISI,ATIVA DA 7.0. LE­GISLATURA, EM 20 DE NOVEMBRO DE 1974

I - Abertura da Sessão

li - Leitura e assinatura da ata da sessão anterior

Dl - Leitura do Expediente

PROJETOS APRESENTADOS

Projeto de Lei n.O 2.365, de 1974 (D<J Poder Executivo) ­Mensagem n.v 598/74 - Autoriza o Poder Executivo a abrir àJustiça do Distrito Federal e dos Territórios, em favor do Juizadode Menores, o crédito especial de Cr$ 235.000,00, para o fim queespecifica.

Projeto de Lei n.? 2.366, de 1974 (Do Poder Executivo) ­Mensagem n.O 599174 - Autoriza o Poder Executivo a abrír aoMinistério da Saúde, em favor das Delegacias Federais de Saúde,o crédito especial de Cr$ 1.800.000,00, para o fim que especifica.IV - Pequeno Expediente

FREITAS NOBRE - Apreciação das contas das sociedades deeconomia mista por Tribunais de Contas.

ARNALDO BUSATO - Situação da indústria madeireira noParaná.

JOAD LINHARES - Conclusão da BR-150, trecho Irai-Mara­vilha, Santa catarina.

JOÃO ALVES - Resultado das eleições na Bahia.

SIQUEIRA CAMPOS - Instalação de agências, bancárias nonorte goiano.

FRANCISCO AMARAL - Necrológio do Sr. Otávio Rocha.

DIOGO NOMURA - Necrológio dos Deputados Sussumu Hiratae Ferreira do Amaral.

HERBERT LEVY - Saneamento do setor de fertilizantes.

ROBERTO GEBARA - Nota do Senador Carvalho Pinto sobreeleições.

V - Grande Expediente

ALBERTO COSTA - Despedida da Câmara dos Deputados.

FREITAS NOBRE - Resultado das eleições em São Paulo.

VI - Ordem do Dia

FRANCISCO AMARAL - Apresentação de proposições.

Projeto ri,? 369-A, de 1971 - Adiada a votação.Projeto n.O 1.684-A, de 1973 - Adiada a votação.

Projeto n." 18-A, de 1971 - Elmcndado.Projeto n,v 874-A, de 1972 - Rejeitado.

Projeto n.? 1. 844-A, de 1974 - Rejeitado.

ALDO FAGUNDES (Como Líder) - "Proclamação de PortoAlegre", do IV Congresso dos Advogados do Rio Grande do Sul.

VII - Designação da Ordem do Dia

VIII - Encerramento

2 - MESA (Relação dos membros)3 - LíDERES E VICE-LíDERE:S DE PARTIDOS (Relação dos

membros)

4 - COMISSÕES (Relacão dos membros das Comissões Per­manentes, Especiais, Mistas e de Inquérito)

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8810 Quinta-feira 21 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Novembro de 1974

1:otal 235.000

Cr$ 1,00

111 - EXPEDIENTE

Art. 3.0 Esta Lei entrará em vigor nadata de sua publicação, revogadas as dis­posições em contrário.

de 1974.deBrasília, em

MENSAGEM N.o 598, DE 1974DO PODER EXECUTIVO

Excelentíssímos Senhores Membros doCongresso Nacional: ,

Nos termos do artigo 51 da Constituição,tenho a honra de submeter à elevada deli­beração de Vossas Excelências, acompanha­do de Exposição de Motivos do Senhor Mi­nistro de Estado Chefe da Secretaria dePlanejamento da Presidência da República,o anexo projeto de lei que "autoriza o Po­der Executivo a abrir à Justiça do DistritoFederal e dos Territórios em favor do Juí­zado de Menores o crédito especial deCr$ 235.000,00 para o fim que especifica."

Brasília, em 20 de novembro de 1974. ­Ernesto Geisel.

o SR. HENRIQUE DE LA ROCQUE, ser­vindo cama l.o-Secretário, procede à leitu­ra do seguinte

PROJETO DE LEIN.o 2.365, de 1974

<Do Poder Executivo)MENSAGEM N.o 598174

Autoriza o Poder Executivo a abrir à.Justiça do Distrito Federal e dos Ter­ritórios, em favor do .Juizado de Meno­res, o crédito especial de Cr$ 235.000,00,para o fim que especifiea.

(A Comissão de Fiscalização Finan­ceira e Tomada de Contas.)

O Congresso Nacional decreta:

Art. 1,° Fica o Poder Executivo autoriza­do a abrir à Justíça do Distrito Federal edos Territórios, em favor do Juizado de Me­nores, o crédito especial de Cr$ 235.000,00(duzentos e trinta e cinco mil cruzeiros), pa­ra atender despesas com obras no Centrode Observação de Menores.

Art. 2.° Os recursos necessários à exe­cução desta Lei decorrerão de anulação par­cial de dotações orçamentárias consignadasno vigente Orçamento ao subanexo 1000, asaber:

1000 - JUSTIÇA DO DIS­TRITO FEDERAL EDOS TERRITóRIOS

1003 - Juizado de MenoresAtividade -'1003.0304.2004

3.1.2.0 - Material de Consumo 15.000

3.1.3.2 - Outros Serviços deTerceiros 220.000

EXPOSIÇÃO DE MOTIVOS N.o 316-B, DE18 DE NOVEMBRO DE 1974, DO SENHORMINIS1:RO DE ESTADO CHEFE DA SE­CRETARIA DE PLANEJAMENTO DAPRESIDtl;NCIA DA REPúBLICA.

Excelentiasimo Senhor Presidente da Re-pública:

O Ex. m O Sr. Presidente do Tribunal deJustiça do Distrito Federal, pelo OfícioGP/N.o 3025/74, de 29 de outubro de 197~,

solicita a abertura de crédito especial, nomontante de Cr$ 235.000,00 (duzentos etrinta e cinco mil cruzeiros) em fa.vor do

Sílvio Botelho - ARENA.

O SR. PRESIDENTE (;José Carlos Fonse­cal - A lista de presença acusa o compa­recimento de 115 Senhores Deputados.

Está aberta a sessão.

Sob a proteção de Deus iniciamos nossostrabalhos.

Roraima

o Sr. Secretário procederá à leitura daata da sessão anterior.

Agostinho Rodrigues - ARENA; AlbertoCosta - ARENA; Antônio Annibelli ­MDB; Antônio Ueno - ARENA; Arnaldo I

Busato - ARENA; ítalo Conti - ARENA;Mário Stamm - ARENA; Olívír Gabardo- MDB; Roberto Galvani - ARENA.

Santa Catarina

Adhemar Ghisi - ARENA; Albino Zeni- ARENA; Francisco Libardoni - MDB;João Linhares - ARENA; Laerte Víeira ­MDB; ,Wilmar Dallanhol - ARENA.

Rio Grande do Sul

Paraná

Edyl Ferraz - ARENA; Ubaldo Barem- ARENA.

l\'linas Gerais

Aureliano Chaves - ARENA; Carlos Cot·ta - MDB; Fernando Fagundes Netto ­ARENA; Francelino Pereira - ARENA;Gilberto Almeida - ARENA; HomeroSantos - ARENA; Hugo Aguiar - ARE·NA; João Guido - ARENA; Jorge Vargas- ARENA; Manoel de Almeida - ARENA;Manoel Taveira - ARENA; Ozanan Coêlho- ARENA; Padre Nobre - MDB; PaulinoCícero - ARENA; Sinval BoaventuraARENA; Tancredo Neves - MDB.

São Paulo

Adhemar de Barros Filho - ARENA; AI­teu Gasparini - ARENA; Arthur Fonsêca- ARENA; Carvalho Sobrinho - ARENA;Diogo Nomura - ARENA; Francisco Ama­ral - MDB; Freitas Nobre - MDB; Her»bert Levy - ARENA; Ildélío Martins ­ARENA; João Arruda - MDB; Orensy Ro­drigues - ARENA; Pereira Lopes - ARE­NA; Roberto Gebara - ARENA; RuYdal­meída Barbosa - ARENA; Sailes Filho ­ARENA; Ulysses Guimarães - MDB.

Goiás

Anapolino de Faria - MDB; BrasflíoCaiado - ARENA; Fernando Cunha ­MDB; Henrique Fanstone - ARENA; JoséFreire - MDB; Siqueira Campos - ARE­NA.

Mato Grosso

Alberto Hoffmann - ARENA; Aldo Fa­gundes - MDB; Arlindo Kunzler - ARE­NA; Clóvis Stenzel - ARENA; Daniel Fa­raco - ARENA; Lauro Rodrigues - MDB;Mário Mondino - ARENA; Milton CasseI- ARENA (ME); Vasco Amaro - ARENA.

11 - O SR. JOSÉ DA SILVA BARROS,servindo como 2.o-Secretário, procede à lei­tura da ata da sessão antecedente, a qualé, sem observações, assinada.

O SR. PRESIDENTE (José Carlos Fonse­cal - Passa-se à leitura do expediente.

Pernambuco

Airon Rios - ARENA; Josias LeiteARENA; Thales Ramalho - MDB.

Sergipe

Francisco Rollemberg - ARENA; LuizGarcia - ARENA; Raimundo Diniz ­ARENA.

Paraíba

Cláudio Leite - ARENA.

Alagoas

Geraldo Bulhões - ARENA.

Bahia

Piauí

Heitor Cavalcanti - ARENA.

Maranhão

América de Souza - ARENA; Eurico Ri­beiro - ARENA; Henrique de La Rocque_ ARENA; Pires Sabóia - ARENA.

Pará

Edison Bonna - ARENA.

Acre

Nasser Almeida - ARENA; Ruy Líno ­MDB.

I - ÀS 13,30 horas comparecem os Se­nhores:

Flávio Marcílio

José Carlos Fonseca

,Hannequím Dantas - ARENA; Ivo Bra­

ga - ARENA; João Alves - ARENA; JoãoBorges - MDB; Luiz Braga - ARENA;Manoel Novaes - ARENA; Prisco Viana ­ARENA; Ruy Bacelar - ARENA; Touri­nho Dantas - ARENA; Vasco Neto - ARE­NA.

PRESIDÊNCIA DOS SRS.:FLAVIO MARCíLlO, PRESIDENTE; E

JOS~ CARLOS FONSECA, 3.0·SECRETÁRIO

Ceará

Alvaro Lins - MDB; Furtado Leite ­ARENA; Leão Sampaio - ARENA; Marce­lo Llnhares - ARENA; Ossían AraripeARENA; Parsifal Barroso - ARENA.

Rio Grande do Norte

Antônio Florêncio - ARENA; Djalma'Marinho - ARENA; Pedro Lucena - MDB.

Espírito Santo

Parente Frota - ARENA.

ATA DA 139.0 SESSÃOEM 20 DE NOVEMBRO DE 1974

Rio de .Janeiro

Ario Theodoro - MDB; Brigido Tinocoo- MDB; Hamilton Xavier - MDB; Joséda Silva Barros - ARENA; José Haddad- ARENA; Luiz Braz - ARENA; MárcioPaes - ARENA; Walter Silva - MDB.

Guanabara

Célio Borja - ARENA; Flexa Ribeiro ­ARENA; Jair Martins - MDB; Léo Simões-MDB.

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Quinta-feira U 8811DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)J.Ilovembl'o de 19':'4

;;;;;;;;;:;;;;;;;;;;====================================-dêncías obrigando as sociedades de econo­mia mista a submeterem suas contas aoexame dos tribunais especializados. Apre­sentei projeto de lei nesse sentido, mas comlenta tramitação e duvidoso sucesso.

Insistem essas companhias e os Governosque as acobertam em rurtar-se ao examede suas contas.

O exame formal de seus orçamentos pe­los conselhos fiscais não dá a tranqüilidadenecessária quanto ao bom emprego dos re­cursos que elas manipulam.

Em geral, os conselhos fiscais são órgãosde comum confiança dessas sociedades deeconomia mista e dos governos que as diri­gem através de seus elementos de confian­ça.

A fiscalização externa, ou seja, a fiscali­zação pelos Tribunais de Contas, deve serimperativo irrenunciável de quantos assu­mem as altas responsabilidades de suas di­reções.

.Essa1l sociedades chamadas de "economiamista", mas de toda evidência de controleestatal, precisam submeter sua receita esua despesa e a aplicação de seus recursosà fiscalização dos órgãos especializados naUnião, nos Estados e nos Municipios.

Sob o manto de "sociedade anônima" taiscompanhias contratam até o absurdo, e co­mo devem obediência formal apenas aosseus conselhos fiscais e às assembléias deacionistas, o dinheiro público ali aplicado,utilizado, movimentado, escapa ao exameindispensável quanto a exata e boa aplica­ção.

Em casos, por exemplo, como da SABESPe da FEPASA, em São Paulo, o capital doEstado alcança 99% e, em conseqüência, osconsélhos fiscais e das assembléias de acio­nistas são controlados exclusivamente peloEstado.

Os conselheiros não se arriscam a discor­dar dos atos das diretorias de tais empre­sas mistas, pois eles também são indicadospela autoridade que controla essas "socie­dades anônimas".

E o absurdo é tão gritante que o GovernoFederal não pode ficar alheio a ele, se de­seí a realmente a moraüzacão do servíeopúblico. --

Para se ter uma rápida idéia do que sig­nificam essas empresas mistas no Estadode São Paulo, bastaria destacar que re­presentam cinco vezes o orçamento do pró­prio Estado.

COmo exigir-se rigor na fiscalização dascontas do Governo Estadual e ignorar-se oque ocorre nas empresas mistas, se estasrepresentam cinco vezes o orçamento doEstadO?

O povo precisa saber onde é empregadoo dinheiro que recolhe através de impostos.taxas e emolumentos e como é empregado;

A ridícula condição de fiscalizar um quin­to do que manipula o Estado só coloca emdificil posição o próprio governo.

Os altos salários fixados para certos di­retores, por volta de 30 e 40 mil cruzeiros,contrastam com os baixos vencimentos dosservidores e os reduzidos salários dos quetrabalham a base da CLT.

Os carros oficiais, com motorista e gaso­lina do Estado, correm a cidade e as estra­das com chapa amarela; sem qualquerconstrangimento vão tanto às feiras comoaos Institutos de Beleza ou aos passeios do­mingueiros, o que, aliás, já não é novidade,pois as mais modestas estruturas do servi­ço público, inclusive as edilidades, camu­flaram os veículos oficiais com as chapasparticulares para o uso indevido.

Cr$ 1,00

Criji 1,00

300.0001.500.000

1.800.000

de março de 1964, obedecidas, assim, asprescrições do artigo 61, § 1.°, letra e, daConstituição.

3. Em face do exposto, tenbo a honrade submeter à elevada consideração de Vos­sa Excelência o anexo projeto de Lei.

Aproveito a oportunidade para renovar aVossa Excelência os protestos do meu maisprofundo respeito. - João Paulo dos ReisVelloso, Ministro.

imóvel ocupado pela Delegacia Federal deSaúde da 12." Região.

2. Após examinar o assunto, os órgãostécnicos desta Secretaria e do MinistériOda Fazenda manifestaram-se favoravel­mente à concessão do crédito solicitado,cumprindo acentuar que as despesas re­sultantes serão atendidas sob a forma decompensação, conforme prevê o artigo 43,§ 1.0, item lII, da Lei n.O 4.320, de 17 demarço de 1964, obedecidas, assim, as pres­crições do artigo 61, § 1.°, letra c, da Cons­tituição.

3. Em face do exposto, tenho a honrade submeter à elevada consideração deVossa Excelência o anexo Projeto de Lei.

Aproveito a oportunidade para renovara Vossa Excelência os protestos do meumais profundo respeito. - João Paulo dosReis VeHoso, Ministro.

IV - O SR. PRESIDENTE (José CarlosFonseca) - Está finda a leitura do expe­diente.

Passa-se ao Pequeno Expediente.Tem a palavra o Sr. Freitas Nobre.O SR. FREITAS NOBRE - (Pronuncia o

seguinte díscurse.) Sr. Presidente, srs,Deputados, renovo o apelo ao PresidenteGeisel no sentido de que determine provi-

TOTAL .

25.00 - MINISTÉRIO DA SAÚDE25.11 - Delegacias Federais de Saúde

2511.1501.2301 - Coordenação dos serviços de Saúde Pública nosEstados

4.1.2. O - Serviços em Regime de Programação Especial4.2.1.0 - Aquisição de Imóveis .

Art. 20.0 Os recursos necessários à execução desta Lei decorrerão de anu­lação parcial de dotações orçamentárias consignadas no vigente Orçamento aosubanexo 25.00, a saber:

Juizado de Menores e destinado a atenderdespesas com obras no Centro de Observa-ção de Menores. .

2. Após examinar o assunto, os órgãostécnicos desta Secretaria de Planejamentoe do Ministério da Fazenda manifestaram-sefavoravelmente à concessão do crédito so­licitado. cumprindo acentuar que as despe­sas resultantes serão atendidas sob a formade compensação, conforme prevê o artigo43, § 1.0, item lII, da Lei .n.o 4.320, de 17

MENSAGEM N.o 599, DE 1974DO PODER EXECUTIVO

25.00 -- MINIS~RIO DA SAÚDE25.08 -- Secretaria de Sàúde 'Pública

Atividade - 2508.1501.22923.1.3.1 - Remuneração de Serviços Pessoais 100.000

Atividade - 2508.1507.23213.1.2.0 -- Material de COnsumo ..••.••....••••.••••.••••.••• 1.700.000

TOT AL ...•.....•..•.•••••.•...•.•...•.........• 1.800.000Art. 3.° Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as

disposições em contrário.Brasília, em .. , de de 1974.

PROJETO DE LEIN.o 2.366, de 1974

(Do Poder ExecutiVO)MENSAGEM N.o 599174

Autoriza o Poder Executivo a abrir ao Ministério da Saúde, em favordas Delegacias Federais de Saúde, o crédito espeeíal de Cr$ 1. SOO. 000,00.

(A Comissão de Fiscalização Financeira e Tomada de Contas.)O Congresso Nacional decreta:Art. 1.0 Fica o Poder Executivo autorizado a abrir ao Ministério da Saúde,

em favor das Delegacias Federais de Saúde, o crédito especial de Cr$ 1. 800.000,00(um milhão e oitocentos mil cruzeiros), para atender despesas conforme a se­guinte discriminação:

Excelentíssimos Senhores Membros doCongresso Nacional:

Nos termos do artigo 51 da Constituição,tenho a honra de submeter à elevada de­liberação de Vossas Excelências, acompa­nhado de Exposição de Motivos do senhorMinistro de Estado Chefe da Secretaria dePlanejamento da Presidência da República,G -anexo projeto de lei que "autoriza o po­der Executivo a abrir ao Ministério dasaúde, em favor das Delegacias Federais, deSaúde, o crédito especial de .Cr$ 1. 800.000,00, para o fim que especi­fica."

Brasília, em 20 de novembro de 1974. -­E~nesto Geisel.EXPosrÇAO DE MOTIVOS N.o 320-B, DE

18 DE NOVEMBRO DE 1974, DO SENHORMINISTRO DE ESTADO CHEFE DASECRETARIA DE PLANEJAMENTO DAJ;'RESID:mNCIA DA REPÚBLICA.

Excelentíssimo Senhor Presidente da Re-p(lblica:

O Ministério da Saúde solicita a aberturade erédítc especial, no montante de .Cr$ 1.800.000,00 (um milhão e oitocentosmil cruzeíros), destinado á. aquisifôãQ do

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3812 Quinta-feira ~1

Quem cala, consente, e não queremos ad­mitir a hipótese de que o Governo Federalconheça realmente na sua extensão taisfatos e não procure, através de providêncialegal própria, exterminar esses abusos ousujeitar essas empresas ao mínimo de mo­ralidade, que é a prestação regular de suascontas aos tribunais especializados.

Era o que tinha a dizer.

O SR. ARNALDO BUSATO - (Sem revi­são do orador.) Sr. Presidente, Srs. Depu­tados, em nossas andanças políticas peloParaná, pudemos colher algumas impres­sões, inclusive quanto ao desenvolvimentoeconômico do Estado. Represento uma re­gião que embasou sua economia, durantemuito tempo, na indústria extrativa damadeira. Essa indústria está atravessandocrise extremamente séria. Daí o motivo deminha preocupação e manifestação nestaCasa de leis. Procuro através de minha pa­lavra, não só alertar, mas também dirigirapelo bastante patético ao Governo no sen­tido de que, por intermédio dos órgão fi­naneíadores, sejam feitos estudos e se me­dite sobre a situação aflitiva que enfrenta aindústria extrativa madeireira.

É desalentador vermos a madeira esto­cada nos pátios, sem possibilidade algumade comercialização, interna ou externa. Osindustriais madeireiros não culpam o Go­verno. Na realidade, entendem que têm re­cebido, até certo ponto, o estímulo e o am­paro governamental. Entretanto, não sedeve esquecer o problema social que estásendo criado com o afastamento de ínúme-

- ros operários, que apenas estão preparadospara atuar nesse setor. Várias famílias es­tão sendo despejadas de suas residênciasem virtude dessa crise. Estamos preocupa­dos com seus reflexos na economia para­naense e com o fim de uma tradição de nos­so Estado. A indústria madeireira foiresponsável por um dos ciclos econômicosmais importantes, por uma das fases áureasno desenvolvimento do Paraná.

O Governo vai realizar uma série de obrasimportantissimas, como Itaipu, Foz do Rioda Areia e Usina Salto Santiago. Sugerimospois, a aquisição dessa madeira tão neces­sária à implantação de tais obras, a fimde que, através do Banco Nacional de Ha­bitação, se faça a implantação dos núcleoshabitacionais com casas de madeira pré­fabricadas, utilizando-se, portanto, a poten­cialidade das indústrias que se encontramà beira da ralêncía, em situação aflitiva.Esse o apelo que fazemos em nome destaclasse, do operaríado, das famílias que alilabutam. O interessante - e o que é maisnobre da parte dos industriais deste setor- é que eles jamais culpam o Governo,porque compreendem que estamos atraves­sando, no Brasil, uma crise cujas raizes sãointernacionais. Isto é profundamente no­bre da parte desses brasileiros, patriotasque, compreendendo o drama, a gravidadeda situação, estão à busca de uma soluçãopara os seus problemas, sem culpar os quenada fizeram para criá-los.

Fica, portanto, o apelo de um represen­tante do povo aos órgãos financiadores, aoGoverno da República, para que com ca­rinho, com apreço, estudem uma solução emeditem, reflitam sobre a gravidade da si­tuação que está sendo criada, gerando umproblema social com reflexos profundos naeconomia do Estado e, por via de conse­qüência, na economia da Nação brasileira.

Era o que tinha a dizer. (Palmas.)

O SR. JOãO LINHARES - (Pronuncia oseguinte discurso.) Sr. Presidente, srs,Deputados, durante o corrente ano ocupa­mos por diversas vezes a tribuna desta Casae outras tantas estivemos em audiência como Ministro dos Transportes, com o Diretor-

DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

Geral do DNER e o próprio Secretário-Ge­ral do Ministério dos Transportes para re­clamar sobre algumas rodovias federais deinteresse de meu Estado e especialmente dooeste catarínense.

Entre essas estradas constava a BR-158,mais conhecida como Rodovia Kennedy, notrecho Iraí (RS)-Maravilha-Cunha Porá(SC) até o entroncamento com a BR-282,inexplicavelmente paralisada, mesmo cons­tando entre as obras prioritárias do Gover­no Federal e com recursos financeiros pre­vistos em financiamento externo.

E recebíamos, às dezenas, cartas e tele­gramas de Prefeitos, de Vereadores, de lide­ranças políticas, de clubes de serviços, deassociações e órgãos de classe, da Associa­ção dos Municípios do Oeste Catarinenseapoiando nosso trabalho e reclamando con­tra o esquecimento a que estava relegadatão importante obra não só para Santa Ca­tarina, como para o Rio Grande do Sul.

A 19 de agosto pronunciamos veementediscurso nesta Casa, em que fazíamos umhistórico da situação do referido trecho daBR-15B, bem como dos contatos que havia­mos mantido e das providências tomadasdesde a entrevista especial com o GeneralErnesto Geisel, quando ainda candidato àPresidência da República, até as audiênciasde 3 de abril e 7 de agosto, quando já Chefeda Nação.

Naquela oportunidade, e depois de refe­rirmos um recente memorial que a mencio­nada e importante Associação - a AMOSC- e o Prefeito de Águas de Chapecõ nosencaminharam, concluimos nosso pronun­ciamento com estas palavras, que calaramfundo no espírito e na sensibilidade do Go­verno. Leio-as:

"E assim, Sr. Presidente, mais uma vez,queremos consignar nosso apelo, nossopedido, junto com aqueles vinte e cincoprefeitos e mais cerca de 300.000 habí­tantes interessados diretamente nessaestrada, para que o Governo Federal, oMinistro Dirceu Nogueira, o Gen. NiltonBraga e o Cel. Stanley Batista, esteDiretor-Geral do DNER, determinemprovidências decídídas, urgentes, para.o reinício das obras que, segundo a pa­lavra de um Presidente da Nação, ti­nham financiamento até de órgãos in­ternacionais e, pois, prazos, condições eobrigações a serem respeitados. Vamos,pela última vez, esperar a solução, eque seja urgente e imediata."

Este discurso foi por nós entregue pessoal­mente no Ministério dos Transportes a 20de agosto.

E eis que, agora, recebemos -a. resposta aestes apelos todos que vínhamos, junto comos oestinos, endereçando às autoridades doMinistério dos Transportes e ao próprio Pre­sidente da República.

Quero ler aqui a resposta que, certamente,encherá de alegria as populações não só demeu Estado e de minha região, mas tambémdo Rio Grande do Sul, grandemente interes­sado no asfaltamento daquela estrada.

l!: o seguinte o texto da mensagem tele-gráfica:

"Ex.fiO Sr. Deputado João LinharesCâmara dos DeputadosBrasília - DF.DNER - n.o 14.394 - 12-11-74 - 12horas - Propósito carta eminenteDeputado de 20 de agosto de 1974, comreferência prosseguimento obras rodo­via BR-158, temos satisfação informar ,Vossência que trecho Iraí-Maravilha(entroncamento BR-282) deverá estar

Novembro de 1974

concluído primeiro semestre 1975 ptAtenciosamente, Stanley Fontes Batis­ta, Diretor-Geral DNER."

A par de transmitir ao Cel. Stanley Ba­tista nosso contentamento e agradecimento,o que fizemos não só em nosso nome, masde todo o' oeste catarinense, queremos tor­ná-lo público e registrá-lo nos Anais destaCasa, pois essa estrada é, sem dúvida algu­ma, uma das antigas reivindicações da mt­cro-região de Palmitos, uma das maís ricase importantes de meu Estado, e também deigual significação para os gaúchos.

Era o que tinha a dizer.Durante o discurso do Sr. João Li­

nnares, o Sr. José Carlos Fonseca, 39­Secretário, deixa a cadeira da presi­dência, que é ocupada pelo Sr. FlávioMarcíZio, Presidente.

O SR. JOãO ALVES - (Sem revisão doorador.) Sr. Presidente, a Bahia acaba dedar a maior demonstração de vitalidade,com o resultado das eleições de 15 de no­vembro, apoiando o atuel e o futuro Go­vernador, e o Prefeito da Capital, todos no­táveis no cumprimento do dever.

Trabalhando sem descanso em benefíciodo Estado e do povo, Antônio Carlos Maga­lhães granjeou a estima dos eleitores baia­nos' o Prof. Roberto Santos soube eondusír­se de modo a atrair de logo a admiração deseus coestaduanos, e o Prefeito CléristonAndrade, por ser o menos conhecido nacio­nalmente, merece uma referência especial,em face da esmagadora maioria da ARENA,na Capital. Homem trabalhador, díriârnlco,equilibrado, honrado, sincero e humanítá­rio, sem vaidades, sem ambições, sem res­sentimentos, isento de ódios ou rancores,preocupado unicamente com o progresso doMunicipio e com o bem comum, ClérístoriAndrade tornou-se uma figura exponen­cial da vida baiana, merecedora da nossaprofunda admiração e respeito.

Sr. presidente, foi graças a tudo isso, quea Bahia pôde sair vitoriosa dessa maratona,com o povo reconhecendo nas urnas de 15de novembro os méritos de seus admínístra-:dores.

A ARENA da Bahia fará o Senador, 80%para a Câmara Federal, BO% para a Assem­bléia Legislativa, e até mesmo o DeputadoFederal mais votado da Oposição era con­siderado, pelo seu próprio partido, adesístaao Governo Antônio Carlos.

São exemplos como este, Sr. Presidente,que devem ser seguidos, e não culpar-se oGoverno Federal ou mesmo a ARENA peloínsucesso eleitoral do partido em diversasUnidades da Federação.

Era o que tinha a dizer. (Muito hem.)O SR. SIQUEIRA CAMPOS - (Sem re­

visão do orador.) Sr. Presidente e SroS.Deputados, voltando a esta Casa, encerradaa campanha eleitoral, reenceto a luta pelafortalecimento da economia do norte deGoiás, região que precisa de um maiorapoio do Governo Federal, príneípalmenteno setor creditício, uma vez que a produçãoagrícola, como também a pecuária, estão ~crescer muito e a necessitar de atenção es­pecial.

Sr. Presidente, quero ainda formular ape­lo ao Governo para a instalação de agênciasbancárias em todas as grandes cidades donorte de Goiás, no momento completa­mente à margem dos favores do crédito pornão contarem com agências dos estabeleci­mentos oficiais..

Era o que tinha a dizer.O SR. FRANCISCO AMARAL (Pro':'

nuncia o seguinte díseurso.) Sr. presidente?

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NovembrJ de-1974 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL <Seção I) Quinta-feira 21 881S

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Srs. Deputados, ergue-se nossa voz, nesteinstante, para, entrístectda, comunícar ofaleclmento, em Campinas, Sâo Paulo, donotável brasileiro, poeta e jornalista Otá­vio lwcha.

Natural de Mogi-Mirim, o ilustre eoesta­duano era dileto filho do Sr. Júlio Alvaren­ga Rocha e sua esposa, D. Oscarlina Rocha.De seu primeiro caasmento, com D. MariaQ~ndida Novaes Rocha, deixa-noa dois fru­tos de seu amor: seus filhos Ari Novaes Ro­cha, radialista em Uberlândia, e D. ZulmaNovaes Rocha Vilagelim. De suas segundasnúpcias, com D. Mirtes Esteves Rocha, dei­xa-nos maís seis descendentes que encan­taram Sua vida de esposo virtuoso e paiestremecido: D. Maria Dulce Rocha Kur­zempla, Antônio Geraldo Rocha, FranciscoOtávio, Márcio, Sulamita e Sandra Rocha.

iHomem de nosso tempo, Otávio Rochateve participação intensa na política re­gional, inclusive, como prefeito de Pedreira,onde soube amealhar a amizade franca eleal .do povo daquela cidade paulista, tor­nando-se um dos mais autênticos lídereslocais, quer pela sua competência, quer peloseu tírocínío, quer por seu marcante espí­rito humanístíeo.

Funcionário da Caixa Econômica Esta­dual, foi com distinção pelos serviços pres­tados àquela instituição que se aposentou,deixando entre seus colegas, do mais altoao mais humilde dos servidores daquelacasa de crédito, o testemunho da lisura comque se houve em suas funções. ,

'Jornalista, Otávio Rocha foi aquela penaviril e destemida, sempre a serviço da ver­dade e dos interesses do povo, do povo queestava em suas veias e em seu pensamentoconstante. Presença altaneira, pontificavana imprensa com brilhantismo ínvulgar,deixando-nos a todos seus contemporâneose amigos, na contemplação entusiástica deseus pronunciamentos e do encaminhamen­to lúcido com que burilava suas idéias eseus ideais. Primeiro Redator-Secretário doDiário do Povo de Campinas, em 1912, tra­balhou, posteriormente, no Correio Populardaquela cidade, com a.desenvottura que lheera peculiar, distinguindo-se, durante maisde 50 anos de jornada construtiva, comoexemplo a ser seguido pelos jornalistas dopresente e do futuro. Seu espirito indomá­vel e operante não admitiu a perda de mo­cidade e o peso dos anos: desafiando o tem­po e a resistência de seu próprio corpo, f'a­zía-o presente, com seu verbo fluente e sa­dio, nas páginas do Correio Popular, emsuas edições dos últimos dias.

Poeta, otávio Rocha embalou, com suamusa, todo o Brasil, através das revistasO Malho, Fon-Fon e A Cigana, do Rio deJaneiro, e de outras publicações campínei­raso Nascido poeta, ele o foi por toda a suavida. num canto direto, afinado com uma~!'liisibilidade que, tangenciando o infinito,fazia o próprio cosmos debruçar-se a seuspés, chorando em suas lágrimas, cantandoem suas alegrias, oferecendo-lhe seus as­tros luminosos como penhor de gratidãopelo original encanto com que saudava ahumanidade e a natureza. Parece-nos, ain­da, vê-lo a tecer, em filigranas doíradas,versos que, debrucados na madrugada davida, nos fazia mais sensíveis para as coi­sas que lhe iam na alma, em vôos de pássa­ro encantado aos primeiros sóis de umaexistência fecunda e venturosa, brotada donobre seio da gente paulista.

Falecido é o poeta do povo e das estrelas,(I semeador de versos que, serenamente, re~

eebeu a morte como continuidade de suaexistência, .alçando sua cândida alma parao Senhor dos Mundos, após cumprida suamissão de amor e paz na Terra.

ll; com pesar que registramos o falecimen­to do brasileiro Otávio Rocha, jornalista epoeta qu~ muito honrou as letras pátriasna elevaeão da cultura dos brasileiros.

Era o que tinha a dizer.O SR. DrOGO NOMURA - (Pronuncia

o seguinte dtseurso.) Sr. Presidente, 81'S.peputados, comovido e tristonho, subo aesta tribuna para prantear a memória dedois amigos, de dois Deputados, de dois

> correligionários, um e outro colhidos pelafatalidade, que jamais escolhe hora ou lugarpara suas vitimas e que, rudemente, nosprivou da companhia de dois homens cujaconvivência nos aprazía e nos honrava.

Aqui, um veterano da vida pública, largae longamente vivendo e trabalhando peloseu povo; ~}i, um j~)Vem, de outra geração,mas que ja se aflrmara como um valoraltamente representativo de sua idade.Ambos, curiosamente. mortos em circuns­tâncias muito parecidas; um e outro emplena vigília e em plena campanha cívica;os dois dando tudo de si em favor da nossagrande Pátria comum.

Bussumu Hirata - meu companheiro delegenda e de Estado, velho lídador da causapública. Advogado brilhante, com cursosespeclalízados nas Universidades de São.Paulo e de Tóquio, ganhou a confianca do.povo, que o manteve por sucessivas Legis­laturas, ora na Assembléia paulista oranesta Casa. Estudioso profundo dos proble­mas econômicos, Sussumu Hirata firmouseu renome de especialista nas Comissõesde Economia, em nosso Estado e na Câmarados Deputados. Seus votos e seus parecereseram o trabalho do patriota e do estudioso,do enamorado do progresso e do vigilantesoldado do bem-comum. .

E que figura humana - Sr. Presidente,Srs. Deputados - a de SUSsumu Hírata,Cordial, sereno, meigo, bom, simples e com­preensivo. Esta Casa perdeu uma grandefigura; São Paulo se viu órfão de um gran­de servidor: o Pais tem menos um grandeservidor. Eu perdi um amigo exemplar!

Ferreira do Amaral era a mocidade ro­busta e inteligente, vivida e atuante, emplena ascenção, pois se afirmara já entre osseus Pares. Senhor de um currículum uni­versitário dos mais invejáveis, no País eno exterior, especificamente no campo doDireito Constitucional e político; dominan­do com perfeição a língua inglesa, que ma­nuseava com a mesma tranqüilidade ecompetência que o seu idioma nativo, Fer­reira do Amaral era bem o jovem do mo­derno Paraná, que o elevou desde logo aocenário federal, onde ele desempenhou, combrilho e com ilustração ínvulgares, o seuprimeiro e único mandato.

Dava gosto vê-lo, no ímpeto de sua moci­dade, brilhando e fazendo brilhar os com­panheiros no seio da Comissão de Justiça,onde o seu dinamismo era uma fonte detrabalho e de simpatia, de capacidade e deluta pelos mais altos ideais democráticos.

Não quis o Destino, insondável como sem­pre, que Sussumu Hirata e Ferreira doAmaral, bem símbolos de suas gerações,chegassem sequer ao dia em que o povohaveria certamente de reconduzt-los aoexercicio do mandato que tanto enobrece­ramo

Trago-lhes o meu adeus de amigo e decompanheiro, pedindo a Deus que os recebaem seu seio, dando-lhes a paz que tantofizeram por merecer.

Era o que tinha a dizer.

O SR. HERBERT LEVY - (Pronuncia oseguinte díseurso.) Sr. Presidente, Srs,Deputados, não posso deixar de voltar aoassunto da elevada percentagem de amos­tras analisadas, neste ano, pelo Instituto

Agronômico de Campinas, de fertilizantesvendidos aos lavradores. Nada menos de73% das amostras, segundo depoimento doChefe do Departamento de Fiscalizacão deFertilizantes daquele órgão, não correspon­dia às especificações e 25% das análisesrevelaram tratar-se de adubos fraudados,isto é, com mais de 30% de deficiências doscomponentes anunciados. Também eviden­ciou-se o exagero do lucro de praticamentetodas as empresas místuradoras de adubos.Citei exemplos de empresas que ganharam160% sobre o capital em um ano. A grandemaioria ganhou mais de 100% sobre o ca­pital.

Embora o nobre Deputado Sérgio Cardosode Almeida não só negasse, naquela Oomis­são, maior significação às análises, consí­derando que os adubos vendidos são geral­mente ótimos e embora o mesmo Deputadojulgasse justos os imensos lucros apuradospelas empresas vendedoras de adubos, estoucerto de que esta Casa pensa de formadiferente, como eu mesmo, e de que se tornaimperativo promover-se o saneamento dessesetor, com a eliminação das empresas mí­dõneas, reincidentes na venda de aduboscujas análises oficiais revelem terem sidofraudadas.

Após as eleições de 15 de novembro pró­ximo devemos voltar seriamente ao assun­to, para promover o saneamento desse setorno qual o Governo do ilustre PresidenteErnesto Geisel, por certo, se empenhará,como se empenha em sanear o setor finan­ceiro, com a eliminação das organizaçõesinidôneas. E o setor de fertilizantes, pelaimportância que tem para todos os lavra­dores, não é menos importante que o setorfinanceiro.

Era o que tinha a dizer.O SR. ROBERTO GEBARA - (Pronuncia

o seguinte díscurso.) 81'. Presidente, srs,Deputados, passo a ler, para que sej a ms­críta nos Anais da Câmara dos Deputados,a nota que o eminente e digno SenadorCarvalho Pinto' distribuiu ontem, em SâoPaulo, à imprensa brasileíra:

"Missão cumprida é o que tenho a dizerneste instante. Atendendo à convocaçãopartidária fundada na honrosa confian­ça do Exmo, 81'_ Presidente da ~epúbli­

ca, General Ernesto Geisei e das nossasmais expressivas lideranças. assim comona desvanecedora solidariedade dasbases populares, aceitei a candidaturaao Senado no exclusivo propósito deservir, mais uma vez. aos superiores in­teresses do Estado e da Nação.Nesse propósito e com a colaboração deleais e dedicados companheiros, dentreos quais sobressai o eminente Governa­dor Paulo Egídio Martins, pude desen­volver uma campanha rígorosamentedentro da linha ética e política quesempre me orientou, fiel a ideais e prin­cipias de que não abdico, voltado, comseriedade, para os problemas do nossopovo, avesso a qualquer modalidade de­magógica e atento ao sentido educativode que as campanhas partidárias nãopodem prescindir. Dentro dessa orien­tação, e plenamente consciente dasadversidades a serem enfrentadas,assim como da significação destas eieí­ções para o bom andamento do processorevolucionário. tudo fiz ao meu alcancepara o êxito da causa partidária, po­dendo, assim, chegar ao término destacampanha - como ocorreu em todas asdemais etapas de minha vida pública ­com a mesma tranqüila consciência dodever cumprido."Partidário que sou do voto direto e po­pular, de forma alguma o condeno noinstante em que por força de circuns­tâncias adiante referidas, confere sig­nificativa vitória. ao meu concorrente,

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mARIO DO CONClRESSO NACIONAL (Seção I) . Novembro de 1974

Sr. Orestes Quércia, a quem expresso osmeus votos de pleno êxito no desempe­nho da honrosa investidura a que foiconduzido. O processo histórico jamaispode ser ajuizado sob o ângulo restritode episódios ocasionais e o voto cons­ciente e soberanamente proferido é amais legitima manifestação da vontadedo povo, a que devemos impessoalmenteservir. Não importa que, às vezes, o efei­to emotivo de viVOS aspectos conjuntu­rais, exacerbado pela luta política, pre­judique uma visão racional e ampla dasconveniências do pais: o importante éque, com a prática reiterada do voto,possa a própria experiência, progressi­vamente, ir capacitando o povo a julga­mentos mais tranquíltzadores e seguros.

Homem de luta e de formação demo­crática, recebo com inteira tranqüilida­de o resultado do' pleito. em todas asfases processado em ambiente de irres­trita liberdade de pensamento. Bem seique ele constituiu mero desfecho de umestado latente e difuso de inconformi­dade ante estruturas e concepções con­vencionais e, sobretudo, em face dasdificuldades do momento - essencial­mente as do custo de vida - sem quechegue a ter o sentido de condenaçãoao Governo, pois este, na verdade, vemenfrentando vantajosamente as desfa­voráveis reeprcussôes, em nOSBO pais, deuma conjuntura que é de ordem inter­nacional e que tem levado governos depoderosas nações do mundo - como osEstados Unidos, Japão e Alemanha ­a crises semelhantes. Bem sei, ainda_ inclusive pelas comovedoras maní­festacôes recebidas no curso da campa­nha ~ que a votação popular não refle­tiu qualquer L'estriçâo à minha candi­datura, ou, ainda. desaprovação a umpassado de lutas e de trabalho em proldos interesses coletivos.O que importa neste instante, é quesaibam os Partidos - e com eles oshomens públicos em geral - aproveitara lição proporcionada pela ocorrência,em beneficio dos interesses permanen­tes da Nação, procurando - tanto osvitoriosos como os vencidos - reversuaa estruturas. prosseguir na conscien­tização popular e pugnar pela crescentequalificação de seus quadros represen­tativos, sempre no encalço de maiorautenticidade e a fim de que novasparspectívas se abram e não se frustremàs esperanças populares. Nem podem,ARENA e MDB, esquecer que as ccn­quiatas e metas revolucionárias sãoirreversíveís e que, embora 'possuindovisão diversa das nossas realidades eestratégias distintas, são agremiaçõescriadas após a Revolução com iguaiscompromissos perante o povo e a Nação.

o Brasíl atravessa 11m instante decisivopara os seus destinos. Contando comum Governo consciente, austero e com­petente, e servido por apreciável infra­estrutura econômica, poderá o nossopaís, de vítima, vir a tornar-se benerí­ciárío das dificuldades que o mundoatravessa, desde que saibamos nos con­duzir com serenidade e patriotismo. Pa­ra tanto, todavia, é preciso que sua áreapolitica - mantendo as indispensáveisdistinções partidárias, mas repelindo asradicalizações ínconstrutãvas - saibacompreender, com grandeza, a necessi­dade de união dos brasileiros em tomodos objetivos naeíonaís permanentes. Éa responsabilidade que cabe a todos nós- eleitos e não eleitos - a fim de quenão falte a Paulo Egidio em nosso Es­tado, e ao Presidente Geisel em todo opaís, a segurança das condições indis­pensáveis à grande e redentora tarefaque os aguarda.

Finalmente, a todos os que me honra­ram com sua solidariedade, o testemu­nho da minha ímperecível gratidão."

Era o que tinha a dizer.V - O SR. PRESIDENTE (Flávio MarcÍ­

lio) - Passa-se ao Grande Expediente.Tem a palavra o Sr. Alberto Costa.O SR. ALBERTO COSTA - (Pronuncia

o seguinte díscurso.) Sr. Presidente, Srs.Deputados, com a convicção de haver cum­prido meu dever para com a minha Pátriae para com todos aqueles que me honra­ram com seu voto, seu apoio e me presti­giando durante os oito anos em que exercio honroso mandato de Deputado Federal,representando meu Estado, o Paraná, voudeixar, pela minha livre vontade, esta Casa.Obrigações outras, de diferentes modalida­des, coerentes e convergentes com meu ideale hábito de lutar, de trabalhar, de transfor­mar para melhor edificar, sempre me em­penhando na defesa dos elevados interessesdo Paraná e do Brasll, conduzem-me a no­vas lides, mas nunca divorciando-me ou de­sinteressando-me dos elevados ioeais polí­ticos que sempre nortearam meu comporta­mento.

