Curso de Gestão Bancária, I Módulo, Prof. Doutor Rui Teixeira Santos (ISCAD 2014)

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INTRODUÇÃO À ATIVIDADE BANCÁRIA 1º MÓDULO PROF. DOUTOR RUI TEIXEIRA SANTOS CURSO LIVRE DE GESTÃO E DIREITO BANCÁRIO INSTITUTO SUPERIOR DE CIENCIAS DE ADMINISTRAÇÃO LISBOA 2014 Gestão Bancária

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ver também http://www.slideshare.net/Ruiteixeirasantos/gesto-bancria-quantitave-easing-prof-doutor-rui-teixeira-santos-curso-livre-de-direito-bacrio-iscad-2014 e http://www.slideshare.net/Ruiteixeirasantos/regulao-do-sistema-bancrio-i-prof-2013?qid=80564568-ce97-46a3-8062-ff845a740b4f&v=qf1&b=&from_search=1

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INTRODUÇÃO À ATIVIDADE BANCÁRIA1º MÓDULO

PROF. DOUTOR RUI TEIXEIRA SANTOS

C U R S O L I V R E D E G E S TÃ O E D I R E I T O B A N C Á R I OI N S T I T U T O S U P E R I O R D E C I E N C I A S D E A D M I N I S T R A Ç Ã O

L I S B O A2 0 1 4

Gestão Bancária

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Padrão-ouro

O padrão-ouro, também chamado de estalão-ouro, foi o sistema monetário cuja primeira fase vigorou desde o século XIX até a Primeira Guerra Mundial. A teoria pioneira do padrão-ouro, chamada de teoria quantitativa da moeda, foi elaborada por David Hume em 1752, sob o nome de “modelo de fluxo de moedas metálicas” e destacava as relações entre moeda e níveis de preço (base de fenômenos da inflação e deflação). De acordo com a teoria aplicada ao comércio internacional e nos dizeres do economista René Villarreal, "os paises superavitários sofreriam processos inflacionários, enquanto que nos países deficitários os preços se moveriam em sentido inverso, até que se restabelecesse o equilíbrio”.

Cada banco era obrigado a converter as notas bancárias por ele emitida em ouro (ou prata), sempre que solicitado pelo cliente. A introdução de notas bancárias sem esse lastro causou escândalos na França. Com o padrão-ouro, utilizado principalmente pela Inglaterra, o sistema conseguiu estabilidade e permaneceu até o término da Primeira Guerra Mundial.

Em termos internacionais, o padrão-ouro significou a adoção de um regime cambial fixo por parte de praticamente todos os grandes países comerciais de sua época. Cada país se comprometeu em fixar o valor de sua moeda em relação a uma quantidade específica de ouro, e a realizar políticas monetárias, de compra e venda de ouro, de modo a preservar tal paridade definida.

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Padrão-ouro

As “regras do jogo” prevalecentes no sistema de padrão-ouro eram simples: a quantidade de reservas de ouro do país determinava, portanto, a sua oferta monetária. Se um país fosse superavitário em sua balança de pagamentos, deveria importar ouro dos países deficitários. Isso elevaria sua oferta interna de moeda, levando a uma expansão da base monetária, o que provocaria um aumento de preços que, no final das contas, tiraria competitividade de seus produtos nos mercados internacionais, freando assim, novos superávits. Já se o país fosse deficitário na balança comercial, exportaria ouro, sofreria contração monetária, seus preços internos baixariam e, no final das contas, aumentaria a competitividade de seus produtos no exterior.

Em resumo, o padrão-ouro visava uma situação de equilíbrio na economia internacional de modo que cada país mantivesse uma base monetária consistente com a paridade cambial, mantendo assim uma balança comercial equilibrada.

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Pressupostos

Macro: curva LM ISMicro: curva de Irving Fisher

História do Pesamento dos Bancos Centrais: USA: Yuong, Hansey, Shaw, Minsky UK: Bangehot, Hawtrey, Sayers, Goodhart

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Representação gráfica do modelo IS/LM. Neste caso houve uma deslocação para a direita da curva IS, o que conduziu a um maior

rendimento (PIB, Y) e taxa de juro (i).

