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    Crculo Inicitico de Hermes

    Av. Visconde de Guarapuava, 3950 Ap. 03- Curitiba - ParanFone/Fax: (041)323-4299 E-Mail: [email protected]

    CODEX HERMETICUM 06 Publicao Classe E

    Como se Estuda Magia (Parte II)por Frater Goya

    Na primeira parte deste ensaio comentamos principalmente sobre os tipos de Magia,iniciaes e coisas do gnero. Nesta seqncia, pretendemos explanar mais claramente afinalidade do estudo mgico e suas diversas formas. Declaramos para os devidos fins quenosso objetivo ao longo deste ensaio no o de favorecer ou denegrir qualquer ordem oulinha de pensamento, mas oferecer ao estudante um guia que diminua o impacto do estudomgico de forma segura e que garanta um resultado satisfatrio. Aos que por venturapossam se sentir ofendidos por nossas palavras s podemos nos desculpar antecipadamente

    por inadvertidamente derrubar a muralha de mentiras que sustentam a maioria dosmovimentos ditos mgicos existentes na atualidade. Mas a prpria histria j reservou aeles um lugar adequado no seu desenrolar. O esquecimento.

    Como se estuda a teoria da Magia1:

    Vamos nos concentrar em explicar como funciona o processo de aprendizadoindividual do estudante mgico. Esse estudo individual dividido em duas fases:

    1) Aprendizagem: Assimilao e memorizao de informaes de base ou elementares dadisciplina a ser estudada.

    2) Pesquisa: a partir dos dados fundamentais de uma cincia, investigar os dados, critic-los e criar novas propostas.

    O Estudo fundamental da Magia consiste em: leituras, apontamentos e memorizao.Mais importante que ler, saber escolher um bom livro (Non pas lire, mais lire = no

    ler, mas escolher). Atualmente sobram textos na internet que vo das coisas maiselementares s mais sofisticadas. Existem pessoas que parecem colecionar textos que noservem para nada mais que ocupar espao no disco rgido do computador. No necessrioler tudo o que se encontra, mas saber encontrar o que realmente importa.

    Como escolher um bom livro?1) Uma leitura de reconhecimento- Verifique o frontispcio observando:- Nome do autor Verifique se o autor conhecido;- Ainda sobre o autor veja se o livro tem alguma informao adicional, como uma

    pequena biografia do autor, outros trabalhos j escritos e/ou publicados ou apublicar, etc.

    - Subttulo Veja se o subttulo sugestivo;

    1 Adaptao livre de Boff, Clodovis, Teoria do Mtodo Teolgico, Ed. Vozes.

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    - Quantidade de edies um bom livro possui vrias edies;- Editora Se uma editora que tem tradio na edio do assunto escolhido;- Leia o ndice: tem-se a uma idia da estrutura da matria e sua organizao;- Leia a introduo, algo do meio do livro e depois a concluso: assim voc pode ter

    uma idia do estilo do autor, e verificar se ele manteve a unidade da obra.- Folheie o livro, buscando idias aleatrias, para ver se estas lhe despertam o

    interesse.

    Existem dois tipos de leitura:

    1. A leitura interpretativa: que busca saber o que o autor quis dizer.Regras da hermenutica2:

    - Esclarea palavras ou conceitos difceis : nem tudo vem mastigado. Alis, o maiscomum em se tratando de textos esotricos, a presena de palavras especficas aum determinado grupo ou assunto, o que exige do estudante um conhecimentoprvio. Se voc est estudando para ter esse conhecimento, busque um glossrio oualgo do gnero que possa lhe esclarecer os termos mais difceis.

    - Explicite as entrelinhas: Como no item anterior, determinados autores escondemmuito conhecimento atrelado a experincias prticas. Logo, se voc apenas l otexto, sem ter realizado algum tipo de experimento, ou conhecer assuntos aos quaiso autor se refere, fica quase impossvel saber o que o autor esconde numdeterminado livro. Por exemplo: ler livros de Aleister Crowley no faz ningum um

    Thelemita3 de verdade. muito mais fcil pegar alguns autores anteriores, comoPapus, Eliphas Levi, Francis Barret, assim como um conhecimento mnimo demitologia (grega, egpcia e hind), filosofia, sejam desejveis. Com esseconhecimento prvio muito mais fcil entender os escritos de Crowley. Essa regraaplica-se no somente a ele, mas a quase todos os autores de ocultismo. Comececom coisas fceis e depois procure as mais difceis. Comear pelas mais difceis svai fazer com que voc perca mais tempo tentando decifrar algo que est oculto nasentrelinhas.

