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COMISSÃO DE REPRESENTAÇÃO EXTERNA PARA ACOMPANHAR A EXUMAÇÃO DO CORPO DO EX PRESIDENTE JOÃO GOULART RELATÓRIO FINAL PORTO ALEGRE, RIO GRANDE DO SUL NOVEMBRO DE 2013

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COMISSÃO DE REPRESENTAÇÃO EXTERNA PARA

ACOMPANHAR A EXUMAÇÃO DO CORPO DO EX

PRESIDENTE JOÃO GOULART

RELATÓRIO FINAL

PORTO ALEGRE, RIO GRANDE DO SUL

NOVEMBRO DE 2013

SUMÁRIO

Composição da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul….................03

Composição da Comissão de Representação Externa tendo por objeto Acompanhar a

Exumação do Ex Presidente João Goulart....................................................................................04

Requerimento para Instalação da Comissão de Representação Externa tendo por objeto

Acompanhar a Exumação do Ex Presidente João Goulart.........................................................05

Introdução …...................................…............................................................................................07

Desenvolvimento do Tema ….........................................................................................................10

Ações da Comissão de Representação Externa …........................................................................12

Apêndice …..........................................................…........................................................................18

Conclusões, Encaminhamentos e Recomendações…....................................................................21

COMPOSIÇÃO DA MESA DIRETORA DA ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA

Mesa Diretora 2013

Presidente – Deputado Pedro Westphalen - PP

1º Vice-Presidente – Deputado Paulo Odone - PPS

2º Vice-Presidente – Deputado Aldacir Oliboni – PT

1º Secretário – Deputado Gilmar Sossella – PDT

2º Secretário – Deputado Márcio Biolchi – PMDB

3º Secretário – Deputado Marcelo Moraes - PTB

4º Secretário – Deputado Jorge Pozzobom - PSDB

1º Suplente de Secretário – Deputado João Fischer - PP

2º Suplente de Secretário – Deputado Catarina Paladini - PSB

3º Suplente de Secretário – Deputado Paulo Borges - DEM

4º Suplente de Secretário - Deputado Carlos Gomes – PRB

COMPOSIÇÃO DA COMISSÃO DE REPRESENTAÇÃO EXTERNA

Deputada Juliana Brizola – PDT - (Coordenador)

Deputado Aldacir Oliboni – PT

Deputado Gilberto Capoani – PMDB

Deputado Frederico Antunes – PP

Deputado Jurandir Maciel – PTB

Requerimento de Comissão de Representação Externa nº 5 /2013

Deputado(a) Juliana Brizola + 31 Dep(s)

Excelentíssimo Senhor,

Deputado Pedro Westphalen

Presidente da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul

Senhor Presidente:

A Deputada que este subscreve requer, perante Vossa Excelência, nos termos dos artigos 75,

89, 89-A e 90 do Regimento Interno desta Casa Legislativa, a instalação de COMISSÃO DE

REPRESENTAÇÃO EXTERNA tendo por objeto “ACOMPANHAR A EXUMAÇÃO DO

CORPO DO EX PRESIDENTE JOÃO GOULART”, garantindo os interesses do Município de

São Borja e do Estado do Rio Grande do Sul.

Ante a alta relevância do tema, consubstanciada pela necessidade de averiguação das

circunstâncias da morte do ex-presidente, ocorrida em 1976, além da comoção interna que o

deslocamento de seu corpo de São Borja para a capital federal vem causando nos moradores

daquele município, haja vista o receio de que seus restos mortais jamais retornem a sua cidade natal,

extremamente relevante que este parlamento participe das atividades e acompanhe os

procedimentos que serão adotados para apuração dos fatos.

Termos em que pede deferimento.

Sala das Sessões, em 04 de setembro de 2013

Deputado(a) Juliana Brizola

Deputado(a) Adão Villaverde

Deputado(a) Adolfo Brito

Deputado(a) Aldacir Oliboni

Deputado(a) Alexandre Postal

Deputado(a) Aloísio Classmann

Deputado(a) Altemir Tortelli

Deputado(a) Ana Affonso

Deputado(a) Cassiá Carpes

Deputado(a) Catarina Paladini

Deputado(a) Decio Franzen

Deputado(a) Edegar Pretto

Deputado(a) Frederico Antunes

Deputado(a) Gerson Burmann

Deputado(a) Gilmar Sossella

Deputado(a) Heitor Schuch

Deputado(a) Jeferson Fernandes

Deputado(a) João Fischer

Deputado(a) Marcelo Moraes

Deputado(a) Maria Helena Sartori

Deputado(a) Marisa Formolo

Deputado(a) Marlon Santos

Deputado(a) Miki Breier

Deputado(a) Miriam Marroni

Deputado(a) Nelsinho Metalúrgico

Deputado(a) Paulo Borges

Deputado(a) Paulo Odone

Deputado(a) Raul Carrion

Deputado(a) Raul Pont

Deputado(a) Ronaldo Santini

Deputado(a) Valdeci Oliveira

Deputado(a) Vinicius Ribeiro

INTRODUÇÃO

João Belchior Marques Goulart nasceu em 1º de março de 1919, em São Borja (RS).

