COLÉGIO ESTADUAL DE OURILÂNDIA E.F. M. · Poder Público Municipal, como extensão da Escola...

314
COLÉGIO ESTADUAL DE OURILÂNDIA E.F. M. Rua São Paulo s/n – Distrito de Ourilândia – Barbosa Ferraz Telefone: (44) 3284 11 02 PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO BARBOSA FERRAZ- 2010

Transcript of COLÉGIO ESTADUAL DE OURILÂNDIA E.F. M. · Poder Público Municipal, como extensão da Escola...

1

COLÉGIO ESTADUAL DE OURILÂNDIA

E.F. M. Rua São Paulo s/n – Distrito de Ourilândia – Barbosa Ferraz

Telefone: (44) 3284 11 02

PROJETO POLÍTICO

PEDAGÓGICO

BARBOSA FERRAZ- 2010

2

Orlando Pessuti Governador do Paraná

Altevir Rocha de Andrade

Secretário de Estado da Educação

Ricardo Fernandes Bezerra Diretor Geral

Alayde Maria Pinto Digiovanni Superintendente da Educação

João Luiz Conrado

Chefe do NRE de Campo Mourão

Maria Aparecida Temponi Barrozo Diretora

Miriam Ribeiro da Silva

Secretária

Antônia do Rosário Cardoso Correia Professora Pedagoga

Solange Jandrey Marques Rodrigues

Professora Pedagoga

3

SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO......................................................................................................................06

1. INTRODUÇÃO........................................................................................................................07

1.1 Identificação da Escola .........................................................................................................07

1.2 Dados do Estabelecimento....................................................................................................07

1.3 Histórico.................................................................................................................................07

2. OBJETIVO..............................................................................................................................08

2.1 Objetivo Geral........................................................................................................................08

2.2 Objetivo Especifico...........................................................................................................................09

3. PRINCÍPIOS NOTEADORES DA EDUCAÇÃO..............................................................................11

4. PRINCÍPIOS FILOSÓFICOS...............................................................................................12

5. MARCO SITUACIONAL.................................................................................................15

5.1 Organização da Entidade..........................................................................................15

5.2 Curso Ofertado..........................................................................................................15

5.3 Espaço Físico.............................................................................................................15

5.4 Recursos Humanos....................................................................................................16

5.5 Porte da Escola..........................................................................................................17

5.6 Regimento Escolar.....................................................................................................17

5.7 Classificação / Reclassificação..................................................................................18

5.8 Promoção...................................................................................................................20

5.9 Número de Alunos Atendidos...................................................................................20

5.10 Característica da Comunidade Escolar....................................................................21

4

5.11 Corpo Docente.........................................................................................................23

5.12 Corpo Discente........................................................................................................23

5.13 Perfil Sócio Econômico da Comunidade................................................................25

5.14 Critério de Organização das Turmas ......................................................................26

5.15 Papel de Cada Segmento.........................................................................................27

5.16 Atribuição: Agente Educacional I e II....................................................................30

5.17 Participação dos Pais...............................................................................................31

5.18 Organização do Tempo e Espaço............................................................................32

5.19 Relação Entre Profissionais da Educação e Discente.............................................33

5.20 Formação Continuada dos Profissionais..................................................................33

5.21 Equipamento Físico e Pedagógico...........................................................................35

5.22 Acompanhamento e Realização da Hora Atividade................................................36

5.23 Cultura Afro – Brasileira e Africana.......................................................................37

5.24 Escola do Campo.....................................................................................................37

5.25 Inclusão....................................................................................................................39

5.26 CELEM....................................................................................................................41

6 MARCO CONCEITUAL...........................................................................................................41

6.1 Concepção de Educação, de Homem, Mundo, Sociedade, Cultura...................................41

6.2 Ensino aprendizagem...........................................................................................................61

6.3 Gestão..................................................................................................................................62

6.4 Currículo...............................................................................................................................64

6.5 Concepção de Conhecimento..............................................................................................67

5

6.6 Concepção de Tecnologia...................................................................................................68

6.7 Avaliação...............................................................................................................................68

6.8 Cidadania..............................................................................................................................72

7. MARCO OPERACIONAL.......................................................................................................72

7.1 Ações e Reorganização dos Trabalhos Pedagógicos Escolar: ...........................................72

7.1.1 Hora Atividade...................................................................................................................72

7.1.2 Calendário.........................................................................................................................73

7.1.3 Recuperação de Estudo...................................................................................................73

7.1.4 Conselho de Classe.........................................................................................................73

7.1.5 Pré Conselho...................................................................................................................75

7.1.6 Pós Conselho..................................................................................................................75

7.1.7 Evasão Escolar................................................................................................................76

7.1.8 Estágio não Obrigatório...................................................................................................76

7.2 Atividades Integradoras do Currículo..................................................................................77

7.2.1 Viva Escola.......................................................................................................................77

7.2.2 PDE- Escola.....................................................................................................................80

7.2.3 Projetos............................................................................................................................81

7.2.4 Agenda 21.......................................................................................................................83

7.2.5 Apresentação Proposta Pedagógica Curricular ...............................................................83

7.3 Matriz Curricular.............................................................................................................304

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..............................................................................307

9. AVALIAÇÃO DO PROJETO................................................................................................312

9. ATA DE APROVAÇÃO – CONSELHO ESCOLAR..............................................................313

10. PARECER DA DIREÇÃO...................................................................................................314

6

APRESENTAÇÃO

Em atendimento a solicitação da SEED, dentro do programa de (re)

organização dos Projetos Políticos Pedagógicos dos estabelecimentos de

ensino vinculados à Secretaria de Estado da Educação do Paraná, em

consonância com a legislação vigente, o Colégio Estadual de Ourilândia –

E.F.M vem, neste documento, reestruturar seu Projeto Político Pedagógico,

pautado nos referenciais teóricos nos quais acreditamos e utilizamos em nossa

prática cotidiana, visando neste trabalho refletir, reformular e aprofundar o

diálogo e conseqüentemente nossas ações para atender as mudanças que se

fazem presentes na dinâmica natural da história humana ; a qual estamos

inseridos e ajudando a construir.

Garantindo assim o que explicita o artigo 12 da Lei de Diretrizes e Bases da

Educação Nacional – 9394/96:

“Os estabelecimentos de ensino, respeitadas as normas comuns e de seu sistema de Ensino, terão a incumbência de:

I – Elaborar e executar sua Proposta Pedagógica (“...)”.

E ao construirmos nosso Projeto Político Pedagógico temos a consciência

que este deverá funcionar como norteador e organizador das atividades

escolares, além de servir como suporte para toda e qualquer ação educativa

pretendida.

Sendo abertura de um espaço, onde se possa refletir as intenções educativas

e as finalidades da Escola frente as concepções de Educação, Sociedade,

Escola, Cidadania...enfim sobre todos os aspectos que se fazem presentes na

construção do conhecimento e, principalmente, sobre o HOMEM que

queremos ajudar a formar.

Em virtude disto, acreditamos ser imprescindível que seja fruto da ação coletiva

e consciente para que realmente se preste ao papel que é destinado, como

afirma Pedro Demo:

7

“Cultivá-la ( a Proposta Pedagógica ) como fonte de inspiração criativa e crítica, não como túmulo de ideias, autodefesa

corporativista,libelo contra críticas e divergências “( DEMO, Pedro: 1993)”

1.1 INTRODUÇÃO

1.2 DADOS DO ESTABELECIMENTO:

ESTABELECIMENTO: Colégio Estadual de Ourilândia – E.F. M

CÓDIGO: 00650

ENDEREÇO: Rua São Paulo – s/n. º - Distrito de Ourilândia.

MUNICÍPIO: Barbosa Ferraz - CÓDIGO: 0250

LOCALIZAÇÃO: Zona Rural - Escola do Campo

34 km (estrada secundária sem asfalto) até o NRE Campo Mourão

17 km ( estrada sem asfalto) até o Município Sede - Barbosa Ferraz

NRE: CAMPO MOURÃO – CÓDIGO: 05

ENTIDADE MANTENEDORA: SEED / Governo do Estado do Paraná

TELEFONE: (44) 3284-1102

E -MAIL : [email protected]

1.3 HISTÓRICO:

O Grupo Escolar Floriano Peixoto (Ex-Escola Isolada Municipal Floriano

Peixoto – Ensino de 1ª a 4ª Séries) foi transformado em Grupo Escolar Floriano

Peixoto pelo Decreto Nº. 23/80, que institui oficialmente a nomenclatura e

funcionamento de Estabelecimento Escolar de responsabilidade do Município

de Barbosa Ferraz. A data de início de seu funcionamento consta de 15 de

março de 1967.

A transformação da Escola “Machado de Assis” – Ensino de 1º Grau –

Extensão de Ourilândia (Ex-Escola Normal de Grau Ginasial de Barbosa Ferraz

em Ginásio assim se deu: Decreto n.º 8086 de 22/12/1967 – Diário Oficial n.º

246, de 28 de dezembro de 1967.

8

A Escola Estadual Ourilândia – Ensino de 1º Grau – 5ª a 8ª Séries, teve seu

início de funcionamento em data de 1º de março de 1976 por iniciativa do

Poder Público Municipal, como extensão da Escola “Machado de Assis” –

Ensino de 1º Grau, do Município de Barbosa Ferraz, tendo-se desvinculado

gradativamente a partir de 1979, Decreto de criação: Resolução Conjunta n.º

87/82 e Reconhecimento pela Resolução n.º 977/84 de 22/03/84.

A Escola Estadual Ourilândia – Ensino de 1º Grau passa a partir de 1991 a

denominar-se Colégio Estadual de Ourilândia – Ensino de 1º e 2º Graus, com

autorização de funcionamento pela Resolução n.º 684/91 de 26/02/91.

No Colégio Estadual de Ourilândia – Ensino de 1º e 2º Graus, fica reconhecido

o curso de Educação Geral pela Resolução n.º 982/98 de 13/04/98.

O Colégio Estadual de Ourilândia – Ensino de 1º e 2º Graus altera sua

nomenclatura para Colégio Estadual de Ourilândia – Ensino Fundamental e

Médio pela Resolução n.º 3.120/98 – Diário Oficial n.º 5.332 de 11/09/98.

O Colégio Estadual de Ourilândia – Ensino Fundamental e Médio deixa de

ofertar o ensino de 1ª a 4ª Séries a partir de 02 de janeiro de 1999, Resolução

n.º 69/99 de 11/01/99 – Diário Oficial n.º 5.428 de 03 de fevereiro de 1999.

Renovação de Reconhecimento do Ensino Fundamental pela Resolução nº.

2727 / 02 – DOE de 09/08/ 2002.

Renovação de Reconhecimento do Ensino Médio pela Resolução nº. 323 /

2004 – DOE de 19/ 02/ 2004.

2. OBJETIVO:

2.1 OBJETIVO GERAL

Ao elaborarmos nosso Projeto Político Pedagógico temos a intenção de

ultrapassar a mera elaboração de palavras de impacto que somente servirão

para atuar como burocracia.

Pois entendemos que:

“Projeto político-pedagógico busca um rumo, uma direção. É uma ação intencional, com um sentido explícito, com um compromisso definido coletivamente. Por isso, todo projeto pedagógico da escola é, também, um projeto político por estar intimamente articulado ao compromisso sócio - político e com os interesses reais e coletivos da população majoritária.” (Veiga, 1995 Apud Projeto Político-Pedagógico: Uma Perspectiva de Identidade No Exercício da Autonomia - Salmaso, José Luís – CEFET - SP).

9

Assim consideramos o Projeto Político Pedagógico como fruto da interação

entre os objetivos e prioridades estabelecidas pela coletividade, através da

reflexão buscando as ações necessárias à construção de uma nova realidade.

Sendo antes de tudo, um trabalho que exige comprometimento de todos os

envolvidos no processo educativo: professores, equipe técnica, alunos, seus

pais e a comunidade como um todo.

Para a prática de construção de um projeto destas dimensões, vemos como

necessário estar amparados por concepções teóricas claras que busquem o

aperfeiçoamento e a formação de seus agentes. Só assim conseguiremos

romper as resistências em relação a novas práticas educativas.

Neste sentido objetivamos trabalhar para que os agentes educativos sintam-se

atraídos por essa proposta, pois só assim terão uma postura comprometida e

responsável. Trata-se, portanto, da conquista coletiva de um espaço para o

exercício da autonomia.

2.2. OBJETIVO ESPECÍFICO

Hoje, mais do que nunca, é preciso conceber Projetos Políticos Pedagógicos

que garantam aos alunos o acesso à aprendizagem significativa de saberes

humanos, científicos e tecnológicos que sejam relevantes para sua autonomia

no mundo atual.

É neste sentido que este Projeto se estrutura, objetivando contribuir de forma

significativa para elaboração de conceitos que nortearão ações voltadas à

formação e valorização do ser humano, através do qual seja possível a

assimilação de novos valores de convivência para que a solidariedade e o

coletivo superem o individualismo e a competição; onde possamos garantir à

todos, o acesso, a permanência e a aprendizagem do conhecimento escolar;

percebendo sempre que este vai além do saber elaborado pelas ciências, artes

ou letras e sim é concebido a partir da realidade social, econômica e cultural;

tendo como resultado a consciência crítica que exige uma ação de

transformação social.

Assim, nosso colégio se propõe nesta construção coletiva a cumprir seu

papel político de participar nesta transformação social, sabendo que para

10

tanto é preciso minimizar a crise do modelo de desenvolvimento neoliberal e

criar o desejo de um novo projeto social com os desafios de uma concepção

dos direitos coletivos (econômicos, sociais e culturais), construindo o

desenvolvimento para todos.

Enfim, objetivamos trabalhar por uma Escola na qual os educandos,

professores, funcionários, e todos que venham a participar da construção

cotidiana, tenham a alegria de fazer acontecer aprendizagem pensando,

criando e recriando; reelaborando o saber interdisciplinar e multicultural com

vistas ao desenvolvimento humano pleno, garantindo a organização de seus

espaços , atividades e tempos voltados para realização de uma educação

cidadã onde não venha reproduzir ou reforçar diferenças e exclusões como

nos aponta ARROYO ( 2004)

“A Escola somente se constituirá em fronteira avançada dos direitos se ela como

instituição social tiver coragem de se redefinir não apenas em seus conteúdos, mas,

sobretudo se definir em sua estrutura rígida e seletiva, ser democrática não apenas

em sua gestão, mas em seus processos na organização de seus tempos e espaços e

superar a cultura seletiva que ainda legitima essa estrutura excludente. Esta é a

ESCOLA POSSÍVEL. Ela já esta acontecendo no profissionalismo e dedicação de

inúmeros coletivos de professores que transgridem a escola peneiradora antipopular.

A ESCOLA POSSÍVEL está se tornando possível na medida em que continuar sendo

fronteira avançada dos direitos.”

Eis o desafio que se mostra atualmente em nossa realidade, o qual

buscaremos vencer com o diálogo e elaboração de ações coletivas e

conscientes, pois acreditamos que nosso colégio enquanto centro cultural

desta pequena e carente comunidade rural, é um espaço político-

pedagógico, que precisa ter em todos envolvidos no processo educacional,

agentes que desejem uma sociedade nova, resgatando a luta e a crença em

um mundo humanizado, onde os saberes e atitudes próprias e inerentes ao

Campo possam também ser valorizados e atualizados para que sirvam

efetivamente à melhoria de vida dos que freqüentam este Colégio sendo

isto um direito de todos.

11

4. PRINCÍPIOS NORTEADORES DA EDUCAÇÃO

Os princípios que nortearão a construção e efetivação do Projeto Político

Pedagógico do Colégio Estadual de Ourilândia E.F.M emanam da Lei maior de

nosso país - Constituição Federal; da Lei de Diretrizes e Bases da Educação e

das Diretrizes Curriculares Nacionais:

A Constituição Federal de 1988:

* “Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”.

* “Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:

- Igualdade de condições para o acesso e permanência na Escola;

- Liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber;

- Pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas, e coexistência de instituições

públicas e privadas do ensino;

- Gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;

- Valorização dos profissionais do ensino, garantindo na forma da lei, planos de carreira para o magistério público, com piso salarial profissional e ingresso exclusivamente por concurso público de provas e títulos, assegurando regime jurídico único para todas as

instituições mantidas pela União;

- Gestão democrática do Ensino público, na forma da lei;

- Garantia “de padrão de qualidade.”.

LDBEN ( Lei De Diretrizes e Bases Da Educação Nacional – 9394/96)

“Art. 3º. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:

I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;

II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento, a arte e

o saber;

III - pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas;

IV - respeito à liberdade e apreço à tolerância;

V - coexistência de instituições públicas e privadas de ensino;

12

VI - gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;

VII - valorização do profissional da educação escolar;

VIII - gestão democrática do ensino público, na forma desta Lei e da legislação dos

sistemas de ensino;

IX - garantia de padrão de qualidade;

X - valorização da experiência extra-escolar;

XI - vinculação entre a educação escolar, o trabalho e as práticas sociais.”

DCNs ( Ensino Fundamental) “I - As escolas deverão estabelecer como norteadores de suas ações pedagógicas: - Os princípios éticos da autonomia, da responsabilidade, da solidariedade e do respeito

ao bem comum;

- Os princípios dos Direitos e Deveres da Cidadania, do exercício da criticidade e do

respeito à ordem democrática;

- “Os princípios estéticos da sensibilidade, da criatividade e da diversidade de

manifestações artísticas e culturais”.

DCNs ( Ensino Médio ):

“A prática administrativa e pedagógica” dos sistemas de ensino e de suas escolas, as

formas de convivência no ambiente escolar, os mecanismos de formulação e

implementação de políticas, os critérios de alocação de recursos, a organização do

currículo e das situações de aprendizagem, os procedimentos de avaliação deverão ser

coerentes com os valores estéticos, políticos e éticos que inspiram a Constituição e a

LDB, organizados sob três consignas:

- Estética da sensibilidade

- A política da igualdade

- A ética da identidade”

4. PRINCÍPIOS FILOSÓFICOS

Diante do exposto nos Princípios Norteadores da Educação, buscaremos

13

construir nosso trabalho voltado a uma visão filosófica que contemple os

valores que consideramos essenciais para a formação do homem cidadão,

consciente, que seja capaz de ser solidário nas decisões e ações que

permeiam suas relações, favorecendo sempre a vivência de práticas relevantes

à sua construção cidadã e também contribuindo para melhoria e

desenvolvimento da sociedade a qual faz parte.

Tencionamos que nossos alunos percebam que a maneira como se posicionam

frente às situações é um fator relevante para a dinâmica onde estão inseridos

e, portanto, tais posições não podem ser passivas, mas sim fruto de reflexão e

construção coletiva entre os membros de uma sociedade que convivem no

cotidiano com as mais diversas situações nas quais se formam conceitos e

meios para transformar ou superar suas necessidades, compreendendo que

esta busca pela superação não pode ser marcada pelo individualismo, pelo

desrespeito e pela inconseqüência ; e se for desta maneira não poderá

sobreviver pois nossa existência é marcada pela socialização que permeia

todas instâncias de nossa história numa dialética constante de reflexões , re-

elaborações e ações como afirma Marx:

“A história é fruto do trabalho humano. São os homens interagindo para satisfazer suas necessidades, que desencadeiam o processo histórico. (...) o modo de produção da vida material condiciona o desenvolvimento da vida social, política e intelectual em geral.” (Marx apud SELL 2002).

Consideramos que a perspectiva de Karl Marx ao propor a concepção

‘materialista histórico dialética” para a compreensão do mundo e da sociedade

principalmente, seja um referencial condizente com nossa prática.

Dentro desta abordagem, o pressuposto primeiro de toda história humana é “a

existência de indivíduos concretos que na luta pela sobrevivência organizam-se em torno do trabalho estabelecendo relações entre si e a natureza”.

Neste sentido, a Educação por nós pretendida levará a identificação das

formas de construção do saber produzido historicamente, reconhecendo as

condições de sua produção e compreendendo suas principais manifestações

com vistas a poder realmente trazer significado e ser interpretado por nossos

14

educandos.

Concordando quando Paulo Freire considera que: “O conhecer não pode ser um

ato de "doação" do educador ao educando, mas um processo que se estabelece no contato do homem com o mundo vivido. E este não é estático, mas dinâmico, em contínua transformação”.

Compreendendo que é um ato intencional, deve ser pensado, refletido a quem

interessa ou como irá interessar a quem busca construção do seu

conhecimento em nossas escolas. Pois acreditamos que se a Educação for

efetivada de maneira democrática e igualitária, pode auxiliar os estudantes na

busca por melhores condições de vida sabendo seus direitos e possibilidades

de avanço. Identificando assim o caráter político e a necessidade de

compromisso por parte dos educadores em se posicionar e perceber a

dominação e ou exclusão que pode ser exercida pela educação com vistas a

transformar esta prática.

Entender como se constrói o processo do conhecimento é um desafio

necessário mais que nunca em nossa atualidade, pois as transformações em

nível vertiginoso determinam uma educação voltada para o “aprender sempre”,

ter autonomia e buscar os conhecimentos dispostos nos mais diversos meios e

não somente os “conteúdos estagnados apresentados nos livros e materiais

didáticos”. A construção, a interação, as percepções de possibilidades e

avanços neste processo são o foco que temos a trabalhar.

Afirma-se então dentro da perspectiva da Pedagogia Histórico-Crítica:

“O homem não se faz homem naturalmente; ele não nasce sabendo ser homem, vale

dizer que ele não nasce sabendo sentir, pensar, avaliar, agir. Para saber pensar e sentir;

para saber querer, agir ou avaliar é preciso aprender,o que implica o trabalho educativo.

Assim,o saber que diretamente interessa a educação é aquele que emerge como

resultado do trabalho educativo.( SAVIANNI, Dermeval , 1991 )

15

5. MARCO SITUACIONAL:

5.1. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR:

As disciplinas serão organizadas em aulas de 50 minutos, onde o aluno deverá

permanecer 4 horas diárias num total de 800 horas, distribuídas em 200 dias

letivos.

MODALIDADES

ENSINO FUNDAMENTAL

ENSINO MÉDIO

TURNOS DE

FUNCIONAMENTO VESPERTINO NOTURNO VESPERTINO NOTURNO

HORÁRIOS DE

FUNCIONAMENTO 13:00 às 17:25 18:50 às 23:00 13:00 às 17:25 18:50 às 23:00

SÉRIES

5ª / 6ª / 7ª / 8ª

5ª / 6ª / 7ª / 8ª

1º / 2º / 3º

1º / 2º / 3º

TURMAS

ÚNICA

ÚNICA

ÚNICA

ÚNICA

Obs.: No ensino noturno conforme disposto no Artigo 34 da Lei de Diretrizes e

Bases o horário será de 18h50min as 23h00min, atendendo o transporte

escolar e coletivo.

5.2 CURSO OFERTADO:

ENSINO FUNDAMENTAL (Séries finais) - Regular

ENSINO MÉDIO – Regular

COMPLEMENTAÇÃO CURRICULAR – Ensino Médio (CELEM)

16

ESPANHOL- BÁSICO – Ensino Médio

5.3 ESPAÇO FÍSICO:

BLOCO I Área do Bloco – 628, 01 m2

01 Sala de Laboratório de Ciências - Física/ Química e Biologia 01 Sala de biblioteca 01 Sala de laboratório de Informática 01 Sala dos professores 01 Sala de vídeo e Salão de eventos 01 Sala de coordenação pedagógica 01 Sala de secretaria 01 Sala de direção 01 Cantina 01 Dispensa 02 Sanitários 01 Passarela coberta BLOCO II Área de Bloco – 451, 17 m2

07 Salas de aula 02 Sanitários BLOCO III Quadra de Esportes Coberta – 514, 49 m2

BLOCO IV Área do Bloco – 208 m2

Cedido à Secretaria Municipal de Educação de Barbosa Ferraz BLOCO V Área do Bloco – 208 m2

Cedido à Secretaria Municipal de Educação de Barbosa Ferraz

5.4 RECURSOS HUMANOS:

SETOR ADMINISTRATIVO

1 Diretor

17

1 Secretária

SETOR PEDAGÓGICO

EQUIPE TÉCNICA PEDAGÓGICA 2 Prof. Pedagogo

SETOR DOCENTE

25 Professores

SETOR FUNCIONAL:

02Assistentes Administrativos

01 Bibliotecária

04AuxiliaresdeServiços Gerais

5.5 PORTE DA ESCOLA:

Porte 02 ( de 160 à 360 alunos)

6.6 REGIMENTO ESCOLAR:

A escola está inserida em uma totalidade social que se constitui historicamente,

com formas de organização, valores, normas e regras. Neste contexto, e por se

tratar de uma instituição que tem como função social a apropriação do

conhecimento, de forma a tornar possível a compreensão da realidade e a

atuação consciente sobre ela pelos cidadãos que a compõem, é que se faz

necessária a construção de um Regimento Escolar.

18

É o Regimento Escolar que estrutura, define, regula e normatiza as ações do

coletivo escolar, haja vista ser a escola um espaço em que as relações sociais,

com suas especificidades, se concretizam. Integrante de um sistema de ensino,

em uma sociedade, a escola tem, no Regimento Escolar, a sua expressão

política, pedagógica, administrativa e disciplinar e deve regular, no seu âmbito,

a concepção de educação, os princípios constitucionais, a legislação

educacional e as normas específicas estabelecidas pelo Sistema de Ensino do

Paraná.

5.7 CLASSIFICAÇÃO/RECLASSIFICAÇÃO

A classificação no Ensino Fundamental e Médio é o procedimento que o

estabelecimento de ensino adota para posicionar o aluno na etapa de estudos

compatível com a idade, experiência e desenvolvimentos adquiridos por meios

formais ou informais, podendo ser realizada:

I. por promoção, para alunos que cursaram, com aproveitamento, a

série ou fase anterior, na própria escola;

II. por transferência, para os alunos procedentes de outras escolas, do

país ou do exterior, considerando a classificação da escola de origem;

III. independentemente da escolarização anterior, mediante avaliação

para posicionar o aluno na série, disciplina ou etapa compatível ao seu grau de

desenvolvimento e experiência, adquiridos por meios formais ou informais.

A classificação tem caráter pedagógico centrado na aprendizagem, e exige as

seguintes ações para resguardar os direitos dos alunos, das escolas e dos

profissionais:

Organizar comissão formada por docentes, pedagogos e direção da

escola para efetivar o processo;

Proceder avaliação diagnóstica, documentada pelo professor ou

equipe pedagógica;

Comunicar o aluno e/ou responsável a respeito do processo a ser

iniciado, para obter o respectivo consentimento;

Arquivar Atas, provas, trabalhos ou outros instrumentos utilizados;

Registrar os resultados no Histórico Escolar do aluno.

19

A reclassificação é o processo pelo qual o estabelecimento de ensino avalia o

grau de experiência do aluno matriculado, preferencialmente no início do ano,

levando em conta as normas curriculares gerais, a fim de encaminhá-lo à etapa

de estudo compatível com sua experiência e desenvolvimento,

independentemente do que registre o seu Histórico Escolar.

Cabe aos professores, ao verificarem as possibilidades de avanço na

aprendizagem do aluno, devidamente matriculado e com frequência na

série/disciplina, dar conhecimento à equipe pedagógica para que a mesma

possa iniciar o processo de reclassificação.

Os alunos, quando maior, ou seus responsáveis poderão solicitar aceleração

de estudos através do processo de reclassificação, facultando à escola aprová-

lo ou não.

A equipe pedagógica comunicará, com a devida antecedência, ao aluno e/ou

seus responsáveis, os procedimentos próprios do processo a ser iniciado, a fim

de obter o devido consentimento.

A equipe pedagógica do estabelecimento de ensino, assessorada pela equipe

do Núcleo Regional de Educação, instituirá Comissão, conforme orientações

emanadas da SEED, a fim de discutir as evidências e documentos que

comprovem a necessidade da reclassificação.

Cabe à Comissão elaborar relatório dos assuntos tratados nas reuniões,

anexando os documentos que registrem os procedimentos avaliativos

realizados, para que sejam arquivados na Pasta Individual do aluno.

O aluno reclassificado deve ser acompanhado pela equipe pedagógica,

durante dois anos, quanto aos seus resultados de aprendizagem.

O resultado do processo de reclassificação será registrado em Ata e integrará

a Pasta Individual do aluno.

O resultado final do processo de reclassificação realizado pelo

estabelecimento de ensino será registrado no Relatório Final, a ser

encaminhado à SEED.

A reclassificação é vedada para a etapa inferior à anteriormente cursada.

20

5.8 PROMOÇÃO A promoção é o resultado da avaliação do aproveitamento escolar do aluno,

aliada à apuração da sua frequência.

Na promoção ou certificação de conclusão, para os anos finais do Ensino

Fundamental e Ensino Médio, a média final mínima exigida é de 6,0 (seis

vírgula zero), observando a frequência mínima exigida por lei.

A Avaliação é Bimestral, sendo o ano letivo composto por (4 ) quatro

bimestres.

Serão considerados aprovados os alunos dos anos finais do Ensino

Fundamental e do Ensino Médio, que apresentarem frequência mínima de 75%

do total de horas letivas e média anual igual ou superior a 6,0 (seis vírgula

zero) em cada disciplina, resultante da média aritmética dos quatro bimestres

,como segue:

1º B + 2º B + 3º B + 4º B = 6,0 4

Os alunos dos anos finais do Ensino Fundamental e do Ensino Médio serão

considerados retidos ao final do ano letivo quando apresentarem:

I. frequência inferior a 75% do total de horas letivas, independentemente

do aproveitamento escolar;

II. frequência superior a 75% do total de horas letivas e média inferior a

6,0 (seis vírgula zero) em cada disciplina.

A disciplina de Ensino Religioso não se constitui em objeto de retenção do

aluno, não tendo registro de notas na documentação escolar.

Os resultados obtidos pelo aluno no decorrer do ano letivo serão devidamente

inseridos no sistema informatizado, para fins de registro e expedição de

documentação escolar.

5.9 NÚMERO DE ALUNOS ATENDIDOS

ENSINO FUNDAMENTAL: 118

21

ENSINO MÉDIO: 94

COMPLEMENTÇÃO CURRICULAR: 68

ESPANHOL BÁSICO: 60

TOTAL DE ALUNOS ATENDIDOS: 340

5.10 CARACTERÍSTICA DA COMUNIDADE ESCOLAR

O Colégio Estadual de Ourilândia – Ensino Fundamental e Médio situa-se em

Ourilândia, distrito de Barbosa Ferraz; possui uma área de 117 Km2 ficando a

17 km da sede, o acesso se dá por estrada cascalhada (nem sempre em boas

condições).

De acordo com o último censo, Ourilândia conta com 1701 habitantes, que

trabalham, em sua grande maioria, na agricultura de subsistência, sendo esta a

base das atividades do distrito.

Os principais produtos agrícolas aqui cultivados são:

Milho;

Café;

Feijão;

Soja.

A população é constituída basicamente por trabalhadores volantes (bóias-frias),

pequenos proprietários e alguns comerciantes.

Neste panorama que se define, é possível avaliar as dificuldades pelas quais

passam nossos estudantes, visto que sentem em seu cotidiano, os reflexos da

instabilidade financeira que atinge todo o país, agravada pela falta de incentivo

à agricultura e às variações climáticas, que ultimamente trazem grandes

prejuízos às lavouras, aliado a isto, as pastagens existentes têm dado lugar a

plantações de soja, deixando, cada vez mais, nossos estudantes e suas

22

famílias sem serviços, pois este tipo de lavoura dispensa mão de obra de

trabalhadores volantes.

No quadro que se apresenta, notamos que uma grande parcela de nossos

educandos sente necessidade de muito estímulo para construir suas

expectativas em relação ao futuro de si e de suas famílias bem como em

integrar-se ao mundo globalizado dos dias atuais.

Na tentativa de incentivar e contribuir positivamente nestas e em outras

construções que se fazem necessárias à formação integral de todo cidadão, o

Colégio de Ourilândia está procurando desenvolver políticas educacionais

voltadas e vinculadas ao reconhecimento e envolvimento da comunidade local;

de maneira tal que todos os membros envolvidos no processo educativo sintam

a responsabilidade de cooperação para que haja efetivamente aprendizagem

significativa e de qualidade para os membros da comunidade, sejam pais,

alunos, professores e outros que desejem dar sua contribuição na construção

de nossas atividades. Pois, consideramos aprendizagem todo e qualquer

elemento que venha favorecer o espírito de solidariedade e comunhão entre os

membros de uma comunidade na busca de melhores condições de vida para

os mesmos.

Para efetivar tais expectativas, o Colégio Estadual de Ourilândia – E.F.M. já

trabalha com alguns projetos que procuram envolver toda comunidade

educacional local (os quais estão sucintamente descritos em “Nossas Ações”,

mais á frente).

São esses projetos a consolidação de esforços coletivos no sentido de garantir

a formação e o exercício da cidadania de forma responsável em nossos

educandos, pois os mesmos têm grande e importante participação na

preparação e execução dos mesmos.

23

5.11 CORPO DOCENTE

São os grandes aliados para efetivação deste projeto, pois são os que mais

diretamente trabalham com os educandos (as).Neste sentido há que se

considerar a imensa responsabilidade de todos segmentos para com este : o

corpo docente. No sentido de apoiar e valorizar suas ações, orientando e

compartilhando quando for possível ou necessário; pois são os que (apesar da

grande dificuldade de muitas vezes efetivar as teorias devido as intensas e

recorrentes transformações que ocorrem e para as quais não somos

formados) têm buscado garantir a tarefa de propiciar trabalhos com os

conhecimentos escolares de forma a garantir a formação dos cidadãos em

nossa escola.

5.12 CORPO DISCENTE

Nossos alunos gostam do Colégio e valorizam os projetos que aqui

desenvolvem em conjunto com os professores.

Sendo o Colégio o único espaço para atividades culturais e esportivas em

nossa comunidade, a participação dos estudantes é muito grande e muito

produtiva.

Assim, é fácil perceber o motivo pelo qual a grande maioria tem a “Educação

Física” como sua preferência principal dentre as atividades que aqui são

desenvolvidas, seguida pelos eventos como os “Jogos da Amizade”, “Festas

Comemorativas”, as palestras e muito especialmente nossos alunos citam a

qualidade e a dedicação dos nossos professores como sendo um ponto

positivo de grande valor para o bom desenvolvimento dos trabalhos.

Além disso, os alunos gostam dos espaços que aqui existem, apontando a

biblioteca como um local propício à criação, ou ao aprimoramento de seus

conhecimentos e sentem verdadeira euforia quando propiciado aos mesmos o

uso do Laboratório de Informática (recém inaugurado através do Programa

24

Paraná Digital) vendo este espaço como local onde possam satisfazer seus

anseios e curiosidades em relação à modernidade da tecnologia.Também

pedem cobertura da quadra poli esportiva para melhor conforto e segurança

dos alunos atletas nas atividades diárias e no evento esportivo mais importante

que promovemos aqui no colégio de Ourilândia o Jogos da Amizade–

projeto este que em 2007 realiza sua 14ª edição .

São estudantes que têm no estudo a esperança de construir um futuro melhor

para si e suas famílias; estando muito apreensivos com a crescente violência

social (crimes, assaltos à mão armada...) que começam a acontecer em nossa

comunidade, demonstrando que necessitam dialogar e reunir forças para

entender esta realidade que há pouco tempo não fazia parte desta pequena

localidade. A pesquisa também demonstrou o desejo de conhecerem cada vez

mais e melhor o mundo que vive, além das pequenas fronteiras de nossa

comunidade.

Para tanto, esperam que a escola os auxilie de forma dinâmica, atrativa,

propiciando momentos de intercâmbio cultural entre as classes e junto a outros

Colégios. Desejam continuar aprimorando técnicas de pesquisa, aulas de

laboratório e outras dinâmicas que favoreçam o enriquecimento cultural e as

relações de amizade e solidariedade típicas de pequenas localidades como a

nossa.

Como pensam desta maneira, acham justo serem avaliados continuamente, de

forma que sejam valorizados todos os aspectos possíveis na dinâmica escolar.

Pois entende que um bom aluno é bem mais que a nota de uma prova escrita.

E que este “Bom Aluno” se faz nas relações entre os membros de uma

comunidade, interessados em alcançar os melhores resultados em seus

objetivos; utilizando todo potencial de que é capaz sob todos os aspectos e em

todos os momentos para construção do conhecimento.

A contribuição dos alunos se dará à medida que forem se conscientizando da

importância de se prepararem de maneira comprometida (em todos os

sentidos) para superar os desafios de suas realidades com respeito,

25

solidariedade e conhecimento na busca de sua dignidade enquanto ser

humano e cidadão.

Para tanto o envolvimento dos mesmos nas atividades será o foco principal de

nossas ações; visando que os mesmos se sintam seguros no ambiente para

poder dar suas contribuições, através de opiniões e saberes na construção da

aprendizagem que pretendemos.

5.13 PERFIL SÓCIO ECONÔMICO DA COMUNIDADE ESCOLAR

Os pais de nossos alunos são como já visto, em sua maioria, pequenos

agricultores ou trabalhadores volantes que exercem atividades, onde há

colheitas ou serviços manuais.

Quanto às mães, muitas ajudam no serviço da “roça” para reforçar o orçamento

familiar, outras cuidam dos filhos e da casa, enquanto algumas trabalham no

colégio local ou na creche.

Apesar de esforços, a renda média da maioria das famílias fica em torno de 01

salário mínimo e necessita receber auxílio de entidades sociais, como o

programa social Bolsa Família e também recorrem aos serviços do posto de

saúde municipal, quando há problemas de saúde.

Contudo, dentro de suas possibilidades, as famílias têm lutado no sentido de

garantir a casa própria, para abrigar seus membros, sendo muitas famílias

beneficiadas com a viabilização e construção da “Vila Rural” em nosso distrito.

Além de procurar abrigo, as famílias estão buscando ampliar noções de saúde

e higiene, que muitas vezes foram temas de debates e projetos do nosso

Colégio e outras entidades comunitárias.

No entanto, são sujeitos merecedores de grande respeito, visto que trazem

muitas histórias em sua trajetória e se mostram receptivos ao diálogo e a

participação nas amostras culturais e nos eventos promovidos pelo Colégio.

26

Considerando o exposto, o perfil de nossa comunidade escolar se define como

sendo indivíduos simples, necessitados de orientações e sugestões práticas

que os auxiliem em suas lutas diárias, pois o nível sócio cultural dos mesmos é

muito defasado: em sua quase totalidade estudaram somente a Primeira ou

quando muito, a Segunda série do antigo primário.

5.14 CRITÉRIOS DE ORGANIZAÇÃO DAS TURMAS

A organização das turmas tem como princípio adequar as mesmas às

possibilidades dos estudantes. Sendo poucos alunos, ofertamos em média 1(

uma) turma de cada série por turno de funcionamento ( tarde e noite) onde os

alunos que tem disponibilidade ou preferência podem escolher em qual horário

é melhor frequentar as aulas.

Quanto ao horário para o trabalho com as turmas, a distribuição de aulas,

sempre que possível e depois de respeitada a legislação vigente sobre carga

horária de cada disciplina e modalidade, é feita de acordo com a experiência e

aptidão de cada professor para com a série ou modalidade pretendia.

Assim para o trabalho com as series iniciais por nós ofertadas (5ª, 6ª...)

procuramos distribuir as aulas a professores com maior experiência e

habilidade com crianças menores, pois nesta fase os alunos necessitam de

atendimento diferenciado para poder se adequar as mudanças e novidades

que a passagem para estas séries traz; também tomando o cuidado de sempre

favorecer a distribuição da carga horária de cada disciplina de forma a não

sobrecarregar os horários, deixando quando necessárias duas aulas da mesma

disciplina no mesmo dia, para que haja tempo necessário para desenvolver

atividades, mas não sendo em todas as disciplinas para que não haja

sobrecarga e desestímulo à concentração; principalmente no ensino noturno

onde estes alunos carecem de bastante estímulo para permanecer e despertos

depois de um dia inteiro de trabalho pesado.

Os turnos são definidos de modo a acontecer no mesmo horário que há o

expediente para a escola municipal ( pré -escolar e primeiras séries do ensino

fundamental) que conosco divide o prédio; assim foi definido junto a gestão

27

municipal para colaborar na economia e também para que muitos de nossos

alunos do turno vespertino ( que é quando tem expediente a escola municipal)

possam acompanhar seus irmão menores que ali estudam.

5.15 O PAPEL DE CADA SEGMENTO:

Equipe de Direção

A direção escolar é composta pelo diretor (a) e diretor (a) auxiliar,

escolhidos democraticamente entre os componentes da comunidade

escolar, conforme legislação em vigor.

A direção escolar é composta pelo diretor (a) e diretor (a) auxiliar,

escolhidos democraticamente entre os componentes da comunidade

escolar, conforme legislação em vigor.

Da organização do trabalho pedagógico O trabalho pedagógico compreende todas as atividades teórico -

práticas desenvolvidas pelos profissionais do estabelecimento de ensino

para a realização do processo educativo escolar.

A organização democrática no âmbito escolar fundamenta-se no

processo de participação e corresponsabilidade da comunidade escolar

na tomada de decisões coletivas, para a elaboração, implementação e

acompanhamento do Projeto Político Pedagógico.

A organização do trabalho pedagógico é constituída pelo Conselho

Escolar, equipe de direção, órgãos colegiados de representação da

comunidade escolar, Conselho de Classe, equipe pedagógica,

equipe docente, equipe técnico administrativa e assistente de

execução e equipe auxiliar operacional.

São elementos da gestão democrática a escolha do (a) diretor (a) pela

comunidade escolar, na conformidade da lei, e a constituição de um

órgão máximo de gestão colegiada, denominado de Conselho Escolar.

28

Do Conselho Escolar

O Conselho Escolar é um órgão colegiado de natureza deliberativa,

consultiva, avaliativa e fiscalizadora sobre a organização e a realização

do trabalho pedagógico e administrativo do estabelecimento de ensino,

em conformidade com a legislação educacional vigente e orientações da

SEED.

O Conselho Escolar é composto por representantes da comunidade

escolar e representante de movimentos sociais organizados e

comprometidos com a educação pública, presentes na comunidade,

sendo presidido por seu membro nato, o (a) diretor (a) escolar.

A comunidade escolar é compreendida como o conjunto dos

profissionais da educação atuantes no estabelecimento de ensino,

alunos devidamente matriculados e frequentando regularmente, pais e/ou

responsáveis pelos alunos.

O Conselho Escolar é regido por Estatuto próprio, aprovado por 2/3

(dois terços) de seus integrantes.

Dos Órgãos Colegiados de Representação da Comunidade Escolar Os segmentos sociais organizados e reconhecidos como Órgãos

Colegiados de representação da comunidade escolar estão legalmente

instituídos por Estatutos e Regulamentos próprios.

A Associação de Pais, Mestres e Funcionários - APMF ou similar,

pessoa jurídica de direito privado, é um órgão de representação dos

Pais, Mestres e Funcionários do estabelecimento de ensino, sem

caráter político partidário, religioso, racial e nem fins lucrativos, não

sendo remunerados os seus dirigentes e conselheiros, sendo

constituída por prazo de dois anos.

29

A APMF é regida por Estatuto próprio, aprovado e homologado em

Assembleia Geral, convocada especificamente para este fim.

Da Equipe Pedagógica

A equipe pedagógica é responsável pela coordenação, implantação e

implementação no estabelecimento de ensino das Diretrizes Curriculares

definidas no Projeto Político Pedagógico e no Regimento Escolar, em

consonância com a política educacional e orientações emanadas da

Secretaria de Estado da Educação.

A equipe pedagógica é composta por professores graduados em

Pedagogia.

Da Equipe Técnico Administrativa e dos Assistentes de Execução

A função de técnicos administrativos é exercida por profissionais que

atuam nas áreas da secretaria, biblioteca e laboratório de Informática do

estabelecimento de ensino.

A função de assistente de execução é exercida por profissional que atua

no laboratório de Química, Física e Biologia do estabelecimento de

ensino.

O técnico administrativo que atua na secretaria como secretário(a)

escolar é indicado pela direção do estabelecimento de ensino e

designado por Ato Oficial, conforme normas da SEED.

O serviço da secretaria é coordenado e supervisionado

Da Equipe Auxiliar Operacional

O auxiliar operacional tem a seu encargo os serviços de conservação,

manutenção, preservação, segurança e da alimentação escolar, no

âmbito escolar, sendo coordenado e supervisionado pela direção do

estabelecimento de ensino.

30

Compete ao auxiliar operacional que atua na limpeza, organização e

preservação do ambiente escolar e de seus utensílios e instalações. 5.16 ATRIBUIÇÃO: AGENTE EDUCACIONAL I E II

São grandes colaboradores na medida em que propiciam a organização e

manutenção adequada dos diversos espaços onde acontecem as atividades

educativas; favorecendo a qualidade de atendimento e higiene para o bem

estar de todos envolvidos; também são os responsáveis pelo zelo na guarda e

preparação dos alimentos que em nossa realidade é uma das condições

primordiais para o bom desempenho dos alunos, pois a carência e as

distâncias muitas vezes fazem da merenda escolar um grande estímulo ou

reforço na disposição para as atividades.

Perfil dos Agentes Educacionais I

Os agentes educacionais I consideram a escola algo muito importante, uma

necessidade para as crianças, o lugar que lhes assegura o sustento, onde

passam grande parte de seus dias, além de ser um local de conhecimento e

cultura. Consideram-se também educadores uma vez que participam da vida

estudantil, convivendo com os alunos e, consequentemente, também

educando-os.

Perfil dos Agentes Educacionais II

Os agentes educacionais II são também um educadores, devendo participar

ativamente do plano de ação do estabelecimento, conhecendo a legislação

vigente, estratégias de conquista e reconhecimento da importância da vida

escolar do educando. Sendo a instituição escolar um lugar de ensino,

aprendizado e avaliação, cabe aos agentes educacionais II participarem de

todos os encontros pedagógicos, bem como sugerir e aceitar sugestões no

desempenho de suas funções, num processo de otimização e construção do

projeto político pedagógico.

.

31

5.17 PARTICIPAÇÃO DOS PAIS

A participação deste segmento será de grande importância para a efetivação

de nosso projeto; pois sendo a formação de seus filhos nossa maior intenção,

necessitamos mais que tudo da participação, acompanhamento, partilha e

sugestões para construirmos um caminho adequado para este intento de forma

a garantir que os objetivos, sonhos e aspirações dos mesmos em relação a

este projeto sejam também contemplados nas atividades desenvolvidas. O

papel dos pais neste sentido será de verdadeiros parceiros, que também

buscaremos valorizar e incluir em nosso trabalho.

Para tanto, solicita que o Colégio continue promovendo palestras educativas;

auxiliando na formação moral, valorizando a disciplina e o respeito mútuo como

valores primordiais à convivência comunitária.

Percebemos, portanto, nos anseios dos pais, o desejo de que a escola seja

competente e exigente para com os alunos com vistas à integração dos

mesmos na sociedade como indivíduos solidários e responsáveis e no mercado

de trabalho como profissionais competentes, que tenham instrumentos capazes

de melhorar suas condições de vida e contribuir para o bem estar de seus

semelhantes.

Assim esta gente simples, religiosa, que pratica sua fé com singeleza na

esperança de dias melhores, tem uma boa impressão da escola, pois esperam

que esta os auxilie na educação de seus filhos, para uma vida digna, com

valores humanos permeando toda a vivência.

Além de ter expectativas sobre nosso currículo, no sentido de oferecermos

cursos profissionalizantes que atendam as necessidades agrícolas da

comunidade local, espera que possamos oferecer, também, recursos

tecnológicos básicos para que nossos alunos se situem frente à nova realidade

que se impõe com a globalização, pois estão muito preocupados com a falta de

emprego para garantir a sobrevivência de suas famílias e tem muito receio

32

quanto à violência dos grandes centros onde esperam encontrar mais

oportunidades.

5.18 ORGANIZAÇÃO DO TEMPO E ESPAÇO

Todos os espaços de convivência comunitária do Colégio estão disponíveis aos

nossos alunos e comunidade desde que obedecidas às normas que regem os

horários e que as atividades sugeridas sejam adequadas e compatíveis com os

mesmos.

Assim o uso da biblioteca será feito conforme determinações “do Regulamento

Interno” da mesma que se pauta em orientações de convivência em ambiente

público e respeito para com as normas de conservação do ambiente e dos

materiais que ali se encontram.

Durante algum tempo ficamos sem ter um responsável neste setor o que muito

nos angustiou, pois a comunidade escolar precisa constantemente fazer

consultas e trabalhos e nem sempre sabíamos em qual horário teríamos

alguém disponível para acompanhar e supervisionar o bom andamento dos

trabalhos. Isto muito dificultou a dinâmica do atendimento nas atividades

escolares ali realizadas e também a preservação e conservação dos livros,

materiais e bens ali existentes (muitas vezes não podíamos negar o acesso à

mesma, pois é a única fonte de pesquisa da comunidade e não contávamos

com alguém disponível para acompanhar durante todo o tempo estes alunos ou

mesmo as pessoas da comunidade). Sendo assim, durante a elaboração deste

projeto elegemos como uma prioridade buscar junto aos órgãos competentes a

contratação de um (a) funcionário (a) para atender a este fim e zelar pela

biblioteca. Hoje podemos dizer que tivemos uma vitória neste aspecto:

contamos atualmente com bibliotecária para atender aos alunos e

comunidade escolar, e para catalogar e organizar o material existente e o que

tem chegado a nossa Biblioteca.

Os laboratórios (de Ciências e de Informática), a sala de vídeo, o “salão de

apresentações” e a quadra poli esportiva são utilizados para atividades de

acordo com horários agendados antecipadamente junto à coordenação de

apoio pedagógico ou à direção; após ser verificada a adequação da natureza

das atividades pretendidas com o horário disponível e finalidade das mesmas

para que estas não venham perturbar ou comprometer o sucesso de outras.

33

5.19 RELAÇÃO ENTRE PROFISSICIONAIS DA ESCOLA E DISCENTE

Conhecendo o papel de cada segmento e instância colegiada, podemos

analisar que todos têm responsabilidades e contribuições para efetivação deste

Projeto. Mesmo que alguns segmentos tenham, a partir de suas natureza de

constituição, objetivos com aspectos bem administrativos, na perspectiva que

propomos em nossas reflexões feitas ao longo deste projeto, consideramos

que devam estar interligados e objetivando a qualidade das ações de

formação dos educandos.

Sendo desta forma qualquer atividade que os segmentos tomarem para si, terá

sempre a finalidade maior de contribuir para que os direitos de acesso,

permanência e igualdade de condições com qualidade e dignidade sejam

respeitados e vivenciados.

5.20 FORMAÇÃO CONTINUADA DOS PROFISSIONAIS

Além de incentivar e disponibilizar a participação nos Seminários e Grupos de

Estudos propiciados pela SEED utilizamos os momentos de Hora-atividade e

os Conselhos de Classe para efetivar momentos de leituras e reflexões

pertinentes à prática educativa. Também contamos com “o bem vindo espaço”

das Reuniões Pedagógicas já estabelecidas em calendário, que muito tem

ajudado nas reflexões e organização do trabalho pedagógico.

O Grupo de Estudo que é uma modalidade de formação continuada,

descentralizada e oportuniza a participação de Profissionais da Educação da

Rede Pública Estadual, Profissionais das Escolas Conveniadas e Comunidade

Escolar. Os encontros serão aos sábados, ao longo do ano letivo, tendo um controle de

frequência único, cuja certificação estará vinculada à presença e produção

final.

OBJETIVOS

34

Oportunizar constantes reflexões e adequações entre teoria e prática a

professores e funcionários, visando melhoria na qualidade de

atendimento no âmbito escolar;

DETALHAMENTO

Efetivar momentos para que haja leituras e trocas de experiências bem

sucedidas visando enriquecer ou mesmo redimensionar as práticas

adotadas;

Palestras;

Fóruns;

Oficinas;

Mini cursos de informática para professores e funcionários;

Utilizar computador, vídeos e outros...

CONDIÇÕES

Recursos humanos da comunidade (parcerias com o município);

Hora atividade;

Grupos de estudos;

Parcerias com faculdades e apoio do NRE.

CRONOGRAMA

Bimestralmente ou quando necessário. RESPONSÁVEIS:

Direção

Equipe Pedagógica

Professores

APMF - Associação de Pais, Mestres e Funcionários do Colégio

Estadual de Ourilândia EFM

Conselho Escolar

35

5.21 EQUIPAMENTO FISÍCO E PEDAGÓGICO

Sala de aula: As salas de aula permitem a organização do mobiliário de

acordo com as atividades (circulo, trabalho em grupo, etc.),são arejadas

e iluminadas ,possui carteiras disponíveis para o uso de todos os alunos,

há mesas e cadeiras para o professor e TV 29 tela plana, com entrada

USB.

Biblioteca: A biblioteca é um espaço pedagógico democrático com

acervo bibliográfico à disposição de toda a comunidade escolar. A

biblioteca estará sob a responsabilidade de integrante do quadro

técnico-administrativo, indicado pela direção.

Laboratório: O laboratório de Química, Física e Biologia é um espaço

pedagógico para uso dos professores e alunos, com Regulamento

próprio, aprovado pelo Conselho Escolar, que tem por finalidade auxiliar

a compreensão de conteúdos trabalhados nas disciplinas.

Laboratório Paraná Digital e Proinfo: O laboratório de Informática é

um espaço pedagógico para uso dos professores e alunos, com

Regulamento próprio aprovado pelo Conselho Escolar, que tem por

finalidade auxiliar a compreensão de conteúdos trabalhados nas

diferentes disciplinas do Ensino Fundamental, Médio e Educação

Profissional, como uma alternativa metodológica diferenciada com

acesso à Internet por rede óptica e ainda impressão a laser.

Quadra de Esporte: O espaço para o ensino e a prática de esporte,

responde às necessidades da escola, pois temos uma quadra coberta

com rampa de acesso e corrimão, a qual é bem aproveitada por todos

os alunos.

Banheiros: Há banheiros disponíveis para o uso de todos e estão em

boas condições de uso, são bem utilizados ( sem ociosidade)

Cozinha: A cozinha é arejada e limpa, a merenda é preparada na

própria escola, é balanceada e nutritiva, todos os alunos tem acesso à

mesma.

Pátio: O pátio é seguro, é aproveitado para refeitório e atividades

pedagógicas quando necessário.

36

Materiais para o uso do professor: Há quadro branco em todas as

salas de aulas, apagador e marcador para quadro branco, giz, livros,

jogos, mapas, etc.,disponíveis para o professor. Esses materiais

respondem às necessidades da prática pedagógica, estão em boas

condições de uso, seu conteúdo respeita a diversidade humana e a

igualdade entre todos.

Equipamentos: (televisão, Computador, Videocassete, DVD,

Aparelho de Som, Retro projetor, TV Multi- mídia/ Pendrive, Data Show, Duplicador a Álcool, Acesso à Internet): Esses equipamentos

estão em boas condições e respondem à prática pedagógica. O

conteúdo de vídeos, DVD’S, os programas da TV Escola, outros

programas, acesso à Internet e música, os aparelhos de retro projetor e

mimeógrafo são utilizados na escola respeitando a diversidade humana

e a igualdade entre todos. Os membros da comunidade ( alunos, pais,

professores, funcionários, etc.), têm acesso a esses equipamentos.

5.22 ACOMPANHAMENTO E REALIZAÇÃO DA HORA ATIVIDADE

A Hora- Atividade é o tempo reservado ao professor em exercício de docência,

para estudos, avaliação e planejamento.

Cabe a equipe Pedagógica coordenar as atividades coletivas e acompanhar as

atividades individuais a serem desenvolvidas, durante a hora- atividade.

Cabe a direção além de outras tarefas o acompanhamento e informação à

comunidade escolar da disponibilidade de horário de atendimento do professor

aos alunos e pais.

Cabe aos professores, sob a orientação e coordenação da Equipe Pedagógica

ou Direção do estabelecimento, planejar, executar e avaliar as ações a serem

desenvolvidas durante o cumprimento da hora-atividade.

Sempre que possível (considerando a grande rotatividade de professores e a

distribuição da carga horária dos mesmos por vários estabelecimentos)

37

procuramos organizar esta atividade envolvendo professores da mesma

disciplina ou áreas afins, para que possam estar fazendo leituras, traçando

ações e pensando em atividades que favoreçam o aprendizado. Utilizando-se

da troca de experiências nestes momentos como meio de favorecer o processo

de ensino aprendizagem.

5.23 CULTURA AFRO

-Ênfase dos trabalhos com os aspectos históricos e sociais do tema nas

disciplinas de história, artes, sociologia e língua portuguesa; mas também em

todas as disciplinas este trabalho está sendo estruturado durante todo o ano

letivo e não somente em datas pontuais de “comemoração”.

-Organização de apresentações artísticas ( danças, música, , dramatizações)

sobre o tema com prioridade em seu aspecto de formação na consciência de

respeito a diversidade e multiculturalidade; e os impactos de atitudes de

segregação e desrespeito sobre nossa comunidade e sociedade em geral;

-Pesquisa, leitura, análise de vídeos, palestras e informações sobre

remanescentes quilombolas, sempre com vistas à formação da cidadania e

respeito.

(A Cultura Afro-Brasileira e Africana foi lançada a lei federal nº 10.639 de 2003,

que modificou a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB),

estabelecendo a obrigatoriedade do ensino de cultura africana e afro-brasileira

nas escolas públicas e privadas de todos os estados brasileiros).

5.24 ESCOLA DO CAMPO

As relações vivenciadas por nossos educandos são construções de uma

“EDUCAÇÃO DO CAMPO” onde estes têm modos de produção e relações com a

cultura produzida de modo diferente como acontecem nos grandes centros.

Assim, se não trabalharmos por uma construção de um Currículo que vise

também à valorização destes saberes, corremos o risco de não conseguirmos

manter estes alunos em “nossos bancos escolares”, pois muitas vezes os

conteúdos não favorecem a melhoria de suas vidas, tampouco lhes oferecem a

38

oportunidade de reconhecê-los em sua prática cotidiana como instrumento para

transformá-la. Isto tudo aliado ao fato de serem, na grande maioria,

trabalhadores braçais que tem a luta diária por sobrevivência marcada pelas

precárias condições de trabalho e dignidade, não havendo espaços para o

diálogo e reflexão.

Assim, torna-se imprescindível neste momento retomarmos o nosso

compromisso com vistas à superação deste abismo, buscando melhor

formação, revendo conceitos e práticas se necessário for, ao sentido de

garantir a intermediação do Currículo com seu principal envolvido: o aluno

cidadão.

Neste processo, o trabalho permanente com algumas percepções se faz

preciso como a compreensão crítica dos conteúdos socialmente produzidos,

a seleção dos conteúdos de acordo com os objetivos propostos e a

permanente atenção ao Currículo Oculto.

Cabe enfim ampliar a discussão e o debate para a definição de um Currículo

que seja verdadeiramente favorável à formação humana, com qualidade e que

oriente para a prática diária das relações sociais e para cidadania.

Acreditamos então que, nosso conceito de Currículo deva ser ampliado, como

explicito nas DCNs:

“Deve ser concebido como construção cultural que propicie a aquisição do saber de forma articulada. Por sua natureza teórico - prática, essencialmente orgânica, o currículo deve ser constituído tanto pelo conjunto de conhecimentos, competências e habilidades, como pelos objetivos que busca alcançar. Assim, define-se currículo como todo e qualquer conjunto de atividades acadêmicas que integralizam um curso. Essa definição introduz um conceito de atividade acadêmica curricular – aquela considerada relevante para que o estudante adquira competências e habilidades necessárias a sua formação e que possa ser avaliada interna e externamente como processo contínuo e transformador, conceito que não exclui as disciplinas convencionais”. (DCNs)

Assumindo assim, uma perspectiva de construir a sociedade, não apenas

por meio da distribuição dos saberes disponíveis, mas, sobretudo, pela

produção de novos saberes que surgem dos novos projetos e

39

conhecimentos que nos levam a relações interativas com nossos pares e

com o mundo.

Acreditando que os conteúdos e atividades propostos no Currículo têm como

objetivo exprimir a necessidade de cada curso proposto numa busca

integradora, possibilitando o aprendizado teórico-prático, comprometido com

o alcance de seu conteúdo formativo sem perder de vista o teor de

responsabilidade que supõe este processo. Como aponta Cordiolli ( 2004)

“(...) quem produz propostas curriculares tem imensa responsabilidade, pois define o que vai ser estudado e o que não vai; os saberes que serão disponibilizados e os que serão negados; classifica e veicula valores,padrões de conduta,de linguagens, de pensamento,e estéticos. Reestruturar currículos é definir formas de regulação da vida, da formação de identidades que estarão na arena disputando com outras instâncias de formação humana (...) assim, é fundamental que a proposta curricular reconheça a diversidade e o direito à diversidade (...)”.

5.25 INCLUSÃO

A educação de pessoas com necessidade especiais, que, tradicionalmente

se pautava num modelo de atendimento clínico e segregado, tem se voltado,

cada vez mais, para chamada Educação Inclusiva. Essa proposta preconiza

que todos os alunos, mesmo aqueles em condições que afetam diretamente

a aprendizagem - deficiências sensoriais (surdez e cegueira), mental ou

cognitiva, e os transtornos severos de comportamento (autismo e psicoses)

– devem ter a possibilidade de integrar-se ao ensino regular,

preferencialmente sem defasagem idade série.

A Educação Inclusiva, em suas diversas modalidades, é hoje proposta de

intervenção amparada e fomentada pela legislação em vigor, e determinante

das políticas educacionais tanto em nível federal, quanto estadual e

municipal.

40

A Escola Inclusiva, em nosso país, toma uma dimensão que vai além da

inserção das pessoas com necessidades especiais, pois esses não são os

únicos excluídos do processo educacional.

De acordo com as Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação Especial

(BRASIL,1998ª), o conceito de Escola Inclusiva implica uma nova postura da

escola comum que propõe, no projeto político pedagógico, no currículo, na

metodologia de ensino, na avaliação e na atitude dos educadores, ações

que favoreçam a integração social e sua opção por práticas heterogêneas.

Ensinar o aluno com necessidades especiais junto com os demais é o

grande desafio da Educação Inclusiva, pois é nesse aspecto que a inclusão

deixa de ser uma filosofia, uma ideologia ou uma política, e se torna ação

concreta em situações reais, envolvendo indivíduos com dificuldades e

necessidades específicas.

A inclusão de alunos com necessidades especiais na classe regular implica

o desenvolvimento de ações adaptativas, visando à flexibilização do

currículo, para que ele possa ser desenvolvido de maneira efetiva em sala

de aula, e atender às necessidades individuais de todos os alunos e a

adaptação do ambiente escolar. Nossa escola vem procurando fazer as

adaptações necessárias no ambiente físico com; rampa de acesso e

corrimão, mas sabemos que estamos longe de ofertar uma escola com todas

as modificações necessária para receber alunos com deficiência física e com

deficiência múltiplas, pois o ambiente físico da escola tem que ser acolhedor

e não se parecer com uma inovação.

Consideramos de suma importância implementarmos em nosso Projeto

Político Pedagógico o compromisso de nossa escola com uma educação de

qualidade para todos os alunos, pois o aluno com necessidades

educacionais especiais é um indivíduo que se desenvolve de forma

qualitativamente, mas não pode ser considerado inferior ou incapaz de

aprender.

41

5.26 CELEM

O CELEM é um programa ofertado pela SEED que oportuniza a oferta do

ensino de Línguas com duração de dois anos com quatro horas aulas de 50m

cada, semanais, é ofertado para os alunos do ensino fundamental e médio, em

contraturno, funcionários do Colégio e para comunidade. O colégio optou por

ofertara língua de Espanhol com duas turmas. O programa foi implantado no

Colégio neste ano de 2010.

6. MARCO CONCEITUAL

6.1 CONCEPÇÃO DE EDUCAÇÃO, DE HOMEM, MUNDO, SOCIEDADE, DE CULTURA

A sociedade contemporânea tem passado por expressivas transformações de

caráter social, político e econômico. Essas transformações originam-se nos

pressupostos neoliberais e na globalização da economia que têm norteado as

políticas governamentais.

As recentes mudanças no plano social e político como a globalização, a

modernização econômica e o fortalecimento dos direitos da cidadania, aliadas

à revolução tecnológica e à velocidade e disseminação de informações têm

trazido novas demandas para a Escola e para o docente. Nesse cenário,

percebemos que é preciso ajudar os alunos a compreender e dar sentido à

avalanche de informações e conflitos a que são expostos cotidianamente.

No contexto brasileiro a crescente expansão das matrículas maciças no ensino

fundamental; os avanços no sentido de universalizar o acesso e permanência

ao ensino obrigatório transformam as expectativas educacionais como afirma

Saviani (1996): “A crescente incorporação das massas aos sistemas educacionais tornou crucial a relação entre estes e o sistema social. Funções que anteriormente exerciam a família, a comunidade ou a relação de trabalho passaram a ser desempenhadas pela educação.”. Esta expansão não ocorreu de forma tranqüila e imediatamente eficaz como afirmou o então senhor Ministro da Educação Tarso Genro(2004) :

42

“Nos últimos anos ocorreram avanços na educação, mas ainda existem grandes problemas a serem enfrentados. A universalização do ensino fundamental, por exemplo, não se traduziu em qualidade. Mais de 50% desses alunos apresentam níveis críticos nas áreas de Português e Matemática. (...) Isso sem falar das carências do ensino infantil e médio. O enfrentamento dessas questões requer políticas estruturantes e de longo prazo. São problemas graves e que demandam uma ação continuada, envolvendo a União, Estados e Municípios.”

