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Presidente da República João Baptista de Oliveira Figueiredo Ministro da Educação e Cultura Eduardo Mattos Portella Secretária de Ensino de 1º e 2º Graus Zilma Gomes Parente de Barros MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E CULTURA SECRETARIA DE ENSINO DE 1? E 2? GRAUS Maria Amélia Azevedo Goldberg Adalberto Marson Flávio Venâncio Luizetto Izabel Andrade Marson Maria Cristina Zanetti Luizetto Maria Ligia Coelho Prado Regina Helena Zerbini Denigres Sandra Maria Zákia Lian Sousa BRASÍLIA- 1980 Elaboração de:

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Presidente da República João Baptista de Oliveira Figueiredo

Ministro da Educação e Cultura Eduardo Mattos Portella

Secretário-Geral João Guilherme de Aragão

Secretária de Ensino de 1º e 2º Graus Zilma Gomes Parente de Barros

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CONTROVÉRSIAS NA HISTÓRIA DO BRASIL - Edição do Professor -

Elaboração de:

Maria Amélia Azevedo Goldberg Adalberto Marson Flávio Venâncio Luizetto Izabel Andrade Marson Maria Cristina Zanetti Luizetto Maria Ligia Coelho Prado Regina Helena Zerbini Denigres Sandra Maria Zákia Lian Sousa

BRASÍLIA- 1980

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E CULTURA SECRETARIA DE ENSINO DE 1? E 2? GRAUS

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"Controvérsias na História do Brasil" (série Ensino regular, t — ed. do Professor)

Fase. 1 — A escravidão negra na colônia (série Ensino regular, 3)

Fase. 2 - A extinção do tráfico de escravos no Século XIX (série Ensino regular, 6)

Fase. 3 — As tentativas de industrialização no Século XIX (série Ensino regular, 5)

É proibida a reprodução total ou parcial deste livro, salvo com autorização da Secretaria de Ensino de lº e 2º Graus do Ministério da Educação e Cultura, detentora dos direitos autorais.

Foram depositados cinco exemplares deste volume no Conselho Nacional de Direitos Auto­rais e cinco exemplares na Biblioteca Nacional.

Brasil. Ministério da Educação e Cultura. Secretaria de Ensino de 1? e 2? Graus. Controvérsias na História do Brasil; edição do professor por Maria Amélia Azevedo Goldberg, Adalberto Marson, Flávio Venâncio Luizetto, Izabel Andrade Marson, Maria Cristina Zanetti Luizetto, Maria Ligia Coelho Pra­do, Regina Helena Zerbini Denigres, Sandra Maria Zákia Lian Sousa. Bra­sília, 1980 (Ensino regular, 6).

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APRESENTAÇÃO

De uma forma ou de outra, alunos e professores estão preocupados com a escola de 2? Grau dos anos 80.

Há vários níveis de preocupação. Há os que se limitam a denunciar as defi­ciências desse nível de ensino, seja numa perspectiva estritamente psicopedagógica, seja numa perspectiva mais ampla de natureza sócio-política.

Há os que sonham um tanto idilicamente, seja com a volta a um passado não muito remoto, seja com a escola do futuro, radicalmente distinta da que hoje existe.

Finalmente existem aqueles que se preocupam com a transformação do que existe e fazem propostas concretas de aperfeiçoamento da escola de 2? Grau.

0 presente programa instrucional se insere nesta última linha de preocupa­ções. Sua importância decorre das decisões básicas que orientaram sua elaboração:

- um Programa que procura tratar temas controversos de História do Brasil;

- um Programa que não tem a pretensão de ser um "pacote autoritário" no qual o papel de alunos e professores esteja completamente definido;

- um Programa que pretende ser flexível.

Suas unidades não têm uma ordem pré fixada e nem tão pouco esgotam to­das as possíveis controvérsias da História do Brasil. Cada professor, em sua escola poderá fazer a sua unidade, sobre um tema controverso que domine bem.

Todas essas decisões refletem um compromisso básico com dois princípios:

1?) o de que é fundamental fazer com que o aluno de 2? Grau aprenda a pensar;

2?) o de que essa aprendizagem é uma tarefa cooperativa da qual alunos e professores deverão participar.

Os materiais instrucionais poderão mostrar um caminho: não poderão jamais ter a pretensão de serem o caminho, descoberto por uma equipe de iluminados

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especialistas e, consequentemente, válidos para todos os alunos e todos os profes­sores.

Esse é o grande mérito do presente Programa, elaborado pelo Departamento de Pesquisas Educacionais da Fundação Carlos Chagas (São Paulo) com o patro­cínio da Secretaria de Ensino de 1? e 2? Graus do Ministério da Educação e Cul­tura, que hoje se divulga.

Inova sem deixar de ser modesto. Desafia sem deixar de oferecer uma res­posta.

Esperemos que ele traga em si a boa semente...

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S U M Á R I O

• A página dos PORQUÊS 7

• Nosso recado 11

• FASCÍCULO 1: A escravidão na colônia 15 - A página dos COMOS:

1 — Uma explicação necessária 15 2 — Como deve ser conduzido o Programa 16

- Roteiro A: "EIS A QUESTÃO" 21 - Roteiro B: "E ELES RESPONDERAM!" 35 - Roteiro C: "MAS OUTROS CRITICARAM" 53 - Roteiro D: "E AGORA É SUA VEZ!" 63

• FASCICULO 2: A extinção do tráfico de escravos no Século XIX 73 - A página dos COMOS:

1 - Uma explicação necessária 73 2 — Como deve ser conduzido o Programa 75

- Roteiro A: "EIS A QUESTÃO" 79 - Roteiro B: "E ELES RESPONDERAM!" 89 - Roteiro C: "MAS OUTROS CRITICARAM" 113 - Roteiro D: "E AGORA Ê SUA VEZ!" 125

• FASCICULO 3: As tentativas de industrialização no Século XIX 135 - A página dos COMOS:

1 — Uma explicação necessária 135 2 — Como deve ser conduzido o Programa 137

- Roteiro A: "EIS A QUESTÃO" 141 - Roteiro B: "E ELES RESPONDERAM!" 157 - Roteiro C: "MAS OUTROS CRITICARAM" 179 - Roteiro D: "E AGORA É SUA VEZ!" 193

• PROVA DE HISTÓRIA DO BRASIL 201

• GABARITO DA PROVA DE HISTÓRIA DO BRASIL 223

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A PÁGINA DOS PORQUÊS

1? - POR QUE é um Programa inovador?

Trata-se de um Programa inovador porque tem as seguintes características principais:

A — Está organizado em três unidades, relativamente independentes entre si, cada uma delas versando sobre um tema que é objeto de contro­vérsia na bibliografia de História do Brasil.

B - Cada unidade é apresentada sob a forma de um FASCÍCULO destinado ao ALUNO.

C - A EDIÇÃO DO PROFESSOR inclui na "PÁGINA DOS COMOS", orientação sobre a condução das atividades que compõe cada FASCÍ­CULO; inclui também a reprodução dos FASCÍCULOS do aluno, os gabaritos para a correção das tarefas, um exemplar da prova e seu res­pectivo gabarito.

D - Cada FASCÍCULO compreende quatro ROTEIROS de ESTUDO que o aluno deve cumprir, trabalhando individualmente de preferência. Esses ROTEIROS formam um "caminho de aprendizagem" que começa com o conhecimento da pergunta geradora da controvérsia, prossegue com a compreensão das várias respostas que estão no núcleo da controvérsia, passa pela crítica das mesmas para chegar à oportunidade de o aluno tomar uma posição face à controvérsia.

E - Prevê a realização de um Fórum de Debates, como uma atividade ter­minal e necessária, a ser desenvolvida com a classe toda, após o comple­tamento individual dos ROTEIROS de ESTUDO e respectiva correção pelos alunos.

F - É flexível no sentido de que suas unidades, além de serem relativamente independentes entre si, podem ser usadas como materiais suplemen­tares, de enriquecimento, a outras programações de História do Brasil. Para adotar qualquer Unidade do Programa basta ao professor assegu-rar-se de que os alunos têm os pré-requisitos indicados na Unidade.

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G - Trata-se pois de um Programa de História do Brasil que, embora sendo compatível com os programas existentes, discrepa deles no sentido de pretender levar o aluno a formar a ideia de que a HISTÓRIA de nossa terra não é um campo sem luta, um terreno pacífico. Ao contrário, o que se pretende é que o aluno de 2ºgrau tenha consciência de que a HISTÓRIA DO BRASIL é controversa e mais ainda: de que ele, aluno de 2ºgrau, pode entender essa controvérsia e até mesmo tomar posição nela.

Por isto, cada Unidade apoia-se em um conjunto de textos que tratam, a seu modo, da questão central geradora do problema a ser resolvido. Eles estão distri­buídos numa sequência baseada em critérios definidos, onde se começa por uma abordagem genérica, com as explicações geralmente aceitas, e se faz gradualmente uma ampliação da temática até que se chegue a uma abordagem específica, mais rigorosa, capaz de dar uma visão dinâmica do problema histórico levantado.

A linha desta sequência levará a um processo de conhecimento que caminha em sentido progressivo. Porém, é bom ressaltar que não se trata simplesmente de uma complementação de um texto pelo que vem adiante. Em cada texto surgirão informações novas, como também interpretações diferentes, ou explicações mais completas. Haverá, assim, a possibilidade de reformulação, da interpretação ante­rior, de tal forma que no estudo do último texto poder-se-á fazer uma superação de certos modos de ver e estudar a História.

2º- POR QUE é importante um Programa de HISTÓRIA DO BRASIL que tem na controvérsia seu ponto central?

Porque é a controvérsia que estimula a discussão dos temas da História do Brasil. Porque o aluno de 2ºgrau não deve ser um mero "consumidor" de uma História do Brasil já feita e acabada.

Porque, tomar partido numa controvérsia de História do Brasil é uma forma de perceber que a História está sendo escrita e que se pode e deve participar desse processo de escrevê-la e acima de tudo, de escrevê-la bem.

Porque, finalmente, o debate, a discussão é uma verdadeira "escola de racio­cínio": tomar uma posição, argumentar a favor da mesma é desenvolver uma verda­deira "ginástica do pensamento crítico" cuja validade ultrapassa os próprios limites em que for exercida.

3? - POR QUE a preocupação de mostrar várias interpretações de um mesmo tema?

O recurso ao "método da controvérsia" quer destacar a importância da inter­pretação no conhecimento histórico, como parte integrante de qualquer raciocínio,

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mesmo daqueles que se dizem puramente "factuais". Certamente, terá validade a interpretação que apresentar um critério justificado, coerente e atualizado nas infor­mações. A escolha de uma determinada interpretação deve basear-se na conclusão de que há uma insuficiência nas outras respostas.

Com isso, fica esclarecida a necessidade de se fazer uma opção quando se es­tuda a História, e o professor deve encarar naturalmente os problemas que daí decorrem. Foram selecionados neste Programa, alguns temas básicos da História do Brasil, que sempre dão margem a juízos apressados ou estão intimamente ligados a preconceitos. Ao fazerem sua opção, o professor e o aluno revolverão muitos dos valores que impregnam sua vivência, o que só deve ser entendido como o grande enriquecimento da vida individual, pelo estudo da História.

4? - POR QUE um PROGRAMA abrangendo estes temas da HISTÓRIA DO BRA­SIL?

— A Escravidão Negra na colônia

— A Extinção do Tráfico de Escravos no Século XIX

— As Tentativas de Industrialização no Século XIX

POR QUE são temas:

a) controversos na bibliografia especializada e didática

b) razoavelmente conhecidos entre nós

c) tradicionalmente abordados a partir de certos "mitos" consagrados, isto é, a partir de certas crenças aceitas sem crítica ou resistentes a ela.

Acompanha o Programa uma proposta de avaliação, sob a forma de prova. que também versa sobre um tema que é objeto de controvérsia na bibliografia de História do Brasil. Partindo da pergunta geradora o aluno deverá demonstrar que é capaz de identificar diferentes respostas à questão que está no núcleo da contro­vérsia e deverá, finalmente, tomar uma posição pessoal face a ela. A orientação para a aplicação da prova e seu respectivo gabarito é apresentado no final deste manual.

Acompanha também o Programa, os gabaritos de cada uma das tarefas pro­postas nos FASCÍCULOS, impressos em folhas isoladas, que deverão ser distri­buídos aos alunos após a realização de cada tarefa.

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NOSSO RECADO

é breve! Estamos preocupados com o que você, aluno de 2ºgrau, tem aprendido sobre a História do Brasil. Por isso, elaboramos um Programa de estudos, denomi­nado Controvérsias na História do Brasil.

O que é uma controvérsia?

É um tema para o qual os especialistas dão interpretações diversas e — até certo ponto - antagónicas e conflitantes. A finalidade principal do Programa é mostrar a você que:

1º— a História do Brasil tem uma série de pontos que estão longe de serem pací­ficos;

2º— esses pontos vêm sendo objeto de discussão-crítica, por parte dos estudiosos;

3º — você pode e deve participar dessa discussão porque a História do Brasil lhe pertence: é sua História, também.

Para atingir essa finalidade, o Programa foi organizado de forma a compre­ender os três FASCÍCULOS seguintes:

nº 1 - A Escravidão Negra na colônia

nº 2 - A Extinção do Tráfico de Escravos no Século XIX

nº 3 — As Tentativas de Industrialização no Século XIX.

Como se vê, cada um deles trata de um tema essencial mas controverso, da História do Brasil. Embora sejam independentes entre si, os FASCÍCULOS foram numerados em sequência, por se referirem respectivamente aos três períodos prin­cipais de nossa História: COLÔNIA - IMPÉRIO - REPÚBLICA.

Isto quer dizer que, para estudar o FASCÍCULOnº 2, é preciso conhecer o tema d o n º 1, e, para o caso d o n º 3, conhecer os temas d o n º 1 e n º 2. É bom saber que em História damos muito valor à localização dos acontecimentos e das mudanças no tempo. Por isso, precisamos sempre relacionar o tema estudado a um conjunto de situações anteriores que ajudam a compreendê-lo melhor.

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Em cada FASCÍCULO, você encontrará quatro ROTEIROS DE ESTUDO:

ROTEIRO A - "Eis a questão!"

Nele você familiarizar-se-á com a pergunta que está na origem da contro­vérsia.

ROTEIRO B - "E eles responderam!"

Nesse roteiro, você vai ver como "eles" (isto é, os estudiosos da História do Brasil) responderam de maneira diversa à questão levantada produzindo as dife­rentes alternativas de resposta que estão no próprio núcleo da controvérsia.

ROTEIRO C - "Mas outros criticaram!"

Aqui você vai ver como o núcleo da controvérsia se amplia, através da intro­dução de um elemento novo: a crítica dos historiadores que fizeram o "balanço" das respostas dadas e que avaliaram o peso das mesmas.

ROTEIRO D - "E agora é sua vez!"

Nesse Roteiro você terá, finalmente, a oportunidade de externar seu ponto-de-vista, de se colocar pessoalmente face à controvérsia e de defender suas posi­ções.

Como porém toda controvérsia pede DISCUSSÃO, os quatro Roteiros de Estudo são preparatórios a um "FÓRUM DE DEBATES", isto é, a uma aula de discussão com a classe toda, na qual, sob a orientação do professor, todos terão a oportunidade de expor seus pontos-de-vista e de argumentar na defesa dos mes­mos.

Como o próprio nome indica um ROTEIRO DE ESTUDO é um "guia", ca­paz de orientar o caminho da aprendizagem a ser percorrido por você, trabalhando sozinho, de preferência.

Se, porém, não se dispuser a cumprir todas as tarefas previstas em cada Ro­teiro não haverá caminho da aprendizagem para você. Nosso recado termina, lem-brando-lhe os versos que dizem:

"Caminhante, Não há caminho,

Se faz o caminho Ao andar!..."

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FASCÍCULO A ESCRAVIDÃO NEGRA NA COLÔNIA

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A página dos COMOS

FASCÍCULO 1: A ESCRAVIDÃO NEGRA NA COLÔNIA

1 Uma explicação necessária

Para que possa enfrentar as atividades propostas no FASCÍCULO 1 que com­põe o Programa "Controvérsias na História do Brasil" é indispensável que o aluno disponha de um repertório de competências relacionadas à compreensão de temas de História do Brasil e História Geral tais como:

— A expansão comercial europeia dos séculos XV e XVI (especialmente a portuguesa) / O mercantilismo e o sistema colonial (especialmente as características referentes a Portugal e ao Brasil) / A atuação das ordens religiosas no início da colonização brasileira (especialmente a Companhia de Jesus) / Condições da colonização na região sul do Brasil / Visão geral da colonização em outras partes da América (tipos de colonização) / Fatores do êxito da empresa açucareira (técnicas de produção, mercado, financiamento, mão-de-obra) / O comércio colonial e a importância do tráfico de escravos (O papel dos holandeses nesse comércio).

Os temas acima apresentados podem ser estudados em:

— ARRUDA, José Jobson. História Moderna e Contemporânea. São Paulo, Ed. Ática, 1977.

— TEIXEIRA, F. e DANTAS, J. Estudos de História do Brasil - colônia. São Paulo, Ed. Moderna, v. 1, 1971.

Caso os alunos não disponham de tais competências, acerca desses temas, pos­sivelmente, terão dificuldades de enfrentar um Programa que foi elaborado a partir de controvérsias existentes na História do Brasil, exigindo deles, inclusive, uma tomada de posição. Tais cuidados deverão ser considerados para que os alunos te­nham um aproveitamento mais completo do problema histórico escolhido para a controvérsia e não simplesmente limitado ao que poderia ser o debate de um pro­blema isolado.

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Os TEXTOS que compõem o FASCÍCULO 1 foram retirados de:

Texto 1: HOLANDA, Sérgio Buarque de (e outros), História do Brasil. São Paulo, Ed. Nacional, v. 1, p. 38-39.

Texto 2: LOBO, R. Haddock, História do Brasil - ciclo colegial, 4º ed., São Paulo, Duas Cidades, s.d., p. 41, 59,85.

Texto 3: FURTADO, Celso, Formação Econômica do Brasil. R. J., Fundo de Cultura, 1964. Cap. I, p. 21.

Texto 4: MENDES Jr., RONCAR1, MARANHÃO, História - Texto e Con­sulta. 1 - colônia, 2 ed. São Paulo, Ed. Brasiliense, 1977.

Uma recomedação final

A condução satisfatória da Unidade do Programa - "Escravidão Negra na colônia" - exige como requisitos básicos que o professor, antes de ir à sala de aula:

a) esteja bastante familiarizado com as várias abordagens mais ou menos re­centes do tema, dentro da bibliografia especializada;

b) tenha tido o cuidado de ler atentamente todo o material contido no FAS­CÍCULO 1 (Edição do Professor).

Page 19: contrasdahistoria

"EIS A QUESTÃO!"

ROTEIRO A

PARA FAZER SOZINHO DE PREFERÊNCIA!

Page 20: contrasdahistoria

/

O QUE É PARA FAZER

1 - OBSERVAR atentamente as GRAVURASnº 1 e 2: elas mostram situa­ções específicas do negro e do índio na época do Brasil -colônia.

2 - LER com cuidado a BREVE NOTÍCIA que está no verso de cada gravu­ra: ela diz algum coisa sobre o autor da mesma, sobre a obra de que foi retirada, sobre a época a que se refere etc.

3 - RESPONDER com muita atenção ao QUESTIONÁRIOnº 1 que vem após as gravuras: ele permitirá a você relembrar um pouco do que já sabe sobre a condição do negro e do índio no Brasil-Colônia.

4 - CONFERIR seus ACERTOS e ERROS recorrendo ao GABARITO que seu professor possui.

5 - MEDITAR um pouco sobre a QUESTÃO-GERADORA da controvérsia que você vai estudar neste Fascículo.

Page 21: contrasdahistoria

GRAVURA 1 - ALDEIA DE TAPUIOS Fonte: Rugendas, J.M. - Viagem Pitoresca através do Brasil

Page 22: contrasdahistoria

BREVE NOTICIA

(1802-1858) Pintor alemão, veio ao Brasil em duas ocasiões: em 1825, como integrante da expedição cientifica de Langsdorff, naturalista russo, tendo percorrido o interior do Brasil; e em 1846, quando perma­neceu no Rio de Janeiro e Pernambuco. Viajou também pela Itália e outros países da América do Sul. Faleceu na Alemanha, deixando, além desta obra, mais de 3 mil desenhos e esboços de suas impressões de viagens.

A Viagem pitoresca através do Brasil foi publicada primeiramente em Paris, em 1827. O Autor reuniu os escritos, desenhos, aquarelas e qua­dros a óleo feitos em sua primeira viagem, um testemunho muito rico das condições do Brasil de então, a paisagem, os costumes rurais e ur­banos, a atividade econômica, os tipos sociais. Destavam-se as cenas da vida cotidiana, os costumes dos índios e as situações desumanas da escravidão.

