Congresso da UBLA marca lançamento do movimento Jesus Transformação e … · Na noite de...

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1 ISSN 1679-0189 Ano CXIV Edição 19 Domingo, 11.05.2014 R$ 3,20 Órgão Oficial da Convenção Batista Brasileira Fundado em 1901 No Dia das Mães e sempre, oramos por você, que luta sem manchete nos jornais: mãe anônima. Oramos por você, mãe, que vê ao redor seus filhos: mãe idosa. Oramos por você, mãe, na saudade e na solidão: mãe sozinha. Oramos pela mãe cujo filho estagiou somente no coração: mãe adotiva. Oramos pelas mães do mundo inteiro e, ao redor do planeta, juntam-se mãos e dobram-se joelhos, numa prece sincera ao Supremo Criador do Universo: Deus a abençoe, mãe online virtual e presencial em @ no coração global. (Pagina 3) Pastores e líderes de evangelismo, de diversos países da América Latina, participaram do Congresso da União Batista Latino Americana, no Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil, no Rio de Janeiro (RJ). Durante o evento, os participantes foram impactados pelas palavras edificantes ministradas nas palestras, reuniões e cultos de celebração. Na noite de abertura do congresso, o pastor Iván Martinez, presidente da UBLA, pregou com base em Romanos 12, e falou sobre a importância de es- tarmos preparados para servir. “Necessitamos de homens e mulheres compro- metidos com o Senhor. Nosso serviço ao Senhor deve ser diligente. Os cristãos primitivos foram conhecidos não porque andavam com pergaminhos embaixo do braço, mas porque falavam e agiam como Cristo”, declarou. (Página 7) Congresso da UBLA marca lançamento do movimento Jesus Transformação e Vida

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1o jornal batista – domingo, 11/05/14?????ISSN 1679-0189

Ano CXIVEdição 19 Domingo, 11.05.2014R$ 3,20

Órgão Oficial da Convenção Batista Brasileira Fundado em 1901

No Dia das Mães e sempre, oramos por você, que luta sem manchete nos jornais: mãe anônima. Oramos por você, mãe, que vê ao redor seus filhos: mãe idosa. Oramos por você, mãe, na saudade e na solidão: mãe sozinha. Oramos pela mãe cujo filho estagiou somente no coração: mãe adotiva. Oramos pelas mães do mundo inteiro e, ao redor do planeta, juntam-se mãos e dobram-se

joelhos, numa prece sincera ao Supremo Criador do Universo: Deus a abençoe, mãe online virtual e presencial em @ no coração global. (Pagina 3)

Pastores e líderes de evangelismo, de diversos países da América Latina, participaram do Congresso da União Batista Latino Americana, no Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil, no Rio de Janeiro (RJ). Durante o evento, os participantes foram impactados pelas palavras edificantes ministradas nas palestras, reuniões e cultos de celebração.

Na noite de abertura do congresso, o pastor Iván Martinez, presidente da UBLA, pregou com base em Romanos 12, e falou sobre a importância de es-tarmos preparados para servir. “Necessitamos de homens e mulheres compro-metidos com o Senhor. Nosso serviço ao Senhor deve ser diligente. Os cristãos primitivos foram conhecidos não porque andavam com pergaminhos embaixo do braço, mas porque falavam e agiam como Cristo”, declarou. (Página 7)

Congresso da UBLA marca lançamento do movimento Jesus Transformação e Vida

2 o jornal batista – domingo, 11/05/14 reflexão

E D I T O R I A L

Este é o mês celebrado como sendo o Mês da Família. Isto vai além do nosso calendário

de atividades eclesiásticas. Basta observar a intensa ação das organizações comerciais. O tema família é uma cons-tante em nossa denomina-ção, tão significativo que é um capitulo em nossa Decla-ração Doutrinária, que diz: “A família, criada por Deus para o bem do homem, é a primeira instituição da socie-dade. Sua base é o casamen-to monogâmico e duradouro, por toda a vida, só podendo ser desfeito pela morte ou pela infidelidade conjugal. O propósito imediato da família é glorificar a Deus

e prover a satisfação das necessidades humanas de comunhão, educação, com-panheirismo, segurança, pre-servação da espécie e bem assim o perfeito ajustamento da pessoa humana em todas as suas dimensões. Caída em virtude do pecado, Deus pro-vê para ela, mediante a fé em Cristo, a bênção da salvação temporal e eterna, e quando salva poderá cumprir seus fins temporais e promover a glória de Deus”.

Ao longo deste ano, nos-sa ênfase temática tem sido voltada mais uma vez para a importância da família com o tema “Família, o ideal de Deus para o ser humano”, destacando que precisamos

constantemente estar atentos à família como um todo. São importantes as celebrações que advém do mês da fa-mília. Estas celebrações vão além das fronteiras da igreja, como no segundo domingo deste mês, em que é cele-brado o Dia das Mães, que na verdade tem deixado de ser um dia de ações de graças para ser uma motivação ao consumismo.

Família que neste mês es-tamos celebrando é muito mais que troca de presentes. Devemos pensar em família como uma dádiva de Deus. Desde o princípio, a família tem sido alvo dos ataques contínuos do inimigo, ata-ques estes que a cada dia

mais e mais se intensificam, ataques que tentam desme-recer a família como criação de Deus, que tentam destruir esta célula mater de toda a sociedade, que tentam pro-mover a discórdia e desme-recer, desvalorizar a família. Deus deseja salvar a família, mas para tanto é preciso que todos os membros da família busquem servir ao Senhor. Assim como toda a criação manifesta a glória de Deus, cada homem deve procurar dia a dia também glorificar ao Criador através de uma vida que agrade ao Senhor. Neste Mês da Família busquemos intensamente em nosso viver diário glorificar como família ao Senhor.

O JORNAL BATISTAÓrgão oficial da Convenção Batista Brasileira. Semanário Confessional, doutrinário, inspirativo e noticioso.

Fundado em 10.01.1901INPI: 006335527 | ISSN: 1679-0189

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INTERINOS HISTÓRICOSZacarias Taylor (1904);A.L. Dunstan (1907);Salomão Ginsburg (1913 a 1914);L.T. Hites (1921 a 1922); eA.B. Christie (1923).

ARTE: OliverartelucasIMPRESSÃO: Jornal do Commércio

3o jornal batista – domingo, 11/05/14reflexão

bilhete de sorocabaJULIO OLIVEIRA SANCHES

Um dos sinais do fim dos tempos, segundo Paulo em II Timóteo 3, seria

a ausência de afeto natu-ral no ser humano. O afeto está presente no mundo dos irracionais. Do passarinho ao alimentar os filhotes ao leão que defende a prole, encontramos gestos de afeto. Encanta-me ver entre a ma-nada de elefantes a mamãe elefante conduzindo o seu pequeno filho. Afeto genuíno que se dá integralmente em defesa da espécie.

No ser humano não de-veria ser diferente. Mas o pecado brutalizou a raça humana de tal forma que os atos praticados na atualidade pelo bicho-homem não têm como adjetivá-los. Perdemos a sensibilidade. Perdemos a racionalidade. A capacidade de se emocionar com a dor alheia. Um cadáver estirado na rua não gera comoção. É uma coisa.

Foi o que revelou a mídia esta semana (22-26/4). Nos últimos anos mais de três mil pessoas foram sepultadas

Ivone BoechatColaboradora de OJB

Nem mesmo o có-digo misterioso da comunicação foi capaz de rimar

este nome perfeito: mãe! Foi preciso traduzi-lo em versos, flores, abraços e homenagens o afeto singular da mãe! Os símbolos se juntaram para indicar o verdadeiro lema desse amor tão puro e o som

como indigentes, em valas comuns, na Cidade de São Paulo. A maioria portava do-cumento de identificação. O Estado em sua frieza deter-minou que o prazo máximo para a família reclamar o seu morto é de 72 horas. Como não há geladeiras disponíveis, a ordem é livrar-se do corpo. Não há verbas para aquisição de geladeiras. Dinheiro só existe para a construção de estádios padrão maldita FIFA.

Acresce à ausência de afeti-vidade das autoridades, cons-tituídas para zelar e promo-ver o bem estar do cidadão, a burocracia. A má vontade dos que deveriam prestar informações. A indiferença ao sofrimento de quem perde um ente querido. É bom lem-brar que a cada dia sessenta pessoas são consideradas desaparecidas na cidade. Um aviso: caso vá a São Pau-lo, cuide-se bem para não morrer na rua e ir parar na vala comum, mesmo tendo adquirido um sepulcro em algum cemitério jardim.

Por que tamanha insensibi-lidade no ser humano? Hoje

perfeito produziu o verso da canção: mãe! Não é necessá-rio o discurso inflamado, a pa-lavra bonita, a inspiração. Em qualquer berço, a proteção, o calor e a sinceridade dessa figura inigualável insinuam a presença forte da mãe!

A aproximação do Dia das Mães ameniza a aridez espi-ritual dessa humanidade, na sua maioria órfã. E chega o momento da reflexão, quando o amor é avaliado. Mereço ser

se mata pelo simples prazer de matar. A vida perdeu o valor. Onde está a origem de todas as mazelas que nos afligem com tamanha bruta-lidade?

A resposta é simples: no desmantelamento da família. A família é criação divina. Deus a instituiu para servir de abrigo ao ser humano. Prometeu abençoar a hu-manidade usando a família como fonte primeira de con-vivência harmoniosa de seus membros (Gn 12.3). A Bíblia está repleta de ensinos em que a família aparece como suporte ao bem estar da so-ciedade.

