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Coordenador Executivo do AfroReggae

José Júnior

Coordenadora Executiva do Consórcio Social Travessia

Naira Pereira

Técnicos do Consórcio Social Travessia

Ana Cristina Silva

Ana Pinheiro

Bruna Cruz

Ellen Barroso

Isabelle Feitosa

Luciano Marques

Mariana Uchôa

Naira Pereira

Rodrigo Salgueiro

Diagramação

Luiz Adrien

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SUMÁRIO

1 –APRESENTAÇÃO

2 – FEVEREIRO/MARÇO

• Envio da carta convite às cidades pré-selecionadas

• Primeira Oficina de Trabalho na cidade do Rio de Janeiro

3 – ABRIL

• Primeira visita à cidade

• Assinatura do Termo de Adesão ao Consórcio Social Travessia

• Seleção das escolas e Centros de Referência de Assistência Social (CRAS)

• Roda de conversa com trabalhadores do Sistema Único da Assistência Social

(SUAS)

• Primeiras auto-avaliações

4 – MAIO

• Primeira reunião integrada por meio de estudos de casos. “Sou professora

mas não aguento mais dar aulas. Posso parar de ensinar?”

• Indicação de equipamentos para melhoria do trabalho desenvolvido nas

escolas/CRAS

• Devolutiva das primeiras auto-avaliações com professores e trabalhadores do

SUAS

• Preenchimento do Plano Individual de Capacitação (PIC)

• Segunda reunião integrada por meio de estudo de casos. “A escola tá um

saco. Posso largar os estudos?”

5 – JUNHO

• Segunda oficina de trabalho na cidade do Rio de Janeiro

• Preenchimento dos instrumentos para mapeamento da rede socioassistencial

• Terceira reunião integrada por meio de estudos de casos. “Posso fazer justiça

com as próprias mãos?”

• Capacitação para aplicação do IPM e classificação do Risco Social Familiar

• Oficinas Culturais do Grupo Cultural AfroReggae

• Preenchimento do Papo Reto com professores, trabalhadores do SUAS,

articuladores/facilitadores municipais, técnicos e coordenadores do

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Consórcio Social Travessia

• Entrega dos equipamentos para melhoria do trabalho desenvolvido nas

escolas/CRAS

6 – JULHO

• Aplicação do IPM e classificação do Risco Social Familiar

• Avaliação dos técnicos do Consórcio Social Travessia

7 – AGOSTO

8 – SETEMBRO

9 – CONSIDERAÇÕES FINAIS E RECOMENDAÇÕES

10 – LISTA DE ANEXOS

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APRESENTAÇÃO

O Consórcio Social Travessia (ANEXO I), parceria entre o Grupo Cultural AfroReggae e a

Construtora Norberto Odebrecht, surgiu com o objetivo de auxiliar na organização da gestão

social de dez municípios de Pequeno Porte I, ou seja, com até 20.000 habitantes, do Estado do

Rio de Janeiro, com IDHM-Educação (Índice de Desenvolvimento Humano Municipal –

componente Educação) baixo (inferior a 0,6), por meio da promoção da articulação entre

Educação, Assistência Social e demais políticas públicas de atendimento à população.

As dez cidades fluminenses selecionadas pelo Consórcio Social Travessia foram:

O Consórcio Social Travessia parte do princípio de que a situação educacional do estudante

também é influenciada por fatores sociais que interferem em seu rendimento. Por isso, a

necessidade da escola em se aproximar da realidade dos estudantes e suas famílias,

compreendendo-os como sujeitos diversos e multidimensionais, possibilitando assim a

construção conjunta de alternativas geradoras de impacto nos indicadores educacionais. Nessa

perspectiva e por meio dos eixos e formas de atuação descritas a seguir, o Consórcio tem

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como objetivo a proposição de investimentos em formação continuada, capacitação e oferta

de equipamentos para que os educadores elaborem novas práticas pedagógicas e provoquem

a melhoria dos processos de ensino-aprendizagem, bem como a aplicação de metodologias

inovadoras que possibilitarão o aumento da frequência escolar e o interesse dos estudantes

pelo processo educacional formal.

Eixos de atuação do Consórcio Social Travessia:

a) Aperfeiçoamento, melhoria e articulação da gestão social nos municípios;

b) Aperfeiçoamento e melhoria do Sistema Único da Assistência Social (SUAS) nos

municípios;

c) Aperfeiçoamento e melhoria do Sistema de Vigilância Social dos municípios;

d) Aperfeiçoamento dos serviços destinados aos cidadãos por meio de capacitações dos

técnicos públicos responsáveis;

e) Apoio e elaboração de novas práticas pedagógicas para a melhoria dos processos de

ensino-aprendizagem;

f) Apoio e elaboração de metodologias inovadoras para o aumento da frequência

escolar;

g) Apoio ao processo de captação de parcerias e recursos para o projeto;

h) Apoio a pequenas melhorias nas condições físicas de escolas e CRAS;

i) Mobilização comunitária.

Formas de atuação:

a) Produção de diagnóstico dos serviços e equipamentos sociais existentes no município;

b) Identificação das privações sociais vivenciadas pelas famílias por meio do Risco Social

Familiar;

c) Elaboração de matriz cruzando as demandas (privações) das famílias e os serviços

existentes nos municípios de forma a identificar: (1) os serviços que a rede é capaz de

atender e (2) os serviços que a rede não é capaz de atender;

d) Ativação, articulação e apoio dos Conselhos de Acompanhamento de Resultados com a

participação de atores estratégicos, como: equipamentos da rede local, escolas,

famílias, associações de moradores, Ministério Público e Defensoria Pública;

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e) Acompanhamento de forma prioritária das famílias em Risco Social 4 e 5;

f) Implantação de metodologia de avaliação social para aferição dos resultados dos

serviços na vida das famílias;

g) Apoio aos municípios na captação, aplicação e prestação de contas (transparência) do

uso de recursos por meio de capacitações;

h) Elaboração de diagnóstico dos indicadores educacionais das escolas;

i) Elaboração e organização de processos e práticas pedagógicas em parceria com os

professores;

j) Realização de acompanhamento sistemático das taxas de frequência nas escolas;

k) Realização de simulados da “Prova Brasil” ou similares em comum acordo com o

município e a Odebrecht para aferição da aprendizagem dos alunos;

l) Garantia de que as escolas e CRAS tenham conectividade à internet;

m) Produção de materiais informativos para a capacitação dos trabalhadores e

sensibilização comunitária de temas como evasão escolar, abuso e exploração sexual,

saúde, preconceito e discriminação sexual;

n) Garantia de que os professores tenham equipamento individual para acesso à internet

(notebook);

o) Realização de seminários de capacitação e integração com trabalhadores do CRAS e

professores;

p) Ativação, articulação e apoio a grupos integrados de estudos entre os trabalhadores

do CRAS e professores dos municípios;

q) Integração do Projeto “Na Realidade” ao Consórcio Social Travessia para a realização

de capacitações on-line;

r) Construção dos Planos Individuais de Capacitação de professores e técnicos do CRAS.

Os planos serão elaborados pelos trabalhadores com o apoio dos técnicos de

referência dos municípios e avaliados pelo Consórcio em conjunto com os municípios;

s) Realização de avaliações sistemáticas e periódicas das ações e dos técnicos de

referência dos municípios.

Este relatório sistematiza e registra a memória do Consórcio Social Travessia na cidade

fluminense de Areal, por meio da descrição das atividades correspondentes aos meses de

março a setembro de 2015; disponibilizando à cidade os instrumentos utilizados para o

levantamento de informações e o banco de dados coletado, bem como materiais utilizados no

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decorrer do trabalho realizado pela técnica de referência em conjunto com as equipes locais.

Cabe ressaltar que a técnica de referência manteve rotina semanal de visitas, sem

rotatividade, como forma de estabelecer vínculo longevo com os profissionais participantes e

fortalecer a rotina das atividades propostas. Este apresenta ainda os resultados das atividades

desenvolvidas e propõe recomendações a partir da análise destas inferências.

Município População IDH-M Educação (2010) % de extremamente

pobres (2010)

Areal 11.374 0,566 3.44%

Fonte: Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil 2013 (PNUD / FUNDAÇÃO JOÃO PINHEIRO / IPEA)

O município, ao observar esta memória, poderá avaliar o legado e as contribuições do

Consórcio Social Travessia localmente e elaborar estratégias para o aperfeiçoamento do

trabalho já desenvolvido, principalmente, pelas redes de educação e assistência social, focos

prioritários desta iniciativa.

Como forma de organização e de acordo com a tabela de atividades descrita a seguir,

dividiremos o relatório por meses e anexaremos ao final os instrumentos e demais

documentos correspondentes às atividades realizadas. Também apresentaremos um quadro

com a sistematização das atividades realizadas pelo Consórcio com a respectiva carga horária e

número de participantes.

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Atividades Mar

ço

Abr

il

Mai

o

Junh

o

Julh

o

Ago

sto

Sete

mbr

o

Out

ubro

Nov

embr

o

Envio da carta convite às cidades pré – selecionadas (ANEXO II)

Primeira oficina de trabalho na cidade do Rio de Janeiro (ANEXO III)

Primeira visita à cidade

Apresentação do Termo de Adesão ao Consórcio Social Travessia (ANEXO IV)

Seleção das Escolas e CRAS beneficiários

Roda de conversa com professores e trabalhadores do Sistema Único da Assistência Social (SUAS)

Primeiras auto-avaliações (ANEXO V)

Primeira reunião integrada por meio de estudos de casos (ANEXO VI)

Identificação dos equipamentos necessários para melhoria do trabalho desenvolvido nas escolas/CRAS

Devolutiva das primeiras avaliações com professores e trabalhadores do SUAS

Preenchimento do Plano Individual de Capacitação – PIC (ANEXO VII)

Segunda reunião integrada por meio de estudos de casos (ANEXO VIII)

Segunda oficina de trabalho na cidade do Rio de Janeiro (ANEXO IX)

Preenchimento dos instrumentos para mapeamento da rede socioassistencial (ANEXO X)

Terceira reunião integrada por meio de estudos de casos (ANEXO XI)

Capacitação para aplicação do Índice de Pobreza Multidimensional –IPM (ANEXO XII) e classificação do Risco Social Familiar (ANEXO XIII)

Oficinas culturais do Grupo Cultural AfroReggae

Preenchimento do “Papo Reto” com professores, trabalhadores do SUAS, articuladores/facilitadores municipais, técnicos das cidades e coordenadores do Consórcio Social Travessia (ANEXO XIV, XV, XVI, XVII, XVIII)

Entrega de equipamentos para melhoria do trabalho desenvolvido nas escolas/CRAS (ANEXO XIX)

Aplicação do IPM e classificação do Risco Social Familiar

Avaliação dos técnicos do Consórcio Social Travessia (ANEXO XX)

Entrega de equipamentos para melhoria do trabalho desenvolvido nas escolas/CRAS

Elaboração dos relatórios finais

Devolutiva das atividades do Consórcio Social Travessia e entrega do Relatório Final

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FEVEREIRO / MARÇO

Atividades desenvolvidas:

• Envio da carta convite às cidades pré-selecionadas (ANEXO II);

• Primeira Oficina de Trabalho na cidade do Rio de Janeiro (ANEXO III).

