COMO PROJETAR PREMISSAS VIÁVEIS, POSSÍVEIS E PROVÁVEIS PARA ELABORAÇÃO DO ORÇAMENTO

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  • UP-TO-DATE - NO 105 COMO PROJETAR PREMISSAS VIVEIS,POSSVEIS E PROVVEIS PARA ELABORAO DO ORAMENTO -

    PARTE I

    1

    CAVALCANTEASSOCIADOS

    &

    Como projetar premissas viveis, possveis eprovveis para elaborao do oramento -

    ParteI

    Como estruturar o oramento?

    Como definir o cenrioeconmico ?

    Como definir as metasoramentrias?

    Como projetar os juros dosfinanciamentos?

    A evoluo das taxas de juros edas taxas de cmbio.

    Autores: Carlos Alexandre S([email protected])

    Formado em Engenharia Civil pela PUC-RJ, com curso de Administrao deEmpresas pela UFERJ e ps-graduao em administrao industrial pelaUniversidade da Holanda.

    Professor do Instituto Brasileiro de Executivos Financeiros Professor do IBMEC - Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais Scio da Cash-Flow Solutions Consultoria e Participaes Ltda.

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    NDICE

    PG

    INICIANDO O ORAMENTO 03

    COMO DEFINIR O CENRIO ECONMICO 05

    DEFININDO AS METAS ORAMENTRIAS 11

    OS JUROS DE FINANCIAMENTO 13

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    INICIANDO OORAMENTO

    "No Up-To-Date 102 vimos que o oramento um modelo e, como tal, representa

    uma simplificao da realidade. Isto quer dizer que, sendo uma abstrao, o oramento

    apenas tenta reproduzir no papel aquilo que acreditamos possa ocorrer na realidade.

    Existe, no entanto, uma diferena entre a simplificao e o simplismo. O oramento tem

    a obrigao de fundamentar suas premissas em hipteses viveis, possveis e provveis. por

    isto que antes de comearmos a orar uma empresa temos que tentar compreender o cenrio

    econmico no qual a empresa funcionar durante o perodo considerado.

    O cenrio econmico est para quem est orando assim como a previso do tempo em

    uma determinada rota est para quem est preparando um plano de vo. A existncia de

    ventos de proa ou de popa ir determinar a previso de consumo de combustvel; a

    constatao de zonas de turbulncia pode impor uma alterao de rota, e assim por diante.

    Da mesma forma, um cenrio recessivo pode conduzir a projees de vendas mais

    conservadoras, as previses de inadimplncia mais pessimistas a polticas de concesso de

    crdito mais restritivas, etc.

    Ao procuramos definir as metas de lucro o que queremos um balizamento do que

    podero ou devero ser as metas de receitas e despesas de forma que a empresa possa, alm

    de pagar seus financiamentos, remunerar satisfatoriamente seus acionistas. Alm disto temos

    que definir metas de desempenho.

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    Quando se ora uma empresa, procura-se, com base em seu desempenho no passado,

    prever seu comportamento no futuro. Um oramento que esteja completamente divorciado do

    passado corre o risco de ser irrealista. Por outro lado, se quem ora, se limita a reproduzir

    no futuro o comportamento passado, pode estar correndo o risco oposto, que a

    possibilidade de perpetuar o erro. Da a empresa procurar analisar e identificar tudo o que

    representa algum tipo de distoro em seu desempenho e procurar estabelecer metas para

    que estas distores sejam corrigidas. Neste Up-To-Date vamos mostrar alguns

    procedimentos importantes para elaborar o oramento."

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    COMO DEFINIR O CENRIOECONMICO

    Ao definirmos o cenrio econmico no qual ser desenvolvido nosso modelo, ns nos

    preocupamos preferencialmente com os fatores que possam afetar o desempenho da empresa

    que est sendo orada. Se, por exemplo, estivermos orando uma empresa que compre em

    Reais e venda em Reais, e que no sofra a concorrncia de importados, talvez no faa sentido

    preocuparmo-nos com a projeo do preo do Dlar. J para uma empresa que importe

    matria prima ou material de revenda, ou exporte parte de sua produo, esta projeo ser

    vital.

    Os principais (mas no os nicos!) parmetros a serem definidos na elaborao de um

    oramento, via de regra so:

    1. Nvel de atividade econmica;

    2. Taxa de inflao

    3. Evoluo das taxas de juros

    4. Reajustes salariais

    5. Evoluo das taxas de cmbio

    O Nvel de Atividade Econmica

    A projeo do nvel de atividade econmica quem vai nos informar se nossa projeo

    de vendas deve ser maior, menor ou igual do exerccio em curso. Algumas empresas

    possuem modelos que associam a evoluo do PIB com a evoluo de suas vendas. Trata-se,

    quase sempre, de uma simplificao j que dificilmente as vendas de uma empresa sero

    funo apenas deste fator.