A época é por demais séria, exigindo pro­funda meditação de todos aqueles que co­locam os superiores ínteresses da Pátriaacima de suas ambições e ascensões pes­soaís, para que me seja possível desinteres­sar-me, definitivamente, no momento emque os últimos acontecimentos de caráterpolítico ai estão a exigir uma reavaliaçãode comportamentos para uma rerormulaçâode métodos, processos e sistemas.

Desejo reiterar, nesta oportunidade, con­siderações tecidas no discurso que proferinesta Câmara em 3 de maio do correnteano.

Referi-me, naquela oportunidade, ao dís­curso do Presidente Ernesto Geisel, no quetange e no que interessa à classe política,rrente à dialética do processo revolucioná­rio, afirmando que sentia .e tinha certeza,como ainda tenho, que os destinos da Re­volução Brasileira estão, decisivamente, nasmãos da classe política.

Torno a afirmar que a Revolução se fez,buscando realizar valores como fins, e con­tinuo a afirmar que o problema é de puraética, ciência prática que se procesaa nomodo de agir, livre e responsável, baseado,antes de mais nada, na conduta do homem:conduta pessoal, conduta administrativa eêonduta na vida partidária. Agora preci­samos reconhecer, na manifestação livre, es­pontânea do povo brasileiro, que nos Esta­dos e Municipios os príncíptoe partidáriostalvez tenham sido contrariados pela faltade identidade da ARENA com as legitimasaspirações do Povo e pela precariedade norelacionamento Povo-Governo.

Sentimos na vitória política do PartidoDemocrático Brasileiro não um processo decontra-Revolução, mas uma reacão à falta.de autenticidade e de legitim.idáde na for­mação de lideranças regionais, desprezan­do e segregando valores, desestimulando ointeresse do povo com preterições descabi­das e apadrinhamentos restritos a uma mi­noria dominante.

Como conseqüência inevitável, as aten­ções do povo foram desviadas das grandesrealízações e objetivos do Governo F'edera],sempre renovado, por isso que confiável eprogressista, para reagir a medíoerlsaçâopolítica e inoperância das governos munici­pais e estaduais.

Tais fatores devem ser reexamínados comcoragem e humildade, num acurado e des­prendido exame de consciência que só eno­brecerá a todos nós da ARENA,

Desejo ardentemente e rogo a Deus que08. novos componentes desta Casa respeí­tem e compreendam o papel que todos de­sempenhamos durante estes últimos 10 anose interpretem, com clarividência, em faceda realidade de hoje, a responsalríltdade quelhes é atribuída pelo voto popular, mas, aci­ma de. tudo, tragam a decisão leal d-e bel;ljlservir à Pátria e ao povo brasileiro.

Sr. Presidente, Srs. Deputados, prometi,em discurso anterior, quando relembreí aconvocação do Presidente Geisel, incenti­vando o desenvolvimento da "imaginaçãopolítica criadora" para a consolidacão einstitucionalizaçãc dos princípios que devemnortear os comportamentos e a política noPais, voltar a esta tribuna para debateralguns temas que considero importantes eque poderiam contribuir de alguma formapara o fortalecimento do Congresso Nacio­nal e da estrutura democrática da Nação.

Infelizmente, à época, vários problemas,inclusive de saúde, impediram-me de tra-zer a contribuição prometida. '

Os assuntos, que desejava debater nestaCasa, eram:

I - Fidelidade partidária que, a meu ver,deve ser eliminada, por inoperante e nãodigna. A fidelídade é um pressuposto bási­co do comportamento expresso pela pessoahumana, para consigo mesma tendo emvista os príncípíos morais que devem pautaresse comportamento, OB quais devem ser in­questionáveis para todo homem que se res­peita. Deve, ao menos, ser Itmltada a umou' dois casos, clara e expressamente defi­nidos. Nunca deve ficar ao sabor de inter­pretações ou arbítrios de acordo com inte­resses e conveniências conjunturais. Pararesolver todos os casos de dúvidas de com­portamento temos o Código de Ética Parti­dária, mais eonsentãneo com a naturezahumana e muito mais admissivel quanto àsua exigibilidade.

II - EBtabelecimento de Código de Éticapara os poderes Executivo, ludiciário e Le­gislativo.

III - Limitações de proventos nas socie­dades de economia mista, bancos oficiaise outras entidades semelhantes. Há neces­sidade de serem limitados os proventos dasdiretorias dessas entidades, que não devemperceber mais do que o Presidente da Re­pública, e sua dtscíplinaçâo deve atender àpolítica de melhor distribuição de renda:

IV - Limitação da dtstribuícâo de lucrosnessas entidades. Deve haver um limite le­gal, que nunca deve superar a metade doshonorários percebidos durante o exercíciofinanceiro.

V - Auditoria responsável e sujeícão aoTribunal de Contas da União de todas es­sas entidades.

VI - Tratamento essencial à exploração,controle e comercialização de ouro, metaisnobres e pedras preciosas com incentivos deImposto de Renda, ICM, IPI e outras ta­xas específicas, com percentuais baixos.

VII - Maior proteção ao produtor deprodutos básicos de alimentação.

Finalizando, quero transmitir aos gran­des e leais amigos com os quais tenho con­vivido aqui, na .Oâmara dos Deputados aretribuição da amizade e lealdade recebidapor parte dos caros Colegas.

Ao povo que me elegeu, retribuo seu apoiocom o respeito e a seriedade com que sem­pre procurei cumprir meu mandato.

A minha-Pátria lego a convicção de ha­ver lutado por ela, 130m todas jl.S minhasforças e com sacrificio pessoal, em todas ascportuntdades, procurando l1onrâ-la, digni-

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N~vembro de 1974 DIARIO DO CONGRESSO 'NACIONAL (Seção ni

Quinta-feira 21 &815

ficá-la e aceitando os percalços inerentesàs situações políticas adversas que não pou­cas vezes me ,foi dado enfrentar.

A todos, o meu muito obrigado.Sr. Presidente, leio, para que conste .dos

'Anais desta Casa, I) editorial intitulado"Falência de Lideranças", publicado pelo'jornal Correio Brasãlíense, em sua edição de19 elo corrente;

"As eleições de 15 de novembro são umrepositório de lições que reclamam apli­cado aprendizado. Nem o desespero deuns nem a euforia ilimitada de outrosserão elementos ou formas capazes desedimentar as novas estruturas que, àbase da' vontade popular expressa nasurnas, devem ser implantadas. A horaé de humildade, tanto para os arenís­tas, que, por falta dela, padeceram umaderrota de dimensões não previstas, co­mo para os emedebtstas, que foram sur­preendidos por uma vitória bem maiorque a imaginada.A primeira grande conclusão a que sedeve chegar é a de que as velhas lide­ra~ças - ou melhor, as lideranças ve­lhas - estão falidas. Não quiseram ounão souberam evoluir com um mundoem mutação constante. Estratiflcaram­se em métodos e sistemas que não sãomais compreendidos pelas geraçõesatuais: Sobretudo após a Revolução de64, deixaram-se conduzir pelos aconte­cimentos, numa passividade ineondízen­te com os tempos e as próprias necessí­dades do processo revolucionário. Des­te se proclamavam arautos, sem sentirque se haviam transformado em autô­matos. E, como tais, não enxergavam oque se passava ao redor.Se lançassem um olhar para o panora­ma brasileiro, constatariam que os ho­mens influentes na vida nacional an­dam na casa dos 30 anos. São jovens ­alguns incrivelmente jovens - os exe­cutivos das grandes empresas. São jo­vens os técnicos de todos os matizes.É jovem a grande força que impele estePaís para o progresso, nas artes, nasciências, na comunicação, na tecnolo­gia, no trabalho. O Brasil não é somen­te uma jovem Nação. É ainda e sobre­tudo Nação de jovens, conscientes dasua hora que exige uma dinâmica sópassível de ser desenvolvida pela juven­tude. Ê claro que há jovens velhos evelhos jovens. Mas a política brasileira,de um modo geral, estava-se esclerosan­do num catastrónco processo de enve­lhecimento.Os jovens - que constituem considerá­vel parcela do eleitorado - rebelaram­se contra lideranças que já desempe­nharam papéis de maior relevo no pal­co da vida pública, mas que não maisencontram nada de novo a oferecer, empalavras ou em ações. Para eles, o diade ontem é apenas mais uma camadaonde se assenta o amanhã. Quando aSegunda Grande Guerra Mundial - agrande tragédia do Século - terminou,eles não haviam ou mal haviam nasci­do. E quando a Revolução de 64 ecío­díu, eles sentiram que uma profundamudança nos destinos da Pátria esta­va a iniciar-se, com a abolição de todauma sistemática polítíca irremediavel­mente emperrada.Ulna revolução dentro da Revolução étalvez o que acaba de processar-se atra­vés do processo eleitoral. O movimentorevolucionário havia podado o proces­so político, procurando limpá-lo dos ra­mos apodrecidos ou adoentados. O re­cente pleito, através, não de ocasionais

ocupantes do Poder, mas da manifestavontade popular, acaba de proceder aoinício de sua renovação. E é assim quese insere nos prmciplos e nos objetivosrevolucionários.

O ex-Presidente Médici disse que a eon>quista da plenitude democrática depen­dia mais dos políticos que do Governo.

Mas os políticos permaneceram apáti­cos, passivos e omissos. O PresidenteGeisel formulou um apelo à imagina­ção politica criadora. Mas não houvemanifestações de Imagmação nem po­lítica nem, muito menos. criadora. Ospoütícos não quiseram ou não soube­ram imaginar e criar. E o povo nãogostou.Ora, a grande força política, pelo me­nos teoricamente, era a ARENA, quefuncionava, Ieglslatrvamente, como umirresistível rolo compressor. Sobre ela,em ébnseqúência, caiu o desagrado popu­lar. Não foi sabre o Governa, que aindanão cumpríú tempo suficiente para serjulgado e recebeu o impacto de umacrise de origem externa, que a nin­guém é lícito ignorar. Nem foi sobre osistema, que está em consonância comas imperiosidades evolutivas do tempoe da Nacâc. Foi sobre todo um esquemapolítico assentado no cacíquísmo, quetentava sobreviver, acomodado à som­bra da árvore frondosa do Poder, quecaiu, inexorável, o veredicto das urnas,tornando-se impiedoso até com perso­nalidades que prestaram, vinham pres­tando e ainda estavam em condícõesde prestar inestimáveis serviços à Pá­tria..

Urge, portanto, que vencidos, vencedo­res e todos quantos têm responsabilida­des diretas e indiretas no processe po­Iítíco-admíntstratívo - entre os quaisos responsáveis pelos meios de comu­nicação, cuja importância ficou, maisuma vez, comprovada -- estejam à al­tura do episódio, interpretando-o nasverdades que encerra e conduzindo-ocom sensibllidade e com bom-senso. Ca­da um tem a sua "mea culpa" de peni­tência a ser cumprida com humildade.Com muita humildade."

O Sr. Paulíno Cícero - Nobre DeputadoAlberto Costa, realmente, é com pesar quevemos afastar-se desta Casa uma figuraque durante tantos anos pôde ilustrá-lacom o valor da sua inteligência, com a soli­dez da sua cultura e, sobretudo, com o dedi­cado esforço, de que fomos testemunhasdiárias, no trabalho das Corníssôes e no Ple­nário. Apenas há quatro anos tive a honrade conhecer V. Ex." dentro da CongressoNacional.

Neste universo humano variado, cheio devalores heterogêneos, alguns logo se sobre­levam pela cordial convivência, forma su­perior de viver, e sobretudo pelo exemploque legam àqueles que aqui fazem o apren­dizado da vida pública, V. Ex." é um dessesParlamentares que se inscrevem entre osnomes que orientam e Inspiram o caminhodos mais novos que chegam. De V, Ex.a re­colho extraordinária lição. E agora, quandose despede desta Casa, dos seus compa­nheiros, deste Plenário que V. Ex.'" tantasvezes üustrou com pronunciamentos sobregrandes temas da vida brasileira, estamosrealmente pesarosos por esta despedida tãoprematura,

O Sr. Henrique de La Rocque - Com apermissão de V. Ex.a, nobre Deputado Al­berto Costa, também gostaria de trazer,neste instante, minha palavra de aplausoa V. Ex." pela sua brilhante atuação nestaCasa do Parlamento brasileiro. Oonhecen-

do-o de perto, sabendo dos seus sentimen­tos de honra e dignidade, encontrei-o sem­pre totalmente voltado para os interessessuperiores da Pátria. Nunca partiu de V.Ex." uma conversa que não fosse altamentecategorizada e sempre com uma destinação:servir ao povo do Paraná, servindo bem ao'Brasil. Neste instante em que nós outros,com saudade, lhe dizemos adeus, V. Ex."poderá ter a certeza de que seu exemplo,a passagem de V. Ex. a pela Câmara dosDeputados será realmente inesquecível, poisV. Ex." prestou relevantes serviços ao Es­tado que com brilho aqui representou. Igual­mente, em todos os instantes em que aPátria precisou da sua ação, do seu traba­lho, da sua atuação e do seu desvelo, esteveV. EX,a sempre presente.

O SR. ALBERTO COSTA - Agradeço,sensibilizado aos dois nobres e prezados co­legas as elogiosas palavras que me tribu­taram neste momento. Tenho a certeza deque essas palavras, a amizade e o respeitoque sempre procurei granjear dos meus co­legas nesta Casa servirão de rumo à con­tinuidade da minha vida pública em outrossetores da minha atívídade.

O Sr. João Linhares - Nobre DeputadoAlberto Costa. não só em meu nome mas node toda a Bancada de Santa Catarina, querotrazer a V. Ex." a nossa admiração e igual­mente o reconhecimento desta Casa pelomuito que V. Ex.a fez em favor do engran­decimento, do prestígio e da afirmação doPoder Lcgíelatrvo. Conhecia-o há muitotempo de nome, eis que, exercendo pela pri­meira vez o mandato de Deputado Federal,não tinha eu. por ciência própria, conheci­mento da atuação de V. Ex." na legislaturapassada. Mas muitos paranaenses falavamda sua atuação no oeste de Santa Catarina.Numa oportunidade muito feliz, pude com­provar.. no ano passado, o quanto era V.Ex." admirado e estimado no Paraná: rece­bi, por equívoco, em meu Gabinete, umacaravana de Prefeitos da sua região, equando lhes informei que V. Ex." não seencontrava em Brasília, pude, então, ouvirde todos eles palavras de admiração e deesperança em relação ao seu trabalho,Assim, quero trazer meu depoimento sobreo quanto V. Ex." fez pelo seu Estado e pelaPátria brasileira. Associo-me, pois, às ho­menagens de despedida, já que V. Ex." dei­xará esta Casa dentro de pouco tempo, etenha V. Ex." a certeza de que nós todos nosrecordaremos da sua 1Jassag-em pela Câmarados Deputados.

O SR. ALBERTO COSTA - Prezado co­lega Deputado João Linhares, a palavra deV. Ex." como a dos dois prezados Parlamen­tares que lhe antecederam, também é degrande incentivo e demonstra grande ami­zade à nossa pessoa. O fato relatado por V.Ex.", quando V. Ex." me honrou, "eícero­neando", avmos assim dizer, aqueles repre­sentantes do Paraná em meu nome, muitomostra sua nobreza d'alma. E isto hoje éconfirmado pelo .povo de Santa Catal'Ína,que o está consagrando nas urnas, eis queum dos mais votados naquele Estado.

Prosseguindo, Sr. Presidente, tenho cer­teza de que os nobres colegas que aqui fi­cam e que conviveram conosco estarão àaltura das responsabilidades e dos destinosdesta Casa. Aquele consagrado parágrafoda Constituição, que muitos lêem mas quepoucos talvez interpretam - "todo poderemana do povo e em nome dele deve serexercido" -- acredito será obedecido, daquipor diante, para bem da Nação braatleíra ,

O Sr. Siqueira Campos - Permita-me,Deputado Alberto Costa. No momento em-que V. Ex." se despede desta Casa, venhoa esta tribuna para manifestar-lhe todo oapreço que V. Ex." me merece. Repetindoaqui as palavras do Deputado Paulino Cí-

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8816 Quinta-feira U DlARIO DO CONGRESSO NACIONAL <Seção n Novembro de 1974

cero, quero dizer que V. Ex.a deu lições va­liosas, de bravura, de civismo, de inteli­gência e, sobretudo, de companheirismo atodos nós. Sinto-me muito honrado em serseu companheiro e por ter convivido comV. Ex.a durante todos esses anos, tão bonspara mim, pela companhia de homens co­mo V. Ex.", pois, graças a Deus, esta Casatem valores, entre os quais destaca-se V.Ex. a Faço votos para que V. Ex.a encontre,em toda a sua caminhada, em todos os se­tores de atividade, o que V. Ex.a encontrounesta Casa: amigos, admiradores, pessoasque realmente sentem a sua partida. V.Ex.a deixa aqui uma coisa muito importan­te. que não tem preço: grandes amizades.Que V. Ex.a seja muito feliz, juntamentecom sua família. Lembre-se sempre destaCasa do Congresso Nacional como o lugaronde V. Ex.a tem muitos amigos e admi­radores, entre os quais me incluo. Coloco­me à sua inteira disposição para qualquercoisa que V. Ex.a julgar útil.

O SR. ALBERTO COSTA - Muito obri­gado, Deputado Siqueira Campos. Suas pa­lavras são, para mim, de grande valor. Co­nheço SUA, carreira parlamentar e civica,pois acompanhei sempre, com interesse,seus pronunciamentos. A manifestação deV. Ex.a muito me enobrece.

O Sr. Jair Martins - Sr. Deputado Al­berto Costa, sou como V. Ex a sabe, talvezo mais novo Deputado dest-a Casa. Lamen­to muito não ter conhecido V. Ex.a há maistempo, porque gosto sempre de aprendercom as grandes figuras da vida públicabrasileira tudo aquilo que desejo aplicar naminha modesta vida parlamentar. O pe­riodoque passei aqui, nesta Casa, que co­meçou em maio - creia V. Ex.a .~ foi umadas grandes fases da minha vida; foi oclímax de uma modesta carreira política,feita com muito sacrificio e muita luta, pa­ra a conquista de todos os postos aos quaisme candidatei. Conheci aqui, nesta Casa ­e vou situar-me na Bancada de V. Ex.a ado Estado do Paraná -- homens extraordi­nários, que, a exemplo de V. Ex.a, tambémnão disputaram o último pleito. Vejo, noquadro, o nome de Roberto Galvani, comquem travei grande amizade; vejo o doantigo colega ítalo- Contí; e vejo o desseextraordinário Antônio Aníbellí, que tam­bém deixa a vida parlamentar; mas queobteve verdadeira consagração ao eleger umfilho seu para continuar sua obra extraor­dinária. Lamento, agora, que V. Ex.a tam­bém não tenha disputado o último pleito,porque sei que, se o tivesse feito, com seusconhecimentos, com seu curriculum vitae,com sua atuação marcante neste plenário,V. Ex.a seria, sem dúvida alguma, um dosmais votados do seu Estado. Estou aqui,nesta' Casa, por breves dias, porque nãodisputei as eleições, em face de meu estadode saúde. Encontrava-me em Cabo Frio, re­cuperando-me de um enfarte, quando fuisurpreendido com minha convocação. Per­mita-me. Sr. Deputado, alongar um poucoo aparte, porque desta maneira prendo umpouco mais V. Ex.a neste plenário, junto aos8eUS amigos. Veja V. Ex a quantos vultosextraordinários aqui conheci, que lamen­to não tenham sido reconduzidos. E o caso,por exemplo, de Djalma Marinho, a quem,como jornalista e politíco, sempre admirei.É lamentável que não tenha sidorecondu­zido a esta Casa. O povo não reconduzíuesses companheiros talvez por não conhe­cer o trabalho que desenvolveram nesta Ca­sa, porque, na verdade, estamos confinadosem Brasília e não contamos com suficientedivulgação. Ao mesmo tempo que lamentoa não ..reeleição desses colegas e o fato deV. Ex.a não haver disputado o pleito, juntoeom outros ilustres Deputados da Bancadado Paraná, lamento também - permita-

me uma pequena digressão - o que ocor­reu no meu Estado, prejudicando, de cer­ta forma, homens extraordinários, parla­mentares operosos, profícuos, atuantes, as­síduos neste plenário, como, por exemplo,Lisãneas Maciel, Aleir Pimenta, Léo Simõese Rubem Medina. Que extraordinário esterapaz! Que propaganda elegante fez! Quedemonstracão de conhecimento nos deu, natelevisão, à respeito de todos os problemasque abordou! Que classe, Srs. Deputados!Quando vejo a propaganda extraordináriade um Célio Borj a, que culminou com aeleição consagradora do eminente professorFlexa Ribeiro, não posso deixar de lamen­tar que a minha Guanabara, na sua últimarepresentação nesta Casa, tenha consagra­do a mediocridade como o candidato maisvotado do Estado. Não se tratou, no caso,de voto ideológico, como ideológico foramos votos dados ao Deputado Lisâneas Ma­ciel a JG de Araújo Jorge, mas, sim, devoto fisiológico, de voto pelos favores ofi­ciais, dado àquele que dispunha de todasas administrações regícnaís, de todos osserv.iços públicos do Estado. Foi o voto dadoao mais ausente, ac mais inoperante, aomais ineficiente Deputado Federal, quepoucos colegas conhecem nesta Casa. Já ti­ve oportunidade de. fazer uma pesquisa en­tre vários Deputados, vários funcionários,inclusive da Segurança, que têm obrigaçãode nos conhecer a todos. Ninguém conheceo Sr. Waldomiro Teixeira, cidadão que ­antítese de um Rubem Medina, de um CélioBorja, cuja propaganda chegou a empolgarpela grandeza dos conceitos emitidos - ou­sou tentar macular a personalidade e ahonra de um morto. Rcfiro-me, Srs. Depu­tados, com orgulho e admiração, a Gonzagada Gama Filho, a quem, na cata írrefletidaao voto, tentou aquele candidato enlameara memória. Perd.oe-me, Deputado AlbertoCosta, mas eu tinha de fazer este desabafohoje. Lamento que V. Ex.a se retire destaCasa. Tenho fé em Deus que, onde querque V. Ex.a esteja, com sua inteligência,caráter e brilhantismo, há de fulgurar sem­pre, como fulgurou neste Plenário, durantetanto tempo.

O SR. ALBERTO COSTA - Agradeço aV. Ex.a, nobre colega do MDB, esta emo­cionante homenagem que acaba de meprestar. Este agradecimento é extensivo atodos os valores do Movimento DemocráticoBrasileiro, que, por certo, saberão ser hu­mildes e ter estatura para compreender osdestinos que o povo brasileiro está colocan­do em suas mãos. Homenageio este grandePartido, dentro do qual fiz tantas amizades,com quem convivi durante oito longos anosnesta Casa. É uma lição de educaçãr paratodos nós, uma lição de amizade e de so­ciabilidade.

Nesta oportunidade, Sr. Presidente, dese­jo fazer uma pequena retificação à mani­festação do meu ilustre colega Jair Martins,no que se refere à homenagem ao Deputadoítalo Conti. que acaba de chegar. S. Ex.anão deixou de concorrer e está sendo pres­tigiado maciçamente pelo povo brasileiro,pelo seu valor e pelo seu trabalho. É umapequena retificação de um equivoco, natu­ralmente inadvertido, do Deputado JairMartins.

Agradeço, Sr. Presidente, a oportunidadeque me deu de conviver, pela última vez,talvez, com meus prezados colegas nestaCasa. Muito obrigado a todos.

Era o que tinha a dizer. (Palmas.)

O SR. FREITAS NOBRE - (Sem revisãodo orador.) Sr. Presidente, Srs. Deputados,ao examinar o resultado do pleito de 15 denovembro, não desejo penetrar o julgamen­to que essas eleições encerram. nem antevera progressão do quadro político-institucio-

nal conseqüente, mesmo porque tudo indicaque está o Governo democraticamente dis­posto ao reconhecimento da vontade popu­lar manifestada nas urnas.

Na verdade, há dentro dessa revoluçãopopular do voto várias revoluções. É umarevolução sem subversão; é uma revoluçãocom respeito à autoridade, mas com cora­gem, com firmeza. O povo exerceu o direitona escolha de seus representantes, com aesperança de poder influir não apenas noprocesso politico, mas nos destinos da na­cionalidade. É uma revolução de profundi­dade, em que o povo, conscientizado, decidelevar ao Governo a sua mensagem.

Não é, de um lado, a revolução do jovemcontra o velho, mas a revolução contra arotina, o desejo de que as instituições seajustem às condições contemporãneas davida, ao progresso, ao desenvolvimento doPais.

A Oposição não é. não deve e não podeser um acidente nos governos, mas algo na­tural em face dos princípios fundamentaisque informam uma estrutura democráticade Estado.

Tem-se de reconhecer que essas eleiçõesse processaram dentro de um clima de li­berdade' tem-se de reconhecer que essaseleições'se processaram com a livre mani­festação dos candidatos e dos partidos, ape­nas excepcionada pela intervenção de al­guns governadores designados, ou dosgovernadores atuais, que, pressionando Pre­feitos e outras autoridades, especialmenteno interior, se transformaram muito maisem cabos eleitorais da Oposição, porquefortaleceram as possibilidades dos candida­tos do nosso Partido. E de tal ordem quemuitos chegaram até a agradecer a partíci­pação de certos governadores, que os que es­tavam no exercício do mandato, quer os de­signados e ainda não empossados, que fa­voreceram o crescimento eleitoral do MDBem virtude de intervenções inábeis, espe­cialmente junto às Prefeituras, tentandomelhorar a imagem dos seus candidatos edo seu Partido.

O Presidente Geisel marcou uma vitória,integrando o Brasil no conceito mundial.Não ignorando os prováveis resultados dasurnas, dado que os institutos de opiniãopública haviam feito especialmente para oGoverno levantamentos nos vários Estados,não admitiu S. Ex.a qualquer medida quevisasse ao adiamento das eleições, ou mes­mo o cancelamento do pleito.

Importa agora solidificar essa fixação de­mocrática, não apenas para efeito externo,mas também interno. Apontado como umPaís ditatorial, o Brasil ganhou üguraeâonova, e os comentários dos jornais france­ses, ingleses, italianos, alemães e norte­americanos abrem para o nosso País umaprojeção politica capaz de, mantida a orien­tação que o Governo adotou nas eleições,assegurar o restabelecimento do seu pres­tigio quanto à sua estrutura política.

A grande surpresa para aqueles que nosdifamavam ou injuriavam, alegando que oMDB desejava retornar ao passado, é quenão verificaram, nem verificam, nem cons­tatam esse resultado. O MDB não pretendeufazer reviver idolos superados no tempo eno espaço. A grande lição democrática dasurnas é que o partido da Oposição procuroupautar a sua atividade dentro de normascapazes de assegurar o desenvolvimento donosso País com liberdade e harmonia entreos Poderes, sem o que a democracia nãoexiste. A campanha eleitoral mostrou a in­tegração das várias alas do MDB. Quandoacionados por temas comuns, preocupadosem obter a participação popular, todos pra­ticamente usaram a mesma linguagem Itconseguiram sensibilizar em particular a ju­ventude até então isolada e desiludida doprocesso politíco. COnseguiram, então, in..

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Novembro de 1974

tegrá-Ia na atividade eleitora:l, fazendo comque participasse de tal maneira que se se~­

tisse comprometida também com os destí­nos do País na hora em que as urnas falas­sem ao Brasil.

O Sr. Paulino Cícero - Eminente Depu­tado Freitas Nobre, admiro a serenidadecom que V. Ex."" procura interpretar o fe­nômeno eleitoral ocorrido a 15 de novembropassado. Com autoridade de sociólogo po­lítico, V. Ex."" interpreta a gênese do com­portamento popular e as razões que ditar~m

o comportamento das urnas. Com .mu~tasatisfação, constato que v.. Ex." faz JustIÇaà figura do Presidente GeIsel, que, em todoprocesso, manifestou apenas o empenho deque o povo votasse e comparecesse as ur­nas numa demonstração de que S. Ex." etodós nós que temos assento nesta Casaacreditamos no poder do voto como instru­mento para promover as transformaçõessociais requeridas pelo mundo contempo­râneo. Tenha certeza V. Ex." de que a Li­derança do Governo nesta Casa, e as. vozesmais autorizadas da ARENA jamais co­meteram a injustiça de afirmar que o MDBdesejava uma subversão da ordem, um re­torno aos idos anteriores a 64. Sempre pro­clamamos que o MDB era um p.artido p~s­

ponsável dentro do contexto d!l- VIda polítíeabrasileira mesmo porque aceitar o contra­rio nobr~ Deputado, seria admitir, nestaho;a que houvesse soluções não previstasdentro do nosso quadro institucional. O Ml?Bcresceu e está de parabéns. Cresceu mT:utona preferência popular, ganhando co:n ;s~'novas responsabilidades dentro da hístórtapolitlea brasileira. Haveremos certame!!tede trabalhar juntos, cada um na sua trtn­cheira com o mesmo propósito de redefinira política de nossas instituições e. t?doaquilo que é objetivo dos homens públicosque se prezam para promover o bem-estardo povo brasileiro.

O SR. FREITAS NOBRE - Como Líderda ARENA, V. Ex." tranqüiliza boa parte danossa população preocupada com o desdo­bramento do processo políttco ,

Quando resolveu procurar os votos da mo­cidade marginalizada, o nosso partido soubelevar a sua mensagem. É certo que as trans­formações a que V. Ex."- fez referência ~ãose processam sem o sopro renovador da, JU­ventude. A sociedade cai na monotoma eno tédio se dela não participa a juventudecom sua capacidade renovado!a, .presenteem todos os tempos. Renovaçao e semprerevolução.

A direção nacional do nosso partido com­portou-se à altura da receptividade popular.Deu razão àqueles que desejam uma pOSI­ção partidária autêntica vincul~da à rea}i­dade econômica, política e soeíal do PaIS.Esses temas sensibilizaram os candidatos donosso partido e orientaram a direção dacampanha eleitoral e os discursos dos nos­sos companheiros, inclusive do presiden~e

nacional do MDB, Deputado Ulysses GUl­marães.

Acreditamos que essa revolução feita pelovoto possa identH"icar-nos melhor dentro doMDB e assegurar a continuidade de nossastarefas. Não podemos estar preocupadoscom a propalada participação no Governo.Nossa preocupação maior é a execução dastarefas parlamentares que o povo nos c~~­

feriu porque a nossa grande responsabílí­dade' não é a de participar do Governo, masinfluir na administração e exercer nossopapel legislativo com independência e au­tonomia.

I8so não significa que não desejamos opoder. Ganhamos apenas cadeiras legi~la­

tívas e a maioria em algumas Assembléias.Não podemos embriagar-nos com essa vi­tória, que é apenas um episódio do processo.

DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL <Seção I)

Perturbados, ou intoxicados pelo prestígiopopular, não nos poderíamos perder nos es­caminhos difíceis de qualquer aventura.

A grande surpresa de alguns é ver o MDBunido, desde que são comuns os temas.. aspreocupações, os objetivos de defesa dos In­teresses nacionais e do povo. Por outro la­do nenhum de nós reclama a volta ao pas­sado mesmo porque a maioria da nOSSa re­preséntação não teve qualquer comprometi­mento com acontecimentos anteriores. Mas,se não queremos a volta ao passado, tam­bém não desejamos o alneamento doentioda realidade nacional, desempenhando opapel de mero espectador dos acontecimen­tos. Queremos ser partícipes deles. E temoscomo participar. Teremos mais de 113 derepresentação nesta casa, o que nos per­mitirá a oportunidade de, sem excessos eentusiasmos exagerados, encontrarmos afórmula de fiscalizar determinadas ativi­dades da administração pública, fisc.aliza­ção essa indispensável ao exato cumpnmen­to do dever parlamentar.

Havia dito, nos programas de televisão deque participei durante a campanha, que oMDB estaria moralmente obrigado à suaautodíssolução, se não obtivesse pelo menos1/3 das cadeiras para assegurar o direito depleitear a constituição de comissões parla­mentares de inquérito e de tentar o exerci­cio da fiscalizacão, mínimo que se pode de­sejar e esperar"de Ullla representação opo­sicionista no Parlamento.

Discute-se, por exemplo, a situação dosGovernadores Estaduais, referendados porAssembléias superadas pela vontade popu­lar, superadas pela insurreição do voto. Oideal teria sido que esses Governadores fos­sem resultantes das novas Assembléias, queestas se manifestassem e os escolhessem,porque elas representam a vontade atuali­zada do povo, embora repitamos sempre quesomos contra o voto indireto. Defendemosa eleição direta, e chegamos ao máximo nadefesa dessa posição ao deixarmos de votarno honrado Presidente do nosso Partidonesta Casa, quando da eleição presidencial,justificando a nossa atitude com os argu-,mentes doutrinários fixados no programa eno Estatuto partidários. Em conseqüência,entendemos que ainda mais monstruosa fi­ca a desígnação dos Governadores por As­sembléias desatualizadas, praticamente ca­ducas pela insurreição popular do voto. Porisso nas Assembléias onde o MDB terá re­presentacáo majoritária, duas possibilida­des surgiriam. A primeira seria impedir adiscordância de Poderes e procurar uma so­lucã ou um caminho justo e patriótico: aescolha de nomes acima dos partidos, esco­lha de nomes capazes, mdependentes, quepoderiam receber a aprovaçao das duas or­ganizações partidárias, tendo em vista osaltos interesses dos Estados, embora ressal­vando sempre a posição do nosso Partidocontra o processo indireto. A escolha deGovernadores isentos de paixão partidária~ especialmente acentuada como foi nacampanha eleitoral em São Paulo, em queo atual Governador e o designado partici­param - permitiria aquele clima de tran­qüilidade que o Governo alardeia desejar eque nós desejamos tanto quanto o Governo.

Se essa é a fórmula mais ajustada paraa escolha dos GOvernadores nos Estados emque o MDB fez maioria, o critério poderiaser também adotado para a escolha ~~sPrefeitos das Capitais e de outros MUlllCI­pios cujos titulares dependem da aprova­ção da Assembléía Leg!Blativa;. E isso I??rquê? Porque essa solução traria a taanqüí­lidade que todos desejamos e possibilitariaum governo em que os desentendiment?sfossem rarefeitos e o povo pudesse usurruíros resultados desse equilíbrio.

Quinta-feira 21 8811

Nesta altura quero manifestar o meu res­peito à figura do Senador Carvalho Pinto,que, ainda hoje, em nota divulgada pela im­prensa, colocou o problema nos altos ter­mos de quem realmente tem formação po_Iítíca, reconhecendo a soberania do voto,cumprimentando seu contendor e assegu­rando que o resultado das urnas que mani­festaram preferência pelo nosso candidatoé um marco democrático no nosso processode desenvolvimento.

O MD'B, por seu lado, demonstrou o altonível da campanha durante o período elei­toral, sabendo usar os meios de comunica­ção - televisão e rádio - de tal ordemque se chega a apontar como uma dascausas da sua vitória em vários Estadoso emprego mais inteligente desses instru­mentos de comunicação.

Não destoará, por certo, o MDB, na ati­vidade parlamentar, desse alto e corajosonível de que se valeu nos seus programas,onde a maior preocupação foi, como é hojee será amanhã, a de servir ao Brasil.

O Sr. Paulíno Cícero - Nobre DeputadoFreitas Nobre, quero dizer a V. Ex." queestamos, conforme as melhores previsõesdos analistas políticos e dos responsáveispela condução das coisas neste País, pos­sivelmente diante de uma grande revisãoinstitucional e política no Brasil. Isso temsido dito e repetido diversas vezes destatribuna alta que V. Ex." agora ocupa. Eumesmo, em diversos pronunciamentos, pudefalar essa linguagem. Acredito que a dis­crepância entre a eleição dos Governadorese a imediata renovação das Assembléiaspossa ser objeto de revisão futura, mas ocrítérlo atualmente vigente vai beneficiar,daqui a quatro anos, o Partido de V. Ex."em diversos Estados, pois, se é certo que oMDB faz maioria das Assembléias Legisla­tívas em cinco ou seis Estados, igualmenteo é que não se fará uma escolha dc Go­vernadores sem que essa maioria do Par­tido de V. Ex."-seja amplamente auscultada.O critério não chega a ser assim tão con­denável, e tem a sua recíproca, o seu coro­Iárío. Mas num ponto discordo de V. Ex.&Não acredito, de forma alguma - e este éum pensamento pessoal _. que a escolhade Governadores acima de Partidos sejasolução válida. Tenho, nobre Deputado,muita desconfiança quanto a nomes colo­cados acima de Partidos. Acho que os Par­tidos, no caso a ARENA e o MDB, devemtransformar-se .- e assim já se manifesta­ram nestas eleicões - em estuário davontade popular: Muitos dos colegas deV. Ex.a não acreditavam nisso, mas o MDBmostrou-se um estuário da vontade popu­lar no que ele tem de modificação ou dealteração dos parâmetros atuais de com­portamento da ação política no País. Porisso mesmo, um nome acima dos Partidosnão estaria comprometido com esta mili­tância político-partidária, tão fundamentalpara a nossa renovação e para a revisãopolítica que todos desejamos. Pode ser quea um homem acima dos partidos, um téc­nico, não faleça a sensibilidade de com­preender os grandes problemas do povo,mas a política é sem dúvida a melhor es­colha para o exercício da vida pública,porque governar é exercitar diariamente aarte de comandar o povo. Estamo-nos es­colarízando para isso. Nós, da ARENA, so­mos Governo em quase todo o Pais, eV. Ex.ss, do MDS, ganham agora uma par­cela substancialmente maior na responsa­bilidade de comandar parcela enorme dopovo brasileiro. Neste particular discordodo brilhante pronunciamento que V. Ex."está proferindo.

O SR. FREITAS NOBRE - Concluindo,devo explicitar melhor o meu ponto de vis­ta. Quando digo acima dos partidos, quero

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8818 Quinta-feira 21 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Novembro de 19'74

Guanabara.

Goiás

Ary Valadão - ARENA; Juarez Berna.r­des - MDB; Rezende Monteiro - ARENA.

Sergipe

Passos Pôrto - ARENA.

,.

ParanáAlencar Furtado - MDB; Alipio Carva­

lho - ARENA; Ary de Lima - ARENA·Arthur Santos - ARENA; Braga Ramos ....:,ARENA; ~lávio Giovine - ARENA; Her­mes Macedo - ARENA; João Vargas --.ARENA; Túlio Vargas - ARENA.

Santa CatarinaCesar Nascimento - MDB; Jaison Bar­

reto - MDB; Pedro colin - ARENA.

Rio Grande do SulAntônio Bresolin - MDB; Célio Marques

Fernandes - ARENA; Eloy Lenzi - MDB'Jairo Brurn - MDB; .Tosé Mandoelli - MDB;Nadyr Rossetti - MDB.

O Congresso Nacional decreta:

Art. 1.0 Ficam aprovados os textos daConstituição da União postal das Américase Espanha (UPAE) da oonvencãc da UPAEfi respectivo Protocolo Final, dó Acordo 00­bre Encomendas Postais e respectivo PL'o~

tocolo Final e do Regulamento Geral daUnião Postal das Américas e Espânha, assi­nados em San~iago do Chile dtfraMe o XCongresso da União Postal d'as Américas eEspanha, realizado em novembro de 1971.

Art. 2.0 Este decreto legislativo entraráem vigor na data de sua publicação.

Comissão de Redação - Oantídio Sam;'paio, Presidente - Henrique de La RocqlUJ,Relator.

REDAÇãO FINAL DOPROJETO DE DECRETO LEGISLATIVO

N.o 159-B11974

Aprova os textos da Constituição daUnião Postal das Amérlcàs e Espanha(UPAE) da Oonvençâe da UPAE e res­pectivo Protocolo Final, do Acordo SQ~

bre Encomendas Postais e respectivoProtocolo Final e do ReguIa.roento Ge­ral da União Postal d.as Américas e Es­panha, assinados em Santiago do Chile,durante, o X Congresso da União Postaldas Américas e Espanha, realizado em

novembro de 19'71.

O SR. Pl;tESIDENTE (Flávío Mareílio) ­OS 81'S. que a aprovam queiram ficar comoestão. (Pansa.)

Aprovada.

Vai ao senado Federal.

V,I - ORDEM DO DIAO SR. PRESIDENTE (Flávio Marcílio) _

A lista de presença acusa o comparecimentode 243 Srs. Deputados. ' .

Os Senhores Deputados que tenham pro­posíções a apresentar poderão fazê-lo.

O SR. FRANCISCO AMARAL - Re­querimento de informações ao PoderExecutivo no sentido de que sejam pres­tadas, pelos Ministérios do Interior eFazenda, esclarecimentos sobre a apli­cação de incentivos fiscais para empre:..endímentos nas áreas de atuacão daSUDENE e da SUDAM. •

- Projeto de lei que acrescenta cÍis­positivo ao art. 8.0 da Lei n.O 5.107, de13 de setembro de 1966 (Fundo de Ga­rantia por Tempo de Servi<}O).

O SR. PRESIDENTE (Flávio Mareílio) ~Vai-se passar à votação da matéria que estásobre a Mesa e a constante da Ordem doDia.

O SR. PRESIDENTE (Flávio Marcílio) ­Há sobre a mesa. e vou submeter a votos a

ARENA; Marcílio Lima

Mato Grosso

Paraíba.Antônto Mariz - ARENA- Cláudio Leite

ARENA; Wilson Braga - ARENA.

AlagoasJosé Alves - ARENA; OCeano Carleial ­

ARENA.

PernambucoCarlos Alberto Oliveira - ARENA; Fer­

nando Lyra - MDB; Gonzaga Vasconcelos- ARENA; Magalhães Melo - ARENA;Marco Maciel - ARENA; Ricardo Fiuza ­ARENA.

São Paulo

Adalberto Camargo - MDB; Amaral Fur­lan - ARENA; Athiê Coury - MDB' Bal­daceí Filho - ARENA; Braz Nogueira -'­ARENA; Cantídio Sampaio - ARENA· Car­doso de Almeida - ARENA; Chaves 'Ama­rante - ARENA; Dias Menezes - MDB'Faria Lima -;- ARENA; Henrique Turner":"ARENA; Jose Camargo - MDB; MaurícioToledo - ARENA; Pacheco Chaves ­MDB; Paulo Abreu - ARENA; Paulo Alber­to - ARENA; Santilli Sobrinho - MDB'Silvio topes - ARENA; Sylvio Venturolli ~ARENA.

Espírito Santo

Dirceu Cardoso - MDB; José Tasso deAndrade ARENA; Oswaldo SancHoARENA.

BahiaDjalma Bessa - ARENA; Edvaldo Flôres

- ARENA; Fernando Magalhães - ARENA'José Penedo - ARENA; Necy Novaes ....:.ARENA; Ney Ferreira - MDB; Odulfo Do­mingues - ARENA; Rogério Rêgo - ARE­NA; Theódulo de Albuquerque - ARENA;Wilson Falcão - ARENA.

Rio de Janeiro

Alair Ferreira - ARENA; Alberto Lavinas- MDB; Daso Coimbra - ARENA; JoséSally - ARENA; Moacir Chiesse - ARENA·Osmar Leitão - ARENA; Peixoto Filho ....:.MDB; Rozendo de Souza - ARENA.

Alcir Pimenta - MDB; Bezerra de Norõea- MDB; Eurípides Cardoso de Menezes ­ARENA; Florim Coutinho - MDB' Fran­cisco Studart - MDB; JG de Araújo Jorge- MDB; Nina Ribeiro - ARENA' PedroFaria - MDB; Rubem Medina - MoB.

Minas Gerais

Aécio Cunha - ARENA; Altair Chagas ­ARENA; Batista Miranda - ARENA' BentoGonçalves - ARENA; Bías Forte"":' ARE­NA; Elias Oarmo - ARENA; Fábio Fonsêca- MDB; Geraldo Freire - ARENA' JorgeFerraz - MDB; José Machado - ARENA'Nogueira de Rezende - ARENA; Rena~Azeredo - MDB.

Garcia Netto- ARENA.

dizer acima das atividades meramente par­tidárias. Não defendo a posíção de um merotecnocrata, insensível à vida política.

