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CURSO DE INFORMAÇÕES GEOGRÁFICAS (Para Professôres de Geografia do Ensino Médio) JULHO DE 1965 DIVISÃO CULTURAL

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~ CURSO

DE

INFORMAÇÕES

GEOGRÁFICAS

(Para Professôres de Geografia do Ensino Médio)

JULHO DE 1965

DIVISÃO CULTURAL

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íNDICE

Págs. Leitura e Interpretação do "Caderno Através dos Mapas"

Antônio Teixeira Guerra . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5 Aspectos Físicos do Estado da Guanabara - Antônio Teixeira

Guerra . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15

Leitura de Uma Carta do Estado da Guanabara - Antônio Teixeira Guerra ........... : . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23

Relêvo do Mundo - Carlos de Castro Botelho . . . . . . . . . . . . . . . . 25 Leitura e Interpretação dos Elementos Físicos do Mapa do

Brasil 1:5 000 000: (Hidrografia) - Carlos de Castro Botelho 28 Importância do Anuário Estatístico do Brasil no Ensino da

Geografia - Carlos Goldenberg . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31

Leitura e Interpretação dos Elementos Cartográficos do Mapa do Brasil - 1: 5 000 000 - Cêurio de Oliveira . . . . . . . . . . . . 46

Transportes do Brasil - Delnida Martinez Cataldo . . . . . . . . . . 53 Maquetes de Acidentes Geográficos - Francisco Barboza Leite· 70 Análise de Pranchas do Livro "Exercícios e Práticas de Geomor-

fologia" - Gelson Rangel Lima . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 74 A Utilização de Mapas Murais - José Cezar de Magalhães . . . 97 Análise de Elementos de Geografia Política do Mapa do Brasil

na Escala de 1:5 000 000 - José Cezar de Magalhães . . . . . . 100 Evoluçrão Econômica do Estado da Guanabara - José Cezar de

Magalhães . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 108 Utilidades do Atlas Geográfico Escolar - Maria Magdalena

Vieira Pinto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 116 Vocabulário Geográfico Escolar - Maria da Penha Bastos

Mendes 131 Provas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 135 Regulamenta 11 Anaxc.;i:;; ............. : ............................ -153

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SÚMULA DAS AULAS

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LEITURA E INTERPRETAÇÃO DO "CADERNO ATRAVÉS DOS MAPAS"

Prof. ANTÔNIO TEIXEIRA GUERRA

1 . Objetivos

1. 1 Recapitular e aplicar os conhecimentos cartográfi­cos adquiridos nas aulas referentes à "Leitura e interpretação dos elementos cartográficos do mapa do Brasil na escala de 1/5 000 000", e exercitar os alunos na aplicação dos três ele­mentos fundamentais de uma carta:

1.1.1 Projeção 1.1. 2 - Convenções 1 . 1 . 3 - Escalas"

1. 2 Rever os diferentes tipos de projeções. 1. 3 Estudar as convenções e escalas geográficas. 1. 4 Observar as diferenças de tipos de regimes fluviais,

litorais e tipos de foz de rio. 1. 5 Conclusão. 1. 6 Exercícios práticos .

. 2. Diferentes tipos de projeção

Constitui êste assunto algo de complexo quando mm1s­trado em nível superior. No caso presente, não vamos entrar em minúcias, nem tampouco alongar-nos em considerações teóricas, uma vez que nossa missão é apenas identificar os di­versos tipos de projeção, da publicação, ora em estudo.

O caderno de cartografia 1 através dos mapas do MEC é constituído de 36 fôlhas, isto é, 36 mapas, em escalas peque­nas elaboradas com o objetivo de servirem de base no ensino da geografia moderna, a qual procura aplicar nos mapas os seus diferentes princípios.

L Cartografia é a arte e a ciência de representar trechos. ou mesmo tôda a superfície da Terra, valendo-se de vários sistemas de projeções, escalas e dife­rentes tipos de convenções. O mapa é uma visão reduzida e simplificada da Terra.

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No caderno de cartografia - através dos mapas ào MEC, faltam informações sôbre as projeções ali utilizadas para a confecção dos diversos mapas. No entanto, algumas observa­ções sôbre a disposição das diferentes rêdes de canevás aí existentes conduzirão a um esclarecimento sôbre as projeções aí adotadas:;. De modo genérico, as projeções podem ser agru­padas em três grandes categorias: cilíndricas, cônicas e azi­mutais. Há, no entanto, uma série de outros tipos de proje­ções derivados dos tipos básicos. Cada mapa possui uma das três caracterís.ticas: conformidade (mantém as formas). eqüi­valência (mantém proporcionalidade de áreas) e eqüidistân­cia (mantém correta as direções).

Vejamos, a seguir, os diversos mapas e as projeções 3 dos mesmos.

MAPAS

Planisfério .....

Terras Antárticas e Árticas ..

América do Sul ..

Brasil, Grande Região Norte, Nordeste Ocidental, Nordeste Oriental, Leste Setentrional, Leste Meridional, Grande Re­gião Sul, Grande Região Cen­tro-Oeste.

SISTEMAS DE PB,0.JEÇÃO

Cilíndrica conforme de Merc!',tor --· A rêcle de pa,ralelos e mcri<lfa,nos se cortfün em ângulo reto. Pelo modo de construção ela tem parn c!',da p:ou·8lelo uma, escala. De modo que 8. esc!'Ja :.>.present8.da no presente plt'>nisfério é válida ltpenas para o equador. ·------·-·-·-~---------

Azimutal equidistante polar. Os paralelos são representados por linhl',S curvl',S (áreas concêntricas), enquanto os meridianos são retos, partindo dos pólos. As distâncias entre os paralelos são iguais, isto é, equi­valem à distância real na Terra. Esta projeção só serve parn representar uma superfície menor que um hemisfério. ·----- ----------------

Azimutal equivalente oblíqua (Lambert), um plano tangente ao centro do mapa, os paralelos e meridianos são curvos (não são arcos de círculo).

