CURSO DE AGRONOMIArepositorio.fama-ro.com.br/bitstream/123456789/118/1...doméstico, na produção...

30
CURSO DE AGRONOMIA ADEMIR DIAS DALSICO DENSIDADE POPULACIONAL DA CULTIVAR DE SOJA DESAFIO, EM VILHENA- RO VILHENA 2018

Transcript of CURSO DE AGRONOMIArepositorio.fama-ro.com.br/bitstream/123456789/118/1...doméstico, na produção...

Page 1: CURSO DE AGRONOMIArepositorio.fama-ro.com.br/bitstream/123456789/118/1...doméstico, na produção de margarinas e maioneses e pela indústria: tinta de caneta e de pintura em geral,

CURSO DE AGRONOMIA

ADEMIR DIAS DALSICO

DENSIDADE POPULACIONAL DA CULTIVAR DE SOJA DESAFIO, EM VILHENA-RO

VILHENA 2018

Page 2: CURSO DE AGRONOMIArepositorio.fama-ro.com.br/bitstream/123456789/118/1...doméstico, na produção de margarinas e maioneses e pela indústria: tinta de caneta e de pintura em geral,

ADEMIR DIAS DALSICO

DENSIDADE POPULACIONAL DA CULTIVAR DE SOJA DESAFIO, EM VILHENA-RO

Trabalho de conclusão de curso apresentado como requisito para obtenção do grau de Bacharel em Agronomia da Faculdade da Amazônia. Orientadora: Dra. Elonha Rodrigues dos Santos.

VILHENA 2018

Page 3: CURSO DE AGRONOMIArepositorio.fama-ro.com.br/bitstream/123456789/118/1...doméstico, na produção de margarinas e maioneses e pela indústria: tinta de caneta e de pintura em geral,
Page 4: CURSO DE AGRONOMIArepositorio.fama-ro.com.br/bitstream/123456789/118/1...doméstico, na produção de margarinas e maioneses e pela indústria: tinta de caneta e de pintura em geral,

A Deus, por ser extremamente paciente e piedoso comigo nessa longa caminhada. A minha esposa Valeria Mendonça de Souza Dalsico e a toda a minha família.

Page 5: CURSO DE AGRONOMIArepositorio.fama-ro.com.br/bitstream/123456789/118/1...doméstico, na produção de margarinas e maioneses e pela indústria: tinta de caneta e de pintura em geral,

AGRADECIMENTOS

Grato a Deus pelo dom da vida, pelo seu amor infinito, sem ele nada nós

somos. Agradeço aos meus pais, Natal Dalsico (In memoriam), Iracema Dias de

Oliveira Dalsico e ao meu padrasto Jonas Vicente, meus maiores exemplos.

Obrigado por ter incentivado e me orientado, pelas orações ao meu favor, pela

preocupação em me ensinar a andar pelo caminho correto. A minha esposa Valeria

Mendonça de Souza Dalsico, por todo amor, carinho, paciência e compreensão que

tem me dedicado.

Às minhas irmãs, Anathalia, Jucimara e Jumaria, também aos meus colegas

de classe, por todo o companheirismo e dedicação pelo tempo que estivemos juntos

nesses anos todos. Aos meus tios, tias, avós e primos que sempre estiveram

presentes, ainda que distante.

A professora e orientadora Dra. Elonha Rodrigues dos Santos que, com

muita paciência e atenção, dedicou do seu valioso tempo para me orientar em cada

passo deste trabalho. Aos professores que fazem parte desta Instituição (FAMA) ou

que já fizeram pela contribuição na minha vida acadêmica e por tanta influência na

minha futura vida profissional, em especial aos professores, Esp. Willian Pereira, Dr.

Fabricio Alves, Me. Weslei O. Ribeiro, Ma. Gleice F. Bento, Me. Jhonatan M. de

Oliveira, Dr. Hugo de A. Dan, Me. Leonardo dos S. F. Shockness, Dra. Érica de O.

Araújo e Me. Marcos Sonorrata.

Agradeço ao Senhor Nivaldo Jacinto dos Santos e Adailton Sawaris, pela

oportunidade dada a mim, pelos anos de serviços e conhecimento adquirido na

empresa Fazenda União (Agroplan Agrícolas). Ao meu Amigo Engenheiro agrônomo

Rafael Bass, qυе de forma especial dеυ a oportunidade de poder repassar o seu

conhecimento no estagio realizado com a sua supervisão, Obrigado meu Amigos,

Waltoilson de Souza, Claudinei de Jesus, Edcarlos Brito, Rogério dos Santos, Elias

Trento, Poliano de Oliveira, Thiago Dias e Ailton Texeira mesmo qυе embora eu não

tivessem conhecimento disto, mas vocês puderam iluminar de maneira especial, mе

levando а buscar mais conhecimentos.

Page 6: CURSO DE AGRONOMIArepositorio.fama-ro.com.br/bitstream/123456789/118/1...doméstico, na produção de margarinas e maioneses e pela indústria: tinta de caneta e de pintura em geral,

"É muito melhor lançar-se em busca de conquistas

grandiosas, mesmo expondo-se ao fracasso, do

que alinhar-se com os pobres de espírito, que nem

gozam muito nem sofrem muito, porque vivem

numa penumbra cinzenta, onde não conhecem

nem vitória, nem derrota." (Theodore Roosevelt)

Page 7: CURSO DE AGRONOMIArepositorio.fama-ro.com.br/bitstream/123456789/118/1...doméstico, na produção de margarinas e maioneses e pela indústria: tinta de caneta e de pintura em geral,

RESUMO

Objetivou-se com este trabalho avaliar a influência da densidade populacional de plantas no desempenho agronômico e na produtividade da cultivar de soja Desafio em Vilhena-RO. O delineamento experimental utilizado foi de blocos casualizados com quatro tratamentos e cinco repetições. Os tratamentos testados foram compostos por 280.000, 320.000, 360.000 e 400.000 plantas por hectare. A cultivar utilizada foi a Desafio. As variáveis analisadas foram: altura da planta, altura de inserção da primeira vagem, números de vagens por planta, número de grãos nas vagens por planta, números de grãos por planta, massa de 1.000 grãos e produtividade. A maior população de plantas (400.000 ha) apresentou maior altura de planta e altura de inserção da 1º vagem. A menor população (280.000 ha) apresentou maior número de vagem por planta, menor número de vagem com um grão e maior número de grão por planta. As populações de 280.000, 360.000 e 400.000 plantas.ha-1 igualaram para produtividade de grãos e sacas por hectare. Recomenda-se para a Cultivar Desafio a população de 360.000 plantas por hectare em Vilhena - RO.

Palavras-chave: Glycine max. Produtividade. Desempenho agronômico. Cone sul. Arranjo espacial.