Popularmente conhecido como Jango, foi Deputado Estadual, Deputado Federal (RS), Secretário de

Estado de Interior e Justiça do Governo Ernesto Dornelles (RS) e Ministro do Trabalho do Governo

Getúlio Vargas. Foi eleito Vice-Presidente da República na chapa PTB/PSD. Como pela

Constituição de 1946 a eleição para Vice – Presidente era desvinculada da eleição para Presidente,

Jango obteve mais votos que o Presidente eleito Juscelino Kubitschek.

Na eleição de 1960, foi novamente eleito Vice-Presidente da República, concorrendo pela

chapa PTB/PSD - tendo como candidato a Presidente o Marechal Henrique Teixeira Lott -,

derrotando Milton Campos, político mineiro dos quadros da UDN, candidato a Vice-Presidente na

chapa PDC/UDN, em que Jânio Quadros era candidato a Presidente, vindo a ser eleito.

Em 25 de agosto de 1961, enquanto João Goulart realizava uma missão diplomática na

República Popular da China, Jânio Quadros renunciou ao cargo de Presidente. Os Ministros

militares Odílio Denys (Guerra), Gabriel Grun Moss (Aeronáutica) e Silvio Heck (Marinha)

tentaram impedir a posse de Jango, e o Presidente da Câmara dos Deputados, Ranieri Mazzili, foi

empossado presidente.

Liderada por Leonel Brizola, cunhado de Jango e Governador do Rio Grande do Sul, teve

início o que ficou conhecido como Campanha da Legalidade. Brizola e o General Machado Lopes,

Comandante do III Exército, baseado no Rio Grande do Sul, mobilizaram o estado em defesa da

posse de Jango. Usando uma cadeia de mais de cem emissoras de rádio, o Governador Gaúcho

conclamava a população a sair às ruas e defender a legalidade. A Campanha da Legalidade logo

recebeu o apoio dos governadores Mauro Borges, de Goiás, e Nei Borges, do Paraná.

No Congresso Nacional, os parlamentares também se opuseram ao impedimento da posse de

Jango. Como os militares não retrocediam, o Congresso fez uma proposta conciliatória: a adoção do

parlamentarismo. O Presidente tomaria posse, preservando a ordem constitucional, mas parte do seu

poder seria deslocada para um primeiro-ministro, que chefiaria o governo.

No dia 2 de setembro de 1961, o sistema parlamentarista foi aprovado pelo Congresso

Nacional. No dia 8, Jango assumiu a presidência. Tancredo Neves, do PSD de Minas Gerais,

ministro do governo Vargas, tornou-se primeiro-ministro.

Tancredo Neves deixou do cargo em julho de 1962, sendo sucedido pelo gaúcho Brochado

da Rocha, também do PSD, que deixou o cargo em setembro do mesmo ano, sendo sucedido por

Hermes Lima.

Jango articulou a retomada do regime presidencialista. Neste período foi convocado um

plebiscito sobre a manutenção do parlamentarismo ou o retorno ao presidencialismo, para janeiro de

1963. O parlamentarismo foi amplamente rejeitado.

Com San Tiago Dantas como ministro da Fazenda, e Celso Furtado como ministro do

Planejamento, lançou-se o Plano Trienal, um programa que incluía uma série de reformas

institucionais visando atuar sobre os problemas estruturais do país. Entre as medidas, previa-se o

controle do déficit público e, ao mesmo tempo, a manutenção política desenvolvimentista, com as

reformas de base, que eram medidas econômicas e socais de caráter nacionalista que previam uma

maior intervenção do Estado na economia. Nessa ampla denominação de reformas de base,

incluíam-se as reformas: bancária, fiscal, urbana, eleitoral, agrária e educacional.

Com a oposição dos militares e pressionado pelas forças conservadoras, Jango faz um

comício na frente do edifício da Central do Brasil no dia 13 de março de 1964, para mais de 150 mil

pessoas, na defesa das reformas de base e reforma da Constituição para ampliar o direito de voto a

analfabetos e militares de baixa patente. Jango anunciou ainda, que tinha assinado um decreto

encampando as refinarias de petróleo privadas e outro desapropriando terras às margens de

ferrovias e rodovias federais.

Em 19 de março, em São Paulo, foi organizada a Marcha da Família com Deus pela

Liberdade, cujo objetivo era mobilizar a opinião pública contra o governo Jango e a política que,

segundo eles, culminaria com a implantação de um regime totalitário comunista no Brasil.

Após a revolta dos marinheiros – que, para os militares, representou uma quebra da

hierarquia – e o forte discurso no Automóvel Clube do Brasil, na reunião da Associação dos

Sargentos e Sub-Oficiais da Polícia Militar, o General Olímpio Mourão Filho iniciou, em 31 de

março de 1964, a movimentação de tropas de Juiz de Fora, em direção ao Rio de Janeiro.

No dia 1º de abril de 1964, Jango retornou de Brasília e, de lá para o Rio Grande do Sul.

Brizola sugeriu um novo movimento de resistência, mas Jango não acatou, para evitar

“derramamento de sangue” (uma guerra civil). No dia 2 de abril, com Jango ainda em território

brasileiro, ilegalmente, o Congresso Nacional declarou a vacância de João Goulart no cargo de

presidente, entregando o cargo de chefe da nação novamente ao Presidente da Câmara de Deputados

Ranieri Mazzilli.