    - Situe o texto no meio sociocultural: No podemos nunca nos esquecer que o autorde algum livro vivia num determinado local e numa determinada poca (condioespacial e temporal) e que seus textos esto sujeitos no s s condies em que

    vivia, como s limitaes da poca. Em outro lugar comentamos as falhas deEliphas Levi e de escritores da poca com relao interpretao dos deuses e mitosegpcios. Isso aconteceu porque quando esses deuses e mitos foram pesquisadosmais a fundo, esses autores j haviam morrido. Logo, estudar esses textos, sem

    2 Hermenutica pode ser definida como interpretao das palavras, ou como no nosso caso especfico,interpretao dos textos sagrados.3 Thelema a palavra grega que quer dizer Vontade. aplicada no caso de Crowley como sendo a verdadeiraVontade, conforme descrita no Liber Al Vel Legis, Sub Figura 220, ou Livro da Lei (como conhecido).Thelemitas so aqueles que adotam o Livro da Lei como regra de conduta.

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    situ-los numa ordem cronolgica com eventos paralelos, pode causar uma grandeconfuso na interpretao de determinado conhecimento.

    - Identifique a idia central e suas derivadas: Muitos autores so recorrentes.Escrevem um ou vrios livros em torno de uma idia central, para justificar suaescrita. Perceber isso pode economizar a leitura de livros que querem dizer a mesmacoisa s que de um jeito diferente.

    Saber o que ler ou no, pode economizar muito tempo e dores de cabea ao estudante.Existem pessoas que so consumidores (ou melhor compradores) compulsivos de livros,cds, arquivos de internet e outras coisas. Mas se questionadas sobre o contedo daquilo queadquiriram, nem sequer sabem a que se refere o dito livro. Da, presume-se que estocomprando o livro pela capa. preciso ler com qualidade.

    Se formos atrs do que os leitores andam lendo, chegaremos concluso de que oocultismo no deve ser realmente levado srio. A falta de critrio na escolha dos livrosbeira o absurdo. Quando feita a fatdica pergunta: O que voc gosta de ler? , a respostaquase sempre um trgico: leio de tudo um pouco.

    primeira vista posso estar parecendo um tanto radical, mas vamos a um exemplo: o 7 um nmero sagrado, entre outras coisas, porque representa as 7 entradas do esprito: 2olhos, 2 narinas, 2 ouvidos e 1 boca.

    Logo, o que entra por uma dessas portas, atinge diretamente o esprito.Seguindo: se pergunto O que voc gosta de comer?, alguns at podem responder:

    Como de tudo, exceto isso, aquilo e aquele outro. O que demonstra algum tipo de filtro,porque ao se comer realmente de tudo, voc pode comer algo que no lhe faa bem.

    preciso ser mais claro?Agora, quando se diz: Leio de tudo..., muitas vezes alimentamos o esprito com o que

    no se deve, indo de receitas da Dona Benta Bblia Satnica.Voltamos ao princpio: No ler, mas escolher.Faa a si mesmo essa pergunta: Se no como porcaria, porque leio porcaria?Um estudo terico com qualidade, pode ser fonte de profundas reflexes e concluses,

    quase to profundas e vlidas como pelo processo prtico.

    2. Leitura Crtica: Examina a solidez das idias propostas. Reflexo crtico-analtica.- Julgue os pressupostos do texto: avalie o propsito da obra. Todo autor quer

    passar uma idia ou conjunto de idias que justificam sua obra.

    - Prove a coerncia do autor: Veja se o autor consegue ser consistente ao longo detoda a obra e responde s perguntas propostas no incio da obra.- Relacione o contexto cultural: O autor do texto originrio de algum lugar e vive

    em algum lugar. Portanto, devemos considerar o contexto em que ele est inserido.Autores russos por exemplo, tero uma viso diferente de autores brasileiros sobreum mesmo assunto.

    - Confronte as teorias do autor comparando-o a outros autores: Existem temasque so comuns a diversos autores. Tente explorar as diferentes formas de enfocar omesmo problema sob diversas ticas at chegar a uma concluso satisfatria.