Trata-se do fim do Primeiro Reinado, quando o país iniciava sua fase in­dependente e a sociedade permanecia ainda rural e mais intensamente escravista, apesar de aumentarem as ligações com a Europa e o mundo ocidental.

Reproduz uma cena da vida rural, pondo em relevo um grupo de índios já quase civilizados, sob orientação de um missionário. E bom exemplo da imagem romântica que os europeus faziam do Brasil: a atração pela natureza tropical e a visão idealista do índio como um "bom selvagem" que leva uma vida pacata no meio da natureza.

O Autor:

A Obra:

A Época:

A Gravura

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GRAVURA 2 - CASTIGO PÚBLICO NA PRAÇA DE SANTANA Fonte: Rugendas, J.M. - Viagem Pitoresca através do Brasil

Page 24: contrasdahistoria

BREVE NOTICIA

O Autor: (1802-1858) Pintor alemão, veio ao Brasil em duas ocasiões: em 1825, como integrante da expedição científica de Langsdorff, naturalista russo, tendo percorrido o interior do Brasil; e em 1846, quando perma­neceu no Rio de Janeiro e Pernambuco. Viajou também pela Itália e outros países da América do Sul. Faleceu na Alemanha, deixando, além desta obra, mais de 3 mil desenhos e esboços de suas impressões de viagens.

A Obra: A Viagem pitoresca através do Brasil foi publicada primeiramente em Paris, em 1827. O Autor reuniu os escritos, desenhos, aquarelas e qua­dros a óleo feitos em sua primeira viagem, um testemunho muito rico das condições do Brasil de então, a paisagem, os costumes rurais e ur­banos, a atividade econômica, os tipos sociais. Destacam-se as cenas da vida cotidiana, os costumes dos índios e as situações desumanas da escravidão.

A Época: Trata-se do fim do Primeiro Reinado, quando o país iniciava sua fase in­dependente e a sociedade permanecia ainda rural e mais intensamente escravista, apesar de aumentarem as ligações com a Europa e o mundo ocidental.

A Gravura: Retrata com realismo uma cena da vida urbana relativa à escravidão, que tanto chocava os europeus que viajavam pelo Brasil. A violência do castigo forma um contraste com a indiferença dos demais que simples­mente assistem ao espetáculo. De todos os quadros que Rugendas de­senhou sobre a escravidão, é neste que mais revelou sua revolta e indig­nação.

Page 25: contrasdahistoria

QUESTIONÁRIOnº 1

1 — Como descrever as diferenças entre a situação do negro e do índio tal como foi retratada nas GRAVURASnº 1 e 2?

2 — Por que motivo o negro está sendo castigado? Você observa a mesma situação com o índio?

Page 26: contrasdahistoria

3 — Além de índios e negros, você nota a presença nessas gravuras de outros ele­mentos? Quais são eles em cada gravura e o que estão fazendo?

4 - A partir dessas observações, você acha que só o negro foi escravizado?

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GABARITO - QUESTIONÁRIOnº 1 (*)

1 — As GRAVURASnº 1 e 2, apesar de serem do mesmo Autor e da mesma épo­ca, são bem diferentes. A GRAVURA n° 1 mostra um cenário do interior do Brasil, em que um grupo de indígenas está sendo catequizado por um missio­nário. Observe a presença da civilização dos brancos: as construções, as ferra­mentas, as roupas, o próprio missionário e os trabalhadores negros no fundo. O importante é que o índio está em liberdade. Já a GRAVURAnº 2 apresen­ta uma cena da vida urbana, um castigo em praça pública do Rio de Janeiro. A atenção se volta para a condição dos negros escravos, submetidos aos cas­tigos, cercado pelos edifícios, meios de transporte e tipos sociais da cidade. A escravidão é o tema principal deste cenário.

2 — 0 castigo era frequentemente aplicado aos escravos que fugiam do cativeiro ou praticavam alguma irregularidade (roubo, por exemplo). A gravura não dá o motivo, que aliás poderia ser o simples capricho do senhor, mas evidencia o seu lado aviltante, desumano, o sentido de um espetáculo de advertência, que atrai muitas pessoas.

Na GRAVURAnº 2, pelo contrário, o índio está numa situação bem melhor, protegido pelo missionário. Vive em contacto com a natureza, conserva al­guns de seus costumes (enfeites e o trabalho em comum, por exemplo) e não exerce uma atividade importante para os donos das terras. Veja, no segundo plano, que os trabalhos são executados por negros.

3 - Sim. Na GRAVURA n° 1, nota-se a presença do missionário branco e, ao fun­do homens e mulheres de cor negra trabalhando.

Na GRAVURAnº 2, há uma variedade de tipos sociais da paisagem urbana no início do Século XIX (no Rio de Janeiro): padres, militares, funcionários pú­blicos, aristocratas (na carruagem). São facilmente identificados pela sua cor (brancos), suas roupas e atitudes. E há outras figuras de negros e mulatos, com trajes e ocupações diversas, muitos deles na condição de escravos, e ou­tros livres, como o feitor que está aplicando o castigo.

4 - Sim, a partir das observações extraídas das gravuras. Percebe-se que o índio não foi escravizado por dois motivos:

19— está sob a proteção do missionário (portanto, da Igreja).

29— vive no meio da natureza, em organização tribal, e tem-se a impressão de que é impróprio ("vive na inocência") ao trabalho obrigatório.

(*) Este gabarito deverá ser fornecido em tantas vias quantos forem os alunos.

Page 30: contrasdahistoria

"QUESTÃO-GERADORA"

POR QUE FOI INTRODUZIDA A ESCRAVIDÃO NEGRA NO

BRASIL-COLÔNIA?

Page 31: contrasdahistoria

ROTEIRO B

E ELES RESPONDERAM!

PARA FAZER SOZINHO DE PREFERÊNCIA

Page 32: contrasdahistoria

O QUE Ê PARA FAZER

1 - LER cuidadosamente o TEXTOnº 1.

2 - VERIFICAR o significado dos TERMOS DIFÍCEIS e que estão no roda­

pé.

3 - RESPONDER ao QUESTIONÁRIOnº 2 que vem após o texto.

4 - CONFERIR os ACERTOS e ERROS através do GABARITO do pro­fessor.

5 — IMPORTANTE repetir essas operações para cada um dos três textos.

Page 33: contrasdahistoria

TEXTOnº 1

"O pau-brasil, tirado das matas brasileiras, foi o nosso primeiro produto de valor comercial, explorado pela Europa, na primeira metade do Século XVI. Era encontrado nas matas do litoral, desde a baía do Rio de Janeiro até a altura do cabo de São Roque. (...)

(...)

A extração da madeira era feita por índios. Buscavam o pau-brasil nas matas, derrubavam as árvores, cortavam os troncos em pedaços e os levavam para as fei­torias. Ficavam empilhados nos pontos mais procurados pelos navios. (...) Como a extração da madeira era feita pelos índios, e eram os índios que conheciam as ma­tas, os portugueses os obrigaram a fazer esse trabalho, escravizando-os. Foi uma das razões pelas quais os índios passaram a odiar os brancos e a se revoltar.

(...)

Com o grande desenvolvimento da cultura açucareira, começou a faltar gente, a faltar mão-de-obra. Os portugueses tentaram continuar a servir-se dos índios, mas estes não estavam acostumados a trabalhos agrícolas e detestavam permanecer por longo tempo executando o mesmo serviço. Não resistiam ao trabalho obrigatório: ou morriam ou fugiam, indo reunir-se a índios inimigos. Os jesuítas, por sua vez, contribuíram para uma falta ainda maior da mão-de-obra, atraindo os índios para as missões1.

Missões: Aldeias organizadas pelas ordens religiosas (franciscanos, beneditinos e principal­mente jesuítas), logo no início da colonização, a fim de promover a catequese dos índios. Sob a direção dos missionários, os nativos trabalhavam na agricultura e exploração dos re­cursos naturais. No Século XVII, as missões jesuíticas espalhadas pelo vale do rio Amazonas, dos rios Paraná-Paraguai e no Maranhão, formavam um verdadeiro "império", com uma população de milhares de indígenas e uma vida cultural e econômica intensa.

Page 34: contrasdahistoria

Por essas razões, a Coroa portuguesa, que estava interessada no aumento da produção do açúcar, favoreceu a importação de escravos negros da África. Em prin­cípios do Século XVI foi iniciado o comércio de escravos para o Novo Mundo. A Espanha os introduziu na América espanhola (Antilhas) e Portugal no Brasil.

A partir de 1549, foram importados negros em maior quantidade, para as ca­pitanias da Bahia e de Pernambuco; eram vendidos aos lavradores e aos senhores de engenho a preços vantajosos para os comerciantes, que os traziam da África. Com os lucros da venda do açúcar, os senhores comprovam mais escravos, aumentando a produção do engenho.

A utilização dos escravos africanos deu resultados. Os negros eram mais resis­tentes do que os índios, já estavam habituados aos trabalhos agrícolas e acostuma­dos à escravidão, que existia na África. A região norte se desenvolveu muito, com o braço do negro escravo. Esse foi um dos motivos do seu rápido enriquecimento e do empobrecimento da região sul. As capitanias do sul não puderam comprar escravos negros, porque custavam caro. E continuaram a servir-se do indígena, tendo necessi­dade de ir buscá-lo cada vez mais no interior".

Page 35: contrasdahistoria

QUESTIONÁRIOnº 2

1 - Como o Autor explica a introdução da escravidão pelos colonos portugueses no Brasil?

2 — Por que o índio se adaptou à escravização durante a extração do pau-brasil, mas não nos trabalhos agrícolas da cultura açucareira?

3 - Por que deu certo a utilização do escravo africano?

Page 36: contrasdahistoria

4 — Qual foi a atuação dos jesuítas e da Coroa portuguesa em relação ao problema da mão-de-obra (indígena e africana)?

5 — Por que as capitanias do Nordeste se desenvolveram mais que as do Sul?

Page 37: contrasdahistoria

Solicite agora o GABARITO do QUESTIONÁRIOnº 2, a seu professor.

Verifique seus ACERTOS e ERROS.

Nos casos dos ERROS, procure entender bem porque errou e qual seria a res­posta certa.

Se tiver dúvidas recorra a seu professor.

Guarde seu GABARITO no envelope que se encontra no final do FASCÍ­CULO.

Page 38: contrasdahistoria

GABARITO - QUESTIONÁRIOnº 2 (*)

1 — Pelo grande desenvolvimento da cultura açucareira. Esse tipo de agricultura exigia um trabalho mais organizado e constante que a extração do pau-brasil. Para um aumento na produção de açúcar, era necessário um grande número de mão-de-obra.

2 — Na fase do pau-brasil, o índio exercia uma atividade simples, a que já estava habituado (a coleta da natureza), com certa liberdade. Suportava as tarefas de cortar e trazer a madeira, apesar de obrigados a isso como escravos. Na agri­cultura, viam-se numa situação mais complicada, estranha a seus hábitos; morriam com facilidade, por falta de resistência, ou fugiam para as matas.

3 — Por dois motivos:

1 9 - os negros já estavam acostumados ao trabalho agrícola e à escravidão nas suas regiões de origem (África);

29 — a riqueza propiciada pela venda do açúcar permitia que se pagasse o preço alto dos escravos.

4 - Através das missões, os jesuítas impediam que os colonos aprisionassem os índios, daí agravar-se a falta de gente para o trabalho. A Coroa portuguesa desejava aumentar a produção de açúcar que lhe traria benefícios, daí procu­rar resolver o problema da mão-de-obra permitindo a importação de escra­vos africanos para o Brasil.

5 — Na região Nordeste foi possível implantar a cultura açucareira; o enriqueci­mento permitiu o emprego de escravos negros, que custavam caro. No Sul, deu-se o contrário: as dificuldades econômicas obrigaram os colonos a utilizar o trabalho indígena e também a penetrarem cada vez mais pelo interior à pro­cura de novos cativos.

(*) Este gabarito deverá ser fornecido em tantas vias quantos forem os alunos.

Page 39: contrasdahistoria

TEXTOnº 2

"Um dos aspectos mais dolorosos da História do Brasil foi o trabalho escravo, introduzido em nossas terras desde a época da descoberta. Não constituímos, deve-se lembrar, uma exceção nesse particular. Nas colônias francesas, inglesas, espanho­las e de outras nações o mesmo sistema era empregado. Um dos principais pretextos para a utilização dos escravos era a afirmação de que os homens de raça branca não seriam capazes de realizar pesados serviços braçais em nosso clima. Com este argu­mento e outros semelhantes, os colonos aprisionavam os índios e os obrigavam a trabalhos a que eles não estavam habituados. Algumas ordens religiosas, notadamen­te a dos jesuítas, procuraram lutar contra a escravização, despertando com essa ati­tude a hostilidade dos colonos. Certas pessoas aconselharam a importação de cati­vos africanos que, apesar de seu preço elevado, foram introduzidos em regular número nas lavouras da Bahia e do Nordeste, na segunda metade do século XVI.

Vieram de Portugal ordens severas, proibindo a escravização dos índios. Os colonos portugueses, entretanto, sempre arranjavam pretexto para burlar as proibi­ções, ora aproveitando-se de leis que lhes permitiam proteger os naturais da terra, ora provocando conflitos, pois era-lhes permitido transformar em escravos os prisioneiros feitos em guerras justas. O próprio prestígio dos jesuítas não os impediu de agir dessa maneira pouco humana.

(...)

Sempre necessitavam as nossas lavouras do braço escravo, e alegando esse pretexto recorriam os colonos ao apresamento dos indígenas. Estes últimos, é verdade, foram sendo gradualmente substituídos por cativos de origem africana, principalmente nas regiões do Nordeste, onde as culturas proporcionavam lucros substanciais. Nas vilas do Sul, porém, muito mais pobres, não era possível pagar os elevados preços exigidos para os escravos negros, e por isso ali continuou a ser praticada, em grande escala, a caça aos índios. Nessa ocupação se especializaram os moradores de São Paulo.

(...)

Na época da descoberta do Brasil a escravidão era normalmente praticada em diversas populações africanas que tinham contacto com os portugueses e outros eu-

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ropeus. Quando se iniciou o movimento visando substituir, em toda a América, os trabalhadores índios pelos resistentes escravos negros, o comércio destes últimos já era bastante ativo no litoral da África. Os próprios reis, ou chefes de tribos desse continente, frequentemente ofereciam à venda os prisioneiros de guerra, e, às vezes, pessoas do próprio povo. À medida que o apresamento de escravos se tornava mais rendoso, ia aumentando o número de expedições especialmente destinadas a trazer os cativos aos portos de embarque. E algumas cidades chegaram a experimentar notável prosperidade, graças a tão desumano comércio.

(...)

O transporte de pessoas destinadas ao trabalho forçado não se fez apenas pa­ra o Brasil. Foi praticado por todas as nações da Europa que possuíam colônias, tais como a Inglaterra, França e Espanha. Era, naquelas épocas, um sistema que muita gente condenava, mas que dava grandes lucros e por isso os governos o per­mitiam e até o estimulavam".

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QUESTIONÁRIO N° 3

1 - Segundo o Autor, o emprego do trabalho escravo foi uma inovação de Por­tugal na colonização do Brasil?

2 — Por que motivos recorreram os colonos ao trabalho escravo do índio e do ne­gro?

3 - Como se explica a introdução no Brasil de negros africanos para serem escra­vos?

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4 - Por que o índio continuou a ser escravizado em maior número nas capitanias do Sul?

5 — Quais as dificuldades encontradas pelos colonos para escravizar o índio? Po­demos dizer que eles desistiram dessa tentativa?

Page 43: contrasdahistoria

Solicite agora o GABARITO do QUESTIONÁRIOnº3, a seu professor.

Verifique seus ACERTOS e ERROS.

No caso dos ERROS procure entender bem porque errou e qual seria a res­posta certa.

Se tiver dúvidas, recorra a seu professor.

Guarde seu GABARITO no envelope que se encontra no final do FASCÍ­CULO.

Page 44: contrasdahistoria

GABARITO - QUESTIONÁRIOnº3 (*)

1 — Não. A Inglaterra, a França e a Espanha empregavam a escravidão em suas colônias e praticavam o tráfico de escravos negros. Na época do descobri­mento do Brasil, a escravidão também já existia na África: os chefes das tri­bos vendiam os prisioneiros de guerra e gente de seu próprio povo.

2 — Por dois motivos. Primeiro: o preconceito de origem racial, segundo o qual os brancos não serviam para o trabalho braçal num país de clima tropical, o que era um pretexto para justificar a utilização de escravos. Segundo: a necessi­dade de mão-de-obra para a lavoura.

3 — Há quatro argumentos nesta explicação:

19— a falta de resistência física e também de hábitos nos trabalhos agrícolas, entre os índios;

29 — a defesa dos índios feita pelas ordens religiosas (principalmente os jesuí­tas) e a proibição determinada pela Coroa contra a escravização indíge­na;

39 - a existência da escravidão entre as populações africanas;

49 — a existência de um comércio de escravos organizado que dava lucros a seus intermediários (chefes tribais, comerciantes e os governos euro­peus) interessados em trazer cativos africanos para a América.

4 — Porque aí os colonos não podiam pagar o preço elevado dos escravos africa­nos. A caça ao índio foi praticada em larga escala, no que se especializaram os paulistas.

5 — Enfrentaram dificuldades de dois tipos:

19— a atuação dos religiosos defensores da liberdade dos índios;

29 — as ordens de Portugal proibindo a escravização dos nativos.

Mas os colonos não desistiram e utilizavam o pretexto de proteger os índios, isto é, levavam-nos ao trabalho como se fossem "civilizá-los". Havia também o pretexto da guerra justa como forma de burlar a lei. Provocavam uma guerra contra alguma tribo e, justificando a defesa contra a ameaça de índios inimi­gos, reduziam à escravidão os índios aprisionados.

(*) Este gabarito deverá ser fornecido em tantas vias quantos forem os alunos.

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TEXTOnº 3

Mas não bastavam a experiência técnica dos portugueses na fase produtiva e a capacidade comercial e o poder financeiro dos holandeses para tornar viável a em­presa colonizadora agrícola das terras do Brasil. Demais, existia o problema da mão-de-obra. Transportá-la na quantidade necessária da Europa teria requerido uma in­versão demasiadamente grande, que provavelmente tornaria antieconômica toda a empresa. As condições de trabalho eram tais que somente pagando salários bem mais elevados que os da Europa seria possível atrair mão-de-obra dessa região. A possibilidade de reduzir os custos, retribuindo com terras o trabalho que o colono realizasse durante um certo número de anos, não apresentava atrativo ou viabilida­de, pois, sem grandes concentrações de capital, as terras praticamente não tinham valia econômica. Por último, havia a considerar a escassez de oferta de mão-de-obra que prevalecia em Portugal, particularmente nessa etapa de magnífico florescimen­to da empresa das índias Orientais. Sem embargo, também neste caso uma circuns­tância veio facilitar enormemente a solução do problema. Por essa época os portu­gueses eram já senhores de um completo conhecimento do mercado africano de escravos. As operações de guerra para captura de negros pagãos, iniciadas quase um Século antes nos tempos de Don Henrique, haviam evoluído num bem organi­zado e lucrativo escambo que abastecia certas regiões da Europa de mão-de-obra escrava. Mediante recursos suficientes, seria possível ampliar esse negócio e orga­nizar a transferência para a nova colônia agrícola da mão-de-obra barata, sem a qual ela seria economicamente inviável1. "

A ideia de utilizai a mão-de-obra indígena foi parte integrante dos primeiros projetos de co­lonização2 . O vulto dos capitais imobilizados que representava a importação de escravos afri­canos só permitiu que se cogitasse dessa solução alternativa quando o negócio demonstrou que era altamente rentável. Contudo, ali onde os núcleos coloniais não encontravam uma base econômica firme para expandir-se, a mão-de-obra indígena desempenhou sempre um papel fundamental.

2 Projeto de colonização: O Autor refere-se aqui à iniciativa tomada pelo governo de Portugal de colonizar o BrasÚ, mediante a instalação de empreendimentos organizados, com núcleos e outras atividades economicamente lucrativas para a Metrópole.

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QUESTIONÁRIOnº 4

1 — Que fatores impediram a utilização de trabalhadores brancos (europeus) na lavoura colonial do Brasil?

2 — Qual a relação apresentada no texto entre os portugueses e o tráfico negreiro?

3 — 0 texto dá elementos para você compreender por que o índio não foi escravi­zado?

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Solicite agora o GABARITO do QUESTIONÁRIOnº4, a seu professor.

Verifique seus ACERTOS e ERROS.

No caso dos ERROS procure entender bem porque errou e qual seria a res­posta certa.

Se tiver dúvidas recorra a seu professor.

Guarde seu GABARITO no envelope que se encontra no final do FASCÍ­CULO.

