Contra-Ataque Março

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pelo Gre-Nal O jornal feito para o seu esporte Ano II Edição n° 4 Porto Alegre Rio Grande do Sul 4 e 5 MMA é a nova sensação dos combates Mayra é esperança de medalha em 2012 @ jcontra ataque Distribuição mensal e gratuita Março de 2011 www.jornalcontraataque.com.br Leia e Passe Adiante! ESTREIA novo colunista: Mário Marcos 3 6 e 7 FOTOS: JOÃO FREITAS E LUCAS UEBEL/VIPCOMM MUNDO DAS LUTAS 12 O fim da jovem promessa do boxe gaúcho Qualquer sucesso ou insucesso aqui no Internacional será cobrado de mim. Não do Vitório Piffero ou do Fernando Carvalho. Projeto pioneiro no esporte paraolímpico do Estado valoriza jovens atletas FOTOS JOÃO FREITAS centrais ENTREVISTA SIEGMANN Rochemback e Bolatti falam sobre Libertadores e um possível clássico na segunda fase da competição 14 11 TIAGO TRESPACH/ESPECIAL TRI

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Um jornal dinâmico, com a cara do público jovem. O Contra Ataque surge como uma nova alternativa para manter você informado. Com um olhar diferenciado nossa equipe busca as melhores pautas para sua informação e seu entretenimento. O diferencial está na qualidade do material produzido. Um design arrojado, com linguagem dinâmica, imagens fortes e notícias dos mais variados esportes são a tônica do nosso trabalho. Somos pioneiros no que estamos fazendo, pois o Contra Ataque chega as suas mãos de graça.

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Page 1: Contra-Ataque Março

pelopelopeloGre-Nal

O jornal feito para o seu esporteAno IIEdição n° 4Porto AlegreRio Grande do Sul

4 e 5

MMa é a nova sensação dos combates

Mayra é esperança de medalha em 2012

@jcontra ataqueDistribuição mensal e gratuita

Março de 2011

www.jornalcontraataque.com.brLeia e Passe Adiante!

Gre-Nal

ESTREIAnovo colunista:

Mário Marcos

3

6 e 7

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Gre-NalGre-NalLeia e Passe Adiante!

MUNDO DAS LUTAS

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o fim da jovem promessa do boxe gaúcho

Qualquer sucesso ou insucesso aqui no internacional será cobrado de mim. Não do vitório Piffero ou do Fernando Carvalho.

Projeto pioneiro no esporte paraolímpico do Estado valoriza jovens atletas

FoToS João FREiTaS

centrais

ENTREVISTASIEGMANN

Rochemback e Bolatti falam sobre libertadores e um possível clássico na segunda fase da competição

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Jornal Contra-AtaqueDistribuição gratuita e mensalAv. Independência, 640, apto 14

Bairro Independência, Porto Alegre/RS

Jornalista responsável: Antão Valderes Rebelo Sampaio – MTB 5514

Editor-chefe: Guilherme Hamm

(51) [email protected]

Editor-chefe adjunto: Renan Sampaio(51) 8209.4394

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Editoria Internacional e Grêmio: Guilherme Hamm eRodrigo Pizolotto

Editoria Futebol NI - Nacional e Internacional:

Cássio [email protected]

Editoria Futuro Olímpico: Joana Weit

Perfi l:

Vinícius Fernandes

Projeto Social:Juliano Westphal

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Impressão: Correio do Povo

O jornal Contra-Ataque é uma publicação da empresa

A.Rebelo Sampaio. CNPJ 06.071.836/0001-63

E-mail da redação:[email protected]

*A opinião dos colunistas não refl etem necessariemante a do jornal.

O ano começa repleto de discussões no esporte. As mais chatas, aquelas que menos falam de esporte na prática, estão relacionadas ao Inter. Afinal, o clube reforma o Beira-Rio com dinheiro próprio, com a parceria de uma empreiteira, ou manda a Copa do Mundo às favas?

Pois lembro-me bem do que escrevi aqui neste espaço em 2010: o racha para a eleição do Inter traria consequências ruins para o Clube. E nem demorou nada para realmente acontecer. De cada lado um grupo, cheio de razões, fala aos quatro ventos, que o outro está errado.

No entanto, um clube com mais de 100 mil sócios, está deixando de lado o único personagem que jamais poderia ser esquecido: o torcedor. Até entendo que agora, sobre a hora, não tem como ouví-lo. Mas isso é mais um motivo evidencia que tudo até agora foi feito de forma equivocada.

O torcedor é aquele que, com parceria ou sem, com dinheiro ou sem, vai levar o clube adiante. É aquele por quem o dirigente vai chamar na hora do desespero. É aquele por quem o dirigente vai jurar amor eterno e respeito. Uma pena, no entanto, que isso só vai acontecer mais adiante quando o problema estourar.

Mas neste março quente, o Jornal Contra-ataque volta com tudo. De cara, estreia seu novo colunista: Mário Marcos de Souza. Um dos grandes deste estado. E para mim, uma alegria redobrada e uma honra. Voltamos a ser “colegas”, novamente.

Com a chegada do Mário, renovam-se as minhas esperanças em ver este jornal ir ainda mais longe. Ideia gestada numa sala de aula da Famecos da PUCRS por um grupo de futuros jornalistas, chegou ao mercado fazendo barulho. E agora, em 2011, mostra que não era brincadeira juvenil. Vida longa ao Contra-Ataque.

Olá, caro leitor do Jornal Contra-Ataque. É com imenso orgulho que apresentamos nossa primeira edição de 2011.

Superamos inúmeros obstáculos ao lançar um jornal focado em todos os esportes. No ano passado, apresentamos a você o compromisso de trazer fatos inéditos, esportes diferenciados e o tão explorado futebol de uma maneira exclusiva, uma abordagem diferenciada. A sensação é de dever comprido, ou melhor, Contra-Ataque consolidado.

São muitas as novidades que preparamos aos leitores do JCA. Distribuído de forma gratuita, o jornal agora possui 16 páginas e duas novas editorias: Futuro Olímpico e Esporte Social. A tiragem também aumentou e a distribuição será ainda mais massificada. Firmo aqui nosso segundo grande compromisso: levar o Contra-Ataque às pessoas que, de alguma forma, praticam ou se identificam com o esporte. Para isso, o impresso estará nas academias, parques, clubes e algumas bancas de Porto Alegre. Os universitários também encontrarão exemplares nos centro acadêmicos e na entrada das instituições aqui da Capital e também do Interior.

Honestamente é difícil eleger o destaque desta edição. Para os fanáticos por futebol, “Gre-Nal pelo Tri” traz uma entrevista inédita com Mário Bolatti e Fábio

Rochemback, os dois grandes nomes da dupla na Libertadores. O entrevistado do mês é o vice de futebol do Internacional, Roberto Siegmann.

O Esporte da Vez é o MMA. Descubra o incrível crescimento da modalidade nos últimos anos e o sonho de um gaúcho em conquistar um cinturão do UFC. Na área social, o exemplo de quem se orgulha em proporcionar a prática esportiva a crianças cadeirantes e o drama da falta se incentivo às modalidades paraolímpicas em Porto Alegre.

O time de colunistas ganha mais dois integrantes: Mario Marcos de Souza, ilustre jornalista esportivo gaúcho e o argentino Ezequiel Vila Petriz, que irá nos trazer “los temas” de destaque em terras hermanas.

A matéria especial gerou muitas discussões no fechamento desta edição. Sete dias antes de ser morto, Tairone da Silva concedeu entrevista exclusiva ao Contra-Ataque na academia onde treinou boa parte da carreira, em Osório. A matéria foi editada, mas não perdeu o verdadeiro significado. A jovem promessa do boxe se foi, mas a história de conquistas no esporte está gravada nas páginas do jornal, uma homenagem.

Tratamento de imagens: [email protected]

* Formado em jornalismo e mestre em Comunicação Social pela Famecos, passou pela Zero Hora e Diário Gaúcho. Trabalhou ainda nas rádios Gaúcha, Rural, Farroupilha e Metrô, sempre junto com o jornal. Hoje é professor da Faculdade de Comunicação Social da PUCRS.

Chelkanoff*FÁBIAN

2011 cheio

Ano Novo, Contra-Ataque revigorado

Fotografi a: João [email protected]

2EDITORIAL Porto AlegreMarço de 2011

Editor Chefe: guilherme Hamm (51) 9715.2921Editor adjunto e arte: Renan Sampaio (51) 8209.4394

Contato: [email protected]

Com a chegada do Mário, renovam-se as minhas esperanças em ver este jornal ir ainda mais longe.

Boa leitura.

Confi ra o novo site do Jornal Contra-AtaqueAcesse o novo site do Jornal Contra-Ataque pelo endereço: www.jornalcontraataque.com.br. Lá você pode ler o impresso na íntegra, conferir fotos de nossas reportagens e ainda ter acesso a um conteúdo exclusivo para o online. Nossos colunistas também estão conectados sobre tudo o que acontece no meio esportivo.

O novo site está mais moderno, com um layout simples e prático para que os internautas encontrem todas as informações que precisam.

