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freço 1500 Quinta feira,. 1de Maio de 1958 Ano IV - No‘ 163 O INFORMACAO *D CULTURA Proprietário, Àdminitírador e Editor V. S. M O T T A P I N T O REDACÇÃO E ADMINISTRAÇÃO - AV. D. NUNO ALVARES PEREIRA - 18 - TELEF. 026 467 ------------------- ----------- ---------------------M O N T I J O ----------------------- COMPOSIÇÃO Jfi IMKtESSAO — TIPOGRAFIA «GRAFEX» — TEUfiF. 026 ZI6 — MONTIJO Trintá anos a o serviço d a N a ç ã o Fez no passado dia 317 ds Abril 30 anos que o Dr. Oliveira Salazar assumiu o iugar de Presidente do Con- selho. Comemorando o facto, realizaram-se em várias tarras do país sessões solenes a outras manifestações de home nagem. «À Provincia» cumpre o dever de registar o aconteci- mento e de dirigir também as suas saudações ao iiustra Homem Público. Victor Câmara O grande pintor da actualidade Por-LEAL DE ZÉZERE D á h o je a o n o s so jo r n a l a h o n ra d a s u a c o la b o r a ç ã o , o e sc r ito r L e a l d e Z é z e r e , C u m p r im e n t a m o - lo co m to d o o a je c to e a g r a d e c e m o s , p e n h o r a d o s, a d is tin ç ã o q u e c o n fe r iu a o s e m a n á r io * A P r o v in c ia ». * * * Quem íor ao actual «Salão da Primavera» e demorar a vista pelas centenas de qua- dros, verificará, com des- gosto, que as cores e talento neles aplicados, em grande parte, pouco têm de frescura primaveril, e mais parecem frutos de espíritos outonais ou sem experiência nas Artes Plásticas,.. Expressões doentias, nebulosas, morti- ças, amortalhadas em tintas farruscas raspadas das ruinas dalgum cemitério... Formas grotescas, caricatas, verda- deiro desacato às leis da anatomia, linhas desarmó- nicas e confusas. Continua- mos a discordar do critério do júri, quanto à concessão dos prémios. E lamentável a sensação do visitante, com medianos dotes de cultura e poder analíticos. Olha... Olha... e tem medo de dizer o que pensa. Ficou aturdido e de- sorientado com a famigerada Exposição Gulbenkian de ne- gríssima memória.-. Con - tudo, queremos' prestar ho- menagem à boa vontade de alguns e ao talento de ou- jros, como Eduardo Malta, Lázaro Lozano, Silva Lino, Jaime Murteira, Ayres Fer- ira , António Soares, Me- Q'na, Martins Barata, Rui * reto Pacheco, recusaram-se j* enviar o seu invulgar vir- tuosismo àquela feira de tolas v’aidades.., Destacamos nestes ligeiros apontamentos o artista aço- riano Victor Câmara que há lrès meses trabalha no amplo e elegante «atelier» de M a- tame Valle, de quem pintou UlTI retrato magnificente, e outro de seu filho Dr. Um- berto Valle. Os modelos per- tencem à alta aristocracia e finança,.- É curioso vê-lo trabalhar. Sein qualquer es- pécie de esboço, em pince- ladas largas e rápidas, come- ça a compor a fronte, os olhos, o rosto, o colo, o tronco, as mãos. E fá-lo com mestria extraordinária, pois, psicólogo arguto, sabe captar os ínfimos pormenores dos corpos e os segredos das almas. E se não está satis- feito, confia a barbicha preta, passa com a esponja pela figura e recomeça... Como amostra mandou para o Salão dois óleos esplendorosos, re- presentando as Senhoras de Sá Nogueira e Romana. Au- reolou o belo e nobre sem- blante da primeira com lu- zernas esmaecidas, coadas docemente pela janela. A segunda pontilhou-a de ru- bros candentes, carnais, ani- nhou-lhe nos olhos o fulgor das feiticeiras, velando o colo de cisne com finíssima e alvinitente echarpa. Dois belíssimos retratos que têm provocado enorme sensação. Não há dúvida que Victor Câmara, na próxima expo- sição individual, vai obter clamoroso êxito artístico e financeiro. Frisamos «finan- ceiro», porque vegetam indi- víduos neste planeta que jul- gam que os Artistas se ali- mentam com eflúvios do luar... el Em virtude duma avaria na máquina de impressão, o nosso jornal sai hoje apenas com quatro pá- ginas. Do facto apresentamos aos nossos leitores e pre- zados assinantes as maio- res desculpas. APONTAMENTOS Por - Amaral Frazão DIRECTOf Á L V A R O V A L E 'O H TEM PO £ J o Contestei em tempos a afirmação de alguém que di- zia que a natureza era ini- miga do homem. (Jm exemplo entre muitos: o homem, quando os anos o Vão afastando da mocidade e o aproximam da morte, Vai perdendo gradualmente Vigor, energia, lucidez de raciocí- nio. Se a natureza fosse sua inimiga, tirava-lhe de um só golpe tudo isso. Atirava-o bruscamente para a inutili- dade, transformaVa-o repen - tinamente num farrapo. Era mais doloroso. A escola do sofrimento é a melhor das escolas. As ca- lamidades que os povos Vêm sofrendo, longe de lhes en- durecer o coração, terão certamente a virtude de os tornar mais amigos da paz e melhores construtores duma civilização onde o ódio não tenha foros de cidade. Estou convencido de que a moral, princípio basilar do equilíbrio do mundo, do res- peito e da disciplina entre os homens, da colaboração en- tre as Nações, não está per- dida. E não está perdida porque o homem, não há-de querer deixar de manter o direito à vida, o direito ao trabalho, o direito ao amor, o direito à liberdade. Há um velho preceito que diz: «Não julgues ao de leve as acções dos outros; louva pouco e censura ainda me- nos; lembra-te de que, para bem julgar os homens, é preciso sondar as consciên- cias e prescrutar as inten- ções.* Os grandes financeiros, os grandes industriais, os gran- des comerciantes-e alguns pequenos - pretendem ape - nas encher as b u r r a s . Dis- pondo de influência que o dinheiro sempre consegue, manejam nos bastidores com verdadeira perícia. Toda a gente se submete a essa in- fluência, uns conscientemen- te, outros sem dar por tal. È por isso que eu digo que o dinheiro não tem pá- tria. Quando se trata dum bom negócio, duma boa tran- sação, por forma licita ou ilí- cita, o n e g o c ia n te fecha os olhos ao sentimentalismo e não vê as desgraças e as misérias que pode Vir a cau- sar. Ninguém deve deixar de praticar uma acção má ape- nas por medo ou castigo. As acções más não se pra- ticam porque nào devem praticar-se. O hipotético cas - tigo, quer seja o inferno quer seja a cadeia, é uma questão que não deve contar perante a consciência humana. VENTC ca M H i • O I&4 o a A vida não me quer l 9 S O Por conliecer-lhe os i É tal qual mulher r w —• ^ Se não se vê adorada, Mas deseja ter no fundo Qualquer coisa indesvendada.., A vida não me quer bem. Por conhecer the os segredos , Será por parecer intruso Que anda a mais neste vai-vem, O a será da ironia E do gosto que isso tem, Que a vida não me quer bem ? Mas o cepticismo cresce Por a vida ser tão pródiga A trazer-nos até cá ; Mas de avara que se torna, Faz pensar que a não merece- mos Por se negar em te dar, F por mais que caminhemos Sempre há algo para alcançar. A vida não me quer bem Por conhecer-lhe os segredos... Manuel Rovi&co festas Populares de S. Pedro Dt 26 DE 1IMK) A 1 DE JULHO Já não faltam dois meses para as nossas Festas. Estes dias, que nos sepa- ram da grande realização, passam-se num instante. É tempo de cpmeçar «le- vantando o véu» e de ir di- zendo alguma coisa do muito que se prepara. Vamos hoje dizer ao pú- blico, portanto, quais as Ban- das Musicais já contratadas e que abrilhantarão as Festas Populares de S. Pedro: — Sociedade Filarmónica 1.° de Dezembro e Banda Democrática 2 de Janeiro, de Montijo; Sociedade Pro- gresso e I-abor Samouquense, de Samouco; Academia União e Trabalho, de Sari- lhos Grandes; Sociedade Fi- larm ónica Previdência, de Azeitão; Sociedade Filarmó- nica Perpétua Azeitonense, de Azeitão; Sociedade Filar- mónica União Seixalense, do Seixal; Sociedade Filarmó- nica Democrática Tim bre Seixalense, do Seixal; So- ciedade Filarmónica Humani- tária, de Palmeia; Sociedade Filarmónica Palmelense, de Palmeia; Sociedade Filarmó- nica Amizade Visconde de Alcácer, Alcácer do Sal; Ate- neu Vilafranquense, de Vila Franca de Xira; e Banda Mu- nicipal de Estremoz. Por este enunciado se vislumbra, desde já, o que vai ser a co- laboração musical durante os seis dias das Festas, havendo ainda que acrescentar-lhe a dos Ranchos Folclóricos, sempre Valiosa e surpreen- dente. Dentro em breves dias se- rão afixados os cartazes, que este ano se apresentam com aspecto inteiramente novo e sugestivo. Podemos, pois, afirmar, que se aproxima o princípio da grande euforia montijense. 1.°de Maio Em tempos passados, que o Passado diluiu e transfor- mou em realizações, o dia 1." de Maio era consagrado às reivindicações das massas trabalhadoras e operárias. Durante alguns anos esse dia assinalou-se por jorna - das trágicas, entre as quais as de Paris e de Chicago se tornaram históricas. O bom senso e também a força das circunstâncias, transformaram em realidades a maioria dessas reivindica- ções, como era de toda a justiça humana. No entanto, o hábito ficou e ainda hoje o 1.° de Maio soleniza o facto e serve de feriado para, algumas clas- ses. Saudamos essas massas trabalhadoras e operárias e afirmamos-lhes a nossa muita simpatia.