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    - Discuta as conseqncias concretas da teoria na prtica: Conforme j foi dito noCODEX anterior, a magia deve ser colocada em prtica. s vezes nos deparamoscom teorias fantsticas, mas sem aplicabilidade nenhuma. D preferncia a teoriasque voc mesmo possa verificar de forma prtica.

    As AnotaesLectionem sine calamo temporis perditionemputaLeitura sem caneta reputa perda de tempo

    Tudo deve ser anotado. Se algo chamou sua ateno ou no ficou muito claro, anote.Se foi importante, ser uma tima referncia futura. Se ficaram dvidas, podem seresclarecidas mais tarde.

    O que deve ser anotado?- Resumos das idias mais importantes ou teis- Frases expressivas, literalmente e com preciso- Idias pessoais suscitadas pela leitura.

    Como deve ser anotado?- use os 4 cs: curtas, claras, corretas, completas.

    Essas regras baseiam-se exclusivamente num estudo terico, baseado em materialescrito. Para outros mtodos, deve-se adequar essas regras.

    O estudo terico da Magia a base para uma boa prtica. comum ver pessoas quemenosprezam o estudo terico como se essa classe de estudante fosse possuidora de algumadeformidade espiritual. Tentamos aqui explicar os mtodos do estudo terico e no critic-lo.

    Sobre Interpretao simblica

    Os smbolos so elementos criados pelo homem para expressar algo superior a ele

    mesmo, aquilo que pertence ordem transcendental. Porm, aquele que baseia seu estudoapenas pelo estudo dos mitos e smbolos, afasta-se da verdade.A psicologia e a psicanlise limitaram os smbolos tradicionais como expresses do

    inconsciente ou do subconsciente, entendendo-se subconsciente como o conjunto dosprolongamentos do inconsciente4. Atribuir smbolos tradicionais ao subconsciente demonstrar a falta de conhecimento da estrutura da mente humana. O supraconsciente o

    4 Conforme cita Gunon no seu texto Tradio e Inconsciente, publicado na revista tudes Tradicionalles ,jul. ago. 1949.

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    contato direto com aquilo que denominamos por tradio5. J o subconsciente o reflexomacaqueado do supraconsciente, uma vez que no h a uma compreenso dessessmbolos. Para explicar da melhor forma possvel essa distino entre o supraconsciente e osubconsciente iremos usar o mito egpcio de Thoth-Hermes que sempre era acompanhadode seu babuno.

    Segundo o mito egpcio, o deus Thoth-Hermes era acompanhado por um babuno,que fazia o contato entre a divindade e o homem. Thoth era o juiz dos deuses, o inventor daescrita e da magia. O deus representava o contato humano-divindade no seu aspecto maisamplo. J o babuno cumpria uma funo luciferiana de fazer com que o homem perdesseou esquecesse de sua origem divina. Explicamos: Na lenda que nos remete inveno doTarot e da Escrita (essa lenda justifica ambas criaes), diz-se que os deuses estavammuito preocupados naqueles tempos, pois o homem no lembrava mais qual era a suaorigem. No lembrava mais do seu perodo celeste, enquanto o tempo e o mundo ainda noexistiam como se conhece hoje.

    Logo, os deuses reuniram-se, buscando uma soluo para esse problema, quando odeus Thoth sugeriu que, uma vez que o ser humano esquece de tudo, mas no esquece do

    prprio vcio ou de cometer erros, que ento se preservasse essa sabedoria em um vcio.A idia teve aceitao geral e ento os deuses criaram um jogo de lminas em que

    toda sabedoria estava contida, preservada. Por elas passariam milhares de olhos queignorariam seu real significado, mas em compensao, abririam-se essas para aquele queestivesse de posse da sabedoria necessria para conhecer seu significado. Como estescrito na Bblia: Quem tem olhos para ver e ouvidos para ouvir, que veja e que oua....

    Assim, nascia o Tarot. Todo o simbolismo mgico de origem celeste, preservado em

    um mao de 78 lminas, que traz em si mesmo, a semente do mortal e do imortal, davirtude e do vcio. Esse o Tarot6.

    Vamos ao que interessa. Segundo alguns estudiosos do oculto a grande obraluciferiana seria condenar o homem ao esquecimento de sua origem divina. Thoth-Hermesrepresentava o contato direto do homem com a divindade, e o babuno cumpria a funo doesquecimento dessa mesma divindade. Pelos relatos conhecidos, muitas vezes o deus no secomunicava diretamente com o homem, e para isso usava o babuno, que ao transmitir amensagem fazia de forma distorcida, no intuito de confundir o homem.

