UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

CAMPUS I, CENTRO DE EDUCAÇÃO

GRADUAÇÃO EM PEDAGOGIA

ELAINE PEREIRA DA SILVA CARVALHO

CONTRIBUIÇÕES DA LUDICIDADE PARA O DESENVOLVIMENTO

COGNITIVO DE CRIANÇAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL

JOÃO PESSOA

2021

ELAINE PEREIRA DA SILVA CARVALHO

CONTRIBUIÇÕES DA LUDICIDADE PARA O DESENVOLVIMENTO

COGNITIVO DE CRIANÇAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Trabalho de Conclusão de Curso I do curso de Graduação em Pedagogia, modalidade a distância, do curso de Graduação em Pedagogia do Centro de Educação da Universidade Federal da Paraíba, em cumprimento às exigências legais para a obtenção de avaliação pedagógica. Orientadora: Prof.ª. Drª. Izaura Maria de Andrade da Silva

JOÃO PESSOA

2021

Dedico primeiramente a Deus, que me deu

a vida. À minha família e ao meu esposo,

por estarem comigo nos momentos mais

difíceis.

AGRADECIMENTOS

Agradeço ao Deus, que me abençoou com mais uma oportunidade. A Ele toda

a honra!

À minha avó querida, que não está mais entre nós. Ela foi a responsável pela

pessoa que sou hoje, assim como minha mãe. Ambas são meus tesouros.

Ao meu esposo, que sempre me compreendeu e ajudou durante os desafios

que surgiram ao longo da jornada acadêmica.

A todos os professores, que ao longo do curso contribuíram com o

conhecimento que tenho hoje.

À minha orientadora, por toda ajuda, gratidão!

A todos, muito obrigada!

“Porque para Deus nada é impossível.’’

(Lucas 1:37)

RESUMO O presente trabalho tem como tema “A ludicidade para o desenvolvimento cognitivo de crianças na educação Infantil”. O lúdico desenvolve o indivíduo como um todo, sendo assim, a educação infantil deve considerá-lo como parceiro e utilizá-lo amplamente para colaborar com o desenvolvimento cognitivo da criança. Dessa forma, apresenta-se a seguinte problemática: Quais as contribuições e importância da Ludicidade para o desenvolvimento cognitivo de Crianças na Educação Infantil? Diante de uma realidade observada e vivenciada em um dos estágios realizado pela pesquisadora, surgiu o interesse de refletir sobre a contribuição da ludicidade para o desenvolvimento cognitivo. Diante disso, estabeleceu-se o seguinte objetivo geral: Compreender as contribuições da ludicidade para o desenvolvimento cognitivo de crianças na Educação Infantil, e os específicos: identificar as contribuições da ludicidade; discutir a importância da ludicidade para as crianças na educação infantil. Para isso, realizou-se uma pesquisa de natureza qualitativa e procedimento bibliográfico, desenvolvido a partir de análises e estudos de livros, artigos e sites acadêmicos, com o intuito de aprofundamento do tema desta pesquisa. Os resultados da pesquisa apontam que a Ludicidade contribui no desenvolvimento cognitivo de crianças na Educação Infantil, pois, possibilita a concentração, resolução de problema, raciocínio lógico e pensamento, e proporciona um aprendizado prazeroso. Palavras-Chave: Ludicidade. Desenvolvimento Cognitivo. Educação Infantil.

ABSTRACT The present work has as its theme “Playfulness for the cognitive development of children in Early Childhood Education”. The playful develops the individual as a whole; therefore, early childhood education must consider him as a partner and use him widely to collaborate with the child's cognitive development. Thus, the following issue is presented: What are the contributions and importance of playfulness for the cognitive development of Children in Early Childhood Education? Faced with a reality observed and experienced in one of the stages carried out by the researcher, there was an interest in reflecting on the contribution of playfulness to cognitive development. Therefore, the following general objective was established: To understand the contributions of playfulness to the cognitive development of children in Early Childhood Education, and the specific ones: identify the contributions of playfulness; discuss the importance of playfulness for children in early childhood education. For this, a qualitative research and bibliographic procedure was carried out, developed from analyzes and studies of books, articles and academic websites, in order to deepen the theme of this research. The research results show that playfulness contributes to the cognitive development of children in Kindergarten, as it enables concentration, problem solving, logical reasoning and thinking, and provides a pleasurable learning experience. Keywords: Playfulness. Cognitive Development. Child education.

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Encontre a tampa ...................................................................................... 18

Figura 2 -Crianças brincando de amarelinha............................................................. 19

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 12

2 BREVE HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO INFANTIL NO BRASIL ........................................ 13

3 A LUDICIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL .................................................................... 16

3.1 CONTRIBUIÇÕES DA LUDICIDADE ............................................................................. 19

3.2 O DESENVOLVIMENTO COGNITIVO SEGUNDO PIAGET .......................................... 21

4 METODOLOGIA ............................................................................................................... 23

5 DISCUSSÃO .................................................................................................................... 25

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................................. 27

REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 29

1 INTRODUÇÃO

O presente trabalho tem como objeto de pesquisa “A Ludicidade para o

Desenvolvimento Cognitivo das Crianças da Educação Infantil”, sendo apresentadas

as contribuições que o lúdico proporciona às crianças e a relevância de sua prática

para o desenvolvimento cognitivo.

O desenvolvimento cognitivo depende da estimulação que a criança recebe.

Por meio da ludicidade é capaz de vivenciar estímulos a partir de várias atividades

lúdicas, tais como: músicas, jogos, brincadeiras, brinquedos e contação de histórias.