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f reço 1500 Quinta feira,. 1 de Maio de 1958 Ano IV - No‘ 163

OI N F O R M A C A O *D C U L T U R A

P r op r i et ár i o, À d m i n i t í r a d o r e Edi t or

V . S . M O T T A P I N T O

REDACÇÃO E ADMINISTRAÇÃO - AV. D. NUNO ALVARES PEREIRA - 18 - TELEF. 026 467------------------- --------------------------------M O N T I J O ----------------------- —

COMPOSIÇÃO Jfi IMKtESSAO — TIPOGRAFIA «GRAFEX» — TEUfiF. 026 ZI6 — MONTIJO

T r i n t á a n o s a o s e r v i ç o d a N a ç ã o

Fez no passado dia 317 ds Abril 30 anos que o Dr. Oliveira Salazar assumiu o iugar de Presidente do Con­selho.

Comemorando o facto, realizaram-se em várias tarras do país sessões solenes a outras manifestações de home nagem.

«À Provincia» cumpre o dever de registar o aconteci­mento e de dirigir também as suas saudações ao iiustra Homem Público.

Victor CâmaraO g ra n d e p in tor da a c tu a lid ad e

P o r - L E A L D E Z É Z E R ED á h o j e a o n o s s o j o r n a l a

h o n r a d a s u a c o l a b o r a ç ã o , o

e s c r i t o r L e a l d e Z é z e r e ,

C u m p r i m e n t a m o - l o c o m

t o d o o a j e c t o e a g r a d e c e m o s ,

p e n h o r a d o s , a d i s t i n ç ã o q u e

c o n f e r i u a o s e m a n á r i o * A

P r o v i n c i a ».** *

Quem íor ao actual «Salão da Primavera» e demorar a vista pelas centenas de qua­dros, verificará, com des­gosto, que as cores e talento neles aplicados, em grande parte, pouco têm de frescura primaveril, e mais parecem frutos de espíritos outonais ou sem experiência nas Artes P lásticas,.. E x p r e s s õ e s doentias, nebulosas, morti­ças, amortalhadas em tintas farruscas raspadas das ruinas dalgum cemitério... Formas grotescas, caricatas, verda­deiro desacato às leis da anatomia, linhas desarmó- nicas e confusas. Continua­mos a discordar do critério do júri, quanto à concessão dos prémios.

E lamentável a sensação do visitante, com medianos dotes de cultura e poder analíticos. O lh a .. . O lh a .. . e tem medo de dizer o que pensa. Ficou aturdido e de­sorientado com a famigerada Exposição Gulbenkian de ne­gríssima m emória.-. Con­tudo, queremos' prestar ho­menagem à boa vontade de alguns e ao talento de ou- jros, como Eduardo Malta, Lázaro Lozano, S ilva Lino, Jaime Murteira, Ayres Fer­i r a , António Soares, Me- Q'na, Martins Barata, Rui * reto Pacheco, recusaram-se j* enviar o seu invulgar v ir ­tuosismo àquela feira de tolas v’aidades. . ,

Destacamos nestes ligeiros apontamentos o artista aço­riano Victor Câmara que há lrès meses trabalha no amplo e elegante «atelier» de M a ­tame Valle, de quem pintou UlTI retrato magnificente, e

outro de seu filho Dr. Um- berto Valle. Os modelos per­tencem à alta aristocracia e finança,.- É curioso vê-lo trabalhar. Sein qualquer es­pécie de esboço, em pince­ladas largas e rápidas, come­ça a compor a fronte, os olhos, o rosto, o colo, o tronco, as mãos. E fá-lo com mestria extraordinária, pois, psicólogo arguto, sabe captar os ínfimos pormenores dos corpos e os segredos das almas. E se não está satis­feito, confia a barbicha preta, passa com a esponja pela figura e recom eça... Como amostra mandou para o Salão dois óleos esplendorosos, re­presentando as Senhoras de Sá Nogueira e Romana. Au ­reolou o belo e nobre sem­blante da primeira com lu- zernas esmaecidas, coadas docemente pela janela. A segunda pontilhou-a de ru­bros candentes, carnais, ani­nhou-lhe nos olhos o fulgor das feiticeiras, velando o colo de cisne com finíssima e alvinitente echarpa.

