Comunicação e tecnologias

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COMUNICAÇÃO E TECNOLOGIAS EM SUPERVISÃO PEDAGÓGICA E FORMAÇÃO DE FORMADORES Viviane da Rocha Esse texto é parte de um estudo mais amplo realizado na leitura do livro: Educação e Comunicação: o ideal de inclusão pelas tecnologias de informação, capítulo III - Internet e inclusão: otimismos exacerbados e lucidez pedagógica, de autoria da Prof.ª Dr.ª Suely Galli Soares, responsável pela disciplina de Comunicação e Tecnologias em Supervisão Pedagógica e Formação de Formadores, para o curso de Pós-Graduação em Supervisão Pedagógica e Formação de Formadores com acesso ao Mestrado Europeu em Ciências da Educação. Nossas análises aqui desenvolvidas são baseadas na leitura acima e nas discussões sobre o tema. Tem como referência de estudos a linha de pesquisa destinada a formação de professores o que nos remete a reflexão dos aspectos que podem compor nossa pesquisa e dissertação no mestrado. Os avanços na comunicação eletrônica configuram um novo contexto global, com o fim das fronteiras geográficas, pois a comunicação ampliou-se com a evolução da Internet, velocidade e potencial cada vez maior na transmissão de dados. A estrutura das telecomunicações passa por dois modelos: um idealista, com acesso a todos os serviços eletrônicos pelas redes públicas com preços acessíveis e outro modelo estratégico, em que as inovações técnicas produzidas são restritas para alguns meios e pessoas, segundo Soares: [...] a pregação de que o livre acesso à informação na Internet resulta na necessidade cada vez mais urgente e realização cada vez mais próxima, do desenvolvimento de políticas que contemplem a formação cidadã condição imperativa da nova sociedade. O que dependerá não apenas da distribuição democrática dos conhecimentos e informações, mas também da capacidade para produzi-los. (GALLI SOARES, 2006, p.101) Segundo a autora, toda essa inovação gera um otimismo exacerbado, que aponta para a solução de diversos problemas, principalmente com a perspectiva inclusiva que a Internet pode proporcionar. Essas facilidades e democratização das novas tecnologias também podem representar problemas e perigos, é preciso se pensar na urgência de políticas que garantam esta democratização e acesso de todos a esses recursos, pois ainda nem todos os países dispõe de investimentos financeiros e educacionais para a utilização de todas estas tecnologias.

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COMUNICAÇÃO E TECNOLOGIAS EM SUPERVISÃO PEDAGÓGICA E

FORMAÇÃO DE FORMADORES

Viviane da Rocha

Esse texto é parte de um estudo mais amplo realizado na leitura do livro: Educação e

Comunicação: o ideal de inclusão pelas tecnologias de informação, capítulo III - Internet e

inclusão: otimismos exacerbados e lucidez pedagógica, de autoria da Prof.ª Dr.ª Suely Galli

Soares, responsável pela disciplina de Comunicação e Tecnologias em Supervisão

Pedagógica e Formação de Formadores, para o curso de Pós-Graduação em Supervisão

Pedagógica e Formação de Formadores com acesso ao Mestrado Europeu em Ciências da

Educação.

Nossas análises aqui desenvolvidas são baseadas na leitura acima e nas discussões

sobre o tema. Tem como referência de estudos a linha de pesquisa destinada a formação de

professores o que nos remete a reflexão dos aspectos que podem compor nossa pesquisa e

dissertação no mestrado.

Os avanços na comunicação eletrônica configuram um novo contexto global, com o

fim das fronteiras geográficas, pois a comunicação ampliou-se com a evolução da Internet,

velocidade e potencial cada vez maior na transmissão de dados. A estrutura das

telecomunicações passa por dois modelos: um idealista, com acesso a todos os serviços

eletrônicos pelas redes públicas com preços acessíveis e outro modelo estratégico, em que

as inovações técnicas produzidas são restritas para alguns meios e pessoas, segundo

Soares:

[...] a pregação de que o livre acesso à informação na Internet resulta na necessidade cada

vez mais urgente e realização cada vez mais próxima, do desenvolvimento de políticas que

contemplem a formação cidadã condição imperativa da nova sociedade. O que dependerá

não apenas da distribuição democrática dos conhecimentos e informações, mas também da

capacidade para produzi-los. (GALLI SOARES, 2006, p.101)