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Modelo Keinesiano IS/LM

Na macroeconomia keynesiana a igualdade entre o Volume de Consumo Postergado, bem como o Volume das Inversões Planejadas (ou Planeadas, segundo o português de Portugal) é válida; ainda que a relação de causalidade temporal entre ambos os agregados seja de natureza reversa - visto que os produtores não possuem a prerrogativa de determinar, com exatidão, o quanto aferirão de renda pelas próximas semanas, após o desencalhe de suas respectivas mercadorias a priori estocadas.O volume poupado da renda auferida, a qual se procura prognosticar agora, só será conhecido a posteriori. Daí o nome da primeira curva: IS, de Investment Saving: o volume poupado efetivar-se-á após a atuação do efeito multiplicador dos gastos, aqui designado pela entidade x. No mais, o investimento real igualar-se-á ao planejado se, no decurso da realização das vendas, não houver encalhe das mercadorias nos respectivos estoques. O modelo IS/LM trabalha sob a hipótese de que o investimento planejado é igual ao realizado, implicando na nulidade do volume estocado quando o equilíbrio estático-dinâmico do modelo é satisfeito.Ao contrário do "velho" modelo clássico agregado, em que o volume de produção postergado é determinado de forma ex-ante, no modelo IS/LM esse equilíbrio se dará ex-post. De fato, a leitura da Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda nos leva a concluir que John Maynard Keynes rebateu, de forma lógica e veemente, o raciocínio implícito da Teoria dos Fundos de Empréstimo, base na qual Knut Wicksell construiu a análise do seu "processo cumulativo" - a famosa "conexão wickselliana", a qual relaciona bancos emissores, oferta de crédito e inflação. Por sua vez, a curva LM (Liquidity Preference Money Supply), representa a igualdade que deve ser verificada entre a base monetária (supondo dado o multiplicador dos meios de pagamento), contabilizada nos passivos dos responsáveis pela gestão do numerário, e a propensão à liquidez dos agentes econômicos. Com essas ferramentas determinar-se-á a taxa de juros, entendida como o preço do dinheiro. Por sua vez, os papéis (ou ativos) do mercado financeiro mantêm relação inversa com o preço do dinheiro, de modo que, se o dinheiro está mais caro, os agentes econômicos agirão no sentido de recompor seus portfólios com mais papéis (que seguem sendo mais baratos por conta da elevação da taxa de juros) e menos dinheiro - que, de fato, nominalmente, não rende absolutamente nada, por ser ativo prontamente líquido!

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Dinheiro e o nível de preços

A teoria de Fisher sobre o nível de preços era a seguinte variante da teoria quantitativa da moeda. Considera-se M=stock de moeda, P=nível de preços, T=volume de transações realizadas com dinheiro, e V=a velocidade de circulação do dinheiro. Fisher então propôs que essas variáveis são inter-relacionadas pela equação de troca:

MV=PT.Economistas posteriores substituíram o T pelo y ou "Q", produto real, quase sempre medido pelo PIB real. Fisher também foi o primeiro economista a distinguir claramente entre taxas reais e nominais de juros: onde r é a taxa real de juros, i é a taxa nominal de juros e a inflação é uma medida do aumento no nível de preços. Quando a inflação é suficientemente baixa, a taxa real de juros pode ser aproximada como a taxa nominal de juros menos a taxa de inflação esperada. A equação resultante é conhecida como a equação de Fisher, em sua homenagem.Por mais de quarenta anos, Fisher elaborou sua visão da prejudicial "dança do dólar" e montou esquemas para "estabilizar" a moeda, ou seja, estabilizar o nível de preços. Ele foi um dos primeiros a tratar de dados macroeconômicos, incluindo o estoque de moeda, taxas de juros e nível de preços, com uma análise estatística. Na década de 1920, ele introduziu a técnica mais tarde conhecida como distributed lags. Em 1973, o Journal of Political Economy reimprimiu seu artigo de 1926 sobre a relação estatística entre desemprego e inflação, reentitulando-o como "Eu descobri a curva de Phillips" (I discovered the Phillips curve). Os números-índices exerceram um papel importante em sua teoria monetária, e seu livro The Making of Index Numbers permanece influente mesmo nos dias de hoje.

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Deflação da dívida

Seguindo o crash da bolsa de valores de 1929 e Grande Depressão, Fisher desenvolveu uma teoria da crise económica chamada de dívida-deflação, que atribuía as crises ao estouro de uma bolha especulativa.De acordo com a teoria da dívida-deflação, uma sequência de efeitos do estouro da bolha ocorre: Liquidação da dívida e venda por desespero. Contração da oferta monetária pois os empréstimos bancários são pagos. Uma queda no nível dos preços dos ativos. Uma queda ainda maior no patrimônio líquido das empresas, precipitando falências. Uma queda nos lucros. Uma redução no produto, no comércio e no emprego. Pessimismo e perda de confiança. Acumulação de dinheiro. Uma queda nas taxas de juros nominais e um aumento da taxa de juros ajustada pela

deflação.Esta teoria foi ignorada em favor da escola keynesiana, parcialmente devido ao prejuízo à reputação de Fisher da sua atitude otimista antes da crise, mas experimentou um renascimento do interesse ortodoxo desde a década de 1980, especificamente desde a crise económica de 2008-2011, e hoje é uma teoria central com a qual ele é popularmente associado.

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Papel dos Bancos Centrais: posições de Young

Yuong (1924) Critica os cartistas/legalistas que consideram que o poder do dinheiro

decorre da intervenção do Estado Critica a especulação dizendo que a ineficiência do sistema faz com que os

preços dos ativos fluem, subam e desçam. As bolhas especulativas são um problema para o capitalismo. Por isso deve haver alguma intervenção pública para controlar a especulação.