As matérias da edição impressa estão divididas por categorias. Com isso, tenha a chance de comentar nossas reportagens e interagir com a equipe do jornal. Não deixe de conferir o twitter através do www.twitter.com/jcontraataque

Page 3: Contra-Ataque Março

Mário Marcos3

Porto AlegreMarço de 2011

Sempre que vejo jovens profissionais ou estudantes dedicados a projetos como o deste jornal, dispostos a buscar espaço na imprensa esportiva, sinto que tenho

uma pequena participação em todo este processo de evolução – e me dá um orgulho danado. Por quê? Vou explicar.

Quando entrei na redação da antiga Folha da Tarde, no já distante dia 14 de abril de 1970, no meu primeiro dia de trabalho como estagiário, descobri

que participaria de uma pequena revolução no que se fazia até

então. Nunca esqueci do que disseram, a mim e a outros estagiários, os jornalistas já

experientes da editoria de esportes naquele dia. Falaram do trabalho, das condutas, da

necessidade de sempre

deixar claro às fontes que não poderia haver conversas

sigilosas diante de um jornalista, mas enfatizaram,

principalmente, o objetivo de tudo:

- Queremos que no futuro a crônica esportiva seja considerada jornalismo, de fato e de direito.

Fácil de entender. Até o fim dos anos 60, os participantes da editoria de esportes, muitos deles grandes profissionais, estavam relegados a uma espécie de gueto nas redações. Ficavam lá, faziam seu trabalho diário, mas até o nome – crônica esportiva – estabelecia uma espécie de segregação no jornal. A editoria queria mudar tudo isso, fazendo coberturas rigorosamente profissionais, mantendo a distância adequada das fontes, sem a promiscuidade que a aproximação demasiada provoca. Todos os profissionais – antigos e novos – estavam decididos a encarar o desafio.

Naquele dia entendi por que ao me dizer que tinha sido aprovado no teste para estagiários, em uma Sexta-Feira Santa, o editor responsável pelo controle das provas comunicou que havia vagas, sim – mas acrescentou que apenas no esporte, com ênfase especial no apenas. Claro, estudantes que faziam os testes para os antigos processos de estágio, em que a Folha da Tarde do Walter Galvani foi pioneira, esperavam ser aprovados para trabalhar como “jornalistas” e não “cronistas esportivos”, uma distinção que separava bem a considerada parte nobre da redação do gueto. A separação podia não ser oficial, mas

era o que todos nós sentíamos. Então, era preciso comunicar ao estudante aprovado que ele teria de se sujeitar a trabalhar na editoria de esportes, a única com vaga na época. Eu e meu velho amigo Nilson Souza, hoje editor de opinião de Zero Hora, aceitamos, claro, porque acima de tudo estava o desafio de fazer o estágio, um passo decisivo para quem sonhava conquistar um lugar no mercado de trabalho.

Mudou muito. A linguagem foi limpa, objetivada, os adjetivos abundantes sumiram, os chavões foram exterminados impiedosamente, os termos em inglês que ocupavam um generoso espaço no texto foram traduzidos para o bom e velho português, a cobertura dos clubes passou a se guiar por manuais. Pegamos, eu e alguns daqueles estagiários, este processo em andamento, liderado por pioneiros da velha redação com visão de que os limites precisavam ser rompidos. Hoje ninguém mais vê separação entre o esporte e as outras editorias, a não ser aqueles poucos que não conseguem se livrar de preconceitos arraigados. São novos tempos, bons tempos em que jovens estudantes fazem um jornal assim - de esportes. Com orgulho.

Novos tempos

Atual comentarista do PFC, o jornalista Mário Marcos trabalhou 27 anos na editoria de Esportes do Jornal Zero Hora. Hoje, possui um blog pessoal com opiniões sobre todos os esportes. Confira:

www.mariomarcos.wordpress.com

Page 4: Contra-Ataque Março

4ESPORTEDAVEZEsporte criado por brasileiros vira sensação nos Eua com o surgimento do uFC. agora, toma conta das academias de Porto alegre.

Combinar momentos de agressividade e força com técnicas de luta e calculismo. Qualidades aparentemente

difíceis de serem reunidas em uma única pessoa, um único atleta. Mas não impossível. Seja bem-vindo ao MMA, um dos esportes que mais crescem no planeta e que tem no Brasil uma referência mundial nas artes marciais.

A sigla MMA significa Mixed Martial Arts, que, em português, quer dizer artes marciais mistas. O esporte é uma modernização do Vale-tudo e não tem uma data específica de criação. Com o nome de Pankration, modalidades semelhantes ao MMA eram praticadas na Grécia Antiga. Mesmo antes desta era, no entanto, vários locais do Oriente, o berço das artes marciais, já combinavam técnicas. Na era contemporânea, o esporte voltou a ganhar força a partir de uma família boa de briga. Na primeira metade do século XX, os Gracie realizavam desafios de Vale-tudo no Norte do Brasil. Nestes combates praticamente sem regras desenvolveram técnicas e criaram o Brazilian Jiu-Jitsu, onde enfrentavam oponentes de outras artes marciais para mostrar qual era a mais eficiente.

Com o passar do tempo e a profissionalização do Vale-tudo, na década de 1990, um dos descendentes da família Gracie, Rorion, criou o UFC. O evento praticamente se confunde com a história do MMA moderno. No UFC, os lutadores se enfrentam dentro de um octógono (uma arena de combate semelhante a uma jaula). Hoje, o UFC é o maior espetáculo de MMA do mundo.

Apesar da enorme visibilidade do MMA em todo o planeta e da qualidade dos atletas brasileiros, o esporte ainda recebe pouco apoio financeiro por aqui. Esta é a visão do gaúcho Rafael Ramos de Oliveira, conhecido como “Marretta”. Aos 30 anos, ele diz que o Brasil pode ir mais longe. “Temos qualidade para isto”, afirma o lutador, que já conquistou títulos importantes do MMA como o Predador Fight Championship - o maior evento da América Latina.

Marretta conta que já recebeu propostas para deixar Porto Alegre, mas confessa que, diferentemente de muitos, não pensa em virar uma grande estrela do esporte.

“Meu objetivo é fazer o MMA e as lutas crescerem como um todo”, explica o atual professor de MMA e boxe em academias da Capital.

Com o crescimento do MMA, principalmente na última década e as boas participações brasileiras no UFC, muitas academias de Porto Alegre passaram a receber alunos interessados no esporte. Segundo o professor de Jiu-Jitsu da Mr Fitness, Gabriel Ortiz Machado, de 28 anos, o apoio da mídia tem contribuído para o aumento na procura. “As pessoas olham as lutas na TV, acham legal e vêm procurar não só o MMA, como outras artes marciais como o Jiu-Jitsu”, diz.

Mas Gabriel manda um recado para os desavisados que pensam ser fácil tornar-se um bom lutador de ates marciais mistas.

“O MMA, assim como a luta em si, é 1% inspiração e 99% de transpiração. Tem que treinar muito mesmo para ser bom”, completa.

- O MMA é uma modalidade esportiva que procura combinar movimentos das mais variadas artes marciais.

- No Brasil, a família Gracie, foi responsável pelo surgimento do MMA. Na primeira metade do século XX, Carlos Gracie, lutador de Jiu-Jitsu, desafiava oponentes de outras artes marciais em duelos de vale-tudo.

-É proibido colocar dedo nos olhos, morder o adversário, puxar o cabelo ou atacar a garganta do oponente.

-As regras também coíbem

beliscões, arranhadas, chutes e joelhadas na cabeça do adversário que está no chão.

-Existem cinco maneiras de vencer uma luta de MMA: pontos, nocaute, nocaute técnico, finalização, ou por desistência.

- Além do grande número de campeões em eventos de MMA, o Brasil tem inúmeros nomes de peso no esporte. Entre eles estão Anderson Silva, Maurício Shogun, Lyoto Machida, Zé Aldo, Fabrício Werdun, Wanderlei Silva, Demian Maia, Thiago “Pitbull” Araújo, Antônio Rodrigo

“Minotauro”, Antônio Rogério “Minotouro” e Vítor Belfort.

- Entre os atletas gaúchos de maior destaque no MMA mundial estão Fabrício Werdun, Hélio Dipp, Maiquel “Falcão” e Thiago “Minu” Meller

- Os principais eventos mundiais de MMA são o UFC e o Strikeforce. No Brasil, o Jungle Fight e o Shotoo são os grandes campeonatos.

- No Estado, a cidade de Pelotas é a principal potência do MMA.

Bem-vindo ao

MMA

Saiba mais sobre o MMA

texto Eduardo Paganella fotos João Freitas

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5Porto AlegreMarço de 2011

A frase poderia ser atribuída a tantos campeões de artes marciais, mas são do jovem Luca Rodrigues, que ingressa no mundo do MMA em 2011. Aos 23 anos, ele se prepara para sua primeira luta dentro da modalidade, que deve ocorrer no primeiro semestre do ano. A seu favor, o jovem possui a confiança de ter conquistado títulos em modalidades isoladas de artes marciais.

Para ele, a luta começou logo na infância, aos seis anos de idade. A pedido de uma psicóloga, a mãe de Luca o colocou em uma turma de Judô. Eis que começou a paixão pelas artes marciais. Vizinho de infância de praticantes de lutas e do grande nome do MMA gaúcho na atualidade, Fabrício Werdun, Luca cresceu

aprendendo técnicas de combate. Assim, desenvolveu habilidades em outras disciplinas, ganhando títulos estaduais de Jiu-Jitsu e Muay Thai.