Podemos sentir que a Educação necessita mais do que nunca ser construída

e efetivada como um ato intencional que vise orientar para o enfrentamento

destas questões que ora se instalam em nossa atualidade, servindo para

aprimorar as práticas e vivências dos homens enquanto cidadãos produtivos e

com condições de participar e atuar sobre e com o que produzem.

Tais questões inevitavelmente foram ( e são) refletidas na realidade e prática

em nosso Estado como em nosso Município pois, somos levados a adotar

políticas voltadas ao interesse dos governos, aos quais somos subordinados, e

estes muitas vezes tiveram e têm seus interesses atrelados a financiamentos e

projetos de organismos e entidades financeiras internacionais que

estabeleceram e estabelecem na inserção ao mercado de trabalho e no modo

de produção global a finalidade da educação; o que fica claro quando

analisamos a afirmação:

“Houve a imediata associação com os processos de mudança no mundo contemporâneo, produzindo a vinculação das mudanças curriculares à aceitação das mudanças no mundo globalizado. Pela afirmação de que o mundo mudou, foi construída a idéia de que a educação tinha que mudar para atender às mudanças desse mundo. Nesse caso, a direção dessas mudanças foi entendida como inexorável e, portanto, inquestionável. (...) coube a escola formar o cidadão capaz de se inserir no mundo em mudança. Tal adequação foi entendida como adaptar os alunos às novas formas de trabalho no mundo produtivo.” (Lopes, Alice Casimiro, 2004).

Nestes últimos anos então, tivemos no cenário paranaense uma ruptura em

nossa capacitação quanto a concepção da Pedagogia Histórico – crítica que

por nós já era estudada e adotada desde a elaboração do Currículo Básico

para as Escolas Públicas do Estado do Paraná ( 1990) ou seja já era legitimada

pela nossa prática; porém com as mudanças de governo e diretrizes políticas

este foi “deixado de lado” para dar lugar a proposta dos Parâmetros

Curriculares Nacionais ( PCNs) ( 1996) que foram amplamente divulgados e

socializados dentro do âmbito escolar. Este previa uma autonomia grande para

as escolas, mas em nome desta ou por omissão à responsabilidade devida, o

que houve em muitos casos foi um abandono aos professores à sua própria

43

sorte ou responsabilidade e senso comum (as capacitações foram esquecidas;

os eixos e concepções norteadoras não eram claros ou definidos; mesmo

quando por sentir faltar um direcionamento, questionávamos a este respeito);

sendo estas questões muito relevantes para a reflexão inerente ao trabalho

pedagógico, acabamos por nos ver em um quadro onde os objetivos e

finalidades da educação que praticávamos não estava definido; situação esta

que se tornou angustiante e preocupante visto que contamos com um quadro

de docentes responsáveis que notadamente percebiam “um certo caos” nas

propostas , projetos e ou disciplinas que sem muita fundamentação ou base

teórica eram inseridas nas Matrizes Curriculares. Como nos aponta a atual

superintendente da Educação da SEED/PR, a Profª Drª Yvelise Arco-Verde

(2004):

“( ...) Um dos outros reflexos danosos deste processo é observado no Estado que, ao fazer o levantamento, por exemplo, da composição das disciplinas da parte diversificada trabalhadas nas escolas, fixada em 25% do total das disciplinas trabalhadas pelo Conselho Estadual de Educação, os números demonstram que atualmente estão em prática nas escolas públicas do Estado, milhares de disciplinas que evidenciam, além da fragmentação de propostas, um abandono do professor “à própria sorte”, sem se perceber o conjunto ou a totalidade de um projeto educacional de formação dos alunos paranaenses.”

Tal situação perdurou até que o atual governo estadual se organizasse, fizesse

os levantamentos e estudos da realidade posta e então elaborasse um plano

de ação que visa resgatar e reestruturar em termos não somente de

organização, mas de ideologia e objetivos, a Educação Paranaense em

consonância com a tendência nacional e global que já pode ser percebida pela

cobrança de valorização das capacidades cognitivas aliadas as capacidades de

convivência e preservação da vida humana digna e solidária como um todo.

Pois com as tecnologias da tão citada “globalização” os efeitos nocivos de

práticas excludentes, discriminatórias e ou degradantes ( considerando os

seres humanos e o meio ambiente) são percebidos e difundidos em escala

vertiginosa por todo planeta em questão de pouco tempo e a análise de tais

práticas como um todo nos dá a noção da necessidade que temos de criar

mecanismos capazes de reverter, minimizar ou sanar tais práticas

urgentemente para podermos continuar nossa existência de forma plena.

44

Diante deste cenário consideramos que os PROFESSORES passam a ser vistos

como elementos essenciais, na realização da difícil tarefa de reconstrução e

atualização das escolas. Hoje somos desafiados a atender com eficiência às

necessidades de alunos de origens e interesses diversos, para quem a escola

até agora não teve muito significado (seus familiares muitas vezes são os

excluídos de anos anteriores).

Assim passamos a entender que o professor para atuar nos dias de hoje:

“(...) terá que ser acolhedor da diversidade e aberto à reflexões e discussões para favorecer a inovação, não como modismos mas como característica inerente a clientela que atendemos atualmente.Para tanto a ação do mesmo precisa estar centrada não somente no conteúdo a ser trabalhado mas também na relação ; para que esta seja de provocação e troca de saberes, mobilizando afetos e valores que irão dar os contornos da construção do conhecimento que se pretende.” ( Ofício de Professor: aprender mais para ensinar melhor. São Paulo: Fundação Victor Civita, 2004.)

Ora, para se chegar a este intento mais do que nunca se faz necessário

compreender as necessidades de nossos alunos, aproximar-se do universo

deles e refletir qual é o sentido que esses alunos podem dar aos

conhecimentos curriculares dentro do mundo e das circunstâncias humanas

nas quais estão se desenvolvendo.

Em função de todas estas mudanças que ocorrem de forma inevitável e

contínua na própria história humana e (mais particularmente ao assunto) nos

últimos anos no âmbito educacional; nós, professores, nos sentimos muitas

vezes angustiados com questões que são inerentes a este processo e para as

quais necessitamos estar refletindo pois estas profundas mudanças que

ocorreram na escola brasileira ( na nossa escola!!) , nas condições de vida e de

trabalho do professor, bem como nas relações que permeiam estes processos;

nos remetem à vários dilemas que vão também nos influenciando e criando

expectativas pois entendemos que somos também “constituídos na interação”.

É imprescindível então tomarmos consciência e chegarmos à definição de

nosso papel: se mero “tomador de conta de crianças”, “dador” de aulas ou se

entendemos por professor:

“ (...) aquele sujeito que está inserido no processo de humanização, que faz a educação por meio do ensino, que está implicado na tarefa de favorecer a apropriação crítica, criativa, duradoura e significativa da herança cultural ( em termos conceituais,

45

procedimentais e atitudinais) , como mediação para construção da consciência, do caráter e da cidadania plena para todos(...) .” ( Vasconcellos, Celso,2003)

Isto estando claro, definido e bem firmado em nossos propósitos teremos

condições e equilíbrio para responsavelmente buscar soluções e mediações

para conflitos que se fazem presentes em nossa prática pedagógica tais como:

- Sobre o Magistério (Formação que não condiz com o que a realidade

demanda, carga horária elevada e distribuição da mesma em vários

estabelecimentos, condições de trabalho inadequadas, grande rotatividade de

professores inclusive durante o ano letivo);

- Sobre a Escola: (questionamento de sua validade, acusação de reprodutora

do sistema, não definição concreta de seu papel, número elevado de alunos

por sala de aula, falta de material e instalações adequadas... );

- Sobre os alunos: (chegam à escola com poucos ou nenhum limite trabalhado

pela família que não está conseguindo sobreviver e cuidar da formação de

seus membros, desmotivados para o ato educativo formal que há nas escolas,

sem estímulos e perspectivas , marginalizados pelo sistema e,

conseqüentemente , desprovidos de valores enquanto seres humanos);

Neste ambiente pouco “estimulante” é que pretendemos dar vida as nossas

aspirações; concretizar a necessidade de transformação, movidos pela reflexão

entre a teoria e a prática que permeiam nossa vivência. Pois sabemos que a

atividade teórica possibilita o conhecimento da realidade e estabelece as

finalidades de sua transformação, mas isto não é suficiente. Precisamos atuar

na prática e confrontar à luz dos problemas que se dimensionam em nossa

realidade se estamos satisfeitos, se nossa teoria é suficiente para dar conta

dos mesmos ou faz-se necessário buscar outras alternativas e

conseqüentemente novas leituras que contemplem estas novas necessidades.

Estando vivendo e convivendo com as inovações da globalização, sentimos

mais do que em qualquer momento histórico, que este MUNDO é nossa

realidade, que condições materiais são importantes, mas não são os únicos e

principais entraves para a realização de uma Educação de Qualidade. Assim,

antes ou apesar disto vamos percebendo que cada vez mais, cabe a nós

trabalharmos com a produção de sentido (sentido da vida, do homem, da

cidadania, da solidariedade...) como afirma Celso Vasconcellos (2003)

46

“Com a crise dos modelos, dos paradigmas tradicionais, aliada à revolução tecnológica, estamos colocados como nunca diante de tarefas históricas extraordinárias: simplesmente recriar as formas de organização das relações entre os homens, o trabalho, a afetividade, o lazer, a cultura, a política, uma vez que as condições para a reprodução material da vida estão dadas potencialmente, todavia, ao mesmo tempo estão aprisionadas em uma estrutura ultrapassada de organização social, gerando uma contradição fundamental.” Finalizando, a situação para muito de nós, como vimos até aqui, está difícil;

buscamos com afinco, alternativas e transformações (o que é positivo); o que

não podemos deixar é que esta busca seja feita somente fora de nós mesmos,

mas percebermos o que de bom temos feito, compreender nossa realidade e

ganhar clareza em relação às finalidades, ao ideal, à utopia... e trabalhar para

que esta aconteça. As transformações sem dúvida, a nosso ver, podem e

devem ser promovidas pelos seres humanos que aqui convivem e fazem sua

história. Faz-se necessário então favorecer a construção de um projeto coletivo

que seja orientador em relação às novas práticas; propondo e repensando

sempre mais na visão de mundo que almejamos construir, vivenciar e deixar

para os próximos.

Temos consciência que, nos anos 80, emergiu uma proposta de

desenvolvimento que nos conduziu ao atual modelo de globalização que

vivemos e que este apoiou muito à falsa ideia de “valorizar e acreditar” na

sociedade como responsável e apta para gerenciar seus rumos como aponta

Boaventura:

“Temos que ter em mente que esse modelo apoiou muito a idéia de sociedade civil, devolvendo-lhe competências que estariam indevidamente nas mãos do Estado. Condenou-se o controle estatal de empresas públicas e do sistema de previdência social, saúde, educação... Dessa forma, se fortaleceu um conceito de sociedade civil que tem muito a ver com mercado e privatizações.” (SANTOS, Boaventura de Souza: Redação Sem Fronteiras Internet ,2004)

Ao analisarmos esta afirmação, percebemos que a partir das grandes fusões

ocorridas, as empresas foram ganhando força e poder; gerando a acumulação

de riqueza de poucos em detrimento de exclusão de muitos; deparamos-nos

então com uma sociedade heterogênea e fragmentada marcada por profundas

47

desigualdades de todo o tipo que foram cada vez mais exacerbadas pela

aplicação das políticas neoliberais.

Neste contexto, em permanente transformação, com o processo de

modernização do país e do mundo, com o avanço da qualificação em

tecnologia, temos convivido face a face com o aumento da complexidade das

relações sociais. Desigualdade e tensões têm caracterizado a sociedade

brasileira, exigindo das instituições públicas o comprometimento com o bem

coletivo. As enormes proporções da pobreza tornam necessários projetos

coletivos dotados de sustentação ética e racional. As incertezas que surgem,

quando são avaliadas estratégias para a superação da desumanidade

historicamente estabelecida, são resultantes da percepção da complexidade

dos problemas vividos no contexto com o qual interagimos. Essas incertezas

merecem tanto mais atenção, quanto mais se toma consciência das

responsabilidades diretas e indiretas associadas às tomadas de posição diante

dos problemas com que nos defrontamos em nossa sociedade.

Assim, quando falamos em SOCIEDADE estamos almejando um projeto que

promova o fortalecimento da mesma para enfrentar a situação aqui já descrita

que causa tanta insegurança e conseqüentes reflexos negativos e

angustiantes dentro de todas as esferas de nossa convivência. Almejamos a

união de cidadãos trabalhando em ações voluntárias, para conversar, discutir,

criar soluções... Sem necessariamente ou somente visando o lucro.

É essa concepção de sociedade civil, baseada na solidariedade, voluntariado e

reciprocidade, que nos interessa hoje. Além do mais, numa sociedade na qual

o mercado se tornou dominante, a sociedade civil solidária pode envolver e

auxiliar os oprimidos e explorados como alternativa a contrapor-se a força e

poder dos detentores de grande capital que procuram se firmar em valores nem

sempre éticos ou que visem o bem comum. Somente assim poderemos

enfrentar a realidade posta neste momento histórico que vivemos, pois

concebemos a sociedade como mediadora do saber, da educação, presente no

trabalho concreto dos homens, que criam novas possibilidades de ações

sociais a partir das contradições no processo de transformação da base

48

econômica.

O que fica explícito quando Boaventura nos diz que:

“A Ku Klux Klan ou o Bill Gates podem ser considerados sociedade civil, mas não daquela que queremos fortalecer. Eles sempre tiveram o Estado à sua mercê pela força financeira. Nós não temos o poder do dinheiro, mas dos princípios, das idéias, causas e valores. E temos a nosso favor a maioria da população mundial que é vítima do sistema atual.” ( BOAVENTURA de Souza Santos . Entrevista à Redação Sem Fronteiras,2004 )

Diante disto para que possamos estar contribuindo no sentido de realizar a

construção de um MUNDO melhor; com justiça e igualdade para todos como

almejamos, necessitamos estar cientes que cada concepção que possuímos

não é passiva, está sempre em ativa evolução e presente em todos nossos

atos e se não for auto-reconhecida, consciente, auto construída e interpretada

à luz de nossas realidades, estará sempre constituída de valores e crenças da

cultura dominante que nem sempre é nosso objetivo.

Buscando superar as dificuldades e ineficiências instaladas na prática

educacional cotidiana que se apresenta diante da situação acima exposta,

procuramos construir nossos trabalhos pautados em uma visão de

EDUCAÇÃO que vise o respeito à multiculturalidade com vistas a superação das

dificuldades encontradas no cotidiano dos educandos, em suas lutas diárias

pela sobrevivência e dignidade; para que esta venha colaborar para o acesso

ao saber e conhecimento com vistas à superação dos obstáculos que

permeiam a vivência e convivência humana.

Neste aspecto, o trabalho com o ensino de HISTÓRIA E CULTURA AFRO –

BRASILEIRA E AFRICANA vem ampliar a atenção para a diversidade cultural,

racial, social e econômica brasileira que é formada por várias etnias ( indígena

e asiática também são fortes presenças) e que enquanto educadores somos

responsáveis também na luta pela superação da discriminação racial/social.

Além do que o racismo é determinado como crime inafiançável em nossa

constituição, cabendo a nós o favorecimento de atitudes que visem não

somente cumprir a lei, mas realmente fazer parte da formação de cada cidadão

o respeito e compreensão de nossas origens enquanto brasileiros, pensando

49

sempre na qualidade desta formação para o próprio aluno e para a comunidade

a qual todos pertencemos.

Assim, passamos a entender a Educação no sentido que afirma Saviani,1997: “

(...) o papel da escola não deve ser o de reprodução da sociedade classista, mas antes o lugar da produção e apropriação e de socialização do saber. Esta é tarefa por excelência da Escola.(...)

Entendendo que a educação entre (ou para) várias culturas apresenta-se como

possibilidade concreta para enfrentar as situações-limite vividas por nós

educadores, ou seja, trata-se de uma visão de educação participativa e

colaborativa, pois:

“ ( ...) requer que se trate nas instituições educativas os grupos populares não como cidadãos de segunda categoria, mas que se reconheça seu papel ativo na elaboração, escolha e atuação das estratégias educativas” (FLEURI, 2000)

Neste sentido o destaque, então, fica por conta da intencionalidade

colaborativa da educação multicultural (ou intercultural), ao propor estratégias

educativas com a participação dos educandos e dos grupos populares. Essa

intencionalidade também é notada na educação “dialógica-problematizadora ao

propor o diálogo como estratégia de mediação de interesses entre os participantes do processo educacional.” (FREIRE, 1987).

Não esquecendo que há de se aprofundar sempre, e mais, o diálogo e a

reflexão para podermos construir práticas educativas que realmente favoreçam

este intento, pois não podemos deixar de perceber que não estamos satisfeitos

com a realidade educacional que se apresenta, mas também sentimos que é

muito difícil mudar o sistema educacional presente o que nos leva a esta

reflexão necessária para nos apontar um caminho; ao que afirma Gadotti:

“Enquanto não construirmos um novo sentido para a nossa profissão, sentido esse que está ligado à própria função da escola na sociedade aprendente, esse vazio, essa perplexidade, essa crise, deverão continuar” (GADOTTI, 2003 )

Ou, seja, vislumbrando a sociedade como uma sociedade “aprendente” e

proporcionando ações efetivas de mudanças de atitudes, acreditando que isto

50

muito contribuiria para a concretização de nossas aspirações. Para tanto há

que se considerar que nós, professores também estamos impregnados dos

“estilhaços” das práticas pedagógicas tradicionais, e que mesmo os que se

dizem renovadores, construtivistas, libertadores, ainda carregam cicatrizes do

seu próprio processo educativo. Então, mais uma vez reforça-se a

responsabilidade de posicionamento e entendimento que este vem também

carregado de ideologias que perpassaram ou perpassam nossa formação

enquanto cidadão e educador para então podermos almejar a realização da

Educação, como guia da sociedade , ou nos dizeres de Paulo Freire em

Pedagogia da Autonomia:

“Educar não é transferir conhecimento (...) educar exige compreender que a educação é uma forma de intervir no mundo (...) não posso ser professor se não percebo, que por não poder ser neutra, minha prática exige de mim uma definição”(FREIRE Paulo,1996)

E também:

“É sempre a sociedade que dita a concepção que cada educador tem do seu papel, do modo de executá-lo, das finalidades de sua ação, tudo isso de acordo com a posição que o próprio educador ocupa na sociedade. A noção de posição está tomada aqui no sentido histórico dialético amplo e indica por isso não só os fundamentos materiais da realidade social do educador, mas igualmente o conjunto de suas ideias em todos os terrenos, e muito particularmente no da própria educação. (...) Se a sociedade é o verdadeiro educador do educador, sua ação se exerce sempre concretamente, isto é, no tempo histórico, no momento pelo qual está passando seu processo de desenvolvimento. Por isso, em cada etapa do desenvolvimento social, o conteúdo e a forma da educação que a sociedade dá aos seus membros vão mudando de acordo com os interesses gerais de tal momento (VIEIRA PINTO, 2000).”

Portanto, percebemos que as diferentes Tendências Pedagógicas (as não

críticas e as críticas) concretizam as atuais práticas de ensino. Estes dois

paradigmas educacionais coabitam os sistemas de ensino porque,

historicamente, um surge a partir do outro e, consequentemente, um não existe

sem o outro. E revelam as diversas facetas que constituem a educação;

facetas que lhe dão sentido e são inerentes: processual (representa a história

do seres humanos); existencial segundo Saviani afirma “um fenômeno próprio

dos seres humanos (...) uma exigência do e para o trabalho”; intencional (se

faz com base nas concepções de homem e de ideologias previamente

determinadas) e libertadora, como afirma Boff, 2002: “se faz necessário

desenvolver uma educação que nos abra para uma democracia integral, capaz de

51

produzir um tipo de desenvolvimento socialmente justo e ecologicamente sustentado” (

BOFF, 2002. )

É neste “campo minado” que nasce a necessidade de também pensarmos uma

EDUCAÇÃO AMBIENTAL. Esta nasce por uma necessidade de reestruturação dos

sistemas de ensino que privilegiam o saber memorizado, a informação, a

competição, a profissionalização, a especialização. Nasce por uma

necessidade de estancar o caos social e ambiental vigente, onde impera a

miséria, a fome, a poluição, a destruição, e a marginalização.

Aqui encontramos o trabalho com a AGENDA 21 ESCOLAR, um elemento de

ações coletivas que certamente podem nos auxiliar nesta tão difícil, porém

imprescindível tarefa.

Também temos a necessidade de trabalharmos no sentido de superar a visão

padronizada que nossa sociedade tem dos seres humanos; pois esta classifica

os indivíduos, de acordo com seus padrões eleitos como ideais. Estamos

acostumados a um padrão de normalidade, e todos aqueles que fogem a este

padrão de beleza, de inteligência e capacidade, são considerados acima ou

abaixo deste padrão. No nível intelectual, os que apresentam uma inteligência

supostamente acima da média são considerados superdotados enquanto que

aqueles que apresentam uma inteligência abaixo deste padrão são,

geralmente, considerados “infradotados” ou deficientes mentais.

Para superar esta visão e fazer acontecer a INCLUSÃO de todos os cidadãos

(que têm direito ao acesso e qualidade nas escolas), precisamos compreender

que:

- A sociedade se compõe de homens diversos. Ela se constitui na diversidade e

na identidade cultural própria de cada grupo; (assume-se assim de outro

modo a diferença).

- É fundamental conceber as diferenças numa perspectiva qualitativa e não

quantitativa evitando classificações hierárquicas entre as pessoas favorecendo

a inclusão como direito e não como piedade. Pois como está estruturada, a

escola tem reproduzido uma visão determinista de sociedade, classificando

seus alunos em mais inteligentes e menos inteligentes, mais capazes e menos

capazes.

52

Deste modo caminhamos para conseguir um pensamento vivo e global, que

permita atuar com independência e capacidade de iniciativa, com competência

para uma tomada adequada de decisões sustentadas na responsabilidade

social.

Para isso, deve-se enfatizar o aspecto meio-ambiental e multicultural da

educação; sendo que as ferramentas que irão prover tal educação deverão

procurar uma flexibilidade, uma qualificação básica multidisciplinar, um

interesse ativo por todos os aspectos da vida e uma vontade comprometida

com o social.

Dentro deste contexto, cabe lembrar que a Escola é vista por muitos, como

uma instancia que tem a função social de reprodução e legitimação social,

conforma Zabala explicita:

“A reprodução da uma ordem social estabelecida é a finalidade natural dos sistemas educativos, e o modo como estes se concretizam, um reflexo das necessidades da sociedade para se manter (...). Nesta lógica reprodutora se situa a maioria dos sistemas educativos direcionados a uma formação fundamentalmente profissional, sob uma manifesta hierarquização universitária, instrumento para aprofundar uma sociedade estratificada sob parâmetros de divisão social do trabalho ( ZABALA,2002)”. Podemos concluir então que enquanto a função da escola for a de dar

continuidade a uma sociedade capitalista, excludente e consumista, dificilmente

estaremos distantes das práticas pedagógicas tradicionais, que impedem a

consolidação da Educação por nós pretendida, onde possamos trabalhar para

sanar ou minimizar os problemas sociais, ambientais, econômicos e estruturais

que emanam de nossa própria existência.

Tencionamos, portanto que o trabalho educativo possa garantir um

aprendizado significativo e complexo sobre o novo paradigma do

CONHECIMENTO que se define a partir das necessidades emanadas das

relações sociais que permeiam a prática educativa que, segundo Morin (2001),

se define como a articulação entre as disciplinas levando à articulação dos

saberes. A palavra que melhor define este novo paradigma é

interdisciplinaridade, que muito bem se insere na complexidade destes tempos.

Apropriar-se de novos conhecimentos e garantir que todos tenham acesso a

ele é a melhor maneira de democratizar essa cultura que é intrinsecamente

coletiva e geradora de novos paradigmas sociais.

53

Buscaremos criar situações de ensino que permitam aos alunos a realização

de novas atividades e assim fazer com que cada indivíduo seja o sujeito de sua

aprendizagem e protagonista na construção do seu próprio conhecimento o

que é extremamente necessário quando consideramos que:

“A classe que tem a disposição os modos de produção material, controla concomitante aos meios de produção intelectual, de sorte que, por essa razão geralmente as ideias daqueles que carecem desses meios ficam subordinadas a ela.” (Frigotto,1993)

Sendo desta forma, concebemos o conhecimento como uma atividade que

busca explicar as relações entre os homens e a natureza onde vai sendo

produzido durante as relações sociais mediadas pelo trabalho do Homem(

Marx) , nos levando a perceber que não ocorre então alienada ou

isoladamente, conforme Freire nos aponta: “ O conhecimento é sempre

conhecimento de alguma coisa, é sempre intencionado, isto é, sempre dirigido a alguma coisa.”( FREIRE, 2003)

Dentro desta perspectiva, acreditamos na intencionalidade ao se trabalhar

os conhecimentos e buscaremos o fazer de maneira a favorecer a

autonomia consciente em nossos educandos, pois segundo BOFF (1999):

“Saber cuidar significa dedicação envolvente e contagiante, compromisso ético e técnico, habilidade sensível e sempre renovada de suporte do aluno, incluindo-se aí a rota de construção da autonomia”.

Com vistas a não cairmos no esvaziamento e alienação de nosso próprio trabalho enquanto educadores como afirma Pedro Demo (1994):

“Dar aula” tornou-se expressão vulgar para mera reprodução de conhecimento, reduzindo-se a procedimento transmissivo de caráter instrucionista. ( ...) se for para apenas produzir conhecimento, há nos dias atuais meios mais interessantes disponíveis, apresentando a vantagem da comodidade e da praticidade”.

Podemos concluir, desse modo, que educar e produzir conhecimento não é

transmitir ou repassar conteúdos estratificados e posteriormente avaliados

de forma fragmentada (a margem da história) é preciso educar como

processo de dentro pra fora; que almeja, ou pelo menos deveria, a

emancipação de cada aluno.

54

As concepções de conhecimento que podem nos permitir cumprir nossa função

social, necessariamente, devem levar em conta a intenção de propor visões da

realidade que contemplem diversas posições e contribuições. Pois a

possibilidade de convivência de posições diferentes, perspectivas variadas, é

fundamental para a formação de conhecimento. O questionamento que surge

com a comparação entre diferentes posições é rico na medida em que nos

ajuda na renovação de ideias e o aumento da clareza quanto aos potenciais

dos diferentes procedimentos de reflexão. E ao compreendermos a realidade

caracterizada pela constante transformação, devemos encontrar métodos

adequados para a produção de conhecimento, que levem em conta essa

caracterização.

A imposição de verdades absolutas, ao nosso entender, remove da produção

de conhecimento seu caráter histórico e dinâmico, impondo sobre a realidade

modelos que autoritariamente se sobrepõem aos movimentos de mudança. O

conhecimento não tem seu valor condicionado à ideia de que ele possa ser

encarado como verdade irrefutável. Seu valor depende de sua capacidade de

dar conta da realidade, em sua constante transformação. Para isso, deve o

próprio conhecimento ser transformado, superando limitações e interiorizando

novas exigências apresentadas pelo processo de mudanças da realidade. Pois

segundo Boff( 2000,) “... conhecer implica, pois fazer uma experiência e a partir dela ganhar consciência e capacidade de conceitualização. O ato de conhecer, portanto representa um caminho privilegiado para a compreensão da realidade, o conhecimento sozinho não transforma a realidade; transforma a realidade somente a conversão do conhecimento em ação”. Nosso trabalho estará voltado para uma educação que contemple os valores

por nós eleitos como essenciais na formação do HOMEM cidadão, capaz de se

posicionar consciente e eficientemente frente aos problemas, contribuindo para

a solução dos mesmos de forma justa e solidária. Concepção materializada em

pessoas conscientes, solidárias, organizadas e capazes de superar o

individualismo enquanto se relacionam mutuamente produzindo meios para

superação de suas necessidades e dificuldades. Considerando o homem um

55

ser social, ele atua e interfere na sociedade, se encontra com o outro nas

relações familiares, comunitárias, produtivas e também na organização política,

garantindo assim, sua participação ativa e criativa nas diversas esferas da

sociedade.

No curso deste pensamento, percebemos que a produção necessária para

superação das necessidades constitui-se em atividade primordial à existência

humana: o TRABALHO; e que este evolui de acordo com o momento histórico

vivenciado, através dos tempos, sendo influenciado por vários fatores que são

relevantes e determinantes nos modos de produção adotados através da

história; fortalecendo a sociedade posta em cada período; pois de acordo com

o esquema dialético de Marx, é pelo trabalho que o homem supera sua

condição de ser apenas natural e cria uma nova realidade a partir do modo

como também vai sendo constituído ( ou reconstituído) na relações com a

natureza( matéria prima) e com seus pares. Sendo a sociedade a síntese do

eterno processo dialético pelo qual o homem atua sobre a natureza e a

transforma como deixa claro nesta afirmação:

“O trabalho é um processo de que participam, o homem e a natureza, processo em que o ser humano com sua própria ação, impulsiona, regula e controla seu intercâmbio material com a natureza(...) atuando assim sobre a natureza externa e modificando-a, ao mesmo tempo modifica sua própria natureza”( MARX, Karl apud SEEL1994) Por isto a importância de estarmos cientes e assumirmos a responsabilidade

de contribuir para formação do homem capaz de atuar com seu trabalho nas

mais diversas esferas, de forma a fortalecer a superação de opressões e

discriminações que o modo de produção onde está inserido possa vir a

apresentar.

A importância deste conceito fica clara quando analisamos a seguinte citação:

“O trabalho não é só uma condição indispensável da vida social, mas também é o elemento determinante para a formação do ser humano, seja como indivíduo, seja como ser social. Sem o trabalho não haveria nem ser humano, nem relações sociais, nem sociedade e nem mesmo a história. Por tudo isso se pode dizer que a categoria trabalho é o conceito fundante e determinante de toda construção teórica marxista.” (SELL, Carlos, 2002)

56

Nesta visão, por nós também aceita, vemos o ser humano como um ser

histórico; alguém que se constitui nas relações sociais, no manejo dos

instrumentos culturais; um ser em permanente transformação como afirma

Bock(1997)

“O homem é visto como alguém em permanente transformação e que se constitui a partir das possibilidades conquistadas pela humanidade. Um ser que tem características forjadas pelo tempo, pela sociedade e pelas relações. Um homem que precisa perceber o "pântano" em que está imerso para compreender a si mesmo; que precisa conhecer as condições históricas que o cercam para superar as armadilhas ideológicas e atuar de forma crítica e transformadora sobre o mundo. (...). Pois, entendendo que somos constituídos nas relações sociais e nas intervenções que fazemos sobre o mundo material, essa compreensão só poderá se dar num movimento de reflexão que pense o indivíduo na relação que mantém com o mundo social, pois é esse mundo que o constitui e lhe dá sentido.”

Este homem, enquanto ser social atua e interfere na sociedade. Encontra-se

com o outro “em trocas” nas mais diversas esferas de convivência e nestas vão

sendo construídos laços e conceitos que vão ao longo da história constituindo a

cultura que é inerente e característica de cada comunidade. Pois, na busca de

suprir suas necessidades e apesar de fazer parte da natureza ( pois é criado e

submetido às suas leis), o homem é também capaz de transformá-la

conscientemente segundo as necessidades e condições que se impuserem

como afirma Saviani (1992)em sua passagem já clássica:

“Para sobreviver o homem necessita extrair da natureza, ativa e intencionalmente, os meios de sua subsistência. Ao fazer isso ele inicia o processo de transformação da natureza, criando um mundo humano (o mundo da cultura)”

Nesta perspectiva a CULTURA é entendida como a produção intelectual

necessária e proveniente das relações e necessidades do homem. Tais

necessidades podem estar voltadas para finalidades éticas e para o bem

comum, como podem estar focadas em finalidades de destruição ou

dominação e reprodução de um sistema que favoreça a manutenção da

dominação de grupos dominantes sobre outros. Daí a necessidade de se

57

posicionar frente a finalidade para qual estaremos trabalhando em nosso

colégio.

Finalidade esta que elegemos ser a construção de um espaço significativo

onde a diversidade possa ser contemplada e entendida como inerente e

característica da convivência social, auxiliando na reflexão, valorização e

respeito sobre as origens das mesmas; intentando os possíveis avanços “da

cultura popular para cultura erudita” com vistas a favorecer, aos detentores da

primeira, melhores condições de organização e participação nas produções do

mundo atual. Para tanto se faz necessário conceber esta construção de

maneira consciente e crítica para podermos obter os avanços almejados como

nos aponta Miguel Arroyo:

“Nessa perspectiva, a luta pela educação, pela cultura, pelo saber e pela instrução encontra sentido, se inserido nesse movimento de constituição da identidade política do povo comum. Essa luta é um movimento educativo enquanto representa uma movimentação, organização, confronto, reivindicação, e conseqüentemente, expressão e prática de consciência do legítimo e do devido.” Noronha,1996 apud Arroyo ) Considerando que as pessoas nunca estão sozinhas: podem estar em

associações, grupos, sindicatos, igrejas, organizações não-governamentais,

fóruns, com as mais variadas identidades ideológicas e composições sociais,

podem não querer “fazer política” e “odiar” qualquer tipo de participação social

– “mas estamos no mesmo barco, e para a indiferença não há desculpa.”

A sociedade, quando se informa e se mobiliza em torno de objetivos, pode

mudar a maneira como o Estado e a Justiça atua. A educação e formação de

pessoas capazes de agir são essenciais para que esses direitos sejam

respeitados e a lei, cumprida. Assim se forma a CIDADANIA; na educação este é

um dos principais objetivos que nos propomos, pois entendemos que ela

permitirá a inserção do indivíduo na sociedade. Como nos aponta Arroyo

(1995):

“Por este caminho nos aproximamos de uma possível redefinição da relação entre cidadania e educação. Há relação entre ambos? Há e muita, no sentido de que a luta pela cidadania, pelo legítimo, pelos direitos, é o espaço pedagógico onde se dá o verdadeiro processo de formação e constituição do cidadão. A educação não é uma pré condição da democracia e da participação, mas é parte, fruto e expressão do processo de sua constituição.”

58

Nesta perspectiva podemos destacar o trabalho com o PNEF – PROGRAMA NACIONAL DE EDUCAÇÃO FISCAL como elemento que muito pode nos

ajudar a promover a cidadania em nossos educandos; pois supõe também o

desafio de inserir valores, comprometimento na própria sociedade de perceber

que os tributos são meios de assegurar o desenvolvimento econômico e social

bem como despertar para a necessidade de conhecermos o conceito, a função

e aplicação destes tributos.

Assim, o trabalho com o PNEF deverá ocorrer de forma interdisciplinar e

contínua para que realmente se faça presente na construção de conceitos que

primam pelo conhecimento dos princípios que fundamentam as práticas sociais

e o respeito ás práticas democráticas. Ressaltando que se o indivíduo não

percebe seu papel de contribuinte, também não assume seu papel de

fiscalizador em relação aos agentes governamentais, às empresas e

profissionais que por vezes deixam de emitir documentos fiscais e apropriam-

se indevidamente da parcela de seu faturamento que deveria ser do poder

público para que este possa exercer seu papel junto à comunidade.

Teremos por base na estruturação deste trabalho o envolvimento de todas as

áreas pautado na filosofia do Programa, ressaltando suas ideias principais

(Síntese: GABINO,2006):

“ É requisito da cidadania a participação individual na definição da política fiscal e na elaboração das leis para sua execução; os serviços públicos somente poderão ser oferecidos à população se o governo arrecadar tributos; os recursos públicos são geridos pelos representantes do povo, cabendo ao cidadão votar responsavelmente, acompanhar as ações de seus representantes e cobrar resultados:a sociedade tem limitada capacidade de pagar tributos, portanto, os recursos públicos devem ser aplicados segundo prioridades estabelecidas em orçamento e controle de gastos;o pagamento voluntário de tributos faz parte do exercício da cidadania.” Tencionamos trabalhar de maneira a ressaltar que esta proposta de Educação

Fiscal não tem o objetivo de arrecadação ou premiação, mas sim de

conscientização e avanço nos patamares de avaliação e acompanhamento dos

administradores públicos visando melhores resultados sociais como nos aponta

a afirmação:

“Para que haja mudança de comportamento na sociedade, com despertar da consciência de cidadania, é necessária uma ação educativa permanente e sistemática, voltada para o desenvolvimento de hábitos, atitudes e valores. A Educação Fiscal é um trabalho de sensibilização da sociedade para a função socioeconômica do tributo. Nesta função, o

59

aspecto social, diz respeito à explicação dos recursos em benefício da população ”( GABINO,2006) Assim, ao concebermos a cidadania como condição essencial para o indivíduo

se fortalecer no processo de tomada de consciência e conseqüentemente se

engajar nos movimentos que são favoráveis ao seu crescimento pessoal

concordamos com Boff ( 2000) quando afirma que:

“Cidadania é um processo histórico-social que capacita a massa humana a forjar condições de consciência, de organização e de elaboração de um projeto e de práticas no sentido de deixar de ser massa e passar a ser povo, como sujeito histórico, plasmador de seu próprio destino.” Neste sentido consideramos ser relevante orientar os educandos para que

possam se apropriar não somente dos saberes sistematizados, mas das

diferentes formas de aprendizagem possíveis. Portanto temos que trabalhar por uma TECNOLOGIA como ferramenta capaz

de ser uma alternativa no contexto educacional, sabendo que esta pode

contribuir para o aumento das desigualdades se não tivermos a garantia que

haverá vontade e ação política, visando investimentos no sentido de garantir

que os recursos tecnológicos possam ser contemplados a todos participantes

do processo educativo público ( fato este que já vem sendo instituído pelo

nosso governo com a implementação do Programa Paraná Digital ).

Assim, tencionamos trabalhar a tecnologia de maneira tal que esta se

desenvolva nas articulações entre as disciplinas, nas mais diversas

construções cotidianas, através de projetos que iremos estruturar junto aos

professores e que envolvam os educandos buscando o aprimoramento do

processo ensino/aprendizagem. Ressaltando neste processo o caráter

dinâmico e abrangente das mais diversas ferramentas que agilizam a leitura, a

escrita e o próprio conhecimento: desde o uso de lápis, livros, gravuras, slides,

vídeos... Até o “sedutor” supremo de hoje: o computador.

Mas haveremos de utilizá-la (a tecnologia) de tal modo a acrescentar, dar

significados para a educação, processo este que em outros setores da

sociedade já está incorporado ao cotidiano; tendo o cuidado de ir além, como

afirma Martha Prata e outros:

60

“Significados que precisam ir além da simples substituição de fazer o velho com o novo” (Martha Prata et al )

Neste sentido é que buscaremos superar nossas próprias dificuldades e

limitações para contribuirmos no desenvolvimento e real apropriação do

conhecimento, pois percebemos esta necessidade quando MORAN afirma que:

“A fala da escola é muito distante e intelectualizada (...) a escola em geral é muito cansativa (...) a TV fala da vida, do presente, dos problemas afetivos e fala de maneira mais impactante e sedutora.” ( Moran, 2004). Sendo este um meio de estabelecer relações com o conhecimento científico,

tecnológico e sócio histórico, possibilitando a articulação entre as teorias e

práticas educativas por nós pretendidas dentro da função social que

entendemos ter: garantir o acesso ao saberes científicos produzido pela

humanidade.

Mas, tendo o cuidado de estabelecer condições de apropriação para que estes

saberes venham a ser entendidos como produções em transformações como a

própria dinâmica do homem, que estabelece na CIÊNCIA a forma que observa

e explica os fatos ao seu redor para reproduzir ou transformar os mesmos;

sendo, portanto passiva das ideologias de quem a produz. Isto, no entanto não

deverá ser ponto de estagnação de sua produção; porém de reflexão e

percepção, pois ao mesmo tempo em que ela eleva o nível de pensamento dos

estudantes, permite também o conhecimento da realidade o que é

indispensável ao nosso intento de educação que visa não apenas conhecer,

mas interpretar, atuar e transformar se necessário for o espaço e as relações

onde estamos inseridos. Para tanto haveremos que sensibilizar nossos

educandos, pois acreditamos que a tecnologia, a ciência e os saberes podem

nos ajudar a despertar nossos alunos como nos aponta MORAN 2004:

“Começar pelo sensorial, pelo afetivo, pelo que toca o aluno, antes de falar de ideias (...)”.

61

6.2 ENSINO APRENDIZAGEM

O processo de ensino aprendizagem pode ser definido de forma sintética

como o modo como os seres adquirem novos conhecimentos,

desenvolvem competências e mudam o comportamento. Contudo, a

complexidade desse processo dificilmente pode ser explicada apenas

através de recortes do todo. Por outro lado, qualquer definição está,

invariavelmente, impregnada de pressupostos políticos ideológicos,

relacionados com a visão de homem, sociedade e saber.

Segundo alguns estudiosos o ensino aprendizagem são processos

integrados que provocam uma transformação quantitativa na estrutura

mental daquele que aprende. Essa transformação se dá através da

alteração de conduta de um individuo, seja pôr condicionamento

operante, experiências ou ambos, de uma forma razoavelmente

permanente.

As informações podem ser absorvidas através de técnicas de ensino ou

até pela simples aquisição de hábitos. O ato de aprender é uma

característica essencial do psiquismo humano, pois somente este possui

o caráter intencional, ou a intenção de aprender; dinâmico, por estar

sempre em mutação e procurar informação para a aprendizagem;

criador, pôr buscar novos métodos visando a melhora da própria

aprendizagem, por exemplo, pela tentativa e erro. Um outro conceito de

uma forma mais ou menos sistemática, ou não, adquirida pela

experiência, pela observação e pala pratica motivada.

Na verdade a motivação tem um papel fundamental na aprendizagem e

no ensino. Ninguém aprende se não estiver motivado.

62

O ser humano nasce potencialmente inclinado a aprender, necessitando

de estímulos externos e internos (motivação, necessidade) para o

aprendizado.

6.3 GESTÃO São princípios garantidos por lei e por nós respeitados, pois entendemos que

somente no coletivo proposto por tais princípios, daremos efetivação ao intento

do nosso Projeto. Como cita a LDBEN 9394/96:

”Art. 14. Os sistemas de ensino definirão as normas da gestão democrática do ensino público na educação básica, de acordo com as suas peculiaridades e conforme os seguintes princípios: I - participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico da escola; II - participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes.” Tais conceitos são associados à perspectiva de democratização das relações

estabelecidas entre os diferentes atores do universo educacional (pais, alunos,

professores, diretores e pessoal de apoio), no âmbito da autonomia nas

escolas.

A ideia da gestão democrática do ensino pode ser vista como uma inovação da

Constituição Brasileira de 1988, que a incorporou como um princípio do ensino

público na forma da lei ( ART.206- VI). Essa ideia surgiu como proposta no

contexto da transição democrática e na contestação das práticas de gestão

escolar dominantes sob o regime militar e na luta pela construção de uma nova

escola. Isto é, de uma escola aberta à participação popular e comprometida

com seus interesses históricos, visando mudanças sociais duradouras e

significativas para esse segmento.

Dessa forma, a Lei de Diretrizes e Bases da educação Nacional (LDBEN ), de

1996, referenda tal princípio, explicitando que a gestão democrática é feita "na

forma desta Lei e da legislação dos sistemas de ensino". A gestão democrática

aparece na LDBEN ligada à "participação dos profissionais da educação na

elaboração do projeto pedagógico da escola" e à "participação da comunidade

63

escolar local em conselhos escolares ou equivalentes". Acreditamos que

possamos avançar, unindo forças não somente para elaboração, mas, também

para manutenção da vivência colaborativa com intuito de efetivar realmente

nossas propostas de educação.

Percebemos então, que Gestão Democrática requer uma socialização do poder

para enfrentamento das questões de exclusão, reprovação e da desistência

que tanto angustiam gestores e educadores; marginalizando as classes

populares onde estão os que mais precisam ter acesso e permanecer com

qualidade em nossas escolas.

Assim consideramos essencial garantir estes princípios para organizar formas

e possibilidades de capacitação continuada dos professores melhorando a

qualidade do processo ensino-aprendizagem em nosso projeto e também no

sentido de reunir forças para que a participação dos diferentes segmentos da

escola nas decisões e nas ações administrativas e pedagógicas possa

romper com a separação existente entre a teoria e a prática, e juntos estarmos

concebendo e efetivando nosso Projeto Político Pedagógico de forma

satisfatória como nos aponta VEIGA(1995):

“A gestão Democrática implica principalmente o repensar da estrutura de poder da escola, tendo em vista sua socialização. A socialização do poder propicia prática da participação coletiva, que atenua o individualismo; da reciprocidade, que elimina a exploração; da solidariedade que supera a opressão; da autonomia, que anula a dependência de órgãos intermediários que elaboram políticas educacionais das quais a escola é mera executora.” Consideramos estar contribuindo para as normas da Gestão Democrática, à

medida que nos dispomos para a realização do diálogo e reflexão coletiva com

intento de realmente fazer acontecer a mesma, pois sabemos que em nossa

prática ainda é difícil organizar ações coletivas visto que vivenciamos os

entraves e retrocessos que a realidade nos impõem enquanto sociedade

construída durante tempos sob a dominação e segregação social.

Assim, percebemos que a Gestão Democrática não “se limita ao administrativo”

mas deverá ser respeitada e garantida na construção de um processo de

gestão centrado nos valores e princípios democráticos , que é uma tarefa

política e educativa da escola e assim, estruturar nossos trabalhos no âmbito

64

pedagógico, político e cultural. Somente assim, vislumbramos a possibilidade

de favorecer a participação do cidadão e o exercício de sua cidadania;

oportunizando a superação das opressões que levam ao abandono, à

repetência ou a falta de qualidade no processo educativo.

Portanto neste sentido é imprescindível trabalharmos para a criação

verdadeiramente coletiva de estratégias e de meios para se proceder a uma

positiva abertura da escola à comunidade, criando condições para que os pais

e colaboradores da educação, através das suas associações, possam

desempenhar o melhor possível o seu importante papel na efetivação dos

objetivos propostos neste Projeto como afirma CARDOSO (1996):

“A gestão democrática não se limita ao administrativo. Pressupõe a autonomia administrativa e financeira, assim, como a autonomia para que cada escola possa construir seu próprio projeto político-pedagógico e estabelecer seu própro sistema de avaliação. Nesse sentido a escola torna-se democrática para sua essência pedagógica , traduzida por seu caráter publico, pelas novas relações sociais que estabelece e pela democratização das decisões e, essencialmente, pela formação para a cidadania. ( ...) ( ...) O trabalho como principio educativo é inerente ao processo pedagógico da escola. Nesse sentido, não existem fórmulas de gestão democrática; ela se constrói no processo político e cultural da escola.”

6.4 CURRÍCULO

Ao analisarmos a questão do currículo podemos perceber que este muitas

vezes prioriza uma ideia de padronização das aprendizagens e dos sujeitos

deixando de lado a particularidade inerente a cada cultura. Deste modo “impõe

certas definições do que deve ser ensinado”(POPKEWITZ in Diversidade e pertinência na Construção Curricular. SEED,2004)

A cultura popular sempre esteve ausente dos currículos escolares, pois estes

na grande maioria das vezes reafirmam a superioridade de uma cultura erudita,

associada a uma determinada classe social. Em decorrência disso, os

conhecimentos, valores e práticas dos alunos são, em geral, ignorados pela

educação escolar. Este problema é mais acentuado nas escolas situadas na

zona rural, como é nosso caso, dado o distanciamento entre a cultura urbana

do Currículo (dos professores também) e a cultura rural dos alunos.

65

A diversidade cultural é um tema que vem despertando a atenção dos

governantes, dos sistemas de ensino e dos próprios educadores dada a usa

característica de emanar da própria convivência entre os diferentes grupos nas

práticas escolares e nos mais diversos ambientes de interação humana. No

entanto, os estudos sobre o mesmo ainda não tiveram força suficiente para

mudar nossas práticas educativas de maneira efetiva. Em relação a isto,

Costa (1999) nos adverte que:

“... o currículo da escola pública das classes populares tem sido um lugar da dissipação dessas identidades, operando um distanciamento das origens familiares culturais, borrando a identidade de classe, em nome do acesso a uma identidade padrão classe média, ilustrada e meritocrática. As conseqüências disso todos nós conhecemos: um processo violento de homogeneização e simplificação que tem praticamente nos imobilizado e impossibilitado de pensar em alternativas para a dominação, a desigualdade e a exclusão. ”

Quantos alunos (as) são excluídos das escolas por sua cultura não ser

validada, por seu dialeto, seus hábitos, atitudes, costumes e vivências não

estarem em conformidade com a cultura padrão? Quantos saberes deixaram

de ser reconhecidos? Ao invés de a escola acolher e incorporar práticas,

conhecimentos e valores diversos validados pela cultura popular, seus

alunos/as são considerados como portadores de dificuldades de aprendizagem,

desajustados... Conforme afirma Louro ( 1996):

“O currículo 'fala' de alguns sujeitos e ignora outros; conta histórias e saberes que, embora parciais, se pretendem universais; as ciências, as artes e as teorias trazem a voz daqueles que se auto-atribuíram a capacidade de eleger as perguntas e construir respostas que, supostamente, são de interesses de toda a sociedade.” Dentro desta visão, consideramos primordial a abertura de espaços onde se

possa conviver com o diferente; “encontrar a diversidade dentro da unidade”,

promover a INCLUSÃO como direito de todos envolvidos, no intuito de favorecer

o convívio entre portadores e não portadores de necessidades educativas

especiais; classes e culturas diferentes para que todos os grupos possam se

fortalecer na solidariedade e respeito mútuo, repudiando toda e qualquer forma

de discriminação. Como aponta CORDIOLLI( 2004)

“A organização dos coletivos estudantis no espaço escolar permite estabelecer padrões de inclusão, garantindo o acolhimento e a reintegração de crianças, adolescentes,

66

jovens ou adultos excluídos ou em condição de risco; ao estudar estes problemas e desenvolver a responsabilidade coletiva com os colegas nesta situação.”

Numa abordagem educacional voltada para a diversidade humana como

pretendemos, o Currículo Escolar deverá conter possibilidades que conduzam

ao ideal da igualdade de oportunidades e traduzir a importância dos novos

meios de acesso, seleção, tratamento e uso da informação para a própria

formação pessoal.

Recomendações para que façamos acontecer a diversidade cultural em nossa

prática educativa vêm sendo feitas por teóricos da educação e apresentadas

em documentos oficiais. No entanto, persistem as práticas que priorizam a

homogeneização cultural. Isto se deve, em parte, porque não fomos formados

para trabalhar com a diversidade cultural, com a heterogeneidade presente nas

salas de aula de nossas escolas, como aponta Moreira (1993):

“Em reportagem sobre a crescente procura de vagas na escola pública, pela classe média, foi dito por uma diretora de escola do primeiro grau: 'Nossa escola pública, apesar de tudo, ainda tem um ensino elitista. As faculdades não ensinam os professores a lidar com a cultura popular. A gente vai aprendendo na prática, se tiver interesse.” Nesta direção, podemos reafirmar que o Currículo não é ( ou não deveria ser )

um instrumento neutro, pois perpassa nele a ideologia e determinação do

conhecimento escolar. Implica uma análise interpretativa e crítica, tanto da

cultura dominante, quanto da cultura popular.

O Currículo deve apresentar conteúdo vivo, que se constrói e se reconstrói no

cotidiano das práticas curriculares; por isso consideramos que ele não pode ser

pensado e separado do contexto escolar, uma vez que é historicamente

situado e culturalmente determinado.

Dentro deste contexto, muitas vezes nossos alunos se veem

descaracterizados e desestimulados a assimilar e compreender algo que foge

totalmente das bases sociais construídas ou almejadas por eles, causando um

abismo cada vez maior entre o pretendido e o alcançado em termos de êxito no

processo educacional, pois este aluno não vê significado tampouco validade

num Currículo que lhe é totalmente, (ou quase), alheio.

67

6.5 CONCEPÇÃO DE CONHECIMENTO

Nesta concepção de conhecimento a ênfase está nas relações histórico sociais

que constituem o sujeito, o objeto e as relações dialéticas.

Nesta concepção de conhecimento, embasado nos pressupostos teóricos da

socialização do saber elaborado às camadas populares, entende-se a

apropriação crítica e histórica do conhecimento como instrumento de

compreensão da realidade social e atuação crítica e democrática para a

transformação desta realidade, sendo assim, a escola tem papel fundamental

como socializadora dos conhecimentos e saberes universais.

O ser humano possui conhecimento adquirido através do senso comum, ou

seja, o conhecimento real, não científico, que é constituído no cotidiano, de

forma espontânea.

Ao longo do desenvolvimento, aprende-se a abstrair e generalizar

conhecimentos aprendidos espontaneamente, mas é bem mais difícil formalizá-

los ou explicá-los em palavras porque, diferentemente da experiência escolar,

não são conscientes, deliberados ou sistemáticos.

O processo de aquisição do conhecimento é ascendente, isto é, inicia-se de

modo inconsciente e até caótico, de acordo com uma experiência que não é

controlada e encaminha-se para níveis mais abstratos, formais e conscientes.

O processo de aquisição de conhecimento sistemático escolar tem uma direção

oposta à do conhecimento espontâneo, é descendente, de níveis formais e

abstratos para aplicações particulares.

Na prática, o conhecimento espontâneo auxilia a dar significado ao

conhecimento escolar. O conhecimento escolar reorganiza o conhecimento

espontâneo e estimula o processo de sua abstração.

A contextualização, um dos princípios da organização curricular, facilita a

aplicação da experiência escolar para a compreensão da experiência pessoal

para facilitar o processo de concreção dos conhecimentos abstratos que a

escola trabalha. Isto significa que a ponte entre teoria e prática, recomendada

pela LDB, deve ser mão dupla.

Cabe à escola desenvolver o conhecimento espontâneo, encaminhando-o a

níveis mais abstratos, formais, conscientes e sistematizados, com a utilização

68

das competências cognitivas básicas: raciocínio abstrato, comparação,

capacidade de compreensão de situações novas que é a base para solução de

problemas.

A contextualização é um recurso pedagógico para tornar a construção de

conhecimentos um processo permanente de formação de capacidades

intelectuais superiores, possibilitando assim, a conversão dos saberes trazido

pelo aluno em saber elaborado, na perspectiva da apropriação do

conhecimento amparado em uma concepção científica/filosófica da realidade

social mediada pela interação professor/aluno/conhecimento e contexto

histórico social.

6.6 CONCEPÇÃO DE TECNOLOGIA

Ao pensarmos em nosso Projeto Político Pedagógico, não podemos esquecer

o que nossos alunos estão vento, escutando e, principalmente, em que páginas

estão navegando na internet, pois a internet, nos dias atuais, é o meio de

conexão entre os seres humanos. Portanto as novas tecnologias tornaram-se

um instrumento pedagógico a ser explorado e utilizado em sala de aula tendo

como objetivo a contextualização as tecnologias de informação e sua relação

com a prática educativa; explorar novas possibilidades de leitura e escrita

utilizando as tecnologias de informação; problematizar o uso dessas

tecnologias, nos espaços educativos hoje; e promover relações didático

metodológicas

6.7 AVALIAÇÃO

Estudar e revisar nossos conceitos sobre avaliação parece-nos ser sempre

necessário, apesar de tantas pesquisas e reflexões sobre o tema.

Na era digital, dos avanços científicos e da globalização, a sociedade exige

pessoas cada vez mais competentes, com vários talentos, desenvolvidos e

avaliados na escola, no inter jogo de interesses e atividades individuais e

coletivas.

69

Essa sociedade está a exigir mais qualidade na educação, o que requer

professores capacitados, conscientes e identificados com uma proposta

pedagógica coerente com a avaliação realizada.

Capacidade aqui entendida como a possibilidade utilizar diversos recursos

cognitivos para enfrentar uma situação complexa, tendo os conhecimentos

historicamente acumulados nas diversas disciplinas, como um meio de se

posicionar e transformar positivamente. Capacidade tão necessária aos

alunos como a todos nós nos dias de hoje.

Para a concretização desta intenção, precisamos refletir sobre a nossa

prática pedagógica; pois qualquer modificação no projeto pedagógico ou

qualquer estratégia de inovação deve levar em conta as práticas avaliativas.

Entendemos assim a Avaliação como parte do processo (e não como etapa

final), onde possamos construir referenciais para perceber possíveis falhas

ou lacunas na construção do conhecimento e a forma de poder retomar e

registrar a caminhada do aluno.

Durante muitos anos a preocupação no processo ensino aprendizagem foi

com os conteúdos; hoje percebemos que para ser efetivamente realizada a

educação almejada em nossas escolas, é necessário ir além. É necessário

perceber como o aluno constrói seu próprio processo, como ele aprende.

Para que isto aconteça, também temos que contar com a postura de

educadores que se permitam e se comprometam com a prática da reflexão

como meio para tomada de decisões ( ações), na dialética que é inerente ao

processo histórico do próprio ser humano.

Na dinâmica da educação que pretendemos, a avaliação toma uma função

que seria de propiciar momentos onde se possam vivenciar as tentativas, as

possibilidades e os próprios erros como um caminho para a descoberta, a

percepção de como cada um poderá estar contribuindo no processo de

construção coletiva de um trabalho; onde o diagnóstico terá em

consequência uma ação apropriada, numa sequência de sucessivas

interações e ações diferenciadas. Estabelecendo-se assim, uma relação

íntima e importante entre a intervenção pedagógica e a avaliação,

70

entendidas - ambas - como situações formativas. Para isso, é necessário um

clima aberto ao diálogo, trocas, críticas e solidariedade.

Essa dimensão da avaliação vai também auxiliar para que cada um possa se

avaliar, avaliar os outros e ao se avaliarem mutuamente contribuírem para a

visão do erro construtivo. Participando ativamente dessa

avaliação/investigação, identificando suas conquistas e insucessos, porém

lutando para vencer as falhas, apoiado pelo educador e colegas, num clima

de saudável conquista e superação de si próprio. A avaliação, assim

entendida, põe o diálogo no centro do processo de ensinar e do processo de

aprender fortalecendo a compreensão que cada pessoa pode, e deve

contribuir no processo de transformação e compreensão de uma realidade

ou condição.

Consideramos mais do que nunca, é necessário aprender a questionar,

duvidar, investigar, conviver com a incerteza e a divergência, pois vivemos

em um mundo de rápidas transformações como aponta Saul, (1988).

“A avaliação emancipatória constitui-se num processo de descrição, análise e crítica de uma dada realidade, visando transformá-la. Este paradigma de avaliação emancipatória prepara os alunos para serem sujeitos críticos, conscientes e autônomos. É uma avaliação, portanto, voltada para o futuro que se pretende transformar, a partir da crítica, do auto-conhecimento, da autonomia para tomar decisões conscientes, levando o educando a descrever a sua própria caminhada e a criar as suas próprias alternativas de ação.”

Entendemos que se não for pensada nesta perspectiva, a avaliação corre o

risco de continuar a se fortalecer enquanto instrumento de dominação e

opressão, o que em nada favorece nossas intenções propostas até aqui,

como afirma Gadotti apud Demo ( 1996):

“Seria ingênuo pensar que a avaliação é apenas um processo técnico”. Ela é também uma questão política. Avaliar pode se constituir num exercício autoritário de poder de julgar ou , ao contrário, pode se constituir num processo e num projeto em que o avaliador e o avaliando buscam e sofrem uma mudança qualitativa. É nesta segunda prática da avaliação que podemos encontrar o que uns chamam de avaliação emancipadora o que, na falta de melhor expressão, eu chamaria de “concepção dialética da avaliação.”

71

Contudo, apesar de fortemente desejarmos e necessitarmos de uma avaliação

formativa, global, contínua... Convivemos com as dificuldades e entraves que

nos dificultam efetivar esta prática em nosso cotidiano; pois somos constituídos

em nosso processo histórico (que nem sempre nos favoreceu vivenciar ou

participar de uma avaliação deste caráter que hoje vemos ser tão essencial),

marcado pelo autoritarismo e a punição. Desta forma, sentimos então, os

reflexos destas condições quando postos frente a uma transformação desta

natureza.

Percebemos que há resistência entre nós educadores porque este sistema tão

conhecido de avaliação tradicional nos dá mais segurança, pois o mesmo:

“Oferece uma via, um encosto, um fio condutor, estrutura o tempo escolar, pontua o ano, fornece pontos de referência, permite saber se avançamos na tarefa e, conseqüentemente, se cumprimos a nossa missão”. ( Perrenould apud Saul, 1999 ) .”

Neste sentido encontramos também a família, os pais de nossos alunos (e nós

próprios enquanto pais) mais tranquilos com a prática conhecida da avaliação

tradicional como aponta Perrenould:

“A as práticas de avaliações convencionais e os esquemas quantitativos que delas decorrem são compreensíveis aos pais. Representam imagens tranquilizadoras em relação às quais as famílias sabem se orientar. É importante ter claro que a mudança no sistema de avaliação causará angústias e inquietações nas famílias, uma vez que estas estarão privadas de seus pontos de referências mais seguros na escola.” ( Perrenoud, apud Saul, 1999)

Assim, para avançarmos e realmente efetivarmos esta tão sonhada e

propalada avaliação, temos a consciência que é preciso aprofundar nossa

reflexão e discussão dos objetivos propostos para nosso trabalho e ampliar

este debate, entre educadores, entre os pais e os diversos segmentos para que

nesta dinâmica de formação continuada também encontremos meios de

alcançar apoio e subsídios junto aos sistemas de ensino; não deixando que a

teoria “encante somente o papel”, mas passe, efetivamente, encantar nossa

Escola.

72

6.8 CIDADANIA

A cidadania expressa um conjunto de direitos que dá à pessoa a possibilidade de

participar ativamente da vida e do governo de seu povo. Quem não tem cidadania está

marginalizado ou excluído da vida social e da tomada de decisões, ficando numa de

inferioridade dentro do grupo social. (DALLARI)

A cidadania é construída e conquistada a partir da capacidade de organização,

participação e intervenção social.

A escola deverá assim, oferecer oportunidades nas quais os alunos através do

enfoque de temas voltados à solidariedade, democracia, direitos humanos,

ecologia e ética, possam exercitar sua capacidade de organização,

participação e intervenção na vida social, construindo novas relações e

consciências, atuando de forma efetiva nos grupos sociais que constituem a

sociedade em que está situado.

Cabe ao professor ativar na turma a luz da razão, para formar sujeitos

emancipados, traçando os primeiros passos para formar uma cidadania

igualitária e sem discriminações.

7. MARCO OPERACIONAL

7.1 AÇÕES E REORGANIZAÇÃO DOS TRABALHO PEDAGÓGICO ESCOLAR:

7.1.1 HORA ATIVIDADE

A organização se dá da seguinte forma:

Correção de atividades discentes;

Estudos e reflexões a respeito de atividades que envolvam a elaboração

e implementação de projetos e ações que visem a melhoria da qualidade

de ensino;

Atendimento de alunos, pais e outros assuntos da comunidade escolar.

73

7.1.2 CALENDÁRIO

O Calendário Escolar será o sugerido pela SEED, sendo (como já

comprovamos) o mais adequado em consonância com a legislação vigente

sobre a carga horária a ser trabalhada; onde haverá adequação de feriados

locais visando a organização do transporte escolar que é realizado por

servidores municipais.

7.1.3 RECUPERAÇÃO DE ESTUDO

Aos alunos com dificuldades para acompanhar as atividades desenvolvidas,

são ofertadas atividades paralelas durante o ano letivo. Atividades

diferenciadas, onde o professor possa estar atendendo-o em horário à parte

(hora atividade, por exemplo) sanando suas dúvidas e propondo outros meios

para que este desenvolva e se aproprie dos conhecimentos que por alguma

razão não acompanhou durante os trabalhos coletivos.

Esta recuperação de estudos visa não somente propiciar o atendimento as

dificuldades apresentadas, mas também procurar entender o como este aluno

pode estar se desenvolvendo e buscar integrá-lo nas atividades coletivas

cotidianas em sala de aula.

7.1.4 CONSELHO DE CLASSE

O Conselho de Classe é órgão colegiado de natureza consultiva e deliberativa

em assuntos didáticos pedagógicos, fundamentado no Projeto Político

Pedagógico da escola e no Regimento Escolar, com a responsabilidade de

analisar as ações educacionais, indicando alternativas que busquem garantir a

efetivação do processo ensino e aprendizagem.

A finalidade da reunião do Conselho de Classe, após analisar as informações e

dados apresentados, é a de intervir em tempo hábil no processo ensino e

aprendizagem, oportunizando ao aluno formas diferenciadas de apropriar-se

dos conteúdos curriculares estabelecidos.

É da responsabilidade da equipe pedagógica organizar as informações e

dados coletados a serem analisados no Conselho de Classe.

74

Cabe ao Conselho de Classe verificar se os objetivos, conteúdos,

procedimentos metodológicos, avaliativos e relações estabelecidas na ação

pedagógicas educativa, estão sendo cumpridos de maneira coerente com o

Projeto Político Pedagógico.

O Conselho de Classe constitui-se em um espaço de reflexão pedagógica,

onde todos os sujeitos do processo educativo, de forma coletiva, discutem

alternativas e propõem ações educativas eficazes que possam vir a sanar

necessidades/dificuldades apontadas no processo ensino e aprendizagem.

