COLÉGIO ESTADUAL JOSÉ ÂNGELO BAGGIO ORSO ENSINO ... · No seu conjunto, o nosso projeto...

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4 COLÉGIO ESTADUAL JOSÉ ÂNGELO BAGGIO ORSO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO VOLUME I CASCAVEL / 2016

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COLÉGIO ESTADUAL JOSÉ ÂNGELO BAGGIO ORSO

ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO

PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO

VOLUME I

CASCAVEL / 2016

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Sumário

SUMÁRIO ............................................................................................................................................................5

1. APRESENTAÇÃO .......................................................................................................................................7

2. IDENTIFICAÇÃO DO ESTABELECIMENTO DE ENSINO .....................................................................9

3. MARCO SITUACIONAL ............................................................................................................................12

3.1. HISTÓRICO DO ESTABELECIMENTO DE ENSINO .....................................................................................12

4. QUADRO DE PROFISSIONAIS ...............................................................................................................17

5. ESPAÇOS PEDAGÓGICOS .....................................................................................................................21

5.1. BIBLIOTECA ...........................................................................................................................................21 5.2. LABORATÓRIO DE INFORMÁTICA ..........................................................................................................25 5.3. LABORATÓRIO DE CIÊNCIAS .................................................................................................................25

6. LEI 9.394/96 E OBJETIVO GERAL DO ESTABELECIMENTO DE ENSINO.....................................26

6.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS .......................................................................................................................27 6.2. CARACTERIZAÇÃO SÓCIO ECONÔMICA DA COMUNIDADE ESCOLAR ...................................................28 6.2.1 GRÁFICOS DOS DADOS OBTIDOS NA PESQUISA REALIZADA ................................................................31

7. MARCO CONCEITUAL .............................................................................................................................42

7.1. CONCEPÇÃO EDUCACIONAL ..................................................................................................................42 7.2 PRESSUPOSTOS FILOSÓFICOS ...............................................................................................................44 7.3.1 HOMEM ...............................................................................................................................................45 7.3.2 MUNDO................................................................................................................................................47 7.3.3 SOCIEDADE .........................................................................................................................................47 7.3.4 PROFESSOR ........................................................................................................................................49 7.3.5 ALUNO ................................................................................................................................................50 7.3.6 CONCEPÇÃO DE INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA – ENSINO FUNDAMENTAL DE 9 ANOS...........................51 7.3.7 ESCOLA ...............................................................................................................................................54 7.3.8 EDUCAÇÃO ..........................................................................................................................................58

8. DIVERSIDADE EDUCACIONAL E DESAFIOS EDUCACIONAIS CONTEMPORÂNEOS ...............65

8.1. INCLUSÃO EDUCACIONAL ......................................................................................................................65 8.2. HISTÓRIA E CULTURA AFRO-BRASILEIRA E AFRICANA ..........................................................................66 8.2.1 EQUIPE MULTIDISCIPLINAR ..................................................................................................................67 8.3 EDUCAÇÃO INDÍGENA (CULTURA E HISTÓRIA) .......................................................................................74 8.4 EDUCAÇÃO DO CAMPO ..........................................................................................................................74 8.5 EDUCAÇÃO AMBIENTAL – AGENDA 21 ...................................................................................................75 8.6. EDUCAÇÃO FISCAL ..............................................................................................................................78 8.7 CIDADANIA E DIREITOS HUMANOS ..........................................................................................................78 8.8. ENFRENTAMENTO À VIOLÊNCIA NA ESCOLA ..........................................................................................80 8.9. PREVENÇÃO AO USO INDEVIDO DE DROGAS .........................................................................................81 8.10 GÊNERO E DIVERSIDADE SEXUAL .........................................................................................................82 8.11 BRIGADA ESCOLAR ..............................................................................................................................83

ROTA DE FUGA.............................................................................................................................................87

9. ESTÁGIO OBRIGATÓRIO E NÃO-OBRIGATÓRIO ............................................................................90

10. ADOLESCENTE APRENDIZ – MENOR APRENDIZ ..........................................................................96

11. MARCO OPERACIONAL .......................................................................................................................96

12. AVALIAÇÃO.............................................................................................................................................97

12.1 AVALIAÇÃO DO ESTABELECIMENTO DE ENSINO .................................................................................. 102

13. CONSELHO DE CLASSE..................................................................................................................... 102

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14. RECUPERAÇÃO DE ESTUDOS ......................................................................................................... 104

15. RENDIMENTO ESCOLAR .................................................................................................................... 105

16. PROPOSTA DE FORMAÇÃO CONTINUADA ................................................................................... 106

17. HORA ATIVIDADE PARA PROFESSORES ...................................................................................... 106

18. HISTÓRIA DO PARANÁ ....................................................................................................................... 107

19. SALA DE RECURSOS MULTIFUNCIONAL TIPO I .......................................................................... 108

20. CENTRO DE LÍNGUA ESTRANGEIRA MODERNA (CELEM –ESPANHOL) ............................... 109

21. SALA DE APOIO A APRENDIZAGEM ............................................................................................... 111

22. HORA TREINAMENTO ......................................................................................................................... 111

23. COLABORARES NO PROCESSO EDUCACIONAL ........................................................................ 115

23.1 ESTAGIÁRIOS...................................................................................................................................... 116

24. GESTÃO DEMOCRÁTICA ................................................................................................................... 116

24.1 GESTÃO DEMOCRÁTICA: NO CONTEXTO DO COLÉGIO ESTADUAL JOSÉ ÂNGELO BAGGIO ORSO ....... 117 24.2 APMF ................................................................................................................................................ 118 24.3 CONSELHO ESCOLAR ......................................................................................................................... 123

TENDO EM VISTA ESSES PRESSUPOSTOS, O CONSELHO ESCOLAR TEM COMO OBJETIVOS, PARA ALÉM DE PROMOVER A CIDADANIA, A REALIZAÇÃO DA GESTÃO ESCOLAR NUMA PERSPECTIVA DEMOCRÁTICA, CONTEMPLANDO O COLETIVO JÁ QUE ESTA INSTÂNCIA SE CONSTITUI EM UM INSTRUMENTO DE DEMOCRATIZAÇÃO DAS RELAÇÕES QUE OCORREM NA ESCOLA, QUE AMPLIA OS ESPAÇOS PARA A EFETIVA PARTICIPAÇÃO DA COMUNIDADE ESCOLAR NOS PROCESSOS DE TOMADA DE DECISÃO E DE ACOMPANHAMENTO E

AVALIAÇÃO DO TRABALHO PEDAGÓGICO ESCOLAR. ................................................................... 124

NO COLÉGIO ORSO, O ATUAL CONSELHO ESCOLAR TEM UM TEMPO DE MANDATO DE

04/04/2016 A 04/04/2018, CUJA COMPOSIÇÃO ESTÁ NA TABELA A SEGUIR:............................. 124

ATUALIZAÇÃO DOS DADOS DO CONSELHO ESCOLAR/2016......................................................... 124

25. PLANO DE AÇÃO NA GESTÃO DA ESCOLA ................................................................................. 126

26. METAS DE MELHORIA DO PROCESSO EDUCATIVO ................................................................... 128

27. PLANO DE AÇÃO DA EQUIPE PEDAGÓGICA ................................................................................ 145

28. ESTRUTURA DE PLANO DE AÇÃO DE COMBATE E EVASÃO .................................................. 151

29. REPRESENTANTES DE TURMA........................................................................................................ 159

30. GRÊMIO ESTUDANTIL ........................................................................................................................ 160

31. ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO DO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO ..................... 161

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1. APRESENTAÇÃO

O Projeto Político Pedagógico do Colégio Estadual José Ângelo Baggio Orso,

foi elaborado coletivamente com a participação da comunidade escolar (Professores

Regentes, Direção, Equipe Pedagógica, Funcionários, Pais/Mães e Alunos). A sua

elaboração representa o esforço coletivo dos sujeitos concretos que fazem e vivem a

escola real, construída todos os dias, a partir das condições materiais objetivas,

proporcionadas por um modelo societário marcado por extremas desigualdades

sócio econômica, política e cultural.

Esse documento norteia a práxis pedagógica que se desenvolve

intencionalmente nas inúmeras relações e mediações complexas que acontecem no

interior da escola. No seu conjunto, o nosso projeto explicita a concepção de homem

(aqui entendido como gênero humano, necessariamente constituídos por crianças,

jovens e adultos, isto é, homens e mulheres) que a escola pretende formar, a

concepção de educação transmitidas/socializada e a concepção de sociedade e de

mundo onde a escola está inserida. Além disso, explicita ainda o compromisso

político intencional da comunidade escolar com a construção da escola pública,

enquanto espaço de transmissão e apropriação dos conhecimentos científicos,

artísticos e filosóficos, historicamente produzidos e sistematizados pela humanidade.

Este compromisso dos trabalhadores em geral que atuam diretamente com os

alunos dentro da escola, assim como dos pais/mães ou responsáveis que convivem

diariamente com seus filhos, é fundamental porque sem isso não acontece o

movimento da história, que é possível através da transmissão das experiências

culturais das gerações mais velhas às gerações mais novas, através da educação

social/escolar. Por isso, quanto mais progride a humanidade, maiores e mais

complexos são desafios e as exigências colocadas para a educação.

Quanto mais progride a humanidade, mais rica é a prática sócio-histórica acumulada por ela, mais cresce o papel específico da educação e mais complexo é a sua tarefa. Razão por que toda a etapa nova no desenvolvimento da humanidade, bem como nos diferentes povos, apela forçosamente para uma nova etapa do desenvolvimento da educação: o tempo que a humanidade consagra à educação das gerações aumenta; criam-se estabelecimentos de ensino, a instrução toma formas especializadas, diferencia-se o trabalho do educador, do professor; os programas de estudo

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enriquecem-se, os métodos pedagógicos aperfeiçoam-se, desenvolve-se a ciência pedagógica. Esta relação entre o progresso histórico e o progresso da educação é tão estreita que se pode sem risco de errar julgar o nível geral do desenvolvimento do seu sistema educativo e inversamente. (LEONTIEV, 1978. p. 273).

Segundo discussões do coletivo, uma das conclusões que se chegou foi a

necessidade de discutir, neste momento, a concepção de método para

compreendermos a concepção de mundo, de homem e de sociedade que

fundamenta a forma como os nossos alunos aprendem e como ocorre o processo

ensino-aprendizagem, que envolve a relação entre o sujeito que ensina o sujeito que

aprende e o objeto a ser aprendido.

As atividades que são desenvolvidas no interior da escola precisam enfrentar

o movimento dialético da contradição, as coisas estão assim (caóticas), mas podem

ser diferentes, desde que haja intervenção humana mediadora intencional,

conscientemente planejada e encaminhada coletivamente. Para isso, a

compreensão sobre a totalidade dos fenômenos, das relações e mediações

complexas, com as suas implicações concretas no interior da escola, é pressuposto

indispensável para se entender os problemas e os desafios que envolvem a

efetivação do processo ensino/aprendizagem.

O objetivo do Projeto Político Pedagógico do Colégio Estadual José Ângelo

Baggio Orso é oferecer aos pais, professores, alunos e a todos aqueles que estão

direta ou indiretamente ligados a esta instituição, uma visão da realidade, uma visão

de totalidade (pelo menos busca oferecer), das práticas educacionais do processo

ensino/aprendizagem, aqui entendido no seu sentido mais amplo e mais complexo,

ou seja, para além da relação direta e imediata que acontece entre professores e

alunos nas salas de aula.

Pelo fato de se constituir num projeto aberto que pode ser constantemente

complementado com novas contribuições enriquecedoras da prática pedagógica, o

Projeto Político Pedagógico, configura-se num conjunto de intencionalidades e

princípios, cuja efetivação em todas as suas dimensões, depende do engajamento e

o comprometimento político de todos os sujeitos concretos que fazem a escola

diariamente.

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2. IDENTIFICAÇÃO DO ESTABELECIMENTO DE ENSINO

Nome: Colégio Estadual José Ângelo Baggio Orso – Ensino Fundamental e Médio

Núcleo Regional de Educação: Cascavel

Ato de Autorização do Colégio

Resolução nº. 28/82 D.O.E. 11/05/82

Credenciamento Educação Básica

Resolução n° 2113 – 20/04/2012 a 20/04/2017

Ato de Reconhecimento do Colégio

Resolução nº. 1742/83 - D.O.E. 23/06/83

Ato de Renovação de Reconhecimento do Curso – Ensino Fundamental – 6/9 anos

Resolução nº. 7443/2012 – D.O.E. 26/09/2016

Ata de Renovação do Reconhecimento do Curso – Ensino Médio

Resolução nº. 7442/2012 – D.O.E. 26/09/2016

Parecer do NRE de Aprovação do Regimento Escolar

Ato Administrativo nº. 478/2012

Ato de Renovação Sala de Recursos Multifuncionais – S.F.I.E.M

Resolução 1620/2012 – D.O.E. 29/03/2016

Endereço: Rua Samambaias, nº 1171 – Jardim Guarujá

Local: Urbana

CEP: 85804-470

Telefone: (45) 3228-1388 / (45) 3228-1072

Município: Cascavel

Entidade Mantenedora: Governo do Estado do Paraná

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Distância do Colégio ao N.R.E.: 15 KM

Organização da Instituição Escolar

(X) Ensino Fundamental (X) Regular

(X) Ensino Médio (X) Regular

Turno de Funcionamento

(X) Matutino (X) Vespertino (X) Noturno

Regime de Funcionamento do Curso / Currículo

Seriado anual para o Ensino Fundamental

Seriado anual para o Ensino Médio

Carga horária total – Ensino Fundamental: 3840h

Carga horária total – Ensino Médio: 2880h

Número de turmas: 24

Alunos matriculados no Ensino Fundamental

Manhã: 3 turmas – 93 alunos

Tarde: 11 turmas – 287 alunos

Total: 380 alunos

Alunos matriculados no Ensino Médio

Manhã: 8 turmas – 216 alunos

Noite: 2 turmas – 59 alunos

Total: 275 alunos

Número total de alunos matriculados na Escola: 806 alunos

Apoios, complementares e implementares ao Currículo Escolar atendidos no contra

turno escolar

Alunos matriculados na Sala de Recursos:

- Manhã – 13

- Tarde - 14

Alunos da Sala de Apoio para 6º Ano

Português: 14

11

Matemática: 20

Alunos matriculados na LEM / Espanhol (CELEM)

P1: 27

P2: 13

Alunos integrantes de Atividades Complementares:

- Período da Manhã:

Aulas Especializadas Treinamento Esportivo: 27

Programa Atividade Complementar Periódica: 23

Projeto de Esportes – Alunos inscritos

Voleibol no horário intermediário / 17:40 às 19:30

Organização da hora-atividade no horário escolar por professor (individual)

Na medida do possível a hora atividade esta sendo realizada de forma

concentrada por área, conforme sugestão da SEED.

Organização Curricular utilizada: Por disciplina seriada

Base Nacional Comum: 75%

Língua Estrangeira Moderna (LEM): Inglês para o Ensino Fundamental e Médio

Oferta de estudos sobre o Paraná nas disciplinas: História, Geografia, Geografia,

Sociologia e Filosofia

Oferta de estudos da Agenda 21, Inclusão social, Cultura Afro Brasileira e Africana,

Educação Fiscal, Direitos Humanos e Desafios Educacionais Contemporâneos:

Interdisciplinar

Projetos integrados ao Projeto Político Pedagógico: Ver anexos

Atendimento diferenciado / individualizado em sala de aula

Sala de Apoio

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Sala de Recursos Multifuncional Tipo I

Atendimento individualizado (professores) hora atividade / sala de aula.

Intervenções didático-pedagógicas pela Equipe Pedagógica

Estratégias do Colégio para articulação com a família e com a comunidade

Reuniões

Palestras

Projetos

Encaminhamentos as Instituições de Apoios da Escola (Conselho Tutelar, UBS,

CAPSI, CAPSAD, Bolsa Família, Bolsa Variável Jovem, NRE, etc.)

