Commercio da Louzã - 500 DIAS ATÉ À REPÚBLICA

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Um livro revisitado, 14 anos depois do seu lançamento. No Auditório do Museu Etnográfico Dr. Louzã Henriques, a 23 de Setembro de 2010, Dinis Manuel Alves dissertou sobre “Commercio da Louzã – 500 DIAS ATÉ À REPÚBLICA”, obra de sua autoria.Iniciativa da Câmara Municipal da Lousã integrada no programa das comemorações do centenário da implantação da República portuguesa.Este powerpoint (94 slides) serviu de suporte à apresentação.O texto com a intervenção do autor encontra-se disponível em http://www.mediatico.com.pt/UserFiles/CL-25-09-2010-b.pdf Vídeos com a sessão integral disponíveis em www.youtube.com/mediapolisxxi Site oficial de Dinis Manuel Alves: www.mediatico.com.pt Encontre-nos no twitter (www.witter.com/dmpa) e no facebook (www.facebook.com/dinis.alves).Outros sítios de DMA: www.youtube.com/mediapolisxxi, www.youtube.com/fotographarte, www.youtube.com/tiremmedestefilme, www.youtube.com/camarafixa, http://videos.sapo.pt/lapisazul/playview/2, http://videos.sapo.pt/lapisazul/playview/3 e em www.mogulus.com/otalcanalAinda: www.mediatico.com.pt/diasdecoimbra/ , www.mediatico.com.pt/redor/ , www.mediatico.com.pt/fe/ , www.mediatico.com.pt/fitas/ , www.mediatico.com.pt/redor2/, www.mediatico.com.pt/foto/yr2.htm ,www.mediatico.com.pt/manchete/index.htm , www.mediatico.com.pt/nimas/www.mediatico.com.pt/foto/index.htm , www.mediatico.com.pt/luanda/, www.slideshare.net/manchete/ , www.slideshare.net/dmpa , www.panoramio.com/user/765637, http://torgaemsms.blogspot.com

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“Commercio da Louzã – 500 DIAS ATÉ À REPÚBLICA” revisitado

Powerpoint de suporte à reapresentação do livro

“Commercio da Lousã – 500 DIAS ATÉ À REPÚBLICA”

Dinis Manuel Alves Lousã, 25 de Setembro de 2010

Iniciativa integrada no programa das comemorações do

centenário da implantação da República portuguesa

TEXTO COM A INTERVENÇÃO DE DINIS MANUEL ALVES DISPONÍVEL EM

http://www.mediatico.com.pt/UserFiles/CL-25-09-2010-b.pdf

VÍDEOS COM A SESSÃO INTEGRAL DISPONÍVEIS EM

http://www.youtube.com/mediapolisxxi

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No século XIX os jornais eram folhas impressas para ler No século XIX os jornais eram folhas impressas para ler

na totalidade e com calma, na totalidade e com calma,

que passavam de mão em mão, que passavam de mão em mão,

não perdiam facilmente a sua actualidade não perdiam facilmente a sua actualidade

nem havia urgência em serem lidos.nem havia urgência em serem lidos.

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1.11.1859

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No tempo das “não-notícias”

Mercúrio Lusitano, 28.08.1815

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No tempo das

“não-notícias”

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No tempo das “não-notícias”

Mercúrio Lusitano, 23.08.1815

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No tempo das “não-notícias”

Mercúrio Lusitano, 23.08.1815

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Diário de Notícias n.º 1 – 29 de Dezembro de 1864

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Suas Magestades e Altezas Suas Magestades e Altezas

passam sem novidade passam sem novidade

em suasem suas

importantes saudesimportantes saudes

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O diário espanhol ABC, que

iniciou a sua publicação em

1905, surgiu com a primeira

página integralmente ocupada

por publicidade, estilo que

perdurou durante algum tempo.

Motivo: evitar que a humidade, a

chuva ou a sujidade manchassem

as notícias quando os

exemplares se depositavam à

porta dos assinantes.

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N.º 1 – 4 de Abril de 1909

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N.º 121 – 19 de Outubro de 1912

Page 19: Commercio da Louzã - 500 DIAS ATÉ À REPÚBLICA

N.º 1

7 de Abril de 1921

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A Voz da Serra, Nova Friburgo, Estado do Rio de Janeiro, Brasil, n.º 1 – 7 de Abril de 1945

http://www.djoaovi.com.br/index.php?cmd=section:acervo_jornal_avs

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Diário de Coimbra, n.º 1 – 24 de Maio 1930

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29 de Dezembro de 1864 20 de Março de 2003

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• A ponte sobre o Tejo, protagonista de duas primeiras páginas do Diário de Notícias, separadas por 27 anos. 