Jango exilou-se no Uruguai e mais tarde na Argentina, onde veio a falecer em 1976.

DESENVOLVIMENTO DO TEMA

João Goulart morreu, oficialmente, vítima de ataque cardíaco, no município argentino de

Mercedes, Corrientes em 6 de dezembro de 2006.

Existem, contudo, suspeitas por parte de familiares, colegas de política e outras

personalidades de que João Goulart tenha sido assassinado por agentes da Operação Condor. Não

foi realizada autópsia em seu corpo antes de seu sepultamento.

Em 23 de maio de 2000, a Câmara de Deputados criou Comissão Externa para esclarecer em

que circunstâncias ocorreram a morte do Ex-Presidente João Goulart. Relator da Comissão Externa,

concluiu “que não havia como afirmar peremptoriamente, que Jango foi assassinado”, porém

seria, “profundamente irresponsável” e impossível “colocar um ponto final nas investigação”.

No dia 27 de maio de 2008, o jornal Folha de São Paulo, publicou uma matéria com o

depoimento do ex – agente de serviço de inteligência uruguaio Mario Neira Barreiro, que declarou

que João Goulart foi envenenado por ordem de Sérgio Fleury, delegado do Departamento de Ordem

Política e Social (DOPS). A autorização teria vindo do presidente da época, Ernesto Geisel.

Em julho do mesmo ano, uma comissão especial da Assembléia Legislativa do Rio Grande

do Sul divulgou um relatório afirmando que “são fortes os indícios de que Jango foi assassinado

de forma premeditada, com o conhecimento do governo Geisel”.

Em março de 2009, a revista Carta Capital publicou documentos inéditos do Serviço

Nacional de Informações (SNI) produzidas por um agente infiltrado nas propriedades de Jango no

Uruguai que reforçam a tese do envenenamento. A família Goulart ainda não conseguiu identificar

quem seria o “agente b”, como denominado nos documentos. Após a publicação da reportagem, a

Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados decidiu investigar a suspeita de

envenenamento de Jango. Posteriormente, na mesma revista, Maria Teresa, viúva de João Goulart,

mostra documentos do governo Uruguaio que reforçam suas denúncias do monitoramento a Jango.

Os militares uruguaios seguiam os passos de Jango, seus negócios, etc. Nessas fichas de 1965(um

ano após o golpe no Brasil), em que há dados sobre Jango e a sua no Uruguai, consta que ele

poderia ser vítima de atentado. Em documento requisitado ao Uruguai pelo Movimento de Justiça e

Direitos Humanos e pelo Instituto João Goulart, o Ministério do Interior uruguaio informou que

“fontes sérias e responsáveis brasileiras” falavam de “um presumível complô contra o ex-

presidente brasileiro”. Em maio de 2010, após investigar por dois anos as circunstâncias da morte

de Jango, o historiador Luiz Alberto Moniz Bandeira afirmou em entrevista à Folha de São Paulo

que a teoria do envenenamento não condiz com a verdade, acusando a família Goulart de endossar a

suspeita na tentativa de obter indenizações do governo. A tese sobre o suposto assassinato do ex-

presidente é analisada num apêndice inédito a seu livro O Governo João Goulart. Segundo o

historiador, companheiro do ex-presidente no exílio, as denúncias carecem de provas, e a autópsia

do corpo não foi feita por veto da Ditadura, mas por decisão da família. Ele afirma ainda não ter

dúvidas de que Goulart morreu de infarto, dado seu histórico de problemas cardíacos e falta de

cuidados com a própria saúde.

No dia 6 de dezembro de 2011, 35 anos após o ocorrido, a Justiça Argentina abriu inquérito,

a pedido do procurador Ivan Cláudio Marx, para elucidar lacunas que ainda persistem no inquérito

que tramita na Procuradoria da República no Rio Grande do Sul. O procurador entrou com o pedido

na Justiça Argentina, porque o inquérito que tramitava no Brasil foi arquivado por decisão da

Justiça, que acolheu a argumentação da procuradora responsável, que alegava que o fato já havia

prescrito e que a lei da anistia sepultava qualquer investigação sobre as mortes ocorridas durante a

Ditadura Militar brasileira (1964-1965). Segundo o procurador, a Argentina tem atribuição para

investigar o caso, pois a morte ocorreu lá, acrescentando que a Suprema Corte Argentina declarou

serem imprescritíveis os crimes cometidos durante as ditaduras do Cone Sul.

Em maio de 2013, a Comissão da Verdade decide que poderá exumar o corpo de Jango para

realizar exames no intuito de elucidar os fatos sobre a morte do Ex-Presidente.

Em 25 de maio de 2013 em reunião realizada em Porto Alegre, sob a Coordenação da

Comissão Nacional da Verdade, foi definida a parceria com a Secretaria de Direitos Humanos da

Presidência da República e o Ministério Público Federal, e também para estabelecer e concretizar os

procedimentos e os responsáveis pela exumação do corpo do Presidente Jango.

