Cópia de Fiódor Dostoiévisk

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FIÓDOR DOSTOIÉVISK Foi um escritor russo, considerado um dos maiores romancistas da história e um dos mais inovadores artistas de todos os tempos. É tido como o fundador, do existencialismo. Nasceu em 30 de outubro de 1821 em Moscou, filho de Mikhail Dostoievski e Maria Fiodorovna, era o segundo de sete filhos, que o casal teve. Em 1837sua mãe vem a falecer, vítima de tuberculose e neste mesmo ano ele é mandado para Petersburgo, para uma escola de engenharia militar. Em 1839 seu pai que era médico morre, e esse fatotrouxe grandes transtornos na veda de Dostoievski. Em 1841, dedica-se a composição de dois dramas Históricos, “Boris Godunov” e “Maria Stuart”, que não chegou a concluir. Em 1843 terminou os estudos e começou a trabalhar na seção de engenharia de Petersburgo e nessa época traduz duas obras românticas, “Eugênia Grandet” de Balzac e “Dom Carlos” de Shiler. Em 1844 pede demissão do cargo público e começa escrever seu primeiro romance “Pobre Gente” que descreve o ambiente péssimo onde vive através do personagem Makar Devushkim, e esse romance foi publicado em 1846. No ano seguinte ele publica a segunda edição deste livro e em 1848 publica “O Duplo” que conta a história Goliadkim que se vê privado de seus direito enquantopessoa particular numa sociedade que deseja ardentemente áusurpação. Com a publicação desse livro sua obra que antes elogiada começa a declinar. Fiódor passa a frequentar um grupo revolucionário chamado de Circulo Petrashevski e é preso em 1849 sobre a acusação de conspirar contra Nicolau I que era o Czar da Rússia.

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FIÓDOR DOSTOIÉVISK

Foi um escritor russo, considerado um dos maiores romancistas da história e um dos mais inovadores artistas de todos os tempos. É tido como o fundador, do existencialismo.

Nasceu em 30 de outubro de 1821 em Moscou, filho de Mikhail Dostoievski e Maria Fiodorovna, era o segundo de sete filhos, que o casal teve. Em 1837sua mãe vem a falecer, vítima de tuberculose e neste mesmo ano ele é mandado para Petersburgo, para uma escola de engenharia militar. Em 1839 seu pai que era médico morre, e esse fatotrouxe grandes transtornos na veda de Dostoievski.

Em 1841, dedica-se a composição de dois dramas Históricos, “Boris Godunov” e “Maria Stuart”, que não chegou a concluir. Em 1843 terminou os estudos e começou a trabalhar na seção de engenharia de Petersburgo e nessa época traduz duas obras românticas, “Eugênia Grandet” de Balzac e “Dom Carlos” de Shiler.

Em 1844 pede demissão do cargo público e começa escrever seu primeiro romance “Pobre Gente” que descreve o ambiente péssimo onde vive através do personagem Makar Devushkim, e esse romance foi publicado em 1846.

No ano seguinte ele publica a segunda edição deste livro e em 1848 publica “O Duplo” que conta a história Goliadkim que se vê privado de seus direito enquantopessoa particular numa sociedade que deseja ardentemente áusurpação. Com a publicação desse livro sua obra que antes elogiada começa a declinar.

Fiódor passa a frequentar um grupo revolucionário chamado de Circulo Petrashevski e é preso em 1849 sobre a acusação de conspirar contra Nicolau I que era o Czar da Rússia.

Ele passou meses preso na fortaleza de Pedro e Paulo e o resto da pena, foi trocado por trabalho forçado e exílio. As recordações da vida no cárcere são descritas nos livros “Memórias da Casa dos Mortos” publicada em1861 e “Memorias do Subsolo”, esta última considerada por Walter Kaufmann como a “melhor proposta para existencialismo já escrita”.

No ano de 1868, escreveu ‘ o idiota, cujo personagem central é Nastássia Filipóvna e é baseado numa história real, ocorrido com uma jovem que incendiou á própria casa após ser mal tratada pela família. Em seguida publica “Os demônios” inspirado no caso de uma jovem chamado Ivanov, que é assassinado por uma grupo radical por ter abandonado a organização.