Na Primeira Oficina de Trabalho, os gestores das cidades pré-selecionadas contextualizaram as

características e estruturas de seus municípios e conheceram os objetivos e a proposta do

Consórcio Social Travessia. Os participantes debateram e tiraram dúvidas acerca das etapas

seguintes do encontro, com foco na interação entre os técnicos de referência das cidades e

agendamento das primeiras visitas.

ATIVIDADES CAPACITAÇÃO PARTICIPAÇÕES

Primeira oficina de trabalho na cidade do Rio de Janeiro 8 1

Primeira visita à cidade

Apresentação do Termo de Adesão ao Consórcio Social Travessia

Seleção das Escolas e CRAS 6 3Roda de conversa com professores e trabalhadores do Sistema Único daAssistência Social (SUAS)Primeiras avaliações

Primeira reunião integrada por meio de estudos de casos 3Identificação dos equipamentos necessários para melhoria do trabalho desenvolvidonas escolas/CRAS

1

Devolutiva das primeiras avaliações com professores e trabalhadores do SUAS 4 16

Preenchimento do Plano Individual de Capacitação – PIC 4 21

Segunda reunião integrada por meio de estudos de casos. 4 19

Segunda oficina de trabalho na cidade do Rio de Janeiro 8 4

Preenchimento dos instrumentos para mapeamento da rede socioassistencial 4 8

Terceira reunião integrada por meio de estudos de casos 4 13Capacitação para aplicação do Índice de Pobreza Multidimensional – IPM eclassificação do Risco Social Familiar Oficinas Circo, Dança e Percurssão do Grupo Cultural AfroReggaePreenchimento do “Papo Reto” com professores, trabalhadores do SUAS earticuladores/facilitadores municipais, técnicos das cidades e coordenadores doConsórcio Social Travessia Entrega dos equipamentos para melhoria do trabalho desenvolvido nasescolas/CRASAplicação do IPM e classificação do Risco Social Familiar 52 12

Avaliação dos técnicos do Consórcio Social Travessia 2 15Entrega dos equipamentos para melhoria do trabalho desenvolvido nasescolas/CRAS

4 19

Classificação do Risco Social Familiar, estudo de caso, visita domiciliar 4 10

Devolutiva das atividades do Consórcio Social Travessia e entrega do Relatório Final 4

TOTAL 107 23

TOTAL GERAL

DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDASHORAS

6 17

4 14

13

222130

4 18

4 19

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Mesa de abertura da Primeira Oficina de Trabalho do Consórcio Social Travessia na cidade do Rio de Janeiro. Maria Lúcia Cautieiro

(Primeira Dama do Estado do Rio de Janeiro), Danilo Costa (Secretário Executivo Adjunto do Grupo Cultural AfroReggae) e

Michelle Muhringer Shayer (representante da ODEBRECHT).

Apresentação dos objetivos do Consórcio Social Travessia. Marcelo Reis Garcia, Coordenador Geral.

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ABRIL

• Primeira visita à cidade;

• Assinatura do Termo de Adesão ao Consórcio Social Travessia (ANEXO IV);

• Seleção das Escolas e Centro de Referência de Assistência Social (CRAS);

• Roda de conversa com professores e trabalhadores do Sistema Único da Assistência

Social (SUAS);

• Primeiras auto-avaliações (ANEXO V).

No mês de abril a técnica de referência Ana Cristina Silva visitou a cidade de Areal e

estabeleceu o primeiro contato com as equipes das redes de educação, assistência social,

escolas e CRAS. O objetivo foi conhecer in loco a realidade do município e analisar as unidades

que seriam selecionadas para participar do Consórcio Social Travessia. Na primeira visita, o

Termo de Adesão, onde estão descritas as responsabilidades do Consórcio e do município, foi

assinado pelas partes.

Os critérios pré-estabelecidos para a definição das escolas foram: 01 (uma) ou 02 (duas)

escolas situadas na zona rural ou que atendessem aos alunos destas localidades, com um

limite de 30 (trinta) profissionais participantes, incluindo professores, diretores e assistentes

pedagógicos. O critério de seleção do Centro de Referência de Assistência Social - CRAS seguiu

a lógica de atendimento ao território das escolas selecionadas. A seguir serão apresentadas

informações sobre as escolas e CRAS selecionados.

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ESCOLA MUNICIPAL RENATO FEO DE ALMEIDA Total de Alunos 50 Professores (7) Alexandra Jerônimo da Silva

Andrea Maria de Souza Juliana Braga Ferreira dos Santos Marilene Martins Morelli Renata Oliva Amaral Rosilene da Silva Azevedo Mendonça Talita de A.V.Pereira

ESCOLA MUNICIPAL AUGUSTO CESAR DA COSTA Total de Alunos 75 Professores (8) Ana Dirce do Nascimento Eckert

Ilcinéia do Nascimento Santos Janete Muniz Neves Luciene Aparecida Nogueira Sampaio Maraíse Oliveira da Silva Maria Júlia da Silva Vieira Suzane Nunes Bernardo Vera Lucia dos Reis Barbosa

CENTRO DE REFERÊNCIA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL – CRAS AMAZONAS Bairros de Abrangência

Alto Pará, Amazonas, Morro Grande e Pará

Famílias Abrangidas 200* Técnicos Sociais (5) Letícia Esteves Cipriani Chapinoti

Letícia Tostes Coelho Lívia Figueiredo Bandarrinha Maria Juliana da Costa Mello Gonçalves Rita de Cássia Sanábio Simões Silvestre

Facilitador (1) Eliane Ferreira Guimarães Machado *Das 200 famílias abrangidas pelo CRAS Amazonas , 96 foram atendidas pelo Consórcio Social Travessia. Este universo representa um total de 463 pessoas beneficiadas.

A “Roda de Conversas com Professores e Trabalhadores do SUAS” consistiu em uma reunião

com todos os profissionais envolvidos no Consórcio para uma explicação mais abrangente da

proposta e da agenda de trabalho. A atividade possibilitou o esclarecimento de dúvidas,

discussão de questões levantadas pelos participantes, explicação detalhada das atividades,

compromissos da equipe do Consórcio e do município, etc.

Também foi o momento das primeiras auto-avaliações, quando os participantes preencheram

um instrumento apresentando questões relacionadas ao dia-a-dia de trabalho, tais como:

estrutura física das escolas, gestão municipal da educação, avaliações formais, investimento,

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motivação, características dos alunos e familiares, formação, equipe, entre outras questões

que possibilitaram a compreensão das percepções dos profissionais da educação e do SUAS

relacionadas ao seu ofício. A síntese das auto-avaliações será apresentada e comentada

adiante, na descrição das atividades do mês de maio. Essa atividade reuniu pela primeira vez,

na perspectiva do Consórcio Social Travessia, os profissionais da educação e da assistência

social. Foi possível perceber que esses profissionais pouco dialogavam, ficando clara a não

fluidez das relações, apontando para a ausência de um sistema de troca de informações,

discussões de casos, referência e contra referência, fazendo-se necessário, inclusive, uma

explicação por parte dos profissionais do CRAS sobre a Política Nacional de Assistência Social

(PNAS), o Sistema Único da Assistência Social (SUAS), procedimentos, responsabilidades,

estrutura, etc.

MAIO

• Primeira reunião integrada por meio de estudos de casos. "Sou professora mas não

aguento mais dar aulas. Posso parar de ensinar?" (ANEXO VI);

• Identificação dos equipamentos necessários para melhoria do trabalho desenvolvido

nas escolas/CRAS;

• Devolutiva das primeiras auto-avaliações com professores e trabalhadores do SUAS;

• Preenchimento do Plano Individual de Capacitação – PIC (ANEXO VII);

• Segunda reunião integrada por meio de estudos de casos. "A escola tá um saco. Posso

largar os estudos?" (ANEXO VIII).

A primeira reunião integrada por meio de estudos de casos baseou-se na discussão da cartilha

da Coleção Conversas do Grupo Cultural AfroReggae, cujo tema foi: “Sou professora mas não

aguento mais dar aulas. Posso parar de ensinar?”. Esta atividade discutiu um tema relacionado

ao dia-a-dia dos profissionais envolvidos no Consórcio tendo como referência a história de um

personagem fictício.

Sinopse da cartilha: “Angélica acabou de fazer 40 anos. Desde os 22 anos é professora de

Matemática de dois colégios públicos. Já viu muita coisa em sala de aula e não aguenta mais

lecionar. Se diz exausta e quer uma outra função na escola que não seja ensinar. Ela não quer

mais encontrar com alunos”.

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Muitos professores se identificaram com a personagem Angélica e as questões apontadas por

ela. Foram recorrentes os relatos sobre dificuldades na rotina de trabalho e falta de estímulo

decorrente, principalmente, da ausência de programas de formação continuada que

possibilite, por exemplo, o aprendizado e o desenvolvimento de práticas pedagógicas

conectadas às novas possibilidades tecnológicas. Segundo os professores este panorama de

uma educação desconectada com as novas ferramentas pedagógicas e tecnológicas faz com

que os alunos percam o interesse pela escola, fato que, associado aos baixos salários e a

violência vivida em sala de aula pelos professores, causa impactos negativos na auto estima

dos professores enquanto profissionais e consequentemente nos resultados do trabalho,

percebidos tanto no cotidiano quanto nos resultados das avaliações internas e externas. Por

outro lado, independente dessa avaliação que pode parecer desoladora e apontar um cenário

de apatia frente às dificuldades enfrentadas, os professores se diziam perseverantes,

valorizando os esforços dos profissionais da educação e a ideia de que, apesar dos problemas,

a escola ainda é percebida como um importante espaço de formação e transformação das

realidades individuais e coletivas.

Primeira reunião integrada por meio de estudos de casos na E.M Renato Feo/Areal com a participação do CRAS Amazonas e

professoras.

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Também foi o momento dos profissionais da educação e da assistência social identificarem

que equipamentos seriam prioritários para a melhoria do trabalho desenvolvido com os alunos

e usuários do CRAS. Estes foram adquiridos e entregues pelo Consórcio em AREAL. As escolas

de Areal demandaram a aquisição de 08 televisores e 08 equipamentos reprodutores de DVD.

O CRAS solicitou a compra de uma Caixa de som amplificadora com microfone totalizando um

investimento de 9.603,00, de acordo com as tabelas a seguir, notas fiscais e termos de doação

em anexo (ANEXO XIX).

UNIDADES TELEVISORES REPRODUTORES DE DVD CAIXA DE SOM AMPLIFICADORA

E.M. Renato Feo 03 03

E.M. Augusto Cesar da Costa 05 05

CRAS Amazonas 01

TOTAL 08 08 01

EQUIPAMENTOS VALOR UNITÁRIO VALOR TOTAL

08 TELEVISORES R$ 999,00 R$ 7.992,00

08 REPRODUTORES DE DVD R$ 139,00 R$ 1.112,00

1 CAIXA AMPLIFICADORA COM MICROFONE R$ 499,00 R$ 499,00

TOTAL GERAL R$ 9.603,00

Neste período a técnica de referência fez a devolutiva do resultado das primeiras auto-

avaliações, respondidas por 14 professores das duas escolas selecionadas, 2 técnicas do CRAS

e 1 facilitadora de acordo com os gráficos a seguir:

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Este momento serviu para aprofundar a discussão em relação aos pontos levantados nas auto-

avaliações. No geral, os participantes concordaram com o resultado. Alguns pontos já haviam

sido abordados e discutidos na primeira roda de conversas com os professores e trabalhadores

do SUAS, como o relacionado à falta de articulação entre educação e assistência. Neste

aspecto 86,7% dos profissionais da educação diz não existir qualquer articulação, ao contrário

dos profissionais do CRAS, onde 50% diz haver alguma articulação. Na discussão dos resultados

das auto-avaliações surgiu a hipótese de que o dado apontado pela equipe do CRAS, possa já

ser decorrente da aproximação entre educação e assistência social proporcionada pelo início

das atividades do Consórcio Social Travessia na cidade de Areal.