"A ludicidade se define pelas ações do brincar que são organizadas em três eixos: o jogo, o brinquedo e a brincadeira. Ensinar por meio da ludicidade é considerar que a brincadeira faz parte da vida do ser humano e que, por isso, traz referenciais da própria vida do sujeito." (Maria Cristina Trois Dornelis Rau, A Ludicidade na Educação: uma atitude p.31)

Desde muito cedo, o ser humano possui a capacidade de absorção e

assimilação das informações que estão sendo apresentadas.

Diante disso, pode-se destacar Jean Piaget, importante pensador do século XX

que refletia que o desenvolvimento humano ocorre em quatro estágios sucessivos que

costumam surgir em faixas etárias específicas, independente da origem ou cultura da

criança. A partir disso, percebe-se que por meio do lúdico o professor da Educação

Infantil pode proporcionar vivências divertidas e prazerosas.

Nessa perspectiva, amplia-se a visão acerca da ludicidade por meio de

análises, estudos e revisões bibliográficas, com o objetivo de aprofundar o

conhecimento sobre o tema abordado e mostrar o quanto as vivências lúdicas são

relevantes e necessárias.

O interesse pelo tema abordado surgiu a partir de um estágio na Educação

Infantil, onde se observou a predominância de vivências teóricas e que a participação

e a aprendizagem das crianças aconteciam de maneira mais satisfatória quando a

educadora desenvolvia vivências lúdicas. Diante disso, passou-se a questionar quais

seriam as contribuições da ludicidade para o desenvolvimento cognitivo de crianças

na Educação Infantil.

O problema central desta pesquisa pôde ser formulado por meio da seguinte

interrogação: Quais as contribuições e a importância da Ludicidade para o

desenvolvimento cognitivo na Educação Infantil?

12

A partir dessa problematização, elaborou-se o seguinte objetivo geral:

compreender as contribuições da ludicidade para o desenvolvimento cognitivo de

crianças na Educação Infantil. Como objetivos específicos, foram destacados os

seguintes: identificar as contribuições da ludicidade no desenvolvimento cognitivo de

crianças na educação infantil; discutir a ludicidade para as crianças na educação

infantil.

Visando o alcance desses objetivos, adotou-se uma pesquisa bibliográfica,

desenvolvida a partir da seleção e a consulta de materiais já elaborados, envolvendo

principalmente livros e artigos, encontrados por meio de pesquisas no Google

Acadêmico, Portal Capes e sites de educação, com o propósito de aprofundar o tema

desta pesquisa. Dentre os estudos utilizados, destacou-se a grande contribuição de

Jean Piaget para o entendimento do tema.

Organizou-se o trabalho em três capítulos. No primeiro, expôs-se um breve

histórico da Educação Infantil no Brasil; no segundo, abordam-se as seguintes

temáticas: a ludicidade na Educação Infantil; contribuições da ludicidade; o

desenvolvimento cognitivo segundo Piaget; o capítulo metodológico, a discussão dos

achados da pesquisa. Por fim, finalizou o trabalho com as conclusões e as referências

bibliográficas.

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2 BREVE HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO INFANTIL NO BRASIL

A educação formal nem sempre teve um lugar de destaque na formação da

criança, mas com a modificação da estrutura familiar, onde as mães passaram a sair

para trabalhar, emergiu a necessidade de um local para deixar seus filhos. Diante

dessa necessidade, surgiram as creches e pré-escolas, que, de início, eram mantidas

pelos usuários, mas, depois de muito tempo, tornaram-se públicas.

Esses espaços faziam o papel assistencial, ou seja, tinham a função de cuidar

e guardar as crianças para que as mães pudessem trabalhar. Os profissionais que

neles atuavam não possuíam formação e a sua função dar atenção às crianças,

desenvolvendo cuidados com a higiene, dentre outros.

Com o passar dos anos, o aumento pela busca de creches foi aumentando por

causa da maior participação das mulheres no mercado de trabalho. Em meados da

década de 1970, as instituições passam a ser educacionais, mas somente com a

Constituição de 1988, o direito à educação foi efetivado para as crianças. Assim, como

está inserido na Constituição Federal de 1988, em seu artigo 208, inciso IV: “[...] O

dever do Estado para com a educação será efetivado mediante a garantia de oferta

de creches e pré-escolas às crianças de até cinco anos de idade” (BRASIL, 1988).

Com base na Lei, as creches tiveram que oferecer um trabalho educacional não

mais voltado apenas para o cuidado e o assistencialismo, garantindo-se o direito de

estudar e desenvolver conhecimentos e habilidades próprias dos primeiros anos de

vida.

Desde então, as crianças começaram a ser reconhecidas como cidadãs pelo

Estado brasileiro, especialmente a partir da aprovação do Estatuto da Criança e do

Adolescente (ECA), Lei 8.069, em 1990, que apresentou para a sociedade os vários

direitos da criança, bem como a responsabilidade da família, da escola e da sociedade

a respeito

Outro documento importante que reconheceu a educação infantil como etapa

inicial da educação básica, foi a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional

(LDB), de 1996, que destacou como a primeira etapa da educação básica e

estabeleceu os objetivos específicos direcionados às instituições, para nortear os

critérios para o seu oferecimento.