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Em 1867, publica o romance “Crime e castigo” que aumentaria sua fama e esta obra é uma grande reflexão existencial sobre como o ser humano se relaciona com as questões divinas.

E sua última obra é “Os irmãos Karamázov” publicado em 1880 e é considerada por Sigmund Freud uma das maiores obras primas da literatura ocidental, esse romance é uma verdadeira teia de personagens com reflexões do próprio autor”.

A obra Dostoievski explora a autodestruição, a humilhação e o assassinato, além de analisar estados patológicos que levam ao suicídio, à loucura e ao homicídio, seus escritos são chamados por isso de "romances de ideias", pela retratação filosófica e atemporal dessas situações.Essas obras influenciaram várias escolas da teologia e psicologia.

Obras de Dostoiévski

Pobre Gente, 1846. O Duplo, 1848. Humilhados e Ofendidos, 1861. Memórias da Casa dos Mortos, 1861. O Tempo, 1863. Memórias do Subterrâneo, 1864. Crime e Castigo, 1867. O Idiota, 1868. Os Demônios, 1868. Os Possessos, 1871. O Adolescente, 1874. Diário de um Escritor, 1874. Os Irmãos Karamázovi, 1880.

Os Irmãos Karamazov

Publicado em são Petersburgo no ano 1880.

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CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA

O Czar da Rússia era Alexandre II, que teve seu reinado de 02 de março de 1855 á 13 de março de 1881.

Foi em 1880, que começou a ser quando estabelecido contato entre os intelectuais do operariado russo com ideias de cunho marxista e socialista, até mesmo anarquistas. Nesse período, os operários do país estavam em péssima situação e eram explorados, desta forma, a mistura da situação precária com os ideais marxistas que foram estimulados nas mentes dos trabalhadores deram início as primeiras greves.

E foi partir deste ano que a Rússia começou apresentar maiores taxas de crescimento industrial devido à abertura de várias fábricas resultado do programa de industrialização do governo.

PERSONAGENS PRINCIPAIS

FIÓDOR PAVLOVITCH KARAMÁZOV: Um proprietário de terras, que começou quase do nada, era esperto para os negócios, porém desonesto casou-se, duas vezes e teve três filhos.

DMITRI FIODOROVITCH KARAMÁZOV: Filho de Fiódor do primeiro casamento com Adelaide Ivânovna, Após a morte de suam mãe foi esquecido pelo pai e mandado para casa dos parentes da mãe. Tornou-se militar e vivia em nas festas gastando o dinheiro que herdara do pai.

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IVANFIODOROVITCH KARAMÁZOV: Primeiro filho de Fiódor em decorrência do segundo casamento com Sofia Ivânovna. Era repórter e possuíauma intectualidade bem desenvolvida.

ALIÊKSEI FIODOROVITCH KARAMÁZOV(ALIÓCHA): Irmão mais novo de Dimitri e Ivã, também filho de Sofia. Escolheu levar uma vida monástica, influenciado pela forte ligação que tinha com o Stárietz Zósima, é o principal personagem do livro por qual o autor demonstra ter muita estima.

RESUMO DA TRAMA DA HISTÓRIA:

O romance é escrito em terceira pessoa, Os Irmãos Karamázov, tem um enredo que se desenrola em torno de uma família: os Karamázov.

O pai, Fiódor Pavlovitch Karamázov, casou-se duas vezes e por duas vezes ficou viúvo. Um homem em torno decinquenta e tantos anos, de situação financeira muito boa. Um beberrão, sem vergonha, mentiroso, sem valores e pão-duro embora esbanjador quando se trata de seus prazeres. Mau marido, mau pai, enfim, um mau exemplo de pessoa. Mas, o personagem é tremendamente engraçado e suas palhaçadas parece ser uma forma de autopunição pública.

Com a primeira mulher, Fiódor teve apenas um filho: Dmitri Fiodorovitch Karamázov. Com a segunda mulher, teve dois: Ivan e Aliêksei Fiodorovitch Karamázov (Aliócha).

Dmítri logo apos á morte de sua mãe é retirado de casa e encaminhado para a família de sua mãe, após a morte de sua segunda mulher os dois filhos fruto desse casamento também são retirado de casa para serem criados por terceiros. Jovens, eles retornam à casa do pai cada qual por seu motivo (mesmo sem saberem qual seja ao certo) e aí começam as confusões, poiso pai é uma pessoa muito desagradável e difícil de conviver. Também há uma barreira a ser vencida entre os irmãos, pois eles são praticamente estranhos entre si.