3. MARCO SITUACIONAL

3.1. Histórico do Estabelecimento de Ensino

O Colégio Estadual José Ângelo Baggio Orso – Ensino Fundamental e Médio,

situado a Rua Samambaias, número 1171, no Jardim Guarujá, município de

Cascavel, Estado do Paraná, foi inaugurado em caráter não oficial dia 17 de agosto

do ano de 1981, contando com 13 turmas, num total de 530 alunos.

Oficialmente sua inauguração aconteceu no dia 06 de abril do ano de 1982,

com a presença do Secretário de Educação, Dr. Edson Machado de Souza,

professor Amâncio Luiz Saldanha dos Anjos, primeiro diretor do Colégio, demais

autoridades, ficando reconhecido pela Resolução número 742/83 do dia 20 de junho

de 1983, sendo denominada Escola Estadual José Ângelo Baggio Orso – Ensino de

1º Grau, a escolha do nome foi em homenagem a uma família pioneira de Cascavel.

A partir de 1983 a 1985, a escola passa a contar com 30 turmas de 1ª a 8ª

série com um total de 1087 alunos e em sua direção a professora Edila Kelm Frigo,

eleita através de voto direto da comunidade escolar. A professora dirigiu a escola

por três anos, sendo dois em conseqüência da eleição e mais um mandato tampão.

Nesse momento, a comunidade organizada (Associação de Pais e Mestres,

Associação de Moradores, etc.), conquistou das lideranças políticas a ampliação da

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Escola, com a construção de um novo prédio, com nove salas, sendo seis salas de

aula maiores e três salas de aula menores, além do saguão com o palco. Esta nova

estrutura veio somar com a existente, composta de oito salas num prédio com dois

pisos (o térreo e o superior), quatro salas num bloco onde funciona a supervisão, a

sala de vídeo e o laboratório. Ainda da estrutura inicial, são mais seis salas num

bloco separado, onde funciona a secretaria, a sala da direção, a sala dos

professores e outras três salas ocupadas com a mecanografia, arquivo morto e

merenda escolar, além da cozinha e o saguão. Aconteceu também a organização da

horta comunitária, com a instalação de um sistema de irrigação com o apoio da

Secretaria da Agricultura do município. Também nesta ocasião foi providenciada a

legalização da documentação da Associação de Pais e Mestres da Escola.

Entre 1985 e 1987, esteve a frente da direção o professor André Lopes Filho,

tendo como auxiliar o professor José Maffini. Neste período, aconteceu a ampliação

da ala administrativa, pintura interna e externa da escola pelo sistema de mutirão,

implantação de cursos extraclasse (datilografia e corte e costura), mantidas pela

APM e inclusão das Técnicas Industriais no Currículo da Escola, deu-se inicio a

organização formal da biblioteca e aquisição do telefone.

No início do ano de 1988, após a realização de eleição para a direção,

assumiu a professora Vera Helena Gomes Broggio. Durante o seu mandato, com

apoio da comunidade, foi conquistado a implantação da classe especial, foi

autorizada pela Resolução 00625/90. Houve também a implantação e criação do 2º

Grau (Educação Geral – Preparação Universal), autorizado a funcionar através da

Resolução 207/90 de 24 de janeiro de 1991, denominando-se então Colégio

Estadual José Ângelo Baggio Orso – Ensino de 1º e 2º Graus, passando assim o

Estabelecimento de Ensino para o porte V.

Em 1992, com a saída da professora Vera e a vacância do cargo de direção,

numa reunião do Conselho Escolar, realizada no dia 18 de dezembro do mesmo

ano, foi indicado o professor Paulo Kubiaki, para Diretor, permanecendo nesta

situação do ano de 1993 até 1996.

Durante o ano de 1993, a escola participou da 1ª Amostra de Biologia a nível

regional, dos Jogos Escolares e do Concurso de Oratória a nível municipal. Entre as

realizações de 1993, destaca-se a ampliação do laboratório, conseguido através de

recursos da FUNDEPAR. Também a verba do “Fundo Rotativo”. Esse recurso

financeiro proporcionou condições na manutenção e conservação da escola, bem

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como apoio aos alunos e professores (livros, materiais, merenda) e também para a

execução dos Projetos Pedagógicos, permitindo assim uma maior autonomia e

melhoria nas condições físicas e de funcionamento.

Em 1994, através de um trabalho conjunto envolvendo todos os segmentos

que atuam na escola, os índices de reprovação e evasão foram baixados a níveis

antes nunca conseguidos. Em maio de 1994 através da Resolução nº 2314/94 de

02/05/94, o CEE reconhece o curso de 2º Grau. Ainda em 1994, através de uma

maior atuação do Conselho Escolar, APM e Conselho de Classe, a comunidade

começa a participar mais efetivamente da vida escolar, onde cresce a participação

dos pais, alunos, professores e funcionários nas decisões que envolvem a melhoria

de qualidade de ensino ao nível de aprendizagem, avaliação e estudos.

Com recursos da FUNDEPAR e da Comunidade (APM) o estabelecimento

adquiriu: um microcomputador, impressora e uma máquina de xérox. No ano de

1995, iniciou-se a implantação do Ciclo Básico de Alfabetização (contínuo de 04

anos).

Com a participação na Campanha “Cidadão Nota 10”, em 1996, a escola

recebeu: 02 televisores, 02 vídeos cassetes e 01retroprojetor. Além disso, com

recursos da APM, melhorou-se a informatização da secretaria, houve melhorias na

infraestrutura da escola: instalação do novo bebedouro; colocação de piso no

saguão principal; cobertura da quadra esportiva, através de convenio com a

FUNDEPAR, construção de muros internos, ajardinamento e melhorias na

iluminação interna.

Ainda no ano de 1997, através de eleições diretas a comunidade escolar

escolheu o Professor Paulo Kubiaki para a Direção do Estabelecimento (gestão

1998 – 2000). No aspecto pedagógico a avaliação semestral; o programa de

adequação idade série e supletivo de 1º grau, bem como o trabalho contínuo, de

todos os envolvidos (professores, equipe pedagógica e funcionários), permitiram ao

colégio alcançar altos índices de aprovação em todas as séries.

Desenvolvido pela professora Andréa Regina da Silva, da disciplina de

Educação Física, em 1997, foi criado o Projeto Voleibol, com o objetivo de estimular

a prática do desporto, evitando-se que os alunos se ocupassem nas ruas com

situações de risco. Mantido pela mesma professora, em 2003, foi iniciado o projeto

de danças folclóricas, com o objetivo de despertar e valorizar a cultura regional.

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No que diz respeito ao espaço físico, programou-se serviços de

informatização na secretaria e biblioteca. Em 1999, foi inaugurado o Laboratório de

Informática com 18 terminais de computadores, Biblioteca com 100m2 adquiridos

com recursos do PROEM e atualização do acervo bibliográfico, provenientes de

recursos do MEC. Adequação do aspecto físico, criação das novas dependências da

Orientação Educacional para melhor atender aos alunos, pais e professores.

Em 2001, novamente eleitos o professor Paulo Kubiaki como diretor do

Estabelecimento, juntamente com a professora Dirce Ana de Souza, foram

reconduzidos ao cargo de Diretor e Diretor Auxiliar respectivamente. Em 2003 os

mesmos professores outra vez foram reconduzidos, permanecendo assim até o final

de 2005.

Todavia a eleição em 2005, realizada no segundo semestre, houve duas

chapas inscritas. O resultado do pleito indicou o professor Ademir Denílson Zoz,

para diretor e para diretor auxiliar o professor Gleison Humberto Comineti. Na

eleição de 2008, com chapa única, os dois professores foram novamente reeleitos,

porém, desta vez, como diretor o professor Gleison Humberto Comineti e diretor

auxiliar o professor Ademir Denílson Zoz.

Em 2006, foi efetuada a reforma geral, contemplando: troca do piso e do forro

do saguão e nas salas de aula, revestimento dos banheiros, cozinha com azulejos,

construção de rampas de acesso e reforma de banheiros, com a devida adaptação

para o uso de cadeirantes, colocação de cortinas nas salas de aula. Troca de

chaves nas portas das salas de aulas, aquisição de máquina de cortar grama,

máquina fotográfica digital e o equipamento de multimídia.Também em 2006, foi

reestruturado o laboratório de informática que passou a funcionar com o sistema de

fibra ótica. Em 2010 o laboratório foi equipado com 22 computadores.

Criada em 2006, a Sala de Recursos do Colégio teve a sua autorização de

funcionamento renovada, através da resolução nº. 983/09, de 18 de março de 2009.

Em sistema de contraturno, a Sala de Recursos, atende alunos com deficiência,

transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades / superdotação. Em 2012

a Sala de Recursos passa a ser multifuncional, subsidiada pelo Mec/Seed, tipo I,

atenderá alunos com diagnóstico de deficiência intelectual, transtornos globais do

desenvolvimento e transtornos específicos.

Através do ato administrativo nº. 500/06, de 20 de dezembro de 2006, o NRE,

reconheceu algumas modificações que foram feitas no Estatuto do Conselho Escolar

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do Colégio. Da mesma forma, na perspectiva de ampliação da participação dos

alunos e tendo em vista a Lei Federal 7398/85 e a lei Estadual Nº. 11057/95, no dia

30 de agosto de 2007, foi criado o Grêmio Estudantil do Colégio. A eleição da

primeira diretoria ocorreu no dia 06 de novembro do mesmo ano.

Em 2007, por meio do Ato Administrativo nº. 611/2007, o NRE, aprovou o

Regimento Escolar que foi elaborado a partir da proposta encaminhada pela SEED.

Em 2008, foi instalada em todas as salas de aulas as TVs pendrive, adquiridas pelo

Governo do Estado e enviadas para todas as escolas estaduais. Também com

recursos do Governo do Estado, a escola adquiriu e repassou para cada professor

um pendrive.

Em 2009, foi instalado o sistema de funcionamento em rede de computadores

(sala dos professores, direção, secretaria, mecanografia e biblioteca), com internet

banda larga – MEC, disponibilização de computador com internet na biblioteca, para

o uso de alunos do contraturno, instalação de computador na sala de recursos e

pintura interna de todo prédio do colégio.

No ano de 2011, no tocante a Inclusão de alunos com necessidades

educativas especiais, conquistamos uma professora PACA (Professora de Apoio a

Comunicação Alternativa), e uma funcionária Auxiliar Operacional e adequações de

grande porte para uma aluna com deficiência neuromotora.

Com recursos do PDDE/FNDE, foram adquiridos Projetores de Multimídia,

Central Telefônicas e impressoras, ainda neste ano, o Colégio adquiriu uma central

de alarmes modulares com recursos ainda da APMF.

Neste mesmo ano foi implantado de forma simultânea a oferta do ensino

fundamental de 9(nove) anos da seguinte forma: 5ª série: 6º ano; 6ª série: 7º ano; 7ª

série: 8º ano; 8ª série: 9º ano.

Ainda neste mesmo ano foi instalado câmeras de segurança no interior do

Colégio, sendo implantado também o programa biblioteca fácil (sistema de

informatização para empréstimo e catalogação do acervo), bem como, aquisição de

materiais didático pedagógico, sendo que as aquisições forma provenientes de

recursos da APMF.

No decorrer de 2012, mediante eleição, assumiram a direção o professor

Gleison Humberto Comineti como diretor geral e a professora Inez de Oliveira Braga

Bedetti como diretora auxiliar para o pleito de 2012 a 2014.

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Houve investimento na parte estrutural do Colégio como pintura e

manutenção em toda estrutura interna com recursos provenientes da APMF.

Neste ano atendendo a Res. 02/06/2011 o Colégio constituiu uma Comissão

para viabilizar o processo de implantação das infraestruturas adaptativas no interior

do Colégio.

No ano de 2013 foi construído rampas de acessibilidade e adaptação de um

banheiro com recursos provenientes do PDDE.

Neste mesmo ano, atendendo o Decreto n° 4.837/2012, foi implantado no

Colégio a Brigada Escolar.

No ano de 2014, foi dado continuidade as implantações adaptativas quanto a

acessibilidade, sendo construído um portão de acesso a entrada de alunos com as

devidas rampas, aconteceu também a reforma da cobertura da área administrativa e

pintura interna da mesma e construção de uma passarela coberta no portão de

acesso a área administrativa.

Ainda neste mesmo ano foi realizada a revitalização com ajardinamento dos

espaços livres do Colégio, com recursos provenientes da APMF em parceria com a

Itaipu Binacional.

Mediante Resolução governamental, foi prorrogado a gestão do Professor

Gleison Humberto Comineti – Diretor Geral e a Professora Inez de Oliveira Braga

Bedetti – Diretora Auxiliar.

No ano de 2015, houve reforma do piso de toda área administrativa, devido o

alagamento causado por fortes chuvas, com recursos oriundos da APMF.

As conquistas obtidas ao longo desses trinta e quatro anos de história do

Colégio Estadual José Ângelo Baggio Orso, precisam ser entendidas como o

resultado do esforço coletivo de toda comunidade escolar. Este trabalho não se

esgota aqui, as propostas nele contidas, os pressupostos filosóficos que o

respaldam são de uma construção permanente do conhecimento e das

transformações sociais.

4. QUADRO DE PROFISSIONAIS

Servidor (a) Cargo Disciplina / Função

Acilon dos Santos Professor Filosofia

Adelar José Valdameri Professor História

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Ademir Denilson Zoz Professor Matemática

Alexandre Vieira Santos Professor Sociologia

Ana Claudia Bueno de Andrade Professora Matemática

Andrea Regina da Silva Professora Educação Física

Angelo Leandro Ribeiro Beloni Professor Geografia

Anna Joyce Pereira Costa Pedagoga Equipe Pedagógica

Carla Cristina Manarin Carrera Pedagoga Equipe Pedagógica

Carlos Teles de Miranda Professor Matemática / Sala de Apoio

Cleonice Ferrarini Becker Professora Matemática / Sala de

Recursos

Cristiane Beraldo Professora L.E.M. – Inglês

Cristiane Guimarães Camargo Agente Educacional

II

Técnica Administrativo

Cristina Oribka Auxiliar de Serviços

Gerais

Inspetora de pátio

Daniel dos Santos Professor Educação Física

Dirce Ana de Souza Professor da Lei 15308/06

Edson Zanatta Auxiliar de Serviços

Gerais

Serviços Gerais

Elis Regina Veridiano Professora História/Ensino Religioso

Elisangela Cristina Ribeiro Professora Matemática

Estela Maria Ferlin Professora Sala de Recursos

Multifuncional

Fátima Aparecida Miranda

Martins

Agente Educacional

I

Serviços Gerais

Flávia Naianny Mafra Agente Educacional

II

Agente de Leitura

Franciane Galeano Agente Educacional

II

Técnico Administrativo

Franciele Cheuczuk Professora Educação Física

Franciele Cristina Maier Fritsch Agente Educacional

II

Laboratório de Informática

Gisele de Cássia Serra Professora Geografia

19

Gleison Humberto Comineti Diretor

Graziele K. Chiarini Professora Aula de Treinamento

Esportivo

Hudicarla Fabiani Lima Professora Arte

Inez de Oliveira Braga Bedetti Pedagoga Equipe Pedagógica / PDE

Iria Somariva Professora Geografia

Ivalda Ferreira de Moraes Professora Geografia

Ivone Vieira da Cruz Pedagoga Equipe Pedagógica

Ivonete Bueno Agente Educacional

I

Serviços Gerais

Jacinta Silverio Ribeiro Agente Educacional

I

Cozinha

Jaime Elias Bresolin Professor História / Direção Auxiliar

Janaina Nekson Professora Biologia

Janete Pipino Gonçalves Professora Língua Portuguesa / L.E.M.

- Inglês

Jaqueline Sedor Professora Geografia

João Ramos Filho Professor da Lei 15308/06

Jocilene Terezinha Otto Di Lauro Pedagoga Equipe Pedagógica

Jucimara Rodrigues da Luz

Piekazevicz

Prof. Apoio Comunicação Alternativa

Karina Comby Prof. Apoio Educação Especial Globalizada

Descentralizada - PAEE

Keli Cristina Bertelli Professora Biologia

Keli Cristina Rosa Professora Língua Portuguesa

Leocádia Ternopolski Fragoso Agente

Educacional I

Serviços Gerais/Cozinha

Lisiane Seibt Professora Ciências

Lúcia Ruffatto Polis Agente

Educacional I

Cozinha

Luciane Link Professora Geografia

Luciane Montes Ferreira

Neubecker

Professora Arte

20

Lucy Terezinha de Castro

Campana

Professora Educação Física / Aula Esp.