Hoje, o jovem cursa faculdade de Educação Física e dá aulas de Jiu-Jitsu para poder treinar. Mas Luca quer dar um passo além, e ingressar no MMA. Ele ambiciona chegar ao UFC. “Sei que é difícil, mas é o objetivo de todos os que estão começando. Acredito que posso fazer o que gosto e que o MMA pode, sim, me sustentar”, diz o atleta, que vê em Anderson Silva um espelho para os praticantes da modalidade “O Anderson é o Top, o melhor. Eu me identifico com ele, pois sou de uma classe mais baixa e reconheço sua raça e a dedicação. Espero chegar longe”, vislumbra.

Não é raro ver uma pessoa com o sobrenome Silva roubando a

cena mundial. Já tivemos presidente da república, piloto de fórmula 1 e uma infinidade de jogadores de futebol ganhando o notoriedade com este sobrenome. Mas, agora, o Silva da moda não pilota, não faz gol e nem comanda o país. Ele é bom de briga.

Criado em Curitiba, o paulistano Anderson Silva, de 35 anos, destaca-se no mundo todo devido ao talento que demonstra no MMA. O “Spider”, como é chamado por muitos, é o atual campeão dos pesos médios (até 84 kg) no UFC e está invicto na categoria há 14 combates. Mas quem pensa que a estrela deste Silva brilhou de uma hora para outra se engana.

Anderson Silva começou cedo nas artes marciais. Aos sete anos, iniciou os treinamentos em Taekwondo. Durante

a juventude, devido às dificuldades financeiras, limpava academias para poder treinar. Neste período, praticou capoeira, Jiu-Jitsu e judô. Mesmo assim, o jovem queria jogar futebol, algo que nunca aconteceu. Foi então que ele decidiu entrar para o esporte que o tornaria um verdadeiro mito.

Sua primeira luta oficial no MMA ocorreu em 2000, em um evento chamado Meca. Em 2006, ele entrou no UFC. E de lá para cá está difícil derrubar o campeão. Foram 14 vitórias consecutivas. A última ocorreu na chamada “luta do século”, contra o brasileiro Vitor Belfort, no dia 6 de fevereiro de 2011. Logo no primeiro round, Anderson Silva desferiu um pontapé que atingiu o queixo de Belfort, que caiu praticamente desnorteado no chão. Para os fãs de MMA, um nocaute incrível. Para Anderson Silva, mais um concorrente batido no octógono.

O que é o UFC?A sigla UFC significa Ultimate Fight Championship e é uma organização americana que promove eventos de MMA. O torneiro surgiu em 1993, a partir da iniciativa do brasileiro Rorion Gracie juntamente com empresários norte-americanos. Seu irmão, Royce Gracie, foi o primeiro campeão do UFC. Nos primórdios, o evento possuía poucas

regras, sendo considerado violento. Muitos estados norte-americanos chegaram a banir as televisões locais de exibirem o torneio.

Em 2001, a marca UFC foi comprada pelo ex-lutador de boxe, Dana White, e outros dois empresários norte-americanos. Foram feitas melhorias nas regras e adequações para que o evento fosse vendido em canais de televisão. As modificações

surtiram efeito e o evento ganhou força e popularidade novamente. Em 2007, a marca comprou o Pride, um dos principais eventos de MMA do mundo, realizado no Japão. No ano de 2010, foi a vez do WEC (World Extreme Cagefighting) ser adquirido pela franquia de Dana White. Na última semana, O UFC anunciou a compra do seu principal concorrente até então, o Strikeforce

Atualmente, o UFC é o principal torneio de artes marciais mistas do mundo, considerado um sucesso de público e audiência. De acordo com a revista norte-americana Forbes, a marca UFC está avaliada em 1 bilhão de dólares. Dividido em sete categorias determinadas a partir do peso dos atletas, o evento virá ao Brasil no mês de agosto. Por falar em Brasil, dos sete cinturões do UFC, três são nossos.

Rumo à luta“Faixas pretas serão os diplomas da minha vida”.

Brilha a estrela de um Silva

divulgação

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6DUPLA GRE-NALNo embalo dos novos reforços e de seus inflamados torcedores, grêmio e internacional buscam a libertadores pela terceira vez e com possibilidade de um clássico

Faz tempo que a américa virou obsessão tanto para gremistas quanto para colorados. depois de batalhas incessantes contra colombianos, argentinos, bolivianos, uruguaios, venezuelanos e, porque não, brasileiros, libertar o continente e levantar a taça mais cobiçada do território sul-americano tornou-se a sina dos torcedores de grêmio e internacional. Quando começa o ano, só

se fala em libertadores.

E a temporada de 2011 conta com todos os ingredientes para celebrar um dos torneios mais ferozes de toda a história, já que pode haver confronto entre os maiores rivais do Sul do Brasil.

diante dessa possibilidade épica de, pela primeira vez na história, termos gre-Nal em uma libertadores da américa, o Contra-ataque jamais deixaria o leitor na mão. duas entrevistas exclusivas, que trazem a visão de protagonistas azuis e vermelhos do maior torneio do Continente.

Gre-Nal

Américapelo Tri da

Começaremos com o atual campeão. Para manter o caneco no museu do Gigante da Beira-Rio e buscar o tricampeonato, o

Sport Club Internacional encorpou seu grupo com uma dupla de argentinos de respeito. Primeiro desembarcou Fernando Cavenaghi, autor de 71 gols em 122 jogos pelo River Plate, onde atuou ao lado

do craque colorado e destaque da equipe, Andrés D Alessandro.

Depois, chegou Mario Ariel Bolatti, que veio da italiana Fiorentina por 4 milhões de euros. Desde a primeira participação, na estreia colorada em Guayaquil, diante do Emelec, Bolatti faz balançar o coração e as melhores lembranças dos colorados de antigas gerações, que tiveram o

texto Rodrigo Pizolotto e Guilherme Hammfotos João Freitas

o gre-Nal é um clássico. E clássicos sempre são partidas especiais, diferentes. Existindo ou não o confronto, vamos nos preocupar

em ganhar a Copa. Mas é claro que, quando se trata de um gre-Nal, tudo muda.

Dois jogos para virar ídolo

Mário Bolatti

Page 7: Contra-Ataque Março

7Porto AlegreMarço de 2011

Do lado azul, Fábio Rochemback é o capitão Tricolor, responsável pela estabilidade do sistema defensivo de

Renato Portaluppi. Seguro, firme e vibrante, o volante vive grande fase no Estádio Olímpico. Por ironia do destino, a grande promessa colorada do início dos anos 2000 foi reencontrar o bom futebol na casa do maior rival. Após assinar contrato com o Grêmio, aproveitou a chance para abrir seu coração e declarar-se gremista desde o berço. Antes de retornar a Porto Alegre, o atleta construiu um currículo de respeito na Europa, com passagens por Barcelona, Sporting, de Portugal e Middlesbrough, da Inglaterra.

Depois de um início conturbado pelo tricolor, ele firmou-se como titular absoluto, jogador de confiança da diretoria, da comissão técnica, caiu nas graças da torcida e ganhou a braçadeira que já foi de Hugo De León e Adílson Batista. “Sei da importância de ser capitão e disputar uma Libertadores por um clube de tradição como o Grêmio. Estamos melhorando a cada jogo. Fizemos um bom início de ano. Agora estamos confiantes e bem fisicamente”, afirma.

O começo do torneio mostrou que cada partida deve ser encarada com o máximo de seriedade. O Grêmio estreou com um sonoro 3 a 0 sobre o Oriente Petrolero, em casa. A viagem à Colômbia para enfrentar o Junior de Barranquilla não foi nada agradável. “Se classificar em primeiro não é difícil. Só depende

de nós. Mas o que vale mesmo é passar para a segunda fase. Depois disso, buscar a liderança também é importante”, destaca Rochemback.

Questionado sobre qual companheiro que ele gosta mais de ter ao seu lado na meia-cancha defensiva, o capitão esquivou-se. Embora já tenha atuado com Adílson, William Magrão, e até mesmo com o garoto Fernando, ele ressalta. “Não tenho preferência. Todos têm condições para atuar naquela região do campo. Trabalho com todos, sei como jogam, mas é uma decisão do próprio Renato”.

Em relação a um confronto com o grande rival em um futuro clássico na segunda fase, ele não hesita em responder. “Acompanho não só o Inter, mas todos os jogos. É claro que, por se tratar de um rival, observamos bastante, mas o Renato pede para assistirmos a todas as partidas para conhecer os possíveis adversários. Antes de pensar em um Gre-Nal, temos que classificar, mas é claro que este confronto sempre faz parte dos nossos pensamentos, pois o grupo do Inter é muito forte, assim como o nosso”, enfatiza.

Para finalizar, o candidato a Capitão América dá um recado aos tricolores. “O Grêmio tem cara de campeão. Vencemos a Taça Piratini (o primeiro turno do Gauchão) por méritos. Temos um time de vencedores, com bons jogadores e um grande treinador. O Rochemback nesta Copa será muita raça. A união que temos dentro do vestiário é levada para o campo também”.

acompanho não só o inter, mas todos os jogos. É claro que, por se tratar de um rival, observamos bastante. Este confronto sempre

faz parte dos nossos pensamentos, pois o grupo do inter é muito forte, assim como o nosso.

privilégio de ver Paulo Roberto Falcão jogar. Fisicamente os dois são parecidos e, no Internacional, o volante começa a mostrar um dom que não havia aparecido na carreira até então: o de marcar gols. Principalmente de cabeça. Já foram três. Dois pelo alto e um com pé direito.