O Conselho de Classe é constituído pelo (a) diretor (a) e/ou diretor (a) auxiliar,

pela equipe pedagógica, por todos os docentes e os alunos representantes que

atuam numa mesma turma e/ou série, por meio de:

I. Pré Conselho de Classe com toda a turma em sala de aula, sob a

coordenação do professor representante de turma e/ou pelo(s) pedagogo(s);

II. Conselho de Classe Integrado, com a participação da equipe de

direção, da equipe pedagógica, da equipe docente, da representação

facultativa de alunos e pais de alunos por turma e/ou série.

A convocação, pela direção, das reuniões ordinárias ou extraordinárias do

Conselho de Classe, deve ser divulgada em edital, com antecedência de 48

(quarenta e oito) horas.

O Conselho de Classe reunir-se-á ordinariamente em datas previstas em

calendário escolar e, extraordinariamente, sempre que se fizer necessário.

As reuniões do Conselho de Classe serão lavradas em Livro Ata, pelo (a)

secretário (a) da escola, como forma de registro das decisões tomadas.

São atribuições do Conselho de Classe:

I. analisar as informações sobre os conteúdos curriculares,

encaminhamentos metodológicos e práticas avaliativas que se referem ao

processo ensino e aprendizagem;

II. propor procedimentos e formas diferenciadas de ensino e de

estudos para a melhoria do processo ensino e aprendizagem;

75

III. estabelecer mecanismos de recuperação de estudos, concomitantes

ao processo de aprendizagem, que atendam às reais necessidades dos alunos,

em consonância com a Proposta Pedagógica Curricular da escola;

IV. acompanhar o processo de avaliação de cada turma, devendo

debater e analisar os dados qualitativos e quantitativos do processo ensino e

aprendizagem;

V. atuar com co-responsabilidade na decisão sobre a possibilidade de

avanço do aluno para série/etapa subsequente ou retenção, após a apuração

dos resultados finais, levando-se em consideração o desenvolvimento integral

do aluno;

VI. receber e analisar pedidos de revisão de resultados finais até 72

(setenta e duas) horas úteis após sua divulgação em edital.

7.1.5 PRÉ CONSELHO

O Pré Conselho é constituído pelos professores que se utilizam da hora

atividade para discutirem e registrarem as defasagens detectadas no

aprendizado, as incidências de turmas de alunos e até mesmo de problemas

disciplinares ou de alunos que apresentam dificuldades mais acentuadas. Os

pré requisitos detectados pelos professores são passados para a equipe

pedagógica que posteriormente trabalha com cada turma em sala de aula

direcionando o trabalho de forma a ouvir os alunos bem como, discutir e avaliar

os resultados. Seguido de uma proposta da própria turma para a efetiva

recuperação dos conteúdos defasados, através de mudanças comportamentais

e de maior corresponsabilidade com o professor e com o aprendizado

necessário para se alcançar os objetivos desejados, ou seja, a aprovação no

final de cada ano letivo.

7.1.6 PÓS CONSELHO

O Pós Conselho, compreende as ações de acompanhamento dos professores

e equipe pedagógica, sobre o diagnostico realizado com o pré conselho de

76

classe, bem como a efetivação das atividades previstas no Conselho de

Classe.

Momento de chamar alunos para motivá-los, alertá-los, parabenizá-los, auxiliá-

los, propor trabalhos extras, conforme as necessidades de cada um.

7.1.7 EVASÃO ESCOLAR

A Evasão Escolar é uma realidade em nossas escolas que precisa ser

combatida por toda sociedade e, em especial, pela comunidade escolar e

órgãos responsáveis por zelar pelo direito das crianças e adolescentes de

frequentar a escola e ter o acesso ao saber sistematizado.

Procuramos esgotar todas as possibilidades de ação na busca de trazer o

aluno para dentro da sala de aula e garantir sua permanência, para somente

recorrer ao Conselho Tutelar através da Ficha FICA após findar todas as

alternativas de ação.

Algumas das ações desenvolvidas pela escola:

-Visitas e acompanhamento da direção e equipe pedagógica e também de

professores a alunos com dificuldades de frequentar as aulas , para entender

e auxiliar na solução das mesmas ou encaminhar a quem mais competir;

-Atividades recreativas, desportivas e culturais para despertar o interesse e

motivá-los na coletividade participativa;

-Viagem a cidades e lugares turísticos para conscientizar da importância da

conservação dos lugares visitados;

-Parcerias com o Conselho Tutelar, as famílias e voluntariado, bem como com

a secretarias municipais para propiciar atendimento ou tratamento que alguns

alunos necessitam, em decorrência de problemas que os impedem de

frequentar com qualidade as aulas.

7.1.8 ESTÁGIO NÃO OBRIGATÓRIO

O estágio é definido como um ato educativo, com o objetivo de preparar para a

profissão pessoas que estejam frequentando o ensino regular.

77

Notória é a relevância para toda a sociedade que o estágio é instrumento de

integração de estudo e trabalho, teoria e prática, cumprido a determinação

contida nos artigos 205 e 214 da Constituição Federal, de que o processo

educativo tenha como um de seus objetivos e norteamentos a formação e

qualificação dos indivíduos para o trabalho.

O estágio permite que os educandos travem efetivo contato com o mundo do

trabalho, ampliando a sua formação acadêmica e minimizando a evasão

escolar na medida em que proporciona a efetiva vivência profissional

concretizando os conteúdos teóricos apreendidos no mundo acadêmico.

Ao passo que alia a frequência escolar e o trabalho, o estágio é um instrumento

eficaz no combate ao desemprego dos jovens, pois quando tenham que

disputar uma vaga no mercado de trabalho formal, possuirão, aqueles que

passaram por programas de estágio, um melhor nível de instrução, bem como

experiência e vivência interativa no mundo do trabalho.

7.2 ATIVIDADES INTEGRADORAS DO CURRICULO:

7.2.1 VIVA ESCOLA

O Programa Viva a Escola

Visa a expansão de atividades pedagógicas realizadas na escola como

complementação curricular, vinculadas ao Projeto Político Pedagógico, a fim

de atender às especificidades da formação do aluno e de sua realidade.

Está prevista na Resolução nº 3683/2008 e Instrução no 017/2008-

SUED/SEED.

As Atividades Pedagógicas de Complementação Curricular têm os seguintes

objetivos:

- Dar condições para que os profissionais da educação, os educandos da Rede

Pública Estadual e a comunidade escolar, desenvolvam diferentes atividades

pedagógicas no estabelecimento de ensino no qual estão vinculados, além do

turno escolar;

78

- Viabilizar o acesso, permanência e participação dos educandos em atividades

pedagógicas de seu interesse;

- Possibilitar aos educandos maior integração na comunidade escolar, fazendo

a interação com colegas, professores e comunidade.

O Programa compreende quatro núcleos de conhecimento:

- Expressivo-Corporal: esportes, jogos, brinquedos e brincadeiras, ginástica,

lutas, teatros, danças;

- Científico-Cultural: história e memória, cultura regional, atividades literárias,

artes visuais, músicas, investigação científica, divulgação científica e mídias;

- Apoio à Aprendizagem: Centro de Línguas Estrangeiras Modernas; Sala de

Apoio à Aprendizagem; Ciclo de Básico de Alfabetização; Sala de Recursos;

Sala de Apoio da Educação Escolar Indígena;

- Integração Comunidade e Escola: Fórum de estudos e Discussões;

Preparatório para o Vestibular.

FANFARRA ESCOLAR:

ATIVIDADE: Música NÚCLEO DE CONHECIMENTO: Cientifico Cultural DISCIPLINA: Artes

Tem por finalidade aperfeiçoar no educando suas habilidades artísticas e

estéticas, dentro dos conteúdos: composição, movimentos e períodos, além de

refletir sobre nossa capacidade de aprimorar cidadania, civismo e valores;

Associado a uma tecnologia que visa desenvolver dons e capacidades diversas

como: visual, rítmica, cênica, musical e lúdica. Trabalhando a sensibilidade e a

percepção humana numa interação coletiva.

Visa desenvolver e aprimorar atividades cívicas e comemorativas, respeitando

a história e as tradições brasileiras em sua comunidade e nas comunidades

vizinhas.

79

Tem como objetivo organizar um grupo de alunos e através dos ensaios

prepará-los para apresentações comemorativas, como desfiles da

independência e outros eventos. Possibilitando a experimentação e exploração

de materiais e técnicas vinculadas a expressão com instrumentos sonoros que

permitam o desenvolvimento de normas. Direcionando a um comportamento

que prime pela ordem, respeito às regras, trabalho coletivo e outros fatores que

influenciam o bom desenvolvimento humano, buscando aprimorar seu

universo artístico.

CRITERIOS DE PARTICIPAÇÃO:

Na seleção serão consideradas as necessidades e as dificuldades que o aluno

apresenta em inteirar com o grupo e seu meio, bem como as aptidões

individuais e coletiva sendo uma forma de tornar o sujeito ativo, participante e

capaz de interagir com o grupo social.

GEOGRAFIA EM CENA UM FOCO NA PAISAGEM DE OURILÂNDIA

ATIVIDADE: Investigação Científica NÚCLEO DE CONHECIMENTO: Científico Cultural DISCIPLINA: Geografia

“Ensinar é uma grande tarefa, exige esforço, sendo necessário o acúmulo de

conhecimentos e conceito.” Neste sentido pretendo buscar maneiras de

investigar o que nós na escola podemos fazer para melhorar o nosso meio d

nossa comunidade. Na paisagem ocorre os fenômenos de maneira simultânea

em processo integral um fortalecendo o outro, ou seja, desencadeando os

acontecimentos. Desta maneira as atividades planejadas nesta proposta

“Geografia Em Cena: um Foco na Paisagem de Ourilândia - Barbosa Ferraz”

visa oportunizar, complementar e principalmente motivar o aprendizado de

geografia, para todos os envolvidos do Colégio Estadual de Ourilândia de uma

maneira geral.

A temática a ser trabalhada Paisagem local para elaborar slides, painéis e

vídeos propõem atividades de investigação do problema com observação do

80

local; propondo aos alunos elaborar conceitos relacionados a geografia local de

maneira diferente e divertida. Buscando levar aos alunos entender que essa

paisagem pode e deve ser melhorada e muitas vezes dependem de nós

mesmo. Com a elaboração do conhecimento de forma lúdica, podemos

perceber melhor desenvolvimento cognitivo. Desta maneira sendo verdade a

importância das atividades relacionadas com o lugar local para abrangi r o todo

no espaço geográfico de forma global.

OBJETIVOS -Apontar as alterações na paisagem local realizadas pelos homens aos longos

dos tempos;

-Despertar para uma consciência de que leve a pensar e agir, sabendo que

somos agentes construtivos e destrutivos do meio onde vivemos.

-Investigar os impactos e propor possíveis soluções aos impactos causados

por nós;

-Promover ações que leve a sustentabilidade em nosso lugar por meio da

integração, conscientização e questionamento sobre a paisagem atual, sendo

agrária ou urbana. -Promover a integração entre comunidade escolar e alunos,

buscando a diminuição do índice de desistência e evasão escolar.

CRITÉRIOS DE PARTICIPAÇÃO: Os critérios de participação serão por meio da sondagem de alunos que

necessite de interagir com a comunidade escolar , assim como também

buscará selecionar aqueles que apresentam dificuldade no meio escolar,

buscando assim superar estas dificuldades assumindo uma co-

responsabilidade com a paisagem local.

7.2.2 PDE- ESCOLA:

O PDE Escola reside, além dos recursos que este disponibiliza as escolas, na

contribuição para o desenvolvimento da prática cotidiana do planejamento

escolar. Esta prática, que deve envolver todos os sujeitos da escola, aliada à

elaboração e revisão constante do Projeto Político Pedagógico, em muito

81

auxilia a escola a definir e reorientar sua atuação, considerando sua autonomia

e especificidades, mas, também, seus limites, enquanto parte de um contexto

institucional e social mais amplo.

Este estabelecimento de Ensino foi inserido no Programa PDE Escola a partir

do ano de 2009,

A escola desenvolve e executa o Plano de Ações - PDE Escola seguindo as

orientações do MEC e SEED, mediante os processos coletivos de

planejamento e execução do trabalho administrativo, gestor, pedagógico e

docente; no respeito às peculiaridades individuais, étnicas e culturais; na

valorização dos profissionais da educação e na defesa do caráter gratuito e

laico da educação pública, de forma que esta proposta remodelada orienta a

escola fortalecendo ainda mais seus projetos próprios, à medida que os

instrumentos obrigam a escola atualizar seu diagnóstico e avaliar coletivamente

suas práticas e processos, para que, então com base nas fragilidades

evidenciadas, definam as prioridades que serão objeto de financiamento deste

programa.

7.2.3 PROJETOS: Jogos da Amizade:

Este projeto já faz parte da própria história do Colégio de Ourilândia, é

esperado e desejado por toda comunidade escolar. Foi idealizado com intuito

de propiciar intercâmbio com outras pessoas, outras realidades e também

estimular a participação e frequência dos alunos que tem muitas dificuldades

em suas vidas nesta localidade tão carente de recursos materiais e culturais.

Durante o ultimo bimestre do ano letivo, organizamos este evento onde são

convidados vários colégios da cidade e da região para estarmos realizando

jogos nas modalidades de vôlei e futsal, bem como apresentação de danças

onde os alunos/ atletas são as estrelas.

Este evento mobiliza esforços e ações tendo ótimos resultados na participação

e colaboração dos alunos e da comunidade escolar. Assim, esses alunos nos

mostram que com força de vontade, dedicação e oportunidades, podem vencer

82

as barreiras e vencer o desafio que é manter-se em desenvolvimento e

crescimento saudável longe do perigo das drogas e violência.

Projeto de leitura:

Incentivando a leitura, as professoras de Língua Portuguesa e Literatura

propuseram este projeto para algumas séries do colégio. Que foi aceito e bem

ativo quanto à participação dos alunos. Estes são incentivados a ler, fazer seus

resumos, indicar suas leituras em murais na biblioteca e no pátio... fazem

relatos orais ... durante todo o bimestre, e vão registrando cada obra lida em

anexos próprios .

Ao final do semestre é feita a contagem dos livros lidos, a qualidade dos relatos

e premiados com alguns valores simbólicos e outros prêmios pré-combinados

em cerimônia com toda comunidade escolar; com entrega de medalhas e

troféus para os que mais se destacarem.

Os resultados tem sido muitos bons. Percebemos a procura, as leituras nos

corredores, nos pátios, as conversas para troca de impressões durante os

intervalos, enfim o interesse pela atividade.

Feira de Ciências:

Este projeto tem como objetivo desenvolver em nossos educandos espírito

crítico científico,a criatividade e seu potencial criando, além de trabalhar a

organização, o trabalho em equipe e a oratória.

Educação Fiscal:

Tencionamos elaborar e desenvolver projetos junto aos professores,

envolvendo o tema acima citado, de acordo com o proposto pelo Programa

Nacional de Educação Fiscal, buscando despertar a consciência e a

participação cada vez maior e melhor de todos para com os rumos dos tributos

exigidos e benefícios recebidos. Para tanto buscaremos desenvolver tais

projetos de forma interdisciplinar, valorizando este assunto que se mostra

condizente com nossa proposta de cidadania já exposta neste projeto.

83

7.2.6 AGENDA 21

Agenda 21 Escolar Trabalhamos com o tema: RESÍDUOS SÓLIDOS que depois de analisados os

dados de nossa realidade, entendemos ser este um aspecto a ser melhorado

em nossa comunidade.

Está sendo efetivada com algumas ações, a saber:

- Conscientizações através de palestras, trabalhos com textos, vídeos e

material pertinente com a participação de toda comunidade escolar

(responsáveis: direção, equipe, professores); e também com a colaboração da

Secretaria Municipal de Saúde

- Pesquisas de campo para estruturação de dados relevantes através de

gráficos, e tabelas e posterior divulgação dos pontos mais críticos para o

trabalho de traçar ações; (professores, alunos)

- Estabelecer um segmento para ser responsável pela organização da

reutilização e ou destino dos recicláveis; (Conselho Escolar, APMF, direção)

- Reaproveitamento dos resíduos orgânicos produzido na escola (funcionários,

AMPF)

- Oficinas para demonstrar possibilidades de utilização dos descartáveis para

confecção de material e de enfeites para festas e eventos bem como

reutilização dos materiais que podem ser reciclados no dia a dia.

7.2.5 APRESENTAÇÃO PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR

“ É a preocupação da escola com o atendimento á diversidade social, econômica e cultural existente que lhe garante ser reconhecida como instituição voltada indistintamente, para a inclusão de todos os indivíduos (...) o grande desafio dos educadores é estabelecer uma proposta de ensino que reconheça e valorize práticas culturais de tais sujeitos sem perder de vista o conhecimento historicamente produzido, que constitui patrimônio de todos. ” ( SEED/PARANÁ – 2005 )

84

Acreditando ser esta uma afirmação coerente e verdadeira, o coletivo deste

estabelecimento de ensino vem neste momento propor sua Proposta

Pedagógica Curricular, conforme dispõe as Diretrizes Curriculares da Rede

Pública do Estado do Paraná, no sentido de proporcionar a todos que fazem

parte do processo educacional, o acesso, permanência e sucesso nas

atividades e estudos propostos para construção de uma Educação de

qualidade.

Dentro desta perspectiva esperamos poder colaborar para que os participantes

da Escola Pública tenham possibilidade de construir uma verdadeira posição

dentro da sociedade que vivemos e possam perceber a necessidade de

tolerância e respeito para com todos; pois somente assim teremos a esperança

de nos organizarmos e constituirmos um mundo mais digno para nós e nossos

semelhantes.

Na busca destes resultados, estruturamos esta Proposta Pedagógica

Curricular, visando assegurar o acesso á cultura formal e ao conhecimento

científico para maioria da comunidade escolar , de forma que os conteúdos

possam ser tratados de maneira flexível, dosados , adequados e seqüenciados

para melhor atender a cada grupo de educandos, com suas peculiaridades e

características; procurando assim efetivar um aprendizado real e de qualidade.

Sendo objetivo maior neste processo, auxiliar na formação de cidadãos

capazes em sua totalidade de razão, visão de mundo e na participação e

contribuição para relações sociais mais justas e responsáveis.

85

PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR

DA DISCIPLINA DE CIÊNCIAS Apresentação

O Corpo Docente da disciplina de Ciências do Colégio Estadual de

Ourilândia - EFM, em consonância com a Secretaria Estadual de Educação

de acordo com as DCEs, tem se empenhado em viabilizar a construção de uma

proposta curricular voltada para um ensino fundamental coerente com a

política prioritária de melhoria da qualidade do ensino.

Por certo, os professores terão grande proveito das orientações contidas

na proposta, tendo em vista a melhoria da aprendizagem do aluno, centro de

nossas ações educativas. A história da disciplina de Ciências busca compreender e interpretar a

construção do conhecimento científico, investigando tanto a predominância de

determinadas tendências quanto às transformações ocorridas no cotidiano do

aluno. Entretanto, tais investigações não têm por objetivo apenas a

reconstrução sócia histórica de currículos hegemonicamente posicionados. Na

verdade, tais estudos buscam entender as razões e os efeitos sociais tanto das

inclusões quanto das exclusões nos currículos escolares, resgatando

determinadas posições que perderam as disputas e reconstruindo os

processos que acabaram por definir o que é ou não é escolar em um dado

momento histórico.

A história da ciência é uma atividade humana complexa, histórica e

coletivamente construída que tende a influenciar e sofrer influências de

diversas questões, como: sociais, tecnológicas, culturais, éticas e políticas. E

seu surgimento se relaciona com a maneira como a ciência ganhou status a

partir do século XVII. Há algumas questões relevantes para a disciplina. Por

exemplo, o historiador da ciência deve ser um cientista de formação? Os

núcleos de história da ciência devem estar atrelados aos departamentos de

ciência ou de história?

São problemas que podem ajudar a compreender os rumos da disciplina

até aqui, bem como tentar prever qual será o seu futuro. E existem partidários

para todos os gostos. O fato é que os primeiros historiadores da ciência foram

86

mesmo cientistas. O que parece ser um movimento natural, afinal ninguém é

mais interessado em ciência do que o cientista.

Mas podem decorrer alguns problemas. O cientista provavelmente irá

estudar a história de sua especialização. E ao se deparar com o passado, pode

tentar compreendê-lo usando os conceitos presentes. Se assim o for, é quase

certo que o cientista-historiador vai acabar “viciando” sua análise.

A Disciplina de Ciências, no Ensino Fundamental, se constitui

historicamente por um conjunto de ciências que se somam numa mesma

disciplina escolar para compreender os fenômenos naturais, nesta etapa da

escolarização. A história da ciência está relacionada e integrada aos processos

que constituem a própria historia da sociedade humana. Todas as diferentes

visões de mundo e suas teorias correspondem a diferentes abordagens do

fenômeno cientifico da produção cientifica e do que é ser cientista. Hoje, vários

significados são aceitos para o termo Ciência, portanto se faz necessário deixar

clara a concepção da Disciplina de Ciência adotada.

A Disciplina de Ciência deve estar embasada em uma construção

humana coletiva da qual participam a imaginação, a intuição e a emoção. A

comunidade cientifica sofre a influencia do contexto social, histórico e

econômico em que está inserida. Sendo assim, não existem neutralidade e

objetividade absolutas: fazer Ciência exige escolhas e responsabilidades

humanas. O conhecimento científico está em permanente transformação, as

afirmações cientificas são provisórias e nunca podem ser aceitas como

completas e definitivas.

Para compreender e explicar os fenômenos da natureza e suas

interferências no mundo, a disciplina deve possibilitar a articulação entre os

diferentes conhecimentos físicos, químicos e biológicos, dentre outros, o

cotidiano, entendido aqui como sendo os problemas reais socialmente

importantes que afetam direta e indiretamente a vida das pessoas. O processo

ensino/aprendizagem da Disciplina de Ciências decorre da valorização da

dúvida, da contradição, da diversidade, da divergência e do questionamento

das certezas e incertezas, superando o tratamento curricular dos conteúdos por

eles mesmos, priorizando a sua função de formação social.

As relações entre os seres humanos com os demais seres vivos e com a

natureza ocorrem pela busca de condições favoráveis de sobrevivência.

87

Contudo, a interferência do ser humano sobre a natureza possibilita incorporar

experiências, técnicas, conhecimentos e valores produzidos na coletividade e

transmitidos culturalmente. Sendo assim, a cultura, o trabalho e o processo

educacional asseguram a elaboração e a circulação do conhecimento,

estabelecem novas formas de pensar, de dominar a natureza, de compreendê-

la e se apropriar dos seus recursos a história e a filosofia da ciência mostram

que a sistematização do conhecimento científico evoluiu pela observação de

regularidades percebidas na Natureza, o que permitiu sua apropriação por

meio da compreensão dos fenômenos que nela ocorrem. Tal conhecimento

proporciona ao ser humano uma cultura científica com repercussões sociais,

econômicas, éticas e políticas.

A historicidade da ciência está ligada não somente ao conhecimento

científico, mas também às técnicas pelas quais esse conhecimento é

produzido, as tradições de pesquisa que o produzem e as instituições que as

apoiam. Nesses termos, analisar o passado da ciência e daqueles que a

construíram, significa identificar as diferentes formas de pensar sobre a

Natureza, interpretá-la e compreendê-la, nos diversos momentos históricos.

Entretanto, diante da impossibilidade de compor uma análise totalmente

abrangente a respeito da história da Ciência optou-se, por um recorte

epistemológico que permite refletir sobre a gênese, o desenvolvimento, a

articulação e a estruturação do conhecimento cientifico.

Os epistemólogos contemporâneos contribuíram de forma significativa

com reflexões voltadas à produção do conhecimento científico, apontando

caminhos para a compreensão de que, nas ciências, rompe-se com modelos

científicos anteriormente aceitos como explicações para determinados

fenômenos da natureza.

O pensamento pré-científico representa um período marcado pela

construção racional e empírica do conhecimento científico.

Este estado representa a busca da superação das explicações

místicas, com base em sucessivas observações empíricas e descrições

técnicas de fenômenos da natureza, além de intenso registro dos

conhecimentos científicos desde a Antiguidade até fins do século XVIII, dentre

os quais Aristóteles, Ptolomeu, Versálius e Lineu, que representaram este

88

período, em que se registrava o conhecimento científico em grandes obras que

o divulgava.

Contrapondo-se a ideia animista, filósofos naturalistas explicavam a

Natureza a partir de outro modelo ao atribuir à sua estrutura e constituição

material, porções imutáveis e indivisíveis, os átomos. Pelo modelo atomista, os

átomos podem se mover e se combinar no espaço vazio e, assim, construir

uma multiplicidade de sistemas maiores que, por sua vez, evoluem por meio de

recombinações atômicas.

Mesmo o pensamento atomista permanecendo como tradição, a ideia da

constituição da matéria, a partir dos quatro elementos, continuou a ser

referência entre os pensadores gregos. Aristóteles (século III a.C.), ao propor

um modelo de Universo único, finito e eterno, composto por esferas que se

dispunham em círculos concêntricos em relação à Terra, descrevendo

movimentos circulares perfeitos, formulou as bases para o modelo geocêntrico.

O modelo mecanicista, utilizado pela ciência até os dias atuais para

explicar o funcionamento dos sistemas do organismo, superou o modelo

organicista, pois comparava, por analogias, o corpo humano às máquinas. Por

exemplo, a analogia do coração com uma bomba hidráulica e o funcionamento

do sistema respiratório com a ideia de combustão.

As sistematizações de Lavoisier no final do século XVIII marcaram um

importante momento para a ciência porque contribuíram para superar as ideias

do flogisto que levaram as novas pesquisas científicas, culminando com a

reorganização de toda nomenclatura à luz dos estudos voltados à nova

teorização dos átomos e à química orgânica, no século XIX.

A alquimia, por sua vez, desde a Antiguidade, era uma prática que

objetivava, principalmente, a transmutação dos metais e a busca pelo elixir da

vida eterna, com a cura de todas as doenças. Outra interpretação da finalidade

da alquimia relacionava-a com uma prática de investigação a respeito da

constituição da matéria para dividir os compostos em elementos e estudar sua

recombinação. No período do estado científico buscou-se a universalidade do

método cartesiano de investigação dos fenômenos da natureza, com maior

divulgação do conhecimento científico em obras caracterizadas por uma

linguagem mais compreensível.

89

O estado do novo espírito científico configura-se, também, como um

período fortemente marcado pela aceleração da produção científica e a

necessidade de divulgação, em que a tecnologia influenciou e sofreu

influências dos avanços científicos.

Ressalta-se que, o mesmo na atualidade represente a superação dos

estados pré-científicos e científicos, na mesma expressividade em que ocorre

na atividade científica e tecnológica, o processo de produção do conhecimento

científico seria mais bem vivenciado no âmbito escolar, possibilitando

discussões acerca de como a ciência realmente funciona.

Ressalta-se que, se o ensino de Ciências na atualidade representasse a

superação dos estados pré-científicos e científicos, na mesma expressividade

em que ocorre na atividade científica e tecnológica, o processo de produção do

conhecimento científico seria mais bem vivenciado no âmbito escolar,

possibilitando discussões acerca de como a ciência realmente funciona.

A consolidação desta disciplina vai além e aponta para “questões que

ultrapassam os campos de saber científico e do saber acadêmico, cruzando

fins educacionais e fins sociais”, de modo a possibilitar ao educando a

compreensão dos conhecimentos científicos que resultam da investigação da

Natureza, em um contexto histórico-social, tecnológico, cultural, ético e político.

As decisões políticas instituídas na LDB n. 4024/61 apontaram para o

fortalecimento e consolidação do ensino de Ciências no currículo escolar. Um

dos avanços em relação às reformas educacionais de décadas anteriores foi a

ampliação da participação da disciplina de Ciências Naturais no currículo

escolar, ampliando para todas as séries da etapa ginasial a necessidade do

preparo do indivíduo (e da sociedade como um todo) para o domínio dos

recursos científicos e tecnológicos por meio do exercício do método científico.

Na década de 1980 o ensino de Ciências orientava se por um currículo

centrado nos conteúdos e atrelado a discussões sobre problemas sociais que

se avolumaram no mundo, o que mudava substancialmente os programas

vigentes. Isso ocorreu porque as crises ambientais, o aumento da poluição, a

crise energética e a efervescência social, manifestada em movimentos como a

revolta estudantil e as lutas antissegregação racial, ocorridas entre 1960 e

1980, determinaram profundas transformações nas propostas das disciplinas

científicas em todos os níveis de ensino.

90

Nesse contexto histórico, ao final da década de 1980 e início da

seguinte, no Estado do Paraná, a Secretaria de Estado da Educação propôs o

Currículo Básico para o ensino de 1° grau, construído sob o referencial teórico

da pedagogia histórico crítica. Este documento resultou de reflexões e

discussões realizadas no Estado do Paraná, visando debater os conteúdos e

as orientações de encaminhamento metodológico. Esse programa analisava as

relações entre escola, trabalho e cidadania.

O Currículo Básico, no início dos anos 1990, ainda sob a LDB n.

5692/71, apresentou avanços consideráveis para o ensino de Ciências,

assegurando sua legitimidade e constituição de sua identidade para o momento

histórico vigente, pois valorizou a reorganização dos conteúdos específicos

escolares em três eixos norteadores e a integração dos mesmos em todas as

séries do 1º Grau, hoje Ensino Fundamental, a saber, 1. Noções de

Astronomia; 2. Transformação e Interação de Matéria e Energia; e 3. Saúde -

melhoria da qualidade de vida.

Com a promulgação da LDB n. 9394/96, que estabeleceu as Diretrizes e

Bases para a Educação Nacional, foram produzidos os Parâmetros

Curriculares Nacionais (PCN) que propunham uma nova organização curricular

em âmbito federal. O Currículo Básico para o Estado do Paraná foi,

oficialmente, substituído pelos PCN cujos fundamentos contribuíram para a

descaracterização da disciplina de Ciências, pois, nesse documento o quadro

conceitual de referência da disciplina e sua constituição histórica como campo

do conhecimento ficaram em segundo plano. Diante desse contexto, em 2003,

com as mudanças no cenário político nacional e estadual, iniciou-se no Paraná

um processo de discussão coletiva com objetivo de produzir novas Diretrizes

Curriculares para estabelecer novos rumos e uma nova identidade para o

ensino de Ciências.

5ª SÉRIE:

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES CONTEÚDOS BÁSICOS

ASTRONOMIA Universo - Sistema solar - Movimentos terrestres - Movimentos celestes - Astros - Evolução dos seres vivos

91

MATÉRIA - Constituição da matéria - Formas de energia - Conversão de energia - Transmissão de energia

ENERGIA - Formas de energia - Conversão de energia - Transmissão de energia

SISTEMAS BIOLÓGICOS - Níveis de organização Celular

BIODIVERSIDADE - Organização dos Seres vivos 6ª SÉRIE

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES CONTEÚDOS BÁSICOS

ASTRONOMIA

- Astros - Movimentos terrestres - Movimentos celestes

MATÉRIA - Constituição da matéria

ENERGIA - Formas de energia - Transmissão de energia

SISTEMAS BIOLÓGICOS - Célula - Morfologia e fisiologia dos seres vivos. - Origem da vida

BIODIVERSIDADE - Ecossistemas - Interações ecológicas

7 ª SÉRIE: CONTEÚDOS ESTRUTURANTES CONTEÚDOS BÁSICOS

ASTRONOMIA - Origem e Evolução do Universo.

MATÉRIA - Constituição da matéria

ENERGIA - Formas de energia

SISTEMAS BIOLÓGICOS - Célula - Morfologia e fisiologia dos seres vivos.

BIODIVERSIDADE -Evolução dos seres vivos.

8ª SÉRIE:

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES CONTEÚDOS BÁSICOS

ASTRONOMIA

- Astros - Movimentos terrestres - Movimentos celestes

MATÉRIA - Propriedades da matéria

ENERGIA - Formas de energia - Conservação de energia

SISTEMAS BIOLÓGICOS - Morfologia e fisiologia dos seres vivos - Mecanismos de herança genética

BIODIVERSIDADE - Interações ecológicas

92

METODOLOGIA

Alguns aspectos são importantes e essenciais para o ensino de

Ciências: a história da mesma, a divulgação científica e a atividade

experimental. Tais aspectos não se dissociam em campos isolados, mas sim,

relacionam-se e complementam-se na prática pedagógica. Considera-se que

a história da ciência contribui para a melhoria do ensino, porque propicia

melhor integração dos conceitos científicos escolares, prioritariamente sob

duas perspectivas: como conteúdo específico em si mesmo e como fonte de

estudo que permite compreender melhor os conceitos científicos, enriquecendo

assim suas estratégias de ensino.

Ao optar pelo uso de documentos, pesquisas, consultas, textos, imagens

e registros da história da ciência como recurso pedagógico, contribui para a

formação científica, além de propiciar melhorias na abordagem do conteúdo

específico, pois sem a história da ciência perdem se a fundamentação dos

fatos e argumentos efetivamente observados, propostos e discutidos em certas

épocas, além de estabelecer relações conceituais, interdisciplinares e

contextuais das diversidades.

O processo ensino-aprendizagem pode ser mais bem articulado com o

uso de:

• recursos pedagógico-tecnológicos que enriqueçam a prática docente, tais

como: livro didático, texto de jornal, revista científica, figuras, revista em

quadrinhos, música, quadro de giz, mapa (geográficos, sistemas biológicos,

entre outros), globo, modelo didático (torso, esqueleto, célula, olho,

desenvolvimento embrionário, entre outros), microscópio, lupa, jogo, telescópio,

televisor, computador, retroprojetor, entre outros;

• de recursos instrucionais como organogramas, mapas conceituais, mapas de

relações, diagramas V, gráficos, tabelas, infográficos, entre outros;

• de alguns espaços de pertinência pedagógica, dentre eles, feiras, museus,

laboratórios, exposições de ciência, seminários e debates.

Favorecer o uso de simulações para atividades que envolvam diversos

temas, desde dramatizações, as TIC’s (laboratório de informática) para análise

de processos.

93

Dependendo do assunto, a aula poderá ser complementada com leituras

diversificadas; debates entre os alunos; palestras de especialistas; entrevistas

com parentes, vizinhos, funcionários e professores; interpretação de textos

sobre avanços tecnológicos; projeções em retro projetor e consulta a CD –

ROMS; excursões; confecções de quadros murais; organização do ambiente

escolar.

Elementos da prática pedagógica de ciências: A abordagem

problematizadora, a relação contextual, a relação interdisciplinar, a pesquisa, a

leitura científica, a atividade em grupo, a observação, a atividade experimental,

os recursos instrucionais, o lúdico.

Será trabalhado o conteúdo relacionado a Cultura Afro Brasileira por

uma Educação Antirracista Lei 10639/03. E a inclusão da cultura indígena no

currículo A Lei nº 11.645, de 10 março de 2008 estabelece a inclusão, no

currículo oficial da rede de ensino, a obrigatoriedade da temática “História e

Cultura Afro-Brasileira e Indígena”.

De acordo com o art.1 § 2o, os conteúdos referentes à história e cultura

afro-brasileira e dos povos indígenas brasileiros serão ministrados no âmbito

de todo o currículo escolar, em especial nas áreas de educação artística e de

literatura e história brasileiras.”

Neste sentido, o trabalho com estas culturas deverá ser contemplado na

Metodologia, no momento da exploração e interpretação dos textos, nas

contextualizações, intertextualidades, pesquisas: biográficos e culturais e etc.

AVALIAÇÃO

Esta é uma atividade fundamental e de extrema importância no processo

ensino-aprendizagem dos conteúdos científicos e escolares, prevista pela Lei

nº 9394/96, ou seja, a avaliação deve ser diagnóstica, contínua, cumulativa e

mediadora em relação ao desempenho do estudante, com prevalência dos

aspectos qualitativos sobre os quantitativos.

Avaliação como prática pedagógica que compõe a mediação didática

realizada pelo professor é entendida como “ação, movimento, provocação, na

94

tentativa de reciprocidade intelectual entre os elementos da ação educativa”.

Resume-se em professor e aluno buscando coordenar seus pontos de vista,

trocando ideias e reorganizando-as.

A ação avaliativa pode propiciar um momento de interação e construção

de significados, nos quais o estudante aprende. Para que isso ocorra, o

professor precisa refletir e planejar sobre os procedimentos a serem utilizados

e superar o modelo consolidado da avaliação tão somente classificatória e

excludente.

Será preciso respeitar o estudante como um ser humano inserido no

contexto das relações que permeiam a construção do conhecimento científico

escolar. Desse modo, a avaliação deverá valorizar os conhecimentos

alternativos do estudante, construídos no cotidiano, nas atividades

experimentais, ou a partir de diferentes estratégias que envolvem recursos

pedagógicos e instrucionais diversos. É importante retomar a compreensão do

“erro”, pode sugerir ao professor a maneira como o estudante está pensando e

construindo sua rede de conceitos e significados, com isso é importante para o

professor rever e articular o processo ensino em busca de sua superação,

corrigindo erros conceituais para a necessária retomada do ensino dos

conceitos ainda não apropriados, diversificando-se recursos e estratégias para

que ocorra a aprendizagem de conceitos.

Ao investigar se houve tal compreensão da aprendizagem significativa,

o professor precisa utilizar instrumentos por meio de problematizações

envolvendo relações conceituais, interdisciplinares ou contextuais, ou mesmo a

partir da utilização de jogos educativos, entre outras possibilidades, como o uso

de recursos instrucionais que representem como o estudante tem solucionado

os problemas propostos e a transformação dos conhecimentos adquiridos.

A prova/avaliação escrita pode ser um excelente instrumento de

investigação do aprendizado do estudante e de diagnóstico do conceito

científico escolar ainda não compreendido por ele, além de indicar quanto o

nível de desenvolvimento potencial tornou-se um nível real. Para isso, as

questões da prova/avaliação precisam ser diversificadas e considerar outras

relações além daquelas trabalhadas em sala de aula. Tendo ainda como

critérios de avaliação: as atividades experimentais, a pesquisa, atividade em

grupo, o lúdico, os relatórios e recursos instrucionais diversos.

95

Com isso avaliar no ensino de Ciências implica intervir no processo

ensino-aprendizagem do estudante, para que ele compreenda o real significado

dos conteúdos científicos escolares e do objeto de estudo de Ciências, visando

uma aprendizagem realmente significativa para sua vida, possibilitando que o

educando faça interferências no meio em que vive.

REFERÊNCIAS

ANDRADE, Maria Hilda de Paiva. Ciência e Vida: (5ª a 8ª série do Ensino

Fundamental – Ciências). Belo horizonte: Dimensão, 2006.

CANTO, Eduardo Leite do, 1966 – Ciências Naturais: Aprendendo com o

Cotidiano / Eduardo Leite do Canto. – 2. ed. – São Paulo: Moderna, 2004.

GEWANDESZNAJDER, Fernando. Ciências (5ª a 8ª séries – E.F.). São Paulo:

Ática, 2006.

GOWDAK, Demétrio – Ciências: novo pensar/ Demétrio Gowdak, Eduardo

Martins. – 2. Ed. Renovada.—São Paulo: FTD, 2006.

PARANÁ Secretaria de Estado da Educação. Superintendência da Educação.

Departamento de Educação Básica. Diretrizes Curriculares de Ciências.

Curitiba, 2009.

SANTANA, Olga. Ciência Natural, 5ª a 8ª série. 1ª ed. São Paulo: Saraiva

2006.

VALLE, Cecília. Coleção Ciências 5ª, 6ª, 7ª e 8ª séries/ Cecília Vale – 1. Ed. –

Curitiba. Positivo, 2004.

96

PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DE ARTE

APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA

Durante o período colonial ocorreu a primeira forma registrada de arte na

educação em vilas e reduções jesuíticas. Nas reduções jesuíticas, realizaram

um trabalho de catequização dos indígenas com os ensinamentos de artes e

ofícios, através da retórica, literatura, música, teatro, dança, pintura, escultura e

outras artes manuais. Esse trabalho educacional jesuítico perdurou

aproximadamente por 250 anos, de 1500 a 1759 e foi importante, pois

influenciou na construção da matriz cultural brasileira. Essa influência

manifesta-se na cultura popular, na música, no folclore, na folia de Reis, entre

outras, que permanecem com algumas variações.

Por volta do século XVIII, busca-se a efetiva superação do modelo teocêntrico

medieval, voltando-se ao projeto conhecido como iluminista, que tinha como

característica marcante a convicção de que tudo pode ser explicado pela razão

do homem e pela ciência. Ocorre uma reforma na educação colonial,

conhecida como Reforma Pombalina, mas na prática não se apresenta efetiva

mudança. Os colégios jesuítas foram substituídos por colégio-seminário de

outras congregações religiosas.

Entre esses colégios-seminários destacam-se o de Olinda e o

Franciscano do Rio de Janeiro, construídos no inicio do século XIX. Incluíram

em seus currículos, diferentemente dos demais, estudos de desenho

associados a matemática e da harmonia na musica, características da arte na

sociedade burguesa européia do século XVIII e fundamentadas no principio do

iluminismo.

Em 1808, com a vinda da Família Real de Portugal para o Brasil, inicia-

se uma série de obras e ações para acomodar, em termos materiais e culturais,

a corte portuguesa. Entre essas ações destaca-se a chegada ao Brasil de um

grupo de artistas franceses encarregado da fundação da Academia de Belas

Artes, na qual os alunos poderiam aprender as artes e ofícios artísticos.

97

Em 1890 surge a primeira reforma educacional no Brasil República.

Essa proposta educacional procurava atender ao modo de produção capitalista,

caracterizado pelo inicio da industrialização no Brasil, secundarizava e

deslocava do currículo o ensino de Arte, que tendia a ser centrado nas áreas

técnicas e artes manuais ou em atividades sem vínculo com as propostas

curriculares das escolas.

Um marco importante para a arte brasileira e os movimentos

nacionalistas foi a Semana da Arte Moderna em 1922, que influenciou os

artistas brasileiros. Esse movimento baseava-se na valorização da identidade

nacional e na reafirmação da cultura brasileira.

A partir dos anos 60 as produções e movimentos artísticos se

intensificaram nas artes plásticas com as Bienais e os movimentos contrários a

ela: na música com a bossa nova e os festivais; no teatro com o teatro de rua,

teatro oficina e o teatro de arena de Augusto Boal; e no cinema com o cinema

novo de Glauber Rocha. Esses movimentos tiveram um forte caráter

ideológico, propunham uma nova realidade social e gradativamente deixaram

de acontecer com o endurecimento do regime militar. Em 1968, esses

movimentos foram reprimidos com a perseguição e o exílio de vários artistas,

professores, políticos e outros que se opunham ao regime. Contraditoriamente,

nesse momento de repressão política e cultural o ensino de Arte torna-se

obrigatório. Com uma concepção centrada nas habilidades e técnicas,

minimizando o conteúdo, o trabalho criativo e o sentido estético da arte.

A partir de 1980, o país inicia um amplo processo de mobilização social

pela redemocratização e para a nova constituinte de 1988. Surgem nessa fase,

movimentos para a valorização da educação partindo das influências da

Pedagogia histórico crítica. No final dos anos 80 e na década de 90,

professores de arte das escolas de educação básica, das universidades e

profissionais da área que atuavam em museus, organizaram-se em seminários,

simpósios nacionais e internacionais, propondo novas formas de ensino de arte

nas escolas, principalmente das públicas, mobilizaram-se também pela

manutenção da obrigatoriedade do ensino de arte no texto da LDB, promulgada

em 1996.

Na década de 1990, as empresas de capacitação de executivos e

demais profissionais passaram a utilizar a arte e os conceitos de estética como

98

meio e principio nos seus cursos. Esse padrão foi muito utilizado nas

capacitações de professores da rede pública em Faxinal do Céu (Pinhão) de

1997 a 2002.

Em 2005 implementa-se através da Lei Federal 10.639/03 a

obrigatoriedade no âmbito das escolas brasileiras, oficiais ou privadas, no nível

de ensino fundamental e médio, o estudo da “história e cultura afro-brasileira e

africana”. É importante destacar que o ensino de Arte passa a se preocupar

com o desenvolvimento do sujeito inserido em uma sociedade transformadora.

Portanto, é necessário conhecer a nossa história para entender e transformar

nossa realidade.

O trabalho com a disciplina de Artes viabiliza ao aluno:

* Desenvolver os conteúdos estruturantes: elementos básicos das linguagens

artísticas, produções/manifestações artísticas e elementos contextualizados,

permitindo assim uma unidade e uma correspondência entre as diversas

linguagens artísticas.

* Experimentar e explorar a possibilidade de cada linguagem artística, com o

intuito de proporcionar ao aluno o conhecimento de diferentes tipos de

manifestações artísticas;

* Compreender e utilizar a arte como linguagem, mantendo uma atitude de

busca pessoal e coletiva, articulando a percepção, a emoção, a investigação, a

sensibilidade e a reflexão ao realizar produções artísticas;

* Experimentar e conhecer materiais, instrumentos e procedimentos artísticos

diversos em arte (artes visuais, dança, música, teatro), de modo que os utilize

nos trabalhos pessoais, identifique-os e interprete-os na apreciação e

contextualizando-os culturalmente;

* Identificar, relacionar e compreender a arte como fato histórico

contextualizado nas diversas culturas, conhecendo, respeitando e podendo

observar produções presentes no cotidiano, assim como as demais do

patrimônio cultural e do universo natural, identificando a existência de

diferenças nos padrões artísticos e estéticos de diferentes grupos culturais;

* Entender que arte é uma necessidade do ser humano de expressar as mais

diversas manifestações culturais, dando um enfoque especial à cultura

indígena, à cultura afro-brasileira, buscando mostrar que todas essas

99

manifestações fazem parte de nossas raízes, influenciaram e continuam

influenciando nossa cultura;

CONTEÚDOS

5ª SÉRIE

ÁREA MÚSICA

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES

ELEMENTOS FORMAIS COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS E

PERIODOS

CONTEÚDOS BÁSICOS PARA A SÉRIE

Altura

Duração

Timbre

Intensidade

Densidade

Ritmo

Melodia

Escalas:diatônica,

pentatônica, cromática,

maior, menor, Improvisação

Gêneros: erudito, popular.

Greco-Romana

Oriental

Ocidental

Idade Média

Música Popular (folclore)

ARTES VISUAIS

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES

ELEMENTOS FORMAIS COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS E

PERIODOS

CONTEÚDOS BÁSICOS PARA A SÉRIE

Ponto

Linha

Textura

Forma

Superfície

Volume

Cor

Luz

Bidimensional

Tridimensional

Figurativa/Abstrato

Geométrica

Técnicas: Pintura, desenho,

baixo e alto relevo,

escultura, arquitetura...

Gêneros: paisagem, retrato,

cenas da mitologia.

Arte Greco-Romana

Arte Africana

Arte Oriental

Idade Média

Arte Popular (folclore)

Arte Pré-Histórica

Renascimento

Barroco

100

TEATRO

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES

ELEMENTOS FORMAIS COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS E

PERIODOS

CONTEÚDOS BÁSICOS PARA A SÉRIE

Personagem:

expressões corporais,

vocais, gestuais e

faciais.

Ação

Espaço

Técnicas: jogos teatrais,

teatro indireto e direto,

improvisação, manipulação,

máscara.

Gênero: Tragédia,

Comédia, enredo, roteiro.

Espaço Cênico, circo.

Adereços

Greco-Romana

Teatro Oriental

Africano

Teatro Medieval

Renascimento

Teatro Popular

DANÇA

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES

ELEMENTOS FORMAIS COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS E

PERIODOS

CONTEÚDOS BÁSICOS PARA A SÉRIE

Movimento corporal

Tempo

Espaço

Eixo

Deslocamento

Ponto de Apoio

Formação

Técnica: Improvisação

Gênero: Circular

Pré-história

Greco-romana

Renascimento

Dança Clássica

6ª SÉRIE

ÁREA MÚSICA

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES

ELEMENTOS FORMAIS COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS E

PERIODOS

101

CONTEÚDOS BÁSICOS PARA A SÉRIE

Altura

Duração

Timbre

Intensidade

Densidade

Ritmo

Melodia

Escalas

Estrutura

Gêneros: folclórico, popular,

étnico.

Técnicas: vocal,

instrumental, mista.

Improvisação

Música popular e étnica

(ocidental e oriental)

Brasileira

Paranaense

Africana

Renascimento

Neoclássica

Caipira/Sertanejo Raiz

ARTES VISUAIS

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES

ELEMENTOS FORMAIS COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS E

PERIODOS

CONTEÚDOS BÁSICOS PARA A SÉRIE

Ponto

Linha

Forma

Textura

Superfície

Volume

Cor

Luz

Bidimensional

Tridimensional

Figurativa

Abstrata

Geométrica

Técnicas: Pintura, desenho,

escultura, modelagem,

gravura, mista,

pontilhismo...

Gêneros: Paisagem,

retrato, natureza morta.

Arte indígena

Arte Popular Brasileira e

Paranaense

Abstracionismo

Expressionismo

Impressionismo

TEATRO

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES

ELEMENTOS FORMAIS COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS E

102

PERIODOS

CONTEÚDOS BÁSICOS PARA A SÉRIE

Personagem:

expressões corporais,

vocais, gestuais e

faciais.

Ação

Espaço

Representação,

Leitura dramática,

Cenografia.

Gêneros: Rua, Comédia,

arena,

Caracterização

Técnicas: jogos dramáticos

e teatrais, Mímica,

improvisação, formas

animadas...

Comédia dell' arte

Teatro Popular

Teatro Popular Brasileiro e

Paranaense

Teatro Africano.

DANÇA

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES

ELEMENTOS FORMAIS COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS E

PERIODOS

CONTEÚDOS BÁSICOS PARA A SÉRIE

Movimento Corporal

Tempo

Espaço

Direções

Coreografia

Salto e queda

Níveis (alto, médio, baixo)

Gênero: Folclórica, popular

e étnica.

Dança popular

Brasileira

Paranaense

Africana

Indígena.

7ª SERIE

ÁREA MÚSICA

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES

ELEMENTOS FORMAIS COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS E

PERIODOS

CONTEÚDOS BÁSICOS PARA A SÉRIE

103

Altura

Duração

Timbre

Intensidade

Densidade

Ritmo

Melodia

Harmonia

Tonal, modal e a fusão de

ambos.

Técnicas: vocal,

instrumental, eletrônica,

informática e mista.

Sonoplastia

Indústria Cultural

Eletrônica

Minimalista

Rap, Rock, Tecno

Sertanejo pop

Vanguardas

Clássica

ARTES VISUAIS

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES

ELEMENTOS FORMAIS COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS E

PERIODOS

CONTEÚDOS BÁSICOS PARA A SÉRIE

Linha

Forma

Textura

Superfície

Volume

Cor

Luz

Bidimensional

Tridimensional

Figurativo

Abstrato

Semelhanças

Contrastes

Ritmo Visual

Cenografia

Técnicas: pintura, desenho,

fotografia, audiovisual,

gravura...

Gêneros: Natureza morta,

retrato, paisagem.

Indústria Cultural

Arte Digital

Vanguardas

Arte Contemporânea

Arte Cinética

Op Art

Pop Art

Classicismo

TEATRO

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES

104

ELEMENTOS FORMAIS COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS E

PERIODOS

CONTEÚDOS BÁSICOS PARA A SÉRIE

Personagem:

expressões corporais,

vocais, gestuais e

faciais.

Ação

Espaço

Representação no Cinema

e Mídias (Vídeo, TV e

Computador)

Texto dramático

Cenografia

Maquiagem

Sonoplastia

Roteiro, enredo

Técnicas: jogos teatrais,

sombra, adaptação cênica

Indústria Cultural

Realismo

Expressionismo

Cinema Novo

Vanguardas

Classicismo

DANÇA

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES

ELEMENTOS FORMAIS COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS E

PERIODOS

CONTEÚDOS BÁSICOS PARA A SÉRIE

Movimento Corporal

Tempo

Espaço

Direções

Dinâmicas

Aceleração

Improvisação

Coreografia

Sonoplastia

Gênero: Indústria Cultural,

espetáculo.

Hip Hop

Musicais

Expressionismo

Indústria Cultura

Dança Moderna

Dança Clássica

8ª SERIE

ÁREA MÚSICA

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES

ELEMENTOS FORMAIS COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS E

105

PERIODOS

CONTEÚDOS BÁSICOS PARA A SÉRIE

Altura

Duração

Timbre

Intensidade

Densidade

Ritmo

Melodia

Harmonia

Estrutura

Técnicas: vocal,

instrumental, mista.

Gêneros: popular, folclórico,

étnico.

Música Engajada

Música Popular Brasileira.

Música contemporânea

Hip Hop, Rock, Punk

Romantismo

ARTES VISUAIS

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES

ELEMENTOS FORMAIS COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS E

PERIODOS

CONTEÚDOS BÁSICOS PARA A SÉRIE

Linha

Forma

Textura

Superfície

Volume

Cor

Luz

Bidimensional

Tridimensional

Figurativo

Geométrica

Figura-fundo

Perspectiva

Semelhanças

Contrastes

Ritmo Visual

Cenografia

Técnica: Pintura, desenho,

performance...

Gêneros: Paisagem urbana,

idealizada, cenas do

cotidiano.

Realismo

Dadaísmo

Arte Engajada

Muralismo

Pré-colombiana

Grafite (Hip Hop)

Romantismo

106

TEATRO

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES

ELEMENTOS FORMAIS COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS E

PERIODOS

CONTEÚDOS BÁSICOS PARA A SÉRIE

Personagem:

expressões corporais,

vocais, gestuais e

faciais.

Ação

Espaço

Técnicas: Monólogo, jogos

teatrais, direção, ensaio,

Teatro-Fórum, Teatro

Imagem.

Representação

Roteiro, enredo

Dramaturgia

Cenografia

Sonoplastia

Iluminação

Figurino

Gêneros

Teatro Engajado

Teatro do Oprimido

Teatro Pobre

Teatro do Absurdo

Romantismo

DANÇA

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES

ELEMENTOS FORMAIS COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS E

PERIODOS

CONTEÚDOS BÁSICOS PARA A SÉRIE

Movimento Corporal

Tempo

Espaço

Ponto de Apoio

Níveis (alto, médio e baixo)

Rotação

Deslocamento

Gênero: Salão, espetáculo,

moderno.

Coreografia

Arte Engajada

Vanguardas

Dança Contemporânea

Romantismo

107

ENSINO MÉDIO

MÚSICA

CONTEÚDOS ESTRURANTES

ELEMENTOS FORMAIS COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS E

PERIODOS

CONTEÚDOS BÁSICOS

Altura

Duração

Timbre

Intensidade

Densidade

Ritmo

Melodia

Harmonia

Modal, Tonal e fusão de

ambos.

Gêneros: erudito, clássico,

popular, étnico, folclórico,

Pop

Técnicas: vocal,

instrumental, eletrônica,

informática e mista.

Improvisação

Música Popular Brasileira

Paranaense

Popular

Indústria Cultural

Engajada

Vanguarda

Ocidental

Oriental

Africana

Latino-Americano

ARTES VISUAIS

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES

ELEMENTOS FORMAIS COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS E

PERIODOS

CONTEÚDOS BÁSICOS

Ponto

Linha

Forma

Textura

Superfície

Volume

Cor

Bidimensional

Tridimensional

Figurativo

Abstrato

Perspectiva

Semelhanças

Contrastes

Arte Ocidental

Arte Oriental

Arte Africana

Arte Brasileira

Arte Paranaense

Arte Popular

Arte de Vanguarda

108

Luz Ritmo Visual

Técnica: Pintura, desenho,

modelagem, instalação

performance, fotografia,

gravura e esculturas...

Gêneros: paisagem,

natureza-morta, designer,

história em quadrinhos...

Indústria Cultural

Arte Engajada

Arte Contemporânea

Arte Digital

Arte Latino-Americana

DANÇA

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES

ELEMENTOS

FORMAIS

COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS E

PERIODOS

CONTEÚDOS BÁSICOS

Movimento Corporal

Tempo

Espaço

Eixo

Dinâmica

Aceleração

Ponto de Apoio

Salto e Queda

Rotação

Níveis

Formação

Deslocamento

Improvisação

Coreografia

Gêneros: Espetáculo, industrial

cultural, étnica, folclórica,

circular, populares, salão,

moderna, contemporânea...

Pré-história

Greco-Romana

Medieval

Renascimento

Dança Clássica

Dança Popular

Brasileira

Paranaense

Africana

Indígena

Hip Hop

Expressionismo

Indústria Cultural Dança

Moderna

Arte Engajada

Vanguardas

Dança Contemporânea

109

TEATRO

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES

ELEMENTOS

FORMAIS

COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS E

PERIODOS

CONTEÚDOS BÁSICOS

Personagem:

expressões corporais,

vocais, gestuais e

faciais.

Ação

Espaço

Técnicas: jogos teatrais, teatro

direto e indireto, mímica,

ensaio, Teatro-Fórum

Roteiro

Encenação, leitura dramática

Gêneros: Tragédia, Comédia,

Drama e Épico

Dramaturgia

Representação nas mídias

Caracterização

Cenografia, sonoplastia,

figurino, iluminação.

Direção

Produção

Teatro Greco-Romano

Teatro Medieval

Teatro Brasileiro

Teatro Paranaense

Teatro Popular

Indústria Cultural

Teatro Engajado

Teatro Dialético

Teatro Essencial

Teatro do Oprimido

Teatro Pobre

Teatro de Vanguarda

Teatro Renascentista

Teatro Latino-Americano

Teatro Realista

Teatro Simbolista

METODOLOGIA

Embasados nos pressupostos teóricos, direcionaremos o pensamento

para o método a ser aplicado: Para quem? Como? Porquê? E o quê?

Considerar as determinações socioeconômicas que interferem nas relações,

para assim compreendermos o valor estético que as funções artísticas tem

desempenhado historicamente no modo da organização da sociedade.

Atualmente, vivemos em um mundo globalizado, onde a criatividade vem

ocupando papel essencial para inserção do indivíduo neste contexto, uma vez

que possui elementos fundamentais para a concretização de habilidades

criativas e inovadoras, para tanto o professor deve-se utilizar de diferentes

110

metodologias com a finalidade de enriquecer o trabalho pedagógico e conduzir

o aluno ao processo de aprendizagem.

O professor deve desenvolver seu trabalho no sentido de ensinar a ver,

ouvir, apreciar e interpretar a realidade, independente das condições

apresentadas, podendo utilizar as novas mídias tecnológicas tais como vídeos,

músicas, pesquisas na internet, reportagens, imagens, ilustrações... textos,

dramatizações, improvisações, danças, teatro, leituras, confecção de cartazes,

variadas técnicas, pesquisa de campo, experiências, debates, seminários,

trabalhos em grupo, enfim, as mais variadas e novas experiências que

enriqueçam o seu trabalho diário.

O criar e o conhecer devem ter a flexibilidade que é a condição

fundamental para o aprender, considerando a individualidade de cada aluno e a

dificuldade que cada um apresenta. Para que realmente objetivos sejam

alcançados é necessário compreender o conceito e o princípio dos significados,

enfim, o que será reconstruído pelo aluno em cada momento de seu

desenvolvimento, e apropriar-se deles progressivamente em toda sua

complexidade.

Desta forma, as aulas serão atrativas, diversificadas, atraindo a atenção

e participação dos educandos, não tendo o propósito de destacar os alunos

mais talentosos em relação aos demais. Os professores da área devem estar

aptos para que impossibilitem que ocorra tal situação, não criando um

ambiente de competitividade, frustração e incapacidade.

O professor deve colocar a existência de diferenças e de

individualidades e a necessidade de todos saberem respeitar essas

diversidades. Uma vez que as aulas não almejam formar artistas plásticos,

atores, bailarinos, etc., mas sim de assimilar e desenvolver a autonomia dos

mesmos a fim de atuarem criticamente em sua realidade.

É importante que o aluno ao longo das séries possa ter um

conhecimento satisfatório, e a escola precisa garantir um conjunto de

conteúdos que possibilite ao aluno apropriar-se e seguir construindo seu

conhecimento.

As Artes Visuais devem ser bem utilizadas, pois proporciona

coordenação motora, visual, auditiva, que concretiza o trabalho interdisciplinar.

O estudo do teatro faz com que o aluno reconheça a importância da expressão

111

no desenvolvimento de um ser espontâneo, vivo, dinâmico e capaz de

exteriorizar seus pensamentos e emoções.

A música e a dança desenvolvem a expressividade corporal, facial, voz,

gesto, a improvisação, o que é importante para desenvolver o psico-motor. As

atividades musicais por fazerem parte do universo cultural dos jovens,

estimulam a criatividade, a fala, a escrita, a comunicação, a leitura, etc. Esta

interação é fundamental para construção da identidade e consciência do jovem,

que compreende melhor sua participação e importância na sociedade.

É extremamente importante que o ensino de Artes passe a se preocupar

com o desenvolvimento do sujeito inserido em uma sociedade transformadora,

que sofreu e sofre influências históricas, portanto, é necessário conhecer a

nossa história para entender e transformar nossa realidade.

AVALIAÇÃO

A avaliação deve se fazer presente, tanto como meio de diagnóstico do

processo de ensino-aprendizagem quanto como instrumento de investigação

da prática pedagógica, sempre com uma dimensão formadora, uma vez que, o

fim desse processo é a aprendizagem, ou a verificação dela, mas também

permitir que haja a reflexão sobre a prática pedagógica.

Para avaliar os conteúdos de educação artística é necessário

estabelecer critérios que são próprios da disciplina, porque a participação dos

alunos nas atividades propostas é mais importante do que a perfeição das

atividades realizadas. Também é importante para os alunos que o professor

acompanhe seu progresso, valorizando seu empenho e respeitando sua

individualidade. Para cumprir essa função a avaliação deve possibilitar um trabalho com o novo, numa dimensão criadora e criativa que envolva o ensino e a aprendizagem. Dessa forma, se estabelecerá o verdadeiro sentido da avaliação: acompanhar o desempenho no presente, orientar as possibilidades de desempenho no futuro e mudar as práticas insuficientes, apontando novos caminhos para superar problemas e fazer surgir novas práticas educativas. (LIMA, 2002/2003).

Para tanto o professor deve planejar as avaliações de maneira criativa,

utilizando-se de diferentes critérios e instrumentos e se não adequados serem

revistos para a concretização de uma prática eficaz que atinja o foco principal

que é a aprendizagem, o que despertará o desejo do aluno em participar. Os

112

conteúdos envolvidos nas avaliações podem ser representados na forma de

linguagem oral, musical, escrita, corporal ou plástica, enfim, de múltiplas

formas.

Além disso, não podemos esperar que todos os educandos se

manifestem da mesma maneira, ao serem avaliados, cada um tem uma

maneira especial de se expressar. Não existem manifestações artísticas

melhores ou piores, existem maneiras diferentes de se expressarem. Após o

andamento deste processo se verificada ma não apreensão por parte dos

educandos rever os conteúdos através de metodologias variadas e utilizar

outros critérios e instrumentos avaliativos como recuperação paralela para que

o aluno possa chegar ao processo de aprendizagem.

Portanto, as avaliações de Artes não devem ser realizadas de maneira

arbitrária, autoritária, ela deve ter um caráter dinâmico, contínuo e cooperativo,

sendo realizada durante toda a prática pedagógica e requer a participação ativa

de todos os envolvidos no processo de ensino-aprendizagem.

No momento da avaliação torna-se necessária a utilização de

instrumentos e critérios avaliativos diversificados para contemplar as diferentes

características e potencialidades dos educandos, abaixo são expressos alguns

dos que podem subsidiar a prática pedagógica.

Atividades a partir de recursos Audiovisuais: o trabalho com filmes,

documentários, músicas, teatro, entre outros, viabilizar ao aluno compreender e

interpretar de forma mais criativa linguagem utilizada, articular o

conceito/conteúdo/tema discutidos nas aulas com o conteúdo apresentado pelo

audiovisual, participar e apreender de forma mais clara o foco do conteúdo que

é apresentado.

Atividades a partir de recursos Auditivos: Música: desenvolver a percepção

sonora dos elementos formais da música, compreender os elementos que

estruturam e organizam a música e sua relação com o movimento artístico ao

qual se originou e as diferentes formas de músicas populares, suas origens e

práticas contemporâneas, formação de sentidos rítmicos e de intervalos

melódicos e harmônicos, compreender também a música como fator de

transformação social.

Atividades envolvendo Artes visuais: Apropriação prática e teórica de

técnicas e modos de composição visual, compreender os elementos que

113

estruturam e organizam as artes visuais e sua relação com o movimento

artístico que se originou, as diferentes formas artísticas populares, suas origens

e práticas contemporâneas, produção de trabalhos visando a atuação do

sujeito em sua realidade singular e social, compreensão das diferentes formas

artísticas populares, suas origens e práticas, contemporâneas, apropriação

prática e teórica de técnicas e modos de composição visual, compreensão das

artes visuais no Cinema e nas mídias, sua função social e ideológica de

veiculação e consumo apropriação prática e teórica das tecnologias e modos

de composição das artes visuais nas mídias relacionadas a produção,

divulgação e consumo, levar o aluno a compreender a dimensão das artes

enquanto fator de transformação social.

