Controle de estoques

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL ESCOLA DE ADMINISTRAÇÃO DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS Otávio Augusto Mendes GESTÃO DE ESTOQUES BASEADA EM ESTRUTURA GENÉRICA DE MATERIAIS Porto Alegre 2011

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Engenharia

Transcript of Controle de estoques

  • UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL

    ESCOLA DE ADMINISTRAO

    DEPARTAMENTO DE CINCIAS ADMINISTRATIVAS

    Otvio Augusto Mendes

    GESTO DE ESTOQUES BASEADA EM ESTRUTURA GENRICA DE

    MATERIAIS

    Porto Alegre

    2011

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    Otvio Augusto Mendes

    GESTO DE ESTOQUES BASEADA EM ESTRUTURA GENRICA DE

    MATERIAIS

    Trabalho de concluso de curso de graduao apresentado ao Departamento de Cincias Administrativas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, como requisito parcial para a obteno do grau de Bacharel em Administrao.

    Orientador: Prof. Eduardo Ribas Santos

    Porto Alegre

    2011

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    Otvio Augusto Mendes

    GESTO DE ESTOQUES BASEADA EM ESTRUTURA GENRICA DE

    MATERIAIS

    Trabalho de concluso de curso de graduao apresentado ao Departamento de Cincias Administrativas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, como requisito parcial para a obteno do grau de Bacharel em Administrao.

    Orientador: Prof. Eduardo Ribas Santos

    Conceito final:

    Aprovado em ........ de .............................de............. .

    BANCA EXAMINADORA

    ____________________________________________

    Prof. Dra. Denise Lindstrom Bandeira UFRGS

    ____________________________________________

    Orientador Prof. Dr. Eduardo Santos Ribas UFRGS

  • 4

    DEDICATRIA Dedico este trabalho aos meus pais e meu

    irmo que esperaram ansiosamente pelo encerramento dessa etapa em minha vida e a minha eterna amiga Simone e seu filho Rodrigo.

  • 5

    AGRADECIMENTOS

    Os meus agradecimentos vo para o professor Eduardo Ribas Santos que me

    acompanhou nessa breve jornada de concluso de curso, me transmitindo

    confiana, tranqilidade e conhecimentos valorosos.

    Aos meus pais pela educao, valores e suporte que me proporcionaram em

    todas as etapas de minha vida.

    Ao meu irmo e meus amigos que toleraram a minha ausncia e acima de

    tudo me apoiaram, cobraram e incentivaram a concluso do meu curso de

    graduao.

    Aos funcionrios da COMGRAD, especialmente ao Gustavo, pela pacincia,

    ateno e suporte que dedicou ao meu caso.

    E, por fim, agradeo e tambm solicito desculpas aos demais professores

    que, anos anteriores, se dispuseram a me orientar no trabalho de concluso e se

    viram abandonados no meio do caminho.

  • 6

    EPGRAFE

    Se as coisas so inatingveis... ora! No motivo para no quer-las... Que tristes os caminhos se no fora A mgica presena das estrelas! Mario Quintana

  • 7

    RESUMO

    Este trabalho tem por objetivo propor uma gesto de estoque baseada em

    uma Estrutura Genrica de Materiais, a fim de eliminar redundncias e possibilitar

    economias de escala nos pedidos de compra. Aps a definio do problema, foram

    analisados documentos tcnicos e montado o exemplo prtico para aplicao da

    soluo. Assim, foi possvel definir um modelo de aplicao para melhorar a

    eficincia da gesto de estoques da empresa.

    Palavras-chave: Estrutura Genrica de Materiais, Gesto de Estoque, Controle de

    Estoque.

  • 8

    LISTA DE ILUSTRAES

    Figura 1 Planejamento das necessidades de Materiais..........................................21

    Figura 2 Concepo do GBOM...............................................................................24

    Figura 3 Sistema de filtragem da bomba de combustvel.......................................30

    Figura 4 Estrutura Genrica de Materiais................................................................31

  • 9

    LISTA DE QUADROS

    Quadro 1 GBOM parcial de um lava-jato................................................................26

    Quadro 2 GBOM detalhado.....................................................................................28