Treinamento Esportivo

Luiz Carlos Machado Professor Arte

Mara Terezinha dos Santos Professora Língua Portuguesa

Marcos Roberto Portolan Professor Matemática

Maria José de Souza Kaihara Auxiliar

Operacional

Maria Rita dos Santos Agente

Educacional I

Agente de Leitura

Mariana Alana A. Caires Professora Matemática

Marileide Aparecida Geraldo

Frank

Agente

Educacional II

Secretária

Marinez Terezinha da Cruz

Pereira

Professora Língua Esp. – CELEM

Mario Cesar Fernandes de

Menezes

Professor Química

Marli Fernandes Prause Professora Biologia

Marli Ternopolski Lucca Agente

Educacional I

Geral

Mirna Feiten Professora Geografia

Nelci Zeretzki Reinehr Professora Física

Neusa Maria Caprini Retcheski Agente

Educacional II

Técnico Administrativo

Paulo Kuibiaki Professor História

Priscila B. Bessa Professora Educação Física

Rafael Demétrio Silva Professor Educação Física

Rubens Schwalemberg Professor L.E.M. - Inglês

Salonides José Z. de Ávila Professor História

Sandra Maria Castaman

Francener

Professora Química

Sandra Regina Pompermayer

Ramos

Professora Biologia

Sandro Precoma Fachinello Professor Matemática

21

Simone Licurgo Reis Professora Ciências / PDE

Sirlei Ferreira de Oliveira Professora História

Sueli Cristiane Ribeiro Santos Professora Ciências

Taisa Pilatti Tessari Pegagoga Equipe Pedagógica

Taise T. Turra Professora Geografia

Tânia Lúcia Tiscoski Professora Ciências

Tatiane Araújo Santos Kovalchuk Prof. Apoio Educação Especial Globalizada

Descentralizada - PAEE

Valmira da Silva Meireles Professora L.E.M. – Inglês

Zenaide Gorete Moscon

Professora Língua Portuguesa / Sala de

Apoio

5. ESPAÇOS PEDAGÓGICOS

5.1. Biblioteca

A biblioteca Carlos Drummond de Andrade, localizada nas dependências do

Colégio Estadual José Ângelo Baggio Orso, tem em sua especificidade ser um

recurso para o desenvolvimento do processo de ensino-aprendizagem, na

perspectiva de produção e reprodução do conhecimento.

O horário de funcionamento da biblioteca será:

Período matutino: 7h30 às 11h30.

Período vespertino: 13h às 17h30.

Período noturno: 19h às 22h30.

Compete ao (s) responsável (s) pela biblioteca:

Conhecer o material disponível no setor;

Organizar todo acervo bibliográfico da Escola, realizando a catalogação do

mesmo, de acordo com o sistema de Classificação Decimal Dewey (CDD);

Manter controle permanente dos empréstimos de materiais, comunicando à

direção eventuais desvios ou anormalidades;

Divulgar o acervo bibliográfico e videoteca junto aos alunos, professores e

equipe técnico-pedagógica;

22

Estimular a leitura junto às turmas com apoio pedagógico dos professores e

equipe pedagógica;

Colaborar com sugestões para o melhor aproveitamento do acervo

bibliográfico e videoteca da escola;

Orientar aos alunos quanto ao uso e guarda dos livros;

Providenciar carteira de usuário da biblioteca para cada aluno devidamente

matriculado;

Atender e orientar os leitores e/ou pesquisadores;

Organizar, em conjunto com a equipe administrativa e pedagógica o horário

para atendimento dos alunos para trabalhos e pesquisas.

O cumprimento das normas de funcionamento da biblioteca é de

responsabilidade de todos os usuários da biblioteca, bem como as decisões que se

referem a esse espaço, sendo que qualquer mudança no regimento interno aqui

estipulado deverá passar pelo conhecimento e aprovação dos funcionários

designados para o setor, juntamente com a direção do estabelecimento de ensino e

conselho escolar.

Dos Professores:

Sobre o material de apoio didático da biblioteca emprestado para uso na

sala de aula:

Ficará sob responsabilidade do professor que o retirou ou autorizou a

retirada;

Deverá ser entregue impreterivelmente na biblioteca cinco minutos antes de

bater o sinal para o término da aula;

Deverá conferir o material, na chegada e saída da sala de aula, em caso de

falta de um volume, cobrar da classe em que fez uso do material. Se ainda

assim, o material não for encontrado, o responsável pela biblioteca deve ser

informado para tomar as medidas cabíveis.

Sobre empréstimos de materiais (livros, DVDs, etc) para uso pessoal

e/ou preparo de aula:

O prazo para devolução ou renovação do material é de 15 (quinze dias);

Em caso de extravio, o material deverá ser reposto;

23

Poderão ser emprestados no máximo 3 (três) exemplares de livros por vez.

No que se refere às atividades de pesquisa para os alunos:

Antes de passar a atividade, o professor deverá comparecer à biblioteca, para

verificar de dispõe do material necessário e para que os responsáveis pelo

setor possam deixá-lo previamente separados;

Ao utilizar a biblioteca para aula de leitura e/ou pesquisa, como uma atividade

diferenciada, o (a) professor (a) deverá acompanhar os alunos durante toda a

aula, sendo responsável também por encaminhá-los a sala no final da aula;

No que se refere ao horário de pesquisa para os alunos, deverá ser realizada

no contra turno, ou seja, horário que não esteja em aula;

No caso de aula de leitura na biblioteca não será permitida a troca de livros

para a mesma turma.

Dos alunos

Do empréstimo de livros:

É direito do aluno devidamente matriculado, o empréstimo de livros literários

mediante cadastro através de carteira de empréstimo conforme o disposto no

item VIII do Art. 84;

A confecção das carteirinhas para empréstimos somente será iniciada,

quando da numeração das turmas (pela secretaria) no início do ano;

Será emprestado somente um livro por vez;

O empréstimo do livro será feito pelo prazo de uma semana, podendo ser

renovado por mais uma ou duas vezes no máximo, dependendo do conteúdo

do mesmo, cabendo ao responsável pelo setor, definir a necessidade de

renovação;

Livros com prazo de empréstimo vencido não será renovado;

É dever do aluno, primar pela boa conservação do livro;

Em caso de extravio da obra, o aluno será responsável pela reposição;

A troca de livros deverá ser realizada em contra turno, ou seja, no horário em

que o aluno não tenha aula, salvo em horário vago no caso da falta de algum

professor;

24

O empréstimo de livros se dará somente até duas semanas antes as férias do

meio do ano, e três semanas do término do ano letivo.

Do uso do espaço da biblioteca:

O usuário tem o dever de manter o silêncio, a ordem e a disciplina na

biblioteca;

Deverá identificar-se a pedido de qualquer funcionário sempre que solicitado;

Atender aos pedidos de comparecimento à biblioteca;

Assumir total responsabilidade sobre o extravio ou dano do material que

estiver em seu poder, substituindo-o por outro igual;

Comunicar ao bibliotecário qualquer ocorrência em relação aos materiais

utilizados.

As mochilas dos usuários devem permanecer na entrada da biblioteca.

É vedado ao usuário:

Utilizar as dependências da biblioteca para guardar objetos pessoais;

Sair da biblioteca com qualquer exemplar de consulta sem a devida

autorização;

Trazer acompanhante (s) quanto estiver em horário de pesquisa;

Trazer qualquer tipo de alimentos e bebidas a serem consumidos dentro da

biblioteca;

Uso de aparelhos eletrônicos (celular, mps, fones, etc) que possam a vir a

atrapalhar o ambiente da biblioteca;

Permanecer na biblioteca se este for expulso da sala de aula, seja por

problema de indisciplina ou qualquer outro motivo que não diga respeito às

atividades da biblioteca;

Permanência na biblioteca em horário de aula sem prévio agendamento do

professor.

A permanência dos alunos na biblioteca quando de aula vaga, só será

permitida, com um planejamento prévio de atividade. Mesmo assim, a turma

deverá estar acompanhada de um membro da equipe pedagógica ou outro

responsável.

25

5.2. Laboratório de Informática

O laboratório de informática do Colégio Orso é amplo e tem computadores

conectados em rede, enviados pelo Governo do Estado do Paraná, pertencentes ao

Programa Paraná digital. No ano de 2010 a escola recebeu mais computadores

provenientes do Programa PROINFO/MEC, computadores provenientes do Governo

Federal em parceria com o estado.

O laboratório é utilizado pelos alunos, professores, funcionários e comunidade

local da escola como recurso tecnológico para a aprendizagem de qualidade. Para

auxiliar alunos e professores dessa ferramenta metodológica, existe uma

profissional, agente educacional II.

Os professores devem agendar com antecedência o laboratório mediante

plano de aula, pois, a internet é, como já dito, um recurso metodológico

complementar. O laboratório de informática possui regulamento próprio.

5.3. Laboratório de Ciências

O laboratório de física, química e biologia, funciona atualmente de segunda a

sexta-feira no período matutino e noturno, atendendo alunos de ensino médio, com o

objetivo de levar os estudantes a vivenciarem relações entre teoria e prática. A

importância da abordagem experimental está na caracterização do seu papel

investigativo e pedagógico a fim de auxiliar o aluno na explicitação, problematização

e discussão dos conceitos científicos.

Os experimentos podem ser o ponto de partida para a compreensão de

conceitos, bem como para a percepção ou aperfeiçoamento das ideias discutidas

nas aulas, portanto, o uso do laboratório nas aulas de biologia, física e química com

que os alunos questionem seus conhecimentos, investiguem e compreendam a

obrigatoriedade dos conhecimentos científicos superando a ideia de que são

absolutamente verdadeiros, prontos e acabados.

A atividade laboratorial está relacionada ao fazer com as mãos, com sentir,

experimentar, introduzir conceitos, analisar e refletir, confrontar hipóteses,

conectando teoria e a prática. Normalmente essas atividades resumem-se à

manipulação de equipamentos, preparação de montagens, realização de medidas,

responder questionários e elaborar relatórios.

26

Os estudantes são envolvidos desde a confecção dos materiais o que

investiga a curiosidade quanto ao funcionamento ou experimento. Nesse momento

surgem dúvidas, muitas questões, as quais não são respondidas de imediato, pois o

estudante é quem procura respostas, auxiliados se necessário pelo professor. Essa

fase da atividade possibilita interação entre sujeito e conhecimento facilitando a

aprendizagem.

Para que o professor atinja seus objetivos em uma aula de laboratório, é

importante que os envolvidos, em especial os alunos sejam orientados quanto as

atitudes e cuidados a serem tomados no decorrer das atividades, naquele espaço.

6. LEI 9.394/96 E OBJETIVO GERAL DO ESTABELECIMENTO DE ENSINO

Conforme a Lei 9.394/96 os Princípios da Educação Escolar são regidos pelo

Art. 3º, o qual dispõe que o ensino será ministrado com base nos seguintes

princípios:

I - Igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;

II - Liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o

pensamento, a arte e o saber;

III - Pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas;

IV - Respeito à liberdade e apreço à tolerância;

V - Coexistência de instituições públicas e privadas de ensino;

VI - Gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;

VII - Valorização do profissional da educação escolar;

VIII - Gestão democrática do ensino público, na forma desta Lei e da legislação

dos sistemas de ensino;

IX - Garantia de padrão de qualidade;

27

X - Valorização da experiência extraescolar;

XI - vinculação entre a educação escolar, o trabalho e as práticas sociais.

XII - consideração com a diversidade étnico-racial (incluído pela Lei nº 12.796

de 2013)

Para atender a sua função social, a escola deve assegurar aos alunos o

cumprimento dos princípios da educação escolar estabelecidos pela legislação

vigente, bem como garantir aos educandos a transmissão/socialização dos

conhecimentos científicos, artísticos e filosóficos, historicamente produzidos e

conhecimentos científicos sistematizados pela humanidade. Diante disso, as

atividades pedagógicas educacionais realizadas na instituição de ensino, devem ser

enriquecidas e enriquecedoras para fazer despertar nos alunos o gosto pelas formas

mais elevadas da cultura. O ensino deve proporcionar também, aos educandos

condições teóricas para compreender e desvendar a realidade sócio econômica,

política, cultural e ideológica desta sociedade de classe em que estão inseridos.

6.1 Objetivos Específicos

Proporcionar aos alunos, professores e demais funcionários, as devidas

condições para a realização das práticas pedagógicas no interior da escola;

Assegurar aos alunos com necessidades educacionais especiais, os serviços

de apoio, os recursos didáticos pedagógicos e humanos necessários a

efetivação do processo ensino/aprendizagem;

Reconhecer e valorizar os conhecimentos espontâneos dos alunos, como

ponto de partida na apropriação dos conhecimentos científicos e filosóficos;

Proporcionar formas de socialização e troca de experiências entre os alunos,

por meio de atividades que envolva o conhecimento;

Demonstrar e valorizar a importância da efetiva participação da Comunidade

escolar no processo de democratização da escola;

Garantir e fortalecer a organização dos segmentos coletivos específicos

existentes na escola;

28

Mobilizar nos alunos, valores sociais, cidadania, direitos, deveres e

conscientização sobre sua atuação no meio que esta inserido;

Conscientizar sobre as práticas, as posturas e as atitudes individualistas e

competitivas no interior da escola.

6.2. Caracterização Sócio Econômica da Comunidade Escolar

Objetivando o levantamento de dados referentes a caracterização sócio

econômica e cultural da comunidade escolar, foi desenvolvida uma pesquisa junto

aos alunos do Ensino Fundamental e Médio com a participação dos familiares. Tal

procedimento investigatório aconteceu por meio da aplicação de um formulário com

as questões que deveriam ser respondidas pelos mesmos.

Os dados obtidos demonstraram que 70% dos alunos residem no bairro

Jardim Guarujá, onde o colégio está localizado, também existe um número

significativo, ou seja 25% de alunos que residem em bairros próximos e uma

pequena parcela de 4% em bairros mais afastados, sendo que 1% não responderam

a esse item. Devido a grande quantidade de alunos residirem no bairro, a forma

mais utilizada de acesso ao colégio é a pé sendo 74%, os demais cerca de 26%

utiliza como meio de transporte bicicleta, carro, moto e transporte coletivo.

Quanto ao tipo de moradia 78% dos alunos residem em casa própria, 16% em

casas alugadas e 5% em casas cedidas ou emprestadas e 1% não responderam a

questão.

A respeito da responsabilidade pelo aluno 65% afirmaram que tanto o pai

quanto a mãe respondem pelo mesmo, já 25% responderam que somente a mãe é

responsável e 4% dos entrevistados responderam ser o pai o único responsável pelo

mesmo, 3% disseram ser os avós seus responsáveis e 2% afirmam ser

responsáveis por si mesmo, dado que os mesmos atingiram a maioridade e apenas

1% dos entrevistados tem como responsável outros familiares (tios, tias, madrinhas).

A respeito do grau de instrução dos pais constatou-se que 32% dos pais,

possuem Ensino Médio Completo e 35% das mães possuem o mesmo grau,

percebe-se então uma melhora nos índices de instrução das mães quanto a esse

grau de formação; a respeito desse índice, ainda se constata que 26% dos pais

possuem Ensino Fundamental completo e 23% das mães também possuem essa

mesma formação. Salienta-se também que 15% dos pais ainda possuem ensino

29

fundamental incompleto e somando-se a isso 12% das mães estão em igual

situação. Como destaque a esse questionamento verificou-se um aumento nos

índices de escolaridade quanto ao ensino superior tanto para os pais quanto para as

mães que obtiveram índices respectivamente de 9% e 13%. Houveram percentual

de pais e mães que concluíram o ensino técnico na ordem de 5% para os pais e 8%

para as mães. Com nenhuma escolaridade lamenta-se que 3% dos pais e 2% das

mães não possuem escolaridade alguma, 10% dos entrevistados não responderam

o questionamento quanto ao grau de instrução dos pais e 7% com relação as mães.