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Tem-se o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (RCNEI),

documento que traz informações importantes, pois oferece subsídios para as

instituições e professores conseguirem trabalhar com as crianças, apresentando

propostas pedagógicas, educativas, objetivos das práticas pedagógicas, o que essas

crianças devem aprender, dentre outros. Enfim, esse documento é um grande apoio

e serve como bússola para quem está em sala de aula na Educação Infantil, cujo foco

se encontra na forma como a escola e o professor podem proporcionar às crianças os

estímulos para a aprendizagem, sempre mediando as crianças e as orientando por

meio do desenvolvimento de atividades lúdicas. Nessa perspectiva, no RCNEI relata-

se que:

O professor é mediador entre as crianças e os objetos de conhecimento, organizando e propiciando espaços e situações de aprendizagens que articulem os recursos e capacidades afetivas, emocionais, sociais e cognitivas de cada criança aos seus conhecimentos prévios e aos conteúdos referentes aos diferentes campos de conhecimento humano. Na instituição de educação infantil, o professor constitui-se, portanto, no parceiro mais experiente, por excelência, cuja função é propiciar e garantir um ambiente rico, prazeroso, saudável e não discriminatório de experiências educativas e sociais variadas (BRASIL, 1998, p. 30).

Conforme o referido documento, o papel do professor consiste em proporcionar

aos educandos uma forma mais prática de aprender os conteúdos, sair dos métodos

teóricos e ir mais para a prática. Com isso, as vivências se tornam mais produtivas e

a assimilação do conhecimento mais eficaz.

Além do RCNEI, há também as Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação

Infantil (DCNEI), outro documento muito importante, mais recente que o documento

citado anteriormente. Por meio desse, colocou-se a criança como principal

protagonista da construção do conhecimento, cujas as atividades lúdicas foram

destacadas como relevantes e o foco se voltou inteiramente para as crianças,

propondo-se formas mais adequadas no processo do ensino-aprendizagem.

De acordo com o RCNEI, a ludicidade é de suma importância, pois possibilita

o desenvolvimento do físico e cognitivo da criança:

Brincar é realmente uma das atividades fundamentais para o desenvolvimento da identidade e autonomia. O fato de a criança, desde muito cedo, se comunicar por meio de gestos, sons, e mais tarde representar determinado papel na brincadeira faz com que ela desenvolva sua imaginação (BRASIL, 1998, p. 22).

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A brincadeira desperta na criança a criatividade e colabora com a vivência

prática do aprendizado de novos conhecimentos, tendo o lúdico com recurso

fundamental. Na DCNEI:

Do ponto de vista da abordagem, reafirma-se a importância do lúdico na vida escolar, não se restringindo sua presença apenas à Arte e à Educação Física. Hoje se sabe que no processo de aprendizagem a área cognitiva está inseparavelmente ligada à afetiva e à emocional. (BRASIL, 2010, p. 116).

Na Base Nacional Comum Curricular (BNCC), estabelecida em 2017, reforçou-

se a abordagem na DNCEI aborda, colocando a criança como autor principal da

construção do seu conhecimento, por meio da interação. Para isso, nesse documento,

recomenda-se trabalhar a autonomia das crianças do infantil. Conforme o referido

documento:

Ainda de acordo com as DCNEI, em seu Artigo 9º, os eixos estruturantes das práticas pedagógicas dessa etapa da Educação Básica são as interações e a brincadeira, experiências nas quais as crianças podem construir e apropriar-se de conhecimentos por meio de suas ações e interações com seus pares e com os adultos, o que possibilita aprendizagens, desenvolvimento e socialização. (BRASIL, 2017, p. 37).

Como se pode analisar, ao longo das décadas, a Educação Infantil no Brasil

vem tendo avanços significativos. Sendo assim, constitui-se papel dos professores

atender as crianças, em seus primeiros anos de vida, da melhor forma possível

proporcionando-as vivências por meio do lúdico.

"Nas palavras de Friedmann (1996, p. 75), “O professor é mais do que um orientador: ele deve ser um desafiador, colocando dificuldades progressivas no jogo, como uma forma de avançar nos seus propósitos de promover o desenvolvimento ou para fixar aprendizagens. Esse é o grande papel do professor enquanto educador lúdico e criativo”." (FRIEDMANN apud RAU, 2012, p. 179).

As brincadeiras, os jogos, enfim, o lúdico desenvolve a imaginação, a

criatividade, ajuda no desenvolvimento pessoal, possibilita ao indivíduo a vivência de

situações aprendidas no espaço familiar, a troca de experiências das práticas lúdicas

com outras pessoas.

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3 A LUDICIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL

O brincar sempre esteve presente na vida das crianças, mesmo que de

diferentes formas e expressões. Esse e todos os elementos vinculados, como a

brincadeira, o brinquedo e o jogo, estão diretamente relacionados à criança e ao

indivíduo como todo.

Em relação às crianças, o brincar está relacionado a muitas dimensões, tais

como: motoras, quando as crianças percebem o seu corpo no espaço; afetiva, quando

essas se envolvem emocionalmente e com intensão na brincadeira, cultivando o

prazer de brincar; cognitiva, quando pensa no brincar, aprende atuando com os pares,

adultos, ambiente e a situação que é apresentada; social, quando as crianças

compreendem e atuam no mundo, ou nos ambientes que frequentam. Diante disso,

as atividades lúdicas têm um papel especial em proporcionar às crianças as diversas

dimensões de aprendizagem.

De acordo com Costa (apud RAU, 2012, p. 32), “[...] A palavra lúdico vem do

latim ludus e significa brincar. Nesse brincar, estão incluídos os jogos, brinquedos e

brincadeiras. A palavra é relativa também à conduta daquele que joga, que brinca e

que se diverte”.

Como se pode ver, o lúdico envolve jogos, brinquedos e brincadeiras, cada um

com o propósito de desenvolver a criança e propor o desenvolvimento de

conhecimentos. A criança é um ser ativo e reflexivo, sendo de fundamental

importância que professores da educação infantil utilizem essas ferramentas nas

vivências escolares.

