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Em 2010, no estado do Piauí (PI), moravam 3,1 milhões de pessoas, onde uma parcela considerável (7,4%, 232,1 mil habitantes) tinha 65 ou mais anos de idade. O estado era composto de 224 municípios, dos quais 164 (73,2%) com menos de dez mil habitantes e dois com mais de cem mil habitantes. Cerca de 26% (814,2 mil habitantes) da população vivia na capital, Teresina. A esperança de vida ao nascer no estado era de 71,6 anos, variando entre 66,1 e 74,2 anos nos diferentes municípios. Indicadores sociodemográficos selecionados estão apresentados na tabela 1.

Tabela 1: Indicadores selecionados: mediana, 1º e 3º quartis nos municípios do estado do Piauí (1991, 2000 e 2010)

Indicador Ano Mediana 1º Quartil 3º Quartil

Taxa de mortalidade infantil por mil NV

1991 71,1 61,3 84,0

2000 48,6 42,6 52,5

2010 27,2 24,0 32,0

Taxa de mortalidade na infância por mil NV

1991 92,7 80,6 108,9

2000 62,4 54,9 67,3

2010 29,4 25,9 34,5

Proporção da população em condição de pobreza (%)

1991 86,3 80,7 91,3

2000 71,1 64,0 75,3

2010 46,2 39,8 53,0

Proporção da população analfabeta (%)

1991 55,8 48,0 62,5

2000 42,4 36,7 48,2

2010 33,5 28,4 37,9

Proporção da população sem acesso à água encanada (%)

1991 90,0 79,1 97,9

2000 71,4 58,1 84,8

2010 22,2 12,2 37,4

Piauí

Observa-se, em geral, quedas importantes nas medianas estaduais da taxa de mortalidade infantil, da proporção da população em condição de pobreza, da proporção da população analfabeta e da proporção da população sem acesso à água encanada no estado do PI entre 1991 e 2010 (figura 1). Em comparação às medianas nacionais, foram observadas quedas mais acentuadas nas medianas do estado do PI para a taxa de mortalidade infantil e para a proporção da população sem acesso à água, tendo como consequência maior aproximação de seus valores (figuras 1A e 1D). Destaca-se a queda da mediana da mortalidade infantil, de 71,1 para 27,2 por mil NV, entre os anos de 1991 e 2010, respectivamente. No que se refere à proporção da população em condição de pobreza e à proporção da população analfabeta, as quedas foram apenas coincidentes com as tendências observadas na região e no Brasil, mas também relevantes (figura 1B e 1C). A despeito dos avanços, em 2010 no PI, alguns municípios ainda persistiram em condições bastante desiguais quanto aos indicadores analisados, especialmente em relação ao acesso à água encanada. A única exceção cabe à taxa de mortalidade infantil, que além da redução notável no seu valor mediano, também apresentou decréscimo importante das desigualdades internas, no ano de 2010 (figura 1A).

Figura 1: Distribuição de indicadores selecionados nos municípios do Piauí, comparada com as medianas da região Nordeste e do Brasil (1991, 2000 e 2010)

A. Taxa de mortalidade infantil (por mil NV) B. Proporção da população em condição de pobreza (%)

1991 2000 2010

0

30

60

90

120

1991 2000 2010

0

25

50

75

100

C. Proporção da população analfabeta (%) D. Proporção da população sem acesso à água encanada (%)

1991 2000 2010

0

25

50

75

100

1991 2000 2010

0

25

50

75

100

PiauíMediana e distribuição

NordesteMediana

BrasilMediana

Observação mais detalhada do desempenho dos municípios em relação aos quatro indicadores analisados está disponível na figura 2, cuja diagonal indica manutenção do valor do indicador em ambos os anos estudados.

De forma geral, a totalidade dos municípios do estado está abaixo das diagonais (exceto por um município), indicando tendências temporais consistentes de melhoria nos quatro indicadores analisados (figura 2).

Em relação à taxa de mortalidade infantil, grandes avanços podem ser notados, tanto na redução do indicador quanto na redução da dispersão de seus valores entre os municípios do estado do PI. Ainda assim, em 2010, nenhum município tinha alcançado a meta de 15,7 por mil NV (linha vermelha = meta a ser alcançada pelo Brasil até 2015 segundo os ODM) (figura 2A).

Os demais indicadores também mostraram melhorias entre os anos estudados, observadas principalmente na redução dos valores desses indicadores no conjunto dos municípios e, mais discretamente, na redução das desigualdades internas.

Quanto à proporção da população sem acesso à água encanada, em geral os valores municipais caíram, porém persistem grandes desigualdades internas (figura 2D).

