Crise no Senado brasileiro - ceut.com.br · “É preciso ter calma, prin-cipalmente nos horários...

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JORNAL LABORATÓRIO DO CURSO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL DO CEUT - JORNALISMO - ANO 4 - N° 9 Crise no Senado brasileiro HGV reativa unidade de transplantes Pagamento de horas-ex- tras no mês de recesso, atos secretos para beneciar pa- rentes dos parlamentares e transformação de comis- sões temporárias em per- manentes: esses são alguns dos motivos que geraram uma crise na imagem do Senado brasileiro. Pág. 3 Hospital Getúlio Vargas vai ser credenciado para transplantes de rins O Ministério da Saúde credencia o maior hospital público do Piauí, o Hospi- tal Getúlio Vargas, a realizar transplantes de rins. Há 11 anos não era feito este pro- cedimento por falta de con- dições físicas e pessoal es- pecializado. A nova central aumenta as esperanças dos mais de 400 pessoas que se encontram na la de espera por um novo órgão que po- derá melhorar a qualidade de vida dos pacientes. Pág. 6 Heavy Metal: estilo musical que atrai grande público em Teresina Heavy Metal reúne identidades e estilos Aumento no número de shows, aumento na venda de camisetas, CDs e outros materiais das bandas de rock conrmam o gosto dos teresinenses pelo Heavy Metal. Para o baixista das bandas “Phantom of Death” e “Hevora”, Diego Iglesias, a valorização desse produto musical “mexe com a nossa autoestima”. Pág. 8 Trânsito da cidade exige calma dos motoristas “É preciso ter calma, prin- cipalmente nos horários de maior circulação”, é o que arma Maciel Figueiredo, 21 anos, quando se trata de passar por um dos pontos críticos de Teresina a par- tir das 18 horas: a Ponte da Primavera, que liga a zona Norte à Leste. Pág. 4 Congestionamento na Av. Frei Seram atrasa a volta dos teresinenses ao trabalho Professores e alunos discutem os novos rumos da comunicação CEUT debate diploma e mercado de trabalho O CEUT reuniu profes- sores, alunos e egresos dos cursos de Jornalismo e Publicidade para debater a decisão do Supremo Tri- bunal Federal quanto à não obrigatoriedade do diploma de jornalista para o exercí- cio da prossão. Segundo o diretor da instituição edu- caional, professor Honório Bona, apesar da supresa em relação à decisão do STF nada vai alterar o compro- misso da faculdade com o curso de Jornalismo. Pág 5 Super-heróis em ação A segunda edição da Sema- na de Comunicação da facul- dade CEUT vai receber gran- des prossionais da área para debater o tema “Mercado, Academia e Novas Tecnolo- gias”. A semana acontece nos dias 5, 6, 7 e 8 de outubro na própria instituição. Pág. 5 Teresina recebe torneio de basquete de rua Teresina, com 5 equipes, e Picos, com 2, participaram do primeiro torneio de bas- quete de rua, promovido pela Central Única de Favelas - CUFA-PI. O campeão do Piauí garante vaga na etapa nacional da Liga Brasilei- ra de Basquete de Rua - LI- BRA, que acontece na cidade do Rio de Janeiro. O esporte possui algumas diferenças em relação ao basquete con- vencional. Pág. 7 2º Festluso movimenta a capital Diversidade, essa é a pala- vra que marca o 2º Festluso - Festival do Teatro Lusófono - que reuniu culturas de di- versos países que têm o por- tuguês como língua ocial. Atrizes como Elisa Lucinda e Regina Duarte zeram par- te do festival e não pouparam elogios ao público teresinen- se e à próprio capital do Piauí. O evento foi organizado pelo Grupo Harém de Teatro e já faz parte do calendário cultu- ra da cidade. Pág. 4

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JORNAL LABORATÓRIO DO CURSO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL DO CEUT - JORNALISMO - ANO 4 - N° 9

Crise no Senado brasileiroHGV reativa unidade de

transplantes

Pagamento de horas-ex-tras no mês de recesso, atos secretos para benefi ciar pa-rentes dos parlamentares e transformação de comis-sões temporárias em per-manentes: esses são alguns dos motivos que geraram uma crise na imagem do Senado brasileiro. Pág. 3

Hospital Getúlio Vargas vai ser credenciado para transplantes de rins

O Ministério da Saúde credencia o maior hospital público do Piauí, o Hospi-tal Getúlio Vargas, a realizar transplantes de rins. Há 11 anos não era feito este pro-cedimento por falta de con-dições físicas e pessoal es-pecializado. A nova central aumenta as esperanças dos mais de 400 pessoas que se encontram na fi la de espera por um novo órgão que po-derá melhorar a qualidade de vida dos pacientes. Pág. 6

Heavy Metal: estilo musical que atrai grande público em Teresina

Heavy Metal reúne identidades e estilosAumento no número de

shows, aumento na venda de camisetas, CDs e outros materiais das bandas de rock confi rmam o gosto dos teresinenses pelo Heavy

Metal. Para o baixista das bandas “Phantom of Death” e “Hevora”, Diego Iglesias, a valorização desse produto musical “mexe com a nossa autoestima”. Pág. 8

Trânsito da cidade exige calma dos motoristas

“É preciso ter calma, prin-cipalmente nos horários de maior circulação”, é o que afi rma Maciel Figueiredo, 21 anos, quando se trata de

passar por um dos pontos críticos de Teresina a par-tir das 18 horas: a Ponte da Primavera, que liga a zona Norte à Leste. Pág. 4 Congestionamento na Av. Frei Serafi m atrasa a volta dos teresinenses ao trabalho

Professores e alunos discutem os novos rumos da comunicação

CEUT debate diploma e mercado de trabalhoO CEUT reuniu profes-

sores, alunos e egresos dos cursos de Jornalismo e Publicidade para debater a decisão do Supremo Tri-bunal Federal quanto à não obrigatoriedade do diploma de jornalista para o exercí-

cio da profi ssão. Segundo o diretor da instituição edu-caional, professor Honório Bona, apesar da supresa em relação à decisão do STF nada vai alterar o compro-misso da faculdade com o curso de Jornalismo. Pág 5

Super-heróis em ação

A segunda edição da Sema-na de Comunicação da facul-dade CEUT vai receber gran-des profi ssionais da área para debater o tema “Mercado, Academia e Novas Tecnolo-gias”. A semana acontece nos dias 5, 6, 7 e 8 de outubro na própria instituição. Pág. 5

Teresina recebe torneio de basquete de rua

Teresina, com 5 equipes, e Picos, com 2, participaram do primeiro torneio de bas-quete de rua, promovido pela Central Única de Favelas - CUFA-PI. O campeão do Piauí garante vaga na etapa

nacional da Liga Brasilei-ra de Basquete de Rua - LI-BRA, que acontece na cidade do Rio de Janeiro. O esporte possui algumas diferenças em relação ao basquete con-vencional. Pág. 7

2º Festluso movimenta a capital

Diversidade, essa é a pala-vra que marca o 2º Festluso - Festival do Teatro Lusófono - que reuniu culturas de di-versos países que têm o por-tuguês como língua ofi cial. Atrizes como Elisa Lucinda e Regina Duarte fi zeram par-te do festival e não pouparam elogios ao público teresinen-se e à próprio capital do Piauí. O evento foi organizado pelo Grupo Harém de Teatro e já faz parte do calendário cultu-ra da cidade. Pág. 4

2 Teresina, setembro de 2009

Jornal Laboratório do Curso de Comunicação Social, Habilitação em

Jornalismo do CEUT - Centro de Ensino Unifi cado de Teresina.