Critica os populistas. Esta do lado do Banco Central considerando que os bancos centrais não controlam as nossas vidas mas que são necessários para a regulação do sistema financeiro.

Defende o padrão-ouro: o dólar é valioso porque é convertível em ouro. Mas nao funciona tudo bem: precisamos de desenvolver as nossas instituições financeiras

Critica a ortodoxia económica: 1. Troca: para Yuong nunca houve uma economia de troca; o dinheiro esteve sempre

presente em alguma das suas categorias 2. Crescimento económico: este só existe se houver um sistema financeiro a funcionar. 3. Principio da moeda: tem que haver mais elasticidade no sistema. O que causa as crises é

exatamente essas restrições de crédito.- Esta é um posição ainda hoje minoritária entre economistas, mas é a dominante nos bancos centrais.

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Problemas da Guerra Financeira

O Governo tem que mobilizar recursos: Cobrem impostos Recrutam trabalhadores (soldados) Voluntarios para comprar obrigações do tesouro.

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O Sistema Financeiro definiu-se durante a Guerra Civil Americana (sec. XIX) com uma Guerra

Financeira

No século XX (depois do crash de 1907) passa a haver uma hierarquia de bancos no sistema financeira: os bancos centrais que tem ouro e as reservas internacionais, os grandes bancos (com impactos sitemicos) e depois os milhares de pequenos bancos na Europa. No tempo da guerra civil eram os bancos de NY, S. Louis e Chicago que cumpriam esse papel.

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Balanços das instituições (o Governo vende obrigações ao Sector Privado)

Gove

rnos

(G) •Ativo: quando o

governo vende bonds

•Passivo:• recebe depósitos G

Sect

or

Pri

vad

o

(SP

)•Ativo: Depositos SP•+ bonds

•Passivo:

Sis

tem

a

Fin

an

ceir

o•Ativo:

•Passivo:• - depositos SP•+ Depositos G (do governo)

•Ha apenas a mudança do dono dos depositos. O governo vai usar depois esses depositos para comprar bens ao sector privado. Porem se o governo nao consegue vender bonds, vai recrrer ao financiamento bancário

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Balanços das instituições (o Governo vende obrigações ou pede empréstimos ao sector

bancário)G

ove

rnos

(G) • Ativo:

• bonds• (2) Depósitos

G

• Passivo: recebe depósitos G

• (2) Emprestimos SB

Sect

or

Pri

vad

o

(SP

)• Ativo: Depositos SP

• + bonds

• Passivo:

Sis

tem

a

Fin

an

ceir

o• Ativo:• (2)

Emprestimos ao G

• Passivo: - depositos SP

• + Depositos G• (2) Depósitos

G

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Notas:

• Emprestimo é como uma obrigação: uma promessa de pagamento. Mas não é uma security (um título de crédito transacionável)

• Trata-se de um swap em (2): é criado dinheiro pelo banco privado que financia o governo , que vem do nada. O governo entrega um contrato de debito e o banco abre uma conta em nome do governo. É aquilo que hoje chamamos de QE (quantitative easing)

• Em (2) o sector privado é excluído: trata-se de uma relação directa entre o sector bancário e o Governo.

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Balanços das instituições (o Governo vende obrigações ou pede empréstimos ao sector bancário) e (3) 0 Governo, durante a guerra civil vai pedir para trocar os depósitos (decorrentes do empréstimo

solicitado ao Sistema Bancário por ouroG

ove

rnos

(G) • Ativo:

• bonds• (2) Depósitos G• (3) – depósitos + ouro

• Passivo: recebe• depósitos G• (2) Emprestimos SB S

ect

or

Pri

vad

o

(SP

)• Ativo:• Depositos SP• + bonds

• Passivo:

Sis

tem

a

Fin

an

ceir

o• Ativo:• (2) Emprestimos ao G

• Passivo: - depositos SP

• + Depositos G• (2) Depósitos G• (3) – depostos G + ouro

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• Porque o governo quis ouro? Porque queria comprar armas aos franceses e para isso ele não queria dólares, mas sim ouro.

• O Governo tirou todo o ouro do sistema financeiro e depois disso os depósitos deixaram de poder ser convertidos em ouro, pois o governo tinha ficado com todo. Foi aliás esta uma das razões da vitória do Norte pois tinha ouro enquanto o sul não tinha.

• A segunda medida tomada pelo governo dos EUA foi a emissão de mais de 400 milhões de papéis moeda, que não eram convertíveis em ouro e que circulavam como meio de pagamento no território americano.