Page 8: CURSO DE AGRONOMIArepositorio.fama-ro.com.br/bitstream/123456789/118/1...doméstico, na produção de margarinas e maioneses e pela indústria: tinta de caneta e de pintura em geral,

ABSTRACT

The objective of this study was to evaluate the influence of the density of the plant population in agronomic performance and on the production of soybean Desafio in Vilhena-RO. The experimental design was a randomized block with four treatments and five replications. The treatments tested were composed of 280,000, 320,000, 360,000 and 400,000 plants per hectare. The cultivar used was the Desafio. The variables analyzed were: plant height, height of first pod insertion, number of pods per plant, number of grains in plants per plant, number of grains per plant, mass of 1,000 grains and productivity. The larger plant population (400,000 ha) exhibited biggest height of plant and first pod insertion as well. The smaller population (280,000 ha) exhibited a higher number of pods per plant, a smaller number of pods with a larger number of grains per plant. The populations of 280,000, 360,000 and 400,000 plants.ha-1 were the same on productivity of grains and sacks per hectare. It is recommended for the Cultivated Desafio of 360,000 plants per hectare in Vilhena – RO. Keywords: Glycine max. Productivity. Agronomic performance. Southern Cone. Space arrangement.

Page 9: CURSO DE AGRONOMIArepositorio.fama-ro.com.br/bitstream/123456789/118/1...doméstico, na produção de margarinas e maioneses e pela indústria: tinta de caneta e de pintura em geral,

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Resumo da análise de variância de 12 caracteres avaliados na cultivar

Desafio em diferentes populações em Vilhena, RO - safra 2016/17. ................. 20

Tabela 2 – Teste de média de sete caracteres avaliados na cultivar Desafio RR em

diferentes populações em Vilhena, RO safra 2016/17. ....................................... 21

Tabela 3 – Teste de média de cinco caracteres avaliados na cultivar Desafio RR em

diferentes populações em Vilhena, RO safra 2016/17. ....................................... 22

Page 10: CURSO DE AGRONOMIArepositorio.fama-ro.com.br/bitstream/123456789/118/1...doméstico, na produção de margarinas e maioneses e pela indústria: tinta de caneta e de pintura em geral,

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 10

2 REVISÃO DE LITERATURA ................................................................................... 12

2.1 CULTURA DA SOJA ............................................................................................. 12

2.2 FORMAS DE UTILIZAÇÃO DA SOJA .................................................................. 13

2.3 PRODUÇÃO DE SOJA NO BRASIL E NO MUNDO ............................................ 14

2.4 DENSIDADE POPULACIONAL DE PLANTA NA CULTURA DA SOJA .............. 14

2.5 PLASTICIDADE DA SOJA .................................................................................... 15

3 MATERIAL E MÉTODOS ....................................................................................... 17

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................... 20

5 CONCLUSÃO .......................................................................................................... 25

REFERÊNCIAS ........................................................................................................... 26

Page 11: CURSO DE AGRONOMIArepositorio.fama-ro.com.br/bitstream/123456789/118/1...doméstico, na produção de margarinas e maioneses e pela indústria: tinta de caneta e de pintura em geral,

10

1 INTRODUÇÃO

A soja se destaca por ser a principal oleaginosa cultivada no mundo. Seus

grãos quando beneficiado e processado fornecem óleo, farelo, farinha além de

derivados usados na alimentação humana com produtos cárneos e extrato

hidrossolúvel. O Brasil é o segundo maior produtor dessa oleaginosa perdendo

apenas para o Estados Unidos (CONAB, 2017).

Na safra 2017/18 o Brasil produziu 3,076 milhões toneladas de soja a mais

que a safra passada. Isso ocorreu pelo aumento de 1,210 milhões de hectares

plantadas quando compara com mesmo período da safra passada (EMBRAPA,

2018). Esse aumento se deu pelo uso de áreas oriundas de pastagens degradadas

para cultivo de soja, bem como lançamento de cultivares adaptada a diversas

regiões de cultivo e ao melhor manejo da cultura.

Dentre as práticas de manejo adotadas, na cultura da soja, destaca-se o

arranjo espacial das plantas, o qual pode interferir de forma na velocidade de

fechamento das entre linhas, na arquitetura das plantas, na produção de fitomassa e

na produtividade de grãos. Esse arranjo afeta nas competições intra e

interespecíficas e na quantidade de água, luz e nutrientes disponíveis para as

plantas (BALBINOT JUNIOR et al., 2015).

Estudos têm demonstrado que é possível alcançar um máximo rendimento

pela mínima restrição de competição intraespecífica, mas é necessário ter as

informações relacionadas a populações máxima e mínima da cultivar que será

utilizada na semeadura, no qual o uso de populações impróprias pode causar efeitos

indesejáveis, tais com acamamento e a perda de produtividade.

Atualmente, vários trabalhos foram realizados com variações de densidade

de plantas de soja no Brasil (PROCÓPIO et al., 2013; LUCA; HUNGRIA, 2014;

BALBINOT JUNIOR et al., 2015).

O Estado de Rondônia possui terras agricultáveis, boa capacidade de

escoamento de grãos, isso favorece o cultivo da soja. Nos últimos anos, houve um

aumento na produtividade dessa cultura no Estado, entretanto, ainda há escassez

de informações sobre o manejo da cultura, entre elas a densidade populacional a ser

usada para uma melhor produção e retorno econômico na região. Essas

informações ainda são insipientes para a cultivar Desafio RR nas condições

endafoclimáticas da região de Vilhena-RO, com isso há necessidade de estudos

Page 12: CURSO DE AGRONOMIArepositorio.fama-ro.com.br/bitstream/123456789/118/1...doméstico, na produção de margarinas e maioneses e pela indústria: tinta de caneta e de pintura em geral,

11

mais específicos para essa cultivar.

Diante disso, objetivou-se com este trabalho avaliar a influência da

densidade populacional de plantas, no desempenho agronômico e na produtividade,

da cultivar de soja Desafio em Vilhena-RO.

Page 13: CURSO DE AGRONOMIArepositorio.fama-ro.com.br/bitstream/123456789/118/1...doméstico, na produção de margarinas e maioneses e pela indústria: tinta de caneta e de pintura em geral,

12

2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 CULTURA DA SOJA

A soja (Glycine Max) pertence à Família das leguminosas, da Classe das

dicotiledôneas e da subfamília da Papilionoides. O sistema radicular é pivoltante

(raiz principal) e nas raízes secundaria estão alojados os nódulos de bactérias

Bradyrhizobium japonicum que fazem a fixação de nitrogênio atmosférico, deixando

disponível para a planta (BORBA, 2010).

O caule é ereto podendo atingir até 1,50 m, herbáceo (macio ou maleável) e

possui ramificações. As folhas em geral têm um comprimento médio de 12,5 cm, são

alternadas e com 3 folíolos (NUNES, 2016).