Dois belíssimos retratos que têm provocado enorme sensação.

Não há dúvida que Victor Câmara, na próxima expo­sição individual, vai obter clamoroso êxito artístico e financeiro. Frisamos «finan­ceiro», porque vegetam indi­víduos neste planeta que jul­gam que os Artistas se ali­mentam com eflúvios do lu a r . . .

e lE m virtude dum a a varia

na m á q u in a de im p ressã o, o n o sso jo rn a l s a i hoje a p e n a s com quatro p á ­g in a s .

Do fa c to a p resen ta m o s a os n o sso s leitores e p r e ­za d o s a ssin a n te s a s m a io ­res d escu lp a s.

A P O N T A M E N T O SPor - Amaral Frazão

D I R E C T O f

Á L V A R O V A L E'O H

T E M P O £ J o

Contestei em tempos a afirmação de alguém que di­zia que a natureza era ini­miga do homem.

(Jm exemplo entre muitos: o homem, quando os anos o Vão afastando da mocidade e o aproximam da morte, Vai perdendo gradualmente Vigor, energia, lucidez de raciocí­nio. S e a natureza fosse sua inimiga, tirava-lhe de um só golpe tudo isso. Atirava-o bruscamente para a inutili­dade, transformaVa-o repen­tinamente num farrapo. Era mais doloroso.

A escola do sofrimento é a melhor das escolas. As ca­lamidades que os povos Vêm sofrendo, longe de lhes en­durecer o coração, terão certamente a virtude de os tornar mais amigos da paz e melhores c o n s t ru to r e s duma civilização onde o ódio não tenha foros de cidade.

Estou convencido de que a moral, princípio basilar do equilíbrio do mundo, do res­peito e da disciplina entre os homens, da colaboração en­tre as Nações, não está per­dida. E não está perdida porque o homem, não há-de querer deixar de manter o direito à vida, o direito ao trabalho, o direito ao amor, o direito à liberdade.

Há um velho preceito que diz: «Não julgues ao de leve as acções dos outros; louva pouco e censura ainda me­nos; lembra-te de que, para bem julgar os homens, é preciso sondar as consciên­cias e prescrutar as inten­ções.*

Os grandes financeiros, os grandes industriais, os gran­des com erciantes-e alguns p e q u e n o s - pretendem ape­nas encher as b u r r a s . D is­pondo de influência que o dinheiro sempre consegue, manejam nos bastidores com verdadeira perícia. Toda a gente se submete a essa in ­fluência, uns conscientemen­te, outros sem dar por tal.

È por isso que eu digo que o dinheiro não tem pá­

tria. Quando se trata dum bom negócio, duma boa tran­sação, por forma licita ou ilí­cita, o n e g o c i a n t e fecha os olhos ao sentimentalismo e não vê as desgraças e as misérias que pode Vir a cau­sar.

Ninguém deve deixar de praticar uma acção má ape­nas por medo ou castigo.

As acções más não se pra­ticam porque nào devem praticar-se. O hipotético cas­tigo, quer seja o inferno quer seja a cadeia, é uma questão que não deve contar perante a consciência humana.

V E N T Cc a M

H i • O I&4

o a

A v id a nã o m e quer l 9 S O P o r con liecer-lh e o s i — É ta l qua l m u lh er r w —• ^ Se não se vê a d o ra d a ,M a s d ese ja ter no fu n d o Q u a lq u er co isa indesvenda da ..,

A vida não m e quer bem .P or conhecer the os se g re d o s , S e r á p or p a rec er intruso Q ue a nda a m a is neste va i-vem , O a será d a iron ia E do gosto que isso tem ,Que a v id a n ã o m e quer bem ?

M as o cep ticism o cresce P or a vida se r tão p ró d ig a A tra zer-n os até c á ;M as de avara que se torn a , F a z p en sa r que a não m erece­

m osP or se n ega r em te d a r ,F p or m a is que cam in h em os S em p re h á a lg o p a ra a lcan çar.

A vida nã o m e quer bem Por con hecer-lhe os seg red o s...

Manuel Rovi&co

festas Populares de S. PedroD t 2 6 D E 1 I M K ) A 1 D E JU L H O

Já não faltam dois meses para as nossas Festas.

Estes dias, que nos sepa­ram da grande realização, passam-se num instante.

É tempo de cpmeçar «le­vantando o véu» e de ir di­zendo alguma coisa do muito que se prepara.

Vamos hoje dizer ao pú­blico, portanto, quais as Ban ­das Musicais já contratadas e que abrilhantarão as Festas Populares de S . Pedro:

— Sociedade Filarmónica 1.° de Dezembro e Banda Democrática 2 de Janeiro, de Montijo; Sociedade P ro ­gresso e I-abor Samouquense, de S a m o u c o ; A c a d e m ia União e Trabalho, de S a r i­lhos Grandes; Sociedade F i ­la rm ó n ic a Previdência, de Azeitão; Sociedade Filarm ó­nica Perpétua Azeitonense, de Azeitão; Sociedade F ila r­mónica União Seixalense, do Seixal; Sociedade F ilarm ó­nica Democrática T im b re Seixalense, do Se ixa l; S o ­ciedade Filarm ónica Humani­tária, de Palm eia; Sociedade Filarmónica Palmelense, de Palm eia; Sociedade Filarm ó­nica Amizade Visconde de A lcácer, A lcácer do S a l ; Ate­neu Vilafranquense, de Vila Franca de X ira ; e Banda M u ­nicipal de Estremoz. Por este enunciado se v is lu m b ra , desde já, o que vai ser a co­laboração musical durante os seis dias das Festas, havendo ainda que acrescentar-lhe a dos R a n c h o s Folclóricos,

sempre Valiosa e surpreen­dente.

Dentro em breves dias se­rão afixados os cartazes, que este ano se apresentam com aspecto inteiramente novo e sugestivo.

Podemos, pois, afirmar, que se aproxima o princípio da grande euforia montijense.

1.°de MaioEm tempos passados, que

o Passado diluiu e transfor­mou em realizações, o dia 1." de M aio era consagrado às reivindicações das massas trabalhadoras e operárias.

Durante alguns anos esse dia assinalou-se por jorna­das trágicas, entre as quais as de Paris e de Chicago se tornaram históricas.

O bom senso e também a força das c ir c u n s tâ n c ia s , transformaram em realidades a maioria dessas re iv ind ica­ções, como era de toda a justiça humana.