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O Governo vai emitir notas de circulação forçada (LEGAL TENDERS). Que se passa nos

balanços?G

ove

rno (

G) • Ativo:

• + bens de guerra

• Passivo:• + titulos

legais de divida (legal tenders) • 400 MM

Sect

or

Pri

vad

o

(SP

)• Ativo:• bens de

guerra• titulos legais

de divida (legal tenders):• 300 MM

• Depósitos:• 100MM

• Passivo: Sis

tem

a B

an

cári

o • Ativo:• titulos legais

de divida (legal tenders)• 100 MM

• Passivo:• Depósitos

• 100 MM

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Instabilidade financeira

Esta emissão provocou internamente inflação e desvalorização em 50% do dólar americano. A consequencia foi a instabilidade financeira. Como?

Causas/mecanismo da instabilidade financeira (Bolsa e mercado internacional do ouro): Inatbilidade sazonal Os agricultores tiram 50 MM em cash dos seus bancos locais. Os bancos locais levantam 50 MM dos bancos de NY (cerca de 25% das suas

reservas. Os grande bancos para refinaciarem as reservas cortam o credito –

emprestimos overnigth –aos especuladores. Estes vendem acções e obrigações para pagar aos bancos de NY e o efeito é a

queda dos titulos na Bolsa e a subida dos juros. Os bancos de NY vão ainda buscar as reservas que tinham em Londres, o que

afeta o preço do ouro, instalando uma crise internacional, que levará nomeadmanete à falencia e renegociação da dívida externa de Portugal (1891).

O momento chave é a crise de 1907, quando JP Morgan explicou o modo de sair destas crises: criando um Banco Central.

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Lógica do sistema de Bancos Centrais (com empréstimos ao Estado)

Ban

cos

mem

bro

sB

an

cos

Com

erc

ais • Ativo:

• Empréstimos• Reservas no BdP ou BR (depósitos)

• Passivo:• Depósitos

• Descontos (com os emprestimos como colaterais)

Sis

tem

as

de B

an

cos

cen

trais

naci

on

ais

/ B

an

cos

de R

ese

rva • Ativo:

• Descontos (com os emprestimos como colaterais)

• Notas

• Passivo:• Reservas no BdP ou BR (depositos)

• Redesconto no BCE ou Fed

Ban

co C

en

tral

Eu

rop

eu

/

Fed

era

l R

ese

rve • Ativo:

• Redesconto no BCE ou Fed

• Passivo:• Notas (impressão de dinheiro)

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Noção: a procura de dinheiro e depósitos tem que ser flutuante para responder as necessidades

O Fed Reserve Act diz que estes descontos são o financiamento direto as pessoas: A quantidade de notas é elástica tal como os empréstimos e os depósitos

O sistema hoje é diferente, mas foi assim que surgiram os bancos centrais tal qual os conhecemos hoje.

Mal se criou a Fed, o Governo dos EUA foi de novo para a Guerra e por isso precisou de empréstimos para financiar a guerra.

Assim, nos anos 20 todo o sistema financeiro americano vai ser inundado de certificados do tesouro para financiar as guerra. E como? Através de operações em Open Marcket inventadas pela Fed nos anos 1920.

Por causa da I Guerra Mundial os bancos centrais que não emprestavam aos Estados passaram a ficar com grandes quantidades de títulos de dívida públicos, emprestando diretamente aos governos.

Foi algo que se considerou excepcional nos anos 20 do século passado mas que marcou decisivamente o século XX. NO caso do BCE, começou por ser um tabu, mas depois da crise financeira o BCE, à margem dos trados e do seu estatuto tem cedido facilidades aos governos dos Estados Membros.

Bibliografia: Rui Teixeira Santos (2014) Direito da União Europeia, Lisboa: Bnomics.

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Sistema híbrido

Há um banco central que facilita as operações de elasticidade do sector privado

Nas crises serve para vender títulos do governo

Podemos construir teorias como se o dinheiro fosse apenas privado (monetaristas) ou como se fosse publico (keynesianos).

Mas o sistema atual é híbrido.

Por isso, do ponto de vista metodológico, se a análise for feita com base nos balanços servirá para o sector/financiamento público como servirá para o sector privado

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O que acontece se nao tivermos dinheiro para pagar? Temos 3 hipoteses para resolver a crise de liquidez

Cash

Vende-se um activo – desinvestimentoDepende de outros

e do que pagam

Pede-se emprestadoEmprestimo Depende dos

outros Gastamos todo o cash que esta em

reservas – desentesouramento

Apenas esta depende de nós – é

por isso que dinheiro/reservas é

importante

É por isso que a disciplina é importante.