Atividade envolvendo o Teatro: Compreender os elementos que estruturam e

organizam o teatro e sua relação com os movimentos artísticos que se

originaram, apropriação prática e teórica de técnicas e modos de composição

teatrais, compreensão das diferentes formas de representação presentes no

cotidiano, suas origens e práticas contemporâneas, apropriação prática e

teórica de técnicas e modos de composição teatrais, presentes no cotidiano,

compreensão das diferentes formas de representação no Cinema e nas mídias,

sua função social e ideológica de veiculação e consumo, apropriação prática e

teórica das tecnologias e modos de composição da representação nas mídias;

relacionadas a produção, divulgação e consumo. Além disso, levar a

compreensão da dimensão ideológica presente no teatro e o teatro enquanto

fator de transformação social, criação de trabalhos teatrais, visando atuação do

sujeito em sua realidade singular e social.

Atividade envolvendo Dança: Levar a compreensão dos elementos que

estruturam e organizam a dança e sua relação com o movimento artístico no

qual se originou entender as diferentes formas de dança popular, suas origens

e práticas contemporâneas, apropriação prática e teórica de técnicas e modos

de composição da dança, compreensão das diferentes formas de dança no

Cinema, musicais e nas mídias, sua função social e ideológica de veiculação e

consumo, apropriação prática e teórica das tecnologias e modos de

composição da dança nas mídias; relacionadas a produção, divulgação e

consumo, compreensão da dimensão da dança enquanto fator de

114

transformação social. Produção de trabalhos com dança, visando atuação do

sujeito em sua realidade singular e social.

Atividade de leitura: permitir ao aluno compreender as idéias presentes no

texto, expressar e sistematizar os conhecimentos de forma adequada, inter-

relacionando os conteúdos e fazendo a sua contextualização.

Projeto de pesquisa bibliográfica: levar o aluno a ampliação e sistematização

dos conhecimentos, também a contextualizar, problematizar e delimitar o foco

da pesquisa.

Produção de texto: levar o aluno a expressar suas idéias através de diferentes

produções, elaborarem argumentos coerentes e consistentes, estabelecer

relações das partes com o todo.

Apresentação Oral: Permitir ao aluno expressar o conhecimento sobre o

conteúdo, apresentar seus argumentos, demonstrar sequência lógica e clareza

na apresentação.

Atividades experimentais: registrar hipóteses, verificar as transformações que

podem ocorrer, um exemplo, é a formação das cores secundárias e terciárias,

dessa maneira, o aluno poderá apropria-se com mais clareza do exposto pelo

professor.

Projeto de pesquisa de campo: registrar informações apresentadas,

organizar com clareza os dados coletados, apresenta compreensão a respeito

do conhecimento construído.

Seminário: demonstrar consistência nos argumentos, tanto na apresentação

quanto nas réplicas, apresenta compreensão do conteúdo abordado, faz

adequação da linguagem, traz relatos para enriquecer a apresentação, toma

como relevantes as intervenções dos integrantes do grupo que assiste a

apresentação.

Questões Discursivas: Compreender o enunciado da questão, planejar a

solução de forma adequada, comunicar-se por escrito com clareza,

sistematizar mos conteúdos de forma adequada.

Questões Objetivas: realizar a leitura compreensiva do enunciado, demonstrar

a apropriação de alguns aspectos definidos no conteúdo utilizando os

conhecimentos adquiridos.

Enfim, propõe-se uma avaliação que formem sujeitos que construam

sentidos para o mundo, que, compreendam criticamente o contexto social e

115

histórico de que são frutos e que, pelo acesso ao conhecimento, sejam

capazes de uma inserção cidadã e transformadora da sociedade.

REFERÊNCIAS

BARRETO, Débora. Dança: Ensino, Sentidos e Possibilidades na Escola. Campinas, SP: Autores Associados, 2ª ed. 2005. BRASIL. Lei nº 9394/96 de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Brasília: MEC, 1996. __________ Lei nº 10.639, de 9 de janeiro de 2003. __________ Lei nº 11.645, de 10 de março de 2008. CUNHA, Suzana Rangel Vieira. Cor, Som e Movimento: A Expressão Plástica, Musical e Dramática no Cotidiano da Criança. Porto Alegre: Mediação. 5ª Ed., 2005. FISCHER, Ernest. A Necessidade da Arte. 9ª ed., Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002. JAPIASSU, Ricardo Ottoni Vaz. Metodologia do Ensino de Teatro. Campinas, SP: Papirus, 2001. KOHL, MaryAnn F.; POTTER, Jean. Descobrindo a Ciência pela Arte: Propostas de Experiências. Porto Alegre: Artmed, 2003. MARQUES, Isabel A. Dançando na Escola. 2ª ed., São Paulo: Cortes, 2005. PARANÁ. Cadernos Temáticos: A inserção dos conteúdos de História e Cultura Afro-brasileira e Africana nos currículos escolares/PR. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência de Educação. Departamento de Ensino Fundamental. Curitiba: SEED, 2005. __________ Secretaria de Estado da Educação. Superintendência da Educação. Departamento de Educação Básica. Diretrizes Curriculares da Educação Básica - Arte. Curitiba: SEED, 2008. __________ Secretaria de Estado da Educação. Superintendência da Educação. Livro Didático Público - Arte. 2.ed. Curitiba: SEED, 2008. RICHTER, Ivone Mendes. Interculturalidade e Estética do Cotidiano no Ensino das Artes Visuais. Campinas, SP: Mercado de Letras, 2003. VYGOTSKY, Lev Semenovitch. Psicologia da Arte. São Paulo: M. Fontes, 1999.

116

PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DE EDUCAÇÃO FÍSICA ENSINO FUNDAMENTAL MÉDIO

.

Apresentação da Disciplina Educação Física

A Educação Física vem fazendo uma trajetória histórica, a partir do

século XIX devido às transformações sociais ocorridas no país e, com a

Proclamação da República vem à tona a discussão sobre as instituições

escolares e as políticas educacionais. Rui Barbosa emite um parecer sobre o

projeto denominado “Reforma do Ensino Primário e várias Instituições

Públicas”.

No ano de 1882, onde outras conclusões, afirmam a importância da

ginástica para a formação do cidadão. A partir de então a Educação Física

torna-se um componente obrigatório dos Currículos Escolares.

As práticas pedagógicas de Educação Física foram fortemente

influenciadas pela Instituição Militar e pela medicina, emergentes dos séculos

XVIII e XIX. Os exercícios sistematizados pela instituição militar foram re-

elaborados pelo conhecimento médico numa perspectiva pedagógica. Para

atender aos objetivos de adquirir, conservar, promover e restabelecer a saúde

por meio dos exercícios físicos, foram importadas da Europa práticas

conformativas, como modelo de saúde e os sistemas ginásticos. Estes foram

fundamentais para o surgimento e incorporação da Educação Física brasileira

nos currículos escolares e na formação do cidadão. A partir da constituição de

1937, então a Educação Física torna-se um componente obrigatório dos

Currículos Escolares.

Ainda na década de 30, o esporte começou a se popularizar

confundindo-se com a Educação Física. Houve um incentivo as praticas

desportivas com intuito de promover políticas nacionalistas pensadas para o

país, ressaltando o sentimento de valorização da prática por meio dos

esportes.

Com a promulgação da Lei Orgânica do Ensino Secundário, em 1942,

também conhecido como a Reforma Capanema. Essa reforma ampliou a

obrigatoriedade da Educação Física até os 21 anos de idade, objetivando

117

formar mão de obra fisicamente adestrada e capacitada para o mercado de

trabalho. A partir de 1964, o esporte passou a ser tratado com mais ênfase no

Brasil, devido aos acordos feitos entre o MEC e o Departamento Federal de

Educação Americana. Sendo priorizados os Esportes Olímpicos com o

objetivos de formar atletas para representar o pais em competições

internacionais.

A Educação Física continuou tendo caráter obrigatório nas escolas, com

a promulgação da Lei 5692/71 através do Artigo 7ª e, pelo Decreto 69450/71, a

disciplina passou a ter legislação especifica. Instituiu-se, assim, a integração

da disciplina como atividade escolar regular e obrigatória no currículo de todos

os cursos e níveis do sistema de ensino mas, continua com a formação militar

com a intenção de tornar o país uma potência Olímpica.

Na área pedagógica, uma das primeira referencias a ganhar destaque

entre os profissionais foi a psicomotricidade, por buscar uma suposta

legitimação da disciplina na escola. A educação psicomotora surgiu com a

finalidade de valorizar a formação integral da criança.

Tal perspectiva, centrada na educação “pelo movimento”, fez com que o

papel da Educação Física ficasse subordinado a outras disciplinas escolares,

contribuindo assim, para a negação de conteúdos até então tidos como

próprios da disciplina.

Em meados dos anos 80, já se pode falar não só de uma comunidade

cientifica na Educação Física, mas também da delimitação de tendências

ocorrentes suscitando os primeiros debates voltados à criticidade. Visando a

construção de um movimento renovador na disciplina, surgem preposições

decorrentes progressistas destacando-se abordagens: Desenvolvimentistas e

Construtivistas.

Na década de 90, o Paraná elabora o Currículo Básico, comprometido

com a educação pública do Paraná, no sentido de responder as necessidades

sociais e históricas da educação brasileira no primeiro grau, embasado na

pedagogia histórico critica. Tendência esta, denominada, por alguns teóricos,

como Educação Física Progressista, revolucionária e crítica, com os

fundamentos teóricos pautados no materialismo Histórico dialético.

O documento proposto assim, um modelo de superação das

contradições e injustiças sociais. A políticas públicas assumidas pelas novas

118

gestões governamentais no estado, enfraqueceram a força Político pedagógico

do Currículo Básico.

No mesmo período, foi elaborado o documento de reestruturação da

proposta curricular do ensino de segundo grau para a disciplina de Educação

Física.

A proposta fundamentou-se na concepção histórico-crítica de educação

e, naquele momento, pretendia-se o resgate do compromisso social da

educação pedagógica da Educação Física, visando mudanças e

transformações de uma sociedade fundamentada em valores individuais, para

uma sociedade mais igualitária.

Todos esses avanços teóricos da Educação Física sofrem um retrocesso

na década de 90, quando após a discussão e aprovação da Lei de Diretrizes de

Base da Educação Nacional (LDB), apresentou-se a proposta dos Parâmetros

Curriculares Nacionais (PCNs) para a disciplina de Educação Física.

Os Parâmetros Curriculares Nacionais de Educação Física do Ensino

Fundamental buscaram romper as perspectivas da aptidão física,

fundamentado em aspectos técnicos e fisiológicos, destacando outras questões

consideradas relevantes relacionadas às dimensões culturais, sociais, políticas,

afetivas no tratamento dos conteúdos, baseada em concepções teóricas que

discutem o corpo e movimento.

Nos Parâmetros Curriculares do Ensino Médio, há a descaracterização

dos conhecimentos historicamente construídos. Verifica-se uma desvalorização

da teoria, em nome de questões imediatistas e abstratas, presentes nas

pedagogias das competências. Trazem uma proposta confusa e acrílica com a

redação aparentemente progressista.

No contexto histórico citado, a Educação Física, transitou em diversas

perspectivas teóricas, desde as mais reacionárias até as mais críticas,

tornando-se possível sistematizar propostas pedagógicas que orientem essas

diretrizes, com vista há avançar sobre a visão hegemônica que aplicou e

continua aplicando a Educação Física a função de treinar o corpo, sem

qualquer reflexão corporal.

Educação Física visa constituir o conhecimento especializado e

sistematizado, ao educando, dentro de uma forma conceitual de qualidade,

onde os conteúdos receberão abordagens contextualizadas histórica, social e

119

politicamente de modo que façam sentido para os alunos nas diversas

realidades regionais, culturais e econômicas, contribuindo com a sua formação

cidadã, dentro de um projeto mais amplo de educação do estado do Paraná,

entende – se a escola como um espaço que, dentre outras funções, deve

garantir o acesso aos alunos ao conhecimento produzido historicamente pela

humanidade.

Nesse sentindo, partindo do seu objeto de estudo e de ensino, Cultura

Corporal, a Educação Física se insere nesse projeto ao garantir o acesso ao

conhecimento e à reflexão crítica das inúmeras manifestações ou práticas

corporais historicamente produzidas pela humanidade, na busca de contribuir

com um ideal mais amplo de formação do ser humano crítico e reflexivo,

reconhecendo – se como sujeito que é produto, mas também agente histórico,

político, social e cultural.

Portanto compreender a Educação Física sob um contexto mais amplo

significa entender que ela é composta por interação que se estabelecem nas

relações sociais, políticas econômicas e culturais do povo. Estimulando a

reflexão sobre o acervo de formas e representação do mundo que o ser

humano tem produzido, exteriorizado pela expressão corporal em jogos,

brinquedos brincadeiras, danças, lutas, ginásticas e esportes.

Desta forma faz - se necessário integrar e interligar as práticas corporais

de forma reflexiva, contextualizada, reconhecendo a gêneses da cultura

corporal, que reside a atividade humana.

CONTEÚDOS BÁSICOS - 5ª série.

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES CONTEÚDOS BÁSICOS. Esportes Coletivos;

Individuais. Jogos e Brincadeiras Jogos e brincadeiras populares;

Brincadeiras e cantigas de roda; Jogos de tabuleiros; Jogos cooperativos.

Danças Danças folclóricas;

Danças de rua; Danças criativas.

120

Ginásticas Rítmicas; Circense; Geral.

Lutas Lutas de aproximação; Capoeira.

CONTEÚDOS BÁSICOS - 6ª série.

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES CONTEÚDOS BÁSICOS. Esportes Coletivos;

Individuais. Jogos e Brincadeiras Jogos e brincadeiras populares;

Brincadeiras e cantigas de roda; Jogos de tabuleiros; Jogos cooperativos.

Danças Danças folclóricas; Danças de rua; Danças criativas; Danças circulares.

Ginásticas Rítmicas; Circense; Geral.

Lutas Lutas de aproximação; Capoeira.

CONTEÚDOS BÁSICOS - 7ª série.

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES CONTEÚDOS BÁSICOS. Esportes. Coletivos;

Radicais. Jogos e Brincadeiras. Jogos e brincadeiras populares;

Jogos de tabuleiros; Jogos Dramáticos; Jogos cooperativos.

Danças. Danças criativas; Danças circulares.

Ginásticas. Rítmicas;

121

Circense; Geral.

Lutas. Lutas com instrumento mediador; Capoeira.

CONTEÚDOS BÁSICOS - 8ª série.

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES CONTEÚDOS BÁSICOS. Esportes. Coletivos;

Radicais. Jogos e Brincadeiras. Jogos de tabuleiros;

Jogos Dramáticos; Jogos cooperativos.

Danças. Danças criativas; Danças circulares.

Ginásticas. 1.Rítmicas; 2.Geral.

Lutas. Lutas com instrumento mediador; Capoeira.

ENSINO MÉDIO:

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES CONTEÚDOS BÁSICOS. Esportes Coletivos;

Individuais; Radical.

Jogos, brinquedos e Brincadeiras Jogos de tabuleiro; Jogos dramático; Jogos cooperativos.

Danças Danças folclóricas;

Danças de rua; Danças de salão

Ginásticas Ginástica artística/ olímpica; Ginástica de Condicionamento Físico; Ginastica Geral.

Lutas Lutas com aproximação; Lutas que mantem à distancia;

122

Lutas com instrumento medidor; Capoeira.

ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO

A Educação Física tem a função social de contribuir para que os alunos

se tornem sujeitos capazes de reconhecer o próprio corpo, adquirir uma

expressividade sobre as práticas corporais.

O Professor de Educação Física tem assim, a responsabilidade de

organizar e sistematizar o conhecimento sobre as práticas corporais, o que

possibilita a comunicação e o dialogo com as diferentes culturas. No processo

pedagógico, o senso de investigação e de pesquisa pode transformar as aulas

de Educação Física e ampliar o conjunto de conhecimento que não se esgotam

nos conteúdos, nas metodologias, nas praticas e nas reflexões.

Essa concepção permite ao aluno ampliar sua visão de mundo por meio

da cultura corporal, de modo que supere a perspectiva pautada no tecnicismo e

na desportivização das praticas corporais. No encaminhamento proposto esses

mesmos conhecimentos são transmitidos e discutidos com aluno levando-se

em conta é o momento político, histórico, econômico e social em que estava

inserido.

Cabe ressaltar que tratar o conhecimento não significa abordar o

conteúdo ”teórico” mas sobre tudo, desenvolver uma metodologia que tenha

como circo central a construção do conhecimento pela práxis proporcionar ao

mesmo tempo a expressão corporal, aprendizado das técnicas próprias dos

conteúdos proposto é a reflexão sobre o movimento corporal.

Ao pensar o encaminhamento metodológico, é preciso levar em

consideração aquilo que o aluno fez como referencia, este momento

caracteriza a construção do conhecimento escolar, após conhecer este

mapeamento, propõe-se o desafio remetendo-o ao cotidiano. Desta forma os

alunos, terá um conteúdo sistematizado, para que tenham condições de

assimilação do mesmo, para o professor realizar as intervenções pedagógicas

necessárias, para que o conteúdo não se desvincula dos objetivos

estabelecidos. O professor pode solicitar aos alunos que criem outras formas

123

de trabalho, vivenciando-as. Ao pensar o encaminhamento metodológico para

as aulas de Educação Física , é preciso levar em conta, inicialmente, aquilo

que o aluno traz como referência acerca do conteúdo proposto, ou, seja a

primeira leitura da realidade. O processo de ensino/aprendizagem

transformando-se intelectual e qualitativamente em relação a prática realizada.

A prática corporal da Cultura Afro-brasileira e Indígena Lei 11.645, 10/03/2008,

são elementos importantes para entender a história do Brasil. É também

possível a efetivação de um diálogo que permite ao aluno avaliar o processo

ensino/aprendizagem, transformando-se intelectual e qualitativamente em

relação a pratica realizada. Outros métodos são a utilização de recursos

tecnológico, como exposição de vídeos na TV Pendrive, internet onde

oportunizará os alunos o contato com alguns movimentos “ diferentes das aulas

proposta”.

Espera que o professor desenvolva um trabalho efetivo com seus alunos

na Educação Física, cuja função social é contribuir para que ampliem sua

consciência corporal e alcancem novos horizontes, como sujeitos singulares e

coletivos. O papel da Educação Física é desmistificar formas arraigada e não

refletidas em relação as diversas práticas e manifestações corporais

historicamente produzidas e acumuladas pelo ser humano. Prioriza-se na

prática pedagógica o conhecimento sistematizado, como oportunidade para

reelaborar ideias e atividades que ampliem a compreensão do estudante sobre

suas implicações para a vida, enfim é preciso reconhecer que a dimensão

corporal é resultado de experiências objetivas, fruto de nossa interação social

nos diferentes contextos em que se efetiva, sejam elas as famílias, a escola, o

trabalho e o lazer.

AVALIAÇÃO Deve – se caracterizar como um processo continuo, permanente e

acumulativo, tal qual preconiza a LDB nº 9394/96, em que o professor

organizará e reorganizará o seu trabalho, sustentando nas diversas práticas

corporais, com a ginástica, o esporte, os jogos, brinquedos e brincadeira, a

dança e as lutas. A avaliação deverá ainda estar relacionada aos

encaminhamentos metodológicos constituídos na forma de resgatar as

124

experiências e sistematizações realizadas durante o processo de

aprendizagem. Portanto, tanto o professor quanto os alunos poderão revisar o

trabalho realizado identificando os avanços e as dificuldades no processo

pedagógico, com o objetivo de (re) planejar e propor encaminhamentos que

reconheçam os acertos e ainda superem as dificuldades constatadas.

Espera – se que o aluno conheça dos esportes: o surgimento de cada

esporte com suas primeiras regras, relação com jogos populares, seus

movimentos básicos, ou seja, seus fundamentos e mudanças no contexto

histórico brasileiro.

Conhecer o contexto histórico em que foram criados os diferentes jogos,

brinquedos e brincadeiras, bem como apropriar – se efetivamente das

diferentes formas de jogar.

Reconhecer as possibilidades de vivenciar o lúdico a partir da

construção de brinquedos com materiais alternativos.

Conhecimento sobre a origem e alguns significados das diferentes

danças, criação e adaptação tanto nas cantigas de roda quanto de diferentes

sequencia de movimentos.

Conhecer os aspectos históricos das ginásticas e das práticas corporais

circenses e aprendizado dos fundamentos básicos da ginástica.

Conhecer os aspectos históricos, filosóficos, as características das

diferentes manifestações das lutas, assim como alguns de seus movimentos

característicos.

Reconhecer as possibilidades de vivenciar o lúdico a partir da utilização

de materiais alternativos e dos jogos de oposição.

O reconhecimento e a valorização das manifestações diante de

diferentes tarefas, buscando formas de expressão ou alternativas, que garanta

a inclusão dos alunos, trabalhando de maneira diferenciadas suprindo as

dificuldades de apropriação dos conteúdos propostos.

É imprescindível utilizar instrumentos que permitam aos alunos se auto-

avaliarem reconhecendo seus limites e possibilidades, para que posam ser

agentes do seu próprio processo de aprendizagem, onde demonstre a

capacidade de liberdade e autonomia.

125

REFERÊNCIAS

ADORNO, Theodor. Tempo livre. In: palavras e sinais. Petrópolis : Vozes,

1995.

ASSIS DE OLIVEIRA, Sávio. Reveintando o esporte: possibilidades da prática

pedagógica. Campinas: Autores Associados/CBCE, 2001.

BERTHERAT,Therese. As estações do corpo. São Paulo: Martins Fontes,1986

FOUCAULT, Michel. Vigiar e punir. Petrópolis: vozes,1999.

BRACHT, Valter. Educação Física: conhecimento e especificidade. In Sousa

Eustaquia Salvadorade; VAGO, Tarciso Mauro (orgs.). Trilhas e partilhas:

Educação Física na cultura Escolar e nas práticas sociais. Belo Horizonte:

Editora dos autores, 1997.

CAPARROZ, Francisco. Entre a Educação Física na escola e a Entre a

Educação Física na Escola. Vitória:CEFD/UFES, 1997.

CASTELLANI FILHO, Lino. Educação Física no Brasil: a historia que não se

conta.4ª ed. Campinas:Papirus,1994

CASTELLANI FILHO, Lino. Educação Física no Brasil: a historia que não se

conta.2 ed. Campinas:Papirus,1991

CRESPO, Jorge. A historia do corpo. Lisboa: Difel, 1990.

1. DIRETRIZES CURRICULARES – Ensino Fundamental – Educação

Física – 2008.

FREIRE, João Batista. Educação do corpo inteiro: teoria e pratica da educação

física. São Paulo; Scipione,

126

GUEDES, Dartagnam Pinto. Exercício Físico na promoção da saúde Londrina:

Midiograf, 1995.

GUEDES, Dartagnam Pinto. Medidas e Avaliações.

GOMES, Antonio Carlos. Inicie brincando no Atletismo, Londrina: Editora

Grafmark, 1985.

MEDINA, João P.S. O Brasileiro e seu corpo. 2 ed. Campinasa: Papirus.

OLIVEIRA, Paulo Salles. O lúdico na cultura solidária. São Paulo:

Hucitec,2001.

OLIVEIRA, Paulo Salles. O lúdico na cultura solidária. São Paulo:

Hucitec,2001.

PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Currículo Básico para a Escola

Pública do Estado do Paraná. Curitiba: SEED, 1990.

PORTAL dia-a-dia-educação- www.diaadiaeducação.pr.gov.br

SOARES, Carmem Lúcia. Educação Física: raízes européias e Brasil.

Campinas Autores associados, 1994.

TIRADO Augusto, Meu primeiro livro de Xadrez.

VAGO, Tarciso Mauro. Inicio e fim do século XX: maneira de fazer educação

física na escola. Cadernos CEDES. Campinas, n.48, p.30-51,1999.

127

PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR

ENSINO RELIGIOSO ESCOLAR

Apresentação Geral da Disciplina Ensino Religioso

O Ensino Religioso pautou-se historicamente no ensino do

catolicismo que expressava a proximidade do Império com a Igreja Católica.

Depois, com o advento da República, a nova constituição separou o Estado da

Igreja e o ensino passou ser laico. Mesmo assim, a presença das aulas de

religião foi mantida nos currículos escolares, isso se deve ao poder da Igreja

Católica junto ao Estado.

Tal influência pode ser constatada em todas as constituições do

Brasil, nas quais o Ensino religioso foi citado, expressando a representatividade

hegemonicamente cristã no processo de definição dos preceitos legais. Em

consequência disso, desde a época do Império, a doutrina cristã tem sido

preterida na organização do currículo de Ensino Religioso.

Grandes debates, retomando a questão da liberdade religiosa

surgiram em meados da década de 60 em razão da pressão das tradições

religiosas e da sociedade civil organizada que partiu de distintas manifestações

religiosas.

Assim, o Ensino religioso perdeu sua função Catequética devido

ao pluralismo religioso, levando a ser muito questionado o modelo curricular

centrado na doutrinação, porém, as aulas continuavam com professores leigos

e voluntários, o que levava a uma postura e encaminhamento com grande

influência das tradições religiosas e de caráter proselista, ou seja, o seu

objetivo era converter para sua própria religião. Assim, a identidade do Ensino

Religioso enquanto disciplina, foi muito fragilizada, sem um comprometimento

maior do estado em adotar medidas que promovessem a sua regulamentação

destacando-se ainda a ausência de cursos de licenciatura para professores do

Ensino religioso, abrindo espaço para que tradições religiosas hegemônicas se

ocupassem em preparar professores por meio de cursos e preparação de

128

materiais ligados a princípios catequéticos.

No contexto atual, as Diretrizes Curriculares para o Ensino

religioso expressam a necessária reflexão em torno dos modelos de ensino e

do processo de escolarização, diante das demandas sociais contemporâneas,

que exigem a compreensão ampla da diversidade cultural, postas também no

âmbito religioso entre os países e, de forma mais restrita, no interior de

diferentes comunidades. Nunca, como no presente, a sociedade esteve

consciente da unidade do destino do homem em todo planeta e das radicais

diferenças culturais que marcam a humanidade.

Esse é o contexto em que se encontra a escola e nela o

currículo da disciplina de Ensino Religioso, historicamente marcado como um

espaço de transposição do que se realizava na catequese e que permitia a

introdução sistemática e orgânica do complexo doutrinal cristão.

Dentre os desafios para o Ensino Religioso na atualidade, pode-

se destacar a necessária superação das tradicionais aulas de religião, e a

inserção de conteúdos que tratem da diversidade de manifestações religiosas,

dos seus ritos, das suas paisagens e símbolos, sem perder de vista as relações

culturais, sociais, políticas e econômicas de que são impregnadas.

Além disso, é necessário que o ensino religioso escolar adquira

status de disciplina escolar, a partir da definição mais consistente de seus

conteúdos escolares, da produção de referenciais didático-pedagógicos e

científicos, bem como da formação de professores.

É necessário reafirmar que, no processo de constituição do

Ensino religioso como disciplina escolar, ainda persistem dúvidas quanto aos

conteúdos a serem tratados na escola, portanto, é importante destacar que

para a sociedade as religiões são confissões de fé e de crenças.

No ambiente escolar, as religiões interessam como objeto de

conhecimento a ser tratado nas aulas de Ensino Religioso, por meio do estudo

das manifestações religiosas que delas decorrem e as constituem. As

diferenças culturais são abordadas, de modo a ampliar a compreensão da

diversidade religiosa como expressão da cultura, construída historicamente, e

que, portanto, são marcados por aspectos econômicos, políticos e sociais.

Dessa forma, reafirma-se o compromisso da escola com o

129

conhecimento, sem excluir do horizonte os valores éticos que fazem parte do

processo educacional.

A partir dessas considerações, as Diretrizes Curriculares para o

Ensino religioso têm como Objetivo orientar também a abordagem e a seleção

dos conteúdos. Nessa perspectiva, todas as religiões podem ser tratadas como

conteúdos nas aulas de Ensino religioso, uma vez que o sagrado compõe o

universo cultural humano, fazendo parte do modelo de organização de

diferentes sociedades.

Assim, o currículo dessa disciplina propõe-se a subsidiar aos

alunos, por meio dos conteúdos, à compreensão, comparação e análise das

diferentes manifestações do sagrado, com vistas à interpretação dos seus

múltiplos significados. A disciplina de Ensino Religioso subsidiará os educandos

na compreensão de conceitos básicos no campo religioso e na forma como a

sociedade sofre inferências das tradições religiosas ou mesmo da afirmação ou

negação do sagrado.

O Ensino Religioso, em seu currículo, pressupõe promover aos

educandos a oportunidade de processo de escolarização fundamental para se

tornarem capazes de entender os movimentos religiosos específicos de cada

cultura, possuir o substrato religioso, de modo a colaborar com a formação da

pessoa. Contribui também para superar a desigualdade étnico-religiosa e

garantir o direito Constitucional de liberdade de crença e expressão, conforme

o Art. 5º, inciso VI, da Constituição Brasileira. Permitirá que os educandos

possam refletir e entender como os grupos sociais se constituem culturalmente

e como se relacionam com o Sagrado. E, ainda compreender suas trajetórias,

suas manifestações no espaço escolar, estabelecendo relações entre culturas,

espaços e diferenças, para que no entendimento destes elementos, o

educando possa elaborar o seu saber, passando a entender a diversidade de

nossa cultura, marcada pela religiosidade.

Por fim, destaca-se que os conhecimentos relativos ao sagrado

e as suas manifestações são significativo para todos os alunos durante o

processo de escolarização, por propiciarem subsídios para a compreensão de

uma das interfaces da cultura e da constituição da vida em sociedade.

Para viabilizar a proposta de Ensino Religioso no Paraná, a

130

Associação Interconfessional de Curitiba (ASSINTEC), formada por um

pequeno grupo de caráter ecumênico, preocupou-se com a elaboração de

material pedagógico e cursos de formação continuada. O resultado desse

trabalho foi o Programa Nacional de Tele Educação (Prontel), elaborado em

1972, que propôs a instituição do Ensino Religioso radiofonizado nas escolas

municipais. A Secretaria de Estado da Educação (SEED) e a Prefeitura

Municipal de Curitiba aceitaram o Prontel, com parecer favorável do Conselho

Estadual de Educação.

Em 1976, pela Resolução n. 754/76, foram autorizados cursos

de atualização religiosa em quatorze municípios do Estado, com o apoio da

Associação das Escolas Católicas (AEC). Os objetivos desses cursos eram

aprofundar e atualizar os conhecimentos de fundamentação bíblica, e oferecer

esclarecimentos sobre a pedagogia da Educação Religiosa. Os conteúdos se

pautavam na visão do Antigo e Novo Testamento.

Em fevereiro de 2006, a SEED sustentou um longo processo de

discussão que resultou na primeira versão das Diretrizes Curriculares de

Ensino Religioso para a Educação Básica. O resultado final mas não

conclusivo deste processo é a proposta de implementação de um Ensino

Religioso Laico e de forte caráter escolar.

Conteúdos Estruturantes

O Conhecimento religioso é entendido como um patrimônio por

estar presente no desenvolvimento histórico da humanidade. Legalmente é

instituído como disciplina escolar a fim de promover a oportunidade aos

educandos de se tornarem capazes de entender os movimentos específicos

das diversas culturas, e para que o elemento religioso colabore na constituição

do sujeito. Sob tal perspectiva, o Ensino Religioso é uma disciplina que

contribui para o desenvolvimento humano, além de possibilitar o respeito e a

compreensão de que a nova sociedade é formada por diversas manifestações

culturais e religiosas.

Assim faz-se necessário definir os conteúdos estruturantes da

disciplina de Ensino Religioso, de modo que os temas das mais diversas

tradições religiosas possam ser estudados como saberes escolares. Tais

conteúdos não devem ser abordados isoladamente, pois são referências que

131

se relacionam intensamente, contribuem para a compreensão do objeto de

estudo e orientam a definição dos conteúdos básicos de cada série. São eles:

-Paisagem Religiosa; -Universo Simbólico; -Textos Sagrados. 1- Paisagem Religiosa

Uma paisagem religiosa define-se pela combinação de elementos

culturais e naturais que remetem as experiências com o sagrado e a uma série

de representações sobre transcendente e o imanente, presente nas diversas

tradições culturais e religiosas.

A paisagem Religiosa pode ser constituída, predominantemente, por

elementos naturais (astros; montanhas; florestas; rios; grutas, etc) ou por

elementos arquitetônicos (templos; cidades sagradas; monumentos, etc) e

está, essencialmente, carregada de um valor sagrado.

Para as Religiões, os lugares não estabelecem somente uma relação

concreta, física, entre os povos e o sagrado; neles, há também uma relação pré

estabelecida entre ações práticas.

2- O universo simbólico religioso

Universo simbólico pode ser visto como um conjunto de linguagem que

expressa sentidos, comunica e exerce papel relevante para a vida imaginativa

e para a constituição das diferentes religiões no mundo.

Os símbolos são parte essencial da vida humana, todo sujeito se

constitui e se constrói por meio de inúmeras linguagens simbólicas, não só no

que diz respeito ao sagrado, mas em todo imaginário humano.

Os símbolos são a base da comunicarão e se constituem o veículo que

aproxima o mundo vivido, cotidianamente, do mundo extraordinário dos deuses

e deusas. Os símbolos são elementos importantes porque estão presente em

quase todas as manifestações religiosas e também no cotidiano das pessoas.

3- O texto sagrado

Os textos sagrados expressam ideias e são meios de dar viabilidade à

disseminação e à preservação dos ensinamentos de diferentes tradições e

manifestações religiosas, o que ocorre de diversas maneiras.

O que caracteriza um texto como sagrado é o reconhecimento pelo

grupo de que ele transmite uma mensagem que favorece uma aproximação

132

entre os adeptos e o sagrado.

Algumas tradições e manifestações religiosas são transmitidas apenas

oralmente ou revividas em diferentes rituais. Por sua vez, os textos sagrados

registram fatos relevantes da tradição e manifestação religiosa sendo entre

eles: as orações, a doutrina, a história que constituem sedimento no substrato

social de seus seguidores e lhes orientam as práticas.

Os textos sagrados são uma referência importante para a disciplina de

Ensino Religioso,pois permitem identificar como a tradição e as manifestações

atribuem às práticas religiosas o caráter sagrado e em que medidas orientam

ou estão presentes nos ritos, nas festas, na organização das religiões, etc.

Os textos podem sofrer modificações conforme a passagem do tempo.

Conteúdos Básicos

Os conteúdos Básicos para a disciplina de Ensino Religioso têm como

referência os conteúdos Estruturantes já apresentados. Ao analisar os

Conteúdos Básicos para 5ª e 6ª séries, pode-se identificar sua proximidade e

mesmo sua recorrência em outras disciplinas. Tal constatação não deve

constituir um problema; apenas explicita que na escola os conhecimentos são

organizados de modo a favorecer a sua abordagem por meio de diferentes

disciplinas, conforme as prioridades de cada uma. No caso do Ensino

Religioso, o Sagrado é objeto de estudo e o tratamento a ser dado aos

conteúdos estará sempre a ele relacionado.

Conteúdos Básicos de Ensino Religioso para a 5ª série

Organizações Religiosas;

Lugares Sagrados;

Símbolos Religiosos;

Textos Sagrados orais e escritos.

Organizações Religiosas

As organizações religiosas estão baseadas nos princípios fundamentais

legitimando a intenção original do fundador e seus preceitos.

As organizações serão tratadas como conteúdos sob a ênfase das

principais características, estrutura e dinâmica social dos sistemas religiosos

que expressam as diferentes formas de compreensão e de relações com o

sagrado.

133

Entre os exemplos de organizações religiosas mundiais e regionais e

seus respectivos líderes estão: o Budismo, o Cristianismo, o Confucionismo, o

espiritismo, etc.

Lugares Sagrados

O que torna um lugar como sagrado é a identificação e o valor atribuído

a ele pelo fato de ser onde ocorrem as manifestações culturais e religiosas.

Assim os lugares sagrados são simbolicamente onde o sagrado se manifesta

como:

-Lugares na natureza: rios, lagos, montanhas, grutas, cachoeiras, etc.

-Lugares construídos: templos, cidades sagradas, cemitérios, etc.

Símbolos Religiosos

Os Símbolos são linguagens que expressam sentidos, comunicam e

exercem papel relevante para a vida imaginativa as constituições das

diferentes religiões no mundo.

Entre os exemplos estão: a Arquitetura religiosa, os mantras, os

paramentos os objetos, etc.

Textos Sagrados orais e escritos

São ensinamentos sagrados, transmitidos de forma oral e escritos pelas

diferentes culturas religiosas, expressos na literatura oral e escrita pelas

diferentes culturas religiosas como em cantos, narrativas, poemas, orações,

pinturas rupestres, histórias da origem de cada povo contadas pelos mais

velhos.

Conteúdos Básicos de Ensino Religioso para a 6ª série

-Festas religiosas;

-Ritos;

-Temporalidade Sagrada;

-Vida e morte.

134

Festas religiosas

São os eventos organizados pelos diferentes grupos religiosos, com o

objetivo da reatualização de um acontecimento primordial: confraternização,

rememorização dos símbolos, períodos ou datas importantes entre eles

destacam-se:

-Peregrinação;

-festas familiares;

-festas nos templos;

-datas comemorativas;

-ritos;

Ritos

São celebrações das tradições e manifestações religiosas que

possibilitam um encontro interpessoal.

Essas celebrações são formadas por um conjunto de rituais.

Os Ritos são um dos itens responsáveis pela construção dos espaços

sagrados.

Entre os exemplos estão: A dança, o Candomblé, o Kiki, a Via Sacra, o

festejo indígena da colheita, etc.

Temporalidade Sagrada

Pode-se trabalhar a Temporalidade Sagrada apresentando nas aulas de

Ensino Religioso o exemplo da criação nas diversas tradições religiosas, os

calendários e seus tempos sagrados.

Entre os exemplos podemos citar o Natal, Kumba Mela (Hinduísmo) e

outros.

Vida e Morte

As religiões procuram dar explicações aos adeptos para a vida além da

morte, as respostas elaboradas nas diversas tradições e manifestações

135

religiosas e sua relação com o sagrado podem ser trabalhadas sob as

seguintes interpretações: o sentido da vida nas tradições e manifestações

religiosas.

Metodologia

Propor o encaminhamento metodológico da disciplina de Ensino

Religioso, não se reduz a determinar formas, métodos, conteúdos ou materiais

a serem utilizados em sala de aula, mas pressupõe constante repensar das

ações que subsidiarão este trabalho. Logo as práticas pedagógicas

desenvolvidas pelo professor da disciplina poderão fomentar o respeito às

diversas manifestações religiosas, ampliando e valorizando universo cultural

dos alunos.

Uma das inovações propostas, é a abordagem dos conteúdos

de Ensino religioso, tendo como objeto de estudos o sagrado, conceito

discutido nos fundamentos teórico-metodológicos e que será a base a partir da

qual serão tratados todos os conteúdos de Ensino Religioso.

Dessa forma, pretende-se assegurar a especificidade dos

conteúdos da disciplina, sem desconsiderar sua aproximação com as demais

áreas do conhecimento. Pode-se citar, por exemplo, que os espaços sagrados

podem também constituir conteúdos de geografia, de arte, no entanto, o

significado atribuído a esses espaços pelos adeptos desta ou daquela religião,

serão tratados, de forma mais profunda nas aulas de Ensino religioso, tendo

como foco o sagrado.

Destacando que todo conteúdo a ser tratado nas Aulas de

Ensino religioso contribuirá para a superação: do preconceito à ausência ou à

presença de qualquer crença religiosa; de toda forma de proselitismo, bem

como a discriminação de qualquer expressão do sagrado.

A considerar a diversidade de referenciais teóricos torna-se

recomendável que o professor dê prioridade às produções de pesquisadores

da respectiva manifestação do sagrado em estudo para evitar fontes de

informação comprometidas com interesses de uma ou outra tradição religiosa.

Tal cuidado é importante porque, como estratégia de valorização da própria

doutrina ou como meio de atrair adeptos, há produções de cunho confessional

136

que buscam legitimar seus pressupostos e, por essa razão, desqualificam

outras manifestações.

É preciso respeitar o direito à liberdade de consciência e a

opção religiosa do educando, razão pela qual a reflexão e a análise dos

conteúdos valorizarão aspectos conhecidos como pertinentes ao universo do

sagrado e da diversidade sociocultural.

Com o objetivo de superar preconceitos e contemplar a

História e a Cultura Afro-brasileira e Indígena ( Lei 11.645), promover uma

educação de cidadãos atuantes e conscientes buscando relações étnico

raciais positivas e democráticas. Para tanto serão utilizados os recursos

midiáticos /tecnológicos disponível.

Quanto a Educação do Campo, a luta pela terra, a recusa pelo

trabalho assalariado é uma questão histórica, cultural e política.

O camponês é compreendido por sua base familiar, pelo trabalho da

família na sua própria terra ou na terra alheia, por meio do trabalho associativo,

mutirão, trabalho coletivo, individual, organizações cooperativas, etc.

Cabe a Escola promover constantemente debates, discussões,

pesquisas em jornais, internet, SENAI, Emater, revistas, filmes, documentários,

entre outros, acerca da necessidade da permanência do homem no campo

uma vez que a organização dos movimentos camponeses define o sentido das

políticas públicas presente no poder do Estado.

Sensibilizar os educandos junto a comunidade escolar da importância

da agricultura familiar, diversificação de renda, inúmeras são as fontes

regionais (cultura do maracujá, conservas, hortaliças orgânicas, bicho da seda,

atividades artesanais, produtos desidratados...).

A família do campo deve conhecer e ter claro seus direitos, quanto a

aquisição de terras e inserção em projetos governamentais que viabilizem o

acesso e desenvolvimento da agricultura familiar. A partir do momento que

conhece e apropria-se das Políticas Públicas de fato, o aluno bem como sua

137

família percebe que não necessita estar inserido no meio urbano para melhorar

sua condição social, bem como sanar seus anseios mais particulares.

Deve-se pensar a Educação do Campo em suas particularidades, criar

vínculos concretos sem desligar da universidade. O pedagógico, o histórico, o

político e o social devem interligar, construir uma educação do campo e não

apenas com ele e para ele.

Compreender a materialidade da origem – comprometer as raízes.

Cabe ressaltar a importância do papel do professor no processo

ensino aprendizagem em proporcionar constantemente oportunidades que

despertem o interesse do educando pela pesquisa, onde ele será não apenas

um mero ouvinte, mas um ator na construção desse processo.

Os conteúdos apresentados devem contemplar as diversas

manifestações do sagrado, entendidas como integrantes do patrimônio cultural

e poderão ser enriquecidos pelo professor, desde que contribuam para a

construção, a reflexão e a socialização do conhecimento religioso,

proporcionando assim, conhecimentos que favoreçam a formação integral dos

educandos, o respeito e o convívio com o diferente.

Avaliação

Dentre as orientações para a disciplina de Ensino Religioso, faz-

se necessário destacar os procedimentos avaliativos a serem adotados, uma

vez que este componente curricular não tem a mesma orientação que a maioria

das disciplinas no que se refere a atribuição de notas e ou conceitos. Ou seja,

o Ensino religioso não se constitui como objeto de reprovação, bem como não

terá registro de notas ou conceitos na documentação escolar, isso se justifica

pelo caráter facultativo da matrícula na disciplina.

Mesmo com essas particularidades, a avaliação não deixa de

ser um dos elementos integrantes do processo educativo da disciplina do

ensino religioso. Assim, cabe ao professor a implementação de práticas

avaliativas como: relatórios; seminários; debates; trabalhos em grupo; questões

138

discursivas que permitam acompanhar o processo de apropriação de

conhecimentos pelo aluno e pela classe, tendo como parâmetro os conteúdos

tratados e os seus objetivos.

Para atender a esse propósito, o professor deverá elaborar

atividades diversificadas que o auxilie a registrar o quanto o aluno e a turma se

apropriaram ou têm se apropriado dos conteúdos tratados nas aulas de Ensino

Religioso, que deve ser observado pelo professor em diferentes situações de

ensino e aprendizagem. Pode-se avaliar, por exemplo, em que medida o aluno

expressa uma relação respeitosa com os colegas de classe que têm opções

religiosas diferentes da sua; aceita as diferenças e, principalmente, reconhece

que o fenômeno religioso é um dado da cultura e da identidade de cada grupo

social; emprega conceitos adequados para referir-se às diferentes

manifestações do sagrado.

A avaliação é um elemento integrante do processo educativo

na disciplina do Ensino Religioso. Cabe, então, ao professor implementar

práticas avaliativas e construir instrumentos de avaliação que permitam

acompanhar e registrar o processo de apropriação de conhecimentos pelo

aluno em articulação com a intencionalidade do ensino explicitadas no plano de

trabalho docente. O que se buscam, em última instância, com o processo

avaliativo é identificar em que medida os conteúdos passam a ser referenciais

para a compreensão das manifestações do sagrado pelos alunos.

Diante da sistematização das informações provenientes dessas

avaliações, o professor terá elementos para planejar as necessárias

intervenções no processo de ensino e aprendizagem, retomando as lacunas

identificadas no processo de apropriação dos conteúdos pelos alunos, bem

como terá elementos para dimensionar os níveis de aprofundamento a serem

adotados em relação aos conteúdos que irá desenvolver posteriormente.

Mesmo não havendo aferição de notas ou conceitos que

impliquem na aprovação ou reprovação dos alunos, é necessário que o

professor proceda um registro formal do processo avaliativo, adotando

instrumentos e critérios que permitam à escola, ao aluno, aos pais ou

responsáveis, identificarem os progressos obtidos na disciplina.

139

Atividade de leitura: permitir ao aluno compreender as idéias presentes no

texto, expressar e sistematizar os conhecimentos de forma adequada, inter-

relacionando os conteúdos e fazendo a sua contextualização.

Projeto de pesquisa bibliográfica: levar o aluno a ampliação e sistematização

dos conhecimentos, também a contextualizar, problematizar e delimitar o foco

da pesquisa.

Produção de texto: levar o aluno a expressar suas idéias através de diferentes

produções, elaborarem argumentos coerentes e consistentes, estabelecer

relações das partes com o todo.

Apresentação Oral: Permitir ao aluno expressar o conhecimento sobre o

conteúdo, apresentar seus argumentos, demonstrar sequência lógica e clareza

na apresentação.

Atividades experimentais: registrar hipóteses, verificar as transformações que

podem ocorrer, um exemplo, é a formação das cores secundárias e terciárias,

dessa maneira, o aluno poderá apropria-se com mais clareza do exposto pelo

professor.

Projeto de pesquisa de campo: registrar informações apresentadas,

organizar com clareza os dados coletados, apresenta compreensão a respeito

do conhecimento construído.

Seminário: demonstrar consistência nos argumentos, tanto na apresentação

quanto nas réplicas, apresenta compreensão do conteúdo abordado, faz

adequação da linguagem, traz relatos para enriquecer a apresentação, toma

como relevantes as intervenções dos integrantes do grupo que assiste a

apresentação.

Questões Discursivas: Compreender o enunciado da questão, planejar a

solução de forma adequada, comunicar-se por escrito com clareza,

sistematizar mos conteúdos de forma adequada.

Questões Objetivas: realizar a leitura compreensiva do enunciado, demonstrar

a apropriação de alguns aspectos definidos no conteúdo utilizando os

conhecimentos adquiridos.

Enfim, propõe-se uma avaliação que formem sujeitos que construam

sentidos para o mundo, que, compreendam criticamente o contexto social e

histórico de que são frutos e que, pelo acesso ao conhecimento, sejam

capazes de uma inserção cidadã e transformadora da sociedade.

140

Referências

BIACA,Valmir et al. O sagrado no ensino religioso / Valmir Biaca; Elson Oliveira

Souza; Emerli

Scholgl; Sérgio Rogério Azevedo Junqueira [ e ] Sant`ana, René Simonato. –

Curitiba: SEED-

Pr.,2006.- 136 ( Cadernos pedagógicos de ensino fundamental , v.8 ).

CROATTO - José Severino – As Linguagens da Experiência Religiosa –

Paulinas – 2004.

SEED – Diretrizes Curriculares de Ensino Religioso para a Educação Básica,

2008.

Currículo Básico Para a Escola Pública do Estado do Paraná – Ensino

Religioso – 1992.

SEED – Semana de Estudos Pedagógicos Descentralizados – Ensino Religioso

Fevereiro/2005.

PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência da Educação.

Diretoria de Polìticas e Programas Educacionais. Coordenação de Desafios

Educacionais Contemporâneos.

Educando para as Relações Étnico-Raciais II / Secretaria de Estado da

Educação. Superintendência da Educação. Diretoria de Políticas e Programas

Educacionais. Coordenação de Desafios Educacionais Contemporâneos. -

Curitiba: SEED – Pr.,2008. - 208p. - (Cadernos temáticos dos desafios

educacionais contemporâneos, 5).

141

PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR

GEOGRAFIA

Apresentação da Disciplina de Geografia

As relações do homem com a natureza no processo de construção e

transformação do espaço geográfico tiveram início desde a origem da

humanidade. As alterações nos espaços eram praticamente insignificantes,

pois se vivia da coleta, da caça e da pesca. Existia um equilíbrio entre o

homem e a natureza. A apropriação do espaço era realizada após longo

período de observação e descrição, permitindo grandes avanços na elaboração

do conhecimento geográfico.

Na Idade Média, alguns conhecimentos geográficos foram

desconsiderados porque feriam aos interesses do poder político. A partir do

século XII, as questões cartográficas, a forma da Terra, voltavam a ser

discutidas, pois, os mercadores precisavam registrar as rotas marítimas, a

localização e distâncias dos continentes, alcançando o período das Grandes

Navegações. Desde o século XVI, as expedições terrestres passaram a

descrever e representar detalhadamente os elementos naturais bem como as

relações homem-natureza.

Os saberes geográficos, nesse processo histórico, passaram a ser

evidenciados nas discussões filosóficas, econômicas e políticas, que buscavam

explicar questões referentes ao espaço e à sociedade. Porém, até o século XIX

não havia sistematização da produção geográfica.

No período Imperialista desse século (século XIX),várias comunidade

que mais tarde viria a ser a atual Alemanha, organizaram expedições cientificas

para a África, Ásia e América Sul. Essas pesquisas acabaram servindo aos

interesses das classes dominantes. Porque subsidiaram o surgimento das

Escolas Geográficas, destacando-se a alemã e a francesa.

O pensamento geográfico, da escola alemã, teve precursores

Humbolodt e Ritter, mas coube a Ratzel a fundação da Geografia Cientifica. A

Escola Francesa teve como principal representante Paul Vidal de La Blache. A

142

produção destas duas Escolas marcam a dicotomia Sociedade – Natureza e o

determinismo geográfico que justificou o avanço dos impérios Europeus nos

territórios Africanos e Asiáticos.

Enquanto na Alemanha e na França, a ciência já se encontrava

sistematizada, presente nas Universidades desde o século XIX, no Brasil, isso

só aconteceu mais tarde. A institucionalização da Geografia no Brasil se

consolidou a partir de 1930. As pesquisas buscavam compreender e descrever

o ambiente físico nacional com o objetivo de servir aos interesses políticos do

Estado na perspectiva do nacionalismo econômico, como a exploração mineral,

desenvolvendo a indústria de base entre outros.

Essa abordagem do conhecimento Geográfico perpetua-se por boa

parte do século XX, principalmente em períodos de governos autoritários e

ficou conhecida como Geografia Tradicional.

As transformações históricas relacionadas aos modos de produção,

após a Segunda Guerra Mundial, trouxeram mudanças que interferiram no

pensamento Geográfico sob diversos aspectos. Essas transformações

ocorreram cada vez mais intensamente ao longo da segunda metade do século

XX dando novos enfoques para a análise dos espaços Geográficos.

Do ponto de vista político e econômico, a internacionalização da

economia e a instalação das multinacionais em vários países alteraram as

relações de produção e consumo, trazendo para as discussões geográficas

ligadas à degradação ambiental, às desigualdades e injustiças da produção

capitalista, às questões culturais e demográficas afetadas pela

internacionalização da economia e pelas relações políticas da economia e

pelas relações políticas e econômicas de dependência, cada vez mais

acentuadas, nos diferentes países.

Assim, as mudanças que marcaram o período histórico do país-guerra

desencadearam reformulações na geografia. No Brasil, essas mudanças mais

acentuadas ocorreram nos anos 60.

As mudanças teórico-metodológicas do ensino da Geografia tem como

meta a busca de um ensino voltado para a conquista da cidadania,

proporcionando aos alunos a possibilidade de compreenderem sua própria

posição no conjunto de interação entre a sociedade e a natureza.

143

A valorização da formação profissional contribuiu para as

transformações significativas no ensino, regulamentadas pela lei 5692/71 (Lei

das Diretrizes e Base da Educação Nacional) que afetou, principalmente, as

disciplinas relacionadas às Ciências humanas e instituiu a área de estudo

denominada Estudos Sociais que no 1o.Grau envolveria conteúdos de

Geografia e História. No 2o.Grau foram impostas as disciplinas de OSPB e

EMC.

Nos anos 80, ocorreram movimentos visando o desenvolvimento da

disciplina de Estudos Sociais e o retorno da Geografia e História.

As discussões teóricas que se sobressaíram centraram em torno do

Movimento da Geografia Crítica. Um dos marcos históricos nessa época foi o

Encontro Nacional de Geógrafos Brasileiros, em 1978. Esse movimento adotou

o método do materialismo histórico dialético para os estudos geográficos e para

a abordagem dos conteúdos de ensino da Geografia.

Encontros e conferências realizados em âmbito mundial priorizaram a

educação como alvo das reformas necessárias para a formação do novo perfil

de trabalhador, necessário para o capitalismo no atual período histórico. Foi

nesse contexto que ocorreu a aprovação da nova Lei de Diretrizes e Base da

Educação Nacional, bem como a construção dos P.C.N.

A partir de então, os P.C.N., apresentaram como documento balizador

para as reformulações curriculares que deveriam ocorrer nos estados

brasileiros. As críticas feitas pelo P.C.N. de Geografia recaíram sobre as linhas

de pensamento Tradicional e Crítica. Este documento desconsiderou o esforço

de aprimoramento teórico e conceitual que o movimento da Geográfica Crítica

vinha fazendo, ao tomá-la pela perspectiva economicista, que inicialmente foi

adotada por alguns de seus autores, vinha sendo superada. Os PCNs não

apresentaram uma alternativa teórica consistente, mas, ao contrário,

assumiram um ecleticismo ancorado numa concepção filosófica, pouco clara.

Entre as mudanças provocadas pelos PCNs destacam os conteúdos

de ensino vinculados às discussões ambientais e multiculturais. A presença

desses conteúdos nos PCNs deve-se ao resgate e aprofundamento das

discussões sobre cultura e ambiente que, na Geografia, ganharam força no

contexto histórico dos anos 90, tanto com as transformações políticas que

144

desencadearam conflitos étnicos e a fragmentação territorial de alguns países,

quanto com os avanços nos sistemas técnicos de comunicação e informação

que possibilitam a fragmentação da produção industrial e ampliação do

mercado mundial.

Essa reorganização estrutural da produção e do mercado envolveu e

afetou a natureza, as culturas e as relações sócio-espaciais de alguns

“espaços da globalização”, situados em todos os continentes. Isso trouxe

relevância para as questões sócio-ambientais e culturais, como campo de

estudo da Geografia.

Porém, é preciso lembrar que as questões ambientais e culturais

estiveram inseridas no temário geográfico desde a institucionalização da

Geografia e foram abordadas de várias perspectivas teóricas das descritivas às

críticas. Portanto, apenas inserí-los no currículo como conteúdo de ensino não

garante criticidade à disciplina.

A política educacional desenvolvida a partir de 2003, nesse Estado,

assumiu como uma de suas prioridades, ações que visam a retomada de

estudos das disciplinas de formação do professor, estimulando seu papel de

pensador e pesquisador. Assim, estas Diretrizes Curriculares apresentam-se

como documento norteador para um repensar da prática pedagógica dos

professores de Geografia.

Considera-se que o ensino da geografia deve dar subsídios aos alunos

levando-os a pensar e agir criticamente, buscando elementos que permitam

compreender e explicar o mundo. Cabendo assim, à geografia a função de

preparar o aluno para uma leitura crítica da produção social do espaço,

negando a “neutralidade” dos fenômenos que imprimem uma certa passividade

aos indivíduos com este enfoque assumir uma visão geral do local para o

global e através desse conhecimento agindo e interagindo com autonomia na

sociedade e no espaço em que está inserido.

Oportunizando ao educando a possibilidade de situar-se na dinâmica

das transformações contemporâneas, fazendo com que o mesmo atue

criticamente e construtivamente no contexto local, como parte integrante do

global.

145

2. CONTEÚDOS ESTRUTURANTES / BÁSICOS DA DISCIPLINA:

Conteúdos Estruturantes: Dimensão econômica do espaço geográfico Dimensão política do espaço geográfico Dimensão cultural demográfica do espaço geográfico Dimensão socioambiental do espaço geográfico Conteúdos Básicos: 5ª Série

Formação e transformação das paisagens naturais e culturais; Dinâmica da natureza e sua alteração pelo emprego de tecnologias de exploração e produção; A formação, localização e exploração dos recursos naturais; A distribuição espacial das atividades produtivas, a transformação da paisagem, a (re)organização do espaço geográfico.; As relações entre campo e a cidade na sociedade capitalista; A transformação demográfica, a distribuição espacial da população e os indicadores estatísticos da população; A mobilidade populacional e as manifestações socioespaciais da diversidade cultural; As diversas regionalizações do espaço geográfico.

6ª Série

Conteúdos Estruturantes: Dimensão econômica do espaço geográfico Dimensão política do espaço geográfica Dimensão cultural demográfica do espaço geográfico Dimensão socioambiental do espaço geográfico

Conteúdos Básicos:

146

A formação, mobilidade das fronteiras e a reconfiguração do território brasileiro; A dinâmica da natureza e sua alteração pelo emprego de tecnologias de exploração e produção; As diversas regionalizações do espaço geográfico brasileiro; As manifestações socioespaciais da diversidade cultural; A transformação demográfica, a distribuição espacial e os indicadores estatísticos da população; Movimentos migratórios e suas motivações; O espaço rural e a modernização da agricultura; A formação, o crescimento das cidades, a dinâmica dos espaços urbanos e a urbanização; A distribuição espacial das atividades produtivas, a (re) organização do espaço geográfico; A circulação de mão-de-obra, das mercadorias e das informações. 7ª Série Conteúdos Estruturantes: Dimensão econômica do espaço geográfico Dimensão política do espaço geográfica Dimensão cultural demográfica do espaço geográfico Dimensão socioambiental do espaço geográfico

Conteúdos Básicos: As diversas regionalizações do espaço geográfico; A formação, mobilidade das fronteiras e a reconfiguração dos territórios do continente americano; A nova ordem mundial, os territórios supranacionais e o papel do Estado; O comércio em suas implicações socioespaciais; A circulação de mão-de-obra, do capital, das mercadorias e das informações; A distribuição espacial das atividades produtivas, a (re) organização do espaço geográfico; As relações entre o campo e a cidade na sociedade capitalista; O espaço rural e a modernização da agricultura;

147

A transformação demográfica, a distribuição espacial e os indicadores estatísticos da população; Os movimentos migratórios e suas motivações; As manifestações socioespaciais da diversidade cultural; A formação, a localização, exploração e utilização dos recursos naturais.

8ª Série

Conteúdos Estruturantes: Dimensão econômica do espaço geográfico Dimensão política do espaço geográfica Dimensão cultural demográfica do espaço geográfico Dimensão socioambiental do espaço geográfico

Conteúdos Básicos:

As diversas regionalizações do espaço geográfico;

A nova ordem mundial, os territórios supranacionais e o papel do Estado;

A revolução técnico-científico-informacional e os novos arranjos no espaço

da produção;

O comércio mundial e as implicações socioespaciais;

A formação, a mobilidade das fronteiras e a reconfiguração dos territórios;

A transformação demográfica, sua distribuição espacial e seus indicadores

estatísticos;

As manifestações socioespaciais da diversidade cultural;

Os movimentos migratórios mundiais e suas motivações;

A distribuição das atividades produtivas, a transformação da paisagem e a

(re) organização do espaço geográfico ;

A dinâmica da natureza e sua alteração pelo emprego de tecnologias de

exploração e produção;

148

O espaço em rede: produção, transporte e comunicações na atual

configuração territorial.

ENSINO MÉDIO

1º ANO

Conteúdos Estruturantes: Dimensão econômica do espaço geográfico Dimensão política do espaço geográfica Dimensão cultural demográfica do espaço geográfico Dimensão socioambiental do espaço geográfico

Conteúdos Básicos

Formação e transformação das paisagens naturais e culturais; Formação, mobilidade das fronteiras e a reconfiguração dos territórios. Dinâmica da natureza e sua alteração pelo emprego de tecnologias de exploração e produção; A formação, localização, exploração e utilização dos recursos naturais; As diversas regionalizações do espaço geográfico;

2ª ANO

Conteúdos Estruturantes: Dimensão econômica do espaço geográfico Dimensão política do espaço geográfica

149

Dimensão cultural demográfica do espaço geográfico Dimensão socioambiental do espaço geográfico

Conteúdos Básicos

Distribuição espacial das atividades produtivas, transformação da paisagem, a (re) organização do espaço geográfico; Dinâmica da natureza e sua alteração pelo emprego de tecnologias de exploração e produção; As relações entre o campo e cidade na sociedade capitalista. O espaço rural e a modernização da agricultura; Revolução tecno-científica-informacional e os novos arranjos no espaço da produção; O espaço em rede: produção, transporte e comunicação na atual configuração territorial; A circulação de mão- de- obra, capital, das mercadorias e das informações; O comércio e as implicações sócio-espaciais;

A nova ordem mundial, os territórios supranacionais e o papel do Estado;

3ª ANO

Conteúdos Estruturantes: Dimensão econômica do espaço geográfico Dimensão política do espaço geográfica Dimensão cultural demográfica do espaço geográfico Dimensão socioambiental do espaço geográfico

Conteúdos Básicos

A transformação demográfica, a distribuição espacial e os indicadores estatísticos da população;

150

A formação e o crescimento das cidades, a dinâmica dos espaços urbanos e a urbanização recente; Os movimentos migratórios e suas motivações; As manifestações socioespaciais da diversidade cultural; As implicações socioespaciais do processo de mundialização. A nova ordem mundial, os territórios supranacionais e o papel do Estado. O espaço em rede: produção, transporte e comunicação na atual configuração territorial.

3. Metodologia da Disciplina

Propõe-se que os conteúdos específicos sejam trabalhados de uma

forma crítica e dinâmica, interligando teoria, prática e realidade, mantendo uma

coerência dos fundamentos teóricos propostos, utilizando a cartografia como

ferramenta essencial, possibilitando assim transitar em diferentes escalas

espaciais, ou seja, do local ao global e vice-versa.

O professor de Geografia, deve estar atento a Lei 11.645/08 a qual

torna obrigatório abordar temas que envolvam a história e cultura Afro-

brasileira e indígena nas diferentes séries, através de análise de mapas,

confecção de maquetes, interpretação de textos, imagens, fotos entre outros,

que tragam conhecimentos sobre: a população brasileira/miscigenação dos

povos, a distribuição espacial da população afro-descendente e indígena no

Brasil e no mundo, a contribuição do negro e do índio na construção da nação

brasileira, o movimento desses povos no tempo e no espaço, questões

relativas ao trabalho, renda, cultura, discussões de práticas de segregação

racial, entre outros.

Abordar, conforme a instrução nº. 04/2005 da SEED/SUED, a

Geografia do Paraná nos conteúdos curriculares da disciplina matriz. A

metodologia utilizada será na forma de pesquisas em jornais, revistas e sites,

slides de imagens e textos, problematização dos conteúdos, análise de fotos e

mapas de paisagens naturais do Estado, diálogos e debates.

Além de trabalhar os conteúdos específicos de geografia em sala de

aula, o professor, quando necessário, pode promover aulas de campo, desde

151

aquela ao redor da escola, até outras de maior distância, pois a compreensão

da realidade será mais completa quanto maior for o contato do aluno com a

concretude do real, o que lhe permitirá perceber a complexidade do mundo.

Além das aulas de campo, destaca o uso da linguagem cartográfica,

pois esta resulta de uma construção teórica e prática que vem desde as séries

iniciais e que deve seguir até o final da Educação Básica. Outros instrumentos

metodológicos como: vídeos em TV Pen Drive, pesquisas em laboratório de

informática, observações no globo terrestre, kit de rochas e minerais, mapas,

atlas geográficos, jornais, revistas, atividade de leitura, projeto de pesquisa

científica e bibliográfica, produção de texto, apresentação oral de trabalhos,

atividades experimentais, projeto de pesquisa de campo, relatórios,

seminários, debates, atividades com textos literários, trabalho em grupo,

recursos áudio visuais ( trechos de filmes, programas de reportagem e imagens

em geral – fotografias, slides, charges, ilustrações, questões discursivas e

objetivas, que poderão contribuir no processo ensino aprendizagem.

Quanto a Educação do Campo, a luta pela terra, a recusa pelo

trabalho assalariado é uma questão histórica, cultural e política.

O camponês é compreendido por sua base familiar, pelo trabalho da

família na sua própria terra ou na terra alheia, por meio do trabalho associativo,

mutirão, trabalho coletivo, individual, organizações cooperativas, etc.