Com relação a quantidade de irmãos que estudam no colégio, 55%

responderam que apenas ele encontra-se matriculado no colégio, alunos com mais

de um irmão matriculados no colégio soma-se um total de 39% e 2% não

responderam.

No tocante a renda familiar mensal 50% afirmam receber de 1 a 3 salários

mínimos, 24% de 3 a 5 salários mínimos, 12% mais que 5 salários mínimos, 6%

recebem menos de 1 salário mínimo e 8% não responderam.

Em relação a quantidade de horas de estudo dedicadas em casa 57% dos

alunos afirmam dedicar-se uma hora do tempo para os estudos, 11% de duas a três

horas, 3% mais que três horas, 27% lamentavelmente responderam não dedicar

nenhum tempo extra além do tempo escolar, somando-se a isso 2% não

responderam ao questionamento.

Ao serem questionados quanto a cor da pele os mesmos se declaram com as

seguintes porcentagens: 51% da cor branca, 40% da cor parda devido a

miscigenação diversificada aqui existente, 7% da cor preta e 2% não se

manifestaram.

A convivência familiar quanto ao diálogo aponta que 38% dos alunos mantém

maior diálogo com os pais (pai e mãe), 26% afirmam ter maior grau de diálogo com a

mãe, 4% com o pai, sendo que 3% apontam os avós como seus confidentes, 5%

afirmam que os irmãos são os preferidos, 21% destacam a importância dos amigos

quanto a essa questão e 3% não se manifestaram.

Os acontecimentos escolares do cotidiano são partilhados em casa por 82%

dos alunos, 15% não informam os pais ou responsáveis os acontecimentos

escolares do dia a dia e 3% não responderam.

30

No tocante as regras de boa convivência praticadas no interior da escola,

81% dos alunos afirmam que observam uma boa convivência no contexto escolar,

15% apresentaram negativa para essa questão e 4% não responderam.

Na questão dar continuidade dos estudos após conclusão do ensino médio a

realidade da classe trabalhadora se torna evidente dado que 62% dos alunos

afirmam terem que trabalhar e estudar, 9% somente trabalhar, apenas 6% trazem

que os estudos terão prioridade, 21% afirmam ainda não saberem os rumos futuros,

dados este que destes 21% muitos fazem parte do ensino fundamental e 2% não

responderam.

A prática da leitura tem aumentado consideravelmente entre os alunos, pois

40% afirmam praticar a mesma quase sempre, 19% sempre, sabe-se que os 32%

dos alunos que responderam que raramente leem somados aos 7% que não leem

requer um trabalho de incentivo a prática da leitura e somando-se a isso 2% que não

responderam ao questionamento.

O acesso as novas tecnologias tais como redes sociais, programas digitais

para 78% dos alunos ocorrem em casa em computadores próprios ou celulares,

10% tem esse acesso na escola, 5% no trabalho e os demais índices não implicam

no percentual maior. Salienta-se que 33% fazem uso da TV para esse acesso e 10%

rádio.

A participação dos alunos nas atividades extracurriculares, apontam que, 73%

não participam dos projetos oferecidos pela escola, 9% participam da escolinha de

vôlei, 6% do grupo de dança folclóricas, 6% do CELEM (língua espanhola) e 6% do

projeto de xadrez.

No tocante a participação em programas sociais, 71% dos alunos não

participam de nenhum programa devido a renda familiar estar superior aos critérios

estabelecidos pelo programa, 13% são cadastrados no programa Bolsa Família, 4%

ao programa menor aprendiz, 3% a guarda mirim, 8% dos alunos participam em

outros programas governamentais não nominados.

Quanto ao atendimento médico utilizado nossos alunos responderam num

percentual de 65% que utilizam a rede pública de saúde, 30% afirmam possuir

planos particulares e 5% não responderam ao questionamento.

Conhecer a comunidade escolar, bem como as suas especificações quanto

ao relacionamento escola-aluno-família, tem oportunizado a realização de ações

coletivas, esta pesquisa aponta diversos dados que permitem traçar metas/ações

31

que atendam as demandas levantadas. Um dos pontos que necessita de maior

atenção diz respeito ao hábito de estudo em casa, visto que o tempo dedicado fora

do horário normal de aulas, informado através da pesquisa realizada é considerado

insuficiente para que o aluno possa ter um resultado significativo, favorecendo a

construção do conhecimento. Dentre os pontos positivos, observados na pesquisa,

destaca-se o avanço em relação ao grau de instrução dos pais ou responsáveis

pelos alunos, evidenciando assim maior valorização e busca pela educação.

Além deste, aponta-se também, de acordo com os dados do IDEB (Índice de

desenvolvimento da Educação Básica) do ano de 2013, um aumento significativo da

média da escola que passou de 4,4 para 4,9, o qual representa o trabalho e a

participação efetiva de todos os envolvidos no processo de ensino e de

aprendizagem

6.2.1 Gráficos dos dados obtidos na pesquisa realizada

32

33

34

35

36

37

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39

40

41

42

7. MARCO CONCEITUAL

7.1. Concepção Educacional

Qualquer concepção educacional que pretenda ser verdadeiramente

democrática e participativa, precisa combater com força e determinação, no interior

da escola pública, as relações sociais baseadas na competição e no individualismo

burguês, que ainda estão indistintamente muito presentes nas práticas educativas.

Se, por um lado, a escola, por si só, dentro dos seus restritos espaços e

limites de atuação, não pode transformar as condições materiais socioeconômicas,

políticas e culturais vigentes que imperam no capitalismo, por outro, através de

atividades pedagógicas coletivas intencionalmente organizadas, e direcionadas, ela

pode e deve, ao menos dentro dos seus muros, procurar constituir relações sociais

que não tomem como parâmetro a competição saudável, descrita por Hobbes,

sendo a qual é justo que os mais fortes devorem os mais fracos numa espécie de

jogo antropofágico. “[...] as relações sociais descritas por Hobbes como “bellum

omnium contra omnes1” - com sua tendência objetiva a deixar os fracos serem

devorados pelos fortes - é idealizada como competição saudável universalmente

benéfica (MÉSZÁROS, 2002, p. 109, grifos do autor).

Nesse sentido, iniciar a discussão sobre a concepção educacional assumida

por este Projeto Político Pedagógico, ressaltando como aspecto negativo a

valorização da competição e do individualismo, tem basicamente dois propósitos.

Em primeiro lugar, não é possível pensar uma forma de organização coletiva da

escola e por conseguinte de participação política engajada, quando a competição

entre os sujeitos que fazem a escola concreta, cada vez mais complexa, está

permeada por interesses individualistas, ou por interesses corporativos de

segmentos coletivos específicos (professores, alunos, funcionários, pais/mães), que

divergem mutuamente , sem o desprendimento de submeterem a uma análise crítica

as próprias percepções caóticas que fazem da escola que, querendo ou não, eles

mesmos ajudam a construir diariamente.

1

"A guerra de todos contra todos".

43

Em segundo lugar, é necessário destacar que na origem desta competição e

individualismo cada vez mais exacerbada que se manifesta dentro da escola,

encontra-se precisamente uma forma capitalista de organização social da produção,

baseada na divisão e hierarquização do trabalho. Esta forma de divisão social do

trabalho historicamente determinada, além dos aspectos constitutivos ligados

diretamente à esfera da produção capitalista, cuja essência é retirar dos

trabalhadores o controle da produção de mercadorias, tem também os aspectos

políticos, quer dizer, fragmentar, dividir a classe trabalhadora como forma de exercer

o controle social ideológico e consequentemente a dominação de classe. Em outras

palavras, significa compreender e admitir que a competição e o individualismo são

dois elementos constitutivos chaves da concepção de sociedade e de educação,

norteadas pelos pressupostos filosóficos liberais do período Lerner (1995-2003), aos

poucos, vai se afirmando cada vez mais no interior das escolas públicas, a

necessidade do aprofundamento desta reflexão entre a comunidade escolar

constituída predominantemente por trabalhadores.

Com Gramsci (1991), aprendemos que fora de sua profissão cada homem (só

para relembrar, também a mulher), é um filósofo, na medida que expressa uma

concepção de mundo e pode contribuir para modificar uma dada realidade. Por isso,

os pressupostos filosóficos deste Projeto Político Pedagógico, assumem como

compromisso a necessidade de se construir a escola pública enquanto um dos

instrumentos que podem auxiliar no processo de transformação social.

Tendo em vista a concretização de uma concepção educacional democrática,

este estabelecimento também oferta educação inclusiva, com proposta curricular

flexibilizada e encaminhamentos educacionais diferenciados para os alunos com

necessidades educacionais especiais, de modo a atender com qualidade todos os

alunos que historicamente ficaram fora da escola.

Seguindo orientações do Ministério da Educação, Secretaria de Educação

Especial na Nota Técnica – SEESP/GAB/Nº 11/2010, a educação inclusiva, está

fundamentada em princípios filosóficos, políticos e legais dos direitos humanos, que

compreende a necessidade de mudança de concepção pedagógica, de formação

docente e de gestão educacional para a efetivação do direito de todos à educação,

transformando as estruturas educacionais que reforçam a oposição entre o ensino

comum e especial e a organização de espaços segregados para alunos público alvo

da educação especial.

44

Diante destes pressupostos, o desenvolvimento inclusivo das escolas assume

a centralidade das políticas públicas para assegurar as condições de acesso,

participação e aprendizagem de todos os alunos nas escolas regulares, em

igualdade de condições. Na perspectiva da educação inclusiva, a educação especial

é definida como uma modalidade de ensino transversal a todos os níveis, etapas e

modalidades, que disponibiliza recursos e serviços e realiza o atendimento

educacional especializado – AEE de forma complementar ou suplementar à

formação dos alunos público alvo da educação especial. “

Considerando os aspectos acima mencionados o colégio Orso oportuniza

aos estudantes vários tipos de atendimento quer seja em Sala de Recurso

Multifuncional I, Sala de Apoio Pedagógico, Professor de Apoio à Comunicação

Alternativa (PAC), Professor de Apoio Educacional Especializado (PAEE),

caracterizando-se como uma inserção parcial a qual é complementada pela

democratização do aluno no espaço escolar em todos os aspectos, defrontando-nos

com o desafio de incluir todos os segmentos sociais e viabilizar seu bom rendimento

escolar.

7.2 Pressupostos Filosóficos

Tendo como ponto de partida a premissa de que a escola pública tem sua

função social de atender a classe trabalhadora, não se pode desconsiderar os

aspectos educacionais que são essenciais para concentrar-se em questões

superficiais que nada contribuem na formação de indivíduos preparados

teoricamente, para compreenderem e enfrentarem os problemas de uma sociedade

cada vez mais complexa e contraditória.

Por isso, os pressupostos filosóficos deste Projeto Político Pedagógico,

assumem como compromisso a necessidade de se construir a escola pública,

enquanto um dos instrumentos que podem auxiliar no processo de transformação

social.

Nesse sentido, é que se deve considerar o processo filosófico pedagógico

permanente de reflexão-ação e discussão dos problemas da escola, na busca de

alternativas viáveis na efetivação de sua intencionalidade, que é constitutiva,

propiciando a vivência democrática necessária para a participação de todos os

membros da comunidade escolar e o exercício da cidadania, perfazendo uma

45

relação recíproca entre a dimensão política e pedagógica da escola (LEINDECKER,

Conselho de Classe Participativo, professora PDE, 2008)

Ao se constituir um processo de decisões, preocupa-se em estabelecer uma

forma de organização do trabalho pedagógico que supere os conflitos, buscando

eliminar as relações competitivas, corporativas e autoritárias, rompendo com a rotina

do mando impessoal e racionalizado da burocracia.

Para tanto o currículo escolar, bem como os programas e os planos de

ensino, serão considerados como ponto de partida de criação, apropriação,

sistematização, produção e recriação do saber.

7.3.1 Homem

A concepção de homem aqui expressa, parte do pressuposto de que o

homem, enquanto gênero humano, constituído necessariamente por homens e

mulheres, a começar pela sua própria organização corporal, é um ser que se

distingue dos demais animais existentes na natureza pelo fato de produzir a sua

própria existência.

Pode-se diferenciar os homens dos animais através da consciência, através da religião, através do que se quiser. Eles mesmos começam a se diferenciar dos animais quando começam a produzir seus víveres, um passo que é condicionado pela sua organização corporal. Ao passo que produzem seus viveres (Lebensmittel), os homens também produzem indiretamente sua vida material (materielles Leben). (MARX E ENGELS, 2007, p. 42).

Nesta perspectiva, ao contrário das concepções idealistas que entendem o

homem como um ser abstrato, o homem é um ser concreto, de "carne e osso", no

dizer de Marx, produzido socialmente a partir do conjunto das relações sociais que

consegue contrair, dentro de cada período histórico da humanidade, com o grau de

desenvolvimento das forças produtivas.

Por isso, um dos aspectos fundamentais que precisa ser enfrentado quando

se fala na concepção de homem numa perspectiva materialista histórica, diz respeito

a necessidade de se buscar compreender e situar este homem no seu devido

espaço-tempo histórico. Uma coisa é pensar no homem burguês, com as

implicações sociais que o fato de pertencer a classe social economicamente

46

privilegiada traz, outra totalmente diferente, é pensar no homem que pertence a

classe trabalhadora, com as devidas implicações concretas que isto provoca na sua

própria constituição corporal e na formação das estruturas psicológicas superiores.

Uma coisa é ser trabalhador ou trabalhadora, negro ou negra, ambos pobres,

vivendo num país da América Latina. Outra coisa totalmente diferente, é ser homem

ou mulher, ricos e brancos, ambos vivendo na Inglaterra. Todos são seres humanos,

mas as condições sociais concretas do seu desenvolvimento físico/cultural, são

totalmente diferentes. A pobreza priva as pessoas do acesso aos bens materiais e,

por conseguinte priva também da apropriação dos bens espirituais/intelectuais

disponíveis na sociedade.

Em relação ao trabalho, categoria fundante e estruturante da sociedade que

se organiza a partir das atividades produtivas, vale observar as considerações

teóricas de Netto e Braz (2007).

O trabalho é, sempre, atividade coletiva: seu sujeito nunca é um sujeito isolado, mas sempre se insere num conjunto (maior ou menor, mais ou menos estruturado) de outros sujeitos. Essa inserção exige não só a coletivização de conhecimentos, mas sobretudo implica convencer ou obrigar outros à realização de atividades, organizar e distribuir tarefas, estabelecer ritmos e cadências etc. E tudo isso, além de somente ser possível com a comunicação propiciada pela linguagem articulada, não está regido ou determinado por regularidades biológicas; consequentemente, o caráter coletivo do trabalho não se deve a um gregarismo que tenha raízes naturais, mas, antes, expressa um tipo específico de vinculação entre membros de uma espécie que já não obedece apuros determinismos orgânico-naturais. Esse caráter coletivo da atividade do trabalho é, substantivamente, aquilo que se denominará de social (NETTO; BRAZ, 2007, p. 34).

Quando falamos no homem enquanto gênero humano, constituído

concretamente por homens e mulheres, estamos, portanto, nos referindo a um ser

histórico e social que se distingue dos demais animais existentes na natureza,

justamente pelo fato de exercer um certo controle da natureza, a parte do trabalho

que é sempre atividade pensada, isto é, antecipada, ideada antes de ser

concretizada na ação prática. “[…] foi através do trabalho que, de grupos de

primatas, surgiram os primeiros grupos humanos – numa espécie de salto que fez

emergir um novo tipo de ser, distinto do ser natural (orgânico e inorgânico): o ser

social”. NETTO; BRAZ, 2007, p. 34).