Ivan é intelectual e ateu, e procura não seenvolver emocionalmente e de forma direta nas questões familiares, e dos três filhos é o que menos sabe o verdadeiro motivo, que o fez voltar à casa do pai. Mas, a sua frieza parece um tanto forçada. A verdade, é que parece que ele quer reencontrar-se consigo mesmo ou algo do tipo. Buscando nos restos daquela família, respostas para suas questões existenciais.

Aliêksei é o caçula. Uma espécie de seminarista que pretende entrar para um monastério de monges stárietz, que é um tipo de monge russo. Um personagem que atrai. É muito bondoso que parece não ser deste mundo e que enche nosso coração de afeto por ele. É um personagem que toma conta da história, talvez, o protagonista.

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Dmitri é o filho mais velho. È um ex-oficial do exército e tem uma personalidade semelhante ao do pai. Ele é noivo de uma moça muito bonita, porém quer deixar ela porque esta apaixonado por outra mulher de reputação duvidosa. Ele disputa esta mesma mulher com seu próprio pai e este é o motivo principal da briga entre os dois e que vai envolver toda a família. Apesar de tudo, parece que Dmitri, ao contrário do pai, seja um homem que tenha honra.

No início do livro, o narrador conta rapidamente a história da família. Dos casamentos queFiódor teve o nascimento dos filhos, a morte de suas duas mulheres e vida sem moral que ele levava. Depois, a história passa para a chegada dos filhos já jovens na casa do pai e aí a coisa desenrola-se com muitas confusões e escândalos.

Dmitri, o filho mais velho, Dmitri, exige uma parte da herança que alega não ter recebido de Fiódor e decide ‘lavar a roupa suja, ’ então eles marcam uma reunião no mosteiro para que o Zossima, que é um monge stárietz, líder do mosteiro e mentor espiritual de Aliêksei, seja o interventor deste conflito entre pai e filho. A questão do dinheiro é só uma parte da briga. Este mesmo dinheiro esta relacionado com a disputa de uma mulher que ambos estão apaixonados. A idéia imprevisível, mas proposital de marcar a reunião no mosteiro é do próprio Fiódor, pois Zossima, o monge líder do mosteiro é tido como um santo na região.

Como já se esperava a coisa não termina bem por lá, fazendo Aliêksei, sentir-se envergonhado, pois ele tem muita estima por seu mentor espiritual. Além do mais, a saúde do monge está debilitada e sua morte já é esperada para aqueles dias. A partir desse ponto tudo sai dos trilhos e eles voltam para casa onde as confusões continuam.

Na casa, em uma ocasião Dmítri invade a casa de seu pai procurando por Grúchenka que é a mulher que os dois estão apixonadoe agride fisicamente seu pai.

Aliêkisei começa a se preocupar, pois o desfecho desse conflito parece se emcaminhar para uma tragédia, pois depois desse fato o próprio Dmítri parece desejar matar o pai.

Nesse momento o autor parece colocar uma situação que ele mesmo passou, pois quando era mais novo chegou a desejar a morte do pai. Esta questão entre o autor e seu pai é tratada inclusive nos trabalhos de Freud, como Dostoievski e o Parricídio.

Aliêkisei conversa com vários personagens e numa conversa com o seu irmão Ivan, este acaba falando de um poema que escreveu chamado de “O Grande Inquisidor”essa é uma parte importante do romance pois o autor trata de ideias natureza humana e poder político -religioso, depois dessas conversas Aliékisei procura se encontrar com Dmitri mais uma vez e não consegue acha-lo.

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Esse primeiro volume termina com varia histórias relatadas pelo stariétiz zóssima, e consequentemente a sua morte, o que deixa Aliékisei muito abalado.

Aliékisei poderia ter tomado uma atitude mais ativa e não de um simples mediador que assisti os fatos. Em algumas circunstâncias ele até percebi o que cada um realmente senti podendo evitar alguns fatos que ocorre no desenrolar da história, mas ele apenas se preocupa e não tenta interferir de uma forma mais direta.