    Usando essa relao mitolgica podemos explicar o funcionamento dosupraconsciente e do subconsciente. Quando falamos de simbolismo e de magia, nosreferimos ao supraconsciente, que seria esse contato com a divindade, de natureza solar. O

    que os psiclogos em geral definem como subconsciente refere-se natureza lunar dobabuno de apenas repetir algo sem julgar seu significado.Para se chegar compreenso completa de um smbolo (se que isso possvel)

    necessrio que o estudante possua determinadas qualidades sem as quais ele jamais podercompreender a profundidade de seu significado.

    5 Sobre o significado da palavra Tradio, veja o CODEX 01 O C:.I:.H:. No Uma Religio.6Rosa, Anderson Tarot o Templo Vivente Um Guia Seguro para o Tarot de Crowley Associado Qabalah e Astrologia, Curitiba, 2000.

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    O entendimento dos smbolos e dos rituais (simblicos) exige do intrprete quepossua cinco qualidades ou condies, sem as quais os smbolos sero para ele mortos, eele um morto para eles.

    A primeira a simpatia; no direi a primeira em tempo, mas a primeira conformevou citando, e cito por graus de simplicidade. Tem o intrprete que sentir simpatia pelosmbolo que se prope interpretar.

    A segunda a intuio. A simpatia pode auxili-la, se ela j existe, porm no cri-la. Por intuio se entende aquela espcie de entendimento com que se sente o que estalm do smbolo, sem que se veja.

    A terceira a inteligncia. A inteligncia analisa, decompe, reconstri noutronvel o smbolo; tem, porm, que faz-lo depois que, no fundo, tudo o mesmo. No direierudio, como poderia no exame dos smbolos, o de relacionar no alto o que est deacordo com a relao que est embaixo. No poder fazer isto se a simpatia no tiverlembrado essa relao, se a intuio a no tiver estabelecido. Ento a inteligncia, dediscursiva que naturalmente , se tornar analgica, e o smbolo poder ser interpretado.

    A quarta a compreenso, entendendo por esta palavra o conhecimento de outrasmatrias, que permitam que o smbolo seja iluminado por vrias luzes, relacionado comvrios outros smbolos, pois que, no fundo, tudo o mesmo. No direi erudio, como

    poderia ter dito, pois a erudio uma soma; nem direi cultura, pois a cultura umasntese; e a compreenso uma vida. Assim certos smbolos no podem ser bem entendidosse no houver antes, ou no mesmo tempo, o entendimento de smbolos diferentes.

    A quinta a menos definvel. Direi talvez, falando a uns, que a graa, falando aoutros, que a mo do Superior Incgnito, falando a terceiros, que o Conhecimento e a

    Conversao do Santo Anjo da Guarda, entendendo cada uma destas coisas, que so amesma da maneira como as entendem aqueles que delas usam, falando ou escrevendo7.

    A Magia Prtica

    A Magia prtica talvez o meio mais difcil de se estudar magia, pois ele no exclui oestudo terico, mas inclui o mesmo na sua razo de ser.

    A Magia prtica pura, atualmente extremamente rara e muito difcil de serencontrada. Sua compreenso baseia-se numa viso mgica do mundo. Ao contrrio do quese pode pensar num primeiro momento, no uma viso anmica do mundo, como poderiadefinir Freud, mas a compreenso que o universo como um todo pulsa e transpira vida,

    mesmo na morte. Os magos antigos tentaram explicar essa percepo atravs da criao demitos, e enganam-se aqueles que nisso tem uma percepo rasa que eles significariamenergias da natureza.

    Conceitos puros de um universo vivo so abstratos demais no entanto, sendonecessrio vest-los com uma roupagem mais facilmente aceita por nossa mente objetiva.Os mitos verdadeiros (aqueles que so fruto de uma percepo do esprito) so universais e

    7 Aqui utilizamos um texto do Ir. Marcelo Motta, que acreditamos sintetizar aquilo que necessrio sabersobre o estudo dos smbolos.

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    aplicveis em qualquer poca ou nacionalidade, transcendendo portanto o tempo e oespao.