Diretor Geral:Honório José Nunes Bona

Diretor de Planejamento e Finanças:Ranieri Mauro Vilarinho Brito

Diretora Administrativa:Zizita Dolôres Bona de Carvalho

Diretora Acadêmica:

Maria de Fátima Portela Araújo

Diretora de Pós-Graduação, Pesquisa e Extensão:

Ceciane Portela Sousa

Assessora Acadêmica:Lina Rosa de Jesus Bona

Coordenadora do Curso de Comunicação Social:

Maria Helena Almeida de Oliveira

Professores ResponsáveisEdição, Texto e Reportagem:Sammara Jericó - DRT 1228

Planejamento e Produção Gráfi ca:Mercedes Rio Lima - DRT 187/90

Fotojornalismo:Luciano Klaus - DRT 1171

Revisão:José Airton F. de Sousa - MEC 514-CE

Equipe de Redação/Paginação:Amanda Oliveira

Andressa FiguerêdoAracy Fortes

Wislania MesquitaBasílio OliveiraDileane CamposÉlida Machado

Geórgia BenvindoJaqueline MoraesJoaquim Eduardo

Lis BeatrizMara VanessaNatália HisseNayara NadjaRay Pereira

Rennata HelyneTairo Silva

Vinícius Bráulio

CEUT - Av. dos Expedicionários, 790 - São João - Teresina/PI - CEP 64046700

Fone: 4009.4300 - Fax: (86)32324888E-mail: [email protected]

Pós-abalo sísmico

A recente crise política brasileira, infl a-mada pelas denúncias e escândalos que envolvem o Senado Federal, é apenas o refl exo do estado de dúvidas e incertezas que cerca o nosso país, em todas as es-feras sociais. A defi ciência política atin-ge o setor econômico, já tão manobrado pela instabilidade do mercado mundial. A sociedade, por sua vez, acaba entrando em colapso sufocado, onde desigualda-des sociais, infl ação, índice alarmante de desemprego, êxodo rural e crescente vio-lência urbana tornam-se apenas coadju-vantes; meras ferramentas que compõem o dia-a-dia do Brasil.

Protesto, indignação, denúncia e ar-roubos revolucionários foram vistos em diferentes espaços, atingindo todas as ca-madas da população. A mídia divulgou, exaustivamente, matérias e informações sobre os funcionários, senadores e de-mais benefi ciados pelas regalias e abusos cometidos com o dinheiro e a confi ança do contribuinte. O pináculo da crise, in-questionavelmente, foi protagonizado pelo presidente do Senado, José Sarney, que utilizou de atos secretos para mani-pular o interesse público em prol de seus próprios interesses.

Dito isto, os questionamento centrais são: onde estão os direitos e garantias in-dividuais assegurados pela Constituição Federal a todos os cidadãos residentes neste país? Onde está a força que infl a-

mou tantos homens e mulheres, produ-zindo um furacão de manifestações, pas-seatas e discursos infl amados?

Se nossas prerrogativas estão sendo violadas, por que deixar que o tempo nos cale? Por que demonstrar um interesse momentâneo, guiado apenas pelo efeito carrossel alimentado por muitos veículos de comunicação? Cidadania não é doa-ção, é conquista. Ficar indiferente à mi-séria política, social, econômica e cultu-ral da realidade em que se vive camufl a o real direito de escolha; o poder de decisão que é garantido a todos os indivíduos pela CF, lei maior do país.

O estado biodegradável da ética políti-ca é apenas a pedra-de-toque dos nossos maiores problemas. Se não podemos re-solvê-los de forma imediata, tentemos, então, engajar a consciência. Como? Bom, as eleições de 2010 estão chegan-do e podem mudar o status quo dominan-te, reciclando as estruturas de governo e construindo uma nova cultura política, com uma visão mais madura sobre demo-cracia. Visão esta que deve primar pela abolição do coronelismo e das “pequenas” regalias que imperam na elite política. Só assim, o povo brasileiro conhecerá, na prática, a letra imortalizada na Constitui-ção Federal, que professa em seu art.1°, Parágrafo Único: “Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de repre-sentantes eleitos ou diretamente, nos ter-mos desta Constituição”.

EDITORIAL

O último jantarCRÔNICA

MARA VANESSA *

Ele estava saindo da vida dela. Abriu a porta, pegou as malas espalhadas pelo chão, tirou o chapéu do cabide e, como que num último gesto de misericórdia, acendeu um cigarro. Tragou a fumaça e disseminou-a no ar da casa. Em seguida, olhou para aquela que, meses atrás, ha-via resgatado sua dignidade, devolvido sua consciência, retirado seus estigmas. Olhou-a com um misto de desdém e vul-nerabilidade.

Deixava ali uma parte de si, mas leva-va embora grande parte dela. Levava um coração dilacerado, vitimado, destruído. E todos aqueles sonhos? Todas aquelas promessas? E as confi ssões que fi zeram * Mara Vanessa é aluna do 4º período de Jornalismo do CEUT.

juntos, na meia-luz que iluminava a sala? As cartas... Sim, as cartas. Elas, que tanto provaram e se fi zeram provar... Que tan-to construíram e determinaram desejos! Tudo acabado!

Apagou o cigarro no cinzeiro, enfi ou os dedos na mala e partiu. Ela continu-ava imóvel em frente à porta. Dos seus olhos escorregavam duas lágrimas, uma de cada lado. Engoliu seco, passou as mãos no cabelo e seguiu para a cozinha. Colocou o avental e tornou a assar o fran-go que havia deixado na geladeira. Fez a mesa com dois pratos e dois copos. O jantar não poderia esperar mais para fi car pronto. Assim como o seu coração.

OPINIÃO

Teresina, setembro de 2009 3POLÍTICA

A supremacia do interesse privado

são muito comuns no Piauí. O crime de boca de urna no dia da eleição está descrito no artigo 39, parágrafo 5º, incisos I, II e III da Lei das Eleições (Lei nº 9.504 de 30 de setembro de 1997), e é pu-nível com detenção de seis meses a um ano, com a alternativa de prestação de serviços à comuni-dade pelo mesmo período, e mul-ta no valor de cinco mil a quinze mil UFIR.

Também agride a lei quem, nesse dia, fi zer propaganda elei-toral com alto-falantes, comício, carreata, usar camisas, broches, bonés de candidato, etc.

O transporte de eleitores nos dias de eleição é gratuito, de-vendo ser fornecido pela Justiça Eleitoral. É vedado aos candida-tos, partidos, ou qualquer pessoa fornecer transporte ou refeições aos eleitores da zona urbana. A pena para essa conduta é reclusão de quatro a seis anos e pagamento de 200 a 300 dias multa.

MUDANÇAS NA LEGISLAÇÃO

No dia 8 de julho de 2009, a Câmara dos Deputados aprovou proposta de reforma na Legisla-ção Eleitoral. As mudanças po-dem entrar em vigor a partir das eleições de 2010.

Entre as principais, estão: a impressão do voto por um dispo-sitivo ligado à urna eletrônica; a obrigatoriedade de apresentação de documento com foto para que o eleitor possa votar; proibição de propagandas em muros e outdo-

ors, bens públicos de uso comum (pontes, postes) e em propriedade privada.

Gabriel Furtado esclarece que a principal mudança na legislação eleitoral que já estará em vigor para a próxima eleição é a soli-citação do título de eleitor pela internet.

A população agora pode acessar o site do Tribunal Superior Elei-toral (www.tse.gov.br) e solicitar a emissão do título de eleitor. É necessário ainda comparecer ao cartório eleitoral munido da do-cumentação impressa no site e outros documentos necessários, mas o processo de alistamento eleitoral já estará em andamento. Funciona como um adiantamen-to, acelerando o processo de con-cessão.

Outra mudança também im-portante, e que ainda será alte-rada no futuro, é a permissão de propaganda pela internet e outros meios eletrônicos.

“O Congresso Nacional está regulamentando essa questão, porque é cada vez mais comum a criação de sites que possibili-tam aos usuários fazer doações para algum candidato através da Internet. Não há decisões con-cretas a respeito, mas uma das sugestões é que as doações só possam ser feitas por cartão de credito. Entende-se que assim seria mais fácil averiguar a desti-nação das verbas. Barack Obama, por exemplo, arrecadou milhões de dólares através de doações vo-luntárias pela internet”, ratifi ca Gabriel Furtado.