A soja possui flores de coloração que varia de acordo com a variedade

(branca, amarela e violeta), com 9 a 10 flores cada planta (axiliares de terminais). Os

frutos são vagens que tem o formato achatado, de coloração cinza, amarelo, palha

ou preto (dependendo da variedade e do estágio de desenvolvimento da planta,

podendo produzir até 400 vagens). As sementes da soja são lisas, arredondadas,

elípticas, com a coloração que varia de acordo com a variedade: amarela, preto ou

verde (NUNES, 2016).

O centro de origem da soja é a Manchúria (China). Tendo relato de plantio

da soja a cinco mil anos atrás, onde foi disseminado pelo mundo com o auxílio dos

viajantes ingleses, por imigrantes chineses e japoneses (EMBRAPA, 2011).

O surgimento do Brasil no cenário mundial em relação ao plantio da cultura

da soja se deu no início do século XX, mas só no ano de 1970 o Brasil teve seu

maior impulso no cultivo da soja, por causa da grande redução na produção sofrida

na safra da Rússia e pela incapacidade dos Estados Unidos em atender a demanda

mundial. Nesse período o Brasil conseguiu superar a China (que era o 2º maior

produtor mundial), ficando atrás somente dos Estados Unidos (maior produtor) em

termos de produção. Este período coincidiu com o fim do término do ciclo da

extração da madeira (Paraná), onde a soja passou a ser a principal cultura da região

oeste. Também foi favorecido pelo ocorrido em 1975, com a grande geada que

arrasou os cafezais do norte do Paraná, que consequentemente levou os

proprietários de fazendas daquela região a optar pelo cultivo da soja ao invés do

café (MANDARINO, 2017).

Page 14: CURSO DE AGRONOMIArepositorio.fama-ro.com.br/bitstream/123456789/118/1...doméstico, na produção de margarinas e maioneses e pela indústria: tinta de caneta e de pintura em geral,

13

A soja possui dois tipos de hábito de crescimento predominante que são:

determinado e indeterminado. O determinado é quando têm bem definidos as fases

de floração, formação de vagem e de enchimento de grãos, no qual o crescimento

após o florescimento é de 10 a 15%. Já o hábito de crescimento indeterminado se

caracteriza por continuar o crescimento após o início da floração, com isso as

vagens na base da planta poderão estar bem desenvolvidas e na parte superior da

planta ainda ter flores (VIEIRA, 2017), tendo a particularidade das plantas

segurarem as primeiras vagens até a completa maturação das vagens do rácimo

apical. As variedades de crescimento indeterminado vêm dominando o mercado,

pois apresenta grande potencial produtivo e precocidade (ciclo em torno de 100-120

dias) quando comparadas com as cultivares de crescimento determinado e permite

semeadura antecipada favorecendo o plantio da segunda safra (NORDESTE

RURAL, 2017; MENDES, 2011).

2.2 FORMAS DE UTILIZAÇÃO DA SOJA

Do grão da soja são extraído o óleo vegetal e o farelo. O farelo da soja

possui 40% de proteína, portanto utiliza-se para a alimentação de animais

domésticos, na aquicultura e como fonte alternativa para amamentação de bezerros

(COSTA, 2005).

O óleo vegetal da soja possui ácidos graxos poli-insaturados em altas

quantidades. O óleo é utilizado para várias finalidades, como: óleo para uso

doméstico, na produção de margarinas e maioneses e pela indústria: tinta de caneta

e de pintura em geral, biodiesel, xampus, detergentes e sabão (COSTA, 2005).

A casca da soja extraída no início do processo de descascamento é usada

como forragem grossa (por ser material fibroso) e também utilizada em cereais

dietéticos naturais (COSTA, 2005).

Na alimentação humana pode ser usada como: molho de soja, pasta de

missô, como salada, na forma de brotos de soja, tofu (queijo de soja), extrato

hidrossolúvel de soja (leite de soja). Sua proteína também é à base de ingredientes

de padaria, massas, produtos cárneos, cereais, misturas pré-preparadas, bebidas,

alimentação para bebês e alimentos dietéticos (SANTOS, 2016).

Page 15: CURSO DE AGRONOMIArepositorio.fama-ro.com.br/bitstream/123456789/118/1...doméstico, na produção de margarinas e maioneses e pela indústria: tinta de caneta e de pintura em geral,

14

2.3 PRODUÇÃO DE SOJA NO BRASIL E NO MUNDO

A média de produção de soja no Brasil há vários anos é de 50 sacas por

hectare (CONAB, 2015), mas alguns produtores chegam a ter uma produção de

mais de 100 sacas por hectare. Segundo previsão da FAO (2014), estima que até

2050 a produção mundial de soja deve passar dos atuais 300 milhões para 600

milhões de toneladas, para suprir a demanda, a produção média por hectare terá

que alcançar 85 sacas por hectare, correspondendo a um crescimento de uma saca

por hectare por ano, a partir da safra de 2015. No período do ano 1976 e 2014, teve

um aumento de 0,75 sacas por hectare ano com o uso do melhoramento genético

utilizado na cultura.

A produção da safra brasileira 2017/18 segundo dados da Embrapa (2018)

foi de 116,996 milhões de toneladas em uma área plantada de 35,100 milhões de

hectares com produtividade de 3.333 kg/ha, deixando o Brasil em segundo lugar no

ranking mundial maior produtor de grãos de soja.

Enquanto a produção mundial foi de 336,699 milhões de toneladas em uma

área plantada de 124,580 milhões de hectares. Nos Estados Unidos da América

(maior produtor mundial do grão) a produção foi de 119,518 milhões de toneladas

em uma área plantada de 36,228 milhões de hectares e produtividade de 3.2991

kg/ha (EMBRAPA, 2018).

No Brasil o consumo interno de soja em grão foi de 59,000 milhões de

toneladas; sua exportação foi de 68,1 milhões de toneladas equivalendo em U$

25,73 bilhões; a exportação de farelo: 14,2 milhões de toneladas - U$ 5,0 bilhões; a

exportação de óleo: 1,3 milhões de toneladas - U$ 1,0 bilhões. Totalizando em

exportação: U$ 31,74 bilhões (EMBRAPA, 2018).

A produção de soja do estado de Rondônia safra de 2016/17 segundo dados

da Conab (2018) foi de 930,3 mil/toneladas em uma área plantada de 296,0

mil/hectares e com produtividade de 3.143 kg/ha. A estimativa para safra 2017/18 é

uma produção de 1.009,9 milhões/toneladas em uma área plantada de 311,7

mil/hectares e com produtividade de 3.240 kg/ha.

2.4 DENSIDADE POPULACIONAL DE PLANTA NA CULTURA DA SOJA

Apesar de ter ocorrido um aumento relevante na produtividade na cultura da

Page 16: CURSO DE AGRONOMIArepositorio.fama-ro.com.br/bitstream/123456789/118/1...doméstico, na produção de margarinas e maioneses e pela indústria: tinta de caneta e de pintura em geral,

15

soja nos últimos anos, ainda existem fatores que estão limitando o potencial máximo

na cultura da soja, que são: luminosidade, espaçamento e densidade populacional

de plantas (BALBINOT JUNIOR et al., 2015).