  • 10

    LISTA DE SIGLAS

    MRP Material Requirement Planning

    MRP II Manufacturing Resources Planning

    ERP Enterprise Resources Planning

    BOM Bill of Materials

    GBOM Generic Bill of Materials

    LEC Lote Econmico de Compra

  • 11

    SUMRIO

    1 INTRODUO...........................................................................................12

    1.1 CARACTERIZAO DA ORGANIZAO................................................13

    1.2 DEFINIO DO PROBLEMA....................................................................14

    1.3 JUSTIFICATIVA.........................................................................................15

    1.4 OBJETIVOS...............................................................................................16

    1.4.1 Objetivo Geral............................................................................................16

    1.4.2 Objetivos Especficos.................................................................................16

    2 REFERENCIAL TERICO.........................................................................17

    2.1 ESTOQUES...............................................................................................17

    2.1.1 Conceito.....................................................................................................17

    2.1.2 Benefcios..................................................................................................17

    2.1.3 Custos........................................................................................................18

    2.1.4 Gesto de Estoques...................................................................................19

    2.1.5 Sistema de Controle de Estoques..............................................................20

    2.1.6 MRP (Material Requirement Planning).......................................................20

    2.1.7 MRP II e ERP (Enterprise Resource Planning)..........................................21

    2.2 LEC (Lote Econmico de Compra)............................................................22

    2.3 ESTRUTURA DE MATERIAIS (BOM Bill of Materials)...........................22

    2.3.1 Conceito.....................................................................................................22

    2.3.2 Importncia da Estrutura de Materiais.......................................................23

    2.3.3 Estrutura Genrica de Materiais (GBOM Generic Bill of Materials)........23

    3 DESENVOLVIMENTO...............................................................................27

    3.1 SITUAO PROBLEMTICA...................................................................27

    3.2 ABORDAGEM DO PROBLEMA................................................................28

    3.3 APLICAO DO GBOM NA ORGANIZAO..........................................28

    4 CONCLUSES..........................................................................................34

    REFERNCIAS..........................................................................................................35

  • 12

    1 INTRODUO

    A necessidade de um melhor planejamento e controle da Produo comeou

    a ganhar maior importncia com a expanso e desenvolvimento das organizaes

    do setor secundrio, sobretudo aps a Revoluo Industrial em meados do sculo

    XVIII.

    No ramo da aviao surgida ainda na primeira metade do Sculo XX, essa

    necessidade ganha uma importncia ainda maior devido a vrias peculiaridades

    presentes na sua concepo. Entre essas peculiaridades, destaca-se o rgido

    controle da segurana de vo que faz do avio o meio de transporte mais seguro do

    mundo. No entanto, esse alto padro de segurana exige tambm, um alto custo

    financeiro, pois na indstria aeronutica necessria mo-de-obra altamente

    qualificada, contnuo desenvolvimento tecnolgico e permanente controle de

    qualidade nos processos e recursos materiais empregados.

    A indstria aeronutica pode ser dividida em empresas fabricantes e

    empresas de manuteno, conhecidas como MRO (Maintenance, Repair e

    Overhaul). As fabricantes so mais tradicionais e conhecidas pela populao em

    geral e os seus maiores representantes so a americana Boeing e a europia

    Airbus. Contudo, esse trabalho de concluso de curso vai se focar em uma MRO, a

    TAP Manuteno e Engenharia Brasil.

    Uma empresa de manuteno aeronutica pode prestar servios de

    manuteno, reparo e reviso em um avio propriamente dito e tambm nos

    diversos componentes que o compe, desde que esteja devidamente certificada e

    autorizada para tanto. Assim, no h linhas de montagem como em uma fbrica de

    avies e a imprevisibilidade na necessidade de materiais torna-se um item crtico,

    exigindo uma inteligente e eficiente gesto de estoque.

    Esse trabalho visa propor uma poltica de gesto de estoques, a partir do

    emprego de uma estrutura genrica de materiais (GBOM Generic Bill of Materials),

    onde componentes de diferentes avies podem ser acomodados em uma nica

    estrutura de representao, sem que ocorra a redundncia das informaes. Esta

    abordagem para a gesto de estoques de materiais para manuteno ser ilustrada

    atravs do seu emprego para a anlise comparativa da lista de materiais do sistema

    de filtragem da bomba de combustvel de motores diferentes, pertencentes a avies

    de frotas diferentes, porm com similaridades em sua composio.

  • 13

    1.1 CARACTERIZAO DA ORGANIZAO

    A TAP Manuteno e Engenharia uma empresa estatal portuguesa com

    matriz em Lisboa, Portugal, que pertence ao Grupo TAP (Transportes Areos

    Portugueses) e atua no segmento de manuteno de avies.

    A unidade Brasil, possui mais de 80 anos de experincia e reconhecimento

    internacional herdados de sua controladora anterior, da qual se tornou independente

    em 2001. Atualmente, a empresa controlada pelo Grupo TAP Portugal desde

    novembro de 2005 e em janeiro de 2009 foi transformada em subsidiria e tambm

    passou a adotar o nome TAP Manuteno e Engenharia. A infra-estrutura fsica e

    tecnolgica construda e a gama de conhecimentos acumulados em tantos

    anos fazem da TAP M&E Brasil, uma das dez maiores empresas de manuteno,

    reparo e reviso geral de avies e componentes da atualidade, contando com cerca

    de 2.300 funcionrios distribudos em dois grandes Centros de Manuteno situados

    no Rio de Janeiro e em Porto Alegre.

    O objetivo da TAP M&E Brasil executar servios de engenharia e

    manuteno em avies e seus componentes, com elevado nvel de qualidade e

    pontualidade, com prazos e preos competitivos com o mercado internacional e em

    conformidade com os requisitos das autoridades aeronuticas, buscando exceder as

    expectativas de clientes e acionistas.

  • 14

    1.2 DEFINIO DO PROBLEMA

    A TAP Manuteno e Engenharia oferece uma grande variedade de servios

    a seus clientes, incluindo os de manuteno, reviso e reparo em diversos tipos de

    componentes, dos mais variados fabricantes. Ao longo do tempo, administrando o

    estoque de materiais que compe esses componentes, percebi que muitos desses

    materiais so comuns, apresentando redundncia ao comparar a estrutura de

    materiais de cada um respectivamente, apesar de utilizados em componentes de

    fabricantes, modelos, desenhos e conjuntos diferentes.