Metamorfose e crime na legislação eleitoralCRISE

SENADO

José Sarney: atos secretos para benefi ciar familiares

Além de senadores e diretores da Casa, a crise também atinge o presidente da Casa, senador José Sarney (PMDB-AP), acusado de se utilizar de atos secretos para benefi ciar parentes e um grupo seleto de funcionários. Entre os contemplados está a sobrinha, Vera Portela Macieira Borges, que ocupava um cargo no gabi-nete do senador Delcídio Amaral (PT-MS), em Campo Grande, até ser exonerada da função após o estopim do escândalo. O Senador José Sarney também é apontado por fazer uso de boletins secretos para nomear Rosângela Terezinha Gonçalves, mãe de um dos netos, encaminhando-a para trabalhar no gabinete do senador Epitácio Cafeteira (PTB-MA).

Como foi editada em agosto de 2008, a súmula do Supremo Tribunal Federal – STF - proíbe a contratação de parentes até ter-ceiro grau nos Três Poderes, mas para o Senador José Sarney a sú-mula do STF parece não existir.

Reportagem e apurações reali-zadas em julho deste ano revela-

ram que José Sarney transformou comissões temporárias em per-manentes, além de criar adicio-nais salariais e reajustar o valor do auxílio-alimentação de forma retroativa com o intuito de bene-fi ciar um grupo seleto de servido-res. (Fonte: Folha de São Paulo).

Sociedade: Desilusão Política A crise do Senado comprome-

te a relação de confi ança entre o cidadão brasileiro, a política e os próprios representantes. Para o economista Fritz Moura, a so-ciedade acabará buscando suas próprias soluções, “isolando e ignorando completamente os po-líticos, a participação política e a importância do Congresso Nacio-nal como construtor de soluções para o bem comum da socieda-de.” Segundo ele, isso acabaria resultando em um grande risco, pois o país perderia as vigas mes-tres que sustentam a democracia e a liberdade social.

Desilusão compartilhada tam-bém por Roniel Sampaio, recém-graduado do curso de Ciências Sociais da Universidade Federal do Piauí. Para ele, o fato do mo-vimento estudantil e da popula-

MARA VANESSA eJAQUELINE MORAES

Os princípios fundamentais da Administração Pública conver-gem para um único fi m: o bem comum da coletividade. Contra-riando esta premissa, o Senado está envolvido em consecutivas denúncias de escândalos, cor-rupção, atos secretos e abusos de poder, direcionando as atividades políticas da Casa para um único fi m: benefi ciar parentes e os pró-prios senadores.

A crise de moralidade começou ainda no início do ano, quando os Senadores pagaram horas extras no mês de recesso (janeiro), quan-do não havia expediente. Foram R$ 6,2 milhões em horas extras autorizadas pelo senador Efraim Morais (DEM-PB), que na épo-ca era o primeiro-secretário da Mesa Diretora, responsável pela gestão administrativa. Depois da “farra” das horas-extras, foi a vez do diretor-geral do Senado, Aga-ciel Maia, tentar explicar para a Justiça, para o senadores e para o povo, porque escondeu uma casa em Brasília avaliada em R$ 5 mi-lhões de reais.

ção em geral permanecer inerte frente às denúncias de escânda-los e corrupções está relacionado com “a apatia política do povo brasileiro e com uma certa tole-rância à corrupção. Essas duas posturas contribuem diretamente para que esse tipo de fato conti-nue se propagando. Vale lembrar que o Senador José Sarney foi presidente do Brasil e ocupou diversos cargos políticos duran-te toda sua trajetória. Esse não é apenas o primeiro escândalo de corrupção”, pontua.

Por sua vez, a imprensa tem

atuado de forma decisiva para o esclarecimento da opinião públi-ca. É o que pensa o jornalista e historiador Bruno Leal, coorde-nador da rede social Café Histó-ria. “A coisa deixou de ser linear e hoje é muito mais dialógica. A pessoa que não lê jornal, pode ler um blog. A pessoa que não lê blog ou jornal, pode ter um twitter ou participar de uma rede social. Ou seja, a probabilidade de ela entrar no jogo político da opinião públi-ca é muito maior. Nesse sentido, existe um esclarecimento sobre o que está acontecendo no país”, garante.

JAQUELINE MORAES eMARA VANESSA

O camaleão, pertencente à família Chamaeleonidae, é um lagarto que mede, aproximada-mente, 60 cm de comprimento e apresenta como característica principal a mudança de cor, utili-zada como tática para escapar do ataque dos predadores.

O termo camaleão também é comumente utilizado para desig-nar pessoas versáteis ou volúveis, que mudam de opinião sempre que as circunstâncias e interesses as impulsionam. A comparação entre o camaleão e a legislação eleitoral encontra justifi cativa na mudança contínua de forma, fato que parece ocorrer a ambos de acordo com as “circunstâncias ambientais’”, funcionando como instinto de sobrevivência. Exem-plo disso é a constante alteração na legislação eleitoral em cada nova campanha, autenticada pelo ordenamento jurídico brasileiro.

No ordenamento jurídico vi-gente, crimes eleitorais são defi -nidos como condutas anti-sociais descritas pelo Código Eleitoral (Lei nº 4.737 de 15 de julho de 1965) e outras leis. A doutrina ju-rídica brasileira descreve os cri-mes eleitorais como crimes vin-culados aos atos que acontecem desde o alistamento do eleitor à diplomação do candidato eleito.

Segundo o advogado Gabriel Furtado, crimes eleitorais são por vezes considerados crimes po-líticos, mas nem sempre isso se confi gura. Para ele, “crime políti-co é aquele que, em regra, ataca a ordem social ou a ordem política de um país”.

Por via de regra, entendem-se como crimes políticos ape-nas aqueles descritos na Lei nº 7.170 de 1983, mas certos crimes comuns também podem ser en-tendidos como crimes políticos, desde que a motivação do agente (criminoso), tenha sido indire-tamente a de atacar a ordem na-cional e o regime democrático, dentre outros.

Diante disso, a corrupção elei-toral, que a princípio não é crime político, pode ser indiretamente tratada como um, desde que se confi gure na intenção do agente um ataque a esses quesitos. Al-guns teóricos do Direito conside-ram crimes eleitorais como uma categoria de crimes políticos, pois necessariamente ferem a or-dem pública.

Gabriel Furtado afi rma que o crime eleitoral de maior inci-dência no Piauí é o de corrupção eleitoral, comumente conhecido como “compra de votos”. O ad-vogado elucida que este tipo de conduta é considerada criminosa tanto por quem a pratica como

Advogado Gabriel Furtado

Saiba quais são os principais crimes eleitorais que ocorrem no

Piauí e entenda porquê a expressão ‘efeito camaleão’ pode ser aplicada

à Legislação Eleitoral Brasileira

por quem a recebe: “Geralmente imagina-se que só quem comete esse crime é quem oferece ou dá alguma vantagem ao eleitor. Porém, a lei diz que também co-mete o crime de corrupção elei-toral quem aceita esse tipo de vantagem. Se no dia da votação ou em um dia próximo, uma pes-soa oferece a outra dinheiro para votar em determinado candidato e ela aceita essa vantagem, mes-mo que não chegue a recebê-la ou mesmo que não vote, também estará praticando o crime de cor-rupção eleitoral”, esclarece.

A punição é de até 4 anos de reclusão além de pagamento de multa, segundo o artigo 299 do Código Eleitoral. E se o candi-dato benefi ciado pela corrupção eleitoral for eleito, ele estará su-jeito a cassação.

Além da compra de votos, os crimes de boca de urna e trans-porte ilegal de eleitores também

4 Teresina, setembro de 2009

2°Festluso movimenta a capital

lugar”, afi rmou Elisa Lucinda em entrevista a equipe de Vídeo do Festival dirigido pelo cinegrafi sta Leandro Milú.