Em Areal, a maioria dos professores (73,3%) acha que o número de profissionais não atende à

necessidade da escola, que os alunos não estão motivados a aprender (80%) e que não estão

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conseguindo ensinar aos seus alunos (60%), porém, a avaliação de itens como estrutura física e

adequação do material pedagógico à realidade dos alunos foram avaliados de forma positiva.

73,3% dos professores entrevistados dizem não ter tempo, condições e estímulo para os

estudos, apesar desse panorama, a maioria dos profissionais da educação (66,7%) disseram

continuar motivados a dar aulas em 2015, sem vontade de parar (60%).

Um dado que chama a atenção em Areal é o relacionado à violência, onde 100% dos

professores dizem perceber sinais de violência entre os alunos.

Outro ponto de destaque foi o relacionado à participação dos pais no processo de

aprendizagem dos filhos. A totalidade (100%) diz não perceber o empenho dos pais. Uma das

atividades propostas pelo Consórcio Social Travessia foi a aplicação do instrumento que avalia

o Índice de Pobreza Multidimensional - IPM, descrito mais adiante, com algumas explicações

para essa percepção.

Já em relação aos profissionais do CRAS, todos os profissionais da assistência seguem

motivados a trabalhar no CRAS, acreditando que o trabalho desenvolvido gera resultados na

mobilidade social das famílias.

Neste mês os participantes do Consórcio também preencheram o Plano Individual de

Capacitação – PIC, que teve como objetivo a construção de um diagnóstico do perfil dos

profissionais inseridos no Consórcio por meio do levantamento de questões como: dados

pessoais, tempo de trabalho, existência de outros vínculos trabalhistas, formação, hábitos de

leitura, conectividade, áreas temáticas de interesse, metas relacionadas à formação, etc. A

proposta é que a análise individual do resultado do PIC subsidie a elaboração de um conjunto

de possibilidades para o aperfeiçoamento de seus ofícios. Os dados consolidados do PIC serão

apresentados e comentados na descrição das atividades de junho, adiante deste relatório.

A Segunda Reunião integrada por meio de estudos de casos baseou-se na discussão da cartilha

da Coleção Conversas, cujo tema foi: “A Escola tá um saco. Posso largar os estudos?”

Sinopse da cartilha: “Zé tem 15 anos. Estuda em um colégio público e é fissurado em internet e

mídias sociais. Está cursando o primeiro ano do Ensino Médio. Nunca tirou as melhores notas,

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mas também nunca repetiu de ano. Só estudava o suficiente para passar de ano. Ele tem

achado a escola um "saco" e não quer continuar a estudar. Tudo que ele gosta de fazer não

tem na escola e tudo que a escola mostra para ele na sala de aula, ele acha que não serve pra

nada. Já não vai à escola faz uma semana. Quando a escola ou os estudos em si parecem não

fazer mais sentido muitos são os questionamentos que podem passar na cabeça de um

estudante. Antes da decisão em largar os estudos é preciso considerar os motivos deste

desânimo e avaliar o que pode ser feito para mudar a situação”.

A discussão possibilitou o aprofundamento de temas já levantados pelos profissionais na

rodada de conversas entre professores e trabalhadores do SUAS e primeiras auto-avaliações.

Os professores reconhecem a existência de personagens como “Zé” e a dificuldade em lidarem

com as novas demandas educacionais. Os relatos relacionados à impressão de estarem numa

escola reprodutora de modelos de ensino-aprendizagem que não sofreram mudanças

significativas e desconectada da era tecnológica, o sentimento de “impotência” diante do

comportamento violento dos alunos, a falta de interesse dos mesmos no processo de

aprendizagem, bem como a falta de apoio das famílias às questões apresentadas em sala de

aula, foram temas que voltaram a surgir no encontro.

JUNHO

• Segunda oficina de trabalho na cidade do Rio de Janeiro (ANEXO IX);

• Preenchimento dos instrumentos para mapeamento da rede socioassistencial (ANEXO

X);

• Terceira reunião integrada por meio de estudos de casos. "Posso fazer justiça com as

próprias mãos?" (ANEXO XI)

• Capacitação para aplicação do IPM (ANEXO XII) e classificação do risco social familiar

(ANEXO XIII);

• Oficinas culturais do Grupo Cultural AfroReggae;

• Preenchimento do “Papo Reto” com professores, trabalhadores do SUAS,

articuladores/facilitadores municipais, técnicos e coordenadores do Consórcio Social

Travessia (ANEXO XIV, XV, XVI, XVII E XVIII);

• Entrega dos equipamentos para melhoria do trabalho desenvolvido nas escolas/CRAS.

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A segunda oficina na cidade do Rio de Janeiro reuniu os diretores das escolas e CRAS, gestores,

articuladores/facilitadores e técnicos das dez cidades selecionadas para intercâmbio de

experiências, avaliação dos dois primeiros meses de atividades do Consórcio, apresentação do

resultado do Plano Individual de Capacitação - PIC, do instrumento do IPM - Índice de Pobreza

Multidimensional, a ser aplicado em todas as famílias dos alunos e a apresentação da tabela

para classificação do Risco Social Familiar.

A segunda oficina de trabalho também possibilitou a apresentação individualizada dos

participantes, das cidades e do que mudou com a consolidação da rotina de trabalho dos

técnicos. Foi uma oportunidade de falarem das características e dinâmicas das escolas e CRAS,

de relatarem e avaliarem o que mudou com o Consórcio, bem como expressarem as

expectativas com as propostas apresentadas. No geral a avaliação foi positiva e proporcionou a

troca de experiências e de boas práticas entre as dez cidades participantes do Consórcio.

No caso de Areal, o PIC foi respondido por 21 profissionais envolvidos no Consórcio Social

Travessia, 7 da E.M. Renato Feo de Almeida, 8 da E.M. Augusto Cesar da Costa , 5 do CRAS

Amazonas e 1 articuladora. A seguir seguem os resultados:

4,8%

0,0%

23,8%

57,1%

14,3%

0,0%

Assistente Social

Diretor

Pedagoga

Professor

Psicóloga

Supervisora

PROFISSIONAIS SEGUNDO A FUNÇÃO

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22

28,6%

71,4%

0,0%

Celetista

Concursado

Contratado

PROFISSIONAIS SEGUNDO O TIPO DE CONTRATO

9,5%

0,0%

42,9%

47,6%

0,0%

Nível Médio

Superior Incompleto

Superior Completo

Pós-graduação

Mestrado

PROFISSIONAIS SEGUNDO O NÍVEL DE ESTUDO

52,4%

47,6%

Sim

Não

PROFISSIONAIS SEGUNDO A REALIZAÇÃO DE CURSOS ON-LINE

90,5%

4,8%

4,8%

Sim

Não

Não declarado

PROFISSIONAIS SEGUNDO O DESEJO DE CONTINUAR ESTUDANDO

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23

0,0%

33,3%

66,7%

0,0%

0,0%

Por semana

Por mês

Por ano

Nunca comprou pois está muito caro

Não declarado

PROFISSIONAIS SEGUNDO A FREQUÊNCIA DE COMPRA DE LIVROS

95,2%

4,8%

Sim

Não

PROFISSIONAIS SEGUNDO A EXISTÊNCIA DE INTERNET EM CASA

100,0%

0,0%

Sim

Não

PROFISSIONAIS SEGUNDO A IDEIA DE QUE CURSOS DE CAPACITAÇÃO COLABORAM NA

MELHORIA DO TRABALHO

81,0%

19,0%

Sim

Não

PROFISSIONAIS SEGUNDO O DESEJO DE RECEBER EMAIL COM DICAS/ORIENTAÇÕES PARA COMPLEMENTAÇÃO DA FORMAÇÃO

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24

O número de concursados em Areal corresponde a grande maioria (71,4%), apontando para a

estabilidade dos profissionais, dado que oferece à cidade a possibilidade de investimentos em

capacitação, o que pode gerar em médio e longo prazo resultados positivos no trabalho

desenvolvido. Quanto ao nível de estudo, 47,6% dos profissionais fizeram pós-graduação,

100,0%

0,0%

Sim

Não

PROFISSIONAIS SEGUNDO A IDEIA DE QUE O USO DE NOTEBOOKS PODEM CONTRIBUIR COM

O TRABALHO

1

2

3

3

4

4

4

5

5

6

10

12

13

13

16

Gênero

Não respondeu

Intersetorialidade

Trabalho Comunitário

Assistência Social

Diversidade Sexual

Trabalho em Rede

Juventude

Política

Diversidade étnico-racial

Educação Inclusiva

Infância

Família

Violência

Educação

TEMAS SEGUNDO A MANIFESTAÇÃO DE INTERESSE

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25

porém, nenhum profissional da amostra possui mestrado, apontando para uma estagnação no

processo de formação continuada, dado que associado a frequência de livros comprados, onde

66,7% declaram adquirir apenas um livro anualmente, dado considerado preocupante tendo

em vista tratar-se de profissionais da educação, indica a necessidade de um planejamento

focado na produção de conhecimento. Apesar deste panorama, 90,5% declaram desejar

continuar estudando.

Outro dado que chama a atenção é o uso da internet como estratégia de acesso à informação.

81% dos profissionais declaram desejar receber por e-mail dicas e orientações para a

complementação da formação, indicando uma possibilidade pouco explorada pela gestão

municipal, que poderia organizar um processo de orientação pedagógica tendo como eixo

pesquisas e indicações periódicas, por meio de mala direta, de bibliografia, filmes,

documentários, textos, entre outros instrumentos de produção de conhecimento tendo como

base as áreas de interesse prioritárias identificadas neste levantamento, nomeadamente:

educação, violência, família, infância, educação inclusiva, diversidade étnico-racial, política e

juventude.

O fato dos temas “Educação” e “Educação Inclusiva’ terem aparecido como áreas de maior

manifestação de interesse, em primeiro e quinto lugares respectivamente, reforça a ideia de

que os profissionais da área acreditam que a capacitação profissional e formação continuada

são importantes para o aperfeiçoamento das técnicas e metodologias de ensino-

aprendizagem, bem como o desejo de acesso às teorias recentes.

O tema “Família” aparece como terceira área de maior manifestação de interesse, que

associado ao resultado das primeiras auto-avaliações, onde 100% dos profissionais da

educação escutados dizem achar que os pais não participam do processo de aprendizagem dos

filhos - ou seja, a totalidade; sugere a vontade de entendimento sobre o papel da família no

processo educacional. Os temas “Juventude” e “Violência” também merecem destaque, que

associados à discussão sobre o personagem “Zé” durante a Segunda Reunião Integrada (já

abordada neste relatório dentre as atividades do mês de maio), bem como o resultado das

primeiras auto-avaliações, onde 100% dos professores disseram perceber sinais de violência

entre os alunos, sugerem o desejo dos profissionais da educação em aprofundar a discussão de

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questões relacionadas à desmotivação dos jovens diante de um modelo de educação

tradicional.