De outro lado, devo responder ao apartede V. Ex.", quando lembra que o MDB po­derá fazer os novos Governadores da­qui a quatro anos. Realmente existe estahipótese, mas não desejaria, jamais, que omeu partido abdicasse dos princípios fun­damentais da defesa do voto direto, só pelofato de que possa vir a beneficiar-se, fu­turamente, de condições de eleição deGovernadores.

Dizia que o MDB não destoará da ati­vidade parlamentar, porque a sua preo­cupação maior é a de servir ao Brasil. Estouseguro de que o fará olhando para a frente,pois o futuro não se constrói sem a juven­tude, fator fundamental para o progressodo País; sem os trabalhadores, que revela­ram no voto a sua angústia; sem os em­presários, que traduziram no voto a suainquietação; sem os agricultores, que fa­laram através das urnas; sem os militares,que, dentro do respeito democrático dasurnas, transmitiram sua mensagem de con­fiança no Brasil e nos seus representantessabendo que o voto era também a sua armáa serviço da tranqüilidade social, do pro­gresso e da independência política e eco­nômica da nossa Pátria.

Era o que tinha a dizer. (Palmas.)

O SR. PRESIDENTE (Flávio Marcílio)Está findo o tempo destinado ao Expedien­te.

Vai-se passar à Ordem do Dia.

Comparecem mais os Srs.:Aderbal Jurema

Fernando GamaDayl de :AlmeidaPetronio FigueiredoVinicius OansançãoJoão CasteloJarmund Nasser

MaranhiíoFreitá8 Diniz - MDB; Nunes Freire ­

ARENA.

ParáAmérico Brasil - ARENA; Juvêncio Dias

_ ARENA.

AmazonasIoel Ferreira - MDB; Leopoldo Peres ­

ARENA; Raimunào Parente - ARENA;Vinicius Câmara.- ARENA.

PiauíDyrno Pires - ARENA; Milton Brandão

- ARENA; Paulo Ferraz - ARENA; Pi­nheiro Machado -'-- ARENA; Severo Eulálio-MDB.

AereJoaquim Macêdo - ARENA.

Ceará

Edilson Melo Távora - ARENA; ErnestoValente - ARENA; Januário Feitosa ­ARENA; Jonas Carlos - ARENA; JosiasGomes - ARENA; Manoel RodriguesARENA; oams Pontes - MDB; Paes deAndrade - MDB.

Rio Grande do NorteGrlmaldi Ribeiro _cc ARENA; Henrique

Eduardo Alves - MDB; Vingt Rosado -ARENA. .

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.~ovembro dp 197( DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção n Quinta-feira 21 8819

O SR. PRESIDENTE (Flávio Marcílio) ­Há sobre a mesa e vou submeter a votos a

REDAÇAO FINAL DOPROJETO DE DECRETO LEGISLATIVO

N.o 165-B11974

Aprova o texto do Convênio de Coo­peraçâo Turística entre a RepúblicaFederativa do Brasil e os Estados Uni.Illos Mexicanos, assinado em Brasilía, a24 de junho de 1974.

O Congresso Nacional decreta:

Art. 1.0 Fica aprovado o texto do Con­vênio de Cooperação Turística entre a Re_pública Federativa do Brasil e os EstadosUnidos Mexicanos, assinado em Brasília, a24 de julho de 1974.

Art. 2.° Este decreto legislativo entraráem vigor na data de sua publicação.

Comissão de Redação - Cantídio Sam­paio, Presidente - Henrique de La Rocque,Relator.

O SR. PRESIDENTE (Flávio Marcílio) ­OS 81'S. que a aprovam queiram ficar comoestão. (Pausa.)

Aprovada.Vai ao Senado Federal.

O SR. PRESIDENTE (Flávio Marcílio):Há sobre a mesa e vou submeter a votos a

REDAÇãO FINAL DOPROJETO DE DECRETO LEGISLATIVO

N.o 169-B11974

Aprova o texto do Acordo sobre trocade Estagiários, celebrado entre o Go­verno da República Federatíva do Brasile o Governo da República da Finlândia,em Brasília, a 30 de maio de 1974.

O Congresso Nacional decreta:Art. 1.0 F'lea aprovado o texto do Acordo

sobre troca de Estagiários, celebrado entre oGoverno da República Federativa do Brasil,e o Governo da República da Finlândia, emBrasília, a 30 de maio de 1974.

Art. 2.° Este decreto legislativo entraráem vigor na data de sua publicação.

Comissão de Roedação - Cantídio Sam­paio, Presidente - Henrique de La Rocque,Relator.

O SR. PRESIDENTE (Flávio Marcílio) ­Os Srs. que a aprovam queiram ficar comoestão. (Pausa.)

Aprovada.

Vai ao Senado Federal.

O SR. PRESIDENTE (Flávio Marcílio)Há sobre a mesa e vou submeter a votos a

REDAÇAO FINAL DOPROJETO DE DECRETO LEGISLATIVO

N.o 170-B/1974

Aprova o texto do Convênio sobreTransportes Marítãmos, assinado entre aRepública Federativa do Brasil e os Es­tados Unidos Mexicanos, em Brasília, a24 de julho de 1974.

O Congresso Nacional decreta:Art. 1.0 Fica aprovado o texto do Convê­

nio sobre Transportes Marítimos, assinadoentre a República Federativa do Brasil e osEstad05 Unidos Mexicanos, em Brasília, a24 de julho de 1974.

Art. 2.0 Este decreto legislativo entrará.em vigor na data de sua publicação.

Comissão de R€dacão - Cantídio Sam­paio, Presidente - Benrique de La Rocque,Relator.

o SR. PRESIDENTE (Flávio Mareílio) ­Os srs, que a aprovam queiram ficar comoestão. (Pausa.)

Aprovada.Vai ao Senado Federal.

O SR. PRESIDENTE (Flávio Marcílio)Há sobre a mesa e vou submeter a votos a

REDAÇÃO FINAL DOPROJETO DE DECRETO LEGISLATIVO

N.O 171-B/1974

Aprova o texto do Acordo de Coope­ração Técnica e Científica, firmado en­tre o Governo da República Federativado Brasil e o Governo dos Estados Uni­dos Mexícanos, em Brasília, a 24 de ju­lho de 1974.

O Congresso Nacional decreta:

Art. 1.0 Fica aprovado o texto do Acordode Cooperação Técnica e Científica, firma­do entre o Governo da República Federa­tiva do Brasil e o Governo dos Estados Uni­dos Mexicanos, em Brasília, a 24 de julhode 1974.

Art. 2.0 Este decreto legislativo entraráem vigor na data de sua publicação.

Comissão de Redação - Cantidio Sam­paio, Presidente - Henrique de La Rocque,Relator.

O SR. PRESIDENTE (Flávio Marcílio) ­Os Srs, que a aprovam queiram ficar comoestão. (Pausa.)

Aprovada.

Vai ao Senado Federal.

O SR. PRESIDENTE (Flávio MareíliO)Há sobre a mesa e vou submeter a votos a

REDAÇãO FINAL DOPROJETO DE LEI

N.o 971-C/1972Torna obrigatória a ressalva de uso,

nos rótulos e embalagens de produtosque possam ser considerados noeívos àsaúde da pessoa humana.

O Congresso Nacional decreta:Art. 1.0 Os produtos considerados noci­

vos à saúde da pessoa humana salientarãoesse fato, em seus rótulos e embalagens, deuma forma evidente e detalhada, comoadvertência preventiva ao consumidor.

§ 1.0 Esse aviso nunca será inferior a10% (dez por cento) da área impressa daembalagem ou rótulo e a mensagem seráexpressa em carácteres bem legíveis.

§ 2.0 Constarão do rótulo ou embalagem,a critério do Ministério da Saúde, a compo­sição química do produto e o seu antídoto,bem como precauções e instruções para aeventualidade de acidentes.

Art. 2.° c Ficará, também, a critério doMinistério da Saúde, a seleção, publicaçãoe divulgação, em todo o terntórío nacional,dos produtos abrangidos pelas dísposiçõesda presente lei. .

Art. 3.° Independentemente da sançãopenal cabível, as infrações ao disposto nestalei serão apuradas em processo adminis­trativo, iniciado com a lavratura do auto deinfração, e as penalidades a serem impostassão as classificadas a seguir:

I - advertência, com a apreensão e Inuti­lízação dos produtos;

II - multa, de uma a dez vezes o valor domaior salário mínimo vigente no País;

rn - interdição, temporária ou definiti­va, daquela linha de fabricação.

§ 1.0 As penas previstas neste artigo se·rão aplicadas pelas autoridades competen-

tes do Ministérío da Saúde e dos servlcossanitários dos Estados, Territórios e Dis­trito Federal, conforme as atribuições quelhes são conferidas nas respectivas legisla­ções ou por competência delegada atravésde convênios.

§ 2.° Para a imposição das penalidadese sua graduação, serão levados em conta:

I - a maior ou menor gravidade dainfração;

II - as circunstâncias atenuantes e agra-vantes; .

III - os antecedentes do infrator comrelação às disposições das leis sanitárias, deseus regulamentos e demais normas com­plementares.

§ 3.° As multas previstas neste artigoserão aplicadas em dobro, nos casos dereincidência.

Art.4.0 Quando aplicada a pena de mul­ta, o infrator será notificado para recolhê­Ia, no prazo de 10 (dez) dias à FazendaNacional.

§ 1.0 A notificação será feita por inter­médio do funcionário lotado no órgão com­petente ou mediante registro postal. e nocaso de não ser encontrado o infrator, pormeio de edital publicado no órgão oficialde divulgação ou afixado no local de costu­me.

§ 2.° O não recolhimento da multa den­tro do prazo fixado neste artigo implicarána sua ínscríçâo para cobrança judicial. naforma prescrita pelo art. 22 e seus parágra­fos do Decreto-lei n.v 147, de 3 de feve­reiro de 1967,

Art. 5.° A ínutílízação de produtos so­mente de ITerá ser feita após o decurso de 20(vinte) dias, contados da data da publi­cação da decisão condenatóría irrecorrível,lavrado o respectivo termo de ínutãlízação,que deverá ser assinado pela autoridadecompetente e pelo infrator ou seu substitu­to ou representante legal, devendo, narecusa, o termo ser assinado por duas teste­munhas.

Art.6.0 Dentro de 10 (dez) dias seguintesà publicação da decisão no órgão oficial ouda aríxaçào no local de costume, o infratordela poderá recorrer para a autoridadehierarquicamente superior.

§ 1.0 O recurso somente terá efeito sus­pensivo na hipótese do item !II do art. 2.°desta lei.

§ 2.° O recurso, devidamente fundamen­tado, será examinado pela própria autori­dade recorrida, que poderá reconsiderar adecisão anterior ou remetê-Ia à autoridadesuperior.

§ 3.° Na hipótese de interdição defini­tiva do cstabeleeímento, poderá haver re­curso para o Ministro de Estado.

Art. 7.° As infrações às disposições des­ta lei prescrevem em 5 (cinco) anos.

§ 1.0 A prescrição interrompe-se pelanotificação ou outro ato da autoridade com­petente. visando a sua apuração e conse­qüente aplicação da pena.

§ 2.D Não corre o risco prescricional en­quanto houver processo administrativo pen­dente de decisão.

Art. 8.° Dentro de 90 (noventa) dias, oPoder Executivo regulamentará esta lei.

Art. 9.° Esta lei entrará em vigor nadata de sua publicação, revogadas as dispo­sições em contrário,

Comissão de Redação, 20 de novembro de1974. - Cantídio Sampaio, PresidenteHenrique de La Boeque, Relator.

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8826 Quinta-feira 21 DIliRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seçã.o I) Novembro de 1974

O SR. PRESIDENTE (Flávio Marcílio) ­Os Brs, que a aprovam queiram ficar comoestão. (Pausa.)

Aprovada.

Vai ao Senado Federal.O SR. PRESIDENTE (Flávio Marcílio)

Há sobre a mesa e vou submeter a votos a

REDAÇÃO FINAL DAEMENDA SUBSTITUTIVA

DA CAMARA DOS DEPUTADOS AOPROJETO DE LEIN.o 1.496-E1l973

Dispõe sobre o fornecimento ou divul­gação, pela Fundação Instituto Brasi­leiro de Geografia e Estatística, aosMunicípios brasileiros interessados, dosdados demográficos necessários ao cum­primento do § 2.° do artigo 15 da CODS­tttuíção Federal.

O Congresso Nacional decreta:

Art. 1.° A Fundação Instituto Brasileirode Geografia e Estatistica fornecerá qüín­qüenalmente, às Câmaras de Vereadores dosMunicipios que tenham alcançado 200.000(duzentos mil) habitantes, certidão declara­rol'ia da respectiva população, para cumpri­mento do preceituado no § 2.° do art. 15 daConstituição Federal.

Art. 2.° As certidões previstas no artigoanterior terão como referência os anos ter­minados em zero e em cinco. tendo comobase, respectivamente, os resultados dosRecenseamentos Gerais do Brasil e estima­tivas calculadas por processo de amostra­gem.

Art. 3.° A Fundação Instituto Brasileirode Geografia e Estatística fornecerá, noprazo de 180 (cento e oitenta) dias, às Câ­maras de Vereadores dos Muntcípíos que noCenso de 1970, revelaram população supe­rior a 175.000 (cento e setenta e cinco mil)habitantes, certidão declaratória da respec­tiva população em 1971. 1972 e 1973, paracumprimento do preceituado no § 2.0 doart. 15 da Constituição Federal.

Art. 4,° Esta lei entrará em vigor nadata de sua publicação, revogadas as dispo­sições em contrário.

Comissão de Redacão. 20 de novembro de1974. - Cantídio Sampaio, PresidenteHenrique de La Bocqne, Relator.

O SR. PRESIDENTE (Flávio llfarcÍlio)Os srs, que a aprovam queiram ficar comoestão. (Pausa.)

Aprovada.

Vai ao Senado Federal.O SR. PRESIDENTE (Flávio Mareilío)

Há sobre a mesa e vou submeter a votos a

REDAÇÃO FINAL DOPROJETO DE LEIN,o 1.938-F/1973

Dá nova redação ao art. 49 e seus pa­rágrafos e ao item VII do art. 55 da Lein." 6.015, de 31 de dezembro de 1973,que dispõe sobre os registros públicos, edá outras providências.

O Congresso Naci~mal decreta:Art. 1.0 O Art. 49, e seus parágrafos, e o

item 7.° do Art. 55, da Lei n. O 6.015, de 31de dezembro de 1973, passam a vigorar coma seguinte redação:

"Art. 49. Os oficiais do registro civilremeterão à Fundação Instituto Brasi­leiro de Geografia e Estatística, dentrodos primeiros oito dias dos meses dejaneiro. abril, julho e outubro de cadaano, um mapa dos nascimentos, casa­mentos e óbitos ocorridos no trimestreanterior.

§ 1.0 A Fundação Instituto Brasileirode Geografia e Estatística fornecerámapas para a execução do disposto nes­te artigo, podendo requisitar aos ofi­ciais do registro que façam as correçõesque forem necessárias. '

§ 2.° Os oficiais que, no prazo legal,não remeterem os mapas, incorrerão namulta de um a cinco salários mínimosda região, que será cobrada como dívidaativa da União, sem prejuízo da açãopenal que no caso couber.

Art. 55 , ..........•..••VII - Os nomes e prenomes, a natura­lidade, a profissão dos pais, o lugar ecartório onde se casaram, a idade dagenítora, do registrando em anos com­pletos, na ocasião do parto, e o domící­lia ou a residência do casal."

Art. 2.° A presente lei entrará em vigora 1.0 de julho de 1975.

Comissão de Redação, 20 de novembro de1974 - Cantídío Sampaio, PresidenteHenrique de La Rocque, Relator.

O SR. PRESIDENTE (Flávio Marcílio)Os Srs. que a aprovam queiram ficar comoestão. (Pausa.)

Aprovada.Vai à Sanção.O SR. PRESIDENTE (Flávio Marcílio) _

Há sobre a mesa e vou submeter a votos a

REDAÇÃO FINAL DOPROJETO DE LEIN.o 2.113-CI1974

Dispõe sobre a formação de OficiaisEngenheiros para o Corpo de Oficiaisda Aeronáutica, da Ativa, e dá outrasprovidências.

O Congresso Nacional decreta:

Art. 1.° A formação de engenheiros des­tinados ao Quadro de Oficiais Engenheirosdo Corpo de Oficiais da Aeronáutica(QOEng), da Ativa, será feita através doInstituto Tecnológico da Aeronáutica CITA).

§ 1.0 Quando essa formacão for insufi­ciente para o preenchimento do QOEng,poderão ser incluídos, no posto inicial, V{)­Iuntâríos, Engenheiros formados por insti­tuições de ensino de engenharia plena, ott­ciallnente reconhecidas.

§ 2.° A inclusão, a que se refere o pa­rágrafo anterior, tar-ae-á no posto de Pri­meiro-Tenente e ocorrerá, somente, para osEngenheiros que tenham sido aprovados eclassificados em:

a) COncurso de seleção; e

b) Estágio de adaptação.

Art. 2.0 As especialidades de engenharia,para o posto inicial do QOEng, serão fixa­das anualmente por Ato do Ministro da Ae­ronáutica.

Art. 3.° As vagas, nas diversas especia­lidades de engenharia, destinadas ao re­

.eompletamento do QOEng, no posto inicial,serão fixadas, anualmente, por Ato do Mi­nistro da Aeronáutica.

Art. 4.° Os civis que vierem a se candi­datar aos cursos do Instituto Tecnológicoda Aeronáutica, a partir da entrada em vi­gor desta lei, manifestarão, à ocasíão dovestibular, prévia opção, declarando se suaprimeira preferência é pelo seu futuro in­gresso no QOEng ou pela prestação de 2(dois) anos de serviço civil, na qualidade deEngenheiro, a qualquer órgão ou entidadeda admlnlstracâo direta ou indireta do Po­der Executivo, 'logo após sua diplomação.

Art. 5.° As vagas destinadas aos candi­datos civis aos cursos do Instituto Tecno­lógico da Aeronáutica serão, em sua meta­de, preenchidas, obrigatoriamente, pelosalunos a serem futuramente incluídos noQOEng, na forma do compromisso assumidono momento da matrícula, atendidas, noaproveitamento dos candidatos aprovados,em primeiro lugar, a ordem de classificaçãoem concurso, em segundo, a primeira pre­ferência feita.

Art. 6.° Serão incluidos no QOEng osalunos civis, matriculados no Instituto Tec­nológico da Aeronáutica a partir da entra­da em vigor desta lei, que tiverem optadopela sua inclusão nesse Quadro, uma vezatendidas as seguintes condições;

1) Tenham completado o Curso do Centrode Preparação de Oficiais da Reserva daAeronáutica de São José dos Campos .....(CPORAer 8J), ao término do 2.0 ano Fun­damental;

2) Tenham sido selecionados ao concluí­rem com aproveitamento o Curso Funda­mental do Instituto Tecnológico da Aero­náutica;

3) Tenham sido convocados como Aspi­rantes-a-Oficia1-Infantaria de Guarda, es­tagiários de engenharia ao serem matrr­culados no 1.0 ano do Curso Profissional doInstituto Tecnológico da Aeronáutica;

4) Tenham concluído com aproveitamen­to um dos cursos de engenharia do InstitutoTecnológico da Aeronáutica.

S 1.0 O direito à inclusão no QOEng,atendidas as condições dos números 1 a 4deste artigo, é também garantido aos alu­nos que, emobra tenham manifestado, aoensejo de seu ingresso no Instituto Tecno­lógico da Aeronáutica, opção pela prestaçãode 2 (dois) anos de serviço civil à União,venham a requerer, ao término do 2.° anoFundamental, sua futura inclusão no .....QOEng.

§ 2.° A seleção do salunoa que concluí­rem com aproveitamento o Curso Funda­mental do Instituto Tecnológico da Aero­náutica obedecerá às disposições de Ingressonas Forças Armadas, previstas no Estatutodos Militares, tendo preferência na seleção,dentre os voluntários, o aluno que registrarmelhor aproveitamento escolar no CursoFundamental.

§ 3.° A precedência hierárquica entre osAspirantes-a-Oficial-Infantaria de Guarda,estagiários de engenharia, será estabelecidade acordo com a ordem decrescente do apro­veitamento escolar no CPORer SJ.

§ 4.° A inclusão no QOEng far-se-á noposto de Primeiro-Tenente, a contar da datada conclusão do curso de engenharia doInstituto Tecnológico da Aeronáutica. ob­servada a precedência hierárquica de aeor­do com a ordem decrescente de aproveita­mento escolar em todo o curso do InstitutoTecnológico da Aeronáutica.

Art. 7.° As instruções para o concurso deseleção e para o estágio de adaptação, re­feridas no § 2.° do Art. 1.0. serão estabele­cidas na regulamente.ção desta lei.

Art. 8.° A matrícula de Oficiais da Ae­ronáutica no Instituto Tecnológico daAeronáutica, a partir da vigência desta lei,ficará restrita aos Oficiais do Quadro deOficiais Aviadores, da Ativa, incapacitadosdefinitivamente para as atividades aéreas.

Parágrafo único. Os Oficiais de que tra­ta este artigo, ao concluírem com aprovei­tamento o Curso de Engenharia do Institu­to Tecnológico da Aeronáutica, permanece­rão no seu Quadro de origem e na categoriade extranumerárío em que se encontravam.

Page 13: CÂMARA DOS DEPUTADOS - imagem.camara.gov.brimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD21NOV1974.pdf · CONGRESSO NACIONAL Faço saber que o Congresso Nacional aprovou, nos termos do art.

Novembr:l de 1974

Art. 9.° O Oficial do Corpo de Oficiaisda Aeronáutica, da Ativa, cursando o Insti­tuto Tecnológico da Aeronáutica ou o Insti­tuto Militar de Engenharia na data da pu­blicação desta lei, poderá ser transferidopara o QOEng, obedecida li precedên~~a

hierárquica prevista no Estatuto dos Mílí­tares, mediante requerimento feito dentrodo período de 45 (quarenta e cinco) dias acontar da data da diplomação.

Art. 10. O aluno civil, cursando o Ins­tituto Tecnológico da Aeronáutica na datada publicação desta lei, também poderá serincluido no QOEng, satisfeitas no que cou­ber, as exigências do Art. 4.0 , mediante r~­

querimento e na forma que for estabeleci­da na regulamentação desta lei.

Parágrafo único. Os alunos a que se re­fere este artigo, já matriculados num doscursos profissionais do Instituto Tecnológi­co da Aeronáutica quando da entrada emvigor desta lei, que requererem ou vierem arequerer sua futura inclusão no QOEng, po­derão ser convocados como Aspirantes-a­Oficial-Infantaria de Guarda, estagiáriosde engenharia, na forma estabelecida naregulamentação desta lei.

Art.ll. O Oficial Engenheiro da Reservada Aeronáutica, de que trata o artigo ante­ri-or, poderá requerer matrícula no estágiode adaptacão referido no Art. 1.0, indepen­dente de .concurso de seleção, sendo-lheasseguraôa preferência sobre os demaiScandidatos de mesma especialidade de en­geriharla.

Art. 12. Não será concedida transferên­eía para a Reserva Remunerada ou demís­são da Aeronáutica, a pedido, sem queindenize previamente o Ministério da Aero­náutica pelas despesas decorrentes do Cur­so de Engenharia, ao Oficial do Corpo deOftcia.is da Aeronáutica, da Ativa, que o re­querer:

1) Durante o curso do Instituto Tecnoló­gico da Aeronáutica; e

2) Antes de decorridos 5 (cinco) anos deinterrupção em qualquer um dos três anosdo Curso Profissional ou da conclusão docurso do Instituto Tecnológico da Aeronáu­tica.

Parágrafo único. O disposto neste artigoaplicar-se-á, também, ao Oficial do Corpode Oficiais da Aeronáutica, da Ativa, ma­triculado ou que venha a matricular-se noInstituto Militar de Engenharia.

Art. 13. Deverá indenizar o Ministérioda Aeronáutica pelas despesas decorrentesdo curso do Instituto Tecnológico da Aero­náutica:

1) O aluno que pedir desligamento emqualquer um dos anos do Curso Profissio­nal;

2) O Engenheiro formado pelo InstitutoTecnológico da Aeronáutica que deixar decumprir, na íntegra, o compromisso deprestação de 2 (dois) anos de serviço civil,na sua especialidade, ao Governo Federal.

Art. 14. O Poder Executivo regulamen­tará esta lei no prazo de 45 (quarenta ecinco) dias, a contar da data de sua pu­blicação.

Art. 15. Esta lei entrará em vigor nadata de sua publicação, ficando revogadosa Lei n.v 5.728, de 5 de novembro de 1971,e sua regulamentação; o parágrafo único doArt. 7.0 do Decreto-lei n,o 313, de 7 de mar­ço de 1967, e demais disposições em contrá­rio,

Comissão de Redação, - Cantídio Sam­paio, - Presidente - Henrique de La Roe­que, Relator.

DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

o SR. PRESIDENTE (Flávio Mareílio) ­Os Srs. que a aprovam queiram ficar comoestão. (Pausa.)

Aprovada.

Vai ao Senado Federal.O SR. PRESIDENTE (Flávio Mareíllo) ­

Há sobre a mesa e vou submeter a votos a

REDAÇÃO FINAL DOPROJETO DE LEIN.o 2. 268-B/1974

Dispõe sobre a segurança do trans­porte metroviário, e dá outras provi­dências.

O Congresso Nacional decreta:

Art. 1.0 A segurança do transporte me­troviário incumbe à pessoa juridica que oexecute, observado o disposto nesta Leino regulamento do serviço e nas instruçõesde operações de tráfego.

Art. 2.° Para os fins desta Lei, incluem-sena segurança do transporte metrovíárío apreservação do patrimônio vinculado a ele.as medidas de natureza técnica, adminis­trativa, policial e educativa que visem àregularidade do tráfego, à incolumidade ecomodidade dos usuários, à prevenção deacidentes, à higiene e à manutenção daordem em suas instalações.

Art. 3.0 Para a segurança do transportemetroviário, a pessoa jurídica que o exe­cute deve manter corpo próprio e especia­lizado de agentes de segurança com atua­ção nas áreas do serviço, especialmente nasestações, linhas e carros de transporte.

Art. 4.0 O corpo de segurança do metrôcolaborará com a Policia local para man­ter a ordem pública, prevenir ou reprimircrimes e contravenções penais nas áreas doserviço de transporte metroviário.

§ 1.° Em qualquer emergência ou ocor­rência, o corpo de segurança deverá tomarimediatamente as providências necessáriasà manutencão ou restabelecimento da nor­malidade do tráfego e da ordem nas de­pendências do metrô.

§ 2.0 Em caso de acidente, crime ou con­travenção penal, o corpo de segurança dometrô adotará as providências previstas naLei n. O 5 970. de 11 de dezembro de 1973,independentemente da presença de autori­dade ou agente policial, devendo ainda:

I - Remover os feridos para pronto-so­corro ou hospital;

II - Prender em flagrante os autores doscrimes ou contravenções penais e apreen­der os instrumentos e os objetos que tive­rem relacão com o fato, entregando-os à au­toridade 'policial competente; e

IH - Isolar o local para verificação eperícias, se possível e conveniente, sem aparalisação do tráfego.

Art. 5° Em qualquer dos casos a que serefere o § 2.° do artigo anterior, após aadoção das providências previstas, o corpode segurança do metrô, lavrará, encami­nhando-o à autoridade policial competente,boletim de ocorrência em que serão consig­nados o fato, as pessoas nele envolvidas. astestemunhas e os demais elementos úteispara o esclarecimento da verdade.

Parágrafo único. O boletim de ocorrên­cia se equipara ao registro policial de ocor­rência para todos os fins de direito.

Art. 6.0 A executora do transporte me­troviário é obrigada a fornecer às viti­mas de acidentes nele ocorridos, como osseus beneficiários ou a outros interessados,cópia autenticada do boletim de ocorrên­cia no prazo máximo de dez dias, contados

Quinta-feira 21 8821

da data do recebimento do pedido, sob pe­na de multa correspondente a dez vezeso valor do maior salárío-rnínímo vigenteno País à época, se o requerimento forda vitima ou beneficiário desta, e a duasvezes o citado valor, se de terceiro com le­gitimo interesse próprio, devendo a meta­de da multa entregar-se ao requerente dacopia.

Parágrafo único. Pelo fornecimento dacópia do boletim de ocorrência poderá sercobrado dos interessados emolumento pre­visto no regulamento do transporte metro­viário, nunca superior a 1/40 (um quarentaavos) do valor do salário mínimo a que serefere este artigo.

Art.7.0 O regulamento de transporte me­troví-irío, que será expedido pela autori­dade local, além de pormenorizar o m idoe a forma de operação do serviço, a con­duta do usuário, os direitos e deveres daexecutora e as atribuições e o procedimen­to do corpo de segurança, observado o dis­posto nesta Lei, estabelecerá as multas edemais sanções administrativas para os in­fratores de suas disposições, com previsãode recursos para cada caso.

Art. 8.0 Esta Lei entrará em vigor na da­ta de sua publicação, revogadas as dispo­sições em contrário.

Comissão de Redação, - Canf.idío Sam­paio, Presidente - Henrique de La Rocque,Relator.

O SR. PRESIDENTE (Flávio Mal'cílio) ­Os Srs. que ~ aprovam queiram ficar comoestão. (Pausa.)

Aprovada.Vai ao Senado Federal.O SR. PRESIDENTE (Flávio Mareílio) _

Há sobre a mesa e vou submeter a votos a

REDACãO FINAL DOPRÓJETO DE LEIN.O 2.287-B/1974

Autoriza a União a subscrever açõesno aumento do capital social do Ban­co Nacional de Crédito Cooperativo S.A.,c dá outras providências.

O Congresso Nacional decreta:

Art. 1.0 FlCa a União autorizada a subs­crever ações, até o limite de ...........•Cr$ 60 000.000,00 (sessenta milhões de cru­zeiros), no aumento do capital social doBanco Nacional de Crédito Cooperativo S.A.- BNCC.

Art. 2.° Para atender a despesa a quese refere o artigo anterior, fica o PoderExecutivo autorizado a abrir, ao Mimsté­rio da Agricultura, um crédito especial novalor de até Cr$ 60.000.000,00 (sessenta mi­lhões de cruzeiros).

Parágrafo único. A abertura do créditoautorizado neste artigo será compensadamediante anulação de dotações constantesdo Orçamento para o corrente exeruicio,de que trata a Lei n. O 5.964, de 10 de de­zernbro de 1973.

Art. 3 ° Esta Lei entrará em vigor na da­ta de sua publicação, revogadas as disposi­ções em contrário,

Comissão de Redação, 20 de novembro de1974. - Cantídio Sampaio, PresidenteHenrique de La Roeque, Relator.

O SR. PRESIDENTE (Flávio Marcílio)Os Srs. que a aprovam queiram frear comoestão. (Pausa.)

Aprovada.

Vai ao Benado Federal.

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8822 Quinta-feira 21 DlARIO DO CONGRESSO NACIONl\L <Seção 1) Novembro de 1974

Art. 2.0 As gratificações de representa­ção. nivel universitario e de retribuição pe­lo regime de tempo integral e dedicação ex­clusiva. referentes aos cargos que integramo Grupo a que se refere esta Lei, são absor­vidas, em cada um caso, pelos vencimentosfixados no artigo anterior.

Parágrafo único. A partir da vigênciados atos individuais que incluírem osocupantes dos cargos reclassificados outransformados, nos cargos que integram ogrupo de que trata a preesnte Lei, cessarápara as mesmos ocupantes o pagamento dasvantagens especificadas neste artigo, por-

O SR. PRESIDENTE (Flávio Mareílio) ­Há sobre a mesa e vou submeter a votos aRedação Final do

PROJETO DE LEIN.o 2.30S-B/1974

Fixa os valores dos níveis de venci­mentos do Grupo-Direção e AsSessora­mente Superiores do Quadro Permanen­te da Secretaria do Tribúnal Regionaldo Trabalho da Quinta Região, e dá ou­tras providências.

O Congresso Nacional decreta:Art. 1.0 Aos níveis de classificação dos

cargos de provimento em comissão. inte­grantes do Grupo-Direção e AssessoramentoSuperiores, código TRT-S-DAS-100. do Qua­dro Permanente da Secretaria de ; riburralRegional do Trabalho da Quinta Reg:âo, es­truturado nos termos da Lei n.? 5.645. de10 de dezembro de 1970, correspondem os se­guintes vencimentos:

Niveis

TRT-5-DAS-4

TRT-5-DAS-3TRT-S-DAS-2

TRT-5-DAS-I

VencimentosMensais

7.S80,00

7.480,006.930,00

6.390,00

ventura percebidas, bem como de quaisqueroutras que, a qualquer título, venham per­cebendo, ressalvados apenas o salário-famí­lia e a gratificação adicional por tempo deserviço.

Art. 3.0 Na implantação do plano declassificação dos cargos que deverão inte­grar o grupo de que trata esta Lei, poderá oTribunal Regional do Trabalho da QuintaRegião transformar, em cargos em comissão,funçõee gratificadas e encargos de gabinetea que sejam inerentes atribuições de dire­ção, chefia ou assessoramento.

Art. 4.° Ficam criados, no Quadro Per­manente da Secretaria do Tribunal Regio­nal do Trabalho da Quinta Região, 8 (oito)cargos de Assessor de Juiz, código TRT-fi­DAS-I02.2.

Parágrafo único. Os cargos de Assessorde Juiz são privativos de Bacharel em Di­reito e o seu provimento competirá ao Pre­sidente do Tribunal Regional do Trabalhoda Quinta Região, mediante Indícaçãc dosMagistrados junto aos quais forem servir.

Art. 5.0 O exercício dos cargos em co­missão do Grupo de que trata esta Lei é in­compatível com a percepção de gratificaçãopor serviços extraordinários e de represen­tação de gabinete.

Art. 6.0 Ficam criados, no Quadro Per­manente da Secretaria do Tribunal Regio­nal do Trabalho da Quinta Região, 21 (vin­te e um) cargos de Diretor da Secretaria deJunta de Conciliação e Julgamento, códigoTRT-5-DAS-101.2, e 1 (um) .Qargo de Dire­tor de Serviço de Distribuição 'dos Feitos deSalvador, código TRT-5-DAS-lOl.l, cujosprovimentos ficam condicionados à vacân­cia e extinção dos correspondentes cargosefetivos de Chefe de Secretaria de Junta deConciliação e Julgamento e de Distribui­dor.

§ 1.0 Aos cargos isolados de provimentoefetivo eorrespondern os níveis de venci­mentos fixados para os cargos do Grupo­Direção e Assessoramento Superiores, códi­go TRT-5-DAS-100, de iguais atribuições eencargos.

§ 2.° As gratificações de representação ede nível universitário, que estiverem sendopercebidas pelos ocupantes dos cargos efe­tivos a que se refere este artigo, serãoabsorvidas pelos vencimentos fixados poresta Lei para os correspondentes cargos emcomissão.

§ 3.° A gratificação adicional por tempode serviço dos ocupantes dos cargos efetivosa que se refere este artigo será calculada naforma do disposto no art. 10 da Lei n.o4.345, de 26 de junho de 1964.

Art. 7.0 Ficam transformados, reclassí­ficados e criados, no Quadro Permanente doTribunal Regional do Trabalho da QuintaRegião, os cargos especificados no anexo.

Art. 8.0 l!: vedada a contratação, a qual­quer titulo e sob qualquer forma, de servi­ços com pessoas fisicas ou [urídícas, bemassim a utilização de colaboradores even­tuais retribuídos mediante recibo, para odesempenho de atividades inerentes aoscargos integrantes do Grupo-Direção eAssessoramento Superiores, código T:{l.T-5­DAS-IoO.

Art. 9.° Os vencimentos fixados no art.l.D são aplicados a partir da vigência dosatos de inclusão dos cargos no novo Grupo.

Art. 10. O provimento dos cargos cria­dos por esta Lei fica COndicionado à exis­tência de recursos orçamentários propriosdo Tribunal Regional do Trabalho daQuinta Região.

Art. 11. As despesas decorrentes daaplicação desta Lei serão atendidas pelosrecursos orçamentários próprios do Tribu­nal Regional do Trabalho da Quinta Região,bem como por outros recursos a esse fimdestinados, na forma da legislação perti­nente.

Art. 12. Esta Lei entra em vigor na datade sua publicação, revogadas as disposiçõesem contrário. .

Comissão de Redação, 20 de novembro de1974. - Cantídio Sampaio, Presidente­Henrique de La Rocque, Relator.

ANEXOTRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA QUINTA REGIA.O

QUADRO PERMANENTEGRUPO: DIRECÃO E ASSESSORAMENTO SUPERIORES

éóDIGO: TRT-5.R-DAS-IOO

SITUAÇãO ANTERIOR

Número Símbolo oude cargos Denominação valor da

ou funções gratificação

1 Diretor-Geral l-C

1 Secretário da Presidência 2-C

1 Secretário do Tribunal Pleno l-C

2 Diretor de Secretaria 2-C

6 Chefe de Secretaria de J.C.J. 5-C

9 Diretor de Serviço 3-C

I Diretor-Geral TRT 5.R-DAS-101.4

1 Secretário-Geral da Presidência TRT 5.R-DAS- 101. 4

1 Secretário do Tribunal Pleno TRT 5.R-DAS- l 02 .3

2 Diretor de Secretaria TRT 5.a -DAS- l o1. 3

6 Diretor de Secretaria de J.C.J. TRT 5.R-DAS- 101. 2l '

21 (*) Diretor de Secretaria de J.C.J. TRT 5.R-DAS- I01. 2

3 Diretor de Sel'viça TRT 5.a -DAS- 101. 2

6 Diretor de Serviço TRT 5.a-DAS- l Ol .1

1 (*) Diretor de Serviço TRT 5.a-DAS- lOl .1

8 Assessor de Juiz TRT 5.R-DAS- l 02 .2

8 Assessor TRT 5."-DAS-102.110 Assessor 2-C

Númerode

cargos

SITUAÇãO NOVA

Denominação Código

Observação: Os cargos assinalados com asteriscos serão providos em comissão quando vagarem e conseqüentemente se extinguiremos cargos efetivos de Chefe de Secretaria de Junta de Conciliação e Julgamento e de Distribuidor.

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NO'vembro de 19'74 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL <Seçio I) Quinta-feira 21 88~

11 _ Grupo - Serviços Auxiliares

--------------111 - Grupo - Serviços de Transporte

Ofícial e Portaria

O SR. PRESIDENTE (Flávio Mareílio)Os Srs. que a aprovam queiram ficar comoestão. (Pausa.)

Aprovada.

Vai ao Senado Federal.

OI SR. PRESIDENTE (Flávio Mareilio)Há sobre a mesa e vou submeter a votos aRedação Final do

PROJETO DE LEIN.o 2.3D9-BI1974

Fixa os valores de vencimentos doscargos dos Gl'upos-Atividades de ApoioJudiciário, Serviços de Transporte Ofi.eial e Portaria, Artesanato, Outras Ati.vidades de Nível Médio do Quadro Per­manente da Secretaria do Tribunal Re­gional do Trabalho da Quinta Região, edá outras providências.

O Congresso 1"acional decreta:

Art. 1.0 Aos níveis de classificação doscargos integrantes dos Grupos a "que serefere esta Lei, do Quadro Permanente daSecretaria do Tribunal Regiona! do Traba­'llio da Quinta Região, criados e estrutura­dos com fundamento na Lei ri.? 5.645, de10 de dezembro de 1970, correspondem osseguintes vencimentos:

, I - Grupo - Atividades ele Apoio Judi­ciário

zembro de 1970, será calculada de' acordocom o disposto no artigo 10 da Lei n.o 4.345.de 26 de junho de 1964.

Art. 4.0 Aos atuais funcionários que, emdecorrência desta Lei, passarem a perceber,.mensalmente, retribuição inferior à que vi­nham auferíndo de acordo com a legislaçãoanterior, será assegurada a diferença comovantagem pessoal, nominalmente identifi­cável, na forma do disposto no artigo 4.° erespectivos parágrafos, da Lei Complemen­tar n.O lO, de 6 de maio de 1971.

Art. 5.° Os servidores aposentados, quesatisfaçam as condições estabelecidas paraa transposição de cargos no Ato de estrutu­ração do Grupo respectivo, farão jus à re­visão de proventos, com base no valor dovencimento fixado para o nível inicial dacorrespondente categoria funcional no novoPlano de Retribuição do Grupo.

§ 1.0 Para efeito do disposto neste artigoserá considerado o cargo efetivo ocupadopelo funcionário à data da aposentadoria,incidindo a revisão somente sobre a partedo provento correspondente ao vencimentobásico e ficando suprimidas todas as van­tagens, gratificações, parcelas e quaisqueroutras retribuições que não se coadunemcom o novo Plano de Classificação de Car­gos.

§ 2.° O cargo que servirá de base será oda classe inicial da Categoria Funcional pa­ra a qual tiver sido transposto o cargo dasmesmas denominações e atribuições daquelaem que foi aposentado.

§ 3.° A revisão dependerá da existênciade recursos orçamentários suficientes e so­mente poderá efetivar-se após ultimada atransposição de todos os servidores na ati­vidade, de todos os Grupos em que ocorrerinclusão mediante transposição.

§ 4.° Os novos valores dos proventos se­rão devidos a partir da publicação do atode revisão.

Art. 6.° Na implantação do novo Planode Classificação de Oargos poderá o Tribu­nal Regional do Trabalho da Quinta Re­gião, mediante ato da Presidência, trans­formar, em cargos, observada a regulamen­tação pertinente, os empregos integrantesda Tabela de Pessoal de sua Secretaria, re­gidos pela Legislação Trabalhista, tabelaessa que ficará extinta.

Art. 7.° As funções integrantes do Gru­po-Direção e Assistência Intermediárias,necessárias aos servicos da Secretaria doTribunal Regional do' Trabalho da QuintaRegião, serão por este criadas, na forma doart. 5.° da Lei Complementar n.O 10, de 6de maio de 1971, adotados os príncíptos declassificação e níveis de valores vigorantesno Poder Executivo.

Art. 8.° Ressalvada a hipótese previstano parágrafo único do art. 3.° da Lei n. o .•5.645, de 10 de dezembro de 1970, fica ve­dada a contratação, a qualquer título e sobqualquer forma, de serviços com pessoas fi­sicas ou jurídicas, bem assim a utilizacãode colaboradores eventuais. retribuídos me­diante recibo, para o desempenho de ativi­dades inerentes aos Grupos de que trata es­ta Lei.

Art. 9.° Os vencimentos fixados no ar­tigo 1.° desta Lei vigorarão a partir da datados Atos de inclusão dos cargos no novo sis­tema a que se refere o § 1.0 de seu artigo 2.1)

Art. 10. Observado o disposto nos arti­gos 8.°, inciso lU, e 12, da Lei n.? 5.645, de10 de dezembro de 1970, as despesas decor­rentes da aplicação desta Lei serão atendi­das pelos recursos orçamentários própriosdo Tribunal Regional do Trabalho da Quin-

2.380,00

2.240,002.040,00

1. 760,001.420,00

1.080,00610,00

5.570,00

4.960,00

4.620,00

4.080,003.870,00

3.460,00

3.120,00

2.100,00

1.630,00

1.290,00

880,00

540,06

VencimentosMensais

Cl'$

VencimentosMensais

Cl'$

VencimentosMensais

Cr$

Níveis

TRT-5-NM-7

TRT-5-NM-6

TRT-5-NM-5

TRT-5-NM-4TRT-5-NM-3

TRT-5-NM-2TRT-5-NM-1

Níveis

TRT-5-NS-7TRT-5-NS-6

~T-5-NS-5

TRT-5-NS-4TRT-5-NS-3

TRT-5-NS-2

TRT-5-NS-l

Níveis

TRT-5-ART-5

TRT-5-ART-4

TRT-5-ART-3

TRT-5-ART-2

TRT-5-ART-l

IV - Grupo - Artesanaio

Art:2.0 As gratificações de nível univer­sitário, de retribuição pelo regime de tempointegral e dedicação exclusiva e pelo ser­viço extraordinário a ele vinculado, de re­presentação, referentes aos cargos que in­tegram os Grupos de que trata esta Lei, fi­carão absorvidas, em cada caso, pelosvencimentos fixados no artigo anterior.

§ 1.0 A partir da vigência dos atos detransformação ou transposição de cargospara as categorias do novo sistema, cessará,para os respectivos ocupantes, o pagamentodas vantagens especificadas neste artigo,porventura percebidas.