Uma prática de manejo usada para ter aumento na produtividade de grãos é

o ajuste adequado na densidade de plantas na lavoura de soja. A densidade de

planta por área causa a competição de água, luz e nutrientes na planta de soja, que

consequentemente levará a ter a alteração no crescimento, na velocidade de

fechamento entre linhas, na ocorrência de pragas, no acamamento e na

produtividade e qualidade de grãos nas plantas (BALBINOT JUNIOR et al., 2015).

Quando há um adensamento de plantas ocorre o aceleramento do processo

de sombreamento das folhas inferiores, consequentemente acarretando a

diminuição das atividades fotossintéticas da planta, causando á redução da

absorção de CO2. Também poderá ocorrer o abortamento das flores na fase

reprodutiva. Para tanto, a interceptação da radiação solar aumenta com

espaçamentos maiores, que proporciona uma maior produtividade na soja, por

causa do aproveitamento mais eficiente da luz (TAIZ; ZEIGER, 2004).

Experimentos realizados demostraram que houve um aumento de

produtividade quando reduziu à população de plantas, isso pode ter ocorrido devido

à distribuição espacial das plantas de maneira satisfatória e pelas novas variedades

que surgiram no mercado com maiores potenciais produtivos bem como a

plasticidade da cultura (VASQUEZ; CARVALHO; BORBA, 2008; BIANCHI et al.,

2010).

2.5 PLASTICIDADE DA SOJA

A variação de temperatura, fotoperíodo e umidade devida à época de

semeadura influenciam o crescimento e a produção de grãos. Essa cultura é uma

das espécies cultivadas mais sensíveis ao comprimento do dia, que regula a indução

floral e o crescimento das plantas. Assim, a época da semeadura pode alterar o

porte do genótipo com período juvenil curto e crescimento determinado em regiões

quentes e de menores latitudes. O porte reduzido prejudica a produtividade e

dificulta a colheita mecanizada (OLIVEIRA, 2010; CAPONE et al., 2018). Por outro

lado, o crescimento excessivo, promove o acamamento das plantas e também pode

resultar em queda na produtividade potencial de grãos e dificultar a colheita

Page 17: CURSO DE AGRONOMIArepositorio.fama-ro.com.br/bitstream/123456789/118/1...doméstico, na produção de margarinas e maioneses e pela indústria: tinta de caneta e de pintura em geral,

16

(OLIVEIRA, 2010).

Produtores vêm utilizando estratégia de diminuir o espaçamento entre linhas

na cultura da soja para reduzir custos, uma vez que reduz o número de aplicações

de herbicidas e aumenta a eficiência da cultura em relação à competição com as

plantas daninhas (FISS, 2015).

A soja possui elevada plasticidade fenotípica frente a alterações na

densidade de plantas, no qual a plasticidade é capaz de alterar na cultura da soja a

arquitetura e componentes de rendimento da planta. Isso permite variações na

densidade populacional de plantas e no arranjo espacial, sem que ocorram

alterações na produtividade. Essa planta tem um mecanismo para compensar à

redução da densidade de plantas em relação à produção de grãos, que consiste

elevar os números de ramificações por plantas elevando à produção de grãos

(FERREIRA et al., 2018).

Segundo Rambo et al. (2003) o aumento no espaçamento entre linhas e

plantas tem proporcionado aumento satisfatório no rendimento em relação à

produção e na diminuição nos custo de produção. Em alguns casos esse rendimento

pode chegar a 40%, devido ao melhor uso da água resultante do sombreamento

rápido do solo, redução da competição intraespecífica, melhor distribuição de raízes,

maior habilidade de competição com plantas daninhas, exploração uniforme da

fertilidade do solo e mais eficiência na interceptação da energia solar.

Page 18: CURSO DE AGRONOMIArepositorio.fama-ro.com.br/bitstream/123456789/118/1...doméstico, na produção de margarinas e maioneses e pela indústria: tinta de caneta e de pintura em geral,

17

3 MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi conduzido na área da fazenda União localizado na Br -

174, km 30, sentido Juína a 12°30'52.6"S 60°01'21.0"W, entre outubro de 2017 a

fevereiro de 2018 no município de Vilhena/RO. O clima segundo a classificação de

Köppen é do tipo Am, clima quente de monção e com o solo do tipo argiloso e

estrófico (ALVARES et al., 2013).

O delineamento experimental foi de blocos casualizados com quatro

tratamentos 280.000 (14 plantas metro linear), 320.000 (16 plantas metro linear),

360.000 (18 plantas metro linear), 400.000 (20 plantas metro linear) e cinco

repetições (totalizando 20 parcelas). A cultivar da soja utilizada foi a Desafio RR

(Brasmax) e apresenta hábito de crescimento indeterminado e pertence ao grupo de

maturação 7.4, com ciclo aproximadamente de 105 dias em Vilhena/RO.

O espaçamento adotado foi de acordo com a densidade populacional de

plantas de cada tratamento, com espaçamento entre linha de 0,50 m. Cada parcela

foi composta por 2,5 m x 5 m (com cinco linhas e com cinco metros lineares). Sendo

considerados como parcela útil os três metros centrais das três linhas centrais,

descartando um metro das extremidades.

O solo da área do experimento apresentou as seguintes características:

Química: pH (CaCl2)= 4,7; P (mg/dm³)= 10,5; K (Cmolc/dm³)= 0,13; Ca+Mg

(Cmolc/dm³)= 2,5; Ca (Cmolc/dm³)= 1,8; Mg (Cmolc/dm³)= 0,7; Al (Cmolc/dm³)= 0,2;

H (Cmolc/dm³)= 4,2; H+Al (Cmolc/dm³)= 4,4. Física: Areia= 27,3%; Silte= 15,2%;

Argila= 57,5%. Realizou-se a coleta do solo para análise, a fim de determinar a

necessidade de calagem, no qual utilizou 1.500 kg/ha do calcário calcítico de PRNT

90%.

A semeadura foi mecanizada sob sistema de plantio convencional.

Momentos antes da semeadura realizou o tratamento das sementes com fungicida

Maxím xl (100 ml para 100 kg de sementes), inseticida Imidacloprid (300 ml para 100

kg de sementes) e inoculou: cobalto, molibdênio (120 ml pra 100 kg de sementes) e

estirpes de Bradyrhizobium japonicum (200 ml para 100 kg de sementes)

recomendada para a cultura de acordo com Sedyama (2009).