Outro ponto importante da Segunda Oficina de Trabalho foi a apresentação às cidades do

Índice de Pobreza Multidimensional -IPM, instrumento criado pelo Programa das Nações

Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) para medir as privações em educação, saúde, renda e

padrões de vida.

Durante muitos anos a renda familiar foi o único indicador para identificar se uma família

estava em vulnerabilidade. Nesta abordagem unidimensional e segundo as metas do milênio,

uma família é considerada pobre se tiver entre US$ 1,25 e US$ 2,50 de renda diária. Já

segundo os programas federais brasileiros, uma família é considerada pobre se tiver renda

entre R$ 77,00 e R$ 154,00 por mês. Com o passar do tempo o debate foi aprofundado e

surgiram novas formas de se entender o que é pobreza.

O Índice de Pobreza Multidimensional propõe a ampliação do retrato das pessoas que vivem

em situação de vulnerabilidade, englobando as dimensões saúde, educação e padrões de vida,

igualmente avaliadas pelo Índice de Desenvolvimento Humano – IDH, como componentes a

serem medidos. Na dimensão Educação são levantadas informações sobre anos de estudo dos

componentes da família e número de crianças matriculadas no ensino formal; na dimensão

Saúde são levantadas informações sobre mortalidade e nutrição; já na dimensão Padrão de

Vida são levantadas informações como acesso à eletricidade, água, presença de sanitários e

tipo de revistimento do piso do imóvel de residência, tipo do combustível utilizado para

cozinhar e bens domésticos. Reunidos, esses indicadores possibilitam um retrato mais amplo

do que apenas a aferição do padrão de renda.

Um dos grandes desafios da Política de Assistência Social é garantir, de fato, urgência em seus

atendimentos e, sobretudo, estruturar mobilidade social e mobilidade do Risco Social que uma

família está submetida.

Tendo como base o IPM, o AfroReggae elaborou uma tabela para classificar o Risco Social

Familiar, que varia do nível 1 ao 5 +. Os níveis de risco direcionam a estratégia de

acompanhamento social que deverá ser realizado pelas equipes da rede socioassistencial das

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27

cidades. A rede será responsável por estabelecer meios para que as privações identificadas no

instrumento sejam superadas pelas familias. Cada nível de risco é determinado por um

conjunto de vulnerabilidades comumente identificadas pelas equipes socioassistenciais.

Quanto mais alto o risco, mais vulneráveis são as famílias, necessitando assim de planos de

ação direcionados a partir do que é identificado pela equipe responsável pelo levantamento

dessas informações. Os níves de risco são estabelecidos como se descreve a seguir.

Risco 1: Família com alguma renda, mas sem benefício do Bolsa Família.

Risco 2: Família com jovens com escolaridade, mas desempregados.

Risco 3: Moradores com mais de 16 anos que não terminaram ensino fundamental; jovens que

abandonaram o ensino médio; adultos desempregados; situação de habitação precária;

mulher chefe de família com escolaridade mas desempregada.

Risco 4: Criança em idade escolar evadida da escola; idosos e pessoas com deficiência sem

cuidados e Benefício de Prestação Continuada (BPC); adolescente gestante (12 a 17 anos)

mesmo fazendo pré-natal; mulher chefe de família sem escolaridade e desempregada.

Risco 5: Criança em idade escolar (6 a 15 anos) fora da escola; gestante sem pré-natal; famílias

sem renda (desempregados e sem benefícios – bolsa família ou BPC); situação de violência

e/ou abuso sexual na família.

Risco 5+: quando ocorrer 3 problemas do Risco 5 concomitantemente.

Entre o Risco 1 e o Risco 4 as famílias podem ganhar um + quando:

• Algum membro da família (pai, mãe, filhos) se encontrar cumprindo pena no sistema

penitenciário.

• Algum adolescente da família se encontrar cumprindo medida socioeducativa em meio

aberto ou fechado.

As famílias classificadas com risco 4, 5 ou com o sinal de positivo (+), que indica um agravante

no risco, devem ser priorizadas no acompanhamento socioassistencial, preferencialmente com

um plano personalizado e sistemático de visitas domiciliares para o monitoramento in loco da

situação de vulnerabilidade.

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28

Segunda Oficina de Trabalho do Consórcio Social Travessia na cidade do Rio de Janeiro – Rodada de Apresentações.

Segunda Oficina de Trabalho do Consórcio Social Travessia na cidade do Rio de Janeiro – Maria Aparecida Simões de Oliveira

(Diretora da E.M. Elídio Valentim de Moraes/Varre-sai)

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Segunda Oficina de Trabalho do Consórcio Social Travessia na cidade do Rio de Janeiro – Apresentação do Índice de Pobreza

Multidimensional (IPM) e metodologia de Classificação de Risco Social Familiar (Danilo Costa/Secretário Executivo Adjunto do

Grupo Cultural AfroReggae).

Ainda no mês de junho e como parte do processo de construção do diagnóstico das cidades e

mapeamento da rede socioassistencial, foram distribuídos dois instrumentos: um direcionado

aos professores e outro aos trabalhadores do SUAS, com perguntas objetivas e linguagem

simples, a partir de situações concretas identificadas no dia-a-dia do trabalho. O resultado

deste levantamento possibilitou o início da construção do Mapa da Rede Socioassistencial.

Abaixo apresentaremos o resultado desse levantamento e consideraremos dois cenários: o

primeiro com as respostas apontadas pelos profissionais da educação e da assistência social,

onde são indicadas as possibilidades de encaminhamentos, tendo como base a realidade da

rede socioassistencial local e a partir das situações colocadas no instrumento e o segundo com

base no que é preconizado pela Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS), pela Política

Nacional de Assistência Social (PNAS) e o Sistema Único da Assistência Social (SUAS). Na cidade

de Areal o instrumento para mapeamento da rede socioassistencial foi respondido por 14

professores das duas escolas municipais selecionadas e 5 técnicas do CRAS.

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ESCOLA AREAL

SITUAÇÃO ÓRGÃO SERVIÇOS INDICADOS Quando uma criança apresenta problemas de aprendizagem você encaminha e pede apoio para qual instituição?

Secretaria Municipal de Educação.

Centro de Referência de Assistência Social (CRAS); Escola.

Quando as mães e estudantes têm dúvidas sobre questões de saúde vocês buscam apoio em qual instituição?

Secretaria Municipal de Saúde; Conselho Tutelar.

Unidade Básica de Saúde (UBS).

Quando você percebe algum problema relacionado a abuso sexual você busca apoio e informação em qual instituição?

Conselho Tutelar. Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS); Conselho Tutelar.

Quando você percebe que pode estar ocorrendo violência familiar você busca apoio e informação em qual instituição?

Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS); Conselho Tutelar.

Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS); Conselho Tutelar.

Seus alunos no contraturno escolar fazem atividades culturais e esportivas em quais instituições?

Secretaria Municipal de Educação.

Centro de Referência de Assistência Social (CRAS); Programa Mais Educação.

Se algum aluno tem deficiência física ou mental você procura apoio, informação e atendimento em qual instituição?

Secretaria Municipal de Educação.

Conselho Municipal da Pessoa com Deficiência ; Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE); Centro de Referência de Assistência Social (CRAS).

Se você percebe que algum aluno está passando fome ou vivendo insegurança alimentar você procura apoioe informação em qual instituição?

Centro de Referência de Assistência Social (CRAS).

Centro de Referência de Assistência Social (CRAS); Programa de Segurança Alimentar.

Qual o Centro de Referência da Assistência Social (CRAS) mantém relacionamento direto com sua escola?

Centro de Referência de Assistência Social (CRAS)_ Amazonas.

Centro de Referência de Assistência Social (CRAS).

Em qual entidade de defesa e de direitos humanos você procura apoio e informação para seu trabalho?

Não existe. Conselhos e Forúns Municipais de Defesa de Direitos Humanos.

Se uma mãe te procura pedindo ajuda para arrumar emprego você encaminha para qual instituição?

Não existe. Sistema Nacional de Emprego (SINE); Secretaria Municipal de Trabalho (SMT); Centros de Referência de Assistência Social (CRAS).

Se uma mãe te procura pedindo ajuda para sair de casa com os filhos por questões de violência doméstica você busca apoio em qual instituição?

Conselho Tutelar. Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS); Conselho Tutelar.

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ESCOLA AREAL

SITUAÇÃO ÓRGÃO SERVIÇOS INDICADOS Se uma adolescente te procura e diz que está grávida e com medo da família você busca informação e apoio em qual instituição?

Conselho Tutelar. Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS); Centro de Referência da Assistência Social (CRAS); Conselho Tutelar.

Se algum aluno te procura para falar que descobriu que tem HIV você busca apoio , informação e encaminhamento para qual instituição

Secretaria Municipal de Saúde; Unidade Básica de Saúde.

Centro de Referência de Assistência Social (CRAS); Unidade Básica de Saúde.

Se algum aluno ou aluna te procura para falar que é homossexual você busca apoio e informação em que instituição?

Unidade Básica de Saúde; A Cidade não aceita homosexual.

Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS); Conselho Tutelar.

Se uma família te procura para dizer que a casa em que moram está com risco de ruir você busca apoio em qual instituição?

Defesa Civil. Defesa Civil; Centro de Referência de Assistência Social (CRAS).

Se um adolescente é expulsa de casa porque está grávida, ou um adolescente é expulso de casa por se definir homosexual você busca apoio, informação e acolhimento em qual instituição?

Conselho Tutelar. Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS); Conselho Tutelar.

Quando uma família te procura pedindo ajuda, pois está com medo de continuar vivendo na comunidade em que tem casa qual situação você procura para apoiar esta família?

Secretaria de Desenvolvimento Social, Cidadania e Habitação.

Centro de Referência de Assistência Social (CRAS).

Você trabalha com alguma instituição que faça prevenção ao uso de drogas e álcool?

Igreja Católica. Secretaria de Prevenção anti-drogas; Centro de Atendimento Psicosocial Álcool e Drogas (CAPS AD).

Se uma mãe te procurar pedindo ajuda para tratar o filho e filha que está viciada em drogas qual instituição você busca apoio e informação?

Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS); Igreja Católica.

Centro de Atendimento Psicosocial Álcool e Drogas (CAPS AD).

Quando um aluno levanta um tema polêmico em sala de aula que você não domina qual instituição você busca apoio para se preparar para a resposta?

Internet; Livros. Centro de Referência de Assistência Social (CRAS).

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CRAS AREAL

SITUAÇÃO ÓRGÃO APONTADO

PELA EQUIPE SERVIÇOS INDICADOS

Quando a escola encaminha uma criança que está apresentando problemas de aprendizagem você encaminha e pede apoio para qual instituição?

Secretaria Municipal de Saúde.

Escola; Centro de Referência de Assistência Social (CRAS).

Quando as mães não conseguem atendimento médico ou estão em dúvidas sobre questões de saúde vocês buscam apoio em qual instituição?

Ministério Público; Secretaria Municipal de Saúde.

Unidade Básica de Saúde (UBS).

Quando você atende alguma demanda relacionada a abuso ou exploração sexual de crianças e adolescentes você busca apoio e informação em qual instituição?

Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS).

Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS); Conselho Tutelar.

Quando você atende demanda relacionada a violência familiar você busca apoio e informação em qual instituição?

Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS).

Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS); Conselho Tutelar.

Qual relação de instituições que vocês trabalham para o contra turno escolar das crianças no território do CRAS?

Centro de Referência de Assistência Social (CRAS).

Programa Mais Educação; Centro de Referência de Assistência Social (CRAS).

Qual a instituição é parceira do CRAS para atendimento à pessoas com deficiência?

Nenhuma. Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência ; Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE ); Centro de Referência de Assistência Social (CRAS).

Como vocês procedem em relação ao benefício de prestação continuada (BPC) para idosos e pessoas com deficiência?

Instituto Nacional de serviço Social.

Centro de Referência de Assistência Social (CRAS); Previdência Social.

Quando uma família procura o CRAS pedindo abrigamento para um idoso da família qual o procedimento adotado pelo cras?

Orienta a família sobre a importância da convivência familiar; Procura a rede de abrigamento.

Centro de Referência Especializado de Assistência social (CREAS).

Quais as instituições de atendimento dia para idoso que trabalham em parceria com o CRAS?

Centro de Convivência do Idoso. Núcleo de Apoio à Saúde da Família.

Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS).

Se você recebe uma demanda de família ou usuário passando fome ou vivendo insegurança alimentar vocês procuram apoio, informação e atendimento em qual instituição

Centro de Referência de Assistência Social (CRAS).

Centro de Referência de Assistência Social (CRAS); Programa de Segurança Alimentar.

Quando uma família procura o cras e vocês identificam que crianças e adolescentes não estão estudando qual escola vocês procuram para matricular as crianças e adolescentes?

Secretaria Municipal de Educação.

Secretaria Municipal de Educação (SME).

Qual entidade de defesa de Direitos Humanos você procura apoio e informação para seu trabalho?

Secretaria Municipal de Saúde; Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS).

Conselhos e Fóruns Municipais de Defesa de Direitos Humanos.

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CRAS AREAL

SITUAÇÃO ÓRGÃO APONTADO PELA

EQUIPE SERVIÇOS INDICADOS

Se uma mãe te procura pedindo ajuda para arrumar emprego você encaminha para qual instituição?

Não existe. Sistema Nacional de Emprego (SINE); Secretaria Municipal de Trabalho (SMT); Centros de Referência de Assistência Social (CRAS).

Se uma mãe te procura pedindo ajuda para sair de casa com os filhos por questões de violência doméstica você busca apoio e atendimento em que instituição?

Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS).

Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS); Conselho Tutelar.

Se uma mãe, jovem ou adolescente te procura para fazer cursos de capacitação profissional você encaminha para onde?

Não existe. Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (PRONATEC); Programa Nacional de Inclusão de Jovens (PRO JOVEM); Fundação de Apoio à Escola Técnica (FAETEC).

Se uma família ou usuário procura você para receber o bolsa família o que faz?

CadÚnico. Centro de Referência de Assistência Social (CRAS).

Se uma adolescente procura você e diz que esta grávida e com medo da família, você busca apoio, informação em qual instituição?

Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS).

Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS); Centro de Referência da Assistência Social (CRAS); Conselho Tutelar.

Se algum morador da comunidade procura você para falar que descobriu que tem HIV, você busca apoio, informação e encaminhamento para qual instituição?

Secretaria Municipal de Saúde;

Unidade Básica de Saúde (UBS).

Se algum morador da comunidade procura vocês para falar que é homossexual e que quer apoio psicológico vocês buscam apoio e informação em que instituição?

Secretaria Municipal de Saúde;

Centro de Referência da Assistência Social (CRAS); Unidade Básica de Saúde (UBS).

Se uma família te procura para dizer que a casa em que moram está prestes a cair vocês buscam apoio aonde?

Centro de Referência da Assistência Social (CRAS).

Centro de Referência da Assistência Social (CRAS); Defesa Civil.

Se uma adolescente é expulsa de casa porque está grávida ou um adolescente é expulso de casa por se definir homossexual estes procuram vocês, qual instituição?

Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS).

Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS); Conselho Tutelar.

Quando uma família te procura pedindo ajuda, pois está com medo de continuar vivendo na comunidade em que tem casa, qual instituição você procura para apoiar a família?

Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS); Centro de Referência da Assistência Social (CRAS).

Centro de Referência da Assistência Social (CRAS).

Vocês trabalham com alguma instituição que faça prevenção ao uso de drogas e álcool?

Não existe. Secretaria Municipal Antidrogas; Programa Educacional de Resistência as Drogas (PROERD).

Se uma mãe te procura pedindo ajuda para tratar o filho ou filha que está viciado em drogas qual instituição você busca apoio?

Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS).

Centro de Atendimento Psicossocial Álcool e Drogas (CAPS AD); Conselho Tutelar.

Quando um usuário levanta um tema polêmico em que grupo de apoio ou atendimento individual que vocês não dominam qual instituição buscam apoio para se preparar para a resposta?

Não existe. Centro de Referência de Assistência Social (CRAS).

Vocês encaminham usuários para culto ou missas se avaliarem que o problema da família é muito grave?

Não. Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS).

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Como descrito na apresentação deste relatório, um dos principais objetivos do Consórcio

Social Travessia é a articulação entre educação, assistência social e demais políticas públicas de

atendimento à população. O Consórcio considera que a situação educacional do aluno

também é influenciada por fatores sociais que interferem em seu rendimento, por isso a

necessidade da escola se aproximar da realidade dos estudantes e suas famílias para que estes

sejam compreendidos como sujeitos diversos e multidimensionais, possibilitando assim a

construção conjunta de alternativas geradoras de impacto nos indicadores educacionais

oficiais. O mapeamento da rede socioassistencial caminha nesse sentido, ou seja, ao identificar

a rede local de atendimento, permite a identificação das lacunas existentes que dificultam o

suporte às eventuais demandas identificadas nas escolas e comprometem futuras articulações

entre os profissionais para o alinhamento dos encaminhamentos na lógica de referência e

contra referência.

Também foi o período da terceira reunião integrada por meio de estudos de casos, cujo tema

foi: ”Eu posso fazer justiça com as próprias mãos?” (ANEXO XI)

Sinopse da cartilha: “Tânia tem 44 anos. Mãe de 2 filhos adolescentes. Tem construído sua

vida e de seus filhos com muito trabalho. Conseguiu comprar seu apartamento próprio. Teve

seu carro roubado ano passado mas conseguiu comprar outro. Seus filhos já foram roubados 2

vezes no bairro onde moram. Na semana passada teve sua bolsa e seu celular roubados com

violência. Hoje, quando chegou em casa, soube que sua mãe, ao visitar os netos, foi roubada

com violência. Tânia está cansada de ser roubada e viver com medo. Não acredita na justiça”.

A violência urbana e institucional foi apontada como uma realidade presente no contexto de

Areal, dado que já havia surgido no resultado do PIC, onde 100% dos professores dsseram

perceber sinais de violência entre os alunos. Segundo relatos, alguns alunos das escolas

selecionadas demonstram comportamento violento com outros colegas e com os professores,

também foi relatado pelo professores diversas vezes que alguns alunos sofriam bullyng,

sobretudo pela questão racial.

Dando continuidade ao que foi iniciado na segunda oficina de trabalho na cidade do Rio de

Janeiro, foi realizada a capacitação do IPM e a classificação do Risco Social Familiar da amostra

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pesquisada. Nesta capacitação foram exibidos os vídeos das aulas do curso “NA REALIDADE”

oferecido pelo Grupo Cultural AfroReggae como forma de introduzir o conceito de Pobreza

Multidimensional. A capacitação abordou os seguintes temas e conteúdos: “O que é pobreza”;

“Na Realidade com a Família Rocha”; “O IPM e o Risco Social Familiar”. O “NA REALIDADE”

consiste em um curso de formação à distância que objetiva aprimorar a prática do trabalho

social. As aulas são divididas em módulos, sendo apresentadas por meio de vídeos e textos

disponibilizados no site do AfroReggae (www.afroreggae.org).

Após a exibição dos vídeos, o instrumento para levantamento do IPM e a tabela para

classificação do Risco Social Familiar foram discutidos de forma detalhada para que os

profissionais pensassem estratégias para sua aplicação. Foi colocada a proposta e consensuado

que os instrumentos poderiam ser aplicados através do agendamento de encontros com as

famílias nas escolas ou por meio de visitas domiciliares, preferencialmente acompanhadas por

um técnico do CRAS. Foi igualmente acordado que toda família classificada com Risco Social 4

ou 5 terá o atendimento priorizado pelo CRAS por meio de visitas domiciliares.

Capacitação do IPM. E.M. Augusto Cesar da Costa / Areal.

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Capacitação do IPM. E.M. Renato Feo /Areal.

Em paralelo à capacitação do IPM e como estratégia para permitir a reunião dos profissionais

da educação, trabalhadores do SUAS e gestores participantes do Consórcio, foram realizadas

oficinas culturais para que os alunos não ficassem sem atividades no turno das aulas. Foram

levadas às cidades oficinas de dança, percussão e circo.

As oficinas culturais do Grupo AfroReggae são realizadas de forma continuada, oferecendo aos

alunos um espaço sistemático de aprendizagem de diversas linguagens artísticas. Na cidade de

Areal, por ter-se realizado uma atividade pontual, só foi possível trabalhar as oficinas de forma

introdutória, tendo como base os objetivos gerais, que são:

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Dança

Esta oficina tem como objetivo trabalhar a variedade de estilos capazes de ampliar as

possibilidades de expressão. Essa variedade está inserida na prática de ensinar a dança de

forma prazerosa, visando o desenvolvimento da linguagem corporal nos alunos. O curso de

dança, ministrado por diretores, dançarinos e profissionais reconhecidos do universo da dança,

compõe um panorama abrangente sobre a história da dança, os diversos aspectos estéticos da

dança contemporânea (incluindo diferentes visões sobre a dança afro) e as trajetórias e

projetos de grupos e dançarinos de referência no Rio de Janeiro e de fora dele.

Percussão

Esta oficina tem como objetivo oferecer atividades musicais por meio de instrumentos

percussivos presentes na cultura popular brasileira, tais como: surdo, repique e caixa;

contribuindo para o desenvolvimento musical e a coordenação motora dos participantes. Além

disso, busca-se trabalhar a musicalidade e as heranças rítmicas afro-brasileiras, valorizando os

componentes culturais e históricos étnicos presentes no Brasil.

Circo

Tem como objetivo a divulgação do potencial educativo, formativo e lúdico das atividades

circenses, mostrando a importância do Circo enquanto parte relevante da cultura popular e

como instrumento para a melhora da qualidade de vida de crianças, adolescentes e adultos

das localidades em que o AfroReggae atua. Por meio dos conhecimentos, atitudes, habilidades

artísticas e culturais, pretendemos estimular o desbloqueio de movimentos corporais,

ampliando as possibilidades de expressão, com a incorporação de novos gestos, ativando o

desenvolvimento físico, psicológico e social.

Essa atividade cultural, apesar de pontual, gerou um impacto bastante positivo nos alunos.

Não foram raros os comentários de professores e diretores das escolas nas semanas seguintes

relatando a alegria dos alunos com as oficinas, sempre acompanhados do desejo de repetição

da atividade ou da proposição de oficinas sistemáticas no âmbito do Consórcio, como parte

das estratégias de transformação da escola num local mais atrativo e prazeroso.