Segundo a autora, toda essa inovação gera um otimismo exacerbado, que aponta

para a solução de diversos problemas, principalmente com a perspectiva inclusiva que a

Internet pode proporcionar. Essas facilidades e democratização das novas tecnologias

também podem representar problemas e perigos, é preciso se pensar na urgência de

políticas que garantam esta democratização e acesso de todos a esses recursos, pois ainda

nem todos os países dispõe de investimentos financeiros e educacionais para a utilização

de todas estas tecnologias.

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Considerando-se a inserção das tecnologias na educação, surge a necessidade se

conhecer as políticas educacionais e orientações legais para seu cumprimento pelo

Ministério de Educação e cultura.

Políticas do MEC

A utilização de novas tecnologias e modernização no sistema educacional brasileiro,

de um modo geral, ainda acontece aos poucos e necessita de maiores discussões e

projetos que podem contribuir para a inserção da tecnologia na gestão estratégica e

administrativa como um elemento para a qualidade do ensino.

Através do MEC o governo brasileiro vem procurando incentivar e ampliar os projetos

de EAD, como uma forma de democratização, acesso ao conhecimento e formação escolar

a todos os níveis, com destaque para o ensino superior que passa o oferecer cursos que

podem ser em seu todo ou em parte não presencial.

As novas tecnologias na educação surgem como uma alternativa para a solução na

formação de professores. O Governo Federal passa a oferecer cursos de graduação e

licenciatura a distancia nas áreas prioritárias para o atendimento do déficit de professores.

Essa nova proposta pode resultar tanto em solução como em um agravamento do problema,

caso a tecnologia não seja utilizada de forma adequada:

[...] o modelo de ensino pautado nas tecnologias de informação e comunicação altera a

relação ensino e aprendizagem podendo instalar uma nova fonte de autonomia pela prática

da pesquisa, por parte do docente e do acadêmico em posse do acesso ao ferramental,

conhecimento sobre seu funcionamento e suas aplicações facilitadoras da produção do

saberes. (GALLI SOARES, 2006, p. 103)

Com as novas tecnologias o ensino e a postura do professor são adaptados e no seu

exercício prático o professor precisa se preparar para conhecer essa tecnologia, sua

metodologia de ensino, avaliação e aprendizagem, como forma de promover a interação e o

preparo adequado na utilização desta tecnologia por professores e alunos.

As universidades brasileiras promovem e desenvolvem pesquisas e práticas por

meio de novos ambientes educacionais, que facilitam o acesso a distancia e fomentam os

estudos e formação de professores, constituindo em um canal aberto e eficaz para a

promoção de pesquisas e acesso ao conhecimento.

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A utilização das novas tecnologias de informação e comunicação representa novos

desafios para a prática pedagógica, o professor passa a ter que conhecer e rever sua

postura diante de novos recursos que passam a fazer parte dos ambientes educacionais.

Muitas são as dificuldades que surgem diante do uso de novas ferramentas, que se

tornam cada vez mais presente na prática do professor. O que antes era de acesso restrito

do professor, como o acervo a livros clássicos e que para o aluno era de difícil acesso, hoje

passa a fazer parte de um universo de informações onde o aluno pode ter tanta

acessibilidade quanto o professor.

Toda essa facilidade acaba por trazer também problemas, como o excesso de

informações recortadas e coladas em trabalhos de pesquisa, o que faz com que muitos

professores cheguem ao ponto de proibir alunos de utilizarem o computador, para tentar

impor um limite a está ação. Mas para se buscar uma alternativa na solução destes

problemas, cabe ao professor realizar uma seleção de fontes de pesquisa que julgue

confiáveis, assim como a indicação de autores e livros para a pesquisa. Para que isso se

torne possível o professor precisa de tempo e preparação, o que também é outro grande

problema, pois aqui nos deparamos com pouca eficiência na formação continuada e de

qualidade para os professores.