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Alinhamento do cash flow e do cash commitments no tempo1º Caso

T T+1 T+2 T+3 T+4

Cash Flow/Liquidez

10 10 10 10 10

Cash Commitements/Compromissos de pagamentos

5 5 5 5 5

Neste caso não há problema de solvabilidade

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Alinhamento do cash flow e do cash commitments no tempo2º Caso

T T+1 T+2 T+3 T+4

Cash Flowliquidez

10 10 10 10 10

Cash CommitementsCompromisso de pagamento

25 0 0 0 0

Tenho de vender ou arranjar quem me empreste dinheiro Está-se vulnerávelOs bancos estão nesta situação e é por isso que overnigth é enorme e muito importante para assegurar a liquidez da banca

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Alinhamento do cash flow e do cash commitments no tempo3º Caso

T T+1 T+2 T+3 T+4

Cash Flow/liquidez

10 10 10 10 10

Cash Commitements/Compromisso de pagamento

0 0 25 0 0

Neste caso temos que antecipar o pagamento futuro guardando A liquidez dos primeiro e segundo tempos para pagar no terceiro, ou seja os comproissos de pagamento no futuro afetam a liquidez no presente.

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Caracteristicas do mercado

Há vários agentes com diferentes patentes de cash flaw e solidez que estão todos no mesmo mercado.

A pessoa do caso 2 tem que pedir emprestado. É indiferente a preço. Assin o empréstimo a qualquer taxa de juro independentemente de ter ou nao solidez. Se o mercado for muito elástico o custo do financiamento pode ir até valores muito elevados. Pensemos na Lemon Br. ou em Portugal.

É isto que causa as crises: elas dependem da quantidade de agentes economicos vulneráveis (caso 2); Se houver muitos hedge (caso 1) a ºpreocupação é a aplicação de fundos (emprestam ou compram algum activo)

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Momento de Minsky

O equilibrio entre a liquidez e os compromisso de crédito é importante para os individuos mas é tambem oimportant para toda a economia.

Esse equilibrio dita o custo do dinheiro. Num mundo onde ha muitas pessoas com cash flow nao alinhado com as suas responsabilidades vai haver crises financeiras. Não ha crises financeiras numa economia em que as responsabilidades estão alinhadas com o cash flaw. É esta fragilidade que cria ou evita as crises. É este o ponto de vista de Minsky.

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Mercado monetário

O mercado monetario produz um preço, que é a expressão da patente da relação entre o cash flaw e o cash commitement.

Portanto a Crise não tem que ver com ativos ou títulos mas com fluxos

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Balanço

Activo Passivo

Activos Financeiros (acomulação de cash flows)

Moedas

Passivos financeiros(acomulação de todos os emprestimos ao longo do tempo)

Sitação Líquida

(A situação líquida tem que ver com a solidez. Não tem nada que ver com a liquidez)

Pode haver duas empresas com o mesmo tipo de activos e passivos financeiros mas serem muito diferentes por causa da patente da sua liquidez e compromissos

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Os Bancos Centrais são necessários?

Esta é a questão que está hoje em cima da mesa.

Tal como a questão da regulação dos sistema bancário.

Mas de que regulação estamos a falar?

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O que é um banco tradicional?

BALANÇO DE UM BANCOActivo: emprestimos, securities, cashPassivo: depositos, outros (obrigações etç) +

situação líquida.

São solventes se tiverem um activo maior que o passivo

Os bancos tem uma problema especifio: a liquidez; os bancos para a maneter vão ao banco central ou tem que vender activos e por isso existe uma ligação entre solvabilidade e liquidez

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Shadow banks / bancos irreais

Ativo: Registos de hipotecas, IR swaps, CDS,

Passivo: Money market, empréstimos: Repo, ED, ABCP

Liquidez: conseguir rolar a divida e estes instrumentos – é este o problema – o sistema regulatório que temos é sobre este tipo de bancos

Solvabilidade: capacidade de equilibrar estes tipos de instrumentos.

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Os Bancos como sistema de pagamentos

Os sistemas bancários são sistemas de pagamentos

Os Bancos são operadores do mercado monetário (intermediação)

O Sistema Monetário Internacional é a internacionalização desses dois níveis;

O sistema bancário como intermediário de futuro e criativo de novos produtos financeiros: swaps, futuros, etc. – é aqui que decorre o debate sobre regulação

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Os 4 preços do dinheiro

Preço da Taxa de juros : preço de hoje do dinheiro em termos de amanha

Preço PAR . Preço do dinheiro actual (dinheiro em depósitos é par com o cash em reservas) Mas este cash das reservas é privado mas tb é dinheiro

do Banco CentralPreço da Taxa de Câmbio: preço do dinheiro

para com o estrangeiro (o Euro nacional e euro internacional)

Preço do Nível de Preços – inflação das comodities

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Globalização Financeira

O mundo mudouHoje é um mundo complexoUm mundo de globalização financeira Integração financeira

A história do dinheiro (moeda) não é a história das finanças (derivados): mas, como vimos na crise de 2008-2014 estão ligados, pela liquidez e pela solvabilidade.

