Comércio IPEAD
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FUNDAÇÃO IPEAD
FUNDAÇÃO INSTITUTO DE PESQUISAS ECONÔMICAS, ADMINISTRATIVAS E CONTÁBEIS DE MINAS GERAIS
Diagnóstico Situacional da Cadeia Produtiva do Comércio de Belo Horizonte
Data: 16/07/2012
- Objetivo da pesquisa: obter um melhor conhecimento da problemática da cadeia produtiva do comércio em Belo Horizonte.
- Estudo inclui pesquisa quantitativa em fontes primárias e levantamento em fontes secundárias de dados relacionados à cadeia investigada.
- Metodologia:. Classificação dos atores da cadeia produtiva de acordo com os elos: fornecedor de insumos, produtor e consumidor.. Escolha do “elo” alvo da pesquisa primária de acordo com a importância e centralidade do elo na cadeia produtiva em Belo Horizonte.. Elaboração do questionário e roteiro de entrevistas em parceria com a equipe técnica da PBH e representantes de entidades de classe da cadeia produtiva.
Apresentação
Composição da Cadeia Produtiva do Comércio
Fonecedores: - Produtores de bens duráveis, semiduráveis e não duráveis comercializados na cadeia produtiva.
Produtores:- Comércio atacadista.- Comércio varejista.- Comércio de veículos automotores, peças e motocicletas.
Consumidores:- Elo final da cadeia produtiva . São representados por toda a sociedade.
Fornecedores de Insumos
- Apresentam características relacionadas à forma de organização, distribuição, armazenamento e comercialização bastante heterogêneas, de acordo com o porte dos estabelecimentos e com o segmento em que atuam.
- Formas de intermediação:
Fonte: Guidolim et.al. (2009)
Fornecedores de Insumos
- A frequência de contato com o consumidor, o nível de envolvimento do cliente, força das marcas transacionadas e a competitividade dos fornecedores determinam o poder do varejo em relação à indústria.
- Em Belo Horizonte e sua Região Metropolitana, seguindo a tendência brasileira e mundial, verificam-se as três formas de intermediação entre produtores e consumidores, as quais variam de acordo com as classes do comércio em que atuam e o porte dos estabelecimentos.
- As grandes redes de super e hipermercados e as lojas de departamento vem apresentando, por exemplo, tendência crescente de comercialização de marcas próprias. Por sua vez, os pequenos mercados de bairro são bastante dependentes da intermediação dos atacadistas.
Produtores: Comércio de Veículos Automotores, Peças e Motocicletas(3.206 estabelecimentos e 23.271 empregos formais)
Participação (%) das classes do comércio de veículos, peças e motocicletas no total do número de estabelecimentos e do emprego no segmento, Belo Horizonte/MG, 2010
Classe CNAE 2.0 Estabelecimentos Emprego Comércio a varejo e por atacado de veículos automotores 12,5% 34,0% Representantes comerciais e agentes do comércio de veículos automotores 0,8% 0,3% Manutenção e reparação de veículos automotores 38,6% 23,2% Comércio de peças e acessórios para veículos automotores 41,5% 37,4% Comércio por atacado e a varejo de motocicletas, peças e acessórios 5,5% 4,6% Representantes comerciais e agentes do comércio de motocicletas,peças e acessórios 0,2% 0,0% Manutenção e reparação de motocicletas 0,8% 0,3% Fonte: MTE – RAIS, 2010. Elaborado pelo IPEAD/UFMG
- O desempenho do setor tem sido positivamente afetado pelas facilidades de crédito, descontos e prazos de pagamento. Este bom desempenho tem incentivado a disseminação das concessionárias e lojas de revenda de carros pelo município, que se caracteriza pela concentração de tais atividades em determinadas regiões da cidade.
