Cooperação Sul-Sul: conceito, história e marcos interpretativos.

2
Apresentação nº1: Gianluca Elia. Titulo do Artigo: Cooperação Sul-Sul: conceito, história e marcos interpretativos. Autora do artigo: Iara Costa Leite. Pergunta: A cooperação Sul-Sul (CSS) possui características próprias, que a diferencia das relações tradicionais Norte- Sul e Norte-Norte? Objetivo: Tentar dar sentido à multiplicidade de eventos classificados como CSS. Considerações finais: Costa Leite acredita que as relações Sul-Sul possuem características próprias, sendo talvez na CSS a mais relevante delas a confiança criada por uma percepção de maior horizontalidade nessas relações, e portanto de maior disposição na troca de aprendizado. Teoria: Segundo Costa Leite as hipóteses, circunscritas a áreas e subáreas específicas, parecem limitadas em escopo, a cooperação é um tema que não é objeto de teorias abrangentes. A autora observa lacunas na abordagem dependentista e tenta supri-la com reflexões oriundas de outras teorias. Para suprir a lacuna sobre uma definição unívoca e clara de cooperação, a autora revisita e sistematiza trabalhos da Psicologia e da Sociologia que se dedicaram ao tema, tomando como ponto de partida a definição de cooperação 1 de Marwell e Schmitt 2 . Metodologia: Costa Leite toma como base metodológica os trabalhos de Gerring 3 (2001) e Goertz 4 (2005), embora a autora admita de não ter aplicado toda a metodologia de formação de conceitos proposta por estes autores. Costa Leite embora achamos que aplique bem esta metodologia se limita a citar a fonte sem apresentar a metodologia que diz de usar, e nem as conexões entre os dois autores, por isso citamos uma aporte de Thomas Craig 5 para entender melhor esta metodologia: na tarefa de formular um desenho de pesquisa, o framework de Gerring permite de contextualizar o argumento de Goertz. Gerring revisa a literatura sobre a 1 Um conjunto de relações entre comportamentos e suas consequências, sendo os seus dois elementos básicos: o comportamento voltado para objetivos; e a existência de recompensas para cada uma das partes envolvidas. 2 MARWELL, Gerald; SCHMITT, David R. (1975). Cooperation. An experimental analysis. New York, San Francisco, London: Academic Press. 3 GERRING, John (2001). Social science methodology: a criterial framework. Cambridge: Cambridge University Press. 4 GOERTZ, Gary (2005). Social science concepts: a user’s guide. Princeton: Princeton University Press 5 CRAIG W. Thomas. Social Science Concepts: A User’s Guide Review.The Journal of Politics, Vol. 70, No. 1 (January 2008), pp. 287-289

description

fichamento

Transcript of Cooperação Sul-Sul: conceito, história e marcos interpretativos.

Apresentao n1: Gianluca Elia. Titulo do Artigo: Cooperao Sul-Sul: conceito, histria e marcos interpretativos. Autora do artigo: Iara Costa Leite. Pergunta: A cooperao Sul-Sul (CSS) possui caractersticas prprias, que a diferencia das relaes tradicionais Norte-Sul e Norte-Norte? Objetivo: Tentar dar sentido multiplicidade de eventos classificados como CSS. Consideraes finais: Costa Leite acredita que as relaes Sul-Sul possuem caractersticas prprias, sendo talvez na CSS a mais relevante delas a confiana criada por uma percepo de maior horizontalidade nessas relaes, e portanto de maior disposio na troca de aprendizado. Teoria: Segundo Costa Leite as hipteses, circunscritas a reas e subreas especficas, parecem limitadas em escopo, a cooperao um tema que no objeto de teorias abrangentes. A autora observa lacunas na abordagem dependentista e tenta supri-la com reflexes oriundas de outras teorias. Para suprir a lacuna sobre uma definio unvoca e clara de cooperao, a autora revisita e sistematiza trabalhos da Psicologia e da Sociologia que se dedicaram ao tema, tomando como ponto de partida a definio de cooperao[footnoteRef:1] de Marwell e Schmitt[footnoteRef:2]. [1: Um conjunto de relaes entre comportamentos e suas consequncias, sendo os seus dois elementos bsicos: o comportamento voltado para objetivos; e a existncia de recompensas para cada uma das partes envolvidas.] [2: MARWELL, Gerald; SCHMITT, David R. (1975). Cooperation. An experimental analysis. New York, San Francisco, London: Academic Press.]

Metodologia: Costa Leite toma como base metodolgica os trabalhos de Gerring[footnoteRef:3] (2001) e Goertz[footnoteRef:4] (2005), embora a autora admita de no ter aplicado toda a metodologia de formao de conceitos proposta por estes autores. Costa Leite embora achamos que aplique bem esta metodologia se limita a citar a fonte sem apresentar a metodologia que diz de usar, e nem as conexes entre os dois autores, por isso citamos uma aporte de Thomas Craig[footnoteRef:5] para entender melhor esta metodologia: na tarefa de formular um desenho de pesquisa, o framework de Gerring permite de contextualizar o argumento de Goertz. Gerring revisa a literatura sobre a formao de conceitos, e adverte sobre o perigo do ato de escolher uma coisa em detrimento de outra (trade-off) na formao do conceito, e portanto quais seriam os critrios para que este erro seja evitado, dado que este erro poderia ter maiores implicaes no desenho de pesquisa. Goertz explicitamente escolhe alguns dos oitos critrios de Gerring, seguindo suas preocupaes com as propriedades ontolgicas e positivistas e no lingusticas dos conceitos (ressonncia ou familiaridade e gama contextual), estes critrios seriam: a validade (pela sua viso ontolgica dos conceitos), a operacionalidade (pela sua orientao emprica), a utilidade analtica, (utilidade dentro de um especifico contexto ou desenho de pesquisa) a utilidade de campo (utilidade dentro de um campo de termos estreitamente relacionados). A autora elenca alm de empecilhos tcnicos e polticos para a incorporao dos padres utilizados pela Organizao para a Cooperao e DesenvolvimentoEconmico (OCDE), enormes empecilhos para a operacionalizao da CSS, dificuldade de medir fluxos no oficiais de cooperao, e at inexistncia, no caso dos pases em desenvolvimento, de bases nacionais para contabilizao de iniciativas oficiais ou de critrios compartilhados a respeito dessa contabilizao. Ela mapeia os diferentes conceitos de CSS para achar um mnimo denominador comum, em seguida traa uma breve historia da CSS, para captar a multiplicidade dos sentidos englobados nos conceitos e achar convergncias. A autora afirma que o nico consenso sobre CSS a referencia a dinmicas envolvendo pases em desenvolvimento, existem definies dispares ate dentro de uma mesma organizao e a palavra cooperao as vezes trocada por outra palavra como colaborao. Porem, embora opte por uma nica definio de colaborao, talvez no caso por ela reportado, este seria mais um critrio de trade-off lingustico, que Goertz no teria utilizado. [3: GERRING, John (2001). Social science methodology: a criterial framework. Cambridge: Cambridge University Press. ] [4: GOERTZ, Gary (2005). Social science concepts: a users guide. Princeton: Princeton University Press] [5: CRAIG W. Thomas. Social Science Concepts: A Users Guide Review.The Journal of Politics, Vol. 70, No. 1 (January 2008), pp. 287-289]