No entanto, o hábito ficou e ainda hoje o 1.° de Maio soleniza o facto e serve de feriado para, algumas c las ­ses.

Saudamos essas massas trabalhadoras e operárias e afirmamos-lhes a nossa muita simpatia.

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R e p o r t a g e m F o t o g r á f ic a

R u a Bv l bdo P o l o , 1 1 - M O N I I j O

Os alunos e alunas brin­cavam no pátio, à hora do recreio.

Logo ao primeiro golpe de vista denotavam saúde e alegria num <à vontade» bem expressivo.

A Escola recebia com es­plêndida euforia o jornalista que ali se deslocara para uma visita de cumprimentos e para uma entrevista de sensacional importância.

Recebido no seu gabinete de trabalho, o ilustre D ire ­ctor acolhe também o jorna­lista no mesmo ambiente s íV dio e agradável, sem proto­colos e cerimónias, numa lógica compreensão de intui­tos que sensibiliza.

E logo o sr. Dr. hugénio Lopes de Morais Cardigos, se coloca incondicionalmente ao dispor do sacramental in­terrogatório, mostrando ín­tima satisfação pela presença da Imprensa naquele templo de. Instrução e de Cultura.

— V .a Ex .a já conhecia M o n t i jo , não é verdade?— perguntamos de entrada, como prefácio dos assuntos que iamos abordar.

— Há talvez oito anos; mas, num sentido mais pro­fundo, de há dois anos a esta parte, depois que me casei e aqui fixei a minha vida.

— E diga-me, sr. Director, pelo conhecimento que tem da nossa terra, acha que ela, na verdade, precisava desta Escola Técnica e a merecia?

— Absolutamente. A im­portância Comercial e Indus­trial de Montijo não só a justifica como até a impunha. A sua influência na parte c o m e rc ia l é indiscutível; e na parte industrial, ainda que menor, dado que as principais indústrias locais exigem « e s p e c ia liz a d o s ,» fora do âmbito desta Escola, também será, no entanto, de aproveitamento.

E agora me recordo,— diz o ilustre Director como numa visão r á p id a dos factos — , que ela poderá igualmente trazer benefícios aos que pretenderem um dia inte­grar-se nos cursos da Base Aérea N .° 6 , com suas ins­talações a pouca distância desta vila.

Por todos estes motivos, e ainda porque há-de neces­sariamente concorrer para a progressiva elevação cultu­ral de Montijo, a sua E s ­

cola Técnica teve oportuna e justíssima criação.

— E a frequência, sr. D i­rector, é animadora ? — in­terrogamos, muito interes­sados.

— Muito a n im a d o ra . A Escola tem neste momento 106 alunos, dos quais 54 transitaram doutros estabe­lecimentos de ensino. Veja que, se outras enormes van ­tagens não tivesse, bastava o quanto estas 54 crianças e suas famílias lucraram em comodidades e economias para justificar a sua existên­cia !

Espero, entretanto, que para o próximo nno lectivo esse número se aproxime dos 200.

E diga-me ainda, sr. D i­rector : De que constam, nesta altura, os ensinamentos ministrados pela sua Escola Técnica ?

— Agora, de início, tra­ta-se dum curso preparatório de dois anos, extremamente importante para os futuros cursos. Sabemos, p o ré m , que o âmbito escolar será desenvolvido e alargado em diplomas a legislar. Actual­mente, os alunos frequentam aulas de trabalhos manuais, de ciências, de canto coral, e doutras disciplinas ade­quadas. Repare que até têm uma espécie de jornal escolar, onde colaboram com suas iniciativas e com toda a li­berdade de acção, o que nos serve também para o estudo das vocações. . .

— Efectivamente tínhamos reparado num exemplar afi­xado no átrio, mas não jul­gávamos que tivesse tama­nha amplitude.

E mais uma pergunta ainda, sr. Director : E está satisfeito com o comportamento dos seus alunos ?

— Não tenho a menor ra­zão de queixa. Bem v ê : eu e o demais pessoal docente convivemos com os alunos como em família, pelo que a nossa missão educativa se exerce p e rm an en tem en te . Como lhe mostrei há pouco, até temos uma sala própria onde reunimos em conjunto, se discutem iniciativas e se tomam deliberações.

Ao finalizar a nossa en­t r e v i s t a , — mais conversa deliciosa do que entrevista— , o sr. Dr. E u g ê n i o L o p e s

d e M o r a i s C a r d i g o s espraiou - -se depois em considerações

m* (Dlteetmde ordem pedagógica, falou acerca de t e s t e s , da co-edu- caçâo e doutros assuntos do maior interesse cultural e instrutivo, numa verdadeira prelecção do maior requinte.

Saímos muito reconheci­dos pelas atenções que nos dispensou, trazendo no es­pírito a certeza de que a Escola Técnica de Montijo tem na sua Direcção o pro­fessor eleito, o t h e r i g t h

m a n i n t h e r i g t h p l a c e que ambicionávamos.

Os alunos e alunas conti­nuavam no seu recreio, des­preocupados, entregues aos devaneios da sua mocidade, en q u an to o jornalista, ao retirar, bendizia a hora em que o sonho da nossa terra se transformara naquela rea­lidade sublime.

M Ú S I C A( C o n t i n u a ç ã o d a ú l t i m a p á g . )

pai começou a dar-me licões de solfejo e piano. Em face da minha vocação, meu pai decidiu encorajá-la e desen­volvê-la ao máximo. Em breve senti o desejo de re ­ger uma orquestra, e como não tinha outras, d ir ig ia .., orquestras in v is ív e is ...

Em face disso, seu pai resolve proporcionar ao filho essa oportunidade e Roberto rege então, pela primeira vez, uma orquestra italiana duma companhia de ópera que passa em t o u r n ê e , em Bayonne, no sul da França. As esperanças confirmam-se, pois, perante o auditório e a responsabilidade do mo­mento ; Roberto conserva o seu sangue frio, a sua pre­sença rítmica, o seu instinto das tonalidades, afirmando desta sorte uma autoridade precoce, e aos dez anos já possui a bagagem dum jovem de dezoito anos.

— Qual foi a ópera que regeu ?

— A abertura do «Barbeiro de Sevilha».

A nossa pergunta de quais foram as orquestras que de­pois dirigiu, Roberto con­testa-nos :

— A primeira foi a O r­questra da S o c i é t é d e s C o n -

c e r t s d u C o n s e r v a t o i r e , numa récita re a liz a d a na Sala Pleyel, em Paris, sob o pa­trocínio do Presidente da República Francesa, e mais tarde a mesma orquestra, no Teatro dos Campos Elísios, daquela mesma cidade.