O hermano espanta os torcedores pela tranquilidade, competência e frieza na hora do desarme. Junto com a primeira semana vestindo a camisa vermelha, veio o prêmio da FIFA de melhor jogador da semana. “É uma alegria para mim falarem bem do meu nome e estar conseguindo, em pouco tempo, esse bom desempenho. Minha adaptação aqui foi tranquila, pois tenho muitos companheiros argentinos. Eles me ajudam muito nesse aspecto. Além disso, o grupo todo é

excelente”, destaca Marito.

Embora novato, o argentino já conhece a força da rivalidade Gre-Nal. Ele fala para a torcida colorada como seria encarar o Grêmio em uma Libertadores. “O Gre-Nal é um clássico. E clássicos sempre são partidas especiais, diferentes. Se joga de uma maneira diferente. Mas, existindo ou não o confronto, vamos nos preocupar em ganhar a Copa. Mas é claro que, quando se trata de um clássico, tudo muda”. Com o sotaque portenho de Bolatti, Cavenaghi, D Alessandro e Guiñazu, o colorado vai em busca do Tri da América.

Capitão incontestável

FábioRochemback

Page 8: Contra-Ataque Março

ENTREVISTAESPECIAL

Defesa irrestrita ao trabalho do técnico Celso Roth. Fim do time B e jogadores dispensados ou emprestados. Mudança de visão

nas categorias de base. Em apenas dois meses, o novo vice-presidente de futebol do internacional, Roberto Siegmann, dá uma amostra de como será sua gestão nos próximos dois anos.

através de um discurso forte e sem meias-

palavras, também fortalecido pelo papel das redes sociais, o dirigente persegue o caminho das glórias ao qual o clube acostumou-se na última década. Títulos que tiveram a marca de seu antecessor, Fernando Carvalho.

Substituir o, considerado por muitos, como maior dirigente das história do inter é apenas mais um desafio para esse colorado, que há 23 anos atua como conselheiro do clube.

Para quem não o conhecia, já deu para perceber que Siegmann irá incorporar um jeito novo de pensar o futebol no Beira-Rio. Ele afirma não temer brigas com antigos companheiros políticos por eventuais divergências ou posturas. Quer ser lembrado não pelas palavras, mas, sim, pelas conquistas.

isso é que você confere abaixo na entrevista exclusiva que concedeu ao Contra-ataque:

Você se considera um defensor de Celso Roth dentro do clube, até pela manutenção do treinador pós Mundial de Clubes?

Muitas vezes acredita-se que é mais fácil trocar o treinador, mas, na realidade, não é. Achamos que a eliminação no Mundial foi uma fatalidade que ocorre no futebol. Muito dolorida, é claro. Mas era possível continuar com o Roth devido às qualidades que esse profissional tem. Eu defendo qualquer um que esteja dando certo, Inclusive o Celso Roth. Ele é um treinador que trabalha muito, sabe manter o grupo na mão. Joga com a tabela, com um futebol de resultado.

Apoiar veemente o técnico é uma forma de acabar com boatos sobre uma futura saída?

Isso não é uma questão de estratégia. Quem está aprendendo a me conhecer está vendo que quando tenho que dizer as coisas, eu digo. Não fico tergiversando. Como é que não vou apoiar alguém que é fundamental para a conquista de qualquer título ou vitória. O que eu não posso é assumir uma posição falsa. Se eu o apoio, tenho que deixar isso bem claro.

Qual é o jeito Siegmann de comandar o futebol?

Com relação às coisas do futebol sou muito pragmático. Tudo é visto a partir dos resultados. Se nós tivermos a avaliação de o que está sendo feito não está bom, temos que mudar. Desde o começo tenho dito que hoje apenas a bola e o presidente têm lugar permanente no clube. Todos os demais, inclusive eu, estão sujeitos aos resultados que tiverem. Do meu ponto de vista isso dá certo exigindo que o trabalho seja bem feito.

Qual é a participação de Fernando Carvalho no futebol em 2011? Você mantém conversas com ele?

Nós conversamos dentro das necessidades aqui do clube. Sou amigo do Fernando (Carvalho) de longa data. Ele está mais afastado porque o tempo de contribuição dele aqui dentro do Internacional é muito longo e extenso. O Fernando tem agora que cuidar dos negócios, da família. Ele precisava mesmo de umas férias. O afastamento se deve muito a isso.

Como é substituir o dirigente

que talvez tenha sido o mais importante da história do Inter?

É inegável que o Fernando é o maior dirigente em termos de vitórias da história do Internacional. Foi graças ao trabalho dele que conquistamos inúmeros títulos. Substituí-lo é algo extremamente difícil. Mas também deixo claro que é um desafio pra mim. Só que ele tem um jeito e eu outro. Temos que respeitar as peculiaridades de cada um. Tomara que a minha forma de pensar dê certo também.

Acabar com o time B faz parte da falta de produtividade da equipe ou é em função do corte de gastos imposto em 2011?

Foi pelos dois motivos. Na realidade, eu já vinha questionando isso com o Fernando Carvalho e com o Giovanni Luigi. Entendo que o Inter B deve ser uma sequência dos juniores, aquela fase intermediária até a total profissionalização, o que não estava acontecendo. Na condição de vice de futebol não vi um resultado promissor. Não gostei do que vi. Não gostei do Gre-Nal. Achei que ainda era tempo de agente tomar uma providência.

O Inter B não representava satisfatoriamente o Sport Club Internacional?

É mais ou menos isso. Qualquer equipe, em qualquer competição, em qualquer categoria, quando veste a camisa do Internacional, deve representar o clube à altura.

É possível que o fim do projeto gere um atrito com dirigentes como Fernando Carvalho e Vitório Piffero, que foram responsáveis pela implementação de uma segunda equipe?

A partir do momento que assumi a responsabilidade pelo futebol do Internacional, tenho que ter consciência que as decisões tomadas podem acarretar algumas questões positivas ou negativas. Tanto o Fernando Carvalho como o Vitório Piffero desfizeram coisas que os outros fizeram, nem por isso deixaram de ser considerados grandes dirigentes. Acho que esse direito de se fazer modificações é inegável. Até porque qualquer sucesso ou insucesso aqui no Inter será cobrado de mim e não do Piffero ou do Carvalho.

A falta de garantias exigidas pela Fifa desde o ano passado não poderia

fazer com que a Arena do Grêmio passasse a receber os jogos da Copa, tendo em vista os problemas causados pela indefinição prolongada do modelo a ser adotado no Beira-Rio?

O Grêmio elegeu um modelo com a aprovação do conselho. É uma questão interna deles. Não opino sobre isso. Eu conheço a Arena apenas por maquete, mas conheço o Beira-Rio porque convivo aqui dentro. Entre uma maquete e um estádio, tem uma diferença muito grande. O que eu acho é que Fifa acredita que o Internacional tem potencial para realizar essas obras, embora haja uma dificuldade momentânea. Nosso estádio é muito mais concreto do que qualquer outro projeto.

O foco de jogadores e comissão técnica não fica prejudicado após esse embate no clube?

Sou conselheiro do clube há 23 anos. Me manifesto como conselheiro. Tenho minha opinião e não posso me furtar disso. Mas te garanto que os comentários não passam da porta do vestiário para dentro.

O atrito gerado por estas discussões poderá o prejudicar politicamente no futuro?

Não se trata de um racha, mas, sim, de uma divergência com relação ao modelo de obras. Não estamos diante de um terceiro turno de uma eleição presidencial. Quem ganhou a eleição foi o presidente Giovanni Luigi. Tenho certeza que com o tempo essas divergências serão maturadas e resolvidas.

O Conceito de ter uma categoria de base com o foco maior no potencial físico dos atletas já está sendo implementado no Inter?

Nós somos obrigados a formar as categorias de base como se fosse um filme de trás pra frente. Não é uma coisa que será feita de uma hora para outra. Não podemos contratar jogadores a metro. Mas devemos, sim, constatar que precisamos ter um manancial de jogadores que atendam ao perfil do futebol europeu. Vamos estabelecer alguns padrões e buscar isso desde as categorias iniciais.

Dentro desse pensamento, o clube não estaria deixando de investir em jogadores como Nilmar e Rafael Sobis, atacantes relativamente franzinos que renderam muito aos cofres do clube e na conquista de títulos?

Dentro de cada convicção há sempre uma exceção. Embora eu estabeleça como regra, evidentemente, se chegar um jogador de 1,5m e de excepcional qualidade técnica e velocidade, ele vai ter vez no Inter.

Um bom desempenho no futebol o credencia para pleitear o cargo

de presidente do clube?

Minha pretensão é fazer um bom trabalho no futebol. O que isso vai proporcionar eu não sei. Enquanto precisarem de mim, vou estar à disposição

O que mais você pretende implementar no Internacional?

Sou muito dogmático no futebol e muito dialético com relação aos processos da vida. Existem vários processos internos dentro do futebol que devem atender aos aspectos mais modernos no que dizem respeito à gestão. Pretendo implementar o que está sendo feito no clube através do trabalho do presidente e do Aod (Cunha).