O Espaço Trilhos recebeu a cada noite um espetáculo e um show de algum artista local, além é claro, da descontração e alegria incrível que irradiava dos colegas

africanos que fi zeram questão de ensinar para os envergonhados brasileiros a dança mais popular de sua região o Kuduro. Surgido na Angola o ritmo ganhou espa-ço na mídia nacional e não podia deixar de fazer parte da miscelâ-nia cultural do 2° Festival Lusó-fono. A Atriz Global Regina Du-

arte também não poupou elogios ao festival e ainda fez divertidos comentários quanto a nossa cida-de em seu blog: “ Faz calor em Terezina? Faz!!!! Mas a gente as-sume, incorpora e fi ca tudo uma delícia. Com passoca, cajuína, capote, rapadura e outros quetais de-li-ci-óóósos.”

TEATRO

Atriz global Elisa Lucinda em entrevista a repórter do Festluso Bide Lima

RAYLDO PEREIRA

Aconteceu em Teresina no pe-ríodo de 23 a 29 de agosto o 2° FESTLUSO (Festival de Teatro Lusófono) que visa a integração dos diversos países do mundo que tem o português como língua ofi -cial. Uma vasta programação de espetáculos, ofi cinas exposições e shows, movimentou por uma semana espaços como o Teatro 4 de setembro, o Espaço Trilhos e o Teatro João Paulo II. Angola, Portugal, Cabo Verde e Moçam-bique, juntas ao Brasil numa mis-tura cultural fascinante.

Organizado pelo Grupo Harém de Teatro o FESTLUSO, já se marcou como um dos principais eventos no calendário cultural da cidade, o que fortalece o tu-rismo e acima de tudo os hábitos do próprio piauiense. A preços populares 50% dos ingressos dos espetáculos estavam disponíveis para a venda. E para felicidade da organização teve casa cheia todos os dias. Em espetáculos como “Parem de Falar Mal da Rotina” com Elisa Lucinda e “Coração Bazar” com Regina Duarte, não havia lugar sufi cien-te para tantas pessoas. “Teresina é um lugar maravilhoso, saí para fazer compras e sempre que pu-der voltarei! Além de quê é lindo ver essa diversidade tão grande de culturas reunidas num mesmo

EDUCAÇÃO

O Ministério da Educação, este ano, decidiu reformular os critérios do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) para de-mocratizar as oportunidades de acesso as instituições federais de ensino superior.

Criado em 1998 com obje-tivo de avaliar o desempenho dos alunos concludentes ou que já concluíram o ensino médio, o ENEM passou a ser utilizado como critério de seleção para o ingresso ao ensino superior atra-vés do Programa Universidade para todos, ProUni.

Segundo o site do Ministério da Educação - MEC o principal ob-jetivo de reformulação do ENEM é melhorar o atual ensino médio, sinalizando para uma nova for-mação e não visando, apenas, a acumulação de conhecimento e sim a solução de problemas no sentido de facilitar a mobilidade de alunos pelo país.

Diferentemente dos anos ante-riores o exame de 2009 será di-vido em quatro provas objetivas nas áreas de: linguagens, códigos e suas tecnologias (incluindo a redação), ciências humanas; ciências da natureza e matemá-tica. A prova será aplicada em dois dias e cada grupo de testes será composto por 45 questões de múltipla escolha. Todas as inscrições para o Enem 2009 serão realizadas exclusivamente pela Internet, no endereço http://enem.inep.gov.br/inscricao.

Aqui em Teresina, a Univer-sidade Federal do Piauí-UFPI adotou o ENEM como processo seletivo único para as vagas re-manescentes do vestibular 2009. De acordo com a coordenadora de Ensino Pedagógico, da Se-cretaria Estadual de Educação e Cultura (SEDUC), Rosa Chaves, afi rma dizendo que o ENEM no Estado não será prejudicado de forma alguma.

Para a estudante do 3º ano de um colégio da cidade, Cleidia-ne Pedrosa, o ENEM veio para abrir oportunidades, embora as pressões não tenha diminuído. As expectativas são as melhores possíveis, já que o método do aprendizado mudou. “Os pro-fessores não usam mais a ‘de-coreba’, tudo agora é questão de lógica, e o mercado de trabalho tende a melhorar, pois a mão de obra está fi cando cada vez mais qualifi cada, já que muitos estão tendo a oportunidade de se for-mar”, afi rma a aluna.

O ENEM atinge mais de 1.619 municípios em todo país. E no Piauí atingirá oito municípios como: Teresina, Uruçuí, Bom Je-sus, Corrente, Campo Maior, São Raimundo Nonato, Floriano e Parnaíba, assim gerando oportu-nidade única a todos os estudan-tes brasileiros.

Mudanças e desafi os do EnemDILEANE CAMPOS

GEÓRGIA BENVINDO

GERAL

Congestionamento na Avenida Frei Serafi m em horário de pico

Aumento da frota de veículos deixa trânsito mais caótico

Congestionamentos, acidentes freqüentes, poucas ruas de aces-so. Pode-se dizer que trafegar nas ruas e avenidas de Teresina piora a cada dia, principalmente, durante os horários de maior mo-vimento quando a população sai e volta do trabalho.

Segundo alguns dados divul-gados pela Superintendência Municipal de Tráfego e Trânsito

(Strans), são mais de 480 mil ve-ículos, que trafegam atualmente em todo o estado do Piauí. Cerca de metade desta frota encontra-se na capital. Por mês chegam a circular quase duas mil novas unidades na cidade. Outro dado expressa o aumento signifi cativo da frota de carros, motos e ônibus da cidade e que está calculado em 11,62%, o que corresponde a 25 mil veículos a mais nas ruas. O crescimento anual da frota no

Piauí chega a 12%.De acordo com dados acima, a

cidade de Teresina possui a mé-dia de um veículo para cada cinco pessoas. Na cidade onde existe a maior frota do país, em São Pau-lo, a média é de um veículo para cada duas pessoas, o que torna o trânsito mais caótico e tem como uma das soluções, o rodízio feito pela numeração das placas.

Para Marcel Figueiredo, 21 anos, trafegar em Teresina está

se tornando crítico. “É preciso ter calma, principalmente nos horá-rios de maior circulação”, relatou o estudante que precisa passar às 18h pela ponte da Primavera, que liga a zona Norte, onde mora, à Universidade Federal do Piauí (zona Leste) onde estuda e que sempre encontra o local conges-tionado.

De acordo com o diretor de trá-fego e trânsito da Strans, Ricardo Freitas, as soluções com intuito de desafogar o trânsito de Tere-sina, já estão sendo providencia-das, embora seja um processo va-garoso, podendo durar entre 30 e 20 anos. “O Plano Diretor seria a solução para melhorar a circu-lação nos pontos críticos, como a Avenida Frei Serafi m, além de recuperar vias, construir pontes e melhorar o serviço de transporte público”, explica ele.

Para Freitas, pequenas mudan-ças geram efeitos signifi cativos às pessoas que vivem o cotidia-no do trânsito teresinense. “Es-sas mudanças podem fazer uma grande diferença e já realizamos algumas. Foi construído um via-duto na Olavo Bilac que desboca na Avenida Miguel Rosa e um bi-nário nas ruas Arlindo Nogueira com Quintino Bocaiúva. As duas medidas foram para desafogar a Frei Serafi m, o viaduto é uma alternativa à Avenida”, conclui o diretor.

CIDADES

Teresina, setembro de 2009 5

Mec ‘visita’ a instituição

Os super-heróis da comunicação

Globo. As agências Adv6, CJFLASH

e Time farão a apresentação de seus portfólios.

Os participantes poderão esco-lher entre 12 ofi cinas ou 7 GD’S e ainda podem participar do con-

curso de fotografi a e de matéria jornalísticas, ambos com tema livre.

A II Semana de Comunicação já entrou para o calendário acadê-mico da faculdade e faz parte das principais atividades extraclasse.

A faculdade CEUT foi avalia-da novamente pelo MEC - Mi-nistério da Educação e Cultura. Os técnicos fi zeram a análise dos cursos da IES, observando a qua-lifi cação dos professores e domí-nio de conteúdo, atualização e infra-estrutura de salas e labora-tórios. Já foram muitas inspeções em 15 anos de ensino superior e a cada teste a instituição procura melhorar o serviço ofertado à so-ciedade piauiense.