Atendendo preocupações do povo de São Borja, de que os restos mortais do Presidente Jango

não retornassem a sua terra natal, a Deputada Juliana Brizola requereu a instalação da

COMISSÃO DE REPRESENTAÇÃO EXTERNA, tendo por objeto “ACOMPANHAR A

EXUMAÇÃO DO CORPO DE EX PRESIDENTE JOÃO GOULART.

AÇÕES DA COMISSÃO DE REPRESENTAÇÃO EXTERNA

Instalada Comissão de Representação Externa para acompanhar exumação do corpo de João

Goulart

Em cerimônia realizada na manhã dessa sexta-feira (25), na sala da Presidência da AL, foi

instalada a Comissão de Representação Externa com o objetivo de acompanhar a exumação do

corpo do ex-presidente da República João Goulart, a ser coordenada pela deputada Juliana Brizola

(PDT).

O deputado Paulo Odone (PPS), 1º vice-presidente do Parlamento gaúcho, saudou e

agradeceu a presença de parlamentares, autoridades, correligionários e parentes do ex-presidente

João Goulart na cerimônia de instalação da Comissão de Representação Externa destacando que

está se concretizando uma legítima pretensão de se fazer a busca da verdade histórica, com toda a

transparência para que seja entregue à toda nação e à sociedade o resultado desta investigação."A

proposição da deputada Juliana, sobrinha-neta de Jango, é oportuna e é para estabelecer a verdade

histórica e a Assembleia Legislativa aprovou por unanimidade", concluiu.

Juliana sublinhou que a Comissão de Representação Externa, que terá 30 dias de duração,

surgiu de um pedido da comunidade de São Borja, que tinha a preocupação de que o corpo do ex-

presidente João Goulart pudesse não mais voltar. "Nós atendemos este pedido prontamente pois

entendemos que o corpo de Jango já é um patrimônio de São Borja. Vamos acompanhar não só para

termos certeza de que o corpo vai voltar para a sua terra natal, mas também para que a gente possa

acompanhar e para que todos os fatos da morte de João Goulart sejam esclarecidos para o povo

brasileiro".

A parlamentar salientou que está aguardando que o governo federal marque as audiências

públicas para debater a questão da exumação do corpo de João Goulart. Ela adiantou que os restos

mortais do ex-presidente serão levados a Brasília para a coleta de material e para os exames

necessários e, em seguida, retornará para São Borja, onde deverá ser sepultado com honras de chefe

de Estado.

Integram a Comissão de Representação Externa com o objetivo de acompanhar a exumação

do corpo do ex-presidente da República João Goulart a deputada Juliana Brizola (coordenadora)

e os deputados Aldacir Oliboni (PT), Gilberto Capoani (PMDB), Jurandir Maciel (PTB) e

Frederico Antunes (PP).

Também participaram da cerimônia de instalação os deputados Aldacir Oliboni (PT),

Jurandir Maciel (PTB), o secretário da Justiça e Direitos Humanos do Rio Grande do Sul, Fabiano

Pereira, o presidente estadual do Partido Democrático Trabalhista (PDT), Romildo Bolzan, além de

familiares de João Goulart, entre outros.

Reunião com a ministra Maria do Rosário

Em reunião realizada no prédio da Reitoria UFRGS, no dia 25 de outubro de 2013, a

ministra da Secretaria dos Direitos Humanos, Maria do Rosário pediu “mobilização” aos

representantes de PT, PCdoB, PDT, PSB, PTB, PMDB, PSC, PPL, PCB e SOLIDARIEDADE,

presentes ao encontro.

O Governo Federal, contudo, ainda mantém dúvida sobre o transporte dos despojos de Jango

em caminhão de bombeiros. Em condições normais, o trajeto entre São Borja e Santa Maria levaria

mais de três horas. Devido ao fator tempo, o plano alternativo do Planalto é usar um helicóptero.

A ossada repousará por uma noite na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e, no

dia 14, será transportada por um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) a Brasília. Os restos serão

recebidos com honras de Chefe de Estado – negociadas entre a Presidência da República e o

Ministério da Defesa.

Maria do Rosário afirmou que é importante mobilizar congressistas e os Diretórios políticos

do Distrito Federal para valorizar a chegada do Ex-Presidente à capital federal.

Em Brasília, na sede da Polícia Federal, peritos brasileiros, argentinos, uruguaios e cubanos

irão trabalhar na coleta de amostras e realização de exames. O objetivo é identificar se Jango

morreu de causa natural, como consta no registro oficial, ou foi envenenado pela ditadura militar no

seio da Operação Condor.

O Planalto também pretende decretar luto oficial pela morte do ex-líder trabalhista, mas

ainda estuda se o momento mais adequado é no ato da exumação ou no retorno a São Borja. Todas

as honras planejadas não foram concedidas à época da morte de Jango em 6 de dezembro de 1976,

durante o exílio na Argentina.

Maria do Rosário reafirmou que o Planalto não está propondo a revisão da Lei da Anistia

para punir crimes praticados por agentes da repressão, mas jogou para a população a possibilidade

de fomentar a idéia de qualquer modificação: “A responsabilização criminal dos agentes da

ditadura hoje está interditada pela lei. Nós, como governo, cumprimos a lei. O debate de

modificação da lei pertence à sociedade”.