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ATLAS de Desenvolvimento Sustentável e Saúde | Brasil 1991 a 2010

A figura 3 mostra a evolução dos indicadores que representam as quatro dimensões estudadas nos anos de 1991, 2000 e 2010. Como comentado anteriormente, no período, observa-se grande redução da taxa de mortalidade infantil nos municípios do estado do PI, ao mesmo tempo esses municípios tornaram-se menos desiguais para esse indicador. Isso é observado no movimento do círculo central, tornando-se mais fino (intervalo interquartílico) e em direção ao centro do triângulo. Os quartis 1º e 3º variaram (respectivamente) de 61,3 a 84,0 por mil NV, em 1991, para 24,0 a 32,0 por mil NV, em 2010. As demais dimensões estudadas também apresentaram melhorias dos indicadores, evidenciadas pela aproximação das linhas (verdes e vermelhas) aos vértices do triângulo cinza (condição ideal). Destaca-se, no estado, a dimensão ambiental (A, proporção com acesso à água), para a qual houve grande incremento nos municípios incluídos no 1º quartil, que passaram de 2,1% a 62,6% entre os anos de 1991 e 2010, respectivamente, enquanto que aqueles do 3º quartil, passaram de 20,9% a 87,8% no mesmo período. Embora esse avanço seja notável, a desigualdade interna quanto ao acesso da população à água é persistente, como mencionado anteriormente, e pode ser evidenciada pelo largo intervalo interquartílico (linhas verde e vermelha) dessa dimensão (A) em 2010 (figura 3C).

Figura 2: Desempenho dos municípios segundo mudanças nos indicadores selecionados, estado do Piauí (1991 e 2010)

A. Taxa de mortalidade infantil (por mil NV) B. Proporção da população em condição de pobreza (%)

C. Proporção da população analfabeta (%) D. Proporção da população sem acesso à água encanada (%)

Taxa

em

201

0

Taxa em 19910 30 60 90 120

030

6090

120

Prop

orçã

o(%

) em

201

0

Proporção(%) em 19910 25 50 75 100

025

5075

100

Prop

orçã

o(%

) em

201

0

Proporção(%) em 19910 25 50 75 100

025

5075

100

Prop

orçã

o(%

) em

201

0

Proporção(%) em 19910 25 50 75 100

025

5075

100

Figura 3: Desempenho dos municípios segundo indicadores selecionados nas quatro dimensões de análise (saúde, social, econômica e ambiental), estado do Piauí (1991, 2000 e 2010)

A. 1991 B. 2000 C. 2010

AE

S

102030405060708090

100

102030405060708090

100

102030405060708090

100

AE

S

102030405060708090

100

102030405060708090

100

102030405060708090

100

AE

S

102030405060708090

100

102030405060708090

100

102030405060708090

100

Legenda:Triângulo:S: Dimensão Social (% alfabetizados)E: Dimensão Econômica (% “não pobres”)A: Dimensão Ambiental (% com acesso à água encanada)

Círculo:Taxa de mortalidade infantil (por mil NV)

3° quartil

1° quartil

3° quartil

1° quartil

PI

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NORDESTE | Piauí

Figura 4: Distribuição espacial da taxa de mortalidade infantil, por mil NV, nos municípios do estado do Piauí (1991, 2000 e 2010)1

A 1991

B 2000

C 2010

Taxa (por mil NV)

1991 2000 2010

52.99 − 114.6849.76 − 52.9946.16 − 49.7641.11 − 46.1616.13 − 41.11

0 50100150200 0 50100150200 0 50100150200

Figura 5: Distribuição espacial da proporção (%) da população em condição de pobreza nos municípios do estado do Piauí (1991, 2000 e 2010)1

A 1991

B 2000

C 2010

Proporção (%)

1991 2000 2010

76 − 97.2272.72 − 76

67.97 − 72.7262.39 − 67.9714.6 − 62.39

0 50 100150200 0 50 100150200 0 50 100150200

As figuras 4 a 7 permitem identificar as microrregiões (borda cinza) e o desempe-nho dos indicadores estudados por muni-cípio nos anos de 1991, 2000 e 2010.

A taxa de mortalidade infantil (por mil NV) variou (valores mínimos e máximos) de 38,7 a 114,7 em 1991, de 32,3 a 68,9 em 2000 e de 16,1 a 41,5 em 2010. É possí-vel notar a grande diminuição do risco de vida infantil de forma geral no estado. Tendo como referência o quintil de 2000, em 1991 a grande parte dos municípios do PI estava situada no pior quintil, e no ano de 2010, a grande parte estava situa-da no melhor quintil. Aqueles municípios situados ao sudoeste tiveram melhorias de forma mais rápida no estado.