Mas todo o sistema bancário é um swap (troca) de valores (em empréstimo, um CDS, um derivado etc. são swaps/trocas)

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Relatório do BCE de 28 Maio 2014

"A preocupação do investidor em relação à crise financeira global continuou a diminuir", escreve o BCE. Ao mesmo tempo, surgem novos riscos, em particular, uma crescente procura de lucro, impulsionada pelo aumento da confiança do investidor e o reajustamento de carteiras fora dos mercados emergentes, segundo a instituição liderada por Mario Draghi. Na sua análise, o BCE identifica actualmente três riscos para a estabilidade financeira da zona euro: um revés abrupto na procura global por rentabilidade, uma débil rentabilidade dos bancos e o ressurgimento de preocupações com a sustentabilidade da dívida soberana. O baixo crescimento nominal pode contribuir para que a rentabilidade dos bancos seja reduzida. As instituições financeiras precisam de ter reservas ou seguros para enfrentarem um possível ajustamento desordenado nos mercados financeiros. "O desafio é garantir que os esforços são sustentados para finalizar e implementar as reformas necessárias e garantir que as condições de crise não voltam a surgir", segundo a instituição com sede em Frankfurt. O BCE considera também que é difícil avaliar os riscos da crise ucraniana na estabilidade financeira da zona euro, uma vez que a situação está em evolução. "O impacto económico directo na Zona Euro seria sentido principalmente através dos canais comerciais, com implicações negativas para as exportações da Zona Euro e para o crescimento económico", segundo o BCE. O relatório assinala que, no caso da Ucrânia, as relações comerciais não são muito importantes, ao contrário do que acontece com a Rússia.

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A ascensão do dinheiro

The Ascent of Money: A Financial History of The World by Niall Ferguson

http://www.youtube.com/watch?v=4Xx_5PuLIzc&list=FLBuseect-WFIhEsZco9TxMQ

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Regra moral da Economia de mercado não se aplica ao mercado bancário

O que é evidente é que na gestão bancária não podemos ter presente as considerações éticas que fundamentam os equilíbrios económicos na teoria clássica.

(exceptuando o ouro que é uma mercadoria escassa) a moeda é sempre uma dívida e os equilíbrios dos mercados - embora não sejam negados nos mercados financeiros – correspondem a uma hierarquia de ativos e passivos, criados a partir do sistema de bancos centrais (moeda negativa).

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Liquidez: papel dos Bancos Centrais

Nos balanços dos bancos centrais temos

do lado do ativo (assets) as obrigações (bonds - de médio e longo prazos) e certificados (bills - de curto prazo)

e do lado do passivo (liabilities) temos a emissão do moeda.

Os bancos centrais têm ainda – como banqueiros dos bancos – os depósitos e as reservas dos bancos. Com a crise e a desconfiança no sistema bancário o mercado interbancário caiu e os bancos passaram a colocar os seus depósitos no banco central. Estamos a falar em mais de 1,5 triliões na Federal Reserve (Fed) e um valor próximo no Banco Central Europeu (BCE).

A típica intervenção dos bancos centrais, nomeadamente o BCE na Europa para injetar liquidez é a compra de obrigações e certificados, emitindo moeda do nada.

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Solidez: papel dos Bancos Centrais

O problema que os bancos na Europa enfrentam é sobretudo de solidez. E neste contexto, a União Bancária ao criar um mecanismo de resgate dos bancos vai permitir que as obrigações dos bancos sejam comprados pelo mecanismo este por sua vez emitirá certificados de curto prazo que o BCE compra com emissão de moeda e depois revendo aos bancos contra as suas reservas depositadas no BCE. Deste modo não se esta a criar moeda nem a aumentar as tenções inflacionistas mas sim a anular o excesso de moeda no sistema.

Só que o sistema mesmo anulando a moeda depositada no BCE não funciona, pois o crédito não chega á economia e o mecanismo não serve para resgatar estados em dificuldade que continuarão a ter que se financiar no mercado ou a vender obrigações ao BCE.

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TRÊS PERIGOS QUE SOBREVIVERAM À CRISE

OS BANCOS DEMASIADO GRANDES Se já eram "demasiado grandes para falir", os bancos que sobreviveram à crise de 2008 estão ainda maiores. Sobretudo os "tubarões" de Wall Street, que absorveram outros.

AS 'ARMAS DE DESTRUIÇÃO MACIÇA’ Há "notícias de um sistema financeiro cheio de 'ativos tóxicos' na China", adianta o economista Nuno Teles. Nenhum país avançou muito na regulação de "derivados".

OS BANCOS NA SOMBRA Fundos soberanos, hedge-funds, offshores, continuam a desempenhar um papel financeiro importante, e acrescentam risco ao sistema. "Não podemos ter globalização financeira sem regulação supranacionais”

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Moeda e crédito e as suas categorias

Moeda: Ouro Divisas nacionais (a divisa nacional em ultimo lugar pode comprar

ouro Depósitos (promessa de divisa) – do ponto de vista bancário estes

depósitos seriam crédito, pois a nível nacional trata-se de uma promessa de divisa nacional

Crédito Securities (valores mobiliários, títulos de crédito e contratos de

crédito – promessa de moeda)

Estas categorias não estão em equilíbrio como se verifica nas crises. Porém aparentemente parece haver equilíbrio. A gestão da banca não parte dos pressupostos de equilíbrio económico...