Também participaram da reunião, os netos do Presidente Jango, Christopher Goulart e Rui

Noé Goulart, e o Presidente do PDT de São Borja, Helder Piegas e os membros desta Comissão;

Deputado Jurandir Maciel e Deputado Aldacir Oliboni.

Audiência Pública na Câmara Municipal de Porto Alegre

Uma ação pública movida pela família do ex- presidente João Goulart em 2011 e liderada

pelo Ministério Público Federal (MPF) e a Comissão da Verdade discutiram, no dia 04 de

novembro de 2013, durante audiência pública realizada na Câmara Municipal de Porto Alegre as

causas da morte de Jango.

Anfitrião dos debates, o Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, Vereador Dr.

Thiago Duarte (PDT), lembrou que o legado político de Jango deve levantar discussões atuais

junto à sociedade brasileira. Ele também lembrou que em 2014 fará 50 anos do Golpe Militar. “Ano

que vem vamos transformar essa Casa em local de discussão sobre as Reforma de Base, instalada

por Jango. Temos que discutir suas idéias e ideais. Em especial as questões sobre Educação”,

afirmou Dr. Thiago.

A Ministra Maria do Rosário destacou a reflexão histórica da investigação sobre o que foi a

Ditadura Militar. “Temos que ter consciência que um brasileiro foi perseguido e foi vítima da

Ditadura Militar. Recuperar essa memória é a garantia de apoio à democracia”, lembrou Maria do

Rosário.

Ex-Ministro do governo João Goulart e atual Vereador de Salvador (BA), Waldir Pires

revelou que os acontecimentos sobre a morte do ex-presidente são “um desejo do povo do Rio

Grande do Sul e uma necessidade política do Brasil em relação à honra e ao mérito do que foi o

grande João Goulart”. Pires também abordou a democracia no contexto histórico mundial. “A

democracia é o fator de convivência humana mais importante. Para todos”.

Também participaram da audiência pública, a viúva de Jango, Maria Thereza Goulart, o neto

Christopher Goulart e autoridades políticas municipais, estaduais e federais. Entre elas o Prefeito da

Capital, José Fortunatti e o ex- governador Alceu Collares. Destacam-se, também, a presença de

entidades de Direitos Humanos.

Audiência pública na cidade de São Borja

No dia 12 de novembro de 2013 foi realizada na cidade de São Borja, no CTG Tropilha

Crioula, audiência pública para esclarecimento da exumação dos restos mortais do Presidente João

Goulart.

Com a presença de familiares e autoridades municipais, estaduais e federais, os Ministros

Maria do Rosário (Direitos Humanos) e José Eduardo Cardoso (Justiça), houve a garantia por parte

dos ministros que o corpo retornará à cidade após passar por perícia, na Polícia Federal em Brasília,

cujo objetivo é investigar a possibilidade de envenenamento de Jango. No ato foram assinados:

Decreto Municipal assinado pelo Prefeito Antonio Carlos Rocha Almeida, autorizando a abertura do

túmulo e a exumação do corpo de Jango; Termo de Compromisso assinado pelos Ministros Maria

do Rosário (Direitos Humanos) e José Eduardo Cardoso (Justiça) dando a garantia formal do

retorno do corpo de Jango a sua terra natal.

A Ministra Maria do Rosário agradeceu à família do ex-presidente pela confiança depositada

no governo federal. “A nação brasileira assumiu um caminho definitivo para a democracia. Este é o

sentido político da homenagem que o Presidente João Goulart receberá em Brasília, com as devidas

honras de Chefe de Estado”, disse.

Para o Ministro da Justiça, a elucidação da verdade é um pressuposto básico do sistema

democrático. “Os familiares tem o direito de saber como morreram seus entes queridos. Cidadãos

têm o direito de saber como morreram seus líderes”, afirmou. O filho de Jango, João Vicente

Goulart, ressaltou que se trata de um resgate histórico não apenas para sua família, mas para todo o

país. “A grande vítima do golpe foi a Constituição Brasileira, o povo brasileiro. Hoje é o primeiro

grande passo para contarmos uma história que foi omitida durante muitos anos”, disse.

Atos de exumação do presidente João Goulart na cidade de São Borja

Os trabalhos de exumação do Presidente Jango começaram às 07h15min do dia 13 de

novembro de 2013, com a preparação pericial da área delimitada.

A quadra de acesso ao Cemitério Jardim da Paz foi completamente isolada, tendo acesso ao

local somente autoridades, parentes e jornalistas. Havia pouca concentração de pessoas, destacando-

se estudantes com faixas, manifestando-se contra a Ditadura Militar.

Na parte interna do cemitério, pode-se perceber que o Mausoléu da Família Goulart estava

coberto por uma tenda formada por estruturas de ferro, que sustentavam uma cobertura de pano

preto; foram, ainda, armadas tendas com mesas e cadeiras para receber autoridade municipais,

estaduais, federais e familiares. Nestas barracas foram instalados aparelhos de televisão,

supostamente ali colocados para que fossem acompanhados os trabalhos dos peritos. Porém os

aparelhos permaneceram desligados.