As alterações sofridas diante o processo para a formação de professores, como o fim

dos cursos de magistério no Ensino Médio, no Estado de São Paulo, o fechamento dos

Centros Educacionais de Formação para o Magistério (CEFAM), são alguns dos exemplos

de descaso e falta de políticas em nome da formação do professor, que vem perdendo em

qualidade e traz à tona a discussão em torno da profissionalização do oficio de ensinar. Em

uma sociedade em que a visão que se tem do professor é marcada pelos baixos salários,

falta de reconhecimento e condições de trabalho a profissão do professor é desvalorizada,

mesmo com a educação sendo reconhecida como um dos elementos fundamentais de

transformação econômica e social de uma nação.

[...] tornam-se assim urgentes ações capazes de contextualizar a realidade da formação do

professor, das condições de trabalho na escola, das políticas do MEC em nome da formação

continuada, da emergência das tecnologias de informação e comunicação no meio

educacional, do descompasso entre o desenvolvimento científico e tecnológico da sociedade

atual e a prática de ensino predominante na escola e finalmente o paradigma de ensino e

aprendizagem a partir do advento das Tecnologias. (GALLI SOARES, 2006, p.108)

Para a autora, a formação continuada dos professores visando uma

profissionalização do seu ofício busca que a educação não fique para trás, mas que seja

capaz de se qualificar e atender as novas exigências da sociedade na construção, produção

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e apropriação do conhecimento, nas experiências democráticas de aprendizagens e na

qualidade da relação ensino aprendizagem. Desta forma, a educação passa a oferecer a

todos o direito de conhecer e participar dos benefícios das novas tecnologias em busca de

uma prática pedagógica mais ampla e cidadã. Conhecimento este que implica no esforço

do usuário na compreensão sobre os sistemas de comunicação seu funcionamento e

aplicações.

Os sistemas de comunicação existentes atualmente são responsáveis por mudanças

substanciais no cotidiano e nas relações interpessoais. A comunicação e a interação estão

cada vez mais velozes e com maior qualidade, expandido suas possibilidades, assim:

[...] os contatos e interações passam de um universo já ampliado pela telefonia e pelo fax,

para outros que reconfiguram limites profissionais e sociais, modificando as perspectivas de

comunicação e organização das pessoas de qualquer idade, situação e lugar, redefinindo o

envelhecimento e a solidão. (GALLI SOARES, 2006, p.110)

Diante destas inovações e situações, as limitações de distancia e tempo impostas

pelo meio físico, ao mesmo tempo em que são superadas e trazem benefícios, apontam

para novas situações de aprendizagens. Os sistemas de comunicação estão cada vez mais

rápidos, dificultando a reflexão necessária para a apropriação do conhecimento, acesso a

pessoas de menor poder aquisitivo as novidades constantemente lançadas e o mais

urgente: uma educação mais empenhada no desenvolvimento para o uso crítico de todos

estes recursos e das novas ações realizadas a distancia.

Ação a distancia: entendimento e explicações

O desenvolvimento dos meios de comunicação oferece ações a distancia com cada

vez mais qualidade e eficiência, proporcionando um fluxo de informações rápidas e uma

interação mais global. Dentre essas ações de comunicação a educação a distancia, com o

desenvolvimento da Internet ganhou novas perspectivas e qualidade na interatividade entre

o aluno, demais estudantes do curso e o professor.

A utilização do ensino a distancia nos cursos de graduação ainda é bastante

questionada, mas nos cursos de formação continuada, onde pessoas já formadas

encontram a oportunidade de atualização, as ferramentas educacionais permitem chats,

fóruns, entre outros para discussões dos conteúdos. A forma de comunicação pode ser em

tempo real ou por meio de mensagens publicadas que as pessoas podem acessar de

acordo com a sua disponibilidade de tempo. É ainda possível o acesso a diferentes fontes

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de buscas em banco de dados e bibliotecas virtuais e nos chamados hipertextos, que

através de links tecem uma rede para maiores informações dentro de um assunto.