47

7.3.2 Mundo

Quando pensamos no mundo, existe invariavelmente uma tendência de

separação entre o mundo natural e o mundo dos homens. Em tese, esta separação

não seria o problema, se não fosse o fato de que tal cisão normalmente perde a

dimensão do todo e deixa de compreender o mundo na sua totalidade orgânica e

inorgânica. Foi exatamente pensando no mundo natural e no mundo social,

enquanto uma totalidade inseparável, que Marx afirmou que a natureza é o próprio

corpo do homem. Se o trabalho é o pai, a natureza é a mãe, concluiu Marx (1996).

Esta formulação fica aparentemente mais compreensível quando se constata

que, enquanto é possível concordar com a existência da natureza sem a existência

do homem, o contrário não é verdadeiro. Como um ser natural especial, ou

específico, não seria possível pensar a existência do homem fora da natureza.

Assim, pode-se dizer que a natureza é a fonte das riquezas naturais de onde o

homem, através do intercâmbio orgânico com a natureza, ou seja, por meio do

trabalho, retira na forma de produtos naturais ou na forma de matérias primas, os

recursos necessários que são convertidos em riqueza social, cuja origem não advêm

de outro lugar, se não do trabalho humano criador.

Neste incessante processo social de transformação, o homem transforma a

natureza e consequentemente também se transforma. Com isso, cada vez mais o

homem vai imprimindo no mundo natural as suas características, as suas marcas.

Mas a compreensão do mundo exige, também, além da distinção metodológica entre

o mundo natural e o mundo social, uma distinção entre a natureza orgânica e a

natureza inorgânica.

7.3.3 Sociedade

A sociedade precisa ser compreendida como o resultado das relações e

mediações históricas sociais, produzidas a partir do trabalho e das demais

atividades humanas que a vida em sociedade proporciona e exige. Mas conforme

fica evidente,

48

A sociedade não pode existir sem a natureza – afinal, é a natureza, transformada pelo trabalho, que propicia as condições da manutenção da vida dos membros da sociedade. Toda e qualquer sociedade humana tem sua existência hipotecada à existência da natureza – o que varia historicamente é a modalidade da relação da sociedade com a natureza: variam, ao longo da história, os tipos de transformação que, através do trabalho, a sociedade opera nos elementos naturais para deles se servir, bem como os meios empregados nessa transformação. Vale dizer: modificam-se, ao longo da história da humanidade, as formas de produção material da vida social e, por conseguinte, as condições materiais de existência nas quais vivem os homens (NETTO; BRAZ, 2007, p. 35).

Neste movimento histórico, ao contrário do que comumente se pensa, a

sociedade não é um conjunto harmônico que funciona sem conflitos e contradições.

Assim como a natureza possui as suas leis próprias de movimento que expressam

contradições naturais, a sociedade humana também possui as suas leis

contraditórias. Porém, aqui uma coisa precisa ficar muito bem estabelecida para que

equívocos não sejam cometidos. Uma coisa é compreender as leis naturais de

funcionamento do mundo natural, outra totalmente diferente é compreender as leis

contraditórias de funcionamento da sociedade, que são na sua essência, o resultado

de relações históricas e sociais produzidas pela humanidade ao longo dos tempos.

Do ponto de vista da concepção materialista histórica dialética, adotada por

este Projeto Político Pedagógico, é preciso destacar que na origem, a contradição

fundante de onde deriva todas as demais formas de contradições, encontra-se na

esfera da produção, ou seja, na divisão entre os proprietários privados dos meios de

produção e os trabalhadores, detentores apenas da sua força de trabalho. Esta

contradição não é e não pode ser interpretada como natural. Ela foi produzida e vem

perpetuando-se na história da humanidade, depois do surgimento da propriedade

privada, quando o modo de produção escravista, superou as relações sociais de

produção, existentes nas comunidades primitivas, ou seja, não havia propriedade

privada, uma vez que todos os modos de produção eram coletivos.

Com a transformação do modo de produção feudal para o modo de produção

capitalista, não obstante as mudanças ocorridas na esfera da produção e nas

demais esferas da vida social, o fato concreto é que antagonismo de classe

permaneceu intacto e agudizando-se cada vez mais. Ou seja, a sociedade ainda se

divide concretamente entre os produtores diretos, os trabalhadores e os

exploradores do trabalho dos trabalhadores, os detentores do capital. Este é um dos

49

aspectos mais fundamentais que a escola pública vem negligenciando na educação

dos seus alunos que são constituídos quase que totalmente por filhos de

trabalhadores e alunos trabalhadores.

7.3.4 Professor

O professor é o profissional trabalhador (servidor público), com a incumbência

e a responsabilidade de organizar e assegurar a transmissão dos conteúdos

científicos, artísticos e filosóficos, bem como outros conhecimentos que a escola

deve proporcionar e socializar aos seus educandos.

Quando se enfatiza a responsabilidade e o compromisso do professor

trabalhador, não significa dizer que não se deve cobrar e exigir também a

responsabilidade e o compromisso dos alunos, dos pais/mães e demais funcionários

da escola. Seja de sala de aula, da orientação ou da direção, pode-se dizer que o

professor é (ou deveria ser), na expressão de Gramsci, o intelectual orgânico

especializado, com a competência de mediar a efetivação do processo

ensino/aprendizagem.

Nesse sentido, a atividade profissional do professor está permeada por duas

características principais. De um lado, deve possuir o compromisso político, no

sentido de que é um sujeito que age e com a sua ação pode contribuir na formação

de novas formas de pensamento (não alienado). De outro, deve possuir

competências técnicas, no sentido de dominar as especificidades inerentes de sua

área de atuação. Se o professor conseguir conjugar essas duas características,

aumentam as possibilidades deste profissional da educação realizar de modo

adequado o processo de objetivação/apropriação que constitui a essência do

processo ensino/aprendizagem que se realiza na escola.

Na sala de aula,

[...] existe sempre a possibilidade da realização de um pedagógico que parta do senso comum não para justificar o conformismo com a ideologia hegemônica, mas para explicitar razões que caminhem na direção histórica de se construir uma nova concepção de mundo, condizente com os interesses da maioria e não com os de uma classe exploradora. Com isto quero dizer que, no concreto pedagógico de uma sala de aula, não há como não reconhecer, pode travar-se um

50

combate de ideias. Isto é possível porque, fora da sala de aula, este combate está sendo travado. Não tenho a ilusão de que as ideias se constituem no motor da história, mas não tenha a ingenuidade de pensar que a luta não ocorra também aí. (SANFELICI, 1986, p. 92-93).

Eis, aqui, portanto, uma lição essencial que praticamente todos os

professores das escolas estatais deveriam aprender, para, depois de preparados,

quem sabe poderem transmitir para os seus alunos na sala de aula. Não resta

dúvida de que a sala de aula tanto pode ser espaço que induz a um conformismo

generalizado, de acordo com os padrões, normas e valores alienantes da sociedade

burguesa, como também pode ser espaço de disputas de ideias e de reflexões que

pelo menos apontem na perspectiva da superação das relações individualistas e

competitivas, criando as condições e "aplainando o terreno" para a constituição de

práticas que tenham como eixo estruturador as relações baseadas na cooperação

social e na valorização e fortalecimento do coletivo.

Diante do exposto os professores trabalham com metodologias que

possibilitam aos alunos a socialização do saber sistematizado, de forma crítica e

reflexiva, para que o educando se torne um sujeito histórico, um agente de

transformação da sociedade.

7.3.5 Aluno

Um dos maiores problemas na relação professor-aluno, consiste exatamente

no fato do profissional da educação não compreender (ou não querer compreender)

o educando como um ser concreto. Ao idealizar um determinado modelo de aluno

enquadrado segundo certos padrões e normas sociais preestabelecidas o professor

nega, ignora ou relega ao segundo plano, a existência ali diante de si, de um ser

humano que nada mais é do que o conjunto das relações e mediações

socioeconômicas, políticas, culturais, ideológicas, religiosas, entre outras

determinações e influências das diversas esferas da vida social, onde o sujeito se

forjou e foi forjado.

A escola pública não pode fazer com o aluno a mesma coisa que a fábrica do

modelo fordista e taylorista, fazia com o trabalhador: ele entrava na indústria, mas

deixava o cérebro do lado de fora. Para aquele padrão de controle de trabalho, o

trabalhador não necessitava pensar, mas apenas executar sem questionamentos os

movimentos repetitivos segundo a divisão social do trabalho que estava enquadrado.

51

Talvez o comparativo seja um tanto desproporcional, mas ele serve para provocar

uma reflexão crítica no interior da escola, sobre até que ponto os professores e os

demais profissionais não estão exigindo alunos que se limitam apenas a

executarem, sem críticas e questionamentos, as tarefas repetitivas que são

repassadas pelos professores.

Já foi explicitado linhas acima que os professores precisam conhecer os seus

alunos. Isso é muito importante, não só para respeitar a singularidade de cada

aluno, cada um deles com características, necessidades e subjetividades próprias.

Esta singularidade, porém, é muito importante deixar isto claro, embora tenha

evidentemente uma base biológica, não é de modo algum determinada por aspectos

e características biológicas hereditárias, transmitida de pais para filho. A

singularidade objetiva e subjetiva de cada pessoa é uma produção social, que se faz

a partir das condições materiais objetivas de existência.

Em outras palavras, Leontiev explicita exatamente isto quando cita Marx:

Todas as suas (Trata-se do homem) relações humanas com o mundo, a visão, a audição, o olfato, o gosto, o tacto, o pensamento, a contemplação, o sentimento, a vontade, a atividade, o amor, em resumo, todos os órgãos da sua individualidade que, na sua forma, são imediatamente órgãos sociais, são no seu comportamento objetivo ou na sua relação com o objetivo a apropriação da realidade humana (1978, p. 268).

Por isso, se este ou aquele aluno, é desta ou daquela maneira, com estas ou

aquelas características, atitudes e comportamentos, é muito importante ter claro que

ele não é outra coisa se não uma expressão da realidade social onde vive e esta

inserido. Quando se trata de aluno “problema” ou com “dificuldade de

aprendizagem”, por exemplo, as atividades desenvolvidas pela escola, pode reforçar

essas características ou efetivamente contribuir para modificar a situação desses

alunos que são estigmatizados.

7.3.6 Concepção de Infância e Adolescência – Ensino Fundamental de 9 anos

O ensino fundamental de nove anos passa, a partir do ano letivo de 2012, a

ser ofertado de forma simultânea em todos os Colégios da Rede Estadual do

Paraná. É fundamental ressaltar que a concepção de infância ganha importância em

52

todos os encontros / reuniões pedagógicas realizadas tanto no NRE como, e

principalmente nas escolas. Esta relevância não se reduz apenas ao plano teórico,

mas também a prática pedagógica dos professores, pedagogos, funcionários e toda

a comunidade escolar, englobando a necessidade de repensar desde as estruturas

físicas, quanto proposta curricular, encaminhamentos metodológicos e avaliativos.

Neste sentido, torna-se imprescindível compreender a concepção de criança

e seus direitos fundamentais, conforme o ECA - artigos 1º, ao 24º, Lei de Diretrizes e

Bases da Educação Brasileira, LDB 9394/96 e Diretrizes para o Ensino Fundamental

de nove anos, é necessário nortear os “conceitos de ensino, aprendizagem e

desenvolvimento , a seleção de conteúdos, a avaliação, a organização de espaços e

tempos com atividades desafiadoras, enfim, o planejamento do trabalho organizado

não apenas pelo professor mas por todos os profissionais da instituição”( Ensino

Fundamental de nove anos, orientações pedagógicas para os anos iniciais, p.10,

SEED, Curitiba: 2010).

Segundo o historiador francês Ariès (1986) até a Idade Média ainda não

existia um conceito de criança, ou seja, uma definição sobre o sentimento de

infância como uma etapa da vida humana, isto é uma etapa que tem características

próprias e necessidades.

Ainda, segundo Ariès (1986), foi no final da Idade Média que esse conceito

passou a ser pensado, a infância passou a ser vista como uma fase de ingenuidade

e fragilidade. Até então a infância não existia. Há relatos de alguns historiadores que

definem a infância até a Idade Média como não existente. As crianças da época não

eram consideradas como pessoas em formação, mas sim como coisas, muitas

morriam por falta de afeto, carinho, amor e alimentação, apenas após completarem

7 anos é que os pais passavam a considerá-las como membros da família e a dar

algum carinho, pois já estariam mais fortes.

Assim pode-se afirmar que a concepção de infância é uma construção

histórica e que a partir do século XVIII a concepção de infância passa pelo

disciplinamento e moralidade sendo especificamente regido pela Igreja e Estado. A

criança passa a ser vista como um adulto em miniatura, alguém que precisa ser

disciplinado e moralizado para se tornar um adulto correto, essa concepção

permanece também no século XIX auge do capitalismo industrial.

Segundo Kramer (1995) a infância se diferencia conforme a posição da

criança e de sua família na estrutura socioeconômica em que se inserem. Assim o

53

conceito de infância não é homogêneo, ou melhor, uma criança é diferente da outra

devido ao meio social, e está sujeita a processos desiguais de socialização e

condições de vida. A escola tem aqui seu papel primordial de reconhecer as

diferenças e a partir destas trabalhar os conhecimentos sistematizados acumulados

pela humanidade, ou seja, conhecimentos historicamente construídos respeitando a

singularidade da infância.

Assim o Colégio Orso, compreende a concepção de criança e adolescente

como uma etapa da vida humana, uma construção social, que supera todas as

concepções até então de caráter inatistas, pois, compreendemos que a

aprendizagem se constrói na interação com o social, e esta não está condicionada

pela maturação biológica.

Para Vygotsky (2007), o desenvolvimento humano privilegia a interação com

os demais seres na formação da inteligência e das características essencialmente

humanas. Revisitando Vygotsky podemos concluir que é de suma importância

analisar criticamente o contexto social de nossos alunos para que possamos

compreender com que criança estamos trabalhando, quais suas necessidades e

como possibilitaremos que todas as nossas crianças, adolescentes se apropriem

dos conteúdos organizados no currículo escolar. Isto é acreditamos que todos os

nossos alunos considerando sua idade/série estão na idade socialmente

reconhecida como idade para aprender e todos terão esse direito assegurados pela

comunidade escolar, conforme legislação vigente.

Desta forma, este PPP apresenta a readequação na proposta curricular para

o regime dos 09 anos e busca analisar de forma crítica o trabalho pedagógico a ser

realizado a partir do ano letivo de 2012. Estamos discutindo o processo pedagógico

para essa nova demanda nas reuniões pedagógicas e conselho de classe.

Buscamos aprofundamento teórico metodológico em referenciais teóricos,

legislação, bem como, experiências práticas, abordadas por professores do Ensino

Fundamental das séries iniciais.

O conhecimento adquirido através desses encontros, orientam a prática

pedagógica dos professores e estabelece a proposta de concepção de

infância/adolescência como historicamente situada. Também define que a escola

assegurará a igualdade de acesso dos alunos a uma base nacional comum, e sua

parte diversificada sendo esta na disciplina da LEM (Inglês) conforme o art. 33 da

LDB e CLDB, art. 9º parecer CEB 04/98, p. 7.

54

7.3.7 Escola

No que se refere a instituição escolar (surgimento, desenvolvimento e sua

importância no processo de transformação social) é necessário compreendê-la

numa perspectiva de totalidade sempre contraditória e em movimento. O surgimento

da educação formal correspondeu a uma nova necessidade educacional imposta

pelo estabelecimento das primeiras sociedades classistas. Nestas sociedades, os

membros da classe detentora do poder passaram a receber uma educação

diferenciada, que era o ensino escolar formal. Por sua vez, aqueles que pertenciam

às classes exploradas eram educados no próprio processo produtivo, ou seja: “o

povo se educava no próprio processo de trabalho. Era o aprender fazendo. Aprendia

lidando com a realidade, aprendia agindo sobre a matéria, transformando-a”

(SAVIANI, 1994. p. 153).