Com a estratificação em quintis definidos em 2000, não se observa um padrão ge-ográfico na evolução da melhoria deste indicador em 2010.

De maneira semelhante, a distribuição espacial da proporção da população em condição de pobreza apresenta melhoria entre os municípios do PI. As proporções (valores mínimos e máximos) deste indi-cador variaram de 48,1% a 97,2% em 1991, de 33,9% a 90,0% em 2000 e de 14,6% a 65,4% em 2010.

1 Mapas foram construídos segundo quintis definidos para o ano de 2000. Mapas com os quintis para o

ano de 2010 estão disponíveis no anexo 2.116

ATLAS de Desenvolvimento Sustentável e Saúde | Brasil 1991 a 2010

Figura 6: Distribuição espacial da proporção (%) da população analfabeta nos municípios do estado do Piauí (1991, 2000 e 2010)1

A 1991

B 2000

C 2010

Proporção (%)

1991 2000 2010

49.03 − 88.1444.64 − 49.0340.38 − 44.6435.9 − 40.389.66 − 35.9

0 50 100 150 0 50 100 150 0 50 100 150

Figura 7: Distribuição espacial da proporção (%) da população da população sem acesso à água encanada nos municípios do estado do Piauí (1991, 2000 e 2010)1

A 1991

B 2000

C 2010

Proporção (%)

1991 2000 2010

88.84 − 10076.55 − 88.8465.7 − 76.5554.88 − 65.70.52 − 54.88

0 50 100150200 0 50 100150200 0 50 100150200

O indicador proporção da população analfabeta (figura 6) também possui comportamento seme-lhante aos indicadores anteriormente estudados. Permaneceram com as maiores proporções, de forma geral, aqueles municípios mais situados ao sudeste do estado. As proporções deste indi-cador variaram (valores mínimos e máximos) de 21,0% a 88,1% em 1991, de 14,9% a 63,0% em 2000 e de 9,7% a 47,6% em 2010.

Foram nos municípios situados mais a sudeste do estado, onde as proporções de pessoas sem acesso à água encanada (figura 7) tardaram mais a decrescer. As proporções deste indicador variaram (valores mínimos e máximos) de 30,4% a 100% em 1991, de 22,1% a 100% em 2000 e de 0,5% a 99,5% em 2010. Vale destacar que, em 2010, alguns municípios do PI ainda apresentavam valores para esse indicador no mais alto quintil referenciado no ano de 2000.

A série de mapas (figuras 4 a 7) apresentada evidencia a semelhança na tendência espacial e temporal para os indicadores selecionados, segundo os municípios do estado do PI.

1 Mapas foram construídos segundo quintis definidos para o ano de 2000. Mapas com os quintis para o ano de 2010 estão disponíveis no anexo 2.

PI

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NORDESTE | Piauí

Figura 8: Distribuição dos indicadores componentes (educação, renda e longevidade) do Índice de Desenvolvimento Humano nos municípios do estado do Piauí e medianas da região Nordeste e do Brasil (1991, 2000 e 2010)

1991

2000

2010

1991

2000

2010

1991

2000

2010

0.0

0.2

0.4

0.6

0.8

1.0

EducaçãoMediana e distribuição

RendaMediana e distribuição

LongevidadeMediana e distribuição

NordesteBrasilMediana

Tabela 2: Número de municípios (e população) em cada nível do Índice de Desenvolvimento Humano dos municípios

IDHM1991 2000 2010

Número de Municípios

PopulaçãoNúmero de Municípios

PopulaçãoNúmero de Municípios

População

Muito baixo (0 – 0,499)

223 1.991.606 218 1.863.112 6 55.732

Baixo (0,500 – 0,599)

1 590.568 5 272.187 177 1.383.495

Médio (0,600 – 0,699)

0 0 1 707.994 40 864.903

Alto (0,700 – 0,799)

0 0 0 0 1 814.230

Muito alto (0,800 – 1)

0 0 0 0 0 0

Figura 9: Evolução do Índice de Desenvolvimento Humano segundo proporção acumulada da população nos municípios do estado do Piauí (1991, 2000 e 2010)

POPU

LAÇ

ÃO (%

)

0.000 0.100 0.200 0.300 0.400 0.500 0.600 0.700 0.800 0.900 1.000

0

25

50

75

100

IDHM: Muito baixo Baixo Médio Alto Muito alto

1991 2000 2010Melhorias relevantes ao longo do período de análise nos municípios do estado podem ser notadas nos três componentes (educação, longevidade e renda) do Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (figura 8). São observadas ainda reduções de seus intervalos interquartílicos dos componentes de renda e longevidade, indicadas pelo tamanho da caixa do gráfico, quando o ano de 1991 é comparado ao ano de 2010. Esse fato revela que os municípios apresentaram, nos anos mais recentes, valores mais semelhantes entre si para esses componentes. As medianas apresentadas pelo estado são, em geral, semelhantes ou pouco inferiores às da região nordeste, mas marcadamente inferiores às do Brasil.