Os cursos a distancia são normatizados pelo MEC, que orienta as políticas de

educação e ensino a distancia. Os cursos a distancia podem atender objetivos comerciais,

relacionado com a divulgação de algum produto, patrocinado muitas vezes por grandes

empresas, que acabam por fazer propaganda e utilização de seus produtos, ou de caráter

social. A educação a distancia, de caráter social, visa elevar a qualidade de vidas das

relações das pessoas, na atual sociedade competitiva e de caráter transitório, em seus

processos produtivos e de comunicação. (GALLI SOARES, 2006, p.121)

O ferramental tecnológico deve ser apropriado com as relações de ensino e

aprendizagem que embasam a educação e formação a distancia, sendo acessível e de fácil

uso, para que possa atender os mais diversos públicos como moradores de localizações

distantes dos grandes centros onde há maior oferta de cursos. Profissionais que precisam

de atualização como diferencial em seus cargos, pessoas que buscam a possibilidade de

concluir os seus estudos e ingressar em uma formação superior, a impossibilidade de

ausência no trabalho para cumprir a freqüência mínima exigida nos cursos convencionais,

atendimento a normas de qualidade e certificações de determinadas empresas e exigências

de requalificação profissional e interesse pela própria formação continuada.

Nesse contexto novos conceitos de conhecimento e aprendizagem surgem para

explicar novas necessidades, destacamos dentre eles o letramento.

O letramento consiste em um processo muito mais amplo do que alfabetizar,

considerando o aprender a ler e a escrever. Em um sentido mais ampliado o letramento

consiste em ensinar a ler e a escrever dentro de um contexto que faça sentido e parte da

vida do aluno. Mais do que decodificar o código da escrita é preciso que se saiba fazer uso

dele em diferentes situações, o letramento compreende tanto as técnicas para a

alfabetização quanto a necessidade de convívio e hábito na utilização da leitura e da escrita.

Apresentando-se como uma nova situação de aprendizagem, as novas tecnologias

na educação ainda não contam com contribuições pedagógicas dentro dos Parâmetros

Curriculares Nacionais que orientam o ensino da leitura e da alfabetização em geral. A

educação precisa empenhar-se no desenvolvimento do letramento digital, com o domínio e

articulação entre o conhecimento técnico da leitura e escrita somando-se ao conhecimento

técnico ferramental da informática.

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O letramento digital torna-se um elemento problematizador na formação do professor

para a utilização das novas tecnologias na sua prática educativa, para que seja capaz de

tornar pedagógico o que está disponível na Internet, segundo Soares:

[...] a informação só produz conhecimento quando trabalhada, ou seja, refletida num dado

contexto de interesse e necessidade de saber. Pois somente a partir da elaboração cognitiva

é que ocorre a construção de novos saberes causados pela informação tramitados na rede.

(GALLI SOARES, 2006, p.123)

A qualidade da linguagem didática usada com a preocupação dos conteúdos,

formas, imagens, sons, movimentos podem acrescentar motivação e ampliação da

informação apresentada, apresentado o caráter pedagógico das tecnologias de informação

e comunicação na Internet como forma de dinamizar a aprendizagem e a construção do

conhecimento.

Os espaços virtuais acessíveis pela Internet caracterizam a sociedade que se

modifica constantemente, e o uso destes espaços contribui para a democratização dos

conhecimentos de qualidade, com a cidadania e o desenvolvimento social econômico. As

informações acessíveis pela rede Internet, assim como o sistema educacional, tem um

currículo que se mostra e se oculta.

A sua utilização pode ser somente para atender critérios comerciais ou de valores e

tendências, ou de acordo com o uso que se faz dela na educação escolar seus conteúdos

podem ser problematizados, interrogando, desvendando relações de interesse, enfim

transformando em objeto de análise suas possibilidades e aplicações.

Os sistemas de comunicação disponíveis hoje são responsáveis por mudanças

significativas na forma como as pessoas se comunicam, interagem e tem acesso às noticias.

A qualidade nas possibilidades de se contactar pessoas em diferentes lugares, por meio de

mensagens de texto, chamadas com som e imagem em tempo real, modifica a forma de

comunicação entre pessoas, passando a oferecer novas perspectivas de interação.

Os diferentes recursos que tornam a veiculação das informações cada vez mais

veloz potencializam uma nova cultura de sociabilidade e comunicação, onde pessoas mais

envelhecidas e com maior propensão a solidão e ao isolamento, podem com a utilização de

salas de bate papo, e-mails, programas de mensagens instantâneas entre outros, conversar

com pessoas de qualquer lugar do planeta sobre os mais variados assuntos.