• Da mancha-chumbo (edição de 7 de Agosto de 1966), à força avassaladora de uma fotografia ímpar (edição de 25 de Junho de 1994)

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7 de Agosto 1966

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25 de Junho1994

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Trata de fazer um bom jornal e lembra-te de que a

sensualidade moderna, que é o fundo do gosto

moderno, gosta sobretudo de qualidades de forma e

de plástica.

Não se vai ao restaurante onde se come melhor — mas

àquele onde a mobília é mais vistosa.

Procura por isso que o jornal, como papel, tipo,

impressão, etc., seja um primor.

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Dá-lhe um feitio que não seja o do pesado e pançudo

Comércio do Porto.

Fá-lo ligeiro e vibrante.

(…) Diz quando sai essa Província — e, repito,

enverniza-lhe os tamancos. 

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Eça de Queiroz a Oliveira Martins

[5.05.1885]

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E, logo no mês seguinte (10.6.1885), acrescenta: ‘A

Província, por ora, não está bem feita nem malfeita —

está provinciana. Tende ao ramerrão e à sonolência.

Precisas de espertá-la.

Um bom artigo teu não basta: é necessário que o resto

do jornal viva e vibre, e por ora acho-lhe o ar molengão

e empapado. Precisas melhoria de papel’.

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Mais tarde escreverá o autor (1894): ‘Tudo neste nosso

século é toilette, dizia o velho Carlyle. O apreço exterior

pela arte é a sobrecasaca da inteligência. Quem se

quererá apresentar diante dos seus amigos com uma

inteligência nua? (…) Dispondo de algum dinheiro, e

graças ao armazém de fato feito, e ao armazém de ideias

feitas que se chama jornal, pode estar todo e

dignamente vestido, por dentro e por fora, e sair à rua, e

ser um senhor ”.

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Expansão da imprensa ligada aos avanços tecnológicos

Na época de Gutenberg, em meados do século XV, a tecnologia

existente permitia a impressão de 50 páginas/hora.

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Com a invenção de Koenig em 1814 (os prelos com cilindros), era

possível a impressão de 1.100 páginas/hora.

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Com as rotativas de Marinoni, em 1871, tornou-se possível

imprimir 95.000 páginas/hora.

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TELÉGRAFO - 1844

FOTOGRAFIA

Em 1840 Chevalier fabrica a primeira máquina para daguerreótipo, provida de uma

óptica acromática

FOTOGRAVURA – 1851

Método fotográfico de gravar imagens sobre chapas de metal

TELÉGRAFO POR CABO - 1866

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Outras invenções

FOTOGRAFIA – 1888

George Eastman regista a marca KODAK nos

Estados Unidos, começando a produzir

máquinas fotográficas acessíveis ao público em

geral.

HELIOGRAVURA – 1905

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As linhas telegráficas ligam a Europa aos EUA nos anos 50 e 60 do século XIX

Europa ligada à China, à América do Sul e ao Japão

na década de 70 do mesmo século

Em 1844, a invenção do telégrafo por Samuel Morse revoluciona a transmissão de

informações, e permite o envio de notícias a longas distâncias. Mas o telégrafo só

ganharia um aumento exponencial da sua capacidade a partir da instalação dos cabos

submarinos, na segunda metade do século XIX, que unem os vários continentes. O

primeiro despacho transatlântico por telégrafo, por exemplo, foi enviado pela AP em

1858. A comunicação por telégrafo liga a Europa ao Brasil a partir de 1874.

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 A inauguração da rede oficial de telégrafo eléctrico em Portugal ocorreu em 1856. 

Fazia a ligação do Terreiro do Paço às Cortes.

Em 1857 regista-se a ligação entre Portugal e Espanha.

Em 1870 é inaugurado o cabo submarino que liga Portugal a Inglaterra e Gibraltar.

Em 1871 entra em funcionamento o cabo telegráfico submarino ligando o continente

português à Madeira, Cabo Verde e Pernambuco.

Em 1893 é efectuada a ligação desde Carcavelos até Ponta Delgada, Horta e a todo o

arquipélago dos Açores.     