Satanás tem atuado com persistência para desestru-turar a família instituída por Deus. Introduziu o fratricídio na primeira família. A poli-gamia, o adultério, as distor-ções sexuais, o aviltamento dos valores e padrões morais que deveriam estabelecer o relacionamento entre pais e filhos. Os parricidas e os fra-tricidas tornaram-se comuns nos dias atuais. Tudo no mundo moderno atua contra

mãe? Ter um filho significa o compromisso de coautoria da vida com Deus - Autor da vida. É contrato infinito. Em cláusula única se resume o amor. Amor que se esforça o tempo todo para se aproximar do verdadeiro amor e, quan-do se imagina sublime e forte, o vendaval das lutas da vida o inunda de lágrimas. Ele se fortalece na oração.

Mãe - resposta do questio-nário dos deveres de casa.

a família. A mídia com suas novelas imorais tenta corrom-per a santidade do lar. As leis em discussão, na atualidade têm como objetivo eliminar a família do cenário humano.

O que fazer? É a pergunta que surge. Como salvos temos grandes responsabilidades. Somos sal para salgar esta so-ciedade corrompida e perver-sa. Somos luz para confrontar as trevas do pecado (Mt 5.13-16; Fp 2.15). Não podemos fugir da vocação que nos foi entregue por Jesus.

Algumas ações práticas se fazem necessárias nos dias atuais. Púlpitos com mais mensagens sobre o valor e papel a ser desenvolvido pe-las famílias cristãs. As igrejas preparando e executando ações proativas em que o foco seja a família. Conferên-cias sobre famílias com temas que deem aos seus membros condições de enfrentar as investidas de satanás. Cursos de preparação para o casa-mento, que ofereçam aos futuros casais condições para manter a união conjugal até que a morte os separe. Hoje é

Mãe – palavra-chave das lições iniciais de cada dia.

Mãe - cada instante sole-trado na cartilha da vida vai alfabetizando amor.

Na última série de todos os graus, o amor torna-se adulto, ajuizado: mãe-avó.

Mãe - enciclopédia dos sinônimos do amor.

No Dia das Mães e sempre, oramos por você, que luta sem manchete nos jornais: mãe anônima. Oramos por você,

possível realizar divórcio em trinta minutos em um cartório de notas.

Os nossos jovens precisam escoimar de suas mentes a ideia do maldito divórcio. Neste caso os pais, a igreja e o pastor precisam assumir posições definidas e incutir na mente dos adolescentes e jovens a verdade de que o casamento, no padrão divino, é indissolúvel. A igreja precisa mostrar aos seus membros que não há união perfeita entre luz e trevas. Onde não há comu-nhão, os pactos não perduram.

A família precisa voltar ao antigo e sempre atual culto doméstico. Família que lê a Bíblia e ora unida consegue vencer todas as artimanhas do maligno. Em suma: a so-ciedade atual é o reflexo da família moderna. Caso quei-ramos uma sociedade melhor precisamos começar com a família. Boa parte do minis-tério de Jesus foi realizada no recesso dos lares, em família.

Seguir o exemplo do Mes-tre significa investir em famí-lias felizes.www.pastorjuliosanches.org

mãe, que vê ao redor seus filhos: mãe idosa. Oramos por você, mãe, na saudade e na solidão: mãe sozinha. Oramos pela mãe cujo filho estagiou somente no coração: mãe adotiva. Oramos pelas mães do mundo inteiro e, ao redor do planeta, juntam-se mãos e dobram-se joelhos, numa pre-ce sincera ao Supremo Criador do Universo: Deus a abençoe, mãe online virtual e presencial em @ no coração global.

4 o jornal batista – domingo, 11/05/14

GOTAS BÍBLICASNA ATUALIDADE

OLAVO FEIJÓ Pastor, professor de Psicologia

Milagre e lógica humana

reflexão

Porém ela disse: Vive o SENHOR teu Deus, que nem um bolo tenho, senão somen-te um punhado de farinha numa panela, e um pouco de azeite numa botija; e vês aqui apanhei dois cavacos, e vou prepará-lo para mim e para o meu filho, para que o comamos, e morramos. (I Reis 17.12)

Acabe, rei de Isra-el, deu suporte à adoração do ídolo Baal. Como castigo,

o Senhor manda o profeta Elias anunciar uma grande seca. Foi neste cenário de se-quidão e fome que Elias pede a uma paupérrima viúva que lhe dê pão e água: “Mas ela respondeu: Juro pelo nome do Senhor, o teu Deus, que não tenho nenhum pedaço de pão; só um punhado de farinha num jarro e um pou-co de azeite numa botija.” (I Reis 17.12).

A viúva de Sarepta estava sendo absolutamente realista: a farinha e o azeite que lhe restavam constituíam o último alimento dela e de seu filho, antes de morrerem... Pela lógica humana, distribuir seu parco alimento significaria

antecipar a morte de todos eles. Elias usa o estilo divi-no. Não discute o excelente argumento daquela sofrida mãe. Tranquilamente, ele a orienta: “Não tenha medo. Vá para casa e faça o que eu disse.” Por um motivo que tal-vez só as crianças, os loucos e as pessoas de fé entendem, a senhora segue a orientação do profeta. Foi a partir daí que o milagre começou. A ridícula porção de farinha e azeite foi a matéria prima usada pelo Senhor para alimentar a família e o profeta até que as chuvas voltaram a cair.

A história acaba aqui? Não. Algum tempo depois, o filho da viúva adoece e morre. De-sesperada, a pobre senhora agiu exatamente como nós faríamos: achou que quem experimenta um milagre re-cebe isenção de problema para o resto da vida. Tanto a viúva, quanto Elias ficaram muito mexidos. Mais uma vez ignorando as queixas da lógica humana, o Senhor ressuscita o rapaz. Foi pre-cisa toda aquela paciência divina para que a viúva se convencesse: “a palavra do Senhor, vinda da sua boca, é a verdade.”

Pr. Israel Belo de Azevedo Igreja Batista Itacuruçá - RJ

Perdão, mãe, pelas pa-lavras que não ouvi, mais interessado em outros conselhos, por

achar exageradas as suas recomendações. Perdoe-me, mas saiba que elas me acom-panham, até mesmo aquelas sobre como atravessar a rua.

Perdão, mãe, pelas horas de sono que lhe furtei de você, quando tardei em che-gar. Saiba qu'e ainda hoje, quando estou fora de casa, imagino-a me esperando co-locar a chave na maçaneta para entrar, embora os (nos-sos) tempos sejam outros.

Perdão, mãe, pelo dinheiro que peguei emprestado e nunca devolvi, embora nem mesmo o desejasse. Saiba

que seu gesto me ensinou o valor da generosidade.

Perdão, mãe, por não lhe ter ajudado nas tarefas da casa. Saiba que eu me arrependo de não lhe ter acompanhado na arrumação do quarto ou no preparo do alimento.

Perdão, mãe, por ter bati-do os pés tantas vezes a um pedido seu, a uma instrução vinda dos seus lábios. Saiba que me arrependo porque hoje sei que era o meu bem o que buscava.

Perdão, mãe, por ter recla-mado tanto na hora de ir para a escola ou para a igreja. Sai-ba que hoje sei que eu nada seria sem as suas insistências.

Perdão, mãe, pelo carinho que recebi e não percebi. Perdoe-me, mas saiba que ainda hoje me imagino acon-chegado no seu colo ou co-

mendo aquele prato, simples e saboroso, feito na hora ou guardado com cuidado.

Perdão, mãe, por não ter apreciado o seu gesto por mim como o que era - sacri-fício: tão acostumado a rece-ber, não imaginei o quanto lhe custava. Perdoe-me, mas saiba que seu suor e suas lágrimas formam um cálice de memória que tomo em minha jornada como tônico para a vida.

Perdão, mãe, por andar tão ocupado que não posso parar um pouco para agradecer o quanto fez por mim, sem nada esperar em troca.

Perdoe-me, mas saiba o quanto a amo.

E aqui vai um filho feliz, porque perdoado. Perdoado e, agora, reconhecido. Per-dão e obrigado, mãe.

Myrtes Mathias

Se queres dar-me uma florfaze-o antes que eu morra.Se podes, hoje, fazer o milagrede um sorriso num rosto que chora,não coloques flores sobre tumbas:Se queres dar-me uma flor, faze-o agora!Se podes dar um lar ao orfãozinho,abrigo ao pobre que geme lá fora,não encolhas a mão – Deus está vendo.Se podes dar uma flor, faze-o agora!Se conheces o eterno caminhoque leva ao templo onde a alegria mora,não guardes, egoísta, o teu segredo:Se podes dar-me uma flor, faze-o agora!Se podes dizer, em uma frase lindaalgo que faça a tristeza ir embora,dize-o enquanto posso agradecer sorrindo:Se podes dar-me uma flor, faze-o agora!Que farei eu, das orações, das flores,quando do mundo já não mais eu for?Aos pés de Deus eu as terei tão lindasque não precisarei do teu amor!Não esperes o instante da partida:Se queres me fazer feliz, faze-me agora!Para que chorar de remorso e de saudade?Custa tão pouco a felicidade…

5o jornal batista – domingo, 11/05/14reflexão

Conheci um mari-nheiro que nave-gou pelos mares do mundo durante trin-

ta anos, aposentou-se e con-tinuou a navegar por mais al-guns anos. Tinha nostalgia do cheiro do mar e do balanço das ondas. Finalmente, parou de navegar. Não demorou muito tempo, teve um infarto fulminante e partiu para sua derradeira viagem, para além do horizonte que, em alto mar, ele via infinito.

Esse é um fenômeno natu-ral. Há empresas, bem pou-cas, que cobrem a assistência psicológica de funcionários que se aposentam depois de trinta anos de serviço para evitar que entre em depres-são, o que é muito comum. Eu sabia desse fenômeno em teoria, mas um dia chegou a nossa vez. Depois de cin-quenta anos no ministério, sentindo que começava a faltar à saúde necessária para continuar, em 1999 renun-ciei ao pastorado.