Antes dessa visita, a faculdade recebeu nota 3, o que signifi ca BOM pelo MEC - Ministério da Educação e Cultura, através do IGC -Índice Geral de Cursos. Os dados foram publicados pelo Ins-tituto Nacional de Estudos e Pes-quisa Educacionais – INEP e cor-responde à média dos conceitos preliminares de cursos que tem como base a atuação dos alunos no Exame Nacional de Avaliação de Desempenho dos Estudantes – Enade.

Este ano os alunos CEUT, do 1º e 7º bloco, irão fazer a prova do Enade. “É preciso ter muita responsabilidade, essa prova é muito importante, para os alunos, para os cursos e para a institui-ção” disse Maria Helena, coorde-nadora dos cursos de comunica-ção social.

A Faculdade CEUT amplia sua área de atuação educacional e oferece 27 cursos de pós-gra-duação. Ceciane Portela, coorde-nadora de pós-graduação, conta que a faculdade pretende atu-ar no círculo do estrictu-censo, que é o primeiro passo para os cursos de mestrado, a idéia será trabalhada a partir do próximo ano. Nos cursos pós-graduação latu-censo, trabalho realizado há 8 anos e que já operacionalizou 44 turmas de pós-graduação,o objetivo maior é dá prossegui-mento ao processo de educação continuada. “É o passaporte para o crescimento profi ssional atra-vés do conhecimento, caminhada que não tem fi m”, conclui.

Para a diretora acadêmica do CEUT, Fátima Portela, sempre é preciso melhorar. Para tanto, no-vos projetos chegam junto com os 15 anos da instituição como, por exemplo, aumentar a oferta de cursos. Desde 2006, foi aber-to o processo para a implantação do curso de Medicina. “O CEUT pretende implantar mais cursos de saúde tais como, farmácia, educação física e para a área de exatas o curso de engenharia”, declara.

ANDRESSA FIGUERÊDO E NAYARA NADJA

EVENTO

NAYARA NADJA

A Faculdade Ceut realiza de 6 a 8 de outubro ,a II semana de comunicação com o tema “Mer-cado, academia e novas tecnolo-gias”. De acordo com a Comissão de Organização, composta por alunos dos cursos de Jornalismo e Publicidade da instituição, a 2ª edição da Semana está melhor do que a primeira por conta dos palestrantes, que são conhecidos no Brasil e no exterior, como o fotojornalista André Pessoa, que já fotografou para mais de 30 revistas do Brasil e do mundo, como por exemplo, a National Geographic, da Polônia; Scien-ces et Avenir, da França; e Geo, da Espanha.

Para Leonardo Galvão, aluno e presidente da INOVE, “trabalhar na produção do evento e propor-

cionar a troca de conhecimento entre os acadêmicos e os pro-fi ssionais piauienses e de outros Estados é muito gratifi cante”. Pabllo Stanley e Natália Rafael-le, alunos do 4º período de publi-cidade, acreditam que esta edição será um sucesso e esperam que todos participem.

PROGRAMAÇÃO

Para abrir a 2º edição do even-to, Amadeu Campos ministrará a palestra magistral. Para falar do mercado de comunicação local, donos de empresas debaterão o assunto em uma mesa redonda no segundo dia do evento. A pales-tra magistral que fecha a semana de comunicação fi cará por conta Felipe Suhre e Mariane Salerno do Profi ssão Repórter da Rede

AVALIAÇÃO

muito grande. “Essa abordagem é muito maior que um simples ca-nudo” disse a Professora Cristia-ne Ventura, acrescentando que as exigências do mercado vão con-tinuar, selecionando os melhores profi ssionais. Acredito que na era da multi-especialidade profi ssio-nal não é adequado abdicar da convivência acadêmica, pois aqui é um lugar de experimentação e de orientação para o exercício da profi ssão,conclui a professora.

Durante o evento, foi Lançado o livro - A história dos devotos de Nossa Senhora da Cabeça: um estudo folkcomunicacional, de autoria da Profª Dra. Jaqueli-ne Dourado em parceria com as egressas do curso de jornalismo do CEUT, Elizabeth Araújo e Is-lândia Rocha. O livro reportagem é resultado do trabalho de con-clusão de curso das alunas-auto-ras que foi complementado com um capítulo da Profª Dra Jaqueli-ne Dourado e com a apresentação da Profª Maria Cristina Gobb, da Cátedra da UNESCO. O livro também foi transformado em um artigo científi co que será apresen-tado durante o Folkcom.

“Quem é bom no que faz, não fi ca sem emprego’’ disse a Pro-fessora Publicitária Pollyana Galli, que como os outros pales-

trantes e todos que participaram do evento ressaltaram que a for-mação acadêmica é importante para compreender as habilidades profi ssionais que futuramen-te serão exercidas. A faculdade CEUT, acredita que a situação será revertida na medida em que, sindicatos, associações e políticos já estão trabalhando para reverter à decisão do STF.

Para a professora e coordena-dora dos cursos de Publicidade e Jornalismo do CEUT, Maria He-lena, o encontro foi muito opor-tuno, pois promoveu a discussão sobre a importância de uma boa formação acadêmica para en-frentar um mercado de trabalho exigente. O evento abriu o calen-dário de atividades extraclasse para o semestre 2009.2. “Eventos que possam enriquecer a ativida-de extraclasse constam na lista de prioridades da coordenação de comunicação”, fi naliza Maria Helena.

PRATICANDO A TEORIA

Com a missão de formar os me-lhores profi ssionais de comunica-ção, a faculdade CEUT, possui espaços onde a teoria é colocada em prática, como por exemplo,

laboratórios e empresas jr. Para os alunos de jornalismo existe o blog Agecom - Agência de comu-nicação júnior de jornalismo. A professora orientadora Jacque-line Dourado diz que o Agecom é um espaço onde os alunos são analisados por suas produções jornalísticas.

Usado inicialmente pelos alu-nos da disciplina jornalismo on-line, hoje, ele está à disposição de todos que queiram contribuir. A idéia evoluiu e agora se preten-de fazer da plataforma Agecom que começou com um blog, uma agência de comunicação, onde serão desenvolvidos mais pro-dutos. ’’Será um laboratório em forma de agência, com alunos responsáveis e conscientes de seu papel social’’, Conclui a Profª Dra Jaqueline Dourado.

Para os alunos de Publicida-de, existe a INOVE, uma agên-cia júnior onde os alunos testam os conhecimentos discutidos e compreendidos na sala de aula. A cada dia a INOVE cresce em talento e criatividade e por conta disso, os alunos da agência foram os responsáveis pelo desenvolvi-mento da campanha publicitária do maior evento de pesquisa do País, INTERCOM NORDESTE 2009, que aconteceu em Teresina no mês de Maio.

“Nós fi camos muito surpresos com a decisão do STF pela não obrigatoriedade do diploma para o exercício da profi ssão de jor-nalismo e acreditamos que não é dessa maneira que se toma uma decisão”, disse Honório Bona di-retor geral da Faculdade CEUT. Em face dessa decisão, professo-res, pais e alunos de publicidade e jornalismo reuniram-se para dis-cutir os novos rumos da profi ssão no I encontro de Comunicação da Faculdade CEUT. O evento teve como tema Formação, carreira e Mercado de Trabalho em Comu-nicação, os novos rumos do mer-cado e a relação entre diploma e formação profi ssional.

Independente desta decisão o CEUT continuará a investir no curso, investindo em novos equi-pamentos nos laboratórios, aqui-sição de novos livros e apoiando fi nanceiro e culturalmente as sugestões da coordenação do curso. “Que fi que bem claro que em nenhum momento a facul-dade CEUT pensou em fazer o desligamento geral do curso de jornalismo por acreditar que o diploma voltará a ser obrigató-rio para a prática da profi ssão”, acrescenta Honório Bona diretor da Faculdade CEUT.