Você leva uma vida normal longe do Beira-Rio depois de tornar-se vice de futebol?

A diferença que deu para sentir é na visibilidade. Eu me deparo com situações que não aconteciam. Quando estou no supermercado as pessoas vêm falar comigo sobre o Celso Roth, sobre os atacantes, sobre Copa Libertadores.

Você inovou com a criação do blog e uso de redes sociais como o twitter para divulgar opiniões sobre o que acontece dentro do clube. Qual é o objetivo de utilizar essas ferramentas?

Eu inaugurei uma nova forma de contato com os torcedores. Fiz uma análise de como era a relação de quem ocupa cargos importantes no clube. Muitas vezes, a falta de informação leva ao surgimento de muitos boatos. Então, procurei estabelecer uma ligação direta com os torcedores. Para ser honesto, há dois meses eu nem sabia o que era twitter.

Títulos são essenciais para que Siegmann seja lembrado como um grande dirigente colorado?

A eficácia dentro do futebol vem através da conquista de títulos. Se eu não conquistar ou até mesmo não disputar os campeonatos de uma forma muito eficiente, serei apenas mais um dirigente que passou pelo Internacional.

texto Guilherme Hammfotos João Freitas

Não é estratégia. Estão vendo que quando tenho que dizer as coisas, eu digo. Não fico tergiversando.

Hoje, apenas a bola e o presidente do clube tem lugar permanente. Todos os demais, inclusive eu, estão sujeitos aos resultados.

Se eu não conquistar títulos, serei apenas mais um dirigente que passou pelo internacional.

vice de Futebol explica polêmicas decisões e planeja futuro no inter

8

Page 9: Contra-Ataque Março

a nova convicção do Beira-Rio

SIEGMANN

Page 10: Contra-Ataque Março

NACIONAL EINTERNACIONAL

Rimolo*

ALINE

Correspondente de Madri

*Aline Peixoto Rimolo, jornalista formada pela PUCRS. Atualmente faz Mestrado de jornalismo esportivo na Universidade Rey Juan Carlos, em Madrid.

Do Brasileirão à Liga Espanhola

10FUTEBOL8 jogadores brasileiros fazem parte do elenco da Shaktar donetsk que passou pela Roma na liga dos Campeões. Porto Alegre

Março de 2011

O atacante Jonas chegou ao Estádio Olímpico em 2007. Nas três temporadas que defendeu as cores do tricolor, a ultima, sem dúvida, foi a melhor. No Campeonato Brasileiro de 2010 fez 23 gols que lhe renderam o título de goleador da competição e um lugar no futebol europeu. No dia 24 de janeiro deste ano, o atacante foi anunciado como reforço do Valência e assinou contrato com o clube até 30 de junho de 2015.

Jonas chegou à equipe Espanhola da mesma forma que ao Grêmio. Para os Espanhóis, ele é apenas mais um jogador que vem do Brasil e de quem se espera o mesmo desempenho de outros atletas brasileiros que deram certo na terra da atual campeã do mundo. É verdade que na Espanha ainda se ouve muito pouco sobre ele. Mas os benefícios pela campanha de 2010 não param por aí. Na ultima convocação de Mano Menezes para a Seleção Brasileira, o nome de Jonas estava lá junto dos atacantes Nilmar, Neymar e Pato. E como se diz por aqui, será o “debut” do jogador defendendo as cores do Brasil.

No Valência, quase um mês depois de sua apresentação, beneficiado pela lesão do atacante Aduriz, Jonas recebeu a primeira oportunidade de mostrar seu bom futebol. E, logo na segunda vez que entrou em campo - em apenas dezesseis minutos - o atacante marcou seu primeiro gol, um feito importante que, na ocasião, deu a vitória ao time espanhol. Com isso, o time se manteve entre os três melhores da Liga Espanhola. Desde então, a cada jogo uma nova oportunidade. Além de fazer o seu, já serviu os companheiros e também está agradando ao técnico Emery e a imprensa local. Em território Espanhol ainda se comenta muito pouco sobre Jonas, mas suas primeiras apresentações com a camisa do Valência mostraram que haverá muito que falar.

O Atlético de Madrid está de olho em Lucas, revelação são-paulina, 18 anos, e com apenas sete meses de profissional. Após impressionar ao longo do Sul-Americano Sub-20 e ser convocado para a seleção principal para o próximo jogo contra a Escócia, o jogador é tratado como uma promessa de craque.

Lucas tem a multa rescisória de 80 milhões (R$ 183 milhões). Maior que, por exemplo, as de Ganso e Neymar, do Santos. No último jogo do hexagonal final do Sul-Americano Sub-20, o jogador marcou três gols, contra a seleção uruguaia e foi eleito o melhor em campo.

Curiosamente, o meia há meses atrás era chamado de “Marcelinho”, devido à semelhança com Marcelinho Carioca e por ter iniciado sua carreira na escolinha do ídolo do clube rival. Resolveu voltar atrás devido a um pedido da mãe e para evitar comparações. Ele afirma que pretende permanecer no Estádio Pacaembu, pois é muito jovem para sair do Brasil.

Brasileiros colocam ucranianos nas quartas

O Shaktar Donetsk, líder isolado do Campeonato Ucraniano, carimbou sua vaga para as quartas de final da Liga dos Campeões da Europa. E para isso contou com um

quarteto ofensivo formado somente por brasileiros. Após a primeira fase, onde terminou em primeiro no seu grupo - a frente do favorito Arsenal - eliminou a Roma no mata-mata das oitavas de final.

A equipe ucraniana, pela primeira vez entre as oito melhores da Europa, venceu o time de Roma por 3 a 2 na Itália e em casa por 3 a 0. Os responsáveis por isso falam português, como praticamente

todos os jogadores de meio e ataque do clube. São oito brasileiros. O ex-Grêmio Douglas Costa, o conhecido Luiz Adriano, ex-Internacional, Jadson, com passagem pelo Atlético-PR, Willian, que jogou no Corinthians e o brasileiro naturalizado croata Eduardo da Silva estiveram em campo no último jogo.

O time conta ainda com Fernandinho, que jogou no Atlético-PR, Alex Teixeira, que saiu do Vasco ano passado e Marcelo Moreno, conhecido pela torcida do Cruzeiro e que tem naturalidade boliviana e brasileira. O Shaktar conhecerá o próximo adversário pela semifinal no sorteio que acontece dia 18 de março, na sede da Uefa.

O clube paulista investiu pesado e acertou a volta de Luis Fabiano, que foi ídolo tricolor de 2001 a 2004. O São Paulo pagou ao Sevilla 7,6 milhões (R$ 19,9 milhões) pelos direitos do jogador.

Um plano de marketing foi elaborado para disponibilizar essa quantia.

O clube criou dois novos planos para o torcedor associar-se, o Fabuloso, fazendo alusão ao apelido do jogador e o VIP, com direito a camarotes, camiseta autografada pelo craque e acesso a festas do clube. Os paulistas também negociarão os direitos de imagem do jogador para recuperar o investimento.

Após cinco anos na Europa, passagens pela seleção e uma Copa do Mundo em 2010, Luis Fabiano, o Fabuloso, voltou ao clube do coração e assinou um contrato de quatro temporadas. Ele jogará ao lado de Rivaldo, que também fez história na seleção e retornou ao Brasil esse ano.

luiz adriano (ex-inter) e douglas Costa (ex-grêmio) são destaques da equipe

São Paulo repatria Luis Fabiano Lucas na mira da Espanha

FoToS divulgação

gaSPaR NÓBREga/viPCoMM

lucas é revelação

textos Cássio Santestevan

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911 9PROJETOSOCIALPorto AlegreMarço de 2011

Mesmo sem apoio, clube gaúcho de esportes paraolímpicos promove projeto pioneiro e único no Estado.

“Desde quando meu filho tinha sete anos eu procurava um lugar para que ele pudesse praticar algum esporte”. Mas foi somente cinco anos depois que Ana Rosa Silveira da Silva, 42 anos, realizou seu desejo. E com sua intensa participação. Coordenadora do projeto “Escola Paraolímpica”, fundado em 2009, Ana também é mãe de Lucas, 14 anos. Ele é um dos jovens que, todo sábado, nas dependências do Centro Estadual de Treinamento Esportivo (CETE), na Rua Gonçalves Dias, no bairro Menino Deus, entram para a história do esporte gaúcho como o primeiro grupo de atletas infanto-juvenis a praticar um esporte paraolímpico. Consciente do pouco apelo popular que a modalidade provoca, Ana, educadora física formada pela UFRGS, não desperdiça oportunidades de tentar aumentar a equipe. “Garimpamos em todos os lugares. Na rua, no shopping, nos estádios. Todo cadeirante que encontro paro, converso, convido a participar do grupo”, conta.

Mas é através de Luiz Portinho que a “Escola Paraolímpica” tornou-se realidade. Em 2005, ele e mais quinze atletas fundaram o “RS Paradesporto”, instituição pela qual a escola está vinculada. Presidente da instituição, é ele quem briga com os governos por melhorias no tratamento para os atletas da capital. Portinho mostra-se preocupado com a falta de suporte, dos governos e da iniciativa privada. “Com o apoio escasso que recebemos agora, o esporte paraolímpico no Rio Grande do Sul depende da boa-vontade para sobreviver”, atesta. De fato, na última competição de basquete disputada pelo clube, realizada em Niterói (RJ) foram os próprios atletas que desembolsaram cerca de R$ 6 mil reais para a disputa, após a negativa do então governo estadual em investir na equipe.