Para se trabalhar com recursos lúdicos, é indispensável que o professor tenha

conhecimentos prévios sobre o que pretende trabalhar com tais atividades lúdicas. É

fundamental também que o educador proponha objetivos pedagógicos, leve em

consideração os conhecimentos prévios dos educandos, a cultura local, entre outros

aspectos. Como se pode observar:

Para a superação das dificuldades, é preciso que você, educador, tenha conhecimento sobre as classificações dos jogos que possibilitam identificar quais tipos atendem aos objetivos elaborados de acordo com as necessidades dos alunos e do planejamento pedagógico; como organizar um ambiente rico e dinamizador de interações, como lidar com conflitos afetivos nas relações entre os educandos e como observar os avanços e as dificuldades explicitadas em momentos de jogos por meio da escuta das falas

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orais e corporais, pois o corpo também fala. (KISHIMOTO apud RAU, 2012, p. 37)

Brincar por brincar, sem objetivos, é algo que não deve ser realizado. O tempo

em que a brincadeira na escola era vista apenas como um passatempo, ou uma mera

distração, foi superado. Há muitos anos, vários teóricos vêm mostrando o quanto a

ludicidade é importante na Educação Infantil. Logo, a ludicidade tem diferentes

funções na vida da criança.

Lembra que “a ludicidade é uma necessidade do ser humano em qualquer idade e não pode ser vista apenas como diversão”. Tais discussões estão presentes na percepção de muitos educadores preocupados em organizar o trabalho pedagógico na sala de aula, de modo atraente e problematizador. (SANTOS apud RAU, 2012, p. 44).

Pode-se dizer que a ludicidade é algo necessário para o ser humano desde a

infância, não importa a idade. Então, constata-se que o professor deve explorar a

ludicidade com seus educandos, realizando as intervenções que forem necessárias,

orientando-os, pois fica melhor para a compreensão das situações do dia a dia, além

de contribuir no desenvolvimento pessoal, físico, mental e intelectual das crianças.

O brincar não é apenas um elemento de distração cultural; é um direito, presente em leis que fazem parte da Declaração dos Direitos da Criança, da ONU (UNICEF, 1959), e do Estatuto da Criança e do Adolescente, no artigo 16 (BRASIL, 1990) (DUPRAT, 2014, p.112).

Por esses motivos e outros, a ludicidade deve ser levada em consideração na

Educação Infantil, que é a base que propõe o desenvolvimento cognitivo da criança.

Nesse sentido:

O jogo é um instrumento pedagógico muito significativo. No contexto cultural e biológico é uma atividade livre, alegre que engloba uma significação. É de grande valor social, oferecendo inúmeras possibilidades educacionais, pois favorece o desenvolvimento corporal, estimula a vida psíquica e a inteligência, contribui para a adaptação ao grupo, preparando a criança para viver em sociedade, participando e questionando os pressupostos das relações sociais tais como estão postos. (KISHIMOTO apud SILVA; SANTOS, 2012, p. 02).

Mais uma vez, pode-se ver que atividades lúdicas, por meio de jogos ou de

brincadeiras, possibilitam o desenvolvimento cognitivo das crianças. Nesse sentido,

as regras e formas das abordagens de conteúdos por meio do lúdico favorecem a

aquisição do conhecimento, além de contribuir para o convívio social. Para isso, deve

haver uma intencionalidade pedagógica na aplicação dessas ferramentas. Segundo

Kishimoto (apud SILVA; SANTOS, 2012, p. 19)

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Quando a criança percebe que existe uma sistematização na proposta de uma atividade dinâmica e lúdica, a brincadeira passa a ser interessante e a concentração do aluno fica maior, assimilando os conteúdos com mais facilidades e naturalidade.

Diante da afirmação por Kishimoto, pode-se compreender a importância de

aulas e atividades lúdicas para a aprendizagem da criança, e a facilidade para que ela

consiga aprender os conteúdos. Nesse sentido, é relevante, para o desenvolvimento

cognitivo, as práticas de atividades por meio de jogos ou brincadeiras, pois cada uma

dessas ferramentas possibilita à criança a aquisição de conhecimentos.

Existem brincadeiras que estimulam o desenvolvimento cognitivo da criança,

Veja, como exemplo, o ilustrado na Figura 1:

Figura 1 - Encontre a tampa

Fonte: Lunetas (2018).

É possível estimular a aprendizagem com simples tampas e potes, como

mostra a Figura 1. Colocam-se potes de plásticos de cozinha abertos no chão para

que a criança procure e encontre a tampa certa de cada um. Essa atividade estimula

a atenção e a concentração e o desenvolvimento sensório-motor. Além disso,

colabora com a aquisição de conhecimento, como identificar tamanhos e formas,

como noções de “grande e pequeno’’ e as formas geométricas.

Na Educação infantil, os brinquedos estimulam todo o sensorial da criança o

que é duro, mole, rugoso, enfim, tudo aquilo que tem a ver com os cinco sentidos,

além do movimento, já que a criança está sempre se movimentando. Veja, agora, este

outro exemplo, ilustrado na Figura 2:

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Figura 2 -Crianças brincando de amarelinha

Fonte: Medina (2018).

A amarelinha é uma brincadeira feita no chão. Nessa brincadeira, as crianças

utilizam pedrinhas e aprendem os números, a repartir, a esperar. Também

desenvolvem conhecimento sobre a ordem crescente dos números e a reconhecer e

identificar cada número. Além disso, aprendem a ganhar e perder, conhecimentos

indispensáveis nos dias de hoje, na sociedade competitiva em que vivemos. Isso

possibilita às crianças lidar com possíveis frustações.