Cabe a Escola promover constantemente debates, discussões,

pesquisas em jornais, internet, SENAI, Emater, revistas, filmes, documentários,

entre outros, acerca da necessidade da permanência do homem no campo

uma vez que a organização dos movimentos camponeses define o sentido das

políticas públicas presente no poder do Estado.

Sensibilizar os educandos junto a comunidade escolar da importância

da agricultura familiar, diversificação de renda, inúmeras são as fontes

regionais (cultura do maracujá, conservas, hortaliças orgânicas, bicho da seda,

atividades artesanais, produtos desidratados...).

152

A família do campo deve conhecer e ter claro seus direitos, quanto a

aquisição de terras e inserção em projetos governamentais que viabilizem o

acesso e desenvolvimento da agricultura familiar. A partir do momento que

conhece e apropria-se das Políticas Públicas de fato, o aluno bem como sua

família percebe que não necessita estar inserido no meio urbano para melhorar

sua condição social, bem como sanar seus anseios mais particulares.

Deve-se pensar a Educação do Campo em suas particularidades, criar

vínculos concretos sem desligar da universidade. O pedagógico, o histórico, o

político e o social devem estar interligados e construir uma educação do campo

e não apenas com ele e para ele.

Compreender a materialidade da origem – comprometer as raízes.

Cabe ressaltar a importância do papel do professor no processo

ensino aprendizagem em proporcionar constantemente oportunidades que

despertem o interesse do educando pela pesquisa, onde ele será não apenas

um mero ouvinte, mas um ator na construção desse processo.

4. Avaliação

Entendemos que a avaliação está inserida dentro do processo de

ensino/aprendizagem e, respaldada no Projeto Político Pedagógico da escola,

será formativa, diagnóstica, contínua e cumulativa, capaz de considerar as

especificidades, respeitando as diferenças de cada educando.

Nas avaliações, deve evitar as atividades que contemplem apenas

uma das formas de comunicação com os alunos, ou seja, apenas a prova

escrita. Propomos que o processo de avaliação esteja articulado com os

conteúdos estruturantes, conceitos geográficos, objeto de estudo, categorias

espaço e tempo, relação homem-natureza, as relações de poder e outras.

Sendo uma avaliação diagnóstica e contínua, devemos contemplar diversos

instrumentos avaliativos, tais como: leitura e interpretação de diferentes

tabelas, gráficos, fotos, imagens, slides, mapas, textos; interpretação e

produção de textos geográficos, fotos, imagens e diferentes tipos de mapas;

pesquisas bibliográficas; relatórios de aulas de campo; apresentação e

153

discussão de temas em seminários; construção, representação e análise do

espaço através de maquetes e mapas; questões discursiva e objetivas;

De acordo com essas formas de avaliação, os critérios avaliativos da

Disciplina de Geografia serão:

- Atividade de Leitura: analisa se o aluno compreende e interage com as ideias

presentes nos textos e nas imagens por meio de questionamentos,

concordâncias ou discordâncias; sistematiza o conhecimento de forma

adequada; estabelece relações entre o conteúdo abordado em sala de aula;

analisa a oralidade do educando bem como suas concepções prévias sobre o

conteúdo discutido.

- Pesquisa Bibliográfica: identifica a situação e o contexto com clareza;

apresenta de forma clara e objetiva o tema levantado, delimitando o foco da

pesquisa na busca de solução; aponta argumentos sobre a importância da

pesquisa; remete aos textos lidos, por meio de citações ou paráfrases

referenciando adequadamente; verifica se o educando adquiriu conhecimentos

sobre pesquisa bibliográfica e se o mesmo consegue realizar comparações

entre as diversas produções.

- Produção de Narrativas : é adequada a linguagem às exigências do contexto

de produção, dando-lhe diferentes graus de formalidade ou informalidade,

atendendo especificidades da disciplina em termos de léxico, de estrutura, de

análise, de observação; elabora argumentos consistentes; estabelece relações

entre as partes do texto, mapas e imagens; estabelece relação entre a tese e

os argumentos elaborados para sustentá-lo; analisa a construção do

conhecimento geográfico dando ênfase aos diversos instrumentos; relaciona o

que foi analisado no estudo de campo e o conteúdo.

- Seminários e debates: demonstra consistência nos argumentos, tanto na

apresentação quanto nas réplicas; apresenta compreensão do conteúdo

abordado (a leitura compreensiva dos textos e imagens utilizados); faz

adequação da linguagem; demonstra pertinência quanto às fontes de pesquisa;

154

traz relatos para enriquecer a apresentação; faz adequação e toma como

relevante as intervenções dos integrantes do grupo que assistem à

apresentação; avaliação da oralidade, conhecimento prévio e adquirido pelo

educando e o respeito a organização hierarquizada das ideias principais e

secundárias utilizado para a forma de avaliação proposta.

- Atividades a partir de Recursos Audiovisuais: compreende e interpreta a

linguagem utilizada; articula o conceito/conteúdo/tema discutido nas aulas com

o conteúdo apresentado pelo audiovisual; reconhece os recursos expressivos

específicos daquele recurso; interpretar a iconografia escrita ou não.

- Atividades manuais: analisa a lógica entre o conteúdo e o que foi

representado em mapas e maquetes;

- Trabalho em grupo: compartilha o conhecimento; demonstra os

conhecimentos formais da disciplina estudados em sala de aula na produção

coletiva de trabalhos; compreende a origem da construção histórica dos

conteúdos trabalhados e sua relação com a contemporaneidade e o seu

cotidiano, interage com o grupo; socializa o conhecimento com os outros

educandos.

-Questões Discursivas: Compreende o enunciado da questão; planeja a

solução, de forma adequada; comunica por escrito, com clareza, utilizando a

norma padrão da língua portuguesa; sistematiza o conhecimento de forma

adequada; analisa o conhecimento historicamente construído ao longo da vida

escolar e também o seu conhecimento prévio sobre o assunto.

- Questões Objetivas: realiza leitura compreensiva do enunciado; demonstra

apropriação de alguns aspectos definidos do conteúdo; utiliza conhecimentos

adquiridos; verifica realmente o conhecimento geográfico dos educandos.

155

Através dos instrumentos acima, espera-se que o aluno forme conceitos

geográficos e assimile as relações espaço-tempo e homem-natureza para que

compreenda as diversas escalas geográficas e melhor avalie a realidade

socioespacial em que vive, sob a perspectiva de transformá-la, onde quer que

esteja.

Referências

PARANÁ. Secretaria do Estado da Educação. Superintendência da Educação. Departamento de Educação Básica. Diretrizes Curriculares da Educação do Campo. Educação do Campo. Curitiba, 2006.

http://www.seed.pr.gov.br/portals/bancoquestaoavaliativa/OrientacoesGeraisGE

2008.pdf?PHPSESSID=2010080411160589 acesso em 04/08/2010.

ALMEIDA, Lúcia Marina Alves de; RIGOLIN, Tércio Barbosa. Geografia: Geografia geral e do Brasil. Vol. Único. 1. Ed. São Paulo: Ática, 2005.

MOREIRA, Igor Antonio Gomes; AURICCHIO, Elizabethe. Construindo o Espaço. 3. ed. São Paulo: Ática, 2008.

IBGE. Anuário estatístico do Brasil 1999. Rio de Janeiro, 2000.

____. Atlas geográfico escolar / IBGE. - Rio de Janeiro: IBGE, 2002.

____. Brasil em números. Rio de Janeiro, 2001.

____. Censo demográfico 2000.

____. Coleção Geografia do Brasil: as grandes regiões.

____. Geografia e questões ambientais. Rio de Janeiro, 1993.

PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência da Educação. Departamento de Educação Básica. Diretrizes Curriculares da Educação

Básica. Geografia. Curitiba, 2008.

156

PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência da Educação. Livro Didático Público. Geografia. 2ª Ed. Curitiba: SEED – PR, 2006.

SANTOS, Milton. Por uma Geografia nova: da crítica da Geografia a uma

Geografia crítica. São Paulo, Hucitec, 1990.

______. A urbanização brasileira. São Paulo, Hucitec, 1996.

______.Manual de geografia urbana. São Paulo, Hucitec, 1981.

______.O espaço dividido: os dois circuitos da economia urbana nos países

subdesenvolvidos. Rio de Janeiro, Francisco Alves, 1979.

______. Por uma economia política da cidade. São Paulo, Hucitec, 1994.

______. Por uma outra globalização – do pensamento único à consciência

universal. Rio de Janeiro, Record, 2001.

Cadernos Temáticos, Educação do Campo. Curitiba, 2005

SITES CONSULTADOS:

CAMPOS, Rui Ribeiro de. Cinema e Geografia na Sala de Aula.

Campinas. Junho de 2006. Disponível em: http.:/www. planetaeducação. Com. br/novo/artigo.=825 SANTOS, Gladis. Revista Aprende Brasil n. 14. Disponível em : http://gladislsantos.googlepages.com/revistaaprendebrasil. MACHADO, João Luis Almeida. Cinema na Educação. Disponível em: http:www.planetaeducacao.com.br/novo/artigo=825. MORAN, José Manuel. O Video na Sala de Aula. Disponível em: http:/ www. eca.usp.br/prof/moran/vidsal.htm. BONIFÁCIO, Rosa Costa, Cinema e escola para o Professor. Disponível em: http:/www facecla.com.br/revistas/rece/trabalhos/. Brasil em Mapas, http: /www.brasilemmapas.com.br Portal dia – a – dia educação – Geografia Http:www.geocites.com.

157

PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DE HISTÓRIA

APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA

A História passou a existir como disciplina escolar com a criação do

colégio Pedro II, em 1837. No mesmo ano, foi criado o Instituto Histórico e

Geográfico Brasileiro (IHGB), que instituiu a história como disciplina

acadêmica, alguns professores do colégio Pedro II faziam parte do IHGB e

construíram os programas escolares, os manuais didáticos e as orientações

dos conteúdos que seriam ensinados.

Essas produções foram elaboradas sob influência da história metódica

e do positivismo, caracterizadas, em linhas gerais, pela história política,

orientada pela linearidade dos fatos, pelo uso restrito dos documentos oficiais

como fonte e verdade histórica e, por fim, pela valorização dos heróis.

A narrativa histórica produzida justificava o modelo de nação brasileira

vista como extensão da história da Europa Ocidental, propondo uma

nacionalidade expressa na síntese das raças brancas, índia e negra, com o

predomínio da ideologia do branqueamento. Nesse modelo conservador de

sociedade, o currículo oficial de história tinha como objetivo legitimar os valores

aristocráticos, no qual o processo histórico conduzido por líderes excluía a

possibilidade das pessoas comuns serem entendidas como sujeitos históricos.

Nesse sentido e com a intenção de re-estruturar o ensino de História

muitas ações foram propostas para as Escolas Públicas do Paraná, buscando

organizar a disciplina de acordo com uma abordagem ligada ao materialismo

histórico dialético.

Pode-se resumir essa caminhada, em termos cronológicos, da

seguinte maneira:

1837: obrigatoriedade da História como disciplina escolar e criação do

Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB). Caracterizava-se pela

História Política, linearidade dos fatos, uso restrito dos documentos oficiais

escritos e valorização dos heróis. Contribuía para a legitimação dos valores

aristocráticos.

158

1889: manutenção do modelo anterior, sendo que o Colégio D. Pedro II

era o referencial para a educação brasileira.

1901: alteração do Currículo do Colégio D. Pedro II. A História do Brasil

deveria compor a cadeira de História Universal.

1954: Estado Novo, governo de Getúlio Vargas. Retorno da História do

Brasil aos Currículos Escolares. Ensino restrito à elite, preparando o indivíduo

para conduzir o povo. Reforço do caráter moral e cívico para legitimar o projeto

nacionalista.

1964: Golpe militar. Manutenção do caráter político da história.

Valorização das fontes oficiais e narrados apenas do ponto de vista factual.

Manutenção dos grandes heróis e o estado é os da História.

1971: Lei 5692/71. Organização do Primeiro Grau em oito anos e

Segundo Grau profissionalizante. Formação tecnicista voltada para a formação

de mão-de-obra para o mercado de trabalho. História linear, cronológica e

harmônica com vista ao progresso.

1980: Associação Nacional dos Professores Universitários de História

(ANPUH). Busca da aproximação entre a investigação histórica e o universo da

sala de aula. Debates por reformas democráticas na área educacional.

1990: (Paraná). Currículo Básico para Escola Pública do Estado do

Paraná. Proposta de renovação do ensino da História. Pedagogia histórico-

crítica, historiografia social pautada no materialismo histórico dialético

indicando elementos da Nova História. Valorização das ações do sujeito.

1997 a 1999: PCNs. Ensino Médio organizado por áreas de

conhecimento. No Ensino Fundamental, História mantida em sua

especificidade, integrada às demais pelos temas transversais. Busca a

formação de cidadãos com preparação para as exigências científico-

tecnológicas da sociedade.

A partir de 2003: processo de formação continuada. Debate e reflexão

coletiva. A organização do Currículo para o ensino de História terá como

referência os conteúdos estruturantes, entendidos como saberes que

aproximam e organizam os campos da História e seus objetos, identificados no

processo histórico da constituição da disciplina e no referencial teórico atual

que sustenta os campos de investigação de História Política, econômico-social

159

e cultural, à luz da Nova Esquerda Inglesa e da Nova História Cultural,

inserindo conceitos relativos à consciência histórica.

Com relação a importância de se estudar a disciplina de História no

Colégio Estadual de Ourilândia, localizado na cidade de Barbosa Ferraz, pode–

se dizer que isso se faz necessário porque leva o educando inserido nesse

contexto a refletir sobre suas origens, para assim poder compreender a sua

inserção no espaço familiar e social.

Assim o estudo da História no colégio de Ourilândia, é de suma

importância, pois ajuda a perceber as ligações existentes entre o passado e o

presente, podendo assim conhecer o cotidiano das pessoas e perceber como

ação delas foi importante para construir o mundo, sendo assim a História

auxilia no conhecimento dos grupos que formam as sociedades, bem como os

conflitos que ocorrem entre eles e os motivos de tais conflitos.

Um outro ponto de importância ao se estudar essa disciplina se refere

a formação de uma consciência critica no educando, pois conhecendo o

passado tanto porque ele é, por excelência, o campo de estudo da história,

bem como porque esse conhecimento irá fornecer-lhes habilidades e

competências necessárias a sua plena inserção no mundo que o rodeia.

Por fim a disciplina é muito importante, pois leva o aluno a respeitar a

diversidade cultural, o direito de cada um ser o que é entendendo assim com

esse respeito são indispensáveis para o exercício da cidadania e a construção

de um mundo mais justo. Assim os professores de História do Colégio Estadual

de Ourilândia, acreditam que a reflexão histórica, seja instrumento dos mais

valiosos para a construção da plena cidadania.

Nesse sentido a prática do ensino de história nesse colégio se da por

meio de aulas expositivas, debates, questionamentos, seminários,

apresentações, visitas a museus, espaços culturais, atividades objetivas e ou

dissertativas, pesquisas bibliográficas, analises de imagens, fotos, desenhos,

etc.

Conteúdos Estruturantes / Básicos da disciplina;

Conteúdos Estruturantes são conhecimentos construídos historicamente e

considerados fundamentais para a compreensão do objeto e organização dos

160

campos de estudo de uma disciplina escolar. Deles derivam os conteúdos

específicos que compõem o trabalho pedagógico e a relação de ensino-

aprendizagem no cotidiano da escola, devendo ser trabalhados de forma

articulada entre si.

Os Conteúdos Estruturantes de História para o Ensino Fundamental e

Médio são os seguintes:

RELAÇÕES DE TRABALHO;

RELAÇÕES DE PODER;

RELAÇÕES CULTURAIS;

RELAÇÕES DE TRABALHO: Pelo trabalho expressam-se as relações que os

seres humanos estabelecem entre si e com a natureza seja no que se refere a

produção material como a produção simbólica.

As relações de trabalho permitem diversas formas de organização

social, no mundo capitalista o trabalho, assumiu historicamente um estatuto

muito especifico, qual seja do emprego assalariado. Para entender como se

formou esse modelo e suas consequências, faz-se necessário analisar alguns

aspectos das relações de trabalho.

RELAÇÕES DE PODER: Pode-se definir poder como a capacidade ou

possibilidade de agir ou de produzir efeitos, pode ser referida a indivíduos e

grupos humanos. O poder não apresenta forma de coisa ou de objeto, mas se

manifesta como relações sociais e ideológicas estabelecidas entre aquele que

exerce e aquele que se submete, portanto o que existe são as relações de

poder.

O estudo das relações de poder geralmente remete a ideia de poder

político, entretanto, elas não se limitam somente ao âmbito político, mas

também nas relações de trabalho e culturais.

RELALÇÕES CULTURAIS: Ao se propor as relações culturais como um dos

conteúdos estruturantes para o estudo da história entende-se a cultura como

aquela que permite conhecer os conjuntos de significados que os homens

conferiram a sua realidade para explicar o mundo.

O conceito de cultura é polissêmico, tal qual a quantidade de

contribuições e reinterpretações articuladas com as ciências sociais, ao longo

161

dos séculos XIX e XX, as quais ampliaram e permitiram mudar um campo que

se preocupava de modo exclusivo com a cultura das elites.

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO:

RELAÇÕES DE TRABALHO;

RELAÇÕES DE PODER;

RELAÇÕES CULTURAIS;

CONTEÚDOS BÁSICOS ENSINO FUNDAMENTAL

5° SÉRIE

1 – A Experiência Humana no Tempo: (a memória local e a memória da

humanidade; o tempo às temporalidades e as periodizações; o processo

histórico (as relações humanas no tempo)).

2 – Os sujeitos e sua relação com o outro no tempo: As gerações e as Etnias. 3 – A Cultura Local e a Cultura Comum: os mitos, lendas, a cultura popular,

festa e religiosidades; a constituição do pensamento científico, as formas de

representação humana; a oralidade e a escrita; as formas de se narrar a

história.

6° SÉRIE

1 – As Relações de Propriedade; a propriedade coletiva; a propriedade

pública; a propriedade privada.

2 – O Mundo do Campo e o Mundo da Cidade;

3 – As Relações entre o Campo e a Cidade;

162

4 – Conflitos, resistências e produção cultural campo/cidade;

7° SÉRIE 1 – História das Relações da Humanidade com o Trabalho;

2 – O Trabalho e a Vida em sociedade;

3 – O Mundo do Trabalho;

4 – As Resistências e as Conquistas de Direito; 5 – O trabalho e as contradições da modernidade;

8° SÉRIE 1 – A Constituição das Instituições Sociais: as instituições políticas; as

instituições econômicas; as instituições religiosas; as instituições culturais;

2 – A Formação do Estado: a monarquia; a república (aristocracia, ditadura e

democracia); os poderes do estado.

3 – Sujeitos Guerras e Revoluções: os movimentos sociais: políticos,

culturais e religiosos; revoltas e revoluções sociais (políticas, econômicas,

culturais e religiosas); guerras locais e mundiais.

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES ENSINO MÉDIO:

RELAÇÕES DE TRABALHO;

RELAÇÕES DE PODER;

CONTEÚDOS BÁSICOS ENSINO MÉDIO

163

Trabalho Escravo, Servil, Assalariado e o Trabalho Livre;

Urbanização e Industrialização;

O Estado e as relações de poder;

Os Sujeitos, as revoltas e as guerras;

Movimentos sociais, políticos e culturais as guerras e revoluções;

Cultura e Religiosidade;

METODOLOGIA DA DISCIPLINA;

Para a disciplina de História propõem-se uma metodologia que contribua

para que os alunos possam se apropriar dos fundamentos teóricos necessários

para que possam pensar historicamente, para isso faz-se necessário segundo

Schimidt e Cainelli (2006) a recuperação do método da história em sala de

aula.

O método aplicado em sala de aula também deve considerar que as ideias

históricas dos alunos são marcadas pelas suas experiências de vida e pelos

meios de comunicação.

Com relação às práticas metodológicas adotadas no ensino de história,

pode-se dizer que as aulas são realizadas através de exposições orais do

professor, leituras de textos diversos, debates e questionamentos entre

professores e alunos, seminários, atividades escritas, dissertações, leitura de

imagens, analise de mapas históricos e atuais, comparação entre passado e

presente, mudanças, permanências, recortes de filmes, palestras, teatros,

pesquisas bibliográficas, pesquisas na internet, em, revistas, em jornais,

valorização da memória e passado locais através de pesquisas sobre a vida

dos pioneiros da cidade, etc.

Nesse sentido e sob uma perspectiva de Inclusão Social, a disciplina de

História, considerará a diversidade cultural e a memória paranaense, de modo

que buscam contemplar demandas em que também se situam os movimentos

sociais organizados e destacam os seguintes aspectos em sua metodologia:

Cumprimento da Lei n. 13, 381/01, que torna obrigatório, no Ensino

Fundamental e Médio da Rede Pública Estadual, os conteúdos de

História do Paraná;

164

Cumprimento da Lei n. 10,639/03, que inclui no currículo oficial a

obrigatoriedade da História e da Cultura Afro-brasileira, seguidas das

Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das relações inter-

raciais e para o ensino de História e Cultura Afro-brasileira e

Africana;

Cumprimento da Lei n. 11,645/08, que inclui no currículo oficial a

obrigatoriedade do ensino da história e cultura dos povos indígenas

do Brasil.

Assim sendo os conteúdos de História do Paraná tem como finalidade a

ampliação das possibilidades de trabalho, ressaltando as relações culturais de

trabalho e de poder, estimulando a reflexão sobre os conteúdos proposto, os

conceitos e as concepções presentes em diferentes contextos, e por fim

demonstrar como articular as memórias e histórias locais e regionais,

favorecendo a construção do conhecimento histórico do Paraná.

Traçando também um paralelo entre as comemorações do centenário da

Emancipação Política do Paraná e dos 500 anos de descobrimento do Brasil,

em ambos os casos propondo a problemática com alunos tidos como

excluídos, Isto é, indígenas, negros, trabalhadores do campo e da cidade, entre

outros. Possibilitando também uma abordagem não como uma verdade pronta

e definitiva, mas como uma constante analise e reconstrução em torno das

ações e relações dos sujeitos no tempo e no espaço.

Com relação ao tema cultura afro-brasileira a disciplina de história tem

como finalidade, desmistificar a narrativa histórica produzida através da visão

da Europa Ocidental (etnocentrismo europeu), que propunha uma

nacionalidade pautada na ideologia do branqueamento.

Bem como analisar o modelo conservador de sociedade inserido no

currículo oficial de história que tinha como objetivo legitimar os valores

aristocráticos, no qual o processo histórico ora conduzido por líderes que

excluíam a possibilidade das pessoas comuns serem entendidas como sujeitos

históricos.

Ainda dentro da metodologia a disciplina de história da ênfase a

Educação do campo, em que é essencial compreender a problematização dos

conhecimentos que levaram a educação do campo a estar historicamente nas

165

políticas educacionais, não esquecendo a investigação como ponto de partida

para a seleção e desenvolvimento dos conteúdos escolares, podendo assim

realizar uma interpretação da realidade que considera as relações mediadas

pelo trabalho no campo como produção material da existência da humanidade.

Construindo assim um conhecimento que promova novas relações de

trabalho e de vida para a comunidade do campo.

Sendo assim a primeira forma de se trabalhar esses temas (cultura-afro,

indígena e a história do Paraná), no Colégio Estadual de Ourilândia, é através

da valorização dessas culturas, realizando assim um recorte histórico da

cultura desses povos e da sua importância para construção da sociedade

brasileira e paranaense.

Assim nos professores trabalhamos através de discussões em grupo a

questão do preconceito, do racismo, valorizando assim a cultura que é

diferente da que estamos acostumados, para que esse educando possa

compreender e respeitar as culturas diferentes mas não menos importante que

as sua.

Então discutimos esses temas através das seguintes atividades:

Valorização das culturas afro-brasileira e indígena através de:

Elaboração de máscaras africanas e indígenas para assim levar o

aluno a perceber a habilidade artística desses povos;

Confecções de cartazes que demonstrem um pouco da história e

cultura desses povos;

Ensaio de teatros que retratem a cultura desses povos;

Danças de origem africana e indígena;

Confecções de maquetes que demonstrem os engenhos, senzalas

e tribos indígenas;

Visita ao Parque Estadual Vila Rica do Espírito Santo em Fênix;

Visita a uma tribo indígena na cidade de Manoel Ribas, entre outras

atividades;

Por fim a metodologia empregada nas aulas de história serão as

seguintes:

- Aulas Expositivas;

166

- Explicação de mapas e imagens que aparecem no texto;

- Discussão das legendas que aparecem no texto;

- Pesquisa Bibliográfica;

- Leitura e discussão do texto em boxe;

- Leitura e discussão do livro-texto;

- Trilha da História (Jogos com questões de assuntos estudados);

- Apresentação de seminários e discussões:

- Discussões sobre filmes assistidos;

- Analises de gráficos de linha do tempo;

- Histórias em Quadrinho;

- Analise de fotos;

RECURSOS DIDÁTICOS;

- Uso de Vídeo e DVD;

- Mapas e Imagens;

- Textos diversificados de jornais e revistas;

- Figuras ilustrativas da época;

- Quadro e Giz;

167

- Trilha da História (jogos com questões de assuntos estudados).

- Laboratório de Informática;

- Uso da Tv – Pen-Drive;

AVALIAÇÃO;

De acordo com as Diretrizes Curriculares de história do Estado do Paraná,

a avaliação deve estar a serviço da aprendizagem de todos os alunos,

permeando o conjunto das ações pedagógicas, e não como elemento externo a

esse processo. Nesse sentido a avaliação proposta nessa proposta pedagógica

curricular de história é a seguinte:

Avaliação Diagnóstica: Permite ao professor identificar o

desenvolvimento da aprendizagem dos alunos para pensar em

atividades didáticas que possibilitem a compreensão dos conteúdos a

serem trabalhados.

-Avaliação Formativa: Ocorre durante o processo pedagógico e tem

por finalidade retomar os objetivos de ensino propostos para, a partir dos

mesmos, identificar a aprendizagem alcançada desde o início até o

momento avaliado;

Avaliação Somativa: Permite ao professor tomar uma amostra em

objetivos propostos no início do trabalho e identificar se eles estão em

consonância com o perfil dos alunos e como esses encaminhamentos

metodológicos utilizados para compreensão dos conteúdos. Está

avaliação é aplicada em um período distante um do outro, como por

exemplo, o Bimestre, Trimestre e o Semestre.

De acordo com essas formas de avaliação, os instrumentos avaliativos

168

utilizados na disciplina de história serão:

- Atividade de Leitura; Analisar se o aluno compreende as ideias presentes no

texto e interage com o texto por meio de questionamentos, concordâncias ou

discordâncias ao falar sobre o texto, expressa suas ideias com clareza e

sistematiza o conhecimento de forma adequada, estabelecendo relações entre

o texto e o conteúdo abordado em sala de aula, analisar a oralidade do

educando bem como suas concepções prévias e históricas sobre o conteúdo

discutido.

- Projeto de Pesquisa Bibliográfica; o aluno, quanto: a contextualização

identifica a situação e o contexto com clareza, ao problema, apresenta de

forma clara, objetiva o tema levantado, delimitando o foco da pesquisa na

busca de solução; na justificativa, aponta argumentos sobre a importância da

pesquisa; O aluno, na escrita, remetesse aos textos lidos, por meio de citações

ou paráfrases, referenciando-os adequadamente,

verificar se o educando adquiriu conhecimentos acadêmicos sobre pesquisa

bibliográfica e se o mesmo consegue realizar comparações entre as diversas

produções históricas.

- Produção de Narrativas Históricas; adequa a linguagem às exigências do

contexto de produção, dando-lhe diferentes graus de formalidade ou

informalidade, atendendo especificidades da disciplina em termos de léxico, de

estrutura; elabora argumentos consistentes; estabelece relações entre as

partes do texto; estabelece relação entre a tese e os argumentos elaborados

para sustentá-lo,

analisa a construção do conhecimento histórico do aluno, dando ênfase aos

diversos documentos e temporalidades, e também se o educando consegue

identificar as ideias principais e secundárias da narrativa.

- Seminários e debates; demonstra consistência nos argumentos, tanto na

apresentação quanto nas réplicas; apresenta compreensão do conteúdo

abordado (a leitura compreensiva dos textos utilizados); faz adequação da

linguagem; demonstra pertinência quanto às fontes de pesquisa; traz relatos

169

para enriquecer a apresentação; faz adequação e toma como relevante as

intervenções dos integrantes do grupo que assistem à apresentação

avaliação da oralidade, conhecimento prévio e adquirido pelo educando e o

respeito a organização hierarquizada das ideias principais e secundárias do

texto utilizado para a forma de avaliação proposta..

- Atividades a partir de Recursos Audiovisuais; compreende e interpreta a

linguagem utilizada; articula o conceito/conteúdo/tema discutido nas aulas com

o conteúdo apresentado pelo audiovisual; reconhece os recursos expressivos

específicos daquele recurso

Interpretar a iconografia escrita ou não.

- Trabalho em grupo; compartilha o conhecimento; demonstra os

conhecimentos formais da disciplina, estudados em sala de aula, na produção

coletiva de trabalhos; compreende a origem da construção histórica dos

conteúdos trabalhados e sua relação com a contemporaneidade e o seu

cotidiano, interage com o grupo;

Percepção de socialização do conhecimento dentre os educandos.

-Questões Discursivas; Compreende o enunciado da questão. Planeja a

solução, de forma adequada. Comunica-se por escrito, com clareza, utilizando-

se a padrão da língua portuguesa. Sistematiza o conhecimento de forma

adequada.

Analisa o conhecimento historicamente construído ao longo da vida escolar e

também do seu conhecimento prévio sobre o assunto.

- Questões Objetivas; Realiza leitura compreensiva do enunciado; Demonstra

apropriação de alguns aspectos definidos do conteúdo; Utiliza de

conhecimentos adquiridos.

Verificar realmente o conhecimento histórico dos educandos.

170

REFERÊNCIAS:

BRASIL. Lei nº. 9394/96. Diário Oficial da União. Brasília, 20 de dezembro de

1996.

BURKE, Peter. A Escrita da História: Novas Perspectivas.

CERRI, Luís Fernando (org.) O Ensino de História e a Ditadura Militar.

Curitiba: Aos Quatro Ventos, 2005.

FIGUEIRA, Divalte Garcia. História. São Paulo: Ática, 2002.

FREYRE, Gilberto. Casa Grande e Senzala. 47 ed. global, 2003.

PARANÀ, Secretaria do Estado de Educação. Diretrizes curriculares para o

Ensino de história nos Anos Finais do Ensino Fundamental e Médio.

Curitiba: SEED, 2008.

Magda Lopes (tr). São Paulo: UNESP, 1992.

PINSKY, Jaime (org.) História da Cidadania. 3 ed. São Paulo: Contexto, 2005.

LE OFF, Jacques. História e Memória. Campinas: UNICAMP, 1992.

171

PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR

LÍNGUA PORTUGUESA

Apresentação da disciplina:

O processo de ensino da Língua Portuguesa no Brasil iniciou-se com a

educação jesuítica, sendo esta, neste período, instrumento de formação da

elite colonial. Além de alfabetizar e catequizar os indígenas acreditava-se que a

linguagem se constituía no interior da mente e sua materialização fônica

revelava o pensamento e ela (Língua Portuguesa) servia para manter a

hegemonia da metrópole e da igreja.

As práticas pedagógicas, desta época, moldavam-se ao ensino do latim para

poucos que tinham acesso à educação prolongada. Em relação ao ensino de

Língua Portuguesa, “as escolas de ler e escrever eram mantidas pelos jesuítas.

Nos cursos chamados secundários as aulas eram de gramática latina e

retórica, além do estudo de grandes autores clássicos. (DCE, 2008).

O Tupi era a língua mais utilizada no período colonial e a Língua Portuguesa

“era a língua da burocracia” (ILARI, 2007 s/p), utilizada nas transações

comerciais e documentos legais.

Em 1758, o Marquês de Pombal decretou a Língua Portuguesa como o

idioma oficial deste país, proibindo o uso da Língua Geral (Tupi), porém a

implementação real desta língua custou medidas drásticas de imposição, foi

conseguido a ferro e fogo.

Com a Reforma Pombalina, a educação sofreu mudanças estruturais. Os

cursos de Letras de Filosofia eram considerados secundários e o curso de

Teologia para formação de sacerdotes.

Após várias transformações e tentativas de “modernização” do ensino e com

a vinda da corte no Rio de Janeiro, foram instaladas as primeiras instituições

de ensino superior no Brasil, mas mesmo assim, as classes populares

continuaram excluídas pois, produziam uma educação voltada para

manutenção do status quo.

A língua portuguesa, enquanto disciplina escolar passou a integrar os

172

currículos escolares somente nas últimas décadas do século XIX, depois de já

há muito organizado o sistema de ensino, mantendo-se, por diversos anos,

com características elitistas. Em meados do século XX, iniciou-se, então, um

processo de “democratização” do ensino, com a ampliação de vagas,

eliminação dos chamados exames de admissão, entre outros fatores. Como

consequência desse processo de “democratização”, a multiplicação dos alunos,

as condições escolares e pedagógicas, as necessidades e as exigências

culturais passaram a ser outras bem diferentes.

Dessa forma, os conteúdos da Língua Portuguesa são constituídos dentro

da mobilidade histórica, possibilitando o diálogo com conceitos diversos que,

somados, conseguem abranger toda a complexidade do processo de uso da

língua. No contexto das práticas discursivas que se fazem presentes conceitos

oriundos da Linguística, sociolinguística, Semiótica, Pragmática, estudos

literários, análise do discurso, gramática normativa e descritiva de usos, entre

outros, que possam garantir o aprimoramento dos alunos do Ensino Básico

quanto ao uso das linguagens.

O trabalho com a Língua Portuguesa deve ser resultante de um estudo

coletivo e histórico.

A língua é um instrumento de comunicação de domínio público, social capaz

de transmitir cultura e registrar a história da humanidade no decorrer dos

tempos. Seu processo de interação verbal, sua substância, sua realidade, seu

modo de produção têm objetivos diferentes. Portanto, implica práticas

pedagógicas diferentes.

Propõe-se o estudo da linguagem em sala de aula de modo a optar por um

ensino voltado à leitura e produção de textos significativos, capazes de

transmitir ideias e sentimentos. Quanto à análise linguística, elemento da língua

portuguesa será vista dentro do uso e da funcionalidade dos elementos que a

compõem. Na superação do ensino voltado para a metalinguagem que se

ampliam espaços para as práticas constantes de leitura e de escrita. É

fundamental, também, que se concebam as variedades linguísticas como

espelho da diversidade cultural humana, considerando a heterogeneidade das

experiências marcadas por diferenças culturais, sociais, etárias, entre outras.

173

Pensar a linguagem é pensar a história do homem construindo a vida em

sociedade; é pensar a humanidade produzindo o progresso que trouxe consigo

novas formas de linguagem; é pensar os avanços tecnológicos, a globalização,

o avanço da ciência que ampliam o léxico pela incorporação de uma linguagem

específica; é considerar os regionalismos como marca cultural de um povo,

respeitar seus falantes e, ao mesmo tempo, ofertar-lhes a possibilidade de

apropriação da língua padrão tornando-os aptos a competir em qualquer

atividade comunicativa.

Assim, defende-se o ensino de Língua Portuguesa numa visão

sociointeracionista, que procura ver a linguagem como ação humana e não

apenas como mais um fato isolado da sociedade. Este ensino deverá

considerar o real contexto e refletir atos cotidianos, sendo instrumento de

reflexão, de reivindicação, de inclusão, para isso há que se considerar o

domínio das diferentes linguagens, as quais garantem a comunicação entre os

portadores de necessidades especiais e os não portadores. A inclusão

defendida por esta proposta curricular prevê também a utilização da linguagem

para o aprofundamento de estudos que busquem as verdades sobre as lutas

dos negros e dos povos indígenas no Brasil; a cultura negra brasileira; o negro

e o índio na sociedade nacional, salientando a contribuição desses povos nas

áreas sociais econômicas e políticas da história do Brasil.

Não se ignorar que há os excluídos por suas falas, origens sociais,

religiosas, geográficas, acrescentem-se a esses diferentes os obesos, os

mutilados fisicamente, opções sexuais diversas, os autistas e, para estes, há

que se produzir, na escola, um trabalho a fim de inseri-los plenamente no seio

social, levando-os a se tornarem sujeitos agentes de seu próprio destino.

Enfim, o ensino da Língua Portuguesa deve ser concebido como

possibilidade de competências linguísticas no sentido de inserir o aluno num

contexto globalizador e globalizante produzido, principalmente, pela mídia. Ao

mesmo tempo em que deve proporcionar-lhe meios generalizantes de

escuta/leitura de textos produzidos pelos formadores de opinião, valorizando as

variedades linguísticas que reflitam as diferenças regionais, entre outras.

O ensino de Língua Portuguesa deve contemplar os diferentes gêneros

literários, buscando dar ao aluno condições de ler e entender os tipos de

174

discurso, inclusive os produzidos a partir de suas necessidades reais. Ele

precisa ter consciência dos diferentes níveis de linguagem e saber utilizá-los

em cada situação concreta, adotando o padrão linguístico mais adequado,

inclusive aquele exigido pelas situações mais formais.

Considerando a relação estreita entre linguagem e pensamento, o aluno

deve estar preparado para receber e produzir bons textos de acordo com seus

interesses e necessidades, deixando de ser um aluno reprodutor para tornar-se

um produtor de ideias.

CONTEÚDO ESTRUTURANTE

Por um longo tempo o Ensino de Língua portuguesa foi ministrado através

de conteúdos escolhidos e legitimados no âmbito de uma classe dominante e

pela tradição acadêmica/escolar, conteúdos estes que não deram conta de

cumprir o seu papel, universalizar as práticas linguísticas, notadamente as

referentes a norma padrão, prestigiada e legitimada no contexto da sociedade

brasileira. Buscando mudar essa realidade, partir de 1980, algumas pesquisas

na área de linguística foram realizadas e apresentaram abordagens

pedagógicas pautados na concepção interacionista de linguagem para o ensino

aprendizagem da Língua Materna.

Conteúdo Estruturante é o conjunto de conhecimento e de saberes de

grande dimensão aos quais se atribui o efeito de organizar e modificar uma

disciplina escolar. A partir dele, advêm os conteúdos a serem trabalhados no

cotidiano da sala de aula.

Ao selecionar o Conteúdo Estruturante, há que se considerar o momento

histórico-social. Na disciplina de língua Portuguesa assume-se a concepção de

linguagem como prática que se efetiva nas diferentes estâncias sociais, assim

o Conteúdo Estruturante da disciplina que atende a essa perspectiva é O

DISCURSO COMO PRÁTICA SOCIAL.

A escrita, leitura e oralidade são práticas sociais que serão priorizadas e que

“devem orientar a ação pedagógica com a língua” (DCE, 2008)

O discurso é efeito de sentido entre interlocutores, não é individual, “nasce”

sempre com base em outros textos. É Considerado também discurso, toda a

atividade comunicativa entre interlocutores. Os agentes do discurso são

175

indivíduos pertencentes a um tempo; vivendo num determinado espaço

geográfico; participando de uma mesma comunidade, e representando,

portanto, as crenças, os valores, enfim a ideologia do grupo de pertencimento.

Tais crenças, ideologias são veiculadas nos discursos por eles proferidos. Todo

discurso vem carregado das marcas ideológicas daqueles que o produziram

cabendo ao interlocutor buscar, construir os sentidos que estão subentendidos.

As Diretrizes Curriculares valorizam o discurso como uma forma diferenciada

de conceber e estudar a língua. Diferente da concepção de linguagem que

centraliza o ensino na gramática tradicional, o discurso foca o trabalho nos

enunciados orais e escritos. Rodrigues (2005) ressalta que o uso da língua

efetua-se em formas de enunciados, uma vez que o discurso só existe em

forma de enunciados. O discurso é produzido por um “eu”, um sujeito que é

responsável por aquilo que fala/e ou escreve. A localização geográfica,

temporal, social, etária também são elementos fundamentais na constituição

dos discursos.

O desdobramento do Conteúdo Estruturante no trabalho didático pedagógico

da disciplina de Língua Portuguesa se dará em sala de aula a partir da

linguagem em uso como dimensiona o Conteúdo Estruturante. Assim, o

trabalho com a disciplina vai considerar os gêneros discursivos que circulam

socialmente, com mais atenção naqueles mais contribuem na elaboração

formal da língua.

CONTEÚDOS

5ª SÉRIE / 6° ANO

CONTEÚDOS BÁSICOS A PARTIR DOS GÊNEROS DISCURSIVOS

GÊNEROS DISCURSIVOS

Narrativas (causos, fábulas, contos de fadas, H.Q.)

Poemas

Exposição oral

Experiências

176

Bilhetes

Filmes

Autobiografia

Adivinhas

Anedotas

Música

Provérbios

Quadrinhas

Parlendas

Texto informativo e instrucional

LEITURA

Tema do texto

Interlocutor

Finalidade

Aceitabilidade do texto

Informatividade

Elementos composicionais do gênero

Léxico

Repetição proposital de palavras

Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais no

texto, pontuação, recursos gráficos (aspas, travessão, negrito)

Tema do texto

Interlocutor

Finalidade do texto

Informatividade

Elementos composicionais do gênero

Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais no

texto, pontuação, recursos gráficos (aspas, travessão, negrito)

Acentuação gráfica

Ortografia

Concordância verbo/nominal

177

ORALIDADE

Tema do texto

Finalidade

Papel do locutor / interlocutor

Elementos extralinguísticos: entonação, pausas, gestos, ...

Adequação do discurso ao gênero

Turnos de fala

Variação linguística

Marcas linguísticas: coesão, coerência, gírias, repetição, recursos

semânticos.

6ª SÉRIE / 7º ANO

CONTEÚDOS BÁSICOS A PARTIR DOS GÊNEROS DISCURSIVOS

GÊNEROS DISCURSIVOS

Narrativas de: aventura, humor, terror, fantásticas

Poemas

Música

Notícia

Cartazes

Fábulas

H.Q.

Cartão

Autobiografia

Relatos de passeios, experiências

Carta

Filmes

Adivinhas

Anedotas

Provérbios

178

Quadrinhas

Parlendas

Memórias

LEITURA

Tema do texto

Interlocutor

Finalidade do texto

Informatividade

Situacionalidade

Informações explícitas

Discurso direto e indireto

Elementos composicionais do gênero

Repetição proposital de palavras

Léxico

Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais no

texto, pontuação, recursos gráficos (aspas, travessão, negrito) figuras de

linguagem.

ESCRITA

Tema do texto

Interlocutor

Finalidade do texto

Discurso direto e indireto

Elementos composicionais do gênero

Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes

gramaticais no texto, pontuação, recursos gráficos (aspas,

travessão, negrito) figuras de linguagem

Acentuação gráfica

Ortografia

Concordância verbal e nominal

179

ORALIDADE

Tema do texto

Finalidade

Papel do locutor e interlocutor

Elementos extralinguísticos: entonação, pausas, gestos, etc.

Adequação do discurso ao gênero

Turnos de fala

Variações linguísticas

Marcas linguísticas: coesão, coerência, gírias, repetição, semântica

7ª SÉRIE/ 9º ANO

CONTEÚDOS BÁSICOS A PARTIR DOS GÊNEROS DISCURSIVOS

GÊNEROS DISCURSIVOS

Regimento

Notícia

Entrevistas

Pesquisa

Narrativa de aventura, humor, ficção científica

Poema

Relato pessoal

Palestra

Resumo

Paródia

Propaganda

Biografia

Adivinhas

Trava línguas

Lendas

Parlendas

180

Piadas

Causos

Memórias

LEITURA

Conteúdo temático

Interlocutor

Finalidade do texto

Aceitabilidade do texto

Informatividade

Situacionalidade

Intertextualidade

Vozes sociais presentes no texto

Elementos composicionais presentes no texto

Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes

gramaticais no texto, pontuação, recursos gráficos (aspas, travessão,

negrito) figuras de linguagem

Semântica: operadores argumentativos / ambiguidade / sentido

conotativo e denotativo das palavras no texto / expressões que

denotem ironia e humor no texto

Léxico

ESCRITA

Conteúdo temático

Interlocutor

Finalidade do texto

Aceitabilidade do texto

Informatividade

Situacionalidade

Intertextualidade

Vozes sociais presentes no texto

Elementos composicionais presentes no texto

181

Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes

gramaticais no texto, pontuação, recursos gráficos (aspas, travessão,

negrito)

Concordância verbal e nominal

Semântica: operadores argumentativos / ambiguidade / sentido

conotativo e denotativo das palavras no texto / expressões que

denotem ironia e humor no texto

ORALIDADE

Conteúdo temático

Finalidade

Aceitabilidade do texto

Informatividade

Papel do locutor e interlocutor

Elementos extralinguísticos: entonação, expressão facial, corporal e gestual,

pausas

Adequação do discurso ao gênero

Turnos de fala

Variações linguísticas

Marcas linguísticas: coesão, coerência, gírias, repetição

Elementos semânticos

Adequação da fala ao contexto (uso de conectivos, gírias, repetições, etc.)

Diferenças e semelhanças entre o discurso oral e o escrito

8ª SÉRIE / 9º ANO

CONTEÚDO BÁSICO A PARTIR DOS GÊNEROS DISCURSIVOS

GÊNEROS DISCURSIVOS

Debate

Conferência

Notícia

182

Entrevistas

Depoimentos

Artigos de opinião

Contos / crônicas

Charge

Pesquisas

E-mail

Autobiografia

Poemas

Músicas

Paródias

Crônica

LEITURA

Tema do texto

Interlocutor

Finalidade do texto

Aceitabilidade do texto

Informatividade

Situacionalidade

Intertextualidade

Temporalidade

Discurso direto e indireto

Elementos composicionais do gênero

Emprego do sentido conotativo e denotativo no texto

Palavras e/ou expressões que denotam ironia e humor no texto

Polissemia

Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais

no texto, pontuação, recursos gráficos (aspas, travessão, negrito),

figuras de linguagem

Léxico

183

ESCRITA

Tema do texto

Interlocutor

Finalidade do texto

Aceitabilidade do texto

Informatividade

Situacionalidade

Intertextualidade

Temporalidade

Discurso direto e indireto

Elementos composicionais do gênero

Emprego do sentido conotativo e denotativo no texto

Relação de causa e consequência entre as partes e elementos do texto

Palavras e/ou expresse denotam ironia e humor no texto

Polissemia

Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais no

texto, pontuação, recursos gráficos (aspas, travessão, negrito), figuras de

linguagem

Processo de formação de palavras

Acentuação gráfica

Ortografia

Concordância verbal/nominal

ORALIDADE

Conteúdo temático

Finalidade

Aceitabilidade do texto

Informatividade

Papel do locutor e interlocutor

Elementos extralinguísticos : entonação, expressão facial, corporal e

184

gestual, pausas

Adequação do discurso ao gênero

Turnos de fala

Variações linguísticas

Marcas linguísticas: coesão, coerência, gírias, repetição

Semântica

Adequação da fala ao contexto (uso de conectivos, gírias, repetições,

ENSINO MÉDIO

CONTEÚDOS BÁSICOS – 1º ano

GÊNEROS DISCURSIVOS

Textos dramáticos

Novela fantástica

Crônica

Conto

Poema

Contos de fadas contemporâneo

Fábulas

Diários

Memórias literárias

Biografia

Classificados

Notícia

Reportagem

Entrevista

Anúncio

Carta de leitor

Carta ao leitor

Resumo

185

Seminário

Conferência

Palestra

Instruções

Regras em geral

Leis/estatutos

Lendas

Mitos

Piadas

Tiras

Cartum

Charge

Paródia

Propagandas

Placas

E-mail

Fotos

Depoimento

Folheto

Horóscopo

Provérbios

LEITURA

Para essas atividades, serão priorizados os conhecimentos a respeito de:

Conteúdo temático;

Interlocutor;

Finalidade do texto;

Aceitabilidade do texto;

Informatividade;

Situacionalidade;

186

Intertextualidade;

Temporalidade;

Vozes sociais presentes no texto;

O discurso ideológico no texto;

Elementos composicionais do gênero;

Contexto de produção da obra literária;

Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais no texto,

pontuação, recursos gráficos (como aspas, travessão, negrito);

Progressão referencial;

Partículas conectivas do texto;

Relação de causa e consequência entre partes e elementos do texto;

Semântica:

operadores argumentativos;

modalizadores;

figuras de linguagem;

sentido conotativo e denotativo

ESCRITA

Para essas atividades, serão priorizados os conhecimentos a respeito de:

Conteúdo temático;

Interlocutor;

Finalidade do texto;

Informatividade;

Situacionalidade;

Intertextualidade;

Temporalidade;

Referência textual;

Vozes sociais no texto;

Ideologia no texto;

Elementos composicionais do gênero;

Progressão referencial;

Partículas conectivas;

187

Relação de causa e consequência entre as partes e elementos textuais

Semântica:

operadores argumentativos;

modalizadores;

sentido conotativo e denotativo;

figuras de linguagem;

Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais no texto,

pontuação, recursos gráficos (aspas, travessão, negrito etc.);

Vícios de linguagem;

Sintaxe de concordância;

Sintaxe de regência.

ORALIDADE

Para essas atividades, serão priorizados os conhecimentos a respeito de:

Conteúdo temático;

Finalidade;

Aceitabilidade do texto;

Informatividade;

Papel do locutor e interlocutor;

Elementos extralinguísticos: entonação, expressões faciais, corporal e gestual,

pausas;

Adequação do discurso ao gênero;

Turnos de fala;

Variações linguísticas (lexicais, semânticas, prosódicas, entre outras);

Marcas linguísticas: coesão, coerência, gírias, repetição;

Elementos semânticos;

Adequação da fala ao contexto (uso de conectivos, gírias, repetições, etc);

Diferenças e semelhanças entre o discurso oral e o escrito.

CONTEÚDOS BÁSICOS – 2º ANO

GÊNEROS DISCURSIVOS

Textos dramáticos

188

Romance

Novela fantástica

Crônica

Conto

Poema

Contos de fadas contemporâneos

Fábulas

Biografia

Debate regrado

Artigos de opinião

Editorial

Classificados

Notícia

Reportagem

Entrevista

Anúncio

Carta de leitor

Carta ao leitor

Tomada de notas

Resumo

Resenha

Relatório científico, dissertação escolar

Seminário

Conferência

Palestra

Mesa redonda

Instruções

Regras em geral

Leis/estatutos

Lendas

Mitos

Piadas

Histórias de humor

189

Tiras

Charge

Paródia

Propagandas

Outdoor

E-mail

Fotos

Debate

Depoimento

Folheto

Explicação

Provérbios

LEITURA

Para essas atividades, serão priorizados os conhecimentos a respeito de:

Conteúdo temático;

Interlocutor;

Finalidade do texto;

Aceitabilidade do texto;

Informatividade;

Situacionalidade;

Intertextualidade;

Temporalidade;

Vozes sociais presentes no texto;

O discurso ideológico no texto;

Elementos composicionais do gênero;

Contexto de produção da obra literária;

Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais no texto,

pontuação, recursos gráficos (como aspas, travessão, negrito);

Progressão referencial;

Partículas conectivas do texto;

190

Relação de causa e consequência entre partes e elementos do texto;

Semântica:

operadores argumentativos;

modalizadores;

figuras de linguagem;

sentido conotativo e denotativo

ESCRITA

Para essas atividades, serão priorizados os conhecimentos a respeito de:

Conteúdo temático;

Interlocutor;

Finalidade do texto;

Informatividade;

Situacionalidade;

Intertextualidade;

Temporalidade;

Referência textual;

Vozes sociais no texto;

Ideologia no texto;

Elementos composicionais do gênero;

Progressão referencial;

Partículas conectivas;

Relação de causa e consequência entre as partes e elementos textuais

Semântica:

operadores argumentativos;

modalizadores;

sentido conotativo e denotativo;

figuras de linguagem;

Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais no texto,

pontuação, recursos gráficos (aspas, travessão, negrito etc.);

Vícios de linguagem;

Sintaxe de concordância;

191

Sintaxe de regência.

ORALIDADE

Para essas atividades, serão priorizados os conhecimentos a respeito de:

Conteúdo temático;

Finalidade;

Aceitabilidade do texto;

Informatividade;

Papel do locutor e interlocutor;

Elementos extralinguísticos: entonação, expressões faciais corporal e gestual,

pausas ;

Adequação do discurso ao gênero;

Turnos de fala;

Variações linguísticas (lexicais, semânticas, prosódicas, entre outras);

Marcas linguísticas: coesão, coerência, gírias, repetição;

Elementos semânticos;

Adequação da fala ao contexto (uso de conectivos, gírias, repetições, etc);

Diferenças e semelhanças entre o discurso oral e o escrito.

CONTEÚDOS BÁSICOS – 3º ANO

GÊNEROS DISCURSIVOS

Textos dramáticos

Romance

Crônica

Conto

Poema

Biografia

Debate regrado

Artigos de opinião

Editorial

Classificados

192

Notícia

Reportagem

Entrevista

Anúncio

Carta de leitor

Carta ao leitor

Carta de reclamação

Tomada de notas

Resumo

Resenha

Relatório científico, dissertação escolar

Palestra

Pesquisa e defesa de trabalho acadêmico

Mesa redonda

Instruções

Regras em geral

Leis/estatutos

Lendas

Mitos

Piadas

Histórias de humor

Tiras

Charge

Paródia

Paráfrases

Propagandas

Chats

E-mail

Fotos

Debate

Depoimento

Folheto

Mapas

193

Croqui

Explicação

Provérbios

LEITURA

Para essas atividades, serão priorizados os conhecimentos a respeito de:

Conteúdo temático;

Interlocutor;

Finalidade do texto;

Aceitabilidade do texto;

Informatividade;

Situacionalidade;

Intertextualidade;

Temporalidade;

Vozes sociais presentes no texto;

O discurso ideológico no texto;

Elementos composicionais do gênero;

Contexto de produção da obra literária;

Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais no texto,

pontuação, recursos gráficos (como aspas, travessão, negrito);

Progressão referencial;

Partículas conectivas do texto;

Relação de causa e consequência entre partes e elementos do texto;

Semântica:

operadores argumentativos;

modalizadores;

figuras de linguagem;

sentido conotativo e denotativo

ESCRITA

Para essas atividades, serão priorizados os conhecimentos a respeito de:

194

Conteúdo temático;

Interlocutor;

Finalidade do texto;

Informatividade;

Situacionalidade;

Intertextualidade;

Temporalidade;

Referência textual;

Vozes sociais no texto;

Ideologia no texto;

Elementos composicionais do gênero;

Progressão referencial;

Partículas conectivas;

Relação de causa e consequência entre as partes e elementos textuais

Semântica:

operadores argumentativos;

modalizadores;

sentido conotativo e denotativo;

figuras de linguagem;

Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais no texto,

pontuação, recursos gráficos (aspas, travessão, negrito etc.);

Vícios de linguagem;

Sintaxe de concordância;

Sintaxe de regência.

ORALIDADE

Para essas atividades, serão priorizados os conhecimentos a respeito de:

Conteúdo temático;

Finalidade;

Aceitabilidade do texto;

Informatividade;

Papel do locutor e interlocutor;

195

Elementos extralinguísticos: entonação, expressões faciais, corporal e gestual,

pausas;

Adequação do discurso ao gênero;

Turnos de fala;

Variações linguísticas (lexicais, semânticas, prosódicas, entre outras);

Marcas linguísticas: coesão, coerência, gírias, repetição;

Elementos semânticos;

Adequação da fala ao contexto (uso de conectivos, gírias, repetições, etc);

Diferenças e semelhanças entre o discurso oral e o escrito.

CONTEÚDOS ESPECÍFICOS

Os conteúdos específicos serão selecionados no PTD, a partir dos

conteúdos básicos, a critério do professor, de acordo com o objetivo de ensino,

com o gênero escolhido, levando-se em conta o aprofundamento a ser dado

em cada série e nível de ensino e, deverá constar no plano de trabalho

docente.

4.. METODOLOGIA DA DISCIPLINA:

O pensamento é a essência da atividade educativa. O aluno precisa ser

levado a perceber que o desenvolvimento do pensamento crítico desenvolve a

capacidade de:

Observação: percebe a realidade, descreve a situação e aquisição

de informação;

Análise: relaciona as partes de um todo;

Teorização: desenvolvimento de conceitos, explicação e

interpretação;

Síntese: julgamento, avaliação e resolução de problemas;

Aplicação: planejamento, construção e produção.

Nessa nova sociedade, criatividade, autonomia e capacidade de solucionar

problemas são prioridades. Por isso, objetivamos estimular os alunos à ação,

196

pautados numa postura crítica e inovadora, de forma a enriquecer e motivar a

aplicação material.

A metodologia proposta na disciplina de Língua Portuguesa tem como

prioridade trabalhar os eixos estruturantes: leitura, oralidade e escrita através

de discussões, questionamentos, analogias, confrontos, investigações,

registros, julgamentos, conclusão, reestruturação, visando, assim, uma leitura

crítica do conhecimento humano adquirido e acumulado através do tempo,

atualizando-o e relacionando-o às situações do cotidiano.

Os conteúdos com base nos gêneros discursivos serão trabalhados de

forma contextualizada e interdisciplinar, respeitando o conhecimento adquirido

de cada educando, seus limites, carências, especificidades e dificuldades. O/a

aluno/a aprenderá vivenciando seu universo, tomando atitudes ante os fatos, e

escolhendo procedimentos para atingir seus objetivos. Ele/a deixe de ser um/a

aprendiz de conteúdos para utilizá-los como meios de ampliar sua relação com

a realidade, de forma crítica e dinâmica, que lhe oportunizem opinar, debater,

decidir, construir a autonomia e o compromisso social, tornando-se cidadão

participante, consciente, capaz de respeitar as diversidades culturais, sociais,

éticas, religiosas etc., demonstrado por atos solidários, livres de preconceitos.

Em atendimento as legislações estaduais/nacionais - Lei n.º 11.645, de

10 março de 2008 e Lei nº 10.639/03 - e ao Projeto Político Pedagógico desta

escola, pretende-se permear o ano letivo com temas que ressaltem a educação

de relações étnicorraciais, cultura afro-brasileira e indígena (e outros temas

citados nos conteúdos complementares), utilizando sempre que preciso os

recursos didáticos e tecnológicos disponíveis (TV multimídia, pendrive,

laboratório de informática, internet, livros paradidáticos, entre outros). Os temas

acima citados serão inseridos nos conteúdos (direta ou indiretamente) visando

sempre uma educação de qualidade, voltada à formação do aluno enquanto

cidadão.

A autonomia dos mesmos será construída pelo conhecimento das

técnicas e o domínio das tecnologias disponíveis; pela ampliação do respeito e

integração ao meio ambiente; pela capacidade de entender a sua realidade;

pela compreensão de pagar os tributos, reconhecendo-os como fonte de

melhoria de qualidade da vida, sua e de sua comunidade e, ao mesmo tempo,

exigir que sejam respeitados os seus direitos.

197

O Colégio Estadual de Ourilândia – E.F.M. localiza-se na zona rural,

portanto é essencial compreender a problematização dos conhecimentos

(relativos a educação do campo) que levaram a mesma a estar presente

historicamente nas políticas educacionais. Posto isto, pode-se realizar uma

interpretação das necessidades que considerem as relações mediadas pelo

trabalho no campo, como produção material, cultural e econômica relativas à

existência humana.

Avaliação

A avaliação será diagnóstica, contínua, cumulativa e investigadora capaz de

considerar as especificidades do/a educando/a, respeitando a heterogeneidade

dos/as alunos/as, sendo, portanto, inclusiva.

Pretende-se, também, que a avaliação sirva aos alunos como instrumento de

autoanálise, permitindo-lhe constatar o que já aprendeu e o que lhe falta, bem

como as dificuldades que lhe impedem a apreensão e apropriação deste ou

daquele conteúdo.

Para o professor, a avaliação consiste num instrumento de importância

fundamental, uma vez que os resultados obtidos pelos/as alunos/as poderão

subsidiar a reflexão e, se necessário, alteração da prática pedagógica: o que foi

mais eficiente, e/ou o que foi mais falho; o que se deve priorizar: leitura,

oralidade, escrita.

Em relação à leitura, serão propostas questões com as quais os/as

alunos/as possam demonstrar a compreensão do texto lido e o professor possa

perceber o posicionamento e reflexão que o mesmo foi capaz de fazer sobre o

que foi apresentado.

Quanto à oralidade, esta será desenvolvida e avaliada progressivamente,

considerando as participações que o/a aluno/a faz nas práticas cotidianas por

meio dos diálogos, dos relatos, das discussões etc. Nestas oportunidades, o/a

professor/a levará em consideração a clareza, o desembaraço e argumentos

que o/a aluno/a demonstrar; ao adequar o discurso dos diferentes

interlocutores e situações vivenciadas.

198

E, finalmente, em relação à escrita, será necessário que os textos escritos

sejam vistos como uma fase no processo de produção e nunca como o objetivo

final. Para tanto, há que existir sempre nas atividades propostas clareza

quantos às regras para cada produção textual, estando os parâmetros de cada

um bem definidos.

Se é no texto que a língua manifesta-se em todos os seus aspectos –

discursivos, textuais, ortográficos, gramaticais –, os elementos linguísticos nas

produções dos/as alunos/as precisam ser avaliados em uma prática reflexiva

contextualizada, que possibilite a compreensão destes elementos no interior do

texto. Uma vez compreendidos, os/as alunos/as podem utilizá-los em outras

operações linguísticas (de reestruturação de texto, inclusive).

Os caminhos abaixo relacionados podem servir para efetivar o processo de

avaliação e, consequentemente, levar-nos a ter e oferecer uma educação de

qualidade.

ATIVIDADE DE LEITURA COMPREENSIVA DE TEXTOS

A avaliação da leitura de textos é uma das possibilidades para que o

professor verifique a compreensão dos conteúdos abordados em aula,

analisando o conhecimento prévio do aluno e aquele adquirido ao longo do

processo de ensino-aprendizagem.

Ao avaliar a leitura dos alunos o professor deve considerar se:

- houve compreensão das ideias presentes no texto, com o aluno interagindo

com o texto por meio de questionamentos, concordâncias ou discordâncias;

- o aluno ao falar sobre o texto, expressou suas ideias com clareza e

sistematizou o conhecimento de forma adequada;

- foram estabelecidas relações entre o texto e o conteúdo abordado em sala de

aula.

PROGRAMA DE PESQUISA BIBLIOGRÁFICA

199

Constitui-se numa consulta bibliografia que tem como finalidade

proporcionar ao aluno o contato com o que já foi escrito ou pensado sobre o

tema que ele está pesquisando.

A solicitação de uma pesquisa exige enunciado claro e recortes precisos do

que se propõe ao aluno.

Passos para uma consulta bibliográfica:

1 – CONTEXTULIZAÇÃO: significa abordar o tema de forma a identificar a

situação, o contexto (espaço / temporal) no qual o problema a seguir será

identificado. É uma introdução ao tema.

2 – PROBLEMA: uma questão levantada sobre o tema, uma situação

problema, apresentados de forma clara, objetiva e delimitando o foco da

pesquisa na busca de solução para o problema.

3 – JUSTIFICATIVA: argumentar sobre a importância da pesquisa para o

contexto em que alunos e professores encontram-se inseridos.

4 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA / CONSULTA BIBLIOGRÁFICA: é o texto

escrito pelo aluno, a partir de leituras que fez. Na escrita, o aluno deve remeter-

se aos textos lidos, através de citações ou paráfrases, referenciando-os

adequadamente.

PRODUÇÃO DE TEXTO

As atividades de produção escrita devem considerar a característica

dialógica e interativa da linguagem e o processo interlocutivo. Isso significa

compreender que a linguagem – e, por conseguinte, os textos – se constroem

justamente nas práticas de linguagem que se concretizam nas atividades

humanas

Na prática da escrita, há três etapas articuladas:

- planejar o que será produzido, tenso em vista a intenção;

- escrever a primeira versão sobre a proposta apresentada;

- revisar, reestruturar e reescrever o texto, na perspectiva da intencionalidade

definida.

200

Critérios de avaliação:

- produzir textos atendendo às circunstâncias de produção (gênero,

interlocutor, finalidade, etc.);

- expressar as ideias com clareza (coerência e coesão);

- adequar a linguagem às exigências do contexto de produção, dando-lhe

diferentes graus de formalidade ou informalidade, atendendo especificidades

da disciplina em termos de léxico, de estrutura;

- elaborar argumentos consistentes;

- produzir textos respeitando o tema;

- estabelecer relações entre as partes do texto;

- estabelecer relação entre a tese e os argumentos elaborados para sustentá-

la.

PALESTRA / APRESENTAÇÃO ORAL

A apresentação oral é uma atividade que possibilita avaliar a compreensão

do aluno a respeito do conteúdo abordado; a qualidade da argumentação; a

organização e exposição de ideias.

Os critérios de avaliação inerentes a essa atividade são:

- conhecimento do conteúdo;

- argumentos selecionados;

- adequação da linguagem;

- sequência lógica e clareza na apresentação;

- produção e uso de recursos.

PROGRAMA PESQUISA DE CAMPO

O trabalho de campo é um método capaz de auxiliar o professor na busca

de novas alternativas para o processo de ensino-aprendizagem, colaborando

com eficácia a construção de conhecimentos e para a formação dos alunos

como agentes sociais.