    Assim, por falta de comunicao entre o a Engenharia de Manuteno e o

    Planejamento e Compra de Material, a gesto do estoque futuro desses materiais

    comuns fica prejudicada, pois essa informao no levada em considerao

    gerando diversos prejuzos para a empresa como segue:

    1. Pode gerar um prejuzo financeiro ao impossibilitar economias de

    escala nos pedidos de compra;

    2. Pode gerar a falta do material no estoque e ocasionar um atraso no

    prazo de entrega do componente (lead time) com a conseqente perda

    de credibilidade diante do cliente e, dependendo da situao, at

    mesmo multa;

    3. A falta do material certamente ir agregar um custo extra no apenas

    no valor de mercado do material, mas tambm em todo o processo

    logstico.

  • 15

    1.3 JUSTIFICATIVA

    A grande variedade de componentes trabalhados, nas diversas oficinas da

    empresa, demonstra ter grande potencial para uma economia de escala na compra

    dos materiais que os compe. A viabilidade desse projeto possvel devido ao

    sistema integrado de gesto empresarial ERP (Enterprise Resource Planning) que a

    empresa dispe e que possibilitar a Engenharia de Manuteno, aps anlise

    tcnica de documentos, comunicar e informar a Central de Cadastro e ao

    Planejamento e Compra de Material a estrutura de materiais que compe os

    componentes.

    A recente crise e falncia da antiga controladora da atual TAP Manuteno e

    Engenharia Brasil afetou diretamente a empresa na poca, com perda de clientes,

    demisses e salrios atrasados. Hoje a empresa encontra-se em processo de

    reestruturao, mudando diversos hbitos nocivos do passado, entre eles o

    desperdcio, e adotando cada vez mais idias que proporcionem benefcios para a

    empresa.

    A possibilidade de gerar economia e agilidade para a empresa atravs de

    uma poltica inteligente de estoques, proporcionando economia de escala nos

    pedidos de compra a maneira que o setor de Planejamento e Compra de Material,

    que est diretamente relacionado a custos, tem de dar a sua colaborao para que a

    TAP Manuteno e Engenharia volte a ser saudvel e lucrativa.

  • 16

    1.4 OBJETIVOS

    1.4.1 Objetivo Geral

    O objetivo geral do trabalho propor uma poltica inteligente de estoque,

    integrando as reas de Engenharia de Manuteno e Planejamento e Compra de

    Material atravs da definio de uma Estrutura Genrica de Materiais (GBOM)

    utilizados na manuteno dos componentes.

    1.4.2 Objetivos Especficos

    1. Definir a ferramenta para abordar o problema de redundncia de

    materiais;

    2. Investigar como adaptar as aplicaes j desenvolvidas ao problema

    da empresa;

    3. Sugerir a integrao entre as reas envolvidas para a aplicao das

    abordagens desenvolvidas.

  • 17

    2. REFERENCIAL TERICO

    2.1 ESTOQUES

    2.1.1 Conceito

    Segundo Ballou (2001) estoques so acumulaes de matrias-primas,

    suprimentos, componentes, materiais em processos e produtos acabados que

    surgem em numerosos pontos do canal de produo e logstica das empresas.

    A necessidade da existncia de estoques em uma empresa deve-se a

    diferena que existe entre o tempo de demanda ou necessidade de um determinado

    material e o tempo de fornecimento ou atendimento desse material.

    Segundo Ballou (2011) o ideal seria a perfeita sincronia entre a oferta e a

    demanda, de maneira a tornar a manuteno de estoques desnecessria. No

    entanto, existe uma srie de variantes que impossibilitam essa sincronia perfeita,

    como a demanda futura e a disponibilidade a qualquer momento dos suprimentos

    necessrios a produo que acabam por exigir a manuteno de estoques.

    2.1.2 Benefcios

    Segundo Ballou (2011) existem vrias razes para se manter estoques como

    segue abaixo:

    1. Melhoram o nvel de servio. Estoques auxiliam e facilitam as funes

    de Marketing e Vendas diante de clientes que procuram uma

    disponibilidade imediata;

    2. Incentiva economias de produo em que custos unitrios de produo

    geralmente ocorrem para grandes lotes de fabricao com o mesmo

    tamanho.

  • 18

    3. Permitir economias de escala nas compras e no transporte. Grandes

    quantidades em pedido normalmente geram descontos e dilui os

    custos fixos, como o frete por exemplo.

    4. Proteo contra a alterao de preos. Compras podem ser

    antecipadas em funo do aumento previsto de preos.

    5. Proteo contra oscilaes na demanda ou no tempo de

    ressuprimento. Devido a imprevisibilidade da demanda e dos tempos

    de ressuprimento estoques so importantes para garantir a

    disponibilidade do produto.

    2.1.3 Custos

    Existem diversos tipos de custos inerentes ao estoque e os mais relevantes

    segundo Slack et al (1997) so os seguintes:

    1. Custos que diminuem com o aumento do pedido:

    (a) Custo de colocao do pedido. A colocao de um pedido envolve

    uma srie de processos onerosos para empresa e assim quanto

    menor a quantidade de pedidos menor o custo;

    (b) Custos de desconto de preos. Existe uma prtica comum por parte

    de fornecedores que o de proporcionar descontos para grandes

    quantidades e tambm a cobrana de custos extras por pequenas

    quantidades.

    (c) Custos de falta de estoque. Uma deciso errada em um pedido

    pode ocasionar a falta de estoque e por sua vez clientes internos e

    externos insatisfeitos e prejuzos com tempo ocioso e ineficincia

    de produo.