  Extensão da Rede telegráfica em Portugal:  

Em 1860  - Cerca de 2.000 Kms   

Em 1900 - Cerca de 8.000 Kms    Em 1911-26 - Cerca de 9.000 Kms  

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  Telégrafo de Hughes

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AGÊNCIAS NOTICIOSASAGÊNCIAS NOTICIOSAS

Em 1832 o banqueiro Charles-Louis Havas abre em Paris

um “Bureaux de traduction des journaux étrangers”

Mais detalhes em http://expositions.bnf.fr/afp/reperes/2.htm

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AGÊNCIAS NOTICIOSASAGÊNCIAS NOTICIOSAS

1835 marca o início oficial da Agência Havas, “Agence des feuilles politiques –

Correspondance générale”. Primeira agência de notícias de âmbito internacional. Recruta

correspondentes no estrangeiro, vendendo as informações produzidas aos jornais

parisienses e do interior, aos homens de negócios, às embaixadas e aos ministérios.

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AGÊNCIAS NOTICIOSASAGÊNCIAS NOTICIOSAS

Havas utiliza meios de transmissão bastante rápidos para

a época: pombos-correio e mais tarde o telégrafo eléctrico.

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Os jornais passam a visar o lucro e não fins propagandísticos de

teor político-partidário

Da propaganda das ideias, das causas, passamos à propaganda

de produtos

O jornalismo transforma-se num negócio

Objectivo central: expansão da circulação

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Conquistar mais leitores significava conseguir mais publicidade

Mais publicidade implicava maiores lucros, possibilidade de

investir em novos meios, contratar mais profissionais, diversificar

a rede de correspondentes, apostar em novos conteúdos,

aumentar o número de páginas

NOVO PARADIGMA DO JORNALISMO:

Passar da propaganda à informação

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Evolução fez-se a ritmos

diferentes nos diversos

países

A publicidade cresceu muito

mais nos EUA e no Reino

Unido do que em França, por

exemplo.

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Entre 1867 e 1900, a soma

total de investimentos

publicitários nos EUA subiu

de 50 milhões de dólares

para 542 milhões.

No Reino Unido, a

publicidade representava

em 1910 um negócio de 15

milhões de libras.

Sugestão de visita: http://www.hatshapers.com/old_ads.htm Sugestão de visita: http://www.hatshapers.com/old_ads.htm

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O jornal “THE TIMES” obtinha em 1870, em publicidade,

o dobro de receitas das vendas

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Regista-se o aparecimento de jornais de grande

difusão, com a quebra do peso das assinaturas e a sua

substituição pela venda através dos ardinas e nas

bancas; a concorrência entre os jornais e a conquista

do mercado publicitário, iniciando a passagem do

jornal para os leitores comprarem, ao jornal que devia

vender o maior número de leitores aos anunciantes.

Page 49: Commercio da Louzã - 500 DIAS ATÉ À REPÚBLICA

Em França, o número de jornais aumentou de 49 em 1830, para 73

em 1867, 220 em 1881 e 322 em vésperas da I Guerra Mundial, em

1914.

As tiragens dos jornais também sofreram aumento notável:

34.000 em 1815, 1 milhão em 1867, 2,5 milhões em 1880, 9,5

milhões em 1914.

Nos EUA, o número de jornais publicados a nível nacional

duplicou entre 1830 e 1840. Enquanto a população aumentou

33%, a circulação dos jornais aumentou 187%.

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N.º 2, 11 de Abril de 1909

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O CompromissoO CompromissoNo seu número inaugural, de 4 de Abril de 1909, o "Commercio da Louzã",

depois de longos considerandos sobre a necessidade e os riscos de

incumprimento de um "Programma", não resistia a avançar com o seu:

"Lançamos hoje aos mares da critica o Commercio da Louzã, e a critica, não

resistindo à praxe, pede-nos certamente Programma: — definição de — ao

que vimos:

— A dar o nosso esforço, tanto quanto possamos à defeza dos direitos e dos

interesses d'este concelho e da sua população, e no firme proposito de

seguirmos, d'olhos vendados, como o symbolo da justiça, sem querermos vêr

nem conhecer partidos ou partidarios".

Page 54: Commercio da Louzã - 500 DIAS ATÉ À REPÚBLICA

Um jornal sem política, assim prescrevia outro colaborador de Coimbra, no

caso um que assinava "João Ninguém":

"Duas coisas me moveram a acceitar o vosso amavel convite de collaboração:

a minha amizade por vós (…) e eu saber que o vosso jornal não tinha política,

senhora com quem não tenho relações, mas que me parece pessoa

detestavel, pelos males que lhe tenho visto causar e pelas patifarias e

injustiças que lhe tenho visto praticar.

E então numa terra pequena?!