§ 2.0 Aplica-se o disposto neste artigo aosfuncionários do Quadro Permanente da Se­cretaria do Tribunal Regional do Trabalhoda Quinta Região, à medida que os respec­tivos cargos forem transformados ou trans­postos para as Categorias Funcionais inte­grantes dos demais Grupos estruturados oucriados na forma da Lei n,v 5.645, de 10de dezembro de 1970.

Art. 3.° A gratificação adicional por tem­po de serviço dos funcionários do QuadroPermanente da Secretaria do Tribunal Re­gional do Trabalho da Quinta Região, queforem incluídos nos Grupos de que trataesta Lei e nos demais estruturados ou cria­dos na forma da Lei n,o 5.645, de 10 de de-

v - Gl'UpO - Outras Atividades de Ní­vel Supeeior

VI - Grupo - Outras Atividades de Ní­vel Médio

1.290,00

1.080,00

950,00'140,00

2.380,002.040,00

1.630,00

1.080,00950,00

610,00

5.440,004.820,00

4.080,00

2.920,00

2.510,00

2.100,001.630,00

1.360,00

VencimentosMensais

Cr$

VencimentosMensais

Cr$

VencimentosMensais

(Jr$

Níveis

TRT-5-TP-5

TRT-5-TP-4

TRT-5-TP-3TRT-5-TP-2

Níveis

'I'RT-5-SA-6

~T-5-SA-5

TRT-5-SA-4

~T-5-SA-3

TRT-5-SA-2

TRT-5-SA-1

Níveis

TRT-5-A.J-8

'rRT-5-AJ-7

~rRT-5-AJ-6

~rnT-5-AJ-5

~rRT-5-AJ-4

'JrRT-5-AJ-3

~rRT-5-AJ-2

~rRT-5-AJ-l

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8824 Quinta.;feira U DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Novembro de 19'74

PROJETON.o 1.844-A, de 1974

O Congresso Nacional decreta:Art. 1.0 Fica isenta de pagamento de

tributo de qualquer natureza a importação,para tins de reprodução, de gado bovinO

art. 65, da Lei n,o 4.242, de 17 de julhode 1963, que fixa novos valores para osvencimentos dos servidores do PoderExecutivo, civis e militares; tendo pa­receres: da Comissão de Constituição eJustiça, pela inconstitucionalidade,contra os votos dos Srs. Sylvio de Abreu,Hamilton Xavier, Alceu ColIares, Lysâ­neas Maciel e Miro Teixeira; da Co­missão- de Serviço Público, pela aprova­ção; e, da Comissão de Finanças, pela'rejeição. (Do Sr. Brigido Tinoco.) Re­latores: Srs. Altair Chagas, Fl'eitas No..bre e Ivo Braga.

O SR. PRESIDENTE (Flávio Marcílio) ­Não havendo oradores inscritos, declaro

encerrada a discussão.

Vai-se passar à votação da matéria.

O SR. PRESIDENTE (Flávio Marailio) ­Vou submeter a votos o seguinte '

PROJETON.o 874-A, de 19'72

O Congresso Nacional decreta:Art. 1.0 O artigo 65 da Lei n.O 4.242, de

17 de julho de 1963, passa a ter a seguinteredação: 1

"Os funcionários civis da União, diplo..mados em curso universitário, que eon»tem ou venham a contar mais de .2(dois) anos no exercício de funçõEmcompatíveis com a sua habilitação pro­fissional, serão aproveitados na class~

inicial da série de classes ou classe siJf..gular, correspondente à sua proríssâo;desde que possuam cinco ou mais anosde serviço público." .~:

Art. 2.0 Esta lei entrará em vigor na da­ta de sua publicação, revogadas as disposi­ções em contrário.

O SR. PRESIDENTE (Flávio Marcílio) ~Os Srs. que o aprovam queiram ficar comqestão. (Pausa.)

Vai ao Arquivo.Rejeitado.O SR. PRESIDENTE

d.(Flávio Marcílio) ..:.2

-}

Discussão prévia do Projeto n. O ••• '.

1.844-A, de 1974, que concede isençãode pagamento de tributo de qualquernatureza para a importação de gadobovino da raça holandesa, para fins de.reproduçâo; tendo Parecer da Comis­são de Constituição e Justiça, pela in­constitucionalidade. (Do Sr. Cardoso deAlmeída.) Relator: Sr. Alceu Oollares,

O SR. PRESIDENTE (Flávio Marcílio) _Não havendo oradores inscritos, declaro en­cerrada a discussão.

Vai-se passar à votação da matéria.O SR. PRESIDENTE (Flávio Mareílio)

Em votação o parecer da Comissão de Cons­tituição e Justiça, pela inconstitucionalida­de do projeto.

Os Senhores que o aprovam queiram ficareomo se encontram. (Pause.)

Aprovado.Vai ao Arquivo.

O SR. PRESIDENTE (Flávio Marcílio) ­A proposição a que se refere o parecer é aseguinte:

tores: Srs. Luiz Braz, Francisco Amarale Athiê oouzv,

O SR. PRESIDENTE (Flávio Mareílio) ­Há sobre a mesa e vou submeter a votos oseguinte

REQUERIMENTOSr. Presidente,Nos termos regimentais, requeiro a V.

Ex." o adiamento da discussão do Projeton.o 1.684-A/73 por 10 sessões.

Sala das Sessões, em 20-11-1974. - Paull­no Cícero.

O SR. PRESIDENTE (Flávio Marcílio) ­Os Srs. que o aprovam queiram ficar comoestão. (Pausa.)

Aprovado.Em conseqüência, o projeto sai da Ordem

do Dia.O SR. PRESIDENTE (Flávio Marcilio) -

Primeira discussão do Projeto númerola-A, de 1971, que dispõe sobre prazopara pagamento dos benefícios devidospelo INPS, acrescentando parágrafo aoart. 60 da Lei Orgânica da PrevidênciaSocial; tendo pareceres: da 0Ãlmissãode Constituição e Justiça, pela constitu­cionalidade e jurtdícídade: da comissãode Legislação Social, pela aprovação; e,da Comissão de Finanças pela rejeição.(Do Sr. Francisco Amaral.) Relatores:Srs. Peixoto Filho e Ildélio Martins.

O SR. PRESIDENTE (Flávio Marcílio) ­Não havendo oradores inscritos, declaro en­cerrada a discussão.

O SR. PRESIDENTE (Flávio Mareílio) ­Tendo sido oferecida uma emenda ao Pro­jeto n,? 18-A, de 1971, em L" discussão, vol­ta o mesmo às Comissões de Constituição eJustiça, de Trabalho e Legislação Social ede Finanças.

EMENDA DE PLENARIO AOPROJETO DE LEI

N.o 18, de 1971Dê-se ao art. 1.0 a seguinte redação:

"Art. 1.0 Passa a vigorar como § 1.0o parágrafo único do art. 60 da Lein.? 3.807, de 26 de agosto de 1960, quedispõe sobre a Lei Orgânica da Previ­dência Social, acrescentando-se-Ihes osseguintes:"§ 2.0 Em qualquer hipótese o paga­mento será feito até o trigésimo dia útildo mês seguinte ao a que se refere obeneficio.§ 3.0 Os servidores do INPS responsá­veis pela infração do disposto no pará­grafo precedente incorrerão na multacorrespondente a um salário mínimo demaior valor vigente no Pais, cobradapelo INPS e revertida em favor do be­neficiário. "

JustificaçãoEm primeiro lugar a emenda amplia o

prazo previsto no projeto para pagamentodos benefícios a cargo do INPS de dez paratrinta dias, acolhendo as razões do nobreRelator da matéria na Comissão de Fi­nanças.

Fixa, em segundo lugar, pela inobservân­cia dos prazos, multa a ser paga pelos ser­vidores do INPS responsáveis pela infraçãolegal, revertendo, entretanto, o seu produtoem favor do beneficiário.

Sala das Sessões. - Francisco Amaral.O SR. PRESIDENTE (Flávio Mareílio) _

Primeira discussão do Projeto n.o874-A, de 1972, que altera. a redação do

REQUERIMENTOSenhor Presidente:Na forma regimental, requeiro o adia­

mento, por 10 sessões, da discussão do Pro­jeto de Lei .n.? 369-A/71.

Sala das Sessões, 20 de novembro de 1974._ Paulino Cícero.

O SR. PRESIDENTE (Flávio Marcílio) ­Os Srs. que o aprovam queiram ficar comoestão. (Pausa.I

Aprovado.Em conseqüência, o projeto sai da Ordem

do Dia.

O ~R. PRESIDENTE (Flávio Mareílio) -

Dlseussâo única do Projeto número1.684-A, de 1973, que dispõe sobre o fi­nanciamento de livros didáticos; tendopareceres: da Comissão de Constituiçãoe Justiça, pela constitucionalidade e .iu­ridicidade; e, das Oomíssôes de Educa­ção e Cultura e de Finanças, pela apro­vação. (Do Sr. Alfeu Gasparmí.) Rela-

ta Região, bem como por outros 'recursos aesse fim destinados, na forma da legislaçãopertinente.

Art. 11. Esta Lei entra em vigor na datade sua publicação, revogadas as disposiçõesem contrário.

Comissão de Redação, - Cantidio Sam­paio, Presidente - Henrique de La Rocque,Relator.

O SR. PRESIDENTE (Flávio Mareílio) ­Os Srs. que a aprovam queiram ficar comoestão. (Pausa.)

Aprovada.

Vai ao Senado Federal.O SR. PRESIDENTE (Flávio Mareílio)

Nos termos do art. 86, § 3.0, do RegimentoInterno, convoco a Câmara dos Deputadospara uma Sessão Extraordinária Matutina,amanhã, às 10:00 horas, destinada a Traba­lho das Comissões.

O SR. PRESIDENTE (Flávio Maremo) ­Há sobre a mesa e vou submeter a votos oseguinte

REQUERIMENTOSenhor Presidente:Na forma regimental, requeremos seja

destinado o período do Grande Expedientedo dia 28 de novembro para comemoraçãodo Dia Nacional de Ação de Graças.

Sala das SeS8ões, 20 de novembro de 1974.- Célio Borja - Laerte Vieira.

O SR. PRESIDENTE (Flávio Mareílio) ­Os srs, que o aprovam queiram ficar comoestão. (Pausa.)

Aprovado.O SR. PRESIDENTE (Flávio Marcílio) -

Díscussâo única do Projeto n.v 369-A,de 1971, que acrescenta dispositivos aoDecreto-lei n.o 3.365, de 21 de junho de1941, que dispõe sobre desapropriaçõespor utilidade pública; tendo pareceres:da Comissão de Constituição e Justiça,pela ccnstftucíonalídade, juridicidade e,no mérito, pela aprovação com substitu­tivo; e, das Comissões de Economia,Indústl'ia e Comércio e de Finanças, pe­la aprovação com adoção do substituti­vo da Comissão de Constituição e JU-'!ti­ça. (Do Sr. Silvio Lopes.) Relatores: srs,João Linhares, Luiz Losso e TourinhoDantas.

O SR. PRESIDENTE (Flávio Marcílio) ­Há sobre a mesa e vou submeter a votos oseguinte

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NlJvembrr de 1974

da raça holandesa, quer se trate de Purosde Origem, ambos os sexos, ou Puros porCruzamento, somente fêmeas.

Art. 2.° :É obrigatórío o visto consularnos documentos de importação e nos "pe­digrees" e certificados de origem.

Art. 3.° Esta lei entra em vigor na datade sua publicação. '

Art. 4.° Revogam-se as disposições emcontrário.

O SR. PRESIDENTE (Flávio Marcílio) ­Nos termos do inciso II, artigo 10 do Regi­mento Interno, concedo a palavra ao 81'.Aldo Fagundes, que falará na qualidade deLíder do Movimento Democrático Brasi­leiro.

O SR. ALDO FAGUNDES - (Como Líder.Sem revisão do orador.> Sr. Presidente, no­bres 81'S. Deputados, ainda que seja este omeu primeiro pronunciamento desta tribu­na, depois do epísódío eleitoral de 15 denovembro, não é a esse fato que desejo re­ferir-me. Certamente, a Liderança de mi­nha bancada, oportunamente, há de anali­sar com profundidade esse importanteacontecimento na vida política do :Pais.

. Venho à tribuna, hoje, Sr. Presídente, pa­ra fazer a leitura de um documento im­portante, relativo ao IV Congresso dos Ad­vogados do Rio Grande do Sul, realizadoem Porto Alegre na primeira quinzena domês de novemoro,

~ Entendi de solicitar sejam transcritas nosAnais da Câmara dos Deputados as conclu­sões do referido conelave pelo seu Grandesignificado, especialmente na parte em queconcerne à. luta do ::;wvo brasileiro pela res­tauração do Estado de direito entre nós, epara dizer que hoje o clamor pela normali­dade institucional do Pais não é feito ape­nas na tribuna da Oposição. Diferentes se­tores da vida nacional - jornalistas, inte­lectuais, escritores, advogados, as elites na­eíonaís, enfim - é que se manífestr.m nes­te sentido.

Procedo à leitura da "Proclamação dePorto Alegre", documento com o qual foiencerrado o IV Congresso dos Advogadosao Rio Grande do Sul.

"Fiéis à sua vocação de civismo, ja­mais desmentida, ao longo da História,os advogados brasileiros, reunidos, emPorto Alegre, no IV Congresso dos Ad­vogados do Rio Grande do Sul, na IIConferência de Presidentes de Institu­tos dos Advogados e na I Conferênciade Presidentes de Caixas de Assistên­cia dos Advogados, após atento examedos numerosos problemas a eles pro­postos, estreitamente vinculados à con­juntura sócio-política nacional.-, Proclamam a ínarredável decisão departicipar no processo de desenvolvi­mento nacional, tendo a Pátria e a Jus­tiça como primeira lealdade;_. Proclamam que sua participação ins­pira-se nos valores essenciais de respei­to à pessoa humana, de Liberdade, deJustiça e Pas:- Proclamam que o desenvolvimentonão há de restringir-se ao crescimentomaterial, mas, deve, ao contrário, vol­tar-se para a expansão harmônica dohomem, em todas as suas dimensões:sociais, políticas e espirituais;- Proclamam que o processo de desen­volvimento requer a participação ativade todo o povo brasileiro, em atmosfe­ra de paz, tanto social quanto política,sem jamais admitir-se o sacríríeío nemdas liberdades públicas, nem das ga-

DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção J)

ranttas índívíduaís, nem, muito menos,a violação dos direitos humanos;_ Proclamam a urgência do controle,pelo poder politico nacional, não só denossas riquezas minerais e energéticasmas também das agrícolas, coibindo­se, com severidade, quaisquer formas deabuso do poder econômico, em detri­mento do consumidor ou do produtorbrasileiro;- Proclamam ser indispensável inte­resse politico no fortalecimento dasnossas empresas públicas, e na defesada empresa privada autenticamentebrasileira, impedindo-se a sua desna­cionalização;

- Proelamam que o esforço brasileirode desenvolvimento não ha de implicarno saertrícío nem das classes trabalha­doras, nem da classe média;- Proclamam ser imprescindível oimediato estímulo, à juventude, para alivre e ativa participação na vida pú­blica; processo político: sem a perma­nente renovação dos seus quadros polí­ticos, a Nação enfrentará risco fatalpara a sua Unidade e Soberania;- Proclamam a imperiosidade do aper­feiçoamento do ensino jurídíco, visan­do-se à correção de suas graves defi­ciências atuais e como medida sanea­dora da profissão, ao controle da Or­dem dos Advogados sobre os seus pró­prios quadros, particularmente atravésde adequado Estagio' Profissional ouExame da Ordem, ampliando-se, ade­mais, as faixas de atuação da advo-cacía; ,

- Proclamam ser indispensável a va­lorização profissional do advogado,através de currículo universitário mí­nimo de seis anos, de modo a compre­ender as disciplinas emergentes do de­senvolvimento e ressaltar a responsabi­lidade pública do exercício da advoca­cia;

- Proclamam o predominante interes­se público na manutenção da indepen­dência da advocacia e de seu órgão declasse, que, por força de suas peculia­ridades, não suporta qualquer forma detutela ou supervisão administrativa;

- Proclamam a urgência do reeongra­çaménto da família brasileira, atravésda medida já tradicional na históriapolítica no País, apagando culpas e ex­tinguindo penas impostas em clima de­finitivamente ultrapassado;

.:- Proclamam a certeza de que é emnovo clima de concórdia e confraterni­zação, que poderá realizar-se a refor­ma estrutural do sistema e do PoderJudiciário, sob as diretrizes fundamen­tais de igual acesso a todos, simplifi­cação e celeridade;

- Proclamam sua inteira adesão aoprincipio e reivindicação da Carta dosAdvogados do Rio Grande do Sul aoPresidente da República, de 6 de de­zembro de 1969, referindo-se de modoespecial, à urgência da interligação dasBacias do JacuÍ, Uruguai, Paraguai eAmazonas, e em plano de aproveita­mento global, para superar-se a fase li­torânea da nossa economia, criando-sepoderoso mercado interno, sem o qualnenhum País, adquire voz e peso, nosConselhos que decidem sobre os desti­nos da civilização e da humanidade;

- Proclamam finalmente a necessidadeda restauração do Estado de Direito emtoda a sua plenitude, assegurando-se a

Quinta-feira 21 8825

efetiva e integral independência dospoderes judiciários e legislativo sob oimpério de uma Constituição não con­dicionada.Porto Alegre, 9 de novembro de 1974."

Sr. Presidente, este o documento que de­sejo seja transcrito nos Anais da Câmara.dos Deputados. (Pahnas.)

O SR. PRESIDENTE (Flávio Mareílio) _Nada mais havendo a tratar, vou levantar a.sessão.

Deixam de comparecer os Senhores:Teotônio Neto

ParáGabriel Hermes - ARENA; João Menezes

- MDB; Júlio Viveiros - MDB; SebastiãoAndrade - ARENA; Stélio Maroja - ARE­NA.

PiauíCorreia Lima - ARENA.

Paraíba

Alvaro Gaudêncio - ARENA; JanduhyCarneiro MDB; Marcondes Gadelha _MDB.

PernambucoEtelvino Lins - ARENA; Geraldo Guedes

- ARENA; Joaquim Coutinho - ARENA;Lins e Silva - ARENA; Marcos Freire ­MDB.

SergipeJosé Sampaio - ARENA.

BahiaLomanto Júnior - ARENA.

Espírito SantoArgilano Dario - MDB; Élcio Alvares _

ARENA.

Rio de .JaneiroAdolpho Oliveira - MDB.

GuanabaraAmaral Netto - ARENA; José Bonifácio

Neto - MDB; Lísâneas Maciel- MDB; Lo­po Coelho - ARENA; Marcelo Medeiros ­MDB; Miro Teixeira - MDB; Osnelli Mar­tinelli - ARENA.

Minas GeraisAthos de Andrade - ARENA; Delson SCn­

rano - ARENA; Jairo 'Magalhães - ARE­NA; José Bonifácio - ARENA; Murilo Ba»daró - ARENA; Navarro Vieira - ARENA;Sílvio de Abreu - MDB.

São PauloBezerra de Mello - ARENA; ítalo Fitti.

paldi - ARENA; Mário Telles - ARENA;Monteiro de Barros - ARENA; Ortiz Mon­teiro - ARENA; Pedroso Horta - MDB;Plínio Salgado - ARENA.

GoiásWilmar Guimarães - ARENA.

Mato GrossoGastão Müller - ARENA; Lopes da Costa

- ARENA.

ParanlÍJosé Carlos Leprevost - ARENA; Luiz

Losso - ARENA (SE); Maia Netto - ARE­NA.

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8826 Quinta-feira 21 DURIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Novembro de 19'74

Santa CatarinaAbel Avila - ARENA; Aroldo Carvalho

_ ARENA; Francisco Grillo - ARENA.

Rio Grande do Sul

Alceu Oollares - MDB; Amaral de Sousa- ARENA; Amaury Müller - MDB; CidFurtado -- ARENA; Getúlio Dias - MDB;B.arry Sauer - MDB; Helbert dos Santos- ARENA; Lauro Leitão - ARENA; LéoRiffel - MDB: Norberto Schmidt - ARE­NA; Sinval Guazzellt - ARENA.

AmapáAntônio Pontes - MDB.

Rondônia

Jerônimo Santana - MDB.VII - O SR. PRESIDENTE (Flávio Mar­

cílio) - Levanto a sessão designando paraamanhã a seguinte

ORDEM DO DIASessão em 21 de novenlbro de 1974

(QUINTA-FEIRA)

EM PRIORIDADE

Discussão

1PROJETO N.o 240-A, DE 1971

-Díseuasão única flo Projeto D.O 240-A, de1971, que declara Alberto Santos-Dumont,Patrono da Força Aérea Brasileira; tendopareceres; da Comissão de ConstituiçãQ e

druitica, pela constitucionalidade e juridici­dade; com emenda; e, da Comissão de Co­munícações, pela aprovação, com adoção daemenda da Comissão de Constituição e Jus­tiça. (Do Sr. Cláudio Leite.) Relatores; Sr8.Jairo Magalhães e Ossían Ararípe,

ZPROJETO N.o 606-A, DE 1972

Discussão única do Projeto D.O 606-A, de1972, que dá nova redação aos artigos 5.° e'1.0 da Lei n.o 3.373, de 12 de março de 1958,que "dispõe sobre o Plano de Assistênciaao Funcionário e sua Família, a que se re­ferem os artigos 161 e 256 da Lei n.o L 711,de 28 de outubro de 1952, na parte que dizrespeito à Previdência"; tendo pareceres:da Comissão de Constituição e Justiça, pelainconstitucionalidade, contra os votos dosSrs. Hamilton Xavier, em separado, AntônioMariz e Dj alma Marinho; das Comissões deTrabalho e Legislação Social e de Finanças,pela aprovação. (Do Senado Federal) Rela­tores: Sr8. Severo Eulália, João Alves e Leo­poldo Peres.

EM TRAMITAÇã.O ORDINARIA

Discu~ão

3PROJETO N.o 692-A, DE 1972

Primeira discussão do Projeto n.O 692-A,de 1972, que dispõe sobre o acesso da mu­lher na Academia Brasileira de Letras; ten­do pareceres: da Oomísaêo de Constituiçãoe Justlça, pela injutidlcidade; e da Oomís-

'são de Educação e Cultura, pela aprovaçãocom emenda, contra os votos dos Srs. Gas­tão Müller, Osnelli Martinelli, Flexa Ribelto.

Parsifal Barroso, Oceano Carleial e AlbinoZeni. (Do Sr. Moacyr Chiesse) Relatores:Srs. Élcio Alvares e JG de Araújo Jorge.

4

PROJETO N.o U>31-A, DE 1973Primeira discussão do Projeto n.o 1.531-A,

de 1973, que altera a Lei n.v 4.591, de 16 dedezembro de 1964, que dispõe sobre o con­domínio em edificações e as .incorporações!imobiliárias; tendo parecer, da Oomíssão d~Constituição e Justiça, pela constitucional1dade, juridicidade e, no mérito, pela aprovação, com Substitutivo. (Do Sr. MarcoSIFreire) Relator: Sr. José Alves.

5

PROJETO N.o 1.260-A, DE 1973

Discussão prévia do Projeto n.0 1.260':'~1de 1973, que dispõe sobre a obrígatoríedade'de aprovação do Ministério da Indústria e,do Comércio para a criação e instalação de,distritos industriais e dá outras provídên 'eías: tendo parecer, da Comissão de Oonstã-'tuíção e JUstiça, pela inconstitucionalidade.'(Do Sr. Siqueira Campos) Relator: Sr. Ruy­dalmeida Barbosa.

AVISOS

COD1Í$são Técnica

aOMISSAO DE aONSTITUIÇAOE JUSTIÇA

Reuniões Ordinárias: Terças, Quartas ~Quintas, às 10 horas. '

1VIII - Le-vanta..se a Ses8áo 4is t6

borae,

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Novlembr ' de 1974 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Quinta-feIra Zl 88~1

MESA LIDERANÇASPresidente:

Flávio Mareilio1."-VIce-Presidente:

AderbaJ Jurema2.°_Vice-Presidente:

Fernando Gamal.o-Secretario:

DayJ de AlmeIda2.o-Secretario:

Petrônio Figueiredo3.~-Secretano:

Jose Carlos Fonseca4 "-Secretario: .

Dib CheremSuplentes de Secretário:

1.~-Suplente:VinICIUS Cansançáo

2."-Suplente:Teotiànio Nero

3.O-Suplente:João Castelo

4.O-Suplente:Jarmund Nasser

ARENA - MAIORIA

Líder:

Célio Sorja

Vice-LIderes:

Gareia Neto

Paulino Clcero

Prisco Viana

Slnval Guazzelli

Wilmar Daílannel

MDB - MINORIA

Lider:Laerte VieiraVice-Líderes:

Jairo BrumJoão Menezes

Hamilton XavierPadre NobreJoel Ferreira

Francisco AmaralJose Camargo

Argilano Dario

Olívír Gabardo

Ney Ferreira

Leo Simões

Aldo FagundesDI~ MenezesFernando Cunha

DEPARTAMENTO DE COMISSOESE"âulo Rocha

Local: Anexo n - 661

Coordenação de Comlssõee PermllneJÚIJII

Geny Xavier Marques

Local: Anexo TI - Telefones: 24-5179 e24-4806 - Ramais: 601 e 619

MDB

Jose MandelliOhvie GabardoVago

REUNIõES

Quarta.s e QUinta.s-feira.s: Ao! 10:00 homsLocal: EdiflclO Anexo II - Sala 11 - B.amal:

621 - 24-3719 (direto)Secretária: Eni Machado Coelho

3) COMISSAO DE COMUNICAÇõES

Presidente: Monteiro de Barros - ARENA

Vice-PresIdente: Norberto Sclunidt - ARENA.

Vice-Presldl!nte: Eloy Lenzl - MDB

TITULARES

ARENA

COMISSOES PERMANENTES1) COMISSAO DE AGRICULTURA E POL1TKA

RURALPresidente: Renato Azel'edo - MDB

Turma "A/'

Vice-Presidente: Francisco Libardoni - MDB

2) COMISSAO DE CIENCIA E TECNOLOGIA

Presidente: Aureliano Chaves - ARENAVICe-PresIdente: ,Célio Marques B'ernande.s ­

ARENAVice-Presidente: Janduby Carneiro - MDB

TITULARES

ARENA

Amaral de SouzaBrasílío CaiadoCorreia LimaEtelvino LmsLuiz BragaMala NetoMário MondinoOssían Arartpe

Salles Ji'llhoVingt RosadoVagoVagoVago

Turma "s"Vice-Presidente: Paulo Alberto - ARENA

TITULARES

ARENA

VagoVago

Ro:r..endo de SOIuaSilvio LopesSinvaJ GuazzelllSiqueira Campoa{]baldo BaremVago

MDB

Léo SimõesPeIXOto Filho

MDB

SUPLENTES

ARENA

REUNIõES

Quarta.s e QuintllB·fe1ras: àI 10:00 horU

.Loca.l: Ant»ro TI - saIa fi - Ramails 65t."Secretiirio: AlJelM'do Fl'ota e Cyme

.Jair Martíns

.José CamargoJúlio Viveiros

Abel AvilaArnaldo BusutoBento GonçalvesDaso COimbraJoão Guido.José da Silva BarrosManoel raveiraOsvaldo ZanelloPedro Collin

Aldo PagundesAlencar FurtadoDias Menezes.Toei Ferreira

Jooé rasso de AndradeLomanto JumorMano MonamoMaurICio roledoMilwn CasseIRoberto GalvaniVago

Gabriel HermesGarcia NettoGonzaga Vasconcel06LUIZ GarciaNina RibeiroParsifal Barroso

MDB

Alencar FurtadoVago

SUPLENTES

ARENA

MDB

Anapolino de Paria Dias MenezesAntônio Bresolin João ArrudaBezerra de Nor6es

REUNIõES

Quartas e Qulntall-feira.s: M 10:00 borMLocal: Anexo D - Sala - Raml\l: 166

Direto: 24-7493Secretária: Maria Célia MartiDs '" Sou­.. Bol'gea

Alberto LavínesAldo Fagundes

Adhemar de Bar.ros Filho

Brasíhc CaiadoBrRlZ NogueiraCorreia LimaDelson ScaranoFláVIO GioVIneGrlmaldi Ribeiro

Antônio FlorêncioAry \l aladáoBatista Mil't\.ndaCarvalho SobrinhoFernando Fagun.

des NetoEdISon Bonna

Tunna "B"

Cardoso de AlmeidaDíogo NomuraFlávio GiovineHerbert LevyJuvêneio DiasLopes da costaOrensy RodrIgUesVasco Amaro

MDB

Pacheco Chavesvtmciue Cansanção

SUPLENTES

ARENA

José Tasso de AndradeLuiZ BragaManoel RodrlgueaMarc1lio LimaMilton BrandãoRuy BacelarSinval Boaventura

Alberto lioUmannBatista MirandaBlas FortesCarvalho SobrinhoEraldo LamOlSHannequim DantllSHugo AglÚl\I'João GuidoJoaquim Coutinnoolorae Va;l1lu

Antônio UenoDelson SearanoEdvaldo FlôresGeraldo BulhõesLomanto JúniorNune8 FreireSebastIão AndradeVago

Turma '~A"

Antônio BresolinJuarez Bernardes

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8828 Quinta-feira 21 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção J) Novembro de 19'71

4) COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JU5TIÇA 5) COMI55AO DE ECONOMIA, IND05TRIA ECOMSRCIO

6) COMISSÃO DE EDUCAÇÃO E CULTURA

Turma "A IJ Turma ~-S'"Turma "A" TUl'DIa "8'"

Altair Chagas Alfeu Gasparini Amaral Neto Alberto Hoffmann

Arlindo Kunzler Antonio Mariz Arthur Fonseca Amaral Furla.n

Djahna Bessa Il:lcio Alvares Braga Raml1l Chaves Amarante

DJahna MarInhO Ernesto Valente Braz Nogueira Jonas Carl06

ftato F'ittipaldí Jltll'O Magalháes Faria Lima LU12 Losso

Jore Alves João Lmnares Jose Haddad Ortiz Monteiro

Jore SaIly Lauro LeItão Siqueira Campos Stéllo Mareja

L\ll2 Braz Ruydalmelda Barbosa Vago Vago

Vago Ubaldll Barem Vago Vago

VagoVago Vago

Vago Vago

ARENA

ARENA

TITULARES

Nadyr Roosettl.

Olivir Ga.bardo

Necy Novaes

Nasser Almeida

Osnelli MartinelllOssían Araripe

Paulo Ferras

StéUo Maroja

Vinicius Câmara

Vago

MDB

Henrique Eduardo Alvea

Juarez Bernardes

Santilli Sobrin.lIo

REUNIõES

SUPLENTESARENA

MDB

TITULARESARENA

Jarmund Na.sser

Manoel de Almeida

MaurIcio Toledo

Moacyr Ohíesse

Oceano Carleia!

Plínio Salgado

Vago

Albino Zero

Antônio Mariz

Arthur Fonseca

Brasílío Caiado

ndélio Martins

Jairo Magalhães

LUIZ Bral/:

Presidente: Arthur Santos - ARENA

7) COMISSÁO DE fiNANÇAS

Turma .tiA'"

Francisco Amaral

.la de ArlfÚjO Jorge

João Borges

Quartas e Quintll.ll-feiras: -.s 10:00 horas

Local: Anexo n - Sala 9 - Ramal: 63t

Secretária: Ma<rta Clélia Orrico

Vice-Presidente: ndélio Martins - ARENA

Tunna "B"

Vice-Presidente: Athiê Coury - MDB

Presidente: Geraldo Freire - ARENA

Vice-Presidente: Gastâo Müller - ARENA

Vice-Presidente: Brigido Tinoco - MDB

TITULARESARENA

Alcir Pimentll

Bezerra de Norôes

Fábio .Fonseca

Ary de Lima

Bezerra de Mello

Daso Coimbra

Edyl Ferraz

Euripides Cardo-

so de Menezes

Flexa Ribeiro

José da Silva BarrOl!l

JoBias Gomes

Magalhães Mello

Marco Maciel

Mário Monóino

Ario Theodoro

Joáo Arruda

Santilli Sobrinho

Tancredo Neves

MOB

Presidente: Harry Sauer - MDB

TITULARES

ARENA

Amaury Müller

MarcondeE Gadelha

RUbem Medma

SUPLENTES

ARENA

Vice-PresIdente: Henrique EdulIlrdll Alves­MDB

Turma nA"

Turma "BN

Vice-Presidente: Márcio Paes - ARENA

Altair Chagas

Antômo Deno

Batista Miranda

Bento Gonçalves

Cocdoso de Almeida

Djalma Bessa Nawarro Vieira

Edvaldo Flôres OBIDar Leitão

Hermes Macedo Paulino Cícel"O

Januário Feitosa Rogério Rêgo

João Lmhares Wilmar Dallanhol

Jose Pmnerro Machado Vago

Alceu CoHares

FranCIsco Pinto

Hamilton Xa.vier

Severo Eulália

Lui2 Losso

Manoel raveira

Noguelrl~ de Rezende

Norberto Schmidt

Osmar Leitão

Osnelli Martinelli

Parente Frota

Pires Saboia

Rammndo Parente

Sinval GuazzeUi

MDB

José Bonifácio Neto

Lysâneas Maciel

MIro reixeira

Sylvlo Abreu

Vice-Presidente: Marcelo MedeirOlS - MDB

Turma "B"

SUPLENTES

Turma "A"

Presidente: José Bonifácio - ARENA

Adhemar GhiBi

Anlaral de Souza

Americo de souze

Arthur Fonseca

Cantidio Sampaio

CláudIO Leite

Edyl Ferraz

Gonzaga Vasconcelos

Henrique li,u"ner

Homero Santos

Jannund Nasser

Jose Carlos Leprevoot

Vice-Presidente: Túlio Vargas - ARENA

REUNIõES

Terças. Quartas e Quintas-feiras: àE 10:00 m.Local: Anexo n - Sala 17 - Ramal: 626

Secretária: Sílvia Barrosc Martins

Quartas e Quintas-feiras: M 10:00 horU

Locai: Anexo n - Sala. - Ramal: 681

secretário: Angelo da Vila

Turma "B"Carlos Alberto Oliveira

DyrnOPlres

Fernando Magalhães

Hermes Macedo

João Castelo

Leopoldo Peres

Ozanam Coelho

Vago

Vago

Vago

Adhemar de Bar-

ros Filho

Homero Santos

Ivo Braga

Jorge Vargas

Tourinho oantuWilmar Guimarães

Vago

Vago

Vago

Vago

Jorge Ferras

Léo Simões

RuY Lino

Vago

Vago

MDB

REUNIõES

César Nascimento

DIas Menezes

Eloy Lenzi

Vago

José Camaq'go

Ney FerreIra

IDysses GUimarães

Vago

MDB

Alencar Furtado

Argilano DarIO

Eloy Lenzi

PI'anClsco Studart

.lG de Araújo Jorge

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Novembro de 19'74 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Quinta-feira 21 8821

MDB SUPLENTES 10) COMISSAO DE REDAÇÃO

Turma fiA"

Vice-Presidente: Peixoto Filho - MBD

Turma r~'

Presidente: Daniel Faraco - ARENA

Leopoldo PeresMarco MaCielMario MondmoMauríCIO roledoNorberto SchmldtOCeano CarlelalOrensy Rodl'lguesOaanam CoelhoParsifal BarrosoWilmar Guirnlll'ãea

Turma "B"

Américo de SouzaBJas FortesCláudiO LeiteJose Pinheiro MachadoManoel I'aveu'aMurJlo BadaróPedro CollinPereira LopesRogerio RegoTeotônio Neto

MDB

Hamilton XavierJalJ'O BrumJoel FerreiraOsiris Pontes

MDB

João McnezesPadre Nobre'I'hales RamalhoVago

Adalberto CamargoPedro FariaUlysses GuimarãesVago

Aldo FagundesAnapolino de FariaBrlgido TinocoDias MenezesFrancisco Pinto

Tunna II"AN

TITULARES

ARENA

MIJB

Turma "B"

Freitas Diniz

Alberto CostaAlfeu GasparrniAlvaro GaudêncioAry ValadãoDaniel ParaccDiogo NomuraFaria LimaFernando MagalhãellF'lexa RibeiroGeraldo GuedesJose PenedoLeão Sampaio

SUPLENTES

ARENA

Ary de Lima Rammndo ParenteFrancisco RollembergPrISCO Via«na

Turma "Jl"

Vice-Presidente: Marcelo Linhares - ARENA

Vice-Presidente: FranCISCO Studart - MOB

Presídente: Raimundo Dinlz - ARENA

11) COMISSÃO DE RELAÇÕES EXTERIORES

REUNIõES

Quartas-feiras: às 10:00 horasLocal: Anexo n - Sala 14 - RanJal 6'lQSecretário: José Lyra Barroso de O1'te;al

Adhemar Ghl81Aroldo CllIl'valhoHenrique I'Ul:nerJoaqUlm CoutinhoJose Carlos LeprevostJOSlas GomesLins e SilvaLapo CoelhoPassos PortoPires Sabóia

MDB

SUPLENTES

ARENA

Ant/lnio Bresolin

Presidente: Cantldio Sampaio - ARENAVice-Presidente: Dyrno Pires - ARENA

TITULARES

ARENA

Henrique de La RocqueSylvio Botelho

Freitas DinizVago

Turma ''IV'

Gilberto AlmeulaJooe MachadoOdulfo DomínguesPaulino CiceroPl'lSCO VianaVagoVago

Parente FrotaRoberto GebaraRozendo de SOuzaSilvio LopesSiqueira CanJ])OSVasco NetoVingt RosadoWilmar Da1l8nbol

MOB

Lauro RodriguesSUv:lo AbreuVago

MOB

MDB

Joel FerreiraJosé Bonifácio NetoMarcelo Medeiros

ARENA

Fernando Fagun-des Neto

Francisco GrilloGabriel HermesIvo BragaJoão CasteloJose HaddadLauro LeitãoNorbcrto SChmidtParente Frota

Turma "JlH

Aécio CunhaEdllson Melo TávoraFrancisco GrilloJosé SampaioMarco MooielVagoVagoVago

Antônio PontesJaison BarretoJoão Arruda

Jerônimo SantanaJorge FerrazVago

TITULARES

ARENA

SUPLENTES

ARENA

Turma '~'"

Vice-Presidente: Dirceu Cardoso - MDB

9) COMISSÃO DE MINAS E ENERGIA

Presidente: Nogueira de Rezende ­

ARENA

ARENA

Turma "'A"

REUNiÕES

Quartas e Quintas-teirll.ll: às 10:00 horasLocal: AneXl:) n - Sala 1 - Ramal: 6611secretário: Wilson Ricardo Barbosa Vianna

Vice-Presidente: Jose Tasso de Andrade -

Batista MirandaFrancelino PereiraGarcia NetoLopes da CostaMárcio PaesMário StammNosser AlmeidaOceano CarleIalOswaldo Zanello

Adhemar de Bar-ros Filho

AéClO CunhaAntônio FlorêncioArlindo KunzlerArthur SantosBento Gonçalves~IClo AlvaresEurlpides Cardo-

so de Menezes

Freitas DiDizJerônimo SantanaJoão Menezes

Turma "li"

Athos de Andrade

Eurico Ribeiro

Henrique Fanstone

JOSlas Leite

Ricardo Fiúza

Theôdulo de Albuquer-

que

Vago

Joáo Alves

Joaquim Macedo

Manoel Taveil.'a

MárIO Telles

Milton Brandão

Pedro Collin

Plmío Salgado

Roberto Gebara

Sebastlâo Andrade

Vago

Vago

Pacheco Chaves

Perxoto Filho

Vinicius Cansanção

WaIter Silva

Joel Ferreira

Jose Frmre

Vago

Vago

MOB

ARENA

ARENA

Adhemar Ghisi

Ala1l1 Ferreira

Altair Chagas

Antllnio Mariz

Arlindo Kunzler

Athos de Andrade

Faria Lima

Furl,ado Leite

Herbert Levy

Hugo Aguiar

Januário Feitosa

Adalberto Camargo

ÁI'lO Theodoro

Florim Coutinho

Freita6 Nobre

José Camargo

.) COMISSÃO DE FISCALtZACAO FINANCEIRAE TOMADA DE CONTAS •

Turma "A" - Quartas-feiras: às 10:00 horas

Turma "B" - Quintas-teirll.ll: àE 10:00 horas

Local: Anexo n - Sala 16 - RaJna.la: G42e 643

Secretário: Paulo José Maestrali

Vice-Presidente: Furtado Leite - ARENA

SUPLENTES

TITULARES

REUNIõES

cesar Nascimento

Osirís Pontes

Vag(l

Vago

Turma "A"

Heitor Cavalcanti

JOalluim Mooedo

MaIUlCl Novaes

Nosser Almeida

"Oswaldo Zaneno

Sinval Guazzelli

Wilson Falcão

Vago

Vago

Vago

VagiO

MDB

Vago

Vago

Vago

REUNIüES

Quintas-feiras: às 10:00 horuLocal: Anexo n - Sala 7 - Ramal 669Secretária: I'erezinha de JeslÍS Versiani Pl-

tangUi

REUNiõES

Quartas-feiras: às 10:00 norasLocal: Anexo n - Sala 1 - Ramal 6?'lsecretâria: Sylvia CUry Kramer BenJamin clt

Canto

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8830 Quinta-feira!1 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) NOVCDlbro de 1974

12) COMISSAO DE SA8DE 14) COMISSAO DE SERVIÇO POBLICO 16) COMISSAO DE TRANSPORTES

13) COMISSAO DE SEGURANÇA NACIONAL

SUPLENTES

ARENA

REUNIOESQuartas-feiras: àB 10:00 norasLocal: Anexo II - SaJa 10 - Ramal 683Secretâria: Inã Fernandes C06ta

REUNIõES

QuartllS-teiras, às 10:00 horasLocal: Anexo n - Sala 13 - Ramal ..Secretária: Haydé FODlleCa Barreto

MOBVagoVago

MDBDIas MenezesFranCISCO JJIbardonlPeIXOto Filho

SUPLENTES

ARENAMario MonàinoMoacir omeeeeMonteiro de B~Parente FrotaP!lSSOS PortoVasco AmaroVmgt Rosado

SUPLENTES

ARENA.Leopoldo PeresVagoVagoVago

Presidente; Vasco Netto - ARENAVice-Presidente: AbeJ. Avila - ARENAVIce-Presidente: José Mandem - MDB

TITULARES

ARENARezende MonteiroRezendo de SOURRU1 BaceJarSilvio LopesVagoVago

Presidente: Siqueira Campas - ARENAVICe-PresIdente: sebastlão Andrade - ARENA J

VIce-Presidente: Júlio Viveiros - MDB

TITULARES

AR.ENANunes FreireRalmundo ParenteVmicius Câmara

Al1plO CarvalhoEdlison Melo I'ávoraEraldo LemosGlIil'cia NetoJose MacnadoJose SampaloLeão SampaioMaia Neto

Airon RiosAlaIr FerreiraAlberto C06taBento GonçalvesJoão GUldoMário StammMário Telles

Gilda Amora de AssíB RepublicanoLocal: Anexo II - ftauuus:

S~.ão de Comissões de InquéritoChefe; Flávio Bastos Ramos I

Local: Anexo II - .Ramaía: 609 610 e lS1tSeçáo de Oemíssêes Especi&i5

Chefe; Stella Prata da Silva~Local: Anexo II - Sala 8-B - Ramal: 801.