  • 19

    2. Custos que aumentam com o aumento do pedido:

    (a) Custos de capital de giro. Esse custo surge devido s diferenas

    entre o pagamento de fornecedores e o recebimento de

    consumidores.

    (b) Custos de armazenagem. So os custos relacionados

    armazenagem fsica dos materiais, que podem se tornar altamente

    onerosas devido as necessidades especiais de conservao de

    alguns tipos de materiais.

    (c) Custos de obsolescncia. Em contrapartida, a economia com

    descontos por grandes pedidos existe os custos por obsolescncia

    de materiais que devido ao tempo de estocagem podem se tornar

    obsoletos ou sofrer deteriorao.

    (d) Custos de ineficincia de produo. Neste ponto, altos nveis de

    estoque podem mascarar os problemas existentes dentro da

    produo.

    2.1.4 Gesto de Estoques

    A administrao dos estoques de uma empresa est ganhando cada vez mais

    importncia e chamando a ateno de seus gestores devido a grande soma de

    capital que so direcionados para a aquisio e manuteno do estoques. Assim,

    segundo Ballou (2011), para manter o nvel de servio ao cliente, assim como a

    operao eficiente das atividades de produo e distribuio procurando minimizar o

    investimento em inventrio fundamental uma boa gesto de estoques.

  • 20

    2.1.5 Sistemas de Controle de Estoque

    Segundo Slack et al (1997), gerir milhares de itens estocados, fornecidos por

    centenas de fornecedores se tornou uma tarefa dinmica e complexa para os

    gestores. Assim, faz-se necessrio o investimento em sistemas computadorizados

    de gerenciamento que possam lidar com essas particularidades dos conjuntos de

    circunstncias do controle de estoque.

    As funes mais comuns presentes nos sistemas de controle de estoque so:

    1. Atualizar os registros de estoque: Nessa funo, todo movimento de

    entrada e sada de material registrado, mantendo as informaes

    atualizadas de quantidades disponveis, bem como de quantidades

    utilizadas;

    2. Gerar registros de estoque: Nessa funo possvel verificar os

    valores dos materiais estocados de maneira que possibilite a

    verificao de desempenho do controle do mesmo;

    3. Prever: Nessa funo, o sistema vai prever a demanda futura de um

    material conforme a movimentao dos registros de estoque.

    4. Gerar pedidos: Nessa funo, o sistema vai informar quando um

    pedido dever ser criado e tambm a quantidade desse pedido.

    2.1.6 MRP (Material Requirement Planning)

    O MRP ou MRP I , segundo Peinado e Graeml (2007), uma tcnica que

    permite determinar as necessidades dos materiais que sero utilizados na Produo.

    Na essncia, o MRP um mecanismo de clculo atravs do lote econmico de

    compra, para o planejamento das necessidades de materiais para a produo,

    baseando-se em previses de demanda e nos nveis de estoque disponveis para

    funcionar.

    A grande quantidade e diversidade de materiais disponveis em estoques

    exigem o controle de um nmero muito grande de informaes sobre eles,

    envolvendo a determinao, com preciso, das quantidades e os tempos

  • 21

    necessrios para o atendimento das necessidades da Produo e portanto, o MRP

    normalmente a tcnica utilizada pelos sistemas de controle de estoque. De acordo

    com Slack et al (1997, p. 443).

    o MRP I permite que as empresas calculem quanto material de determinado tipo necessrio e em que momento. Para fazer isso, ele utiliza os pedidos em carteira, assim como uma previso dos pedidos que a empresa acha que ir receber. O MRP verifica, ento, todos os ingredientes ou componentes que so necessrios para completar estes pedidos, garantindo que sejam providenciados a tempo.

    Figura 1 Planejamento das necessidades de Material (Fonte: Slack et al.

    (1997)).

    2.1.7 MRP II e ERP (Enterprise Resource Planning)

    Os primeiros programas de MRP rodavam em computadores de grande porte

    que chegavam a trabalhar durante todo um final de semana para calcular as

    necessidades de materiais. O objetivo era determinar, com o auxlio de um sistema

    informatizado, quanto e quando os materiais seriam necessrios produo

    Carteira de Pedidos Programa-mestre de

    produo

    Previso de vendas

    Planos de materiais

    Lista de materiais

    Ordens de compra Ordens de trabalho

    Registros de estoque Planejamento das

    necessidades de

    materiais

  • 22

    planejada, sempre com um mnimo de estoque possvel. Com o desenvolvimento da

    informtica e o advento dos microcomputadores, o MRP, originalmente criado para o

    controle de materiais, foi naturalmente estendido para outras reas da empresa

    relacionadas a Produo. A partir desta ampliao de funcionalidade, o MRP passou

    a ser denominado Manufacturing Resouce Planning (Planejamento dos Recursos de

    Produo) e passou-se a se chamar MRP II.

    Os programas atuais, que evoluram a partir do MRP englobam todas as

    atividades de uma organizao, so programas mais completos e que se propem a

    integrar as diversas atividades da empresa, so denominados ERPS, sigla para

    Enterprise Resource Planning (Planejamento dos Recursos Empresariais) e

    justamente esse o programa utilizado pela TAPME Brasil.