Produtores: Comércio Atacadista(3.206 Estabelecimentos e 32.485 Empregos Formais)
Participação (%) dos grupos do comércio atacadista no total do número de estabelecimentos e do emprego no segmento, Belo Horizonte/MG, 2010
Fonte: MTE – RAIS, 2010. Elaborado pelo IPEAD/UFMG
Grupos CNAE 2.0 Estabelecimentos Empregos Representantes comerciais e agentes do comércio, exceto de veículos automotores e motocicletas 18,80% 9,90% Comércio atacadista de matérias primas agrícolas e animais vivos 2,00% 1,00% Comércio atacadista especializado em produtos alimentícios, bebidas e fumo 10,30% 19,60% Comércio atacadista de produtos de consumo não alimentar 34,30% 29,40% Comércio atacadista de equipamentos e produtos TIC 3,30% 3,20% Comércio atacadista de máquinas, aparelhos e equipamentos, exceto TIC 9,30% 9,60% Comércio atacadista de madeira, ferragens, ferramentas, mat. elétrico e mat. construção 9,00% 13,40% Comércio atacadista especializado em outros produtos 10,70% 11,90% Comércio atacadista não especializado 2,30% 2,10%
Produtores: Comércio Varejista (19.025 estabelecimentos e 133.049 empregos formais)
Fonte: MTE – RAIS, 2010
Classe CANE 2.0 Estabelecimento (%) Emprego (%)
Hipermercados e supermercados 1,80 15,50
Artigos do vestuário e acessórios 17,60 12,80
Produtos de padaria, laticínio, doces, balas e semelhantes 6,70 9,00
Outros produtos novos não especificados anteriormente 11,30 7,80
Produtos farmacêuticos de uso humano e veterinário 4,80 7,10
Ferragens, madeira e materiais de construção 6,90 5,90
Calçados e artigos de viagem 4,30 3,80
Tecidos e artigos de cama, mesa e banho 4,00 3,00
Livros, jornais, revistas e papelaria 3,60 2,90
Combustíveis para veículos automotores 1,70 2,90
Móveis, colchoaria e artigos de iluminação 4,20 2,50
Minimercados, mercearias e armazéns 3,70 2,50
Equipamentos e suprimentos de informática 2,70 2,40
Eletrodomésticos e equipamentos de áudio e vídeo 1,40 2,30
Hortifrutigranjeiros 1,80 2,20
Sem predominância de produtos alimentícios 0,90 2,10
Cosméticos, perfumaria e de higiene pessoal 2,20 1,90
Carnes e pescados açougues e peixarias 2,60 1,60
Produtos alimentícios não especificados anteriormente 2,40 1,60
Artigos recreativos e esportivos 1,70 1,30
Telefonia e comunicação 1,40 1,30
Artigos de óptica 2,10 1,20
Artigos de uso doméstico não especificados anteriormente 1,70 1,00
Bebidas 1,60 0,90
Vidros 0,90 0,70
Material elétrico 0,80 0,70
Joias e relógios 1,10 0,60
Tintas e materiais para pintura 0,80 0,60
Artigos médicos e ortopédicos 0,80 0,60
Gás liquefeito de petróleo (GLP) 1,00 0,40
Peças e acessórios eletroeletrônicos de uso doméstico, exceto informática e comunicação 0,40 0,20
Artigos usados 0,40 0,20
Instrumentos musicais e acessórios 0,20 0,20
Lubrificantes 0,10 0,20
Discos, CDs, DVDs e fitas 0,30 0,10
Consumidores
Expansão do consumo:
- Expansão do poder de compra das famílias (crescimento econômico, aumento do emprego e da massa salarial disponível, ascensão de parcela considerável da população à classe C e aumento do acesso ao crédito).
Preferências do consumidor:
- Produtos sustentáveis.
- Utilização da internet e das redes sociais para pesquisas, compras e trocas de opinião.
- Busca pelo conforto, autenticidade, praticidade e simplicidade.
Desafio do comércio atual (Guidolin, 2009):
- Atender pessoas mais informadas, mais exigentes e com menor tempo disponível para compras, ofertando proximidade, variedade e atendimento.
Importância Econômica da Cadeia Produtiva do Comércio em Belo Horizonte
- 3,52% do total dos serviços em Belo Horizonte em 2010 (PBH- SMF).- Aproximadamente 15% da arrecadação estadual em Belo Horizonte em 2010 (SEF/MG).
- 34% dos estabelecimentos formais de Belo Horizonte em 2010 (RAIS).- 15,4% dos estabelecimentos formais da Cadeia do Comércio em Minas Gerais em 2010
(RAIS).
- 53% dos estabelecimentos comerciais possuíam até 4 funcionários em 2010(RAIS).
- 13,9% do emprego formal de Belo Horizonte em 2010 (RAIS).
- Rendimento médio mensal em 2009 (PNAD): R$ 1.195,20.
- Taxa de informalidade em 2009 (PNAD): 37,9%.
Tendências Mundiais
- Expansão do sistema de compras on-line.
- Incorporação de ferramentas de tecnologia da informação e comunicação em toda a cadeia produtiva.
- Gestão de multicanais de venda.
- Fortalecimento das grandes redes de comércio.
- Expansão das lojas “mono marcas” e “outlets”.
- Expansão dos estabelecimentos de grande porte que comercializam maior variedade de itens.
- Crescimento dos processos de fusão e aquisição.
- Fortalecimento do sistema de franquias.
- Internacionalização, consolidação e sofisticação dos diversos segmentos.
- Crescente profissionalização da gestão dos negócios.
Tendências Locais
- Expansão do número de shopping centers.
- Expansão das franquias.
- Abertura das lojas exclusivas de marcas importantes no mercado.
- Expansão das grandes redes e das lojas de departamento.
- Crescimento da utilização das redes sociais e dos canais de compra pela internet.