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Em Areal, dos 50 alunos da E.M. Renato Feo de Almeida e dos 75 alunos da E.M. Augusto César

da Costa, todos participaram das oficinas.

Oficina de Circo. E.M. Renato Feo de Almeida/Areal.

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39

Oficina de Dança E.M Augusto Cesar da Costa/Areal.

O “PAPO RETO”, publicação pensada no contexto do Consórcio Social Travessia, consistiu em

entrevistas direcionadas aos professores, técnicos do CRAS, articuladores/facilitadores,

técnicos das cidades e coordenadores do Consórcio. A íntegra das entrevistas, disponibilizadas

neste relatório nos anexos XIV,XV,XVI,XII e XVIII, gerou edições do “INFOREGGAE”, publicação

periódica do AfroReggae criada para promover debates contextualizados aos projetos

desenvolvidos pela instituição. O “INFOREGGAE” é publicado toda sexta-feira no site da

instituição, sempre com um tema diferente e com o objetivo de produzir conteúdo relevante

para a discussão nos projetos. Educação, juventude e saúde são algumas das pautas. O

conteúdo das edições do “PAPO RETO” específicas do Consórcio Social Travessia, bem como

das demais publicações disponibilizadas pela Editora AfroReggae estpa disponível no site do

Grupo Cultural AfroReggae (www.afroreggae.org).

Também foi o período de entrega dos equipamentos indicados pelos professores e técnicos do

CRAS identificados na página 16 deste relatório, de acordo com notas fiscais e recibos de

doação entregues às instituições e disponibilizadas (cópias) no Anexo XIX deste documento.

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Entrega dos equipamentos indicados pelos professores na E.M. Paulo Cesar da Costa/Areal.

JULHO

• Aplicação do IPM e classificação do Risco Social Familiar;

• Avaliação dos técnicos do Consórcio Social Travessia (ANEXO XX);

Outra importante fase do Consórcio foi o início da aplicação do IPM com as famílias. A partir da

proposta consensuada no momento da capacitação do IPM no mês de junho, os professores

das duas escolas selecionadas de Areal em conjunto com a equipe técnica do CRAS

organizaram plantões e planejaram o agendamento nas escolas para a aplicação do

instrumento. Algumas famílias que já eram acompanhadas pelo CRAS e identificadas

previamente como vulneráveis foram visitadas em suas casas para que os profissionais

tivessem uma visão mais ampla da realidade dos seus alunos.

Os dias de visita da técnica Ana Cristina Silva em Areal eram priorizados para Classificação do

Risco Social junto com os professores e técnicos do CRAS e visitas domiciliares às famílias que

estavam em risco 4, 5 e 5+. Foi possível perceber que esta ação do Consórcio Social Travessia

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41

mostrou-se uma importante ferramenta de reconhecimento da vida dos alunos e de

aproximação com suas famílias. Foram muitos os relatos de que os professores “conheciam de

seus alunos apenas o apresentado em sala de aula”, que “muitas vezes o comportamento dos

alunos em sala de aula são reflexo da situação de extrema pobreza que vivem em suas casas” e

que “atravessar as fronteiras dos muros das escolas só foi possível a partir das visitas

domiciliares e entrevistas individuais realizadas com os responsáveis”. Este processo também

proporcionou, efetivamente, o estreitamento das relações da educação com a assistência

social, pois a participação dos técnicos do CRAS mostrou-se fundamental no planejamento das

ações baseadas nas informações do IPM.

Um dado que exemplifica a nova perspectiva dos professores, que verificaram a importância

da aproximação com as famílias dos seus alunos, se relaciona com um dado apontado na

devolutiva das primeiras auto-avaliações realizadas no mês de maio. O instrumento apontou

que 94,4% dos professores afirmaram que os pais dos alunos não estão presentes no processo

de aprendizagem dos seus filhos. Nas conversas sobre a aplicação do IPM os professores

disseram estar surpresos com o a situação de pobreza e, em alguns casos, de extrema

pobreza que vivem alguns alunos, apontando este fato como possível causa para o não

rendimento em sala de aula, o comportamento de violência de uns e de apatia de outros. Esta

constatação qualifica a discussão neste sentido, ou seja, de que o rendimento dos alunos não

está dissociado de seus contextos sociais e familiares.

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Visita domiciliar para aplicação do IPM realizada pela técnica do CRAS Amazonas.

Residência de aluno de uma das escolas selecionadas em Areal.

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Visita Domicilia para aplicação do IPM com professores da Escola Municipal Agusto Cesar da Costa.

Família visitada para aplicação do IPM em Areal.

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Em paralelo à aplicação do IPM e classificação do Risco Social Familiar, tendo como base um

dos movimentos do Consórcio Social Travessia, que é a constante avaliação das atividades do

Consórcio, os professores e trabalhadores do SUAS, tendo como base o instrumento

disponibilizado no ANEXO XX deste relatório, também realizaram a avaliação da técnica de

referência Ana Cristina Silva, profissional que tinha a atribuição de atuar no campo,

promovendo a articulação sistemática entre os gestores dos municípios,

articuladores/facilitadores, alunos e famílias. Em Areal a técnica Ana Cristina Silva recebeu a

média 9,90 na avaliação, em um total de 10,0 pontos, confirmando a boa relação entre equipe

do Consórcio Social Travessia e profissionais da rede local participantes.

Outra forma de registro e avaliação, esta mais focada no desenvolvimento da agenda

proposta, é o relatório semanal de atividades que os técnicos preenchiam em conjunto com

seus articuladores ou facilitadores locais. Este instrumento possibilitou o registro das

atividades, levantamento das dificuldades encontradas para a execução da agenda, propostas

para que eventuais problemas encontrados fossem solucionados, bem como considerações

dos técnicos e articuladores/facilitadores.

AGOSTO

• Aplicação do IPM e classificação do Risco Social Familiar;

• Entrega de equipamentos para melhoria do trabalho desenvolvido nas escolas/CRAS.

No mês de agosto as cidades continuaram o processo de aplicação do IPM e classificação do

Risco Social Familiar. Também foi o período em que os professores, facilitadores, orientadores

pedagógicos e técnicos do CRAS receberam do Consórcio Social Travessia um notebook para o

aperfeiçoamento do trabalho desenvolvido. A proposta é a de que esse equipamento os auxilie

e facilite no planejamento de aulas, pesquisas, troca de informações, etc, partindo do princípio

de que a comunicação é fundamental para o processo de formação continuada, atualização

das discussões em educação, participação em fóruns virtuais, inserção em cursos de ensino à

distância, entre outras atividades possibilitadas pela conectividade.

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Os 21 (vinte e um) profissionais participantes do Consórcio listados a seguir receberam um

computador POSITIVO STILO XR 2995 no valor de R$ 959,00 cada, totalizando um

investimento de R$ 20.139,00 de acordo com notas fiscais e recibos de doação (ANEXO XIX).

E.M. Renato Feo 1 Alexandra Jerônimo da Silva Professora 2 Andrea Maria de Souza Diretora 3 Juliana Braga Ferreira dos Santos Professora 4 Marilene Martins Morelli Professora 5 Renata Oliva Amaral Professora 6 Rosilene da Silva Azevedo Mendonça Professora 7 Talita de A.V.Pereira Professora

E.M. Augusto Cesar da Costa 8 Ana Dirce do Nascimento Eckert Professora 9 Ilcinéia do Nascimento Santos Diretora 10 Janete Muniz Neves Professora 11 Luciene Aparecida Nogueira Sampaio Professora 12 Maraíse Oliveira da Silva Professora 13 Suzane Nunes Bernardo Professora 14 Vera Lucia dos Reis Barbosa Professora

CRAS AMAZONAS 15 Letícia Esteves Cipriani Chapinoti Assistente Social 16 Letícia Tostes Coelho Psicóloga 17 Lívia Figueiredo Bandarrinha Psicóloga 18 Maria Juliana da Costa Mello Gonçalves Coordenadora 19 Rita de Cássia Sanábio Simões Silvestre Pedagoga

OUTROS 20 Eliane Ferreira Guimarães Machado Facilitadora 21 Delicielio Costa de Andrade Articulador

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Entrega dos notebooks aos professores da E.M Renato Feo de Almeida /Areal.

Entrega dos notebooks aos professores da E.M Augusto Cesar da Costa/Areal.

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SETEMBRO

Com o término da aplicação dos IPMs foi iniciado o processo de tabulação das informações

para a posterior avaliação e acompanhamento socioassistencial das famílias. A seguir

apresentamos o resultado consolidado de Areal. Dos 96 IPMs aplicados com as famílias das

duas escolas selecionadas pelo Consórcio Social Travessia, 59 foram da E.M. Augusto Cesar da

Costa e 37 da E.M. Renato Feo de Almeida.

83,3%

16,7%

Não possui analfabeto

Possui analfabeto

DOMICÍLIOS SEGUNDO A EXISTÊNCIA DE ANALFABETOS

43,8%

41,7%

14,6%

Possui filtro

Não possui filtro

Não declarado

DOMICÍLIOS SEGUNDO EXISTÊNCIA DE FILTRO D'ÁGUA

76,0%

2,1%

21,9%

Possui coleta de lixo

Não possui coleta

Não declarou

DOMICÍLIOS SEGUNDO A COLETA DE LIXO

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Um dado que apesar de baixo chama a atenção é o relativo a coleta de lixo, onde 2,1% das

famílias declaram não contar com o serviço. De acordo com a Política Nacional de Resíduos

Sólidos, os municípios devem cobrir 100% de sua população com coleta de lixo, bem como

garantir destino adequado aos resíduos, apontando para a necessidade de atenção por parte

da gestão municipal para esta situação nas regiões de moradia dessas famílias.