RELAÇÃO COM O DIREITO:

Esse livro aborda um tema de parricídio, quando fala do desejo que Dmítri nutria, de querer matar o próprio pai, desejava cometer um homicídio, crime previsto no art.121 do nosso Código Civil. E outro fato que se relaciona com o Direito é quando Ivan está no monastério com os outros personagens e ele diz: ”que não havia nenhuma lei natural ordenando ao homem que amasse a humanidade que se o amor havia reinado era por que o homem cria na imortalidade da alma e que se esta crença fosse destruída nele o amor acabaria e ele perderia a força de continuar vivo neste mundo”.

E que é interpretado pelos outros na seguinte frase, ”Se Deus não existe, tudo é permitido”, nesse momento o autor aborda a questão do jus naturalismo, na crença que existia uma lei natural antes mesmo do homem existir na face da terra e que se o homem criou Deus então não existi essa lei conseqüentemente não existe punição.

De certa forma ele dá legitimidade ao crime, pois naquela época como de agora o a religião tinha uma forte influência sobre o Direito.

E tenta-se a buscar interpretações para se condenar ou absolver ás ações dos indivíduos. Interpretações usadas pelos nossos juízes e que é chamada de hermenêutica.

RELAÇÃO COM A JUSTIÇA.

Um fato que chamou atenção neste livro foi o fato de que apesar de existirem leis, existiam também, outra forma de justiça que era com as próprias mãos e isso era visto pela sociedade como um gesto de honra. Um exemplo disso era o duelo que ocorria quando um homem tinha sua honra ferida dava-se esse direito a ele de convidar seu ofensor para esse duelo.

Esse fato e descrito na parte em que o Stariétz Zósima relata partes de sua história na juventude.

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O autor fala de costumes da época e que ocorre até hoje, não da mesma forma de outra, e me parece que a sociedade uma parcela da sociedade sempre tenta fazer justiça com as próprias mãos.

SOCIEDADE E RELAÇOES SOCIAIS

O tipo de sociedade que o livro descreve, era uma sociedade predominantemente rural, de grandes proprietários de terras e isso é demonstrado com o personagem Fiódor Karamázov, que era um fazendeiro, apesar de não morar na sua fazenda, e as relações produtivas eram marcadas pelo regime de servidão que o autor personifica nos personagem Gregório, que mesmo depois de extinto esse regime em 1861 permaneceu ao lado do seu patrão. Na Rússia nessa época ocorram várias conflitos que abalaram á autocracia da Rússia, conflitos inspirados nas transformações que ocorreram no resto do mundo, com revolução industrial e a revolução francesa, e na história um personagem,, tio de Dmítri o senhor Piotr Aliekándrovitch Miúsov afirma ter participado de uma delas.

O livro relata também os debates que ganham força entre os intelectuais dessa sociedade, do progresso do racionalismo transcrito nesse livro através do personagem Ivan,, além de querer que o estado Russo deve basear-se nas tradições da Igreja ortodoxa, que Ivan descreve num de seus artigos e que ele sintetiza num discurso dele, em que a igreja não seria só um órgão dentro do estado, mas sim se transformar no próprio estado.

Um fato que observei nesse romance é que o autor parece descrever as mulheres como um ser submisso aos homens e sem influência na sociedade.

RELAÇÕES DE PODER

As relações de poder que eu encontrei no romance são, a que Fiódor exerce sobre seus empregados que eram seus antigos servos, que mesmo livres ficavam servindo como empregado seu patrão por falta de alternativa, em decorrência da estrutura predominantemente agrária da sociedade Russa nessa época.

E também a relação de dependência das mulheres em relação aos homens que é retratado nas duas esposas que Fiódor teve onde ambas sofriam maus tratos, vindo a falecer prematuramente.

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REFERÊNCIAS

http://www.ebah.com.br/content/ABAAAgSHYAE/dotoievski-a-filosofia-direito-discurso-juridico-dos-irmaos-karamazov?part=2 ,acessado em 14 de abril de 2016-04-27

https://pt.wikipedia.org/wiki/Fi%C3%B3dor_Dostoi%C3%A9vski, acessado em 14 de abril de 2016.

Dostoiévski, Fiódor, Os Irmãos Karamázov, 1ª edição, volume 1, São Paulo,2008,417 páginas