REUNiõES

Quartas e Quintas-feiras: às 10:80 baraaLocal: Anexo II - SaJa fi - RalllAI: 696Secretária: Maria da Conceição ·Azevedo

Fernando LyraJlI.lrO Brum.Leo Slmôec

COORDENAÇÃO DE COMISSGESTEMPORARIAS

Aaalberto CamargoAlberto LavmasAmm!!'y Müller

MDBJerônimo Santana Ruy LinoJoeJ Perrelra

COMISSOES ESPECIAIS1) COMISSAO DA AMAIóNIA

MOBAntônio Pontes José FreireJO de Araújo Jorge Vago

REUNIÕES

Quartas-telrllS: às 10:00 hOraSLocal: Anexo II - Sala 8-A - RamaIs: 0lIl,

606 e 616Secretária: Jae:y da Nova ~1IA1ie

Gabriel HermesJoaqUlm MacedoJuvêncio DiasNasser Almeida

J!:dison BonnaEdyJ FerrazEraldo LemosJarmund NasserJoão Castelo

WIlmar DallanholWilson BragaVagoVagoVagoVago

Ildélio MartinsíWJO ContaJoaqmm MacedoJose Pmnerro MachadoJoslas GomesMaurrcio roledOTuho VargaaVago

Paulo FerrasVago

-VagoVagoVago

MOBPeIXOto FilhoVago

MOBFernando CunhaWalter Silva

MDBLauro RodrIguesMarcos Freire

MDBLlsAneas MaclelPedro FanaPeIXOto Filho

SUPLENTESARENA

REUNIõES

QuartllB e QuintllB-fei1'as: àIi 10:00 hoIl'aILoo9Il: Anexo n - Sala 15 - Telefone:

24.-8'1111secretâriM.: Alua Felicio Tobiu

Francisco Amara!FranCISCO PintoGetúlio Dias

Adhemar GhisiCeJIC Marque. Fer-

nandesCI&udIC LeiteDasc CoimbraFf'rnando 1<'agun-

des NetoGl"raldo BulhõesHelbert dos Santos

FranCISCO LibardoniJall MllrtlnsLec SImõesPedro Lucena

Presidente: Ralmundo Parente - ARENAVlCe-Presldente: Jooe da Silva BllI'l'06 - ARENAVlce-Presidente: Bezerra de Norões - MDB

TITULARES

ARENA

15) COMISSAO' DE TRABALHO E LEGISLACAOSOCIAL •

Alcir PimentaArgllano DarioCarlos Cotta

Alvaro Gaudêncio:::lQ FurtadoHenrique de La RocqueJoão AlvesOsmar LertâoRoberto GarvantRoberto Gebara

REUNIõESQuintas-feIras M 10:00 norasLocal: Anexo II - Sala 12 - Ramal IMsecretano: OClair de Mattos Rezende

Sl/PLENTES

ARENA

Baldacci Filho JOSé PenedoCarlos Alberto Oliveira José Sa1lJCld Furtado Lapa CoelhoDaso COImbra Manoe.l de AlmeidaEurICO RIbelro Ozanam CoelhoGilberto Almeida Roberto GaJva.n1João Castelo vimcíus CâmaraJonas Carloo

Agostinho RodriguesElIas oarmosFrancelíno PereiraGrlmaldi &ibeiroJoão Vargll$Necy NovaesMagalhâet; MelloMIlton OasseíPaulo Abreu

Presidente: Dias Menezes - MOBVICe-PresIdente: Antônto Pontes - MDBVice-Presidente; Hugo Aguiar - ARENA

TITULARES

ARENA

Freitas NobreGetúlio Dias

VagoVago

João VargasMagalhaes MelloRonerto GarvamS"Iíes F'ílnoSIQUeIra CamposTeotômo NetoVmgt Rosado

MIlton BrandãoOsnelh MartmelliSylVIO venturomSinval BoaventuraVimcius CâmaraVago

MDS

JaIr MartinsJose CamargoLaerte Vieira

MDB

VagoVagoVago

SUPLENTES

ARENA

Presidente: Pedro Lucena - MOBVice-P:reBldente: Fábio Fonseca - MDBVice-presidente: Francisco RoIJ.emberg ARENA

TITULARES

ARENA

Leão SampaioMarcllio wma.Navarrc VIeiraSilvio BotelhoVagoVagoVago

MOB

Anapolino de FariaJaIson Barreto

Ney FerreiraRuy Lmo

Adhemar de Bar-ros fi'IlbD

Agostmno RodriguesAroldo OarvaínoBento Gonçalvesceno Marques Fer-

nennesEraldo LemosFbJ VIO GlOvmeJoão Guido

Alencar FurtadoDIas MenezesFrancisco Pinto

Athiê C01117FreItas DmIZJaonduhy Carneiro

Airon RiOlS Juvêncío DiasBraga Ram06 Nunes FreIreDaso Colmbra Oceano Carleia!Drogo Nomura Parlllfal Barr060Henrique Fanstone SylvlO VenturoJliJoão Alves Theódulo de Albuquer-J~ I'asso de Andrade queJomas Leite Vingt Rosado

MOB

JG de Araújo JorgeJullo Vivelrlll!Marcondes Gadelha

Presidente: Parente Frota - ARENAVice-PresIdente: Italo ContI - ARENAVice-PreSIdente; Florim Coutmho - MDB

TITULARESARENA

Albino Zen!AmenCC BrasfiArnaldo BusatoBaldacci FilhoCantldio SampaioEraldo LemOEHelbert d06 Santos

Alípio CarvalhoCloVIS StenzelGereído GuedesHanneqUIm DantasJanuarlO FeItosaJose PenedoManoel Redrigues

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Novembro de 19'74 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Quinta-feira 21 8831

MDB

2) (OMISSÃO DA BACIA DO SÃO FRANCISCO

MDB_ ,Lenzi. Jaison Barreto

WIG onl)~aD

BEUNlõES

Quintas-feiras, às 10:00 norasLocal: Anexo TI - Sala 3Telefone: 24-2493 - aamal: 611secretário: CarlOS Brasil de Araújo

Lins e SilvaParsifal BarrosoÉdison BonnaPaulo AlbertoJosé da Silva BarrOlVagO

MDB

Alcir PimentaAlberto LaVinawPadre Nobre

MDB

MDB

Pedro Faria

MDB

Henrique Eduardo Alve.

REUNIÕES

TITULARES

ARENA

SUi'LENTES

ARENA

SUPI.ENTES

ARENA

Stélio MaI'Oja

Argilano DarioAthiê Coury

Abel AVila

Fernando Fagun-des Neto

Ruy BacelarMário TellesMárcio Paes

Quintas.'~eiras, às 09:00 horas

Local: Anexo n - Sala 8-A - Ramal: 001

secretária: Maria Helena May Pereira daCunha

8> COMISSÃO ESPECIAL DESTINADA A ElABo.RAR PROJETO DO CÓDIGO DE ESPORTES

Bezerra de Norõcs

Presidente: Osnelli M!llrtinclli - ARENA

Vice-PreSldente:Brigido Tinoco - MDB

Relator: Sinval Guazzelli - ARENA

Relator-substituto: Fábio FeitoSa - MDB

Quartas··felras, às 15:00 horas

Local: Anexo n - Sala 8-B - Ramais: 603e 604

SecretárIo: Darke Oliveira de Albuquerque

TITULARES

7) COMISSÃO ESPECIAL DESTINADA A ELABO­RAR AS MEDIDAS LEGISLATIVAS NECESsA.RIAS A INTEGRAÇÃO SóCIO·ECONôMICA ECULTURAL DOS POVOS DA COMUNIDADE ALfNGUA PORTUGUESA, BEM ASSIM TORNARREALIDADE A COMUNIDADE LUSO-BRASI­LEIRA

REUNIõES

Presidente: Daoo Coimbra - ARENA

Vice-Presidente: Furtado Leite - ARENA

Relator: J'oão Menezes - MDB

Al'tENA

Pllnlo SalgadoSmval BoaventuraFlexa RibeiroOswaldo ZanelloManoel Tavell"aCardoso dll AlmeidaJoic AlvesEuripides Cardo-

so de MenezesVago

MDB

Pacheco Chaves

LuiZ GarciaManoel de AlmeidaOceano Carleia.l

MDB

Thales Rammho, Waldemiro Tei;xeira

MDB

Marcos FreireSevero EulâJ.io

MDB

Osiris PontesVinicius cansanção

SUPLENTES

SUPLENTES

ARENA

JOSé PenedoJosé SampaãoJosias GomesPinheiro MachadoPrisco Vianna

SUPLENTES

ARENA

Slnval GuazzelliVasco AmaroWibnar DallanholVagoVago

MDB

JG de Araújo JorgeJosé Mandem

ARENA

Mário Tenes

ARENA

Célio Marques Fer­nandes

Vago

Fábio FonsecaFernando Lyra

Edvaldo FlôresFrancisco RollembergFurtado LeiteGrimaldi Ribeiro

Alvaro LinsHenrique Eduar­

do Alves

Alencar FurtadoCesar Naseímerrte

TITULARES

ARENA

REUNIõES

Quintas-feiras, às 10:00 noras'

Local: Anexo TI - Sala 8-B - Ramais: 60'1e 608

secretário: Abeguar Machado Massera

REUNIõES

Quintas-feiras, às 10:00 horas

Local: Anexo TI - Sala 8-A - Ramal: 603

Secretária: Maria Tereza de Barros Pereira

REUNIõES

Quintas-feiras: às 10:00 horas

Local: Anexo n -'- Sala 8-A - Ramal 695

secretária: Vânia Garcia Dórea

Eraldo LemosErnesto ValenteFrancelino PereiraJosé Alves

6) COMISSÃO ESPECIAL DESTINADA ,.ESTUDAR GLOBALMENTE O PROBLEMA

.DA POLUIÇAO AMBIENTAL

Presidente: Faria Lima - ARENA

Vice-Presidente: Aureliano Chaves - ARENA

Relator: Monteiro de Barros - ARENA

TITULARES

5) COMISSAO DO POLlGONO DAS SECAS

Presidente: Ruy Bacelar - ARENA

'Vice-presidente: Januárlo Feitosa - ARENA

Vice-Presidente:

Abel Avila. Arthur Santos

Flávio Giovineítalo COÍlti

Manoel NovaesRiCardo FiUzaVasco Neto

Sílvio de Abreu

MDB

Thales Ramalho

MDB

Walter SilvaVago

Presidente: Adhemar Gbisi - ARENAVice-Presidente: Má.r1o Mondino - A.R.ENAVice-Presidente: Antômo Annibelli - MDB

TITULARES

ARENA

Lauro LeitãoPedra ColOOSylVio Venturolli

Alberto HoffmlUlIlAntônio UenoAmido CarvmhoJolío Vargas

Bento GonçalvesJose SampaIoJOSIM LeiteLamanto JÚD}or

3) C.OMISSÃO ESPECIAL DE DESENVOLVIMENTODA REGIAO CENTRo-OESTEPresídente; ARENA

Vice-Presidente: Edyl Ferraz - ARENAVIce-.Presidente: Juares Bernllll'des - MDB

TITULARESARENA

Mlll'Cillo Lima:Rezende MonteiroUbaldo Barem

Carlos CottaDirceu CardOllO

AmérIca BrasilHenrique FanstoneLôpes da CostaSiqueira CamPos

Argilano DarioFefhaJ;ld9 Cunha

SUPLENTESARENA

VagoVagoVagoVago

MDB

José Bonifácio NetoVago

REUNIõES

Quintas-feiras, às 10:00 norasLocal: Anexo TI - Sala !l-B - Ramal: 6Msecretário: Romuaido Fernandes Amoldo

4) COMISSAO DO DESENVOLVIMENTO DAREGIAO SUL

Franclisc\l PintoJanduhy Cllll'neiro

SU,P~ENTES

ARENA

Marco MacielOdulfo DommguesPassos PortoPaulfuo Ciéero

Djalma BessaErald,Q LemosFernando MagalhãesGonzaga VasconcelosBomero Santos

Presidente: ~ério Rêgo - ARENAVice-PreSIdente: Geraldo Bulhões - ARENAVIce-Presidente: Vmicius Cansanção - MDB

TITULARES

ARENA

Henrique Eduar-do Alves -

:Ney Ferreir~

Ary ValadãoGarcia NetoGastão MüllerJarmImd Nasser

Page 24: CÂMARA DOS DEPUTADOS - imagem.camara.gov.brimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD21NOV1974.pdf · CONGRESSO NACIONAL Faço saber que o Congresso Nacional aprovou, nos termos do art.

8832 Quinta-feira 21 DIARIO no CONGRESSO NACIONAL <Seção I) Novembro de 1974

MOBAlcir Plmenta

TITULARES

MDB

JOEé Bonifácio NetoPeixoto Filho

MDB

LísâJleas MacielMil1'C()l; Fr~Renato AzeredoWalter Silva

Alceu CoUaresFrancISCO AmaralJairo BrumLaerte Vieira

Garcia Neto

SUPLENTES

ARENA

MDB

REUNIõES

Terçllll-felra.s, às 10:00 norasLocal: Anexo II - Sala S-A - Ramal: 601secretário: Mário Camílo de Olivma

14) COMISSAO ESPECIAL DESTINADA AESTUDAR E ELABORAR PROJETO SOBRETRAFICO E USO DE TÓXICOS

Presidente: Tourinho Dantas - ARENAVice-Presidente: J&1Son Barreto - MD.B

Relator-Geral: Manoel TavCÍl'a - ARENASub-Relator: Fábio Fonseca - MDB

TITULARES

ARENA

Francisco Studarà

Parente FrOtaNma RibeJroHelbert dOIS Santos

SUPLENTES

ARENA

Pedro Lucena

COMISSAO PARLAMENTAR DE IHQUtRITOPARA INVESTIGAR AS CAUSAS DO TRAFICO'

E USO DE SUBSTANCIAS ALUCINÓGENAS

fRESOLUÇAO No" f!U'lS)

Presidente: Wileon Braga - ARENAVice-Presidente; Marcondes Gadelha - .MD:B'

Relator: Francelino Pereira - ARENA

TITULARES

REUNIõES

Terças-feiras. às 10:00 norasLocal: Anexo fi - Sala li-A "secretáriO: An\;Ônto EstamsJau Oomee

Leão SampaioMDB

COMISSOES PARLAMENTARESDE INQUÉRITO

SUPLENTESARENA MOB

Cantidio Sampaio Olívir Gabardo

REUNIõES

Local: Anexo D - 5a1a S - Ramal: OJISecretário: Jairo Leal Vianna

ARENA

Alberto HoffmannCha.Veê Ama.ran~

DiaJma BessaJOflê HaddadRoberto Ga1vaniBilVÍ(l BotelhoSínva.l Boaventura

Léu 8!mõea

MDB

TITULARES

ARENA

Moa.cyr ChieaseRozendo de SouzaRuy BacelarUbaldo Barem

MDB

TITULARES

ARENA

Jairo Magalhl'laJolio LinharesJosé CarlOfl Leprel'O!GMagalhâes MeIDMarco MacielPinhe.lro MachadoRaimundo DinisTú1io Varga.VagoVago

SUPLENTES

ARENAAMeu GMparini

Eloy LenzíJose Mandelll

Albert.o Lavinas

Abel AvilaCéllL Marques Fer­

nandesJoâo Guido

REUNIõES

Qumtas-feiras. às 10:30 norasLocal: Anexo n - 6ala 8-Asecretério: Luiz Antonio de Sã Cordeiro da

Silva

REUNIõES

Quartas-felTas, às 15:00 norasLoca!: Anexe fi - Sala 8-Bsecretária: Gelcy Clemente Baptista

11) COMISSÃO ESPECIAL PARA ESTUDAR EEQUACIONAR O PROBLEMA DO MENORABANDONADO NO PAIS

Presidente: Joaquim Macedo - ARENAV!cc-Presdente: ACla!berto Camargo - .MDBRelator: Mário Stamm - ARENA

Presidente: JOEé Sally - ARENAVice-Presidente: JG de Araújo Jorge - MOBRelator: Manoel de Almeida - ARENA

TITULARES

ARENA

Alron Rios Necy NovaesAlberto Costa Plínio SalgadoMáno Mondino

13) COMISSÃO ESPECIAL DESTINADA A ELABc)' ,RAR PROJETOS DE LEIS COMPLEMENTARESA CONSTITUIÇAO

Presidente: José Sampal.o - AR.'IllNAVice-PresIdente: Jooé Bomfác1o Neto MDBRelator: ndélio Martins - ARENA

Adhemar Ghl8iArlindo KunzlerCélio MiU'quea Fer~

nandeaCláudio LeiteDialma Be.i38aEunIlo RibeiroFrançelino PereiraHildebrando Guima-

rl\.e6.Ivo Braga

MDBPeixoto Filho

MDBJ1llio Viveiros

R.aymundo Dínlz

12) COMISSAO ESPECIAL DE SEGURANÇA DEVE1CULOS AUTOMOTORES E TRAFEGO

SUPLENTES

ARENA

João Alves

Lauro LeItão

Leopoldo Peres

Navarro Vieira

OSwaldo Zanello

Túlio Vargl\;l

MOB

José Camargo

Pedro Faria

MDB

MDB

Dias Menezes

ARENA

Prisco Vianna

Wilmax Gwmaxães

Za.chax1as seleme

ARENA

ARENA

REUNIõES

TITULARES

SUPLENTES

10) COMISSÃO ESPECIAL PARA FIXAR DlRma­

ZES E NORMAS DE LEI PARA O TURISMOBRASILEIRO

Walter Sílva

SUPLENTES

ARENA

Pl'llIl1<illnte: LuiZ Braz - ARENA

Vtçe-E'.t'tWdente: Dirceu cardoso - MDBRelJll.t;Qr:

REUNIOEi

TerçM-telras, às 10:00 b01'IlIl

Local: Anexo D - Sala 8-B - Ramal: ..SOOretáJ:la: Ma.r1a Iubel de Azevedo

Freltaa Nobre

9) COMISSÃO ESPECIAL PARA REVISÃO E

ATUALlZAÇAO DA LEGISLAÇAO SOBRE

DIREITOS AUTORAIS

Quintas~felTas às 09:00 noras

Local: Anexo n - Sala S-A - Ramal: 603

Secretário: Antônio Fernando Borges Manzan

Presidente: Norberto SChmldt - ARENA

Vice-Presidente: Florim Coutinbo - MDB

Relator: Altair Chagas - ARENA

FIexa Ribeiro

Mauricio l'oledo

Osmar Leitão

Alvaro Gaudêncio

ArDIdo Carvalho

Cél1c Marques Fer-

nande.sDelson acerane

Faria Lima

Getíi110 Dias

JOIIlé Bonifácio Neto

Page 25: CÂMARA DOS DEPUTADOS - imagem.camara.gov.brimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD21NOV1974.pdf · CONGRESSO NACIONAL Faço saber que o Congresso Nacional aprovou, nos termos do art.

Novembro de 1974

COMISSÃO DE AGRICULTURAE POLíTICA RURAL

MESA-REDONDA SOBRE O PROBLEMADOS FERTILIZANTES, REALIZADA EM2' DE OUTUBRO DE 1974.O SR. PRESIDENTE (Pacheco Chaves)

_ Declaro abertos os trabalhos da Comis­são.

Tenho a satisfação de convidar o repre­sentante do Sr. Ministro da Agricultura,engenheiro-agrônomo José Borges dos San­tos, Diretor da Divisão de Corretivos eFertilizantes, e o Deputado Herbert Levy,Coordenador desta mesa-redonda, paraparticiparem da Mesa,

Antes de iniciar os nossos trabalhos,quero, na qualidade de Presidente desteórgão, prestar uma homenagem de saudadea um dos ex-integrantes desta Comissãoque mais se destacaram, através de umtrabalho constante e permanente, no sen­tido da defesa dos interesses da .atívídaderural. Refiro-me ao Deputado gaúcho, Vic­tor Loureiro Issler, que, durante cinco le­gislaturas, honrou e dignificou o Legislativobrasileiro, participando da Câmara dosDeputados. No mesmo sentido foi sua atua­ção na área do Executivo, quando. ocupoua Secretaria da Fazenda do Estado do RioGrande do Sul e, posteriormente, a Dire­toria de Crédito Geral do Banco do Brasil.

Todos aqueles que conviveram com oDeputado Victor rssier por certo o admira­vam, mercê de sua conduta pautada por.alta correção e dignidade, granjeando aamizade daqueles que dele se acercavam ese tornando merecedor e credor de todo orespeito de seus pares. Não poderia deixarde consignar na Ata dos nossos trabalhoseste preito de saudade àquele que honroue dignificou a Câmara dos Deputados e oLegislativo brasileiro.

O SR. DEPUTADO VASCO AMARO - Sr.Presidente, como conterrâneo e amigo quefui do nosso inesquecível companheiro Vic­tor Xssler, desejá, com a permíssão deV. Ex.", fazer minhas, e da Bancada quetenho a honra de representar, as palavrascom que V. Ex!' tão merecidamente home­nàgeía a memória do nosso companheiro.

A Victor Issler, apesar de meu adversá­rio nestas últimas décadas, ligavam-me la­ços muito fortes, porque ele descendia dosmaragatos do Rio Grande do Sul. Foi re­volucionário em 1923; a gente dele já par­ticipara dos acontecimentos de 1893. Afamília Issler foi sempre de luta e de com­bate. E, embora nos separando depois,continuamos amigos, respeitando-nos eadmirando-nos mutuamente. Foi, pois, comtremenda emoção que tive, no Rio Grandedo Sul, a notícia brutal de seu desapareci­mento.

Reafirmo, assim, em nome da represen­tação gaúcha, os nossos sentimentos deprofundo pesar pelo desaparecimento donosso grande companheiro,

O SR. PRESIDENTE (Pacheco Chaves)- Com a palavra o Deputado AntônioBresolín.

O sa. DEPUTADO ANTôNIO BRESOLIN_ Sr. Presidente, gostaria também de fa­zer minhas as palavras de V. Ex." VictorIssler não foi apenas um companheiro decausa, mas um amigo que durante 12 anos,nesta Casa, aprendi a admirar. E, quandoPresidente deste órgão, tive na pessoa doDeputado Victor Issler um dos maiores co­laboradores, sempre presente em todos osmomentos em que a Comissão necessitava

.da sua participação e de seu trabalho. De

DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

ATAS DAS COMISSÕESsua atuação como político, Victor Isslerdeixou um traço marcante. Basta dizerque ainda agora, quando S. Ex.a resolveuabandonar a vida pública, o seu nome es­teve em larga cogitação para ser o nossocandidato ao Senado Federal pelo RioGrande do Sul. Assim, em nome daBancada do MDB do Rio Grande do Sul,quero solidarizar-me com esta homenagemque a Presidência presta neste momentoàquela figura saudosa, àquele grande ami­go e grande companheiro que foi VictorIssler.

Muito obrigado a V. Ex.a

O SR. PRESIDENTE (Pacheco Chaves)- Com a palavra o Deputado Herbert Levy.

O SR. DEPUTADO HERBERT LEVY ­Sr. Presidente, não posso deixar de dizerduas palavras sobre o nosso companheiro,meu adversário político de muitos anos,mas de cujo convívio privei, e, por issomesmo, nos transformamos em amigos.Quero juntar a minha voz à daqueles quedeploram a sua perda.

O SR. PRESIDENTE (Pacheco Chaves)- Dando início aos nossos trabalhos, queroanotar a presença neste simpósio do Dr,Carlos Alberto Burnett, Ass:stente da Di­visão de Corretivos e Fertilizantes do Mi­nistério da Agricultura; do economistaGeraldo Pereira, da Subsecretaria de Pla­nejamento do Ministério da Agricultura;do engenheiro-agrônomo Flávio .Tunqueira,representante da Divisão Regional Agríco­la de Campinas; do nr, José Ary MoralesAgudo, representante da Federação de Agri­cultura do Estado de São Paulo; do Dr,João Agripino Maia Sobrinho, Diretor damesma Federação; do Dr . .Tosé AugustinhoDrummond Gonçalves, Presidente da Asso­ciação Nacional de Difusão de Adubos; doDr. Péricles Nestor Locchi, Diretor-Presi­dente da ANDA e Diretor da QUIMBRASIL;do Dr. Wilson Alves de Araújo, Diretor­Tesoureiro da ANDA, da Companhia Pau­lista de Fertilizantes; do Dr, Anatole An­thony Pilnick, Diretor-Coordenador da ...ANDA e Diretor da COFERBRAS; do Dr.Fernando Penteado Cardoso, Presidente doSindicato de Adubos e Cola no Estado deSão Paulo; do nr, Rodolfo Antonelli, Di­retor-Secretário do mesmo Sindicato; doDr. Ublrajara de Jesus Pereira, Diretor daCompanhia Rio-grandense de Adubos; doDr, Eduardo Diniz .Tunqueira e do Dr. Cí­cero Junqueíra Franco, ambos da Coopera­tiva dos Produtores da Região de Orlândia,no Estado de São Paulo; do Dr. EugênioCosta Rubbo, da Companhia PetroquímicaBrasileira; do Dr. Ciro Imoto, do Sindicatode Adubos e Cola no Estado de São Paulo;do Dr, Marcos Rocha, da ANDA; do Dr.Odilon Nogueira, Diretor da Secretaria deAgrícultura do Estado de São Paulo; doDr, Wladimir A. Puggina, Diretor-Executi­vo da Companhia Paulista de Fertilizantes;do Dr, Carla Ferraz, Presidente do Sindicatode Adubos e Cola no Estado de São Paulo.

Com a palavra o Sr. Deputado ~erbertLevy, coordenador e autor do requerimentode convocação desta mesa-redonda.

O SR. DEPUTADO HERBERT LEVY ­Sr. Presidente, estou certo de que os par­ticipantes desta mesa-redonda têm um ob­jetivo comum: dar ao setor de fertilizantesaqueles característicos de segurança indis­pensáveis para que a nossa agricultura,grandemente defasada dos outros setoresda Economia, encontre o apoio indispensá­vel para a melhoria da sua produtividade,a fim de poder alinhar-se com a indústriae o comércio e assim garantir aquela har­monia indispensável ao nosso desenvolvi­mento econômico.

Quinta-feira 21 8833

Já li a respeito de alguns trabalhos rea­lizados pela ANDA, e verifico que a enti­dade se preocupa em aperfeiçoar a técnicade produção, de modo a corresponder àssuas responsabíltdades,

Penso, Sr. Presidente, que, para os nossostrabalhos, talvez seja preferível primeira­mente assistirmos à projeção de slides edepois estabelecermos o. debate em termosdaquela maior franqueza, indispensável aoesclarecimento dos assuntos. Assim, eu pro­poria, se V. Ex."s estivessem de acordo, queassístíssemos, ínicialmente, à projeção deslides, ouvindo as explicações que nos po­deriam ser oferecidas.

O SR. PRESIDENTE (Pacheco Chaves)- De pleno acordo. Cem a palavra o Dr,José Agostinho Drummond Gonçalves.

O SR. CONVIDADO (José AgostinhoDrummond Gonçalves) - Sr. Presidente,Deputado Renato Azeredo, Sr. DeputadoHerbert Levy, Srs. Deputados participantesdesta mesa-redonda de fertilizantes, S'rs.Representantes do Ministério da Agricultu­ra, da Secretaria de Agricultura de SãoPaulo, Srs. Representantes da FAESP, daCooperativa dos Produtores da Região deOrlândía, sejam as nossas palavras iniciaisde agradecimento por esta oportunidadeque a Comissão de Agricultura da Câmarados Deputados, por proposta do ilustre ecombativo Deputado Herbert Levy, nos dá,de virmos a Brasília, através de uma re­presentação bastante categorizada da in­dústria de fertilizantes do Brasil.

Os Srs. Deputados, ao ouvirem a leiturada relação dos técnicos que aqui estão co­nosco, sentiram quc vieram os homens quedirigem as entidades mais representatívasdaquela atividade industrial. Estão presen­tes todos os Diretores do Sindicato da In­dústria de Fertilizantes do Estado de SãoPaulo, liderados pelo seu digno Presidente,engenheiro-agrônomo Fernando PenteadoCardoso; os Diretores da Associação NacIO­nal para Difusão de Adubos, liderados peloseu Diretor-Presidente, Sr. Péricles NestorLocchi, que recentemente deixou a Presi­dência da Aseocíacão Brasileira da Indús­tria Química. São 'pessoas que estão seria­mente trabalhando em nosso País, parapromover o desenvolvimento da agriculturae o atendimento de suas necessidades, atra­vés da expansão do setor de fertilizantes,tão importante para a economia brasileira.

Ao recebermos a convocacão de V Ex.asprocuramos organizar esta apresentação, eagradecemos de maneira muito especial aonobre Deputado Herbert Levy a oportuni­dade de iniciarmos o diálogo com os senho­res, trazendo aquilo que pudemos coletar,preparar, para que V. Ex.as possam ser gra­dativamente introduzidos no problema defertilizantes do Brasil.

Pedimos Iícença para ocupar um poucoo tempo de V. Ex.as esta manhã. Nossaapresentação abordará basicamente os doisgrandes pólos do problema em nosso País.No pólo internacional, vamos tentar fazeruma avaliação de tudo o que se passa nomundo nessa matéria, procurando dar aV. Ex."s uma idéia das repercussões dessasmudanças transcendentais experimentadasno exterior sobre a conjuntura brasileira.Na segunda parte vamo-nos ater, SI', Pre­sidente, ao quadro brasileiro. Tentaremosexplicar como chegamos até aqui, e o queestamos fazendo para prosseguir no tra­balho de desenvolvimento desse setor.

O SR. PRESIDENTE (Pacheco Chaves)- Permita-me V. s.a uma interrupção, parapassar a presidência dos trabalhos aoDeputado Paulo Alberto, de vez que tenho

Page 26: CÂMARA DOS DEPUTADOS - imagem.camara.gov.brimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD21NOV1974.pdf · CONGRESSO NACIONAL Faço saber que o Congresso Nacional aprovou, nos termos do art.

8834 Quinta.feira U DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) NoveDlbro de 1974

de comparecer ao Senado para ali relatar,na Comissão Mista de Orçamento, o FundoNacional de Desenvolvimento, encargo comque fui honrado.

(Assume a Presidência o Deputado PauloAlberto.)

O SR. PRESIDENTE (Paulo Alberto) ­Vamos continuar a ouvir a exposição doSr. José Agostinho Drummond Gonçalves.

O SR. CONVIDADO (José AgostinhoDrummond Gonçalves) - Sr. Presidente,completando o que dizíamos inicialmente,lembramos que, na segunda parte da nossaexposição, vamos focalizar individualmentecada um dos tópicos que nos foram propos­tos por este colegiado, e que consubstan­ciam, no nosso modo de entender, as preo­cupações que inspiraram a convocação des­te encontro. EntáD, se o Sr. Presidente per­mite, passemos a conversar sobre o mer­cado internacional de fertilizantes, vamosmostrar uma série de slides, procurando fa­cilitar aos senhores o entendimento do pro­blema. Pediria, então, ao Sr. encarregadodesta para a fineza de começar a projetaras imagens. Todos os senhores sabem que,ao conversarmos sobre fertilizantes, deve­mos basicamente nos cingir a três elemen­tos principais: o nitrogênio, o fósforo e opotássio, embora existam muitos outros queatuam como nutritivos das plantas. Mas pe­la expressão e importância que eles têm naformaçáD das lavouras, normalmente pro­curamos sempre nos ater a estes três ma­cronutrientes, que vão constituir a base dafilosofia que vai notea.r o nosso entendi­mento no correr desta conversa. Vejamos,então, o nitrogênio, que, no particular, secoloca em primeiro lugar, no mundo. Ossenhores têm aí um quadro, tabulado emfins de 1972 por uma organização do Go­verno dos Estados Unidos, chamada Ten­nessee Valley Allthority. Nesse quadro es­tatístíeo aquela entídade de conceito mun­dial estampava as primeiras informacõessobre o desenvolvimento da capacidade deprodução de nutrientes "N" no mundo ecalculava as perspectivas de suprimento po­tencial do mesmo, baseando-se num con­ceito de utilização das fábricas, da ordemde 90% nas regiões desenvolvidas do mun­do e de 80% nas em desenvolvimento. Es­ta é a base do problema consubstanciadonestes números, onde V. Ex."P verificamque, em 1972, havia no mundo uma ca­pacidade instalada de produção de nu­trientes de nitrogênio da ordem de 58 mi­lhões de toneladas, e os dados da Tennes­see Valley Authority, expostos através des­se documento - "The World Fertilizer Si­tuation and its Implícatlons-a Reevalua­tion" - indicavam que, de acordo comcapacidades diferenciadas de industriali­zação entre os países desenvolvidos e nãodesenvolvidos, poderíamos ter, como expec­tativa, uma disponibilidade da ordem de36,3 milhões de toneladas. Peço aos senhoresque gravem bem este número - 36,3 - por­que ele será objeto de análise no quadroseguinte. Este, que aqui está - tambémoriundo da mesma entidade - a TennesseeValley Authority, em trabalho do Sr. Da­nald McC'une, Diretor para desenvolvimen­to internacional - ainda se refere ao pro­blema do nitrogênio no mundo, e traz àbaila realmente as produções alcançadas eos consumos previstos. Então, V. Ex.as per­cebem que o primeiro quadro era um estudoteórico, considerando uma capacidade de­terminada e avaliando quanto esta indús­tria seria capaz de ofertar. Já este segundoquadro se refere ao que foi efetivamenteproduzido, suprimento e demanda mun­diais de nitrogênio. Podemos observar que,ao invés de o mundo ter alcançado em 1972as 36,3 milhões de toneladas a que fizemosreferência, só conseguiu produzir efetiva-

mente 35,1 milhões de toneladas. Por con­seguinte, as previsões de oferta de nitrogê­nio no mundo ficaram aquém dos cálculosque tinham sido feitos nos Estados Unidos.Esta produção de 35,1 foi suficiente paraatender a um consumo da ordem de 33,7milhões de toneladas, quase que numa re­lação de um para um, e ficamos, em 1972,numa margem muito estreita entre produ­ção e consumo de fertilizantes, conformeestampado nesse quadro estatístico. Ai va­leria a pena conversarmos sobre o que acon­teceu. A indústria esperava alcançar índicede produção maior do que efetivamente al­cançou. E por que isto aconteceu? Exata­mente porque várias das fábricas que esta­vam sendo projetadas não entraram emoperação. Verificamos, assim, que a dispo­nibilidade de "N", cuja expectativa era de33,3 só se completou ao nível de 35,1 milhõesde toneladas. Além dessa dificuldade ope­racional das indústrias de amônia príneí­palmente nos Estados Unidos e em algunspaíses da Europa, verificou-se que a ofertanão foi suficiente para dar, em termos in­ternacionais, margem de tranqüilidade aomundo consumidor de fertilizantes. Por aíV. Ex.as já percebem que, muito antes daprópria crise energética, já havia dificulda­des de oferta de nitrogênio. A crise do pe­tróleo deflagrada em fins do ano passadoapenas conferiu um delta X a mais de pro­blemas numa conjuntura já estreitamentefavorável, onde as relações de produção econsumo não deixavam margem a qualquervariação operacional, sob pena de faltar onutriente para a demanda mundial. Em fa­ce dessa situação, o mundo inteiro procurourever os seus princípios de trabalho e pro­curou buscar condições de oferta, sobretudode gás natural. Isso poderia dar aos Esta­dos Unidos uma tranqüilidade maior emtermos de produção de "N". E nós assisti­mos, principalmente em fins de 72 e duran­te todo o ano de 73, a um esforço extrema­mente grande do Governo e da iniciativaprivada naquele país para tentar auxiliaraquelas fábricas que ainda não tinham en­trado em operação e realizar investimentosainda maiores, a fim de que a oferta pudessese avolumar na razão de uma necessidademundial que já se apresentava como cres­cente. Vimos, por exemplo, em outro do anopassado, o Congresso americano autorizar oSr. Presidente da República dos EstadosUnidos a que levasse adiante um antigoprojeto, perseguido ali durante 18 anos, deconstrução de um gasoduto entre o Alascae os Estados Unidos, utilizando as reservasde gás natural do Mar do Norte, provenientedos países da "Cortina de ·Ferro", principal­mente da Sibéria. Nessa altura, esses esfor­ços, realizados na grande nação norte-ame­ricana, buscavam exatamente melhorar alias condições de oferta de gás natural. Aomesmo tempo, durante 1973, os Estados Uni­dos buscaram ampliar as suas disponibili­dades também de gás natural em países daAmérica Central. Os senhores vão constatarquando se fizer a análise do problema, umárealização de investimentos maciços nessespaíses, procurando exatamente expandir asdisponibilidades de gás natural e, assim,conseguir ampliar a oferta desta importan­te matéria-prima para a indústria de pro­dução de "N" principalmente na área dosEstados Unidos. Então, resumindo, diríamosque o problema já se vinha apresentando,tendo sido apenas decorrência das dificul­dades de suprimento dos derivados de pe­tróleo. Na verdade o que se passou no mun­do foi que, com o agravamento da conjun­tura energética, tivemos apenas um fator amais de complicação no quadro, que já nãodava muita tranqüilidade. Em fins do anopassado, os esforços de colocar gás naturalem maior disponibilidade prosseguiam; asdisponibilidades de nafta para os países eu-

ropeus não foram suficientes em virtudedessa mesma crise. O mundo entrou em 73numa situação de difícil suprimento de ni­trogênio, que ainda constitui preocupaçãoextremamente grande, pois, se fizermos uma.análise prospectiva desse nutriente, verifi­caremos que, não obstante os esforços deampliação da capacidade produtiva e decorreção de certas insuficiências nas indús­trias, ainda assim não se conseguiu tran­qüilidade que nos permita dizer que o qua­dro de nitrogênio será melhor nos próximos2 anos. Será ele ainda um produto que tra­rá complicações ao mundo inteiro em ma­téria de suprimento de fertilizantes, sobre­tudo porque se agrava nos Estados Unidos,a dificuldade, para os produtores de amônio,de pagarem o gás natural pelo mesmo preçoque ele tem quando utilizado para outrosfins. Há, portanto, o problema relativo àincapacidade de a indústria disputar o mes­mo gás natural, que sendo insuficiente ain­da é utilizado para outras atividades indus­triais. A indústria busca obter, das autori­dades do Congresso Americano principal­mente da Comissão de Suprimentos da In­dústria, uma autorízação- para certa prefe­rência de suprimento de gás natural na pro­dução de amônío, a fim de que ela possa.sentir-se mais segura no desenvolvimentodos seus programas de investimentos. Alémda América Central, que está pondo em exe­cução novos projetos, aqui próximo há umesforço bastante expressivo da Venezuelaque está agora com mais uma linha déquatro unidades de produção de amônio, de1.500 toneladas/dia em fase de análisealém das três que já possuía. Este país ten{reservas substanciais de gás natural queestão sendo a todo instante pesquisadas pe­las autoridades do País para expandir a dis­ponibilidade de N daquele pais e, automa­ticamente, melhorar as condições de supri­mento do mundo. Face a este quadro queestamos apresentando em grandes flashes,já que trouxemos por escrito esse depoi­mento com números e informações, achoque podemos passar .para a transparênciaseguinte, que dará idéia da repercussão, nomundo da conjuntura desfavorável de ní­trogênio. Esses são os preços médios de im­portação de nitrogenados. Aqueles são osdois nitrogenados principais, o sulfato deamônia e a uréia. Considerando os preçosFOB, frete, custo do frete e o preço customais frete, nos anos de 72, 73 e 74 os se­nhores verificarão que o sulfato de ámônio,que, em julho de 72, era vendido a 29 dóla­res e 50 - custo mais frete - em 73 jácustava 50 a 55 dólares, e, em junho de 74já estava a 165 dólares, custo mais frete:Agora, em outubro, tem-se como expectativacusto mais frete, 190 dólares. O sulfato deamônia, além desta conjuntura já explicada,apresentou, também, um aspecto muito par­ticular; é que, principalmente na Europa,era subproduto da indústria de plástico: aa cada quilo de caprolactana que se pro­duzia na Europa, produziam-se quatro qui­108 de sulfato de amônia. Isto, até certo pon­to, não era problema para a indústria deplástico, principalmente da Alemanha, por­que Jogavam esse sulfato de amônío nosrios. Com a luta antípohríção, as indústriasde plástico se tornaram, também, vendedo­res de fertilizantes no mundo, e o sulfato deamônío chegou àquele preço de 22,50 FOB,em Julho de 1972, quando nós, em 1971, che­gamos até a 18 dólares FOR Na verdade,era subproduto de uma indústria importan­te, comercializado no mundo em condícõesque não remuneravam a sua produção. 'Eraapenas uma forma de evitar o despejo doproduto nos rios e liberar os estoques, prin­cipalmente os da Europa.

Há três anos a tecnologia da Alemanhacorrigiu essa relação. Ao invés de 1:4, che­gou-se agora a 1:2 ou 1:1,6 que permitiu.

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Nove~bro de 19~i DIARIO no CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Quinta-feira 21 8835

então, uma retomada do processo indus­trial, que, como conseqüência, provocou umaredução da disponibilidade desse produto nomercado mundial.

Quanto ao fertilizante seguinte, a uréia,os senhores vêem também os preços: 54,89dólares em julho de 1972; 114 dólares emjulho de 1973; 200 a 210 dólares em dezem-

· bro de 1973; 355 dólares em junho de 1974'c, atualmente, 385 dólares.

Chamamos a atenção dos senhores para aexcepcional evolução dos valores do frete,.relatívo ao transporte desses materiais parao Brasil: custava 7 dólares em 72; passoupara 30 dólares em 73 e, agora, está ao redorde 25 dólares.

F'eita esta apresentação sucinta do pro-· blema do nitrogênio, podemos agora passar· ao do fósforo, segundo nutriente que gosta­

riamos de apresentar aos senhores.Ainda recorrendo à mesma fonte dos Es­

tados Unidos, temos aqui um quadro esta­tístico levantado em fins de 72 pela Te­nessee Valey Authority, onde podemos vis­lumbrar um". produção de P?O" solúvel, nomundo, na ordem de 21,7 milhões de tone­ladas para um consumo da ordem de 20,9milhões de toneladas. Mais uma vez há re­lação muito estreita entre produção e con­sumo: pouco mais de 1: 1.

No quadro do P20 5 ' no tocante aos Esta­dos Unidos, houve uma baixa rentabilida­.de dessa indústria durante a década de 60.

· Aquele país tinha partido do príncípío deque bastaria produzir, que alguém compra­ria, mas, no correr da década, foi verifican­do que as suas produções nem sempre eramvendidas, em virtude da incapacidade demuitos países de adquirirem esses produtos,derivada de problemas nos seus balanços depagamento. Em vista disso, houve ali, gra­dativamente, um desestímulo a novas in­versões na indústria de P 20 r,. Chegamos in-clusive a assistir a grandes empresas da-

I quele país, em 1970 e 71, vendendo todas assuas unidades industriais, desesperançadasde uma melhoria da rentabilidade dos seusnegócios.

Na parte de solubílízaçâo de P 20 ;;, o qua­dro era extremamente pouco estímulador

· naquela área e, na parte de mineração defosfato, a matéria-prima principal inicialera encarada da mesma maneira. Não ha­via incentivos para se retomar o esforço de

I mineração. Além disso, principalmente naFlorida, nos últimos três anos, as eomis­sôe> de controle ambiental do Congresso dos

I Estados Unidos têm sido extremamente ri­gorosas na fixação de determinados com­portamentos, o que, de certa forma, obrigoua toda uma revisão do processo de produ­ção do P.,O" a correção de distorções, a eli-

,minação de influentes na atmosfera e, na'Flórída, a própria suspensão da mineração'de fosfato. Vimos lá várias minas que esta­vam com sua produção suspensa por causa

'ds, poluição que causavam, quando eramoperadas.

Em 1972 e 1973 o quadro foi de estagna­ção. Não se aplicaram ali investimentos pa­ra melhorar as condições de produção doP20;;. Nessa época o Brasil, verificando amconveníêncía de uma dependência muitoestreita do suprimento de rocha fosfatadada Flórida, voltou-se para os países africa­nos. Então, começamos a assistir à chega­da de inúmeras missões, principalmente doMarrocos, do Saara Espanhol, do Togo e da

, Africa do Sul, oferecendo ao Brasil supri­mentos desse material. Graças a esse de­sestímulo da área americana, os países afrí-

o canos passaram a considerar díuturnamen­te a realização de investimentos de minera­ção e de solubilização de P20 5 nos seus ter-

ritórios. Verificamos, então, que, de certaforma, a Afriea procurou ganhar terrenodiante dos Estados Unidos, que já tinhamuma posição privilegiada.

