Conhecimentos Gerais e Atualidades - Globalização III

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    O QUE GLOBALIZAO

    Globalizao o conjunto de transformaes na ordem poltica e econmicamundial que vem acontecendo nas ltimas dcadas. O ponto central damudana a integrao dos mercados numa aldeia-global, explorada pelasgrandes corporaes internacionais. Os Estados abandonam gradativamente asbarreiras tarifrias para proteger sua produo da concorrncia dosprodutos estrangeiros e abrem-se ao comrcio e ao capital internacional.Esse processo tem sido acompanhado de uma intensa revoluo nastecnologias de informao - telefones, computadores e televiso.As fontes de informao tambm se uniformizam devido ao alcance mundial e crescente popularizao dos canais de televiso por assinatura e daInternet. Isso faz com que os desdobramentos da globalizao ultrapassem

    os limites da economia e comecem a provocar uma certa homogeneizaocultural entre os pases.

    CORPORAES TRANSNACIONAIS

    A globalizao marcada pela expanso mundial das grandes corporaesinternacionais. A cadeia de fast food McDonalds, por exemplo, possui 18mil restaurantes em 91 pases. Essas corporaes exercem um papel decisivona economia mundial.Segundo pesquisa do Ncleo de Estudos Estratgicos da Universidade de SoPaulo, em 1994 as maiores empresas do mundo (Mitsubishi, Mitsui, Sumitomo,General Motors, Marubeni, Ford, Exxon, Nissho e Shell) obtm umfaturamento de 1,4 trilho de dlares. Esse valor eqivale soma dos PIBsdo Brasil, Mxico, Argentina, Chile, Colmbia, Peru, Uruguai, Venezuela eNova Zelndia.Outro ponto importante desse processo so as mudanas significativas nomodo de produo das mercadorias. Auxiliadas pelas facilidades nacomunicao e nos transportes, as transnacionais instalam suas fbricassem qualquer lugar do mundo onde existam as melhores vantagens fiscais,mo-de-obra e matrias-primas baratas. Essa tendncia leva a umatransferncia de empregos dos pases ricos - que possuem altos salrios einmeros benefcios - para as naes industriais emergentes, com os TigresAsiticos. O resultado desse processo que, atualmente, grande parte dosprodutos no tem mais uma nacionalidade definida. Um automvel de marcanorte-americana pode conter peas fabricadas no Japo, ter sido projetadona Alemanha, montado no Brasil e vendido no Canad.

    REVOLUO TECNOCIENTFICA

    A rpida evoluo e a popularizao das tecnologias da informao

    (computadores, telefones e televiso) tm sido fundamentais para agilizaro comrcio e as transaes financeiras entre os pases. Em 1960, um cabode telefone intercontinental conseguia transmitir 138 conversas ao mesmotempo. Atualmente, com a inveno dos cabos de fibra ptica, esse nmero

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    sobe para l,5 milho. Uma ligao telefnica internacional de 3 minutos,que custava cerca de 200 em 1930, hoje em dia feita por US$ 2. O nmerode usurios da Internet, rede mundial de computadores, de cerca de 50milhes e tende a duplicar a cada ano, o que faz dela o meio decomunicao que mais cresce no mundo. E o maior uso dos satlites decomunicao permite que alguns canais de televiso - como as redes denotcias CNN, BBC e MTV - sejam transmitidas instantaneamente para

    diversos pases. Tudo isso permite uma integrao mundial sem precedentes.

    O BRASIL E A GLOBALIZAOBrasil quer a integrao comercial de toda a Amrica do SulO ano de alargamento do Mercosul - essa poderia ser a manchete de snteseda evoluo do ConeSul em 1996, se fosse verdade o que a imprensabrasileira noticiou nos ltimos meses. Interpretando de forma simplista- eerrada- os tratados formados pelo Chile e Bolvia com o MercosulO ano dealargamento do Mercosul - essa poderia ser a manchete de sntese da