    2.2 LEC (LOTE ECONMICO DE COMPRA)

    Os sistemas em MRP usam como base de clculo o LEC. Segundo Martins e

    Campos (2000), lote econmico de compra a quantidade que deve ser comprada

    para que o custo total de aquisio e de manuteno de estoques seja mnimo.

    2.3 ESTRUTURA DE MATERIAIS (BOM Bill of Materials)

    2.3.1 Conceito

    A estrutura de materiais, lista de materiais ou BOM (Bill of Material), como

    costuma ser chamada, onde esto listados todos os componentes, conjuntos e

    subconjuntos de um produto, assim como as relaes e quantidades entre eles na

    confeco do produto final.

  • 23

    2.3.2 Importncia da Estrutura de Materiais

    A estrutura de materiais uma das ferramentas fundamentais da produo,

    pois nela registram-se as informaes de produtos utilizadas por todos os setores e

    processos envolvidos na produo e por isso se torna essencial para a

    implementao de sistemas integrados como o ERP (Enterprise Resource Planning).

    A estrutura de materiais passa a agir como um elemento que gera integrao,

    uma vez que suas informaes so compartilhadas por quase todos os setores da

    empresa, como por exemplo, a engenharia de manuteno e o planejamento de

    material. No entanto, apesar do desempenho desses sistemas estar vinculado

    qualidade dessas informaes, muitas vezes as empresas no garantem que essas

    informaes estejam completas e precisas, prejudicando o desempenho e resultados

    desses sistemas.

    Portanto, segundo Zhang et al. (2005), cada componente ou tarefa podem ter

    os seus materiais discriminados em uma nica estrutura de materiais. Porm, ao se

    adotar essa filosofia em grande escala acaba-se criando uma enorme quantidade de

    redundncias e dificuldades na sua manuteno que exigem uma extenso do BOM

    que possa capturar as relaes internas entre os componentes incluindo as

    repeties ou redundncias e similaridades entre as suas variveis.

    2.3.3 Estrutura Genrica de Materiais (GBOM - Generic Bill of Materials)

    As empresas esto cada vez mais ampliando a variedade de opes de seus

    produtos e servios e a estrutura de materiais tradicional trata cada produto de

    maneira individual, gerando redundncias nas necessidades de materiais entre os

    produtos de uma mesma famlia. Para solucionar esse problema, a estrutura de

    produtos genrica foi projetada como uma extenso do BOM para descrever as

    estruturas de materiais para uma famlia de produtos em um nico modelo de dados

  • 24

    com o objetivo de evitar as redundncias de materiais e possibilitar uma viso mais

    clara de toda a estrutura do componente, possibilitando que se conhea o destino

    dos materiais no conjunto.

    Segundo Hegge & Wortmann (1991), assim como uma estrutura de materiais

    especfica descreve exatamente um produto, a estrutura de produtos genrica

    descreve a variedade de uma famlia de produtos. Ou seja, ao invs de se fazer uma

    estrutura de materiais para cada produto faz-se apenas uma estrutura genrica de

    materiais que representar toda a famlia. Na essncia, o GBOM representa uma

    famlia de componentes que compartilha BOM similares, como exemplificado na

    concepo da figura abaixo:

    Figura 2 Concepo do GBOM (Fonte: Zhang et al. (2005)).

    Conforme Zhang et al. (2005), uma GBOM pode ser definida atravs dos

    conceitos apresentados a seguir.

  • 25

    Uma GBOM de uma famlia de produto consiste de uma composio de itens,

    da relao entre a composio dos itens e restries conforme tabela 1. Um item

    pode ser um produto final, um subconjunto, uma pea manufaturada ou uma pea

    pronta (fornecida). Por exemplo, se a variedade da famlia origina-se de partes

    prontas, o projetista provavelmente dever levar em conta algum custo extra devido

    ao projeto, ou seja, um custo extra devido ao envolvimento de um nmero maior de

    fornecedores ou um preo mais alto devido a lotes pequenos, etc.

    Cada item que compe a estrutura do produto possui um conjunto de

    parmetros que o caracteriza, sendo que cada parmetro pode ter um conjunto de

    valores relacionados ao projeto da famlia do produto. Esses parmetros, que

    contm um conjunto de mltiplos valores possveis denominam-se variantes. Um

    item genrico aquele que tem pelo menos uma variante; no caso contrrio um

    item comum no projeto da famlia do produto.

    A relao parte/todo a principal relao entre um item e os itens que

    constituem as partes intermedirias do produto. Uma relao parte/todo inclui:

    Uma relao estrutural (Du et al., 2001 apud Zhang et al. (2005)) que

    indica se um item opcional na composio a qual pertence;

    A relao de quantidade que designa o nmero de unidades do

    componente necessrias para formar uma unidade do conjunto ao qual

    pertence o conjunto do componente (Hegge e Wortmann, 1991). Esta

    relao a mesma da estrutura do BOM tradicional.

    A relao de parmetro, que define relaes determinsticas entre

    valores de um parmetro de variantes de um item que designa um

    conjunto e as variantes de um item que parte desse conjunto. Essas

    relaes so de duas naturezas: herana ou funo. Um parmetro de

    um componente qualquer herda as caractersticas dos parmetros dos

    componentes definidos no nvel mais alto da hierarquia (pea pronta ou

    fornecida). Tambm possvel que a instncia do parmetro de um

    componente constitua uma funo definida a partir dos valores de

    parmetros de um item que o compe;

    Restries podem ser definidas entre parmetros de maneira a garantir

    que o projeto das variantes na famlia do produto seja consistente.