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    No entanto, o nvel de atividade econmica importantssimo porque tem influencia

    direta no nvel de emprego e, em conseqncia, na capacidade de o mercado gastar e investir.

    A atividade econmica tambm vai influenciar o nvel de inadimplncia dos clientes.

    Desta forma, caso a empresa esteja projetando uma reduo do nvel da atividade econmica,

    deve fazer uma proviso para o aumento da inadimplncia dos clientes ou ento, adotar uma

    poltica mais restritiva de concesso de crdito.

    Evoluo das Taxas de Inflao

    A projeo das taxas de inflao vai determinar as polticas de reposio salarial, de

    reajustes de preos e as projees de aumento de preos da matria prima.

    Um aumento projetado de taxas de inflao tambm afeta o poder aquisitivo das

    camadas mais baixas da populao que no tm como se defender do chamado imposto

    inflacionrio

    Evoluo das Taxas de Juros

    Estas projees so essenciais para orar as receitas e as despesas financeiras e para

    definir os nveis de vendas e de preos da empresa, j que as metas de lucro so definidas em

    funo das despesas financeiras e do retorno pretendido pelos acionistas, como veremos

    adiante. As taxas de juros que interessam ao oramento so as taxas de captao e de aplicao

    disponibilizadas pelas instituies financeiras para as empresas. Estas taxas no mantm uma

    relao direta com as taxas bsicas do Banco Central, se bem que geralmente caminham na

    mesma direo, ou seja, a tendncia de reduo de uma aponta para uma tendncia de reduo

    da outra. Para se ter uma idia do que estamos falando, de janeiro a junho de 1999, a taxa

    bsica do Banco Central foi reduzida de 45% a.a. para 21% a.a., o que representa uma reduo

    de 53,3%. No entanto as taxas praticadas pelos bancos baixaram, no mesmo perodo, em

    mdia de 20%.

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    Reajustes Salariais

    A empresa, em funo da evoluo das taxas de inflao e de sua poltica salarial projeta

    o reajuste salarial e o ms em que este ajuste vai ocorrer.

    Imaginemos uma empresa que tenha como poltica conceder reajustes salariais apenas

    uma vez por ano, no ms do dissdio coletivo da categoria de seus empregados, e que o

    dissdio seja em maio. Se esta empresa estiver preparando, no ms de outubro de um

    determinado ano, o oramento para o exerccio seguinte e projeta que as taxa de inflao de 1

    de maio de um ano a 30 de abril do ano seguinte sero de 6%, e sua poltica salarial seja de

    repor a inflao acrescido de um aumento de produtividade de 1%, ela vai projetar um

    aumento da folha de 7% a partir do ms de maio.

    Nesta fase preliminar a empresa estar preocupada apenas com a poltica de reajustes

    salariais e com a poltica de promoes. O detalhamento destas polticas, definindo quem vai

    ganhar quanto, ser feito mais tarde.

    Vamos dar um exemplo. Como poltica de reajuste salarial a empresa poder definir que

    todos os funcionrios tero um reajuste de 1% acima da inflao no perodo e que nenhum

    aumento poder ser inferior a, digamos, R$ 10. Poder definir ainda que o que reajustado a

    funo e no o funcionrio de forma que duas secretrias, por exemplo, desempenhando a

    mesma funo, uma com um ano de empresa e a outra com apenas seis meses, tenham o

    mesmo aumento como forma de equalizar a folha de pagamentos. Tambm pode fazer parte

    da poltica salarial da empresa que nenhum funcionrio novo tenha aumento enquanto no

    terminar seu contrato de experincia. A empresa tambm definir sua poltica de benefcios

    (auxlio refeio, seguro sade, etc) estabelecendo em que percentuais estes benefcios sero

    reajustados e a partir de que ms.

    Evoluo das Taxas de Cmbio

    Para efeitos oramentrios, em ambientes de inflao baixa, trabalhamos com taxas de

    cmbio mdias mensais. So consideradas taxas mdias mensais a soma das taxas de cmbio

    de venda nos dias em que houver cotao da moeda, (ou seja, todos os dias, exceto sbados,

    domingos e feriados nacionais), divididos pelo nmero de dias em que houver cotao da

    moeda. Depois que o Banco Central parou de intervir na taxa de cmbio, deixando-a flutuar

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    livremente (o que ocorreu a partir de janeiro de 1999) ficou muito mais difcil projetar sua

    evoluo.