Participaram da Mesa-Redon-da a coordenadora dos cursos de jornalismo e publicidade, Maria Helena, os professores Jacqueli-ne Dourado, Cristiane Ventura, Pollyanna Galli e Wellington Lage, a egressa do curso de pu-blicidade e propaganda, Paula Fortes e o aluno do 8º bloco de Jornalismo, Magnus Régis.

Os palestrantes salientaram que a discussão maior não está simplesmente no diploma e sim na formação acadêmica, na baga-gem teórica que esse profi ssional possui, uma vez que a comunica-ção e os profi ssionais da área de-têm uma responsabilidade social

I ENCONTRO DE COMUNICAÇÃO

ANDRESSA FIGUERÊDO

Diploma e mercado de trabalho viram debate

Profi ssionais discutem a relação entre diploma e mercado de trabalho

Grafi teiros dão o colorido especial ao evento

CEUT

6 Teresina, setembro de 2009

HGV volta a transplantar rinsTRANSPLANTE

Foi reinaugurada no dia 4, sex-ta-feira, a reforma da Central de Transplantes do Hospital Getúlio Vargas. Com a reforma, o HGV poderá oferecer o serviço de transplante de rim após 11 anos sem realizar o procedimento.

A Central de Transplantes, im-plantada em setembro de 2000, passou por sua primeira reforma com o objetivo de melhorar a ca-pacidade de atendimento. Para isso foi realizada uma visita téc-nica no dia 13 de agosto de 2009, como parte do procedimento modelo do processo que pede o credenciamento da instituição hospitalar ao transplante de rins. De acordo com o diretor geral do HGV, Noé Fortes, o hospital será contemplado com o credencia-mento após 11 anos sem realizar transplante renal. A vistoria foi realizada pela Câmara Técnica de Transplantes do Ministério da Saúde.

Segundo Noé, a vistoria confe-riu itens observados em um pro-tocolo pré-estabelecido. “O Hos-pital Getúlio Vargas conta com estrutura perfeitamente adequada para começar um programa de transplantes”, fi nalizou o diretor. O HGV tornou-se apto a realizar o transplante de rins através da portaria nº 288, de 27 de agosto de 2009, emitido pelo Ministério da Saúde.

O HGV havia sido impedido de transplantar rins porque não tinha condições físicas e não

TAIRO SILVA

havia no seu quadro de médicos pessoas especializadas para tal. Já com a autorização do MS, fo-ram enviados para São Paulo 7 médicos para preparação, sendo que cinco para realizar cirurgias e dois para direcionar a Central de Transplantes.

De acordo com Maria Feitosa Carvalho, enfermeira da Central de Transplantes, existem 398 pa-cientes na fi la de espera por um transplante de rim. Ela destaca também outras alterações nas medidas que antecedem o trans-plante: “Antes quem informava o cadastro eram os hospitais que

ofereciam hemodiálise. Após esta reforma quem passa a informar este cadastro são os próprios hos-pitais que realizam o transplante, no caso o Santa Maria, a Aliança Casamater e agora o HGV”, ex-plica a enfermeira.

Flávio de Oliveira Bastos, en-fermeiro da Comissão Intrahos-pitalar de Doações de Órgãos e Tecidos para Transplantes, a bus-ca de óbitos por morte encefálica é grande, visto que estas são as condições de morte para que os órgãos estejam aptos para trans-plante. “O rim é um dos órgãos mais procurados. O nosso serviço

aqui na Comissão é procurar nos óbitos quem esteja em condições de doação e, principalmente, sen-sibilizar a família do morto de que outra pessoa necessita daque-le órgão”, explica o enfermeiro.

Para a técnica em enfermagem Socorro Silva, as mudanças tra-zem esperança para seu irmão Francisco de Assis, de 56 anos, que está na lista de espera e faz hemodiálise há 5 anos. “Os da família que concordaram em fa-zer testes não foram compatíveis. Espero que apareça alguém que doe, já que com as mudanças na Central de Transplantes acredito que o serviço vai melhorar.

Finalizada a reforma, a unidade de transplantes do HGV é devolvida à população

PÓLIOMais de 70 mil crianças vacinadasTAIRO SILVA

Foi realizada no último sábado, a segunda etapa da campanha de vacinação contra a poliomielite do ano de 2009. A meta estabe-lecida pelo Ministério da Saúde é que devem ser vacinadas em Te-resina 71.040 crianças. A abertu-ra ofi cial foi feita pelo presidente da Fundação Municipal de Saú-de, Firmino Filho e pelo secretá-rio de Estado da Saúde, deputado Assis Carvalho.

Apesar da orientação do Mi-nistério da Saúde para adiar a campanha, a prefeitura de Tere-sina decidiu manter a segunda etapa da vacinação, que começou no dia primeiro de agosto e se es-tendeu até o fi m do referido mês, com o argumento de que a sus-pensão da campanha traria mais prejuízos que benefícios para a população.

A segunda etapa da campanha de vacinação contra a pólio é um reforço para evitar que as crian-ças venham a contrair a paralisia infantil. Devem tomar a vacina, todas as crianças com até cinco anos de idade, mesmo as que já tomaram a primeira dose, que fi carão disponíveis em todos os hospitais da rede municipal de saúde.

No mês de Agosto, mais de duzentos postos de vacinação estavam disponíveis em todos os bairros de Teresina, incluindo a zona rural, para garantir que as mais de 70 mil crianças do muni-cípio com a referida faixa etária sejam imunizadas. A coordena-dora de Ações Assistenciais da Fundação Municipal de Saúde, Amariles Borba destacou a im-portância da campanha. “Mesmo não se tendo verifi cado nenhum caso da doença no Brasil na últi-ma década, a vacinação é impres-cindível, sobretudo pelo fl uxo cada vez maior de pessoas entre o Brasil e os países asiáticos e africanos, onde a doença conti-nua fazendo vítimas”, esclareceu a coordenadora.

Ainda de acordo com as pala-vras de Amariles Borba, a parali-sia infantil ainda preocupa as au-toridades e órgãos de saúde. “Os pais precisam ter a responsabili-dade de vacinar seus fi lhos com até cinco anos para evitar surpre-sas desagradáveis depois. Nós fi -zemos um grande apelo para que todas as crianças fossem levadas até os postos de saúde para rece-ber a vacina”, enfatizou Amariles Borba. Sua preocupação se deve ao fato de que na primeira etapa, cerca de sete mil fi caram sem imunização.

ALIMENTAÇÃO

Má alimentação na infância provoca problemas futuros

Obesidade, diabetes, pressão alta e problemas cardíacos. Essa parece ser uma lista de doenças de quem já está mais velho, mas não é, pois é cada vez mais co-muns jovens e crianças apresen-tarem estes problemas de saúde. O vilão, segundo nutricionistas e pediatras, é a alimentação.

Segundo a nutricionista Rosá-rio Dias, refrigerantes, biscoitos recheados e petiscos são um dos principais problemas. “Estes são

JOAQUIM EDUARDO dieta balanceada. “E é cada vez mais comum vermos crianças e adolescentes com esse tipo de acumulo de gordura”, cometa Rosário.

A dona de casa Ana Zilda Ri-beiro explica como tenta manter a alimentação equilibrada. “quan-do éramos crianças, o bonito era sermos gordinhos, os pais diziam logo ‘que criança fofa’. Hoje já sabemos que ser gordo não é si-nônimo de ser saudável, por isso estou tentando mudar minha ali-mentação e a dos meus fi lhos”, diz Ana Zilda, que ainda desa-bafa que não é fácil. “Tenho que admitir que não está sendo tarefa simples mudar o cardápio a que estou acostumada desde criança, não é fácil se reeducar na questão da alimentação”, fi naliza a dona de casa.