O processo de constituição do modo de produção capitalista, que deslocou

massas inteiras da população não somente das oficinas artesanais para as fábricas,

mas, também dos campos para a cidade, colocou novas necessidades sociais,

dentre elas, a de uma educação formal que fosse capaz de dar conta das exigências

impostas pelo novo período histórico. Desde então, as novas classes sociais do

capitalismo colocaram-se em luta por uma educação que fosse capaz de instruí-los,

em conformidade com as exigências do "novo" tempo que estava surgindo. “Esta

será, apesar de suas contradições, uma característica comum aos povos que se

rebelaram contra a Igreja de Roma. Justamente dele surgirá (…) a iniciativa mais

avançada de novos modelos de instrução popular e moderna” (MANACORDA, 1997,

p. 194).

Destacaram-se, nas reivindicações por uma educação voltada para os

interesses da nova ordem social, os movimentos reformadores e heréticos. Estas

exigências, que eram encucadas na consciência das camadas populares enquanto

uma necessidade religiosa, na verdade assentavam-se em princípios econômicos e

políticos, pois:

Se a necessidade de ler as Sagradas Escrituras e a capacidade de cada um interpretar a palavra divina nelas contida está na fase desta nova exigência da cultura popular, é, porém, o desenvolvimento das

55

capacidades produtivas e a participação das massas na vida política que exigem este processo (MANACORDA, 1997, p. 1998).

Com as mudanças políticas ocorridas na sociedade burguesa, onde as

relações entre os homens se desnaturalizam e passam a ser regidas por leis

“construídas” a partir de um “contrato social”, surge a necessidade de

instrumentalizar o povo para esta nova forma de relação entre os seres humanos.

Este acontecimento contribuiu para que a nova classe dominante vislumbrasse na

extensão da educação formal até os setores populares, o instrumento capaz de

oportunizar ao conjunto da população os conhecimentos e valores, que possam ser

“úteis” à nova ordem social.

A função da educação, enquanto instrumento de preparação das pessoas

para os exercícios das atividades políticas, é explicada por um intelectual do século

XVI:

[...] antes de tudo uma cidade, sejam instruídas: engana-se gravemente, de fato, quem pensa que sem instrução possa adquirir-se uma sólida virtude e ninguém é suficientemente idôneo para governar as cidades sem o conhecimento daquelas letras que contêm o critério do governo de todas as cidades (MELANCHTON apud MANACORDA, 1997, p. 198).

Como já apontado, a necessidade de se estabelecer e expandir uma nova

educação, além, das motivações políticas também se deu por razões técnicas,

impostas pelo desenvolvimento do processo produtivo. Quando o antigo artesão foi

arrancado de sua corporação e introduzido na fábrica, que tem na ciência moderna

uma de suas maiores forças produtivas, também se viu expropriado de seu pequeno

conhecimento. Com o avanço do capitalismo para praticamente todos os cantos do

mundo, surge a necessidade de expandir a indústria, o que ocorre mediante o

desenvolvimento da ciência e da tecnologia. Tal conhecimento levou à substituição

cada vez mais rápida dos instrumentos e dos processos produtivos e, com isto,

impõe-se a necessidade de trabalhadores razoavelmente instruídos, capazes de

acompanhar o dinamismo dos novos empreendimentos.

Diante da exigência imposta pelo próprio processo de desenvolvimento das

relações de produção capitalista,

56

(...) filantropos, utopistas e até os próprios industriais são obrigados, pela realidade, a se colocarem o problema da instrução das massas operárias para atender às novas necessidades da moderna produção de fábrica: em outros termos, o problema das relações instrução-trabalho ou da instrução técnico-profissional, que será um tema dominante da pedagogia moderna. (MANACORDA, 1997, p. 272).

É sobre esse conjunto de transformações e necessidades técnicas e políticas

que a burguesia industrial propõe, nos países capitalistas centrais, a generalização

da educação escolar.

No Brasil, a Pedagogia Histórico-crítica tem buscado se afirmar numa

perspectiva marxista. Atualmente encontram-se colocados diversos entendimentos

sobre quais são as necessidades educativas e que função deve cumprir o trabalho

educacional escolar. De um lado, encontram-se aqueles que atribuem à escola a

responsabilidade de amenizar as desigualdades sociais e, de outro, os que

procuram denunciá-la como mecanismo de legitimação do “status quo”. Em ambos

os casos, a história é sacrificada. “No primeiro caso, sacrifica-se a história na idéia

em cuja harmonia se pretende anular as contradições do real. No segundo caso, a

história é sacrificada na reedificação da estrutura social em que as contradições

ficam aprisionadas” (SAVIANI, 1983, p.35).

Este mesmo autor (1992), ao tratar da função da escola básica, afirma que:

(...) a escola é uma instituição cujo papel consiste na socialização do saber sistematizado. (…) não se trata pois, de qualquer tipo de saber. Portanto, a escola diz respeito ao conhecimento elaborado e não ao conhecimento espontâneo; ao saber sistematizado e não só saber fragmentado; à cultura erudita e não à cultura popular. Em suma, a escola tem a ver com o problema da ciência. Com efeito, ciência é exatamente o saber metódico, sistematizado (p. 21).

Este compromisso da educação torna-se ainda mais premente quando a

escola se encontra voltada para as camadas populares, para os quais o domínio da

cultura constitui instrumento indispensável para orientar a sua ação política. Numa

sociedade classista, os conhecimentos produzidos pelos embates travados pela

humanidade ao longo da história, são apropriados pela classe hegemônica e

colocados a serviço de sua dominação. Desta forma, o principal conhecimento

ensinado pelo educador deve ser os conteúdos culturais universais, os quais estão

57

permanentemente sendo reavaliados pela realidade social. Mas para uma escola

comprometida com o processo de transformação:

Não basta que os conteúdos sejam apenas ensinados, ainda que bem ensinados: é preciso que se liguem, de forma indissociável, à sua significação humana e social. Essa maneira de conceber os conteúdos do saber não estabelece oposição entre cultura erudita e cultura popular, ou espontânea, mas uma relação de continuidade em que, progressivamente, se passa da experiência imediata e desorganizada ao conhecimento sistematizado (LIBÂNEO, 1990, p. 39).

O saber sistematizado, que foi e continua sendo produzido a partir dos

embates travados pela humanidade na busca incessante de produzir as suas

necessidades históricas, nas sociedades classistas, tem sido apropriado pelos

detentores do poder e colocados a serviço de sua dominação de classe. Para uma

educação comprometida com um processo transformador e, portanto, com os

interesses da maioria da população, a atividade nuclear da escola deve ser a

socialização do saber sistematizado, o qual é indispensável para que cada um possa

ser sujeito de seu tempo, pois: “o dominado não se liberta se ele não vier a dominar

aquilo que os dominantes dominam. Então dominar o que os dominantes dominam é

condição de libertação” (SAVIANI, 1983, p. 59).

Para tanto, o trabalho do educador comprometido com um projeto de

transformação social, deve estar orientado pelos conhecimentos científicos, os quais

devem ser transmitidos de forma viva e atualizada, servindo para problematizar a

realidade vivida por educadores e educandos. Neste sentido, uma educação

comprometida com a emancipação deve mediar a relação de conhecimentos

científicos com a prática social, onde o indivíduo, preparado teoricamente, possa se

ver como participante da sociedade e como agente capaz de transformá-la. Isto é

possível, pois a escola “(...) ainda que elemento determinado, não deixa de

influenciar o elemento determinante, ainda que secundário, nem por isso deixa de

ser instrumento importante e por vezes decisivo, no processo de transformação da

sociedade” (SAVIANI, 1983, p. 69).

Uma “educação para além do capital” (2005) como propõe Mészáros, precisa

lutar não só contra a tentativa de descaracterização do Método Materialista Histórico

Dialético na educação, como também contra todas as formas e processos de

internalização capitalista responsáveis pela difusão e inculcação das ideologias da

58

classe dominante, que tanto pode ser efetivado através da educação formal como

também em outros espaços e por outros meios existentes e utilizados com tais

finalidades.

7.3.8 Educação

Considerando que o processo educacional exige intencionalidade e

cientificidade, é importante salientar que as diversas teorias filosóficas, psicológicas

e pedagógicas colaboram para a compreensão e orientação da prática educacional

em diversos momentos e circunstâncias da história humana (LUCKESI, 1994).

Entendendo que a realidade social não é estática, mas está em constante

movimento devido as lutas de classes dos diferentes sujeitos históricos, e que o

colégio Orso também faz parte do complexo emaranhado social, pois, não está

isolado deste contexto, este estabelecimento de ensino tem como opção filosófica a

concepção Dialética, a qual se interessa pelo homem concreto, que percebe o

homem como “síntese de múltiplas determinações”. Nessa perspectiva, os

problemas educacionais não podem ser compreendidos senão por referência ao

contexto histórico em que estão inseridos. A concepção dialética defende que o

movimento segue leis objetivas que não só podem, mas devem ser conhecidas pelo

homem. Encarando a realidade como essencialmente dinâmica, não se vê

necessidade de negar o movimento para admitir o caráter essencial da realidade,

nem de negar a essência para admitir o caráter dinâmico do real (SAVIANI, 1987).

Seguindo nesta mesma direção, a teoria pedagógica que fundamenta e

orienta a prática educacional desta instituição escolar baseia-se na Tendência

Progressista "Crítico social dos conteúdos" ou "Histórico-Crítica", na qual, a escola

tem o papel de difundir os conhecimentos historicamente acumulados trabalhando

conteúdos culturais universais incorporados pela humanidade perante as

necessidades da realidade social. Nesse sentido entende-se que há uma relação

direta entre as experiências do aluno e o saber sistematizado. O professor é neste

caso o mediador no processo de ensino-aprendizagem.

A partir desses pressupostos compreende-se a educação como um processo

social que tem por finalidade imprimir/transmitir às crianças os legados culturais

produzidos pelos homens, por meio do trabalho e das demais atividades sociais ao

59

longo da história da humanidade. Quando as crianças chegam no mundo da cultura,

a única aptidão inata que elas trazem é a aptidão para adquirirem outras aptidões

que são especificamente humanas (linguagem, memória, consciência, pensamento,

emoções, sentimentos, etc.).

Por isso, ao contrário do que comumente se pensa, com as crianças não

ocorre o processo de adaptação, da mesma forma que acontece com os animais. Se

os animais simplesmente adaptam-se a natureza, a partir dos processos biológicos

evolutivos, segundo as características particulares de cada espécie e das condições

proporcionadas pelo meio ambiente, as crianças necessitam apropriarem-se dos

instrumentos, dos objetos, dos signos e fenômenos existentes ao seu redor.

O processo principal que caracteriza o desenvolvimento psíquico da criança é um processo específico de apropriação das aquisições do desenvolvimento das gerações humanas procedentes. Estes conhecimentos adquiridos, diferentemente dos do desenvolvimento filogenético dos animais, não se fixam morfologicamente e não se transmitem por hereditariedade (LEONTIEV, 1978, p. 320).

Além da apropriação, outro princípio da teoria da aprendizagem que orienta e

direciona a prática educacional deste estabelecimento de ensino, a Psicologia

Histórico-Cultural, demonstra que o processo de apropriação das crianças não

ocorre sem a mediação das pessoas mais experientes, não só adultas, mas

inclusive de outras crianças com níveis de desenvolvimento mais adiantados.

Leontiev, se utiliza de uma metáfora para exprimir a importância da mediação no

processo educacional, seja na educação social ou na educação escolar.

Se o nosso planeta fosse vítima de uma catástrofe que só pouparia as crianças mais pequenas e na qual pereceria toda a população adulta, isso não significaria o fim do gênero humano, mas a história seria inevitavelmente interrompida. Os tesouros da cultura continuariam a existir fisicamente, mas não existiria ninguém capaz de revelar às novas gerações o seu uso. As máquinas deixariam de funcionar, os livros ficariam sem leitores, as obras de arte perderiam a sua função estética. A história da humanidade teria de recomeçar (LEONTIEV, 1978).

Na mesma direção, outro princípio fundamental da Psicologia Histórico-

Cultural que precisa ser apreendido e compreendido, principalmente pelos

60

professores, em toda a sua dimensão e complexidade, diz respeito a formação dos

sistemas cerebrais complexos.

A criança não nasce com órgãos aptos a realizar de repente as funções que são produto do desenvolvimento histórico dos homens e se desenvolvem no decurso da vida pela aquisição da experiência histórica. Os órgãos destas funções são sistemas cerebrais funcionais (órgãos fisiológicos móveis do cérebro) (…) que se formam no decurso do processo específico da apropriação, descrito mais acima (LEONTIEV, 1978. p. 324).

Na formação dos sistemas funcionais cerebrais, portanto, a linguagem, outro

princípio essencial da Psicologia Histórico-Cultural, ocupa uma função fundamental

na formação e desenvolvimento desses órgãos cerebrais especializados, que são

responsáveis por funções específicas, mas totalmente articuladas e conectadas com

o todo do sistema cerebral global.

Ao aprender atividades complexas com objetos, corrigindo seu próprio comportamento através de relações sociais e adquirindo sistemas linguísticos complexos, as crianças são levadas, invariavelmente, a desenvolver novas motivações, criar novas formas de atividade consciente e propor novos problemas. A criança substitui suas brincadeiras iniciais de manipulação por outras que envolvem temas e papéis inéditos. Aparecem então regras socialmente condicionadas para essas brincadeiras que se tornam regras de comportamento. Sob a influência da linguagem dos adultos, a criança distingue e estabelece objetivos pra seu comportamento: ela repensa as relações entre os objetos: ela imagina novas formas de relação criança-adulto. (LURIA, 1990, p. 25).

Nessa perspectiva teórica, o cérebro deve ser compreendido como um

sistema global aberto e flexível. Quanto maiores e de melhores qualidades forem as

impressões e representações, enviadas ou captadas do mundo exterior que chegam

até o “cérebro conhecedor”, para utilizar uma expressão de Marx, mais conexões

neuronais serão desencadeadas e, com isso, mais plasticidade cerebral,

aumentando consequentemente as possibilidades do cérebro conhecedor alargar

quantitativamente e qualitativamente os conhecimentos apropriados.

Além desses princípios, também é fundamental compreender o conceito de

nível de desenvolvimento atual e zona de desenvolvimento próximo, formulada por

Vigotski e exposta aqui por Duarte.

61

(…) o desenvolvimento que parte da colaboração mediante a imitação é a fonte de todas as propriedades especificamente humanas da consciência da criança. O fator principal é constituído pelo desenvolvimento baseado no ensino. Por conseguinte, o aspecto central para toda a psicologia do ensino apóia-se na possibilidade de elevar-se mediante a colaboração a um grau intelectualmente superior, na possibilidade de passar com a ajuda da imitação do que a criança é capaz de fazer ao que não é capaz. Nisto se baseia toda a importância do ensino no desenvolvimento e isso é o que constitui na realidade o conteúdo do conceito de zona de desenvolvimento próximo (2001, p. 205).

Prossegue Duarte, citando Vigostki;

A imitação, se a interpretamos no sentido amplo, é a forma principal pela qual é levada a cabo a influência do ensino sobre o desenvolvimento. O ensino da linguagem, o ensino na escola, se baseia em alto grau na imitação. Porque na escola a criança não aprende a fazer o que é capaz de fazer por si mesma, mas sim a fazer o que é, todavia, incapaz de realizar sozinha, porém, está a seu alcance em colaboração com o professor e sob sua orientação. O fundamental no ensino é precisamente o novo que aprende a criança. Por isso, a zona de desenvolvimento próximo, que determina o campo das gradações que estão ao alcance da criança, resulta ser os aspectos mais determinante no que ser refere ao ensino e ao desenvolvimento. (2001, p. 205).

Ainda de acordo com Duarte,

(…) a zona de desenvolvimento próximo é constituída por aquilo que a criança, num determinado momento, não faz sozinha, mas o faz com a ajuda de outros, inclusive e principalmente do professor. É por isso que para Vigotski o único bom ensino é o que atua no âmbito da zona de desenvolvimento próximo. Aquilo que a criança faz sozinha, mas no passado só fazia com ajuda, já foi interiorizado e foi incorporado ao nível de desenvolvimento atual (2001, p. 206).