Policônica ordinária ou simples. Os para­lelos são arcos concentrados sôbre o meri· diano central, que se apresenta em linha reta. Os demais meridianos são arcos que se dirigem para o meridiano central.

2 Prof. Línton Ferreira de Barros "Aulas Práticas - Cartografia - Projeções cartográficas e leitura de cartas geográficas" - apostila do Curso de Aperfeiçoa­mento de Professôres de Geografia do Ensino Médio - Janeiro de 1965.

3 Agradecemos a colaboração do Prof. L. Ferreira de Barros e R. P. Barbosa que colaboraram na identificação dos diversos tipO's de projeções.

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MAPAS

.\.méricrt Central. ....

América do ~ortc, Ásia, África, Ocetmia.

Europa ...

SISTEMA DE PROJEÇÃO

Cônica conforme (Lambert), com dois para­lelos recentes. Os paralelos são concên­tricos (arcos de círculo) os meridianos são linhas ret2,s.

Azimutal equivalente (Lambert), paraleloR e meridümos curvos.

.\zimutal equivalente (Lambert) paralelos e meridianos curvos (não s:'io arcos de cír­culos).

3. Estudo das convenções e escalas

As convencões constituem os elementos de leitura de uma carta\ isto é, os símbolos (figuras) ou côres escolhidas para representar os fatos desejados. Podemos mesmo dizer que as convenções, à semelhança das letras de um livro, constituem o verdadeiro alfabeto para o cartógrafo. Sem convenções não poderiam existir os mapas. O tamanho e o número das con­venções dependem da escala e do objetivo do mapa. De modo geral, os mapas de um Atlas, à semelhança dos que estamos estudando no presente caderno de cartografia, são elaborados em escala geográfica, isto é, menores que 1/100 000.

Nos diferentes mapas apresentados só foram utilizadas es­calas gráficas em nenhum dos mapas há escala numérica.

Quanto às convenções cartográficas utilizadas, devemos também destacar que sàmente foram empregadas as plani­métricas 5 • As convenções altimétricas não foram utilizadas, pois os chamados mapas mudos, contêm apenas o contôrno dos países, e segundo a escala, aparece, algumas vêzes, a rêde hidrográfica. Pela própria natureza dos mapas, não há nor­malmente nenhuma toponímia impressa. Isto é feito tendo em vista os diferentes tipos de exercícios que poderão ser exe­cutados pelos alunos.

4 Para maiores detalhes, vide o artigo de nossa autoria intitulado: "Leitura de Cartas" ln: Curso de Informações Geográficas, IBGE - 1964 - páginas 115/118.

5 Convenções planimétricas fornecem uma primeira imagem da cO'llfiguracão do terreno, sem indicar, no entanto, o relêvo. Trata-se da projeção de todos - os elementos da superfície do globO', sôbre um plano horizontal, considerado abaixo do solo.

O trabalho complementar que dá a verdadeira fisionomia do relêvo é a alti­metria. As convenções altimétricas são de vários tipos e serão estudadas no decor­rer do seminário realizado com o trabalho intitulado "Cartografia Geográfica" de Línton de Barros.

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Vejamos a seguir as diversas convenções planimétricas que ap~recem nos diferentés tipos de mapas:

3 .1 Limites internacionais 3 . 2 Limites estaduais 3 . 3 Hidrografia

3 . 3. 1 Rios perenes ou permanentes 3 . 3 . 2 Rios periódicos 3. 3. 3 Cachoeiras ou saltos 3 . 3 . 4 Lagos e lagoas

3. 4 Terrenos pantanosos 3 . 5 Açudes e barragens Vejamos, a seguir, um quadro 6 onde se pode ver as esca­

las numéricas dos diversos mapas:

Planisfério .. Terra Antártica. . . Terras Árticas ..... . América do Sul. . BRASIL .......... . Grande Região Norte ... Nordeste Ocidental..

MAPAS

N ardeste Oriental. ....... . Leste Setentrional .. . Leste Meridional. ..... . Grande Região Sul. ....... . Grande Região Centro-Oeste ....... . América Central. ...... . América do Norte .... . Europa ... . Ásia ....... . África ... . Oceânia ....... .

ESCALAS

1:130 000 000 1:40 000 000 1:40 000 000 1:35 000 000 1:21 000 000 1:12 500 000 1:5 000 000 1:6 000 000 1:6 mo ooo 1:5 700 000 1:6 500 000 1:8 700 ººº 1:190 000 000 1:4 000 000 1:25 000 000 1:54 000 000 1:45 000 000 1:46 000 000

4. Diferentes tipos de regimes fluviais, litorais e tipos de foz de rio

4. 1 Regimes fluviais

Nos mapas do "Brasil: Nordeste Ocidental'', "Brasil: Nor­deste Oriental" e "Brasil: Leste Setentrional" - vêem-se dois tipos de convenções para a rêde hidrográfica. A de traço con-

" Os resultadas apresentados são aproximados, e foram calculados na DG -Secção de Cálculos do CNG.

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tínuo significa os rios permanentes, e as de linha pontilhada, regime periódico, isto é, na época da.s sêcas, os leitos fluviais (leitos menores) ficam secos na superfície, podendo haver água apenas no subálveo. É importante relacionar êstes fa­tos ligados ao regime hidrográfico, com o regime climático, as possibilidades de irrigação ou de aproveitamento de ener­gia, construção de barragens e o problema dos transportes.

4. 2 Tipos de litorais -

Nos mapas apresentados só podemos estudar a articula­ção da "linha" do litoral, as sinuosidades - freqüência de reentrâncias e saliências, ou ainda, a retilíneidade do litoral. As explicações para êstes fatos assinalados têm de ser pro­curadas nos mapas dos Atlas utilizados em classe, e final­mente, buscar auxílio no livro-texto.