Na ocasião, eu pastoreava a Primeira Igreja Batista de Irajá, que liderei por dezes-sete anos em dois períodos. A igreja me deu a honra de me eleger como seu Pas-tor Emérito, deliberou pagar meu plano de saúde e da minha esposa, o que vem fazendo com absoluta fide-lidade, além de cobrir todas as nossas despesas com me-dicamentos e outros atos de generosidade que só o amor de Cristo pode justificar.

Pensei eu que iria enfren-tar a minha “síndrome do pós poder” com tranquilida-de. Não podia imaginar que fosse ser tão difícil. Chorei muitas vezes por sentir falta do ministério pastoral. Deus, na sua graça, nos levou para a Igreja de Barão da Taquara. Esta igreja nos acolheu com muito amor e carinho. Seu pastor, Carlos César Peff No-vaes, foi tão amigo, tão com-preensivo para conosco que isso amenizou muito o rito da nossa passagem para a reser-va. Continuei pregando aqui e ali, escrevi nove livros, Zê-nia, ocupou o melhor do seu tempo fazendo discipulado, algo que ela sempre amou fa-zer e dando aconselhamento enquanto suas condições de saúde permitiam andar de ônibus. Dedicamo-nos a pro-mover missões e a crise do

pós-ministério não nos trouxe maiores consequências. Hoje somos membros da Igreja Ba-tista da Liberdade, pastoreada pelo nosso filho Carlos Hen-rique Falcão, que juntamente com sua esposa Glaucieide, e também nossa filha Silvia e nosso genro Aristeu, da mesma igreja, tratam a mim e a Zênia com muito amor.

Estas reflexões são o fruto da minha preocupação com os pastores que precisam enfrentar a mesma situação. Aqui vão alguns conselhos, frutos da nossa experiência:

Saiba a hora certa de deixar o leme do barco. Os indica-dores são evidentes, às vezes subjetivos, e você precisa estar atento à voz do Espíri-to Santo. As glórias de um ministério passado não dão sustentação a um ministério cuja data de validade expi-rou, independentemente da competência, da vontade e da unção do servo do Senhor.

Prepare-se para a sua saída com dignidade e honra. A igreja não vai depender de você para continuar a servir ao Senhor. Vai depender do Senhor. Você levou tantos anos pregando confiança em Deus, agora chegou sua vez de confiar.

Cuide da sua saúde física, mental e emocional para, depois de deixar o ministério, poder continuar cantando “Eu quero encontrar um obscuro lugar na Seara do meu bom Senhor; enquanto for vivo, sim vou trabalhar, em prova do meu grande amor”. Deus tem um ministério, com cer-teza, para dar continuidade à sua vocação. Nada de ficar sonhando com uma rede pre-sa a dois coqueiros, numa boa sombra. Deus tem algo para você fazer aproveitando a sabedoria e a experiência que você ganhou no pastorado.

Não espere para fazer um novo projeto de vida após a sua jubilação ministerial. Comece a pensar nisso agora com sua família, enquanto está ativo na causa. Há mui-to para fazer no Reino de Deus fora do púlpito. E não deixe que outros tomem essa decisão por você. Chame a si a responsabilidade dessa escolha, em benefício do seu nome e em benefício da igreja que você ama e que aprendeu a amar você também.

Pr. Sylvio MacriIB Central em Oswaldo Cruz, Rio - RJ

Os tempos atuais são de intensa luta pela verda-deira família. Por

isso é bem adequado o tema anual da Convenção Batista Brasileira: “Família, o ideal de Deus para o ser humano.” Mais do que nunca em nosso meio é preciso dar ênfase à família nos moldes em que o Senhor a criou.

Sim, porque antes de mais nada é preciso frisar que a fa-mília é criação de Deus. Não se trata, como dizem alguns adesivos bem populares, de uma simples “ideia” ou mero “projeto” de Deus, mas de algo definido, pronto; uma obra de Deus, e, portanto, perfeita. O fato de o ser hu-mano falhar em estabelecer uma família segundo o padrão de Deus não invalida sua per-feição como obra do Senhor.

Aliás, esse tema é também feliz justamente por afirmar que existe um padrão divino para a família. A Bíblia afir-ma: “E Deus criou o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou.” (Gênesis 1.27). E, “Portanto, o homem deixará seu pai e sua mãe e se unirá à sua mulher, e eles serão uma só carne.” (Gêne-sis 2.24). Por toda a Bíblia fica bem claro que só existe família quando um homem e uma mulher se unem no casamento; não há nenhuma alternativa a esse padrão, por mais que queiram os ativistas homossexuais e seus simpati-zantes.

Outra coisa que esse tema igualmente lembra é que não há ser humano sem família. Uma criança é produto da semente do homem e da semente da mulher; ela pode nem conhecer o pai ou a mãe, ou ambos, mas eles existem e são responsáveis por cederem suas sementes para a sua concepção. Ne-nhum método conceptivo, por mais impessoal que possa parecer, prescinde da exis-tência de um espermatozoide e de um óvulo. Uma pessoa, para se realizar como tal, pre-cisa de uma família, precisa de um pai e de uma mãe, porque isso é o que pede a natureza do ser humano criado por Deus. Duas mu-lheres não serão nunca um pai e uma mãe. Dois homens não serão nunca um pai e uma mãe. Infelizmente, dois homossexuais e uma ou mais crianças, não constituem

uma verdadeira família como a criada por Deus.

A instituição familiar tem sofrido muitos ataques nos úl-timos tempos, além daquelas tentativas já seculares, como a prostituição, o adultério, a bi-gamia, o divórcio (antigamen-te conhecido como desquite), o homossexualismo e outras mazelas há muito conhecidas. Ultimamente, certas minorias de mente totalitária, mas mui-to bem organizadas, tem-se infiltrado no poder público (executivo, legislativo e judi-ciário) para efetuar mudanças na maneira natural de existên-cia da família. Por exemplo, há um projeto no Legislativo nacional que pretende eli-minar das certidões de nas-cimento a caracterização de “pai” e “mãe”. Desejam que as crianças sejam registradas sem que sejam identificados quem são seu pai e sua mãe, pois isto “constrange” os ho-mossexuais que querem ter filhos.

Outro exemplo é a decisão recente do mais alto poder ju-diciário de obrigar os cartórios de registro civil a realizarem casamentos de homossexuais. Entretanto, a Constituição Brasileira, que é a nossa lei maior, estabelece que ca-samento é uma união entre um homem e uma mulher. Para mudar isso é preciso uma emenda constitucional, mas os ativistas sabem que não conseguiriam aprovar tal emenda, e por isso agiram por outros meios. Aliás, esses ati-vistas têm um medo tremendo de que se faça um plebiscito nacional, conforme proposta de parlamentares evangélicos e católicos, para a aprovação ou não do casamento entre homossexuais,

Mas há outros grupos ten-tando destruir a família: po-líticos de esquerda radical, intelectuais das universidades, autores de novelas de TV, diretores e produtores de TV e cinema, artistas, jornalistas da mídia impressa e digital, escritores, empresários que se beneficiam de alguma ma-neira com a decadência da estrutura familiar, pervertidos sexuais de todos os tipos, etc. Eles nem sempre agem de ma-neira articulada, mas a miúdo percebemos sua ação. Por exemplo, a frequência com que os jornais noticiam uni-ões afetivas entre homosse-xuais e outros fatos parecidos.

Entretanto, não cremos que a família possa ser destruída, porque é criação de Deus, e ninguém pode destruir a obra de Deus. E também porque a família é fundamental para a

existência da humanidade. Destruir a família seria des-truir o próprio ser humano. Mas isso não quer dizer que podemos cruzar os braços, que podemos ficar descan-sados. Ao contrário, precisa-mos lutar bravamente pela família, por todos os meios lícitos. Isto inclui manifes-tações públicas de grupos organizados, posicionamen-to de pastores e líderes, no púlpito ou fora dele, pressão sobre o poder público (legis-lativo, executivo e judiciário) e resposta pronta a todo e qualquer ataque que presen-ciarmos contra a família.

Porém, a maneira mais acertada de lutar pela família não é nada disto. Lutaremos muito melhor pela verdadeira família cristã, construindo verdadeiras famílias cristãs. À medida que os cristãos praticarem o ideal de Deus para a família em sua própria casa, teremos a mais pode-rosa arma para derrotar seus inimigos. À medida que os crentes em Cristo demonstra-rem em sua vida familiar que existe um padrão determina-do por Deus e que ele funcio-na de fato, cairão por terra os argumentos adversários.

O problema é que uma grande parte das famílias de nossas igrejas está fracassando redondamente em cumprir o ideal divino. Pesquisa feita nos Estados Unidos da Amé-rica fez uma surpreendente descoberta: as pessoas que frequentam igreja se divor-ciam muito mais do que as que não frequentam. No Bra-sil não foi feita nenhuma pes-quisa assim, mas é provável que não seja muito diferente.

O mundo carece de exem-plos, de modelos. Faça um teste: tente listar quantas pes-soas você conhece cujos casamentos já duram mais de trinta anos, depois, mais de quarenta anos. E não estou falando só do tempo de dura-ção da relação, mas também da qualidade da relação, de algo que possa ser usado como exemplo.

Quando todos os lares de nossas igrejas se transforma-rem em verdadeiras famílias segundo o ideal de Deus, tere-mos um mundo diferente, uma nação diferente, porque, como disse Jesus, somos o sal da terra e a luz do mundo. E esse sal e essa luz penetrarão a sociedade de tal forma, que as pessoas saberão que existe um padrão de família: a que Deus criou, e continua criando por meio daqueles que se submetem a ele. Porque a família é o ideal de Deus para o ser humano.