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A moeda e o crédito diferem nas situações

O que é moeda e o que é credito depende da situação:A nível do consumidor a moeda será o ouro, o dinheiro e

os depósitos, mas também o M2 e o M3... E o crédito são apenas os empréstimos.

A nível dos bancos o dinheiro é apenas o ouro e a divisa nacional pois depósitos e empréstimos são crédito.

E a nível internacional, apenas o ouro e as moedas internacionais é que são dinheiro, pois a moedas nacionais, os depósitos e as outras categorias abaixo são todas credito. Só valem se convertidas numa moeda internacional (por exemplo dólar) ou em ouro.

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Hierarquia dos instrumentos financeiros

O que abordamos portanto são conceitos e não definições.

Qual é a hierarquia para cada um dos diversos instrumentos financeiros. Eles não são a mesma coisa nas diversas situações:

Moeda é o ouro e credito são os empréstimos, mas no meio ha categorias que consoante a posição serão dinheiro ou serão promessa de conversão em dinheiro

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Hieraraquia de instrumentos financeiros e hierarquia de instituições (modelo do século XIX)

Bancos Centrais – emitem moeda e guardam ouro (reservas de moeda internacional)

Sistema Bancário - que tem como ativos moeda e passivo depósitos

Sector Privado - que tem como activos depósitos e tem securities (varios tipos de crédito) como passivo.

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Balanços das instituições (visão clássica)

Ban

cos

Cen

trais • Ativo:

ouro e reservas em moeda internacional

• Passivo: Divisa Nacional

Sis

tem

a

ban

cári

o• Ativo: Divisa Nacional

• Passivo: Depósitos

Sect

or

Pri

vad

o • Ativo: Depósitos

• Passivo: Créditos

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Apenas o ouro não é um passivo (liability).Todas as outras categorias são simultaneamente

passivo (liability) e ativo (asset), ou seja todo o dinheiro é a promessa de pagamento de alguém, é sempre um passivo (a liability).

Podemos dividir assim (Gurley and Shaw, 1960) Dinheiro interior aos bancos é crédito Dinheiro exterior aos bancos: ouro (ou divisa nacional quando

falamos em estados nacionais).

In http://www.jstor.org/discover/10.2307/1829227?uid=3738880&uid=2&uid=4&sid=21104225220043

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Hierarquia e qualidade: moeda e crédito

Moeda: ouro

Crédito

Divisas Nacionais

Depósitos

Passivo Ativo

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Dinamismo do sistema monetário

Este sistema está sempre em movimento: diariamente há uma expansão e uma contração do crédito.

O mesmo se passa nos produtos (PIB) dos países e nos ciclos económicos: há sempre uma movimento de expansão e contração do crédito.

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Pulmão monetário: expansão e contração do crédito

Ciclos económicos: expansão e contração do crédito

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BIBLIOGRAFIA

Jesus Huerta de Soto, (2013) Dinheiro, crédito bancário e ciclos económicos, Lisboa: Bnomics

Rui Teixeira Santos, (2013) Sistema Bancário I e II, Lisboa: ISG

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Moeda e Crédito: abordagens Macro e Micro

Vivemos um Momento Minsky: há uma instabilidade inerente ao sistema financeira (New Yorker) – trata-se da fragilidade por causa da patente do cash flaw e do cash committement dos diversos agentes do mercado, como vimos antes.

A macroeconomia clássica parte do velho princípio na óptica da despesa:

PIB = C + I +S - ExLiq

Tendo I igual à formação bruta de capital fixo (FBCF) mais a variação nos estoques (∆EST), temos: PIB = C + FBCT +S – EXP + X – M

Do ponto de vista do rendimento temos que PIB = Remunerações do trabalho + Excedente Bruto de Exploração

PNB = PIB – RLEE (rendimento líquido enviado para o exterior)

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Approach ao Cash flow

Minsky: temos que analisar as empresas e os governos como se lese fossem um banco. Ter atenção ao money flaw e não aos bens reais ou ao objeto das organizações.

Esta posição coloca o enfase no instinto de sobrevivencia ou de reserva das organizações. Ou seja o seu problema não é um problema de orçamento, como pensam os econoistas, mas um problema de de liquidez: em todo o momento precisa de cash inflow para garantir o cash outflow.

As suas disponibilidades líquidas tem que ser maiores que as suas responsabilidade (as promessas de repagamento de dívidas). Se não conseguir pagar as suas resposnabilidades com o dinheiro que recebe então entra em default e fica for a do mercado.

“liquidity kill you” – os bancos podem sobreviver com liquidez mesmo que nao sejam solventes.