Os críticos mais severos confessam-se vencidos pelo talento de jovem, chamando- -lhe «um músico autêntico . A partir de então, diante de Roberto Benzi abre-se uma porta de par em par, uma carreira excepcional, através de várias actuações como

BeliscõesE m v o l t a d o j a r d i m z i n h o

D a P r a ç a C i n c o d e O u t u b r o ,

— T ã o b o n i t o e e n g r a ç a d i n h o ,

A c h e i r a r a v e r d e - r u b r o ! — , A n d a g e n t e i n s a t i s f e i t a ,

S e m p r e a d a r s u a p i a d a . . . S ã o o s « m e s t r e s d e o b r a

f e i t a - » ,

O s t a i s q u e n ã o f a z e m n a d a ,

— F i c a v a m e l h o r a s s i m ,

P o r a q u i e r a m e l h o r .

N ã o g o s t o d e s t e j a s m i m ,

E n ã o g o s t o d e s t a f l o r .

F i c a t o r t o d e s t e l a d o

E d a l i n ã o v a i d i r e i t o .

E r a m e l h o r e m q u a d r a d o ,

F i c a v a m a i s e s c o r r e i t j . . ,— D e v i a t e r s a r a m a g o

h . u m r e p u x o n o c e n t r o .

E d e v i a t e r u m l a g o

C o m m u i t o s p e i x i n h o s

| d e n t r o . . .

E a s s i m , p o r a i t o r a ,

V ã o d a n d o s u a s e n t e n ç a .

P õ e m d e f e i t o s n a F l o r a

E m o s t r a m g t a n d e s a b e n ç a .

M a s d e t o d o s o p r i m e i r o

F o i u m q u e e s t a v a i n d i g n a d o

C o m o s b a n c o s d e p e d r a f r i a .,— G a s t o u - s e m u i t o d i n h e i r o ,

E c o m q u a l q u e r t a b o a d o

M u i t o m e l h o r s e f a z i a !

<í O m u n d o r a l h a d e t u d o ,

T e n h a o u n ã o t e n h a r a z ã o . . . d

C h a m a s s e m o c a b e ç u d o ,

T u d o f a n a u m v i s t ã o 1

— M u i t o b o m s e n s o é p r e c i s o

P a r a a t u r a r q u e m n ã o t e m

[ síso. . .

Homem ao mar

maestro, dirigindo sucessi­v a m e n te as Orquestras Collonne, a da S o c i é t é d e s

C o n c e r t s d u C o n s e r v a t o i r e ,

a da Guarda Republicana, de Paris, a L o n d o n S y m -

p h o n i c O r c h e s t r a , de Lon­dres e a P h i l a r m o n i c O r ­

q u e s t r a da mesma cidade, a S in fó n ic a , de Madrid, a T o n h a l l e , em Zurique, a Orquestra S u i s s e R o m a n d e ,

em Genebra, a O r c h e s t r e

N a t i o n a l l e B e l g e , em Bru- xellas, a Orquestra, da Rá­dio Turim, a da Rádio de Estocolmo, a Orquestra Real de Copenhague, a Sinfoina de Oslo, a da Rádio de F r a n k t u r t , a Orquestra Sin­fónica de Caracas, na Vene­zuela, a Nacional de Lima, no Perú, a Orquestra Nacio­nal de Bogotá, na Colômbia, depois a da Algéria, e final­mente Roberto vem a Lisboa reger a Orquestra Sinfónica de Madrid e da Emissora Nacional, no Cinema São Luís, a convite da Sociedade de Concertos.

— Qual é o género de mú­sica que prefere? perguntei-

— Se bem que eu goste de toda a música, adoro a mú' sica portuguesa e tenho uma paixão muito pariicular pelo vosso fado, que já tive o

prazer de d irig ir:— os fados de Rey Colaço o os de Ru}' Coelho.

Aqui termina, pois, caros leitores, a nossa página de hoje, dedicada à música. L "

m u s i q u e a d o u c i t l e s m o e u f f '

segundo diz o provérb io francês, e eis uma razão mais para que volvamos 0

( C o n t i n u a n a p á g i n a 3 )

m e l h o r e s

t in ta s

p a r a t in g i r e m c a s a

D E P O S I T O G E R A L :

C d S â A r t i , L . DA

Àv. Manuel da M a ia , 1 9 - À

U S B 0 A Telef. 49 312

Page 3: COMPOSIÇÃO Jfi IMKtESSAO — TIPOGRAFIA «GRAFEX» — TEUfFi ...€¦ · primaveril, e mais parecem frutos de espíritos outonais ou sem experiência nas Artes Plásticas,.. Expressões

i- 5-95.8 A P R O V IN C IA 3

A G E N D A

E L E G A M EM O N T J O

AniversáriosA B R IL

— No dia 25 a menina Maria L í ­dia Pinho Vieira, afilhada da nossa dedicada assinante sr.a D. Laura Bernardes.

— No dia 30, Manuel João de J e ­sus Mocho, irmão do nosso reda­ctor desportivo Luciano Mocho.

— No dia 30, a s r .a D. Maria Au­gusta Fernandes dos Santos Futre, esposa do nosso prezado assinaute sr. José Paulo da Silva Futre.

MAIO

— No dia 3, o nosso estimado assinante em Lisboa, sr. Alfredo Gil de Matos.

— No dia 5, o sr. António T av a­res Correia, pai da nossa prezada assinante sr.a L). Carmina Oliveira Correia, residentes em Odivelas.

— No dia 6 , a sr.a D. Maria Alice Brissos Palhais, filha do nosso de­dicado assinante sr. Fernando de Brissos.

— No mesmo dia, a s r .a D. Ma­ria Jú l ia da Costa Almeida, avó do nosso prezado assinante sr. João da Costa Cartaxo.

— No mesmo dia, a menina Ma­ria Julieta Pinho Moreira, aflhada do nosso estimado assinante sr. Américo Jo sé da Silva.

A p e l o .De Nili e Bèlinha recebemos

dez escudos, em selos, destinados ao doente do Caramulo, sr. Carlos Luís Cardeira.

Confessamo-nos muito gratos pelo gesto.

lunfa Nacional

dos Produtos Pecuários

Campanira Lanar de 19S8

SenhorDirector do Jornal «A Província»

Sendo de interesse para a L a ­voura, levamos ao conhecimento de V. que pelo Ministério da Economia, foi publicada no «Diá­rio do Governo», uma portaria de­terminando que a campanha lanar de 1958 se regule pelas normas que vigoraram no ano de 1952 e que constam da portaria n.° 12.831, de 25 de Maio de 1949, pelo que agra­decemos o obséquio da sua divul­gação.

Á G R À D K I M f N T OA família de Raúl Alexandre

Madrugo, vem por este meio agra­decer a todas as pessoas que se dignaram acompanhá-lo à sua úl­tima morada.