Em 1973 o quadro, até meados do ano,era o mesmo. Em fins de 73, o Governo dosEstados Unidos afrouxou os controles depreços sobre a indústria de fertilizantes da­quele país, que até então estava mais preo­cupada em vender os seus produtos no ex­terior, sem propriamente colocá-los inter­namente, porque a rentabilidade de expor­tação era superior àquela que se poderíaobter da venda no próprio mercado interno.Neste mesmo instante aquele país retomouo seu esforço de plantio. Assistimos, em de­zembro do ano passado, a algo absoluta­mente inédito na história da agriculturaamericana, ou seja fila para comprar ferti­lizantes, pois os lavradores não podiam com­prá-los nas quantidades que pretendiam. Ti­veram, então, de lutar para receber um pro­duto que, até o ano anterior, chegava à suafazenda quase que à última hora. Pela pri­meira vez todos os pedidos e ordens de com­pras nos Estados Unidos foram retiradoscom seis meses de antecedência. Lançaram­se ali a um plantio vtgorosíssímo de ce­reais. Todos os senhores já têm conheci­mento desse fato. Este ano mais de 16 mi­lhões de acres, que foram plantados deman­daram um volume de fertilizantes adicio­nais da ordem de 4 milhões de toneladas,exatamente o que todo o Brasil consumiuo ano passado. Sentimos, então, que, dian­te desta incapacidade do suprimento inter­no na própria área americana e da inca­pacidade do mundo de se suprir de P 2 0 ;;, assituações foram-se agravando. Chegamos ater dificuldades de adquirir produtos de al­ta concentração de P 20 r,. Alguns contratosque tinham sido assinados pelo Brasil, prin­cipalmente com países africanos, foram sen­do gradativamente postos de lado. Os rea­justes foram sendo efetivados no afã de sebuscarem os produtos de que a indústria ne­cessitava. As perspectivas futuras do qua­dro mundial do P.,O" incentivaram uma re­tomada bastante expressiva da mtnearçãode fosfato na Flórida. Aquelas dificuldades aque fizemos referência, decorrentes da le­gislação antípoluição, foram eliminadas.Existe, naquela região, um problema recen­tíssimo, que vimos há dez dias: a incapa­cidade da rede de energia elétrica. ° in­dustrial, o minerador de fosfato da B'Ióri­da, está sofrendo cortes sucessivos de ener­gia elétrica, dificultando sobremaneira oprocesso de desenvolvimento da sua ativi­dade. Ainda naquele país estão sendo fei­tos esforços substanciais para a amplia­ção da produção de P2 0 ;; solúvel, principal-mente na forma de ácido fosfórico e todosos fertilizantes sólidos decorrentes. Há umesforço também, no mesmo sentido, nos pai­ses africanos, conforme já fizemos menção.Paira no ar apenas uma certa dificuldadede vislumbrarmos o que acontecerá com aspossibilidades de rocha fostatada do Saaraespanhol, embora o Brasil tenha interesseespecial em negociar esse produto com aEspanha, porque está vendendo mínério deferro para aquele país. Está com dificulda­des de se suprir devido a problemas de pro­dução, que agora foram eliminados. Haviaum altíssimo índice de sais na água de tra­tamento do minério, o que causo problemasde corrosão. Os espanhóis se obrigaram ainvestimentos nactços no tratamento daágua, resolvendo o problema. Surge agora

'uma questão de natureza polítíca entre oGoverno da Espanha e do Marrocos. Quaseque se pretende, a esta altura, a realizaçãode um plebiscito no Marrocos para estudara viabilidade de o Saara espanhol ser rein­corporado ao território marroqulno. Logica­mente, o grande êmulo dessa luta política

entre os dois países é a situação privilegia­da do Saara espanhol em termos de rochafosfatada. Em vista de tudo isso, podemospassar aos senhores a repercussão nos pre­ços internacionais. Temos aí três dos prin­cipais produtos: prímeíro, o fosfato natu­ral que, em julho de 1973, custava 20 dóla­res, custo mais frete e cujo frete era de 5,50dólares. Já em novembro de 1973, passavapara 24 a 25 dólares; o preço FOB, que erade 12, passou para 27; custo maís frete, 51para 53; em dezembro fomos a 57 até 60;em junho deste ano já estávamos em 42dólares FOB, 25 de frete, 67 custo mais fre­te; agora em outubro as perspectivas sãode 58 dólares FOB, 25 de frete, 83 dólarescusto mais frete. Recebemos a informação,vinda dos países detentores dessas reserva­vas, de que farão o possível para elevar es­se preço, já em janeíro, em cerca de 15%para todos os países, não obstante contra­tos que possuam. Os senhores têm tambémo DAP, díamônío-fosfato, produto de alta.concentração, na base de fósforo e amônío,também igualmente sofrendo os percalçosdessa crise a qne fizemos referência. Os se­nhores têm aí 132, custo mais frete, em ju­lho de 1973; depois 169, 200, 240, 355, 405dólares FüB em outubro deste ano; super­fosfato triplo da ordem de 115, 144, 165, 325.No momento a estimativa é de 370 dólares.Os senhores observem que também no casodo P20C,' principalmente no caso da rocha,houve uma elevação substancial - da or­dem de 500% - no custo de transporte. Po­díamos, nesta parte, finalizar dizendo queas indicações que temos no mundo é de queesta crise será resolvida mais cedo do quea do nitrogênio. Deverão entrar logo emoperação grandes unidades que estão sen­do construídas e que deverão oferecer. apartir de 1976, principalmente, quantidadessubstanciais de P2 0 " na forma de ácidofosfórico. Tem-se como idéia um alívio des­sas pressões a1tistas a partir de 1976, faceao início de operação de várias unidades queestão sendo construídas. Mas ainda resta- e V. Ex.as estão acompanhando bem isso- um problema sério. Hoje a encomendadesses equipamentos também não é feitacom facilidade, Para se comprar uma drag­line nos Estados Unidos, visando à exparr­são do esforço de mineração. está-se pedin­do prazo de 4 anos para a entrega desseequipamento. Nâo se pode. num curto es­paço de tempo, galgar situação de muitatranqüilidade no setor, porque, se, de umlado, há interesse na realização dos inves­timentos, e os projetos estão sendo condu­zidos, de outro. não há dúvida, há muita.dificuldade na compra e na entrega dessesequipamentos, dentro dos cronogramas pre­vistos nos projetos.° terceiro produto é o potássio, talvez dostrês o menos problemático. Até meados doano passado, o potássio estava numa con­dição, não diria excedente, mas as minera­ções, principalmente do Canadá e dos Es­tados Unidos, estavam aquém da sua ca­pacidade. Os produtores de cloreto de po­tássio procuravam controlar as suas pro­duções para que o mundo não fosse invadi­do por quantidades substanciais do produ­to, o que poderia representar queda da ren­tabilidade dos seus negócios. Observem es­se gráfico da indústria canadense de po­tássio. Nós o tiramos da obra de um autorcanadense, Deneb Teleki, "The Fertilizer In­dnstry - Suppley and Demand". É umacurva bastante demonstrativa da capacida­de teórica de mineração e produção. Vejamque gradativamente a produção do Cana­dá, responsável por 40% do suprimento depotássio do mundo, alcança a capacidadeteórica de mineração. Podemos dizer mes­mo que, provavelmente no final do ano, alinha de produção estará alcançando a li­nha da capacídade teóríca de mineração.

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8836 Quinta-feira 21 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL <Seção I) Novembro de 1974

No Canadá e nos Estados Unidos, já se falabastante na necessidade de se expandiremos investimentos na mineração desse pro­duto, mas há problemas a serem resolvi­dos. Em primeiro lugar, os investimentossão violentíssimos, caríssimos; em segundo,a Província de Saskatchewan, onde se si­tuam essas ocorrências de cloreto de potás­sio, recebe um royalty pela mineração. Poisbem, ela hoje discute com o Governo ca­nadense o direito de ficar com o royaltyou ter de entregá-lo ao Governo Federal.Há, portanto, pendência bastante séria en­tre aquele Estado e o Governo Federal. En­quanto ela não for solucionada, haverá cer­to desestímulo, o quadro não estará sufi­cientemente claro de modo a permitir aosinvestidores americanos e canadenses a ex­pansão das suas capacidades de míneraeão.Até há pouco, o clima era tranqüilo. Prova­velmente o produto não chegará a uma si­tuação de oferta e demanda próxima àque­I::. relação do nitrogênio e do fósforo. Noentanto, se não forem solucionados os pro­blemas referentes ao escoamento das estra­das de ferro canadenses, se não se melho­rarem as condições de operação do porto deVancouver, talvez o quadro poderá agra­var-se ainda mais. Recentemente, missãocanadense que aqui esteve com muita re­lutância aceitou a possibilidade de nos en­viar, no proxímo ano, o mesmo volume decloreto de potássio que nos entregou esteano. Não será fácil, e todos estão preocupa­dos com a questão. Mas é o elemento me­nos complexo dos três sobre os quais jáconversamos. Por enquanto ainda não te­mos suficiente tranqüilidade na mineraçãopara lhes oferecer prognósticos mais auspi­ciosos. Em vista disso, vejamos os preços docloreto de potássio, para que V. Ex."'" raeío­cmem sobre eles, como já o fizeram no casodo nitrogênio e do fósforo. V. Ex."'" têm aios preços FOB, que eram de 40,08 dólarespor tonelada, custo mais frete, em julho de1972; passaram para 56,61 dólares, customais frete, em julho de 73, depois, em 1974,78,83, 90, e 80 dólares, custo mais frete, re­visto para outubro de 1974. Observem quemesmo o potássio teve alta da ordem de100% em relação aos seus custos, sendo queo frete também subiu de 7 para 25 dólares.

Feita essa observação a respeito do potás­sio, podemos l)aSsar ao quadro seguinte,no qual focalizamos rapidamente a conjun­tura dos Estados Unidos. Antes disso, va­mos projetar levantamento recente, divul­gado pela FAO, referente à produção e aoconsumo mundial, em termos de 74, consi­derando os países em desenvolvimento, ospaíses desenvolvidos e os outros países asiá­ticos. Observem que os países em desenvol­vimento apresentam saldo negativo de ni­trogênio, fósforo e potássio, o mesmo ocor­rendo com os países asiáticos. Realmente,essas nações apresentam dificuldades de su­primento entre a sua capacidade de produ­ção e a demanda. Este quadro é bastanteelucidativo.

A demonstração seguinte é uma análiseda conjuntura dos Estados Unidos nesta sa­fra que já está terminando. V. Ex. as ai têmo consumo de nutrientes de 70 até 74. Nasafra de 73/74, este Pais apresentou percen­tual de aumento de consumo da ordem de19,4% a mais que no ano anterior. ° nitro­gênio cresceu este ano cerca de 8% sobreo ano passado, o fósforo e o potássio 6%,o que nos dá uma média de 7%. Segundorelatório que recebemos dos Estados Uni­dos, para o ano próximo, as estimativas decrescimento de consumo são da ordem de9% naquele país. Este dado é bastante ex­pressivo e foi apresentado recentemente àComissão de Agricultura do Senado, nos Es­tados Unidos, no depoimento dado peloPresídente do "The Fertilizer Instltute". V.Ex,"'" têm os estoques americanos de nu-

trlentes de nitrogênio, fósforo e potássio,em relação aos dias de produção. Quantoao nitrogênio, em 1.° de junho, os EEUUtinham 37,5 dias de produção em estoque.Em 1973, esse número caiu para 23 e, em1974, está com apenas 12 dias. Fósforo: 18,14 e 11 dias. Potássio: 51, 39 e apenas 13,5.Os estoques americanos estão muito aquémdaquilo que eles sempre tomaram como ra­ciocínio de trabalho, conforme poderão ve­rificar através desse dispositivo.

Após fazermcs a análise da situação mun­dial, vamos agora avaliar o quadro brasi­leiro com referência ao setor de fertilizan­tes. Em 1973, 31,4% do consumo se proces­savam na Região Sul, 60% na Região Cen­tro - ou seja, Paraná, São Paulo, MinasGerais, sul de Goiás e sul de Mato Grosso- e, no Nordeste, 8,6%, abrangendo daBahia até o Maranhão.° quadro seguinte dá a V. Ex. as idéia do

comportamento desse consumo em tonela­gens, naquelas regiões: Nordeste com cercade 40 mil toneladas, com um total de 140mil toneladas, em termos de nitrogênio, fós­foro e potássio; Centro, com 981 mil tone­ladas e Sul com 513 mil toneladas - tudoisso é em termos de nutrientes, não em to­nelagem de produto - o que nos dá um to­tal, para o País, no ano passado, de 1 mi­lhão, 635 mil toneladas. Se fôssemos anali­sar as relações de consumo entre essesnutrientes, observaríamos que o Nordesteapresenta a relação de 1 para 1,31, para1,14, relativamente próxima à relação mun­dial; o Centro, o mesmo, 1 para 1,41, para1,11; o Sul, 1 para 3,47, 1,37. ° Sul compa­rece com predominância sensível de P205 ,

porque é região que está desenvolvendosubstancialmente seu programa de aduba­ção de cereais, onde o fósforo tem enormerelevância. Aí V. Ex. as têm a série históricado consumo brasileiro. Em 1962, o Brasilconsumiu cerca de 236 mil toneladas, pas­sando para 447 mil em 1967, tendo chegadoa 1.635.000 toneladas em 1974. 11: expressivaa posição brasileira a partir de 1967, emtermos de nutrientes. Só esse número dáidéia do esforço desenvolvido pelo setor in­dustrial.

° Deputado Herbert Levy. com muitapropriedade, lembra-nos que todos essesquadros estão considerados no documentoque díst.ríbuímos a V. Exas Por conseguin­te, não precisaremos comentar cada um de­les. V. Ex."'" têm aí o consumo aparente defertilizantes. Peço licença para chamar aatenção para esse quadro, que apresenta oproblema realmente em termos de produto.Em 1973, o Brasil operou 4 milhões de tone­ladas. Nosso programa de desenvolvimentorecomenda que cheguemos, em 1980, a 12milhões de toneladas.

Vamos apenas passar o quadro da produ­ção nacional, para que V. Ex.as tenhamuma idéia. Aí estão os dados de crescimen­to da produção nacional de N, saindo de9.268 toneladas para 140.292. A produçãode P~ 05 solúvel, a partir de rocha fosfatadabrasileira, ou importada e solubilizada in­ternamente, cresceu de 122 mil para 337mil. Não temos produção nacional de po­tássio.

Vamos saltar esses quadros e passar ra­pídamente para o quadro de importação.Aquela produção nacional que mostramos,soma-se agora essa posição de importação.°Brasil, em 1973, importou cerca de .1. 157 000 toneladas, que, somadas àquelas etantas mil toneladas de produção nacional,dá o quadro de consumo em 1973.

Este quadro é interessante.Faz o balanço da produção nacional de

nutrientes com as importacões Estão aí to­dos os dados. Em termos de nítrogénío, o

Brasil já produz internamente 39,4% doconsumo desse nutriente. Conforme disse­mos, não temos produção nacional de B205,

47,3, K20. Em termos gerais, os nutrientesbrasileiros respondem por 29,2% do consu­mo, o que quer dizer que 71% das nossasnecessidades são supridas através de com­pras realizadas no exterior. Este o quadroda evolução dos preços de fertilizantes emSão Paulo. Aqui V. Ex."'" têm os preços cor­rentes, reais, publicadas agora no levanta­mento mensal do Instituto de EconomiaAgricola. Por ai se vê que, de julho do anopassado para julho deste ano, houve acrés­cimo de 102,73 para 286,31 ou 186; e, real, de101 para 215, ou seja, 115% de aumento, se­gundo os dados do Instituto de EconomiaAgrícola. Pediria agora ao Marcos a finezade fazer a projeção. Vamos dlstribuir estequadro, que recebemos ontem do Institutode Economia Agrícola de São Paulo. É umprognóstico para a Região Centro-Sul. AíV. Ex.a s têm, de 1967 a 1974, as unidades deproduto agrícola necessárias para adquiriruma tonelada de fertilizantes no Estado deSão Paulo, mostrando os produtos: arrozem casca, milho, café beneficiado, soja, al­godão em caroço. ° próximo quadro é aprevisão do crescimento do consumo brasi­leiro. Há várias estimativas realizadas noPaís. Trouxemos a V. Ex."'" que foi feitapelo engenheiro-agrônomo Fernando Pen­teado Cardoso, que se encontra presente.Ele nos aponta até 1977, o comportamentodo consumo de nitrogênio, fósforo e potás­sio. Precisamos destacar que todas essasprevisões terão de ser revistas, porque par­tem do pressuposto de uma relação muitasvezes favorável entre os preços dos fertili­zantes e os preços dos produtos agrícolas.Todos terão de rever as suas estimativas defuturo, em face dessa repercussão bastantegrande dos preços dos nutrientes nos diver­sos países. Para sxpandtr esse crescimentodo consumo, há muitos anos estamos asso­ciados com a FAO, com o Ministério daAgricultura através do Sistema Brasileirode Extração Rural - e. no Nordeste, com oBanco do Nordeste do Brasil. Vimos desen­volvendo programas de incentivo ao consu­mo através de campos, através de dias detrabalho, procurando conscientizar os agri­cultores dessa região para o esforço de uti­lização de fertilizantes. No quadro seguin­te, V. Ex."'" têm urna idéia do que se reali­zou, de 1969 a 1974. em matéria de camposde demonstracâo sobre uso de fertilizantesno Pais. com todas as culturas, desde o aba­caxi até o sorgo São 4 282 campos na Re­gião Centro. 3.820 no Nordeste, num totalde 8,102 campos ° quadro seguinte nos dárápida visão de como são instalados essescampos. Este é um campo de milho emPouso Alegre, Minas Gerais, demonstrandotodo o esforço que vem sendo realizado. Es­te aqui foi instalado dentro da fazenda doagricultor, através do Serviço de Assistên­cia do Ministério da Agricultura, por inter­médio da ABCAR. e no mesmo verificamos ocomportamento dos diversos lotes, de acor­do com os nutrientes aplicados, que depoissão analisados economicamente. Aqui sãorápidas noções: uma visão de uma culturade abacaxi em Sergipe, um programa detrabalho que temos naquele Estado. Aqui,algo mais detalhado: milho adubado atrás emilho não adubado na frente, testemu­nhando o esforço desenvolvido. Acho quepoderíamos suprimir a análise dessas foto­grafias e passar rapidamente à parte final.Aqui, um estudo que terminamos ontem,abrangendo o Rio Grande do Norte, Per­nambuco, Goiás e Minas Gerais, apresen­tando os rendimentos dos campos-testemu­nha e dos campos adubados e a relação va­lor/custo em 1973. Cada cruzeiro aplicadoCIn fel"tilizantes corresponde a 7,3 cruzeiros

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Novembro de 1974 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Quinta-feira 21 8837

obtidos com produção; 46,7; 3,3. Enfim, to­dos esses dados medem a rentabilidade daaplicação dos fertilizantes, de acordo comdados de 1973. A FAO considera este cál­culo como índice "2". Aí são dados de im­portação de produtos. Não Iremos pro] etá­los. Vamos passar à parte final, que é oquadro futuro da indústria de fertilizantes.Temos aí o demonstrativo da produção na­cional de nitrogênio em 1973. É de cerca de140. DUO toneladas, com um consumo de345 . 000 toneladas. As balinhas indicam asunidades de produção de amônia no Brasil:duas localizadas na Baixada Santista e umaterceira na Bahia. Os triângulos indicam asunidades que estão sendo projetadas e dis­cutidas: uma na Bahia, já em fase de en­comenda de equipamento, de 1.000 tonela­das/dia; uma no Brasil Central, dependen­do da solução do gás natural; uma emAraucária, junto a Curitiba: e a última estásendo analisada para o Rio Grande do Sul.°mesmo quadro é a apresentação a V. Ex.""do fosfato solúvel, do P 20 n solúvel no Brasil.Em 1973, houve uma produção interna de337 para um consumo de 727. Dessa pro­dução, 68 mil toneladas foram produzidasatravés de rocha fosfatada brasileira, deacordo com a legenda que os senhores estãovendo. A direita temos o programa para1980 - 1 milhão e 345 mil toneladas. De­senvolvendo as minerações de fosfato deAraxá, que estão em fase final de trabalho,de Catalão e de Tapira, podemos chegar aunia produção de 590 mil toneladas deP.,O, solúvel. Em última análise, podemosdizer que o Brasil deve terminar esta décadaproduzindo internamente, tanto de nitrogê­nio quanto de fosfato, cerca de 55 a 60%das suas necessidades. Chamo a atenção deV. Ex.as, em nome da indústria de fertili­zantes, para os nossos três principais pro­blemas para o futuro. O aumento da ca­pacidade de produção básica e da indus­trialização interna está sendo ohjeto de es­forços bastante grandes por parte da inicia­tiva privada, no sentido de melhorar aquelarelação de dependência com o exterior. Re­cebe, agora, condições de tratamento prefe­rencial, por intermédio do atual Governo,que faz um esforço no sentido do desenvol­vimento de programas de investimentos pa­ra que esse resultado seja alcançado o maisrapidamente possível. ° segundo aspecto,sobre o qual poderia falar a manhã intei­ra, é o problema dos transportes. Angustia­nos de maneira substancial a balxísslmaparticipação do setor ferroviário no trans­porte de fertilizantes. Chegamos, no passa­do a utilizar 100% do transporte ferroviário;hoje o fazemos apenas na ordem de 30%,quando o produto é movimentado para ointerior. Há necessidade de uma melhoriasubstancial nesse aspecto. Se antes os fer­tilizantes entravam por um único corredor,o porto de Santos, e todo o sistema de flu­xo estava baseado quase que nesse corredor,hoje vamos ter imputs da indústria ínterío­rizados através de Araxá, Tapira e Catalão,que vão de certa forma desorganizar essesistema, obrigando-nos a um esforço de pla­nejamento do processo de infra-estruturade transporte. Por fim, pesquisa agrícola,assistência técnica e financeira, motivo deexpectativas do Governo, através dos tra­balhos que começam a ser desenvolvidos pe­la EMBRAPA, pela criação da EMBRATERe pelos esforços, dos quais somos testemu­nhas, que o Banco central e os bancos ofi­ciais e particulares vêm fazendo. Pedimosdesculpas ao ilustre Deputado Herbert Levy,ao Presidente, Deputado João Pacheco Cha­ves, e a todos os presentes pelo tempo queexcedemos de nossa programação. Julga­mos que era válido fazer esta introdução so­bre o problema de fertilizantes no mundo eno mercado brasileiro. A continuidade denossa exposição, Sr. Presidente, estada a

cargo do Engenheiro Agrônomo FernandoPenteado Cardoso.

°SR. PRESIDENTE (Pacheco Chaves) ­Quero agradecer ao Dr. José Drumond Gon­çalves, Presidente da ANDA, a exposição queacaba de fazer nesta Comissão. Deveríamospassar aos debates, pois nosso roteiro é bas­tante extenso e tem alguns assuntos a se­rem esclarecidos à medida em que sejamdebatidos. Consultaria os membros da Co­missão se desejam o prosseguimento da ex­posição, dando-se a palavra ao nr. Fernan­do Penteado Cardoso, ou se preferem en­trar imediatamente nos debates seguindo,assim, o roteiro estabelecido. Primeiramen­te, no entanto, pergunto ao Dr , FernandoCardoso quanto tempo aproximadamentedurará sua exposição?

O SR. CONVIDADO (Dl'. Fernando Pen­teado Cardoso) - Não haveria propriamen­te exposição. Eu iria abordar um dos pon­tos do roteiro.° SR. COORDENADOR (Deputado Her­

bert. Levy) - Diante da exposição que ouvi­mos, contendo sem dúvida dados bastanteinteressantes, seria preferível colocarmosem pauta os problemas que motivaram aconvocação desta mesa-redonda. para emseguida ouvir os esclarecimentos dos ilus­tres visitantes. Esta a minha sugestão.

O SR. DEPUTADO CARDOSO DE ALMEI­DA - Como membro da Comissão, achomelhor ouvirmos o depoimento do Dr. Fer­nando Cardoso. Seria mais interessante,para depois os debates terem mais moti­vação.

O SR. COORDENADOR (Deputado Her­bert Levy) - Lamento discordar do meuprezado colega, mas tenho para mim que acolocação do problema é que irá permitiros pronunciamentos, notadamente o do Dr,Fernando Penteado Cardoso.

O SR. DEPUTADO VASCO AMARO ­Dr, Drumond, foi uma alegria revê-lo hojenesta Casa. Entendo que o Deputado Her­bert Levy está com toda a razão, porqueno decorrer das perguntas que formulare­mos haverá propriamente alguns debates eteremos a satisfação de ouvir todos os queestão hoje nos honrando com sua presença.

O SR. PRESIDENTE (Pacheco Chaves) ­Acredito que o Dr, Fernando Penteado Car­doso poderá responder as questões suscita­das no correr dos debates e usará o temponecessário para isso. Darei, pois, a palavraao Coordenador, Deputado Herbert Levy.

O SR. COORDENADOR (Deputado Her­bert Levy) - Sr. Presidente, Srs. Deputados,Senhores visitantes, agradeço as informa­cões do Dr, Drumond. Trouxe a esta Comis­são a questão da composição dos fertilizan­tes, depois que me foi enviado oficio daFederação da Agricultura de São Paulo, de10 de julho de 1974, no qual entre outrascoisas se diz que a agricultura vem hámuito formulando graves queixas contra adeficiência de elementos nobres na compo­sição de fertilizantes comercializados. pois,em grande número de casos, ela não cor­responde às fórmulas registradas. Isto, alémde provocar um pagamento relativamentemais elevado pelos fertilizantes, traz tam­bém para os agricultores e para o próprioPais outros prejuízos. Através, portanto,desse ofício, que se refere, às reiteradas ~veementes reclamações provindas de todosos cantos do País, é que o assunto chegouao nosso conhecimento. Ao mesmo tempo.foi-me apontado, como fonte Idônea paraverificação de informações. o Sel'"liço deFiscalização de Fertilizantes, do InstitutoAgronômico de Campinas, e a este eu medirigi, na pessoa do seu ilustre titular' aquipresente. Foi então que tive a informaçãode que. da, amostra" colhidas e analisadas,havia 60% de deficiências, incluídas nelas

os produtos fraudados que ultrapassassemde 30% aqueles anunciados na sua compo­sição. A constatação levou-me a trazer àComissão, literalmente a seguinte informa­ção: "Dados colhidos na Divisão de Fiscali­zação de Fertilizantes demonstram q,uenada menos do que 60% dos produtos ven­didos estão fora do padrão ou considerados

. fraudados. Esta última classificação ocorrequando é verificada deficiência superior a30% dos elementos apregoados." Aqui houveuma inadequação de expressão, porque seas amostras apontavam que 60% dos pro­dutos estavam fora do padrão não se podedizer na verdade que 60% dos produtos ven­didos estão fora. De qualquer maneira, odado em si é alarmante. Nós sabíamos quenão havia praticamente penalidades aplica­veís para as falhas e, devido a esta refe­rência divulgada pela imprensa que iriaresultar nesta mesa-redonda, o ilustre Pre­sidente do Sindicato da Indústria de Adu­bas de São Paulo, Dr. Fernando PenteadoCardoso, enviou-me telegrama, que aliás,chegou com muito atraso - fui a São Pauloe S. s.a veio para Brasília - do seguinteteor; "Desagradavelmente surpresos dívul­gacâo imprensa comentários insólitos atrí­buidos V. Ex. a referentes qualidade fertili­zantes fabricados São Paulo. Acreditamostratar-se equívoco decorrente dado", forne­cidos fontes mal Informadas visto númerosdivulgados estarem longe retratar realidade.Lembramos crescimento 15,3% verificadosafra agrícola 72-73 relação ano anteriorcertamente não decorreu fornecimento adu­bos 60 % fora padrão apresentando defi­ciências superior 30% elementos apregoa­dos. Salientamos referência desonestidadesetor implica injusta acusação contra pléla­de íntegros e laboriosos engenheiros, quími­cos e agrônomos responsáveis cujo trabalhodedicado resultou atendimento satísratoríoconsumo explosivo últimos anos. Conscien­tes veiculação noticias alarmantes alémerrôneas como hoje publicadas afetam des­favoravelmente esforço nacional para de­senvolvimento agricultura encarecemos nosseja confirmada fonte das inrormacões afim podermos examinar matéria posterior­mente solicitar audiência V. Ex.a para es­clarecimentos necessaríos. Saudacões." Aeste telex eu respondo: "Acusando recebi­mento só agora seu telex informo: comu­níeação por mim feita à Comissão AgTi­cultura foi sentido informar 60% análisesfeitas Serviço de Fiscalização FertilizantesInstituto Agronômico Campinas revelou in­suficiência elementos componentes declara­dos os mesmos fraudados, consideradosesses os que ultrapassam 30% de derícíên­cio. referidos componentes. Esses dados, semdúvida alarmantes, nào significam que 60%dos produtos vendidos sejam fraudados.Sugiro importante assunto seja debatidomesa-redonda. próximo dia 18 setembro, 10horas, porque acho que elementos íntegroscomo o prezado amigo e outros' que conheçonesse setor têm tanto interesse quanto euem queo assunto se esclareça e se separeo joio do trigo Saudações." O Dr. FernandoCardoso respondendo o telex 21 diz: "Possoassegurar que dados mencionados 60% dasanálises feitas revelaram Insufícíêucla su­perior a 30% das garantias não foi de formaalguma aquilo que havia dito; são total­mente improcedentes conforme relatóriooficial em meu poder. PL'eza(10 amigo pres­taria especial serviço à indústria de fertili­zantes e anularia falso alarme [unto à agri­cultura se ínvestígar, em profundidade. eretificasse números divulgados. Referência8. mesa-redonda dia 18 setembro sugiroadiamento motivo nesta data estará se rea­lizando Seminário Fertilizantes em Líma,Peru:' Bom, a leitura não apenas da minhacomunicação aqui à Comissão como do tele­grama que passei ao Dr, Penteado Cardosoindica claramente que recebi uma denúnciaidônea da FAESP. Fui à fonte idónea que

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8838 Quinta-feira 21 DIARIO no CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Novembro de 1974

me foi indicada, o Serviço de InstitutoAgronômico de Campinas; entendi-me como seu titular, o ilustre engenheiro-agrôno­mo, Flávio Junqueira, aqui presente. S. s.adeu-me esta cifra de 60% das análisesfeitas que até então revelaram insuficiênciaou fraudados. Claramente insuficiência in­dica a maior parte. Os fraudados seriam amenor parte. Os 60% incluem Os dois. O~eu. telegrama fazia as ressalvas indispen­saveis .n? sentId!> de que era preciso sepa­rar o JOIO do trigo. O telegrama do ilustrePresidente do Sindicato foi amplamentedivulgado nas sessões livres, parecendomesmo que eu haveria acusado a indústriade vender 60% dos produtos fraudados. Sólamento que meu telegrama também nãotivesse a mesma dívulgação. Uma acusacãodessa ordem revela falta -de critério. Eu nãoqueria ser o autor dessa falta de critério.Então, como vêem, baseamo-nos em ele­mentos positivos. Sabemos que as análisesfeitas pelo Serviço da Secretaria de Agri­cultura apontam uma quantidade de pro­dutos irregulares muito abaixo de 60%,provavelmente em redor de 15/12%. Entre­tanto, o fato é sério. Com franqueza, soude um setor diferente, sou de um setorfinanceiro. A própria ANDA observava serlamentável o tratamento que se dá à indús­tria de fertilizantes, que coloca em pé deigualdade organizações irresponsáveis e em­presas que, conscientemente, vêm aperfei­çoando o atendimento de uma demandacada vez mais sofisticada. É a ANDA quemo reconhece. Acho que temos esse interessecomum. Vejo, aqui, homens da maior ido­neidade, muitos dos quais conheço pessoal­mente inclusive este velho amigo, Dr,Fernando Penteado Cardoso. No meio fi­nanceiro, as situações duvidosas e negativasestão sendo eliminadas. É da maior impor­tância que se conheçam aqueles que real­mente são inidôneos no setor de fertilizan­tes, eliminando-os, para separarmos o joiodo trigo. Esse setor não é brincadeira. Seo setor financeiro exige cuidados, não me­nores os exige o setor de fertilizantes. ODiário Oficial de São Paulo, no ano passado,publicou um total de 365 multas aplicadasem 55 empresas de fertilizantes, por defi­ciências ou fraudes. É a Federação de MinasGerais que, acompanhando a Federa(lão daAgricultura de São Paulo, insiste no assun­to. Muitas vezes, as deficiências não de­correm de fraudes, são problemas de ordemtecnológica. Há dificuldades. E .muítas vezes,também, as análises dadas corno boas, naverdade, não o são. Estamos diante da rela­tividade das cifras de análises. O que vemosé a necessidade de proteger esse setor. Aquitambém há um trabalho da ANDA, A ANDAreconhece que existem no Brasil dificuldadesno controle de qualidade do fertilizante pro­cessado num sistema de mistura de grâ­nulos. Isso porque a mistura de grânuloscom nutrientes diferentes precisa obter umahomogeneidade final. A probabilidade dedeficiência no resultado final é maior. Asempresas que adotam este processo são res­ponsáveis pelo fornecimento de mais dametade do mercado. Então. esse é outrodepoimento que mostra como este assuntoprecisa ser cxaminado com a maior aten­ção O Estado de S. Paulo, com a autoridadeque todos lhe reconhecemos, em artigo quepublicou, salienta alguns pontos significa­tivos "Fatores básicos responsáveis pelasdeficiências de elementos úteis nos fertili­zantes são os seguintes: falta de pesagemexata de matéria-prima antes do processa­mento das misturas; comercialização dofósforo na forma de P205, total; inclusãode fosfato natural bruto ou com granula­ção inadequada nas misturas; preparaçãode mistura com matéria-prima não curada;falta de classificação granulométríea nosprodutos granulados, tanto na matéria­prima quanto no produto acabado." Então,o caso será muito mais grave se o fosfatonatural não estiver dentro das especifica-

ções granulométricas regulamentares: pas­sar 85% em peneira. Nenhuma firma querperder para outra a concorrência na vendados seus produtos. Por essa razão a maioriadas empresas vem usando este artifício: afirma que vende a 4, 10, 14, 8, pelo preçojusto, encontra sempre uma concorrentecom a fórmula 4, 14, 8, pelo mesmo preçoou até mesmo por preços inferiores se le­varmos em conta que na composição dafórmula 4, 10, 14, 8 o superfostado de cálciosimples deve entrar com 334 kg e não com300 kg, Esse fato é generalizado no COmér­cio de fertilizantes e tem como raiz tão­somente a comercíaltzacâo de P205 totalfacultada pelo regulamento em Vigo~." Ve~mos que os aspectos técnicos têm de sercorrigidos para se corrigirem essas defi­ciências que estão sendo apontadas. "Osfosfatos naturais Incluídos nas misturasnem sempre obedecem às especificaçõesgranulométricas regulamentares, havendomt;:smo pessoas que audaciosamente lançammao de fosfato natural bruto para esse fim.Logicamente não se pode esperar de mistu­ras desse tipo bons resultados na agricultu­ra, embora os resultados das análises quí­micas da mistura possam revelar produtosdentro do padrão." Vemos que a própriaanálise é relativa. Jí; preciso voltar os olhospara esses problemas do setor. A seguir: "Aeomercíalízaçâo de P205, em sua fórmulatotal, é o fato preponderante na deficiênciados elementos úteis nas formulações. Umexemplo clássico é o da fórmula 4, 10, 14. 8.Esta fórmula é vendida como se fosse 414, 3, isto é, 14% de P205 solúvel, quando nárealidade não contém sequer os 10% deP205 solúvel." "Como vimos no item 2 aformulação de misturas com base nos teo~esmáximos e teóricos da matéria-prima é umdos principais fatores que contribuem paraque o produto apresente deficiência emseus elementos úteis. Nonnalmente as fir­mas manipuladoras preferem correr esserisco a ver seus lucros diminuídos." Estaé a opinião do O Estado de S. Paulo. Emseguida: "Há fatores que produzem resul­tados incorretos na análise do produto emrelação às verdadeiras garantias registra­das." Somos forçados a acreditar que emgrande número dos casos a marcacão defi­ciente nas embalagens vise a impressionaros consumidores, poucos conhecedores daterminologia usada. Então, vêem como amatéria merece de um órgão rigorosamenterespeitado tantas observações que até mes­mo envolvem o conjunto do setor, quando ­repito e insisto - é preciso separar pro­blemas de tecnologia de problemas de ido­neidade. A idoneidade das firmas conhe­cidas como tais, não está em causa. Então,é preciso haver um esforço conjugado parasuprimir essas deficiências de ordem téc­nica que estão permitindo a permanência deinsuficiência de elementos realmente incon­venientes. Tenho várias contribuições de fir­mas conhecidas - como a FERTIPLAN S.A.- que mostram análises em que a deficiên­cia encontrada vai a 42,6%. Gostaria de sabercomo uma firma idônea pode chegar a umadeficiência de 42,6%. Na relacâo de multaspublicada pelo Diário Oficiál de determi~nado dia, vemos multas de 5 cruzeiros,relativas a deficiências de até 10%. Masexistem multas de 10 cruzeiros, o quejá é uma deficiência de até 20%. Aqui te­mos 5, 8, 10, 12 multas aplicadas por defi­ciência de até 20%; 4 multas aplicadas pordeficiência de até 30% e 3 multas aplicadaspor deficiência de mais de 30%. Assim, aproporção de ínregularldades é grande. Ascausas, então, precisam ser levantadasquando o caso é de inidoneidade. Repitoque devemos limpar o setor. Quando é casode problema técnico, vamos procurar equa­cioná-lo. Em certa ocasião visitei uma fá­brica de rações e vi um aparelhamento,recém-importado, através do qual a sepa-

ração. a mistura e a pesagem se faziam porprocessos eletrônicos, evídentemente quandoos componentes eram secos. O resultado fi­nal ora matematicamente certo. Eu gostariade saber - porque não sei - se esse me­canismo poderia ser adotado no caso dosfertilizantes. Vejam bem: para que estaparte não seja suscetível de dúvidas, queroler o que está publicado no jornal A GazetaMercantil do qual sou diretor: "Assim quan­do uma análise acusa uma deficiência de40% em um elemento, mostra também umexcesso maior do que isso em outro elemen­to, o que, evidentemente, não livra a em­presa da multa. Na defesa da boa fé do fa­bricante, técnico consultado mostra resul­tados de análises onde faltam 30% do ele­mento mais barato, mas, em compensacãosobram os outros dois mais caros." Aauiestá um depoimento que faço questão 'decitar para definir novamente. Não estamosquestionando a idoneidade das firmas idô­neas. Se o próprio órgão oficial de fiscaliza:"cão admite que as multas decorrem muitomais da falta de tecnologia e de controle dequalidade das fábricas, é porque o agrl­cl,!ltor brasileiro aplica um bom adubo. Eunao gostaria de terminar esta colocacâo doproblema sem me referir a um aspecto _com a fraqueza que me é peculiar - que meparece incompreensível. Quero referir-meaos lucros apurados pelas firmas do setor.Acho que esses lucros são de tal ordem quese tornam, repito, inexplicáveis e incom­preensívets, Tenho pregado como homempúblíeo que defende a demoeraeía e a liber­dade - e, graças a Deus, no Brasil a Revo­lução adotou a filosofia de apoiar a inicia­tiva privada como elemento básico de de­s~nyo~vimento - que iniciativa privada ésmonimo de democracia e de liberdadeMas é. preciso que a iniciativa privada sêP.or.te a altura de suas responsabilidades so­CIaIS. Eu acho que os lucros aqui verificadospodem ser classificados como anti-sociais.Vejamos dados da Bolsa de Valores de SãoPaulo: "FERTIPLAN - no período compre­endido entre 1.° de maio de 1973 e 30 deabril de 1974, a "FERTIPLAN S/A Adubos eInseticidas" apresentou o lucro Ííquido de34 milhões, que corresponde a cerca de16'0% do capital social de 21,6 milhões";~60% em 1 ano, antes dos impostos. "Quant0a MANAH S A. Comércio e Indústria, seulucro liquido foi de 58 milhões representan­d~ c~rca de 140% do capital social de 42,4milhões. A renda operacional bruta etc. lu­cro antes do Imposto de Renda: 773 mí­lhões. Previsão para o Imposto de Renda:19,7. O capital social da MANAH é consti­tuído de patrimônio líquido da empresa queera, em 31 de maio, de 63,7 milhões. Elevou­se para 121 milhões em 31 de maio passado.No primeiro semestre deste ano o lucrolíquido da FERTISUL foi de 28,8 milhões,correspondente a 80% do capital social de~6 milhões." Tenho aqui um quadro, que vouincorporar aos nossos trabalhos, que se re­rere a todas as empresas do setor e nãoapenas às citadas pela Bolsa de Valoresnesta informação. Por este quadro, verifi­camos - e nossos dados são altamenteexplícitos - que os lucros apurados no se­tor, em todos os casos - que são das em­pres~s de capital aberto e que, portanto,publicam seus balanços - são lucros exa­gerados, lucros indefensáveis. Ora eu nãoquero repetir coisas que poderiam parecerapelo à demagogia, mas a verdade é queestamos diante de alguns fatos que mere­cem ponderação. Onde está o controle inter­ministerial de preços no caso dos fertili­zantes, tão rigoroso, até o ano passado, emtodos os setores industriais? Evidentementeesses preços são sempre examinados pel~CIP em função dos custos, para asseguraruma remuneração razoável do capital. Nes­te caso, o CIP esteve totalmente ausente.Além disso, sabemos das dificuldades da

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Novembr:J de 1974 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Quinta-feira 21 8839

lavoura, de tal ordem que há o subsídio dejuros para fertilizantes. Os juros são nega­tivos, quer dizer, não existem juros para osfertilizantes. Então, vem a pergunta: esta­ria o Governo realmente subsidiando aagrícultura ou estaria subsidiando a indús­tria de fertilizantes, tal o exagero dos re­sultados aqui apurados? Há muito eu, naverdade desejava comentar este aspecto,que me parece digno da atenção, inclusive,da. parte da maioria das firmas que conhe­ço, rigorosamente Idôneas. Mas há uma res­põpsabilidade pública e uma responsabili­dade social que não podem ser esquecidas.Penso que este aspecto também merece serregistrado e esclarecido. Verifica-se que nosanos anteriores os lucros' não foram tãograndes, mas foram consideráveis. Isto querdízer que o capital atual já é formado, emboa parte, de lucros anteriores. Então, háljil~ro sobre lucros, numa fase em que o se­tor agrícola enfrenta sacrifícios. Portanto,;repito, esses resultados não podem ser jus­tificados. Finalmente, Sr. Presidente, relati­vamente à exposição que ouvimos, do Dr ,Drumond, eu gostaria de saber o que iráocorrer com o aumento de consumo ameri­cano, uma vez que os Estados Unidos decí­díram dobrar a sua área plantada. Issoenvolve o uso de terras pobres e, portanto,um consumo considerável de fertilizantes.Q~ irá acontecer? Que perspectivas seatirem para nós diante da enorme procurados Estados Unidos, que estão informadospela FAO de que vai faltar alimento nomundo, nos próximos dois ou três anos?Finalmente, diante do incrível abuso dosfretes, que está fazendo o Lloyd Brasileiro?Está se apresentado no setor para nos de­fender de alguma forma e até realizar umbom negócio com esse aumento de fretes,em dois anos, de cinco vezes, segundo tive­mos ocasião de ver? Sr. Presidente esta nãoé matéria desta mesa-redonda, 'mas repitoque, na defesa da idoneidade e da credibi­lidade do setor, é preciso apurar as firmasque estão se aproveitando da violenta valo­tização das matérias-primas e dos preçospara auferir lucros ilegais e imorais. Eu merefiro agora às firmas inidôneas, que falsi­ficam na verdade, o produto. Penso que,apesar da legislação que estabelece penali­dades estar ainda em vias de ser aprovadano Congresso, há casos que estão recla­mando o inquérito e a colocação do proble­ma na Delegacia de Defesa Econômica, queé especifica para isso. Também gostaria desaber a opinião do setor da indústria aquirepresentado, porque estranhamente amensagem do Ministério da Agricultura ­e gostaria de ouvir também o representantedo Ministério da Agricultura - sobre atua­lização das penalidades para adubo, incluiuapenas o comércio e a distribuição de adu­bos. Em emenda que apresentei, nesta Co­missão, incluí a produção. Minha emendafoi aprovada pela Comissão de Economia efoi a plenário. Estranhamente, porém, foirejeitada no plenário. A liderança informoute;r havido engano" mas, ao mesmo tempo,informou que assessores do Sr. Ministro daAgrícnítura diziam que não se poderia in­cluir a produção, porque se iria invadir aárea de competência do Mín. de Indústriae Comércio. Eu considero esse argumento...... se foi apresentado pelos assessores doMinistro da Agricultura - um argumento'de costa arriba, sem fundamento algum.Acho que se a matéria vai depender da fis­calização do Ministério da Agricultura - ej á está incluída a fiscalização do comércio,que também é, então, atribuição do Minis­tério de Indústria e Comércio - então seriamuito mais lógico que a fiscalização fossefeita no centro de produção, e não quandoa produção já se abriu em leque, através docomércio. EU: protestei contra a decisãoInesperada do plenário e já me entendi coma Liderança para que a emenda seja res-

tabelecída, Tendo ouvido esta explicação,gostaria que este assunto fosse também es­clarecido.