6 o jornal batista – domingo, 11/05/14 reflexão

Caminhos da Mulher de Deus

O que faz uma mulher ser mãe: ação ou emoção?

No amor, ação e emoção andam juntas porque amor não é amor até que se transforme em ação. Então o que faz uma mãe é o amor: ação e emoção;

A ação que faz uma mulher ter um filho, do seu corpo ou do coração, permeada pela emoção;

A ação de amamentar e acalmar o bebê quando chora, acalentada pela emoção;

A ação de cuidar de feridas do corpo e da alma, contendo a emo-ção;

A ação de relegar projetos e so-nhos para um segundo plano, ama-durecendo a emoção;

A ação de conciliar diversas fun-ções simultâneas, administrando a emoção;

A ação de formar uma rede de apoio com avôs e avós, babás e es-colas, dividindo a emoção;

A ação de cuidar sozinha dos fi-lhos, fortalecendo a emoção;

A ação de ensinar, orientar, orar e ensinar os filhos a andarem com Deus, disciplinando a emoção;

A ação de defender os filhos contra as investidas da maldade humana, da violência da terra, guardando a emoção;

A ação de deixar aos filhos as escolhas da vida, trabalhando a emoção;

A ação de beijar, abraçar, cheirar, seja em que tempo for, extravasando a emoção;

A ação de receber cuidado e ca-rinho porque os anos se passaram, vivendo a emoção;

E é assim que uma mãe se faz: em ação e emoção. Em amor.

Porque o amor é a emoção em ação!

ZENILDA REGGIANI CINTRA, pastora e jornalista, Taguatinga, DF.

Pr. João Marcos PedrosaPIB em Castelo - ES

“Porque Cristo enviou-me, não para batizar, mas para evangelizar; não em sabe-doria de palavras, para que a cruz de Cristo não se faça vã. Porque a palavra da cruz é loucura para os que pe-recem; mas para nós, que somos salvos, é o poder de Deus” (I Co 1.17,18).

A cruz de Cristo, e tão somente ela, é o símbolo que maior fascínio exerce so-

bre o mundo. Segundo o apóstolo Paulo, a mensagem da cruz é loucura para aque-le que ainda não conhece Jesus como Salvador, mas é o poder de Deus para os que

são salvos mediante a fé em Cristo. Sempre é importante relembrar que não há salva-ção a não ser em Cristo Jesus.

Relembrar que o sacrifício do Cordeiro de Deus na cruz foi plenário e irrepetível, ou seja, que religião, boas obras e a intercessão dos santos de nada adiantam para a salvação do homem. Afinal de contas, sacrifício pleno como ato perfeito de Cristo na cruz é também salvação plena em seus resultados para com o pecador. A Bíblia diz: “Portanto agora nenhu-ma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o espí-rito” (Rm 8.1).

Relembrar que foi a morte de Cristo na cruz o único

meio para satisfazer a justiça de Deus. Então, buscar a me-diação em alguém, por mais exemplar que tenha sido seu testemunho de vida, é anular a eficácia do sacrifício do Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. Mediação que não se dá por intermédio de Jesus não é mediação. É mediunidade.

Relembrar que a cruz de Cristo é a evidência maior da graça de Deus e que a cruz não é em si mesma, a pró-pria graça. Graça é benefício imerecido. É favor concedido por Jesus. É bondade pura do Filho do Homem para com o homem em sua condição de desgraça. A graça de Deus está personificada em Jesus, e a cruz é o símbolo por exce-lência desta personificação.

Relembrar que todo o po-der para vencer Satanás vem do Cristo da cruz e jamais da cruz de Cristo enquanto símbolo, pura e simplesmen-te. Obviamente, há muitas cruzes que não são de Cristo e muito menos sinalizam para a história da redenção do ho-mem. São cruzes estilizadas em prata, ouro ou diamante em que o estilo de vida do usuário constitui-se em escân-dalo ao evangelho de Cristo e, portanto, em negação da fé em Jesus como Salvador. Então é forçoso relembrar que inócua é a devoção de enver-gar no peito um crucifixo se o fiel não tem Cristo fixo em seu coração. Jesus no coração só acontece mediante arrependi-mento e novo nascimento. É obra do Espírito Santo e não

de uma estrutura eclesial. Então, é preciso trazer à me-mória religiosa dos cristãos de todas as tradições que o papel da igreja é evangelizar o mundo, “não em sabedoria de palavras, para que a cruz de Cristo não se faça vã”, como testifica de forma cabal o apóstolo aos gentios.

A cruz de Cristo não pode perder o seu fascínio para cada um de nós, ou seja, o resplen-dor de seu irresistível poder de atração a Jesus (Gl 2.20). Afinal, é fascinante ver o ser humano totalmente humilha-do pela sua condição de pe-cador rendendo-se por inteiro aos pés da cruz de Cristo e, assim, declarando sua fé em Jesus como único e suficiente Salvador. É isto. Nada mais nada menos do que isto.

7o jornal batista – domingo, 11/05/14missões nacionais

Redação de Missões Nacionais

Pastores e líderes de evange l i smo , de diversos países da América Latina, par-

ticiparam do Congresso da União Batista Latino Ameri-cana, no Seminário Teológi-co Batista do Sul do Brasil, no Rio de Janeiro (RJ). Duran-te o evento, os participantes foram impactados pelas pa-lavras edificantes ministra-das nas palestras, reuniões e cultos de celebração.

Na noite de abertura do congresso, o pastor Iván Mar-tinez, presidente da UBLA, pregou com base em Ro-manos 12, e falou sobre a importância de estarmos preparados para servir. “Ne-cessitamos de homens e mu-lheres comprometidos com o Senhor. Nosso serviço ao Senhor deve ser diligente. Os cristãos primitivos foram conhecidos não porque an-davam com pergaminhos embaixo do braço, mas por-que falavam e agiam como Cristo”, declarou.

No culto do segundo dia, o pastor Luis Rivera Pagán, de Porto Rico, foi o preletor. Com base no texto de Za-carias 9.9,10, ele apontou as Escrituras como a fonte de esperança para povos devastados pelos diversos ti-pos de violência. “Podemos viver com alegria, podemos viver com esperança. A es-perança nos permite, apesar de todos os males, procla-mar a glória de Deus. Ore-

mos continuamente para que sejamos, sobretudo, anunciadores da redenção”, afirmou.

Pastor Luiz Roberto Silva-do, presidente da Convenção Batista Brasileira, comparti-lhou, no terceiro dia do even-to, uma mensagem baseada em Josué 4.1-24. Ele falou sobre liderança espiritual, e destacou a importância de ações feitas para a glória de Deus. Em entrevista, ele afirmou que o evento foi também um meio impor-tante tanto para os líderes brasileiros como para os dos outros países, que puderam conhecer um pouco mais da obra dos batistas no Brasil. “O Brasil tem um papel mui-to importante na liderança de todo trabalho da União Batista Latino Americana (UBLA), e este evento em nossa casa ajuda para que eles percebam o quanto são bem-vindos e o quanto nós desejamos trabalhar junto com eles.”

Além dos cultos, pales-tras sobre temas variados também fizeram parte da programação durante as manhãs e tardes dos dias em que ocorreu o evento. Um dos temas abordados foi Liberdade e justiça: áreas de atuação, ministrado pelo pastor Raimundo Barreto, coordenador de Liberdade, paz e justiça, da Aliança Batista Mundial. Ele falou sobre o trabalho batista em diversos países nos quais muitas pessoas sofrem por causa da injustiça social.

Congresso da UBLA marca lançamento do movimento Jesus

Transformação e Vida

Segundo Pr. Iván, a UBLA tem o porpósito de promover a integração dos batistas latino-americanos

Culto de lançamento dos 100 Dias de Oração pela América Latina

Diretoria da UBLA

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8 o jornal batista – domingo, 11/05/14

“As palestras foram muito proveitosas. Me surpreen-deu saber que outros países enfrentam problemas seme-lhantes aos nossos. E todos os palestrantes têm apontado como solução o ensino da Bí-blia”, relatou Jucirema Cauti-vo, da Primeira Igreja Batista de Nova Iguaçu, participante do congresso.

Para o pastor Josué Claros, diretor do Seminário Teo-lógico Batista de Honduras, que veio pela primeira vez ao Brasil para participar do congresso, a importância do evento são as abordagens teológicas, que fornecem medidas válidas que podem ser implementadas pelos par-ticipantes em seus países. O objetivo do congresso foi justamente abordar concei-tos fundamentais para o de-senvolvimento ministerial, crescimento da igreja, inte-gração das novas gerações, evangelismo, entre outros. A reunião de todos os países latinos, incluindo a partici-pação de missionários norte--americanos, representou o lançamento da campanha Jesus, Transformação e Vida, que visa promover ações de oração, evangelização disci-puladora e plantação de igre-jas em toda a América Latina.

“Pudemos ver a materiali-zação dos planos por meio das palestras e pregações. Mas há algo que ultrapas-sa tudo isso, que é o calor humano de cada um dos nossos irmãos batistas do Brasil e o apoio da Conven-ção Batista Brasileira, e em especial o homem de Deus, pastor Fernando Brandão, que foi usado com muita au-toridade e poder para trazer este evento para o Rio de Janeiro”, declarou o pastor Iván Martinez, que também fez questão de destacar que a UBLA foi fundada em 1976, em Cochabamba, na Bolívia, justamente com o propósito de promover a integração dos batistas latino-americanos.