    evoluo do ConeSul em 1996, se fosse verdade o que a imprensa brasileiranoticiou nos ltimos meses. Interpretando de forma simplista - e errada -os tratados formados pelo Chile e Bolvia com o Mercosul, jornais etelevises noticiaram a adeso dos dois ao bloco sub-regional lideradopelo Brasil e Argentina. Isso no aconteceu, pelo menos por enquanto. Mas foi dado o primeiropasso nessa direo: o chile e a Bolvia firmaram tratados de associao,oque significa que, sem aderir ao bloco, eles passam a aceitar regras detarifas comerciais reduzidas no intercmbio com os integrantes do tratadode Assuno de 1991. O passo adiante no aponta para o alargamento doMercosul por agregaes sucessivas, mas para o desenvolvimento de um

    processo mais complicado, que os diplomatas brasileiros apelidaram deestratgia do building blocks.O chile esnobou o Mercosul at a pouco. Adios, Latinoamerica, chegou atrombetear uma manchete de EL Mercurio, o principal dirio de Santiago,resumindo uma poltica voltada para a Bacia do Pacfico e uma estratgiade integrao do Nafta. As coisas mudaram. A solicitao de adeso zonade livre comrcio liderada pelos EUA esbarrou no colapso financeiromexicano de dezembro de 1994. Escaldados, os parlarmentares americanosnegaram a tramitao rpida da solicitao no Congresso e as negaciaescontinuam a se arrastar. Alm disso, a abertura comercial que se espraiapela Amrica Latina repercutiu sobre o intercmbio exteno chileno,puxando-o devolta para o subcontinente.A Bolvia solicitou, em julho de 1992, a adeso gradual ao Mercosul. Ogradualismo boliviano est orientado para controlar um obstculo polticoe diplomtico: o pas faz parte do Pacto Andino e Tratado de Assuno nopermite a entrada de integrantes de outras zonas de comrcio. Mas, noterreno da economia e da geografia, a Bolvia est cada vez mais colada aoMercosul. O acordo recente para fornecimento de gs natural e construode um gasoduto Brasil-Bolvia vale mais que as filigranas juridcas qiebloqueiam a adeso imediata. E as perspectivas de cooperao de todos ospases do Cone Sul tendem a abrir duas sadas ocenicas regulares para a

    Bolvia, cuja histria est marcada pela perda de portos de Atacama, naGuerra do Pacfico (1879-83).No provvel que o Chile ingresse plenamente no atual Mercosul, eSantiago no quer perder suas vantagens comerciais no intercmbio com o

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    Nafta e a Bacia do Pacfico. A Bolvia no pretende deixar o Pacto Andinoentrar no Mercosul, e o Chile, com melhores razes no pretende desistirdo ingresso no Nafta. O horizonte com o qual trabalham os diplomatasbrasileiros o da articulao gradual do Mercosul com os pases e blocoscomerciais vizinhos, com vistas formao de uma Associao de LivreComrcio Sul-Americana(Alcsa).Essa a estratgia do buiding-blocks. A sua meta consiste em criar, a

    partir de um grande bloco comercial na Amrica do Sul, a plataforma idealpara negociar a integrao pan-americana com a superpotncia do Norte. por isso que o Brasil no tem pressa nas conversaes destinadas aformao de uma super zona de livre comrcio das trs Amricas, que foramlanadas pelo ex-presidente dos EUA, Geoge Bush, em 1990.

    CONCLUSES E TENDENCIAS FUTURASO mundo j no mais como foi o de papai. Ouve-se falar num momento queas grandes corporaes americanas esto demitindo dezenas de milhares detrabalhadores de olhos azuis e tranferindo suas operaes para os pases

    morenos, de mo-de-obra mais barata.Pases to diferentes como a Finlndia e Espanha enfrentam taxas dedesemprego de quase 20%, enquanto os pequenos tigres da sia, comoCingapura, Taiwan e Hong Kong, ou alguns aprendizes, como Malsia eTailndia, so apontados como modelos de agressividade econmica.No mundo do trabalho internacionalizado o que mais h desemprego. E quenfica margem desse giro do capitalismo est condenado ao atraso e amisria. Mas quem se adapta a ele nem por isso se sai bem. Vide o Mxico,que cumpriu risca a receita ortodoxa para integrar sua econmia ao mundoavanado e quebrou sua bolsa.A outra faceta do processo de Globalizao est na indstria. Tomem-se as

    dez maiores corporaes mundiais:Mitsubishi;Mitsui;Itochu;Sumimoto;General motors;Marunbeni;Ford;Exxon;NisshoShell;Estas empresas faturam 1,4 trilhes de dlares, o que equivale ao PIBconjundo de:Brasil;Mxico;Argentina;Chile;Colnbia;Peru;Uruguai;Venezuela.