Com isso, Duarte demonstra que:

Começa-se a ensinar a criança a escrever quando todavia não possui todas as funções que asseguram a linguagem escrita. Precisamente por isso, o ensino da linguagem escrita provoca e implica o desenvolvimento dessas funções. Esta situação real se produz sempre que a instrução é fecunda. (…) Ensinar a uma criança aquilo que é

62

incapaz de aprender é tão inútil como ensinar-lhe a fazer o que é capaz de realizar por si mesma. Duarte ainda acrescenta: Note-se nessa citação o exemplo da alfabetização, onde Vigotski mostra claramente que o que provoca o desenvolvimento da criança é o fato desse conteúdo da aprendizagem exigir dela, criança, a utilização de capacidades que ainda não estão formadas porque ainda estão na zona de desenvolvimento próximo. Se a alfabetização trabalhasse apenas com aquilo que já está formado, se ela não apresentasse à criança exigências que não podem ser por ela atendidas naturalmente, então essa aprendizagem se limitaria ao nível de desenvolvimento atual (2001, p. 97).

Nesta perspectiva, é indispensável que o professor saiba, principalmente no

início do ano letivo, em cada disciplina, qual é o nível médio de desenvolvimento

atual da turma. Isso é fundamental para se estabelecer uma graduação que vai

constituir a zona de desenvolvimento próximo da sala. Dentro desta graduação,

existem situações e características específicas que precisam se consideradas no

preparo das aulas e dos arranjos pedagógicos. No entanto, isso ainda não é tudo,

uma vez que mesmo dentro da graduação da zona próximo da turma, pode existir

alunos consideravelmente abaixo ou acima que irão necessitar de uma atenção

especial. Esta atenção deve ser tanto do professor de sala como da escola como um

todo.

Diante disso, para que a educação escolar possa melhor contribuir no

processo educacional dos seus educandos, inclusive daqueles com deficiência, com

diagnóstico de dificuldades de aprendizagem e desenvolvimento, é fundamental que

o professor saiba quem é o aluno. É indispensável que o professor conheça de seu

aluno: às condições sociais e econômicas, as pessoas com quem se relaciona e a

qualidade dessas relações, bem como as situações de aprendizagem que já

vivenciou. No entanto, este é apenas o primeiro passo para o educador conhecer o

seu aluno. Não basta conhecer quem é o aluno para definir a sua concreticidade,

pois, (…) “conhecer a concreticidade do indivíduo não se limita, para o caso da

atividade educativa, ao conhecimento do que ele é, mas também ao conhecimento

do que pode vir a ser” (DUARTE, 2001 p. 22).

De acordo com as investigações de Leontiev, se no decorrer do processo de

formação das operações mentais superiores das crianças, preocupações com o

ensino como essas apontadas anteriormente, não forem levadas em conta, as

63

estruturas cerebrais funcionais responsáveis por áreas específicas, podem se

formarem de modo inadequado ou nem mesmo se formarem.

Evidentemente que esta intervenção no processo de formação de operações mentais deve ter lugar no devido tempo, pois se não se percorrer uma dada etapa da formação de um dado processo esta não se forma corretamente (a não ser por vezes, de modo absolutamente fortuito), ele não pode desenvolver-se normalmente, daí resultando a impressão de estarmos perante uma deficiência mental na criança, impressão sem fundamento na realidade (LEONTIEV, 1978, p. 330).

Uma das principais divergências entre a teoria de Piaget e a teoria de

Vigostski, consiste exatamente na definição do que vem primeiro, se o aprendizado

ou o desenvolvimento. Para a psicologia genética de Piaget, primeiro a criança se

desenvolve, amadurece para depois aprender. Para Vigotski, é justamente o

contrário, o bom ensino é aquele que se adianta e proporciona o aprendizado e o

desenvolvimento.

Segundo síntese elaborada por Tuleski, é muito importante que os

professores tenham clareza que o cálculo, a leitura e a escrita são habilidades

culturais, adquiridas pelo ensino sistematizado, portanto, não-inatas; sua

apropriação depende de uma relação: ensino-aprendizagem que promove a

formação dos sistemas funcionais. Quando pensamos em dificuldade de

aprendizagem, o fenômeno é enfocado sob o prisma unicamente do aluno, do

aprendiz de seu ambiente restrito familiar ou em seu organismo, numa visão

ambientalista ou inatista; problemas de escolarização obriga a pensar a constituição

multilateral tanto do aprender como do não-aprender em relação como ensinar e o

não-ensinar, ou seja, a totalidade do fenômeno que vai além, inclusive, das relações

unicamente intraescolares; A opção da psicologia histórico-cultural orienta a não

pensar os fenômenos de maneira fragmentada, pois ao compreender o homem

como histórico, não o vê como refém da maturação neuronal ou de estruturas

biológicas herdadas (TULESKI, 2006).

É possível, portanto, dizer que educação social/escolar é processo de

humanização. É através da educação que as crianças são retiradas do seu estado

puramente natural/biológico e são gradualmente introduzidas no mundo

64

humanizado, na medida em que vão apropriando-se dos instrumentos, objetos,

signos e fenômenos produzidos ao longo da história.

Como processo que envolve inúmeras relações e mediações, a educação,

seja ela social ou escolar, não é neutra das determinações econômicas, sociais,

políticas, culturais, ideológicas, religiosas, entre outras esferas da vida social.

Quando as crianças chegam na escola, elas já trazem um repertório de

conhecimentos que foram adquiridos nas diversas atividades sociais em que

participaram. O papel específico da escola consiste em retirá-las desse nível de

aprendizagem e desenvolvimento e introduzi-las no mundo dos conhecimentos

sistematizados, possibilitando o acesso aos níveis mais elevados, mais ricos e

enriquecedores da cultura humana. Só se forma cidadãos verdadeiramente criativos

e com autonomia de pensamento, quando se garante aos alunos matriculados na

escola, tudo aquilo que tem de mais elaborado em termos de conhecimentos.

Reforçando alguns aspectos, é importante fazer uma distinção entre a

educação escolar formal e a educação não formal, a educação social que se adquire

noutros espaços (famílias, igrejas, clubes, sindicatos, associações, grêmios, etc.).

A educação formal, ofertada nas instituições de ensino, tem a

responsabilidade primeira de trabalhar com os conhecimentos sistematizados,

organizados em áreas especializadas que abarcam recortes específicos (história,

geografia, matemática, filosofia, etc.). Quando a instituição escolar não compreende

ou perde esta dimensão social, ela corre o sério risco de ser transformada apenas

em mais um espaço de convivência e socialização das crianças, jovens e adultos.

A concepção de educação deve estar intimamente atrelada com a concepção

de mundo, de sociedade, de escola, de professor e de aluno. Do ponto de vista

deste Projeto Político Pedagógico, a educação de modo social mais amplo, mas

sobretudo aquela socializada na escola pública, deve ser compreendida como

processo que tem como atribuição introduzir gradualmente as crianças no mundo da

cultura.

Cada criança, quando chega ao mundo, com o seu aparato estritamente

biológico, precisa receber uma espécie de segunda personalidade. Mas esta

segunda personalidade só pode ser constituída por meio da educação social e

escolar. Por isso, a educação deve ser compreendida como processo social

especificamente humano.

65

Mesmo nos dias de hoje, ainda persiste uma certa confusão entre educação e

adestramento. Muitas vezes, equivocadamente se ouve falar em educação de

animais. Os animais são adestrados e não educados. O máximo que se consegue

com o adestramento dos animais é um certo condicionamento, por meio de

comandos mecânicos repetitivos. Mesmo assim, os animais permanecem presos

nas suas condições biológicas restritivas.

O animal, inclusive o mais inteligente, não é capaz de desenvolver suas faculdades intelectuais mediante a imitação ou o ensino. Não pode assimilar nada basicamente novo em comparação com o que já possui. É capaz de aprender unicamente mediante o adestramento. Neste sentido, cabe dizer que o animal não pode ser ensinado em absoluto, se interpretamos o ensino no sentido específico que tem para o homem (VIGOTSKI, citado por Duarte, 2001. p. 205).

Com a educação é totalmente diferente. Quando as crianças estabelecem

relações sociais mediadas por instrumentos, objetos e signos, elas vão cada vez

mais se distanciando das características puramente biológicas e adquirindo

características especificamente humanas (linguagem, pensamento, consciência,

memória, emoções, sentimentos, etc.). Sem a intervenção da educação social e

escolar, as crianças permaneceriam eternamente crianças, presas e dominadas

pelos seus instintos meramente biológicos.

É, pois, pela educação que as crianças aprendem hábitos, valores morais,

sentimentos de amor, de ódio, entre outros. Se não fosse a educação as crianças

não aprenderiam realizar as atividades escolares, as atividades domésticas, as

atividades de higiene pessoal e, principalmente, as atividades produtivas criadoras

que possibilitam o surgimento da sociabilidade humana.

8. DIVERSIDADE EDUCACIONAL E DESAFIOS EDUCACIONAIS CONTEMPORÂNEOS

8.1. Inclusão Educacional

Muito tem-se discutido sobre a Educação Inclusiva em nossa sociedade. A

integração e a inclusão de alunos com necessidades educacionais especiais na rede

regular de ensino, tem acontecido por várias vezes através do atendimento a leis

vigentes. No entanto, percebe-se que há inúmeras barreiras que impedem que a

política de inclusão se torne realidade nas práticas cotidianas de nossa escola.

66

Para que haja inclusão não basta apenas assegurar a matrícula do aluno em

turma regular de ensino, ou criar estruturas físicas adequadas ou mesmo

estabelecer leis que assegurem o direito à educação inclusiva aos que dela

necessitam.

É preciso que tenhamos políticas educacionais que atentem para a

valorização desse aluno, enquanto indivíduo, facilitando o acesso a serviços de

apoio especializado, formação continuada dos profissionais da educação, publicação

de materiais com o tema, etc.

Ao assegurar que de fato tenhamos a prática de uma educação inclusiva que

favoreçam o aluno, o Colégio Estadual José Ângelo Baggio Orso, conta com a Sala

de Recursos, com a Sala de Apoio à Aprendizagem e Projetos Especiais que visam

a promover as práticas inclusivas em nosso contexto.

Ressalta-se que as práticas inclusivas, encontram-se permeadas em todas as

ações propostas nas Propostas Pedagógicas Curriculares, deste estabelecimento de

ensino.

8.2. História e Cultura Afro-Brasileira e Africana

A diversidade cultural e étnica é tratada no cotidiano escolar deste

estabelecimento, sendo contemplada em todas as Propostas Pedagógicas

Curriculares, conforme as orientações da SEED. O respeito à diversidade étnica e

cultural é referência em nossa instituição escolar, pois, nossos educandos

pertencem a diversas etnias, portanto, há uma diversidade de costumes e

consequentemente uma diferença cultural acentuada, já que há a presença de

alunos descendentes de poloneses, alemães, italianos, comunidades do movimento

sem terra, alunos do campo, etc.

A diversidade cultural é extremamente rica e os professores através do

compromisso com a diversidade cultural, trabalham a partir da realidade do aluno.

Inserindo-os nas questões relevantes, principalmente quando, trata-se de povos

minoritários e excluídos, assim as questões relativas a cultura afro são abordadas no

contexto escolar de forma histórica e responsável.

A abordagem é voltada a ações concretas que buscam legitimar pela política

de reparação de danos do Governo Estadual dando voz e direito ao povo que por

67

diversos anos foram excluídos do processo de igualdade social. O respeito aos

povos e a valorização de sua cultura são apresentados aos alunos relacionadas ao

cotidiano, pois, temos muito das influências do povo negro em nossa cultura.

A Lei 10.639/2003 referente a História e Cultura Afro-Brasileira e Africana e as

Diretrizes Curriculares para a Educação das Relações Étnico-raciais e bem como as

demais orientações recebidas sobre a temática, são tratadas de forma

contextualizada com o objetivo de vencer as resistências dentro e fora do contexto

escolar. Dessa forma os conteúdos são trabalhados em sala e são desenvolvidas

ações que propiciem o contato com a cultura africana e afro descendente,

culminando em desfiles, exposições, mostra de teatros e dança, por isso das quais

sejam apresentados penteados, vestimentas, adereços, utensílios, objetos e rituais

resultantes desse processo. Também serão desenvolvidas discussões e atividades

que tenham como foco a criança e o jovem negro, a sua família em diferentes

contextos sociais e profissionais, para a valorização da diversidade étnica brasileira.

8.2.1 Equipe Multidisciplinar

Equipes Multidisciplinares são instâncias do trabalho escolar oficialmente

legitimadas pelo Artigo 26A da LDB, Lei n.º 9394/96, pela Deliberação n.º 04/06

CEE/PR, pela Instrução nº. 017/06 Sued/Seed, pela Resolução n.º 3399/10

Sued/Seed e a Instrução n.º 010/10 Sued/Seed.

São espaços de debates, estratégias e de ações pedagógicas que

fortaleçam a implementação da Lei n.º 10.639/03 e da Lei nº 11.645/08, bem como

das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais

e para o ensino de História e Cultura Afro-Brasileira, Africana e Indígena no currículo

escolar das instituições de ensino da rede pública estadual e escolas conveniadas

do Paraná.

Na perspectiva da construção de uma educação de qualidade, da

consolidação da política educacional e da construção de uma cultura escolar que

conhece, reconhece, valoriza e respeita a diversidade étnico-racial, as Equipes

68

Multidisciplinares têm como prerrogativa articular os segmentos profissionais da

educação, instâncias colegiadas e comunidade escolar.2

De acordo com a Orientação Nº 002/2016 - DEDI/CERDE/CEIC, conforme a

Resolução Nº 3399/2010 - GS/SEED, que regulamenta a composição e o

funcionamento das Equipes Multidisciplinares no âmbito da Secretaria de Estado da

Educação do Paraná/SEED, nos Núcleos Regionais de Educação/NRE, nos

estabelecimentos da rede estadual da educação básica e nas escolas conveniadas,

são atribuições da Equipe Multidisciplinar do estabelecimento de ensino:

Mobilizar a comunidade para apresentar a proposta pedagógica da

EM, com a finalidade de discutir, elaborar e pôr em prática o Plano de

Ação;

Realizar os encontros de formação continuada;

Promover estudos, debates e práticas pedagógicas em conjunto com

os profissionais da escola, visando efetivar o ensino de História e

Cultura Afro Brasileira, Africana e Indígena no currículo escolar,

Atuar como multiplicadores dos conhecimentos adquiridos e

produzidos nos encontros de formação da EM nos seus respectivos

segmentos e espaços de atuação;

Dialogar com os demais professores do estabelecimento de ensino na

hora-atividade (se possível), discutindo os encaminhamentos para

subsidiar elaboração do PTD e favorecer a implementação das

Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações

Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e

Africana; Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Escolar

Indígena, bem como, as Leis Nº 10.639/03 e Nº 11.645/08 no

currículo escolar.

Integrantes da Equipe Multidisciplinar – 2016

Nome

Função

Ana Claudia Bueno de Andrade Professora de Matemática

Anna Joyce Pereira Costa Pedagoga

Cleonice Ferrarini Becker Professora de Matemática

2 (diaadiaeducacao) http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=560

Acesso em 26 de agosto de 2016.

69

Iria Somariva Professora de Geografia

Ivalda Ferreira de Moraes Professora de Geograifa

Ivone Vieira da Cruz Pedagoga

Ivonete Bueno Agente Educacional I

Jaime Elias Bresolin Professor de História / Diretor Auxiliar

Luciane Montes Ferreira Professora de Arte

Rubens Schwalemberg Professor de Inglês

Taisa Pilatti Tessari Pedagoga

PLANO DE AÇÃO

1. IDENTIFICAÇÃO

Estabelecimento de Ensino: Colégio Estadual José Ângelo Baggio Orso – EFM

Município: Cascavel

NRE: Cascavel

Coordenadora: Anna Joyce Pereira Costa

2. JUSTIFICATIVA

Historicamente a discriminação racial é um mal que atinge grande parte da

população pertencente a povos minoritários. A escola enquanto instituição que atua

para a formação humana precisa trabalhar no sentido de combater todo e qualquer

tipo de discriminação e preconceito, sendo uma das formas atuar em consonância

com a legislação vigente, especificamente as Leis nº. 10.639/03 e nº. 11.645/08 e

das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais

e o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira, Africana e Indígena.