Este movimento é impor-tante para mobilizar e en-volver diversas convenções batistas, bem como associa-ções, organizações, igrejas, pastores e líderes que estão sendo usados pelo Senhor para impactar o continente por meio da proclamação da Palavra transformadora do evangelho. “Tivemos, verda-deiramente, uma satisfação em promover associações entre os países para traba-lharem juntos, o que creio que é o mais importante. Um país se unindo a outro, con-tribuindo com seus recursos e possibilidades para avan-çar com o reino do Senhor e aumentar a obra batista no continente”, afirmou o pastor Andrés González, secretário da UBLA.

O congresso da UBLA no Rio também marcou o lança-

mento dos 100 Dias de Ora-ção pela América Latina, e da música oficial (em português e espanhol) do movimento Jesus, Transformação e Vida. Também houve o lançamen-to dos livros Igreja Multipli-cadora e Pequeno Grupo Multiplicador, em espanhol.

O culto de lançamento da campanha de oração ocor-reu na Primeira Igreja Ba-tista do Rio de Janeiro, e foi transmitido em tempo real pela Internet. Os momentos de louvor a Deus e clamor pelos desafios missionários no continente americano foram impactantes. Em bre-ves palavras, o pastor Par-rish Jacome, diretor-geral da União Batista Latino Ame-ricana (UBLA), relacionou cada pilar da visão de Igreja Multiplicadora com o mo-vimento Jesus, Transforma-ção e Vida. Segundo ele, a proposta deste movimento é envolver todas as igrejas batistas do continente para que sejam multiplicadoras, promovendo o avanço do evangelho com mais vidas salvas e mudadas por Cristo.

A participação do Coral Cristolândia, que reuniu 120 vozes em louvor a Deus pela transformação da vida de cada um deles também foi um momento emocionante do culto que representou o último dia do congres-so. Ainda no culto, foram expostos os planos para a realização da TRANS Copa 2014, que receberá volun-tários não apenas do Brasil, mas de vários países, para que os torcedores sejam evangelizados.

Pastor Fernando Brandão, diretor executivo da Junta de Missões Nacionais, falou sobre os desafios e oportu-nidades de evangelismo no continente, e apresentou o livro da campanha de oração deste ano. “Agora temos um minuto de oração também pela América Latina. O livro contém todo o programa para você participar desta cam-panha e envolver sua igreja. Por meio de uma América Latina mobilizada em oração, Jesus mudará a história deste continente”, disse o pastor Fernando Brandão.

Não fique de fora desta grande mobilização de ora-ção para que mais vidas se-jam alcançadas nas Améri-cas. Para adquirir o livro dos 100 Dias de Oração pela América Latina, e os livros de Igreja Multiplicadora e Pequenos Grupos Multiplica-dores, em português ou espa-nhol, escreva para [email protected] ou entre em contato com a Cen-tral de Atendimento: Do Rio de Janeiro - (21) 2107-1818 / Outras capitais e regiões metropolitanas - 4007-1075 / Demais localidades - 0800-707-1818

Apresentação do Coral Cristolândia no último culto do evento

Momento de oração pelos países representados no congresso

Pr. Parrish destacou a importância de que todas as igrejas do continente sejam multiplicadoras

Uma das palestras edificantes do congresso

missões nacionais

Fotos: Selio Morais

9o jornal batista – domingo, 11/05/14reflexão

Eimaldo VieiraPastor Emérito da IB Nova Jerusalém, Cabo Frio - RJ

Todos reconhece -mos que o objetivo imediato de nossa leitura bíblica é che-

garmos ao sentido original da mensagem de Deus em cada texto ou trecho de sua Palavra. Sabemos que nesse caminho há muitas dificul-dades e barreiras a transpor. Quem ainda se lembra dos prolongados duelos entre Reis Pereira e Werner Ka-chel, meus saudosos profes-sores, em O Jornal Batista, sobre os olhos de Léia, se tenros, delicados, tímidos ou mesmo desagradáveis (Gn 29.17)?

E aquela questão da morte dos santos, se preciosa ou pesarosa aos olhos do Se-nhor, em outro importante debate dos mesmos honrados mestres (Sl 116.15). Neste último exemplo, a importân-cia devocional e teológica se torna ainda mais significativa. E assim passamos sempre por textos decisivos para a prepa-ração de nossas mensagens, sempre buscando humilde e honestamente o melhor resultado possível para a edi-ficação do povo de Deus.

Falamos em traduções boas e ruins, antigas e modernas, corretas e incorretas, aprova-das e reprovadas. Alguns de vocês trazem em suas estan-tes o livro A Bíblia Traída, do saudoso Pastor Aníbal, de posição bem conservadora. Os exemplos pró e contra essa ou aquela tradução se multiplicam em todo o mun-do cristão.

Creio que o nosso melhor caminho é considerar a tra-dução que preciso no pre-sente momento. Os próprios editores procuram conhecer a natureza do maior público a ser alcançado, antes de suas publicações. Se estou preparando ou executando o culto ao Senhor, creio que o melhor é fazer uso de uma versão corrigida de Almeida, considerando a intimidade

da família evangélica com o tradicional texto, e isso já há cinco ou seis gerações, partindo apenas da década de 1880, início histórico dos batistas no Brasil.

Pode ser que devemos ob-servar o mesmo critério ao nos reunirmos em família, principalmente no exercí-cio de decorar passagens notoriamente devocionais e evangelizadoras. E por que não presentear os filhos ini-ciantes em leitura com uma boa tradução moderna do maravilhoso livro?

Se estou a sós com o Se-nhor, posso adotar uma ver-são a cada ano ou ler o mes-mo trecho em duas versões diferentes todos os dias, ou ainda diversificar minha lei-tura de algum outro modo entre o tradicional e o mo-derno.

Se estou preparando o pró-ximo sermão, diversas ver-sões serão muito bem vindas naquela preciosa leitura que antecede qualquer divisão formal da mensagem. Aqui, a pesquisa pode e deve se tornar bem ampla. A Almeida me aproxima do modo orien-tal de falar dos patriarcas, profetas, reis e escritores sa-grados em geral. Faz lembrar os coloquialismos brasileiros. Levantar o calcanhar, lavar as mãos na inocência, deixar o sol se por sobre a ira...Nessa fase, o exame dos ori-ginais hebraicos, aramaicos e gregos será ainda mais útil e pitoresco. A Bíblia na Lin-guagem de Hoje me mostrará como aquele sentido original pode ser expresso na língua e linguagem que o povo co-nhece.

Se estou pregando, pos-so também fazer variações como de um bom clássico musical, começando pelo tradicional e transportando o pensamento dos ouvintes pelo uso de versões moder-nas, como no Salmo 41,...levantou contra mim o seu calcanhar para...tornou-se meu inimigo, me traiu. Salmo 26, ...lavo as minhas mãos na inocência para...lavo minhas

mãos para mostrar que sou inocente. Ef. 4.26,...não se ponha o sol sobre a vossa ira para...não fiquem o dia inteiro com raiva,ou, ...não deixem que o dia se acabe sem perdoar aquele que ma-goou vocês.

Quem acompanhou o meu raciocínio deve ter concluído que não há uma única tradução ou edição boa ou correta. Também sabemos que não há uma tradução perfeita, pois tería-mos que procurar os papiros

originais de Moisés e de toda a galeria dos autores sagrados antigos e os perga-minhos do Novo Testamen-to, entendendo todos com absoluta perfeição.

E como este artigo não pre-tende ser técnico, mas acima de tudo devocional, lembro--me daquela jovem órfã, a quem perguntaram: Qual a melhor tradução da Bíblia para você? E ela respondeu: “– A melhor tradução da Bí-blia que conheço é a minha saudosa e querida mãe!”

Afinal, tudo quanto esta-mos proclamando, escre-vendo, traduzindo, editando ou realizando é para que muitas traduções vivas, como aquela mãe, sejam impressas pelo divino Espírito e lidas por multidões. Com certeza, esta é a melhor tradução da Bíblia .

Entre muitos exemplos des-sas notáveis mães-bíblias, Davi se lembra também da sua vida... porque eu te sir-vo, Senhor, como te serviu minha mãe.

10 o jornal batista – domingo, 11/05/14

Rogério Araújo Diácono, jornalista, ministro de comunicação e 1º Secretário da Igreja Batista de Neves, São Gonçalo, RJ.

A Igreja Batista de Neves completou em 30 de março de 2014 os seus 84

anos de organização. Uma data festiva para todos os irmãos da igreja que relem-bram com alegria de sua tra-jetória de lutas e vitórias ao longo de todo esse tempo.

84 anos: “Jubileu de Cri-sântemo”, uma flor belís-sima chamada de “flor de ouro” que somente existia a espécie amarela, mas hoje existem outras cores. Esta flor é sinônimo de vida cheia e completa.

“Transformando vidas atra-vés do evangelho de Cristo” é a missão da igreja ao longo de 84 anos. Quantos ho-mens e quantas mulheres de Deus deixaram suas marcas neste local! Todos capacita-dos pelo Espírito Santo e for-talecidos pelo poder vindo dos altos céus.

A comemoração desta data festiva ocorreu nos dias 29 e 30 de março do corrente, quando foram realizadas programações especiais em gratidão pelos seus 84 anos. No primeiro dia (sábado à noite), com o pastor Mãnu Mezabarba (IB Condados, Guarapari, ES) e Grupo Vo-calis, que edificaram a todos que ali puderam ouvir suas mensagens. No segundo dia (manhã), com o momento que relembrou o membro há mais tempo na igreja, o qual aos seis anos dava água aos pedreiros na construção do templo, e um recém-ba-tizado, chamados à frente, e com uma oração de gratidão feita e a presença do pas-tor Rainerson Israel (pastor de jovens da IB Central da Barra da Tijuca, RJ), com palavra para a igreja em seu

momento comemorativo. E, encerrando, à noite, com as “pratas da casa”, com a pregação do pastor Valtair Miranda (pastor da igreja) e com participação musical do ministério de louvor e de um conjunto que estreou nesta oportunidade, inspirando nesta noite abençoada. E, ainda, foi servido no salão de festas um delicioso jantar.