  • 26

    A seguir apresenta-se como exemplo a GBOM de um lava-jato:

    Outras variantes Nome do item

    Smbolo Tipo Qtd. Relao Estrutural

    Herana Nome

    Conjunto de Instncias

    Restries

    Lava-jato de alta presso

    M0 Produto final 1 No tem No tem Tamanho mini, normal no tem

    Barra de ajuste

    M1 Subconjunto 1 1 No tem Tamanho mini, normal no tem

    Punho M11 Subconjunto ou pea manufaturada

    1 1 M1, tamanho

    Material PP (transparente, translcido, opaco) madeira, alumnio

    Se material (madeira, alumnio) ento a cor (natural)

    Capa Com ou sem couro

    Cor Verde, amarelo, preto, branco, vermelho, natural

    Barra do Punho

    M12 Subconjunto ou pea manufaturada

    2 1 No tem Comprimento Fixa (customizada entre 40-120 cm), Ajustvel (30-60 cm; comprimento mximo: 60-130 cm)

    Se material (alumnio) ento a cor (natural); Se material (madeira); ento o comprimento (fixo)

    Cor Verde, amarelo, preto, branco, vermelho, natural

    Material PP (transparente, translcido, opaco) madeira, alumnio

    Forma Forma A, Forma B, Forma C

    Mangueira M2 Subconjunto ou pea manufaturada

    1 0 No tem Tamanho mini, normal Se material (ao inox) ento cor (natural)

    Cor Verde, amarelo, preto, branco, vermelho, natural

    Material PP (transparente, translcido, opaco) ao inox

    Carcaa M3 Subconjunto 1 1 M0, tamanho

    No tem No tem No tem

    . . . . . . . . .

    . . . . . . . . .

    . . . . . . . . .

    Motor M3111 Pea fornecida

    1 1 M311, tamanho

    Fora 2, 2.5, 3, 3.5 KW no tem

    Quadro 1 GBOM parcial de um lava-jato (Fonte: ZHANG et al.(2005)).

  • 27

    3 DESENVOLVIMENTO

    3.1 SITUAO PROBLEMTICA

    A TAP ME possui uma estrutura capaz de prestar manuteno em avies de

    todos os portes, tendo o seu foco em avies de mdio e grande porte utilizado pelas

    grandes companhias areas brasileiras e estrangeiras. Em paralelo a manuteno

    do avio propriamente dito, existe a manuteno dos componentes desses avies

    que so revisados e reparados nas diversas oficinas que a empresa dispe.

    Essa gama de servios envolve uma enorme diversidade de materiais

    envolvidos em seus processos e para realizar o controle e a gesto do estoque

    desses materiais, a partir de 2004, a empresa adotou o sistema de gerenciamento

    do tipo ERP para gerir no somente o seu estoque, mas tambm todas as demais

    reas da empresa. O planejamento de materiais para estoque ocorre desde ento

    baseado em MRP presente no ERP adotado pela empresa.

    Entretanto, o processo de reestruturao da empresa nos ltimos anos e a

    escassez de recursos financeiros vem forando o setor de planejamento de

    materiais a adotar a poltica do mnimo de investimento possvel em estoques. Essa

    situao nos levou a realizar projetos de manuteno especficos para avies que

    estejam com os seus contratos de manuteno devidamente confirmados e

    assinados pelos clientes. Nas oficinas, o processo semelhante, no entanto, ao

    invs de avies so componentes que devem ter suas ordens de servios

    previamente aprovadas pelo cliente para que o planejamento de materiais possa

    realizar a anlise e compra dos materiais necessrios.

    Contudo, esse modelo de trabalho adotado, apesar de satisfazer as

    necessidades eminentes de materiais, evita com que se realizem pedidos em um

    lote econmico de compra, pois ao se trabalhar as necessidades de materiais dos

    avies e componentes de maneira individual, as redundncias dessas necessidades

    tambm so tratadas de maneira individual e conseqentemente pedidos de compra

    redundantes so criados resultando em prejuzos financeiros.

  • 28

    3.2 ABORDAGEM DO PROBLEMA

    A soluo proposta para esse problema da redundncia de materiais e

    conseqentemente dos pedidos a aplicao do conceito de Lista Genrica de

    Materiais (GBOM) na origem de todo o processo.

    A aplicao do GBOM deve comear na Engenharia de Manuteno onde o

    mesmo deve ser criado atravs da anlise dos documentos tcnicos referentes aos

    avies e seus componentes. Aps a criao do GBOM, ele deve ser encaminhado

    para setor de Planejamento e Compra de Material para que o mesmo possa agregar

    essa informao ao gerir o estoque.

    O GBOM pode ser criado para os avies reunindo as necessidades de

    materiais das tarefas de rotina que constam nos manuais tcnicos de reviso de

    frotas diversas em uma nica estrutura a fim de evitar as redundncias. Dessa

    mesma maneira, pode-se reunir as necessidades de materiais dos componentes

    semelhantes pertencentes a uma mesma oficina.

    Assim, caber ao Planejamento de Materiais fazer a anlise das

    necessidades atravs da GBOM e assim criar lotes econmicos de compra e

    propiciar economia de escala para a empresa.