Efetuou uma adubação de base, utilizando o formulado 04-28-08 (222

kg/ha). Uma adubação de cobertura a lanço, utilizando o KCl - 60% (155 kg/ha),

realizada aos 22 dias após a semeadura, quando as plantas encontravam-se no

Page 19: CURSO DE AGRONOMIArepositorio.fama-ro.com.br/bitstream/123456789/118/1...doméstico, na produção de margarinas e maioneses e pela indústria: tinta de caneta e de pintura em geral,

18

estádio V3.

Os tratos culturais realizado na área foram: a) Dessecação pré-plantio:

Roundup Transorb - 1,2 l/ha; DMA 806 – 0,22 l/ha; Classic – 0,04 kg/ha; Triunfo Flex

– 0,04 l/ha; b) 1º de aplicação de pós-emergente: Roundup Transorb – 2 l/ha; Profol

Prime – 0,5 l/ha; Engeo Pleno – 0,12 l/ha; Triunfo Flex – 0,04 l/ha; c) 2º aplicação de

pós-emergente: Roundup Transorb – 1,4 l/ha; Profol Prime – 0,5 l/ha; Engeo Pleno –

0,1 l/ha; Helper Neutrum – 0,04 l/ha; d) Dessecação pré-colheita: Reglone – 0,6 l/ha;

Agral – 0,1 l/ha.

O manejo fitossanitário foi realizado de acordo com as recomendações para

a cultura na região, evitando ao máximo o aparecimento de plantas daninhas,

pragas e doenças (EMBRAPA, 2011). Foram: a) 1º aplicação de fungicida e

inseticida (preventivo): Orkestra – 0,3 l/ha; Assit – 0,4 l/ha; Profol Produtividade – 1

kg/ha; Starphos Mn – 1 l/ha; Match – 0,3 l/ha; Hero – 0,2 l/ha; Helper Neutrum – 0,04

l/ha; b) 2º aplicação inseticida (preventivo e curativo): Bazuka – 1 l/ha; Agral – 0,1

l/ha; c) 3º aplicação fungicida e inseticida (preventivo): Ativum EC – 0,8 l/ha; Assist –

0,4 l/ha; Unizeb Gold – 1,5 kg/ha; Connect – 1 l/ha; Match – 0,36 l/ha; Talisman – 0,3

l/ha; Helper Neutrum – 0,04 l/ha; d) 4º aplicação fungicida e inseticida (preventivo):

Sphere Max – 0,15 l/ha; Aureo – 0,4 l/ha; Perito – 0,8 kg/ha; Helper Neutrum – 0,04

l/ha.

As variáveis avaliadas foram: a) altura da planta na maturação (AP): foi

medida (em cm) da base da planta até a extremidade apical (tufo foliar) da haste

principal, com auxilio de uma trena graduada; b) altura de inserção da primeira

vagem (APV): foi realizada na maturação medindo a distância (em cm), a partir da

base da planta até a primeira vagem da haste principal, com auxílio de uma trena

graduada; c) números de vagens por planta (NVP): a média (em %) foi obtida pela

contagem direta de vagens de todas as plantas da parcela útil; d) número de grãos

por vagens por planta (NGVP): a média (em %) foi obtida pela contagem direta de

todos os grãos de todas as plantas da parcela útil; e) números de grãos por planta

(NGP): a média (em %) foi obtida após a debulha manual das vagens das plantas de

cada parcela útil; f) massa de 1.000 grãos (PMG): a média (em g) foi obtida pela

pesagem direta de mil grãos na balança de precisão; g) produtividade (PROD): foi

obtida pela colheita da parcela útil após a trilha dos grãos com umidade dos grãos

corrigida a 13%, que em seguida foi convertido em kg/ha; h) sacas por hectare

(sc/ha): obtida pela divisão da produtividade por 60 (peso de cada saca).

Page 20: CURSO DE AGRONOMIArepositorio.fama-ro.com.br/bitstream/123456789/118/1...doméstico, na produção de margarinas e maioneses e pela indústria: tinta de caneta e de pintura em geral,

19

Os dados obtidos foram submetidos ao teste de Tuckey 0,05 de

probabilidade pelo programa estatístico Sisvar (FERREIRA, 2011).

Page 21: CURSO DE AGRONOMIArepositorio.fama-ro.com.br/bitstream/123456789/118/1...doméstico, na produção de margarinas e maioneses e pela indústria: tinta de caneta e de pintura em geral,

20

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Verificou-se diferença significativa para as variáveis AP, APV, NV, V1G, GP,

PROD e SC. Mostrando que cultivar Desafio RR responde à diferentes populações

de plantas. Observou-se ainda que o coeficiente de variação (CV) variou de 2,17 a

17,8% para as características P1000 e V4G estando dentro aceito a campo

(FERREIRA, 1991).

Tabela 1 – Resumo da análise de variância de 12 caracteres avaliados na cultivar Desafio em diferentes populações em Vilhena, RO - safra 2016/17.

FV

GL

Pr>Fc

AP (cm) APV (cm) NV (%) V1G (%) V2G (%) V3G (%)

Tratamento 3 0,039* 0,0013** 0,013* 0,0034** 0,2900 ns 0,8703 ns Bloco 4 0,610ns 0,982 ns 0,4613ns 0,5194 ns 0,6973 ns 0,7383 ns Erro 12

CV (%) 3,12 6,79 5,07 8,82 5,61 5,59 Média 41,82 8,66 30,03 11.01 41,62 44,86

FV

GL

Pr>Fc

V4G (%) GV (%) GP (%) P1000 (g)

PROD (kg.ha-1) sc (ha)

Tratamento 3 0,146ns 0,3743ns 0,047* 0,062 ns 0,0011** 0,0012** Bloco 4 0,37ns 0,1919 ns 0,375 ns 0,6050

ns 0,9581 ns 0,9583 ns

Erro 12

CV (%) 17,81 3,21 6,14 2,17 2,39 2,39 Média 5,60 2,42 72,90 196,15 4264,20 71,07

Variáveis: Altura da planta (AP), Altura de inserção da 1° vagem (AIV), Número de vagem por planta (NVP), % de vagem com 1 grão (V1G), % de vagem com 2 Grãos (V2G), % de vagem com 3 Grãos (V3G), % de vagem com

4Grãos (V4G), Grãos por vagem (GV), Grãos por planta (GP), Massa de mil grãos (P1000), Produção

(PROD) e Sacas por hectare (sc/ha).

Verificou-se maior AP para o tratamento com 400.000 plantas por hectares

sendo que este diferiu significativamente do tratamento com 320.000 plantas em

2,45 cm (Tabela 2). Observou-se ainda que os tratamentos 280.000 e 360.000

plantas igualaram significativamente ao tratamento 400.000 e 320.000 plantas,

respectivamente. O porte mais elevado das plantas na população de 400.000

plantas pode ter ocorrido pela competição por luz entre as plantas conforme relata

BALBINOT JUNIOR et al. (2015).