Ella mette-se em casa dos grandes, d'olho manhoso e sorriso matreiro, ouve o

que os patrões dizem e vai contal-o aos criados; vai até á cosinha cheirar as

panellas e provar os guizados, ouve os criados dizer mal dos patrões, ajuda-os

nisso se fôr preciso e vai para a sala dizer tudo quanto ouviu, se é que não

accrescenta alguma coisa da sua lavra (…)".

Page 55: Commercio da Louzã - 500 DIAS ATÉ À REPÚBLICA

"Em Portugal a politica deixou de ser o conjunto de principios reguladores da

vida da nação, para se transformar num simples processo de satisfazer

vaidades, crear odios e inutilisar aptidões.

Ser politico, entre nós, não é ser cidadão: é ser o influente eleitoral que

procura arranjar o maior número de votos para conseguir as boas graças do

chefe, é abastardar a intelligencia, é escravizar a vontade, é muitas vezes

afundar o caracter“ - lia-se no editorial intitulado "A Crise Nacional", um

repositório cáustico das causas que levavam os portugueses a sentir

repugnância pela política:

"Hoje em dia nota-se uma repugnancia extraordinaria pela politica, tratando

cada um de nós de fugir d'ella como quem foge de um tenebroso abysmo" —

sinalizava-se, fazendo-se de seguida o contraponto:

"Será que a politica não traga a quem nella se intromete mais que desgostos,

desillusões e prejuizos de dinheiro?

Page 56: Commercio da Louzã - 500 DIAS ATÉ À REPÚBLICA

"Vai em dois meses que se abriu a actual sessão parlamentar, a segunda

da legislatura que decorre, e ainda dos seus trabalhos não resultou coisa

que se visse e que aproveitasse às forças produtivas da actividade

nacional.

Politica e só politica, e eis do que se tem tratado, e mais nada!"

Onde é que eu já li isto?

Page 57: Commercio da Louzã - 500 DIAS ATÉ À REPÚBLICA

"Monarquicos e republicanos, conservadores e liberais, nenhum deixou

de reclamar a maxima autonomia nas relações do municipio com o poder

central e de reivindicar para a velha instituição, que tem sido o principal

elemento da nossa independencia, o logar de honra a que tem direito e

só um regimem excessivamente centralizador lhe tem acintosamente

negado".

E isto?

Page 58: Commercio da Louzã - 500 DIAS ATÉ À REPÚBLICA

"É consolador ver assim a alma portuguêsa ter uma aspiração generosa,

como é essa do rejuvenescimento da Patria pela rehabilitação do

municipio".

… e mais isto?

Page 59: Commercio da Louzã - 500 DIAS ATÉ À REPÚBLICA

O Jornal – Madeira

Março de 1927

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O Jornal – Madeira Março de 1927

Page 61: Commercio da Louzã - 500 DIAS ATÉ À REPÚBLICA

Programa para tornar a monarquia indemne aos efeitos "perniciosos" da

instrução:

"Artigo 1º - Fazer leis aparatosas para atirar ás bochechas do mundo civilisado

e mostrar que cá tambem se pesca da regedoria.

Artº 2º - Conservar ás espeluncas o nome de escolas, para que lá fora, quem

ouvir fallar em taes nomes julgue que se trata de edeficios apropriados,

embora, não passem de cubiculos infectos.

Artº 3º - Continuar a fingir que o ensino é obrigatorio.

Artº 4º - Obrigar os professores a abdicar dos seus direitos civicos e perseguir

a proposito de tudo o que tem o arrojo de pôr gravata vermelha.

Page 62: Commercio da Louzã - 500 DIAS ATÉ À REPÚBLICA

Programa para tornar a monarquia indemne aos efeitos "perniciosos" da

instrução:

Artº 5º - Continuar a pagar aos professores primarios o sufficiente para

morrerem de fome fome afim de que elles descoroçoem e abandonem tal modo afim de que elles descoroçoem e abandonem tal modo

de vida ficando-se depois a viver uma nova vida de felicidade de vida ficando-se depois a viver uma nova vida de felicidade

paradisiacaparadisiaca".".

Resumindo o pensamento do autor do artigo, assinado por "D.", a monarquia a monarquia

gostaria de ver os cemitérios pejados de mestres-escola!gostaria de ver os cemitérios pejados de mestres-escola!

Page 63: Commercio da Louzã - 500 DIAS ATÉ À REPÚBLICA

Quanto custa um reiQuanto custa um rei"Lista de alguns dos chefes de Estados calculada a remuneração

de 6 horas de trabalho diario".