Page 48: contrasdahistoria

GABARITO - QUESTIONÁRIOnº4 (*)

1 — Há quatro fatores:

19— os gastos de transporte;

29 — a necessidade de pagar altos salários que atraíssem a vinda desses euro­peus;

39 — a distribuição de terras a esses trabalhadores, o que era impossível numa empresa colonial que iria se basear na grande propriedade e enorme apli­cação de capital (lavoura de exportação dos engenheiros de açúcar);

4 9 - a falta de mão-de-obra em Portugal, devido -a atração das riquezas das índias Orientais.

2 — Os portugueses tinham intensas relações comerciais com a África e já desde o Século XV (época de D. Henrique) aprisionavam ou adquiriam escravos ne­gros para vendê-los em certas regiões da Europa.

3 — Sim, através de dois elementos:

1º — os portugueses conheciam o mercado africano de escravos;

2º — os recursos propiciados pela empresa açucareira permitia a compra des­ta mão-de-obra. Por isso, o trabalho indígena se tornou fundamental somente nos núcleos coloniais que não tinham base econômica firma para se expandir.

(*) Este gabarito deverá ser fornecido em tantas vias quantos forem os alunos.

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ROTEIRO C

"MAS OUTROS CRITICARAM"

PARA FAZER SOZINHO DE PREFERÊNCIA!

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O QUE É PARA FAZER

1 - LER o TEXTOnº4 com toda atenção.

2 - VERIFICAR o significado dos TERMOS DIFÍCEIS e que se encontra explicado no rodapé.

3 - RESPONDER o QUESTIONÁRIOnº 5: ele conduzirá você ao levanta­mento de CRÍTICAS a algumas respostas apresentadas à QUESTÃO-GERADORA que você está estudando.

4 - CONFERIR seus ACERTOS e ERROS, recorrendo ao GABARITO que está com seu professor.

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TEXTOnº 4

O NEGRO: BASE DA COLONIZAÇÃO

Embora o índio tenha sido um elemento importante para a construção da colônia nos seus primeiros tempos, o negro logo o suplantou, constituindo o trabalho de africanos e seus descendentes o pilar mais sólido sobre o qual se erigiu a socie­dade brasileira.

Em alguns pontos do território, o índio chegou a ser mais fundamental que o negro, como mão-de-obra. Em São Paulo, até ao final do Século XVII, quase não se encontravam pretos, e os documentos da época que usavam o termo "negros" referiam-se na verdade a índios, pois a palavra foi comumente utilizada para desig­nar quaisquer elementos das raças dominadas. Nos primeiros tempos do Rio de Ja­neiro, até à segunda metade do Século XVII, a mão-de-obra nativa era também am­plamente predominante e sua escravização chegou a despertar polémicas e confli­tos entre os colonos e algumas autoridades eclesiásticas.

O mesmo se deu nas regiões setentrionais do Brasil, Maranhão e Pará, onde o tráfico negreiro só se tornou regular nas últimas décadas do Século XVIII. Lá tam­bém o índio foi muito utilizado, de maneira quase exclusiva, tornando-se objeto de acirradas disputas entre jesuítas e colonos.

Mas o predomínio do escravo negro foi total nas grandes áreas açucareiras da Bahia e da Zona da Mata nordestina, generalizando-se mais tarde para todas as às de economia exportadora do Brasil.

Devido a esse predomínio, alguns autores chegaram a ensaiar uma pseudo-ex-plicação para a "preferência" dada ao negro como trabalhador. Analisaram tais au­tores as características físicas e culturais dos elementos das raças subordinadas, de maneira claramente racista, para chegar à conclusão ou de uma pretensa "superiori­dade" do negro no eito, ou de uma suposta "indisposição" cultural do índio para o trabalho da lavoura. Como se o trabalho não fosse escravo e os índios pudessem "escolher" a atividade para a qual estivessem mais aptos...

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Os progressos atuais da antropologia já atiraram ao limbo todos esses racio­cínios, que aliás nem teriam sido feitos se se tratasse realmente de um trabalho his­toriográfico profundo e não de manifestações da ideologia do colonialismo: bastaria aos historiadores do início do Século verificar o alto grau de aperfeiçoamento técni­co e de produtividade do trabalho atingido pelos guaranis das reduções jesuíticas platinas (já nessa época razoavelmente estudadas), para não formularem ideias sobre o "despreparo" ou "indolência" dos índios para a atividade regular.

Realmente essenciais para explicar o uso do africano são as estruturas e as práticas do mercantilismo1 portugueses na época do início da colonização. Desde os meados do Século XV os portugueses haviam estabelecido um comércio crescente de negros escravos para o reino, e depois também para as ilhas do Atlântico africano que se dedicavam ao cultivo de cana e outros artigos. Esse tráfico, contando com praças comerciais poderosas, com um fornecimento regular de negros, com grandes somas investidas, dá grandes lucros ao mercantilismo luso, do qual era peça essen­cial. No início do Século XVI ele se voltou decisivamente para a América, dirigin­do-se às Antilhas e a outros pontos do Novo Mundo. A existência desse rendoso trá­fico foi, sem dúvida, a razão para o uso em larga escala do escravo africano nas la­vouras brasileiras, cuja própria existência foi determinada pelo mercantilismo luso, tendo portanto que se subordinar aos mecanismos deste.

Mercantilismo: É a política econômica adotada pelos Estados Modernos europeus entre os Séculos XV e XVIII. Corresponde à época do capitalismo comercial, e apresentou varia­ções especiais em cada país. Ãs doutrinas e as práticas mercantilistas visavam fortalecer o Es­tado e a riqueza nacional. Suas características básicas são: a valorização dos metais preciosos como a fonte essencial de riqueza; o incentivo às exportações e à produção de valor comer­cial (por exemplo, açúcar e vinhos) para obter um saldo favorável na balança comercial; o protecionismo à economia nacional, através de monopólios e barreiras alfandegárias; o con­trole do Estado sobre as atividades econômicas; a proteção aos comerciantes nacionais atra­vés de privilégios especiais; a formação de impérios coloniais.

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QUESTIONÁRIOnº 5

1 — Para o Autor, qual é o fator que explica a introdução da escravidão negra na colônia?

2 — Neste texto, você nota diferenças entre o índio e o negro?

3 - Pela leitura do texto, o trabalho do índio chegou a ser mais importante que o do negro?

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4 — Quais as críticas feitas pelo Autor às chamadas "pseudo-explicações" do pro­blema da escravidão?

5 — Essas críticas podem ser dirigidas às interpretações contidas nos textos já estudados?

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Solicite, a seu professor, o GABARITO do QUESTIONÁRIOnº 5.

Verifique seus ACERTOS e ERROS.

No caso dos ERROS, procure entender bem porque errou e qual seria a res­posta certa.

Guarde seu GABARITO no envelope que se encontra no final do FASCÍ­CULO.

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GABARITO - QUESTIONÁRIOnº 5 (*)

1 — São as estruturas e as práticas do mercantilismo português no Século XVI. A colonização do Brasil foi realizada para trazer lucros aos interesses comer­ciais portugueses. O tráfico negreiro, que vinha sendo praticado regularmen­te desde o Século XV, era uma peça essencial desses interesses. Portanto, a in­trodução da escravidão negra na lavoura colonial brasileira se deve à pressão desses mecanismos da política mercantilista que garantia um comércio rendo­so.

2 — Não. Tanto o índio quanto o negro são tratados como raças dominadas sub­metidas à escravidão, sendo o nome "escravo" atribuído a um e a outro. Suas características étnicas e culturais não justificam maior ou menor "adaptabi­lidade" ao trabalho compulsório.

3 - Sim. O índio predominou no início da colonização. Em certas regiões, como São Paulo, Rio de Janeiro, Maranhão e Pará, o trabalho indígena continuou fundamental até o Século XVIII, diminuindo quando o tráfico de escravos africanos se tornou regular nessas regiões.

4 — Três críticas são apresentadas.

1ºcrítica: por ser uma explicação claramente racista, aquela que justifica a escravidão das raças dominadas esquecendo que essas não escolheram essa forma de trabalho mas foram obrigadas e mantidas sob controle;

2ºcrítica: por ser uma explicação baseada nas características físicas e cultu­rais, aquela que sustenta a ideia preconceituosa de que o negro era predispos­to para o (superior ao) trabalho braçal, enquanto o índio desivalorizava o trabalho (por uma suposta indisposição cultural);

3ª crítica: por ser uma explicação parcial, aquela que não reconhece a efi­ciência comprovada da organização social dos índios guaranis que, nas mis­sões jesuítas, desenvolveram a técnica e a produtividade e não se mostraram indolentes ou despreparados ao trabalho regular.

5 - Sim, em relação a quatro aspectos.

19—0 despreparo cultural e a falta de resistência física do índio nos traba­lhos agrícolas (TEXTOSnº 1 e 2);

(*) Este gabarito deverá ser fornecido em tantas vias quantos forem os alunos.

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2 9 - a predisposição do negro à escravidão, por existir um comércio de es­cravos na África (TEXTOnº 1);

39 — a pouca importância dada aos mecanismos da política mercantilista, que efetivamente decidiu o modo da colonização do Brasil e, consequente­mente, explica a introdução de escravos africanos. Os TEXTOSnº 1 e 3 explicam a QUESTÃO-GERADORA apenas nos aspectos internos (falta de mão-de-obra para a lavoura), como se a colônia estivesse resol­vendo por sua conta os problemas da colonização. O TEXTOnº 2 faz um meio termo: destaca a falta de mão-de-obra mas também o interesse dos traficantes de escravos em trazer este comércio para o Brasil e a América em geral;

49 — a ideia parcial de que a escravização do índio existiu apenas nas capita­nias do Sul (TEXTOSnº 1 e 2). Como vimos, ela vigorou até o Século XVIII em muitas outras regiões.

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"E AGORA É SUA VEZ!"

ROTEIRO D

PARA FAZER SOZINHO DE PREFERÊNCIA!

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O QUE É PARA FAZER

1 - PREENCHER o QUADRO-SINTESE chamado o Mapa da Controvérsia porque ele permitirá a você construir um "mapa" de todas as respostas que já foram dadas à QUESTÃO-GERADORA e de suas respectivas críticas. Permitirá principalmente iden­tificar com toda clareza onde está o "X da controvérsia", is­to é, quais as respostas que conflitam com as outras e por­que.

2 - CONFERIR seus ACERTOS e ERROS, recorrendo ao GABARITO em poder de seu professor.

3 — TOMAR POSIÇÃO face à controvérsia, isto é, decidir se por esta ou aque­la resposta à QUESTÃO-GERADORA e acumular ar­gumentos para defendê-la mais tarde.

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Page 62: contrasdahistoria

Solicite o GABARITO do QUADRO-SINTESE a seu professor.

Verifique seus ACERTOS e ERROS.

. No caso dos ERROS, procure entender bem porque errou e qual seria a res­posta certa.

Se tiver dúvidas recorra a seu professor.

Guarde seu GABARITO no envelope que se encontra no final do FASCÍ­CULO.

Page 63: contrasdahistoria

GABARITO - QUADRO-SINTESE (*)

"RESPOSTAS"

TEXTOnº 1 por falta de mão-de-obra pela inadaptação do ín­

dio pela aptidão do negro

TEXTOnº 2 por falta de mão -de-obra pela desvalorização do

trabalho entre os brancos

pela existência do co­tio de escravos

TEXTOnº 3 pela impossibilidade de introduzir assalaria­dos europeus

pelo conhecimento dos portugueses do co­mércio de escravos

"CRÍTICAS"

visão preconceituosa (diferenças raciais)

explicação interna (desconheci­mento do mercantilismo)

explicação interna: não destaca os mecanismos mercantilistas

explicação interna: não destaca os mecanismos mercantilistas

0 "X da Controvérsia" está nas:

Explicações baseadas em diferenças raciais (visões preconceituosas)

Explicações baseadas em questões internas (visão isolada da colônia)

QUADRO-SINTESE: O MAPA DA CONTROVÉRSIA

(*) Este gabarito deverá ser fornecido em tantas vias quantos forem os alunos.

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Analise bem o QUADRO-SÍNTESE tal como você o preencheu e corrigiu depois:

A - Pensando bastante no que você indicou como sendo o "X da controvérsia".

B — Fazendo um bom balanço das respostas dadas à QUESTÃO-GERADORA e respectivas críticas:

• selecione a seguir aquela que você acha ser a resposta mais adequada à QUESTÃO-GERADORA e indique-a na página seguinte;

• imagine depois que você está num tribunal e que precisará defender a "sua" resposta. Relacione, na página seguinte, o maior número possível de argumentos em defesa dessa "sua" posição.

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"Minha" posição ou "minha" resposta à QUESTÃO-GERADORA da contro­vérsia:

Argumentos a favor da "minha" posição:

EM TEMPO!

Agora que você chegou a um ponto-de-vista pessoal sobre a controvérsia pre-pare-se para defendê-lo no FÓRUM de DEBATES do qual irá participar com a clas­se toda e conforme orientação a ser dada por seu professor.

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FASCÍCULO A EXTINÇÃO DO TRÁFICO DE ESCRAVOS NO SÉCULO XIX

Page 67: contrasdahistoria

A página dos COMOS

FASCÍCULO 2 A EXTINÇÃO DO TRÁFICO DE ESCRAVOS NO SÉCULO XIX

1 — Uma explicação necessária

Para que possa enfrentar as atividades propostas no FASCÍCULO 2 que com­põe o Programa "Controvérsias na História do Brasil" é indispensável que o aluno disponha de um repertório de competências relacionadas à compreensão de temas de História do Brasil e História Geral tais como:

1 - A escravidão negra na colônia, (principalmente o mercantilismo e o sis­tema colonial - as características referentes a Portugal e ao Brasil).

2 - A Revolução Industrial na Inglaterra, (principalmente as novas caracte­rísticas da sociedade do capitalismo industrial).

3 — A crise do antigo sistema colonail: o impacto da Revolução Industrial, a economia do comércio livre, o esgotamento do mercantilismo e as ten­sões internas nas colônias.

4 - A ascensão do liberalismo na Europa do século XIX. (principalmente o sentido das ideias liberais e dos regimes constitucionais. Tomar como o exemplo o caso da Inglaterra).

5 - A economia brasileira na primeira metade do século XIX. (panorama geral sobre: as principais atividades, a preservação das características coloniais, a presença da Inglaterra, as dificuldades financeiras, a expan­são cafeeira, e o problema da mão-de-obra).

6 - 0 processo de independência do Brasil, (especialmente a situação de Portugal, da Inglaterra e do Brasil em conjunto, bem como os tratados e acordos realizados até 1850).

7 - 0 regime político brasileiro durante o Império, de 1822 a 1850. (carac­terísticas gerais sobre: o liberalismo brasileiro, os partidos políticos, as principais mudanças do regime).

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Os temas acima apresentados podem ser estudados em:

MENDES JR, A. (e outros) Brasil História: texto e consulta. São Paulo, Brasiliense, v. 2, 1977. Império, 6a Parte, Introd., itens 1, 2, 3 e 4, pp. 3943. Indicado para os temas nº? 2 e 3. (segue em Anexo uma cópia da parte indicada).

BURNS, E.M. História da civilização ocidental. 2a ed. Porto Alegre, v. 2, 1959. (Cap. 23 e 24). Indicado para os temasnº 2 e 4.

TEIXEIRA, F.M.P. e DANTAS, J. Estudos de história do Brasil. São Paulo, Ed. Mo­derna, v. 2, 1974. Império e República (Cap. 1, 2 e 3, pp. 4-90). Indicado pa­ra os temasnº 5,6 e 7.

Sugere-se também a consulta dos livros de onde foram retirados os textos apresentados neste FASCÍCULO.

Caso os alunos não disponham de tais competências acerca desses temas, pos­sivelmente, terão dificuldades de enfrentar um Programa que foi elaborado a partir de controvérsias existentes na História do Brasil, exigindo deles, inclusive, uma to­mada de posição.

Tais cuidados deverão ser considerados para que os alunos tenham um aproveitamento mais completo do problema histórico escolhido para a controvérsia, e não simplesmente limitado ao que poderia ser o debate de um problema isolado.

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Page 72: contrasdahistoria

* Texto 1: HOLLANDA, S.B. (e outros) História do Brasil. São Paulo, 2a

ed., Ed. Nacional, v. 2, 1973. p. 39.

Texto2: LOBO, R. Haddock História do Brasil; ciclo colegial. 4a ed. São Paulo, Duas Cidades, s.d., 2a Parte, capítulo 6, p. 202-203.

Texto 3: SOUTO MAIOR, A. História do Brasil, para o curso colegial. 4aed. São Paulo, Ed. Nacional, Unidade XVIII, p. 334-338.

Texto 4: FAZOLI Filho, A. História do Brasil. São Paulo, Ed. do Brasil, 1977, p. 210-214 (Texto adaptado especialmente pelo próprio Autor).

Uma recomendação final

A condução satisfatória da Unidade do Programa - EXTINÇÃO DO TRÁ­FICO DE ESCRAVOS NO SÉCULO X I X - Exige como requisitos básicos que o professor antes de ir à sala de aula:

a) esteja bastante familiarizado com as várias abordagens mais ou menos re­centes do tema dentro da bibliografia especializada;

b) tenha tido o cuidado de ler atentamente todo o material contido no FAS­CÍCULO 2 (Edição do Professor).

Page 73: contrasdahistoria

"EIS A QUESTÃO!"

ROTEIRO A

PARA FAZER SOZINHO DE PREFERÊNCIA!

Page 74: contrasdahistoria

O QUE É PARA FAZER

1 - ANALISAR atentamente o QUADRO CRONOLÓGICO que vem a seguir. Ele mostra as várias etapas de extinção do tráfico de escravos na primeira metade do Século XIX, em que foi destacado o problema particular do Brasil.

2 — LER com cuidado cada uma das medidas tomadas a partir de 1807 pela Inglaterra, e que atingiram em vários momentos Portugal e o Brasil. Observe o período de tempo que foi necessário para resolver o pro­blema e note também a insistência por parte da Inglaterra.

3- RESPONDER E JUSTIFICAR suas respostas às questões propostas no QUESTIONÁRIOnº 1 que vem após o QUADRO CRONOLÓGICO: ele permitirá a você refletir um pouco sobre a importân­cia do tráfico de escravos na época, e por­que razão foi sendo extinto gradativamente.

4 - CONFERIR seus ACERTOS e ERROS, recorrendo ao GABARITO que está com seu professor.

5 - MEDITAR um pouco a QUESTÃO-GERADORA da controvérsia que você vai estudar neste FASCÍCULO.

Page 75: contrasdahistoria

QUADRO CRONOLÓGICO

SOBRE A EXTINÇÃO DO TRÁFICO DE ESCRAVOS

1807 - A Inglaterra elimina o tráfico de escravos africanos em todas as suas colônias.

1810 — Portugal assina tratados com a Inglaterra, restringindo o comércio de escra­vos apenas nos limites das possessões portuguesas.

1815 - O Congresso de Viena determina a extinção do tráfico negreiro acima da linha do Equador.

1817 — Portuga] assina um acordo com a Inglaterra em que permite às autoridades inglesas vistoriar os navios portugueses que fizessem o comércio de escra­vos ao Norte do Equador.

1826 - Inglaterra e Brasil realizam um acordo em que se estabelece um prazo de 3 anos para a extinção do comércio de escravos, a partir do qual seria consi­derado pirataria.

1831 - O governo brasileiro introduz uma lei que declara serem livres todos os es­cravos que entrassem no país. O comércio de escravos da África é consi­derado ilegal.

1833 - A Inglaterra elimina a escravidão em todas as suas colônias.

1845 - O Parlamento inglês aprova uma lei (o Bill Aberdeen) que permite o apri­sionamento de todo navio negreiro, em qualquer parte, o confisco de suas cargas e o julgamento dos traficantes por tribunais ingleses.

1850- O governo brasileiro promulga uma lei (chamada Euzébio de Queirós, nome de seu propositor) que proibe o tráfico de escravos da África para o Brasil, com a aplicação de penalidades aos seus infratores.

Page 76: contrasdahistoria

QUESTIONÁRIOnº I

1 — Que países se acham envolvidos na questão do tráfico de escravos e qual deles mais se destaca?

2 — Pode-se dizer que a extinção do tráfico e a extinção da escravidão fazem parte de um mesmo processo?

3 — A eliminação do tráfico negreiro se deve apenas à pressão da Inglaterra?

Page 77: contrasdahistoria

4 — Por que você acha que demorou tanto tempo para se resolver a questão do tráfico de escravos?

Page 78: contrasdahistoria

I

ACERTOS E ERROS

Solicite a seu professor o GABARITO do QUESTIONÁRIOnº 1.

Confira suas respostas.

Se tiver errado alguma pergunta, procure entender bem porque errou.

Se tiver alguma dúvida, procure seu professor.

Guarde depois seu GABARITO no envelope que se encontra no final do FAS­CÍCULO.