    Um grande nmero de pessoas confunde esse estudo dos smbolos com a prticamgica. Podemos exemplificar isso com a esmagadora maioria dos astrlogos daatualidade. Normalmente so estudiosos fascinados pelo autoconhecimento, tentandodesvendar a alma por seus smbolos, mas nunca a viram de frente. Debruados sobre livroscom pginas amareladas pelo tempo, jamais olham para o cu. Muitos so capazes de olharpara o cu na tela de um computador, mas nunca ao ar livre, com medo de seremesmagados pelas estrelas. Aos estudiosos de astrologia que porventura se sentiremofendidos pelo exposto acima, antes de condenarem o autor do ensaio, respondam a simesmos:

    a) Alguma vez j tentei observar o movimento das estrelas durante seu curso pela abbadanoturna e consegui identificar pelo menos um planeta?

    b) Sou capaz de identificar as fases da lua sem recorrer a uma efemride ou a umcalendrio?

    c) Qual o signo que ascende no horizonte exatamente neste momento? (Olhando para ohorizonte sem qualquer instrumento).

    d) Sou capaz de identificar a constelao do meu signo solar?e) Quanto tempo passei no ltimo ano olhando a dana dos astros?

    A lista segue...

    Se voc respondeu negativamente a mais de uma pergunta, voc um astrlogo degabinete, um terico.

    No vamos nos deixar enganar e dizer que a teoria no tem validade, porque tem. Emuita. Veja o texto mais acima, de como estudar a teoria. O que devemos perceber quemuitas pessoas confundem a teoria com a prtica. Isso deve ser mudado.

    Babunos de Thoth, reverenciam o sol esquecendo-se de si mesmos. Qual o ritmo desua dana? Muitos se entregam aos braos de um deus morto que sequer pode abra-los.Morto como seus seguidores, pelos quais j no pode fazer mais nada.

    Como ento desenvolver a prtica da Magia?

    A prtica da Magia pode ser entendida como a observao da natureza. No queroque isso seja entendido como atualmente, que a magia da natureza sair por a abraandorvores e pisando descalo na grama. O processo todo demanda num longo processo deobservao das coisas da natureza:

    - Plantas. Suas cores, seu crescimento, a energia que delas emana, etc.- Astros. As estrelas, planetas, seu movimento e sua influncia.- Animais. Reproduo, crescimento, grupos, etc.

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    - Enfim, a magia o conhecimento do universo que nos rodeia.

    Se a Prtica da Magia o conhecimento da natureza, qual a necessidade dos rituais?

    Os rituais existem devido ao esquecimento das coisas divinas conforme descritoacima. Os rituais so frmulas dramatizadas que tem como objetivo demonstrar umconhecimento de determinada natureza. O ritual em si, no tenta falar direto ao consciente,mas diretamente ao esprito ou supraconsciente.

    muito comum aos rituais irem do sublime ao absurdo num piscar de olhos. Issoacontece porque o ritual precisa burlar as armadilhas do consciente e da razo para atingirdiretamente o esprito.

    Qual a necessidade de burlar o racional? A mente racional bloqueia diretamentetodas as manifestaes do esprito, e no caso do estudo mgico este exatamente oobjetivo, contatar o esprito diretamente.

    Quanto mais prximo de uma verdade est um ritual, mais eficaz ele ser. Noimporta aqui a sofisticao ou simplicidade, desde que ele esteja prximo da verdade quedeseja representar.

    Os rituais que se aproximam da natureza ou feitos ao ar livre, normalmente tm umaeficcia muito grande. Mas, cuidado. Ficar danando em volta de um caldeiro s trazcomo resultado tontura. Hoje em dia o que no faltam so pseudo xams e pseudo druidas,que na verdade so um arremedo dos originais. preciso muito cuidado antes de se unir aum grupo desses.

    Concluso:

    Conforme foi dito no incio do texto, ele no definitivo nem tampouco verdadeiro.Mas serve como uma lmpada guia na escurido que marca o caminho das CinciasOcultas. No pretendemos dizer que esta ou aquela organizao ou pessoa seja overdadeiro mestre, mas auxiliar o estudante na tentativa de encontrar um grupo ondepossa realmente se desenvolver sem ter que se preocupar onde esto levando sua alma. Omelhor guia em ambos os casos, na Magia Terica e na Magia Prtica, o bom-senso. Noprximo Codex iremos abordar o espinhoso tema do Karma.

    Khabs Am Pekht Konx Om Pax Luz em Extenso