O excesso de açúcar, também se transforma em energia de re-serva e aumenta nossa quantidade de gordura.’’Quanto mais colori-da uma alimentação.melhor, com a presença de muitas verduras e frutas durante o dia,além de mui-to líquido e fi bras, como alimen-tos e integrais e sereiais.’’ensina a nutricionista Rosário.

alimentos de nenhum valor nutri-cional, mas fornecem energia, e o resultado é a saciedade da fome, mas não das necessidades nutri-cionais do corpo de uma criança ou de um adolescente, que preci-sa de diversas proteínas, nutrien-tes e vitaminas para que cresça com saúde”, explica Rosário.

De acordo com a nutricionista, perder peso na idade adulta pas-sa a ser um desafi o muito maior. “Os tecidos adiposos são força-dos quando criança, então na fase

adulta será mais difícil explicar a esse corpo que a perda daquelas gorduras não é negativa. O re-sultado é a obesidade e com ela todas as doenças que ela acarreta, como diabetes e problemas car-diovasculares”, explica Rosário.

A gordura localizada, freqüen-temente encontrada na região do bumbum, coxas e culote, é mais uma herança genética do que uma necessidade de dieta especial, já a gordura localizada no abdômen deve ser combatida sempre com

Alimentos com grande quantidade de açúcar, ou sem nutrientes podem ser os vilões da saúde

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SAÚDE

Teresina, setembro de 2009 7

CUFA-PI promove torneio de basquete de rua

Skate atrai jovens de Teresina

skate, o que até então nunca ha-via ocorrido. Com a organização desses campeonatos na cidade houve um signifi cativo cresci-mento no número de praticantes principalmente entre as crianças.

Os atletas consideram a aquisi-ção dessa rampa um passo muito importante para o skate no Piauí, pois além de incentivar a prática, vem permitindo a diminuição do preconceito que a sociedade tem pelos mesmos. ”Antes da rampa a fi gura do skatista era sempre

associada à de marginais e dro-gados, principalmente por es-tarmos sempre em praças e ruas do centro em busca de um bom local para realizamos manobras, hoje com a rampa situada em uma praça com uma boa estrutu-ra as pessoas passam e vêem que existe organização e que é um es-porte como tantos outros, porém o preconceito ainda existe sim e todos passamos por isso” afi rma o skatista Danilo Melo.

Apesar de todo esse avanço o

Estado ainda não possui nenhum atleta profi ssional, porém conta com atletas de excelente nível técnico que o representam em campeonatos pelo país, esses atletas contam com patrocínios principalmente vindos de empre-sas privadas, outros que partici-pam de campeonatos locais rece-bem do governo o Bolsa Atleta, um auxilio destinado a alguns atletas de diversas modalidades, no caso do skate recebem os três atletas que tem mais títulos no

BB traz o torneio à nossa capital

Praça Ocílio Lago é o principal ponto de encontro dos jovens que praticam o esporte

WISLANIA MESQUITA

Surgido na década de 1960, na Califórnia, Estados Unidos, o skate foi inventado por brinca-deira pelos surfi stas que juntaram as rodinhas dos patins com um shape (prancha de madeira) para se divertir nos dias que o mar es-tivesse sem ondas. Apesar do equipamento precário, o esporte conquistou logo os jovens e em 1965 foram fabricados os primei-ros skates, surgindo assim os pri-meiros campeonatos.

Em Teresina o esporte teve seu início há cerca 15 anos quando jovens trouxeram essa prática vindos de Parnaíba e Fortaleza. No começo eram poucos prati-cantes, hoje o número aumentou e o esporte vem se popularizando na capital. Essa popularização criou a necessidade de um local adequado para o exercício do esporte, pois até então a práti-ca era improvisada nas praças e escadarias do centro da cidade. Iniciou-se então uma árdua ba-talha por parte dos skatistas para a aquisição junto ao governo de uma rampa street.

A rampa foi inaugurada em outubro de 2007 na Praça Ocilio Lago bairro Jóquei clube, o re-sultado do esforço de anos feito pelos apaixonados pelo esporte foi a organização de campeona-tos locais, estaduais e a vinda de etapas do circuito nordestino de

LEONARDO FREITAS relação às regras, permite mais jogadas de impacto, como por exemplo, as brincadeiras que são feitas com o jogador adversário.

“Ainda que dependente do bas-quete convencional o basquete de rua não tem aquele caráter rigoro-so do basquete normal, de ter juiz apitando o tempo inteiro, o típico jogo mandado”, afi rma Elias.

O aspecto liberal é a princi-pal característica que identifi ca esse esporte e o difere do bas-quete convencional. “O controle da bola é mais livre, tem como segurar um pouco mais a bola, brincar com a perna, usar o outro adversário pra ajudar a fazer uma jogada de impacto. Tocar no ad-versário, colocar a bola por baixo da blusa, puxar a camisa e por ai vai”, explica ele.

Buscando visibilidade para a periferia, o basquete se associa ao skate, à bike, ao rap, ao gra-ffi ti e forma as chamadas culturas urbanas. E a partir daí enfatizar a função social do esporte, junta-mente com as ações de promoção cultural.

Em Teresina o esporte existe a dois anos, de forma tímida devido a não existência de um lugar de

referência para a prática, “como todo esporte, o basquete de rua precisa de uma certa estrutura, pois nem todo lugar é adequado para a prática” conta Elias.

Elias Reis também afi rma que em Teresina não existem times es-truturados e muito menos locais, visto que a maioria das quadras de Teresina estão sucateadas. “Os locais mais caracterizados são al-gumas praças, como o espaço do 25 BC, o CSU do Parque Piauí, principalmente o 25 BC que é uma praça aberta”.

Além de Teresina, cidades como Picos e Piripiri também têm praticantes do basquete de rua. Mas a exemplo de Teresina nessas cidades existem inúmeras difi culdades que atrasam o cresci-mento do esporte no estado como um todo.

Ricardo Aleff, de 15 anos, jogador da equipe Raízes, de Picos,pratica o basquetebol há dois anos e reclama da falta de apoio ao esporte. “Eu acho que o prefeito devia construir um espa-ço pra gente praticar esse espor-te, já por ele ser diferente e pra ver se as pessoas se interessavam mais”, concluiu Alef.

RADICAL

CULTURA URBANA

ano.Ainda sim a questão do patro-

cínio sem dúvida é uma das prin-cipais difi culdades para os mes-mos, pois se trata de um esporte caro onde geralmente as peças quebram com facilidade, por isso a maioria dos campeonatos aqui realizados tem como premiação roupas, peças, e tênis.

As mulheres ainda estão em nú-mero pequeno, em contrapartida as quantidades de crianças vem crescendo consideravelmente e ainda com o apoio dos pais. As-sim aconteceu com Pedro Lucas de nove anos que teve o primeiro contato com o skate aos três anos de idade. “Quando eu tinha três anos o meu tio Felipe começou a me levar pra andar com ele, mas eu só brincava ainda não pratica-va de verdade, só há quatro me-ses comecei andar pra valer, já vou competir no próximo cam-peonato e quero muito me tornar um skatista profi ssional” revela.

Segundo os atletas o próximo passo é a aquisição de mais pistas para uma maior popularização do esporte não só na Capital, mas também no interior do Estado em cidades como Piripiri e Parnaíba onde já existe a prática, mas tam-bém em outras como Floriano e Picos onde o esporte ainda não é praticado, para isso esperam con-seguir apoio de órgãos públicos e privados, para que novos e fu-turos atletas possam representar o Estado nos campeonatos pelo país.

O campeão mundial Nalbert, Emanuel, Marcelo Negrão, Ta-lita, Larissa, Juliana e muitos outros atletas famosos marca-ram presença na sétima etapa do circuito nacional Banco do Brasil de vôlei de praia em Te-resina trazendo na bagagem mui-tos títulos e um vôlei de praia da melhor qualidade. Realizado pela primeira vez em Teresina a competição levou muitas pessoas à arena montada no centro de for-mação e aperfeiçoamento de pra-ças-CFAP que fi ca na Avenida Marechal castelo Branco - bairro ilhotas.