E, por uma coincidência, o pastor Valtair, comemorou no mesmo dia da igreja o seu aniversário e ainda por cima a metade de sua idade, ou seja, 42 anos, fato inusitado que jamais se repetirá. E so-bre isso disse: “A sensação é muito boa. A igreja completa 84 anos, o que significa que é bem estabelecida na comu-nidade por várias gerações. Boa parte dos nossos vizi-nhos veio ao mundo com a igreja já neste lugar. Isso dá a impressão de estabilidade, o que acaba facilitando o tra-balho. Quanto aos 42 anos de aniversário, é um belo reforço simbólico”.

Uma histórica de 84 anos

A Igreja Batista de Neves é igreja-filha da PIB de Niterói, que implantou um trabalho denominado Congregação da Lyra em 1912, na casa da Família Santa Rosa, na Rua da Lyra (atual Cel. Er-nesto Ribeiro), em Neves, São Gonçalo, RJ. O trabalho prosseguiu com muitas lutas e perseguições, mas, com a sabedoria do Senhor dada aos dirigentes e irmãos, a tudo superou.

A dedicação dos irmãos sempre surpreendeu. E os dons sempre foram coloca-dos diante do altar, desen-volvendo grandes obras: físicas, quando em seis me-ses construiu sem templo, de setembro de 1939 a março de 1940, quando foi inau-gurado e a construção de um ginásio em suas dependên-cias; e, também, espirituais,

pelos joelhos de irmãos que se dobraram para firmar a igreja na rocha e realizar grandes feitos para honra e glória do Senhor, como a do convite ao Coral da Igreja que cantou na inauguração de Brasília, em 1960, e o tricampeonato da Mocidade na “Maratona de Eficiência” (1963, 1964 e 1965), pro-movido pela Junta de Moci-dade, dentre outros.

A IB de Neves “gerou” três igrejas-filhas, todas no mesmo município: IB Porto da Madama (1952), IB Be-tuel (1963) e a IB Memorial em São Gonçalo (2003). Uma “árvore genealógica” que frutifica com essas fi-lhas e suas várias “netas” e bisnetas!

Em sua galeria histórica, conta com seis pastores, sendo cinco titulares e um interino: Pr. Manoel Avelino de Souza, de 1930 a 1934; Pr. Evódio Pinto de Queiroz, de 1934 a 1937; Pr. Wal-demar Zarro (interino), de 1937 a 1939; Pr. Alberto Araújo, de 1939 a 1996 – pastor titular por 56 anos, 9 meses e 20 dias e emérito in memoriam; Pr. Luiz Rober-to dos Santos, de julho de 1996 a julho de 2007. De julho de 2007 a outubro de 2008, a igreja foi dirigida pela diretoria estatutária, até à posse do novo pastor em 25 de outubro de 2008, Pr. Valtair Afonso Miranda, que exerce o ministério até a presente data.

Rendemos, assim, uma homenagem a todos os pas-tores da igreja!

MCA comemorou seus 85 anos

A organização Mulher Cristã em Ação foi fundada no dia 8 de abril de 1929, portanto em 2014 comple-tou os seus 85 anos. A sua importância é tanta que esta aconteceu um ano antes da própria igreja. A coo-peração na construção do

templo foi determinante. E elas ajudaram até mesmo a carregar pedra, cimento, areia e tijolo, colocando a “mão na massa” de verdade. Não é à toa que a obra ficou pronta em tempo recorde: seis meses.

Relembrar as irmãs que deixaram um legado para as gerações seguintes é mo-tivo de gratidão ao nosso Deus! Olhar para trás é ver as marcas de pessoas que não hesitavam em ajudar o próximo e aos trabalhos da igreja. Quantas mulheres foram e são destaques e que merecem ser lembradas! Não somente as que dirigi-ram esta organização, mas muitas outras que, com seu jeitinho, deram valiosa con-tribuição.

Pelas mãos femininas pia-nos foram magistralmente tocados, corais e congrega-ções regidos, salas e tem-plos decorados, materiais de construção levados, cafés e almoços preparados, abra-ços apertados, irmãos con-solados, grupos de oração realizados, microfones segu-rados para louvar e a Palavra de Deus pregada com uma voz fina na tonalidade, mas firme segundo as Escrituras Sagradas.

A igreja hoje rumo ao futuro

Atualmente, a igreja conta com cerca de 320 membros e a liderança do pastor Val-tair. O Ministério Diaconal, com dez membros consagra-dos em 24/10/2009, e com 10 ministérios auxiliares: Ação Social, Administração e Mordomia, Comunhão e Recreação, Comunicação, Discipulado, Educação Cris-tã, Evangelismo e Missões, Família, Louvor e Adoração e Oração.

Pastor Valtair chegou à igreja ainda seminarista e foi também pastor auxiliar, sen-do eleito pastor titular quase cinco anos. Assim, afirma

que “isso significa que pude acompanhar a constituição de várias famílias, a forma-ção de vários profissionais, o batismo de muita gente, o surgimento de tantos líderes. Só posso ver isso como um privilégio”.

Quantos homens e quan-tas mulheres de Deus pas-saram por aqui e deixaram suas marcas no trabalho neste local? Pastores, diá-conos, líderes e irmãos em geral. Todos capacitados pelo Espírito Santo e fortale-cidos pelo poder vindo dos altos céus.

A igreja tem crescido com uma juventude belíssima. Conseguem somente nas redes sociais marcar suas programações e surpreen-der com a frequência obtida com o uso da tecnologia.

Com os desafios lançados, a igreja conseguiu duas vi-tórias recentes: uma Kombi para transporte de irmãos en-fermos e idosos e locomoção para eventos, em 2012 e, agora, em 2014, o ar condi-cionado, já que o verão cas-tigou a todos este ano, sendo possível adorar a Deus com temperatura climatizada, mas não deixando o cora-ção aquecido pelo Espírito Santo.

Sem esse passado abenço-ado por Deus não existiria o atual presente; e o hoje, se não for dedicado ao Senhor, não existirá futuro. Que todos possam ser sempre “crisântemos” por onde pas-sarem para que Cristo seja visto, brilhando como ouro para que todos percebam a diferença que ele traz: uma vida em plenitude.

E, assim, a IB Neves está rumando para o “Jubileu de Girassol”, nos 85 anos, em 2015.

Gratos a Deus e parabe-nizando a todos que de um modo ou de outro colabo-raram e fazem parte desta história. Afinal, são 84 anos bem vividos no Senhor!

Igreja Batista de Neves: 84 anos da igreja e 85 anos da MCA!

Pastor Valtair e os coordenadores dos dez ministérios da igrejaMulheres Cristãs em Ação de Neves: 85 anos

Fotos: Consuelo Lustosa

notícias do brasil batista

11o jornal batista – domingo, 11/05/14missões mundiais

Marcia Pinheiro – Redação de Missões Mundiais

Você orou e o ônibus do projeto Missão Móvel, desenvolvi-do na Itália, fez sua

primeira viagem inaugural em abril. Um dos principais parceiros e incentivadores do projeto, os missionários Fernando e Ione Pasi, estão satisfeitos com os resultados desta ação, que tem levado a mensagem do evangelho a moradores de várias cidades italianas.

Segundo o Pr. Fernando Pasi, o obreiro da terra Sal-vatore Capitri já está em via-gem pelo Missão Móvel. Ele passou por Gênova, onde re-alizou um trabalho com uma igreja local. O ônibus esteve estacionado em uma das principais praças da cidade.

“Continuando o itinerário missionário, nosso ônibus ficará alguns dias em Assis,

Willy Rangel – Redação de Missões Mundiais

A missionária Adria-na Noeme está há pouco mais de seis meses em campo

com Cristo na Bósnia-Herze-govina e participou de uma conferência de mulheres ba-tistas do país.

cidade mais católica da Itália. Depois passará por outras localidades, concluindo seu trajeto missionário em Tre-viso, na Igreja Evangélica Batista Ágape, onde estão os casais missionários da JMM Caio e Astride Bottega e Luiz Cláudio e Denise Martelet-to”, disse Pasi.

O veículo do Missão Móvel ficará estacionado em uma praça de grande movimen-tação no centro de Treviso, apoiando a quarta edição do Soffio di Luce, que a Igreja Batista Ágape promoverá em junho. Uma oportunidade para falar do amor de Deus através da música, artes cêni-cas e de brincadeiras.

“Continue orando por este projeto que nasceu no co-ração de irmãos italianos, visando a evangelização deste país, com parceria e apoio da Igreja Bíblica Ba-tista de Milão”, pede o Pr. Fernando Pasi.

“Vieram mulheres de vá-rias cidades do país, e 30 estiveram presentes. Foi uma bênção! Elas ficaram anima-das para fazermos encontros em outras cidades”, conta a missionária.

Adriana chegou a este novo campo de Missões Mundiais com a missão de ajudar na expansão do trabalho batista

na Bósnia-Herzegovina. O desafio é grande, pois em todo o país existem apenas cinco igrejas batistas.

“Estamos participando de um treinamento para plan-tação de igrejas através de pequenos grupos, e os irmãos bósnios estão muito interes-sados. Nossa oração é para que coloquemos esse plano

em prática e para que o Rei-no de Deus se multiplique”, diz Adriana.

Com a chegada da primavera no Hemisfério Norte, as ativi-dades com jovens e crianças fi-cam mais atrativas, pois podem ser realizadas ao ar livre.