Encaminhamento de uma pesquisa de campo:

201

- preparar o conteúdo a ser desenvolvido, definir tanto o conteúdo estruturante

como o específico, discutindo com os alunos em sala de aula. É importante

investigar os interesses do aluno e suas expectativas;

- escolher o local, fazer o reconhecimento do mesmo antecipadamente;

- elaborar um roteiro de trabalho com todas as instruções necessárias,

questionamentos ou problematização;

- os alunos devem ser orientados para registrarem as informações, no local;

- definir o material necessário para a pesquisa de campo;

- escolher a data, horário e instruir alunos de como devem proceder, o que

levar;

- em classe, o trabalho de organização dos dados e exame do material

coletado, concluindo assim o trabalho prático.

RELATÓRIO

O relatório é um conjunto de descrições e análise da atividade

desenvolvida. Na educação básica, os relatórios auxiliam no aprimoramento da

habilidade nesta área específica da comunicação escrita.

O relatório deve apresentar os dados ou informações coletadas, ou

procedimentos desenvolvidos, que análises foram feitas e as quais resultados

se chegaram.

São elementos do relatório:

3.INTRODUÇÃO: informações iniciais que apresentem o trabalho que deu

origem ao relatório, apontando quais são os objetivos desta atividade, bem

como a relevância do conteúdo abordado, dos conceitos construídos.

4.METODOLOGIAS E MATERIAIS: descreve, objetiva e claramente, como

realmente se deu o trabalho ou atividade desenvolvida. Embora seja uma

descrição sucinta, não pode omitir informações que sejam relevantes para que

o leitor compreenda a respeito do que está falando, ou para uma reflexão que

permita que se aprimore a atividade.

5.ANÁLISE: é a descrição dos dados coletados durante os procedimentos e

dos resultados que foram obtidos. Na análise podem constar os elementos e

situações interessantes que tenham acontecido. Nesta parte do relatório, o

202

estudante pode utilizar tabelas, gráficos, imagens que permitam uma

visualização melhor dos resultados. É importante, na análise, que se

estabeleçam as relações entre a atividade, os procedimentos realizados e o

objeto de estudo e as discussões teóricas que deram origem à atividade em

questão.

6.CONSIDERAÇÕES FINAIS: neste item do relatório será possível observar se

a atividade desenvolvida foi significativa na construção do conhecimento, já

que, aqui, o aluno vai apresentar os resultados obtidos de forma crítica,

confrontando-os com os objetivos da atividade realizada.

Este é um item importante, pois vai possibilitar ao estudante a

apreciação sobre o trabalho realizado, seus objetivos, a aprendizagem

alcançada.

7. SEMINÁRIO

O seminário é um procedimento metodológico que tem por objetivos a

pesquisa, a leitura e a interpretação de textos. Trata-se de uma discussão rica

de ideias, onde cada um participa questionando, de modo fundamentado, os

argumentos apresentados.

A elaboração de um seminário, além de aprofundar e complementar as

explicações feitas em aula cria, ainda, a possibilidade de colocar o estudante

em contato direto com a atividade científica e engajá-lo na pesquisa.

A forma de avaliação em seminário merece atenção especial por parte

do professor, pois, podem-se cometer erros em relação aos estudantes que

tem dificuldade em se expressar. É importante que a avaliação do seminário

seja dividida em itens, com valores específicos para cada um deles. Entre

algumas possibilidades, é importante que se avalie: a consistência dos

argumentos, tanto na apresentação quanto nas réplicas; a compreensão do

conteúdo abordado (a leitura compreensiva dos textos utilizados); a adequação

da linguagem; a pertinência das fontes de pesquisa; os relatos trazidos para

enriquecer a apresentação; a adequação e relevância das intervenções dos

integrantes do grupo que assiste à apresentação.

DEBATE

203

É no debate que podemos expor nossas ideias e, ouvindo os outros, nos

tornamos capazes de avaliar nossos argumentos. Mas, para que isso ocorra, é

preciso garantir a participação de todos. Na tentativa de assegurar a ética e a

qualidade do debate, os participantes devam atender as seguintes normas que,

constituem-se em possíveis critérios de avaliação:

1- aceitar a lógica da confrontação de posições, ou seja, existem pensamentos

divergentes;

2- estar dispostos e abertos a ultrapassar os limites das suas posições

pessoais;

3- explicitar racionalmente os conceitos e valores que fundamentam a sua

posição;

4- admitir o caráter, por vezes contraditório, da sua argumentação;

5- buscar, na medida do possível, por meio do debate, da persuasão e da

superação de posições particulares, uma posição de unidade, ou uma maior

aproximação possível entre as posições dos participantes;

6- registrar, por escrito, as ideias surgidas no debate.

Além disso, o debate possibilita que o professor avalie:

- o uso adequado da língua portuguesa em situações formais;

- o conhecimento sobre o conteúdo da disciplina envolvido no debate;

- a compreensão sobre o assunto específico debatido e a sua relação com o

conteúdo da disciplina.

ATIVIDADES COM TEXTOS LITERÁRIOS

Ao utilizar textos literários como recurso de aprendizagem, o professor

poderá, entre várias possibilidades, enriquecer as discussões acerca do

conteúdo que está sendo discutido; apresentar o conteúdo no contexto de outra

linguagem; utilizá-lo como metáfora do que está sendo exposto.

A atividade com o texto literário possibilita que o professor avalie:

- a compreensão e interpretação da linguagem utilizada no texto;

- a articulação do conteúdo/tema/conceito discutido nas aulas com o texto

literário lido;

204

- o reconhecimento dos recursos expressivos específicos do texto literário.

ATIVIDADES A PARTIR DE RECURSOS AUDIOVISUAIS

Os recursos audiovisuais permitem situações de ensino/aprendizagem

que podem enriquecer o trabalho com os conteúdos das disciplinas.

As atividades efetivadas com os recursos audiovisuais possibilitam que o

professor avalie, entre outros critérios:

- a compreensão e interpretação da linguagem utilizada;

- a articulação do conceito/conteúdo/tem discutido nas aulas com o

conteúdo apresentado pelo audiovisual;

- o reconhecimento dos recursos expressivos daquele recurso.

TRABALHO EM GRUPO

O objetivo do trabalho em grupo é desenvolver dinâmicas com pequenos

grupos, na

Nessas atividades, o professor pode avaliar se cada aluno:

- demonstra os conhecimentos formais da disciplina, estudados em sala de

aula, na produção coletiva de trabalhos em sala de aula ou em espaços

diferenciados;

- compreende a origem da construção histórica dos conteúdos trabalhados e

sua relação com a contemporaneidade e o seu cotidiano.

12. QUESTÕES DISCURSIVAS

Essas questões fazem parte do cotidiano escolar dos alunos e

possibilitam verificar a qualidade da interação do aluno com o conteúdo

abordado em sala de aula. Uma questão discursiva possibilita que o professor

avalie o processo de investigação e reflexão realizado pelo aluno durante a

exposição/discussão do conteúdo, dos conceitos. Além disso, a resposta a uma

questão discursiva permite que o professor identifique com maior clareza o erro

205

do aluno, para que possa dar a ele a importância pedagógica que tem no

processo de construção do conhecimento.

Alguns critérios devem ser considerados:

- verificar se o aluno compreendeu o enunciado da questão. Se não houve esta

compreensão, é preciso considerar se está havendo falha na leitura do aluno

ouse o próprio enunciado carece de clareza e objetividade;

- observar, quando for o caso, se o aluo planejou a solução, e se essa tentativa

foi adequada;

- capacidade do aluno se comunicar por escrito, com clareza, utilizando-se da

norma padrão da língua portuguesa;

- observar se houve a sistematização do conhecimento de forma adequada.

Na elaboração destas questões o professor deve apresentar um

enunciado de forma clara, com qualidade e linguagem adequada. O bom

planejamento da questão, o grau de dificuldade e os critérios previamente

considerados são pontos importantes que constituem o processo de avaliação.

QUESTÕES OBJETIVAS

Esse tipo de questão deverá ser utilizado como um componente da

avaliação, nunca deve ser aplicado como a única ou principal forma avaliativa,

pois seu principal objetivo é a fixação do conteúdo.

A questão objetiva possibilita que se avalie a leitura compreensiva do

enunciado; a apropriação de alguns aspectos definidos dos conteúdos; a

capacidade de se utilizar de conhecimentos adquiridos.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁGICA

ANTUNES, Irandé. Aula de português: encontro & interação. São Paulo:

Parábola Editorial, 2003.

_____. Muito além da Gramática: por um ensino de línguas sem pedras no caminho. São Paulo: Parábola, 2007.

206

BAKHTIN, Michail (Volochinov). Marxismo e filosofia da linguagem. Trad. de

Michel Lahud e Yara Frateschi. 9 ed. São Paulo: Hucitec, 1999.

_____. Estética da Criação Verbal. São Paulo: Martins Fontes, 1992.

BARBOSA, Jaqueline Peixoto. Trabalhando com os gêneros do discurso:

uma perspectiva enunciativa para o ensino da Língua Portuguesa. Tese

(Doutorado em Lingüística) Aplicada ao Ensino de Línguas, Pontifícia

Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2001.

Caderno do Grupo de Estudos / SEED, 2008 – 2 encontro por disciplinas.

MORIN, Edgar: “Os sete saberes necessários à Educação”, publicado no

Boletim da

SEMTEG/MEC. Ano 1, número 4. junho/julho de 2 000

GERALDI, João W.: “O texto na sala de aula”. 2ª edição. São Paulo: Ática,

1997.

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO: “Diretrizes Curriculares –

Versão Atual” SEED-PR, 2009

GERALDI, João W.: Portos de Passagem”. São Paulo: Martins Fontes, 1 991

FARACO, Carlos A.; TESSA, Cristóvão; CASTRO, Gilberto de. “Diálogos com Bakhtin”. Curitiba, PR: Editora UFPR, 2 000

SOARES,Magda B.:“Alfabetização e letramento”. São Paulo: Contexto,2 002

207

A Equipe Pedagógica e professores de Língua Portuguesa, Considerando que a PPC é um documento único (EF e Médio), que necessita de revisões periódicas, por refletir a realidade escolar e os avanços pedagógicos e tecnológicos, bem como por atender às leis que regem e normatizam a Educação Básica, sugerimos análise pontual por parte da Equipe Pedagógica e o coletivo de Língua Portuguesa, com vistas a minimizar a distância entre o documento e o trabalho efetivo de sala de aula. Informamos, ainda, as sugestões elencadas não invalidam a construção coletiva desta PPC, mas atuam no sentido de aprimorá-la, de acordo com os documentos oficiais. Para tanto, sugere-se: - Definir coletivamente os gêneros que serão abordados, por série,

contemplando as diferentes esferas,

atendendo aos materiais disponíveis e de

suporte (Livro didático selecionado/

outros);

- Anexar na PPC a Tabela Básica de

conteúdos, disponível na DCE.

- Enfocar a análise linguística como

essencial para o ensino/compreensão da

língua, mediante seu uso e funcionalidade

nos textos, pois esta permeia as

diferentes práticas realizadas na sala de

aula; Não é preciso indicar conteúdos específicos na PPC, pois esse

desdobramento se dará no PTD do

professor (série, grau de aprofundamento,

- A Literatura deverá ser abordada pelo

método recepcional, “Estética da

Recepção” e “Teoria do Efeito”, segundo

as DCE, pois prioriza, no momento da

leitura, o leitor e, a obra literária como

produção artística que se atualiza a cada

leitura. Atentamos para a prioridade ao

texto literário, para que o professor não se

utilize somente da historiografia literária no

Ensino Médio.

- No que se refere aos encaminhamentos

metodológicos, contemplar em parágrafo

próprio a Lei nº 11.645 História e Cultura Afro Brasileira e Indígena. Quanto aos

demais encaminhamentos, seguir a

metodologia de cada prática mencionada

na DCE, elencando no item avaliação, os

instrumentos e critérios selecionados.

Salientamos que, embora o trabalho com

a Cultura Afro-Brasileira e Indígena se

efetive nas práticas com a linguagem, via

Gêneros discursivos, e conste no no

Plano de Trabalho Docente (PTD), faz- se

necessária essa indicação, face ao

parecer legal de aprovação.

Dessa forma, encaminhamos a V. Sª a PPC de Língua Portuguesa para

releitura e adequações. Solicitamos, após

as alterações sugeridas, reenviá-las até o

prazo estipulado (23/08) com vistas à

obtenção de parecer de aprovação

emitido pelo NRE- AE.

Campo Mourão, julho de 2010

208

possibilidades de abordagem pelo

gênero);

- Revisar a perspectiva conceitual

mencionada, os autores indicados e a

adequação a norma padrão culta,

padronizar a fonte no documento, revendo

as citações e as referências(ABNT).

Jane Cristina Beltramini Berto e Luciene Sgobero Uller

Téc Pedagógico – Língua Portuguesa/ literatura e SAA

209

PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DA DISCIPLINA DE MATEMÁTICA ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO

1- APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA

A Matemática nasceu por volta de 2000 A.C. quando os

Babilônicos acumularam registros que classificamos atualmente como álgebra

elementar. São as Primeiras considerações da humanidade, originária da

observação e reconhecimento de configurações físicas e geométricas,

comparar formas, tamanhos e quantidade. Contudo, como Ciências a

Matemática emergiu somente mais tarde, em solo grego, nos séculos V I e V

a.C. Com a civilização grega surgiram regras, princípios lógicos e exatidão de

resultados. Com os pitagóricos, na Grécia, ocorreram as preocupações e

importância da Matemática no ensino e na formação das pessoas, buscando

assim um instrumento que instigaria o pensamento do homem. Por isso o

ensino da Matemática, as interpretações e o pensamento matemático, até hoje

exercem influencias na prática docente.

As primeiras propostas de ensino de Matemática baseadas em

práticas pedagógicas ocorreram no século a.C., com os sofistas, considerados

profissionais do ensino. A Matemática ensinada se baseava nos conhecimento

de aritmética, geometria, música e astronomia. Com suas metodologias,

introduziram a Astronomia. Com suas metodologias, introduziram uma

educação com caráter de intelectualidade e valor científico.

Por volta dos séculos IV a II a.C. o ensino de Matemática estava

reduzido a contar números inteiros, cardinais e ordinais. A Matemática no

século I a.C. se desdobrou nas disciplinas de Aritmética, Geometria, Música e

Astronomia.

No século V d.C. a Matemática tinha o objetivo de entender os

cálculos do calendário litúrgico e determinar as datas religiosas. As produções

Matemáticas feitas pelos Hindus, Árabes, Persas e Chineses se configuraram

como importantes avanços no conhecimento algébrico.

210

Entre os séculos VIII e IX surgiram as escolas e a organização

dos sistemas de ensino.

Nos séculos X e XV, as discussões filosóficas nas universidades

medievais contribuíram para o desenvolvimento da Matemática especulativa.

No Brasil, na metade do século XVI, com a educação Jesuítica,

a matemática foi introduzida nos currículos da escola brasileira.

O século XVIII é demarcado pelas revoluções francesa e

industrial, a pesquisa matemática se direcionou então, a atender os processos

de industrialização.

No início do Século XIX, o ensino da Matemática se desdobrou

em Aritmética, Geometria, Álgebra e trigonometria. A Matemática escolar

demarcava programas de ensino da época, por ser a ciência que daria base de

conhecimento para solucionar os problemas de ordem prática.

Com a aprovação do Departamento Nacional de Ensino e da

Associação Brasileira de Educação, as disciplinas de Aritmética, Álgebra,

Geometria e Trigonometria foram unificadas surgindo assim à disciplina de

Matemática em 1928 a pedido de Euclides Roxo, baseado nas discussões do

Colégio Pedro II e das discussões internacionais.

Com o movimento da Escola Nova, as ideias do ensino da

matemática foram reformuladas, orientando assim um ensino com uma

concepção Empírica ativista, valorizando os processos de aprendizagem e o

envolvimento dos estudantes em atividades de pesquisa, atividades lúdicas,

resolução de problemas, jogos e experimentos.

As produções de diversos materiais didáticos de Matemática e

da prática pedagógica de muitos professores no Brasil foram construídas nas

décadas de 1940 a 1980. Com o objetivo no desenvolvimento da criatividade e

das potencialidades e interesses individuais. O estudante era considerado o

centro do processo e o professor, o orientador da aprendizagem.

Até o final dos anos de 1950, o ensino da Matemática no Brasil

estava baseado na tendência Formalista Clássica, nesta tendência a

aprendizagem era centrada no professor e no seu papel de transmissor e

expositor do conteúdo, através de desenvolvimentos teóricos em sala de aula.

O ensino era livresco e conteudista e a aprendizagem consistia na

memorização e na repetição precisa de raciocínios e procedimentos.

211

Após a década de 1950, a tendência Formalista Moderna,

abordava o ensino da Matemática centrado no professor que demonstrava os

conteúdos em sala de aula. Enfatizava-se o uso preciso da linguagem

Matemática, o rigor e as justificativas das transformações algébricas través das

propriedades estruturais.

O regime militar brasileiro de 1964 oficializou a tendência

pedagógica Tecnicista, que afirma que a escola tinha a função de manter e

estabilizar o sistema de produção capitalista com o objetivo de preparar o

indivíduo para ser útil e servir ao sistema. O método de aprendizagem

enfatizado era memorização de princípios e fórmulas, o desenvolvimento e as

habilidades de manipulação de algoritmos e expressões algébricas e de

resolução de problemas. A pedagogia Tecnicista não se centrava no professor

ou no estudante mas, sim, nos objetivos instrucionais, nos recursos e nas

técnicas de ensino. Os conteúdos eram organizados por especialistas, muitas

vezes em Kits de ensino, e ficavam disponíveis em livros didáticos, manuais,

jogos pedagógicos, recursos audiovisuais e computacionais.

A tendência Construtivista surgiu no Brasil a partir de 1960,

1970 e 1980 nela o conhecimento matemático resultava de ações interativas e

reflexivas dos estudantes no ambiente ou nas atividades pedagógicas. O

Construtivismo dava ênfase ao processo e não ao produto do conhecimento,

valorizando a interação entre os estudantes e o professor, o espaço de

produção individual de cada um fazia acontecer a interação das ações e

reflexões realizadas coletivamente.

A tendência pedagógica Socioetnocultural valorizou os aspectos

sócio culturais da Educação Matemática e tinha sua base teórica e prática na

Etnomatemática.

O conhecimento matemático passou a ser visto como um saber

prático, relativo, não universal e dinâmico, produzido histórico-culturalmente,

nas diferentes práticas sociais, podendo ser sistematizado ou não. A relação

professor-aluno era a dialógica.

A tendência Histórico crítica concebia a Matemática como um

saber vivo, dinâmico, construído historicamente para atender as necessidades

sociais e teóricas. Nesta tendência a aprendizagem efetiva da Matemática

consiste no desenvolvimento de estratégias que possibilitam ao aluno atribuir

212

sentido e significado às ideias matemáticas e assim tornar-se capaz de

estabelecer relações, justificar, analisar, discutir e criar. O papel do professor

era de articular o processo de ensino e da aprendizagem, a visão de mundo do

aluno, suas opções diante da vida, da história e do cotidiano. No final da

Década de 1980 e início de 1990, o Estado do Paraná fez um movimento

coletivo no sentido de produzir um documento de referência curricular para a

sua rede pública de Ensino Fundamental. O texto de Matemática sofre

influência da tendência histórico-crítica contemplando que :

Aprender matemática é mais do que

manejar fórmulas, saber fazer contas ou marcar x nas respostas: é interpretar, criar significados, construir seus próprios instrumentos para resolver problemas, estar

preparado para perceber estes mesmos problemas, desenvolver o raciocínio lógico, a capacidade de conceber, projetar e transcender o imediatamente sensível (Paraná, 1990, p, 66).

Com a aprovação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação

Nacional número 9394/96, no que diz respeito à oferta de disciplinas, foram

criadas nas escolas, disciplinas que são na verdade, campos de conhecimento

da Matemática, como a Geometria, Desenho Geométrico, e Álgebra,

adequando o ensino brasileiro às transformações do mundo do trabalho.

No início do Século XX o ensino da Matemática teve

consciência da necessidade de acontecer de forma a realizar análise,

discussões, conjecturas, apropriação de conceitos e formulação de ideias.

Embora o objeto de estudo da Educação Matemática, ainda

encontre-se em processo de construção, pode-se dizer que o ensino de

matemática contribui para as transformações sociais através da socialização do

conteúdo matemático, através de uma dimensão política construída na própria

relação entre o conteúdo matemático e a forma de sua transmissão

assimilação.

213

A Educação Matemática proposta atualmente, é um campo de

estudos que possibilita ao professor desenvolver-se intelectual e

profissionalmente, refletir sobre sua prática, além de tornar-se um educador

matemático e pesquisador, que vivencia sua própria formação continuada,

fazendo acontecer sua ação docente, fundamentada numa ação reflexiva que

concebe a Ciência Matemática como uma atividade humana que se encontra

em construção.

O conhecimento matemático contribuiu para o desenvolvimento

e aprimoramento do processo de pensamento e aquisição de atitudes

formando no educando a capacidade e o hábito de investigação levando-o a

analisar, refletir e enfrentar a formação de uma visão ampla, profunda e

científica da realidade permitindo a aplicação dos conhecimentos

sistematizados em situações diversas e reais do seu dia-a-dia. Assim, a

Matemática tem como função desenvolver a consciência crítica, provocando

alterações de concepções e atitudes, permitindo a interpretação do mundo e a

compreensão das relações sociais.

2- CONTEÚDOS 5 SÉRIE: CONTEÚDOS ESTRUTURANTES:

Números e Álgebra

Grandezas e medidas

Geometrias

Tratamento da Informação

CONTEÚDOS BÁSICOS:

Sistemas de Numeração Números Naturais Múltiplos e Divisores Potencialização e Radiciação Números Fracionários Números Decimais Medidas de Comprimento Medidas de Massa Medidas de Área Medidas de Volume

214

Medidas de Tempo Medidas de Ângulos Sistema Monetário Geometria Plana Geometria Espacial Dados, Tabelas e Gráficos Porcentagem

AVALIAÇÃO: O PROFESSOR ESPERA QUE O ALUNO SEJA CAPAZ DE:

• Conhecer os diferentes sistemas de numeração; • Identifique o conjunto dos naturais, comparando e reconhecendo seus elementos; • Realize operações com números naturais; • Expresse matematicamente, oral ou por escrito, situações problema que envolvam (as) operações com números naturais; • Estabeleça relação de igualdade e transformação entre: fração e número decimal; fração e número misto; • Reconheça o MMC e MDC entre dois ou mais números naturais; • Reconheça as potências como multiplicação de mesmo fator e a radiciação como sua operação inversa; • Relacione as potências e as raízes quadradas e cúbicas com padrões numéricos e geométricos.

• Identifique o metro como unidade padrão de medida de comprimento; • Reconheça e compreenda os diversos sistemas de medidas; • Opere com múltiplos e submúltiplos do quilograma; • Calcule o perímetro usando unidades de medida padronizadas; • Compreenda e utilize o metro cúbico como padrão de medida de volume; • Realize transformações de unidades de medida de tempo envolvendo seus múltiplos e submúltiplos; • Reconheça e classifique ângulos (retos, agudos e obtusos); • Relacione a evolução do Sistema Monetário Brasileiro com os demais sistemas mundiais; • Calcule a área de uma superfície usando unidades de medida de superfície padronizada;

Reconheça e represente ponto, reta, plano, semi reta e segmento de reta; • Conceitue e classifique polígonos; • Identifique corpos redondos; • Identifique e relacione os elementos geométricos que envolvem o cálculo de área e perímetro de diferentes figuras planas; • Diferencie círculo e circunferência, identificando seus elementos; • Reconheça os sólidos geométricos em sua forma planificada e seus elementos.

6 SÉRIE CONTEÚDOS ESTRUTURANTES:

Números e Álgebra

215

Grandezas e medidas

Geometrias

Tratamento da Informação

CONTEÚDOS BÁSICOS:

Números Inteiros; Números Racionais; Equação e Inequação do 1º grau; Razão e Proporção; Regra de Três Medidas de temperatura Medidas de ângulos Geometria Plana Geometria Espacial Geometria não-euclidianas Pesquisa e estatística Média aritmética Moda e mediana Juros simples

AVALIAÇÃO: O PROFESSOR ESPERA QUE O ALUNO SEJA CAPAZ DE:

• Interprete e identifique os diferentes tipos de gráficos e compilação de dados, sendo capaz de fazer a leitura desses recursos nas diversas formas em que se apresentam; • Resolva situações problema que envolvam porcentagem e relacione-as com os números na forma decimal e fracionária. • Reconheça números inteiros em diferentes contextos; • Realize operações com números inteiros; • Reconheça números racionais em diferentes contextos; • Realize operações com números racionais; • Compreenda o princípio de equivalência da igualdade e desigualdade; • Compreenda o conceito de incógnita; • Utilize e interprete a linguagem algébrica para expressar valores numéricos através de incógnitas; • Compreenda a razão como uma comparação entre duas grandezas numa ordem determinada e a proporção como uma igualdade entre duas razões; • Reconheça sucessões de grandezas direta e inversamente proporcionais; • Resolva situações problema aplicando regra de três simples. • Compreenda as medidas de temperatura em diferentes contextos; • Compreenda o conceito de ângulo; • Classifique ângulos e faça uso do transferidor e esquadros para medi-los; • Classifique e construa, a partir de figuras planas, sólidos geométricos; • Compreenda noções topológicas através do conceito de interior, exterior, fronteira, vizinhança, conexidade, curvas e conjuntos abertos e fechados; • Analise e interprete informações de pesquisas estatísticas;

216

• Leia, interprete, construa e analise gráficos; • Calcule a média aritmética e a moda de dados estatísticos; • Resolva problemas envolvendo cálculo de juros simples. • Extraia a raiz quadrada exata e aproximada de números racionais; • Reconheça números irracionais em diferentes contextos; • Realize operações com números irracionais; • Compreenda, identifique e reconheça o número π (pi) como um número irracional especial; • Compreenda o objetivo da notação científica e sua aplicação; • Opere com sistema de equações do 1º grau; • Identifique monômios e polinômios e efetue suas operações; • Utilize as regras de Produtos Notáveis para resolver problemas que envolvam expressões algébricas. 7 SÉRIE CONTEUDOS ESTRUTURANTES Números e álgebra Grandezas e medidas Geometrias Tratamento da informação CONTEÚDOS BÁSICOS Números racionais e irracionais Sistemas de equações do 1 grau Potências Monômios e polinômios Produtos notáveis Medidas de comprimento Medidas de área Medidas de volume Medidas de ângulo Geometria plana Geometria espacial Geometria analítica Geometrias não-euclidianas Gráfico e informação População e amostra

AVALIAÇÃO: O PROFESSOR ESPERA QUE O ALUNO SEJA CAPAZ DE:

• Calcule o comprimento da circunferência; • Calcule o comprimento e área de polígonos e círculo; • Identifique ângulos formados entre retas paralelas interceptadas por transversal. • Realize cálculo de área e volume de poliedros.

217

• Reconheça triângulos semelhantes; • Identifique e some os ângulos internos de um triângulo e de polígonos regulares; • Desenvolva a noção de paralelismo, trace e reconheça retas paralelas num plano; • Compreenda o Sistema de Coordenadas Cartesianas, marque pontos, identifique os pares ordenados (abscissa e ordenada) e analise seus elementos sob diversos contextos; • Conheça os fractais através da visualização e manipulação de materiais e discuta suas propriedades. • Interprete e represente dados em diferentes gráficos; • Utilize o conceito de amostra para levantamento de dados. 8 SÉRIE CONTEÚDOS ESTRUTURANTES:

Números e Álgebra

Grandezas e medidas

Geometrias

Tratamento da Informação

Funções

CONTEÚDOS BÁSICOS

Números reais

Propriedades dos radicais

Equação do 2 grau

Teorema de Pitágoras

Equações irracionais

Equações biquadradas

Regra de três composta

Relações métricas no triângulo retângulo

Trigonometria no triângulo retângulo

Noção intuitiva de função afim

Noção intuitiva de função quadrática

Geometria plana

Geometria espacial

Geometria analítica

Geometria não-euclidiana

218

Noções de análise combinatória

Noções de probabilidade

Estatística

Juros compostos

AVALIAÇÃO: O PROFESSOR ESPERA QUE O ALUNO SEJA CAPAZ DE:

• Opere com expoentes fracionários; • Identifique a potência de expoente fracionário como um radical e aplique as propriedades para a sua simplificação; • Extraia uma raiz usando fatoração; • Identifique uma equação do 2º grau na forma completa e incompleta, reconhecendo seus elementos; • Determine as raízes de uma equação do 2º grau utilizando diferentes processos; • Interprete problemas em linguagem gráfica e algébrica; • Identifique e resolva equações irracionais; • Resolva equações biquadradas através das equações do 2ºgrau; • Utilize a regra de três composta em situações problema. • Conheça e aplique as relações métricas e trigonométricas no triângulo retângulo; • Utilize o Teorema de Pitágoras na determinação das medidas dos lados de um triângulo retângulo; • Expresse a dependência de uma variável em relação à outra; • Reconheça uma função afim e sua representação gráfica, inclusive sua declividade em relação ao sinal da função; • Relacione gráficos com tabelas que descrevem uma função; • Reconheça a função quadrática e sua representação gráfica e associe a concavidade da parábola em relação ao sinal da função; • Analise graficamente as funções afins; • Analise graficamente as funções quadráticas. • Verifique se dois polígonos são semelhantes, estabelecendo relações entre eles; • Compreenda e utilize o conceito de semelhança de triângulos para resolver situações problemas; • Conheça e aplique os critérios de semelhança dos triângulos; • Aplique o Teorema de Tales em situações problemas; • Noções básicas de geometria projetiva. • Realize Cálculo da superfície e volume de poliedros. • Desenvolva o raciocínio combinatório por meio de situações problema que envolvam contagens, aplicando o princípio multiplicativo; • Descreva o espaço amostral em um experimento aleatório; • Calcule as chances de ocorrência de um determinado evento; • Resolva situações problema que envolvam cálculos de juros compostos.

ENSINO MÉDIO

219

1 SÉRIE CONTEUDOS ESTRUTURANTES

Números e Álgebra

Grandezas e Medidas

Funções

Geometrias

Tratamento da informação CONTEÚDOS BÁSICOS

Conjuntos Conjuntos numéricos Estatística Equações e Inequações: Exponenciais, Logarítmicas e Modulares. Função Polinomial Estudo da função polinomial do 1º grau e Inequações do 1º grau Estudo da função e Inequação polinomial do 2º grau Função, Equações e Inequação modular Função, Equação e Inequação Exponencial Função, Equação e Inequação logarítmica Progressão Aritmética e Geométrica. Trigonometria 2 SÉRIE CONTEUDOS ESTRUTURANTES

Números e Álgebra

Grandezas e Medidas

Funções

Geometrias

Tratamento da informação

CONTEÚDOS BÁSICOS

Análise Combinatória Probabilidades Estatística Matemática Financeira Matrizes Determinantes Sistemas Lineares

Funções trigonométricas

220

3 SÉRIE CONTEÚDOS ESTRUTURANTES

Números e Álgebra

Grandezas e Medidas

Funções

Geometrias

Tratamento da informação

CONTEÚDOS BÁSICOS

Geometria Plana; Geometria Espacial; Geometria Analítica; Geometrias Não-Euclidianas; Números Complexos; Polinômios Binômio de Newton Funções trigonométricas

AVALIAÇÃO ENSINO MÉDIO: Espera-se que o aluno:

• Amplie os conhecimentos sobre conjuntos numéricos e aplique em diferentes contextos; • Compreenda os números complexos e suas operações; • Conceitue e interprete matrizes e suas operações; • Conheça e domine o conceito e as soluções de problemas que se realizam por meio de determinante; • Identifique e realize operações com polinômios; • Identifique e resolva equações, sistemas de equações e inequações, inclusive as exponenciais, logarítmicas e modulares. • Perceba que as unidades de medidas são utilizadas para a determinação de diferentes grandezas e compreenda as relações matemáticas existentes nas suas unidades; • Aplique a lei dos senos e a lei dos cossenos de um triângulo para determinar elementos desconhecidos. • Identifique diferentes funções e realize cálculos envolvendo-as; • Aplique os conhecimentos sobre funções para resolver situações problema; • Realize análise gráfica de diferentes funções; • Reconheça, nas sequências numéricas, particularidades que remetam ao conceito das progressões aritméticas e geométricas; • Generalize cálculos para a determinação de termos de uma sequência numérica. • Amplie e aprofunde os conhecimentos de geometria Plana e Espacial; • Determine posições e medidas de elementos geométricos através da Geometria Analítica;

221

• Perceba a necessidade das geometrias não-euclidianas para a compreensão de conceitos geométricos, quando analisados em planos diferentes do plano de Euclides; • Compreenda a necessidade das geometrias não-euclidianas para o avanço das teorias científicas; • Articule ideias geométricas em planos de curvatura nula, positiva e negativa; • Conheça os conceitos básicos da Geometria Elíptica, Hiperbólica e Fractal (Geometria da superfície esférica). • Recolha, interprete e analise dados através de cálculos, permitindo-lhe uma leitura crítica dos mesmos; • Realize cálculos utilizando Binômio de Newton; • Compreenda a ideia de probabilidade; • Realize estimativas, conjecturas a respeito de dados e informações estatísticas; • Compreenda a Matemática Financeira aplicada ao diversos ramos da atividade humana; • Perceba, através da leitura, a construção e interpretação de gráficos, a transição da álgebra para a representação gráfica e vice-versa. Obs. Os conteúdos Básicos: Medidas de Energia e Vetoriais ( constantes nas DCEs de Matemática) serão trabalhados na Disciplina de Física ,

conforme orientações após debates realizados no DEB ITINERANTE 2008- NRE Campo Mourão.

3- METODOLOGIA DA DISCIPLINA

Ao iniciar o ano letivo, o professor fará uma sondagem da aprendizagem com

relação ás séries anteriores com o propósito de se verificar a que nível

encontra-se a classe. Após análise dos resultados e detectada possível falha

na assimilação de determinados conteúdos, faz-se necessário que sejam

retomados independente de qual série o problema é localizado.

Pode-se adotar algumas maneiras para se alcançar

satisfatoriamente a aprendizagem, como a utilização de livros didáticos, quadro

de giz/laminado, relação de exercícios, pesquisa em biblioteca e laboratório de

informática, resolução de situações problemas, TV Pendrive e DVDs, pesquisa

de campo e também podemos obter excelentes resultados com trabalhos em

grupos. Ele possibilita a interação sempre necessária enquanto promotora de

discussões que permitirá ao aluno conhecer as soluções dos outros e

questioná-las, receber contra-argumentos, repensar sua linha de raciocínio, o

222

professor como mediador e auxiliador nas verificações das soluções

apresentadas. Outra maneira que pode fornecer argumentos que favoreça a

aprendizagem, são os jogos didáticos que são aspectos lúdicos e é uma

técnica facilitadora a elaboração de conceitos, desde que acompanhada de

subsídios para a interpretação do jogo. O material dourado também é um

facilitador pode-se utilizá-lo na descoberta de áreas, volumes, formas, etc.

Além das propostas acima mencionadas, existem inúmeras maneiras para

despertar o senso crítico e assimilação da aprendizagem da Matemática,

dentre elas destacamos leitura sobre a história da Matemática, tabelas e

gráficos.

É importante estarmos atentos porque nossa metodologia deve

atender à diversidade cultural (observar a Lei 11645/08), além de estarmos

atentos aos diferentes níveis de aprendizagem, por isso é necessário

contemplar maneiras diferenciadas aqueles que apresentam maior grau de

dificuldade na assimilação dos conteúdos. Para tanto o professor precisa ser

coerente e preparado para fornecer subsídios que sanem tais deficiências ou

que possa amenizar o distanciamento de acordo com cada nível apresentado.

A Educação Matemática proposta atualmente, é um campo de

estudos que possibilita ao professor desenvolver-se intelectual e

profissionalmente, refletir sobre sua prática. Além de tornar-se um educador

matemático e pesquisador, que vivencie sua própria formação continuada,

fazendo acontecer sua ação docente, fundamentada numa ação reflexiva, que

concebe a Ciência Matemática como uma atividade humana que se encontra

em construção.

Na construção do processo de ensino e aprendizagem, o aluno

deve ser o agente de transformação e da construção do seu conhecimento,

pelas relações que estabelece com seu conhecimento prévio num contexto,

oportunizando a fixação e automação de elementos já dominados, onde os

procedimentos utilizados pelo professor em sala de aula devem propiciar

condições para que o aluno dê significado ao conteúdo e seja capaz de fazer

conexões entre os diferentes temas matemáticos e também entre estes e as

demais áreas do conhecimento e as situações do cotidiano.

Conhecer as diversas possibilidades de trabalho em sala de

aula é fundamental para que o professor construa sua prática. Dentre elas,

223

destaca-se a História da Matemática, as Tecnologias e os jogos como recursos

que podem fornecer os contextos dos problemas, como também os

instrumentos para a construção das estratégias de resolução.

Também é fato que as calculadoras, computadores e outros

elementos tecnológicos estão cada vez mais presentes nas diferentes

atividades da população. O uso desses recursos traz significativas

contribuições para o processo ensino aprendizagem.

Os conteúdos deverão ser retomados constantemente, ora com

desenvolvimento de conceitos aritméticos, ora como desenvolvimento dos

conceitos geométricos, relacionando-os sempre entre si e aprofundando os

assuntos de acordo com a condição de educando e a própria necessidade do

conteúdo abordado.

Obs: É importante destacar, que sempre que possível, serão trabalhados conteúdos que possam contemplar a Lei 11.645/2008 e outros

dispositivos legais para que se possa abordar o Ensino da História e Cultura Afro-Brasileira e Africana. Além disso, sabemos que os educandos situados na zona rural e que fazem parte da Educação do Campo, terão direito a uma educação pensada, ou seja, sempre que necessário e possível o professor buscará fazer a relação dos conteúdos com a cultura e a realidade dos alunos, assim, o mesmo poderá valorizar a diversidade humana, contribuindo desta forma para uma sociedade mais justa e solidária.

4- AVALIAÇÃO

A avaliação se dará ao longo do processo ensino-

aprendizagem, fazendo com que o aluno compreenda o ambiente natural em

que vive, tanto no social, cultural, político, tecnológico, artes e valores em que

se fundamenta a sociedade. O aluno deverá compreender e se apropriar da

Matemática concebida como um conjunto de resultados, métodos e

procedimentos.

De acordo com D`Ambrósio, a avaliação deve orientar o

professor em sua prática docente; não é instrumento para reprovar ou reter

224

alunos. “Selecionar, classificar, filtrar, reprovar e aprovar indivíduos para isto ou

aquilo não são missão de educador”. (2001, p.78).

No processo educativo, a avaliação deve se fazer presente,

tanto como meio de diagnóstico do processo ensino-aprendizagem quanto

como instrumento de investigação da prática pedagógica. Assim a avaliação

assume uma dimensão formadora, uma vez que, o fim desse processo é a

aprendizagem, ou a verificação dela, mas também permitir que haja uma

reflexão sobre a ação da prática pedagógica.

Para cumprir essa função, a avaliação deve possibilitar o

trabalho com o novo, numa dimensão criadora e criativa que envolva o ensino

e a aprendizagem. Desta forma, se estabelecerá o verdadeiro sentido da

avaliação: acompanhar o desempenho no presente, orientar as possibilidades

de desempenho futuro e mudar as práticas insuficientes, apontando novos

caminhos para superar problemas e emergir novas práticas educativas (LIMA,

2002).

A avaliação dentro da disciplina será organizada de maneira

contínua e diagnóstica. No processo avaliativo, o professor pode fazer

encaminhamentos, tais como: observação, intervenção, revisão de noções e

subjetividades; isto é, buscar diversos métodos (formas escritas , orais e de

demonstração) contemplando diversas atividades como: trabalhos, pesquisas,

tarefas de casa, atividades realizadas no caderno, participação nas atividades

em sala, inclusive por meio de ferramentas e equipamentos como: materiais

manipuláveis (material dourado, malhas quadriculadas, sólidos geométricos,

jogos matemáticos,...), computador e calculadora.

Os critérios de avaliação devem ser definidos pela intenção que

orienta o ensino e explicitar os propósitos e a dimensão do que se avalia.

Sendo assim, os critérios são elementos de grande relevância no processo

avaliativo, pois articulam todas as etapas da ação pedagógica.

Os critérios fornecerão ao professor argumentos capazes de se

verificar se os objetivos previstos estão sendo atingidos em relação ao aluno,

permitindo que os mesmos possam evidenciar seus próprios erros e corrigi-los

posteriormente.

Os instrumentos de avaliação devem ser pensados e definidos

ao longo do processo ensino-aprendizagem de acordo com as possibilidades

225

teórico-metodológicas que oferecem para avaliar os critérios estabelecidos,

como por exemplo: avaliações individuais e em grupo, confecção de gráficos e

tabelas em softwares de informática e em cartazes, confecção de sólidos

geométricos, etc.

Observação:

Ao longo do processo avaliativo serão propostos trabalhos

extras (recuperação paralela) aos alunos que apresentarem rendimento não

satisfatório.

Todas as atividades devem respeitar as potencialidades dos

educandos e “cobrar” o que é essencial para o raciocínio matemático, mas em

momento algum deixar de dar oportunidades aos que têm habilidades a fim de

que possam desenvolvê-las o máximo possível.

5- REFERÊNCIAS

ASSIS, Miguel Name. Tempo de Matemática. Guarulhos, Editora

Brasil, 1996.

MARTINS, Izolini; MIRANDA, Cléria Maria Lima; ANZZOLIN, Diair

Terezinha Andrade; MELÃO, Vera Lúcia Soares. Matemática. 2. ed, São

Paulo, Construindo o Conhecimento, 2002;

MATSUBARA & ZANIRATTO. Coleção Big Matemática, 2, ed, São Paulo,

IBEP, 2002;

PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência da

Educação. Departamento de Educação Básica. Diretrizes curriculares da educação básica. Matemática. Curitiba, 2008.

PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Superintendência da

Educação. Diretoria de Políticas e Programas Educacionais. Coordenação de

Desafios Educacionais Contemporâneos. Educando para as Relações

Étnico-Raciais II. Curitiba, 2008,

SOUZA, Maria Helena de. Matemática. São Paulo, Ática, 2003;

226

PROPOSTA CURRICULAR DA DISCIPLINA DE LÍNGUA

ESTRANGEIRA MODERNA – INGLÊS ENSINO FUNDAMENTAL

1) APRESENTAÇÃO GERAL DA DISCIPLINA:

Pode-se considerar como marco inicial do ensino de língua estrangeira no

Brasil a chegada dos jesuítas, que ensinavam a língua portuguesa, com caráter

de segunda língua, aos nativos como forma de propagação e expansão da

religião católica.

Somente com a vinda da Família Real e a criação do Colégio D. Pedro II no Rio

de Janeiro é que se dá a devida importância às línguas estrangeiras, chegando

a períodos onde se ensinavam três ou quatro diferentes. No entanto, com o

passar dos anos foi restrita à oferta de apenas uma língua a partir de 1996.

Na escolha dessa segunda língua ofertada há que se considerarem as

necessidades dos educandos a que se destina o que faz com que o espanhol,

a primeira vista, possa parecer mais necessário às comunidades ucranianas,

por exemplo. Contudo é inegável que a língua inglesa é básica e indispensável

em razão da própria situação social, econômica e política da sociedade

contemporânea.

Em tempos de globalização e capitalismo crescente a língua inglesa é o

instrumento mor nesse processo de adequação dos indivíduos à condição de

cidadãos do mundo e como tais possam compreender e ser compreendidos na

expressão de questões que afetam pessoas de diferentes lugares e que

partilham interesses comuns.

Paralelo aos fins de progressão no trabalho e estudos posteriores, a língua

estrangeira possibilita experiências de identificação social e cultural e não

somente um instrumento de comunicação.

227

Uma vez que é na língua que percebemos e entendemos a realidade, a

percepção do mundo está vinculada às línguas que se conhece, e assim a

comparação entre os modos de construção de significados na língua materna e

na LEM amplia e expande os horizontes e as capacidades interpretativas e

cognitivas dos alunos.

Cabe, portanto, ao professor expor os alunos a valores e significados de

diferentes culturas, questionando concepções e práticas de linguagem e

levando-os, com isso, a desenvolver atitudes transformadoras e críticas.

Em relação á LEM, a preocupação é a formação do indivíduo para uma

participação efetiva na sociedade pautada numa concepção crítica-reflexiva,

valorizando o educando na dimensão sócia cultural histórica, buscando

possibilitar a ampliação de conhecimentos significativos que visam a atender

aspectos sociais, políticos econômicos, culturais, etc.

É válido ressaltar a importância do ensino de língua inglesa como suporte para

estudos futuros, crescimento profissional, conhecimento de outras culturas e

valorização da própria cultura objetivando-se a formação de um sujeito crítico

que possa interagir criticamente com o mundo à sua volta.

O Círculo de Bakhtin concebe a Língua como Discurso, busca-se desta forma

estabelecer os objetivos de ensino de uma Língua Estrangeira Moderna e

resgatar a função social e educacional desta disciplina na Educação Básica.

Para Bakhtin, cada palavra transforma-se na arena onde competem as

entonações socais. Toda Enunciação, envolve a presença de pelo menos duas

vozes: a voz do eu e a voz do outro.

É no engajamento discursivo com outro que damos forma ao que dizemos e ao

que somos. A língua é concebida como discurso, não como estrutura ou código

a ser decifrado. Constrói significados e não apenas os transmite. Sendo assim

a Língua Estrangeira Moderna apresenta-se como espaço para ampliar o

contato com outras formas de conhecer, com outros procedimentos

interpretativos da construção da realidade. .

Conceber a língua estrangeira como discurso e não somente como código nos

torna ativamente participante na sociedade à medida que ao construir sentidos

228

nós trazemos nossas experiências de vida e percebemos que a língua

estrangeira tem outros usos, sons e idéias e não só o uso linguístico.

Então, a responsabilidade do professor é bem maior, pois há de ser guia que

não vai somente ensinar o código, mas, maneiras de construir significados,

ensinar a conviver com a instabilidade de modo que o aluno ultrapasse limites

do ponto em que se encontra, pois é um idioma de fundamental importância no

mundo globalizado de hoje. Por isso deve ser encarado como um

conhecimento em constante transformação, é dinâmico e deve desenvolver-se

e incorporar-se, ao dia-a-dia, visto ser básico para o convívio social. Desse

modo é possível desenvolver múltiplas funções como: interpretação de textos

próximo à realidade do educando levando-o a examinar o próprio universo,

reconhecer a influência e a importância da LEM em todos os aspectos do

cotidiano.

Nesse sentido prioriza-se a formação da cidadania como forma de intensificar a

participação na sociedade, pois a comunicação é necessária, mas não basta o

domínio da língua materna, a segunda Língua faz-se cada vez mais necessária

promovendo de forma intensificada o acesso mais igualitário ao mundo

acadêmico, dos negócios e da tecnologia, valorizando dessa forma as

situações que permitam o confronto de ideias e culturas de intercâmbio de

conhecimentos.

2) CONTEÚDO ESTRUTURANTE

O Discurso como prática social

LEITURA

ESCRITA

ORALIDADE

LEITURA - Para desenvolver a leitura é necessário que o professor crie

condições para que o aluno não seja um leitor ingênuo, mas sim crítico,

capaz de reagir aos diferentes textos propostos percebendo as intenções do

sujeito por trás das linhas com uma história, com valores particulares e

229

próprios da comunidade a qual está inserido e que sempre carrega uma

intenção. Não se pode esquecer que as leituras não se limitam a escritos,

pois há também uma gama de intenções nas imagens combinados ou não

com o texto escrito. Em contato com o texto imagético, o aluno reflete ainda

mais sobre a intenção do texto e amplia seu conhecimento tornando-se

mais crítico e consciente. Daremos ênfase aos conteúdos Básicos como:

Conteúdos temáticos; Interlocutor; Finalidade; Informatividade; Elementos

composicionais do gênero; Léxico; Repetição proposital de palavras;

Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais no

texto, pontuação, recursos gráficos (como aspas, travessão, negrito).

Semântica: (operadores argumentativos, ambiguidade, sentido conotativo e

denotativo das palavras no texto, expressões que denotam ironia e humor

no texto.

ESCRITA – Através do ato de escrever, o aluno desenvolve habilidades e

domínio da escrita. Cria assim sua identidade e o constitui como sujeito

interacionista em todos os sentidos. Dessa forma saberá posicionar-se diante

das diversas situações nos aspectos gramaticais que trará o enriquecimento da

escrita de forma correta clara e significativa conduzindo-o assim a uma reflexão

dos elementos discursivos, textuais, estruturais e normativos tais como: Tema

do texto; Interlocutor; Informatividade; Situacionalidade; Intertextualidade;

Elementos composicionais do gênero; Marcas linguísticas; coesão, coerência,

função das classes gramaticais no texto, pontuação, recursos gráficos (como

aspas, travessão, negrito); Ortografia;

ORALIDADE – É necessário que o professor crie condições para que o aluno

possa expressar-se formal e informalmente, apresentando clareza de ideias e

coerência. É através da prática da oralidade que ocorre às produções e

possibilita ao educando maior intimidade com a pronúncia, e aprimorar a

prática da leitura, visando abordar os temas: Conteúdo temático; Finalidade;

Aceitabilidade do texto; Informatividade; Papel do locutor e interlocutor;

230

Elementos extralinguísticos: entonação, pausas, gestos...; Adequação do

discurso ao gênero; Marcas linguísticas: coesão, coerência, gírias, repetição,

recursos semânticos. Adequação da fala ao contexto (uso de conectivos, gírias

e repetições)

2.1) CONTEÚDOS BÁSICOS DA DISCIPLINA

Será o discurso enquanto unidade de linguagem em uso. Será o ponto de

partida da aula de Língua estrangeira, seja em que prática for: conhecimentos

linguísticos, discursivos, culturais e sócio-pragmáticos.

Serão trabalhados em sala de aula, gênero discursivos que constituem uma

variada gama de práticas sociais: valores ideológicos, sociais, verbais que

envolvem o discurso em um discurso sócio-histórico particular através de:

textos científicos, publicitários, literários, poéticos, informativos, jornalísticos,

narrativos, de opinião, imagéticos, e outros textos que envolvam os conteúdos

complementares como: Cultura-afro, Agenda 21, Inclusão, Meio ambiente,

Educação fiscal, Educação no campo e Tecnologia.

A abordagem do discurso em sua totalidade será realizada e garantida,

sobretudo ao aproveitar o conhecimento da língua materna, que o aluno já

possui juntamente com sua experiência, e fazer com que as práticas da leitura,

escrita e oralidade adquirida na escola, juntem-se a esse conhecimento e

interajam entre si constituindo uma prática sócio-cultural mais ativa e atuante.

Focalizando os gêneros discursivos conforme suas esferas sociais de

circulação, em conformidade com as características da escola e com o nível de

complexidade adequado a cada uma das séries.

5ª Série:

Álbum de Família, Bilhetes, Música, Cartão, Quadrinhas, Trava-Línguas,

Letras de Músicas, Pintura, Contos de Fadas, Fábulas, Histórias em

Quadrinhos, Cartazes, Pesquisas, Rótulos e Embalagens, Repetição

Proposital de palavras.

231

6ª Série:

Adivinhas, Bilhetes, Música, Receitas, Trava-Línguas, Letras de Músicas,

Pintura, Poemas, Contos de Fadas, Fábulas, Histórias em Quadrinhos,

Cartazes, Pesquisas, Rótulos e Embalagens, Entrevista, Repetição

Proposital de palavras.

7ª Série:

Exposição oral, Fotos, Músicas, Provérbios, Relatos de Experiências Vividas,

Biografia, Relatório, Resumo, Texto Argumentativo, charge, Manchete,

Repetição Proposital de palavras.

8ª Série:

Carta Pessoal, Cartão Postal, Comunicado, Auto Biografia, Contos, Pesquisa, Relato, Blog, E-mail, Repetição proposital de palavras.

OBJETIVOS GERAIS

Levar o aluno a ultrapassar limites do ponto em que se encontra, é um idioma

de fundamental importância no mundo globalizado de hoje. E deve ser

encarado como um conhecimento em constante transformação, é dinâmico

devendo desenvolver-se e incorporar-se ao dia-a-dia, visto ser básico para o

convívio social.

Desenvolver múltiplas funções como: interpretação de textos próximos à

realidade do aluno, com temas de interesse de sua faixa etária, que é levado a

examinar o próprio universo, conscientizando-o dos conhecimentos de língua

estrangeira que já possui como participante de um mundo globalizado; o aluno

adquire condições de reconhecer a influência e a importância da LEM em todos

os aspectos do cotidiano.

232

Priorizar a formação da cidadania como forma de intensificar a participação na

sociedade, pois a comunicação é necessária, porém não basta o domínio da

língua materna, a segunda língua faz-se cada vez mais necessária.

Promover de forma intensificada o acesso mais igualitário ao mundo

acadêmico, dos negócios e da tecnologia. Também passando a reconhecer a

presença do idioma inglês nas diversas regiões do mundo.

*Trabalhar com materiais variados que envolvam a cultura-afro, agenda 21 e

inclusão, tanto na escrita como na oralidade para melhor reflexão sobre os

temas.

3) METODOLOGIA DA DISCIPLINA:

A metodologia proposta tem por base o uso da linguagem na comunicação,

envolve o conhecimento e a capacidade de usar o mesmo para a construção

social dos significados na compreensão e produção oral e escrita. O texto

apresenta-se como um espaço para discussão de temáticas fundamentais para

o desenvolvimento intercultural, manifestados por um pensar e agir crítico, por

uma prática cidadã imbuída de respeito às diferentes culturas, crenças e

valores. O texto nesta proposta apresenta-se como princípio gerador de

unidades temáticas e de desenvolvimento de práticas linguístico-discursiva.

Para tanto, é importante trabalhar a partir de temas referentes á questões

sociais emergentes, utilizando-se de metodologias que permitam o efetivo

envolvimento e desenvolvimento da consciência cidadã. Valorizando também a

utilização de recursos visuais para o auxílio do trabalho pedagógico em sal,

neste caso os alunos com dificuldades de auditivas terão possibilidades de

participar das aulas na medida em que ela se configura como espaços nos

quais os diversos sentidos são mobilizados para a aprendizagem de língua:

visuais, orais, e cognitivas. O enfoque dos conteúdos será na utilização de

estratégias que ajudarão o aluno a construir significados via LEM, uma vez que

enfatiza o engajamento discursivo do aluno ao proporcionar a aprendizagem

por meio de aprender como usá-la. Será então preciso utilizar o material

didático disponível na prática pedagógica: livros didáticos, dicionários, livros

233

paradidáticos, vídeos, DVDS, Folhas, biblioteca do professor e do aluno, TV

Paulo Freire, TV na sala de aula, Portal, CD Roms, internet.

Os conteúdos complementares serão trabalhados de forma interdisciplinar,

inseridos nos conteúdos com flexibilidade. Eles proporcionam reflexões sobre

as questões de natureza social, com o objetivo de formar a consciência crítica

e despertar a cidadania do aluno, e devem ser apropriados a cada faixa etária.

É importante que o professor na leitura, escrita e oralidade: Propicie práticas de

leitura de textos de diferentes gêneros; Considere os conhecimentos prévios

dos alunos; Formule questionamentos que possibilitem inferências sobre o

texto; Encaminhe discussões e reflexões sobre: tema, intenções,

intertextualidade, aceitabilidade, informatividade, situacionalidade; Relacione o

tema com o contexto atual; Oportunize a socialização das ideias dos alunos

sobre o texto; Estimule a ampliação de leituras sobre o tema e o gênero

proposto; Conduza a uma reflexão dos elementos discursivos, textuais,

estruturais e normativos; Levar em consideração: a aceitabilidade,

informatividade, situacionalidade e finalidade do texto; Oriente sobre o contexto

social de uso do gênero oral selecionado; Prepare apresentações que

explorem as marcas linguísticas típicas da oralidade em seu uso formal e

informal; Estimule conotação de histórias de diferentes gêneros, utilizando-se

dos recursos extralinguísticos, como: entonação, expressões facial, corporal e

gestual, pausas e outros;

Selecione discursos de outros para análise dos recursos da oralidade, como:

cenas de desenhos, programas infanto-juvenis, entrevistas, reportagem, entre

outros

“Propõe-se que nas aulas de Língua Estrangeira Moderna o professor aborde os vários gêneros textuais, em atividades diversificadas, analisando a função do gênero estudado, sua composição, a distribuição de informações, o grau de informação presente ali, a intertextualidade, os recursos coesivos, a coerência e somente depois de tudo isso a gramática em si. Sendo assim, o ensino deixa de priorizar a gramática para trabalhar com o texto sem, no entanto, abandoná-la. Cabe lembrar que disponibilizar textos aos alunos não é o bastante. É necessário provocar uma reflexão maior sobre o uso de cada um deles e considerar o contexto de uso e os seus interlocutores. Por isso, os gêneros discursivos têm um papel tão importante para o trabalho na escola”. DCEs

234

4) AVALIAÇÃO:

A avaliação da aprendizagem de LEM precisa superar a concepção de mero

instrumento de medição da apreensão de conteúdos, visto que ela se configura

como processual, e como tal, objetiva subsidiar discussões acerca das

dificuldades e avanços dos alunos sujeitos a partir de suas produções, no

processo de ensino aprendizagem.

Caberá ao professor observar a participação ativa dos alunos, considerando

que o engajamento discursivo em sala de aula se realiza por meio da interação

verbal, a partir dos textos, e de diferentes formas: entre os alunos e o

professor; entre os alunos na turma; na interação dos alunos com o material

didático; nas conversas em língua materna e na Língua estrangeira estudada; e

no próprio uso da língua, que funciona como recurso cognitivo ao promover o

desenvolvimento de pensamentos e ideias. (Vygotsky, 1989).

O objetivo principal da avaliação é verificar se aluno foi efetivamente exposto a

interação com os discursos em língua estrangeira, uma vez que a avaliação

nos possibilita um diagnostico para indicar quais os pontos a serem mais

amplamente aprofundados com relação aos conhecimentos linguísticos,

discursivos, sócio-pragmático ou cultural.

INSTRUMENTOS AVALIATIVOS E CRITÉRIOS

1. Atividade de leitura – a avaliação de leitura possibilita ao professor

verificar a compreensão dos conteúdos abordados em aula e, nesse sentido,

faz-se necessário a escolha criteriosa do texto, o roteiro de análise e os

critérios de avaliação, de forma a permitir a reflexão e a discussão, bem como

a ampliação de conhecimento.

2. Atividade Oral - A atividade oral deve considerar que o aluno: Apresente

ideias com clareza;Explore com adequação o gênero proposto; Compreenda os

argumentos no discurso do outro; Exponha seus argumentos; Analise os

argumentos apresentados pelos colegas em suas apresentações e/ou nos

235

gêneros orais trabalhados; Participe ativamente de diálogos, relatos,

discussões, etc., mesmo que em língua materna; Utilize conscientemente

expressões faciais corporais e gestuais, pausas e entonação nas exposições

orais, entre outros elementos extralinguísticos.

3. Atividade de escrita - a atividade de produção escrita deve considerar

a característica dialógica e interativa da linguagem e o processo inter locutivo.

Portanto, precisa ser relacionada ao que se escreve fora da escola, atendendo

aos diferentes gêneros textuais.

Critérios

O alunointer locutivo.

produza textos atendendo às circunstâncias de produção (gênero,

interlocutor, finalidade, etc.)

Expressa as ideias com clareza (coerência e coesão);

adeque a linguagem às exigências do contexto de produção, dando-lhe

diferentes graus de formalidade ou informalidade, atendendo

especificidades da disciplina em termos de léxico, de estrutura;

elabore argumentos consistentes; estabeleça relações entre as partes do texto;

estabeleça relação entre a tese e os argumentos elaborados para sustentá-

lo.

5) REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFIA:

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO - Diretrizes Curriculares da

Educação Fundamental da Rede de Educação Básica do Estado do Paraná-

SEED-PR, Julho 2006.

WATKINS, Michael, Gramática da Língua Inglesa / Michael Watkins, Timothy Porter.- 1. ed. São Paulo: Ática, 2002.

236

PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DA DISCIPLINA DE BIOLOGIA

APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA:

Na Antiguidade, as pessoas não tinham ideia de como as coisas vivas

funcionavam. As primeiras pesquisas em Biologia se iniciaram a olho nu.

Descrevendo sintomas de algumas doenças comuns, e atribuindo suas causas

à dieta, ou a outros problemas físicos, e não à obra divina. Apesar disso, pouco

se conhecia sobre a composição dos seres vivos. Acreditava-se, então, que a

matéria era composta por quatro elementos (fogo, terra, ar e água), e os corpos

vivos, em geral, de quatro "humores": sangue, bile amarela, bile preta e flegma.

As doenças em geral teriam origem no excesso de algum desses

componentes.

Aristóteles, na Grécia, não foi somente um grande filósofo, mas também

um grande biólogo, ao compreender que o conhecimento da natureza requeria

observação sistemática. Já Galeno, romano do século II d.C. percebeu que

somente a observação cuidadosa das partes externa e interna (esta, por

dessecação) de plantas e animais não seria o bastante para compreender a

Biologia.

O ritmo da investigação científica se acelerou na Idade Média. Lineu

ampliou o trabalho de Aristóteles, criando as categorias de classe, ordem,

gênero e espécie. Uma ideia de origem comum da vida passou a ser discutida

a partir de semelhanças entre os diferentes ramos da vida.

Apesar do progresso rápido, a biologia estacionou quando o olho

humano já não era mais suficiente. Só no século XVII é que lentes foram

reunidas em um tubo, formando o primeiro microscópio. Começava a

descoberta de um novo mundo, derrubando conceitos tradicionais sobre a vida.

A teoria celular foi então formulada em princípios do século XIX. Esta

teoria explica que as células constituem todo o corpo de animais e plantas, e

que, de certa maneira, elas são unidades individuais com vida própria. Mesmo

com a teoria celular, por razões físicas, o microscópio óptico não permitia a

visualização de detalhes da estrutura da célula. Com a descoberta do elétron

237

em fins do século XIX e do microscópio eletrônico décadas depois, novas

estruturas subcelulares foram descobertas, como os orifícios do núcleo, ou a

membrana dupla das mitocôndrias.

Explicitar o conceito de Biologia, bem como o de vida, ou o de ciência de

estudo da vida, por si só, já é uma tarefa muito abrangente, que nos conduz

aos mais diversos questionamentos, a diferentes campos de saber, com a

possibilidade de várias abordagens. Muitas vezes, a noção de vida, no sentido

biológico, se funde com a ideia de vida social, vida animal, vida humana, vida

moral... Isto porque o conceito de vida se apresenta nas fronteiras de diversos

saberes e práticas, com vários significados estabelecidos pelo senso comum,

pelo mito, pela arte, pela ciência, pela filosofia, etc.

Nos últimos anos vem ocorrendo um grande avanço na Biologia, por

exemplo, nos conhecimentos em genética. Esses conhecimentos mudam o

cotidiano das pessoas, a tal ponto que a sociedade hoje, está rodeada de

produtos geneticamente modificados e se vê frente a discussões sobre

manipulação genética, clonagem, células-tronco, etc.

A mídia traz notícias sobre as biotecnologias e leva a população a

inúmeros questionamentos. Assim, torna-se importante perguntar: Como os

alunos de hoje observam essas descobertas? Quais teorias utilizam para se

posicionarem perante tais temas? Nota-se que os avanços recentes em ciência

e tecnologia, ocupam pouco ou nenhum espaço nas aulas de Biologia. Porém,

com tanta progressão é praticamente impossível admitir que os alunos

permaneçam alheios a estas descobertas, e é papel da escola e,

consequentemente, do professor, proporcionar oportunidades para discussões

destes assuntos. Portanto é um desafio preparar os profissionais da educação

para o enfrentamento dessas questões aliadas e capacitá-los a transformar os

conhecimentos sobre as novas biotecnologias em conteúdos pedagogicamente

assimiláveis pelos alunos do ensino médio, considerando ainda seus aspectos

éticos, epistemológicos, religiosos e econômicos.

A concepção que o professor constrói ao longo de sua vida sobre

escola, educação, ensino, aprendizagem e da própria Biologia que ensina,

recebe forte influência no seu processo de formação inicial e precisa ser

repensada e reestruturada para melhorar a prática pedagógica. Portanto, a

participação de professores experientes em projetos, programas, atividades

238

que lhes permitam refletir sobre sua própria prática e outras questões inerentes

a função de educador, são primordiais para dar continuidade a sua formação

profissional. E assim promovendo também o processo ensino/aprendizagem

com relação ao educando.

O momento atual necessita de um professor com uma formação

diferente de décadas atrás, competente capaz de direcionar o processo

pedagógico, interferir e criar condições necessárias à apropriação do

conhecimento pelo aluno, que ele possa introduzir momentos de reflexão

teórica com base na exposição dialogada bem como a experimentação.