Além de basquete, o RS Paradesporto conta com atletas na vela, bocha, halterofilismo e esgrima - pioneira no Brasil.

Quase toda criança tem o sonho de seguir uma carreira esportiva. Ou, ao menos, o desejo de praticar algum esporte. Com os integrantes da escola não é diferente. É o caso de Fabiano Souza da Silva, de 12 anos, irmão do atacante Luiz Adriano, ex-Internacional e atualmente no ucraniano Shakhtar Donetsk. Convidado por Luiz Portinho enquanto assistiam a uma partida do Internacional no espaço reservado aos cadeirantes, Fabiano relutou enquanto pôde. Fez a primeira visita em janeiro deste ano, mais de três meses após o convite. Desde então, não faltou um só dia. A mãe do menino, Elisabete, elogia o aproveitamento

que seu filho tem do projeto. “Uma coisa que favoreceu muito foi a disciplina que o basquete proporcionou ao Fabiano. Hoje, ele é um menino mais sociável, muito mais tranquilo”, comemora.

É claro que os problemas estruturais são muito grandes. Apesar de todo esforço, o número de crianças e adolescentes poderia ser bem maior. Não há transporte suficiente para que os jovens cadeirantes possam chegar às instalações do CETE. Apenas uma Kombi, pertencente à Secretaria de Acessibilidade, mas que, além de comportar apenas três alunos por viagem, por vezes, nem funciona aos sábados “Em mais de uma ocasião, avisam na sexta que não haverá veículo disponível no sábado”, recorda Ana. Enquanto isso, a quase dezena de crianças cadeirantes de regiões como a Zona Norte e Viamão continuam sem participar do projeto.

Outro ponto delicado na questão do apoio público é em relação ao governo estadual, que hoje limita-se à cessão de um estagiário de Educação Física. Em teoria. Na prática, não acontece nada do tipo. “O horário de treinamento disponibilizado pelo próprio governo (mantenedor do CETE) é aos sábados, dia em que o estagiário não trabalha”. Isso sem contar a academia pública da CETE não possuir uma rampa de acessibilidade, estimada em R$ 30 mil, enquanto ocorre uma reforma, iniciada em julho passado, orçada em mais de R$ 4 milhões.

Procurados pela reportagem do Jornal Contra-Ataque, a Secretaria de Esporte e Lazer, através de sua assessoria de comunicação, afirmou que o projeto está sendo totalmente reavaliado e situações, a exemplo dessa, serão devidamente sanadas.

Mas Ana e Portinho não desistem na diária e constante luta por melhores condições aos cadeirantes. Portinho tem consciência de que contar apenas com a boa-vontade não é o suficiente. “Ou nós brigamos pelos nossos direitos, ou não temos nada”, afirma, taxativo. Já Ana, sem perder a esperança, sorri, e depois finaliza. “Ver eles se divertindo e praticando esportes é a nossa maior recompensa”.

Mão na roda, bola na cesta

texto Juliano Westphal fotos João Freitas

Breno (com a bola) não possui deficiência, mas acompanha o amigo Bruno nos treinos

através do esforço de uma mãe, cadeirantes tornam-se atletas no Escola Paraolímpica

Com o apoio escasso que recebemos agora, o esporte paraolímpico no Rio grande do Sul depende da boa-vontade para sobreviver.

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12ESPECIALPromessa gaúcha no Boxe olímpico, Tairone revelou seus sonhos ao Jornal Contra-ataque sete dias antes da sua morte. Porto Alegre

Março de 2011

Um metro e oitenta e quatro. Setenta e cinco quilos. 17 anos. Os números não impressionavam

quando comparados aos dezoito nocautes em vinte e duas lutas da recém iniciada carreira no mundo do Boxe. O jovem gaúcho nasceu com nome de vencedor. As vozes dos locutores internacionais já se entregavam a expansão das vogais de TAIRONE SILVA no grito final de campeão.

No quadril articulado pela insistente e preparada técnica, ele carregava o cinturão de Campeão Sul Americano de Boxe, disputado na categoria 75 kg adulto, após o nocaute no início do 2º round na final do Campeonato Internacional de Boxeo Verano 2011, no Chile. O único peso que o atleta

sentia na guarda não eram os golpes dos rivais, mas sim o sonho de poder ostentar uma medalha olímpica e mundial.

Aos 14 anos, Tairone começou a praticar esporte como a maioria dos guris da sua idade. Ele era atacante goleador do Genoma Colorado na cidade de Osório, no Litoral Norte Gaúcho. A história de difíceis oportunidades no futebol para um garoto com três irmãs e dois irmãos e de família humilde mudou quando os amigos convidaram-no para fazer uma aula de Boxe na academia do seu treinador Anildo Pereira. “Ele treinou e foi embora. Apareceu uma só vez. Vi um potencial incrível no biotipo e no estilo que se aproxima dos boxeadores cubanos. Fui atrás. Achei a casa onde ele morava com a família. A primeira coisa que disse aos pais dele foi: ‘o seu filho pode ser um campeão’. Eles

não acreditaram, na hora, que ele poderia ser Bicampeão Gaúcho, Campeão Brasileiro e Sul Americano e um dos principais atletas da Seleção Brasileira e Militar de Boxe Olímpico. Então, consegui convencê-los”, relembra o ex-boxeador.

Jovem Ídolo

Tairone tinha um jeito de moleque brincalhão. Era fã do pugilista norte-americano e pentacampeão mundial dos pesos-pesados Evander Holyfield. Apesar da cara de mal para o ensaio fotográfico da matéria, ele brincava com os colegas de treino, dançava em frente ao espelho, sorria sobre o assédio das gurias após as conquistas. Ele já era o ídolo dos mais novos.

Tímido e de poucas palavras, confessava que ainda estava

se soltando em frente aos microfones e pedidos de autógrafos. “No começo, eu só falava ‘aham’ nas entrevistas na rádio. Sou assim, na minha, é meu jeito”, declarou ao Contra-Ataque sete dias antes da morte.

Mas, quando subia no ringue, tudo se transformava. As luvas tornavam-se extensão de seu corpo e mente.

“Quando entro no jogo (luta) não penso em mais nada. Antes me concentro. Fico em silêncio. Penso no que vou fazer. Lá dentro escuto só o treinador e o grito da torcida que me incentiva”, relatou na entrevista.

Perguntado sobre o que faria com o primeiro dinheiro considerável de seu trabalho, o pugilista hesitava em revelar a surpresa que pretendia entregar a sua torcedora número um,

sua mãe, a dona Cláudia.

“Ela ainda não sabe. Só contei pro meu pai. Meu maior sonho, além de ser campeão mundial e olímpico é dar uma casa pra ela”, comentou numa emoção contida no olhar.

Essa é a história de Tairone da Silva. Um atleta que tinha muito o que mostrar ao mundo, mas que, infelizmente, perdeu a vida ao levar dois tiros na tarde do dia 11 de março de 2011, em Osório. O Jornal Contra-Ataque havia realizado uma entrevista com a jovem promessa do boxe uma semana antes da tragédia. Que essa reportagem sirva como uma homenagem, e o exemplo de Tairone sirva de espelho para meninos e meninas que pensam em um dia serem campeões, não só no esporte, como na vida.

“Meu sonho é dar uma casa à minha mãe”texto Renan Sampaio foto Tiago Trespach/Especial

Tairone da Silva participou de um ensaio fotográfico exclusivo para nossa equipe na academia onde treinou boa parte da carreira no litoral Norte em osório

Page 13: Contra-Ataque Março

Entre os dias 19 e 27 de março, Porto Alegre sedia a Copa

Gerdau de Tênis. A competição mais importante da América Latina

para a categoria juvenil. Na edição do ano passado, o campeonato contou com a

participação de atletas de mais de 40 países.

Após 28 anos de existência, nomes consagrados do Circuito Mundial já passaram pela Copa Gerdau, entre eles Andy Roddick, David Nalbandian, Juan Martin del Potro, e o tri campeão de Roland Garros, Gustavo Kuerten. Pelo lado feminino, desfilaram pelas quadras porto-alegrenses, a russa Svetlana Kuznetsova e a sérvia Ana Ivanovic. Confira mais informações no www.copagerdaudetenis.com.br

913 9ESPORTESHOWPorto AlegreMarço de 2011

Clubes do RS na liga nacional, Porto alegre Pumpkins e Santa Cruz Chacais começam os preparativos para 2011.

O futebol americano retoma as atividades no Rio Grande do Sul. Dois clubes gaúchos disputarão a Liga Brasileira do esporte em 2011. O Porto Alegre Pumpkins volta ao cenário nacional para buscar a primeira vitória no certame. Enquanto o estreante Santa Cruz Chacais pretende mostrar a força do interior gaúcho.

O time da Capital quer apagar da memória as seis derrotas da temporada passada, juntamente com a inexperiência de atuar longe dos gramados regionais. Os

abóboras montaram um

esquema para

facilitar o plantel

em

busca da tão sonhada classificação para os playoffs. E o primeiro passo foi promover try outs para agregar novos adeptos para o elenco.