Como exemplos de litoral muito articulado cheio de: golfos, baías, cabos, pontas, penínsulas e angras, citaremos os seguintes mapas: "América do Sul" - litoral do Chile, "Brasil - Nordeste Ocidental", "América do Norte" - Groen­lândia e litoral do Canadá, "Europa" - Noruega.

4 . 3 Tipos de foz de rio -

Os mapas são feitos em escala pequena não trazendo prà­ticamente dados que permitam distinguir um delta de um estuário; sendo assim, não há possibilidade de representar-se os pequenos arquipélagos que se formam na foz de alguns rios. Destacaremos, no entanto, alguns exemplos:

4. 3 .1 "América do Sul" - foz do rio Amazonas e o estuário da bacia platina.

4. 3. 2 "Brasil - Grande Região Norte" - foz do rio Amazonas.

4. 3. 3 "África" - foz do rio Nilo.

5. Conclusões

5 .1 No caderno de cartografia o professor encontra um excelente meio de complementação das suas aulas de geografia.

5 . 2 Deve explorar ao máximo tôdas as noções ae carto­grafia indispensáveis ao entendimento referente ao valor dos mapas na representação dos fenômenos geográficos.

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5. 3 O caderno de cartografia deve ser utilizado, junta­mente com um Atlas e o livro-texto. Atualmente, o professor não pode contentar-se com simples exercícios de localização de fatos geográficos. Deve exigir de seus alunos uma descri­ção e uma tentativa de interpretação dos fatos ou elementos localizados.

5. 4 Os diferentes exercícios devem ser planejados com objetivos de aplicar os vários princípios da moderna geografia.

Ao invés de contentar-se o professor em enumerar os vá­rios princípios ou leis da geografia, deve aplicá-los em dife­rentes tipos de trabalhos.

5. 5 Os exercícios executados no Caderno de Cartogra­fia, devem merecer uma correção comentada em aula pelo professor, que, no momento, assinalará os diferentes erros, o que constituirá mais um elemento motivador da aprendi­zagem.

5 . 6 O caderno de cartografia deverá também ser apro­veitado como um elemento de ligação entre a geografia, o desenho e a matemática.

6. Exercícios práticos

I - PLANISFÉRIO

1 Qual a largura da Austrália na altura do paralelo de 23º 27' latitude sul?

2 Qual o país mais importante cortado pela linha do equa­dor?

3 - Do ponto de vista geográfico, qual a península mais se­tentrional?

4 - Se traçarmos uma diagonal a 45º, partindo de 180° de longitude W de Greenwich na direção de sudeste até o trópico de Câncer, que países são atravessados pela re­ferida linha e que acidentes são vistos?

5 - Localizar o pólo norte .

. II - TERRAS ANTARTICAS E ARTICAS

1 - Identifique o círculo polar ár,tico e antimeridiano de Greenwich.

2 - Qual o tipo de projeç~o utilizada? 3 - Determinar a escala do mapa.

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4 - Marcar o pólo sul. 5 - Localizar o círculo polar antártico. 6 - Localizar o extremo sul do continente americano. 7 - Localizar o pólo norte.

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8 - Localizar as terras da Eurásia, situadas além de 66º 33' de latitude norte.

9 - Quais são os dois meridianos que enquadram o estreito de Bering?

III - AMÉRICA DO SUL

1 - Qual o paralelo do hemisfério norte de maior latitude assinalada no mapa?

IV - BRASIL

.1 - Qual o meridiano mâis ocidental que se vê no presente mapa?

V - BRASIL: GRANDE REGIÃO NORTE E NORDESTE OCIDENTAL

1 - Qual a característica marcante na rêde hidrográfica dos dois mapas?

VI - BRASIL: NORDESTE ORIENTAL

1 - Qual a convenção nova, em relação ao mapa do Nor­deste Ocidental?

VII - BRASIL: LESTE SETENTRIONAL

1 - Qual a direção geral do rio São Francisco na faixa com­preendida pelos meridianos de 40° de longitude WE.

VIII -- BRASIL: LESTE MERIDIONAL

1 - Qual o estado mais meridional? 2 - Qual a localização geográfica do Triângulo Mineiro? 3 - Identifique as convenções que aparecem no mapa mudo. 4 - Traçar o divisor de águas que delimita a bacia do rio

Doce. 5 - Assinalar a lagoa de Araruama e a cidade de Cabo Frio. 6 - Que você está vendo no leito dos formadores do rio

Paraná?

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IX - BRASIL: GRANDE REGIÃO SUL

1 - Qual o estado cujo litoral é caracterizado por várias lagoas?

2 - Traçar a linha divisora de águas dos rios que vão para a bacia do Paraná?

X - BRASIL: GRANDE REGIÃO CENTRO OESTE

1 - Identificar as áreas de terrenos pantanosos. 2 - Estado cortado pelo trópico de Capricórnio.

XI - EUROPA

1 - Qual o paralelo de maior latitude representado no mapa? 2 - Quais são os dois meridianos extremos, que são vistos

no mapa mudo? 3 - Existe algum meridiano de significado especial no pre­

sente mapa? Justifique. 4 - Veja o tipo de litoral da península escandinava e com­

pare com a da África do N arte.

Anexo

Colocamos, a seguir, algumas das idéias que seleciona­mos da prova de cartografia, referente à pergunta n.0 15 que foi enunciada nos seguintes têrmos: "15 - Formular dois ob­jetivos de uma aula de cartografia sôbre sistemas de proje­ção para um aluno de 1.ª série (11 a 12 anos de idade)".

1 - Levar o aluno a compreender as formas e as propor­ções existentes nos mapas. Exemplo: a Groelândia apa­rece nos planisférios de projeção cilíndrica com maior área que a América do Sul.