26,0%

38,5%

17,7%

3,1%

1,0%

1,0%

12,5%

Até R$ 787,00

De R$ 788,00 até R$ 1.575,00

De R$ 1.576,00 até R$ 2.363,00

De R$ 2.364,00 até R$ 3.151,00

De R$ 3.152,00 até R$ 3.939,00

R$ 3.940 ou mais

Não declarado

DOMICÍLIOS SEGUNDO A RENDA DOMICILIAR

0,0%

3,1%

12,5%

33,3%

27,1%

11,5%

6,3%

2,1%

1,0%

1,0%

1,0%

0,0%

1,0%

0,0%

Domicílios com 1 pessoa

Domicílios com 2 pessoas

Domicílios com 3 pessoas

Domicílios com 4 pessoas

Domicílios com 5 pessoas

Domicílios com 6 pessoas

Domicílios com 7 pessoas

Domicílios com 8 pessoas

Domicílios com 9 pessoas

Domicílios com 10 pessoas

Domicílios com 11 pessoas

Domicílios com 12 pessoas

Domicílios com 13 pessoas

Não declarado

DOMICÍLIOS SEGUNDO O NÚMERO DE PESSOAS RESIDENTES

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49

8,3%

32,3%

35,4%

11,5%

0,0%

12,5%

Até R$ 99,00

De R$ 100,00 até R$ 199,00

De R$ 200,00 até R$ 499,00

De R$ 500,00 até R$ 999,00

R$ 1.000,00 ou mais

Não declarado

DOMICÍLIOS SEGUNDO A RENDA DOMICILIAR PER CAPITA

41,7%

43,8%

12,5%

0,0%

2,1%

0,0%

Domicílios com 1 pessoa entre 6 e 14 anos

Domicílios com 2 pessoas entre 6 e 14 anos

Domicílios com 3 pessoas entre 6 e 14 anos

Domicílios com 4 pessoas entre 6 e 14 anos

Domicílios com 5 pessoas entre 6 e 14 anos

Domicílios com 6 pessoas entre 6 e 14 anos

DOMICÍLIOS SEGUNDO O NÚMERO DE PESSOAS ENTRE 6 E 14 ANOS

65,6%

34,4%

0,0%

0,0%

0,0%

0,0%

0,0%

Domicílios sem mulheres com mais de 40 anos

Domicílios com 1 mulher com mais de 40 anos

Domicílios com 2 mulheres com mais de 40 anos

Domicílios com 3 mulheres com mais de 40 anos

Domicílios com 4 mulheres com mais de 40 anos

Domicílios com 5 mulheres com mais de 40 anos

Não declarado

DOMICÍLIOS SEGUNDO O NÚMERO DE MULHERES COM MAIS DE 40 ANOS

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50

77,1%

21,9%

1,0%

0,0%

0,0%

Domicílos sem pessoas com mais de 60 anos

Domicílios com 1 pessoa com mais de 60 anos

Domicílios com 2 pessoas com mais de 60 anos

Domicílios com 3 pessoas com mais de 60 anos

Não declarado

DOMICÍLIOS SEGUNDO O NÚMERO DE PESSOAS COM MAIS DE 60 ANOS

37,5%

39,6%

16,7%

4,2%

1,0%

1,0%

0,0%

Domicílios sem pessoas desempregadas

Domicílios com 1 pessoa desempregada

Domicílios com 2 pessoas desempregadas

Domicílios com 3 pessoas desempregadas

Domicílios com 4 pessoas desempregadas

Domicílios com mais de 4 pessoasdesempregadas

Não declarado

DOMICÍLIOS SEGUNDO O NÚMERO DE PESSOAS DESEMPREGADAS

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Na dimensão “Padrão de Vida”, em relação a renda domiciliar, mais da metade, 64,5 %,

possuem renda de até dois salários mínimos. Quando questionada a renda per capita, 32,3%,

declararam possuir mensalmente entre R$100,00 e R$ 199,00. Nas discussões de casos, o dado

relacionado à renda foi bastante comentado já que as informações coletadas são fruto das

declarações dos representantes das famílias durante a entrevista do IPM, que segundo as

observações dos professores e dos técnicos do CRAS, não necessariamente condizem com a

realidade das famílias.

1,7%

63,3%

30,0%

3,3%

1,7%

0,0%

Domicílios em que nenhum desempregadodeseja se qualificar

Domicílios em que 1 desempregado deseja sequalificar

Domicílios em que 2 desempregados desejam sequalificar

Domicílios em que 3 desempregados desejam sequalificar

Domicílios em que 4 desempregados desejam sequalificar

Não declarado

DOMICÍLIOS SEGUNDO O NÚMERO DE PESSOAS DESEMPREGADAS E QUE DESEJAM

SE QUALIFICAR

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Na dimensão “Educação” do IPM, um dado que chama a atenção em Areal é o relacionado ao

número de famílias que possuem analfabetos, 16,7%, que associado aos 19,8% de famílias que

possuem pessoas com mais de 15 anos sem 5 anos de estudos, aponta para um déficit

educacional nas gerações anteriores dos alunos das escolas selecionadas. De acordo com os

dados do IBGE de 2010, o Brasil tem uma média de 9,6% de pessoas acima de 15 anos

analfabetas e o Estado do Rio de Janeiro possui uma média de 4,3% de pessoas acima de 15

anos analfabetas, onde conclui-se que a média de pessoas analfabetas das famílias

entrevistadas em Areal fica acima das médias nacional e estadual.

Outro dado, apesar de baixo, relativo a escolaridade e que deve ser obervado com atenção

pela rede socioassistencial é o relacionado a pessoas entre 6 e 14 anos fora da escola, onde

1%, ou seja, 1 (uma) família, possui pessoas que não ingressaram ou evadiram da rede de

19,8%

79,2%

1,0%

Possui pessoas com 15 anos ou mais sem 5 anosde estudos

Não possui pessoas com 15 anos ou mais sem 5anos de estudos

Não declarado

DOMICÍLIOS SEGUNDO O INDICADOR ANOS DE ESTUDOS

1,0%

99,0%

0,0%

Possui pessoas entre 6 e 14 anos fora da escola

Não possui pessoas entre 6 e 14 anos fora daescola

Não declarado

DOMICÍLIOS SEGUNDO O INDICADOR PESSOAS ENTRE 6 E 14 ANOS FORA DA

ESCOLA

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ensino. Identificar essa família e se debruçar sobre o caso é fundamental para a análise dos

motivos do não acesso à escola e construção de um plano de ação para a reversão do quadro

apresentado..

Na dimensão “Saúde” os dados são bastante positivos, onde 95,8% das famílias não possuem

crianças de 0 a 5 anos que morreram nos últimos 5 anos e em 100% das famílias não houve

declarações de adultos desnutridos, apontando para a garantia no acesso aos serviços de

saúde e boa vigilância socioassistencial feita pelo CRAS de referência. Porém, foi identificada 3

famílias com crianças desnutridas, percentual que, apesar de baixo, aponta para uma situação

4,2%

95,8%

0,0%

Ao menos 1 pessoa (0 a 5 anos) faleceu nosúltimos 5 anos

Nenhuma pessoa (0 a 5 anos) faleceu nos últimos5 anos

Não declarado

DOMICÍLIOS SEGUNDO O INDICADOR MORTALIDADE INFANTIL

0,0%

100,0%

0,0%

Houve declaração de adulto desnutrido

Não houve declaração de adulto desnutrido

Não declarado

DOMICÍLIOS SEGUNDO O INDICADOR DESNUTRIÇÃO (ADULTO)

3,1%

96,9%

0,0%

Houve declaração de criança desnutrida

Não houve declaração de criança desnutrida

Não declarado

DOMICÍLIOS SEGUNDO O INDICADOR DESNUTRIÇÃO (CRIANÇA)

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54

pontual grave de desproteção alimentar, devendo haver uma intervenção urgente por parte

da equipe socioassistencial do CRAS.

97,9%

2,1%

0,0%

Possui energia elétrica

Não possui energia elétrica

Não declarado

DOMICÍLIOS SEGUNDO O INDICADOR ENERGIA ELÉTRICA

100,0%

0,0%

0,0%

Possui banheiro

Não possui banheiro

Não declarado

DOMICÍLIOS SEGUNDO O INDICADOR BANHEIRO

91,7%

8,3%

0,0%

O banheiro possui pia

O banheiro não possui pia

Não declarado

DOMICÍLIOS SEGUNDO O INDICADOR BANHEIRO/PIA

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55

Na dimensão “Padrão de Vida” alguns dos dados obtidos se relacionam com os bons

indicadores na Saúde. Se verifica que 100% das famílias declaram possuir banheiro. Em 91,7%

100,0%

0,0%

0,0%

O banheiro possui vaso

O banheiro não possui vaso

Não declarado

DOMICÍLIOS SEGUNDO O INDICADOR BANHEIRO/VASO

97,9%

2,1%

0,0%

O banheiro possui chuveiro

O banheiro não possui chuveiro

Não declarado

DOMICÍLIOS SEGUNDO O INDICADOR BANHEIRO/CHUVEIRO

93,8%

5,2%

1,0%

O banheiro não é compartilhado

O banheiro é compartilhado

Não declarado

DOMICÍLIOS SEGUNDO O INDICADOR BANHEIRO/COMPARTILHAMENTO

94,8%

5,2%

0,0%

Possui acesso a água potável

Não possui acesso a água potável

Não declarado

DOMICÍLIOS SEGUNDO O INDICADOR ÁGUA POTÁVEL

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da amostra os banheiros possuem pia, em 100% possuem vaso sanitário, e 94,8% dos

domícilios possuem acesso a água potável. Assim podemos assumir que em ambientes

domésticos sanos, há menor probabilidade de infecção cruzada, dados que se refletem nos

baixíssimos índices de mortalidade infantil.

94,8%

5,2%

0,0%

O piso é revestido

O piso não é revestido

Não declarado

DOMICÍLIOS SEGUNDO O INDICADOR REVESTIMENTO DO PISO

100,0%

0,0%

0,0%

Possui fogão a gás

Não possui fogão a gás

Não declarado

DOMICÍLIOS SEGUNDO O INDICADOR FOGÃO A GÁS

72,9%

27,1%

0,0%

Possui rádio

Não possui rádio

Não declarado

DOMICÍLIOS SEGUNDO O INDICADOR BENS DOMÉSTICOS - RÁDIO

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57

97,9%

1,0%

1,0%

Possui televisão

Não possui televisão

Não declarado

DOMICÍLIOS SEGUNDO O INDICADOR BENS DOMÉSTICOS - TELEVISÃO

28,1%

71,9%

0,0%

Possui telefone

Não possui telefone

Não declarado

DOMICÍLIOS SEGUNDO O INDICADOR BENS DOMÉSTICOS - TELEFONE

97,9%

2,1%

0,0%

Possui geladeira

Não possui geladeira

Não declarado

DOMICÍLIOS SEGUNDO O INDICADOR BENS DOMÉSTICOS - GELADEIRA

71,9%

28,1%

0,0%

Possui bicicleta ou moto

Não possui bicicleta nem moto

Não declarado

DOMICÍLIOS SEGUNDO O INDICADOR BENS DOMÉSTICOS - BICICLETA OU MOTO

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58

37,5%

62,5%

0,0%

Possui carro ou trator

Não possui carro nem trator

Não declarado

DOMICÍLIOS SEGUNDO O INDICADOR BENS DOMÉSTICOS - CARRO OU TRATOR %

59,4%

31,3%

9,4%

0,0%

0,0%

Próprio

Alugado

Cedido

Invadido

Não declarado

DOMICÍLIOS SEGUNDO FORMA DE OCUPAÇÃO

58,3%

41,7%

0,0%

Possui Bolsa Família

Não possui Bolsa Família

Não declarado

DOMICÍLIOS SEGUNDO O BOLSA FAMÍLIA

7,3%

91,7%

1,0%

Possui BPC

Não possui BPC

Não declarado

DOMICÍLIOS SEGUNDO BENEFÍCIO DA PRESTAÇÃO CONTINUADA - BPC

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Em relação ao Risco Social Familiar, 32,3% das famílias apresentam risco 4, 5 E 5+ , ou seja, as

que devem ser priorizadas no acompanhamento da rede socioassistencial, o que representa 31

(trinta e uma) famílias com alguma desproteção social considerada urgente.

22,9% das famílias de Areal foram classificadas no risco 3. Nas reuniões de estudos de casos

onde os riscos foram classificados pelos profissionais que participaram das entrevistas foi

levantado que, de acordo com a tabela de classificação de risco (ANEXO XIII), as maiores

privações se relacionam a presença de adultos desempregados, com escolaridade ou não.

É importante ressaltar que a tabela de classificação de risco e o instrumento do IPM,

associados, configuram-se como um referencial para o levantamento da situação das famílias,

servindo de base para o planejamento das ações socioassistenciais elaboradas em conjunto

entre os profissionais da educação e da assistência social.