/ l l t i ú e í i(Continuação da p á g in a 2)

nosso olhar para uma arte tão bela, embora através destas jjuas crianças cuja predes­tinação fez delas dois ime­diatos senhores da batuta, s°bretudo numa época em

os campos arrelvados do ‘utebol atraiem mais público

que as salas de concerto011 os teatros líricos, onde o povo fazia a sua cultura mu- S|cal e por isso, como dizem °s Iranceses, através do pro- ',(írbio que acima cito, os ostumes eram muito mais

Ca|mos, mais elevados.

i n f o r m a ç ã o d o Q ^ ^

Secretariado Pa ro q u ia l --------- ■ ■ ........................................... 1

d e M o n t i j o G r a n d e F e s t i v d l d e G i n a s t a

A G E A D A

U T I L I T Á R I A

SOBRE CINEMA

5.» feira, 1; «DEUS L H E PA ­GUE». País de Origem - A RGEN ­TINA. Género - Drama. Principais intérpretes; Ariuro de Cordoba e Zully Moreno.

E n r e d o :— Acusado de ter r o u ­bado uma grande empresa e desa­possado de um seu projecto, um indivíduo é preso. Solto da prisão, faz-se mendigo. Adquire, assim, uma grande fortuna e consegue posição social brilhante. Acaba por comprar a empresa que o mandara prender.

A p recia ção estética: — In ter­pretação e realização boas.

A p recia çã o m o ra l; — Cenas de grande dramatismo. P A R A A D U L T O S.

Estreado no cinema Odéon em iíí) de Março de 1958.

Sábado, 3; .A VOZ DA SAU­DADE».

Nos nossos arquivos não cons­tam quaisquer apontamentos s jb r e este film e .

Domingo, 4; «O COBARDE», País de Origem - E. U. A. Género- Drama. Principais intérpretes: Virginia Leith e William Holden.

E n r e d o : — Um oficial, s o b r e quem recaía uma acusação in jus­tificada, oferece-se para pilotar um foguetão, em substituição do c o ­mandante da base. Isso leva-o a salvar a vida deste e doutros, pois descobrira deficiências importan­tes no aparelho. Deste modo o seu nome fica ilibado do labéu infa- mante.

A p r e c i a ç ã o e stética : — T é ­cnica perfeita, Excelente realiza­ção. bom desempenho.

A p reciação m ora l: - Sem in ­convenientes. PARA TODOS.

Estreado no cinema Império em18 de Novembro de 1957.

3.a feira, 4; «A A U SEN TE». País de Origem - MÉXICO. G é n e r o -D ram a. Principais intérpretes: Arturo de Cordoba e Rosita Q uin­tana.

E n red o : — Jorge, cuja mulher lhe fora infiel e mais tarde morre num desastre de automóvel, resolve fundar um asilo com o seu nome para que sua filhinha veja sempre, na sua, mãe, um exemplo verda­deiro. E grande o seu desgosto. A perceptora escolhida para a sua filha ajuda-o na sua missão. Apai­xonam-se e casam.

A p recia ção e s t é t i c a : — Boa realização. Interpretação equili­brada.

A p recia ção m oral: Grandeintensidade dramática. F ilm e Para A D U L T O S.

Estreado no cinema Odéon em4 de Dezembro de 1957.

Telefone 026 576

7 ?ata â&ai Cfata^taflai

Fofo Montijense

É já no próximo dia l t do corrente, p e l a s 15,30, que na Praça de Toiros se realiza esse Grande Festival, com 180 atletas em desfile.

Este espectáculo, inédito em Montijo, está despertando o maior entusiasmo entre a massa despor­tiva e entre quantos nutrem a maior simpatia por estas demons­trações de cultura física.

Farão a sua apresentação as Classes do Clube Desportivo de Montijo, e haverá exibições das classes representativas do «Fu te ­bol Clube Barreirense».

Eis o respectivo

PROGRAMA1.» P A R T E

1 — Desfile dos atletas.2 — Classe Mista Infantil - F. C. B.

Prof. Ribeiro da Costa.3 — Classe de meninas - F. C. B.

Prof . 3 D. Maria Emília Rosália.4 — Classe de meninos - F. C. B.

Prof. Ribeiro da Costa.5 — Classe de homens - C D. M.

Prof. Cotta Dias.

2.a P A K T E

6 — Classe de Raparigas-F. C. B. Prof.a D. Maria Emília Rosália.

1 — Classe Mista Infantil C.D.M. Prof. Cotta Dias.

8 — Classe de Rapazes - F. C. B. Prof. Ribeiro da Costa.

9 — Classe de Senhoras - F. C. B. Prof.a D. Maria Emília Rosália.

10 — Classe de Homens - F. C. B. Prof. Ribeiro da Costa.

As c l a s s e s femininas serão acompanhadas ao piano pela dís-

«A Província» - N.® 163 - 1 '5/1958

A n ú n c i oPelo Ju izo de Direito da Comarca

de Montijo, e l .a secção, se faz saber, que se acha designado o dia 16 de Maio, pelas 10 horas, para a arrematação, em l . a praça, e em hasta pública, à porta do Tribunal desta conaarca, dos bens móveis penhorados, nos autos de execução sumária que Joaquim Jacinto , casado, ferroviário, resi­dente na vila do Barreiro, desta comarca move contra o executado Jo sé de Jesus, comerciante, resi­dente na mesma vila, desta comarca, para haver do dito executado a quantia exequenda de QUATRO M IL ESCUDOS.

Bens a arrematarUma balança «A V ER Y » número

novecentos e vinte A, em estado de nova com o peso de 15 quilos, e uma medidora de azeite marca «avery» número mil cento e seis, tambéin em estado de nova.

M O N T IJO , 18 de Abril de 1958

O chefe de secção a) A n tón io P a ra ca n a

V E R I F I Q U E I :

O Ju iz de Direito, a) Ilid io B ord a lo S o a res

S A N F E R D A

SEDE 11 ARMAZÉNSLISBOA, Rua de S. Julião, 41 -1.° ||| mODTIJO, Rua da Bela Vista

A E R O M O T O R S A N F E R o moinho que resistiu ao ciclone — F E R R O S para construções, A R A M E S , A R C O S , etc.

C IM E N T O P O R T L A N D , T R IT U R A Ç A O de a lim en­tos para gados

R IC tN O B E L G A para /adubo de batata cebola, etc.C A R R IS , V A G O N E T A S e todo o m aterial para Ca­

minho de FerroA R M A Z É N S D E R E C O V A G E M

tinta Professora D. Maria Virgínia Figueira,

E de prever, portanto, um au­têntico êxito ao Festival.

Fazemos sinceros votos para que tudo decorra segundo os de­sejos dos realizadores, a quem cumprimentamos pela bela in i­ciativa.

Classe feminina de ginástica

Começou já a funcionar, no G i­násio do C. D. M., a classe de ginástica para senhoras, sob a direcção da distinta prof.* D. Ma­ria Emília Rosália. — Diplomada pelo I. N. E. F.,

O horário de funcionamento é oseguinte : 2.'' e 4/ feiras, das19,20 às 20,15.