Page 22: CURSO DE AGRONOMIArepositorio.fama-ro.com.br/bitstream/123456789/118/1...doméstico, na produção de margarinas e maioneses e pela indústria: tinta de caneta e de pintura em geral,

21

Tabela 2 – Teste de média de sete caracteres avaliados na cultivar Desafio RR em diferentes populações em Vilhena, RO safra 2016/17.

População de plantas (ha)

AP (cm)

AIV (cm)

NVP (%)

V1G (%)

V2G (%)

V3G (%)

V4G (%)

280.000 41,44 ab 7,77 b 32,24 a 9,50 b 40,62 a 45,16 a 5,67 a 320.000 41,06 b 8,57 b 30,17 ab 11,59 a 41,90 a 44,81 a 5,27 a 360.000 41,28 ab 8,51 b 28,87 b 12,34 a 43,26 a 44,11 a 4,98 a 400.000 43,51 a 9,79 a 28,86 b 10,62 ab 40,70 a 45,34 a 6,49 a

Letras iguais na coluna não diferem a P >0,05 pelo teste de Tuckey. Variáveis: Altura da planta (AP), Altura de inserção da 1° vagem (AIV), Número de vagem por planta (NVP), % de vagem com 1 grão (V1G), % de vagem com 2 Grãos (V2G), % de vagem com 3 Grãos (V3G) e % de vagem com 4 Grãos (V4G).

Em estudo realizado por Junior et al. (2018), com diferentes densidades de

semeadura de plantas de soja por hectare, em Mato Grosso, não constataram

influência das diferentes populações testada na altura de plantas divergindo assim,

dos resultados obtidos nesta pesquisa. Resultados semelhantes foram obtidos por

Lima et al. (2012), avaliando a produtividade de grãos na cultura da soja, submetida

a diferentes densidades de semeadura e adubação observaram que o aumento da

densidade de plantas propiciou maior altura final de plantas.

A maior AIV influência de forma positiva na colheita da soja, isso porque

quanto maior a AIV menores serão as perdas de vargens na planta durante a

colheita. Verificou-se na Tabela 2 que a maior população de plantas (400.000)

proporcionou maior altura de primeira vagem. Essa diferença foi de 1,51 cm quando

comparado com os demais tratamentos testados.

Resultados semelhantes forma obtidos por Mauad et al. (2010), ao

realizarem pesquisa com populações de 250.000 a 400.000 plantas/ha em que

observaram maior altura de inserção da 1º vagem e altura final da planta na maior

densidade populacional de plantas.

Costa (2013) concluiu no experimento realizado com soja, que independente

da cultivar e do espaçamento entre linhas de soja, a altura de inserção da 1º vagem

é influenciada pela população de plantas, onde semeaduras mais adensadas

promovem maior AIV.

De acordo com Nakagawa et al. (1985) relataram que com o aumento da

população de plantas existe uma tendência à elevação da AIV. Isso porque há um

aumento na altura das plantas e essa característica correlaciona diretamente com

AIV. Logo as parcelas com menor número de plantas por metro resultaram em

plantas com altura menor e, consequentemente, também com menor altura da

inserção da primeira vagem.

Page 23: CURSO DE AGRONOMIArepositorio.fama-ro.com.br/bitstream/123456789/118/1...doméstico, na produção de margarinas e maioneses e pela indústria: tinta de caneta e de pintura em geral,

22

Verificou-se diferença para NVP para as populações de 280.000 e 320.000

plantas/ha (Tabela 2). Isso demostra a plasticidade da cultura da soja onde há uma

compensação o número de vagens com a redução da população. Logo, houve uma

redução no número de vagens por plantas com o aumento da densidade de plantas.

Esses resultados corroboram aos obtidos por Gomes et al. (2017), em Roraima,

testando diferentes densidades de plantas de soja (10, 14, 18 e 22 plantas por metro

linear) que observaram diminuição no número de vagens total da planta com o

aumento da densidade de plantas na linha.

Peixoto et al. (2000) e Mauad et al. (2010) também relataram que o aumento

da densidade de semeadura diminuiu significativamente o número de vagens por

planta. Isto está relacionado ao fato de que nas maiores densidades de semeadura

há maior competição por luz e menor disponibilidade de fotoassimilados, fazendo

com que a planta diminua o número de ramificações.

Houve diferença significativa para a variável V1G nos tratamentos com

360.000 plantas/ha e 320.000 plantas/ha em relação aos demais tratamentos

utilizados (Tabela 2). A população que apresentou menor porcentagem de vagens

com um grão foi o tratamento com menor população, demostrando a capacidade da

planta compensar o menor espaçamento (9,50%)

Não verificou diferença significativa para V2G, V3G, V4G (Tabela 2) e, GPV

e P1000 (Tabela 3), demonstrando que essas variáveis não foram afetadas pelas

diferentes populações de plantas testadas.

Tabela 3 – Teste de média de cinco caracteres avaliados na cultivar Desafio RR em diferentes populações em Vilhena, RO safra 2016/17. População de plantas (ha)

GPV (%)

GP (%)

P1000 (g)

PROD (kg/ha)

sc/ha

280.000 2,43 a 78,37 a 198,48 a 4249 ab 70,82 ab 320.000 2,38 a 72,21 ab 197,82 a 4063 b 67,71 b 360.000 2,41 a 69,75 ab 197,18 a 4394 a 73,24 a 400.000 2,47 a 71,27 b 191,12 a 4350 a 72,50 a

Letras iguais na coluna não diferem a P >0,05 pelo teste de Tuckey. Variáveis: Grãos por vagem (GPV), Grãos por plantas (GP), Peso de 1000 grãos (P1000), Produção (PROD) e Sacas por hectare (sc/ha).

Pesquisa conduzida por Junior et al., (2018), em relação ao número de

grãos por vagem, perceberam-se uma interação entre os fatores, sendo que, dentre

de cada densidade avaliada, a cultivar BRS 7380RR foi sempre superior a BRS

7780IPRO. A cultivar BRS 7380RR não apresentou diferenças no número de grãos

Page 24: CURSO DE AGRONOMIArepositorio.fama-ro.com.br/bitstream/123456789/118/1...doméstico, na produção de margarinas e maioneses e pela indústria: tinta de caneta e de pintura em geral,

23

por vagem, em função do aumento da densidade de semeadura, apresentando em

média 2,5 grãos por vagem em todas as densidades avaliadas. Já a cultivar BRS

7780IPRO apresentou pequena redução com ajuste linear em relação ao aumento

da densidade de plantas, sendo na menor densidade a quantidade média obtida de

2,4 grãos por vagem e na maior densidade 1,9.

A população com 280.000 plantas/ha proporcionou o aumento significativo

de GP em 7,3% em relação aos demais tratamentos. Isso ocorreu porque nesse

tratamento as plantas produziram um maior número de vagem mostrando uma

relação proporcional positiva de forma que quanto maior o NVP maior será o GP.