Assim sendo, o presente Plano de Ação se faz necessário para que se

mantenha inserido no âmbito educacional, discussões referentes à história e cultura

afro-brasileira, africana e indígena, em consonância com a legislação citada, já que

o espaço escolar é um ambiente rico, onde as relações sociais ali postas são de

extrema importância para formação de cidadãos.

Levando em consideração o papel da escola e do professor no processo de

construção do conhecimento do aluno é importante que todos os envolvidos no

processo estejam atentos para o devido respeito e valorização da cultura e história

de cada povo, uma vez que somos sabedores que a sociedade em que vivemos é

desigual e excludente reproduzindo uma cultura preconceituosa e intolerante a

70

diversidade de raça, gênero e etnia entre outras, não identificando as culturas afro-

brasileira, indígena e africana como parte fundamental para formação e riqueza da

nossa nação.

Para isso se faz necessário o trabalho da Equipe Multidisciplinar para

promover no espaço escolar, reflexões, discussões que possibilitem a inclusão

social de negros e índios fortalecendo a sua identidade e o direito de acesso,

permanência e sucesso no processo de Ensino Aprendizagem.

A Equipe Multidisciplinar deste estabelecimento de ensino propiciará tanto

aos profissionais da educação de todas as disciplinas e áreas do conhecimento,

quanto para toda a comunidade escolar formação teórico-metodológica e demais

instrumentos que os subsidiem no desenvolvimento das ações pertinentes ao

desenvolvimento da temática: “Currículo, reconhecimento e valorização étnico-racial”

3. OBJETIVO GERAL

Promover aos profissionais da Educação fundamentação teórica e

metodológica para efetivação do trabalho relativo a questão da Cultura Afro-

brasileira e Indígena;

Contemplar na proposta pedagógica de cada disciplina, conteúdos e

atividades que se referem à história e culturas afro-brasileira e indígena;

Desenvolver ações que efetivem a implementação das Diretrizes

Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e apara o

Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana e Indígena das Leis Nº.

10.639/03 e Nº. 11.645/08, com o intuito de contribuir para que o aluno negro e

indígena se reconheça de forma positiva, através da valorização da história de seu

povo, da cultura, e contribuição para o país e para a humanidade.

Despertar nos educandos o senso crítico, sobre os problemas

socioculturais afro descendentes e indígenas, estimulando interesse na discussão

para a solução de problemas relacionados ao racismo e outros tipos de

discriminação.

4. PLANEJAMENTO DAS AÇÕES

71

Elaboração de painel representando a cultura indígena e as formas

geométricas. (Matemática)

Pesquisa e exposição de pratos decorativos indígenas. (Interdisciplinar)

Planejar aula em comum para todas as turmas, que proporcione aos alunos o

conhecimento sobre as Leis Nº. 10.639/03 e Nº. 11.645/08, garantindo a

todos o saber da importância das relações Étnico-Raciais e do Ensino de

História e Cultura Afro-Brasileira e Africana e Indígena. (Todas as disciplinas)

Trabalhar músicas e cantores afrodescendentes nas últimas décadas no

Brasil. Pesquisar sua trajetória e analisar as músicas/letras e fazer

interpretações. (Língua Portuguesa, História e Geografia)

Estudo e pesquisa da cultura e arte dos povos africanos. Painel com

exposição dos trabalhos realizados pelos alunos. (Arte)

Análise de textos em Língua Inglesa a respeito das relações étnico-raciais e

clipes pesquisados na internet. (L.E.M. Inglês)

Oficinas sobre a culinária afro-brasileira, africana e indígena. (História e

Ciências)

Palestras, seminários preparando os alunos para posterior visita a

comunidades indígenas e/ou quilombolas.

Realização do seminário na Semana da Consciência Negra. Apresentação e

exposição dos trabalhos desenvolvidos pelas turmas durante todo o período

letivo.

5. CRONOGRAMA

Ação Objetivo Data/Período Responsáveis

Reunião para Nomeação da Comissão Especial

Nomear os integrantes da Comissão Especial

15/03/2016 - Direção; - Secretária.

72

Realização do 1º Encontro com a temática: “Reconhecimento e Valorização Étnico-Racial” Apresentação da proposta, fundamentação teórica.

Apresentar a temática aos integrantes da EM, bem como a legislação que a respalda; Apresentar o cronograma dos encontros;

11/05/2016

Equipe Multidisciplinar

Assembleia para constituição/aclamação da Equipe Multidisciplinar 2016

Compor a Equipe Multidisciplinar para o ano de 2016.

- Direção; - Comissão Especial para composição da EM.

Realização do 1º Encontro com a temática: “Reconhecimento e Valorização Étnico-Racial” Apresentação da proposta, fundamentação teórica.

Apresentar a temática aos integrantes da EM, bem como a legislação que a respalda; Apresentar o cronograma dos encontros;

11/05/2016 - Equipe Multidisciplinar

2º Encontro Metodologia de ensino de História e Cultura Afro-Brasileira, Africana e Indígena. a. Multiplicação de práticas pedagógicas e disseminação de conhecimentos para os segmentos da comunidade escolar. b. Elaboração do Plano de Ação

Estudar o conteúdo proposto, dialogando em busca de melhorar a maneira como estes conteúdos são ensinados. Apresentar a Equipe Multidisciplinar e orientar todos os envolvidos, sobre a importância do engajamento de todos nos estudos das relações étnico raciais. Elaborar Plano de

15/06/2016

e

16/06/2016

- Professores; - Pedagogos; - Direção; - Agentes I e II - Equipe Multidisciplinar

73

Ação.

4º Encontro Metodologia de ensino de História e Cultura Afro-Brasileira, Africana e Indígena. a. Multiplicação de práticas pedagógicas e disseminação de conhecimentos para os segmentos da comunidade escolar.

Articular e promover ações de prevenção e mudança de atitudes e respeito da comunidade escolar em relação aos negros e indígenas. Refletir sobre o conteúdo trabalhado; Organizar palestra sobre a Valorização dos povos indígenas, para posterior visita a comunidade indígena.

19/10/2016

e

20/10/2016

- Equipe Multidisciplinar. - Comunidade Escolar; - Professores; - Alunos; - Pedagogos; - Agente I e II; - Direção.

5º Encontro Semana da Consciência Negra a. Organização e realização do Seminário na Semana da Consciência Negra.

Organizar seminário para a Semana da Consciência Negra. Organizar ações para apresentação de uma Mostra dos Trabalhos realizados que abordaram a história e cultura Afro-Brasileira, Africana e Indígena, durante o ano letivo.

23/11/2016 - Equipe Multidisciplinar. - Comunidade Escolar; - Professores; - Alunos; - Pedagogos; - Agente I e II; - Direção.

6º Encontro Produção Final: Memorial Descritivo - Relato de Experiência

Concluir a elaboração do Memorial Descritivo.

07/12/2016 - Equipe Multidisciplinar.

6. AVALIAÇÃO

74

A Equipe fará avaliação das atividades desenvolvidas no decorrer do ano

letivo, sobre a temática proposta, em contrapartida a comunidade escolar também

avaliará o desempenho da Equipe Multidisciplinar durante todo o processo com o

objetivo de coletar elementos que possam enriquecer ainda mais o trabalho para o

ano seguinte para que resultem em novas posturas, novas práticas, possibilitando

assim o fazer de uma nova história que dê o real valor a esses sujeitos e os

considere de fato, participes da formação da sociedade brasileira.

8.3 Educação Indígena (Cultura e História)

Conhecer a cultura do outro, e os processos de construção histórica de um

país é imprescindível para se poder desvendar o passado e compreender o presente

e traçar os rumos para o futuro.

Desta forma torna-se necessário o conhecimento das diversas sociedades,

enfocando a importância da Educação Indígena na formação do povo brasileiro,

dado a sua imensa contribuição para com a cultura, os costumes, a culinária, a

interação ambiental, o respeito à terra de nosso país.

Quanto a garantia de um trabalho, voltado para a educação indígena o

Colégio Estadual José Ângelo Baggio Orso, contempla em todas as suas Propostas

Pedagógicas Curriculares a valorização e o resgate das origens do povo indígena do

nosso país e de nosso Estado.

8.4 Educação do Campo

A Educação do Campo ocorre não só nos espaços escolares, mas também

fora dele. O espaço escolar é onde ocorre a sistematização, análise e síntese das

aprendizagens, porém, não se pode desconsiderar os saberes construídos na forma

de produção da vida, na família, na convivência social e na cultura, é na sala de aula

que será o encontro destes saberes.

75

Portanto a educação do campo deve fazer o resgate da dívida histórica do

Estado com os sujeitos do campo, que em nome de modelos pedagógicos

vinculados exclusivamente ao meio urbano, acabam ficando à margem dos planos

educacionais.

Assim considerando a diversidade sócio cultural da população brasileira,

especialmente aquela expressa na prática dos alunos das comunidades do campo

foram elaboradas as Propostas Pedagógicas Curriculares do Colégio Estadual José

Ângelo Baggio Orso.

8.5 Educação Ambiental – Agenda 21

Identificando nossa realidade

Com relação aos recursos naturais, como o clima, vegetação, água, solo

fauna, impactos das ações humanas, o Bairro Jardim Guarujá no qual o Colégio

Estadual José Angelo Baggio Orso, encontra-se inserido, apresenta clima estável e

próprio da região sul, quanto a vegetação, o bairro por tratar-se de um conjunto

habitacional, possui certa escassez de elementos da flora, pouca arborização ao

longo de suas ruas, tem como limites um fundo de vale, a saber o “Arroyo Juvenal”

(conforme mapa físico Município de Cascavel), possui também alguns córregos que

também margeiam o Bairro Guarujá.

Apresenta sérios impactos ambientais como poluição das águas, poluição do

ar entre outras, devido a existência no Bairro de um núcleo de produção industrial,

com cerca de cinquenta indústrias dos mais diversos setores como alimentícia,

plástica, de beneficiamento entre outras, que despejam seus resíduos em grande

quantidade no “Arroyo Juvenal”, e isto afeta a comunidade como um todo, em

relação ao processo sócio ambiental, no qual o colégio encontra-se inserido,

destaca-se a necessidade de um trabalho junto a comunidade escolar voltado para

orientação, conservação e valorização do patrimônio, quanto a questão dos resíduos

e as questões referentes a esta problemática será abordada nas propostas

curriculares de cada disciplina.

As habitações possuem esgoto, e são servidas com água tratada.

Considerando os programas que visam a manutenção da saúde e alimentação, o

76

que é sabido relaciona-se apenas aqueles que o governo financia como Bolsa

Família, Programa do Leite, Projeto Cultivando Água Boa, que visam preservar as

minas e nascentes. Ressalva-se que somente dois pontos estão contemplados

neste projeto, a saber, um ponto no “Arroyo Juvenal”, em propriedade particular e

outro no Parque Ambiental Albino Sartori.

Conforme exposto anteriormente, a população escolar que se encontra

matriculada nas instituições públicas e privadas, possui acesso à biblioteca própria e

atividades recreativas prevista nos Projetos Políticos Pedagógicos de cada escola,

quanto ao proposto no Projeto Político Pedagógico do Colégio Estadual José Ângelo

Baggio Orso, no tocante as atividades recreativas são ofertadas aos alunos e

alunas: escolinha de voleibol, grupo de dança, projeto de xadrez, CELEM, entre

outros.

Quanto aos problemas no entorno da escola e sua influência no espaço

escolar, destaca-se: pequena participação da comunidade nas questões de âmbito

escolar, salvo as participações na APMF e Conselho Escolar. Outro problema que

surge como um fator que influencia na escola é a escassez de recursos financeiros

destinados para projetos de ordem sócio ambiental.

Introdução

A Constituição Brasileira de 1988 aponta em seu artigo 225 que: “todos tem

direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e

essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e a coletividade o

dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações”.

Aponta também, que cabe ao Poder Público a incumbência em assegurar a

efetividade desse direito, isto em seu parágrafo 1º.

Ao fazer uso da Constituição do Estado do Paraná, promulgada em

05/10/1989, encontramos que, a preocupação com a regimentação das políticas

ambientais segue o exposto no artigo 207, que imputa o Estado e os municípios e a

coletividade o dever de defender e preservar o meio ambiente para as gerações

presentes e futuras, faz um acréscimo ao artigo constitucional quando traz a garantia

dos ecossistemas e o uso racional dos recursos ambientais, a preservação dos

ambientes, o uso racional dos recursos hídricos.

No Projeto Político Pedagógico a questão ambiental é vista como processo

amplo, significa considerar a biodiversidade local, a preservação dos ambientes, a

arborização da escola, a destinação correta do lixo, isto considerado consiste na

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importância de uma proposta voltada para minimizar as questões levantadas, ou

seja, tornar a escola um ambiente agradável e a conservação patrimonial como

elementos que promovam a Educação ambiental em nosso contexto.

A “Agenda 21” escolar do Colégio Estadual José Angelo Baggio Orso tem

como objeto de aplicação à conservação do patrimônio escolar e ambiente da escola

e o convívio social, ao eleger esses termos como meta de trabalho, da Agenda 21

escolar, acreditamos que, o espaço físico também atua em nosso meio como um

elemento que merece cuidado, uma vez que as nossas edificações quanto o entorno

da escola de forma arborizada e ajardinada devem promover condições de

aprendizagem e de convívio social, como aponta Moreira (2012), que todo o espaço

físico precisa ser repensado se quisermos ter escolas melhores a autora afirma

ainda que principalmente as escolas, que são locais destinados a formar as novas

gerações de cidadãos deste país, que estas construções deveriam ser pensadas

para um ambiente de aprendizagem confortável e educar pelo exemplo.

Objetivos

- Desenvolver junto a comunidade escolar a cultura da preservação ambiental e

patrimonial;

- Promover trabalhos integrados junto a comunidade escolar e as diversas

disciplinas do currículo escolar quanto a questão ambiental;

- Criar momentos de participação efetiva da comunidade junto as questões do

contexto escolar ligado ao meio ambiente e preservação.

Metodologia

Toda a disciplina do plano curricular contemplará a temática na forma de

projeto, palestra, ações, etc. Participação dos diversos segmentos APMF, Conselho

Escolar, Grêmio Estudantil e Comunidade geral.

Cronograma

No decorrer do ano letivo

Avaliação

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A inserção da Agenda 21 Escolar no Projeto Político Pedagógico da escola

acontecerá durante todo o planejamento proposto, estará inserido nas ações

coletivas.

O plano contribuirá para melhorar a relação humana Homem x Homem no

contexto da escola, pois o ambiente tem muita influencia no processo aprendizagem.

O processo de avaliação acontecerá mediante a mudança de postura dos

envolvidos no processo.

8.6. Educação Fiscal

Para exercer a efetiva cidadania nossos alunos necessitam conhecimentos e

compreender a realidade social, os princípios, leis e encaminhamentos que são

dados as questões públicas, ou seja, políticas públicas. É preciso se inteirar,

conhecer orçamentos, propostas, saber como está sendo empregado o dinheiro

público, como os políticos agem, exercem enfim a cidadania, pois, ser cidadão não é

somente viver na cidade, mas sim viver a cidade, tomar parte, fazer parte, ter parte é

a verdadeira participação efetiva, nossos alunos precisam aprender a participar de

fato.

O projeto de educação fiscal é parte integrante do momento histórico do qual

estamos vivenciando para requerer o conhecimento sobre a função social dos

tributos, o desenvolvimento econômico do Estado e a distribuição justa dos recursos

públicos para todos. O aluno aprende a garantir seus direitos e praticar seus deveres

para consigo mesmo e para com a sociedade.

O tema educação fiscal é parte integral da Proposta Pedagógica e está

presente em todas as disciplinas do Currículo Básico ofertadas no estabelecimento

de ensino.

8.7 Cidadania e Direitos Humanos

Em 1988, após intensa luta política ocorreu um grande feito para a sociedade

brasileira, pois foi organizada, sistematizada e implantada como lei maior que rege o

povo brasileiro, a Constituição Brasileira de 1988 que significou um avanço