Na parte externa foram colocados três isolamentos. Pelas informações recebida: um

isolamento seria para as autoridades; um isolamento para jornalistas; e um isolamento para os

peritos. Providências estas que se mostraram completamente desnecessárias, uma vez que os peritos

permaneceram na área interna do cemitério, trabalhando no jazigo; os familiares, jornalistas, e

autoridades circularam livremente na área interna do cemitério. De modo que os cordões de

isolamento externos foram naturalmente rompidos pelas pessoas, que circularam curiosas,

livremente pela área externa.

Por volta de 08h30min chegaram os Ministros Maria do Rosário e José Eduardo Cardoso

para acompanhar os trabalhos.

Às 09h50min chegou o Governador Tarso Genro. Entrevistado por jornalistas, disse que

fazia questão de estar presente naquele momento, principalmente pela amizade que cultivava com o

Presidente Jango, que o acolheu em sua fazenda em Tacuarembo. O Governador permaneceu em

São Borja por aproximadamente uma hora.

Os trabalhos de exumação estavam com o término previsto para as 15h. Mas efetivamente

foram concluídos às 1h45min do dia 14 de novembro de 2013.

Diante da inquietação e perplexidade da população - que acompanhava os trabalhos

pessoalmente, ou através da mídia, e dos jornalistas -, com a demora do encerramento dos trabalhos

e da boataria que começou a circular na cidade de que os peritos não teriam encontrado o corpo do

Presidente, às 20h30min a ministra deu uma entrevista aos jornalistas. Em tom pausado admitiu que

o prazo inicialmente previsto para a conclusão dos trabalhos, 15hs não poderia ser cumprido, e o

novo horário seria a meia-noite, negando erros graves na exumação.

Em Nota Pública a Secretaria de Direitos Humanos afirma que os trabalhos de exumação

foram finalizados à 1h45min do dia 14, com os restos mortais sendo acondicionados para

transporte, sempre respeitando a cadeia de custódia dos elementos extraídos. Porém, em nenhum

momento esclarece o momento de saída de São Borja dos restos mortais do Presidente e sua

chegada em Brasília.

APÊNDICE

Nota Pública sobre a conclusão da exumação dos restos mortais do ex-presidente Jango

Diante da boataria que circulou por São Borja na noite do dia 13 de novembro de 2013,

sobre a dificuldade de localizar o corpo do Presidente Jango - o que motivou matéria no site de Zero

Hora de quinta-feira, 14/11/2013 – 15hs (Tensão em São Borja: por que a exumação de Jango levou

19hs) assinada pelo jornalista Carlos Rollsing; e do blog de Reinaldo Azevedo na VEJA de sexta-

feira 15/11/2013 – 03h09min (Desenterraram dois corpos errados antes de chegar ao de Jango;

Maria do Rosário montou um palanque em São Borja; até empresa de eventos foi contratada) em

que reproduz um texto irascível publicado no blog do jornalista gaúcho Políbio Braga -, a Secretaria

de Direitos Humanos da Presidência da República e a Comissão Nacional da Verdade (CNV)

lançaram a seguinte nota pública:

NOTA PÚBLICA sobre a conclusão da exumação dos restos mortais do ex-presidente

Jango14/11/2013

A Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR) e a Comissão

Nacional da Verdade (CNV) informam que a exumação dos restos mortais do ex-presidente João

Marques Belchior Goulart foi concluída com êxito, no início da quinta-feira (14), no Cemitério

Jardim da Paz, na cidade de São Borja (RS).

Os trabalhos duraram aproximadamente 18h30min, envolveram 12 profissionais. Entre eles:

os peritos brasileiros do Instituto Nacional de Criminalística, do Departamento da Polícia Federal

(INC/DPF)- Amaury Alan de Souza Junior, Gabriele Hampel, Jeferson Evangelista Correa e

Alexandre Raphael Deitos – que coordenaram o processo técnico-científico; de outros países

atuaram o cubano Jorge Caridad Gonzalez Perez, indicado pela família, o uruguaio José Lopez

Mazz e as argentinas Patrícia Bernardi e Mariana Selva. O Comitê Internacional da Cruz Vermelha

(CICV) atuou como observador internacional representado por Udo Krenzer e Felipe Danoso. Os

observadores nacionais foram Abder Rahim Jbara El Lundi e Lenine de Carvalho, em nome do

Ministério Público Federal (MPF). Destacamos a atuação do médico João Marcelo Goulart, neto do

ex-presidente, que teve participação efetiva em todo o procedimento.

A etapa pericial consistiu na inspeção ocular do mausoléu, coleta de amostras de gases no

interior da sepultura objeto da pesquisa e na exumação dos restos mortais para sua posterior

análise forense nos laboratórios da Polícia Federal em Brasília, que será responsável pela coleta

das amostras para todos os exames. As atividades começaram às 7h15min, com a preparação

pericial delimitada. Às 9h45min, foi iniciada a primeira etapa, com o intuito da coleta de 12

amostras de gases em pontos distintos do jazigo. Informamos que a coleta de gases no interior da

sepultura foi iniciada às 17 horas de quarta – feira (13), e finalizada às 18h20min. Dez minutos

depois começou o procedimento da abertura da sepultura. Às 1h45min foi finalizada a exumação

dos restos mortais e seu acondicionamento para transporte, sempre respeitando a cadeia de

custódia dos elementos extraídos.