2 - Ensinar a distinguir um tipo de projeção de outro, ob­servando a rêde de paralelos e meridianos.

3 - Procurar incutir no aluno o interêsse pela forma exa­ta do seu planêta: se redondo, cilíndrico, oval, pêra etc e diferentes áreas do globo.

4 - Mostrar ao aluno que, por ser a terra esférica, é difí­cil sua representação num plano sem haver defor­mações.

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5 - Em qualquer figura geométrica escolhida, sempre ha­verá problemas ao representar a Terra; daí, os vários sistemas de projeção.

6 - Dar ao aluno conhecimento dos vários tipos de proje­ção existentes, e a razão das deformações produzidas pelos mesmos.

7 Dar ao aluno conhecimentos que permitam identificar, num mapa, o sistema de projeção usado e a razão da sua escolha.

8 - Mostrar que o objetivo principal dos sistemas de pro­jeção é tornar possível a representação da Terra. su­perfície curva, em um mapa, isto é, numa superfície plana. Devido, portanto, ao fato de a esfera ser um sólido de difícil desenvolvimento, utilizam-se sólidos desenvolvíveis para representar a Terra. O cilindro, o cone (ou vários cones) envolvendo a Terra em um pla­no tangente ou secante, ou passando idealmente pelo centro da Terra, são os corpos utilizados.

9 - Mostrar, por meio de uma figura feita em cartolina, como se usam as projeções, cilíndricas, cônicas, etc.

1 O - Dar noção ao alunos das deformações que a Terra, ou parte dela, sofre com as diversas projeções, fazendo-o observar a mesma região em mapas de diferentes tipos.

11 - Dar ao aluno a idéia da forma, tamanho e extensão da Terra. Mostrar a importância das projeções na re­presentação da Terra no seu todo ou em parte.

12 Importância das projeções no sentido de melhor repre­sentar a Terra com o mínimo de deformações possíveis.

13 -- O professor não deve limitar-se a um simples exercício de localização de fatos geográficos. Deve exigir uma descrição e uma tentativa de interpretação dos fatos ou elementos localizados.

14 O professor deve explorar ao máximo tôdas as noções de cartografia indispensáveis ao entendimento do valor dos mapas na representação dos fenômenos geográficos.

15 - Mostrar que sendo a Terra aproximadamente um es­feróide, é difícil representá-la num plano - A única maneira de representá-la sem alteração seria a esfera (globo), porém isto é impossível, devido ao tamanho da esfera que teria de ser utilizada.

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16 - Fazer ver ao aluno a necessidade do uso de mapas, dando-lhe a idéia do valor das projeções, a fim de po­der estudar a geografia moderna - descritiva e ex­plicativa.

17 - Mostrar a rêde de paralelos e meridianos traçados em uma bola de borracha. Desenvolver num plano.

18 - Utilizar o planisfério na projeção cilíndrica e levar o aluno a compreender a Terra em uma superfície plana, embora seja, na realidade, esférica.

19 - Desenho de dois globos (em dois hemisférios na proje­ção zenital polar) aparecendo as gratículas com meri­dianos retos encontrando nos pólos, e os paralelos curvos. Mostrar um planisfério na projeção Mercator e levar o aluno a .tirar conclusões a respeito dos dife­rentes sistemas de projeções.

20 - Utilizar o Atlas Geográfico Escolar e tentar classificar os principais tipos de projeções, relacionando-os com noções sôbre escalas e formas.

21 - As áreas das diversas regiões modificam-se muito de acôrdo com o sistema de projeção escolhido, e não há projeção melhor que outra; cada uma é elaborada se­gundo determinada finalidade.

22 - Correlacionar a determinação de um local no seu bair­ro, aproximando a rêde de ruas, à rêde de paralelos e meridianos, para. uma noção objetiva do sistema de projeções e da. escala.

23 - Determinação de um ponto na carta, chamando a atenção para a impossibilidade de se levar para o papel (superfície plana), o que se observa no terreno (super­fície curva) - valor dos paralelos contados no sentido N-S (Oº no equador a 90º nos pólos), dar também uma noção de meridianos.

24 - Representar gràficamente o mundo em que vivemos, dando-lhe a concepção de espaço geográfico e tempo - fusos horários.

25 - Mostrar, através dos diferentes tipos de projeção, as formas dos países do globo, distâncias, etc. Noção de escala.

26 -- Exercitar os alunos na aplicação e compreensão dos três elementos fundamentais de uma carta: projeção, convenção e escala.

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ASPECTOS FÍSICOS DO ESTADO DA GUANABARA

Prof. ANTÔNIO TEIXEIRA GUERRA

1. Fator posição astronômica e sua importância no clima

O estado da Guanabara situa-se na parte sudeste do Brasil, encravado no estado do Rio de Janeiro, e possui uma área de apenas 1356 km~ (1171 km2 de á'rea territorial e 185 km2 de águas internas). É o menor estado da Federação (ex­cluindo-se o território federal de Fernando de Noronha), sendo 1155 vêzes menor que o estado do Amazonas. Do pon­to de vista astronômico estende-se entre os paralelos de 22º40' e 23: 04' lat. sul - o que significa genericamente climas quentes -- tipo tropical.

2. Relações entre: altimetria, disposição do relêvo e tipos de climas:

O clima tropical com diversas variedades é o que domina em todo o estado. O verão é úmido e chuvoso, enquanto o inverso é sêco. São microclimas devidos •à influência do re­lêvo modificando as temperaturas e a distribuição das chuvas.

2 .1. Climas quentes e úmidos do tipo Aw, Am e Af de Kõppen.

2 .1.1. O clima Aw típico do Planalto Central não existe na Guanabara, pois, na época do inverno ocorrem chu­vas por causa das massas frias vindas da Antártida. ~ste tipo de clima é o dominante em todo o estado - especialmente 11as áreas da baixada.