Verificou-se diferença significativa na produtividade para os tratamentos. A

produtividade equivaleu significativamente nos tratamentos com 280.000, 360.000 e

400.000 plantas/ha respectivamente. O tratamento menos produtivo foi com 320.000

plantas/ha. De forma geral pode-se observar que houve aumento da produção com

o aumento da população de plantas (400.000 plantas por hectare), entretanto, esse

tratamento não diferiu significativamente do tratamento com menor população

(280.000 plantas/ha) mostrando assim a capacidade compensativa da soja

(plasticidade).

No que se refere à produtividade de grãos, observou-se que não houve

diferenças entre as cultivares estudadas. Para ambas, o aumento na densidade de

semeadura até 380.000 plantas por hectare, proporcionou aumento na produtividade

de grãos. Sendo aproximadamente 3140 kg/ha na menor densidade e 3390 kg/ha na

maior densidade (JUNIOR et al., 2018).

Ocorreu diferença significativa para produção de sacas por hectare. Os

tratamentos com 360.000, 400.000 e 280.000 plantas por hectare, foram os mais

produtivos. Em média esses três tratamentos foram 4,47 sacas superior à população

com 320.000 plantas por hectare. Pesquisa feita por Costa (2013), com duas

cultivares (BMX Potência RR e NA 5909RG) de crescimento indeterminado,

constatou que elevando a população de plantas de soja na linha ocorreu redução no

número de vagens, grãos, números de ramificações por plantas e em contrapartida,

teve aumento na massa de 100 grãos, na altura média das plantas e a altura média

de inserção da primeira vagem.

Pesquisa feita por Modolo et al. (2016), observaram que o número de ramos

por planta, altura de inserção da primeira vagem, altura final de planta, número de

vagens por planta e a produtividade de grãos de soja foram influenciados

Page 25: CURSO DE AGRONOMIArepositorio.fama-ro.com.br/bitstream/123456789/118/1...doméstico, na produção de margarinas e maioneses e pela indústria: tinta de caneta e de pintura em geral,

24

significativamente pelos espaçamentos entre linhas, pelas populações de plantas e

pela interação espaçamento x população. O número médio de grãos por vagens e

massa média de mil grãos, não foram influenciados significativamente, pelos

diferentes espaçamentos entre linhas, pelas populações de plantas e suas

interações, devido ao material genético da cultivar/espécie quanto à expressão

destes caracteres citados acima.

Page 26: CURSO DE AGRONOMIArepositorio.fama-ro.com.br/bitstream/123456789/118/1...doméstico, na produção de margarinas e maioneses e pela indústria: tinta de caneta e de pintura em geral,

25

5 CONCLUSÃO

A população recomendada de plantas para Vilhena – RO na época 27/10 é

de 360.000 plantas por hectare.

Page 27: CURSO DE AGRONOMIArepositorio.fama-ro.com.br/bitstream/123456789/118/1...doméstico, na produção de margarinas e maioneses e pela indústria: tinta de caneta e de pintura em geral,

26

REFERÊNCIAS

ALVARES, C. A.; STAPE, J. L.; SENTELHAS, P. C.; GONÇALVES, J. L. M.; SPAROVEK, G. Mapa de classificação climática de Köppen para o Brasil. Meteorologische Zeitschrift, v. 22, n. 6, p. 711 – 728, 2013. BALBINOT JUNIOR, A. A.; PROCÓPIO, S. O.; DEBIASI, H.; FRANCHINI, J. C.; PANISON, F. Semeadura cruzada em cultivares de soja com tipo de crescimento determinado. Semina: Ciências Agrárias, v.36, p.1215-1226, 2015. BIANCHI, M. A.; FLECK, N. G.; LAMEGO, F. P.; AGOSTINETTO, D. Papéis do arranjo de plantas e do cultivar de soja no resultado da interferência com plantas competidora. Plantas Daninhas, Viçosa, v.28, p.979-991, 2010. BORBA, Z. M. S. Análise dos danos causados pelas formigas cortadeiras à cultura da soja no município de Rio Largo – AL. 2010. Trabalho de conclusão de curso de Agronomia. Universidade Federal de Alagoas – UFA, Rio largo, 2010. CAPONE, A.; SANTOS, E. R.; SANTOS, A. F.; DARIO, A. S.; BARROS, H. B. PRODUTIVIDADE E QUALIDADE DE SEMETES DE GENÓTIPOS DE SOJA PARA ALIMENTAÇÃO HUMANA INTRODUZIDOS EM TOCANTINS, NA ENTRESSAFRA. Nucleus. São Paulo; v. 15, n. 1, p. 71-84, abr. 2018. CONAB (COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO). Acompanhamento da safra brasileira de grãos, v. 2, Safra 2014/15, n. 4 - Quarto levantamento, Brasília, p. 1-90, 2015. CONAB (COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO). Acompanhamento da safra brasileira de grãos, v. 3 - Safra 2016/17, n. 5 - Quinto Levantamento, Brasília, p. 1-154, jan. 2017. CONAB (COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO). Acompanhamento da safra brasileira de grãos, v. 5 - Safra 2017/18, n. 7 - Sétimo Levantamento, Brasília,

Brasília, p. 1-139 abril 2018.2017/18- N. 7 - V. 5 - SAFRA 2017/18- N. 7 - COSTA, É. D. ARRANJO DE PLANTAS, CARACTERÍSTICAS AGRONÔMICAS E PRODUTIVIDADE DE SOJA. 2013. 60 f. Trabalho de conclusão de curso (Graduação em Mestre em Agronomia)-Faculdade de Ciências Agronômicas da UNESP, BOTUCATU- SP, 2013. COSTA, N. L. Utilização da Soja na Alimentação de Ruminantes. 2005. Disponível em: https://www.agrolink.com.br/colunistas/coluna/utilizacao-da-soja-na-alimentacao-de-ruminantes_384105.html. Acesso em: 8 mai. 2018. EMBRAPA. Soja. 2011. Acessado em: 08/05/2018. Disponível em: www.embrapa.gov.br. EMBRAPA SOJA. Soja em números (safra 2017/2018). 2018. Disponível em: <https://www.embrapa.br/soja/cultivos/soja1/dados-economicos>. Acesso em: 8 mai.