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Análise dos fluxosTodas as transações estão neste framework:

Usos Recursos

Despesas Receitas

Contas reais:

Bens e serviços (up the line)

Acomulação

Amortização /repagamento

Entesouramento/poupança

Desinvestimento

Empréstimo

desentesouramento

Contas financeiras: (down the line)

Ativos Financeiros

Responsabilidades Financeiras (Passivo)

Liquidez (moeda)

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Regras do sistema:

1.todo uso corresponde uma receita e vice versa – nao pode comprar sem gastar…

2.Qualquer uso de um agente corresponde sempre um recurso de outro agente – a economia é um todo, se eu compro de alguem esse alguem vende. Tudo está ligado e finalmente 1=1.

Deste modo, qualquer transação tem sempre pelo menos quatro lados:

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Fluxo mínimo por transação (caso do café com dinheiro

Cliente (café)

Despesa de café = recebe um café

Desentosouramento de 1 euro =

pagamento

Bar

Receita de café = fornece um café

Entesouramento de 1 euro = recebimento

Fluxo

Fluxo real

Fluxo fianaceiro

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Fluxo mínimo por transação (no caso de crédito)

Cliente de cafe

Despesa de café = recebe um café

Desentosouramento de 1 euro =

pagamento

Bar

Receita de café = fornece um café

Entesouramento de 1 euro = recebimento

Fluxo

Fluxo real

Fluxo fianaceiro

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A expansão do crédito

Tornamos a operação mais complexa, introduzindo o cartão de credito (Visa)

• O cliente, que jantou no restaurante e pagou com o Visa, promete pagar à Visa e esta tem um acordo com o restaurante que lhe pagará mais tarde. O cliente apenas assina um recibo e pagará ainda mais tarde à Visa.

• Num segundo momento, o restaurante recebe os 10 euros que vai entesourar, correspondendo ao desivestimento que fez inicialmente com o fornecimento do jantar.

• Num terceiro momento o cliente paga à Visa e esta por seu lado, desinveste do activo que tinha sobre o cliente e paga ao restaurante.

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CLIENT

E VISA RESTAU

RANTE

Ativo

Compra o jantar – depesa de jantar

Passivo Ativo Passivo Ativo Passivo

Fornece o jantar – receita do jantar

Fluxo real

Fase 3; repagamento

+ € 10

Fase 3:desentesouramento

+ € 10

Fase 2: repagamento

Fase 3entesourar

Fase 3: desinvestir

€ 10 (Visa)

Fase 2desentesouramneto

€ 10 (Visa)

Fase 2: entesourar

Fase 2: desinvestir

Fluxo financeiro

Activo financeiro

Passivo financeiro

Moeda/liquidez

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Conclusão:

• O mecanismo de pagamento expande o crédito em dois momentos e depois no último momento contrai e volta ao estado inicial.

A elastecidade vem deste crédito e depois o pagamento com dinheiro no fim anula o crédito disciplinadamente (como previsto)

No sistema há sempre este equilibrio entre elasticidade e disciplina.

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Glossário

CDO (Collaterized Debt Obligations): Obrigações com garantia real. O nome é engenhoso. Na realidade, trata-se de algo puramente virtual. Um CDO nasce da expetativa de pagamento de um conjunto de dívidas (hipotecas sobre casas, empréstimos sobre carros, cartões de crédito, etc.). Essas dívidas são todas juntas, pelos bancos, e divididas em pedaços. Aqui entram as agências de rating, que dão a cada um dos pedaços uma nota: de AAA a lixo. Depois, os bancos constroem uma pirâmide, em que no vértice estão os ratings mais altos e a base é o "lixo". O "lixo" paga um retorno maior.CDS (Credit Default Swaps): Permutas de risco de crédito. Os CDS podem ser vendidos Over The Counter, ou seja, fora das bolsas. A quem não tem, sequer, qualquer investimento na dívida inicial. O CDS é como um seguro de um carro de alguém que pode ser vendido a outra pessoa que, muito naturalmente, pode apenas querer que o carro se estampe para receber o prémio.Short Selling/ Naked Short Selling: Venda curta e venda curta a descoberto sem garantia. O short-selling tem um objetivo: desvalorizar um determinado bem (ação ou título). A versão "a descoberto" só é possível graças aos buracos na legislação. Imagine o leitor tem uma empresa, que vale 100 euros por ação. Alguém pretende comprar ações por metade do preço. Manda vender, sem comprar e o preço vem por aí abaixo. Foi isso que se passou com a cotação de vários bancos, como o Lehman Brothers.Swaps: Permutas. Por exemplo: uma taxa de juro fixa por uma variável. Mas os swaps podem ser mais especulativos. Taxas de juro por cocktails de "obrigações", flutuações cambiais, índices de matérias-primas... Na Refer, enquanto era responsável financeira, Maria Luís Albuquerque contratou um swap, sobre os juros da dívida da empresa, indexado ao desempenho da coroa sueca.