2 .1. 2. O clima Am ocorre em estreita faixa a leste e parte sul do maciço da Tijuca, prolongando-se até a ilha do Governador (trecho oriental). As chuvas já se distribuem de modo a tornar menos acentuada a estiagem de inverno, distinguindo-se nitidamente a transição para o tipo constan­temente úmido (Af).

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2 . 1 . 3 . O clima Af ocorre nas encostas dos maciços da Tijuca e Pedra Branca. A área de ocorrência é mais impor­tante nas encostas meridionais dos mesmos. As encostas opos-

. tas ao mar nesses maciços devem ser um pouco mais quentes e menos úmidas por não estarem sujeitas à ação direta da brisa e massas frias do sul. Aí o clima Af já está menos ca­racterizado, apresentando tendência à transição.

2. 2. Clima mesotérmico, ou tropical de altitude Cfa. Ocorre no tôpo dos maciços' acima da cota de 500 metros. Para cada 159 metros verifica-se a queda de 1°c na tempera­tura da Guanabara. Êste clima, é quente, porém, moderado devido à altitude que torna mais baixa a temperatura ame­nizando-a.

- Conclusão - O estado da Guanabara, embora de pe­quena área, pois corresponde a 0,02 % da superfície do Brasil e 0,11 % da Região Leste e, situado na região tropical, não possui exclusivamente o clima quente e úmido em virtude de sua acidentada topografia.

3. Maciços - distribuição geográfica, estrutura geológica e modelado do relêvo

3. 1. Distribuição geográfica - contrastes violentos en­tre a topografia àcidentada dos maciços e a topografia da planície sedimentar recente. A passagem de uma forma de relêvo para outra é feita de modo brusco.

3 .1.1. O Maciço da Tijuca é o mais conhecido por estar na área urbana. Seu ponto culminante é o Pico da Tijuca com 1 021 metros.

3. 1 . 2 . O Maciço da Pedra Branca localizado, gros­so modo, na parte central do estado é o mais importante em área e do ponto de vista altimétrico, pois aí está o ponto cul­minante do estado - 1 024 m.

3 .1. 3. O Maciço de Jericinó é o mais setentrional, e ocupa uma pequena área limítrofe ao estado. do Rio de Janeiro. Seu ponto culminante ·é o morro de Jericinó com 887 m de altitude.

O relêvo acidentado de certos trechos do estado é indivi­dualizado, como se vê, em três maciços separados por planí­cies. Do ponto de vista geológico são as rochas antigas do Pré-Cambriano, principalmente os granitos e os gnaisses que afloram nos diversos cabeços rochosos das montanhas da Ti­juca, da Pedra Branca e de Jericinó.

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A topografia do estado da Guanabara é caracterizada pe­lo amplo predomínio das zonas de baixa altitude, pois 64,5 j; de sua área está abaixo de 20 metros. Dentro dessa faixa hipso­métrica há um grande predomínio das baixadas sedimenta­res, mas há também afloramentos rochosos que constituem pequenas superfícies de erosão, ou mesmo pequenas ilhotas que serviram de ponto de apoio para o desenvolvimento de planícies constituídas pela justaposição de várias línguas de restingas como se vê na baixada de Jacarepaguá, em Sepeti­ba e na zona sul da área urbana. Na faixa hipsométrica mais alta do estado, isto é, entre 500 e 1 024 metros temos apenas 4% de sua superfície, entre 20 e 200 metros, 21,4%, e de 200 a 500 metros, 10,3 % . :Estes dados quantitativos do relêvo da Guanabara mostram que de modo geral há o predomínio das áreas planas e de baixa altitude.

Na parte sudeste do estado, localiza-se o maciço da Ti­juca, cujo ponto mais alto está na cota de 1 021 metros. Êste trecho montanhoso tem suas cristas alinhadas na direção geral de NE-SW, o mesmo ocorrendo com um grande núme­ro de cabeços isolados na área da zona Sul da cidade e tam­bém nos outros dois maciços. Do ponto de vista geomorfoló­gico êstes trechos acidentados do maciço litorâneo da Guana­bara, faziam parte da estrutura geológica de um grande pla­nalto, que constitui atualmente a serra do Mar.

O pico mais alto do estado está no maciço da Pedra Bran­ca, pràticamente na parte central do estado, na altitude de 1 024 metros. Ao norte destas montanhas ,tem-se uma área de planície interrompida pela orografia do maciço de Jeri­cinó, cujo ponto mais alto está na cota de 887 metros. Do ponto de vista turístico é o maciço da Tijuca o mais procura­do por causa de sua posição geográfica, já que se encontra rodeado pelo casario dos diversos bairros da cidade. A topo­grafia acidentada pelos diversos pães-de-açúcar, ou pontões, dá uma agressividade na paisagem, tornando-a mais procura­da pelos turistas. Além do mais, a floresta e o mar em sua encosta meridional lhe dão contrastes muito significativos.

3. 2. Estrutura geológica

3 . 2 . 1 . Rochas do complexo do Pré-Cambriano -gnaisses, granitos, e intrusivos (basaltos e diabásios) e outras mais recentes como: fonolitos, tinguaítos etc. Os gnaises e granitos são as rochas mais antigas e que sofreram o dobra­mento Laurenciano. As montanhas da Guanabara têm uma direção geral NE-SW por causa dêste dobramento.

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Há vários tipos de gnaisses, corno exemplo citaríamos: gnaisse facoidal do tipo Pão-de-Açúcar, gnaisse facoidal do tipo Engenho Nôvo, onde os olhos de feldspatos são menores que os vistos no morro do Pão-de-Açúcar; os leptinitos (rocha leucocrática), isto é, gnaisses ricos em quartzo, que em certos casos se confundem com um quartzito corno se vê na Avenida Nierneyer, gnaisse biotítico (rocha rnelanocrática), rica em mica negra.