A criança pequena também aprende brincando, conforme as Diretrizes

Curriculares Nacionais, as práticas pedagógicas têm como “eixo norteadores as

interações e a brincadeira’’ (BRASIL,1996). Portanto, o brincar e o educar estão

juntos, porque, quando a criança brinca, aprende muitas coisas, tais como: interagir,

cultivar amizades, descobrir várias coisas a respeito do seu corpo, por meio dos

movimentos e nas explorações e o uso sensorial.

A criança é vista hoje como uma cidadã de direitos, com direito ao brinquedo e

a brincadeira. Diante de tais concepções fica óbvio o quanto a ludicidade pode-se ser

levada em consideração, o lúdico faz parte da vida de todos, sempre, não importa a

idade, todos se sentem, atraídos pela ludicidade.

3.1 CONTRIBUIÇÕES DA LUDICIDADE

Diante de tais informações, é essencial vivenciar a ludicidade na Educação

Infantil. Por meio da prática, como foi mostrado nas brincadeiras abordadas

anteriormente, e de outras fontes já citadas, entende-se o quanto a ludicidade

contribui com o desenvolvimento cognitivo das crianças. Nesse sentido, na

abordagem de Vygotsky:

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A ideia de brincar origina-se na imaginação criada pela criança, em que desejos impossíveis podem ser realizados, reduzindo a tensão e, ao mesmo tempo, constituindo uma maneira de acomodação a conflitos e frustrações da vida real. Vygotsky (1984, p. 64) afirma que “brincar leva a criança a tornar-se mais flexível e a buscar alternativas de ação. Enquanto brinca, a criança concentra sua atenção na atividade em si e não em seus resultados e efeitos. Permitir brincar às crianças é uma tarefa essencial do educador (VIGOTSKY apud RAU, 2012, p. 60).

O brincar é uma atividade primordial para as crianças. É brincando que se

explora e conhece o mundo ao seu redor. Com isso, a criança aprende a ter

flexibilidade, aspecto fundamental hoje em dia, pois no século XXI, tem-se valorizado

um ser humano flexível, que saiba dialogar e enfrentar situações diversas, que tenha

contato com diversidades de pessoas, liderança e capacidade de escolha, que

desenvolva o raciocínio.

Pelo brincar, a criança também aprende a desenvolver o seu raciocínio

matemático, o uso da linguagem, domínio espacial, aprende a pensar, e usa essa

forma de pensamento para descobrir o seu mundo. Para Kishimoto (2010, apud RAU,

2012, p. 62), “[...] a concepção de brincar, como forma de desenvolver a autonomia e

a criatividade das crianças, requer um uso livre de brinquedos e materiais que permita

a expressão dos projetos criados pelas crianças”.

Diante dessa concepção acerca do brincar, uma das contribuições mais

importante para a criança, além da aquisição cognitiva, é o desenvolvimento de sua

autonomia.

"O movimento como forma de expressão é um aliado no desenvolvimento das linguagens simbólicas. Ao participar de brincadeiras individuais e em grupo, as crianças criam e recriam regras, exploram espaços, e essas ações ampliam o seu desenvolvimento motor e cognitivo." (RAU, Maria Cristina Trois Dorneles, 2012, p. 236).

O desenvolvimento cognitivo acontece por meio do lúdico, quando acontece a

interação que entre o sujeito as vivências por meio de brincadeiras, jogos, músicas.

Diversos filósofos, psicólogos, psiquiatras e pedagogos enxergaram o quanto

as atividades lúdicas são importantes na formação da criança.

Conforme Cória- Sabini (2004), a abordagem sociológica analisou principalmente os seguintes pontos nas atividades lúdicas: o processo de socialização infantil; a interação entre as crianças; as formas de participação de cada elemento; o desempenho de papéis; as atitudes, o surgimento de lideranças e /ou preconceitos. (SABINI Apud DUPRAT, 2014, p.15).

Ou seja, na interação com a brincadeira a criança desenvolve-se socialmente,

por meio da participação.

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Quanto a abordagem psicológica, Cória Sabini (2004) afirma que esta análise foca: o significado dos objetos e das ações para cada criança; o grau de esforço que cada criança desempenha para que suas ações sejam valorizadas pelo grupo; os papéis que cada criança cumpre, como o cumpre e quais as expectativas geradas. (SABINI Apud DUPRAT, 2014, p.16).

A ludicidade contribui significativamente no desenvolvimento pessoal da

criança, como já dito anteriormente, as brincadeiras e jogos fazem parte da vida do

ser humano desde a infância, e quando há estímulos por meio do lúdico nas salas de

referências as vivências tornam-se prazerosas.

De acordo com Kishimoto citado por Rau:

Ao permitir a ação intencional (afetividade), a construção de re­presentações mentais (cognição), a manipulação de objetos e o desempenho de ações sensório-motoras (físico) e as trocas nas interações (social), o jogo contempla várias formas de representa­ção da criança ou suas múltiplas inteligências, contribuindo para a aprendizagem e o desenvolvimento infantil (KISHIMOTO, 2008 apud RAU, 2012b, p. 147).

Sendo assim, as vivências lúdicas contribuem no desenvolvimento cognitivo,

social, afetiva e pessoal da criança.

3.2 O DESENVOLVIMENTO COGNITIVO SEGUNDO PIAGET

Jean William Fritz Piaget, nascido em 1896 e falecido em 1980, foi um estudioso

suíço e pensador do século XX, que desenvolveu uma das vertentes mais famosas

no campo da psicologia, chamada Epistemologia Genética. Foi também biólogo,

psicólogo e epistemólogo.