Convidam-se todas as senhoras interessadas a assistirem às refe­ridas aulas.

Peregrinaçãoa Fátima

Nos próximos dias 12 e 13 de Maio, a Casa das Vergas, de Mon­tijo. organiza uma peregrinação ao Santuário de Fátima, a qual parte às 5,30 de Montijo, no 1 .® dia, regressando no dia seguinte pela tarde.

Tanto na ida como na volta há paragens nas Caldas, na Batalha, em Alcobaça, na Nazaré, na Mari­nha Grande, e em Vila Franca, com visitas a Fábricas e locais tu­rísticos.

Relatório da Gerência

Municipal de 1957Da Câmara Municipal recebemos

um exemplar deste Relatório, o que muito agradecemos.

Como sempre, far-lhe-emos as nossas referências e considerações, o que não fazemos já neste nú ­mero de «A Província» por falta absoluta de espaço, proveniente do acidente tipográfico que noutro lugar noticiamos.

Trespassa-seD R O G A R I A - F E R R A G E N S

ou qualquer ramo. Tem habitação. Serve para S ta n d .

R. General Carmona, 20 - VEN­DAS NOVAS.

Precisa-seEmpregada de 15 a 16 anos. Informa na Rua da Bela Vista, 63

- M O N T IJO .

Prédio - S a m o u c o— 2 andares e anexo, vago, bom

local, em conta, vende-se.Trata-se R. Correeiros 105 107

Lisboa, telef. 24527.

Trespassa-se— M ERCEAR IA , no Montijo. Resposta a esta redacção.

Vende-se— Uma fundição de todos os

metais.Resposta a esta redacção.

farmdcios de Serviço

5 .* - f e i r a , 1 — M o d e r n a

6. ’ - f e i r a , 2 — H i g i e n e

S á b a d o , 3 — D / o g o

Domingo, 4 — G i r a l d e s2 ." - f e i r a , 5 — M o n t e p i o

3.“ - f e i r a , 6 — M o d e r n a4.* - f e i r a , 7 — H i g i e n e

Boletim Raligioso

Culto CatólicoM ISSA S

5.a-feira, às 8,30 e 9 h.6 ,a-feira, às 9 e 19 h.Sábado, às 8,30 e 9 h.Domingo, às 8 , 10, 11,30 h.,

Terço e bênção, às 18,30 e 19 h., na Igre ja Paroquial, Devoção do mês de Maria;às 9, h. no Afonsoeiro; e 11,30 h, na Atalaia.

Culto EvangélicoHorário dos serviços religiosos

na Igreja Evangélica Presbiteriana do Salvador — Rua Santos Oliveira,4 - Montijo.

D o m in g o s — Escola domiriical, às 1 0 horas, para crianças, jovèna e adultos. Culto divino, às 11 e2 1 horas.

Q u a rta s-fe ira s —.Culto ab re ­viado, com ensaio de cânticos re l i ­giosos, às 2 1 horas.

S e x t a s - fe ir a s — Reunião de Oração, às 21 horas.

No segundo domingo de cada mês, celebração da Ceia do Senhor, mais vulgarmente conhecida por Eucarística Sagrada Comunhão.

Ig reja P entecostal, Rua A le ­x a n d r e H erculano, 5-A - M on­tijo.

D o m in g o s: — Escola Domini­cal, às 11,30 h.; Prègação do Evan­gelho, às 2 1 h.

Q uin ta s f e i r a s : - - Prègação do Evangelho, ás 21 h.

Espectáculos

CINEMA T E A T R O

JOAQUIM DE ALMEIDA

5.a feira, 1; (Para 17 anos), Uma reposição sensacional que não ne­cessita de réclam o: «Deus lhe Pague»; no p rogram a: comple­mentos c u r t o s e Cine Jornala.° 484.

Sábado, 3 ; (Para 12 anos), A bela comédia-dramática alemã em A gfacolor: «A Voz da Saudade», um f i lm e alegre e sentimental com Cristine kaufmann ; no pro­gram a: complementos curtos e Imagens de Portugal n .° 136.

Domingo, 4 ; (Para 12 anos) Matinée às 15,30 - Soirée às 21,30.O f ilm e em Warnerscópio e War- nercolor : «O Cobarde», com W il­liam Holden, Lloyd Nolan, e Vir­gínia Leith ; no programa : com ­plementos curtos.

2.a feira, 5 ; (A ’s 18 horas) M a­tin ée in fa n til com os film e» cómicos: «Duplo Triunfo», «Gran­des Pândegos», e «Diabruras de Bucha e Estica».

3.a feira, 6 ; (Para 17 anos) Ar­turo de Cordoba e Rosita Quin­tana, no film e : «A Ausente»; uma película sublime, emotiva, român­tica, e humana. No program a: complementos curtos e Noticiário Universal n.° 131.

Balança Exacta— VEN DE. Praça da República

75 - M ONTIJO.

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4 A P R O V IN C IA 1 -5.958

U m a p á g i n a d e M ú s i c a $Nem só de pão vive 0

homem, mas também de re­cordações e, se recordar é viver, quão grato nos é, por vezes, folhearmos 0 álbum secreto dos nossos mais be­los momentos vividos e re­v iver e s s a s recordações, esses momentos deliciosos através das milhentas entre­vistas que fizemos com ar­tistas de grande nome que deixaram no seu rasto, na sua passagem pela nossa terra, uma auréola de mag­nificência arlístiça.

Vem hoje a talho de foice a música, essa bela dádiva de Deus. E ao folhear 0 meu ca d e rn o de apontamentos,

I T Á L I A , país

anotados no decorrer dns minhas lides jornalísticas nos bastidores dos teatros, dos e s tú d io s cinematográficos, ou das «caixas» dos circos, atraiu hoje a minha atenção a velha Itália com todo 0 seu cortejo de cantores e de músicos italianos, e até por­tugueses ilustres que ali fo­ram um dia buscar os ensi­namentos grandiosos dos seus colegas na Arte e na latinidade. E se bem me lembro, a minha primeira entrevista foi com o nosso grande Tomás Alcaide, alen­tejano de rija têmpera que, no Scala de M ilão, recebeu 0 baptismo da arte do bel- -canto e nesse capítulo deu cartas em Portugal e no mundo inteiro, nas suas múl­tiplas actuações.

M as, volvamos 0 nosso olhar para os pequenos : — Giannella de Marco, que entre nós actuou com êxito no Coliseu dos Recreios, como maestrina, e Roberto Benzi que, igualmente como maestro, regeu uma orques­tra no Teatro de S . Luís. Do meu contacto com ambos recordo com encanto esses dois meninos prodígios, ita­lianos que, entre nós, deixa­ram uma recordação indelé­vel, não só pelo talento, como até pela lhaneza do seu espírito de pequenos artistas mas com As grandes.