Refletindo assim sobre sua pratica docente, a sociedade de hoje exige um

aluno crítico, ativo e capaz de transformar o mundo em que vive, se utilizando

dos conteúdos trabalhados para ajudar a solucionar os seus problemas

encontrados no seu cotidiano, que lhe permitam desenvolver-se como cidadão

adequado às novas exigências sociais, num mundo mergulhado em tantas

novas tecnologias e descobertas.

A Biologia ao longo do tempo passou por várias tendências curriculares

na tentativa de desenvolver um objetivo próprio para solucionar uma indagação

que persistia “o que queremos para o nosso aluno”.

Atualmente o objetivo central do estudo da Biologia, é desenvolver um

repertório de habilidades intelectuais, que ajudem o aluno a resolver problemas

por meio da capacidade de buscar dados, analisá-los, propor hipóteses,

organizar investigações para testá-las e avaliar as soluções possíveis. A

Biologia preocupa-se também em respeitar as características individuais e os

estilos próprios de cada um tornando o aluno um sujeito ativo, crítico e

envolvido com ações concretas.

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES CONTEÚDOS BÁSICOS

ORGANIZAÇÃO DOS SERES VIVOS Classificação dos seres vivos:

critérios taxonômicos

e filogenéticos.

239

Sistemas biológicos: anatomia,

morfologia e fisiologia

MECANISMO BIOLÓGICO Mecanismos de

desenvolvimento

embriológico.

Mecanismos celulares biofísicos e

bioquímicos

BIODIVERSIDADE Teorias evolutivas

Transmissão das características

hereditárias

MANIPULAÇÃO GENÉTICA Dinâmica dos ecossistemas:

relações entre os seres vivos e

interdependência com o ambiente,

Organismos geneticamente

modificados.

ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO E RECURSOS DIDÁTICOS

O ensino dos conteúdos de Biologia aponta para as seguintes

estratégias metodológicas de ensino: prática social, problematização,

instrumentalização, catarse e o retorno à prática social.

O ensino-aprendizagem tem como base o conhecimento do dia-a-dia e o

conhecimento científico, pois o aluno traz a sua vivência adquirida do mundo

240

exterior para o âmbito escolar e este é depois complementado pelo

conhecimento escolar. Além destas atribuições, as noções adquiridas abrange

a técnica do cunho sócio-político integrante do mundo social, onde o

conhecimento lógico repassa pela prática, pela teoria e pela prática novamente,

estabelecendo ainda mais as informações obtidas nos dois processos levando

estes para o convívio social, questionando e analisando as ações cotidianas.

Assim, ao utilizar-se destas estratégias metodológicas e retomando as

metodologias que favoreceram a determinação dos marcos conceituais

apresentados na Diretriz Curricular para o ensino de Biologia, propõem-se a

utilização das estratégias acima apresentadas e considerar os princípios

metodológicos utilizados naqueles momentos históricos, porém adequando ao

ensino neste momento atual.

A vivência atual dos educandos e também do professor é que ambos

chegam em sala de aula com a prática social, onde ficam cientes dos

problemas que ocorrem nesse ambiente e tentam resolver estes enigmas

através de ações didático pedagógicas para entender o porque o meio

igualitário acabou tomando estas atitudes.

O autor Gasparin fundamenta sua proposta com a importância de

contextualizar primeiramente os saberes do educando, porque tal

conhecimento é adquirido antes do âmbito escolar.

O objetivo da escola é fazer com que os alunos despertem a

consciência crítica, para que cada um abra caminhos para a vida futura. Cada

aluno com a aprendizagem do dia-a-dia pode tomar ainda como objeto de

estudo os problemas que o rodeiam, para despertar seu ponto crítico do seu

contexto social.

Recursos como aula dialogada, a leitura, a escrita, a experimentação, as

pesquisas no laboratório de informática entre tantos outros, devem ser

utilizados no sentido de possibilitarem a participação dos alunos favorecendo a

expressão de seus pensamentos, suas percepções, significações,

interpretações, uma vez que aprender envolve a produção/criação de novos

significados, tendo em vista que esse processo acarreta o encontro e o

confronto das diferentes mediações, das influências e incorporações que os

alunos demonstram.

241

Os alunos inclusos e aqueles que demonstrem dificuldades serão

respeitados o seu tempo de aprendizagem e outros instrumentos que

colaboram muito com a aprendizagem como: imagens de vídeo e DVD,

transparências, fotos, atividades experimentais no laboratório de Ciências são

muito utilizados nas aulas, pois requerem uma problematização em torno da

questão demonstração/interpretação.

Ao introduzir a experimentação faz-se necessário considerar os

aspectos éticos da experimentação animal que envolva a vivissecção de

animais domésticos e exóticos, ou ainda, experimentos que causem danos à

fauna e a flora nativa, à biodiversidade e de modo mais amplo ao próprio ser

humano.

Dentro das metodologias citadas faz-se necessário a implementação dos

conteúdos relacionados à cultura Afro-brasileira e africana como também

abordara história e cultura dos povos indígenas, de conformidade com a lei nº

11.645/08, e atendendo a Lei Nº 9.795/99 que institui a Política Nacional de

Educação Ambiental, os conteúdos relacionados à educação ambiental

deverão estar distribuídos na disciplina.

CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO

Avaliar implica um processo, cuja finalidade é obter informações necessárias

sobre o desenvolvimento da prática pedagógica para nela intervir e reformular

os processos de ensino-aprendizagem.

Pressupõe-se uma tomada de decisão, em que o aluno também tome

conhecimento dos resultados de sua aprendizagem e organize-se para as

mudanças necessárias.

Este processo deve procurar atender aos critérios para a verificação do

rendimento escolar, que considera a avaliação como um processo contínuo e

cumulativo sobre os quantitativos.

Enfim, adota-se como pressuposto a avaliação como instrumento

analítico do processo de ensino aprendizagem que se configura em um

conjunto de ações pedagógicas pensadas e realizadas ao longo do ano letivo,

de modo que professores e alunos tornam-se observadores dos avanços e

242

dificuldades a fim de superarem os obstáculos existentes. Tendo assim como

instrumento de avaliações a pesquisa bibliográfica, através de recursos

audiovisuais, palestra, apresentação oral, Projeto de pesquisa de campo,

atividades experimentais, trabalho em grupo e questões discursivas. Além

destes critérios temos também:

Avaliação Diagnóstica: Permite ao professor identificar o desenvolvimento da

aprendizagem dos alunos para pensar em atividades didáticas que possibilitem

a compreensão dos conteúdos a serem trabalhados;

- Avaliação Formativa: Ocorre durante o processo pedagógico e tem por

finalidade retomar os objetivos de ensino, propostos para a partir dos mesmos,

identificar a aprendizagem alcançada desde o início até o momento avaliado;

- Avaliação Somativa: Permite ao professor ter uma amostra dos objetivos

propostos no inicio do trabalho e verificar se eles estão em consonância como

perfil dos alunos e como esses encaminhamentos metodológicos utilizados

pela compreensão dos conteúdos. Sendo que este método de avaliação é

aplicada em determinados períodos, como exemplo um bimestre ou semestre;

- Os instrumentos de avaliação da disciplina de Biologia abrangem a:

- Apresentação de seminários;

- Apresentações de trabalhos de forma oral;

- Debates;

- Questões Discursivas e Objetivas de vestibulares;

- Relatórios;

- Avaliação escrita e oral.

PESQUISAS BIBLIOGRÁFICAS

A contextualização identifica a situação e o contexto com clareza ao

problema, apresenta de forma clara, objetiva o tema levantado delimitando o

foco da pesquisa na busca da solução, aponta argumentos sobre a importância

da pesquisa.

ATIVIDADES A PARTIR DE RECURSOS AUDIOVISUAIS

243

Compreende e interpreta a linguagem utilizada;

Articula o conceito/conteúdo/tema discutido nas aulas com o conteúdo

apresentado pelo audiovisual;

Reconhece os recursos expressivos específicos daquele recurso.

Palestra:

Possibilitar ao educando momentos de reflexão sobre o conteúdo

abordado, bem como argumentar, organizar e expor suas ideias.

Apresentação Oral

Demonstra conhecimento do conteúdo;

Apresentar argumentos; Demonstra sequencia lógica e clareza na

apresentação;

Faz uso de recursos para ajudar na sua produção.

Questões discursivas

Compreende o enunciado da questão;

Planeja a solução, forma adequada;

Comunica-se por escrito, com clareza utilizando-se da norma padrão da

língua portuguesa, sistematizando o conhecimento de forma adequada.

Trabalho em grupo

Interagem com o grupo, compartilha o conhecimento;

Demonstra os conhecimentos formais da disciplina, estudados em sala

de aula. Na produção coletiva de trabalhos;

Compreende a origem da construção histórica dos trabalhos e sua

relação com a contemporaneidade.

244

Atividades Experimentais

Proporciona a formação de hipóteses sobre o fenômeno que está sendo

estudado;.

Registra as hipóteses e os passos seguidos;

Compreende o experimento, sabe usar o ambiente e os instrumentos

necessários.

Projeto de pesquisa de campo

Registra as informações, no local de pesquisa, organiza e examina os

dados coletados. Atende ao que foi solicitado no projeto.

REFERÊNCIAS

Bueno Carvalho Lopes. – 11ª. Ed. Ver. – São Paulo: Saraiva, 2001.

Diretrizes Curriculares da Educação Básica de Biologia.

Gowdak, Demétrio, Biologia: volume único/Demétrio Gowdak, Neide S. de

Mattos, São Paulo: FTD, 1991.

Lopes, Sônia Godoy Bueno Carvalho. Bio: volume único: completo e

atualizado/Sônia Godoy

Wilson Roberto Paulino. Engenheiro – agrônomo e professor. Biologia atual –

volume 1.Ática,2005.

Sônia, Lopes. Biologia – volume único/ Sônia Lopes, Sérgio Rosso – 1ª ed. –

São Paulo: Saraiva, 2005.

245

PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DE FILOSOFIA

Apresentação da disciplina

O grande desafio de uma disciplina de Filosofia dentro de nossa

realidade não é o ensino de uma tradição pacientemente construída através do

tempo, por mais rica que seja, e sim a preocupação constante com o processo

mesmo do filosofar, sem deturpação dos conteúdos que a constituiu ao longo

dos mais de 2600 anos, procurando, assim, resgatar a realidade de nossos

alunos e comparando-as através dessa história.

Nisso, com certeza estará presente as Divisões Linear, que vai da

Filosofia Antiga à Contemporânea; Geográfica, começando pela Ocidental,

passando pela Africana, Oriental, Latino - americana, dentre outras: e por

Conteúdos, como Teoria do Conhecimento, Ética, Filosofia Política, Estética,

Filosofia da Ciência, Ontologia, Lógica, Filosofia da Linguagem, Filosofia da

História, etc.

Nesta divisão, devemos resgatar algumas discussões que abrangem

todos os itens, como questões que extrapola os séculos como a Cultura Afro-

brasileira. Outras questões mais atuais, porém não menos importantes que são

os desenvolvimentos tecnológicos e suas influências no Meio Ambiente,

proporcionando, assim, uma discussão sobre a Agenda XXI. Não podemos

deixar de interagir com um tema debatido em todos os meios de comunicação

que é a inclusão. Enfim, é preciso agir de forma interdisciplinar, porém direta e

coerente nestes assuntos abordados.

Cabe a nós primeiramente a preocupação com todo o enorme

esforço feito pelos filósofos ao longo dos tempos no sentido de abrirem cada

vez mais as perspectivas para a compreensão do real (que é o presente) em

seus múltiplos aspectos: com relação às coisas, às ideias, aos valores, às

situações concretas, aos comportamentos, ao cotidiano, aos preconceitos, aos

fatos, às experiências. É nesse eixo que se pode criar um clima de busca da

compreensão e refazer as clássicas perguntas filosóficas - O que é? Como é?

Por que é? Quem sou eu? Com isso quebrar os pensamentos dogmáticos e do

que já se tornou senso comum.

246

Em segundo lugar, a disciplina deve se ocupar com a fundamentação

teórica e crítica dos conhecimentos e das práticas humanas. Isso significa

analisar filosoficamente as condições e os princípios da racionalidade e da

verdade; as formas e os conteúdos dos valores éticos, das práticas políticas,

econômicas, artísticas e culturais em geral; as causas das ilusões e pré-

conceitos individuais e coletivos; as reiterações dos pressupostos que

sustentam os sistemas.

Ao desenvolver essas duas etapas a disciplina de Filosofia abre, por

certo, perspectivas para uma temporalidade futura. Mesmo que o futuro não

seja um real presente, pode e deve ser integrado no processo do filosofar

enquanto campo dos possíveis. E será na discussão das possibilidades que a

Filosofia contribui com o objetivo para que a Escola Machado de Assis, Ensino

Médio realize a construção de uma sociedade mais democratizada nos níveis

do poder político e econômico; mais crítica e plural; globalizada por interesses

primeiramente humanos; menos massificada.

O enfrentamento do nosso futuro está intimamente vinculado à

consecução dessas duas etapas: a tradição e a compreensão do presente.

Sem o esforço de nos tornarmos conscientes do nosso passado e do nosso

presente, o futuro, na sua totalidade, permanecerá sempre alheio a nós.

Para a realização desse trabalho, nosso desenvolvimento se dará

com conteúdos estruturantes e específicos tomando como conhecimento o

peso dado ao presente sem a anulação do passado. Pelo contrário, integrando-

os por um processo de superação. Por isso, o filosofar retoma os passos já

feitos pelo pensamento filosófico no tempo, para analisá-los presentemente

cujos problemas estão longe de ser respondido pela Ciência. A história do

filosofar, pois, não é deixada de lado, porém reprocessada para outros níveis -

os do presente.

“Com a Proclamação da República, a Filosofia passou a fazer parte

dos currículos oficiais, até mesmo como disciplina obrigatória. Essa presença

não significou, porém, um movimento de crítica à configuração social e política

brasileira, que oscilou entre a democracia formal, o populismo e a ditadura. A

partir de um dos documentos educacionais mais importantes de então – o

Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova de 1932 –, que pretendia

reconstruir a educação no Brasil, percebe-se que os currículos escolares

247

sofreram uma queda significativa da participação das humanidades. A nova

política educacional da era Vargas, especialmente após a constituição de 1937,

previa o desenvolvimento da educação técnica profissional, de nível secundário

e superior, como base da economia nacional, com a necessária variedade de

tipos de escola. Esse padrão predominou até 1961. A LDB n. 4.024/61

extinguiu a obrigatoriedade do ensino de Filosofia e, com a Lei n. 5.692/71,

durante a ditadura, a Filosofia desapareceria dos currículos escolares do

Segundo Grau, sobretudo por não servir aos interesses políticos, econômicos e

ideológicos do período.

No ensino superior à situação da Filosofia pode ser ilustrada pelos

exemplos dados por Corbisier (1986, p. 84): o Instituto Brasileiro de Filosofia

(IBF), fundado em 1951, “atravessou incólume os 15 anos de ditadura militar,

sem que nada lhe acontecesse. Ao longo desses 15 anos, de opressão e

repressão, de prisão, tortura e morte, nenhum diretor ou professor desse

Instituto foi processado ou preso [...]”. O outro exemplo envolve o Instituto

Superior de Estudos Brasileiros (Iseb), fundado em 1954, que [...] foi extinto,

por decreto, dias depois do golpe militar de 1964. Por que um permaneceu

aberto, em funcionamento, e o outro foi fechado, extinto, pela ditadura fascista?

Porque no primeiro se cultivava [...] a Filosofia acadêmica, metafísica que,

separando a Filosofia da política, se torna mero jogo, divertimento ocioso,

inofensivo e inconsequente, que por isso mesmo, não preocupa os serviços de

segurança. O outro Instituto, o ISEB, foi fechado porque não se propunha

conhecer para conhecer apenas, estudar as ciências e a Filosofia para

permanecer indefinidamente em seu estudo. Não pretendia, somente, [...]

compreender o mundo e nosso país na perspectiva mundial, mas contribuir,

também, para sua efetiva transformação. [...] A Filosofia torna-se perigosa,

subversiva, a partir do momento que deixa de ser essa interminável e estéril

ruminação no interior da própria Filosofia, esse eterno repisar dos mesmos

problemas, insolúveis no plano da pura teoria, para tornar-se [...] [prática].

(“CORBISIER, 1986, p. 84-85)” (seed 2010)

ORGANIZAÇÃO DOS CONTEÚDOS CONTEÚDOS PARA A 1ª SÉRIE DO ENSINO MÉDIO

248

CONTEÚDO ESTRUTURANTE

- Mito e Filosofia

CONTEÚDOS BÁSICOS

- Mito e Filosofia

- O Deserto do Real

- Ironia e Filosofia

CONTEÚDO ESTRUTURANTE

- Teoria do conhecimento

CONTEÚDOS BÁSICOS

- O Problema do Conhecimento

- Filosofia e Método

Perspectiva do Conhecimento

CONTEÚDOS PARA A 2ª SÉRIE DO ENSINO MÉDIO CONTEÚDO ESTRUTURANTE:

-Ética

CONTEÚDOS BÁSICOS: - A Virtude em Aristóteles e Sênica

- Amizade

- Liberdade

Liberdade em Sartre

CONTEÚDO ESTRUTURANTE:

- Filosofia e Política

CONTEÚDOS BÁSICOS:

- Em Busca da Essência Político

- A Política em Maquiavel

- A Política e a Violência

- A Democracia em Questão

CONTEÚDOS PARA A 3ª SÉRIE DO ENSINO MÉDIO CONTEÚDO ESTRUTURANTE:

249

- Filosofia da Ciência

CONTEÚDOS BÁSICOS:

- O Progresso da Ciência

- Pensar a Ciência

- Bioética

CONTEÚDO ESTRUTURANTE:

- Estética

CONTEÚDOS BÁSICOS:

- Pensar a Beleza

- A Universalidade do Gosto

- Necessidade ou o Fim da Arte

- O Cinema e uma Nova Percepção

METODOLOGIA DA DISCIPLINA

Diante do posicionamento tomado na concepção do Ensino da

Filosofia, torna-se explícita a preocupação de tornar essa disciplina como algo

que venha identificar-se com a realidade de nossos alunos, ocupando espaço e

contribuindo com o seu desenvolvimento, gerando questionamentos, reflexões

e discussões criativas e promissoras, desencadeando dessa forma uma

transformação em suas ações e comportamentos enquanto cidadãos.

O professor de Filosofia deve estar atento a Lei 11645/08, a qual torna

obrigatório abordar temas que envolvam a temática de história e cultura Afro

brasileira e Africana, o abordará nas diferentes séries, através de textos,

debates, exposições de trabalhos, painéis, imagens, pesquisas na internet

entre outros, que tragam conhecimentos sobre: a população

brasileira/miscigenação dos povos, a distribuição espacial da população afro-

descendente no Brasil e no mundo, a contribuição do negro na construção da

nação brasileira, o movimento do povo africano no tempo e no espaço,

questões relativas ao trabalho e renda, discussões de práticas de segregação

racial, entre outros.

Para tanto é imprescindível a presença da filosofia no ensino médio, pois

250

através da mesma a reflexões que irá permitir a compreensão das relações

histórico-sociais e ao mesmo tempo, inserir o educando no universo subjetivo

das representações simbólicas, elevando a Educação a um nível político-

existencial, capaz de superar a mera transmissão e aquisição de conteúdos,

feitas de modo mecânico e inconsciente.

Assim sendo, ninguém melhor que a filosofia com toda a sua rica

construção através dos tempos para dirimir as dúvidas e questionamentos que

ocorrem no dia-a-dia de nossos estudantes, que num processo interdisciplinar

para compreensão do mundo da linguagem, venha revitalizá-lo através dos

resultados obtidos facilitando a compreensão do presente.

Para isso, caberá à filosofia flexibilizar um conteúdo que propicie ao

mesmo tempo a construção dos saberes socializados através dos tempos e o

cotidiano de cada aluno, tornando-o capaz de fazer filosofia e filosofar, pois

assim fazendo ele estará dando continuidade ao processo filosófico, que não é

um sistema acabado. Para tanto, o espaço escolar deverá transformar-se num

local de ações intrínsecas e de auto-análises e criação de conceitos, onde o

professor fará a ponte entre os diversos pensamentos a serem trabalhados

para que o aluno possa entender os porquês de cada situação, sendo ela

científica, sociológica ou filosófica.

Essa atividade será realizada através de leituras de livros, jornais,

revistas, interpretações de textos filosóficos, filmes com debates sobre os

mesmo, debates sobre diversos assuntos correlatos, entrevistas com diversos

setores da sociedade, forneçam subsídios para que pensem de onde se

fomentará argumentação para a compreensão da filosofia enquanto disciplina e

formadora de opinião, quando essas se contradizem e mantenedora quando

são causadoras de conflitos.

Com certeza a leitura crítica e consequente interpretação, sem um

fim em si mesmo, propiciarão um crescimento dos alunos em termos de visão

de mundo.

Com certeza a leitura crítica e consequente interpretação, sem um

fim em si mesmo, propiciarão um crescimento dos alunos em termos de visão

de mundo. Os conteúdos estruturantes serão trabalhados, proporcionando a

251

Educação uma oportunidade de construção de cidadãos politizados, críticos,

capazes de valorizar o conhecimento cientifico, filosófico e artístico

beneficiando-se com a qualidade de sua formação.

A metodologia deve utilizar do debate, onde alunos poderão expor

suas ideias, ouvir outras ideias, avaliar todos os argumentos, estar abertos e

ultrapassar as posições pessoais, explicitar racionalmente os conceitos e

valores e, finalmente admitir o caráter de sua argumentação superando

posições particulares e registrando, por escrito, as ideias surgidas no debate.

Atividade de leitura: permitir ao aluno compreender as ideias presentes no

texto, expressar e sistematizar os conhecimentos de forma adequada, inter-

relacionando os conteúdos e fazendo a sua contextualização.

Projeto de pesquisa bibliográfica: levar o aluno a ampliação e sistematização

dos conhecimentos, também a contextualizar, problematizar e delimitar o foco

da pesquisa.

Produção de texto: levar o aluno a expressar suas ideias através de diferentes

produções, elaborarem argumentos coerentes e consistentes, estabelecer

relações das partes com o todo.

Apresentação Oral: Permitir ao aluno expressar o conhecimento sobre o

conteúdo, apresentar seus argumentos, demonstrar sequência lógica e clareza

na apresentação.

Atividades experimentais: registrar hipóteses, verificar as transformações que

podem ocorrer, um exemplo, é a formação das cores secundárias e terciárias,

dessa maneira, o aluno poderá apropria-se com mais clareza do exposto pelo

professor.

Projeto de pesquisa de campo: registrar informações apresentadas,

organizar com clareza os dados coletados, apresenta compreensão a respeito

do conhecimento construído.

Seminário: demonstrar consistência nos argumentos, tanto na apresentação

quanto nas réplicas, apresenta compreensão do conteúdo abordado, faz

adequação da linguagem, traz relatos para enriquecer a apresentação, toma

como relevantes as intervenções dos integrantes do grupo que assiste à

apresentação.

252

Questões Discursivas: Compreender o enunciado da questão, planejar a

solução de forma adequada, comunicar-se por escrito com clareza,

sistematizar nos conteúdos de forma adequada.

Questões Objetivas: realizar a leitura compreensiva do enunciado, demonstrar

a apropriação de alguns aspectos definidos no conteúdo utilizando os

conhecimentos adquiridos.

Enfim, propõe-se uma avaliação que formem sujeitos que construam

sentidos para o mundo, que, compreendam criticamente o contexto social e

histórico de que são frutos e que, pelo acesso ao conhecimento, sejam

capazes de uma inserção cidadã e transformadora da sociedade.

AVALIAÇÃO

Avaliar não é apenas uma ação pedagógica guiada pela atribuição de

valor apurada e responsável que o professor realiza das atividades dos alunos.

Avaliar é também considerar o modo de ensinar os conteúdos que estão em

jogo nas situações em que a aprendizagem, implica em conhecer como os

conteúdos de filosofia são assimilados pelos alunos a cada momento da

escolaridade e conhecer os limites e a flexibilidade necessária para dar

oportunidade a coexistência de distintos níveis de aprendizagem em um

mesmo grupo de alunos. Para isso, o professor deve saber o que é adequado

dentro de um campo largo de aprendizagem para cada nível escolar, que é

relevante para o aluno, praticar e saber nessa área.

Devemos superar avaliações arbitrárias, autoritárias que classificam

alunos talentosos ou incapazes e abandonam as condições do aluno. Sendo

assim, o professor terá suporte no controle da qualidade do processo de ensino

e aprendizagem, possibilitando ao educando dirigir-se para apropriação do

conhecimento. Neste sentido, a avaliação assume caráter dinâmico, contínuo e

cooperativo, que acompanha a prática pedagógica e requer a participação de

todos os envolvidos no processo educacional.

A avaliação será diagnóstica, cumulativa e contínua, esse processo

possibilita ao professor perceber em que medida houve a apropriação do

conteúdo proposto, podendo também levá-lo a observar seu modo de ensinar e

apresentar os conteúdos e repensar sua prática pedagógica. É importante que

253

o aluno, perceba no professor um Ser facilitador no processo de aprendizagem,

contribuindo para que o mesmo cresça e se desenvolva para enfrentar as

dificuldades e os desafios do mundo contemporâneo.

Sendo uma avaliação diagnóstica e continuada, devemos contemplar

diversos instrumentos avaliativos, tais como: leitura de textos; interpretações

produção de textos filosóficos, fotos, imagens; pesquisas bibliográficas,

relatórios de aulas expositivas; apresentação e discussão de temas em

seminários; leitura e interpretação de diferentes correntes filosóficas.

Através dos instrumentos expostos acima, espera-se que o aluno

compreenda as diversas relações entre a razão e a natureza, buscando

desenvolver conceitos próprios avaliando o pensamento abstrato, crítico,

racional, reflexivo e autônomo, pautado na argumentação e conceituação de

ideias. Atividade de leitura: permitir ao aluno compreender as ideias presentes no

texto, expressar e sistematizar os conhecimentos de forma adequada, inter-

relacionando os conteúdos e fazendo a sua contextualização.

Projeto de pesquisa bibliográfica: levar o aluno a ampliação e sistematização

dos conhecimentos, também a contextualizar, problematizar e delimitar o foco

da pesquisa.

Produção de texto: levar o aluno a expressar suas ideias através de diferentes

produções, elaborar argumentos coerentes e consistentes, estabelecer

relações das partes com o todo.

Apresentação Oral: Permitir ao aluno expressar o conhecimento sobre o

conteúdo, apresentar seus argumentos, demonstrar sequência lógica e clareza

na apresentação.

Atividades experimentais: registrar hipóteses, verificar as transformações que

podem ocorrer, um exemplo, é a formação das cores secundárias e terciárias,

dessa maneira, o aluno poderá apropria-se com mais clareza do exposto pelo

professor.

Projeto de pesquisa de campo: registrar informações apresentadas,

organizar com clareza os dados coletados, apresenta compreensão a respeito

do conhecimento construído.

254

Seminário: demonstrar consistência nos argumentos, tanto na apresentação

quanto nas réplicas, apresenta compreensão do conteúdo abordado, faz

adequação da linguagem, traz relatos para enriquecer a apresentação, toma

como relevantes as intervenções dos integrantes do grupo que assiste à

apresentação.

Questões Discursivas: Compreender o enunciado da questão, planejar a

solução de forma adequada, comunicar-se por escrito com clareza,

sistematizar nos conteúdos de forma adequada.

Questões Objetivas: realizar a leitura compreensiva do enunciado, demonstrar

a apropriação de alguns aspectos definidos no conteúdo utilizando os

conhecimentos adquiridos.

Enfim, propõe-se uma avaliação que formem sujeitos que construam

sentidos para o mundo, que, compreendam criticamente o contexto social e

histórico de que são frutos e que, pelo acesso ao conhecimento, sejam

capazes de uma inserção cidadã e transformadora da sociedade.

REFERENCIAS:

CHAUI, Marilena, Filosofia – Ensino Médio, São Paulo, ed. Ática, 2005 PARANÁ. Cadernos Temáticos: A inserção dos conteúdos de História e Cultura Afro-brasileira e Africana nos currículos escolares/PR. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência de Educação. Departamento de Ensino Fundamental. Curitiba: SEED, 2005. __________ Secretaria de Estado da Educação. Superintendência da Educação. Departamento de Educação Básica. Diretrizes Curriculares da Educação Básica - filosofia. Curitiba: SEED, 2008. __________ Secretaria de Estado da Educação. Superintendência da Educação. Livro Didático Público - filosofia. 2.ed. Curitiba: SEED, 2008.

PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Departamento de Educação

Básica.

Filosofia. Curitiba: SEED, 2007. (Livro didático público)

255

PARANÁ, Sociedade de Estudos e Atividades Filosóficas. Textos SEAF,

Curitiba, V.

2, n.3, 1981.

PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Proposta curricular para o ensino

de filosofia no 2.o grau. Curitiba, 1994.

REALE, G.; ANTISERI, D. História da filosofia: patrística e escolástica. São

Paulo:

Paulus, 2003.

RIBEIRO, M. L. S. História da educação brasileira: a organização escolar. São

Paulo: Cortez & Moraes,1978.

RIBEIRO, R.J. Último vôo da andorinha solitária. Estado de São Paulo, 06 mar.

2005.

RUSSELL, B. Os problemas da filosofia. Tradução António Sérgio. Coimbra:

Almedina, 2001.

256

PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR

DE FÍSICA

APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA DE FÍSICA O conhecimento da física é algo em constante transformação a partir

das necessidades e anseios da humanidade, sendo orientada por modelos e

teorias, assim o ensino da física deve estar voltado para a construção de

conceitos científicos com significado nas atividades diferenciadas dentro ou

fora da sala de aula com o estudo da matéria, energia e suas transformações

físicas; levando o aluno a pensar criticamente, investigando mistérios do

mundo microscópio, das partículas que compõem a natureza e, ao mesmo

tempo, permitindo à análise de todos os fenômenos físicos que interage com a

vida do nosso planeta.

A disciplina de Física tem como meta encaminhar o educando ao

desenvolvimento de uma cultura científica efetiva partindo do senso comum,

ampliando-se os conceitos físicos e sensibilizando – os a um compromisso com

as inovações tecnológicas do futuro (eletromagnetismo) de forma a

acompanhar a evolução globalizada.

O grande desafio atual é de que as atividades científicas possam contribuir

com uma nova perspectiva de entendimento da física, estimulando um melhor

aprimoramento no processo ensino – aprendizagem e percebendo durante as

observações, relatos, leituras científicas e outras (músicas, poemas, histórias

em quadrinhos...) de maneira contextualizada; e nas atividades práticas a

descoberta e valorização do conhecimento científico sistematizado; aguçando

no aluno a curiosidade bem como a de conhecer mais sobre a relação da

física com o mundo que o rodeia.

A Física é uma ciência que tem como objeto de estudo o Universo na

sua totalidade e complexidade, sua evolução, suas transformações e as

interações com outros saberes da sua realidade, propondo-se então, o estudo

da natureza; mas galgados nos modelos elaborados pelo homem.

257

Desde épocas mais remotas o homem vem tentando solucionar muitos

dos seus problemas de ordem prática para garantir sua sobrevivência.

Entende-se que a disciplina de Física deve contribuir educando também

para a cidadania e o desenvolvimento de um sujeito crítico, capaz de admirar a

beleza da produção científica ao longo da história. Essa ciência evoluiu a partir

da filosofia natural tendo encontrado através do conhecimento a intenção da

abstração; pois era através dos sentidos que o homem percebia as

informações do universo com uso do raciocínio que nas civilizações mais

antigas (gregos) se encarregavam dos estudos dos fenômenos ocorridos na

natureza (tentavam explicar as variações cíclicas observadas no espaço),

dando início ao estudo dos movimentos, das propriedades físicas da matéria e

da energia.

Muitos foram os estudos e contribuições, a História da Física demonstra

que até o Renascimento a maior parte da ciência pode ser resumida à

Geometria Euclidiana, à Astronomia Geocêntrica de Ptolomeu e à Física de

Aristóteles.

Na Idade Média a filosofia medieval cristã (escolástica) submetia a fé e

as verdades ao cristianismo; no século XIII com São Tomás de Aquino

influenciado principalmente por Platão, Aristóteles e a Astronomia Geocêntrica;

mas a física foi inaugurada por Galileu Galilei no século XVI, como uma nova

forma de se conceber o Universo aliada as descrições matemática dos

fenômenos físicos; surgiu as bases da Ciência Moderna possibilitando construir

as leis universais; desse modo abriu-se caminho para Isaac Newton no século

XVIII que realizasse a primeira grande unificação da ciência, elevando a física

ao estatuto de Ciência.

Mas foi no século XVIII que a Revolução Industrial abriu caminho para

que a ciência também se desenvolvesse; nesse período houve a incorporação

das máquinas a vapor (termodinâmica) à indústria o que contribuiu para as

grandes transformações sociais e tecnológicas.

O conhecimento científico tem permitido à humanidade construir

conhecimentos sobre o mundo, evoluindo de acordo com as experiências

vivenciadas voltadas para as práticas sociais contemporâneas, e podendo

ainda relacionar-se com os múltiplos aspectos : histórico – social, político e

econômico envolvendo todos os tipos de cultura situado no tempo e no espaço;

258

preparando-os também para uma educação mais ampla e voltada à formação

de sujeitos comprometidos agregando a visão da natureza, das produções

tecnológicas bem como das relações humanas . OBJETIVOS DA DISCIPLINA

Atuar de forma dinâmica junto a clientela procurando atender seus

anseios independente da classe social a que pertence na tentativa de superar

as dificuldades de aprendizagem e relacionamento humano ; valorizando as

experiências do cotidiano .

O ensino de física deverá contemplar atividades também práticas de

experimentação(lúdicas) que aguçará o gosto do aluno por observação de

fenômenos físicos na sala (temática) , no pátio da escola , em laboratórios ou

na natureza; interagindo com outros profissionais (interdisciplinaridade) , e

outros durante as possíveis palestras ou visitas ; apresentando situações que

abordam conteúdos em estudo.

As atividades desenvolvidas extra-classe poderá despertar no educando

o anseio de estudar, dando suporte para que faça a melhor opção em continuar

seus estudos. Tais atividades contribuirão para que o aluno venha entender a

relação entre as experiências de senso comum adquirido, e o conhecimento

sistematizado. Através do estudo transformando em conhecimento científico de

forma lúdica, dinâmica, jogos,e divertidas brincadeiras do cotidiano, gerando

relações significativas de mudanças de hábitos, entre a comunidade escolar

inovando as metodologias do ensino aprendizagem; agregando a sociedade no

contexto escolar. CONTEÚDOS ESTRUTURANTES/BÁSICOS DA DISCIPLINA 1ª SÉRIE CONTEÚDO ESTRUTURANTE: MOVIMENTO;

259

CONTEÚDOS BÁSICOS: Introdução à Física

História da Física;

Campo de estudo e atuação da física;

Momento e inércia;

Conservação de quantidade de movimento;

Variação da quantidade de movimento: Impulso;

1º Lei de Newton;

2º Lei de Newton;

3º Lei de Newton;

Gravidade;

Energia e o Principio da Conservação da energia;

Variação/Transformação da energia de parte de um sistema: trabalho e

potencia;

Flúidos;

Oscilações

ABORDAGEM TEÓRICO-METODOLÓGICO Mostrar a evolução das ideias e conceitos físicos, seus erros e acertos,

avanços e retrocessos, a não-neutralidade da produção científica, suas

relações externas, sua interdependência com os sistemas produtivos, enfim, os

aspectos: sociais, políticos, econômicos e culturais desta ciência; levando-se

em conta as concepções espontâneas dos estudantes.

Estes conteúdos deverão ser abordados considerando-se:

O contexto histórico-social, discutindo a construção cientifica como um

produto da cultura humana, sujeita ao contexto de cada época;

A epistemologia e a filosofia da Ciência – uma forma de trabalhar é a

utilização de texto original traduzidos para o português, pois entende-se que

eles contribuem para aproximar estudantes e professores da produção

cientifica, da compreensão dos conceitos formulados pelos cientistas, dos

obstáculos epistemológicos encontrados, etc;

260

O reconhecimento da física como um campo teórico, ou seja, considera-

se prioritário os conceitos fundamentais que dão sustentação à teoria dos

movimentos, pois entende-se que para ensinar uma teoria cientifica é

necessário o domínio e a utilização de linguagens próprias de ciência,

indispensável e inseparável do pensar ciência. Portanto, é fundamental o

domínio das ideias, das leis, dos conceitos e definições presentes na teoria e

sua linguagem cientifica;

As relações da física com a física e, com outros campos do

conhecimento;

O contexto social dos estudantes, seu cotidiano e os jogos e

brincadeiras que fazem parte deste cotidiano;

As concepções dos estudantes e a historia da evolução dos conceitos e

idéias em física como possíveis pontos de partida para problematização;

Que a ciência dos movimentos não se esgota em Newton e seus

sucessores, propõe-se uma discussão em conjunto sobre o quadro teórico da

Física no final do século XIX, em especial as dúvidas que inquietavam os

cientistas a respeito de algumas questões que envolviam o eletromagnetismo,

as tentativas de adaptar o eletromagnetismo à mecânica, o surgimento do

Principio da incerteza e as conseqüências para a física clássica;

Textos de divulgação científica, literários, etc.

AVALIAÇÃO Com relação aos conteúdos básicos, os mesmos serão avaliados de acordo com a construção do conhecimento, onde o professor é o

mediador entre o conhecimento prévio que o aluno possui (senso comum) com o conhecimento científico e ainda irá considerar os seguintes itens referentes a todos os conteúdos básicos:

Verificar o progresso da aprendizagem do estudante quanto aos

aspectos históricos, conceituais, culturais, e a evolução do conhecimento

científico; através de observações, relatos, debates, análises de textos

científicos, etc.

261

Formule uma visão geral da ciência (física), presente no final do século

XIX e compreenda a visão de mundo dela decorrente;

Compreenda a limitação do modelo clássico no estudo dos movimentos

de partículas subatômicas, a qual exige outros modelos físicos e, outros

principio (entre eles o da incerteza);

Perceba (do ponto de vista relativístico e quântico) a necessidade de

redefinir o conceito de massa inercial, espaço e tempo e, como conseqüência,

um conceito básico da mecânica clássica: trajetória;

Compreenda o conceito de massa (nas translações) como uma

construção cientifica ligada à concepção de força entendendo-a (do ponto de

vista clássico) como uma resistência a variação do movimento, ou seja, uma

constante de movimento e , o momentum como uma medida dessa resistência

(translação);

Compreenda o conceito de momento de inércia (nas rotações) como a

dificuldade apresentada pelo objetivo ao giro, relacionando este conceito à

massa do objeto e, a distribuição dessa massa em relação ao eixo de rotação.

Ou seja, que a diminuição do momento de inércia implica num aumento de

velocidade de giro, e vice-versa;

Associe força à variação da quantidade de movimento de um objeto ou

de um sistema (impulso), à variação da velocidade de um objeto (aceleração

ou desaceleração) e à concepção de massa e inércia;

Entenda as medida das grandezas (velocidade, quantidade de

movimento, etc.) Como dependentes do referencial e, de natureza vetorial;

Perceba em seu cotidiano movimentos simples que acontecem devido a

conservação da quantidade movimento translacional ou linear;

Compreenda, além disso, a conservação da quantidade de movimento

para os movimentos rotacionais;

Perceba que os movimentos acontecem sempre uns acoplados ao

outros, tanto os translacionais como os rotacional;

Perceba a influência da dimensão de um corpo no eu comportamento

perante a aplicação de uma força em pontos diferentes deste corpo;

Aproprie-se da noção de condições de equilíbrio estático, identificado na

1º lei de Newton, e as noções de equilíbrio estável e instável.

262

Reconheça e represente as força de ação e reação nas mais diferentes

situações.

Espera-se que o estudante compreenda a lei da Gravitação Universal

como uma construção cientifica importante, pois unificou a compreensão dos

fenômenos celestes e terrestres, cujo resultado sintetiza uma concepção de

espaço, matéria e movimento, desde que os primeiros estudo sobre a natureza,

até Newton.

Associe a gravitação com as lei de Kepler;

Identifique a massa gravitacional diferenciando-a da massa inercial, do

ponto de vista clássico.

Compreenda o contexto e os limites do modelo newtoniano tendo em

vista a Teoria da Relatividade Geral;

Espera-se que o estudante perceba a idéia de conservação de energia

como uma construção humana, originalmente concebida no contexto da

Termodinâmica como uns dos princípios fundamentais da Física e, a amplitude

do Principio da Conservação da Energia, aplicando a todos os campos de

estudo da física, bem como outros campos externos à física.

Assim, ao se avaliar o estudante espera-se que ele:

Conceba a energia como uma entidade física que pode se manifestar de

diversas formas e, no caso da energia mecânica , em energias cinéticas,

potencial elástica e potencial gravitacional;

Perceba o trabalho como uma grandeza física relacionada à

transformação/variação de energia;

Compreenda a potência como uma medida de eficiência de um sistema

físico . Ou seja , é importante entender com que rapidez no tempo ocorrem as

transformações de energia, indicada pela grandeza física potência.

O estudo dos fluídos e da mecânica dos fluídos é importante para

compreender a evolução das idéias que levaram a formulação do conceito de

calor. Assim, ao se avaliar o estudante, espera-se que ele:

Identifique algumas propriedades físicas inerentes aos materiais como a

massa específica, a viscosidade e a tensão superficial, associando-as com as

interações elétricas:

263

Formule o conceito de pressão de um fluído, seja ele um líquido ou um

gás, e extrapole o conceito a outras aplicações físicas;

Entenda a densidade como uma medida relativa em relação a massa

específica da água;

Compreenda as relações entre volume, peso e empuxo e, entre

densidade e empuxo.

Na natureza, muitos eventos apresentam, em algum momento ou

aspecto, características ondulatórias o que torna seu estudo importante para a

compreensão do universo físico. Assim, ao se avaliar o estudante, espera-se

que ele:

Conheça o modelo clássico de onda, seus limites e possibilidades,

percebendo as grandezas físicas identificadoras dos processos ondulatórios,ou

seja, a velocidade, a freqüência e o comprimento da onda;

Associe a produção de pulsos de onda a alguma forma de transferência

ou transformação de energia, da fonte produtora para o meio de propagação da

onda;

Associe os fenômenos da refração, reflexão,difração e interferência ao

movimento ondulatório;

Compreenda fenômenos típicos ondulatórios como: efeito Doppler,

ressonância e superposição de ondas;

Identifique que uma onda mecânica presente no cotidiano, explicando o

seu comportamento;

Entenda a natureza das oscilações, ou seja, diferencie as ondas

mecânicas das eletromagnéticas;

Perceba em alguns fenômenos luminosos características

ondulatórias,compreendendo-os a partir da interação da luz com a matéria, o

que envolve relação com o eletromagnetismo;

Identifique, nos diversos materiais, propriedade mecânica ligada a

elasticidade, por exemplo a constante elástica de uma mola em um sistema

massa-mola.

264

2ª SÉRIE CONTEÚDO ESTRUTURANTE: TERMODINÂMICA; CONTEÚDOS BÁSICOS: Termologia;

Temperatura e calor;

Escalas termométricas;

Calor latente;

Calor específico;

Equilíbrio térmico;

Transmissão de calor;

Dilatação linear;

Dilatação superficial;

Dilatação volumétrica;

Leis da Termodinâmica:

Lei zero da Termodinâmica;

1º Lei da Termodinâmica

2º Lei da Termodinâmica

3º Lei da Termodinâmica

ABORDAGEM TEÓRICO-METODOLÓGICO

Mostrar a evolução das idéias e conceitos físicos, seus erros e acertos,

avanços e retrocessos, a não-neutralidade da produção científica, suas

relações externas, sua interdependência com os sistemas produtivos, enfim, os

aspectos: sociais, políticos, econômicos e culturais desta ciência; levando-se

em conta as concepções espontâneas dos estudantes.

Estes conteúdos deverão ser abordados considerando-se:

O contexto histórico-social, discutindo a construção cientifica como um

produto da cultura humana, sujeita ao contexto de cada época;

265

A epistemologia e a filosofia da Ciência – uma forma de trabalhar é a

utilização de texto originais traduzidos para o português, pois entende-se que

eles contribuem para aproximar estudantes e professores da produção

cientifica, da compreensão dos conceitos formulados pelos cientistas, dos

obstáculos epistemológicos encontrados, etc;

O reconhecimento da física como um campo teórico, ou seja, considera-

se prioritário os conceitos fundamentais que dão sustentação à teoria dos

movimentos, pois entende-se que para ensinar uma teoria cientifica é

necessário o domínio e a utilização de linguagens próprias de ciência,

indispensável e inseparável do pensar ciência. Portanto, é fundamental o

domínio das idéias, das leis, dos conceitos e definições presentes na teoria e

sua linguagem cientifica;

As relações da física com a física e, com outros campos do

conhecimento;

O contexto social dos estudantes, seu cotidiano e os jogos e

brincadeiras que fazem parte deste cotidiano;

As concepções dos estudantes e a historia da evolução dos conceitos e

idéias em física como possíveis pontos de partida para problematização;

Que a ciência dos movimentos não se esgota em Newton e seus

sucessores, propõe-se uma discussão em conjunto sobre o quadro teórico da

Física no final do século XIX, em especial as dúvidas que inquietavam os

cientistas a respeito de algumas questões que envolviam o eletromagnetismo,

as tentativas de adaptar o eletromagnetismo à mecânica, o surgimento do

Principio da incerteza e as conseqüências para a física clássica;

Textos de divulgação científica, literários, etc.

AVALIAÇÃO Com relação aos conteúdos básicos, os mesmos serão avaliados de acordo com a construção do conhecimento, onde o professor é o

mediador entre o conhecimento prévio que o aluno possui (senso comum) com o conhecimento científico e ainda irá considerar os seguintes itens referentes a todos os conteúdos básicos:

266

Tem-se como expectativa que o aluno compreenda o quadro teórico da

termodinâmica composto por idéias expressas nas suas leis e em seus

conceitos fundamentais: temperatura, calor e entropia . Assim,ao se avaliar o

aluno , espera-se que ele;

Entenda o conceito de temperatura como um modelo baseado nas

propriedades de um material,não uma medida, de fato, do grau de agitação

molecular em um sistema;

Compreenda a Teoria Cinética dos Gases como um modelo construído e

válido para o contexto dos sistemas gasosos com comportamento definido

como ideal e, fundamental para o desenvolvimento das idéias em

termodinâmica;

Diferencie e conceitue calor e temperatura, entendendo o calor como

uma das formas de energia , o que é fundamental para a compreensão do

quadro teórico da termodinâmica;

Entenda o processo de construção das escalas

termométricas,associando essas escalas as propriedades térmicas do material

utilizado na sua construção;

Compreenda a primeira lei como a manifestação do Princípio da

Conservação de Energia, bem como sua construção no contexto da

termodinâmica e a sua importância para a Revolução Industrial a partir do

entendimento do calor como forma de energia;

Associe a primeira lei á idéia de produzir trabalho a partir de um fluxo de

calor.

Compreenda os conceitos de capacidade calorífica e calor específica

como propriedade de um material identificável no processo de transferência

de calor. Da mesma forma, o conceito de calor latente;

Identifique dois processos físicos: a) os reversíveis e, b) os irreversíveis,

que vêm acompanhados de uma degradação de energia enunciada pela

segunda lei . Esse princípio físico deve ser compreendido como tão universal

quanto o de conservação de energia e sugere um estudo da entropia;

Compreenda a entropia, uma grandeza que pode variar em processos

espontâneos e artificiais, como uma medida de desordem e, probabilidade;

267

3ª SÉRIE

CONTEÚDO ESTRUTURANTE: ELETROMAGNETISMO; CONTEÚDOS BÁSICOS: Carga, corrente elétrica;

Campo;

Força, eletromagnética;

Equações de Maxwell:

Lei de Gauss;

Lei de Coulomb;

Lei de Ampére;

Lei de Gauss magnética;

Lei de Faraday;

ÓPTICA GEOMÉTRICA:

Luz;

Lentes;

Instrumentos ópticos;

ONDULATÓRIA:

Ondas e sua classificação;

Fenômenos ondulatórios;

ACÚSTICA:

Som;

Cordas vibrantes;

Tubos sonoros;

FISÍCA MODERNA E CONTEPORÂNEA:

Teoria da Relatividade;

Física Quântica;

Efeito Fotoelétrico;

268

Física Nuclear

ABORDAGEM TEÓRICO-METODOLÓGICO Mostrar a evolução das ideias e conceitos físicos, seus erros e acertos,

avanços e retrocessos, a não-neutralidade da produção científica, suas

relações externas, sua interdependência com os sistemas produtivos, enfim, os

aspectos: sociais, políticos, econômicos e culturais desta ciência; levando-se

em conta as concepções espontâneas dos estudantes.

Estes conteúdos deverão ser abordados considerando-se:

O contexto histórico-social, discutindo a construção cientifica como um

produto da cultura humana, sujeita ao contexto de cada época;

A epistemologia e a filosofia da Ciência – uma forma de trabalhar é a

utilização de texto originais traduzidos para o português, pois entende-se que

eles contribuem para aproximar estudantes e professores da produção

cientifica, da compreensão dos conceitos formulados pelos cientistas, dos

obstáculos epistemológicos encontrados, etc;

O reconhecimento da física como um campo teórico, ou seja, considera-

se prioritário os conceitos fundamentais que dão sustentação à teoria dos

movimentos, pois entende-se que para ensinar uma teoria cientifica é

necessário o domínio e a utilização de linguagens próprias de ciência,

indispensável e inseparável do pensar ciência. Portanto, é fundamental o

domínio das idéias, das leis, dos conceitos e definições presentes na teoria e

sua linguagem cientifica;

As relações da física com a física e, com outros campos do

conhecimento;

O contexto social dos estudantes, seu cotidiano e os jogos e

brincadeiras que fazem parte deste cotidiano;

As concepções dos estudantes e a historia da evolução dos conceitos e

idéias em física como possíveis pontos de partida para problematização;

Que a ciência dos movimentos não se esgota em Newton e seus

sucessores, propõe-se uma discussão em conjunto sobre o quadro teórico da

269

Física no final do século XIX, em especial as dúvidas que inquietavam os

cientistas a respeito de algumas questões que envolviam o eletromagnetismo,

as tentativas de adaptar o eletromagnetismo à mecânica, o surgimento do

Principio da incerteza e as conseqüências para a física clássica;

Textos de divulgação científica, literários, etc.

AVALIAÇÃO Compreenda a carga elétrica como um conceito central no

eletromagnetismo, pois todos os efeitos eletromagnéticos estão ligados a

alguma propriedade da carga.

Compreenda que a carga tanto cria quanto sente o campo de outra

carga, mas o campo de uma carga não se altera na presença de outra carga.

Assim, a idéia de campo deve ser entendida como um ente que é inseparável

da carga. Deseja-se que o estudante entenda esse conceito, uma entidade

teórica cariado para o eletromagnetismo, é básico para a teoria e mediador de

interação entre carga;

Compreenda as leis de Maxwell como um conjunto de leis que fornecem

a base para a explicação dos fenômenos eletromagnéticos;

Entenda o campo como uma entidade física dotado de energia;

Apreenda o modelo teórico utilizado para explicar a carga e o seu

movimento (acorrente elétrica), a partir das propriedades elétricas dos

materiais;

Associe a carga elétrica elementar à quantização da carga elétrica;

Conheça as propriedades elétricas dos materiais, como por exemplo, a

resistividade e a condutividade;

Conheça as propriedades magnéticas dos materiais;

Entende corrente elétrica e força como entes físicos que aparecem

associado ao campo;

Reconheça as interações elétricas como as responsáveis pela coesão

dos sólidos, pelas propriedades dos gases;

compreenda a força magnética como resultado da ação do campo

magnético sobre a corrente elétrica;

270

Entenda o funcionamento de um circuito elétrico, identificando os seus

elementos constituintes;

Conceba a energia potencial elétrica como uma das muitas formas de

manifestação de energia, como a nuclear, a eólica, etc.

Compreenda a potência elétrica como uma medida de eficiência de um

sistema elétrico;

Perceba o trabalho elétrico como uma grandeza física relacionada à

transformação/variação de energia.

Entenda o propósito do estudo da luz no contexto do eletromagnetismo;

Conceba a luz como parte da radiação eletromagnética, localizada entre

as radiações de alta baixa energia, que manifesta dois comportamentos, o

ondulatório e o de partícula, dependendo do tipo de interação com a matéria;

Entenda os processos de desvio de luz, a refração que pode ocorrer

tanto com a mudança do meio com a alteração da densidade do meio, alem do

processo de reflexão, no qual a luz é desviada sem mudança de meio;

Entenda os fenômenos luminosos como os de reflexão total, reflexão

difusa, dispersão e absorsão da luz, dentre outros, importantes para a

compreensão de fenômenos cotidiano que ocorrem simultaneamente na

natureza, porem, às vezes um ou outro se sobressai;

Associe fenômenos cotidianos relacionados à luz como por exemplo: a

formação do arco-íris, a percepção das cores, a cor do céu dentre outros, aos

fenômenos luminosos estudados;

Compreenda a luz como energia quantizada, que ao interagir com a

matéria apresenta alguns comportamentos que são típicos de partículas (por

exemplo, o efeito fotoelétrico) e outros de ondas (por exemplo, a interferência

luminosa), ou seja, entenda a luz a partir do comportamento dual:

Analisar se os estudantes são capazes de analisar as propriedades da

física quântica;

Se Compreendem os exemplos de relatividade especial e geral.

Entenda os processos que se passam em torno do núcleo de um átomo

e suas relações com reações nucleares;

271

4. ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO

É preciso repensar e abordar os aspectos metodológicos estabelecido

no Plano de Trabalho Docente, propiciando condições de ensino onde integre

professor e aluno na aventura da descoberta, tornando o processo de ensino

aprendizagem mais prazeroso, criativo e estimulado em novos desafios para os

educandos onde serão propostos métodos de ensino que se adaptem à

necessidades de aprendizagem dos alunos, através de pesquisas em livros,

revistas científicas, jornais, recursos de informática, DVDs ,vídeo, TV

(pendrive), simulação/animação, jogos lúdicos, experiências no Laboratório de

física/química e observação dos fenômenos ocorridos na natureza interagindo

entre grupo, fazendo uma relação entre os conteúdos de física e o cotidiano da

vida em sociedade.

Posteriormente, poderá ser solicitado aos alunos que façam relatos,

cartazes, debates, mural ,etc. Todas estas atividades contribuirão para o bom

desenvolvimento do processo ensino aprendizagem de física possibilitando a

transmissão do conteúdo através de aulas práticas e novas técnicas, partindo

do conhecimento prévio do cotidiano do aluno para que se chegue ao conteúdo

(conceito) científico.

Com essas atividades, pretende-se atingir um aprendizado

contextualizado e significativo de física interagindo de forma dinâmica o

estudante, onde o mesmo deverá ser capaz de perceber e aprender, em outras

circunstâncias iguais às trabalhadas em aula, para apropriar-se das novas

informações e transformar em conhecimento.

Obs: É importante destacar, que sempre que possível, serão trabalhados conteúdos que possam contemplar a Lei 11.645/2008 e outros dispositivos legais para que se possa abordar o Ensino da História e Cultura Afro-Brasileira e Africana. Além disso, sabemos que os

educandos situados na zona rural e que fazem parte da Educação do Campo, terão direito a uma educação pensada, ou seja, sempre que necessário e possível o professor buscará fazer a relação dos conteúdos com a cultura e a realidade dos alunos, assim, o mesmo poderá valorizar

272

a diversidade humana, contribuindo desta forma para uma sociedade mais justa e solidária.

AVALIAÇÃO

A avaliação será basicamente um processo diagnóstico e continuo, cujo

objetivo seja verificar a apropriação dos respectivos conteúdos, para posterior

intervenção do professor independente das práticas e metodologias usadas,

visando auxiliar na assimilação do conhecimento, cuja finalidade é o seu

crescimento científico e cultural.

Deverá levar em consideração a participação, e o interesse dos alunos

em todas as atividades propostas, onde será também observada a mudança de

comportamento individual ou junto ao grupo de trabalho. O interesse e a

curiosidade pelos conteúdos de física vistos que eles fazem parte do universo

em que vivem,e também as mudanças sociais alcançados no universo do qual

fazem parte.

A avaliação deve ter um caráter diversificado verificando muitos

aspectos: a oralidade, trabalho individual e em grupo, pesquisa, conceito físico

(escrita), análises de textos (científicos, literários e outros), relatórios

(observação, aula prática, visitas, etc…)

A avaliação está conforme as orientações do DCE da disciplina de

Física, e de acordo com a legislação vigente, tanto em Âmbito Nacional(LDB);

quanto nas Leis Educacionais regidas pelo Estado do Paraná.

REFERÊNCIAS ANTUNES,Celso. Glossário para educadores. Petrópolis: Vozes, 2001. BONJORNO, Regina Azenha; Bonjorno, José Roberto; Bonjorno, Valter e Ramos, clinton marcico. Física Completa – volume único. Ed. FTD São Paulo 2001. BRASIL, Lei 10.639, de 09 de janeiro de 2003. Disponível em:

273

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/L10.639.htm> Acessado em: 21/05/2010

CARRON, Wilson e Guimarães. Osvaldo. As Faces da Física – volume único. 1° Edição Ed. Moderna São Paulo 1997. HOFFMANN, Jussara. Avaliação mito e desafio: uma perspectiva construtivista. Porto Alegre: Mediação, 2006. PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares da Educação Básica – Física, 2008. PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares da Educação do Campo, 2006. PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência de Educação. Departamento de Ensino Fundamental. Cadernos Temáticos: História e Cultura Afro-Brasileira e Africana: educando para as relações étnico-raciais Curitiba: SEED/PR, 2006.

PARANÁ, Djalma Nunes. Física – volume único. 5° Ed Editora Ática S.A., São Paulo. 1999. PENTEADO, Paulo César M. Torres Carlos Magno A. Física = ciência e tecnologia – São Paulo: Moderna, 2005. SAMPAIO, José Luiz. Universo da Física, 1, 2 e 3. 2º ed. São Paulo: Atual, 2005. (Coleção Ensino Médio Atual.) SAMPAIO, José Luiz. Física: Volume único. 2º ed. São Paulo: Atual, 2005.

274

PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DE QUÍMICA

APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA

O desenvolvimento de saberes e de práticas ligadas à transformação da

matéria e presentes na formação das diversas civilizações foi estimulado por

necessidades humanas, tais como: a comunicação, o domínio do fogo e,

posteriormente, o domínio do processo de cozimento. Esses saberes e/ou

práticas (manipulação dos metais, vitrificação, feitura dos unguentos, chás,

remédios, iatroquímica, entre outros), em sua origem, é um conjunto de ações

e procedimentos que contribuíram para a elaboração do conhecimento químico

desde o século XVII. Estes fatos foram marcantes para a história do

conhecimento químico em suas inter-relações econômica, política e social.

A Química como ciência teve seu berço na Europa no cenário de

desenvolvimento do modo de produção capitalista, dos interesses econômicos

da classe dirigente, da lógica das relações de produção e das relações de

poder que marcaram a constituição desse saber. Neste século, na Europa,

ocorria a expansão da indústria, do comércio, da navegação e das técnicas

militares, particularmente em cidades como Paris, Londres, Berlim, Florença e

Bolonha, onde existiam as grandes universidades.

Ao longo dos séculos XVII e XVIII, com o estudo da química pneumática

(Boyle, Priestley, Cavendish) e com o rigor metodológico de Lavoisier, definiu-

se um novo saber, que passou a ser conhecido como química, o qual foi

dividido em diferentes ramificações procedimentais, dentre elas: alquimia,

boticários, iatroquímica e estudo dos gases.

No século XIX, essa química pautou-se num corpus teórico de

explicações atômico-moleculares com os estudos de Dalton, Avogadro,

Berzelius, entre outros. Foi nesse cenário que a Química ascendeu ao fórum

das Ciências.

O avanço desse conhecimento estava vinculado às investigações sobre

a composição e estrutura da matéria, estudos estes partilhados com a Física,

que investigava as forças internas que regem a formação da matéria. Isso

ocorreu para atender ao desenvolvimento da própria Ciência, no século XIX,

275

que tinha como um dos focos de investigação a composição dos materiais e a

descoberta de novos elementos químicos.

No século XX, a Química e todas as outras Ciências Naturais tiveram um

grande desenvolvimento, em especial nos Estados Unidos, Inglaterra e

Alemanha. Esses países destacaram-se no desenvolvimento da Ciência, no

intuito de estabelecer e, posteriormente, manter influência científica que

pudesse garantir diferentes formas de poder e controle bélico mundial,

essenciais nas tensões vividas neste século. Vários foram os investimentos

desses países em áreas como: obtenção de medicamentos, indústria bélica,

estudos nucleares, estrutura atômica e formação das moléculas, mecânica

quântica, dentre outras que estreitaram as relações entre a ciência e a

indústria.

Esse estreitamento gerado por interesses econômicos e pelas instâncias

do poder resultou, entre outros fatores, na eclosão das duas guerras mundiais

do século XX e no estabelecimento de discussões a respeito da ética na

ciência e de seus impactos na sociedade. Passou-se,e então, a questionar a

utilização do saber científico tanto para o progresso da humanidade quanto

para seu possível aniquilamento.

Dentre as descobertas e avanços científicos, nas últimas quatro décadas

do século XX passou-se a conviver com a crescente miniaturização dos

sistemas de computação, com o aumento de sua eficiência e ampliação do seu

uso, o que constitui uma era de transformações nas ciências que vêm

modificando a maneira de se viver. Esse período, marcado pela: descoberta de

novos materiais, engenharia genética, exploração da biodiversidade, obtenção

de diferentes combustíveis, pelos estudos espaciais e pela farmacologia; marca

o processo de consolidação científica, com destaque à Química, que participa

das diferentes áreas das ciências e colabora no estabelecimento de uma

cultura científica, cada vez mais arraigada no capitalismo e presente na

sociedade, e, por conseguinte, na escola.

As Diretrizes tem como objetivo subsidiar reflexões sobre o ensino de

Química, bem como possibilitar novos direcionamentos e abordagens da

prática docente no processo ensino–aprendizagem, para formar um aluno que

se aproprie dos conhecimentos químicos e seja capaz de refletir criticamente

sobre o meio em que está inserido.

276

Para isso, a ênfase no estudo da história da disciplina e em seus

aspectos epistemológicos, defende uma seleção de conteúdos estruturantes

que a identifique como campo do conhecimento constituído historicamente nas

relações políticas, econômicas, sociais e culturais das diferentes sociedades.

Não se pode dizer que a Química é fruto apenas da ciência ocidental e

do capitalismo. Afirmar que o estudo da Química foi constituído a partir das

relações históricas e políticas, é um modo de demonstrar a natureza desse

conhecimento, inclusive questões ideológicas que o influenciaram, o que por

sua vez, possibilita o desenvolvimento de concepções mais críticas a respeito

das relações da Química na sociedade. É importante ressaltar a influência do

Oriente no estatuto procedimental da Química – as práticas alquímicas, dos

boticários, perfumistas e da medicina oriental – que foram difundidas pelos

árabes em séculos anteriores ao estabelecimento da Química como Ciência

Moderna.

Esses são pressupostos para uma abordagem pedagógica crítica da

Química, que visa ultrapassar a subserviência da educação ao mercado de

trabalho.

O meio ambiente está intimamente ligado à Química, uma vez que o

planeta vem sendo atingido por vários problemas que correspondem a este

campo de conhecimento.

A abordagem dos conteúdos no ensino da Química será norteada pela

construção e reconstrução de significados dos conceitos científicos, vinculada a

contextos históricos, políticos, econômicos, sociais e culturais, e estará

fundamentada em resultados de pesquisa sobre o ensino de ciências, tendo

como alguns de seus representantes: Chassot (1995, 1998, 2003, 2004);

Mortimer (2002, 2006); Maldaner (2003); Bernardelli (2004)9.

Propõe-se um trabalho pedagógico com o conhecimento químico que

propicie ao aluno compreender os conceitos científicos para entender algumas

dinâmicas do mundo e mudar sua atitude em relação a ele.

1ª SÉRIE

CONTEÚDO(S) ESTRUTURANTE(S)

CONTEÚDOS BÁSICOS

MATÉRIA

277

MATÉRIA E SUA NATUREZA BIOGEOQUÍMICA

QUÍMICA SINTÉTICA

Estados de agregação; Natureza elétrica da matéria; Modelos atômicos (Rutherford, Thomson, Dalton, Bohr...). Estudo dos metais. Tabela Periódica. LIGAÇÃO QUÍMICA Tabela periódica; Tipos de ligações químicas em relação as propriedades dos materiais;; Ligações de Hidrogênio; Ligação metálica (elétrons semilivres)Ligações sigma e pi; RADIOATIVIDADE Modelos Atômicos (Rutherford); Elementos químicos (radioativos); Tabela Periódica SOLUÇÃO Substância: simples e composta; Misturas; Métodos de separação; Solubilidade; Densidade; Dispersão e suspensão; Tabela Periódica. REAÇÕES QUÍMICAS Reações químicas; VELOCIDADE DAS REAÇÕES Reações químicas Representação das reações Tabela Periódica. EQUILÍBRIO QUÍMICO Reações químicas reversíveis; Concentração; Tabela Periódica GASES Estados físicos da matéria; Tabela periódica; Modelo de partículas para os materiais gasosos; Misturas gasosas; Diferença entre gás e vapor; FUNÇÕES QUÍMICAS

278

Funções Orgânicas Funções Inorgânicas Tabela Periódica

2ª SÉRIE

CONTEÚDO(S) ESTRUTURANTE(S)

CONTEÚDOS BÁSICOS/ESPECÍFICOS

MATÉRIA E SUA NATUREZA

BIOGEOQUÍMICA

MATÉRIA Estados de agregação; Tabela Periódica. LIGAÇÃO QUÍMICA Tabela periódica; Tipos de ligações químicas em relação as propriedades dos materiais; Interações intermoleculares e as propriedades das substâncias moleculares; Ligações sigma e pi; Ligações polares e apolares; Alotropia RADIOATIVIDADE Tabela Periódica; Reações químicas; Velocidades das reações; Emissões radioativas; Leis da radioatividade; SOLUÇÃO Misturas; Solubilidade; Concentração; Forças intermoleculares; Temperatura e pressão; Dispersão e suspensão; Tabela Periódica. REAÇÕES QUÍMICAS Reações de Oxi-redução Reações exotérmicas e endotérmicas; Diagramas das reações exotérmicas e endotérmicas; Variação de entalpia; Calorias; Tabela Periódica.