A teoria de Piaget tem como objetivo central a necessidade de estudar a gênese

dos processos mentais, ou seja, como esses processos são construídos ao longo da

vida dos indivíduos. Em suma, sua teoria explica que, para adquirir conhecimento, é

necessário que haja trocas entre o sujeito e o objeto. Nesse sentido, para ele, o sujeito

modifica o meio e o meio modifica o sujeito.

De acordo com Piaget, mencionado por Kesselring e Thomas (2008, p. 81), o

desenvolvimento cognitivo da criança ocorre por meio da assimilação e acomodação.

Para esse, é por meio da acomodação que se dá o desenvolvimento cognitivo. “Na

assimilação e na acomodação se pode, sem mais, reconhecer a correspondência

prática daquilo que serão mais tarde a dedução e a experiência: a atividade da mente

e a pressão da realidade”.

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No pensamento de Piaget, o início do processo do ensino-aprendizagem

acontece pelo desequilíbrio na relação entre o sujeito e o objeto, pois no momento em

que ocorre alguma coisa na vida das crianças, essas entram em um desequilíbrio,

justamente por não terem o conhecimento a respeito, por ser nova. Nesse sentido,

qualquer coisa inusitada gera no sujeito um desequilíbrio, a partir do qual a criança

inicia o processo do desenvolvimento cognitivo (KESSELRING; THOMAS, 2008).

Diante do desequilíbrio gerado pelo objeto no sujeito, como é nato do ser

humano procurar sempre estar bem e em equilíbrio com o ambiente em que vive, esse

procura se equilibrar. Para isso, de acordo com a teoria de Piaget, o indivíduo precisa

de dois momentos: assimilar e acomodar.

Seguindo uma orientação cognitiva, o autor analisa o jogo integrado à vida mental e caracterizado por uma particular orientação do comportamento, que ele denomina de assimilação. Para Piaget, cada ato de inteligência é definido pelo equilíbrio entre assimilação e acomodação (PIAGET apud RAU, 2012, p. 56).

Na assimilação, o sujeito age sobre o objeto. Ele conhece, investiga o objeto,

tenta compreender o que esse traz de informações. Nesse sentido, mesmo dentro de

uma complexidade, a criança assimilou, mas ainda não aprendeu. Na acomodação, o

objeto age sobre o sujeito, trazendo possíveis modificações no seu comportamento e

aprendizado, e após ter assimilado o objeto e tido uma compreensão, dá-se o início

ao sentimento de equilíbrio entre o Objeto e o Sujeito, o que corresponde à aquisição

de conhecimentos sobre aquele objeto.

O conhecimento se dá diretamente da interação do sujeito com o objeto, pois

essa interação permite que o indivíduo organize os significados e as estruturas

significativas. Por isso, é importante elaborar um ambiente que contribua com a

aprendizagem da criança, de acordo com suas fases, visto que a aprendizagem está

atrelada ao desenvolvimento da criança, sendo papel do professor organizar práticas

pedagógicas que atendam ao desenvolvimento cognitivo do educando.

Para compreender o processo de aprendizagem das crianças, é enriquecedor

conhecer os estágios do desenvolvimento cognitivo, propostos por Piaget:

Sensório-motor, etapa que vai do nascimento da criança, dos 0 anos a

aproximadamente 02 anos de idade, onde essa é movida pelos seus

sentidos. Nessa, o pensamento é muito prático;

O Pré-operatório vai dos 2 anos a aproximadamente 07 anos. Essa fase

é marcada pela linguagem oral e pelo egocentrismo. É a etapa da

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mistura do concreto com o abstrato, na qual as crianças conseguem

construir conhecimento a partir da linguagem oral, histórias, recontar

situações e pensamento muito simbólico;

O Operatório Concreto vai dos 07 anos aos 11 anos, fase em que a

criança consegue aprender os conceitos e entender melhor as coisas,

por meio de textos, problemas matemáticos, dentre outros. É uma etapa

marcada pelo pensamento concreto;

O Operatório formal, que vai dos 11 anos aos 14 anos, é período do

pensamento hipotético, onde a criança reflete sobre as situações que

vivencia e consegue ter mais autonomia sobre suas escolhas, algumas

decisões, fazer deduções. Além disso, pensa e elabora situações lógicas

(PIAGET apud RAU, 2012).

Segundo Piaget (2008), todas as crianças passam por esses estágios, mesmo

que de maneira diferente, pois tem a ver diretamente com os estímulos que cada

criança recebeu ao longo de sua vida. Por isso, é importante que a escola e,

principalmente o professor, promova situações que estimulem o desenvolvimento

cognitivo das crianças.

Desenvolvimento cognitivo é um processo gradual que segue uma sequência

lógica de aprendizados. Esse depende muito dos estímulos que a criança recebe.

Diante disso, percebe-se o quanto a ludicidade estimula a cognição. Nesse sentido,

dentre várias atividades lúdicas que existem hoje, é importante que a escola e o

professor as realizem, pois existe uma capacidade de absorção e assimilação das

informações apresentadas às crianças da educação infantil com esse recurso, e o

educador tem o papel de trabalhar o desenvolvimento cognitivo de maneira adequada.

Por isso, a importância do estudo sobre a Teoria do Desenvolvimento Cognitivo

baseado em autores que estudaram Piaget e no próprio, para saber como contribuir

para o desenvolvimento intelectual dessas crianças, respeitando suas fases, e o que

deve ser proposto para que elas aprendam.

4 METODOLOGIA

O presente estudo teve como objetivo geral analisar as contribuições da

ludicidade para o desenvolvimento cognitivo de crianças na Educação Infantil. Trata-

se de uma pesquisa de cunho qualitativo e de uma revisão bibliográfica embasada em

24

diversos autores, tais como Jean Piaget, Lev Semenovich Vygotsky e Tizuko Morchida

Kishimoto.