Page 79: contrasdahistoria

GABARITO - QUESTIONÁRIOnº 1 (*)

1 - Estão envolvidos: Inglaterra, Portugal e Brasil. Indiretamente, as medidas tomadas em 1815 e em 1845 dão a entender todos os países que praticassem o comércio de escravos. Destaca-se a presença da Inglaterra.

2 - Sim. A campanha contra o tráfico aparece associada a uma intenção de elimi-nar a escravidão. Observe-se: as medidas tomadas pela Inglaterra em 1807 e em 1833, e a lei brasileira de 1831.

3 — Sim, fica bem destacada a pressão da Inglaterra, através de diferentes modos. As atitudes do governo brasileiro (bem como de Portugal) aparecem como resultado desta pressão. Conclui-se daí que:

1?) a Inglaterra tinha grande interesse em abolir o tráfico negreiro; e

2?) a Inglaterra exercia enorme predomínio sobre os interesses de Portugal e do Brasil.

4 - O motivo principal é que há um choque de interesses entre a Inglaterra e os demais países. Lates resistem às tentativas inglesas e procuram adiar o máximo a eliminação do tráfico. Os interesses em jogo eram muito grandes e isto fez com que se demorasse quase meio século para resolver o problema, que era essencial para a economia dos países escravistas.

( * ) Este gabarito deverá ser fornecido ern tantas vias quantos forem os alunos.

Page 80: contrasdahistoria

"QUESTÃO-GERADORA"

POR QUE SOMENTE NO SÉCULO XIX FOI EXTINTO O TRÁFICO DE

ESCRAVOS NO BRASIL ?

Page 81: contrasdahistoria

"E ELES RESPONDERAM!"

ROTEIRO B

PARA FAZER SOZINHO DE PREFERÊNCIA!

Page 82: contrasdahistoria

O QUE É PARA FAZER

1 - LER cuidadosamente o TEXTOnº 1.

2 - VERIFICAR o significado dos TERMOS DIFÍCEIS e que estão no rodapé.

3 — RESPONDER E JUSTIFICAR suas respostas às questões propostas no QUESTIONÁRIO nº 2 que vêm após o texto.

4 - CONFERIR os ACERTOS e ERROS através do GABARITO do professor.

5 — IMPORTANTE repetir essas operações para cada um dos textos, observando cuidadosamente a figura que é apresentada antes do TEXTOnº 2.

Page 83: contrasdahistoria

TEXTOnº 1

O BILL ABERDEEN

A Inglaterra, movida por sentimentos de liberdade e de justiça, já havia aca­bado com a escravatura em suas colônias (1838). Como vocês podem imaginar, essas colônias ficaram praticamente sem mão-de-obra, diminuindo, assim, conside­ravelmente, a produção açucareira. Outros interesses econômicos e políticos leva­ram a Inglaterra a exercer pressões sucessivas sobre o Brasil, exigindo a extinção do tráfico de escravos.

Um acordo entre Inglaterra e Brasil havia estipulado que o tráfico de escra­vos deveria cessar até 1830. Não tendo sido cumprido o acordo, durante o período das regências foi votada uma lei (1831) que declarava livres todos os escravos introduzidos no Brasil a partir dessa data. Essa lei também não foi cumprida. O tráfico de escravos continuou, mesmo quando a marinha de guerra inglesa resolveu dar caça e aprisionar os navios negreiros1 que se dirigiam ao Brasil. As pressões da Inglaterra tornaram-se cada vez mais fortes, até que em 1845 o Parlamento inglês aprovou uma lei, chamada BillAberdeen, declarando ilegal o tráfico de escravos e determinando que seus infratores, de qualquer nacionalidade, fossem julgados por tribunais ingleses. A força do BillAberdeen, a caça intensiva aos navios negreiros pela marinha de guerra inglesa, a simpatia crescente do povo pela causa abolicio­nista foram abrindo, aos poucos, o caminho para a libertação total dos escravos.

Navios negreiros: navios que transportavam escravos vindos da África.

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QUESTIONÁRIOnº 2

1 - O que levou a Inglaterra a agir contra a escravidão e o tráfico de escravos? Havia motivos econômicos?

2 - Segundo o texto, pode-se dizer que a questão do tráfico negreiro era um con­flito de nação contra nação (Inglaterra versus Brasil)?

3 — Existia no Brasil algum interesse ou pressão interna para se abolir o tráfico negreiro?

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4 — Por que, então, de acordo com o texto, foi abolido o tráfico de escravos no Brasil?

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Solicite agora o GABARITO do QUESTIONÁRIOnº 2, a seu professor.

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Page 87: contrasdahistoria

GABARITO - QUESTIONÁRIOnº 2 (*)

1 — Foram sentimentos de liberdade e de justiça. O Autor menciona "outros interesses econômicos e políticos", mas não esclarece quais são e de que modo agiram.

2 — Sim. É como se fosse uma guerra entre os dois países. Há vários exemplos ilustrativos. O texto fala em: pressão da Inglaterra, leis do Parlamento inglês, aprisionamento da marinha de guerra inglesa, julgamento nos tribunais in­gleses.

3 - Não. Só se fala na pressão inglesa. Mesmo a lei brasileira de 1831 acabou não sendo cumprida.

4 - Porque a Inglaterra, movida por sentimentos humanitários (liberdade e jus­tiça), pressionou o Brasil através de uma série de acordos, leis e medidas punitivas.

( * ) Este gabarito deverá ser fornecido em tantas vias quantos forem os alunos.

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'GRAVURA INGLESA DO SÉCULO XVIII mostrando o interior de um navio negreiro'

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TEXTOnº 2

Campanha internacional contra o tráfico - Durante os Séculos XVI, XVII e XVIII, todas as grandes potências europeias praticaram o tráfico, em escala maior ou menor. De 1800 em diante, no entanto, as mudanças de condições eco­nômicas fizeram com que algumas nações, especialmente a Inglaterra, tivessem interesse em diminuir o número de escravos, substituindo-os por trabalhadores livres que percebessem salários. Nessa época, com efeito, as indústrias, que antes dependiam do trabalho manual, foram sendo mecanizadas. Em outras palavras, muitos artigos que dantes eram fabricados vagarosamente, à mão, por operários, passaram a ser produzidos, com extraordinária rapidez por máquinas complicadas e caras, e havia interesse em aumentar o número de consumidores.

Além desse interesse econômico, havia por certo as preocupações de ordem moral e humanitária, e tudo isso inspirou ao governo britânico uma eficiente cam­panha antiescravagista. Dando o exemplo, a Inglaterra, em 1807, promoveu a extinção do tráfico servil em suas colônias, e desde então não poupou esforços para fazer que outras nações imitassem o seu procedimento.

Em 1815, por um acordo concluído em Viena, o tráfico foi definitivamente proibido ao Norte do Equador. Considerando essa vitória apenas uma etapa, no ca­minho da extinção absoluta, a diplomacia inglesa passou a exercer forte pressão junto ao governo de outros países, e conseguiu de nossas autoridades, em 1831, uma lei proibindo a importação de cativos da Africa.

Por muito tempo figurou como letra morta essa lei, pois o tráfico continuou a se processar através de nossos portos. Puseram-se os britânicos, então, a agir com uma determinação que não raro os levou a excessos. Seus "cruzeiros" procuraram sistematicamente interceptar os navios negreiros, perseguindo-se até as proximi­dades da costa brasileira. Surgiram sérios incidentes e a opinião pública encarou com antipatia essa ação sobremaneira enérgica da grande nação estrangeira, consi-derando-a um atentado à soberania nacional. Apesar da repressão britânica, entre­tanto, prosseguia ativamente o desumano contrabando, e continuavam a ingressar no Brasil, anualmente, dezenas de milhares de cativos.

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O Bill Aberdeen - Em 1845, resolveu o governo inglês tomar medidas mais drásticas. Pouco antes, o Brasil denunciara os tratados de comércio, tendo isso causado não pequeno descontentamento na Inglaterra. Esse fato, assim como a inércia das autoridades brasileiras em face do tráfico, levaram o Parlamento britâ­nico a aprovar um ato conhecido como o Bill Aberdeen, que declarava lícito e legal o apresamento, em alto mar, de qualquer embarcação que conduzisse escravos africanos.

Apesar dos protestos do Brasil, a perseguição aos tumbeiros1 pela esquadra britânica assumiu aspecto intransigente e agressivo, tendo sido os contrabandistas, várias vezes atacados nas praias e até nos portos brasileiros.

O fim do tráfico - O único meio de resolver tão deprimente situação cons­tituía em abolir o tráfico de uma vez para sempre. Em 1850. a lei Eusébio de Queirós permitiu ao governo tomar enérgicas providências, e, como muitos dos principais traficantes eram estrangeiros, não foi difícil expulsá-los do país. As próprias forças armadas nacionais aprisionaram diversos carregamentos de escra­vos, e, em 1856, foi surpreendida a última tentativa de desembarque clandestino em nossas costas. Assim se extinguiu o tráfico, que durante muito tempo consti­tuíra rendoso negócio para um punhado de aventureiros, e que não poucos aborre­cimentos e humilhações trouxera ao governo e ao povo do Brasil.

Tumbeiros: nome que se dava aos navios negreiros, devido à enorme mortandade de escravos durante a viagem.

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QUESTIONÁRIOnº 3

1 - Por que algumas nações européias iniciaram a campanha contra o tráfico de escravos no começo do século XIX?

2 — Qual foi a atitude do governo inglês para debelar o tráfico? Elas surtiram efeito?

3 - Como agiu o governo brasileiro diante da pressão inglesa?

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4 - O que levou o Brasil a extinguir o tráfico negreiro com a lei Euzébio de Quei­rós em 1850?

5 — Que diferenças você percebe entre as razões apresentadas por este texto e o anterior?

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GABARITO - QUESTIONÁRIOnº 3 (*)

1 — Devido a 2 motivos:

1 ?) interesse econômico em aumentar o número de consumidores dos pro­dutos industriais (ingleses, principalmente), através da ampliação do trabalho assalariado;

2?) preocupações de ordem moral e humanitária, por se considerar o trá­fico de escravos uma atividade desumana.

2 — O governo inglês atuou de três maneiras:

1ª) extinção do tráfico servil em suas colônias;

2ª) proibição do tráfico ao norte do Equador;

3ª) pressão junto aos governos de outros países escravistas, entre os quais o Brasil. Esta pressão se fez através de certas leis e da ação repressiva da marinha inglesa contra os chamados "tumbeiros".

No entanto, essas medidas nem sempre surtiram efeito. O comércio de escra­vos continuou a ser feito através do contrabando.

3 — Inicialmente, o Brasil teve que ceder à pressão inglesa, embora as leis adotadas não tenham sido cumpridas (como a de 1831). A partir de 1845, com a pro­mulgação do Bill Aberdeen, começou a haver uma reação contrária à excessiva pressão inglesa, que provocava humilhações e ameaças à soberania nacional.

4 — Foram os problemas políticos criados com a pressão da Inglaterra. O texto destaca:

1) a reação da opinião pública e do povo brasileiro contra as agressões da In­glaterra;

2) as providências do governo brasileiro em defesa da soberania nacional. Lembre-se ainda que muitos traficantes eram estrangeiros, o que trazia maiores aborrecimentos ao governo brasileiro.

5 — O texto anterior referia-se apenas às preocupações humanitárias. Enquanto o textonº 2 ressalta principalmente os motivos econômicos ligados à amplia­ção do mercado consumidor.

(*) Este gabarito deverá ser fornecido cm tantas vias quantos forem os alunos.

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TEXTOnº 3

1 - A INGLATERRA E A ABOLIÇÃO

O abolicionismo na Inglaterra fora iniciado por reformadores sinceros, imbuí­dos de sentimentos de solidariedade humana, logo apelidados de "santos". Uns por motivos religiosos, outros por pura filantropia, haviam todos pressionado o Parla­mento com petições e manifestações de protesto contra o tráfico nefando. A extin­ção do tráfico trouxe, porém, um imprevisto alarmante: escassez de braços nas plantações de açúcar das colônias inglesas.

Não somente se sentiam prejudicados os senhores de plantações açucareiras nas Antilhas; o impacto atingia também os exportadores de mercadorias, comer­ciantes, agentes e empresas de navegação. A Inglaterra promovendo a extinção do tráfico em seus próprios domínios agiria contra seus próprios interesses.

A concorrência entre as duas colônias produtoras de açúcar, Jamaica (perten­cente à Inglaterra) e o Brasil (colônia de Portugal) era renhida. A produção brasi­leira, contudo, tinha a seu favor o fato de serem aqui as terras muito mais baratas. Extinguindo-se a exploração do braço escravo na Jamaica, seria fatal o aumento da produção brasileira e o oferecimento do açúcar, nos mercados internacionais, a um preço com o qual os produtores e comerciantes ingleses jamais poderiam con­correr.

Em face dessa situação os grandes grupos financeiros ingleses passaram a trabalhar ativamente pela abolição da escravidão nas regiões que lhes faziam con­corrência. Assim, a causa dos "santos" transformou-se em questão política e econô­mica de grande importância para os financistas ingleses, interessados em salvar a ameaçada economia de suas colônias.

2 - PRESSÕES INGLESAS

Diversas pressões foram exercidas pela Inglaterra, visando à abolição do trá­fico. D. João VI conseguira, entretanto, com habilidade, astúcia e procrastinação anular-lhes os efeitos. Em 1817, habilmente, o governo britânico fez com que D. João VI se comprometesse, através de um acordo, a restringir parcialmente o

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tráfico. Seria limitado às regiões ao Sul da linha equatorial o aprisionamento de escravos, permitindo-se, ao mesmo tempo, que navios de guerra ingleses abor­dassem em alto mar navios portugueses, suspeitos de conduzirem escravos oriundos de regiões da África setentrional. Sendo estes encontrados, poderiam os navios ser apresados e seus responsáveis conduzidos à presença de tribunais luso-britânicos, especialmente organizados para o julgamento desses casos. Havia uma reciproci­dade teórica nas disposições do acordo de 1817; navios de guerra portugueses também poderiam fazer a mesma coisa com possíveis negreiros ingleses. Na prática, porém, somente os navios portugueses é que recebiam a visita policiadora. Como resultado das disposições do acordo de 1817, gerou-se o desumano costume de lançarem os capitães negreiros toda sua carga humana ao mar, quando viam aproximar-se uma belonave de Sua Majestade Britânica1.

Era sempre difícil provar-se esse crime ou a origem dos escravos encontrados a bordo dos navios negreiros. Persistiu, assim, o tráfico, apesar das pressões inglesas. Em 1823, quando se processavam as demarches diplomáticas visando ao reconheci­mento de nossa Independência por parte da Inglaterra, o ministro inglês Canning aproveitou a ocasião para condicioná-la à abolição do tráfico. D. Pedro e José Boni­fácio pessoalmente estavam "convencidos da inconveniência do tráfico", porém julgavam que a abolição deveria ser feita quando fosse aumentada a população bran­ca do país e a agricultura não mais corresse perigo de um colapso econômico com a supressão do braço escravo. Continuou, pois, o tráfico, durante o ano da Indepen­dência entraram, oficialmente, no Brasil, 20483 escravos. Em 1823, no auge da pressão inglesa, 29211. (...)

(...)

Continuaram entretanto os incidentes no mar, conseguindo finalmente a di­plomacia inglesa impor ao Brasil o acordo de 1826, segundo o qual, "três anos após a troca das ratificações, não seria mais lícito aos súditos do Brasil fazer o tráfico de escravos da Costa d'África, sob qualquer pretexto ou maneira, sendo a continuação desse comércio depois da dita época, considerada e tratada como pirataria".

O acordo de 1826 não foi respeitado pelos comerciantes de escravos que con­tinuaram a importá-los clandestinamente em grandes quantidades, dando novos motivos para ameaças inglesas. Em 1831, o governo regencial promulgava, porém,

Os escravos eram jogados ao mar com pesadas pedras amarradas ao pescoço, para logo sub­mergirem e não serem avistados a tempo pelos navios ingleses.

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uma lei declarando livre todos os escravos que, a partir daquela data, entrassem no Brasil. (...) Os interesses dos senhores de engenho e fazendeiros, no entanto, prevale­ceram. A lei foi violada tão repetidamente que, praticamente, pode-se dizer que não foi cumprida: continuou-se a importar escravos.

Com a prevenção dos senhores de engenho e fazendeiros brasileiros contra os ingleses, cresceu paralelamente o tráfico. Calcula-se em 50000 a média anual de es­cravos introduzidos no Brasil a partir de 1840.

Agravaram-se, consequentemente, as realções do Brasil com a Inglaterra.

3 - O BILL ABERDEEN

Após a promulgação do BillAberdeen tornaram-se muito tensas as relações entre o Brasil e a Inglaterra. A atitude do governo inglês era firme e inabalável, no sentido da total abolição do tráfico. Navios ingleses varejavam o Atlântico apresan­do até navios que, em águas territoriais brasileiras, em serviço de cabotagem, con­duziam escravos de uma província para outra. É necessário que se registre, contudo, que os escravos encontrados nos navios interceptados não eram reconduzidos à Africa. Eram levados pelos ingleses para suas colônias, nas quais, com a abolição, havia grande falta de trabalhadores. Nas colônias inglesas seriam teoricamente livres, porém, na realidade, submetidos a um regime de semi-servidão, em virtude do pequeno salário a que teriam direito.

Os efeitos do BillAberdeen no tráfico negreiro foram radicais. Para não comprometer mais a soberania do Brasil, e refletindo um movimento de opinião pública que se formava contra a continuação do fornecimento de escravos africanos, Eusébio de Queirós, ministro da Justiça, empreendeu uma campanha parlamentar que o consagrou como um dos grandes políticos do Império. A 14 de outubro de 1850 era promulgada a lei que proibia o tráfico de escravos. Ficaria conhecida com o nome de Lei Eusébio de Queirós e seria completada por uma outra, datada de 5 de junho de 1854, contendo também severas medidas policiais e judiciais contra o infame comércio.

Alguns desembarques clandestinos ainda foram tentados. Praticamente, porém, extinguira-se o tráfico.

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QUESTIONÁRIOnº 4

1 — Quais os problemas que a abolição do tráfico de escravos acarretou para a Inglaterra e suas colônias?

2 - Esses problemas beneficiaram de algum modo a economia brasileira? Explique as razões apresentadas pelo Autor.

3 - Como e por quem foi conduzido o movimento abolicionista na Inglaterra?

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4 - 0 que levou o governo inglês a decretar o Bill Aberdeen em 1845?

5 — Por que as medidas e leis de repressão ao tráfico não eram cumpridas intei­ramente?

6 — Como se explica a implantação no Brasil da lei de 1850?

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7 — Comparado aos textos anteriores, que elementos novos traz este texto para se responder à QUESTÃO-GERADORA? ,

I

Page 101: contrasdahistoria

Solicite agora o GABARITO do QUESTIONÁRIOnº4, a seu professor.

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Page 102: contrasdahistoria

GABARITO-QUESTIONÁRIOnº 4 (*)

1 - Acarretou 3 problemas:

1º) escassez de mão-de-obra nas plantações de cana-de-açúcar, das colônias inglesas das Antilhas;

2º) prejuízos para os exportadores de mercadorias, comerciantes, empresá­rios de navegação, todos ligados aos negócios coloniais;

3º) prejuízos para os interesses da própria Metrópole (Inglaterra).

2 - Sim, o açúcar brasileiro foi beneficiado com a desorganização da produção antilhana e ganhou concorrência internacional. Razões apresentadas:

1º) as colônias das Antilhas diminuíram sua produção;

2º) no Brasil as terras eram abundantes e mais baratas, portanto, o açúcar brasileiro tinha um preço mais barato no mercado internacional.

3 - Observamos duas fases no movimento abolicionista inglês:

1º) fase inicial: significou uma campanha reformista, baseada em motivos religiosos e filantrópicos, em defesa da liberdade.

2º) fase posterior: significou a pressão dos interesses dos grandes grupos fi­nanceiros ligados aos negócios do açúcar antilhano, que desejavam eli­minar a concorrência dos países escravistas.

Daí vem a afirmação: a causa dos santos transformou-se em questão política e econômica para os financistas ingleses interessados em salvar a ameaçada economia de suas colônias.

4 — Há duas preocupações:

1º) resolver definitivamente a questão do tráfico;

2º) aliviar a falta de braços nas colônias antilhanas (observe-se que os escra­vos negros dos navios capturados eram levados às colônias inglesas como trabalhadores assalariados).

(*) Este gabarito deverá ser fornecido em tantas vias quantos forem os alunos.

Page 103: contrasdahistoria

5 — Por três motivos essas medidas não foram cumpridas inteiramente:

1?) motivo principal: o interesse dos fazendeiros e senhores de engenho em manter a escravidão;

2º) a atitude cautelosa dos governos brasileiros, preocupados em evitar um colapso econômico (observer-se a atitude de D. Pedro e José Beonifá-cio);

3º) a existência do contrabando como forma de manter o comércio de es­cravos da África.

