Contos de Mongan

download Contos de Mongan

of 4

Transcript of Contos de Mongan

  • 8/6/2019 Contos de Mongan

    1/4

    Estes textos so do Leabhar na hUidhre (Livro da Vaca Parda), manuscrito irlands do comeo do sc.XII.

    Contos de Mongan

    O Nascimento de Mongan

    (http://www.ucc.ie/celt/published/G301900/text038.html)

    Fiachna Lurga, o pai de Mongan, era o nico rei da provncia. Ele tinha uma amigo na Esccia, a

    saber, Aedan, o filho de Gabran. Veio para ele uma mensagem de Aedan. Veio uma mensagem de

    Aedan pedindo que ele fosse em seu socorro.

    Ele estava em guerra com os saxes. Um terrvel guerreiro fora trazido por eles para consumar a

    morte de Aedan em batalha. Ento Fiachna atravessou o mar, deixando sua rainha em casa.

    Enquanto as multides estavam combatendo na Esccia, um homem de nobre aparncia veio

    esposa dele em sua fortaleza, em Rth Mhr de Muigh Line. No momento em que ele chegou no

    havia muitos na fortaleza. O estranho pediu mulher para arranjar um lugar de encontro.

    A mulher disse que no havia no mundo posses ou tesouros pelos quais ela fizesse qualquer coisa

    para trazer desgraa honra de seu marido. Ele perguntou se ela faria isso para salvar a vida de seu

    marido. Ela disse que, se o visse em perigo e dificuldade, ela o ajudaria com tudo que estivesse em

    seu poder. Ento ele disse que ela deveria fazer isso, "pois teu marido est em grande perigo. Um

    homem terrvel foi trazido contra ele e ele morrer por sua mo. Se ns, tu e eu, fizermos amor,

    disso ters um filho. Esse filho ser famoso, ele ser Mongan. Eu irei batalha que ser travada

    amanh na terceira hora, de forma a salvar Fiachna e eu derrotarei o guerreiro diante dos olhos dos

    homens da Esccia. E contarei a teu marido nossas aventuras e que foste tu quem me mandou em

    seu auxlio."

    Assim foi feito. Quando um exrcito se deteve na frente do outro, os barcos viram um homem de

    nobre aparncia diante do exrcito de Aedan e Fiachna. Ele foi na direo de Fiachna

    especificamente e contou-lhe sobre a conversao com sua esposa no dia anterior e que lhe

    prometera vir em seu auxlio naquela hora. Portanto, ele foi na frente do exrcito contra o outro e

    derrotou os guerreiros, de modo que Aedan e Fiachna venceram a batalha.

    E Fiachna voltou a seu prprio pas e a mulher estava grvida e deu luz um filho, o prprio Mongan,

    filho de Fiachna. E ele agradeceu a sua esposa pelo que ela fizera por ele e ela confessou todas as

    suas aventuras. De forma que esse Mongan um filho de Manannan mac Lir, embora seja chamado

    Mongan, o filho de Fiachna. Pois quando o estranho separou-se dela pela manh, ele deixou uma

    estrofe com a me de Mongan, dizendo:

    Vou para casa,A pura manh aproxima-se plida.

    Manannan, de Lir o filho, o nome do que veio a ti.

    Uma Lenda de Mongan

    (http://www.ucc.ie/celt/published/G301900/text040.html)

  • 8/6/2019 Contos de Mongan

    2/4

    Eis que, certa vez, quando Forgall, o poeta, estava com Mongan, este, numa certa hora do dia, saiu

    frente da sua fortaleza, onde ele encontrou um aprendiz de bardo estudando sua lio. Disse

    Mongan:

    Tudo est em falta

    Numa capa de pano de saco.Na poca certa alcanarsO fim de teus estudos.

    Mongan apiedou-se do estudioso, que vestia uma capa de pano de saco. Ele quase no tinha com

    que se manter.

    A fim de saber se ele seria um mensageiro fiel e bom, ele lhe disse: "Vai agora at alcanares o

    monte encantado de Lethet Oidni e traze uma pedra preciosa que l tenho e para ti mesmo toma

    uma libra de prata branca, na qual h doze onas. Destas obters auxlio. Daqui essa tua viagem a

    Cnocc Bane. Ters boas-vindas no monte encantado de Cnocc Bane por minha causa. De l, para

    Duma Granerit. De l, para o monte encantado de Lethet Oidni. Toma a pedra para mim e vai

    correnteza do Lethet Oidni, onde encontrars uma libra de ouro, em que h nove onas. Traze-acontigo para mim."

    O estudioso seguiu a sua jornada. No monte encantado de Cnocc Bane ele encontrou um casal de

    nobre aspecto. Eles deram grandes boas-vindas ao mensageiro de Mongan. Esse era o seu dever. Ele

    prosseguiu. Encontrou um outro casal em Duma Granerit, onde recebeu as mesmas boas-vindas. Ele

    foi ao monte encantado de Lethet Oidni, onde novamente encontrou um outro casal. Deram grande

    boas-vindas a um homem de Mongan. Ele foi recebido muito hospitaleiramente, como nas outras

    noites.

    Havia um quarto maravilhoso no lado da morada do casal. Mongan lhe dissera que ele deveria pedir

    sua chave. Ele assim fez. A chave foi-lhe trazida. Ele o abriu. Fora-lhe dito que nada pegasse da casa,

    seno aquilo pelo que fora enviado. Ele assim fez. A chave ele devolveu ao casal. Sua pedra,

    entretanto, e sua libra de prata ele levou consigo. Ele foi em seguida correnteza do Lethet Oidni, de

    onde ele pegou sua libra de ouro. Ele voltou a Mongan, a quem ele deu sua pedra e ouro. Ele mesmo

    pegou sua prata. Essas foram suas perambulaes.