Os gnaisses afloravam com mais freqüência nas pedreiras mais próximas do centro urbano, tendo sido, portanto, gran­de a utilização dos mesmos. Os basaltos ocorrem em diques nos maciços da Tijuca e Pedra Branca e vários dêles são de idade mais recente, possivelmente da era Mesozóica. No ma­ciço de Jericinó, além dos basaltos, destacaríamos os foiaitos, diabásios e tinguaitos - rochas que ocorrem numa çharniné vulcânica do secundário.

Os chamados passeios de "pedra portuguêsa", atualmen­te de portuguesas não têm nada, pois as pedrinhas pretas e brancas são pedacinhos de basalto e de calcário colocados se­gundo desenhos diversos.

3. 2. 2. Rochas sedimentares do quaternário: areias e argilas. Constituem as áreas de baixa altitude, isto é, as áreas de planície. A estratigrafia dos depósitos revela a ausên­cia de movimentos tectônicos recentes.

3 . 2 . 3 . A geologia da Guanabara pode ser expres­sa segundo esta porcentagem de tipos de rochas:

Gnaisses - 40 % Granitos - 20% Terrenos quaternários (sedimentos) - 32% Rochas alcalinas - 3 % Outros tipos de rochas - 5 % .

Os gnaisses e granitos afloram, principalmente, nos ma­ciços e, constituem 60 % da área do Estado. Êstes tipos de ro­chas também afloram nos baixos níveis rochosos e nas ilhas. Os sedimentos - terrenos quaternários se localizam nas baixadas.

3. 4. Montanhas epirogenéticas - as montanhas do maciço costeiro da Guanabara são do tipo epirogenético, isto é, falhamentos sem que a estrutura tenha sido modificada.

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Apresentam uma escarpa íngreme voltada para o sul e um basculamento para o norte. Aliás o mesmo fenômeno produ­ziu as serras do Mar e Mantiqueira.

As montanhas do Pré-·Cambriano eram bem diferentes das que vemos hoje, pois os movime_ntos tectônicos do Lauren­ciano foram os responsáveis pelos dobramentos antigos, en­quanto as atuais montanhas são de desabamento tectônico.

3. 5. Modelado do relêvo - as formas características nos maciços são grandes pães-de-açúcar ou pontões. Estas for­mas de relêvo são comuns em áreas de climas tropicais úmi­dos. Exemplos: Pão-de-açúcar (390 m). Morro dos Cabritos, Morro de São João, Pedra Bonita (693 m), Pico do Papagaio (975 m), Morro de Santa Bárbara (871 m), Morro de Santa Luzia (411 m), Morro do Guandu (742 m).

Forma de detalhe nos pontões: caneluras - sulcos de dissolução na linha de maior declive; esfoliação - destaca­mento de placas· por causa da meteorização; panelas, depres­são ou buracos num rochedo; matacões ou boulders - gran­des blocos de rocha numa vertente.

Forma de decomposição do material - argila laterítica - argilas vermelhas e alaranjadas. A espessura da decompo­sição dêsse material é muito variada. Há no Rio de Janeiro morros totalmente constituídos de barro, isto é, de argila. Al­guns dêles como o do Senado, do Castelo e de Santo Antônio foram derrubados com a maior facilidade. Diz-nos BAcKHEUSER

que para desmontar o do Castelo bastou o simples jato de água de uma mangueira, quase análoga às do Corpo de Bom­beiro (desmonte hidráulico) 1.

Saibro ou arena granítica - material muito explorado para rebôco de construção. As saibreiras mais importantes localizam-se no bairro de Laranjeiras.

4 . As planícies e os morros isolados

4. 1 . A planície mais extensa é a de Sepetiba. Sua to­pografia plana é interrompida por pequenas elevações rocho­sas - serra da Capoeira Grande, Cantagalo, Paciência e vá­rios morros como: Silvério ou Catruz, Trindade ou do Triunfo, etc. Nessa baixada, ·à semelhança do que ocorre em Jacarepa­guá, encontram-se vários depósitos de conchas de origem in­dígena - os sambaquis.

l EVERARDO BAcKHEUSEH. "Geog1·afia carioca: aspectos gerais da geologia do Dis­trito Federal in: "Boi. Geográfico" V. n.º 49, abril de 1947, págs. 41/46.

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4. 2. A planície de Jacarepaguá ,tem uma topografia plana, interrompida por vários morros rochosos isolados, co­mo: Pedra do Calembá, Morro de Cantagalo, Amorim, Ran­gel, Panela, etc. Aparece nesta planície várias lagoas que se acham em processo de colmatagem, ex. lagoa Pequena, Mara­pendi, Jacarepaguá, Camorim e Tijuca. Destaque ainda deve ser dado as restingas de Itapeba e de Jacarepaguá, cujas áreas já foram loteadas em sua quase totalidade.

4. 3. Planície da Guanabara - área sedimentar inter­na da baía de Guanabara cujos terrenos são bastante argi­losos. À semelhança das outras planícies ,também possui vá­rios morros rochosos isolados.

5. O litoral - suas diversas secções - Origem da baía de Guanabara

5. 1 . Secção interna da baía da Guanabara - 87 km. 5. 2. Secção oceânica - parte exterior 56 km. 5. 3. Secção interna da baía de Sepetiba - 54 km. 5. 4. Origem da baía de Guanabara - litoral tipo ria. O litoral da Guanabara pode ser dividido em três secções:

1 - litoral da baía de Sepetiba, cuja direção geral é NW-SE, 2 - litoral oceânico, cuja direção geral é ENE-WSW e 3 -litoral do interior da baía de Guanabara, com a forma de um semicírculo.

O litoral interno da baía de Sepetiba estende-se desde a barra de Guaratiba até a foz do rio Itaguaí ou Guandu. Sua topografia caracteriza-se por apresentar baixa altitude, e, al­gumas vêzes as elevações que aparecem no horizonte são co­linas constituídas de rochas do escudo cristalino.