279

QUÍMICA SINTÉTICA

VELOCIDADE DAS REAÇÕES Reações químicas; Lei das reações químicas; Representação das reações químicas; Condições fundamentais para ocorrência das reações químicas. (natureza dos reagentes, contato entre os reagentes, teoria de colisão) Fatores que interferem na velocidade das reações (superfície de contato, temperatura, catalisador, concentração dos reagentes, inibidores) ; Lei da velocidade das reações químicas; Tabela Periódica. EQUILÍBRIO QUÍMICO Reações químicas reversíveis; Concentração; Relações matemáticas e o equilíbrio químico (constante de equilíbrio); Deslocamento de equilíbrio (príncipio de Le Chatelier): concentração, pressão, temperatura e efeito dos catalizadores; Tabela Periódica GASES Tabela periódica; Propriedades dos gases (densidade/difusão e efusão, pressão x temperatura, pressão x volume e temperatura x volume); Misturas gasosas; Diferença entre gás e vapor; Leis dos gases FUNÇÕES QUÍMICAS Funções Inorgânicas Tabela Periódica

3ª SÉRIE

CONTEÚDO(S)

ESTRUTURANTE(S)

CONTEÚDOS BÁSICOS/ESPECÍFICOS

280

MATÉRIA E SUA NATUREZA BIOGEOQUÍMICA

MATÉRIA Tabela Periódica. LIGAÇÃO QUÍMICA Tabela periódica; Interações intermoleculares e as propriedades das substâncias moleculares; Ligações de Hidrogênio; Ligações sigma e pi; Ligações polares e apolares; Alotropia RADIOATIVIDADE Tabela Periódica; Reações químicas; Cinética das reações químicas; Fenômenos radiativos (fusão e fissão nuclear); SOLUÇÃO Concentração; Forças intermoleculares; Temperatura e pressão; Tabela Periódica. REAÇÕES QUÍMICAS Variação de entalpia; Calorias; Equações termoquímicas; Princípios da termodinâmica; Lei de Hess; Entropia e energia livre; Calorimetria; Tabela Periódica. VELOCIDADE DAS REAÇÕES Reações químicas; Condições fundamentais para ocorrência das reações químicas. (natureza dos reagentes, contato entre os reagentes, teoria de colisão) Fatores que interferem na velocidade das reações (superfície de contato, temperatura, catalisador, concentração dos reagentes, inibidores) ; Lei da velocidade das reações químicas;

281

QUÍMICA SINTÉTICA

Tabela Periódica. EQUILÍBRIO QUÍMICO Reações químicas reversíveis; Relações matemáticas e o equilíbrio químico (constante de equilíbrio); Deslocamento de equilíbrio (príncipio de Le Chatelier): concentração, pressão, temperatura e efeito dos catalizadores; Equilíbrio químico em meio aquoso (pH, constante de ionização, Ks ). Tabela Periódica GASES Tabela periódica; Propriedades dos gases (densidade/difusão e efusão, pressão x temperatura, pressão x volume e temperatura x volume); Leis dos gases. FUNÇÕES QUÍMICAS Funções Orgânicas Tabela Periódica

METODOLOGIA DA DISCIPLINA

“A ciência já não é mais considerada objetiva nem neutra, mas

preparada e orientada por teorias e/ou modelos que, por serem construções

humanas com propósitos explicativos e previstos, são provisórios” (CHASSOT,

1995, p. 68).

O conhecimento químico, assim como todos os demais saberes, não é

algo pronto, acabado e inquestionável, mas em constante transformação. Esse

processo de elaboração e transformação do conhecimento ocorre em função

das necessidades humanas, uma vez que a ciência é construída por homens e

mulheres, portanto, falível e inseparável dos processos sociais, políticos e

econômicos.

Acredita-se numa abordagem de ensino de Química voltada à

construção e reconstrução de significados dos conceitos científicos nas

atividades em sala de aula (MALDANER, 2003, p. 144).

282

Isso ocorre por meio da inserção do aluno na cultura científica, seja no

desenvolvimento de práticas experimentais, na análise de situações cotidianas,

e ainda na busca de relações da Química com a sociedade e a tecnologia. Isso

implica compreender o conhecimento científico e tecnológico para além do

domínio estrito dos conceitos de Química.

A Diretriz, propõe que a compreensão e a apropriação do conhecimento

químico aconteçam por meio do contato do aluno com o objeto de estudo da

Química: as substâncias e os materiais. Esse processo será planejado,

organizado e dirigido pelo professor numa relação dialógica, em que a

aprendizagem dos conceitos químicos constitua apropriação de parte do

conhecimento científico, o qual, segundo Oliveira (2001), deve contribuir para a

formação de sujeitos que compreendam e questionem a ciência do seu tempo.

Para alcançar tal finalidade, uma proposta metodológica é a aproximação do

aprendiz com o objeto de estudo químico, via experimentação.

Desse modo, os aprendizes são levados a desenvolver uma explicação

provável que se aproximada dos conceitos e teorias científicas pelos docentes,

permitindo uma melhor compreensão da cultura e prática científica na reflexão

de como são construídos e validados os conceitos cientificamente aceitos. Isso

possibilitará aos alunos uma participação mais efetiva no processo de sua

aprendizagem. Para tanto, é necessário que a atividade experimental seja

problematizadora do processo ensino-aprendizagem. Cabendo ao professor

criar situações de aprendizagem de modo que o aluno pense mais criticamente

sobre o mundo, sobre as razões dos problemas ambientais.

O meio ambiente está intimamente ligado à Química, uma vez que o

planeta vem sendo atingido por vários problemas que correspondem a esse

campo do conhecimento.

O aluno tem um saber prévio (senso comum ou concepção alternativa)

sobre diversos assuntos trabalhados. No entanto, cabe ao professor, dar-lhe os

fundamentos teóricos para que se aproprie dos conceitos da Química e do

conhecimento científico sobre esses assuntos para que desenvolva atitudes de

comprometimento com a vida no planeta.

Outros recursos que se fazem necessários para um melhor andamento

do processo de ensino aprendizagem, que seriam: revistas científicas, recortes

de jornais sobre os avanços tecnológicos, computadores, internet, CD-ROM,

283

livros para didáticos, retro-projetor, DVD, TV Paulo Freire, TV Educativa, filmes

( Óleo de Lorenzo, Era do Gelo, Vulcano – A Fúria , Viagem Insólita,

documentários entre outros ), visita a mercados, fábricas e laboratório de

análises clínicas, palestras com profissionais da área e outros recursos que

possam vir a contribuir para a melhor compreensão dos conteúdos pelos

alunos.

Obs: É importante destacar, que sempre que possível, serão trabalhados conteúdos que possam contemplar a Lei 11.645/2008 e outros dispositivos legais para que se possa abordar o Ensino da História e Cultura Afro-Brasileira e Africana. Além disso, sabemos que os educandos situados na zona rural e que fazem parte da Educação do Campo, terão direito a uma educação pensada, ou seja, sempre que necessário e possível o professor buscará fazer a relação dos conteúdos com a cultura e a realidade dos alunos, assim, o mesmo poderá valorizar a diversidade humana, contribuindo desta forma para uma sociedade mais justa e solidária.

AVALIAÇÃO

A avaliação será diagnóstica, contínua e cumulativa em relação ao

desempenho do estudante, com prevalência dos aspectos qualitativos sobre os

quantitativos.

Avaliação como prática pedagógica que compõe a mediação didática

realizada pelo professor é entendida como “ação, movimento, provocação, na

tentativa de reciprocidade intelectual entre os elementos da ação educativa”.

Professor e aluno buscando coordenar seus pontos de vista, trocando idéias,

reorganizando-as.

A ação avaliativa propicia momento de interação e construção de

significados no qual o estudante aprende. Para que isso ocorra, o professor

reflete e planeja os procedimentos a serem utilizados e supera o modelo

consolidado da avaliação tão somente classificatória e excludente.

Será preciso respeitar o estudante como um ser humano inserido no

contexto das relações que permeiam a construção do conhecimento científico

escolar. Desse modo, avaliação valorizará os conhecimentos alternativos do

estudante, construídos no cotidiano, nas atividades experimentais, ou a partir

de diferentes estratégias que envolvem recursos pedagógicos e instrucionais

diversos. É importante retomar a compreensão do “erro”, que pode sugerir ao

professor a maneira como o estudante está pensando e construindo sua rede

284

de conceitos e significados, com isso o professor revê e articula o processo

ensino em busca de sua superação, corrigindo erros conceituais para a

necessária retomada do ensino dos conceitos ainda não apropriados,

diversificando-se recursos e estratégias para que ocorra a aprendizagem de

conceitos. Ao investigar se houve tal compreensão da aprendizagem

significativa, o professor utilizará instrumentos por meio de problematizações

envolvendo relações conceituais, interdisciplinares ou contextuais, ou mesmo a

partir da utilização de jogos educativos, entre outras possibilidades, como o uso

de recursos instrucionais que representem como o estudante tem solucionados

os problemas propostos e a transformação dos conhecimentos adquiridos.

A prova é um excelente instrumento de investigação do aprendizado do

estudante e de diagnóstico do conceito científico escolares ainda não

compreendidos por ele, além de indicar o quanto o nível de desenvolvimento

potencial tornou-se um nível real. Para isso, as questões da prova e atividades,

serão diversificadas, considerando outras relações além daquelas trabalhadas

em sala de aula. Tendo ainda como critérios de avaliação: as atividades

experimentais, a pesquisa, atividade em grupo, o lúdico, relatórios e recursos

instrucionais. Com isso, avaliar implica intervir no processo ensino-

aprendizagem do estudante, para que ele compreenda o real significado dos

conteúdos científicos escolares e do objeto de estudo de Ciências, visando uma

aprendizagem realmente significativa para sua vida.

A avaliação não será apenas por meio de provas, ser[á usado

instrumentos que possibilitem várias formas de expressão dos alunos, como:

leitura e interpretação de textos, produção de textos, leitura e interpretação da

Tabela Periódica, pesquisas bibliográficas, relatórios de aulas em laboratório,

apresentação de seminários, entre outras. Esses instrumentos devem ser

selecionados de acordo com cada conteúdo e objetivo de ensino.

Avaliação têm como finalidade, não separar teoria e prática, antes, será

considerada as estratégias empregadas pelos alunos na articulação e análise

dos experimentos com os conceitos químicos.

Para tanto, faz-se necessário estabelecer formas de avaliação

que se processe de forma contínua, sistemática e formativa: será constante e

planejada, fornecendo feedback ao professor e permitindo a recuperação do

aluno, com atividades variadas ( vídeos, relatórios, pesquisas, trabalhos

285

coletivos e individual ); funcional, porque verifica se os objetivos previstos estão

sendo atingidos; orientadora, pois permite ao aluno conhecer suas dificuldades

e corrigi-las o quanto antes, e integral, pois considera o aluno como um todo.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência da Educação. Departamento de Educação Básica. Diretrizes Curriculares de Química. Curitiba, 2009.

PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência da Educação. Livro Didático Público. Química. 2 ed. Curitiba: SEED – PR, 2008.

SARDELLA, A. ; FALCONE, M. Química: série Brasil. São Paulo: ÁTICA, 2004.

SARDELLA, A, ; MATEUS, E. Dicionário Escolar de Química. 3.ed. São Paulo: ÁTICA, 1992.

SARDELLA, ANTONIO. Novo Ensino Médio. 5.ed. São Paulo: ÁTICA, 2000.

RUSSEL, J.B. Química Geral. São Paulo: McGraw-hill, 1981.

HALL, NINA. Neoquímica. A química moderna e suas aplicações. Porto Alegre: Bookman, 2004.

VANIN, J.A. Alquimistas e químicos: o passado, o presente e o futuro. São Paulo: MODERNA, 2002.

USBERCO, J. ; SALVADOR, E. Química: Volume Único. 1.ed. São Paulo: SARAIVA, 1997.

LEI 10 639, de 09 de janeiro de 2003.

SANTOS, W. L. P. MÓL, G.L.; Química e Sociedade: cálculos, soluções e estéticas. São Paulo: Nova Geração, 2004

286

PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR

DE SOCIOLOGIA

APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA As inquietações que mobilizaram os primeiros sociólogos no final do

século XIX, após a Revolução Industrial, em muitos aspectos se aproximam

das preocupações de nossos colegas contemporâneos. No entanto, há que se

compreender as modificações verificadas nas relações sociais, decorrentes das

mudanças estruturais impostas pela formação de um novo modo de produção

econômica.

Embora consolidado, o sistema capitalista não cessa sua dinâmica e

assume inéditas formas de produção, distribuição e opressão, nunca

imaginadas pelos precursores do estudo da sociedade, o que implica novas

formas de olhar, compreender e atuar socialmente.

São representantes desse pensamento Augusto Comte(1798-1857), o

primeiro a usar o termo Sociologia, relacionando-o com a ciência da sociedade

e Èmile Durkheim (1858-1917), que adotou conceitos elaborados por Comte,

especialmente o de ordem social, para delinear uma das correntes

representativas do pensamento sociológico.

Um dos mecanismos responsáveis por essa tarefa seria a educação,

capaz de adequar devidamente à nova sociedade. Tais pensadores a

analisaram sob um determinado ponto de vista e preconizaram a manutenção

do status quo, da ordem vigente e, de alguma forma pelo elogio à sociedade

capitalista.

Apesar de sua origem conservadora e de sua proposta inicial

conformista, a Sociologia desenvolveu também um olhar crítico e questionador

sobre a sociedade. O pensador alemão Karl Marx (1818-1883) trouxe

importantes contribuições ao pensamento sociológico porque desnudou de

exploração que se estabeleceram a partir do momento em que uma

determinada classe social aprimorou-se dos meios de produção e passou a

deter e conduzir os mecanismos (as ações) da sociedade

Para Marx a única possibilidade de superar a desigualdade e a

287

opressão

está na construção de uma nova sociedade, que pressuponha a inexistência

de classes sociais e, portanto, de dominação de uma minoria sobre a maioria.

Outra importante contribuição ao pensamento sociológico crítico e

revolucionário pode ser encontrada nos escritos do italiano Antônio

Gramsci(1891-1937), cujas análises foram incorporadas principalmente às

pesquisas sociológicas e educacionais. Criados por Gramsci, os conceitos de

hegemonia, intelectual orgânico e escola única auxiliam no processo de

repensar as estruturas educacionais. No Brasil, tanto as ideias conformistas

quanto as revolucionárias exerceram forte influência na formação do

pensamento sociológico brasileiro.

ORGANIZAÇÃO DOS CONTEÚDOS

Conteúdos da 1ª séries e do ensino médio. Conteúdo Estruturante: O Surgimento da Sociologia e Teorias Sociológicas O surgimento da Sociologia

As teorias sociológicas na compreensão do presente

A produção sociológica brasileira

Conteúdo Estruturante: O Processo de Socialização e as Instituições Sociais A Instituição Escolar A Instituição Religiosa A Instituição Familiar Conteúdos da 2ª séries e do ensino médio. Conteúdo Estruturante: Cultura e Indústria Cultural

288

Diversidade Cultural Brasileira

Cultura: criação ou apropriação?

Conteúdo Estruturante: Trabalho, Produção e Classes Sociais

O processo de trabalho e a desigualdade social

Globalização

Conteúdos da 3ª séries e do ensino médio. Conteúdo Estruturante: Poder, Política e Ideologia Ideologia

Formação do Estado Moderno

Conteúdo Estruturante: Direito, Cidadania e Movimentos Sociais

Movimentos Sociais

Movimentos Agrários no Brasil

Movimento Estudantil

METODOLOGIA DA DISCIPLINA

Para o ensino da Sociologia no Ensino Médio, propõe-se que sejam

redimensionados aspectos da realidade por meio de uma análise didática e

crítica dos problemas sociais, visto que da sociedade e do conhecimento

científico que os acompanha é provisória, e, portanto, não constitutiva de uma

dimensão de totalidade.

O professor de sociologia deve estar atento a Lei 11645/08, a qual torna

obrigatório abordar temas que envolvam a temática de história e cultura Afra

brasileira e Africana, o abordará nas diferentes séries, através de textos,

debates, exposições de trabalhos, painéis, imagens, pesquisas na internet

entre outros, que tragam conhecimentos sobre: a população

brasileira/miscigenação dos povos, a distribuição espacial da população afro-

descendente no Brasil e no mundo, a contribuição do negro na construção da

289

nação brasileira, o movimento do povo africano no tempo e no espaço,

questões relativas ao trabalho e renda, discussões de práticas de segregação

racial, entre outros.

No ensino de Sociologia, é fundamental a adoção de múltiplos

instrumentos metodológicos, os quais devem adequar-se aos objetivos

pretendidos, seja a exposição, a leitura e esclarecimento do significado dos

conceitos e da lógica dos textos (teóricos, temáticos, literários), a análise, a

discussão, a pesquisa de campo e bibliográfica,recursos metodológicos

como:recortes de filmes, leitura e análise de imagens,slides,tv pendrive).

Assim como os conteúdos estruturantes e os conhecimentos específicos

deles derivados, os encaminhamentos metodológicos e o processo de

avaliação ensino-aprendizagem também devem estar relacionados à própria

história da Sociologia crítica caracterizada, portanto, por teóricas e práticas

favorecedoras do desenvolvimento de um pensamento criativo e instigante.

O conhecimento sociológico deve ir além da definição, classificação,

descrição e estabelecimento de correlações dos fenômenos da realidade

social. È tarefa primordial do conhecimento sociológico explicitar e explicar

problemáticas sociais concretas e contextualizadas, de modo a desconstruir

pré noções e preconceitos que quase sempre dificultam o desenvolvimento da

autonomia intelectual e de ações políticas direcionadas à transformação social.

Aprender a pensar sobre a sociedade em que vivemos e,

consequentemente, a agir nas diversas instâncias sociais, implica antes de

tudo uma atitude ativa e participativa. Como parte da política de revalorização

do campo, a educação também é entendida no âmbito governamental como

uma ação estratégica para a emancipação e cidadania de todos os sujeitos que

vivem no campo, e pode por meio dela, colaborar com a formação das

crianças, jovens e adultos para o desenvolvimento sustentável regional e

nacional. De acordo com esse pensamento e, após recebermos diferentes

movimentos sociais que se preocupam com a Educação do Campo, em 2003,

o Ministério da Educação institui um Grupo Permanente de Trabalho para tratar

da questão da educação do campo, cuja missão é reunir os movimentos

sociais e as instâncias oficiais com o objetivo de discutir e definir as políticas

que efetivamente atendam às necessidades educacionais e sejam um

290

instrumento para o desenvolvimento sustentável do Brasil do campo.

O ensino da Sociologia pressupõe metodologias que coloquem o aluno como

sujeito de seu aprendizado, não importa que o encaminhamento seja a leitura,

o debate, a pesquisa de campo ou a análise de filmes, mas importa que o

aluno seja constantemente provocado a relacionar a teoria com o vivido, a

rever conhecimentos e a reconstruir coletivamente novos saberes.

PROPOSTA DE AVALIAÇÃO

A avaliação será diagnóstica e somativa e contínua através da

observação direta e indireta, das atividades previstas e efetuadas, tais como:

participação, realização de trabalhos e as avaliações, atividades extra- classe,

trabalhos em grupos e individuais.

As formas de avaliação em sociologia acompanham as práticas de

ensino e de aprendizagem da disciplina, seja a reflexão crítica nos debates,

que acompanham textos ou filmes, participações de pesquisa no campo, e

produções de textos que demonstrem capacidade de articulação entre teoria e

prática.

Sendo uma avaliação diagnóstica e continuada, devemos contemplar

diversos instrumentos avaliativos, tais como: leitura de textos; interpretação e

produção de textos filosóficos, fotos, imagens; pesquisas bibliográficas,

relatórios de aulas expositivas; apresentação e discussão de temas em

seminários; leitura e interpretação de diferentes movimentos sociais.

Através dos instrumentos acima, espera- se que o aluno adquira um

pensamento crítico e assimile as relações Homem- conceito – Sociedade, para

que compreenda as diversas relações entre a razão e natureza, buscando

desenvolver conceitos próprios avaliando o pensamento abstrato, racional,

reflexivo, autônomo, pautado na argumentação e conceituação de ideias.

Atividade de leitura: permitir ao aluno compreender as ideias presentes no

texto, expressar e sistematizar os conhecimentos de forma adequada, inter-

relacionando os conteúdos e fazendo a sua contextualização.

291

Projeto de pesquisa bibliográfica: levar o aluno a ampliação e sistematização

dos conhecimentos, também a contextualizar, problematizar e delimitar o foco

da pesquisa.

Produção de texto: levar o aluno a expressar suas ideias através de diferentes

produções, elaborarem argumentos coerentes e consistentes, estabelecer

relações das partes com o todo.

Apresentação Oral: Permitir ao aluno expressar o conhecimento sobre o

conteúdo, apresentar seus argumentos, demonstrar sequência lógica e clareza

na apresentação.

Atividades experimentais: registrar hipóteses, verificar as transformações que

podem ocorrer, um exemplo, é a formação das cores secundárias e terciárias,

dessa maneira, o aluno poderá apropria-se com mais clareza do exposto pelo

professor.

Projeto de pesquisa de campo: registrar informações apresentadas,

organizar com clareza os dados coletados, apresenta compreensão a respeito

do conhecimento construído.

Seminário: demonstrar consistência nos argumentos, tanto na apresentação

quanto nas réplicas, apresenta compreensão do conteúdo abordado, faz

adequação da linguagem, traz relatos para enriquecer a apresentação, toma

como relevantes as intervenções dos integrantes do grupo que assiste à

apresentação.

Questões Discursivas: Compreender o enunciado da questão, planejar a

solução de forma adequada, comunicar-se por escrito com clareza,

sistematizar mos conteúdos de forma adequada.

Questões Objetivas: realizar a leitura compreensiva do enunciado, demonstrar

a apropriação de alguns aspectos definidos no conteúdo utilizando os

conhecimentos adquiridos.

Enfim, propõe-se uma avaliação que formem sujeitos que construam

sentidos para o mundo, que, compreendam criticamente o contexto social e

histórico de que são frutos e que, pelo acesso ao conhecimento, sejam

capazes de uma inserção cidadã e transformadora da sociedade.

292

REFERÊNCIAS: BOTTOMORE, Tom (Ed.). Dicionário do pensamento marxista. Rio de Janeiro:

Jorge

Zahar Editor, 1988.

BOUDON, Raymond. O lugar da desordem. Lisboa: Gradiva, 1990.

BOURDIEU, Pierre. O Camponês e seu corpo. In: Revista de Sociologia e

Política.

Curitiba, 26 p. 83-92. jun.2006

BOURDIEU, Pierre. O poder simbólico. Lisboa: DIFEL; Rio de Janeiro: Editora

Bertrand Brasil, 1989.

COMTE, Auguste. Curso de Filosofia Positiva. In: Os Pensadores. v. XXXIII,

São

Paulo: Editor Victor Civita, 1973.

COSTA PINTO, Luiz. Sociologia e desenvolvimento. Rio de Janeiro: Editora

Civilização

Brasileira, 1965.

DEMO, Pedro. Metodologia científica em Ciências Sociais. 2.ed. São Paulo:

Atlas,

1989.

PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência da Educação.

Departamento de Educação Básica. Diretrizes Curriculares da Educação

Básica. Sociologia. Curitiba, 2010.

PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência da Educação.

Livro Didático Público. Sociologia. 2ª Ed. Curitiba: SEED – PR, 2009.

PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DE LINGUA ESTRANGEIRA MODERNA – CELEM

APRESENTAÇÃO GERAL DA DISCIPLINA

293

Retomando momentos históricos significativos quando se analisa a

trajetória do ensino de LE no Brasil, percebe-se que, a escola pública foi

marcada pela seletividade, tendências e interesses. Então, diante da realidade

brasileira, o acesso a uma língua estrangeira consolidou-se historicamente

como privilegio de poucos. Atualmente, o interesse da escola pública vem

demonstrando mudanças e propostas para que o ensino de LE possa ter um

papel democratizaste das oportunidades e um instrumento de educação que

auxilie ao aluno como sujeito e construa seu processo de aprendizagem. Ao

contrário de épocas passadas, o ensino de LE se alicerça em dar suporte aos

educandos sobre língua e cultura da disciplina afim. A Língua estrangeira

Moderna norteia-se no principio de que o desenvolvimento do educando deve

incorrer por meio da leitura, oralidade e escrita. O que se busca hoje é o ensino

de LEM direcionado à construção do conhecimento à formação cidadã e, que

a língua aprendida seja caminho para o reconhecimento e compreensão das

diversidades linguística e culturais já existente e crie novas maneiras de

construir sentidos do e no mundo Então a leitura, a oralidade e a escrita se

configuram em discurso como pratica social e, portanto, instrumento de

comunicação.

Em consonância com a LDB as Diretrizes Curriculares para Língua

Estrangeira Moderna do Estado do Paraná, (2008:15), propõe ¨que a aula de

Língua Estrangeira Moderna constitua um espaço para que o aluno reconheça

e compreenda a diversidade linguística e cultual, de modo que se envolva

discursivamente e perceba possibilidades de construção de significados em

relação ao mundo em que se vive.¨

Sabe-se que toda língua é constituída a partir da história e dos valores

culturais de um povo. Sendo assim, partimos do pressuposto que a Língua

Estrangeira é “[...] um princípio social e dinâmico que não se limita a uma visão

sistêmica e estrutural do código linguístico” (DCE, 2008). Nesse sentido, a sala

de aula se configura num espaço discursivo em que professores e educandos

se constituem socialmente.

294

O ensino da Língua Estrangeira Moderna (LEM), nesse caso, a Língua

Espanhola, tem por objetivo expandir as formas de conhecimento, logo pode

ser propiciadora da construção das identidades dos sujeitos (educandos) ao

oportunizar o desenvolvimento da consciência sobre o papel exercido pela

língua estrangeira na sociedade brasileira e no panorama internacional,

favorecendo ligações entre a comunidade local e a de fronteira latino-

americana.

O Colégio Estadual de Ourilândia – Ensino Fundamental e Médio insere-

se em um contexto social de uma comunidade que trabalham, em sua grande

maioria, na agricultura de subsistência, sendo esta a base das atividades do

distrito. A população é constituída basicamente por trabalhadores volantes

(boias frias), cortadores de cana de açúcar, pequemos proprietários e alguns

comerciantes. O quadro que se apresenta, notamos que uma grande parcela

de nossos educandos sente necessidade de muito estímulo para construir suas

expectativas em relação ao futuro de si e de suas famílias bem como em

integrar-se ao mundo globalizado dos dias atuais.

Na tentativa de incentivar e contribuir positivamente nesta e em outras

construções que se fazem necessário à formação integral de todo cidadão, o

Colégio de Ourilândia está procurando desenvolver políticas educacionais

voltadas e vinculadas ao reconhecimento e envolvimento da comunidade local;

de maneira tal que todos os membros envolvidos no processo educativo sintam

a responsabilidade de cooperação para que haja efetivamente aprendizagem

significativa e de qualidade para os membros da comunidade, sejam pais,

alunos, professores e outros que desejam dar sua contribuição na construção

de nossas atividades. Pois, consideramos aprendizagem todo e qualquer

elemento que venha favorecer o espírito de solidariedade e comunhão entre os

membros de uma comunidade na busca de melhores condições de vida para

os mesmos.

Dessa forma, a oferta do ensino da Língua Espanhola no CELEM atende

às expectativas e demandas sociais contemporâneas, propiciando a

aprendizagem dos conhecimentos historicamente produzidos às novas

gerações. Para tanto, o ensino partirá do trabalho com textos significativos,

295

orais ou escritos, oriundos de diferentes esferas sociais, bem como

pertencentes a diferentes gêneros discursivos.

Diante do exposto, a oferta da Língua Espanhola, em nosso

estabelecimento de ensino, propiciará aos educandos, profissionais da

educação e membros da comunidade a interação com a língua alvo,

envolvendo o conhecimento linguístico, discursivo, cultural e sócio pragmático,

o que resultará no desenvolvimento das capacidades de ação, discursiva,

linguístico discursiva (DOLZ E SCHNEUWLY, 1998) exigidas dos seus atores,

nas diferentes práticas sociais - entendidas aqui como formas de organização

de uma sociedade, das atividades e das ações realizadas pelos indivíduos em

grupos organizados, as quais diferem-se de época para época, de cultura para

cultura e de lugar para lugar.

2. CONTEÚDOS

Para o ensino e aprendizagem de Língua Estrangeira Moderna são

considerados os conhecimentos construídos ao longo da história. Nesse

sentido, as DCE (2008) definem o discurso como prática social como

conteúdo estruturante para a Língua Estrangeira Moderna, pois entende que a

língua é dinâmica e se efetiva nas práticas de leitura, oralidade e escrita.

No que tange aos conteúdos específicos, estes serão norteados por

gêneros de textos de diferentes esferas sociais, conforme segue:

1º ANO

COTIDIANA

Exposição Oral; Álbum de Família; Fotos; Cartão pessoal; Carta

Pessoal; Cartão Felicitações; Cartão Postal; Bilhetes; Convites;

Musicas/Cantigas (Folclore); Quadrinhas; Provérbios; Receitas;

Relatos de experiências vividas; Trava-línguas.

LITERÁRIA/ARTÍSTICA

Autobiografia; Biografias; Histórias em quadrinho; Lendas; Letras

de Músicas; Narrativas; Poemas.

ESCOLAR Exposição Oral; Cartazes; Diálogo/Discussão; Mapas; Resumo.

296

IMPRENSA Artigo de Opinião; Caricatura; Cartum; Charge; Classificados;

Entrevista (oral e escrita); Fotos; Horóscopo; Infográfico;

Manchete; Notícia; Reportagens; Sinopses de Filmes; Tiras.

PUBLICITÁRIA Anúncios; Cartazes; Comercial para TV; E-mail; Folder; Fotos;

Slogan; Músicas; Outdoor; Paródia; Placas; Publicidade

Comercial.

PRODUÇÃO E CONSUMO

Bulas; Regras de jogo; Placas; Rótulos/embalagens.

MIDIÁTICA Chat; Desenho Animado; E-mail; Entrevista; Filmes; Telejornal,

Telenovelas, Torpedos, Vídeo Clip.

2º ANO

COTIDIANA

Exposição oral; Cartão pessoal; Cartas (pessoal); Cartões

(sociais); Convites; Advinhas; Anedotas; Diário; Canções

(culturais); Curriculum Vitae.

LITERÁRIA/ARTÍSTICA

Biografias; Contos Fadas/ Contemporâneos; Histórias em

quadrinho; Lendas; Letras de Músicas; Narrativas (Aventura,

Ficção, etc.) Paródias; Poemas; Romances; Textos dramáticos.

ESCOLAR Diálogo/Discussão Argumentativa; Resenha; Exposição Oral;

Mapas; Resumo; Relatos; Texto Argumentativo; Texto de

Opinião; Verbetes de Enciclopédias.

IMPRENSA Artigo de Opinião; Caricatura; Cartazes; Carta ao Leitor; Carta do

Leitor; Cartum; Charge; Classificados; Crônica Jornalística;

Editorial; Entrevista (oral e escrita); Fotos; Horóscopo; Infográfico;

Manchete; Mapas; Notícia; Reportagens; Sinopses de Filmes;

Tiras.

PUBLICITÁRIA Anúncios; Caricatura; Comercial para TV; E-mail; Folder; Fotos;

Slogan; Músicas; Outdoor; Paródia; Placas; Publicidade

Comercial; Publicidade Institucional; Publicidade Oficial; Texto

297

Político.

PRODUÇÃO E CONSUMO

Bulas; Regras de Jogo; Placas; Rótulos/ Embalagens;

MIDIÁTICA Blog; Chat; Desenho Animado; E-mail; Entrevista, Filmes;

Fotoblog; Home Page; Reality Show;Talk Show; Telejornal;

Telenovelas; Torpedos; Vídeo Clip; Vídeo Conferência

Partindo, pois, dos gêneros, os conteúdos básicos serão desmembrados

de acordo com a prática discursiva priorizada em momentos específicos.

Assim, elencamos, a seguir, os que são considerados comuns aos dois anos

do CELEM e que serão trabalhados sempre a partir de um texto significativo,

atendendo as especificidades de cada texto/ano.

No que diz respeito aos gêneros textuais serão abordados os seguintes

aspectos:

Marcas do Gênero

- Conteúdo Temático

- Estilo

- Elementos Composicionais

Esfera social de circulação

Análise Linguística

Já no tocante às práticas discursivas que permeiam as práticas sociais

serão trabalhados na:

LEITURA tema do texto; interlocutor; finalidade; aceitabilidade do texto;

informatividade; léxico; repetição proposital de palavras;

semântica: operadores argumentativos; ambiguidade; sentido

conotativo e denotativo das palavras no texto; expressões que

denotam ironia e humor no texto; situacionalidade; informações

explícitas; discurso direto e indireto; intertextualidade; vozes

sociais presentes no texto; temporalidade; polissemia

marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes

298

gramaticais no texto, pontuação, recursos gráficos (como aspas,

travessão, negrito), figuras de linguagem.

ESCRITA tema do texto; interlocutor; finalidade do texto; informatividade;

intertextualidade; vozes sociais presentes no texto; semântica:

operadores argumentativos, ambigüidade, significado das

palavras, sentido conotativo e denotativo, expressões que

denotam ironia e humor no texto; temporalidade; discurso direto

e indireto; relação de causa e consequência entre as partes e

elementos do texto; polissemia; processo de formação de

palavras; marcas linguísticas: coesão, coerência, função das

classes gramaticais no texto, pontuação, recursos gráficos (como

aspas, travessão, negrito), figuras de linguagem; ortografia;

concordância verbal/nominal.

ORALIDADE Tema do texto; finalidade; papel do locutor e interlocutor;

elementos semânticos; adequação da fala ao contexto (uso de

conectivos, gírias, repetições, etc); diferenças e semelhanças

entre o discurso oral e o escrito; elementos extralinguísticos:

entonação, pausas, gestos...; adequação do discurso ao gênero;

turnos de fala; variações linguísticas; marcas linguísticas:

coesão, coerência, gírias, repetição, recursos semânticos.

ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO

Para a realização do trabalho norteado pelo discurso e em atendimento

ao que propõem as DCE (2008, p.63) ao apontar que, o trabalho com a Língua Estrangeira em sala parte do entendimento do papel das línguas nas sociedades como mais que meros instrumentos de acesso à informação: as línguas estrangeiras são possibilidades de conhecer, expressar e transformar modos de entender o mundo e de construir significados,

far-se-á um estudo que considere a funcionalidade da língua alvo, propiciando

que o estudante vivencie situações concretas de uso dessa língua.

299

Para tanto, elaborar-se-á atividades que envolvam os gêneros

delimitados nos conteúdos básicos, suas características linguísticas, a função

social de cada texto – conteúdo, estilo, elementos composicionais, bem como a

problemática dos elementos da situação de comunicação que condicionam o

funcionamento de todo ato de linguagem (quem fala, sobre o que fala, com

quem fala, com qual finalidade, qual o suporte), perpassando pelas questões

linguísticas, sócio pragmáticas, culturais e discursivas.

Nesse sentido, uma possibilidade para a efetivação do trabalho com

gêneros de texto é apontada por Petreche (2008), quando esta, fundamentada

em Dolz e Schneuwly (2004), menciona que o trabalho com os gêneros,

desenvolvido por meio das sequências didáticas pode contribuir para o

desenvolvimento crítico do aluno, pois esse tipo de material didático tanto

melhora a apropriação das características típicas dos gêneros, quanto

desenvolve as capacidades de linguagem – ação, discursiva e linguístico

discursiva.

Dessa forma, as aulas poderão ser organizadas conforme a proposta

dos autores Dolz, Noverraz &Schnewly (2004):

De acordo com Nascimento (2008, pp. 70-71), na apresentação da situação o aluno, primeiramente, entrará em contato com o projeto coletivo de

produção de gênero em foco, a quem se dirige a produção, qual o suporte

material da produção, as razões e o objetivo. Em seguida, acontecerá a

sensibilização, por meio de leitura ou audição, ao gênero textual na forma

como este circula na sociedade. Por último, haverá sensibilização para o que é

dizível no gênero em questão.

Na produção inicial, o professor vai avaliar as capacidades de

produção que o aluno já domina, para, a partir daí, definir os pontos em que

precisará intervir. É nessa etapa que o professor determina o percurso que o

aluno percorrerá.

PRODUÇÃO

FINAL

Apresentação

da situação

PRODUÇÃO INICIAL

Módulo

1

Módulo

2

Módulo

3

300

Os módulos (ou oficinas) são compostos por diversas atividades

compreendidas em cinco campos: motivacionais, enunciativos, procedimentais,

textuais, linguísticos e as que estão relacionadas à apropriação do sistema de

escrita, desmembradas da seguinte forma:

Atividades de leitura nos níveis de compreensão, inferência e

interpretação;

Atividades para a construção de significados: estratégias de seleção,

de antecipação, de verificação;

Atividades de leitura compartilhadas e individuais;

Atividades de observação da gestão monológica do texto: locutor e

leitor ausentes nos textos produzidos pelos alunos;

Planejamento, leitura e revisão do texto produzido pelos alunos;

Atividades que propiciem o estudo do tipo textual predominante:

sequencia narrativa, argumentativa, injuntiva, descritiva, dialogal;

Atividades que abordem os mecanismos de coesão por conexão, por

coesão nominal e verbal, bem como tratem de unidades gramaticais,

lexicais e sintáticas;

Atividades envolvendo a pontuação e paragrafação;

Atividades de escrita com delimitação do gênero, da finalidade, do

objetivo da produção e para quem se escreve. Nesse sentido, caberá

ao professor “oferecer ao aluno elementos discursivos, linguísticos,

sociopragmáticos e culturais para que ele melhore sua produção”

(DCE, 2008, p. 67).

Atividades relacionadas às dificuldades de escrita diagnosticadas;

Atividades orais, as quais terão “como objetivo expor os alunos a textos

orais, pertencentes aos diferentes discursos” e que essa exposição

implica no uso e “adequação da variedade linguística para as

diferentes situações [...] de forma que o aluno se familiariza com os

sons específicos da língua que está aprendendo” (DCE, 2008, p. 66).

Na produção final, o aluno faz uso das noções e instrumentos

elaborados separadamente nas oficinas para produzir o texto.

Para que o aluno alcance os objetivos almejados, propõem-se

estratégias de ensino que visem multiplicar as oportunidades de construção de

301

conhecimentos e capacidades por meio dos seguintes instrumentos: livros

didáticos, dicionários, livros paradidáticos, vídeos, DVD, CD-ROM, Internet, TV

multimídia, dentre outros que se fizerem necessários.

1. CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO

As avaliações ocorrerão nas modalidades; formal, contínua, diagnóstica,

formativa e somativa, em que os aspectos qualitativos prevaleçam sobre os

quantitativos.

Ao se adotar a perspectiva do trabalho com as sequencias didáticas, o

processo avaliativo será norteado, principalmente, pela avaliação formativa, a

qual se fundamenta nos processos de aprendizagem, em seus aspectos

cognitivos, afetivos e relacionais; partindo de aprendizagens significativas e

funcionais que se aplicam em diversos contextos e se atualizam o quanto for

preciso para que se continue a aprender.

Sob esse enfoque, adota-se como princípio fundamental que deve-se avaliar o

que se ensina, encadeando a avaliação no processo de ensino-aprendizagem,

ou seja, parte-se da avaliação inicial (produção inicial) até que se chegue à

avaliação final (produção final).

Ao longo do desenvolvimento das sequências as avaliações serão constantes e

deverão abranger:

a aprendizagem escrita (produção: de texto de gêneros variados,

respostas discursivas, relatórios)

a aprendizagem oral (apresentação oral, seminário, debate)

a aprendizagem de leitura (atividade de leitura compreensiva de

textos, questões discursivas e questões objetivas)

atividades extraclasse que serão solicitadas como complementação

dos estudos de sala de aula e de acordo com o Plano de Trabalho

Docente.

Sob esse pressuposto, a avaliação, com critérios previamente estabelecidos,

servirá para que o professor repense sua metodologia e planeje suas aulas de

acordo com as necessidades de seus alunos. Será por meio dela que o

professor perceberá quais são os conhecimentos que ainda não foram

302

suficientemente trabalhados e que precisam ser abordados mais

exaustivamente para garantir a efetiva interação do aluno com os discursos

em/na Língua Espanhola.

A nota bimestral será a somatória dos valores atribuídos em cada

instrumento avaliativo e atenderá ao que consta na Proposta Pedagógica

Curricular, bem como na Instrução Normativa nº 019/2008 de 31 de outubro de

2008, conforme segue:

A avaliação da aprendizagem terá os registros de notas expressos em

uma escala de 0,0 (zero vírgula zero) a 10,0 (dez vírgula zero).

Na promoção e certificação de conclusão a média final mínima exigida é

de 6,0 (seis vírgula zero), conforme o disposto na Resolução 3794/2004.

Serão considerados aprovados, os alunos que apresentarem frequência

mínima de 75% do total de horas letivas.

A recuperação para o aluno que não atingir resultado satisfatório se dará

de forma permanente e concomitante ao processo ensino e aprendizagem.

A expressão dos resultados da avaliação será feita conforme o previsto no

Regimento Escolar deste estabelecimento, referente ao sistema de

avaliação.

– REFERÊNCIAS BRONCKART, Jean-Paul. Atividade de linguagem, textos e discursos. Por um interacionismo sócio-discursivo. Trad. Anna Rachel Machado e Péricles

Cunha. 2ª ed. São Paulo: EDUC, 2007.

PETRECHE, Célia Regina Capelllini. A Seqüência Didática nas Aulas de

Língua Inglesa do Ensino Médio e o Desenvolvimento de Capacidades de

Linguagem. In: Estudos da Linguagem à luz do Interacionismo Sociodiscursivo. Londrina: UEL, 2008. p. 249 -258.

DOLZ, Joaquim, NOVERRAZ, Michèle & SCHNEWLY, Bernard. “Sequências

Didáticas para o oral e a escrita: apresentação de um procedimento”. In:

Gêneros orais e escritos na escola. Campinas: Mercado de Letras, 2004.

303

NASCIMENTO, Elvira Lopes. Gênero da Atividade, Gêneros Textuais: Repensando a Interação em Sala de Aula. In: Gêneros Textuais da didática

das línguas aos objetos de ensino. São Carlos: Claraluz, 2009. p. 51-90.

PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação – Seed. Superintendência da

Educação. Departamento de Educação Básica. Diretrizes Curriculares da Educação Básica. Língua Estrangeira Moderna. Curitiba, 2008.

PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação – Seed. Superintendência da

Educação. Departamento de Educação Básica. Instrução Normativa nº 019/2008. Centro de Línguas Estrangeiras Modernas (CELEM). Curitiba, 2008.

22p. Disponível em

<http://www.diaadia.pr.gov.br/sued/arquivos/File/Instrucao_2008/Instrucao_019

_CELEM.pdf> Acesso em 24 de jan. 2009.

PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação – Seed. Superintendência da

Educação. Departamento de Educação Básica. Resolução nº 3904/2008.

Centro de Línguas Estrangeiras (CELEM). Curitiba, 2008. 01 p.

OURILÂNDIA. Colégio Estadual de. Projeto Político Pedagógico. Ourilândia-

Barbosa Ferraz- 2007

SEED PARANÁ, Diretrizes Curriculares da Rede Pública de Educação Básica do Estado do Paraná. Curitiba – PR, 2006.

7.3 MATRIZ CURRICULAR

MATRIZ CURRICULAR 5ª A 8ª SÉRIE- TARDE

GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ

SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO NÚCLEO REGIONAL DE EDUCAÇÃO DE CAMPO MOURÃO

COLÉGIO ESTADUAL DE OURILÂNDIA – EFM

MATRIZ CURRICULAR

2. MATRIZ CURRICULAR – ENSINO FUNDAMENTAL DE 5ª A 8ª SÉRIE

304

NRE: CAMPO MOURÃO MUNICÍPIO: BARBOSA FERRAZ

ESTABELECIMENTO: COLÉGIO ESTADUAL DE OURILÂNDIA – EFM

ENTIDADE MANTENEDORA: GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ

CURSO: 4000 - ENSINO FUNDAMENTAL 5/8 SÉRIE TURNO: TARDE

ANO DE IMPLANTAÇÃO: 2010 – SIMULTÂNEA MÓDULO: 40 SEMANAS 5ª 6ª 7ª 8ª

ARTES 2 2 2 2 CIÊNCIAS 3 3 3 4

3. BASE EDUCAÇÃO FÍSICA 3 3 3 3 ENSINO RELIGIOSO * 1 1 - -

4. NACIONAL GEOGRAFIA 3 3 3 3 HISTÓRIA 3 3 4 3

5. COMUM LÍNGUA PORTUGUESA 4 4 4 4 MATEMÁTICA 4 4 4 4 SUB-TOTAL 22 22 23 23

PARTE DIVERSIFICADA L.E.M. – INGLÊS ** 2 2 2 2 SUB-TOTAL 2 2 2 2 TOTAL GERAL 24 24 25 25

NOTA: MATRIZ CURRICULAR DE ACORDO COM A LDB N. 9394/96. * NÃO COMPUTADO NA CARGA HORÁRIA DA MATRIZ POR SER FACULTATIVA PARA O ALUNO ** O IDIOMA SERA DEFINIDO PELO ESTABELECIMENTO DE ENSINO.

MATRIZ CURRICULAR 5ª A 8ª SÉRIE- NOITE

GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO

NÚCLEO REGIONAL DE EDUCAÇÃO DE CAMPO MOURÃO COLÉGIO ESTADUAL DE OURILÂNDIA – EFM

MATRIZ CURRICULAR

1. MATRIZ CURRICULAR - ENSINO FUNDAMENTAL DE 5ª A 8ª SÉRIE

NRE: CAMPO MOURÃO MUNICÍPIO: BARBOSA FERRAZ

ESTABELECIMENTO: COLÉGIO ESTADUAL DE OURILÂNDIA – EFM

305

ENTIDADE MANTENEDORA: GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ

CURSO: 4000 - ENSINO FUNDAMENTAL 5/8 SÉRIE TURNO: NOITE

ANO DE IMPLANTAÇÃO: 2010 - SIMULTÂNEA MÓDULO: 40 SEMANAS 5ª 6ª 7ª 8ª

ARTES 2 2 2 2 CIÊNCIAS 3 3 3 4

6. BASE EDUCAÇÃO FÍSICA 3 3 3 3 ENSINO RELIGIOSO * 1 1 - -

7. NACIONAL GEOGRAFIA 3 4 3 3 HISTÓRIA 4 3 4 3

8. COMUM LÍNGUA PORTUGUESA 4 4 4 4 MATEMÁTICA 4 4 4 4 SUB-TOTAL 23 23 23 23

PARTE DIVERSIFICADA L.E.M. – INGLÊS ** 2 2 2 2

SUB-TOTAL 2 2 2 2 TOTAL GERAL 25 25 25 25

NOTA: MATRIZ CURRICULAR DE ACORDO COM A LDB N. 9394/96. * NÃO COMPUTADO NA CARGA HORÁRIA DA MATRIZ POR SER FACULTATIVA PARA O ALUNO ** O IDIOMA SERA DEFINIDO PELO ESTABELECIMENTO DE ENSINO.

MATRIZ CURRICULAR ENSINO MÉDIO – TARDE

GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO NÚCLEO REGIONAL DE EDUCAÇÃO DE CAMPO MOURÃO

COLÉGIO ESTADUAL DE OURILÂNDIA – EFM

MATRIZ CURRICULAR

1. MATRIZ CURRICULAR – ENSINO MÉDIO

NRE: CAMPO MOURÃO MUNICÍPIO: BARBOSA FERRAZ

ESTABELECIMENTO: COLÉGIO ESTADUAL DE OURILÂNDIA – EFM

306

ENTIDADE MANTENEDORA: GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ

CURSO: 0009 - ENSINO MÉDIO TURNO: TARDE

ANO DE IMPLANTAÇÃO: 2010 - SIMULTÂNEA MÓDULO: 40 SEMANAS 1ª 2ª 3ª

ARTE 2 - - BIOLOGIA 2 2 2

BASE EDUCAÇÃO FÍSICA 2 2 2 FILOSOFIA - 2 2

FÍSICA 2 2 2 NACIONAL GEOGRAFIA 2 3 3

HISTÓRIA 2 2 2 COMUM LÍNGUA PORTUGUESA 4 3 4

MATEMÁTICA 3 3 4 QUÍMICA 2 2 2 SOCIOLOGIA 2 2 -

SUB-TOTAL 23 23 23 L.E.M. – INGLÊS * 2 2 2

SUB-TOTAL 2 2 2

TOTAL GERAL 25 25 25

NOTA: MATRIZ CURRICULAR DE ACORDO COM A LDB N. 9394/96 * O IDIOMA SERÁ DEFINIDO PELO ESTABELECIMENTO DE ENSINO.

MATRIZ CURRICULAR ENSINO MÉDIO- NOITE

GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

NÚCLEO REGIONAL DE EDUCAÇÃO DE CAMPO MOURÃO COLÉGIO ESTADUAL DE OURILÂNDIA – EFM

MATRIZ CURRICULAR

2. MATRIZ CURRICULAR – ENSINO MÉDIO

NRE: CAMPO MOURÃO MUNICÍPIO: BARBOSA FERRAZ

ESTABELECIMENTO: COLÉGIO ESTADUAL DE OURILÂNDIA – EFM

307

ENTIDADE MANTENEDORA: GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ

9. CURSO: 0009 - ENSINO MÉDIO TURNO: NOITE

ANO DE IMPLANTAÇÃO: 2010 - SIMULTÂNEA MÓDULO: 40 SEMANAS 1ª 2ª 3ª

ARTE 2 - - BIOLOGIA 2 2 2

10. BASE EDUCAÇÃO FÍSICA 2 2 2 11. FILOSOFIA - 2 2

FÍSICA 2 2 2 NACIONAL GEOGRAFIA 2 3 3 HISTÓRIA 2 2 2 COMUM LÍNGUA PORTUGUESA 4 3 4

MATEMÁTICA 3 3 4 SOCIOLOGIA 2 2 2 QUÍMICA 2 2 -

SUB-TOTAL 23 23 23 PARTE DIVERSIFICADA L.E.M. – INGLÊS * 2 2 2

SUB-TOTAL 2 2 2 TOTAL GERAL 25 25 25

NOTA: MATRIZ CURRICULAR DE ACORDO COM A LDB N. 9394/96 * O IDIOMA SERÁ DEFINIDO PELO ESTABELECIMENTO DE ENSINO.

8.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABRAMOVAY ( ORG.) Escolas inovadoras: experiências bem sucedidas

em escolas públicas (versão resumida). Brasília: UNESCO, Ministério da

Educação 2004.

ALVES, NILDA org. formação de professores: pensar e fazer. 3ª ed. São

Paulo: Cortez, 1995.

APRENDE BRASIL REVISTA PEDAGÓGICA. Ed. Positivo: ano 2, nº 3 –

fev.2005.

ARCO-VERDE, Ivelise Freitas de Souza: Reformulação Curricular no

Paraná – um trabalho coletivo in Primeiras Reflexões para a

308

Reformulação Curricular da Educação Básica no Estado do Paraná.

SEED/CETEPAR: 2004.

BARRA, Vilma Maria Marcassa; FERREIRA, Ana Maria Dias. Construindo

a agenda 21 escolar: educação Socioambiental. Curitiba Pr:

SEED/SANEPAR, 2004.

BENCINI, Roberta. A escola rural; orgulho de estudar no campo in Nova

Escola. São Paulo: Abril S.A Set/2005.

BOCK, Ana M. in Apontamentos Interfaces- vol.01- julho/dez-1997. PUC-

SP

BOFF, L. A águia e a galinha: uma metáfora da condição humana. Rio de

J: Vozes, 1997.

BRITO Maria da Consolação dos Santos. “Currículo Inclusão” uma

necessidade inédita in Revista Gestão em Rede / CONSED. Curitiba, PR

:Reproset :março 2005.

BUFFA Éster e outros. Educação e cidadania: quem educa o cidadão?5ª

ed. São Paulo; Cortez, 1995.

CANDAU, Vera Maria. Reinventar a Escola. Petrópolis, RJ: Vozes, 2000.

CARDOSO, Jarbas José. A gestão democrática da escola in Espaços da

Escola: UNIJUÍ: JAN/ MAR 1996.

CEDAC – Centro de educação e documentação para ação comunitária.

Livro do Diretor: escola, espaço e pessoas. São Paulo:

CEDAC/MEC/UNESCO, 2002.

CHAVES, Eduardo in apontamentos. Mindware ED: março, 2005

COLL, César e outros. O construtivismo na sala de aula.São Paulo: Ática,

1997.

CORDIOLLI, Marcos: Diversidade e pertinência na construção curricular in

Primeiras Reflexões para a Reformulação Curricular da Educação

Básica no Estado do Paraná.SEED/CETEPAR: 2004.

DEMO, Pedro. Avaliação qualitativa 5ª ed.Campinas, SP: Autores

Associados, 1995.

309

DIAS, GILMAR. Apontamentos, Universidade Tuiuti/PR, 2005

FLEURI, R.M. Multiculturalismo e interculturalismo nos processos

educacionais.in CANDAU V.M (org.) Ensinar e aprender: Sujeitos,

saberes e pesquisa. Rio de janeiro: DP&A,2000.

FREIRE, P. Pedagogia da autonomia . Saberes necessários à pratica

educativa. São Paulo : paz e Terra: 1996.

FREIRE,P. Autonomia escolar e reorientação curricular in FREIRE, P. a

educação na cidade. São Paulo: Cortez,1995.

GADOTTI, M. Boniteza de um sonho: ensinar e aprender com sentido.

Novo Hamburgo: FEEVALE, 2003.

GADOTTI, Moacir aput DEMO,Pedro. Avaliação Qualitativa 5

ed.Campinas: Autores Associados, 1996.

GIROUX, Henry A. Pedagogia crítica: esperança sem ilusões. In Pátio

Revista Pedagógica . Porto Alegre, RS : ARTMED: Fev./Aril 2003.

HERNÁNDEZ , Fernando. O projeto Político Pedagógico vinculado à

melhoria das escolas. In Pátio Revista Pedagógica . Porto Alegre, RS :

ARTMED: Fev./abril 2003.

LIBÂNEO, José Carlos. Democratização da escola pública.: a pedagogia

critico social dos conteúdos.10ª ed.São Paulo: Loyola, 1992.

LOPES, Alice Casemiro: Políticas de currículo: propostas e práticas in

Primeiras Reflexões para a Reformulação Curricular da Educação

Básica no Estado do Paraná.SEED/CETEPAR: 2004.

LOURO, Guacira L. in COSTA Marisa V. (org) O currículo nos limiares do

contemporâneo .DP&A: Rio de Janeiro,1999.

MACEDO , Lino de. O desafio da escola para todos. In Pátio Revista

Pedagógica . Porto Alegre, RS : ARTMED: Nov/Jan, 2004.

MELLO, Guiomar Namo de( e outros).Educação e transição democrática.

6ª edição.São Paulo: Cortez: Autores Associados,1989.

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO . Constituição da Republica Federativa do

Brasil.Brasília DF, 1988.

310

MORAN, José Manuel. Desafios da televisão e do vídeo à escola.

Avulsos, USP, 2004.

MOREIRA, Antonio Flavio Barbosa: Algumas reflexões sobre a escola e o

conhecimento escolar in Primeiras Reflexões para a Reformulação

Curricular da Educação Básica no Estado do Paraná. SEED /

CETEPAR: 2004.

MORIN. Os sete saberes necessários a educação do futuro 4 ed. . São

Paulo : Cortez;2001.

PADILHA, Paulo Roberto.Projeto Político pedagógico: caminho para uma

escola cidadã mais bela, prazerosa e aprendente. In Pátio Revista

Pedagógica . Porto Alegre, RS : ARTMED: Fev./abril 2003.

PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Guia de gestão escolar;

informações e orientações práticas para o dia a dia da escola pública.

Curitiba: SEED/SGI,2002.

PERRENOUD, Philipe. As competências a serviço da solidariedade. In

Pátio Revista Pedagógica . Porto Alegre, RS : ARTMED: Fev./Abril 2003.

SANTOS, Raimundo Gabino. Síntese Programa Nacional de Educação

Fiscal. Avulsos; NRE Campo Mourão,Fev/2006

SAUL, Ana Maria. Avaliação Emancipatória: desafio à teoria e a prática de

avaliação e reformulação de currículo. São Paulo:Cortez,1999.

SAUL,Ana Maria. Para mudar a prática de avaliação no processo ensino-

aprendizagem.in: BICUDO,Maria Aparecida V; SILVA JUNIOR,

Celestino da (orgs) Formação do educador e avaliação educacional:

conferências e mesas –redondas.São Paulo: UNESP 1999.

SAVIANNI, Dermeval A filosofia na formação do educador. In

SAVIANNI,D. Educaçao; do senso comum à consciência filosófica. São

Paulo: Cortez: Autores Associados, 1986.

SAVIANNI, Dermeval Pedagogia histórico–crítica: primeiras

aproximações.2ª ed.São Paulo: Cortez: Autores Associados,1991.

311

SAVIANNI, Dermeval ( org.).Para uma história da educação latino –

americana.Campinas, SP: Autores Associados,1996.

SAVIANNI, Demerval Ensino público e algumas falas sobre

universidade.5ª ed.São Paulo: Cortez: Autores Associados:1991.

SAVIANNI, Dermeval. Escola e Democracia: teorias da educação,

curvatura da vara,onze teses sobre educação e política. 25ª ed. São

Paulo: Cortez: Autores Associados, 1991.

SEEL,Carlos Eduardo: Karl Marx in Sociologia Clássica : Durkheim, Weber e Marx. 3ª ed. Itajaí, SC : Ed. Univali,., 2002.

SEVERINO, Antonio Joaquim : O Projeto político pedagógico: saída para

escola. Revista da AEC.Brasília: abr/ jun 1998.

VALENTE, José A. O uso inteligente do computador na educação. In

Textos Selecionados - Avulsos CRTE – Campo Mourão- PR: 2006

VASCONCELLOS, Celso dos S ,Alguns (di)lemas do professor no

contexto de complexidade. In Pátio Revista Pedagógica . Porto Alegre,

RS : ARTMED: Ago/ out.2003.

VASCONCELLOS, Celso dos S. Disciplina: Construção da disciplina

consciente e interativa em sala de aula e na escola. 3ª ed. São Paulo:

Libertad,1994.

VEIGA, Ilma Passos Alencastro. Projeto Político Pedagógico da Escola:

uma construção coletiva in VEIGA I. P. A (org.). Projeto Político

Pedagógico da Escola uma construção possível. Campinas,SP: Papirus,

1995.

VEIGA, Ilma Passos Alencastro.in VEIGA, I.P.ª e FONSECA,m.(orgs).As

dimensões do Projeto político Pedagógico. Campinas, SP: Papirus,2001.

VIEIRA PINTO. As sete lições sobre educação de adultos . 11ed. São

Paulo : Cortez:2000.

ZABALZA, Miguel. Os dilemas práticos dos professores. In Pátio Revista

Pedagógica . Porto Alegre, RS : ARTMED: Ago/Out 2003.

312

AVALIAÇÃO DO PROJETO:

Este Projeto Político Pedagógico estará sujeito à avaliação da Comunidade

Escolar Organizada (Direção, Professores, Equipe Pedagógica, Funcionários,

Alunos, Conselho Escolar e APMF), com vistas à sua melhoria e adequação;

aos finais dos anos letivos ou sempre que houver necessidade de revisão dos

rumos e estratégias estabelecidas.

Podendo ser complementado ou revisado para atender ao objetivo maior a que

se propõe: “Qualidade do ensino da Escola Pública de forma solidária e

participativa objetivando a autonomia e superação das dificuldades

encontradas na prática educacional e nas relações dos sujeitos que aqui

convivem e colaboram neste processo.”

Para tanto todos os segmentos existentes neste estabelecimento estarão

participando e fazendo esta avaliação que terá sempre por base o rendimento

e resultados que estiverem sendo obtidos ao logo do ano letivo nas mais

diversas práticas que configuram o universo escolar.

Sem nunca deixar de perceber que:

“O REAL NÃO ESTÁ NA CHEGADA, NEM NA SAÍDA...

ELE SE DISPÕE PRA GENTE NO MEIO DA TRAVESSIA!!” (JM ESCUDERO)

Ourilândia, Dezembro de 2010.

313

10. ATA DE APROVAÇÃO DO PPP PELO CONSELHO ESCOLAR:

ATA Nº 05/2010 Aos vinte seis dias do mês de dezembro de dois mil e dez , às vinte horas, em

uma das salas do Colégio Estadual de Ourilândia – Ensino Fundamental e

Médio reuniram-se os membros do Conselho Escolar, membros da APMF,

Professores, Equipe Pedagógica, Funcionários e Direção deste

Estabelecimento de Ensino para juntos apreciarmos a versão final do nosso

Projeto Político Pedagógico. A reunião foi conduzida pela diretora senhora

Maria Aparecida Temponi Barrozo, Presidente do Conselho Escolar juntamente

com a equipe pedagógica. Após agradecimentos, valorizando a participação de

todos; pois desde as primeiras discussões, nas elaborações e reuniões as

quais foram convidados, sempre estiveram presentes de maneira positiva;

contribuindo, dialogando, estudando, para podermos construir este projeto de

maneira tal que realmente reflita nossa prática e oriente nossas ações de

acordo com o solicitado de cada segmento do colegiado. Após passou-se a

fazer uma exposição sucinta das Metas, da Proposta Curricular, bem como do

Plano de Ação deste Estabelecimento de Ensino e demais itens contidos no

Projeto Político Pedagógico. Na sequencia os presentes realizaram leituras,

análises e discussão de aspectos relevantes do mesmo, salientando nas

discussões que este foi realmente fruto de nossa participação coletiva e,

portanto reflete nossas intenções e planos. Assim, estando todos os presentes

de acordo com as propostas do Projeto Político Pedagógico do Colégio

Estadual de Ourilândia - Ensino Fundamental e Médio, fica este aprovado por

unanimidade. Nada mais havendo a constar, eu Miriam Ribeiro da Silva –

secretária do Estabelecimento – lavrei a presente ata que será lida e assinada

por mim e os presentes.

OBS: Cópia fiel da Ata nº 05/2010 do Livro de Atas do Conselho Escolar do Colégio Estadual de Ourilândia E.F.M onde se encontram as assinaturas dos presentes.

314

11. PARECER DA DIREÇÃO:

A direção do Colégio Estadual de Ourilândia deixa aqui registrado um parecer mais que favorável em relação a este Projeto Político Pedagógico; pois devido ao fato de termos acompanhado desde os primeiros estudos para sua estruturação até a aprovação pelo Conselho Escolar, somos testemunhas de como o coletivo foi valorizado e efetivado na construção do mesmo. Sabedores que somos das dificuldades encontradas no cotidiano da prática educativa, bem como das dificuldades que enfrentamos quando

necessitamos nos unir em torno de um objetivo comum (cada um tem vivências, expectativas, origens e objetivos inerentes à sua formação), consideramos uma vitória o envolvimento de todos os participantes em nosso estabelecimento em torno da construção deste projeto:

Direção, equipe pedagógica e administrativa, professores, funcionários, pais, alunos e comunidade; todos deram sua parcela de colaboração de acordo com suas experiências e expectativas, acreditando em um sonho coletivo de melhoria na qualidade da Educação por nós aqui praticada e consequente melhora de vida para todos envolvidos neste processo. Assim, cabe a nós continuarmos a sensibilizar e despertar a todos: os que ficam aqui conosco, os que vão a outros estabelecimentos continuar sua trajetória e também os que agora chegam, para que sempre

possamos contar com a força e união de todos em prol de um objetivo maior, enfrentando as dificuldades (que não são poucas), pois somente com este espírito poderemos EFETIVAR ESTE PROJETO EM TODAS AS SUAS DIMENSÕES BEM COMO AVANÇAR NA QUALIDADE E VALORIZAR

NOSSA EDUCAÇÃO. Ourilândia, 09 de Dezembro de 2010.

Diretor: Maria Aparecida Temponi Barrozo Resol.5909/2008 – DOE 7878-24/12/08