Sendo assim, para o alcance do referido objetivo, foi realizado levantamento

bibliográfico em livros, artigos, sites e documentos. As palavras-chave utilizadas para

seleção das publicações foram: ludicidade, desenvolvimento cognitivo e educação

infantil.

A presente pesquisa teve o seguinte roteiro: seleção dos materiais

bibliográficos, de acordo com o tema da pesquisa; leitura dos materiais selecionados;

análise e reflexão crítica sobre o material selecionado; exposição dos resultados

obtidos.

Após a leitura e análise das fontes, a fundamentação teórica foi organizada por

assunto de interesse de pesquisa, chegando-se aos seguintes capítulos: Breve

histórico da Educação Infantil; A ludicidade na educação infantil; Contribuições da

ludicidade; o desenvolvimento cognitivo segundo Piaget.

De acordo com Gil (Apud SILVA; SANTOS. 2017. p. 13), “[...] a pesquisa

bibliográfica é desenvolvida com base em material já elaborado, constituído de livros

e artigos relacionados com o estudo em questão’’. Nessa perspectiva, conforme

proposta de Gil (2008), foram realizadas as seguintes etapas:

1ª Etapa - Fontes

Com o propósito de responder o problema de pesquisa, utilizaram-se as

seguintes fontes:

a) 6 (seis) livros, que apresentaram os estudos relacionados à ludicidade, ao

desenvolvimento cognitivo por meio de aulas lúdicas, todos no idioma

português, disponíveis na biblioteca virtual da Universidade Federal da Paraíba

(UFPB), publicados no período de 2012 a 2018;

b) 3 (três) monografias sobre a temática, acessados na biblioteca UFPB, nos

últimos 4 anos (2015 a 2018).

2ª Etapa – Análise e interpretação de dados

Nessa etapa, foi realizada uma leitura analítica, com a finalidade de ordenar e

sumariar as informações contidas nas fontes, de forma que possibilitasse a obtenção

de resposta da pesquisa.

3ª Etapa – Discussão dos Resultados

25

Categorias que ajudaram na etapa anterior foram analisadas e discutidas a

partir do referencial teórico relativo à temática de estudo como a Ludicidade e sua

contribuição no desenvolvimento da criança.

5 DISCUSSÃO

Com a realização desse estudo, pode-se observar que a ludicidade é

fundamental para o desenvolvimento das crianças do infantil. Essa se encontra

inserida na Base Nacional Comum Curricular (BNCC), na qual se assegura os seis

direitos da aprendizagem e desenvolvimento da criança, que são: conviver, brincar,

participar, explorar, expressar-se e conhecer-se.

"Os estudiosos da ludicidade dizem que o lúdico pode ajudar o professor a avaliar o aluno de maneira mais completa, observan­do-o pelas áreas cognitiva, afetiva, psicomotora e social. Sobre isso, Friedmann (1996, p. 70) diz que “o educador pode conhecer a realidade lúdica de seus alunos, seus interesses, necessidades, comportamentos, conflitos e dificuldades”. (DUPRAT, 2014, p.40)

As brincadeiras e jogos contribuem para o desenvolvimento cognitivo, pois, por

meio das atividades lúdicas e na interação entre elas, pode-se perceber como as

crianças conseguem aprender. A brincadeira é, portanto, parte fundamental na

aprendizagem, pois esse momento possibilita que as crianças exercitem todos os

seus direitos, estabelecendo contato com os campos de experiências como

protagonistas do seu desenvolvimento. Por isso, é fundamental que nessa faixa etária

se trabalhe o lúdico, pois quando a criança está brincando, desenvolve seus aspectos

social, pessoal e cultural.

O lúdico auxilia na coordenação motora, ajuda a criança a aprender a organizar

seus sentimentos e emoções. A ludicidade e o brincar fazem parte do mundo infantil.

Brincar independe de tempo, local ou objeto.

A brincadeira estimula a criança a criar, recriar e usar a sua imaginação,

tornando-a protagonista do seu conhecimento. Além disso, torna-se um momento

mais prazeroso de aprendizagem. Nesse sentido, desenhos, quebra-cabeça,

esconde-esconde, contação de histórias, entres outras, são atividades que

proporcionam o uso da imaginação e o desenvolvimento da aprendizagem. Com isso,

a criança se torna mais autônoma e criativa, e a aprendizagem se torna mais

significativa.

26

É por isso que, quando se fala sobre brincadeiras na escola, não se trata

apenas de espalhar brinquedos e jogos, mais de criar situações de aprendizagem que

proporcionem o desenvolvimento cognitivo das crianças.

Este estudo de revisão bibliográfica pretende sobretudo, contribuir com o

desenvolvimento cognitivo de crianças da Educação Infantil por meio das práticas

lúdicas nas vivências dos educandos.

Após as sessões de estudos, verificou-se que a ludicidade contribui no

desenvolvimento cognitivo da criança.

Para a categoria sobre a Ludicidade na Educação Infantil e sua contribuição,

foram criados os seguintes objetivos específicos: identificar as contribuições da

ludicidade e discutir a ludicidade para as crianças na educação infantil, percebe-se

que o lúdico estimula e favorece o processo de ensino-aprendizagem.

Desta forma, após a realização dos fundamentos teóricos e também de acordo

com os dados já apresentado e tendo como a pergunta da pesquisa: Quais as

contribuições e a importância da ludicidade para o desenvolvimento cognitivo de

crianças da Educação Infantil? Foi possível verificar:

Os materiais lúdicos favorecem as vivências mais prazerosas.

As vivências por meio da ludicidade possibilita o desenvolvimento

cognitivo, pois quando as crianças estão brincando, também estão

aprendendo, favorecendo as suas próprias descobertas.