    Houve um tempo em que a variao cambial se confundia com as taxas de inflao.

    Hoje em dia isto no acontece necessariamente. A taxa de cmbio da moeda estrangeira

    projetada, dia a dia, dentro de um determinado intervalo (normalmente, o ms) utilizando-se a

    frmula abaixo:

    TC TC x 1 + VC

    100n 1

    d

    D

    =

    Onde:TCn = Taxa de Cmbio no dia n

    TC1 = ltima taxa de cmbio conhecida e a partir da qual todos os prazos sero contados

    VC = variao cambial prevista para os prximos 30 dias.

    d = nmero de dias teis bancrios entre o dia da taxa TC1 e o dia da taxa TCn

    D = nmero de dias teis bancrios entre o dia da TC1 e o mesmo dia do mssubseqente.

    V-se, portanto, que para projetar a taxa de cmbio, necessitamos estimar a variao

    cambial e determinar o nmero de dias teis no perodo.

    O Excel dispe de uma funo que calcula o nmero de dias teis entre duas datas,

    levando em considerao os feriados contidos no intervalo entre estas duas datas. Esta funo,

    que na verso em portugus do programa chama-se DIATRABALHOTOTAL e na verso

    em ingls NETWORKDAYS, encontra-se no sub-conjunto Data e Hora da tabela de

    funes. A sintaxe desta funo DIATRABALHOTOTAL

    (data_inicial;data_final;feriados).

    Junto com este Up-To-Date estamos enviando uma planilha que faz este clculo. Na

    planilha denominada Dia til, preencha os espaos em branco da Tabela de Feriados e as

    datas inicial e final. O programa calcular automaticamente o nmero de dias teis do perodo.

    Isto especialmente importante na projeo do faturamento, dia a dia, ao longo de um

    determinado ms.

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    Figura 1 - Determinao do nmero de dias teis

    Como ns vamos trabalhar com as taxas mdias do ms, primeiro temos que projetar as

    taxas, dia a dia, ao longo do ms (considerando apenas os dias teis bancrios) e dividir pelo

    nmero de dias em que houver cotao da moeda.

    Exemplo:

    Digamos que uma empresa, no incio de 98, quisesse calcular a taxa mdia de venda

    do dlar no ms de abril daquele ano e que estimasse que no dia 31 de maro (cotao de

    partida) a cotao da moeda norte americana fosse R$ 1,1375 e que a variao cambial fosse

    0,6% ao ms1.

    A cotao do dlar em um dia qualquer do ms (digamos, dia 15 de abril) seria dadapela frmula:

    TC TC x 1 + VC

    100n 1

    d

    D

    =

    Onde:TCn = Taxa de Cmbio no dia n. Esta a taxa que se quer determinar.

    TC1 = ltima taxa de cmbio conhecida e a partir da qual todos os prazos sero contados. a taxa no do dia 31 de maro, ou seja, 1,1375

    VC = variao cambial prevista para os prximos 30 dias. No caso, igual a 0,6%.

    1 Veja bem que, neste caso, a variao cambial no mede a variao das cotaes entre os dias 1 e 30 de abril,mas sim entre os dias 31 de maro e 30 de abril.

    Planilha para o Clculo do Nmero de Dias teis no Ms

    Tabela de Feriados Data Inicial

    Dia Descrio Data Final

    N de Dias teis

    Sem feriados

    Com Feriados

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    d = nmero de dias teis bancrios entre o dia da taxa TC1 e o dia da taxaTCn, u seja. 9 dias.

    D = nmero de dias teis bancrios entre o dia da TC1 e o mesmo dia do mssubsequente, no caso, 19 dias conforme visto na planilha da figura 1.

    Substituindo os valores acima na frmula, temos que :

    1,1407 100

    0,6 + 1 x 1,1375TC

    19

    9

    n =

    =

    Calculando em uma planilha Excel todas as cotaes e tirando-se a mdia aritmtica,chegamos ao valor de R$ 1,143.