As praias da baía de Sepetiba são muito procuradas pe­las populações que vivem na zona rural do estado. De modo geral a costa é baixa e lamacenta e a vegetação de mangue é um traço típico da fitofisionomia dessa área. As praias de Guaratiba e Sepetiba são as que possuem uma fimbria are­nosa mais extensa.

As águas da baía de Sepetiba são tranquilas, devido à restinga da Marambaia que amaina as ondas oceânicas. Do ponto de vista da evolução paleogeográfica da baía de Sepe­tiba a tendência normal será o seu entulhamento e, conse­qüente formação de uma grande planície, considerando-se o .tempo geológico.

O litoral oceânico apresenta uma variação grande de as­pectos quando comparado ao .de Sepetiba, ou mesmo à parte interna da Guanabara.

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A serra de Guaratiba é um esporão rochoso do maciço da Pedra Branca que imprime um tom agressivo à paisagem mo­nótona das duas baixadas, isto é, a de Jacarepaguá, a leste e a de Sepetiba, a oeste.

As escarpas da serra da Carioca chegam até o mar, no trecho entre a barra da Tijuca e o morro dos Dois Irmãos, a oeste das praias do Leblon e Ipanema. As outras praias dêste trecho do litoral são antigas restingas ou tômbolos atualmen­te muito urbanizadas. Como por exemplo citaríamos as praias de Copacabana, Vermelha e Flamengo (artificial).

Quanto à avenida Nierneyer, foi construída no sopé da escarpa meridional do Maciço da Carioca, sendo a "Gruta da Imprensa" urna das atrações turísticas.

Ao sul da linha da costa há várias ilhas rochosas. As praias do Utoral atlântico são as mais procuradas pela

população do Rio e, também, as mais belas. O litoral do interior da baía de Guanabara apresenta to­

pografia bem diferente do litoral oceânico. As praias são de lama com pequenos trechos arenosos,

merecendo destaque as das ilhas do Governador, Paquetá e de Ramos (artificial).

6. Ilhas

Na baía de Guanabara e no litoral atlântico, no interior das lagoas da baixada de Jacarepaguá e no interior da baía de Sepetiba existem várias ilhas. Umas são rochosas e repre­sentam antigos cabeços de velha estrutura rochosa do antigo maciço pertencente à serra do Mar (antes de sua formação) e outras são de natureza sedimentar.

7. Rios - Existe no estado 42 rios e todos são de pequeno curso

7. 1. Rios que vertem para a baía de Sepetiba - apre­sentam sua quase totalidade de curso numa área de baixada. Ex.: Portinho, Piracão, Cabuçu, Pôrto e Itaguaí ou Guandu (na fronteira). Êste é o mais extenso com 35 km.

7. 2. Rios que vertem para o litoral atlântico - são de pequeno curso e com leito pedregoso em vários trechos. Ex.: Cachoeira (Lagoa da Tijuca), Rainha, Macacos e Cabeça (La­goa Rodrigo de Freitas).

7. 3. Rios que vertem para a baía de Guanabara - Ca­rioca, Catumbi, Ccmprido, Trapicheiros, Maracanã, Joana

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(êstes 5 rios desaguam no canal do Mangue), Faria, !rajá e São João de Meriti. ::8!ste é o segundo rio em extensuo no esta­do com 25,5 km.

O divisor de águas segue ao longo de cristas do Maciço da Pedra Branca, que à semelhança de um arco vai na dire­ção de leste alcançando também o maciço da Tijuca.

8. Canais de drenagem e lagoas

8. 1 . Canais de drenagem da baixada de Sepetiba: Ca­nal de São Francisco, do Guandu, do Itá, Pau Flexa.

8 . 2 . Canais de drenagem da baixada de J acarepaguá: Sernambetiba das Taxas, do Cortado, do Portela, Marapendi.

8. 3. Canais de drenagem da baixada da Guanabara: Pavuna, Mangue.

8. 4. Lagoas: Rodrigo de Freitas, Marapendi, Pequena, Jacarepaguá, Camarim e Tijuca.

9 . Tipos de Vegetação natural

9.1. Mata tropical úmida - floresta vigorosa graças a umidade reinante. Mesmo aspecto nas encostas e no tôpo. As altitudes não são suficientes para produzir variações gran­des no tipo da mata.

9. 2. Mata paludosa - floresta tipo igapó da Amazônia. 9. 3. Vegetação das restingas - são freqüen,tes as bro­

meliáceas, as cactáceas e várias plantas afeitas ao ambiente silicoso.

9. 4. Os mangues - ambiente salgado. 9. 4. 1 . Mangue vermelho - Rhizophora mangle 9. 4. 2. Mangue branco - Laguncularia racemosa 9.4.3. Mangue siriba ou siriúba (Avicenia sp).

9.5. Campos

9. 6. Formações vegetais primitivas 9. 6 .1. Floresta tropical higrófila - 917 km!! -

78,3%. 9.6.2. Vegetação litorânea - 254 km!! - 21,7%.

10. Solos

10.1. 10.2.

Solos dos maciços - argilas Solos de baixada - solos aluviais e vasas.

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LEITURA DE UMA CARTA DO ESTADO DA GUANABARA 1

Prof. ANTÔNIO TEIXEIRA GUERRA

1 . Orientação do mapa. 2. Tipo de projeção. 3. Escala.

3 . 1 . Escala gráfica. 3 . 2 . Escala numérica.

4. Convenções.

4. 1. Limite do estado. 4.2. Limite interdistrital (antes de 1960). 4. 3. Estrada de ferro. 4. 4. Estrada de rodagem. 4.5. Canal e rio.