Pesquisa Primária: Principais Resultados
Fornecedores:
- Na percepação dos entrevistados, a relação direta entre produtores e consumidores não é bem vista pelos empresários do setor. Entretanto, esta forma de intermediação é ainda recente e pouco significativa no mercado da capital.
- Existe uma forte presença da intermediação dos atacadistas, visto que o comerciante não tem acesso direto à indústria ou ao produtor, que, por sua vez, não conta com logística de distribuição para atender a imensa capilaridade do comércio local. Contudo, os entrevistados mostram-se preocupados em relação às condições da infraestrutura de transporte e armazenamento das mercadorias. As estradas ruins, as deficiências no armazenamento e embalagens dos produtos foram citados como aspectos que oneram o setor, porque impactam negativamente na qualidade, preço e prazo de entrega dos produtos.
Pesquisa Primária: Principais Resultados
Produtores:
- Predomínio dos pequenos estabelecimentos.
- Diversidade de áreas de atuação.
- Descentralização que promoveu o crescimento do comércio em bairros menos tradicionais.
- Atendimento diferenciado e cortês.
- Classe empresarial que participa ativamente das entidades de classe.
Consumidores:
- “Muito exigentes”;
- “Conservadores”, mas ao mesmo tempo “modernos”.
Pesquisa Primária: Principais Resultados
Empecilhos ao desenvolvimento da Cadeia produtova do Comércio em Belo Horizonte:
- Problemas de mobilidade urbana relacionados ao deslocamento e conforto dos consumidores e abastecimento das lojas (como trânsito congestionado e falta de estacionamento).
- Resistência à inovação por parte dos consumidores e empresários.
- Legislação muito severa.
Principais desafios da cadeia:
- Resistir à concorrência das grandes redes e do mercado virtual. - Aprimorar os mecanismos de gestão.
- Adaptar a um novo tipo de consumidor, mais moderno, que exige outras modalidades do comércio e atendimento.
- Superar a falta e a alta rotatividade da mão de obra.
- Problemas de base estrutural: dificuldades tributárias e de acesso a financiamentos (principalmente as micro e pequenas empresas), altas taxas de juros cobradas pelos bancos e pelos cartões de crédito, questões de ordem trabalhista e a necessidade de redução da informalidade, problemas logísticos e de infraestrutura.
Estratégias de Ação - Indicações
• Constituição de um arranjo institucional no qual participem a administração pública (federal, estadual e municipal), as empresas, universidades e centros de pesquisa, articulados com o sistema educacional e de financiamento. Um arranjo dessa natureza permitiria tanto um aumento da competitividade da cadeia produtiva do comércio em Belo Horizonte como sua inserção sustentável no mercado nacional e internacional.
• Elaboração e manutenção de um sistema de indicadores que permita o acompanhamento do desempenho dos diversos segmentos da cadeia. Esse é um instrumento essencial para os processos de elaboração, de implantação, de acompanhamento, de gestão e planejamento de políticas em prol do desenvolvimento da cadeia;
• Fortalecimento do modelo de parcerias publico privadas para realização de obras de melhoria e revitalização urbanas.
• Investimento em formação de mão de obra qualificada para atender a demanda do setor.
Estratégias de Ação - Indicações
• Criação de linhas de crédito específicas para micro, pequenas e médias empresas.
• Capacitação dos gestores por meio de promoção de cursos de gerenciamento em instituições de suporte às empresas. A adoção de práticas e de “organização da produção” mais modernas visa garantir espaço em um novo cenário em que a concorrência enfatiza a importância da gestão das empresas e sua capacidade em traçar estratégias, assim como a busca de eficiência da cadeia varejo-fornecedor.
• Incentivo à constituição de consórcios e parcerias entre as micro e pequenas empresas, para que estas se fortaleçam e se tornem mais competitivas, por meio da união de esforços nas compras, vendas e promoção (marketing). Ter parcerias pode ser uma estratégia eficiente de inovar, abrir espaços e defender mercados.
• Incentivo à incorporação de ferramentas de tecnologia da informação e comunicação pelos empresários. Tais tecnologias permitem a melhor gestão das informações dos clientes; a inovação de formatos de autoatendimento; a redução de custos; ampliam o acesso a informações sobre os produtos, melhorando o consumo voltado para preços e conveniência; e melhoram a gestão da cadeia de suprimentos – as relações com fornecedores, a gestão de estoques, dos centros de distribuição e as operações logísticas.
Fundação IPEAD
Equipe Técnica:
Prof. Wanderley Ramalho (Coordenador)
Alexandre Moisés de Sena
Eduardo Eustáquio Antunes
Elisabeth Pereira dos Santos
Nildred Stael Fernandes Martins
Thaize Vieira Martins
Rua Rio de Janeiro, 441 – 4o. e 6o. Andar – Edifício São Carlos – Centro
Belo Horizonte – MG – Brasil – CEP: 30160 041
Tel.(31) 2125 0801
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