Agradecemos a confiança que a família depositou no governo brasileiro para articulação e

realização da exumação. Também estendemos nosso reconhecimento a todos os profissionais

envolvidos nesse minucioso procedimento, que seguiu rigidamente os protocolos internacionais,

com objetivo de oferecer segurança na busca das reais circunstâncias que levaram o ex-presidente

ao falecimento em 6 de dezembro de 1976.

Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República

Comissão Nacional da Verdade

Urna com restos mortais chega a Brasilia

A urna com os restos mortais do ex-presidente João Goulart, o Jango chegou à base aérea

de Brasília às 11h48min da quinta-feira (14). Com honras de chefe de Estado, o esquife de Jango foi

recepcionado pela presidente Dilma Roussef.

A viúva Maria Thereza Goulart, os ex-presidentes Lula, José Sarney e Fernando Collor,

o presidente do Senado Renan Calheiros, os ministros de Estado, e outra lideranças políticas e

comandantes das Forças Armadas também participaram da recepção ao corpo de Jango. A cerimônia

teve marcha fúnebre, execução do Hino Nacional, hasteamento da bandeira e salvas de 21 tiros de

canhão.

A chegada à capital federal e a homenagem integram a operação que tenta esclarecer as

causas da morte do líder trabalhista. Deposto e exilado pelo golpe de 1964, Jango morreu na

Argentina, em dezembro de 1976. A versão oficial indica que ele foi fulminado por um ataque

cardíaco, porém, existe a suspeita de que o gaúcho tenha sido envenenado por agentes ligados a

Operação Condor, esquema de cooperação entre as ditaduras do Cone Sul.

Realizado em São Borja, o trabalho de exumação do corpo durou 19 horas. Começou na

manhã de terça-feira e só terminou às 2h de quarta. Peritos retiraram o caixão de dentro do jazigo da

família Goulart no Cemitério Jardim da Paz e, por volta das 2h45min, o acomodaram dentro da

urna, protegido por colchões. O esquife seguiu de avião para Brasília.

Da base aérea, a urna seguiu escoltada por batedores para o Instituto Nacional de

Criminalística (INC) da Polícia Federal, onde serão realizados exames antropológicos e de DNA.

No local, os peritos também vão coletar as amostras que serão enviadas para laboratórios no

exterior, responsáveis pelos exames toxicológicos que tentarão esclarecer a causa da morte de

Jango. Não há prazo para a divulgação dos laudos, nem certeza se os resultados serão conclusivos.

O corpo de Jango voltará para São Borja em 6 de dezembro, aniversário da morte do ex-

presidente.

Congresso anula Sessão que declarou vaga a presidência de João Goulart

O Congresso Nacional aprovou na madrugada da última quinta-feira (21) o Projeto de

Resolução (PRN 4/13) dos senadores Pedro Simon (PMDB-RS) e Randolfe Rodrigues (Psol-AP)

que anula a sessão do Congresso de 2 de abril de 1964 que declarou vaga a Presidência da

República no mandato do Presidente João Goulart.

O presidente do Senado, Renan Calheiros, avaliou que a votação é a “oportunidade histórica

de repara uma mancha na História do País” Ele ressaltou que a sessão foi acompanhada pelo filho

de João Goulart, João Vicente Goulart.

Os dois autores da proposição ressaltaram a ilegalidade em que a sessão se baseou: declarou

a presidência vaga mesmo depois que João Goulart enviou ao Congresso um documento dizendo

que estava no País e no exercício do cargo. “João Goulart estava no comando de suas atribuições e

em pleno território nacional e, por isso, o presidente do Congresso não poderia ter convocado

arbitrariamente a sessão e muito menos ter declarado vaga a presidência”, disse Randolfe

Rodrigues.

Para Pedro Simon, a votação vai permitir uma nova interpretação da História. “Não vamos

reconstituir os fatos. A história apenas vai dizer que, naquele dia, o presidente do Congresso

Nacional usurpou de maneira estúpida e ridícula a vontade popular depondo o presidente da

República, disse.

O relator do projeto, deputado Domingos Sávio (PMDB-MG), disse que ao anular a sessão

que cassou o mandato do presidente Jango, o Congresso pode impedir que a mesma situação ocorra

novamente. “É triste, mas é necessário resgatar essa noite para que não se repitam mais coisas dessa

natureza. Essa desastrada decisão é uma das muitas razões para tudo o que padeceram aqueles

viveram esse período sombrio da nossa História”, argumentou.

Para a deputada Alice Portugal (PCdoB-BA), o congresso demonstrou para a História que o

golpe que iniciou o regime militar foi baseado em falsidade. Para o senador Randolfe Rodrigues a

proposta retirou o “ar de legalidade” do golpe de 1964.

A única voz dissonante foi a do deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ).

CONCLUSÕES, ENCAMINHAMENTOS E RECOMENDAÇÕES

O trabalho da COMISSÃO DE REPRESENTAÇÃO EXTERNA tendo por objeto

“ACOMPANHAR A EXUMAÇÃO DO CORPO DO EX-PRESIDENTE JOÃO GOULART,

garantindo os interesses do Município de São Borja e do Estado do Rio Grande do Sul”, foi

pautado pelo cronograma de trabalho da SECRETARIA DE DIREITOS HUMANOS DA

PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA (SDH/PR), uma vez, ter esta a função de coordenação dos

trabalhos.