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    DEFININDO AS METASORAMENTRIAS

    O Lucro

    A meta oramentria, no que se refere ao lucro, ser funo de trs fatores:

    1. O custo do financiamento dos capitais de terceiros;

    2. A remunerao esperada pelos acionistas

    3. O Imposto de Renda e a Contribuio Social sobre o lucro

    A remunerao dos acionistas e o custo de financiamento dos capitais de terceiros serodefinidos tomando como base um balano de partida. Digamos que a empresa apresente oseguinte balano de partida:

    Ativo Passivo

    Ativo Circulante 420.000 Passivo Circulante 350.000

    Disponvel 20.000 Salrios e Encargos 5.000

    Contas a Receber 210.000 Impostos e Taxas 5.000

    Estoques 140.000 Fornecedores 150.000

    Outras Contas a Receber 50.000 Emprstimos em R$ 100.000

    Realizvel a Longo Prazo 40.000 Emprstimos em US$ 90.000

    Permanente 450.000 Patrimnio Lquido 560.000

    Total 910.000 Total 910.000

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    Observa-se que os ativos da empresa acima esto sendo financiados por recursos de trs

    naturezas:

    1. Recursos Prprios no montante de R$ 560.000

    2. Financiamentos espontneos, assim entendidos os recursos no sujeitos a taxas

    de juros tais como Folha e Encargos, Impostos e Taxas e Fornecedores, no montante de R$

    160.000.

    3. Financiamentos bancrios no valor de R$ 190.000 (=R$ 100.000 + R$ 90.000)

    O lucro esperado pela empresa no perodo dever ser suficiente para (a) pagar os juros

    bancrios e (b) remunerar os acionistas. Ser, portanto, igual soma destas duas parcelas. . A

    partir do lucro desejado que iremos calcular o faturamento em funo da estrutura de custos

    da empresa, como veremos mais adiante.

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    OS JUROS DE FINANCIAMENTO

    No exemplo anterior, observa-se que o financiamento bancrio est sujeito a duas taxas

    de juros diferenciadas pois temos os juros em moeda nacional, geralmente calculado pelo

    sistema de juros compostos, e o juros em moeda estrangeira, geralmente calculado pelo

    regime de juros simples. Caso a empresa imagine que estes emprstimos no sejam

    inteiramente liquidados mas que, em vez disto, sejam totalmente rolados, ns podemos

    calcular os juros como uma porcentagem do valor do principal. Caso a empresa projete pagar

    total ou parcialmente os emprstimos, temos que calcular o valor dos juros a serem pagos

    anualmente.

    Imaginemos que, em nosso caso, a empresa projete a renovao a cada vencimento dos

    emprstimos em moeda nacional e a liquidao total da operao em moeda estrangeira.

    Suponhamos ainda que a empresa tenha feito as seguintes projees:

    Taxa de juros para operaes em R$ = 2% a.m. eqivalente a 26,82% a.a.

    Taxa de juros para operaes em moeda estrangeira = Libor + 20% a.a.

    Projeo da Libor para o ano = 6% a.a.

    Neste caso os juros a serem pagos sobre os emprstimos em moeda nacional sero

    iguais a:

    R$ 100.000 x 26,82% a.a. = R$ 26.820

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    J no caso da operao em moeda estrangeira que a empresa pretende liquidar

    totalmente, imaginemos o seguinte:

    Valor original da operao = US$ 50.000

    Data de assinatura = 04/01/x+0

    Vencimentos dos juros = 04/07/x+1; 04/01/x+2; 04/07/x+2

    Pagamento do principal no final da operao

    Projeo do valor mdio do dlar em julho/x+1= R$ 1,8000

    Projeo do valor mdio do dlar em janeiro/x+2 = R$ 1,8706

    Projeo do valor mdio do dlar em julho/x+2 = R$ 1,9440

    Neste caso teremos que:

    Janeiro/x+2

    Juros = US$ 50.000 x ((26% x 184)360) = US$ 6.644 x 1,8706 = R$ 12.230

    Var. Cambial = US$ 50.000 x ((1,8706 1,8000) 1) = R$ 1.960

    Julho/x+2

    Juros = US$ 50.000 x ((26% x 182)360) = US$ 6.572 x 1,9440 = R$ 12.776

    Var. Cambial = US$ 50.000 x ((1,9440 1,8706) 1) = R$ 1.962

    Somando todas estas parcelas, teremos que, apenas para pagar os juros e a variao

    cambial da operao em moeda estrangeira, a empresa ter que gerar um lucro de R$ 28.928,

    os quais, somados aos R$ 26.920 de juros sobre as operaes em moeda nacional, do um

    total de R$ 55.848 a serem gerados para pagar o custo de seu passivo financeiro (tambm

    chamado de passivo de financiamento) .

    No prximo Up-To-Date vamos discutir a questo da remunerao dos acionistas,

    faremos algumas consideraes a respeito do "Beta" da empresa alm de realizar um caso

    prtico utilizando os conceitos mostrados.