Ao quadro acediam os imperadores da Rússia, Áustria e Alemanha, os

reis de Itália, Inglaterra, Espanha, Bélgica, Portugal e Dinamarca, e os

presidentes da América e de França. O mais sortudo era o imperador

russo, que "ganhava" 405 francos por minuto, 9.580 contos de réis por

ano. O Presidente dos EUA vinha no fundo da tabela, com uns

míseros dois francos por minuto, e 57 contos de réis ao ano. O

monarca português ocupava o oitavo lugar deste curioso ranking, com

22 francos ao minuto e 525 réis ao ano.Commercio da Louzã, n.º 25, 6.10.1909

Page 64: Commercio da Louzã - 500 DIAS ATÉ À REPÚBLICA

Quanto custa um reiQuanto custa um rei

"O quadro já vos mostrou quanto custa á industria de uma nação, em

cada minuto, em cada hora, em cada dia e em cada anno de

existencia, a representação desnecessaria de um homem para a

felicidade dos povos, quando esse homem não trabalha, não produz,

antes serve para explorar todas as classes sociaes e desnaturar em

seu proveito todos os principios de justiça social, comstituindo e

conservando em classes separadas os homens que deviam pela

propria natureza estar unidos e solidariamente viverem na egualdade

da paz e da ordem" — lia-se no texto assinado por "Gilberto".

 

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"Foram querellados os seguintes jornaes:— o nº 8 e 12 da 'Alma Nacional', o

'Suplemento do Seculo', o 'Paiz', o 'Povo de Santa Clara' e o 'Xuão' que acaba de ser

julgado e condemnado o seu director em 60:000 reis de multa. Safa que o governo do sr.

Beirão está com vontade á má imprensa…

Nós vendo as barbas dos collegas árder, não nos adeantaremos em conversas com

estes senhores da governança; o sr. Beirão não, mas o seu chefe já cá encontrou um

jornal que lhe offendeu a sua honestidade.

Pois nós, a quem falta o tempo para tratar da nossa vida, (como ha pouco affirmava um

titular nosso conhecido) não nos metteremos mordomos sem devoção. Publicámos as

cartas do sr. Fernando de Serpa, que poseram o Paiz ao facto da moralidade que vae

pelo alto, mas a respeito dos milhares de contos de desfalque na companhia do credito

predial, nem mais uma palavra…

Não que o dinheiro é sangue.

Vamo-nos por cá entretendo com as coisas da terra, que chegam bem para encher a

Lamparina e deixamos o resto ao nosso denodado collega 'O Mundo' que chega bem

para os incommodar".

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Da condição de jornalistaDa condição de jornalista

"Ser jornalista é banir do seio do povo os costumes, defeitos e vícios que concorrem

poderosamente para a sua degenerescencia, combater a politica á luz da analise

imparcial dos seus actos, mostrando-lhe o caminho recto que vae da Dignidade á Moral,

fomentar nos seus mais largos surtus as artes, o commercio e as industrias como

ligitimos factores do progresso, promover por toda a parte a semeadura da Instrução —

germen fecundo do saber humano, evangelisar pela pratica e pelo exemplo o culto

incomparavel do amor concretisado no civismo e na justiça, na Paz e no Trabalho — eis

uma nobre profissão de fé para quem tem na vida de sacrificio e de labor inteiramente

consagrada à causa do bem publico. (…)

 Sousa Pinto, Commercio da Louzã, n.º 30 , 2.12.1909

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Da condição de jornalistaDa condição de jornalista

(…) O jornalista compenetrado da gloriosa missão d'apostolo do Direito e da Verdade, —

sabendo dignificar a sua inteligencia e o seu caracter — sem transigir ante a séde

vingadora de nós e o odio negro doutros, é mais do que um Homem, na accepção desse

termo — é um luctador de pulso forte revestido com a tunica inconsutil da virtude

antiga".

 

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http://commerciodalousa.blogspot.com/ Blog integrado nas comemorações do Centenário da Implantação da

República Portuguesa.

Contém detalhes sobre o projecto "Commercio da Lousã - 500 dias até

à República".

 

http://commerciodalousa2.blogspot.com/ Contém alguns dos textos do livro "Commercio da Lousã - 500 dias

até à República". (tarefa a prosseguir, assim haja tempo…)

 

Page 93: Commercio da Louzã - 500 DIAS ATÉ À REPÚBLICA

http://www.mediatico.com.pt/dete/

 

Page 94: Commercio da Louzã - 500 DIAS ATÉ À REPÚBLICA

http://www.mediatico.com.pt/nimas/