A ludicidade permite a aquisição de novos conhecimentos.

O lúdico auxilia na aprendizagem.

A ludicidade contribui no desenvolvimento pessoal, social e cultural.

A ludicidade proporciona e facilita o processo de socialização,

comunicação, construção de conhecimento.

Desperta o interesse e a curiosidade.

A última categoria foi o desenvolvimento cognitivo segundo Piaget, destaca que

por meio do lúdico a criança se desenvolve, ela precisa brincar para crescer, bem

como os estímulos necessários em cada fase, diante disso constata-se que o lúdico é

um parceiro para promover o desenvolvimento cognitivo da criança na Educação

Infantil.

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A ludicidade deve então, estar presente nas vivências da criança, uma vez que

estimula o desenvolvimento cognitivo, favorece o seu processo de ensino-

aprendizagem.

O lúdico é, portanto, um instrumento necessário na vivência da criança.

A discussão foi dada a exatamente quais seriam as contribuições da ludicidade

para o desenvolvimento cognitivo, e por meio de estudos percebe-se o quão

necessário é.

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante do questionamento levantado em torno da “Contribuição e importância

da ludicidade para o desenvolvimento cognitivo de crianças na educação infantil’’,

constatou-se que as práticas por meio de ferramentas lúdicas promovem a aquisição

do conhecimento de forma mais eficaz e principalmente prazerosa.

Sendo assim, as teorias precisam ser aplicadas na prática, pois infelizmente o

brincar ainda é visto, em escolas brasileiras, como algo que não é levado a sério.

Diante disso, espera-se que os conteúdos abordados neste estudo possam colaborar,

de forma objetiva e concreta, para uma melhor compreensão da importância e da

contribuição que a ludicidade pode proporcionar para o desenvolvimento cognitivo de

crianças na Educação Infantil.

No primeiro capítulo, apresentou-se um breve histórico sobre o direito de

Educação adquirido para crianças da Educação Infantil, bem como leis e documentos

que asseguraram esse direito, que servem como suporte para os professores dessa

etapa.

No segundo capítulo, foram apresentados os estudos acerca da importância e

da contribuição da ludicidade para o desenvolvimento cognitivo das crianças da

Educação Infantil, por meio de estudos aprofundados de Jean Piaget. A partir desses,

constatou-se que a criança se desenvolve melhor por meio do contato com situações

lúdicas. E ainda, de acordo com Piaget, em cada fase da infância, é indispensável que

haja estímulos diferentes para que o processo de aquisição do conhecimento

aconteça de maneira mais satisfatório, sendo as atividades lúdicas formas de

promover.

Compreende-se a importância das aulas lúdicas para o desenvolvimento

cognitivo das crianças da educação infantil. Por meio da ludicidade, a criança

28

consegue assimilar melhor o conteúdo e o objetivo proposto pelo professor na aula,

sem falar que é mais prático e prazeroso para a criança adquirir o conhecimento dessa

forma, como nas brincadeiras descritas neste trabalho.

A primeira, “Encontre a tampa”, proporciona à criança a aquisição de

conhecimentos na área da matemática, tais como tamanho (grande e pequeno) e

formas (redondo, quadrado). Além disso, ideia sobre texturas (liso, áspero) e cores

dos objetos. Na segunda brincadeira, “Amarelinha”, a criança aprende a sequência

dos números, a ordem crescente desses, a identificar e reconhece-los. Além de

conteúdos relacionados à matemática, o português, que trabalharia o nome da

brincadeira e, a partir disso, identificar letras, como vogais. Enfim, percebe-se que por

meio da vivência lúdica, a aquisição do conhecimento acontece de maneira mais

satisfatória para a criança na Educação Infantil.

Esta pesquisa foi muito limitada por causa dos tempos difíceis que estão sendo

vivenciados por todas a humanidade, que é a Pandemia da Covid -19, um vírus que

vem assolando e fazendo milhares de vítimas por todos os lugares do mundo inclusive

no Brasil. Por esse motivo, não foi possível fazer coleta de informações nas escolas

e, em especial, no Infantil, para, por meio da observação, apresentar neste estudo os

êxitos que a ludicidade oferece quanto à aquisição do conhecimento.

Futuras pesquisas podem ser realizadas baseadas na problemática sobre as

Contribuições da ludicidade para o desenvolvimento cognitivo das crianças da

Educação Infantil. Acredita-se que pesquisas apresentadas por meio de revisões

bibliográficas conseguem corresponder ao tema deste trabalho pois na discussão

estão as contribuições que a Ludicidade proporciona.

29

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30

ENCONTRE A TAMPA. Portal Lunetas, 2017. Disponível em: https://lunetas.com.br/wp-content/uploads/2018/04/brincadeira-encontre-a-tampa-300x200.jpg.webp. Acesso em: 18 nov. 2020. RAU, Maria Cristina Trois Dorneles. A ludicidade na educação: uma atitude pedagógica. Curitiba: InterSaberes, 2012. RAU, Maria Cristina Trois Dorneles. Educação infantil: práticas pedagógicas de ensino e aprendizagem. Curitiba: InterSaberes, 2012. SAVIANI, Dermeval. A lei da educação: LDB: trajetória, limites e perspectivas. 13. ed. rev. atual. e ampl. Campinas: Autores associados, 2016. SILVA, Benedita da Conceição Mendes; SANTOS, Lilian de Jesus Marques. A Importância do Lúdico na Educação Infantil. Brasil Escola, 2017. Disponível em: https://monografias.brasilescola.uol.com.br/imprimir/16727. Acesso em: 18 nov. 2020.