Page 28: CURSO DE AGRONOMIArepositorio.fama-ro.com.br/bitstream/123456789/118/1...doméstico, na produção de margarinas e maioneses e pela indústria: tinta de caneta e de pintura em geral,

27

2018. EMBRAPA. Manejo de doenças na soja. 2011. Londrina: Embrapa Soja. Disponível em: <http://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/bitstream/doc/915966/1/folderdoencas.pdf>. Acesso em: 10 maio, 2018. FAO (ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS PARA A ALIMENTAÇÃO E A AGRICULTURA). O Estado da Segurança Alimentar e Nutricional no Brasil: Um retrato multidimensional. Relatório, 2014. Brasília, p. 87, 2014. FERREIRA, A. S; BALBINOT JUNIOR, A. A.; FRANCHINI, J. C.; DEBIASI, H.; WERNER, F.; PASSOS, J. N. N.; ZUCARELI, C. Índice de área foliar de duas cultivares de soja em resposta à redução da densidade de plantas. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, v.22, n.3, p.151-157, 2018. FERREIRA, D. F. Sisvar: a computer statistical analysis system. Ciência e Agrotecnologia (UFLA), v. 35, n. 6, p. 1039-1042, 2011. FERREIRA, P. V. Estatística experimental aplicada à agronomia. Maceió, EDUFAL. 437p, 1991. FISS, G. Plasticidade de plantas de soja dentro de uma população e sua relação com a produtividade. 2015. 48 f. Tese (Doutorado)-Programa de Pós-Graduação em Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de Sementes-Universidade Federal de Pelotas, Pelotas, 2015. GOMES, H. H. S.; SMIDERLE, O. J.; MENEZES, P. H. S. de; GIANLUPPI, V.; MARQUES, C. S. Características agronômicas na produtividade da soja em diferentes densidades de plantas. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE AGRONOMIA. Fortaleza – CE, 2017. Anais... Fortaleza – CE: CBA, 2017. p. 1-4. JUNIOR, E. U. R.; KONZEN, L. M.; RAMOS, E. M.; BULHÕES, C. C. COMPONENTES DE PRODUÇÃO E PRODUTIVIDADE DE GRÃOS DE SOJA EM FUNÇÃO DA DENSIDADE DE PLANTAS. In: ENCONTRO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIAS AGROSSUSTENTÁVEIS. 2018, Sinop. Resumos... Sinop: Embrapa, 2018. p. 14-18. LIMA, S. F.; ALVAREZ, R. C. F.; THEODORO, G. F.; BAVARESCO, M.; SILVA, K. S. Efeito da semeadura em linhas cruzadas sobre a produtividade de grãos e severidade da ferrugem asiática da soja. Bioscience Journal, 28:954-962, 2012. LUCA, M. J.; HUNGRIA, M. Plant densities and modulation of symbiotic nitrogen fixation in soybean. Scientia Agricola, v.71, p.181-187, 2014. MANDARINO, J. M. G. Origem e história da soja no Brasil. 2017. Disponível em: <http://blogs.canalrural.com.br/embrapasoja/2017/04/05/origem-e-historia-da-soja-no-brasil/>. Acesso em: 9 mai. 2018. MAUAD, M.; SILVA, T. L. B.; ALMEIDA NETO, A. I.; ABREU, V. G. Influência da

Page 29: CURSO DE AGRONOMIArepositorio.fama-ro.com.br/bitstream/123456789/118/1...doméstico, na produção de margarinas e maioneses e pela indústria: tinta de caneta e de pintura em geral,

28

densidade de semeadura sobre características agronômicas na cultura da soja. Revista Agrarian, Dourados-MS, v. 3, n. 9, p. 175-181, 2010. MENDES, R. Determinando o indeterminado. Revista rural. São Paulo; v. 165, n. 1, p. 1-1, nov. 2011. MODOLO, A. J.; SCHIDLOWSKI, L. L.; STORCK, L.; BENIN, G.; VARGAS, T. O.; TROGELLO, E. RENDIMENTO DE SOJA EM FUNÇÃO DO ARRANJO DE PLANTAS. Revista de Agricultura. Piracicaba-SP; v. 91, n. 3, p. 216-229, out. 2016. NAKAGAWA, J.; MACHADO, J. R.; ROSOLEM, C. A. Efeito da qualidade da semente sobre o estabelecimento da população e outras características da soja. Revista Brasileira de Sementes, Brasília, v.7, n.2, p. 47-62, 1985. NORDESTE RURAL. A soja de crescimento indeterminado vem ganhando espaço no cultivo brasileiro. 2017. Disponível em: http://nordesterural.com.br/a-soja-de-crescimento-indeterminado-vem-ganhando-espaco-no-cultivo-brasileiro/. Acesso em: 8 mar. 2018. NUNES, J. L. S. Características da Soja (Glycine max). 2016. Disponível em: https://www.agrolink.com.br/culturas/soja/informacoes/caracteristicas_361509.html>. Acesso em: 8 mar. 2018. OLIVEIRA, A. B. FENOLOGIA, DESENVOLVIMENTO E PRODUTIVIDADE DE CULTIVARES DE SOJA EM FUNÇÃO DE ÉPOCAS DE SEMEADURA E DENSIDADES DE PLANTAS. 2010. 78 f. Dissertação (Mestrado)-Programa de Pós-Graduação em Mestre em Agronomia (Produção Vegetal)-Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias – Unesp, São Paulo, 2010. PEIXOTO, C. P.; CÂMARA, G. M. S.; MARTINS, M. C.; MARCHIORI, L. F. S.; GUERZONI, R. A.; MATTIAZZI, P. Épocas de semeadura e densidade de plantas de soja: I. Componentes da produção e rendimento de grãos. Scientia Agrícola, v. 57, n. 1, p. 89-96, 2000. PROCOPIO, S. A.; BALBINOT JUNIOR, A. A.; DEBIASI, H.; FRANCHINI, J. C.; PANISON, F. Plantio cruzado na cultura da soja utilizando uma cultivar de hábito de crescimento indeterminado. Revista de Ciências Agrárias, v.56, p.319-325, 2013. RAMBO, L. Rendimento de grãos da soja em função do arranjo de plantas. Ciência Rural, Santa Maria, vol.33, n.3, p.405-411, jun. 2003. SANTOS, E. R. Parâmetros genéticos e obtenção de genótipos de soja com ausência de lipoxigenase e características agronômicas em baixas latitudes. Brasília: Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária, Universidade de Brasília, 2016, 160 p. Tese de Doutorado. SEDIYAMA, T. Tecnologia de produção da soja. Editora Mecenas LTDA. 2009. Londrina, 314 p.

Page 30: CURSO DE AGRONOMIArepositorio.fama-ro.com.br/bitstream/123456789/118/1...doméstico, na produção de margarinas e maioneses e pela indústria: tinta de caneta e de pintura em geral,

29

TAIZ, L.; ZEIGER, E. Fisiologia vegetal. Porto Alegre: Artmed, 2004. 719p. VAZQUEZ, G. H.; CARVALHO, N. M.; BORBA, M. M. Z. Redução na população de plantas sobre a produtividade e a qualidade fisiológica da semente de soja. Revista Brasileira de Sementes, Brasília, DF, v. 30, n. 2, p. 1-11, 2008. VIEIRA, C. P. Tipos de crescimento da soja. 2017. Disponível em: <http://www.revistacampoenegocios.com.br/tipos-de-crescimento-da-soja/>. Acesso em: 8 mar. 2018.