    3.3 APLICAO DO GBOM NA ORGANIZAO

    Para aplicar a GBOM, conforme definida por Hegge e Vortmann (1991) e

    Zhang et al. (2005), uma adaptao ao contexto da manuteno de avies foi

    necessria.

    Primeiramente, todos os materiais mantidos em estoque referem-se a itens

    que so fornecidos por terceiros, ou seja, o parmetro tipo de item (produto final,

    subconjunto, pea pronta ou pea fornecida) tem sempre o valor de pea fornecida.

    Este parmetro conseqentemente no necessrio no contexto do servio de

  • 29

    manuteno dos avies. Eventualmente, alguns materiais podem ser

    confeccionados pela TAPME, porm, no podem ser estocados.

    Devido a questes de certificao e controle para rastreamento, todos os

    materiais mantidos em estoque tm uma identificao prpria que est diretamente

    relacionada ao seu uso em cada modelo de avio e seu fabricante,

    conseqentemente o part number do item est associado ao avio, seu modelo e

    seu fabricante. Em decorrncia deste fato, os subconjuntos no herdam os

    parmetros de uma pea pronta ou pea fornecida, uma vez que estas ltimas tm

    uma parametrizao dedicada a cada modelo de avio e fabricante.

    As variantes, portanto, reduzem-se ao modelo do avio e seu fabricante. As

    instncias de uma variante referem-se ao modelo do avio e seu fabricante. Porm,

    uma vez que cada part number est diretamente associado ao modelo de avio e

    seu fabricante, cada part number deve estar relacionado a uma estncia da variante.

    Para isso foram criadas trs classes que descrevem a origem dos

    componentes e os seus destinos:

    1. Comum: o part number pode ser utilizado em qualquer um dos

    elementos do conjunto das instncias da variante.

    2. Genrico: o part number s pode ser utilizado em um dos elementos do

    conjunto das instncias da variante.

    3. Semi-genrico: um conjunto de part numbers diferentes podem ser

    utilizados indiferenciadamente em apenas uma instncia do conjunto

    de instncias.

    Para tal, foram criados grupos de part numbers que designam os conjuntos de

    part numbers pertencentes a cada uma das classes acima.

    A aplicao do GBOM na empresa vai utilizar como exemplo o sistema de

    filtragem da bomba de combustvel (Figura 3) de dois avies de modelos distintos,

    um Boeing 737-300 e um Boeing 737-800.

  • 30

    Figura 3 Sistema de filtragem da bomba de combustvel

    (Fonte: 737-800 Ilustrated Parts Catalogue).

    Aps a anlise dos manuais tcnicos de ambos os avies, os materiais foram

    relacionados em itens de acordo com a sua funo no conjunto, representados por

    um smbolo, Assim, podemos montar a Estrutura Genrica de Materiais do sistema

    de filtragem da bomba de combustvel agregando os dois sistemas de filtragem da

    bomba de combustvel em apenas uma nica estrutura.

  • 31

    Figura 4 Estrutura Genrica de Materiais (Fonte: Zhang et al. (2005)).

    Dessa forma, o item representado por seu respectivo smbolo, pode ser

    composto por um part number ou um grupo de part numbers, com a variante modelo

    de avio e separados em trs classes de acordo com a sua aplicabilidade no

    conjunto de instncias da variante: comum, genrico e semi-genrico. Assim, foi

    possvel a criao de uma tabela com a GBOM detalhada como segue abaixo:

    VARIANTES

    NOME DO ITEM SMBOLO GRUPO DE PART NUMBER

    PART NUMBER QTD. CLASSE NOME

    CONJUNTO DE

    INSTNCIAS CONJUNTO BOMBA DE COMBUSTVEL

    M0

    BOMBA DE COMBUSTVEL PPD

    M1 M1A 708300-6 1 SEMI-GENRICO AVIO B737-300

    708600-7 1 SEMI-GENRICO AVIO B737-300

    M1B 828300-5 1 GENRICO AVIO B737-800

    SISTEMA DE FILTRAGEM

    M2

    CONJUNTO DA TAMPA

    M21

    TAMPA PPD M211 219819 1 COMUM

    ELEMENTOS DE FIXAO

    M212

    CONJUNTO 1 M2121

    DRENO M21211 MS9954-06 1 COMUM

  • 32

    ARRUELA M21212 M21212A M25988-1-906 1 GENRICO AVIO B737-300

    M21212B AS3208-06 1 GENRICO AVIO B737-800

    M83248-1-906 1 GENRICO AVIO B737-800

    CONJUNTO 2 M2122

    PARAFUSO M21221 M21221A J644P23A 1 COMUM

    AS3237-24 1 COMUM

    M21221B AS3237-16 1 GENRICO AVIO B737-800

    ARRUELA M21222 M21222A NAS1149E0463R 1 COMUM

    MS9320-10 1 COMUM

    M21222B AN960-416L 1 GENRICO AVIO B737-300

    CONJUNTO 3 M2123

    ARRUELA M21231 PH030035W4 1 COMUM

    NAS1727-4W 1 COMUM

    PORCA M21232 NAS1727-4N 1 COMUM

    PH030035N4 1 COMUM

    CONJUNTO 4 M2124

    PARAFUSO M21241 M21241A 219818-1 5 COMUM

    219818-2 5 COMUM

    ARRUELA M21242 NAS1149E0463R 5 GENRICO AVIO B737-300

    MS16632-4031 5 GENRICO AVIO B737-800

    CONJUNTO 5 M2125

    PORCA M21251 AS3066-10 5 COMUM

    ARRUELA M21252 NAS1149E0463R 5 COMUM

    CONJUNTO DO ELEMENTO FILTRANTE

    M22

    ELEMENTO FILTRANTE

    M221 M221A 218134 1 COMUM - -

    ACB006F2474Y6 1 COMUM - -

    ACC462F2038M 1 COMUM - -

    CA01962B 1 COMUM - -

    CH0697101552N00 1 COMUM - -

    M221B 217415 1 SEMI-GENRICO AVIO B737-300

    ACB006F2474Y3 1 SEMI-GENRICO AVIO B737-300

    C8205 1 SEMI-GENRICO AVIO B737-300

    R9W2135 1 SEMI-GENRICO AVIO B737-300

    M221C 218883 1 SEMI-GENRICO AVIO B737-800

    ACC331F2038 1 SEMI-GENRICO AVIO B737-800

    JUNTAS DE VEDAO

    M222 M222A 215172 1 COMUM - -

    GRS118SPK 1 COMUM - -

    M83248-1-123 2 COMUM - -

    M222B M25988-1-156 1 GENRICO AVIO B737-300

    M222C AS3209-156 1 GENRICO AVIO B737-800

    Quadro 2 GBOM detalhado

    A montagem da estrutura genrica de materiais da figura 4, bem como da

    GBOM detalhada do quadro 2, comeou com a anlise dos documentos tcnicos

  • 33

    relacionados ao sistema de filtragem da bomba de combustvel de avies de um

    mesmo fabricante, mas com modelos diferentes e conseqentemente motores

    diferentes tambm, no exemplo, dois Boeing modelos B737-300 e B737-800, ambos

    de uso comum pelas companhias areas brasileiras. Esses documentos forneceram

    a figura e os itens com part number, descrio e quantidade.

    Para a montagem do GBOM da figura 4, foi feita a anlise dos itens e suas

    descries com base nas funes de cada um desses itens. Assim, o conjunto maior

    da bomba de combustvel foi estratificado em dois subconjuntos: Bomba de

    combustvel propriamente dita e sistema de filtragem. O sistema de filtragem por sua

    vez foi estratificado em outros dois subconjuntos, da tampa e seus elementos de

    fixao e do elemento filtrante e seus elementos de vedao. Nos elementos de

    fixao, em especial, os itens foram divididos em cinco conjuntos de acordo com a

    posio e funo de fixao de cada conjunto no todo.

    Para a montagem do GBOM detalhado da tabela 2, foi utilizado como base a

    tabela 1 e a estrutura criada na figura 4, no entanto foram necessrios alguns

    ajustes para adequar as necessidades da manuteno de avies.

    Foram mantidas as colunas, nome do item, discriminados nos documentos

    tcnicos assim como a quantidade, smbolo (adotando o exemplo do quadro 1),

    nome da variante que no exemplo adotado ser avio e o conjunto das instncias

    que vai se referir aos modelos dos avies em questo.

    Foram adicionadas: a coluna part number conforme informado nos

    documentos tcnicos, a coluna grupo de part numbers para itens que possuem mais

    de um part number relacionados nos documentos tcnicos sendo representado

    atravs de uma extenso da coluna smbolo e a coluna classe para descrever a

    origem e o destino dos itens de acordo com os elementos de conjuntos de

    instncias.

    Foram removidas: a coluna tipo de item, pois na TAPME so utilizadas

    apenas peas prontas ou fornecidas no proporcionando varivel para esse

    parmetro, a coluna relao estrutural e de herana devido aos itens possurem part

    numbers que no possuem relao de herana com os demais conjuntos e sim com

    a variante avio.

  • 34

    4 CONCLUSES

    O atual modelo de gesto de estoques adotado na TAPME Brasil, atravs do

    planejamento e anlise individual dos projetos de trabalho a serem executados, seja

    na reviso de um avio ou apenas de um componente especfico, torna o ambiente

    na empresa propcio para a sugesto e adoo de novas maneiras de gerir e

    controlar os estoques.

    Assim, o modelo adotado por esse trabalho de concluso de curso, teve por

    objetivo propor uma fonte de informaes que agregue valor para uma gesto

    inteligente dos estoques, a fim de evitar as redundncias nas necessidades de

    materiais e conseqentemente na criao de pedidos que esto acontecendo no

    setor de Planejamento e Compra de Materiais. Essas redundncias de necessidades

    e pedidos geradas acabam por descaracterizar o lote econmico de compra imbudo

    dentro do MRP utilizado pelo ERP da empresa.

    O GBOM mostrou-se uma eficiente fonte de informaes a respeito dos

    materiais, demonstrando as origens e destinos dos mesmos. Tambm mostrou-se

    eficaz ao suprir as redundncias e agreg-las em uma nica estrutura de materiais,

    gerando uma nica necessidade.

    Portanto, diante dessas novas possibilidades proporcionadas pelo GBOM, vai

    caber ao Planejamento de Materiais em conjunto com a Engenharia de Manuteno

    utilizar o GBOM como uma importante ferramenta no processo de aprimoramento da

    gesto de estoques da TAPME Brasil.

  • 35

    REFERNCIAS

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