    Metade dos prdios, mquinas e laboratrios desses grupos e mais da metadede seus funcionrios em unidades for do pas de origem e 61% do seufaturamento obtido em operaes no estrangeiro.A fora dessas corporaes e sua atuao geogrfica mudaram o enfoque do

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    jogo econmico. No passado, quem fazia as grandes decises ececonmicaseram os fovernas. Agora so as empresas e esto decidindo basicamente oque, como, quando e onde produzir os bens e servios utilizados pelosseres humanos.Para conseguir preos melhores e qualidade de mais alta tecnologia em suaguerra contra os concorrentes, as empresas cortaram custos. Isto empregos, e ainda aumentaram muito os seus ndices de automao,

    liquidando mais postos de trabalho.Nos estudos ecmistas, deu-se o nome de desemprego estrutural a essatendncia. O desemprego estrutural um processo cruel porque significaque as fbricas robotizadas no precisam mais de tantos operrios e osescritrios podem dispensar a maioria de seus datilgrafos, contadores egerentes. Ele diferente do desemprego que se conhecia at agora,motivado por recesses, que mais cedo ou mais tarde passavam. Oseconomistas apontam no desemprego estrutural um paradoxo do sistema deGlobalizao. Ele se ergueu para produzir coisas boas e baratas, vendidasnuma escala planetria, fabricadas em grande parte por robs, que soorientados por computadores. Mas por cortar o emprego das pessoas e sua

    renda no ter para quem vender seus carros reluzentes e seus computadoresmultimdia.Segundo os crticos, a outra nota ruim da Globalizao est nodesaparecimento das fronteiras nacionais. Os governos no conseguem maisdeter os movimento do capital internacional. Por isso, seu controlesobre apoltica econmica interna est se esgarando. Aquebra mexicana no finalde 1994 o exemplo mais marcante dessa perda de controle. Assim que ogoverno desvalorizou o peso frente ao dlar, os investidores sacaramvrios bilhes aplicados no pas e o Mxico precisou de um pacote desocorrodo FMI e do governo estadunidense. Os governos tamvm estoperdendo a capacidade de proteger o emprego e a renda das pessoas. Se um

    pas estabelece uma legislao que protege e encarece o trabalho, provavelmente excludo da lista de muitos progetos de investimento.H, enfim, uma perda de controle sobre a produo e comercializao detecnologia, o que nos tempos da Guerra Fria, seria impensvel. Naquelapoca, a tecnologia estava ligada soberania dos pases.No espao de duas feraes, o mundo ficou muito complicado. Os quecompletam 40 anos em 1997 nasceram sob o signo do SPUTINIK, a pequena bolade metal, dotada de um transmissor de rdio, que os russos na rbitaterrestre pela primeira vez, detonando a corrida espacial. Naquela pocaum computador pesava 30 toneladas e era chamado de crebro eletrnico. Osavies a jato eram uma novidade e a distncia entre os pases, umobstculo difcil de transpor. O Brasil no conhecia o hamburguer, notinha indstrias automobilsticas, nen supermercados e a capital ficava noRio de Janeiro.A corrida espacial consumiu dinheiro macio em pesquisa e formao decintistas, e seu subproduto tangvel so por exemplo o raio laser, osatlite, o video-cassete e as raquetes de tnis feitas de grafite. Elaprovocou uma revoluo tecnolgica na qual as empresas se basearam paramoldar a econmia global. Com esforo e um grau de alta ansiedade, osbrasileiros esto deixando o seu isolamento para entrar nessa corrente. Aginstica pode ser cansativa e dolorida, mas h outra maneira de ingressar

    no futuro. Ou de no comer poeira ficando no passado. O processo econmicosempre sofreu suas criticas de adaptao, mas as prprias crises sempreproduziram as solues.

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    ENTREVISTASFoi realizada uma entrevistas com Antnio Carlos Coimbra Cardoso,especialista na rea de Globalizao - - e a ele foi feita as seguintesperguntas sobre Globalizao:

    PERGUNTA 1: Qual a relao entre a sua rea de atuao no mercado e aGlobalizao?