6 - Explica-se por 4 fatores:

1º) o movimento da opinião pública brasileira contra a entrada de escravos africanos;

2º) a ação da marinha inglesa no território do Brasil e no próprio comércio interno de escravos;

3º) a defesa da soberania nacional;

4 º ) a campanha política do próprio Euzébio de Queiroz.

7 — Há 4 elementos novos:

1º) a pressão da Inglaterra para a extinção do tráfico é uma questão de con­corrência no mercado internacional do açúcar, em defesa das suas colônias;

2º) a extinção do tráfico e da escravidão provocou conflitos internos entre grupos econômicos da Inglaterra e trouxe prejuízos;

3º) os escravos apreendidos no mar eram levados pela Inglaterra às suas colônias;

4º) havia no Brasil interesse em manter a escravidão (os fazendeiros e o pró­prio governo) e, daí, o não cumprimento das leis contra o tráfico.

Page 104: contrasdahistoria

"MAS OUTROS CRITICARAM-

ROTEIRO C

PARA FAZER SOZINHO DE PREFERÊNCIA!

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O QUE É PARA FAZER

1 - LER o TEXTOnº4 com toda atenção.

2 - VERIFICAR o significado dos TERMOS DIFÍCEIS e que se encontram explicados no rodapé.

3 - RESPONDER o QUESTIONÁRIOnº 5: ele conduzirá você ao levanta­mento de críticas e de algumas respostas à QUESTÃO-GE-RADORA que você está estudando.

4 - CONFERIR seus ACERTOS e ERROS, recorrendo ao GABARITO que está com seu professor.

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TEXTOnº 4

O capitalismo industrial e a escravidão

Apesar das tradicionasi opiniões contrárias, o fim do escravismo1 não se vin­cula totalmente ao desenvolvimento da revolução industrial, como se fosse uma questão de busca de novos mercados.

De fato, se o escravo, sem poder aquisitivo, não tenha condições de consumir manufaturados, por outro lado, a economia brasileira continuava basicamente a fornecer gêneros agrícolas a baixo preço para os países industrializados. Estes, aliás, pouco se importando com o nosso consumo, permitiram-nos até uma balança de comércio favorável, em vários períodos do Império.

Colocada a questão sob essa nova perspectiva, percebe-se que o capitalismo in­dustrial podia admitir satisfatoriamente a manutenção do escravismo em regiões onde este sistema de trabalho fosse necessário para a manutenção da economia agrí­cola.

1 Escravismo: sistema econômico baseado no trabalho escravo.

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Assim, para se compreender o fim do escravismo no mundo, deve-se enfocar a concorrência entre as diferentes áreas de economia agrícola e a oposição entre mercantilistas2 e livre-cambistas3 ingleses, os quais representavam, respectivamente, os interesses agrícolas e os interesses industriais.

A Inglaterra e a questão de tráfico

A própria Inglaterra — centro industrial - admitia o escravismo em suas colônias produtoras de gêneros de consumo. Não podia, contudo, aceitar o monopólio — prática mercantilista - dessas regiões sobre o mercado metropolitano de açúcar, na medida em que isso assegurava mercado estável e preços elevados a essas colônias, além de obrigar os industriais a pagar maiores salários aos trabalhadores. Os gêneros agrícolas de outras regiões não podiam ser comerciados livremente no reino britânico e, com isso, os industriais não conseguiam vender mais produtos a essas regiões que só podiam pagar em gêneros agrícolas. Finalmente, deve-se considerar que a Inglaterra não se beneficiava das constantes baixas da cotação do açúcar em diversas regiões do mundo, pois, conforme leis aprovadas por seus plantadores desde 1739, não podia adquirir o açúcar proveniente de outras partes do mundo.

Dessa maneira, a extinção do tráfico de escravos, apoiada pelos industriais ingleses, não representava qualquer atitude filantrópica, mas um meio de enfraque­cer as regiões coloniais e anular as leis que davam a essas áreas o monopólio do comércio de gêneros agrícolas.

Como primeira etapa de uma grande campanha, os industriais ingleses uniram-se aos produtores das chamadas "zonas velhas" as produção açucareira antilhana, os quais, interessados em valorizar a sua escravaria, concordaram, em 1807, em aprovar o fim do tráfico de escravos para todo o Império britânico.

Mercantilistas: os partidários do mercantilismo, a política econômica adotada pelos Estados europeus ocidentais, entre os Séculos XV e XVIII, que buscava principalmente o aumento da riqueza nacional, o fortalecimento do Estado e o incentivo ao comércio através de Im­périos coloniais e medidas protecionistas (como privilégios e monopólios).

Livres-cambistas: os partidários de livre-câmbio, isto é, uma política econômiica baseada na livre concorrência entre produtores e consumidores, no mercado interno, sem restrições e monopólios, e também no comércio livre entre as nações sem protecionismo e barreiras alfandegárias. Corresponde à ascenção do capitalismo industrial no início do Século XIX, liderado pela Inglaterra.

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Somente em 1833, após uma série de reformas eleitorais, é que os industriais conseguiram abolir o escravismo em todo o Império inglês. Isso representou um rude golpe, inclusive para as chamadas "zonas novas" das Antilhas - Barbados, Guiana Inglesa e Trinidade - cuja produção baixou a ponto de não conseguir aten­der ao mercado de Londres, que, em 1836, permitia a entrada do açúcar das índias, quebrando o monopólio dos produtores antilhanos.

Enquanto isso, a produção de outros países, entre os quais o Brasil, só seria admitida para refinação e posterior exportação a outros mercados europeus. Desta maneira, a Inglaterra acabou pagando por seu açúcar, em 1844, aproximadamente 5 milhões de libras a mais que todos os países da Europa continental.

Não havia porque continuar mantendo o monopólio: a industrialização lhe era contrária, bem como a própria população, e os agricultores se haviam enfra­quecido no Parlamento. Assim, em 1846, foram revogadas as leis que reservavam os mercados ingleses para os agricultores ingleses. O livre-câmbio que, no caso britâni­co, atendia aos industriais, triunfava.

As condições para a extinção do tráfico de escravos no Brasil

Em 1844, a necessidade de obter novas fontes de renda levou o Império brasi­leiro a promulgar as Tarifas Alves Branco, que levavam as taxas alfandegárias desde 2% até 60%. Apesar disso não prejudicar substancialmente seu comércio, a Inglater­ra encarou a atitude como uma demonstração de afronta a seus interesses.

Assim, completando o Bill Palmerston (que desde 1839 condenava os navios negreiros), o Parlamento britânico decretou, a 8 de agosto de 1845, o Bill Aberdeen, pelo qual os navios brasileiros podiam ser apreendidos ante a mais leve suspeita de estarem participando do tráfico de escravos.

Contudo, julgar apenas a repressão britânica como responsável pelo fim do tráfico é por demais simplista e não explica as condições estruturais para a lei de 1850: o período imediatamente posterior ao Bill Aberdeen fez quase triplicar a entrada de escravos no Brasil.4

Observem-se esses dados sobre a entrada de escravos no Brasil: 1845: 19453 peças; 1846: 50325; 1847: 56172; 1848: 60000; 1849: 54000; 1850: 23000; 1851: 3278;1852:700.

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No entanto, a economia brasileira já podia dispensar o tráfico, cujo fim repre­sentava para o Norte e o Nordeste, estagnados ou decadentes, uma possível valori­zação de sua escravaria, a ser adquirida através do comércio inter-provincial pelo centro-sul. Aliás, esta região já ensaiava introduzir o trabalho imigrante.

A lei de extinção do tráfico negreiro decorreu da luta entre os dois grandes partidos do Segundo Reinado: o liberal, na oposição, que desde 1848 inscrevera em seu programa a campanha de extinção do tráfico; e o conservador, que, preocupado em se manter no poder, pôs o plano em ação. Mais uma vez, o partido da oposição fornecia o programa para o que estava no governo.

Assim, a 14 de setembro de 1850, o ministro da Justiça, Euzébio de Queirós, conseguiu a aprovação da lei que, anulando todas as determinações anteriores, im­punha o fim do tráfico de escravos no Brasil.

Quatro anos depois, a 5 de julho de 1854, a lei Nabuco de Araújo determina­va severas repressões aos contrabandistas, o que realmente se efetivou com respei­to a dois pequenos desembarques surpreendidos em Pernambuco e no Espírito San­to.

Portanto, a pressão inglesa, no máximo, desencadeou um processo já em ges­tação.

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QUESTIONÁRIO N° 5

1 - Por que, segundo o texto, a extinção do tráfico não foi uma consequência di­reta da revolução industrial?

2 — Como se explica a luta da Inglaterra pela abolição do escravismo?

3 - Qual era a origem do conflito entre mercantilistas e industriais na Inglaterra? Quais são os argumentos apresentados no texto?

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4 - Como evoluiu o processo abolicionista na Inglaterra e de que modo os indus­triais defenderam sua campanha?

5 - 0 que motivou o Império brasileiro a eliminar definitivamente o tráfico de escravos?

Page 112: contrasdahistoria

6 — 0 que você encontrou de diferente neste texto? Através dele, que interpre­tações podem ser criticadas?

Page 113: contrasdahistoria

Solicite, a seu professor, o GABARITO do QUESTIONÁRIOnº 5.

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GABARITO - QUESTIONÁRIOnº 5 (*)

1 - Devido a 3 fatores:

1º) a economia brasileira continuava basicamente a produzir gêneros agrí­colas a baixo preço para o mercado externo;

2º) o mercado consumidor de manufaturados era restrito no Brasil, pois o escravo não tinha poder aquisitivo;

3º) o capitalismo industrial admitia a manutenção do trabalho escravo nas áreas agrícolas onde era necessário.

2 — Há dois grandes conflitos a serem considerados:

1º) no contexto do mercado internacional, pela concorrência entre as di­versas regiões agrícolas (coloniais ou independentes) baseadas na escra­vidão;

2º) no âmbito interno da Inglaterra, pela oposição entre mercantilistas (in­teresses agrários) e livre-cambistas (interesses industriais).

3 -- O conflito era devido à existência de monopólios da época mercantilistas, que garantiam aos produtores do açúcar antilhano um mercado estável e preços altos. Os industriais eram contra o monopólio por 2 motivos:

1º) tinham que pagar salários elevados;

2º) não podiam aumentar suas vendas aos países agrícolas do exterior, pois os seus produtos (com os quais pagariam a compra de manufaturados ingleses) não podiam ser vendidos na Inglaterra. A população também era prejudicada pelos monopólios já que os produtos antilhanos tinham preço alto, por não terem concorrentes dentro da Inglaterra.

4 - Os industriais procuraram o apoio de outros grupos sociais para vencer os mo­nopolistas no Parlamento. A primeira etapa foi a abolição do tráfico, em 1807, graças ao apoio de produtores antilhanos interessados em aumentar o preço de seus escravos. A segunda foi a extinção da escravidão, em 1833, o que arruinou a produção antilhana e até favoreceu a entrada de açúcar da índia. A terceira foi a eliminação das leis do protecionismo agrícola, com o triunfo do livre-câmbio, em 1846.

(*) Este gabarito deverá ser fornecido em tantas vias quantos forem os alunos.

Page 115: contrasdahistoria

5 — Há duas condições internas importantes:

1º) o interesse dos fazendeiros do norte e nordeste em valorizar seus escra­vos que teriam maior procura no centro-sul;

2a) o mecanismo da política dos partidos, em que os conservadores deseja­vam manter-se no poder e, para isso, colocar em prática uma reivindi­cação de seus adversários (liberais).

6 - 0 texto apresenta uma interpretação diferente à nossa questão geradora, em função dos seguintes elementos;

1º) a campanha contra o escravismo e o tráfico como parte de uma luta contra os monopólios mercantilistas;

2º) o interrelacionamento de três fatores (a concorrência entre regiões açu-careiras, os conflitos internos na Inglaterra e os interesses internos no Brasil);

3º) a importância dos antagonismos de interesses dentro da Inglaterra, cen­tro industrial do mundo, para se entender a pressão externa sobre ou­tros países escravistas;

4º) as condições econômicas e políticas do Brasil já respondidas na questão 5.

Podem ser feitas críticas às interpretações que se baseiam:

1) na valorização do caráter filantrópico;

2) na busca de mercado consumidor em consequência da revolução industrial;

3) na pressão da Inglaterra como fator único.

Page 116: contrasdahistoria

"E AGORA É SUA VEZ!"

ROTEIRO D

PARA FAZER SOZINHO DE PREFERÊNCIA!

Page 117: contrasdahistoria

O QUE Ê PARA FAZER

1 - PREENCHER o QUADRO-SItlTESE: ele permitirá a você construir um "mapa" de todas as respostas que já foram dadas à QUES-TÃO-GERADORA e de suas respectivas críticas. Permitirá principalmente identificar com toda clareza onde está o "X da controvérsia", isto é, quais as respostas que conflitam com as outras e porque.

2 - CONFERIR seus ACERTOS e ERROS, recorrendo ao GABARITO em poder de seu professor.

3 — TOMAR POSIÇÃO face à controvérsia, isto é, decidir-se por esta ou aque­la resposta à QUESTÃO-GERADORA e acumular ar­gumentos para defendê-la mais tarde.

Page 118: contrasdahistoria
Page 119: contrasdahistoria

Solicite o GABARITO do QUADRO-SlNTESE a seu professor.

Verifique seus ACERTOS e ERROS.

No caso de ERROS procure entender bem porque errou e qual seria a res­posta certa.

Se tiver dúvidas recorra a seu professor.

Guarde o GABARITO no envelope que se encontra no final do FASCÍ­CULO.

Page 120: contrasdahistoria

GABARITO - QUADRO-SÍNTESE

'X" DA CONTROVÉRSIA

— uma campanha filantrópica ou realização de interesses econômicos.

— ampliação do mercado consumidor ou concorrência entre regiões agrícolas de várias partes do mundo.

— abolição do trabalho escravo ou abolição de monopólios mercantilistas ain­da existentes.

- apenas resultado da pressão inglesa ou combinação desta pressão com inte­resses econômicos e políticos internos do Brasil.

TEXTO

TEXTO N ° 2

TEXTO

N º 3

- devido à pressão da Inglaterra, movida por sentimentos humani­tários (liberdade e justiça).

- devido ao interesse da Inglaterra em ampliar o mercado consumi­dor de manufaturados.

- devido às preocupações de ordem moral e humanitária.

- devido aos interesses político-di-plomáticos do Brasil (defesa da soberania nacional).

- pela ação da campanha filantrópi-ca na Inglaterra.

- devido à pressão dos financistas ingleses: uma questão de concor­rência no mercado do açúcar.

- pela reação interna no Brasil cm defesa da soberania nacional (in­teresse político-diplomático).

Explicação baseada em aspectos su­perficiais.

Não considera os motivos econômi­cos e políticos.

Não apresenta os interesses internos (do Brasil).

Explicação insuficiente.

0 Brasil não tinha importância como mercado consumidor.

Não considera a concorrência entre as colônias inglesas e o Brasil.

Não apresenta a posição dos fazendei­ros brasileiros diante da questão do tráfico.

Explicação incompleta.

Não considera a existência dos mo­nopólios que protegiam os produtos antilhanos.

Não menciona os interesses dos in­dustriais ligados ao livre-cambismo.

Não apresenta a posição dos fazendei­ros do Norte e Nordeste do Brasil interessados na extinção do tráfico de 1850.

Page 121: contrasdahistoria

Analise bem o QUADRO-SÍNTESE tal como você o preencheu e corrigiu de­pois:

A - Pense bastante no que você indicou como sendo o "X da controvérsia".

B - Fazendo um bom balanço das respostas dadas à QUESTÃO-GERADORA e respectivas críticas:

• selecione, a seguir, aquela que você acha ser a mais adequada à QUES­TÃO-GERADORA e indique-a na página seguinte;

• imagine depois que você está num tribunal e que precisará defender a "sua" resposta. Relacione, na página seguinte, o maior número possível de argumentos em defesa dessa "sua" posição.

Page 122: contrasdahistoria

"Minha" posição ou "minha" resposta à QUESTAO-GERADORA da contro­vérsia:

Argumentos a favor da "minha" posição:

EM TEMPO!

Agora que você chegou a um ponto de vista pessoal sobre a controvérsia pre-pare-se para defendê-lo no FÓRUM DE DEBATES do qual irá participar com a clas­se toda e conforme orientação a ser dada por seu professor.

Page 123: contrasdahistoria

FASCÍCULO AS TENTATIVAS DE INDUSTRIALIZAÇÃO NO SÉCULO XIX

Page 124: contrasdahistoria

A página dos COMOS

FASCÍCULO 3 AS TENTATIVAS DE INDUSTRIALIZAÇÃO NO SÉCULO XIX

1 — Uma explicação necessária

Para que possa enfrentar as atividades propostas no FASCÍCULO 3 que com­põe o Programa "Controvérsias na História do Brasil" é indispensável que o aluno disponha de um repertório de competências relacionadas à compreensão de temas da História do Brasil e História Geral tais como:

1 — A extinção do tráfico de escravos no século XIX (A revolução industrial na Inglaterra/ A ascenção do liberalismo na Europa do século XIX/ A economia brasileira na primeira metade do século XIX/ O processo de independência do Brasil e a evolução do Império de 1822 a 1850).

2 — As transformações econômico-sociais da segunda metade do século XIX (O café como principal produto de exportação/ A passagem do trabalho escravo para o trabalho livre/ As relações entre imigração e abolição da escravatura).

3 — 0 regime político brasileiro da consolidação do Império à proclamação da República: as divergências crescentes entre mornarquistas e republi­canos.

4 — A urbanização no Brasil da segunda metade do século XIX, especial­mente no Rio de Janeiro e São Paulo: o crescimento demográfico; as relações cidade-campo; a modernização; as atividades comerciais e ma-nufatureiras; os grupos sociais; a vida cultural.

Os temas acima apresentados podem ser estudados em:

- MENDES Jr., A. (e outros). Brasil História: texto e consulta. São Paulo, Brasiliense, v. 2, 1977. Império p. 39 a 43 e 287 a 297. (Segue em Ane­xo uma cópia das páginas 286 a 297 do texto citado).

- TEIXEIRA, F.M.P.e DANTAS, J. Estudos de História do Brasil. São Paulo, Ed. Moderna, v. 2, 1974. Império e República, cap. 2,3 e 4.

Page 125: contrasdahistoria

- BURNS, E.M. História da Civilização Ocidental, 2a ed. Porto Alegre, v. 2, 1959. Cap. 23 e 24.

Sugere-se também a consulta dos livros de onde foram retirados os textos apresentados neste FASCÍCULO, especialmente:

- LEITE, Miriam M. Introdução aos Estudos Sociais. São Paulo, Cultrix, 1972. Cap. 14.

Caso os alunos não disponham de tais competências acerca desses temas, pos­sivelmente, terão dificuldades de enfrentar um Programa que foi elaborado a partir de controvérsias existentes na História do Brasil, exigindo deles, inclusive, uma tomada de posição. Tais cuidados deverão ser considerados para que os alunos te­nham um aproveitamento mais completo do problema histórico escolhido para a controvérsia e não simplesmente limitado ao que poderia ser o debate de um proble­ma isolado.

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Page 129: contrasdahistoria

Texto 1: BANDECCHI, Brasil, História Econômica e Administrativa do Brasil, São Paulo, Obelisco, 1967, p. 114.

Texto 2: GOMES, Paulo M. (e outros) História Geral da Civilização Brasileira, Belo Horizonte, Livraria Lc Ed., 1878, p. 203.205.

Texto 3: MATTOS, Ilmar Rohioff de (e outros). Brasil, uma História Dinâmica, São Paulo, Ed. Nacional, 1972. v. 2, p. 102-105.

Texto 4: LEITE, Miriam M. Introdução aos Estudos Sociais, São Paulo, Cultrix, 1972, p. 141-146.

Texto 5: MENDES Jr., A. (e outros). Brasil História: texto e consulta. São Paulo, Brasiliense, v. 2, 1977, p. 296.

Uma recomendação final

A condução satisfatória da Unidade do Programa - "As tentativas de indus­trialização no século XIX" — exige como requisitos básicos que o professor, antes de ir à sala de aula:

a) esteja bastante familiarizado com as várias abordagens mais ou menos re­centes do tema, dentro da bibliografia especializada;

b) tenha tido o cuidado de ler atenciosamente todo o material contido no FASCÍCULO 3. (Edição do Professor).

Page 130: contrasdahistoria

"EIS A QUESTÃO!"

PARA FAZER SOZINHO DE PREFERÊNCIA!

ROTEIRO A

Page 131: contrasdahistoria

O QUE É PARA FAZER

1 - OBSERVAR atentamente • as FIGURASnº 1 e 2 que retratam a vida urbana no Sé­

culo XIX na Europa e no Brasil. • as FIGURASnº 3 e 4 que apresentam o interior de dois

ambientes de trabalho, respectivamente uma indústria localizada na Inglaterra e uma oficina de sapateiros na cidade do Rio de Janeiro.