O evento aconteceu nos dias 17, 18,19 e 20 de setembro e reuniu num só espetáculo atletas medalhistas e campeões olímpi-cos consagrados. “Teresina está de parabéns por estar recebendo jogadores de ponta, são atletas medalhistas olímpicos, nós te-mos ex-jogadores do vôlei de quadra como o Nalbert e é gra-tifi cante recebê-los sendo, pois Teresina hoje a capital do vôlei brasileiro” explicou Último Co-elho presidente da federação de vôlei do Piauí.

O presidente da federação tam-

LEONARDO FREITAS

VÔLEI DE PRAIA

Com a participação de sete equipes (cinco da capital e duas de Picos) e o intuito de atrelar es-porte, arte e cultura, Teresina se-dia pela primeira vez um circuito de basquete de rua.

Promovido pela CUFA-PI (Central única das Favelas) o evento aconteceu em agosto no ginásio do SESC-Ilhotas e o ven-cedor da seletiva aconquista uma vaga para disputar a etapa nacio-nal da Liga Brasileira de Basque-te de Rua (LIBRA) que acontece na cidade do Rio de Janeiro.

O basquete de rua é um esporte advindo dos EUA como afi rma Denise Ribeiro-coordenadora so-cial da CUFA-PI: “o esporte sur-giu no Halley com o propósito de divertir, a comunidade se reunia ao som de rap, hip-hop nas ruas e praças públicas”. O esporte mes-mo sendo muito parecido com o basquete convencional, possui algumas particularidades que o tornam diferente e ao mesmo tempo mais divertido.

Segundo Elias Reis, coorde-nador de esportes da CUFA-PI, o esporte tem um caráter bem diversifi cado, é mais fl exível em

bém ressalta que dependendo da organização do evento Teresina poderá ser uma forte candidata para que venha a sediá-lo outras vezes de forma consolidada, vis-to que possui todos os requisitos para isso.

Quanto aos resultados destaca-se o jogo entre os vice-campeões olímpicos Márcio e Fábio Luiz (CE/ES) e os vice-campeões mundiais, Alison e Harley (ES/DF), que se enfrentararam na fi nal masculina , tendo se saído melhor a segunda dupla.

No torneio feminino a cea-rense Juliana e a paraense La-rissa confi rmaram, que conti-nuam vivendo grande fase na temporada,após vencer Talita e Maria Elisa na fi nal. O título em Teresina é o 10º da dupla na temporada: foram oito conquis-tas no Circuito Mundial, novo recorde na competição, e duas no Circuito Banco do Brasil – ven-ceram também em Vitória (ES). Dests, quatro foram conquistadas de maneira consecutiva, a partir da etapa fi nlandesa do Circuito Mundial, passando pela Holanda e pela Espanha, até chegar na ca-pital piauiense.

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8 Teresina, setembro de 2009

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Heavy Metal supera preconceitosMÚSICA

Guitarras altas e distorcidas, experimentadas vigorosamente no fi nal da década de 1960, foram os

primeiros sintomas de que algo iria transformar o comportamento de toda uma geração. Esse progresso

sonoro resultou em um gênero que mescla música pesada com toque ideológico e que, mais de 40

anos depois, continua sendo alvo de retaliações e preconceitos. O MATRACA conversou com músicos e adeptos desse segmento musical para saber qual é o

seu alcance na capital do Piauí. Confi ra.tas vertentes que é muito fácil o indivíduo se identifi car com uma delas”, declara. Executando uma sonoridade conhecida por Death/ Thrash Metal, que tem por carac-

terísticas riffs pesados, bateria veloz com bumbo duplo e vocais rasgados e guturais, o Retalhador já se consolidou como um dos grandes nomes do estilo em terri-tório piauiense. Na lista de shows da banda fi guram apresentações em todo o Estado, e ainda cida-

des vizinhas do Maranhão e Ce-ará. Acoplado a isso, o Retalha-dor já concedeu entrevistas para diversas mídias nacionais e locais (programas de televisão, rádio e

endereços eletrônicos). O vocalista também é organizador do Metal Arena Festival, cuja última edição data de 2006, e que se tornou um marco dentro dos even-tos agendados no ano, por reunir um público de quase 1.000 pessoas e mais de 10 atra-ções, além de realizar a doação de meia tonelada de ali-mentos à Casa F r e d e r i -co Osanam, abrigo destinado à pessoas idosas desprovidas de recursos materiais. Já passaram pelos palcos do Piauí bandas como Matanza (RJ), Kreator (Alemanha), Desaster

(Alemanha), Angra (SP), dentre outras. No último sábado, dia 19 de setembro, os baianos do Ma-lefactor estiveram em Teresina para uma única apresentação, que aconteceu no Espaço Cultu-ral Noé Mendes. O jornalista e músico Diego Iglesias, que traba-

MARA VANESSA

lha em um dos jornais de maior circulação do Piauí e é baixista das bandas Phantom of Death e Hevora, acredita que “a realiza-ção de grandes shows no Piauí proporcionam algo além de um momento de lazer, mas como um convite a outras pessoas que não conhecem ou vivenciam o metal.

Além disso, como temos um público

fiel,

quem vem tocar por aqui sempre leva uma boa impressão na bagagem”. Ele ainda acrescenta que a valori-zação do produto musical local “mexe com a nossa auto-esti-ma.” “Como músico, posso afi r-mar que os shows proporcionam um espaço a mais para apresen-tações, valorizando o potencial das bandas da terra”, argumenta Diego. Quando questionado se o Heavy Metal seria uma ferra-menta de modifi cação social, o

jornalista responde sem titubear: “Sim. Os headbangers podem me crucifi car por essa opinião, mas acredito que o Heavy Metal é como o Carnaval [em parte]. Em um show de metal, todo mundo é igual. Ninguém e mais preto, branco, feio, bonito ou fedido do que o outro. Todos são ape-nas ‘batedores de cabeça’ (termo utilizado para designar aprecia-dores do estilo musical).”

Diego Iglesias se diz inco-modado pelos pre-

conceitos em tor-no do

H e a v y M e t a l

e revela que apesar

de enqua-drar grupos

sociais em determinados

estereótipos só confi rmam

defi nições pré-fabricadas e

vazias.“Já fui pa-rado em uma blitz

e acabei sendo alvo de desconfi ança por

parte do agente de trânsito simplesmen-

te por ter o cabelo grande. Em shows e

eventos, por exemplo, a polícia sempre anda em

cima, como se tatuagem, brinco e cabelão fossem

sinônimos inquestionáveis de marginalidade”, desa-

bafa. O músico e jornalista ainda acrescenta: “Sou pai de

família, respeitador, altamen-te comprometido com meu tra-balho como jornalista, que levo a sério ao extremo com muita res-ponsabilidade – e colhi bons re-sultados por isso”. Argumentos que ratifi cam a ideia de que der-rubar a fábrica de preconceitos é o primeiro passo para conhecer e entender a realidade do outro, esteja ela inserida em qualquer esfera, seja cultural, política, so-cial e/ou musical.

DIEGO IGLESIAS

Impopularidade. Eis a palavra que estigmatiza o Heavy Metal, caracterizando-o como um estilo musical malquisto. Em Teresina, a realidade não é diferente. Muitas bandas foram – e ainda são – obri-gadas a enfrentar sérias difi culdades para poder expres-sar e divulgar seu trabalho. Obstácu-los que vão desde a limitação de es-paços destinados a eventos até a falta de incentivo mi-diático e cultural. Porém, nos últimos seis anos, o Heavy Metal tem angaria-do uma crescente aceitação por parte da sociedade, refl e-tida no aumento do número de shows, na procura cada vez maior por ca-misetas, CDs, ma-teriais das bandas e outros produtos que têm identifi -cação com essa orientação musi-cal. Sérgio Araújo, vocalista da banda Retalhador e proprietário de um estúdio de ensaio musi-cal, afi rma que o Heavy Metal é muito mais do que identifi cação. “O Metal está ligado à ideologia, ao espírito de contestação e, so-noramente falando, abrange tan-

DIE

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CULTURA