    (CARDOSO) - A automao industrial a principal ferramenta tecnolgicapara que as empresas possam se modernalizar e participarem com maiscompetitividade, dentro do mercado mundial GLOBALIZADO.

    PERGUNTA 2: Quais as perspectivas do Brasil na Globalizao econmicaplanejada para o MERCOSUL?

    (CARDOSO) - O Brasil est se firmando como o cenro de investimentos

    estratgicos, para as empresas que esto buscando a penetrao no MERCOSULe mais ainda a ALCA (rea de Livre Comrcio das Amricas). Como exemplopodemos citar o setor automobistico, que auxiliou no periodo 96/99,investimentos de 17 bilhes de dlares no Brasil e 4,3 bilhes de dlaresna Argentina, para atender demanda dos mercados locais e exportar paraos diversos blocos econmicos como UEE, NAFTA, etc.

    PERGUNTA 3: A informatizao, a robotizao, e a automao mundial - queso os fundamentos da era industrial que vivemos - pode aumentar o nvelde desemprego e consequentemente queda no consumo?

    (CARDOSO) - A informatizao, a robotizao e a automao, contrriamenteao que a sociedade pensa, no causa desemprego. Como exemplo podemos citaro Japo que tem a sua indstria com os maiores ndices de automao erobotizao do mundo e apresenta um ndice de desemprego de apenas 3,3%. Oque a informatizao/automao causa, a nescessidade de mo de obratecnicamente mais qualificada, eliminando nas indstrias os cargos semqualidade profissional. O maior problema brasileiro o cultural.

    PERGUNTA 4: Os blocos econmicos regionais - como a UE, o NAFTA, oMERCOSUL, e outros - podero vir a aglutinar-se em uma Globalizaomundial? Isso influnciaria na organizao poltica de cada pas?

    (CARDOSO) - Os blocos econmicos regionais tendem aglutinar-seisoladamente em algumas reas, onde os conflitos socias no sejam muitofortes. Os pases que fazem parte desses blocos criam barreirasprotecionistas para suas indstrias principais e estratgicas.

    PERGUNTA 5: Os diferentes potncias econmicos de um grupo de pases quebuscam a Globalizao econmica (formao de blocos comerciais) pode vir aser um fator limitador da mesma?

    (CARDOSO) - claro que quanto maior o potencial econmico de um pas,mais barreiras ele vai impor ao processo de livre mercado mundial,protegendo suas indstrias estratgicas, criando leis protecionistas,

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    influenciando na GLOBALIZAO mundial, tornando-se um fator limitante.

    PERGUNTA 6: A Globalizao poder causar incluso e excluso de reas detrabalho no Brasil? Quais poderiam ser incluidas nessa perspectiva?

    (CARDOSO) - A GLOBALIZAO ja esta causando ras de excluso e incluso,como nos demais pases do mundo. Do ponto de vista brasileiro podemos

    citar como reas que ganharam impulso:Automobilstica;Gerao de energia;Telecomunicaes;Servios.Enquanto que os setores mais prejudicados so:Agricultura;Textil;Borracha;Calados.

    REPORTAGEM:Globalizao na educaoFonte: Quarto volume de Help Informtica/O Estado, pg.327Os grandes usurios da Internet na rea de educao so, sem dvida, osestudantes de universidades. Cerca de 90% das universidade do mundo todoesto conectadas rede disponibilizando material atravs dela. Ao entrarem um site de uma universiadade so encontradas informaes sobre suasdiferentes faculdades e unidades de pesquisa, mapa do compus, telefones, eo mais importante, dados sobre os cursos. Em alguns sites deuniversidades, tambm possivel E-mails dos professores e dos alunos.Essas facilidades vm acelerando a GLOBALIZAO do ensino. Um aluno que

    quisesse estudar em uma outra universidade de outro pas, antes precisariaachar o telefone, ligar, achar a pessoa responsvel pelas informaes,pedi-las e aguarda-las. Atualmente basta acessar o site da universidade eprocurar tudo sobre o curso. Se precisar alguma informao extra sprocurar o E-mail da pessoa responsvel.

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