2 - LER com cuidado a BREVE NOTÍCIA que está no verso de cada figura: elas dizem alguma coisa sobre o Autor das mesmas, sobre a OBRA de que foram retiradas e sobre a época a que se referem.

3 - RESPONDER com muita atenção o QUESTIONÁRIOnº 1 que vem após as figuras: ele permitirá a você refletir sobre a situação da indústria na Europa e no Brasil no Século XIX.

4 - CONFERIR seus ACERTOS e ERROS recorrendo ao GABARITO que seu professor possui.

5 - MEDITAR um pouco sobre a QUESTÃO-GERADORA da controvérsia que você vai estudar neste FASCÍCULO.

Page 132: contrasdahistoria

FIGURA 1: "O PORTO E AS FÁBRICAS" Fonte: Eric J. Hobsbawm, "A Era das Revoluções" (1789-1848), Ed. Paz e Terra, 1977,

Rio de Janeiro, pág. 90/91).

Page 133: contrasdahistoria

BREVE NOTICIA

0 Autor: T. A. Prior.

A Obra: Não foram encontradas informações.

A Época: Primeira metade do Século XIX.

A Figura: Vista do princípio da era industrial na Europa: a fumaça do progresso paira sobre as fábricas e armazéns, invadindo os campos vizinhos en­quanto que os navios a vela são ancorados lado a lado com os primeiros vapores.

(Retirado de Eric J. Hobsbawn, A Era das Revoluções (1789-1848), Ed. Paz e Terra, 1977, Rio de Janeiro, p. 90-91).

Page 134: contrasdahistoria

FIGURA 2: VISTA DO PORTO E DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO (1890) Fonte: "Conhecer", fascículo 37, São Paulo, Abril Cultural, 1977, pág. 299.

Page 135: contrasdahistoria

BREVE NOTÍCIA

O Autor: Não foram encontradas informações.

A Época: Final do Século XIX.

A Figura: Vista do porto e da cidade do Rio de Janeiro, centro político e admi­nistrativo, importante porto exportador de café.

O número de habitantes nesta época (1890) era de 450.000 habitantes.

(Retirada de: Conhecer, fascículo 37, São Paulo, Abril Cultural, 1977, p. 299).

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FIGURA 3: INTERIOR DE UMA OFICINA INGLESA EM 1858 Fonte: Delgado de Carvalho, "História Geral - Civilização Contemporânea" - Vol. IV, Dis-

trib. Record, s.d., págs. 288-289.

Page 137: contrasdahistoria

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BREVE NOTÍCIA

O Autor: Não foram encontradas informações.

Á Época: 1858. A Figura: Apresenta o interior de uma oficina funcionando na Inglaterra em

1858. Note-se: o emprego da força mecânica e sua transmissão por meio de faixas de couro em rotação; e o número de trabalhadores concentra­dos no local. (Arquivo Bettmann).

(Retirado de Delgado de Carvalho, História Geral - Civilização Contem­porânea - Vol. IX, Distrib. Record, s.d., p. 288-289).

Page 138: contrasdahistoria

FIGURA 4: "LOJA DE SAPATEIRO" Fonte: J. B. Debret (Biblioteca Municipal de São Paulo)

Page 139: contrasdahistoria

BREVE NOTÍCIA

O Autor: João Batista Debret (1768-1848).

Nasceu em Paris e estudou arte com o célebre pintor francês, David. Após a queda de Napoleão, na Europa, desiludido com a situação políti­ca francesa e abatido com a morte do filho único, aceitou o convite de Lebraton para vir ao Brasil. Chegando aqui, em 1816, aos 48 anos, dedi­cou-se ao ensino de pintura. Seus trabalhos dessa época retrataram ce­nas do cotidiano, especialmente da cidade do Rio de Janeiro, que se transformaram em documentos valiosíssimos para o conhecimento da realidade brasileira da primeira metade do Século XIX. Voltou a Paris em 1831, onde faleceu em 1848.

A Obra: Sua obra mais importante, Viagem Pitoresca e Histórica ao Brasil (que inclui a Gravuranº 3), mostra através de 156 estampas, cenas do Rio de Janeiro e dos quatro Estados do sul que visitou. Compõe-se de 3 volu­mes:

1 — o primeiro descreve a vida e costumes dos índios.

2 — o segundo apresenta cenas minuciosas da vida diária da sociedade brasileira.

3 — o terceiro refere-se, especificamente ao Rio de Janeiro: além de retratos da família imperial e de personalidades, retrata a fauna e a flora.

A Época: Primeira metade do Século XIX.

A Figura: Apresenta o interior de uma loja de sapateiros da cidade do Rio de Ja­neiro.

Note-se: os instrumentos utilizados e o emprego da mão-de-obra escra­va.

Page 140: contrasdahistoria

QUESTIONÁRIOnº 1

Observando atentamente as FIGURASnº 1 e 2 e lendo a BREVE NOTÍCIA que as acompanha, responda:

1 - A que atividades econômicas podemos dizer que essas cidades se dedicam? Que elementos visuais você utilizou para chegar a essa conclusão?

A partir dessa observação e das informações que acompanham as figuras, você considera que há diferenças entre essas duas cidades? E qual seria a origem dessas diferenças?

Observe atentamente as FIGURASnº 3 e 4 e leia a BREVE NOTICIA que as acompanha:

3 - Para cada uma das figuras descreva:

— as principais características do local

— como é realizado o trabalho

— qual a mão-de-obra utilizada.

Page 141: contrasdahistoria

Esforce-se por não ser um "mero copista": escreva seus próprios comentá­rios.

A partir dessas características apontadas qual seria a atividade artesanal e qual a atividade industrial?

Complete:

A ATIVIDADE ARTESANAL É A DA FIGURA

A ATIVIDADE INDUSTRIAL É A DA FIGURA

Page 142: contrasdahistoria

ACERTOS E ERROS

Solicite a seu professor o GABARITO do QUESTIONÁRIO n° 1.

Confira suas respostas.

Se tiver errado alguma pergunta, procure entender bem porque errou.

Se tiver alguma dúvida, procure seu professor.

Guarde depois seu GABARITO no envelope que se encontra no final do FAS­CÍCULO.

Page 143: contrasdahistoria

GABARITO - QUESTIONÁRIOnº 1 (*)

1 - A cidade do Rio de Janeiro se dedica especialmente a atividades comerciais e a cidade europeia, além destas, apresenta, também, atividades industriais.

Utilizaram-se os seguintes elementos visuais:

— na cidade do Rio de Janeiro a atividade comercial pode ser notada pela presença de navios ancorados e numerosos armazéns.

— na cidade europeia além da atividade comercial, identificada pela presença de armazéns e navios (a vela e a vapor) ancorados, pode ser notada a ativi­dade industrial pela presença de numerosas fábricas com suas chaminés fumegantes.

2 - Há diferenças. A cidade do Rio de Janeiro é um centro comercial, importante porto exportador de café; a cidade europeia, além de centro comercial, cons-titui-se também em centro industrial.

Note-se que, na época, na região do Rio de Janeiro predominam as atividades agrárias e na Europa há um imenso desenvolvimento industrial.

3 - A FIGURAnº 3 nos indica que:

— o local é amplo, comportando várias máquinas movidas mecanicamente e grande número de trabalhadores (repare que são todos crianças);

— os trabalhadores estão concentrados num local e todos realizam ao mesmo tempo uma etapa da tarefa de produção;

— a mão-de-obra utilizada é numerosa e provavelmente livre e assalariada.

A FIGURAnº 4 nos indica que:

— o local é pequeno, não há máquinas, a força de trabalho utilizada é manual e não mecânica, o produto é provavelmente vendido na própria oficina;

— o número de trabalhadores é muito reduzido e provavelmente não há di­visão de tarefas;

— a mão-de-obra utilizada é escrava. 4 - A atividade artesanal é a da FIGURA 4 e a atividade industrial é a da FIGU­

RA 3.

(*) Este gabarito deverá ser fornecido em tantas vias quantos forem os alunos.

Page 144: contrasdahistoria

"QUESTÃO-GERADORA"

POR QUE FRACASSARAM AS TENTATIVAS DE INDUSTRIALIZAÇÃO NO BRASIL

NO SÉCULO XIX?

Page 145: contrasdahistoria

"E ELES RESPONDERAM!"

ROTEIRO B

PARA FAZER SOZINHO DE PREFERÊNCIA \

Page 146: contrasdahistoria

O QUE É PARA FAZER

1 — LER cuidadosamente o TEXTOnº 1.

2 - VERIFICAR o significado dos TERMOS DIFÍCEIS e que estão no rodapé.

3 - RESPONDER ao QUESTIONÁRIOnº 2 que vem após o texto.

4 - CONFERIR os ACERTOS e ERROS através do GABARITO do professor.

5 - IMPORTANTE repetir essas operações para cada um dos textos.

Page 147: contrasdahistoria

TEXTOnº 1

"A indústria propriamente dita, só começou a desenvolver-se na segunda me­tade do Século XIX.

No princípio daquela centúria1 houve iniciativas governamentais de organi­zar-se empresas metalúrgicas em São Paulo e Minas, tendo D. João contratado téc­nicos alemães (Varnhagen, pai do historiador, e Eschwege) para organizarem essa importante iniciativa. Mas o fato é que o Brasil, como Portugal, preso à Inglaterra por tratados de comércio, somente mais tarde teria condições de desenvolver-se industrialmente.

O Tratado de 1810 era uma herança pesada e desinteressante.

Dos tempos coloniais vinham-nos proibições como a de fabricar sabão (Al­vará de 5 de fevereiro de 1767), a de haver manufaturas no Brasil (Aviso Régio de 5 de janeiro de 1785) e a que impedia que os governadores recebessem em audiên­cia pessoas cujas roupas não fossem feitas de pano importado de Portugal (Ordem Régia de 5 de junho de 1802) etc.

De 1850 em diante as coisas vão tomando outro sentido. A tranquilidade que ia se implantando à medida que o Imperador crescia em idade e em poder, a presença de um homem forte como Caxias, e, logo mais, o aparecimento de um vulto empreendedor e progressista como Mauá, capaz de entender o sentido social da riqueza e de promover iniciativas beneficiadoras do bem público e do povo, as rupturas, embora lentas, dos liames que nos prendiam à Grã-Bretanha, tudo isso ensejaria ao Brasil um passo firme na rota do progresso". (...)

"Mauá encarna um momento decisivo da nossa história econômica."

Centúria = século.

Page 148: contrasdahistoria

QUESTIONÁRIOnº 2

1 - Como o texto justifica a inexistência da industrialização antes de 1850?

2 — Que fatores são apresentados para explicar o desenvolvimento da indústria na segunda metade do Século XIX?

3 — Na perspectiva do autor qual o peso dos fatores externos?

4 - Qual o papel assumido por Mauá nesse contexto?

Page 149: contrasdahistoria

Solicite agora o GABARITO do QUESTIONÁRIOnº 2, a seu professor.

Verifique seus ACERTOS e ERROS.

No caso de ERROS, procure entender bem porque errou e qual seria a res­posta certa.

Se tiver dúvidas recorra a seu professor.

Guarde seu GABARITO no envelope que se encontra no final do FASCÍ­CULO.

Page 150: contrasdahistoria

GABARITO - QUESTIONÁRIOnº 2 (*)

1 - A inexistência da industrialização antes de 1850 é justificada por duas razões:

a) as proibições que pesavam sobre a produção manufatureira desde o século XVIII;

b) o peso dos tratados comerciais que prendiam tanto o Brasil quanto Portu­gal à Inglaterra e que tomavam a produção industrial desinteressante.

2 — São apresentados os seguintes fatores para explicar o desenvolvimento indus­trial na segunda metade do século XIX:

a) tranquilidade na política interna representada pela maioridade e a presença forte de Caxias;

b) aparecimento de homens progressistas e empreendedores, capazes de per­ceber as novas possibilidades econômicas (exemplo: Mauá);

c) as rupturas, embora lentas, dos acordos comerciais que nos prendiam à Grã-Bretanha.

3 — Na perspectiva do autor, os fatores externos isoladamente não representam uma condição essencial para o nosso desenvolvimento industrial; estes (no caso, os tratados com a Inglaterra) aparecem associados aos fatores internos, sem os quais não haveria condições para o desenvolvimento da industriali­zação no Brasil.

4 — Mauá representou um momento decisivo da nossa história econômica pois foi capaz de entender as possibilidades de sua época e de promover iniciativas que deram início ao desenvolvimento industrial.

(*) Este gabarito deverá ser fornecido em tantas vias quantos forem os alunos.

Page 151: contrasdahistoria

TEXTO N°. 2

"Com a política econômica inaugurada pelo príncipe D. João, logo após sua chegada em 1808, teve início o processo brasileiro de industrialização. Foi, real­mente, através de certos aspectos dessa política e do movimento de criação de fá­bricas que eles provocaram, que o país abandonou o quase anti-industrialismo colo­nial e iniciou a série de "arrancadas" com que chegou à situação industrial de hoje.

A 1ºde abril de 1808, D. João abolia as posturas1 restritivas de atividade fabril, principalmente o alvará de 1785, que proibira as manufaturas2 de tecidos. Posteriormente, seriam tomadas, no interesse da indústria, diversas providências governamentais, como o estímulo ao consumo de tecidos nacionais pelas tropas; a isenção alfandegária para a exportação de produtos fabricados no país e a impor­tação de máquinas e matérias-primas; a contratação de técnicos, e a concessão de privilégios tributários3 e auxílios financeiros às fábricas.

Dentre os empreendimentos industriais patrocinados, então, pelo governo, devem-se destacar, por sua especial importância, três experiências pioneiras no campo da siderurgia:

Posturas: são as medidas tomadas pelos governos ou autoridades municipais, estabelecendo regras e normas de procedimento que devem ser rigorosamente cumpridas.

Manufaturas: formas de produção em que há uma especialização do trabalho, de acordo com as várias etapas de realização de uma atividade, com a utilização de máquinas rudimentares, mas ainda movidas pela força humana.

Privilégios tributários: significam a isenção ou diminuição do pagamento ao governo de cer­tos tributos, impostos ou taxas, o que possibilitará uma diminuição de gastos para os indiví­duos ligados a essas atividades privilegiadas.

Page 152: contrasdahistoria

a Fábrica Patriótica, estabelecimento particular, instalado pelo alemão Von Eschwe-ge, nas proximidades de Congonhas do Campo (MG), e onde, em 1812, pela primei­ra vez, no Brasil, se obteve o ferro fundido; a Real Fábrica do Morro de Gaspar Soares, situada na localidade hoje conhecida como Morro do Pilar (MG), e que, sob a direção do brasileiro Manuel Ferreira da Câmara Bittencourt e Sá (o Inten­dente Câmara), produziu, em 1814, o primeiro ferro gusa4 conseguido no país; a Real Fábrica de Ferro de São João do Ipanema, próxima a Sorocaba (SP), cuja produção efetiva se iniciou, em 1815, orientada pelo coronel alemão Frederico Varnhagen.

Tais fábricas tiveram, no entanto, duração efémera, o mesmo acontecendo com a maioria das outras que surgiram nessa ocasião. É que, ao lado do estímulo governamental, atuavam empecilhos de natureza vária, sobressaindo-se, entre eles a concorrência dos produtos ingleses, cuja importação, a baixo preço, era favo­recida pelos tratados de 1810.

Renovados, em 1826/1827, por exigência britânica, em face do reconheci­mento da Independência, esses tratados seguiram, ao longo da primeira metade do Século XIX, exercendo sua influência impeditiva da industrialização do país. Este, em 1849, possuía, ao todo, 35 fábricas.

A segunda "arrancada" industrialista brasileira ocorreu a partir de 1850 e se deveu, basicamente, a dois fatores: o surgimento da Tarifa Alves Branco, ele­vando o preço das mercadorias importadas, e a extinção do tráfico negreiro, libe­rando os amplos capitais que se empregavam na importação de escravos. Não se pode, por outro lado, desligar o fenômeno das grandes rendas públicas e parti­culares oriundas das já intensas exportações de café.

A fase então iniciada era de euforia empresarial. Intensificava-se o surgi­mento de firmas dos vários ramos: comércio, atividade bancária, transportes urbanos, ferrovias, navegação, seguros e serviços públicos, entre outros. Crescia paralelamente o número dos estabelecimentos industriais. Ocorria o que os espe­cialistas têm chamado de "era Mauá".

Irineu Evangelista de Souza (1813-1889), Barão e Visconde de Mauá, iniciou a vida como caixeiro de casa comercial, no Rio de Janeiro, e, nessa condição, veio a ser empregado de uma firma inglesa, da qual acabou por ser tornar sócio, adqui­rindo considerável fortuna e assimilando a mentalidade capitalista britânica. Viajan­do pela Inglaterra, empolgou-se pela Revolução Industrial, cujo espírito tomou a peito difundir no Brasil.

Ferro gusa: ferro já fundido mais ainda puro.

Page 153: contrasdahistoria

Em 1845, adquiriu os velhos estaleiros da Ponta da Areia, próximo a Niterói, reformando-os e fazendo-os funcionarem a partir do ano seguinte, como um gran­de centro de fundição e construção naval. Ali se fabricavam tubos para água e gás, caldeiras, guindastes, engenhos e canhões, e se construíram, em 11 anos, mais de 70 navios, quase todos a vapor.

Em pouco tempo, seus empreendimentos iam muito além, incluindo bancos, companhias de navegação, empresas de serviços públicos (bondes, iluminação, gás, etc.) e fazendas, bem como a Estrada de Ferro Mauá, e operavam negócios no Bra­sil, Inglaterra, França, Estados Unidos e países platinos. Apesar de poderoso, esse império financeiro veio a ruir, vitimado por reduções das tarifas de importação e por uma crise financeira de caráter geral. Negando-se o governo a ajudá-lo, ainda que com um empréstimo, Mauá faliu, em 1878. Reabilitado, após pagar a quase totalidade de suas dívidas, ele reiniciava suas atividades, quando de sua morte, em 1889.

Sua obra, no entanto, não se limitara a seus próprios empreendimentos e atitudes pioneiras. Havia estimulado e financiado realizações alheias, públicas e particulares, como a Estrada União e Indústria, várias estradas de ferro e a ligação telegráfica com a Europa.

Havia, sobretudo, contribuído com seu exemplo, para ampliar os quadros do empresariado nacional e para infundir-lhe autoconfiança e combatividade.

A expansão em número e o crescimento em autoconfiança e combatividade permitiram, no caso dos industriais, um melhor aproveitamento das oportunidades de progresso e condições de relativo sucesso na luta pelo protecionismo alfande­gário5 , contra o qual se levantavam, já no Império e mais ainda, na República Ve­lha, os meios agrários e comerciais, interessados nas importações. Com isso, o cresci­mento industrial brasileiro, apesar de não apresentar índices espetaculares tornou-se constante e progressivo".

Protecionismo alfandegário: medida tomada pelo governo que aumenta as taxas sobre os produtos importados, as quais se tornam mais caras para o consumidor. Há um estímulo pa­ra a produção nacional que fica mais protegida da conferência externa. (Ver, no texto, a Tarifa Alves Branco).

Page 154: contrasdahistoria

ESTABELECIMENTOS INDUSTRIAIS SURGIDOS ENTRE 1850 E 1910

Período

1850-1859 1860-1869 1870-1879

N9

24 54

125

Período

1880-1889 1890-1899 1900-1909

N?

398 924

2438

Page 155: contrasdahistoria

QUESTIONÁRIOnº 3

Que fatores contribuíram para o processo de industrialização na primeira me­tade do Século XIX?

Qual a importância atribuída aos acordos comerciais realizados com a Ingla­terra?

Baseando-se no que foi apresentado anteriormente, que novos elementos são introduzidos para a compreensão da industrialização no Brasil a partir de 1850?

Por que ocorreu a falência do poderoso império de Mauá?

Page 156: contrasdahistoria

5 - Quais os grupos econômicos envolvidos na questão do protecionismo alfande­gário? Havia uma oposição entre eles?

Page 157: contrasdahistoria

Solicite agora o GABARITO do QUESTIONÁRIOnº 3, a seu professor.

Verifique seus ACERTOS e ERROS.

No caso de ERROS procure entender bem porque errou e qual seria a res­posta certa.

Se tiver dúvidas, recorra a seu professor.

Guarde seu GABARITO no envelope que se encontra no final do FASCÍ­CULO.

Page 158: contrasdahistoria

GABARITO - QUESTIONÁRIOnº 3 (*)

1 - A política econômica levada a efeito por D. João VI é apontada como o principal fator que contribuiu para a industrialização do Brasil na primeira metade do século XIX. Podemos destacar as seguintes determinações desta política:

a) abolição das medidas que restringiam a atividade fabril;

b) estímulo ao consumo de tecidos brasileiros pelas tropas;

c) isenção alfandegária para a exportação de produtos aqui fabricados e para a importação de máquinas e matérias-primas;

d) contratação de técnicos, auxílios financeiros e privilégios tributários às fábricas.