O cronograma trabalhou dentro do limite de duas datas: 13 de novembro de 2013

(Exumação do Corpo do Presidente João Goulart), e 06 de dezembro de 2013 (volta do corpo

do Presidente João Goulart à São Borja, para ser enterrado com honras de Chefe de Estado).

Desde o dia de sua instalação – 25 de outubro de 2013 -, a COMISSÃO DE

REPRESENTAÇÃO EXTERNA acompanhou todas as reuniões de trabalho convocadas pela

SDH/PR. Participou não somente dos atos formais, como discutiu e ajudou a definir datas e formas

de trabalho. Mesmo dentro dos prazos limitados pela SDH/PR, alteramos planos – como o

transporte do corpo do Presidente Jango de São Borja a Santa Maria por rodovia, depois do alerta

dos peritos, de que tal transporte poderia trazer prejuízo ao material a ser analisado. Assim como

fomos agentes mobilizadores da população para participar de todos os atos públicos previstos.

Porém estávamos limitados pelo prazo regimental do término do nosso trabalho (30 dias)

após a instalação, sem a possibilidade de prorrogação de prazo. Este prazo esgota-se em 25 de

novembro de 2013, 11 dias antes da chegada do corpo do presidente Jango à São Borja.

Por isso, apesar do denodo dos membros da COMISSÃO DE REPRESENTAÇÃO

EXTERNA no cumprimento do seu objetivo, o objeto do requerimento foi parcialmente alcançado.

Mas em função da formalidade do Regimento Interno, parcialmente prejudicado, uma vez que em

06 de dezembro a COMISSÃO DE REPRESENTAÇÃO EXTERNA já estará desfeita.

O 2º parágrafo do requerimento é claro: “Ante a alta relevância do tema, consubstanciada

pela necessidade de averiguação das circunstâncias da morte do ex-presidente, ocorrida em

1976, além da comoção interna que o deslocamento de seu corpo de São Borja para a capital

federal vem causando nos moradores daquele município, haja visto o receio de que os restos

mortais jamais retornem a sua cidade natal, extremamente relevante que este parlamento

participe das atividades e acompanhe os procedimentos que serão adotados para apuração dos

fatos”.

Finalizando, se o objetivo da SECRETARIA DE DIREITOS HUMANOS DA

PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA (SDH/PR) era a de uma ampla participação popular, este

desiderato não foi alcançado. Nas duas audiências públicas - Porto Alegre, 04 de novembro de

2013, e São Borja, 12 de novembro de 2013, a palavra foi cedida somente às autoridades, e o povo

que estava na platéia ficou assistindo. Assim como no dia 13 de novembro – dia do ato de

exumação -, a blindagem do cemitério afastou o povo, dando este vários sinais de desconfiança do

que estava acontecendo. Em Brasília somente autoridade participaram da cerimônia de recepção do

corpo do Presidente Jango, com atos de Chefe de Estado. Não se tem notícia de cortejo com o corpo

em caminhão de bombeiros, acompanhado pela população.

Se não queria, o Governo Federal passou a ideia de falta de transparência nos

procedimentos, principalmente na demora em esclarecer porque atrasou os atos de exumação no dia

13 de novembro, e também deixou claro de que se tratava de um ato formal e oficial, concedendo

somente a família a participação nos acontecimento.

Recomendações

- para que o Regimento Interno seja alterado no sentido de prorrogar-se por mais trinta dias

o prazo dos trabalhos da Comissão de Representação Externa, quando isto for altamente justificável

e relevante.

Encaminhamentos

- que os membros da comissão sejam indicados pela Mesa Diretora, como representantes do

Poder Legislativo Estadual, para acompanhar os atos finais, no dia 6 de dezembro de 2013, a serem

realizados pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência, no tocante a exumação do corpo do

ex-presidente, defendendo os interesses da comunidade de São Borja;

FONTES

- Os Anos JK, uma trajetória política - Silvio Tendler;

- Dossiê Jango – Paulo Henrique Fontenelle;

- Jango – Sílvio Tendler;

- O Governo João Goulart – Luiz Alberto Moniz Bandeira;

- João Goulart, uma biografia – Jorge Ferreira;

- Portal Wikipédia – Wikipédia, a enciclopédia livre;

- Portal do Jornal Zero Hora;

- Portal da Câmara Municipal de Porto Alegre;

- Portal Band;

- Portal do Jornal Estado de São Paulo;

- Portal da SECRETARIA DE DIREITOS HUMANOS DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA

(SDH/PR);

- Portal da Revista Carta Capital;

- Portal da Revista Veja;

- Portal UOL – Folha de São Paulo;

- Portal da Câmara dos Deputados;

COMISSÃO DE REPRESENTAÇÃO EXTERNA PARA

ACOMPANHAR A EXUMAÇÃO DO CORPO DO EX

PRESIDENTE JOÃO GOULART

Relatório

Sala das Sessões, em

Deputada Juliana Brizola – PDTCoordenadora

Deputado Aldacir Oliboni – PT

Deputado Gilberto Capoani – PMDB

Deputado Frederico Antunes – PP

Deputado Jurandir Maciel – PTB