A adaptação aos pads e o acúmulo de experiencias fora do Rio Grande do Sul ajudou os Pumpkins a aprender como jogar contra times tradicionais de nível mais apurado. O trio ofensivo formado por Daniel Romanenco, Vinícius Bergmann e Daniel Jamal, está mais entrosado e apresentará diferentes esquemas de jogo. Em relação à defesa, a única mudança está na saída de Nobert Tank para os Tubarões do Cerrado/DF. Os demais atletas da defensive line continuam.

A equipe santa-cruzense não quer ficar na sombra do rival porto-alegrense, a matilha de Santa Cruz promete fazer do fator local um diferencial para conquistar novos territórios. A torcida fiel do Chacais quer intimidar os adversários com o seu alto uivo. O estádio dos Plátanos é o palco perfeito

para a realização do sonho da cidade em disputar um campeonato nacional.

O diretor dos Chacais, Gustavo “Coia” Weiss, acredita que a mudança dos treinos para a modalidade full pads acrescerá a questão técnica da equipe, em comparação com o modelo anterior desenvolvido no ano passado. “Acho que os pads não vão atrapalhar o time. Penso que nós só temos a melhorar nossas habilidades técnicas”, acredita Weiss.

Neste mês, o diretor da LBFA, Flávio Skin, definiu a fórmula para a disputa da temporada 2011 do Campeonato Brasileiro. Os 14 participantes serão divididos em duas Conferências, a Norte e a Sul. O lado Sul será formado por oito equipes, dividas em duas divisões. Chacais e Pumpkins estão na mesma chave, junto com Coritiba Crocodiles e São José Istepôs. A outra divisão é constituída por Brusque Admirals, Joinville Gladiators, Foz do Iguaçú Black Sharks e Curitiba Brown Spiders.

Gaúchos na Liga de Futebol Americano

Copa Sul de RugbyAs diretorias de Charrua e Desterro criaram a Copa Sul. Os dois clubes se enfrentarão no próximos dez anos para acumular experiência para todas as categorias. Estão confirmadas as partidas para as classes adultas A e B, e também estão previstos confrontos das equipes juvenil e feminina.

O maior vencedor do confronto, ao término da décima edição, ficará permanentemente com a taça. Enquanto isso, o Charrua viajará à Florianópolis para realizar o primeiro jogo no dia 26 de março, em local a definir.

O gesto ressalta a amizade e o respeito que existe entre os dois clubes. Lembrando que o Desterro Rugby é uma espécie de padrinho do time gaúcho. O desafio abre portas para a crescimento do esporte no Sul do Brasil, ajudando e incentivando o espírito do rugby para os amantes do esporte.

Ainda está previsto um amistoso do Charrua na metade do mês de março, antes da viagem para Santa Catarina, com adversário indefinido.

Oito times para ser o melhor do RSA temporada 2011 da Liga Gaúcha de Beisebol retorna às atividades com os clubes voltando aos treinos. O campeonato deste ano contará com a participação de oito equipes, de seis cidades de todo o Estado.

A fórmula ainda não está definida, a ideia é que o certame seja dividido em quatro grand slams, diminuindo os custos de deslocamento e alojamento dos jogadores e comissão técnica. A Liga contava com vários jogos. Agora existe a possibilidade da quinta edição se tornar em quatro torneios de final de semana.

Na temporada anterior, o campeonato gaúcho contou com a presença de seis times, com o Seinenkai consagrando-se campeão. A novidade da temporada é a entrada dos jovens Ivoti Phoenix e do Veranópolis Vikings.

“A comissão ainda está discutindo. A maioria dos times se manifestaram e acharam interessante que mude para pequenos torneios. Até porque alguns clubes tiveram problemas financeiros”, comenta Mario, 3B/LF dos Farrapos.

Com a diminuição do número de partidas em um torneio curto, a rotação de pitchers e catchers será fundamental para cada equipe para evitar o desgaste em cada slam. Desta forma, as direções já iniciaram a preparação dos treinos para os elencos.

Copa Gerdaudivulgação

Patinação artísticaO Brasil receberá a Copa Interamercana de patinação artística. Entre os dias 4 e 9 de abril, o Clube Internacional de Regatas será a sede da melhor patinação brasileira e continental. A cidade de Santos é o palco da competição que dará

vagas para os Jogos Pan-Americanos de Guadalajara, no México.

O Rio Grande do Sul contará com 12 atletas, nas categorias mini infantil, infantil, cadete, júnior e senior e em todas as modalidades. Os destaques ficam por conta da jovem promessa, Roberta Etges, de nove anos, e o bicampeão do Panamericano, Marcel Stürmer.

@jcontra ataque

textos Henrique Riffel

Page 14: Contra-Ataque Março

Ela vai ser ouro nas próximas Olimpíadas. Nas palavras proféticas do técnico Kiko, Mayra Aguiar se consagra definitivamente como a maior

atleta do judô feminino brasileiro.

Quem vê essa porto-alegrense de 19 anos, carismática e com traços de adolescente, não imagina o currículo que ela tem. Mayra é a maior medalhista juvenil da história, com quatro títulos no Mundial Júnior de Judô. Destaque também para a medalha de prata nos Jogos Pan-Americanos no Rio de Janeiro, em 2007 (categoria até 70kg). Hoje, ela é a sétima colocada no ranking mundial entre as meio-pesadas, com 838 pontos, e a melhor do Brasil na categoria.

A escolha por um esporte que envolve força, técnica e precisão não foi ao acaso. O pai e a irmã já praticavam outras lutas quando ela ingressou no judô, aos seis anos de idade. “Já fiz atletismo, natação, ballet, mas o que sempre me chamou atenção foi o judô”.

A gaúcha ingressou na Sogipa, seu atual clube, através do atletismo. “Quando minha preparadora física se mudou, acabei vindo pra cá para manter a forma física e logo comecei a treinar judô”. Não demorou muito para o técnico Kiko perceber o potencial que tinha nas mãos. Mayra passou a treinar duas vezes por dia, nas categorias infantil e adulto. Os treinos puxados dificultaram muito a conclusão dos últimos anos do Ensino Médio. No entanto, ela jamais deixou os cadernos de lado.

Competições e viagens passaram a fazer parte da rotina de Mayra. Muitas das medalhas que ela coleciona foram alcançadas durante a infância e a adolescência. Sua primeira viagem internacional foi para os EUA, onde lutou nos tatames do Pan-Americano Juvenil de Judô. Dentre os muitos países que ela competiu estão Turquia, República Dominicana, França e – o seu preferido – Japão.

Na vida de qualquer atleta a alimentação é um fator determinante para o sucesso.

Mayra lutou contra a balança na maior parte de sua carreira. Quando estava na categoria até 70kg, a judoca passava por verdadeiros sacrifícios e se entregava ao pecado da gula assim que as lutas terminavam. “A caminho das competições, eu fingia que estava dormindo quando as aeromoças passavam com o carrinho de comida. Se elas me oferecessem, eu não ia resistir”, afirma.

O pior momento da carreira foi quando ela, aos 16 anos, rompeu o ligamento cruzado do joelho durante uma competição. “Saí carregada pela minha adversária, que me levou até a maca. Não conseguia nem pisar no chão”. A judoca ficou seis meses sem vestir o kimono. “É nessa hora que tu vê quem realmente está ao teu lado”. Ela confessa que foi através do apoio da família e do treinador que encontrou forças para voltar a lutar. “O Kiko é um técnico fantástico! É um segundo pai. Tenho muito respeito e admiração por ele”.

Através do ranking mundial, os atletas irão se credenciar para disputar os Jogos Olímpicos de Londres, ano que vem. A judoca precisa estar entre as 14 primeiras. “Tenho que tentar fazer o máximo de pontos esse ano. Se eu conseguir um bom desemprenho nas próximas competições, posso me poupar ano que vem”. A gaúcha retornou aos tatames no final de fevereiro, após passar por uma cigurgia para retirada das amígdalas. Nas Olímpiadas do Rio de Janeiro, Mayra estará no auge de sua carreira. “São as glórias que tu acaba colhendo por deixar de ir àquela festinha ou por não poder comer aquela comida. Ver que todo o esforço valeu a pena”.

a caminho das competições, eu fingia que estava dormindo quando as aeromoças passavam com o carrinho de comida. Se elas me oferecessem, eu não ia resistir.

14FUTUROOLÍMPICOMayra aguiar, 19 anos, é o grande nome gaúcho com chances de fazer história nas olímpiadas de londres em 2012. Porto Alegre

Março de 2011

A númerodo Brasil1

Nasceu em Porto alegre, no dia 3 de agosto de 1991.

Em 2010 foi eleita a atleta da década pela Federação gaúcha de Judô.

7ª colocada no Ranking Mundial entre as meio-pesadas, com 838 pontos.

Prata no Mundial Sênior de 2010Mundial Júnior (Sub 20): Bronze em 2006, Prata em 2008, Bronze em 2009 (grand Slam de Paris) e ouro em 2010.

Prata nos Jogos Pan-americanos no RJem 2007

texto Joana Weitfoto João Freitas

Page 15: Contra-Ataque Março

FoToS João FREiTaS

É claro que vai ser o Inter. Nada mais natural

do que atual campeão vencer mais uma. Mas o clube se organizou muito bem nos últimos anos, e

esse equilíbrio nas contas está trazendo resultados.

O modo de administrar do Internacional parece

o de uma empresa.