Isso pertence um pouco já ao passado, dirá 0 leitor, talvez com certa razão; mas, nem por isso 0 recordar nes­tas singelas linhas que vão evocar as suas entrevistas desmerecerá de q u a lq u e r modo, nem 0 valor desses então «garotos», mas senho­res da batuta, nem, quiçá, 0 interesse do trabalho que aqui reproduzo.

Imagine 0 leitor que está

confortavelmente s e n ta d o num «fauteil» de determinado teatro, — um teatro imaginá­rio que deixo à vossa es­colha, e deixe que 0 pano de boca se erga para lhe apresentar estes momentos retrospectivos que um dia v iv i.

— E is a mais jovem e mais

GIANNELLA

DE

MARCO

linda maestrina do mundo — Giannella de Marco 1

Um «chasseur» de fardeta escura coriduz-me ao quarto número um, no Hotel A v e ­nida Palace, de Lisboa, onde vou entrevistar Giannella de Marco que actuou entre nós, no Coliseu dos Recreios, de Lisboa e do Porto, onde veio reger a Orquestra Filarmó­nica de Madrid, composta de 90 figuras.

Dumaloireza deslumbrante e d u m a graciosidade que encanta 0 mais insensível dos jornalistas, a maestrina recebe-me, não com 0 pro­tocolo dos artistas adultos, mas com a graciosidade da sua infância, ou seja, dife­rentemente da maneira como se apresenta perante 0 pú­blico, quando, de batuta em riste, dirige as suas óperas e os seus concertos sinfó­nicos.

— Gosta de Portugal ? — perguntámos.

— Sim . Imenso.— Porquê ?— Porque a sua paisagem

me recorda a minha Itália querida, e ta m b é m pelo acolhimento encantador que 0 público português me dis­pensou.

— Quantas actuações conta no seu activo ?

— M ais de 700, nos prin­cipais países do m undo: Itália, Inglaterra, Espanha, Argentina, Brasil, França, e 0 vosso encantador Portugal.

— Quer citar-me os títulos de algumas das óperas que já regeu ?

— Com todo 0 gosto. E Giannella começa a desfo­lhar 0 seu corolário m usica l: Traviata, Boémia, Madame Butterfly, Aida', Tosca, Lucia di Lamermoor, R ig o le t to ,

U m a r t i g o d e

Aníbal AnjosPalhaços, Cavalaria Rusti- cana, Carmen, Fausto, Don G iovanni, Trovador, Gua- rany, Amigo Fritz, Ressur­reição, Avé Maria, Barbeiro di Sevig lia, Don Pasqualle, Norma, Orfeu e Eurídice, Otello, Manon e Mefistófe- les, sem falar em muitíssi­mos concertos também.

— A propósito : — Cons­tou-me qualquer coisa a res­peito da sua actuação na Aida. O que há de verdade nesse caso ?

nos outros países, quando, exactamente, Verdi é 0 meu compositor preferido. Então pedi que essa ópera fosse incluída na minha actuação no seu país.

— Está contente ?— Muitíssimo. Os empre­

sários portugueses são tão simpáticos que logo concor­daram com 0 meu pedido e por isso lhes estou muito grata, pois foi para mim 0 sucesso que eu há muito esperava, por me sentir com capacidade para 0 fazer. É uma recordação e um favor que eu nunca poderei esque­cer que devo aos portugue­ses.

O n 08B0 c o la b o r a d o r A n ib a l k n jo e en trevista n d o o jovem m aestro R O B E R T O B E N Z I, q u a n d o ele n o s visitou.

— Sim , de facto, no meu contrato com Portugal exis­tia uma condição «sina qua non» de eu reger a ópera Aida, pelo facto de me ser vedado regê-la em Itália è

Calorosamente ovacionada nos principais teatros líricos do mundo, só assim se com­preende a frase de Sua San ­tidade Pio X II para a jovem artista (nove anos apenas),

Y O S H U R T

E>Oh DIAFonte de Saúde e Energia

P r e p a r a d o s o b c o n t r o l e c i e n t í f i c o

e e i t 1 BOM fllfl

BIOLACTA - 1 , LUÍS flUOUStOL I S B O A -

1,15-1BT e l e f . 7 7 5 0 2 7

q u an d o da sua primeira co m u n h ã o , em Rom a: — «Este anjo loiro, enviado de D e u s» .. .

Depois, G ia n n e l l a de Marco conta-nos as suas melhores recordações até então, acontecidas no decor­rer da sua carreira artística:

— E com 0 seu ar cândido e sereno, a «garota», para quem a batuta não tem se­gredos, diz-nos na singeleza nata da sua maneira de ser:

— A visita a Sua Santidade e 0 ter tido a honra de reger na presença de Sua Exce­lência 0 Senhor Presidente da República Portuguesa. Pena é que só tivesse sabido da sua presença alguns mo­mentos antes do espectáculo, pois gostaria de ter ensaiado ■d «Portuguesa», para a re­ger eu própria.

M as Giannella, uma vez largada a b a tu ta , é uma criança perfeita, que se in­teressa pelas bonecas e que faz travessuras.como as de­mais. •>

A propósito conta-nos ali que ela receou, no Jardim Zoológico de . Lisboa, dar uma moeda de cinquenta cenfavos ao elefante, dizen­do : — Não, nâo. E se ele me levar a m ão?

Mas, em compensação, não hesitou em saltar a ve- dação^da jaula dos leões, porlfquerer à v iva força fa­zer-lhes festas.

Vejamos, em contrapar­tida 0 que a seu respeito disse 0 «Diário de Notícias», do Rio de Janeiro : — «0 Teatro Nacional superlotado aplaudiu Giannella de Marco delirantemente, fasc inado pela sua graça infantil que contrasta com a sua atitude de seriedade e compostura, em cena». «A Noite», da mesma c id a d e , relata : ~ M ilagre do subconsciente? Fenómeno de intuição musi­cal ? Reincarnação de Mozart ou Haydn ? ! Não se sabe, nem se consegue sabê-lo. Sabemos, e isto nos basta, que ela é maravilhosa.

Ouvindo 0 jovem maestro

R O B E R T O B í N Z IItaliano de descendência,

embora nascido em Marse­lha, em 12 de Dezembro de 1937, 0 jovem Maestro Ro- berto Benzi, com a sua ca­beleira r e v o l t a , de olhar franco e maneiras de verda­deiro g e n t l e m a n , recebeu-me com uma afabilidade des­concertante na sala de visi­tas do Hotel Borges, em Lisboa.

— Como n asce u a sua vocação para a música e sobretudo para chefe de orquestra ?

— Educado num meio mu- sical, pois meu pai é direc­tor duma escola de músic3' em Biella, na Itália, des® os primeiros anos que de­monstrei um ouvido infalí\’e e uma memória auditiva taj) pronunciada que, desde 1 I idade de quatro anos,

(Continua na página 2)