“Alguns grupos de outros países vêm realizar ativida-des com as igrejas e ajudar

no evangelismo”, explica Adriana.

“Sei que estamos juntos, o seu apoio é fundamental para que prossigamos nessa caminhada. Com seis meses aqui na Bósnia--Herzegovina, o tempo passa rápido, e tenho visto o cuidado do nosso Pai comigo. As lutas são muitas, mas as vitórias são maiores”, conclui a missionária.

Missão Móvel entra em ação na Itália

Ônibus do Missão Móvel também apoiará evento gospel

Adriana Noeme (à esquerda), missionária da JMM na Bósnia-HerzegovinaConferência de batistas da Bósnia reuniu mulheres de todo o país

Missionária participa de conferência de batistas bósnias

Celebração do Centenário de nascimento de Sóstenes Pereira de Barros

12 o jornal batista – domingo, 11/05/14 notícias do brasil batista

No último dia 27 de março de 2014 realizou-se o Culto Memorial de Cele-

bração a Deus pelo Centená-rio de nascimento do Pastor Sóstenes Pereira de Barros (1913-1986). Promovido pela Convenção Batista do Pará – COBAPA - e realizado na Igreja Batista do Telégrafo, na capital do Estado, onde o pastor Sóstenes concluiu seu último ministério pastoral, o culto contou com a represen-tação de várias igrejas do cam-po batista paraense, além de familiares, irmãos em Cristo, ex-ovelhas, ex-alunos e inú-meros amigos que, de alguma forma, participaram de seu ministério. A Primeira Igreja Batista de Santarém, seu pri-meiro ministério no campo, foi representada pelo Ministro de Música, irmão Francisco Sou-sa, que dirigiu a programação.

O orador da noite foi o pastor Irland Pereira de Aze-vedo, amigo e testemunha do ministério do pastor Sós-tenes desde Santarém-PA. Sua mensagem, baseada em Hebreus 13.7, destacou qua-lidades que testemunhou em seu amigo de ministério, como liderança local e deno-

minacional, acompanhada de participação social na região do Baixo Amazonas, que se materializou tanto na organi-zação do Instituto Batista de Santarém - que além de esco-la oferecia internato - quanto na criação da Cooperativa Agrícola do Arapiuns, inédita na época, e do abrigo para doentes que afluíam de loca-lidades ribeirinhas.

Na região de Belém e arredores, sua ação social

concentrou-se na criação e implantação do Lar Batista da Criança, em Santa Izabel do Pará, iniciativa partilhada por membros de diversas igrejas da capital. Ao relatar esses fatos, o pastor Irland desafiou os atuais líderes a também se prepararem para uma partici-pação social e política efetiva em seus campos de atuação.

A família Barros, repre-sentada pelas filhas, genros, sobrinhos, netos e bisnetos

do pastor Sóstenes, celebrou a fidelidade de Deus que perdura há cinco gerações com o canto da música “Con-sagração” (VPC).

Além da COBAPA, que promoveu o culto, manifes-taram-se na ocasião o pastor David Bowman Riker, Rei-tor do Seminário Teológico Batista Equatorial – STBE, o pastor Ruy de Nazaré Barata Machado, Presidente da Or-dem dos Pastores Batistas do

Brasil – OPBB/Seção Pará, e o irmão Aloísio Freire de Oliveira, da Igreja Batista do Telégrafo. Ao final, a COBA-PA entregou placas come-morativas às irmãs Lídia de Barros Braga e Rísia de Barros Coelho, filhas do pastor Sós-tenes, ao pastor Irland Pereira de Azevedo, aos pastores Ví-tor Hugo Mendes de Sá e Ruy Gonçalves Ferreira, respecti-vamente Presidente e Diretor Executivo da COBAPA, e aos demais membros do Conse-lho dessa Convenção.

Foi um culto de grande enlevo espiritual e estímulo aos líderes presentes para que continuem valorizando e honrando homens e mu-lheres que se destacam e se destacaram no avanço da obra de Deus, servindo assim de testemunho para presentes e futuras gerações.

Fontes:Acervo da família;COBAPA: http: / /www.

cobapa.org.br/portal/cente-nario-de-nascimento-do-pr--sostenes-p-barros/

https://www.flickr.com//photos/100702516@N03/sets/72157643224412985/show/.

Trinta Anos do Seminário Teológico Batista de Niterói

— Jubileu de Pérola —

13o jornal batista – domingo, 11/05/14notícias do brasil batista

No dia 14 de mar-ço deste ano foi comemorado o Jubileu de Pérola

do Seminário Teológico Ba-tista de Niterói, que surgiu sob a inspiração do pastor Nilson do Amaral Fanini e que começou como campus avançado do Seminário Teo-lógico Batista Fluminense, este sediando em Campos. No culto de inauguração, o pregador foi o pastor Ebe-nézer Soares Ferreira, então diretor do Seminário Teo-lógico Batista Fluminense. O tema da mensagem foi “Uma grande porta aberta”. Hoje, o pastor Ebenézer é o diretor geral do Seminário de Niterói, instituição teoló-gica ligada à PIB de Niterói.

A solenidade comemora-tiva do Jubileu de Pérola do Seminário foi bem concor-rida. O pregador foi o Dr. Irland Pereira de Azevedo, que falou sobre “O seminário de Jesus e o Seminário de Niterói”.

Na ocasião, foi lançado o livro História do Seminário Teológico Batista de Niterói – 30 anos – Jubileu de Pérola, de autoria do seu diretor, o pastor Ebenézer Soares Fer-reira. Na obra, o autor realça a influência do Seminário, destacando oito ex-alunos da primeira turma – 1987. Aqui transcrevemos o que foi publicado no livro:

Desta turma, têm se des-tacado na denominação os seguintes alunos:

Do curso de TeologiaAécio Pinto Duarte

É pastor da Quarta Igreja Batista de Macaé, onde exer-ce grande ministério pastoral e educacional. Foi presidente da Associação Serramar e presidente da Ordem dos Pastores, seção Fluminense. Recebeu o título de Doutor em Divindade.

Augusto Carvalho RodriguesFoi pastor de igrejas no

Estado do Rio de Janeiro e no Estado de Minas Gerais. Foi diretor executivo da Or-dem dos Pastores, seção Flu-minense. É o atual diretor executivo da Ordem dos Pastores Batistas do Brasil.

Dinelcir de Souza LimaÉ filho do pastor Delcyr

de Souza Lima. É autor dos

livros O Espírito Santo se-gundo as Escrituras e Sermão do Monte. Foi professor do Seminário Teológico Batista de Niterói.

Elen da Silva Barreto Man-cebo

É casada com seu cole-ga de turma, pastor Eliéser Mancebo Reis, que exerce o pastorado na Segunda Igreja Batista de Itaipu. É profes-sora de hebraico, há muitos anos, no Seminário Teoló-gico Batista de Niterói, no Seminário Teológico Batista de Alcântara, e no Centro Integrado de Educação e Missões (CIEM). É diretora acadêmica do Seminário Teológico Batista de Niterói, desde 2007.

Juscelino SilvaÉ pastor em Belo Horizon-

te, MG. Tem doutorado em Direito e em Teologia. Faz pós-doutorado nessas duas áreas. Leciona no Seminário Teologia Batista Mineiro.

Sócrates Oliveira de SouzaÉ o diretor executivo da

Convenção Batista Brasileira. Recebeu título de Doutor em Divindade pelo Seminário Teológico Batista do Norte do Brasil. Foi professor no Seminário Teológico Batista de Niterói.

Do curso de Educação Religiosa

Lúcia Cerqueira Coelho de Souza

É casada com o pastor Só-crates Oliveira de Souza. É formada em Psicologia; é terapeuta de casal e família, com especialização em tera-pia sistêmica. Recebeu o tí-tulo de mestre em Educação, com a apresentação da tese “Qualidade de vida na ter-ceira idade: novos enfoques nessa relação”. Foi professora do CIEM; é professora no Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil.

Do curso de Música SacraMarciano Gregório dos San-tos Netto

Após exercer o ministério de Música Sacra em várias igrejas e de ser professor do curso de Música Sacra no Seminário, viajou para os Estados Unidos, onde está terminando o doutorado em Música Sacra.

O pastor Delcyr de Souza Lima foi, por vários anos, diretor do Seminário de Nite-rói, e era auxiliado pela filha, professora Delcinalva, que exercia a função de diretora acadêmica.

O Seminário é mantido pela PIB de Niterói e di-r igido por um Conselho de 12 membros da PIB de Niterói: Alberto Aparecido de Santana, Carlos Sylvestre Lisboa Batalha, Délio Lima de Amaral – presidente, Demóstenes Ferreira de Al-meida, Gilmar Pereira de Souza, Helenice Morett Ro-mano, Jadir Rodrigues Bas-tos, Jadson Gabriel Coelho

Dias, Jael Carvalho de Sou-za Costa, José Octávio dos Santos, Maria Lúcia Vargas Caldas, Mauro Eduardo de Souza, Miriam Crisóstomo Marinho e Rubem Natan Ferreira Caldas.

O Seminário conta com a cooperação da professora Elen Barreto Mancebo, que é a diretora acadêmica; do pastor Flávio Motta, diretor administrativo; das secretá-rias Márcia Ferreira Martins e Cláudia Vidal; da biblio-tecária Lúcia Maria Guima-rães Borges; e do senhor Ariovaldo Soares Marins, responsável por serviços gerais.

Ressaltamos aqui a coope-ração que vários membros da PIB de Niterói, além do pas-tor José Laurindo Filho, têm emprestado ao Seminário: São eles: dr. Eli Francioni de Abreu, dr. Rubem Natan F. Caldas, dr. Ademir Paulo Pi-mentel, prof. Moisés Florindo e dr. Délio Lima de Amaral.