2 — O autor atribui grande importância aos acordos comerciais realizados com a Inglaterra. Considera que os produtos ingleses impediam a industrialização brasileira, pois eram favorecidos pelos tratados comerciais (1810 e 1826/ 1827) e assim faziam concorrência ao produto nacional.

3 — São introduzidos os seguintes elementos novos:

a) a questão das tarifas protecionistas (especialmente a Tarifa Alves Branco);

b) a extinção do tráfico negreiro que liberou capitais para serem investidos na indústria;

c) os grandes lucros (públicos e privados) provenientes das exportações de café, que também poderiam ser investidos na indústria.

4 — É salientado, como principal fator responsável pela ruína de Mauá, a redução das tarifas de importação, além de uma crise financeira geral.

(*) Este gabarito deverá ser fornecido em tantas vias quantos forem os alunos.

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5 - Os grupos envolvidos na questão do protecionismo alfandegário são:

a) os grupos agrários e comerciais contrários ao protecionismo alfandegário;

b) os grupos industriais favoráveis ao protecionismo.

O autor apresenta uma oposição de interesses entre os dois grupos: o primei­ro, interessado na importação; e o segundo, preocupado com a concorrência estrangeira.

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TEXTOnº 3

"A cidade do Rio de Janeiro transformava-se, assim como outras regiões do Império também. Criavam-se bancos, caixas econômicas, empresas industriais. Surgiam companhias de navegação a vapor, companhias de seguro e companhias de gás. Crescia o número de transportes urbanos, enquanto a rede ferroviária se ampliava."

(...)

"Mas como foram possíveis tantas transformações em tão pouco tempo?

Um dos nomes mais importantes ligados ao crescimento das atividades urba­nas, em meados do Século passado, é o de Irineu Evangelista de Sousa, barão e visconde de Mauá.

Em sua Autobiografia (relato da própria vida), ele nos explica uma das ra­zões deste desenvolvimento:

Acompanhei com vivo interesse a solução desse grave problema [a extin­ção do tráfico negreiro]. Compreendi que o contrabando não podia reer-guer-se, desde que a "vontade nacional" estava ao lado do ministério que de­cretava a supressão do tráfico. Reunir os capitais que se viam repentinamente deslocados do ilícito comércio e fazê-los convergir a um centro onde pudes­sem ir alimentar as forças produtivas do país, foi o pensamento que me surgiu na mente, ao ter a certeza de que aquele fato era irrevogável.

Mas a proteção dada pelo governo do Império, a muitos dos empreendimen­tos, também foi muito importante.

Aumentando as taxas alfandegárias da maior parte dos artigos importados, a Tarifa Alves Branco (1844) incentivava a população brasileira a consumir os artigos produzidos aqui, que se tornavam mais baratos.

A expansão do café também incentivava o surgimento dessas atividades. Para exportar o café era preciso que as estradas fossem melhoradas, que fossem cons-

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truídas rodovias e ferrovias. Os bancos e as caixas econômicas serviam para empres­tar aos fazendeiros o dinheiro de que necessitavam para a plantação de novos cafe­zais.

Os capitais disponíveis desde a extinção do tráfico negreiro, as medidas de incentivo do governo imperial (como a Tarifa Alves Branco) e a expansão da la­voura cafeeira criaram as condições para o surgimento de atividades econômicas novas nas cidades brasileiras, em meados do Século passado.

O barão de Mauá, o conde de Figueiredo e o conde de Leopoldina foram alguns dos que se dedicaram à criação de indústrias, bancos, ferrovias e outros empreendimentos.

Muitos destes empreendimentos, todavia, tiveram pequena duração. A maior parte das fábricas faliu, porque a maioria da população não tinha condições de adquirir os artigos que produziam. Quando a Tarifa Alves Branco foi revista, os produtos estrangeiros, sobretudo os ingleses, baixaram de preço, e voltaram a ter a preferência dos consumidores brasileiros.

A economia brasileira dependia da alta ou da baixa do preço do café nos Estados Unidos e na Europa. Em 1857 e 1864 houve crises (dificuldades) econô­micas nessas regiões. Isto provocou a baixa do preço do café e a ruína de várias empresas urbanas no Brasil."

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QUESTIONÁRIOnº 4

1 — Quais os fatores responsáveis pelas transformações na economia brasileira da segunda metade do Século XIX?

2 — Por que razão o protecionismo alfandegário era tão importante para a sobrevi­vência das indústrias nacionais? Qual o efeito sobre o mercado consumidor?

3 — Como é explicada a falência das indústrias (as de Mauá, inclusive)? A expli­cação dada é mais completa do que a estudada anteriormente?

4 — Segundo o texto, havia oposição entre interesses agrários e atividades urba­nas?

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Solicite agora o GABARITO do QUESTIONÁRIOnº 4 a seu professor.

Verifique seus ACERTOS e ERROS.

No caso de ERROS procure entender bem porque errou e qual seria a res­posta certa.

Se tiver dúvidas recorra a seu professor.

Guarde seu GABARITO no envelope que se encontra no final do FASCÍ­CULO.

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GABARITO - QUESTIONÁRIOnº 4 (*)

1 — Os fatores responsáveis pelas transformações na economia brasileira da se­gunda metade do século XIX foram:

a) os capitais disponíveis com a extinção do tráfico negreiro.

b) as medidas de incentivo do governo imperial, como a Tarifa Alves Bran­co (1844), aumentando as taxas alfandegárias da maior parte dos pro­dutos importados;

c) a expansão da lavoura cafeeira que incentivava a construção de rodovias e ferrovias e a criação de bancos, caixas econômicas, etc.

2 — As tarifas protecionistas provocaram uma alta nos produtos industriais importados, tornando o preço dos produtos industriais nacionais mais compe­titivos. Tal situação incentivou o mercado consumidor interno a comprar produtos brasileiros.

3 — A falência das indústrias (inclusive as de Mauá) é justificada da seguinte for­ma:

a) a maioria da população brasileira não tinha condições de adquirir os arti­gos que eram aqui produzidos;

b) a revisão e redução das Tarifas Alves Branco provocaram uma baixa nos preços dos produtos importados;

c) as crises financeiras na Europa e Estados Unidos provocaram uma baixa do preço do café e, consequentemente, a ruína de várias empresas ur­banas.

Em relação ao texto anterior a explicação é mais completa, porque introduz a noção de que a maior parte da população brasileira não tinha condições de adquirir os artigos produzidos pelas indústrias nacionais.

4 - Não, para o autor não há oposição entre interesses agrários e atividades ur­banas; a expansão das lavouras cafeeiras incentivou a criação de bancos, estradas, etc.

(*) Este gabarito deverá ser fornecido em tantas vias quantos forem os alunos.

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ROTEIRO C

"MAS OUTROS CRITICARAM

PARA FAZER SOZINHO DE PREFERÊNCIA!

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O QUE É PARA FAZER

1 - LER o TEXTOnº 4 com toda atenção.

2 - VERIFICAR o significado dos TERMOS DIFÍCEIS que se encontra ex­plicado no rodapé.

3 - RESPONDER o QUESTIONÁRIOnº 5 ele conduzirá você ao levanta­mento de críticas a algumas respostas, apresentadas à QUESTÃO-GERADORA que você está estudando.

4 - CONFERIR seus ACERTOS e ERROS, recorrendo ao GABARITO que está com seu professor.

5 - IMPORTANTE repetir essas operações para o TEXTO n° 5.

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TEXTOnº 4

"Durante todo o período colonial e até a Abolição do tráfico africano (1850), não houve condições para a industrialização, embora se continue a ter notícias de pequenas manufaturas de existência efémera, para um mercado local. Os capitais existentes estavam aplicados em escravos e na produção agrícola. Era extrema­mente reduzido o mercado consumidor — os escravos não tinham capacidade aqui­sitiva e a população livre não contava com recursos muito maiores. Os imigrantes, atraídos para a colonização do sul do país, formavam núcleos de pequenos pro­prietários que, inicialmente, procuraram ser auto-suficientes. A mão-de-obra conhe­cida era a mão-de-obra escrava, cada vez mais insuficiente, em número e qualidade, para a expansão das fazendas de café. O mercado consumidor dos produtos agrí­colas brasileiros era constituído pelos países da Europa e depois, os Estados Uni­dos, de onde a classe alta importava os produtos industrializados de que tinha necessidade.

Serão os capitais fornecidos pelo comércio exterior do café que irão permi­tir o início da indústria brasileira, de produtos para o consumo popular.

A segunda metade do Século XIX teve uma aparência de prosperidade, por causa da aceleração com que ocorreram algumas transformações econômicas e sociais. Antes de mais nada, o tráfico de escravos fora extinto, diversificando as aplicações do capital existente.

Apesar dessas mudanças todas, e do aparecimento, de um empresário indus­trial como o Visconde de Mauá, com iniciativas nos setores bancário, ferroviário, industrial e de melhoramentos urbanos, ainda era a ordem agrária que determinava a orientação política. Defendia-se a importação de produtos industriais. O mer­cado era muito restrito, havia falta de meios de pagamento e a permanência do tra-

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balho escravo ainda não permitia uma passagem do artesanato e de manufaturas esparsas para um processo real de industrialização1.

Como é possível verificar ao se estudar a história das cidades brasileiras, o primeiro surto de industrialização ocorreu, nas principais, nos primeiros anos da República.

O movimento fabril avolumou-se mais no Distrito Federal que em São Paulo, mas também em Recife e Porto Alegre. Eram indústrias de alimentação e de te­cidos, criadas principalmente para satisfazer o consumo interno. A mão-de-obra livre, composta, depois de 1888, de imigrantes europeus, antigos escravos e a baixa classe média urbana, constituíam agora um mercado interno que era preciso suprir. Nas cidades, mais os imigrantes que os antigos escravos, passaram a formar uma nova classe - o proletariado ou a mão-de-obra das indústrias.

Durante muito tempo, as tarifas protecionistas, que irão permitir a sobrevi­vência da indústria nacional, decorreram mais de necessidades do Tesouro que de uma política de industrialização. Até 1940, a indústria brasileira não se opôs às importações pois servia uma classe social diferente da que consumia artigos impor­tados. A indústria brasileira produzia artigos de consumo popular, de qualidade inferior aos que eram importados para a classe alta".

Artesanato: forma de produção onde todas as etapas são realizadas manualmente pela mes­ma pessoa que possui os instrumentos de trabalho.

Manufatura: existe uma maior especialização em relação ao artesanato; há introdução de máquinas, mas a energia é ainda humana.

Indústria: forma de produção que se baseia na divisão do trabalho, no uso da máquina e da força mecânica e no trabalho assalariado.

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QUESTIONÁRIOnº S

1 — Por que não houve condições para a industrialização no Brasil até o final do Século XIX?

2 - Qual a posição do autor quanto ao problema do mercado consumidor interno de produtos industrializados, no final do Século XIX?

3 - Qual o fator fundamental responsável pelo início do processo de industriali­zação nacional?

4 — As tarifas alfandegárias correspondem a uma política industrializante por parte do governo brasileiro no Século XIX?

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Através de que elementos o texto contraria as explicações anteriores (TEX­TOSnº 1, 2 e 3)? Para cada elemento identificado mostrar o trecho do TEX­TOnº 4 a que corresponde.

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Solicite a seu professor o GABARITO do QUESTIONÁRIOnº 5.

Verifique seus ACERTOS e ERROS.

No caso de ERROS, procure entender bem porque errou e qual seria a res­posta certa.

Guarde seu GABARITO no envelope que se encontra no final do FASCÍ­CULO.

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GABARITO - QUESTIONÁRIOnº 5 (#)

1 — Não houve condições para a industrialização no Brasil, até o final do século XIX, pelas seguintes razões:

a) escassez de capitais, aplicados, na época, na compra de escravos e na pro­dução agrícola;

b) mercado consumidor reduzido (baixo poder aquisitivo da maioria da po­pulação);

c) tendência para a auto-suficiência por parte dos pequenos proprietários imigrantes do sul do país.

2 — O autor faz uma distinção entre mercado de consumo popular e mercado de consumo da classe alta; este era abastecido por produtos importados; enquanto que o primeiro somente no final do século XIX, se constituiu num mercado para certas indústrias nacionais (têxtil e alimentícia).

3 - O fator fundamental são os capitais acumulados através do comércio expor­tador de café.

4 - As tarifas alfandegárias, durante todo o século XIX e parte do século XX, são fruto das necessidades do Tesouro Nacional, e não, resultado de uma política deliberadamente industrializante.

5 - O texto apresenta os seguintes elementos que contrariam explicações ante­riores:

a) não houve condições para a industrialização no Brasil até meados do século XIX e "o primeiro surto industrial só ocorreu, efetivamente, no começo da República";

b) nem sempre houve oposição entre os interesses agrários e os interesses industriais: "os capitais fornecidos pelo comércio do café permitiram o início da indústria brasileira"... "e até 1940 a indústria não se opunha à importação de certos artigos consumidos pelas classes altas";

(*) Este gabarito deverá ser fornecido em tantas vias quantos forem os alunos.

Page 174: contrasdahistoria

c) as tarifas alfandegárias não foram responsáveis diretamente pelo desen­volvimento industrial, são apenas um elemento, que às vezes, contribuiu para um surto industrial: "Durante muito tempo, as tarifas protecio-nistas que irão permitir a sobrevivência da indústria nacional, decorre­ram mais da necessidade do Tesouro que de uma política de industria­lização";

d) o acúmulo de capitais provenientes da exportação do café na segunda metade do século XIX é um dos fatores fundamentais para o início da industrialização: "Serão os capitais fornecidos pelo comércio externo do café que irão permitir o início da indústria brasileira, de produtos para o consumo popular";

e) a falta de mercado consumidor interno não foi o maior obstáculo à indus­trialização: "O mercado era muito restrito" (mas também) "... havia falta de meios de pagamento, e a permanência do trabalho escravo ainda não permitia uma passagem do artesanato e da manufatura para um processo real de industrialização";

f) a falência de Mauá deve ser entendida no contexto maior de sua época, isto é, as condições econômicas, sociais e políticas do Brasil Império: (Ver todo o parágrafo que começa: "A segunda metade... até ... industria­lização").

Page 175: contrasdahistoria

TEXTOnº 5

"O Brasil possuía ainda uma estrutura sócio-econômica herdada da época co­lonial, cujas bases estavam assentadas no trabalho escravo e na exportação de ma­térias-primas e produtos primários para os grandes centros consumidores europeus; além disso, o mercado interno ainda não era suficientemente desenvolvido para comportar o surgimento e o crescimento de uma indústria nacional. Mesmo as ini­ciativas de Mauá não representaram mais do que um surto industrial, não chegando a alterar os quadros de dependência que caracterizavam a nossa economia."

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QUESTIONÁRIOnº 6

1 — Que importância é atribuída às iniciativas de Mauá?

2 — Por que não houve crescimento de uma indústria nacional no Século XIX?

3 — Existe uma complementação entre os dois textos (4 e 5)? Em caso afirmativo de que modo se dá essa complementação?

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Solicite a seu professor o GABARITO do QUESTIONÁRIOnº 6.

Verifique seus ACERTOS e ERROS.

No caso de ERROS, procure entender bem porque errou e qual seria a res­posta certa.

Guarde seu GABARITO no envelope que se encontra no final do FASCÍ­CULO.

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GABARITO - QUESTIONÁRIOnº 6 (*)

1 - O texto atribui pequena importância às inciativas de Mauá, apresentadas apenas como surto industrial pois não alteraram o quadro de dependência da nossa economia.

2 - Não houve crescimento de uma indústria nacional no século XIX por dois motivos:

a) o Brasil possuía ainda na segunda metade do século XIX uma estrutura sócio-econômica herdada da época colonial cujas bases eram o trabalho escravo e a produção de matérias-primas e produtos primários para expor­tação;

b) o mercado interno não era suficientemente desenvolvido para comportar o surgimento de uma indústria nacional.

3 - Os dois textos se complementam na medida em que ambos partem da mesma ideia, isto é, da impossibilidade do desenvolvimento industrial brasileiro até o final do século XIX, em razão da situação sócio-econômica da época.

(*) Este gabarito deverá ser fornecido em tantas vias quantos forem os alunos.

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ROTEIRO D

E AGORA É SUA VEZ!

PARA FAZER SOZINHO DE PREFERÊNCIA

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O QUE É PARA FAZER

1 - PREENCHER o QUADRO-SINTESE ele permitirá a você construir um "ma­pa" de todas as respostas que já foram dadas às QUESTÃO-GERADORA e de suas respectivas críticas. Permitirá princi­palmente identificar com toda clareza onde está o X da con­trovérsia isto é, quais as respostas que conflitam com as ou­tras e porque.

2 - CONFERIR seus ACERTOS e ERROS, recorrendo ao GABARITO em poder de seu professor.

3 — TOMAR POSIÇÃO face à controvérsia, isto é, decidir-se por esta ou aquela resposta à QUESTÃO-GERADORA e acumular argu­mentos para defendê-la mais tarde.

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Solicite o GABARITO do QUADRO-SINTESE a seu professor.

Verifique seus ACERTOS e ERROS.

No caso de ERROS, procure entender bem porque errou e qual seria a res­posta certa.

Se tiver dúvidas recorra a seu professor.

Guarde seu GABARITO no envelope que se encontra no final do FASCÍ­CULO.

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GABARITO - QUADRO-SINTESE (*)

"RESPOSTAS"

TEXTO 1

não fracassaram as tentativas de in­dustrialização

TEXTO 2

- por falta de uma política governa­mental industrializante (redução das tarifas alfandegárias)

- devido a concorrência inglesa

- devido a crise financeira geral

TEXTO 3

- por falta de um mercado consumi­dor interno

devido a concorrência inglesa (após redução das tarifas alfandegárias)

devido a crise financeira

"CRITICAS"

- não houve industrialização no século XIX

- centraliza a explicação nos indivíduos

- não faz referência ao contexto socio­econômico nacional e internacional

- centraliza sua explicação na atuação do governo como responsável pela industrialização

- desconhece os mecanismos internos e externos que impediram a indus­trialização

- explicação incompleta e insuficiente dos fatores internos e externos que impediram a industrialização, por­que: - não apresenta a economia brasi­

leira como agrário-exportadora e ainda "colonial"

- não mostra a escravidão, a falta de capitais e o baixo nível tecno­lógico (artesanato) como barrei­ras à industrialização

- não mostra o interesse do gover­no, na questão do protecionismo alfandegário, em aumentar as ren­das do Tesouro

- não explica de que modo a crise financeira prejudicou a indústria

(*) Este gabarito deverá ser fornecido em tantas vias quantos forem os alunos.

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"X" DA CONTROVÉRSIA

_ houve industrialização ou apenas surto industrial

_ razões do fracasso nas tentativas de industrialização:

— falta de protecionismo ou mercado consumidor restrito

— oposição entre interesses agrários e industriais ou vinculação entre os dois setores (sendo o capital oriundo do café um fator essencial para a indús­tria)

— efeitos das crises financeiras ou as limitações de uma economia agrária voltada para o mercado externo (situação tipicamente colonial e depen­dente)

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Analise bem o QUADRO-SINTESE tal como você o preencheu e corrigiu depois.

A — Pensando bastante no que você indicou como sendo o

"X" da controvérsia"

B — Fazendo um bom balanço das respostas dadas à QUESTÃO-GERADORA e respectivas críticas.

Selecione a seguir aquela que você acha ser a resposta mais adequada à QUES­TÃO-GERADORA e indique-a na página seguinte.

Imagine depois que você está num tribunal e que precisará defender a "sua" resposta. Relacione, na página seguinte, o maior número possível de argumentos em defesa dessa "sua" posição.

Page 186: contrasdahistoria

Minha" posição ou "minha" resposta à QUESTAO-GERADORA da controvérsia.

Argumentos a favor da "minha" posição.

EM TEMPO!

Agora que você chegou a um ponto de vista pessoal sobre a controvérsia pre-pare-se para defendê-lo no "FÓRUM DE DEBATES" do qual irá participar com a classe toda e conforme orientação a ser dada por seu professor.

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CONTROVÉRSIAS NA HISTÓRIA DO BRASIL

PROVA DE HISTÓRIA DO BRASIL

IDENTIFICAÇÃO

ALUNO:

SÉRIE: CLASSE: N9:

ESCOLA:

DISCIPLINA:

PROFESSOR:

DATA:

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O QUE É PARA FAZER

1 - Preencha de forma clara e completa os dados de identificação na FOLHA DE RESPOSTAS.

2 - Leia cuidadosamente a QUESTÃO-GERADORA que é apresentada inicial­mente.

3 - Leia cada um dos textos apresentados. À medida que for lendo observe a ilus­tração.