26,0%

0,0%

18,8%

22,9%

16,7%

14,6%

1,0%

Risco 0

Risco 1

Risco 2

Risco 3

Risco 4

Risco 5

Risco 5+

DOMICÍLIOS SEGUNDO O RISCO SOCIAL FAMILIAR

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CONSIDERAÇÕES FINAIS E RECOMENDAÇÕES

Vivemos um período de crise e transição do modelo educacional vigente. Ao mesmo tempo

que os educadores são criticados por não inovarem em sala de aula, são cobrados a seguir um

conteúdo oficial baseado em normatizações históricas, tendo que se prender a calendários

letivos, imposições didáticas, entre outras regras, muitas vezes focadas nas avaliações

governamentais formais. Avaliar, questionar e repensar esse modelo é fundamental para a

construção de uma escola viva, livre e transformadora.

Muitos são os desafios apresentados e apesar de não possuirmos uma fórmula definitiva para

a resolução dos problemas identificados podemos apontar alguns caminhos a partir da

experiência compartilhada com a cidade de Areal.

Um dos pontos fortes da experiência do Consórcio Social Travessia, sem dúvida, foi o legado

proporcionado pela articulação efetiva entre educação e assistência social. A compreensão de

que o desempenho do aluno não está dissociado do meio em que vive, de sua família, história,

repertório cultural, entre outros elementos relacionados à sua existência enquanto indivíduos

multidimensionais, é fundamental para pensarmos que escola queremos. Atravessar os limites

dos muros dessa escola, ou melhor, derrubar esses muros, construindo pontes, travessias,

torna-se uma estratégia fundamental para se chegar a essas famílias. Os professores,

diretores, orientadores pedagógicos, vivenciam o dia a dia da escola, conhecem os alunos,

identificam alguns sintomas apresentados, algumas vezes de forma sutil, outras mais

evidentes. Os profissionais da educação possuem um olhar, os da assistência social outro, e

associados, os horizontes se ampliam.

A escuta dos professores também se apresentou como uma importante estratégia de reflexão

das práticas. Avaliar o dia-a-dia, dando espaço para a manifestação dos sentimentos, mostrou-

se fundamental para o surgimento de proposições inovadoras, muitas vezes simples, sem

necessidade de grandes investimentos, porém, se incentivadas, apoiadas, valorizadas e

sobretudo executadas, têm o poder de abalar essas estruturas sedimentadas que a história já

mostrou ineficientes.

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Outro ponto bastante valorizado pelos professores durante as atividades do Consórcio Social

Travessia em Areal foi a realização de encontros para a discussão de temas do dia a dia, nos

moldes das publicações da “Coleção Conversas” do AfroReggae, que permitem o

aprofundamento de temas que perpassam a rotina de trabalho, mas que as vezes são

atropelados pelas demandas cotidianas.

O investimento em tecnologia, como a aquisição de notebooks para os professores e técnicos

do CRAS, televisores e aparelhos reprodutores de DVDs, também apareceram como

importantes iniciativas proporcionadas pelo Consórcio à cidade de Areal.

A realização de atividades de arte e cultura com os alunos das duas escolas selecionadas, como

as oficinas do AfroReggae de percussão, circo e dança, foram consideradas um dos pontos

altos do Consórcio, apontando para a importância de atividades que estimulem as dimensões

artísticas, esportivas e sociais, que façam com que os alunos saiam dos espaços fechados das

salas de aula.

Tendo como base essas considerações, os resultados do PIC e IPM, bem como o trabalho já

desenvolvido pelo CRAS, que tem a atribuição de garantir as pontes entre essas famílias e as

demais políticas públicas de atendimento à população, listamos a seguir algumas

recomendações para a Prefeitura de Areal.

Apropriação do Plano Individual de Capacitação – PIC como estratégia para a

construção de um diagnóstico do perfil dos profissionais da educação e assistência social e

para a elaboração de estratégias e/ou políticas públicas de aperfeiçoamento da rede;

Ampliação do uso desses instrumentos às demais escolas e CRAS da cidade de Areal;

Elaboração de planos de cargos, carreiras e remuneração para os profissionais da rede

de educação e assistência social tendo em vista que 71,4% dos profissionais participantes

do Consórcio Social Travessia em Areal são concursados, e que 90,5% manifestam o

desejo de continuar estudando;

Criação de programas de incentivo à leitura, como “Vale Cultura” para aquisição de

livros tendo em vista que um número elevado dos profissionais (66,7%) compram em

média apenas 1 (um) livro por ano;

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Criação de rotina, por parte da equipe de orientação pedagógica, de envio por mala

direta sugerindo bibliografia, filmes, documentários, textos, dicas de cursos de ensino a

distância ou presencial, entre outros meios de produção de conhecimento tendo em vista

que a totalidade dos profissionais participantes do Consórcio manifestaram o desejo de

receber por e-mail dicas para a complementação de sua formação;

Organização de encontros internos e externos para a discussão dos temas

evidenciados como prioritários no PIC, nomeadamente educação,violência, família,

infâcia, educação inclusiva, diversidade étnico-racial, política, juventude, entre outros

considerados prioritários para a comunidade escolar;

Apropriação do instrumento de levantamento do Índice de Pobreza Multidimensional

- IPM e da tabela de classificação de Risco Social Familiar como estratégia de

aproximação com as famílias;

Acompanhamento de forma prioritária das famílias em Risco Social 4,5 e 5+ visando a

diminuição deste risco. É recomendado que este acompanhamento seja feito pela equipe

técnica do CRAS de abrangência e, por meio dos estudos de casos, garantido o acesso às

políticas públicas específicas para cada caso, necessárias à redução da situação de risco;

Criação de cursos de alfabetização de jovens e adultos tendo em vista que 16,7% das

famílias entrevistadas possuem analfabetos;

Criação de cursos de aumento de escolaridade de jovens e adultos tendo em vista que

19,8 % das famílias entrevistadas possuem pessoas com mais de 15 anos sem 5 anos de

estudos;

De acordo com informações do IPM, 1% das famílias entrevistadas possui crianças ou

adolescentes entre 6 e 14 anos fora da escola. Garantir o retorno destes indivíduos ao

processo educacional formal a partir da intervenção da equipe técnica do CRAS deve ser

uma prioridade;

Criação de programas de qualificação profissional e geração de trabalho e renda tendo

em vista que 61,5% das famílias entrevistadas possui até 4 pessoas em idade

economicamente ativa fora do mercado formal de trabalho e que 98,3% das pessoas

nesta situação desejam se qualificar;

Manutenção dos encontros periódicos para articulação e discussão de casos entre os

profissionais da educação e assistência social;

Implantação de estratégias de consulta a professores, alunos, familiares e comunidade

para a elaboração de projetos inovadores por unidade de ensino;

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Elaboração e organização de processos e práticas pedagógicas em parceria com os

professores;

Estruturação de atividades sistemáticas de esporte, arte e cultura em cada unidade de

ensino nos moldes das oficinas do AfroReggae ou demais atividades sugeridas pelos

alunos;

Organização de seminários locais para o conhecimento e discussão de experiências e

práticas pedagógicas inovadoras;

Organização de cineclubes que tenham a educação e assistência social como temas

para discussão (ANEXO XXII);

Promoção do uso dos equipamentos doados no processo de ensino pela garantia da

conectividade nas unidades de ensino e CRAS por meio de acesso facilitado à internet

por parte da gestão municipal.

O contexto político e econômico atual influenciaram a avaliação e o reposicionamento das

atividades do Grupo AfroReggae e o apoio oferecido pela Construtora Norberto Odebrecht,

que acordaram pela interrupção das atividades do Consórcio Social Travessia. As ações

realizadas no âmbito deste Consórcio, considerando os objetivos propostos, permitiram a

identificação dos serviços e politicas públicas disponíveis na área de interferência;

apresentaram a estrutura e demandas do corpo técnico que compõe as unidades de ensino e

assistência social identificadas para estudo e; principalmente, detalharam as características

sociais das famílias usuárias destes equipamentos. As atividades provocaram a integração dos

serviços de educação e assistência social beneficiados pelo Consórcio, promoveram iniciativas

de capacitação e a melhora da infraestrutura disponível para a realização do trabalho técnico.

Os dados consolidados pelos instrumentos aplicados, o conhecimento compartilhado e a

sinergia estabelecida entre os serviços são benefícios tangíveis do trabalho realizado, que se

confirmam como insumos úteis para o planejamento da estratégia da gestão da educação e

assistência social em Areal. O Consórcio Social Travessia promoveu as primeiras conexões que

permitirão abordar o aluno como um sujeito multidimensional, facilitarão a integração da

família à escola e assim ampliarão a qualidade do ensino no município. A replicação da

metodologia testada e do conhecimento desenvolvido, a motivação renovada dos educadores

e técnicos sociais envolvidos e o apoio da gestão pública municipal poderão dar seguimento ao

trabalho, fortalecendo e ampliando estas conexões para o desenvolvimento de um novo

paradigma de educação e assistência social em Areal.

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LISTA DE ANEXOS

• ANEXO I – Proposta Técnica do Consórcio Social Travessia.

• ANEXO II – Carta Convite.

• ANEXO III – Programação da Primeira Oficina de Trabalho do Consórcio Social

Travessia.

• ANEXO IV – Termo de Adesão.

• ANEXO V – Instrumento para as primeiras auto avaliações (Escolas e CRAS).

• ANEXO VI – Cartilha para a reunião integrada por meio de estudo de casos. Tema: Sou

professora mas não aguento mais dar aulas. Posso parar de ensinar?

• ANEXO VII – Instrumento para o preenchimento do Plano Individual de Capacitação

(PIC).

• ANEXO VIII – Cartilha para a reunião integrada por meio de estudo de casos. Tema: A

escola tá um saco. Posso largar os estudos?

• ANEXO IX – Programação da Segunda Oficina de Trabalho do Consórcio Social

Travessia.

• ANEXO X - Instrumento para mapeamento da rede socioassistencial (Escolas e CRAS).

• ANEXO XI – Cartilha para a reunião integrada por meio de estudo de casos. Tema: Eu

posso fazer justiça com as próprias mãos?

• ANEXO XII – Instrumento do Índice de Pobreza Multidimensional (IPM).

• ANEXO XIII – Tabela para Classificação do Risco Social Familiar.

• ANEXO XIV – InfoReggae Edição 85: PAPO RETO com os professores do Consórcio

Social Travessia.

• ANEXO XV – InfoReggae Edição 86: PAPO RETO com os trabalhadores do SUAS do

Consórcio Social Travessia.

• ANEXO XVI – InfoReggae Edição 87: PAPO RETO com os facilitadores das cidades do

Consórcio Social Travessia.

• ANEXO XVII – InfoReggae Edição 88: PAPO RETO com os técnicos do Consórcio Social

Travessia.

• ANEXO XVIII – InfoReggae Edição 89: PAPO RETO com os coordenadores do Consórcio

Social Travessia.

• ANEXO XIX – Notas fiscais dos equipamentos para melhoria do trabalho desenvolvido

nas escolas e CRAS e Recibos de Doação.

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• ANEXO XX – Instrumento para avaliação do técnico de referência.

• ANEXO XXI – Formulário para relatório semanal de visita aos municípios.

• ANEXO XXII – Indicações de filmes para organização de cineclubes.

• ANEXO XXIII – Planilha dos PICs tabulados.

• ANEXO XXIV – Planilha dos IPMs tabulados.