Verificou o leitor que o Seminário de Niterói vem desempenhando com ga-lhardia a missão que o Se-nhor lhe conferiu de prepa-rar obreiros para a causa do evangelho, como pastores, ministros de música, mis-sionários e líderes denomi-nacionais.

14 o jornal batista – domingo, 11/05/14 ponto de vista

Mulher de Deus é aquela que tem origem em Deus (gênese)

e possui a sua qualidade (ética). Ela tem um compro-misso com o caráter do Pai. Este é o seu modelo de vida. O prazer dela é servir ao Senhor com alegria e simpli-cidade de coração. Sábia e inteligente. Prudente e resi-liente. Uma mulher de fibra, trabalhadora e que tem zelo por Deus e por sua família. Submete-se à liderança do seu marido e tem prazer na

sua relação com ele. Respei-tosa e criteriosa. O diálogo é um dos seus traços distin-tivos. Age com humildade e mansidão, tendo Jesus como o seu Mestre por excelência (Mt 11.29).

Educa os seus filhos com diligência. Forma neles o caráter de Cristo. Ensina-os a amarem a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo. Estimula-os ao estudo e ao trabalho diário, dando-lhes tarefas pedagó-gicas. Ela é uma educadora por excelência. Esta mulher

verdadeiramente edifica a sua casa. Ela é a mulher de Provérbios 31.10-31.

A mulher de Deus é ín-tegra, amorosa, vigorosa, criativa, proativa, sensível e econômica. Ela guarda as confidências no coração. Por-tanto, uma mulher de inteira confiança. Uma conselheira de altíssimo valor, que tem densidade bíblico-teológica. O seu prazer maior está na lei do Senhor e nela medita dia e noite. Mulher de oração constante, como estilo de vida. Tem na oração o seu

deleite. Intercede diariamen-te por sua família, sua igreja e pelos perdidos, movida de íntima compaixão.

Promove as devocionais com os filhos. É uma leito-ra assídua, garimpando o conhecimento para poder transmiti-lo. Busca o saber para poder ensinar. Traba-lha na igreja com muita ale-gria. Tem deleite em servir. Ajuda as pessoas pobres. Mobiliza voluntários para ajudarem outras pessoas nas suas necessidades. Como Dorcas, ela serve com os

seus dons e talentos em favor dos mais carentes (At 9.36-39).

Ela trabalha na construção de um forte, fundamentado nas Escrituras. É o ornamen-to e o perfume do seu lar. O elo entre o esposo (pai) e os filhos. Pronta para ouvir, tardia para falar e tardia para se irar (Tg 1.19).

Assim é a mulher de Deus. O Pai se alegra e é glorificado em vê-la agindo em confor-midade com a sua vontade, que é boa, agradável e per-feita (Rm 12.1,2).

15o jornal batista – domingo, 11/05/14ponto de vista

Um dos pontos es-senciais para a compreensão da vida é estudá-la

especialmente a partir da narrativa da criação, onde temos preciosos “constru-tos” (ideias fundantes) para compreendermos diversos assuntos que temos na Bíblia e na vida. Assim, vamos hoje tratar sobre o conceito fun-dante da mulher na criação.

Em primeiro lugar, é ne-cessário levar em conta a forma da construção literária da narrativa da criação, que segue em geral um princípio da composição hebraica de uma narrativa. Na criação temos em Gn 1.1 a narrativa geral – Deus criou o univer-so. Depois temos o destaque sobre como foi a criação da Terra e seus componentes, inclusive o ser humano (Gn 1.2-2.1). Em seguida, o de-talhamento da criação do homem e da mulher (Gn 2.3-25) e seus primeiros mo-mentos na vida. Veja que a narrativa começa com uma menção geral, depois vai “afunilando” o tratamento do tema até chegar ao ponto culminante da criação – o ser humano com quem Deus passaria a se relacionar.

É notório levarmos em conta a primeira menção da criação do ser humano que ocorre em Gn 1.27: “Criou Deus, pois o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou”. Temos aqui três frases literariamente construídas de modo a repetir a mesma ideia considerando três fatos – Deus, como agente criador; o ser humano como ser criado;

e a qualificação ou atributo da criação aplicado ao ser criado – imagem de Deus.

A primeira frase se dedica a identificar o criador, mas também menciona o que é criado e em que condições. Na segunda frase a ênfase está na condição ou qua-lificação da criação do ser humano (a palavra hebraica é “adam”) – ter sido feito à imagem de Deus. E, na ter-ceira frase, temos o ser hu-mano qualificado em macho (no hebraico, zacar) e fêmea (hebraico, n@quebah). A pri-meira lição que aprendemos aqui, em outras palavras, é que, tanto o homem quanto a mulher foram criados à imagem de Deus, portanto, como seres iguais. Poderí-amos também entender de forma geral o texto como que Deus criou a humanidade (adama: macho e fêmea) à sua semelhança. Temos aqui a heterossexualidade.

A palavra hebraica “adam” significa não necessariamen-te homem (macho), mas ser humano, raça humana. Nesta parte do Gênesis temos o uso desta palavra em alguns tex-tos ligados à ideia de homem (macho). Alguns comentado-res tentam explicar que aqui temos diversos textos que foram colecionados. Prefiro tratar aqui de outro modo, entendendo o texto de forma plana, isto é, uma narrativa uniforme. Noto também que quando a palavra “adam” está sozinha poderá até sig-nificar homem-macho, mas quando está em conexão com a ideia de homem (ma-cho) e mulher, geralmente tem o significado de natureza

humana, ser humano.Com isso em mente po-

demos avançar um pouco mais e entender que, dentro do programa de ação para suas vidas, Deus deu tanto ao homem macho, quanto à mulher, a tarefa de gerir a obra da criação – claro que dentro de seus limites humanos (Gn 1.28ss). O verbo dominar aqui (radar) significa dominar, governar. Como aqui está conjugado no imperativo podemos en-tender que é tarefa que faz parte determinante da ação humana. Estando conjugado no Qal pode dar a ideia de raspar, retirar, indicando que, tanto homem, quanto mulher devem atuar na natureza de modo a retirar dela seus re-cursos para a sobrevivência. Aliás, o texto até menciona a natureza como sua fonte de alimentação (no começo era vegetariana). Mas, tam-bém, acredito nela descobrir suas fontes para gerir a vida. Penso que aqui a ciência tenha o seu papel, quando descobrimos elementos da natureza para fabricar remé-dios, construir equipamentos (ferro, silício, etc).

Então aprendemos mais um fato – o imperativo da gestão dos fatos e fenômenos da natureza é um mandato tam-bém para homem e mulher e não apenas para o homem macho.

No terceiro momento da narrativa da criação, temos a descrição de como Deus ope-racionalizou o surgimento da mulher. Deus pega uma cos-tela (tsela) do homem (aqui “adam”), da qual “constrói” a mulher, que hoje poderíamos

chamar de clonagem huma-na. Vemos aqui a palavra “adam” sendo utilizada como se referindo ao macho, como anteriormente explicamos.

Esta parte é introduzida por Gn 2.18 que diz “(...)não é bom que o homem (adam, no hebraico) viva só; far-lhe--ei uma auxiliadora (ezer) que lhe seja idônea (kenegdo)”, ideia repetida no versículo 20. O texto original hebraico é revelador, pois a palavra hebraica que traduzimos por “auxiliadora” (que, no por-tuguês, dá a ideia de hierar-quia) é “ezer”, que significa ajuda, socorro e também é utilizada para descrever Deus como nosso socorro. Veja, por exemplo, nos Sl 20.2; 121.1,2; 124.8.

De modo que “ezer” não tem conotação hierárquica, mas em socorro, trazer algo que falta. Então, este texto não está colocando a mulher numa posição hierárquica inferior ao homem antes da queda, mas no papel de al-guém que veio a ser um so-corro ao homem (adam) para que ele não ficasse sozinho, trazer o que faltava.

Ainda mais, a palavra he-braica “kenegdo” (neged), que é traduzida por “idônea” (que lhe fosse idônea), signi-fica estar diante de, dando a ideia de que a mulher foi colocada diante do homem (adam), não abaixo, nem ao lado do macho.

O que podemos aprender com tudo isso é que a mulher foi formada não para comple-tar o homem macho simples-mente, mas para completar o que faltava para a humanida-de ser humanidade – compos-

ta por macho e fêmea. Veja o paralelo sobre a imagem de Deus no homem (adam) – ma-cho e fêmea (Gn 1.27).

Além disso, kenegdo (ne-ged) dá a ideia de que a mu-lher e o homem estariam diante um do outro e não um sobre o outro e, sendo uma só carne (Gn 2.24), vi-veriam colegiadamente, isto é, tomariam decisões sobre a vida em conjunto, num ambiente de diálogo face a face. O senso da hierarquia e subjugação viria depois com a queda (Gn 3.16), de modo que podemos concluir que a liderança hierárquica não estava presente na criação, mas depois da rebeldia do ser humano contra Deus. Antes da queda os dois – macho e fêmea – andariam juntos (uma só carne), face a face e dominariam juntos a natureza. Depois da queda, o macho é colocado sobre a mulher para lhe coman-dar, como consequência da queda.

Resumindo, na narrativa da criação temos a humanidade como composta de macho e fêmea, portanto, heterossexu-al. Tanto o homem, quanto a mulher possuíam a ima-gem de Deus, foram criados para viverem e decidirem colegiadamente, para geren-ciarem juntos a natureza e os fenômenos da natureza. Com a queda inicia-se um processo de ruptura com o plano original de Deus e o domínio do homem sobre a mulher se instala. Cabe-nos discutir depois disso se com o evangelho houve ou não a restauração também desta relação.

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