Quem vai mais longe na Libertadores da América, Inter ou Grêmio?

No mês das mulheres, o Jornal Contra-ataque resolveu fazer uma homenagem à elas. Nesta edição, apenas o lado feminino respondeu a seguinte pergunta:

Roberta Póvoas, 31 anosAdministradora

O Grêmio. O time está mais preparado do que o Inter. O elenco está fechado e que vem jogando há um certo tempo junto. Confio demais na raça a na força de vontade dos jogadores. Aquele algo a mais que só o Tricolor tem.

Luiza Andres, 20 anosPré-vestibulanda

15 VOCÊCONTRA-ATACAPorto AlegreMarço de 2011

Fútbol sin Fronteras Ezequiel Vila Petriz*Correspondente de Buenos Aires

Tradução: Carlos Thompson Flores

Juan Román Riquelme iniciou este 2011 com uma dura etapa de preparação na pré-temporada, para estar bem físicamente após um longo período de inatividade, a qual originou-se de uma cirurgia

em seu joelho esquerdo, seguida de uma grave lesão no tendão de Aquiles. Devido a isso, Román pôde jogar apenas 135 minutos nos últimos 8 meses.

Armou-se para ele uma rotina especial para que possa estar ao lado de seus companheiros no início do Torneio Clausura. Mas, para o ídolo boquense, sobrecarregaram-no além do necessário, e isto lhe ocasionou, aparentemente, uma nova lesão no joelho.

A relação com Julio Falcioni, técnico do Boca, não é boa, e isto vem desde a pré-

temporada. Motivos: diferentes gostos futebolísticos. Riquelme não compartilha da mesma ideia de jogo de Falcioni, e o fez saber publicamente criticando a performance da equipe no torneio de verão. Isto não caiu bem ao treinador, e apesar de sempre ter tratado de mostrar que não há nenhum tipo de problema, a realidade mostra o oposto, e há atitudes que comprovam.

O afastamento do jogador não corresponde apenas ao futebolístico, já que, por exemplo, o Boca gerou muitíssimas situações de gol na primeira partida do camisa 10 no ano. Isto é consequência das idas de Riquelme ao ar em diversos canais de televisão, dizendo que já estava 100%, pressionando para jogar, o que acabou levando o técnico a cortá-lo da lista de concentrados para a terceira rodada. Algo que não agradou muito ao jogador e muito menos a torcida do

Boca, que no dia da partida manifestou-se a todo momento em favor de Riquelme, e mais ainda quando do término do encontro no qual sua equipe empatou sem gols.

Os dias passam e Román segue assistindo de fora às partidas de seu amado Boca Juniors. Se continuar assim a situação, vê-se um futuro negro para os fanáticos xeneizes que querem seguir desfrutando de sua magia.

Em agosto do ano pasado renovou por mais quatro anos o seu contrato com o clube, com a ideia de, então, aposentar-se. Com Falcioni à frente da equipe, poderá Riquelme cumprir o sonho de terminar a carreira no Boca?

* Ezequiel cursa Jornalismo Esportivo na Escola DeporTEA na Argentina.

Riquelme se afasta ou o afastam do Boca?divulgação

@oclebermachado o Reginaldo me falou que o @rubarrichello não gosta de ver os desfiles: “É que os carros alegóricos são muito rápidos”

@rodrigoadams São galatto, danrlei de deus. Rogai por nós tricolores...

@queki Renato diz que as mulheres são mais inteligentes que os homens. Ponto.

@caiobaribeiro @CoelhoarnaldoC a regra é clara: tem que ficar na festa até o final!! Quebradeira total hoje!!!!! amanhã a gente taí !!

@tiagoleifert Roma esperou acabar o carnaval pra rescindir com o adriano. Cruel.

@cornetacolorada Jogador do Cruzeiro fez um gol com um chute Cruzado. Na Real, sem chance para o goleiro! #comentariomonetario

Siga: @jcontraataque

Como colorada obviamente torço para o meu time ir mais longe. Algo me diz que o Inter não ficará atrás do Grêmio. Isso seria triste para nós, mas não irá acontecer de jeito nenhum. Faz horas que estamos na frente deles. Espero que siga assim.

Caroline Villa, 24 anosNutricionista

A Libertadores tem a cara do Grêmio. Isso é inegável. O Renato também é o espelho

deste time. Ele faz um belo trabalho e sabe

como empolgar a torcida. Temos orgulho

de ter um técnico com muita história.

Andrea D’Avila, 22 anosAdministração – PUCRS

Com certeza o Inter vai mais longe. O time do Roth está bem mais articulado que o do Renato. O Grêmio está tendo muitas dificuldades, já o nosso, na Libertadores, encontrou o caminho das vitórias. Nosso elenco também parece ser mais qualificado que o do rival.

Viviane Soares, 30 anosNutricionista

O Grêmio tem jogado muito bem. O time todo joga unido, acredito no potencial desses jogadores, mas gosto especialmente do Fábio Rochemback. Ele é raçudo, tira todas ali no meio. Esse é capitão para levantar a taça.

Ana Caudia Serpa, 15 anosEstudante Ensino Médio

Espaço livre para opiniões esportivas. você também pode participar na web, através do site e Twitter.

Page 16: Contra-Ataque Março

É fim de tarde e o nível da chuva aumenta no Olímpico. A maioria dos jogadores deixam o treino realizado no gramado principal do estádio e se encaminham para o

vestiário. Presentes apenas os goleiros e alguns juniores. Há um velho conhecido da torcida gremista os orientando. Trajado como um integrante da comissão técnica lá está Roger Machado Marques. No seu semblante perceptivelmente simples - enquanto aguardava cordialmente o início da entrevista - havia muito de um aluno, que hoje prepara-se para virar um grande professor.

Aquele disciplinado jogador, campeão de quatro Campeonatos Gaúchos, quatro Copas do Brasil, um Brasileirão, uma Libertadores, entre outras importantes conquistas, vive agora um período de aprendizado. Concilia o curso de educação física na SOGIPA com o trabalho de auxiliar técnico do Grêmio. Tudo o que Roger quer agora é somar conhecimento nessa nova etapa.

“Nada se assemelha a vida dentro do campo de futebol, mas eu atribuo

esse novo período a uma transição natural de quem dedicou a vida ao esporte e desejava continuar. O mesmo produto, o futebol, mas uma situação completamente diferente”, afirma.

A experiência do ex-jogador como treinador foi antecipada no dia 30 de janeiro deste ano. A ocasião era inusitada. Um Gre-Nal válido pela Taça Piratini – primeiro turno do Gauchão – disputado por reservas, em Rivera. Nem mesmo o próprio esperava tão cedo ser chamado de “professor”.

“Não tenho como dizer que as coisas aconteceram naturalmente, porque eu estava trabalhando no clube há menos de 30 dias. Não imaginava que fosse aparecer tão cedo uma oportunidade de dirigir um time à beira do campo”, relata o auxiliar, que venceu

o clássico, de virada, por 2 a 1.

Roger chegou a comissão técnica gremista por intermédio de Renato Portaluppi, que o treinou quando esteve

no Fluminense. Ele foi ao estádio Olímpico dar boa sorte ao comandante e saiu de lá empregado. Poucos sabem, mas o ex-lateral esquerdo quase foi parar nas Laranjeiras. Isso porque firmou um acordo com Peter Siemsen, candidato a presidência do Fluminense, de

que assumiria as categorias de base do clube caso ele vencesse a eleição. Siemsen se tornou presidente da equipe carioca, mas não contou com Roger em sua gestão. Pesou na decisão de permanecer em Porto Alegre o desejo de se formar, o que, segundo suas previsões, deva ocorrer no final de 2012.

No ano passado o estudante de educação física cursou o Programa de Gestão Esportiva do Internacional. Em território “inimigo” ele garante ter sido bem recebido, no entanto, acredita que um vínculo maior com o rival seria dificultado, devido a sua forte ligação com o Grêmio. “Como profissional temos que estar abertos ao mercado, mas a minha história é identificada com o Grêmio, isso dificultaria muito as coisas. Não sei se impediria, porém dificultaria bastante.”

Aos 35 anos, Roger é um aprendiz. Se a maioria dos técnicos são profissionais de educação física ou ex-jogadores, o pupilo de Felipão quer ser os dois. Dos títulos conquistados por ele não foram citados no início da matéria a Copa Sul-Minas e a Recopa Sul-Americana, que integram um ciclo de doze taças obtidas em 15 anos de carreira. Um período vitorioso que o agora treinador espera repetir na nova profissão.

“Vou poder dizer um dia que sou uma pessoa realizada profissionalmente se eu percorrer o mesmo caminho como treinador que tive como jogador”, finaliza o presente aluno nas aulas da faculdade e mais novo professor do Estádio Olímpico.

16PERFILDOMÊSaposentado dos gramados há mais de dois anos, Roger Machado, ex-lateral do Tricolor tenta agora vencer mais uma etapa de sua vida. Porto Alegre

Março de 2011

vou poder dizer um dia que sou uma pessoa realizada profissionalmente se eu percorrer o mesmo caminho como treinador que tive como jogador.

Roger Machado

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Presente, professor

texto Vinícius Fernandesfotos João Freitas

ROGER

Estudante de Educação Física, Roger Machado recusou convite das categorias de base do Fluminense para ser auxiliar técnico do grêmio neste ano