    Uma lenda da qual se conclui que Mongan era Finn Mac Cumaill

    (http://www.ucc.ie/celt/published/G301900/text039.html)

    Mongan estava em Rth Mhr de Muigh Line, em seu domnio. Veio a ele Forgall, o poeta. Por causa

    dele mais de um casal j se queixara a Mongan. Toda noite o poeta recitaria uma histria para

    Mongan. To grande era seu conhecimento que assim estiveram de Samhain a Beltane. Ele recebia

    presentes e comida de Mongan.

    Certo dia, Mongan perguntou a seu poeta qual fora a morte de Fothad Airgdech. Forgall disse que ele

    fora morto em Dubhthoire, em Laighin. Mongan disse que isso era falso. O poeta disse que iria

    satiriz-lo com suas zombarias e que satirizaria seu pai, sua me e seu av e que cantaria feitios

    sobre as guas deles, de modo que o peixe no fosse apanhado na foz de seus rios. Ele cantaria sobre

    suas florestas a fim de que estas no dessem fruto, sobre suas plancies, a fim de que estas ficassem

    para sempre estreis de qualquer produo. Mongan prometeu dar-lhe todas as coisas preciosas que

    desejasse at o valor de sete donzelas escravas, ou duas vezes sete donzelas escravas, ou trs vezes

    sete. Por fim, ofereceu-lhe um tero, ou a metade da sua terra, ou toda a sua terra. Finalmente,

    qualquer coisa que ele quisesse, exceto sua prpria liberdade e a de sua esposa, Breothigernn, a

  • 8/6/2019 Contos de Mongan

    3/4

    menos que ele fosse redimido antes do final de trs dias. O poeta recusou tudo, a no ser com

    relao mulher. Por causa de sua honra Mongan consentiu. Com isso a mulher ficou cheia de

    tristeza. A lgrima no foi retirada de seu rosto.

    Mongan no lhe disse para no ficar triste, o socorro certamente viria para eles. Assim, o terceiro dia

    chegou. O poeta comeou a impor seu compromisso. Mongan lhe disse para esperar at o anoitecer.Mongan e a esposa estavam em seu pavilho. A mulher chorava ao ver que sua entrega se

    aproximava e ela no via nenhuma ajuda. Mongan disse: "No fiques triste, mulher. Aquele que

    agora mesmo est vindo em nosso auxlio, ouo seus ps no Labrinne."

    Eles esperaram um pouco. Outra vez a mulher chorou. "No chores, mulher! Aquele que est agora

    vindo em nosso auxlio, ouo seus ps no Main."

    Assim, eles estavam esperando a cada duas rondas do dia. Ela iria chorar e ele diria ainda: "No

    chores, mulher. Aquele que est vindo em nosso auxlio, ouo seus ps no Laune, no Loch Leane, no

    Rio Estrela da Manh entre os Ui Fidgente e os Arada, no Suir em Mag Femin, em Munster, no Echuir,

    no Bhear, no Life, no Bhinn, no D, no Tuarthesc, no Lago Cairlinn, no Nid, no Rio R, no Rio Lame

    diante de Rth Mhr."

    Quando a noite caiu sobre eles, Mongan estava em seu sof no palcio e sua esposa estava sua

    direita e muito triste. O poeta os estava intimando por suas garantias e obrigaes. Enquanto eles

    estavam l, anunciou-se que um homem se aproximava do recinto pelo sul. Sua

    capa estava enrolada em volta dele e, na sua mo, um cabo de lana sem a ponta, o qual no era

    pequeno. Com esse cabo ele saltou as trs fortificaes, de modo que aterrisou no meio do recinto,

    dali saltou para o meio do palcio e dali para o espao entre Mongan e a parede atrs de sua

    almofada. O poeta estava no fundo da casa atrs do rei. A questo foi levantada na casa diante do

    guerreiro que chegara.

    "Qual a questo aqui?", disse ele.

    "Eu e aquele poeta l", disse Mongan, "fizemos uma aposta sobre a morte de Fothad Airgdech. Ele

    disse que foi em Dubhthoire, em Laighin. Eu disso que isso era falso."

    O guerreiro disse que o poeta estava errado.

    "Isso ser provado. Ns estvamos contigo, com Finn", disse o guerreiro.

    "Psst!", disse Mongan. "Isso no est certo."

    "Estvamos com Finn, ento", disse ele. "Viemos da Esccia. Encontramo-nos com Fothad Airgdech l

    longe, no Rio Lame. Ali lutamos uma batalha. Eu fiz um arremesso contra ele, de forma que a lana

    passou atravs dele e atingiu a terra alm dele e deixou sua cabea de ferro cravada na terra. Aqui

    est o cabo que estava naquela lana. A pedra nua de que fiz aquele arremesso ser encontrada e a

    cabea de ferro ser achada na terra e a tumba de Fothad Airgdech ser encontrada um pouco a

    leste dela. Uma arca de pedra est sobre ele ali na terra. L, em cima da arca, esto suas duas

    pulseiras de prata e seus dois braceletes e seu torque de

    prata. E perto da sua tumba h um pilar de pedra. E no fim do pilar que est na terra h uma

    inscrio em ogham. Isto o que ela diz: 'Este Eochaid Airgdech. Cailte me matou em um combate

    contra Finn.'"

    Eles foram com o guerreiro. Tudo ento foi encontrado daquele modo.

  • 8/6/2019 Contos de Mongan

    4/4

    Era Cailte, o filho adotivo de Finn, que viera at eles. Mongan, contudo, era Finn, embora ele no

    permitisse que isso fosse dito.

    Traduo: Bellovesos /|\