O SR. PRESIDENTE (Deputado PachecoChaves) - Em decorrência de as pondera­ções feitas pelo Deputado Herbert Levy te­rem se originado em relatório da Secretariada Agricultura de São Paulo, sobre defi­ciências e fraudes verificadas no comérciode adubo daquele Estado, eu gostaria, coma aquiescência dos Deputados inscritos,fosse ouvido primeiro o representante daSecretaria da Agricultura, autor do rela­tório, e depois o Dr, Fernando PenteadoCardoso, Presidente do Sindicato de Adubose Colas do Estado de São Paulo. O autor dorelatório me parece ter sido o Dr. FlávioJunqueira, a quem dou a palavra.

O SR. CONVIDADO (Dr. Flávio Junquei­ra) _ Sr. Presidente, tendo recebido umtelefonema do Deputado Herbert Levy, emCampinas, solicitando informação verbalsobre análises de fertilizantes, informei aS. Ex.a naquela época, que das amostrascoletadas pela Secretaria da Agricultura,por meu intermédio - eram 174 amostrase eu havia obtido os resultados emanadosdo Laboratório de Insumos de Campinas ­somente 53 estavam dentro do padrão. Trin­ta por cento das amostras - trinta e uma- estavam abaixo, em primeiro grau, comdeficiência de 1 a 10%; 32 estavam com defi­ciência acima de 10 e abaixo de 20%; 17amostras estavam com deficiência entre 20 e30; e 41 estavam sendo praticamente frau­dadas, com deficiência acima de 30%. Por­tanto, 77% das amostras coletadas e analisa­das pelo laboratório estavam fora do padrão.Foram as informações que dei naquela épo­ca, ao Deputado Herbert Levy, verbalmente,pelo telefone. As amostras foram coletadaadentro da área da Divisão Regional Agrí­cola de Campinas.

O SR. PRESIDENTE (Deputado PaehecoChaves) - Com a palavra o Sr. FernandoPenteado Cardoso.

O SR. CONVIDADO (Dl'. Fernando Pen­teado Cardoso) - Sr. Presidente PachecoChaves, Sr. Deputado Herbert Levy, Srs.Deputados, Srs. representantes do Minis­tério da Agricultura, demais pessoas pre­sentes, louvo inicialmente o interesse e ozelo do Deputado Herbert Levy pelo assun­to, que é do maior interesse da lavoura.Considero sua interveniência na matériaperfeitamente dentro de suas atribuiçõesde homem público e de lavrador. Nosso te­legrama - que o Deputado teve a genti­leza de ler - originou-se de notícias daimprensa, de natureza generalizada, que oimplicavam, como foram redigidas, emacusações as mais graves à indústria, semas ressalvas necessárias. E, repito, o teordo nosso telegrama ao Sr. Deputado foi opublicado na imprensa. Essa discussão defraude de adubo, de deficiência de adubo,já se vem prolongando há tempos, normal­mente baseada em dados parciais ou iso­lados, a maioria das vezes mal interpreta­dos e muitas e muitas vezes ventiladas, porser assunto que merece a atenção dos lei­tores. A indústria se sente, neste períodotodo, profundamente injustiçada com a no­tícia da "Gazeta Mercantil", do dia 15 deagosto. Meu objetivo, nesta reunião, é ode esclarecer, trazer números para a com­preensão da matéria em seu todo e espe­rar que, com luzes, entendimento e boavontade possamos analisar o problema dafiscalização de adubos, nos seus justos ter­mos, na SUf. exata dimensão e interpreta­ção. Duas generalizações gostaria de abor­dar, antes de projetarmos um quadro denúmeros estatísticos recentemente coleta­dos. Existem irregularidades nas análises defertilizantes. Existem, muitas vezes ou na

maioria das vezes, defeitos de fabricação,defeitos de amostragem, defeitos de preparoda amostra, defeitos de análises, e todosesses defeitos em conjunto, na totalidadedas amostras do ano passado, no Estadode São Paulo, chegaram a números inferio­res a 25%. Tenha-se em conta que a Asso­ciação dos Encazregados de Fiscalização deAdubos, nos EE.UU., publicando resulta­dos de seu País, declarou que na fiscaliza­ção de centenas de milhares de amostrasexistem imperfeições na ordem de 25%. O"Diário Oficial" publica multas. As irregu­laridades, as Insuãciêneías são multadas.Nunca acabaremos com as multas. É comose numa indústria pudéssemos chegar àperfeição; como se pudéssemos chegar àperfeição no trânsito, que não houvesseuma ou outra transgressão, da qual resul­tam multas ou um aviso para que não serepita. Feitos estes comentários de ordemgeral, pediria permissão para projetar oresultado do levantamento que fizemos re­centemente e me adianto na explicação deque, de acordo com disposição do Regula­mento do Comércio de Adubos, o Sindicatoda Indústria de Adubos teve acesso à tota­lidade das amostras analisadas, no ano de1973, e chegamos à conclusão de que, paraa totalidade das 4.654 amostras, existiaminsuficiências na ordem de vinte a vintepoucos por cento, mas, em contrapartida,a percentagem das análises que se revela­ram acima do padrão foi de 26%, com so­bra de nutrientes. Na interpretação destequadro, que não precisa ler, é útil verifi­car, na insuficiência de 1.0 grau - aquelaconsiderada leve - a somatóría dos ele­mentos contidos no adubo, porque a in­suficiência é marcada por um elemento iso­lado. Quando o fertilizante contém três nu­trientes, como os senhores sabem, a soma­tória, em 40% das vezes, estava apropriada.Quarenta por cento de 12 significa 5. Seesses cinco forem considerados como umbom adubo - porque têm uma pequena di­ferença num elemento, mas a soma estáadequada - a percentagem de adubo bomsubiria para 82%. Nas variações mais acen­tuadas, de segundo grau, ainda ai, em 35%dos casos, a somatóría dos nutrientes re­velou-se dentro do padrão e, no terceirograu, a somatóría dos elementos, em 16%,estava dentro do padrão. Sob~e o 4.° caso,que representa 1,9% do total, a que chama­mos de desclassificados, isto e fertilizan­tes que estão abaixo das especificações in­feriores, não aceitamos, em príneípío, a pá­lavra fraude, porque ela pressupõe dolo esó pode ser empregada após julgamento. Adesclassificação pode ter várias origens, co­mo os erros dos tipos que mencionei e odolo também, mas não é possível levantara suposição de que os fertilizantes desclas­sificados, que representam, nesta estatísti­ca, 1,9%, têm como causa a fraude. Esses1,9% significam 90 processos, dos quais al­guns ainda estão pendentes, e, em certoscasos, houve omissões de registro: não sedeu baixa nos controles estatísticos de al­guns processos já encerrados. É altamenteprovável que, feitas as retificações e as con­ciliações nos processos, nos noventa casosde desclassificados, esse número seja aindamenos. Chamo a atenção, no quadro, paraa questão da peritagem. No decorrer de1973 foi requerida a perttagem de 552amostras, pelos interessados. O resultadofoi este: em 56% dos casos, a reclassifica­ção da perítagem se deu para melhor. Essasreclassificações já constam das estatísticasapresentadas. Qual o interesse da indústria,para que a fiscalização se aprimore e oslavradores, nossos últimos consumidores,sejam protegidos com relação ao que com­pram? O Ministro da Agricultura, AllysonPaulinelli, em seu depoimento - se nãome falha a memória, no mês de maio -

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8840 Quinta-feira 21 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Sllf;íio I) Novembro de 1974

nesta mesma comissão, informou que seachava em processamento uma revisão dalegislação sobre fiscalização de fertilizantese assegurou que a iniciativa dessa refor­mutação e o grande empenho em seu apri­moramento partiram da própria indústriade fertilizantes. Essa indústria está pro­fundamente interessada em que a legisla­ção se atualize dentro do que é ajustadoàs novas condições do consumo e das ma­térias-primas disponiveis. Não nos limita­mos, contudo, a pedir uma nova lei e acolaborar em sua elaboração Editamos comcusteio próprio, um manual de controle dequalidade de fertilizantes, de autoria doProfessor universitário Renato Cattani, afim de que as firmas particulares, pelosseus analistas e químicos, a própria fisca­lização e as firmas que fazem controle paraas Indústrías de fertilizantes, pudessemaprimorar seus métodos de análise, de co­leta de amostras etc. Esse manual está pu­blicado e é acessível a todos. Trata-se deiniciativa pioneira, no País, sobre a matéria.Além disso, tomamos a iniciativa, há maisde dezoito meses, de reunir quimícos doLaboratório ANDA, a fim de que aferissema eficiência do seu trabalho e pudessematualizar os seus conheeímentos, ao dis­cutir métodos e procedimentos. Mensal­mente, esses químicos, que hoje somam cer­ca de novecentos, reunem-se para apresen­tar os resultados de amostras únicas, quetodos receberem trinta dias antes. Cadaum analisa a amostra em seu laboratório.Na reunião abrem seus números e discutemas Clivergências, porque um encontrou re­sultado um pouco diferente do outro, e aamostra é unificada. Essa iniciativa da in­dústria de fertilizantes mostra todo o nossoempenho no aperfeiçoamento da qualidadee, pela estatística recém-demonstrada, ve­rifica-se que estamos muito mais perto daperfeição do que do erro; e a perfeição to­tal jamais será encontrada, em que pesetodo o esforço para atingi-la. Haverá mul­tas daqui para o futuro. Eu só aceitaria quenão houvesse, se fosse possível estabelecer­se um sistema de trânsito rodoviário semmultas.

Espero ter deixado claro que os núme­ros divulgados parcialmente e outros divul­gados com interpretações unilaterais nãorepresentam a realidade da interpretaçãodo número global D da análise dos quatromil e seiscentas amostras. Esse levanta­mento foi feito sob nossa responsabilidadecom dados de análises abertas a nós. Aque­les noventa casos, em quatro mil e seis­centas análises, com resultados passíveisde serem julgados como fraude, se referema processos muitas vezes ainda não encer­rados. Estamos acompanhando um a um,e esperamos, numa estatística definitiva,trazer o número final. A lei existe paraser aplicada com justiça, rigor e compre­ensão. Se, na aplicação da lei, separamoso joio do trigo, esse será o interesse social.Permaneço à disposição de V. Ex."s, paraqualquer indagação mais específica, a res­peito de fiscalização. Antes de terminar,porém, queria dizer algumas palavras so-bre um assunto diferente. .

O SR. PRESIDENTE (Pacheco Chaves) _Pois não, V. Ex." continua com a palavra.

O BR. CONVIDADO (Fernando PenteadoCardoso) - Não havendo perguntas, gosta­ria de ...

O BR. PRESIDENTE (Pacheco Chaves) ­Um momento, por favor. O Deputado Her­bert Levy deseja interpelar V. s ....

O SR. DEPUTADO HERBERT LEVY ­Quanto a essa tabulação a esses resultadosapresentados, creio não se fez referência à

origem dos dados. Gostaria que V. Ex." es­clarecesse isso.

O SR. CONVIDADO (Fernando PenteadoCardoso) - A origem dos dados é o Serviçode Fiscalização do Estado de São Paulo, quetornou acessíveis ao Sindicato da Indústriade Adubos todas as 4.600 análises - o núme­ro está arredondado - de 1973, e a tabu­lação, interpretação e sornatórla são da res­ponsabilidade do Sindicato. A origem dosresultados individuais é oficial; a somatóríaé do Sindicato - simplesmente somas.

O SR. PRESIDENTE (Deputado PachecoChaves) - Ninguém mais quer fazer per­guntas ao Dr. Fernando Penteado?

O SR. DEPUTADO HERBERT LEVY ­Diante da disparidade dos resultados - osapresentados por V. S.", e os apurados peloInstituto Agronômico Regional de Campi­nas - que nos foi confirmado, aqui, peloEngenheiro Agrônomo Flávio Junqueira,qual seria o seu comentário? Nessa análiseregional vamos chegar ao oposto. Fui atéprudente, dando 60% como fora do padrão,porque, na verdade, como vimos, por essaanálise, a percentagem seria de 73% forado padrão. É praticamente o oposto do re­sultado tabulado aqui apresentado. Então,gostaria de um comentário de V. S." a esserespeito.

O SR. CONVIDADO (Fernando PenteadoCardoso) - Não tenho os números em mãos,para interpretar se essas análises sãos pos­teriores às perícias a que as firmas têm di­reito. Mas, de uma maneira ou de outra, ocomentário é que se trata de amostra muitopequena.

O SR. CONVIDADO (Dl'. Flávio Junquei­ra) - Esses dados são referentes às amos­tras coletadas este ano, em março, abril,maio e junho. Os dados que o DI'. FernandoPenteado Cardooo tem em mãos são do anopassado.

O SR. DEPUTADO VASCO AMARO - Emrelação ao que diz o eminente colega Her­bert Levy, nos causa espécie essa contradi­ção entre o que nos afirmam, aqui, o Dr,Fernando Penteado Cardoso e o nr. FlávioJunqueira. Não podemos e não temos porque duvidar nem de um, nem de outro, evi­dentemente. Acreditamos na capacidade doDr. Junqueira, técnico de renome e na ho­nestidade do Dr. Penteado Cardoso, mas, emrealidade, nas análises realizadas em Cam­pinas, em 174 casos - e o número não é tãoreduzido - 41 foram considerados fraudu­lentos, o que é espantoso. Das 174 notas, 41eram fraudulentas e 54 estavam abaixo dascondições que deveriam apresentar. Outroaspecto que me parece improcedente, tam­bém, é quando se afirma, aqui, que poderáfaltar uma determinada percentagem, va­mos dizer, de nitrogênio, e vamos encontrarmais de fósforo. Mas se era necessário o ni­trogênio, não se justifica e não compensaabsolutamente que se apresente mais fós­foro e ou vice-versa. Outra eoísa que noscausa espécie é que, estando a indústria deadubos tão preocupada com a fiscalizaçãodesses produtos, chegando mesmo a suge­rir ao Sr. Ministro da Agricultura uma leisobre o assunto, as fábricas fiquem foradessa fiscalização. SInto-me à vontade parafalar, porque estou ao lado do Presidente daCompanhia Rio-grandense de Adubos, queé um fraternal amigo meu. Não duvido daindústria de adubos, como não duvido dosSrs., mas, na realidade,. nos causa estra­nheza o fato desses fabricantes ficarem ex­cluídos da fiscalização.

O SR. CONVIDADO (;José Borges dos San­tos) - Gostaria de esclarecer, não só aoDeputado Herbert Levy, mas ao DeputadoVasco Amaro, quanto ao parecer do Minis­tério da Agricultura, referente a não ínclu-

são do termo "produção" na fiscalização.Parece que está havendo um equivoco quan­to às fábricas estarem, ou não sujeitas àfiscalização. As fábricas estão ainda maissujeitas à fiscalização. Pretendemos fazer afiscalização incidir antes que esses produtosse irradiem, se dispersem. Explicarei a V.Ex." o nosso pensamento quanto à retiradado termo produção. Consideramos a Iiscalt­zaçâo do comércio suficiente para o controleda qualidade dos produtos, que é a meta fi­nal vísada, uma vez que éla incide sobre osprodutos acabados onde quer que eles Seencontrem. Para se ter uma noeão exatados estudos preliminares para á regula­mentação da lei que se encontra no Con­gresso, realizados por uma comissão desig­nada pelo Sr. Ministro - e já se fez a partereferente à fiscalização - vou ler o artígo5.°, onde ficou estabelecido:

"Art. 5.° A fiscalização de que trata' opresente regulamento será exercida porruncíonáríos dos órgãos competentes' aosquais competirá coletar as amostras 'pa­ra análise nas fábricas, depósitos, ar­mazéns, casas comerciais, trapiches, pro­priedades agrícolas, meios de transpor­tes em geral, em quaisquer locais ondese fabrique, manipule, guarde, venda f'Japlique fertilizantes, corretivos ou íno­culantes."

O SR. DEPUTADO HERBERT LEVY'-V. s.a está lendo o regulamento que está emestudo ...

O SR. CONVIDADO (José Borges dos Sán­tos) - Um esboço do regulamento ...

O SR. DEPUTADO HERBERT LEVY ­A Comissão de Agricultura, por iniciativanossa, cobriu o que era evidentemente umafalha da Mensagem, que atualizava as pe­naltdades, já completamente obsoletas, masdeterminava que à lei cabia a fiscalizaçãodo comércio e da distribuição. A Comissãode Agricultura aprovou que fosse incluída aprodução, logicamente.

O BR. CONVIDADO (José Borges dos San­tos) - Achamos que a produção, quandoestá preparada para o comércio, já está su­jeita à fiscalização. Se incluíssemos a pa­lavra "produção", poderíamos interpretarque iríamos ao próprio processo de fabri­cação, e enquanto o produto não está aca­bado, não temos condições de fiscalizá-lo.

O SR. DEPUTADO HERBERT LEVY ­V. Ex." me permite? Essa interpretação.data venia é inadequada. Quando dizemos"fiscalização na produção", portanto, nasindústrias, é claro que é no sentido de oproduto ser preparado para sua entrega aocomércio e à venda. Ninguém vai pensarque a fiscalização se faça no processamentodo produto. É muito melhor que a lei asse­gure o maior, e os Senhores usem, dentrodele, aquilo que é o lógico, isto é, o produtoacabado, do que cancelar a expressão "pro­dução" o que pode perfeitamente tornarilegal uma ação físcalísatóría junto à in­dústria. Então só pode haver razões quemilitem em favor de incluir "produção" notexto da lei. No regulamento V. S."" farãoas definições que a prática recomendar.

O SR. CONVIDADO (Fernando PenteadoCardoso) - Consideramos isso desnecessá­rio, porque achamos que, desde que o pro­duto esteja pronto para venda, pode serfiscalizado em qualquer lugar onde se en­contre.

O SR. DEPUTADO HERBERT LEVY ­Sim, mas isto V. S." vai dizer no regula­menta, e nós queremos fixar em lei. Qual éo inconveniente de ser estabelecido em lei?

O BR. CONVIDADO (Fernando PenteadoCardoso) - Não vejo inconveniente ne­nhum. O nosso pensamento é que seria de..

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Quinta-feira 21 8841Novembro de 197'4 - DUBlO IrO CONGRESSO NACIONAL (S"ção I)

necessário, porque a. fiscalização do eomér­_elo é o suficiente, uma vez que ele já estavapreparado.

O S:R. DEPUTADO HERBERT LEVY - SeesM fi a raaão de V. s.a, data venía, nóspensamos de maneira diferente e vamos ín­cluír em lei.

Ç) SR. CONVIDADO (Fernando PenteadoCIl1',doso) - V. Ex.a acha que invalida, comojá; 0, fazemos, porque a fiscalização da pro­dug,ão é feita nas fábricas. É muito maislógj.co que, antes que a produção se irradie,seja ela fiscalizada num sQ local do que de­pois de espalhada.

O SR. DEPUTADO HERBERT LEVY ­Tenho certeza até de que a própria índús­1da não se opõe a isto, porque ela - eu viP0:tJ um estudo que fez - estava preocupadaem que se estabelecesse essa fiscalização.Acho que' na indústria idônea, e estamosve.R,i:Ío claramente que há, uma parte sed~);~~e. por fa~as cl;e ordem técnica compr~­eil'4ivelS e aceítáveís: outra, por falhas naoexplícáveís por motivos de ordem técnica:aproveitamento; enriquecimento ilícito. Aindústria é a grande interessada em separaro' joio do trigo. Então vamos incluir a pro­dÚ~í3.o, porque na melhor hipótese evitare­mo)! dúvidas.

, I

O S:R. CONVIDADO (Fernando PenteadoCardoso) - Para nós, diante dessa concei­tuação, não haverá nenhuma objeção.,'o SR. PRESIDENTE (Pacheco Chaves) ­O assunto está devidamente esclarecido. OrJl:!' 'Odilon Nogueira desejava prestar umesclarecimento sobre a matéria.

·0 iSE. ODILON NOGUEIRA - Sr. Presi­dente, Brs. Deputados, Brs. presentes, aCoordenadoria de Assistência Técnica In­te'gral da Secretaria de Agricultura do Es­tado de São Paulo é que realiza a fiscaliza­ção do comércio de fertilizantes, por dele­gação do Ministério da Agricultura. E a Se­erssaría, por determinação do seu titular,colocou à disposição do sindicato os resul­tados das análises realizadas durante op~ríodo 197~, dados considerados por nós,afnda preliminares, uma vez que não estãoconclusos todos os processos que determi­nàm a sua fase final. Alguns resultados depbicia - vamos dizer - finalizariam todoó: processo de acordo Com a legislação vi­gente, Evidentemente, os dados apresenta­dos pelo Dr, Fernando Penteado Cardosoexpressam o resultado que trouxemos,numa comparação com o ano de 1972, res­salvando ainda o caráter preliminar dos!W+ios de 1973. Em 1972, foram realizados1.954 análises dentro do padrão e, fora dele,3.69, num total de 2.323. Isso deu 84,11%4.fl.S amostras dentro do padrão e 15,89%0#]1sideradas fora dele. Cotejando com osdf),d9S de 1973, notamos ter havido um re­~J,fltado para menos em 1973, porque as aná­~wes, dentro do padrão, são 76,34% de umtQ,tal de 3.558 amostras. Hum mil cento et,J;ês'amostras consideradas fora do padrãodlW em percentagem 23,66%. Total deamostras analisadas, 4.661, durante o anode 1973. Com relação aos dados fornecidospelo colega Flávio Junqueira - ele já es­clareceu - são parciais, referem-se à Di­visão Regional Agrícola de Campinas e aol!ttlo de 1974, que ainda não foram, em mui­tos dos processos, evidentemente conclusos,mas que estão em andamento. No entanto,:i'e!almente, revelam um dado um poucoalltrmante com relação ao aumento dasamostras consideradas fora de padrão. Es­S-l':S esclarecimentos é que gostaríamos det~r prestado e nos colocamos à disposiçãopara algum outro que se faça necessário.l,{uito obrigado, Sr. Presidente.

, -O SR. PRESIDENTE (Pacheco Chaves) ­A·lgum dos Srs. Deputados deseja formular~guntas sobre a matéria ao Dr. Fernando

Penteado Cardoso? (Pausa.) Solicitaria aoDr. Fernando Penteado Cardoso prosseguis­se na segunda parte da sua exposição.

O SR. CONVIDADO (Fernando PenteadoCardoso) - Somente queria esclarecer que,a respeito de a fiscalização abranger ou nãoas fábricas, acredito tratar-se de uma tec­nicidade de lei que eu não estou apto a in­terpretar, mas, normalmente, a fiscalizaçãovai às fábricas e coleta amostras. Sobre fis­calização é somente isto.

O SR. JOSÉ AGOSTINHO DRUMMONDGONÇALVES - Peço licença, Sr. Presiden­te, ainda dentro deste item, para aditarmais o seguinte: verifica-se, nesses debateselucítatívos que se estão realizando, umalição: é muito problemático fomecer dadosque não estejam rigorosamente finalizadosnos seus processos, porque é realmente apartir dessas informações que as pessoas, emboa fé, levam adiante esses conceitos. Porum defeito natural, há generalizações peri­gosas, e, de repente, verifica-se que os índí­ces oficiais são bastante diferentes daquelesapontados. Gostaria, então, de pedir aostécnicos do Governo - homens que tomama si essas responsabilidades - que sejamcuidadosos em suas atitudes e que procuremnão favorecer interpretações que, como bemdisse o presidente de nosso sindicato, o Sr.Fernando Cardoso, chocam muito fundo,quando- se constata não corresponderem àrealidade.

Aqui fica o nosso apelo aos responsáveispor essa área do Governo. Quanto à parti­cipação da indústria, nobre Deputado, gos­taríamos de enfatizar que, nas inúmerasreuniões feitas a respeito do assunto, sem­pre advogamos junto às autoridades do Go­verno que houvesse uma predominância deretirada das mostras ao nível da indústria.Os Senhores da Secretaria de Agriculturasão testemunhas das inúmeras vezes em queenfatizamos esse aspecto, e o Sr. represen­tante do Ministério da Agricultura, aindarecentemente, assistiu, na' comissão que es­tá elaborando as linhas básicas do regula­mento, os representantes da indústriadefenderem idêntica posição vencidos nacomissão.

Finalizaria, Sr. Presíderite, lembrandoainda o problema da fiscalização, apenas,pela sua importância. Não estamos anali­sando o seu grau de validade. Queremos queos Srs. fiquem cientes de que a legislaçãoque vem ai já muito inovada por si mesmanão resolverá o problema, se não tivermosa metodologia de análises unificada noBrasil, porque, pela experiência que temo"s,verificamos que cada laboratório nos dá umresultado diferente. Deputado Herbert Levy,há dezoito meses estamos acompanhandoessa questão, e a mesma amostra nos trazresultados disparatados. Muitas vezes nãohá coincidência de sistemas de trabalho.Foi oportuna a lembrança do Dr, Cardoso,quando trouxe a informação de que já exis­te uma definição de metodologia, entreguepor nós às mãos do Sr. Ministro da Agri­cultura. Naquele instante, apelamos a S.Ex." para que, momento em que aprovar anova lei, defina a metodologia de análisea fim de que todos falemos a mesma lin~güagem a esse respeito. Esta a observaçãoque me cabia fazer, Sr. Presidente. .

O SR. PRESIDENTE (Pacheco Chaves) ­Com a palavra o nobre Deputado HerbertLevy.

O SR. DEPUTADO HERBERT LEVY ­Sr. Presidente, estamos vendo, para satisfa­ção nossa, a confirmação de que a indústriaaqui representada está agindo com a maiorboa fé e esposando o nosso ·ponto de vistade que ela também deveria ser incluídaexpressamente na legislação. Este é umregistro que faço com grande alegria. Quero

lembrar que, díante da disparidade de re­sultados, está agindo com a maior boa fé econcordando com o nosso ponto de vista deque também deveria ser Incluída expressa­mente na legislação. Este é um registro quefaço com a maior satisfação. Quero lem.,­brar que diante da disparidade de resul­tados - o próprio nr. Cardoso nos díz quenão estão também concluídos os processos,mas admitamos que estejam certos os doano passado, e provavelmente estarão - oque nos preocupa é que, feita essa verifi­cação pelo Instituto Agronômico de Campi­nas, que nos forneceu dados mais especí­ficos, há uma coincidência com a víoientaalta ocorrida nos fertilizantes, uma alta detrês, quatro vezes de um ano para o outro,sendo que a cobiça humana, infelizmente,está sempre presente em toda parte. Asanálises mais recentes de que dispomos ­abril, 'maio, junho deste ano - estão aindicar - porque, embora o número deamostras seja menor não deixa de ser umaamostragem significativa - uma tendênciapor parte dos místuradores, dos índustriaísmenos idôneos, de tirar partido indevido daviolenta alta de preço dos componentesdesses fertilizantes. O que podemos dizerafinal, e repito, é que o comportamento dosindustriais aqui presentes, pelos órgãos declasse, "é para nós altamente satisfatóriono que diz respeito à necessidade de aper­feiçoarmos e intensificarmos os métodosde fiscalização. O que eu diria, Sr. Pre­sidente, é que, diante do que parece ser umrecrudescimento das fraudes, portanto. emuma área inidônea, isso precisa ser apurado.:e necessário, como se fez, repito, no setorfinanceiro, separar o joio do trigo e acabarcom as firmas inidôneas, deixando que estemercado seja realmente integrado por em­presas responsáveis que estejam cuidandode melhorar cada vez mais a sua tecnologiae que só apresentem deficiências ou falhassujeitas a multas, como diz o Dr. FernandoCardoso, quando há oscilações naturaisdecorrentes das dificuldades de análise.Mas é preciso apurar o que é idoneidadenesse setor. Aqui estão 365 multas, no anopassado, em 55 empresas. Com esses atra­tivos que o preço do fertilizante está repre­sentando, quantas serão as empresas defertilizantes hoje no Brasil, pergunto eu?Um número elevado. Então, positivamente,esse setor precisa ser saneado, os dados odemonstram, sobretudo quando os preçosse tornam um fator terrível,

O SR. DEPUTADO VASCO AMARO - Nãosó em benefício do produtor Impõe-se a su­gestão do Deputado Herbert Levy, mas tam­bém dos próprios fabricantes de adubos, da­queles que desejam zelar pela marca queapresentam ao mercado. Ai estaríamos be­neficiando a indústria e livrando o produtor- de um modo geral o burlado é sempreo pequeno ·-,de ser sacrificado, mistificado,comprando um produto que não satisfaz àssuas necessidades.

O SR. DEPUTADO HERBERT LEVY ­Exatamente, Deputado Vasco Amaro, dei oexemplo do setor financeiro, ao qual estoumais vinculado. Para este setor está sendofeito este financiamento. Então, por quenão fazê-lo no setor de fertilizantes, tãoimportante para a melhoria de produtivida­de, para auxiliar o lavrador na sua luta, jábastante pesada com estas condições inter­nacionais fora do comum, que representamum elemento novo e da maior importânciaquanto ao futuro da economia agrícola noBrasil e em outros países? Se me permite,Sr. Presidente, diria que esse encontro foialtamente produtivo e que deveremos, íns­truídos pelo que aqui se disse, endereçar oresultado dos nossos esforços às autoridadescompetentes para que o inquérito indispen­sável quanto ao comportamento das firmasque integram o setor seja processado mí­nueíosa e rigorosamente, mas com o neces-

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sano espírito de justiça, para que se faça,repito, o saneamento desse setor.

O SR. PRESIDENTE (Pacheco Chaves) ­Peco ao Dr. Fernando Penteado Cardosoque acabe a sua exposição, a fim de que osdemais inscritos possam. fazer uso da pala­vra.

O SR. CONVIDADO (Fernando PenteadoCardoso) - Nas minhas palavras finais, Sr.Presidente, queria novamente enfatizarcomo se deveria interpretar os resultadosmencionados pelo representante de Campi­nas, quando eu disse que a amostra erapequena. Acho que a matéria deve seranalisada com grandes números anuais re­presentativos de toda uma indústria. A issodesejaria acrescentar que, além de ser umaamostra pequena, acabamos de ser mrorma­dos pelo Sr. Chefe Geral da Fiscalização queos processos ainda .são pendentes, aindaestão em exame. Desejava que isso ficassebem claro a fim de que todos pudessemgravar em suas mentes: o que aconteceuem 1973 é um fato praticamente consuma­do. Eu, pessoalmente. estou convencido deque os noventa casos suspeitos de fraudeainda se reduzirão. O que está acontecendoem 1974 estamos examinando e no final doexercício faremos as interpretações neces­sárias. Peco licenca para, como palavrafinal de méu depotmento, porque espero nãovoltar a ele, manifestar minha surpresa, aminha perplexidade e a minha magoa pelareferência a lacras ilegais, imoraís e ínso­ciaís com a menção específica de firmas,dentre as quais se situa aquela que tive ahonra de fundar em 1942. Essa mágoa meleva a considerar encerrado meu depoi­mento e a não voltar, a ter a palavra, em­bora tenhamos entre nós pessoas altamenteespeeralizadas que comentarão, de maneiraobjetiva, concreta, matemática os resultadosdo setor nos últimos anos.

Era o que tinha a dizer.

O SR. PRESIDENTE (Pacheco Chaves)_ Com a palavra o Deputado Vasco Ama­ro, segundo orador inscríto.

O SR. DEPUTADO VASCO AMARO ­Sr. Presidente, srs. Representantes do Mi­nistério da Agricultura, Srs. Representan­tes da indústria de adubos, vou procurarser breve. Justamente como representantemais dos agropecuaristas gaúchos, do quepropriamente de Partido, embora seja umhomem da Revolução, quero formular umapergunta - e perdoe-me, repito, a intimi­dade - ao meu velho querido amigo, Dr.Drummond. Parece que ele nos afirmouque, nesta década, não teremos capacidadede atingir mais do que 55% das nossas ne­cessidades de nitrogênio e fósforo, o queé um pouco desolador e alarmante. Pergun­to então se, além das jazidas de Catalão,Jtabira e Araxá, têm sido feitas outrasprospecções e se teremos possibilidades. deencontrar fósforo em outras regiões doPaís, cuja produção seja capaz de atenderàs nossas necessidades?

O SR. CONVIDADO (Dr. José AgostinhoDrummond Gonçalves) - Agradeço a opor­tunidade que o nobre Deputado VascoAmaro nos dá de esclarecer um pGUCO maiso problema. Os senhores já estão a par dasituação de Araxá, cuja equação tecnológicajá está definida: o complexo está sendomontado, o produto está sendo trabalhadoem escala semi-industrial. é uma realidadebrasileira. No caso de rtapira e Catalão,essas ocorrências estão sendo estudadascom muita intensidade, respeetivamentepela Cia. Vale do Rio Doce, através da em­presa subsidiária chamada Titanza, e, nocaso de Catalão, através da·METAGO. Essesdois organismos governamentais estão ex­tremamente dinâmicos no seu processo depesquisa. Já assistimos, em Catalão, à mon­tagem da usina semi-industrial de trata-

DIÁRIO no CONGRESSO NACIONAL (Seção J)

mento de mmeno e tudo indica que, emItapíra, se pode até pensar numa supres­são da fase semi-industriai, quer dizer, ter­minada a fase piloto, passar-se-ia imedia­tamente para o complexo industrial. Alémdessas três ocorrências que V. Ex." muitobem frisou, podemos apresentar mais algu­mas possibilidades brasileiras. A de melhorperspectiva e recentemente anunciada aoBrasil é a ocorrência de Ipanema, próximade Sorocaba, em São Paulo, onde um grupoindustrial daquele Estado - e um dos seusdiretores está aqui conosco, o Diretor-Pre­sidente da ANDA - acabada de concluirgrande parte das pesquisas geológ-cas e dasdefinícôes iniciais desse minério. De formaque não sei se, posteriormente, o Dr. Péri­eles Locchi gostada de aditar alguma in­formação, mas já podemos acrescentarIpancma como mais uma perspectiva brasi­leira. Além disso, a PETROBRÁS e aCompanhia Vale do Rio Doce concentramesforços de pesquisas no Nordeste, princi­palmente naquela ocorrência conhecidacomo fosforita de Olinda cuja viabilidadede exploração é agora retomada, não noMunicípio de Olinda, mas, no de Igaraçu,que é bastante próximo. Há um estudo bas­tante avançado e é provável que se possater, dentro de algum tempo, alguma infor­mação mais precisa sobre as perspectivasde existência de uma ocorrência naquelaárea. Sabemos também que o Ministério daIndústria e do Comércio, na pessoa do Sr.Secretário-Geral, Engenheiro Paulo Belloti,acaba de contratar o maior técnico de mi­neração do Brasil, o Dr. Paulo' Abib Anderi,o descobridor do tratamento do minério deJacupiranga, know-how brasileiro. Essehomem acabou de ser contratado pelo Go­verno Federal para fazer verificações seainda existe mais alguma coisa no Brasilpara ser colocada à disposição da indústriade fertilizantes. V. Ex." há de' compreenderque esses esforços são lentos, essas pesqui­sas são de uma complexidade muito gran­de. Nem sempre o minério brasileiro éfavorável; ele enseja um esforço de tec­nologia que não nos permite rapidamentegalgarmos etapas. Temos de percorrer di­versas etapas até chegarmos a uma posiçãofinal. Encerro, nobre Deputado Vasco Ama­ro, dizendo que outras possibilidades estãosendo analisadas. No Brasil, exploraremoso que estiver com possibilidade. Ao mesmotempo, vamos continuar pesquisando outrasocorrências cujas informações sejam aindadeficientes. Muito obrigado.

O SR. DEPUTADO VASCO' AMARO ­Muito obrigado. Estou satisfeito.

O SR. PRESIDENTE (Pacheco Chaves)- Com a palavra o Deputado Cardoso deAlmeida.

O SR. DEPUTADO CARDOSO DE AL­MEIDA - Sr. Presidente, Srs. Deputados,meus senhores, como agricultor que sou,gosto de ver sempre as coisas no sentidoprático. A produção, hoje em dia, de al­godão, de cana-de-açúcar, de café e mesmodo setor hortigranjeiro, em muitas proprie­dades, tem um dos índices de maior pro­dutividade do mundo. Quem andar peloEstado de São Paulo, principalmente pelaregião da Mogiana, vê a homogeneidade doplantio e de tamanho das plantas. O Mu­nicípio de Guaíra, por exemplo, tem 52 milalqueires e planta-se em quase 40 mil.Quando se percorre aquelas zonas em épo­cas em que a1l plantas estão todas verdes,bonitas e crescidas, verifica-se uma homo­geneidade quase total. Os usineiros de açú­car' de São Paulo, pelo seu esforço, pelaadubação da cana, colaboraram para que,hoje, em pouco tempo, a produção brasi­leira de açúcar fosse uma das maiores domundo. Tenho visto que a lavoura em geralvai bem. Os cafezais estão plantados deacordo com a nova técnica, Assim, na ló-

Novembro de 19'74

gica das coisas, não me parece que estejahavendo algum problema maior. Talvezseja um pequeno detalhe na questão aduboe agricultura. Sou adepto da livre empresa,tenho horror ao estatismo, que consideropior do que as pragas das próprias planta­ções. Por exemplo, tudo que é do estatismonão funciona. Há algum tempo, comprarmais barato um elemento de azoto da ..•PETROBRÃS era coisa de privilégio: demo­rava-se muito tempo e acabava não se ar­rumando nada. A verdade é que á livreempresa, na questão de fertilizantes, colocao adubo dentro de propriedade do produtora tempo e a hora. Quanto a Isto não hádúvida, e também quanto à produtividadedas lavouras, pelo menos em São Paulo, eà possibilidade de ser agricultor que O soudesde os dézcsseís anos. Posso dizer que éa iniciativa particular -- os vendedores deadubo e os vendedores de inseticida - quedá a maior assistência possível, hoje, comagrônomos e técnicos ensinando a adubare a plantar. Tenho de dar este testernunhoporque é a verdade. Agora, o adubo estácaro, o insumo está dificil, e, em compara­ção com o que se produz na terra, ele pesamuito, mas tudo isso é fruto da conjunturainternacional de todos nós conhecida. En­tretanto, o Governo, no caso do café. dacana-de-açúcar, do milho e de uma sériede outros produtos, impede que se tenhauma lucratividade por causa da orientaçãoque dá à comercíalízação dos produtos agri-'colas. Uma tonelada de cana vale 53 cru­zeiros em São Paulo e o Instituto do Acúcare do Álcool está vendendo, no momento,açúcar - 100 quilos é o que uma toneladade cana produz - aí por volta de 550 cru­zeiros, dez vezes mais. O milho, hoje, vale60, 64 cruzeiros, posto no navio; não temosacesso a esse preço internacional, porqueestá contingenciado à exportação. Assimacontece com tudo. Se houvesse a livreempresa também na questão de venda deprodutos a trícolas, da carne etc., o agri­cultor teria possibilidade de lucros compa­tíveis. E seria muito bom que ele tivesselucros crescentes, pois o progresso, dentroda livre empresa, é feito com lucro: quemnão tiver lucro é que deve ser castigado.No ramo de fertilizantes, uma grande firmateve auxilio americano de 60 milhões dedólares; dirigida pelo Sr. Peri Higel. aULTRAFÉRTIL contou com todo o esquemade proteção, de dinheiro, de endosso dealíquotas protetoras; comprava-se maiscaro internamente, o produto dessa firma.Mas, pelo que sei, não teve ela lucros e,vamos dizer, não está em boa situação.A PETROBRÃS encampou ou comprou amaioria das ações de uma firma que, pode­se dizer, estava falida. Então, é muito es­tranho que, no ramo dos fertilizantes, uma'vá para falência e outra tenha lucros muitobons. Prefiro, como produtor, que os in-'dustriais de fertilizantes e os vendedoresde adubo, os que misturam, os que impor­tam, os distribuidores, todos continuem'tendo lucros. Agora, é preciso que o Gover-:no nos entenda para que possamos terlucros também. Mas é evidente que. na.prática, as plantações estão verdes, bonitas,não estão amareladas, não têm nada. Tenhotambém autoridade para dizer isto, porque,na qualidade de assessor do Ministro Ro­berto Campos, estive na Rússia: e lá tiveocasião de olhar a agricultura sovíétíca,andando de trem e de ônibus de Leníngra-:do até a Estônia, uma zona agrícola. Fiqueiimpressionado com a grande diferença em'relação à nossa agricultura; a cultura eratoda amarelada, com manchas e alturasdiferentes. Quer dizer, ali quase não se usa'adubos. No Brasil, os usineiros de açúcar'se constituem hoje na elite mundial em'termos de capacidade de produção. Seria'mais interessante, no caso, que esta Comis­são fosse averiguar a situação junto tam-'bém àqueles usineiros de açúcar, já que;'

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Novembro de 1974

parece-me, compram todos os fertilizantes{le todas as fábricas existentes ou das me­lhores que existem. Eles possuem técnicae contam com laboratórios; têm possibili­dades totais de fiscalizar eles mesmos oque fazem; não podem eles ser confundidoscom pessoas ignorantes, que não sabem oque estão fazendo. Se eles continuam acomprar o adubo, isso quer dizer que oadubo não é tão ruim assim. E a Coopera­tiva dos Produtores de Orlâridia, da qualfaço parte, usa, parece-me, 1,5% de todoo f~rtilizante produzido no Brasil. Dirigidapelo agrônomo GeraUl.o Diniz Junqueira,quase todos os que participam da diretoriasão agrônomos. Têm eles uma preocupaçãotremenda inclusive de comprar o mais ba­rato possível: fazem concorrência entre asfirmas etc. Até hoje, da Cooperativa deOrlândía, não vi uma reclamação dessetipo. Acho que podem existir adulterações,pode estar ocorrendo' alguma coisa nessesefeir, Pode acontecer também que os lucrosestéjam muito bons. Mas o sistema da livreempresa de fertilizantes em nosso Pais,principalmente em São Paulo, contribuiu,de maneira extraordinária, para o nossoprogresso agrícola. Por isso, presto essa ho­meriagem a essa' gente, porque inclusiveaprendi a plantar algodão e progredi nessesetor comprando algodão na QUIMBRASIL,pois havia um agrônomo lá, o Dr. Athosde SOuza Lima, que ensinou, durante trintaançs, todo mundo a plantar algodão. Ecomo a livre empresa é egoísta - e deveser: mesmo, porque há a concorrência ­Q. agrônomo de uma firma particular dámais assistência; ele fica mais em cima donegócio porque, se aquela pessoa perderdinheiro, se a lavoura se frustrar por faltade, orientação e do adubo bom, pode perdero emprego, pois o agricultor não conseguirápagar à firma. A livre empresa tem a suaação fiscalizadora, inclusive para ter o fre­guês bem servido e recheado de dinheiropara pagar a conta. Se o agrônomo fracas­sar, a firma o põe logo para fora. Então,oagrônomo é todo ativo. E o Dr. Athos deSouza Lima, durante 30 anos, fez isso, en­sinou todo mundo a plantar. Francisco Jun­queira Neto, que era o maior pioneiro emmatéría de algodão, sempre foi orientadopor Athos de Souza Lima. Sei que todasas firmas agrícolas que vendem adubo paraa, Cooperativa de Orlândia, entram numaconcorrência tremenda; em conseqüência,o. preço é o mais barato possível. Este é omeu depoimento. É possivel fazer muitobarulho, uma tempestade num copo de águapor pequenos detalhes, sobre qualquer eoí­sa. Posso, por exemplo, numa mesa-redon­da, enfocar o crédito rural da Superaçãoli9, que deve ser feito pelos bancos parti­curares. Em vez de recolherem 10% dos de­pósítos ao Banco Central e nada receberem,eles recebem aquele juro. Se se fosse fazeruma averiguação, isso daría uma série deacusacões infindáveis. Mas não é por issoque não está funcionando o sistema decrédito. Agora, a minha preocupação, comohomem da lavoura, como líder da lavoura,é que isso não cause medo àquele produtor,meeiro, produtor menor ou pessoa menosesclarecida, que, às vezes, começa a ficaraté apavorado para adubar a terra. Então,ai, acho isso muito perigoso para a própriasegurança nacional, ainda mais nesta criseem que estamos. Esta a minha opinião. Te­remos, tenho certeza, esclarecimentos paraque se saiba dos lucros apontados peloDeputado Herbert Levy. Vejo a coisa nosentido prático. Acho que os detalhes nãodevem atrapalhar o que está acontecendo,o conteúdo e o que se tem aí em matéria«le agricultura e possibilidade de produção.Se o Governo compreender a questão dacomercialização, teremos uma forma devencer essa crise. E vou continuar com­prando adubo e aceitando a orientação dosagrônomos das firmas que vendem adubo

DlAR10 DO CONGRESSO NACIONAl, (Seçãe I)

para a Cooperativa de Orlândía , Estoumuito contente com as produções que tenhotido usando calcário e adubos dessa firmas.E gostaria de que a cooperativa dos usi­neiros ou os usineiros de açúcar - acooperativa de Orlãndia e de Campinastambém ~ as grandes áreas de produçãodessem um testemunho do que está acon­tecendo, para evitar que, com esse proble­ma, o lavrádor fique com medo. Porque olavrador 'mais ignorante, o lavrador queestá 'Dais longe, o lavrador que não temcompreensão, que não sabe verificar bemas coisas, acredita muito nessas acusações.Assim, de repente poderemos ter pessoafugindo da lavoura com medo de estar fa­zendo uma coisa errada, quando, às vezes,o adubo que ele vai pôr é igual ao do grupoVALMET. Então. se a livre empresa daagricultura pudesse dar esse testemunho,isso também seria muito útil.