4 - Preencha o QUADRO-SINTESE, composto de 3 partes, chamado MAPA DA CONTROVÉRSIA, onde você registrará todas as respostas que foram dadas à QUESTÃO-GERADORA. Este mapa permitirá, principalmente identificar com clareza onde está o X da controvérsia, isto é, quais as respostas que con-flitam com as outras e porque.

5 - Finalmente você deverá TOMAR POSIÇÃO face à controvérsia, isto é, deci­dir por esta ou aquela resposta à QUESTÃO-GERADORA, justificando sua decisão.

Atenção!

Você deverá trabalhar individualmente e terá duas horas/aula para realizar a prova.

Mãos à obra!

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"QUESTÃO-GERADORA"

O QUE FOI A GUERRA DE CANUDOS E POR QUE MOTIVOS OCORREU?

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TEXTOnº 1

CANUDOS

O maior problema com que se deparou o governo de Prudente de Morais foi a sangrenta campanha de Canudos. Surgira em 1893, no interior da Bahia, o cea­rense Antonio Vicente Mendes Maciel, posteriormente conhecido pelo apelido de Antonio Conselheiro. Apresentando-se como "profeta", pregava entre jagunços (sertanejos analfabetos, esquecidos pelo Império) a restauração da monarquia e a volta de D. Sebastião, rei de Portugal, que sairia das ondas do mar com todo o seu exército1. Reunira Antonio Conselheiro em torno de sua personalidade messiâni­ca2 um grande número de seguidores que logo lhe atribuíram milagres extraordiná­rios, estabelecendo-se nas margens do Vasa-Barris, vilarejo onde seria incontestável a autoridade do "santo".

Enviou o governo da Bahia, em novembro de 1896, uma pequena força poli­cial a Canudos, pois a agitação promovida por Antonio Conselheiro punha em so­bressalto os comerciantes e fazendeiros das vizinhanças. (...)

Uma segunda expedição, em dezembro do mesmo ano, sob o comando do ma­jor Febrônio de Brito, com 600 homens, foi derrotada pelos jagunços.

Compreendeu o governo que estava diante de um sério problema, sendo então chamado a dirigir uma terceira operação militar contra Canudos, Moreira César. (...)

Havia-se espalhado no interior do Brasil um velho mito português: a volta de D. Sebastião, rei de Portugal, morto em 1578, na batalha de Alcácer-Quebir, no norte da África.

Personalidade messiânica: a personalidade de alguém que se diz um "messias", o enviado de Deus para salvar seus fiéis. Messianimos é uma doutrina religiosa cristão, de origem judaica, baseada em previsões religiosas para o futuro, mas muito atuante no contexto social do pre­sente. É uma atitude religiosa que tem sua origem em problemas sociais e econômicos, ge­ralmente em momentos de crise ou extrema dificuldade, onde as pessoas marginalizadas se­guem as pregações místicas de um chefe (o beato) a respeito de uma vida melhor no outro mundo.

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A derrotada da expedição de Moreira César agravara o problema; dera aos jagunços de Antonio Conselheiro as bagagens e o armamento de uma brigada de exército.

(...)

A quarta expedição militar contra Canudos foi organizada pelo ministro da Guerra, marechal Carlos Machado Bittencourt, que partiu para a base de operações na Bahia. Composta de 6 brigadas, perfazendo quase 6000 homens, seria comanda­da por Artur Oscar de Andrade Guimarães que contava com artilharia de grosso ca­libre, embora não fosse eficiente seu sistema de abastecimento. A fome, a sede, o calor e a resistência fanática dos jagunços, que agora dispunham do armamento e das munições tomadas às expedições anteriores, tornaram a última expedição contra Antonio Conselheiro uma das mais dramáticas páginas da história republicana.

A 30 de setembro de 1897 foi desfechado o ataque final. Os jagunços, famin­tos, sedentos e esfarrapados dedenderam palmo a palmo seus últimos redutos. A 5 de outubro pouco restava do arraial3 sertanejo. Um incêndio, ateado com querose­ne e dinamite pelas tropas regulares, destruíra os numerosos casebres que compu­nham a estranha cidadela do sertão nordestino.

Antonio Conselheiro estava morto e com ele milhares de jagunços. Seu cor­po foi identificado e degolado. Cruelmente foram tratados os prisioneiros. Aproxi­madamente 800 foram decapitados pelos soldados.

Perderam o exército e as forças policiais cerca de 4000 homens para destruir Canudos. Euclides da Cunha, que acompanhara a expedição como correspondente de um jornal paulista, escreveria posteriormente "Os Sertões", obra que não só des­creve magistralmente a campanha de Canudos, mas também revela o pobr3 e esque­cido homem do interior do Nordeste brasileiro, perdido no seu mundo árido e calci­nado.

Antonio Conselheiro fora considerado um "inimigo da República". Na ver­dade vivera apenas um drama messiânico e dirigira com sua personalidade psicopá-tica4 o fanatismo religioso de uma pobre população, cujo atraso, evidentemente, jamais permitiria a compreensão das diferenças entre república e monarquia.

À Campanha de Canudos poderia ter sido evitada com escolas, saúde pública, ajuda econômica e assistência social. Preferiu-se a pior solução: o extermínio pelo fogo de um pungente drama social.

Arraial: uma pequena aldeia, vilarejo. 4 Personalidade psicopática: a personalidade de alguém que sofre de doença mental.

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TEXTO N? 2

CAMPANHA DE CANUDOS

Em 1896 um primeiro movimento político-religioso agitou o interior do Estado da Bahia. Num pequeno lugarejo, às margens do rio Vasa-Barris, em Canu­dos, Antonio Vicente Mendes Maciel, conhecido como Antonio Conselheiro, reunira à sua volta numerosos seguidores, Alguns, a maioria, foram atraídos por cer­tos ideais religiosos; outros pela ambição política. Antonio Conselheiro considerava-se enviado de Deus e contava com a proteção de políticos influentes. Desejando a volta da Monarquia, atacava a República, principalmente por ter ela decretado a separação entre a Igreja e o Estado, e instituído o casamento civil.

Seu poder havia-se tornado grande que seus seguidores o obedeciam cegamen­te, também na hora das eleições. Contra esse poder que aumentava dia a dia, agitan­do o sertão baiano, o governo estadual, por duas vezes, enviou tropas para comba­tê-lo, mas essas foram derrotadas pelos jagunços1.

Alarmado com a situação e com as derrotas sofridas pelas forças estaduais, o governo federal, também por duas vezes, enviou tropas em maior número ao inte­rior baiano. Mas somente a última expedição militar, poderosamente armada, con­seguiu tomar o arraial de Canudos, destruindo-o completamente, matando todos os jagumços e o próprio Antonio Conselheiro.

Jagunços: nome dado aos fanáticos seguidores de António Conselheiro. É também sinónimo de capangas, isto é, indivíduo pagos por alguém para fazer parte de sua "força particular" ou executar algum ato de violência.

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TEXTOnº 3

A Guerra de Canudos aconteceu no sertão da Bahia entre 1896 e 1897. Não foi um fenômeno isolado: está ligado às condições econômicas do Nordeste.

A estrutura econômica do Brasil funcionava com base no latifúndio1, onde predominava a lavoura monocultora, ainda muito precária tecnicamente. Com a modernização da lavoura, após a introdução da usina, milhares de camponeses fo­ram expulsos de suas terras.

A grande seca de 1877/1879 foi um dos motivos para a grande migração da população nordestina para a Amazônia, onde foram explorar borracha. A carência de mão-de-obra levou os latifundiários à super-exploração dos que restavam.

Face à miséria, à subnutrição e à hostilidade geográfica, os nordestinos só tinham como saída a formação de grupos de jagunços e cangaceiros2 ou, ainda, jun-tarem-se em torno de líderes místicos para vencerem a miséria e a fome.

A busca de uma saída através do cangaço denuncia os grandes problemas so­ciais ocasionados pelo latifúndio. O cangaceiro ou jagunço era orginalmente um contratado pelos "coronéis"3 para serviços de proteção. Após a formação dos gru­pos, os cangaceiros passaram a agir de forma a contestar a ordem vigente, espalhan­do terror entre os grandes proprietários. Essa atitude não era consciente, era uma forma de vencera miséria da maneira mais primária, ou seja, empregando a violência.

Latifúndio: propriedade rural de grande extensão, cuja maior parte aproveitável não é apli­cada à cultura ou utilizada em exploração económica.

Cangaceiros: nome dado aos salteadores e bandidos do sertão nordestino. Cangaço é o tipo de vida e atuação dos grupos de bandidos.

Coronéis: eram os grandes proprietários de terra que dominavam a economia o poder polí­tico e a população de uma determinada região ou município do interior. O coronelismo, sis­tema baseado neste poder local, é uma herança da colônia e atingiu seu máximo predomí­nio na Primeira República (1889-1930).

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O misticismo4 religioso era outra saída para a miséria. As condições materiais e culturais das populações miseráveis levavam à criação de seitas religiosas que justi­ficavam a luta pela salvação. Era a religiosidade popular que se opunha à religião oficial, que de forma nenhuma atendia às suas necessidades mais imediatas, a fome, por exemplo.

Por volta de 1893, reuniu-se no Arraial de Canudos, às margens do Rio Vasa-Barris, um núcleo de fiéis, seguidores de Antonio Conselheiro, um beato que prega­va a salvação para quem o seguisse. O Arraial cresceu rapidamente; em 1896, eram 20 mil os habitantes de Canudos: trabalhadores rurais que produziam em liberdade e repartiam a colheita entre si. A fome os unia. A segurança do reduto era mantida pelso ex-jagunços e ex-cangaceiros: a religião rústica de Antonio Conselheiro os mantinha esperançosos de dias melhores.

A Igreja oficial perdia seus adeptos e os latifundiários, a mão-de-obra. O go­verno da Bahia tentou dispersar o ajuntamento com duas expedições militares, mas foram repelidos pelos estrategistas jagunços Pajeú e Jão Abade que dividiam o co­mando do reduto com o Conselheiro.

A primeira expedição, composta de 100 homens, foi destroçada pelos fanáti­cos, tendo sido comandada pelo tenente Manoel Pires Ferreira. A segunda, sob o comando do Major Febrônio de Brito, com 550 soldados, foi derrotada.

A tática empregada pelos jagunços era a luta corpo a corpo, sendo que se equipavam com as armas tomadas dos inimigos. (...)

As constantes derrotas militates explicavam-se pela falta de conhecimento da região das caatingas5, tão familiares aos do Arraial de Canudos. Associa-se a isso o fato dos jagunços lutarem pela sobrevivência, pois que se tratava de uma "guerra santa" e sua compensação era o reino dos céus para os que nela morressem. (...)

4 Misticismo: crença cega e sem contestação, baseada em pregações religiosas que levam as pessoas a agirem dentro de um objetivo que deve ser atingido a qualquer custo.

s Caatingas: vegetação rala do interior do Nordeste (sertão), uma região extremamente seca e de difícil sobrevivência.

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Foi organizada uma expedição de 6 mil homens e entregue o comando ao General Artur Oscar. Numa investida contra o Arraial, a expedição ficou reduzida a 2.500 homens.

Prudente de Morais ordenou ao Ministro da Guerra, Marechal Bittencourt, que embarcasse para a Bahia e assumisse o controle direto das operações. Organiza-ram-se serviços de transporte e abastecimento.

Após intenso bombardeiro de canhõs, o Arraial não resistiu ao ataque e caiu. As tropas oficiais não fizeram prisioneiros, todos foram degolados.

Guerra Santa: uma luta ordenada por Deus em benefício da religião, na qual haverá gran­des recompensas para os que nela se empenharem.

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TEXTOnº 4

Do campo viria o maior problema a ser enfrentado por Prudente de Morais: a Guerra de Canudos.

Depois de peregrinar por várias províncias do Nordeste, sempre seguido por uma multidão de penitentes', Antonio Vicente Mendes Maciel chegou à região do rio Vasa-Barris, no sertão baiano. Chamavam-no de Antonio Conselheiro.

Dia a dia aumentava o número de seus fiéis. Eram eles sertanejos pobres ou antigos moradores da área açucareira do Nordeste, que tinham abandonado a região devido à decadência dos engenhos. Com suas famílias, esses fiéis, agregavam-se ao grupo do Conselheiro, esperando alcançar a graça divina que poria fim aos seus sofrimentos.

Quando, em 1893, os municípios foram autorizados pelo governo federal a cobrar impostos, a fama do Conselheiro se alastrou: num dia de feira, ele recolhera os editais de cobrança afixados e queimara-os!

Antonio Conselheiro não entendia a República: achava que ela era a culpada pela miséria do sertanejo. A República não aceitava o Conselheiro: ele ameaçava as suas leis.

Talvez até pretendesse restaurar a monarquia.

Uma primeira expedição - trinta policiais - foi enviada para dispersar os fanáticos do Conselheiro. A resistência dos fiéis-foi violenta e a maior parte dos sol­dados morreu. Antonio Conselheiro decidiu, então, fixar-se na região. Surgiu o Arraial de Canudos.

Penitentes: aqueles que fazem penitência, a confissão e arrependimento de seus pecados. No texto, o sentido é: os que padecem sofrimentos, infelizes, "mal aventurados".

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O governo reagiu prontamente, enviado novas expedições. Novas vitórias das forças de Antonio Conselheiro, com a dizimação das forças republicanas.

(...)

Na Capital Federal, dizia-se que os monarquistas auxiliavam aos fanáticos. Ocorreram agitações nas ruas, sendo depredadas (destruídas) as redações dos jor­nais monarquistas e assassinado o proprietário de dois deles.

Querendo por fim à luta nos sertões baianos, Prudente de Morais enviou para a região um continggente do Exército ainda mais poderoso, sob a direção do pró­prio Ministro da Guerra, Marechal Carlos Machado Bittencourt.

Em outubro de 1897, o arraial de Canudos foi arradado. 0 Conselheiro havia morrido algum tempo antes.

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Preencha o QUADRO-SÍNTESE (MAPA DA CONTROVÉRSIA) apresentan­do a seguir, em três partes. Para isto você deverá:

19) registrar as respostas que foram dadas à QUESTÃO-GERADORA;

29) identificar e escrever onde está o X da controvérsia, isto é, quais as respostas que conflitam com as outras e porque;

39) apresentar por escrito qual é a sua posição frente a controvérsia, isto é, res­pondendo à QUESTÃO-GERADORA;

49) Justificar a posição tomada.

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CONTROVÉRSIAS NA HISTÓRIA DO BRASIL

GABARITO DA PROVA DE HISTÓRIA DO BRASIL (Uso exclusivo do Professor)

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A atividade de avaliação prevista consiste em uma prova que versa sobre um tema que é objeto de controvérsia na bibliografia de História do Brasil: A Guerra dos Canudos (1896-1897).

A aplicação da prova somente poderá ser feita após o aluno ter passado pelas três apostilas que compõem o Programa "Controvérsias na História do Brasil".

A prova se propõe medir a habilidade xe:

— localizar em cada texto os elementos que respondem claramente à QUES-TÃO-GERADORA;

— apresentar uma JUSTIFICATIVA a cada resposta encontrada, com base nos argumentos fornecidos pelo texto;

— fazer uma comparação entre as várias respostas;

— escolher a resposta que será a mais correta à QUESTÃO-GERADORA e que permitirá, também, uma crítica as demais interpretações.

Essa escolha deverá revelar: entendimento do assunto proposto na QUES­TÃO-GERADORA, capacidade de comparação e crítica, clareza nas justificativas, coerência entre as respostas dadas e as informações apresentadas nos textos.

A duração da prova é de 2 horas-aula.

Segue-se o respectivo GABARITO que deverá ficar restrito ao uso do profes­sor.

As respostas apresentadas no gabarito correspondem às duas primeiras par­tes da FOLHA DE RESPOSTAS. Em cada uma delas o professor deverá estabelecer o número mínimo de elemento que precisarão ser considerados para julgar correta a resposta do aluno.

Na parte III o professor deverá julgar as respostas levando em conta a capaci­dade de comparação e crítica evidenciada e a clareza nas justificativas apresentadas.

Em cada uma das partes, o peso respectivo deverá ser estabelecido também pelo professor.

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GABARITO - AVALIAÇÃO: TEXTOS 1, 2

TEXTOS

1

2

RESPOSTAS À QUESTÃO-GERADORA

Foi um movimento religioso e social de caráter messiânico, diri­gido pela personalidade psicopática de Antonio Conselheiro.

Motivos

1) o fanatismo religioso dos jagunços e sertanejos analfabetos que acreditavam nas pregações de Conselheiro (a restauração da Monarquia e a volta de D. Sebastião, Rei de Portugal);

2) o drama social dos sertanejos que não tinham escolas, saúde pública, assistência social e ajuda econômica;

3) o temor dos comerciantes e fazendeiros das vizinhanças pela agitação promovida por Conselheiro;

4) a atitude repressiva e violenta do governo federal que transfor­mou o Conselheiro em "inimigo da República".

Foi um movimento político e religioso de tendência monarquista.

Motivos

1) ideais religiosos da maioria dos seguidores de Antonio Conse­lheiro;

2) ambição política de outros participantes, inclusive do próprio Conselheiro, que desejavam a volta da Monarquia;

3) a reação do governo estadual da Bahia e do governo federa] diante da ameaça que o poder de António Conselheiro repre­sentava.

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GABARITO - AVALIAÇÃO: TEXTO 3

TEXTOS

3

RESPOSTAS À QUESTÃO-GERADORA

Foi um movimento de caráter religioso, originado pelas condi­ções econômicas e sociais do Nordeste, em que jagunços, canga­ceiros e moradores dos latifúndios se rebelavam contra a situação de miséria e fome.

Motivos

1) a expulsão de camponeses dos latifúndios, devido à moderniza­ção da lavoura canavieira, após a introdução das usinas;

2) os efeitos da seca de 1877/1879 levando à super-exploração dos trabalhadores dos latifúndios;

3) a miséria, a subnutrição e a hostilidade do meio geográfico;

4) a formação de grupos de cangaceiros ou jagunços que recor­riam à violência para atacar os grandes proprietários e para vencer a miséria;

5) o misticismo religioso como uma das formas de superar as difi­culdades na esperança de dias melhores;

6) a oposição da Igreja oficial, comprometida com os coronéis, .e que não atendia às esperanças dos pobres;

7) a violência empregada pelo governo, em defesa dos fazendeiros e da Igreja oficial.

Em resumo

Uma luta social, em que os camponeses e moradores pobres se rebelavam contra a Igreja, os grandes proprietários e o governo, sob a forma de misticismo e violência.

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GABARITO - AVALIAÇÃO: TEXTO 4

TEXTOS RESPOSTAS À QUESTÃO-GERADORA

Foi um movimento religioso e político, ligado à decadência dos engenhos e às lutas entre monarquistas e republicanos.

Motivos

1) a situação dos sertanejos pobres ou moradores da região açu­careira que abandonavam os engenhos em decadência;

2) a ligação dos fiéis e penitentes (sertanejos pobres) a Antonio Conselheiro na esperança de ganhar uma graça divina que ali­viasse seus sofrimentos;

3) a atitude de Conselheiro contra os impostos federais e de não aceitação do novo regime (República);

4) a reação do governo federal que considerava o Conselheiro uma ameaça às suas leis;

5) a ligação dos acontecimentos de Canudos com as lutas políti­cas na Capital Federal, entre monarquistas e republicanos, em que estes acusavam os monarquistas de auxiliar os fanáticos.

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"X" DA CONTROVÉRSIA

A Guerra de Canudos foi:

Um acontecimento isolado ou um movimento ligado às condições econômicas e sociais do Nordeste?

Uma revolta provocada pelas secas e a hostilidade geográfica do sertão nordes­tino — ou - devido principalmente às transformações econômicas, à concen­tração de terra (latifúndio) e ao poder dos coronéis?

Uma guerra entre monarquistas e republicanos - ou - uma luta entre sertane­jos pobres e grandes proprietários aliados à Igreja e ao governo?

Um movimento realmente monarquista, com auxílio dos inimigos da Repúbli­ca—ou - uma revolta transformada pelo governo em ameaça à República e suas leis?

Um movimento religioso contra o catolicismo — ou - contra a Igreja oficial?

Uma consequência do fanatismo religioso de Antonio Conselheiro - ou — uma revolta que expressava, de forma mística e violenta, o descontentamen­to da população pobre do sertão?

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RELAÇÃO DOS TEXTOS DA PROVA DE AVALIAÇÃO

Textonº 1: SOUTO MAIOR, A. História do Brasil; para o curso colegial. São Paulo, Ed. Nacional, 1967, p. 386-388.

Textonº 2: HOLANDA, S.B. de (org.). História do Brasil. São Paulo, Ed. Nacional, 1973, vol. 2, p. 72.

Textonº 3: SILVA, F.A., e BASTOS, P.I.A. História do Brasil. São Paulo, Ed. Mo­derna, 1976, p. 180-182.

Textonº 4: MATTOS, L.L. (e outros). Brasil, uma história dinâmica. São Paulo, Ed. Nacional, 1973, vol. 2, p. 178-180.

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