Na figura 9 são descritas as linhas das proporções acumuladas da população dos municípios do estado segundo os níveis do IDHM em 1991, 2000 e 2010. Essas linhas mostram a importante evolução experimentada pela população no período estudado, em especial de 2000 a 2010, com o deslocamento da esquerda para a direita

dessas curvas, indicando melhoria do indicador e maior concentração da população vivendo em municípios com mais alto IDHM. Além disso, observa-se movimento de verticalização dessa curva, em especial de 2000 para 2010, indicando que os municípios passaram a ser mais parecidos segundo os valores do IDHM, com consequente redução das desigualdades desse indicador síntese entre eles.

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ATLAS de Desenvolvimento Sustentável e Saúde | Brasil 1991 a 2010

Figura 11: Taxa de mortalidade na infância segundo quintis de indicadores selecionados e ano, nos municípios do estado do Piauí (1991, 2000 e 2010)

Ausência de água encanada (%)

Pobreza (%)

Analfabetismo (%)

1991

2000

2010

1991

2000

2010

1991

2000

2010

30 60 90

Grupos (quintis)1º (Mais favorecido)2º3º (Intermediário)4º5º (Menos favorecido)

Pop. < 5 anos (totais)4000080000120000

160000

Figura 10: Desigualdades na taxa de mortalidade na infância segundo o Índice de Desenvolvimento Humano dos municípios do estado do Piauí (1991, 2000 e 2010)

A. TMIn média segundo quintis do IDHM.

1991 2000 2010

1º (Mais baixo)

3º (Médio)

5º (Mais alto)

0 30 60 90 0 30 60 90 0 30 60 90Taxa (por mil NV)

IDH

M (q

uint

is)

B. TMIn dos municípios segundo gradiente do IDHM.

50

100

150

0.00 0.25 0.50 0.75 1.00População na infância acumulada segundo IDHM

Taxa

(por

mil

NV)

os mais baixos IDHM eram marcadamente mais baixas do que essas taxas para o grupo com o mais alto IDHM no ano de 1991 e 2000 (figura 10A). De maneira semelhante, o perfil mais horizontal das TMIn dos municípios em 2010 evidenciado na figura 10B, aponta a tendência favorável no sentido de tornar os municípios do estado com valores mais baixos e mais semelhantes entre si quanto ao indicador estudo (TMIn).

O estado do Piauí apresenta desempenho favorável no período de estudo para os indicadores selecionados, com especial destaque à redução do risco e das desi-gualdades na morte infantil e de menores de cinco anos de idade. Vale notar as desigualdades persistentes em algumas dimensões estudadas. Nesse sentido, dirigir ações para os municípios em situação de maior vulnerabilidade poderia auxiliar na busca de maior equidade no estado.

Em 1991, todos os município do PI enquadravam-se na classificação de IDHM baixo ou muito baixo (tabela 2). Em 2000, um município alcançou a condição de IDHM médio. Finalmente, em 2010, 41 (18,3%) municípios e 1,7 milhões de habitantes (53,8%) que vivem nas condições de IDHM médio ou alto. Em 2010, ainda seis e 177 municípios do PI permanecem em condições de IDHM muito baixo ou baixo, respectivamente.

A tendência da TMIn no estado pode ser também observada segundo quintis das três dimensões selecionadas nesta análise (figura 11). Partindo de 1991 para 2010, o movimento para a esquerda dos gráficos indica que a taxa se reduz no período. Além disso, a diminuição da distância entre os círculos reflete a diminuição absoluta da desigualdade na TMIn dos municípios agregados segundo quintis do indicador selecionado (ausência de água encanada, pobreza ou analfabetismo).

As desigualdades na probabilidade de morrer antes de completar cinco anos de idade, segundo o IDHM dos 224 municípios do PI, vêm reduzindo no período de 1991 a 2010 (figura 10). As TMIn observadas, em 2010, para o grupo de municípios classificados com

PI

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NORDESTE | Piauí