As mudanças na comunicação, no entanto, vão além dos consideráveis avanços e

benefícios proporcionados na interação entre as pessoas. Os ciberespaços também se

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constituem em um ambiente com demanda de profissionais, capazes de agregar conteúdos

de qualidade que não estejam relacionados, apenas com o domínio técnico ferramental e

sua funcionabilidade.

A formação de equipes multidisciplinares com pedagogos, analistas de sistema,

fotógrafos e outros podem contribuir para atender esta demanda, utilizando de seus

conhecimentos e agregando maior planejamento nas ações que se queira realizar, para ir

além de se ter apenas um projeto detalhado sobre um site, por exemplo.

O projeto em questão torna-se mais amplo se pensado a partir de estudos e

planejamento de uma equipe, que deve ter clareza nos objetivos e na melhor forma de

realizá-los. Para isso, é preciso se pensar na metodologia de comunicação que se pretende

estabelecer, considerando o público que se quer atingir, o conceito do projeto, a

compreensão da linguagem quanto ao produto ou serviço, o desenvolvimento das ações

pretendidas e os resultados que se espera obter, compreendendo avaliação de sua eficácia.

Trata-se assim, de um processo mais conceitual e com a necessidade de um

posicionamento diante da importância na determinação dos conteúdos, para que todo o

processo seja visto de forma ampliada, dentro de uma multiplicidade que agrega diferentes

conhecimentos em torno de um mesmo enfoque, constituindo-se em um campo de

inovações não apenas restrito as considerações técnicas e ferramentais.

Retomamos com a autora, a questão da leitura, habilidade lingüística fundamental

para o desenvolvimento da comunicação oral e escrita, que tem inicio muito antes do

aprendizado das letras, acontece dentro do contexto em que o individuo está envolvido.

A leitura é muito mais do que um processo de decodificação de símbolos, constitui-

se em uma apropriação e compreensão daquilo que se lê. O professor como mediador neste

processo tem uma importância muito grande, diante das suas atitudes em relação à leitura,

a sua prática e modelo como leitor.

Os sistemas de comunicação e novas tecnologias proporcionam novas experiências

de leituras para as quais o professor precisa estar atualizado. A leitura passa de um marco

estabelecido pelo livro impresso e portátil para o ciberespaço, de natureza dinâmica e móvel

com novas possibilidades de leitura.

Práticas de leitura hoje podem ser favorecidas com o uso de softwares, que

permitem a interatividade de acordo com a leitura realizada. O livro digital com o acesso a

vários livros em um mesmo lugar, o audiobook que permite ao indivíduo escutar um livro de

sua preferência, e o uso da Internet enfocando seu caráter pedagógico, são alguns dos

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diferenciais que podem fazer parte de novas práticas de leitura pelo professor no incentivo a

leitura.

A prática da leitura valorizando estas novas ferramentas faz nascer um novo tipo de

leitor, segundo Soares:

[...] na tela, a leitura imersiva se dá pela liberdade do leitor na escolha dos nexos e direções,

definindo seu próprio percurso, construindo o próprio roteiro, ocupando-se apenas de manter

a rota que o leva até os conteúdos num estado de prontidão. Conectando-se nas malhas e

em seus nós num labirinto do qual participa da sua construção na medida em que interage

com imagens, palavras, signos etc. (SOARES GALLI, 2006, p. 136).

As possibilidades de exploração sensório-motoras, perceptivas, cognitivas e de

sensibilidade são as mais variáveis possíveis e podem ter grande contribuição na

necessidade de se aproximar os alunos da leitura. A prática da leitura torna-se mais

dinâmica, atraente e interativa, indo além das práticas convencionais onde, muitas vezes, há

somente a decodificação e não a compreensão da leitura. O ensino da leitura nas escolas

pode ser construído como uma forma de se mudar a visão que muitos alunos levam consigo

em relação ao ato de ler.

Esse estudo não tem a pretensão de esgotar suas reflexões, mas de desencadear o

debate sobre a formação do professor diante da demanda pela inclusão digital por meio da

educação objetivo que manteremos no percurso de nossa prática profissional e da pesquisa

de mestrado.

Viviane da Rocha