É o que tenho a propor. Sei que essamesa-redonda pode fazer recomendaçõesdepois da conclusão; faria, portanto, umasugestão no sentido de que recomendasseo adubo orgânico proveniente das granjasde avicultura, que são muito úteis e fazemmuito bem à terra. É preciso usar aduboorgânico junto com adubo químico. Queseja considerado insumo moderno e se fi­nancie esse adubo orgânico a 7 c1<,. Ele aindanão é \ considerado insumo moderno. Elepode ser o mais antigo do mundo, mas émoderno porque é atual. Esta a minhaponderação.

O SR. PRESIDENTE (Pacheco Chaves)O Sr. Deputado Herbert Levy vai ter

de ausentar-se para atender a compromis­so anterior e írnpostergávet. Darei a pala­vra a S. Ex. a para uma explicação e parasua despedida, e passarei a coordenaçãodos trabalhos desta mesa-redonda aoDeputado Vasco Amaro.

O SR. DEPUTADO HERBERT LEVYSr. Presidente. realmente teremos de apre­sentar à Comissão as recomendacões finaisquando as tivermos na integra, porqueelas estão muito desfalcadas neste mo­mento, em virtude da situação dos tra­ba lhos da Câmara.' Não queria me afas­tar para atender a esse compromisso,realmente inadiável e anterior, sem dizerao Dr. Fernando Penteado Cardoso quenunca eu usei a palavra "ilegal". Eu seriaincapaz de dize-la em se tratando de firmadirigida por S. s.a Eu falei em lucros anti­sociais, lucros excessivos, efetivamente. Etambém quero dizer que as cifras citadas,como eu esclareci, relacionam-se ao lucroapurado no balanço, dados fornecidos pelaBolsa de Valores de São Paulo. Eu fiz umquadro, que é o que vai sustentar, na ver­dade, o assunto nesta exposição; esse qua­dro é tabulado pelos próprios balanços dasfirmas de capital aberto e, com franqueza,pelos cuidados tidos, as cifras desafiamcontestação. Quero dizer apenas que a ati­tude simpática que o meu nobre colega,Deputado Sérgio Cardoso de Almeida, re­solveu tomar no assunto não deve omitira posição oficial assumida pelas entidadesda agricultura, que estão profundamentepreocupadas com o problema. Quero dizera S. Ex. a que eu iria, não fazer uma tem­pestade num copo dágua, mas sim tratarde um assunto extremamente sério; e dizerainda que as grandes organizações se de­fendem muito melhor das fraudes e dasdeficiências que ocorrem. V. Ex. a apresen­ta uma opinião muito otimista, contra aqual existem dados dos instítutos de análi­se. Não podemos subestimar a importânciadeste assunto. Realmente, os mais prejudi­cados são aqueles que não sabem distin­guir entre as firmas idôneas e as não idô­neas. os menos capacitados a se orienta­rem, a se informarem, que não são as gran-

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des organizações que V. Ex," citou. Portan­to, acho que não podemos fazer tabula ra­sa dos serviços oficiais de fiscalização, quenos fornecem dados impressionantes, nemmesmo da posição reiterada, insistente dasentidades de classe, como a FAESP, que le­vantaram o problema em face da sua gra­vidade.

O SR. DEPUTADO CARDOSO DE AL­MEIDA - Eu não estou contra a fiscaliza­ção. Acho que deve haver fiscalização.

O SR. DEPUTADO HERBERT LEVY _V. Ex. a subestimou-lhe o valor.

O SR. DEPUTADO CARDOSO DE ALMEI­DA - Precisamos dar uma explicação. Nemtudo se resume neste assunto. A fâbrica deadubos e o que vem fazendo, tem dado re­sultado. A fiscalização deve existir.

O SR. DEPUTADO B:ERBERT LEVY ­Pergunto a V. Ex. a; quem disse que as fá­bricas de adubo só fazem coisas erradas?V. Exa foi quem apresentou a opinião deque tudo está no melhor dos mundos. Equi­vale a desconsiderar ou desconhecer os re­sultados apurados pelos órgãos oficiais eas posições tomadas pelas entidades declasse.

Peço desculpas. portanto. Receberei todosos elementos que forem apresentados so­bre o assunto. Se houver qualquer erro. da­rei a mão à palmatória. Quero dizer queem consonância com os objetivos desta me­sa-redonda, todos desejamos que haja fis­calizacão adequada e que se separe o joiodo trigo.

O SR. PRESIDENTE (Pacheco Chaves) ­Convido o Sr. Deputado Vasco Amaro a as­sumir a função de Coordenador desta me­sa-redonda.

O Dr. José Ary Morales Agudo, da ....FAESP, encaminhou memorial à Comissãoespecificamente sobre a sítuacâo da cafei~cultura em relação ao adube. Seu depoi­mento será aprovado nesta mesa-redonda.S. s.a desiste de usar da palavra.

O segundo orador inscrito. dentre os nos­sos convidados. é o Dr. Wladimir A. Puggr­na, da Companhia Paulista de Fertilizan­tes, a quem dou a palavra.

O SR. WLADIMIR A. PUGGINA .. Sr.Presidente, eu gostarla de me deter especi­ficamente na análise da problemática dolucro das companhias. Acabamos de ouvirque um exame precipitado e preliminar dedados conduziu a uma série enorme de mal­entendidos, com relação à análise de ferti­lizantes. Estamos certos de que a matériafoi totalmente esclarecida.

No que se refere à rentabilidade dos lu­cros das empresas, também houve. por par­te do Deputado Herbert Levy, quando sereferiu a lucros inexplicáveis. exageradosimorais e ilegais, segundo entendi. umaprecipitação nas suas conclusões e nas aná­lises. Desejo esta afirmativa justificar te­cendo algumas considerações.

Em primeiro lugar. quando se fala emindústria de fertilizantes ou de misturado­res, em termos de sua rentabilidade, é pre­ciso estejamos conscientes de que existe umnúmero muito grande de empresas queapresentam graus de rentabilidade bastantediversificados, como já foi aqui apontadopelo Deputado Sérgio Cardoso. Existemumas empresas de alta rentabilidade e ou­tras sem nenhum resultado, ou com resul­tados negativos; e até mesmo casos espe­cíficos de empresas com patrimônio líquidonegativo, significando que, se fossem en­tregues de graça, não valeria a pena aceí-

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Ui-las. Portanto, fi. amostra tomada, paradaí partir-se para a conclusão de que osIueros são exagerados, é viciada. Precisariaser feita análise global do setor.

O segundo aspecto que eu destacaria éque no nosso setor enfrentamos uma situa­ção de mercado com características de con­corrência perfeita, entendida esta comouma onde se encontra grande número decompradores e vendedores e um produtohomogêneo, cujas aquisições não são feitasem função basicamente de marca, mas dofator preço.

Essa é uma conceítuacão econômica mui­to importante. Ela permite entender ejus­tificar, inclusive, que dentro de um critériode racionalidade econômica, tão apregoadopelos vários Ministros da Fazenda e poroutros integrantes deste e dos governos pas­sados, o sistema de preços ainda é o mais

.eríeíente meio de. alocaeão de recursos CO"mo o próprio Deputado Sérgio Car'dosomencionou.

Introduzindo uma distorção, vou fazer al­guns comentários também com uma amos­tra distorcida, desfavorável à minha posi­ção. Vou analisar resultados de algumasdas empresas que o Deputado Herbert Levymencionou como detentoras de lucros exces­sivos. Repito: é uma amostra distorcida,uma vez que estou considerando somenteparte de uma curva de distribuição, so­mente aquelas empresas com resultadosmais altos.

. A bem da racionalidade econômica, é pre­C180 que entendamos a distinção exístenteentre conceito de lucro contábil e conceitode lucro econômico.

No lucro contáhil estamos pura e simples­mente presos a uma série de imposições le­gais, baseadas em dispositivos de Impostode Renda e nas próprias instruções do Ban­co Central, as quais estipulam uma formade contabilização de' estoques, de todos osartigos de reconhecimento de receitas ecustos. Indiscutivelmente, a atitude sempretomada na contabilização e no reconheci­mento é extremamente conservadora. Nãoexiste, em termos - infelizmente é a reali­dade no Brasil e em todos os países ­aproximação entre os conceitos contábil eeconômico de lucro, A distinção se faz sim­ples e é fácil de identificar-se. O lucro so­mente é gerado na medida em que eu tenhacondições de vender determinada unidadede um produto e gerar recursos suficientespara repô-la; e, após isso, sobre o suficientepara cobrir o montante de depreciações e ocusto de capital. Falo em termos de umconceito de custo de reposição, em contra­posição ao conceito clássico de custo histó­rico contábil apenas. A necessidade de 'nospautarmos por esse critério de racionalida­de econômica é fundamental. Para reco­nhecê-la não é preciso nenhum conheci­mento de economia, qualquer homem denegócios, por menor que seja sua expressão,a admite. Se não tiver condições de reporseus estoques, sofrerá um processo de desca­pttalízação, O sistema inflacionário comoprocesso de descapítaltzação das empresas éproblema bastante conhecido por nós. Econseqüentemente, é preciso que estejamo~atentos a este aspecto. Não assevero que asempresas não tenham tido lucros, e lucrosbons, mas apenas tento comprovar que asafirmações feitas não são válidas em funçãodesses argumentos.

O SR, PRESIDENTE (Pacheco Chaves) _O Dr, Ary Morales Agudo deseja neste mo­mente intervir na sua exposição.

O SR. WLADIMIR A. PUGGINA - Pre­feriria, não sei se é questão de ordem ounão, expor a minha linha de raciocínio, e

depois partiríamos para uma discussão dedetalhes.

O SR. PRESIDENTE (Pacheco Chaves)Acredito que seja conveniente que V. s.atermíne sua exposição e o Dr, José Aryoportunamente aparteará.

O SR. WLADIMIR A. PUGGINA - Umaprova' gritante da importância desse pro­cesso é que as empresas de fertilizantes, asmais expressívas da região Centro-Sul, emseus planejamentos para o período 74/75 têmprevisões de apenas venderem o volume queconseguiram vender no ano anterior ou comacréscimos ínsigniflcantes, e algumas mes­mo com decréscimos, em vista do simplesfato de que esse processo de descapítalízaçâoé quase uma realidade. Não diria isto maspura e simplesmente que os juros geradosnão foram suficientes para que elas manti­vessem um ritmo de crescimento satisfa­tório para atendimento das necessidades daeconomia. Em outras palavras, vamos tercondições de vender os mesmos volumes deprodução. Para que se possa entender arentabilidade do setor é preciso que se en­tenda também a problemática financeirado setor de fertilizantes. Ai uma distincãotambém se faz, não mais entre um eon­ceito contábil e um conceito econômico delucro, mas entre lucros contábeis e em ter­mos de Iíquidez. Numa análise de fluxo defundos consolidados de algumas empresasde São Paulo, vamos verificar que cerca de60% deles estão sendo constantemente ca­nalizados para capital de giro. Vej,am:69170, 48%; 70/71, 60%; 71/72, 65%; 72/73,59%. E numa atualização' recente - quenão tive condição de colocar na transpa­rência - atingiu de 60 a 70%. Então, a pro­blemática de capital de giro é multo im­portante, é fundamentar para o nosso setore tem a tendência de se agravar em funcãode alguns aspectos que eu gostaria de des­tacar. PrimeiramentJe, já tivemos oportu­nidade de saber, com a palestra do Dr.Drummond, do acréscimo brutal ocorridonos preços das matérias-primas e dos fre­tes no mercado internacional. E não foramas únicas alterações. Alterações substan­ciais se deram também nos termos de com­pra dessas mercadorias. Normalmente, nomercado internacional, compravam-se mer­cadorias com financiamentos de 180 dias.

"Postertormente, esses saques eram financia­dos pelos Bancos oficiais e particulares, porum período às vezes idêntico, e passou a serde mercadorias através apenas de cartas deregra no mercado internacional a aquisiçãode mercadorias através apenas de cartas decrédito à vista, Compras para pagamentode 180 a 360 dias passaram a ser feitascom pagamento antecipado. Somente coma intervenção pronta do Banco Central seregularizou essa parte. Através da conces­são de linhas especiais, para o setor, decerca de 400 milhões de dólares, foi possí­vel ao Brasil importar a-tonelagem de fer­tilizantes suficiente para que pudéssemospassar esse período agrícola. Aí está umexemplo gritante da importância do aspectofinanceiro do setor. Se não houvesse aquelapronta intervenção, pura e simplesmente,mesmo com essas rentabilidades fantásticasas empresas estariam sujeitas a não cum­prir uma responsabilidade social não men-

_ cionada, pelo Sr. Deputado Herber't, Levy eque considero vital: o atendimento das ne­cessidades da agricultura. Existe, obvia­mente, um efeito multiplicador muito gran­de. A problemática de capital de giro está,ainda, ligada a uma série de fatores quejá discutimos aqui: deficiência de trans­portes, que nos obriga a manter estoquesregionais; diluição de estocagem, portantode produtos acabados, para atender às ne~cessldadss do mercado num instante devi­do; em face da deficiência de transporte,

abertura de novas fronteiras agrícolas, oque constantemente é feitp; burocracia do'crédito rural, apesar de todos os esforçosfeitos pelo Banco Central. E, finalmente, nofinanciar os próprios agrícultores, existe oracíocínío distorcido de que fertilizantes sãovendidos à vísta, Na realidade, o períodomédio de cobrança gira em volta de lZ0dias. Imagina-se que, através do ststemade crédito rural, as empresas estejam verí­dendo os fertilizantes à vista. Dentro ..á~problemática de capital de giro é que"?ugostaria que entendessem a necessidade elasempresas de aurerlrem uma rentabilidade.E provado está que mesmo esta rentabili­dade não teria sido suficiente, numa situa­ção adversa como a que enfrentamos nomercado internacional. É preciso, portanto,que se focalize o problema como um tql19.As empresas enfrentam crise cíclíca fa.ri­tástíea de fluxo de caixa. Nos meses "deagosto, setembro e outubro os defielts ctécaixa - deficit visto como entradas me:i1ossaídas de caixa, a ser financiado através' delinhas de créditos normais, que não o créditorural - chegam, muitas vezes. a um mon­tante igual .ao capital das empresas. Ospresentes, que têm vivência empresartal,podem sentir a extensão da dificuldade rfu­frentada pelas empresas de fertilizantes 'emuma situação como esta. É a realidade ain­da nos dias de hoje. Depois de mostrar e~se

panorama bastante geral sobre o baixoíndice de líquídez do setor, gostaria 'd~ir agora especificamente ao ponto da re'1:f·tabilidade do setor. Estariam as empresas,efetivamente, obtendo lucros exageradbs.'anti-sociais, ilegais? Em primeiro lugar, va­mos pautar-nos no conceito clássico do lu'~

era contábil, apresentado pelos balancoscomo foi mencionado aqui. A rentabí1idàd~é alta em função do quê? Obviamente, de­pende de haver um parâmetro de compá­ração. O Deputado Herbert Levy, homem da.área financeira, usou um conceito de lucrosobre capital que talvez não se concilie comcertas distorções relacionadas a critériode amostragem indiscutivelmente critériom~ais coerente s~ria analisar a rent;"bílidad:enao sobre o capítal, mas sobre o patrimôniolíquido; no capital, parte do patrimônio Ir,,'quido, estão efetivamente, todos os recursosque os acio,nistas possuem nas empresas. Poroutro lado, um agravamento decorre de ori­entações do Governo no sentido de não sediluir o capital através de bonificacões maspermite inclusive, hoje, que aS reser­vas cheguem até a 200%. Seria muito sim­ples reduzir a rentabilidade sobre o capital:bastava aumentar as bonificacões substan­cialmente. Conceito elementar, obviamentedeve ter passado despercebido. Mas veja':'mos o que essas empresas estariam aure­rindo, em termos de retorno sobre o patrl-i­mônío liquido. É preciso obviamente uitílucro liquido após o imposto de renda, sobr~o total do patrimônio liquido, ou seja,:~'margem que estamos auferindo sobre ven­das multiplicada pelo giro que teríamos, devendas sobre o patrimônio líquido. É com,base apenas neste Índice que eu gostaria detecer algumas considerações. Repito que es­tou fazendo uma análise distorcida e ten­denciosa, pois a amostra me é totalmentedesfavorável. No instante, apenas consideroquatro empresas bastante rentáveis em São'Paulo, não aquelas de resultados negativó'sou sem resultado algum. Após o imposto dêrenda, o lucro líquido desse agregado deempresas, se analisado de 1972 a 1973 qeuma média de 10.4 passou a 13. 2. H~uveacréscimo, na margem de lucro liquido so­bre vendas, de cerca de 3%, grosso modÓ:Mas, na verdade, é preciso que estejamos'conscientes de que o período 1972/1973 não'foi tão auspicioso quanto o de 73174. Muitomais correto seria estudar uma série bístõ-'rica, não de três anos, mas um númeromaior de anos. Verificamos que em 71/72'

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essa margem foi de 12% e, comparada àde 73/74, foi de 13.2, ou seja, 1% a mais,em termos de margem de lucro liquido so­bre vendas. Mas aí poderíamos perguntar,qual a origem desses resultados? Seriam oschamados ganhos substanciais de estoques?Análise mais criteriosa nos leva à observa­ção do lucro bruto sobre vendas. Em 71/72,tivemos 32.8 de lucro bruto sobre vendas,margem esta que caiu bastante, para 29.7,em '72/73;' e houve certamente uma recupe­ração em 73174, para 33.8. Em relação aoano anterior, portanto, houve acréscimo de4%. Porém, quando analisado numa sériehistórica maior, esse acréscimo não passade 1%. Talvez me antecipando às possíveisperguntas sobre se estaríamos trabalhandocom custos de reposição, digo que esta nãoé a realidade. O setor está absorvendo umaparte disto. E a prova está aí. Se estivésse­mos trabalhando com uma base de concei­to como a da racionalidade econômica, equl­valería a trabalhar com custo de reposiçãopara manter este vital processo de descapl­talízação; e, conseqüentemente, com mar­gens absurdas de lucros brutos sobre ven­das - o que não é a realidade. Não houveacréscimo, mesmo nas proporções que ti­vemos nos custos das matérias-primas. Poroutro lado, verificamos que grande parte dolucro líquido após o imposto de renda é fru­to da eficiência dessas empresas, eficiênciaessa demonstrada quando se analisam des­pesas fixas, que passaram de 21%, em 71172para 19.8 e 18%. As empresas estão tendoganhos de economia de escala, o que repre­senta redução percentual das despesas fi­xas. Mas ainda não é a ênfase principal daminha argumentação, em termos de renta­bílídade do setor. Gostaria que prestassematenção no quadro abaixo do de lucro lí­quido. Sobre patrimônio líquido eu dizia queera conceito muito mais racional, muitomais lógico na análise do desempenho dasempresas. Assim, na penúltima linha va­mos verificar que o lucro líquido sobre pa­trimônio liquido passou de 29, em 71/72,decaiu de 3% em 72/73 e realmente sofreuum acréscimo substancial, para 40%, em73/74. Mas vejamos a origem disso. Mostreina transparência anterior os dois compo­nentes básicos. Um é o pequeno acréscimona margem de lucro liquido sobre ven­das. Mas o componente fundamental estánovamente na eficiência das empresas, nahabilidade em girarem seus estoques um nú­mero muito maior de vezes em relação aopatrímôno líquido, traduzido ali pelo índicede vendas sobre patrimônio líquido, quepassa de 2.38 para 2.5 e, finalmente, para3 vezes. Então, a eficiência é aferida mui­to mais pelo aumento substancial obtido nogiro elas nossas vendas sobre o patrimô­nio líquido, do que efetivamente pelo lucrolíquido sobre vendas. Essas informações, queacredito básicas, analisam, como dizia, umaamostra distorcida. Ji] indispensável cuidadomuito grande na amostragem, e este foi umdos pecados cometidos, até agora, aqui, nadiscussão acerca da qualidade dos fe:rtill­aantes, Analisando uma amostra de ernpre­SaS consideradas com rentabilidade muitoele'fada, procurei demonstrar que, ao con­trário do que foi aqui indicado, as empre­sas de fertilizantes não têm um lucro inex­plicável. Esses resultados não são exagera­dos, não são ilegais - onde a ilegalidade?- e muito menos imorais. A moralidade éum problema muito sério, relacionado àresponsabilidade social que as empresas pos­suem. A medida que cada empresa maxímízaseus resultados - é princípio elementar deeconomía - ela respeita um processo da alo­cação eficiente de recursos, e certamentea sociedade, como um todo, estará satisfei­ta. Por outro lado mostrei ser fundamentalque as empresas continuem a revelar-se efi­cientes, gerando lucros, a fim de que pos­sam ter capital suficiente para continuar

DlARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

a atender às necessidades da agricultura.O efeito multiplicador para a sociedade émuito grande em termos de número de pes­soas envolvidas na agricultura ou da produ­~ão desses bens canalizados para a socie­dade como um todo. Lembro mais uma vezque-as empresas trabalham assumindo ris­cos, e riscos elevados obviamente com giroelevado, como indiquei. Deficits grandes decaixa, como mencionei, representam riscospara as empresas. Estou partindo do pres­suposto de que queremos discutir em ter­mos de racionalidade econômica a necessi­dade de remunerar riscos. Portanto, esperoter indicado os aspectos principais e res­pondido algumas dúvidas.

O SR. PRESIDENTE, (Pacheco Chaves) ­Com a palavra o nr, José Ary Morales Agu­do, da FAESP.

O SR. CONVIDADO (José Ary MoralesAgudo) - Sr. Presidente, considerando que,como agricultor que sou e habituado a umamargem de lucro, nos anos de boa safra,que gira em torno de 5% ao ano com rela­ção ao valor da propriedade; considerandoas constantes publicações do órgão oficialdo Estado de São Paulo, com respeito amultas aplicadas a essas firmas; conside­rando ainda esses lucros apresentados pelaimprensa tenho a dizer, como representan­te da classe, que nós, agricultores, apoiamosintegralmente a terminologia usada peloDeputado Herbert Levy, Coordenador destamesa-redonda. Ji] só o que tenho a dizer.

O SR. CONVIDADO (Dl'. Wladimir A. Pug­gina) - Permite-me um aparte?

O SR. CONVIDADO (José Ary MoralesAgudo) - Pois não,

O SR. CONVIDADO (Dl'. Wladimir A. Pug­gina) - Gostaria apenas de lembrar o se­guinte: a rentabilidade de 5% foi conside­rada satisfatória pelo meu interpelador, quejustificou e apoiou as palavras do Depu­tado Herbert Levy. Gostaria de saber porque é que nesses 5% ou nessa taxa de re­torno não se levou em conta a tremendaparcela de valorização das propriedades,que, indiscutivelmente, é uma forma de lu­Cl'O, uma vez que significa 'acréscimo efeti­vo de patrimônio líquido dos fazendeiros.Isso não aparece no balanço.

O SR. CONVIDADO (José Ary MoralesAgudo) - Nos balanços é considerada o au­mento da valorização, é clara.

O SR. CONVIDADO o», Wladimir A. Pug­gina) - Nos balanços os senhores acres­cem o valor de terra?

O SR. CONVIDADO' (Sr. José Ary MoralesAgudo) - Nos balanços das firmas, e eume refiro à valorização da terra, é claro.

O SR. CONVIDADO (Dl'. Wladimir A. Pug­glna) - Desculpe, eu desconheço qualquerprincípio contábil que faça previsão paraa 'valorização da terra. Não existe isso.

O SR. CONVIDADO (Sr. José Ary MoralesAgudo) - Não quis estabelecer polêmica;quis apenas dar a opinião da classe agrí­cola, e foi o que fiz.

O SR. CONVIDADO (Dl'. Wladimir A. Pug­gina) - Muito grato.

O SR. PRESIDENTE (Pacheco Chaves) ­Com a palavra o Dr. Ubirajara de Jesus Pe­reira, da Companhia Rio-Grandense deAdubos.

O SR. CONVIDADO (Sr. Ubirajara deJesus Pereira) - Sr. Presidente, Srs. Depu­tados, Dirigentes de Entidades Represen­tantes do Ministério da Agricultura, daSecretaria do Ministério da Agricultura,ocmpanheíros de Classe; com muita saus-

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fação e até mesmo com muita tranqüili­dade, participo desta mesa-redonda, na,condição de Presidente da Companhia Rio­Grandense de Adubos. Ao final do primeirosemestre do ano passado, fui distinguido ehonrado por esta mesma Comissão com oconvite para aqui proferir uma palestra arespeito da economia arrozeira, na condiçãode Presidente do Instituto Rlo-Granderi­se do Arroz, atividade que também tenho ahonra de desempenhar. Na oportunidadedaquela palestra, mostrávamos que a pro­dutividade da lavoura de arroz do RioGrande do Sul aumentara nos últimos cincoanos de 2. {iDO para 3.719 quilos por hectare.Em grande parte, a razão determinantedesse aumento da produtividade foi o usocorreto das práticas agronômicas, entre elasa da adubação. Naquela oportunidade, Sr.Presidente e demais autoridades presentes,os adubos participavam no custo global deuma lavoura de arroz do Rio Grande do Sul,com 6,69%. Isto, em junho de 73. Em junhode 1974 os adubos participam com 15,51%do global do custo médio de produção. Con­seqüentemente dobrou a incidência dosadubos no custo médio de produção, o quepoderia, como primeiro impacto, realmentecausar tremendas distorções de interpre­tação.

Por outro lado, Sr. Presidente, na condi­ção de .Presidente do Instituto Rio-Gran­dense do Arroz, e tendo a comodidade deser Presidente de uma companhia de adu­bos tive ocasião ~ era Diretor-Técnico daautarquia o Engenheiro Agrônomo NeiCardoso de Azevedo, que hoje nos acompa­nha - de me dirigir ao Sr. Ministro daAgricultura, alertando sobre fatos que ocor­riam no meu Estado, no Rio Grande do Sul,em relação à fiscalização das formulaçõesde adubos, porquanto muitas amostras reti­radas demonstravam que não refletiam efe­tivamente aquilo que era vendido, sem quepudesse, a rigor, ser determinada existênciade fraude, já que muitos fatores podemconcorrer para a prática ilícita.

O Dr, Drummond Gonçalves e o Dr. Fer­nando Penteado Cardoso salientaram osaspectos de análises pelos laboratórios.

Realmente, Sr. Presidente, Srs. Deputados,acho que seria até bastante oportuno saissedesta mesa-redonda um entendimento nosentido de que todos os laboratórios brasi­leiros adotassem, por determinação legal, osmesmos critérios de análise. Isto evitaria,por certo, muitas vezes, aborrecimentos quecausam às indústrias, porquanto as formu­lações vendidas num local são aferidas emoutros laboratórios e não apresentam osmesmos resultados. Não só os mesmos cri­térios, mas a aferição permanente dos equi­pamentos desses laboratórios deveria tam­bém ser uma metodologia a-ser desenvol­vida.

Há vinte dias, a empresa que tenho ahonra de presidir procedeu a uma venda, e,quatro vezes examinado no laboratório deSanta Catarina, esse produto foi conside­rado, dentro dos índices de deficiência,como praticamente em 3.° grau. A mesmaamostra nós conduzimos a todos os labora­tórios oficiais do Rio Grande do Sul, quepar convênio adotam critérios idênticospara a realização dessas análises, e rigoro­samente chegaram àquele resultado.

Assim, é um aspecto que o Dr, DrummondGonçalves, em primeiro lugar, levantou, si­tuação que o Dr. Penteado Cardoso, commuita propriedade, com muita felicidade,inclusive, está procurando sanar através doSindicato da Indústria de Adubos e Colasdo Estado de São Paulo, do qual ele é o emi­nente Presidente.

Sr. Presidente, em relação à fiscalização,efetivamente a própria indústria - e jáfoi manifestado aqui - de há muito sugere

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a modificação da Lei n.o 5.146 e, para isso, ap:rópria indústria vem prestando eolabo­ração ao Ministério da Agricultura há mui­to tempo. Já há quase três anos essa leiestá sendo examinada por uma comissão,integrada por representantes de diversosórgãos, que hoje tramita nesta Casa e prevêinclusive a sua regulamentação. Parece quehoje nesta Casa foi dirimida uma dúvidarelacionada ao local da fiscalização da in­dústria. De modo geral, a fiscalização dosprodutos, quando ocorre, é feita dentro daindústria, pois é o local de mais fácil acesso.A indústria não é contra a fiscalização den­tro do próprio local, porquanto já é efetiva.

Sr. Presidente, comentou-se aqui, da mes­ma forma, com muita ênfase, sobre os íu­eros exorbitantes ou inexplicáveis.

Já o Dr, Wladimir Puggína honrou os pre­sentes com uma verdadeira aula de econo­mia, mostrando a real situação, que deveser colocada em termos de rentabilidade daempresa. Entretanto, Sr. Presidente, é pú­blico e notório, a empresa que tenho ahonra de presidir foi, há poucos dias, pelatelevisão, brindada com uma critica exata­mente por esse motivo. Alegaram que a mi­nha empresa teve, no ano passado, lucro de1 milhão, 235 mil cruzeiros e que, no pri­meiro semestre deste ano, o lucro fora de21 milhões, 853 mil cruzeiros, chamando-sea isso verdadeira especulação.

Não foi dito, entretanto, Sr. Presidente,Srs. Deputados, que esta empresa, além dos35 milhões de cruzeiros de capital, tem emreservas e patrimônio praticamente o dobrodo valor do capital; e que 1 milhão, 235 milcruzeiros seriam rentabilidade demasíaua­mente baixa e quase inexplicável, quando sepropõe um acionista fazer investimentonuma empresa com esses resultados. A em­presa que eu dirijo está na Bolsa, o balal?:çoé público e, conseqüentemente, tem açoesà venda. Seria dificil promover-se a vendade uma indústria nessas condições. Entre­tanto, esse lucro de 1973 tem especificamen­te razões determinantes. E essas razões vãodemonstrar também que o estoque de repo­sição não é o fator determinante, exclusivo,do lucro natural da empresa. No caso espe­cifico do Rio Grande do Sul, Sr. Presidente,em 1972, houve uma área de plantio detrigo de 2 milhões e 200 mil hectares, queconsumiu 550 mil toneladas de adubo. Havíauma estimativa para 1973, pelas promoções,inclusive, governamentais, de um aumentode área de 20%, o que daria 2 milhões e640 mil hectares. Se assim fosse, o consumode adubos atingiria cerca de 660 mil tone­ladas. As empresas naturalmente se previ­níram com matéria-prima para atenderessa necessidade. Entretanto, a frustraçãoda safra triticola demonstrou que, em 1973,foram plantados apenas 1 milhão e 400 milhectares.

O SE. DEPUTADO VASCO AMAROV. s.a me permite um aparte?

O SE. CONVIDADO (Sr. Ubirajara deJesus Pereira) - Pois não.

O SR. DEPUTADO VASCO AMAROPara sermos mais justos e situarmos aquestão na sua verdadeira posição, não foia frustração da safra de 1972 que motivou odecréscimo de 35% na área que se esperavafosse cultivada no Rio Grande do Sul, e simo baixo preço minímo fixado pelo Governo.Nós esperávamos um aumento de área de20% e com os 35% a menos, representa55%: Mas isso não foi em face da frustra­ção da safra de 1972; foi em face de OGoverno não ter atendido aos preços justospleiteados pelo produtor para 1973. Gosta­ria de deixar claro isso.

O SR. CONVIDADO (Ubirajara de JesusFerreira) - Se o nobre Deputado permi­tisse, de qualquer forma seria uma frus­tração da sarra; apenas não indicamos ali

razões determinantes da frustração. Todoaumento ou diminuição de área, em deter­minadas culturas, estão estreitamente vín­eulados não apenas aos preços mínímosfixados, mas aos próprios preços de comer­cialização. Mas, se me permitissem, eu diriaque, para um plantio de um mühão e 400mil hectares, no consumo de adubo, quefoi de apenas 350 mil toneladas, houve re­dução de 200 mil toneladas em relação àsafra anterior e de 310 mil toneladas emrelação à previsão feita pelas indústrias ­o trigo, no Rio Grande do Sul, tem comofórmula básica 9.36.12 e são componentesdessa fórmula o fosfato de amônia, o su­pertosrato simples, o superfosfato triplo eo cloreto de potássio. Sr. Presidente, Srs.Deputados, colocados esses preços na pró­pria safra triticola do corrente ano e fa­zendo-se um ecmparatívo dos custos dasmatérias-primas internacionais com os va­lores de venda do produto, nós verificaría­mos que" enquanto no primeiro semestre doano passado. o fosfato de amônío, custava108 dólares, custo e frete, no primeiro se­mestre deste ano custava 360 dólares a to­nelada; o superfosfato simples custava 130dólares, custo e trete, no primeiro semestreno ano passado, passou a custar 160 dóla­res no primeiro semestre .deste ano; o su­pertriplo custava, no primeiro semestre doano passado, 98 dólares, custo e frete, con­tra 340 dólares no primeiro semestre desteano, e o cloreto de potássio passou de 49dólares para 95. Se compararmos a taxacambial, verificaremos que o fosfato deamônia, na oportunidade, de 6,45, teria umcusto-fábrica de 2.786, e são utilizados paraessa formulação 500 quilos de fosfato deamônío. Portanto, teríamos 1.393 cruzeirosde fosfato de amônia como componentedessa fórmula. E o superfosfato triplo temum custo-fábrica de 1.331 cruzeiros, sãoutilizados nessa formulação 30 quilos, e nósteríamos 40 cruzeiros de custo acrescidonessa formulação. Quanto ao superfosfatotriplo, com um custo-fábrica de 2.675 cru­zeiros e utilizando-se 270 quilos para essafórmula, nós teríamos 722 cruzeiros, que,acrescidos aos 200 quilos de cloreto de po­tássio a 795 cruzeiros, dariam 159, com umtotal de 2.314 cruzeiros; acrescidos sacariae mistura em 100 cruzeiros, seriam 2.414cruzeiros. Com despesas administrativas,financeiras e comerciais de 15% e um lu­cro previsto de 5%, portanto com acrésci­mo de 20%, daria 603 cruzeiros, que soma­dos aos 2.414 cruzeiros, daria um preço devenda de 3. Dl7 cruzeiros. E, ao invés de3.017 cruzeiros, Sr. Presidente, Brs, Depu­tados, o preço médio de venda no primeirosemestre foi de 1.986 cruzeiros, o quemostra exatamente, em race do estoqueexistente, acumulado em decorrência defatores estranhos à vontade da própriaindústria, uma reposição do valor desseestoque, porém absorvendo, em 3.017 cru­zeiros, 1.031 cruzeiros. Isso mostra que asindústrias não usaram em momento algumde sua atuação, de métodos especulativosno processo de venda, porquanto absorve­ram parcela ponderável do valor efetivo docusto da matéria-prima elaborada aos pre­ços atualizados.

Sr. Presidente, Srs. Deputados, Dr, Drum­mond Gonçalves, Dr, Penteado Cardoso eDr. Wladimir praticamente esgotaram osaspectos sobre os quais seria interessantedialogar nesta oportunidade. Esperamosque os Srs. Deputados, com os esclareci­mentos de hoje, tenham uma melhor visãodo efetivo estado da indústria de fertili­zantes do Pais, e que seja desfeito emgrande parte aquilo que injustamente sediz a respeito desta índúatría, que absorveuma grande parcela dos valores efetivosque deveria colocar nas vendas. Em decor­rência dessa reposição, absorvendo essevalor de 1. Oal cruzeiros na mesma formu-

lação de trigo, a empresa que eu presidoteve um lucro de 21 mílhões no primeirosemestre, o chamado semestre nobre, noRio Grande do Sul. Era o esclarecimentoque gostaria de dar, ínclusíve citando es­pecificamente a empresa que tenho a honrade presidir, porquanto o seu lucro fc>i hápoucos dias acusado de especulativo pelatelevisão.

O SR. PRESIDENTE (Pacheco Cha"es)-Não há mais oradores inscritos. oom' apalavra o Dr, Drummond Gonçalves parauma breve comunicação. -.

O SR. CONVIDADO (Jollé AgostinhoDrummond Gonçalves) - Sr. Presídente,sem querer alongar este encontro, agradeçosua fineza em me conceder mais alguns'minutos. Gostaria de, em nome de meuscompanheiros, deixar de público registTadOaquilo que fui anotando como um resumode quanto foi dito. Penso que ficou bemclaro, no capitulo da fiscalização de ferti­lizantes, que a indústria teve a lidemnçana propositura ao Governo da modificaçãoda lei em vigor; ficou bem claro que a in­dústria continuou acompanhando a trami­tação da matéria e ainda agora contínuadando a sua contribuição ao colegiado,ínstítuído pelo Sr. Ministro da Agri..cultura, que vai regulamentar o assunto; fi­cou bem claro que análises precípítadas ecomentários particularizados não podemmais ser aceitos; ficou bem claro que os da­dos reais oficialmente fornecidos e analisa­dos pelo sindicato dão um quadro absoluta­mente diferente daquilo que está sendo co­mentado, anunciado e dito. '

O SR. DEPUTADO VASCO AMARO ..:....Sr. Presidente, quero permissão para umaparte. Desejo fazer uma pequena contes­tação ao meu querido amigo. O ilustre re­presentante da Secretaria do Estado de SãoPaulo afirmou aqui que os dados iniciaisdeste ano foram alarmantes.

O SR. CONVIDADO (José Agostinho Dru­mond Gonçalves) - Sr. Deputado, agradeJosua observação, mas permita dizer que naoseria interessante voltar ao problema. Va­mos acompanhar o desenvolvimento do as­sunto. E gostaria que esse "alarmante" queo nobre Deputado coloca fosse posto ao fi­nal. A todos os que defendem a agriculturabrasileira e representam esse setor tão im­portante, vamos pedir que, no exercieío dosseus mandatos, procurem neutralizar as in­formações e os comentários que sentiremnão corresponder à realidade.. Em segundolugar, Sr. Presidente, acho que ficou paten­te, através do depoimento do Deputado Sér­gio Cardoso de Almeida, um reconhecimen­to público do que essa indústria do Brasilestá fazendo, no sentido de assessorar oslavradores, de prestar a sua colaboração, fa­zer as suas recomendações de natureza téc­nica, chegando, inclusive, como foi muitobem frisado, a responsabilizar-se pela for­mulação de diretrizes para o desenvolvimen­to do cultivo do algodão nessa área tão im­portante, a Mogiana. A nós, caberia, tam­bém dizer que a exposição que lhes foi apre­sentada pelo nosso companheiro WladimírPuggina esclareceu substancialmente, comnúmeros, não emocionais, mas com muitoequilíbrio, a verdadeira posição do setor emtermos de lucratividade. Por fim, gostariade dizer que todos esses pontos foram im­portantes. Mas agora queremos fazê-losparticipar de problemas nossos muito maissérios, não pretendendo minimizar aquiloque aqui foi feito. O salto que a indústriaterá de dar, para cumprir o seu papel noPaís, só conseguirá se todos partirem doponto de que os principias defendidos sãoos mesmos de todos os lados. Do contráriovamos verificar que questões levantadas,apíníões divergentes, vão trazer o deseetí-

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Novembro de lJ74 DIARIO no CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Quinta-feira 21 884'7

mulo, que, ao invés de contribuir, simples­mente provocarão um retardamento dosprogramas a que o Brasil, sem dúvida ne­nhuma, faz jus. Como o País vai desenvol­ver a sua produção? Como financiará a suaexpansão para chegar a 55% do seu consu­mo? Como resolver o problema do Porto deSantos? Como resolver o problema de trans­portes? Coisas importantes que realmentepreocupam, quem têm a responsabilidade deconduzir esse setor no Brasil. Sabemos queessas são preocupações de V. Ex.a•• Em ou­tros depoimentos, traremos à baila coisasdesta magnitude, correspondentes. ao esfor­ço que V. Ex."s e nós estamos fazendo. Porúltimo, pedimos licença, com todo ° respei­to, para lamentar profundamente a saídado Deputado Herbert Levy, que, tendo sido

'I,proponente de questões sérias, de acusa­~,f)es, de comentários que nós não aceita­mos, não encontrou condições de suprimir6s seus compromissos e ausentou-se desteplenário, não nos dando ensejo do debate,como seria necessário. A nossa manifestaçãoé ;de desaponto por esta saída do nobreDeputado Herbert Levy antes que nos fossedado ensejo de completar aquilo que gos­taríamos de dizer e que sabemos era o ob­jetivo da Comissão ouvir quando decidiramnos convocar para esse encontro. Muitoobrigado, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Pacheco Chaves) _Não há mais ninguém inscrito para fazeruso da palavra. Em nome do Presidentedesta Comissão, Deputado Renato Azeredo,quero agradecer a presença de todos aque­les que vieram atender ao nosso apelo paraoferecerem esclarecimento acerca de deter-

minadas questões relacionadas à indústriae comércio de adubo. Devo dizer que as con­siderações finais feitas pelo Dr. DrummondGonçalves são, de certa forma, extemporâ­neas. As conclusões, quem as tira é a Co­missão. As declarações aqui foram todasanotadas, taquigrafadas e gravadas. Os se­nhores Deputados da Comissão, presentesou não, terão oportunidade de lê-las e con­seqüentemente de tirar as suas conclusões.Com relação também aos problemas queaqui não foram debatidos, eles não deveriamser, porque não constam da Ordem do Dia,elaborada pelo Deputado Herbert Levy, Co­ordenador desta Comissão. Por outro lado,acredito que o assunto aqui debatido, a pos­sível fraude na fabricação e no comércio deadubos, é de fundamental interesse para aagricultura brasileira. Evidentemente, o la­vrador, que compra o adubo, tem o direitode ser protegido e garantido. Naturalmenteexistem duas maneiras de se proteger o con­sumidor: uma é convencendo-o a comprarnas firmas idôneas, aquelas cuja reputação,cujo nome evidentemente não deixem mar­gem a qualquer dúvida de que estariam tal­sírícando o adubo; outra é exercer o PoderPúblico o direito de fiscalização, que indubi­tavelmente é inerente à sua ação adminis­trativa. Verificamos que nesse setor a legís­Iacão está ainda muito deficiente, muitoatrasada, e será necessário modernizá-la.Fazemos nOSSaS as esperanças da indústriade adubos, de que o mais breve possível sejaapresentada nova legislação para que es­ta Casa possa considerá-la, aprovando-a,emendando-a ou recusando-a. F a zen doquestão, entretanto, de reafirmar, quanto ao

debate de certas matérias que podem pare­cer impertinentes aos senhores depoentes,que elas fazem parte da vida pública e davida política. Ninguém aqui teceu uma eon­síderação que pudesse ser tida como desai­rosa a qualquer pessoa, a qualquer membrodas entidades de classe aqui convocadas.Devo dizer que não concordo com o Depu­tado Herbert Levy nas apreciações que ex­pendeu. Mas é uma opinião minha, a opi­nião de V. Ex." era outra, achava que o lu­cro estava sendo muito grande para as In­dústrias de adubo e que esse lucro não erarepartido condignamente com a agricultura.É uma pena que S. Ex." não tenha podidoficar para debater melhor o assunto. Emtodo o caso, levantar o assunto é funçãoprópria dos órgãos políticos. Levantar o pro­blema da fraude, e da necessidade da fisca­lização é função própria da ação de Depu­tado. Nós estamos atualmente desacostuma­dos, na vida política do nosso País, a essesdebates e a essas acusações. Antigamenteelas eram bem mais freqüentes. Vamos fa­zer votos de que elas se tornem mais fre­qüentes, para que se possam realizar nova­mente mesas-redondas como esta, em queos assuntos podem e devem ser esclareci­dos, debatidos francamente, sem se trocaracusações, mas argumentos. Finalizando,quero mais uma vez formular, em nome da.Comissão e em nome do Presidente efetivodesta, Deputado Renato Azeredo, os nossosagradecimentos pelo comparecimento de to­dos os senhores e pelos esclarecimentos queaqui nos trouxeram.

Está encenada a sessão.

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