5. Exercícios com o mapa mudo.

5 . 1 . Distinguir a rêde de drenagem natural da artificial. 5. 2 . Distinguir as diferentes bacias de drenagem.

5. 2 .1. Rios que vertem para a baía de Sepetíba. 5. 2. 2. Rios que vertem para a baixada de Ja­

carepaguá e serra da Carioca. 5. 2. 3 . Rios que vertem para a baía da Guana­

bara. 5 . 2 . 4 . Marcar as lagoas da baixada de J acare­

paguá. 5 . 2. 5 . Marcar os divisores de águas que sepa­

ram os rios que vertem para as baixadas de Sepetiba, Jacarepaguá e litoral da ser­ra da Carioca.

1 Vide a parte metadológica no Curso de Informações Geográficas i"Leiturc, da fôlha Cabo Frio e exercícios sôbre mapas mudo") - páginas 149/154. IBGE - 1965.

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5 . 3 . Distinguir as rodovias das ferrovias.

5. 3. 1 . Característica da distribuicão geográfica das ferrovias. ·

5. 3 . 2 . Comparar o traçado das estradas de ro­dagem nas áreas sudeste e sudoeste.

5. 4. Qual a característica da linha de fronteira entre o Estado da Guanabara e do Rio de Janeiro?

5 . 5 . Medir a largura da restinga de Marambaia no li­mite com o Estado do Rio de Janeiro.

5. 6. Qual a distância gráfica na presente carta entre os pontos A e B situados em uma linha reta dis­tando 20 quilômetros um do outro?

5 . 7. Localizar o menor trecho ferroviário do estado da Guanabara.

5 . 8 . Qual a maior largura medida na lagoa de Ma­rapendi?

5. 9. Qual a menor largura na barra da baía de Gua­nabara?

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RELÊVO DO MUNDO

Prof. CARLOS DE CASTRO BOTELHO

RELÊVO - é resultado de

1) Processos tectônicos dobras l falhas

geossinclinais

l natureza 2) Litologia (rochas) estrutura ou disposição na

terreno ·

3) Sistema de erosão (em realce o binômio clima-vege­tação).

A - USAR UM PLANISFÉRIO COM PRANCHAS DO LI· VRO: "Exercícios e práticas de Geomorfologia".

B - EXPLICAR as pranchas e localizar a ocorrência dos ti· pos de relêvo, com setas partindo das pranchas para o planisfério utilizado, colado numa cartolina.

C - PRANCHAS: Figs. 1 e 2 (escudos e geossinclinais) Fig. 3 (fossa do Reno) Fig. 8 (tectônica de falha) Fig. 6 (estruturas dobradas) Fig. 5 (evolução do relêvo - natureza das rochas) Fig. 4 (evolução do planalto) Figs. 14 e 9 (fatôres morfoclimáticos)

Relêvo do Mundo

(Uso Combinado do Planisfério Físico e das Pranchas de Exercíciós e Práticas de Geomorfologia)

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MATERIAL UTILIZADO: a) Planisfério Físico da Air France (Reduzido) (folheto de Propaganda Distribuído nos Balcões da Emprêsa).

b) Nove Pranchas da Publicação do C. N. G. Exercícios e Práticas de Geomorfologia

c) Giz de Cêra (várias côres).

DISPOSIÇÃO DO MATERIAL: Planisfério Físico (as mas­sas continentais desenhadas sôbre fundo) fixado no quadro negro de forma que sobre espaço suficiente à volta. No decorrer da explanação as pranchas são fixadas de maneira que as setas de amarração e localizacão de cada fato físico não conduza a inter­seções abundantes. A cada prancha ou a cada gru­po de pranchas reserva-se uma· côr (giz de cêra).

Ordem de afixação seguida e explanação correspondente: 1) Figs. I e II colocadas a sudeste do planisfério.

2)

3)

A fig. I, desenho inferior esquerdo, esquematiza uma zona geossinclinal ladeada por dois maciços (áreas rígidas). Com o giz vermelho contornou-se no pla­nisfério o geossinclinal TÉTHIS de SUES e com um hachureado em prêto os escudos antigos.

A fig. II, desenho inferior, põe em evidência o que STILLE concebe como "ampliação dos continentes mediante anexação". As duas figuras assim con­cebidas completam-se, pois explicam a disposição das grandes cordilheiras modernas e as suas rela-ções com os árqueo-escudos.

Figs. III e VIII: a primeira fixada no alto (por cima da Groenlândia e a fig. VIII em baixo. São exem­plos de tectônica continental, de áreas que con­,trastam com a instabilidade típica dos geossincli­nais. A côr usada para amarrá-las foi a vermelha: uma seta da prancha III até a posição da fossa do Reno e setas da fig. VIII até o litoral brasileiro (serras do Mar, Mantiqueira) e até os grandes la-gos africanos e o mar Vermelho.

Fig. VI: prancha referente ao relêvo em estrutura dobrada colocada a ocidente do planisfério. Setas laranjas dirigidas até onde se localizam a cadeia do Jura na França, e a chapada dos Veadeiros, em Goiás. 1!:ste último caso para indicar, no Brasil, a ocorrência de um sinclinal suspenso.

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4) Fig. VI: Evolução de um planalto. Setas verdes diri­gidas para o planalto central (Brasil) e para o planalto do Colorado (Estados Unidos). Colocada logo acima da prancha anterior.

5) Fig. V: Evolução dos vales segundo a natureza e po­sição das rochas. Setas em côr marron apontando para o Colorado, ainda os planaltos Central e Me­ridional do Brasil, onde ocorrem formas semelhan­tes. Para completar foi desenhado no quadro ne­gro um perfil de relêvo dissemétrico concordante com uma estrutura monoclinal. Fixada acima do vértice NO.

6) Fig. XIV: Morfologia glaciária. Letras azuis indi­cando glaciares de latitude (Groenlândia), glacia­res de altitude na zona temperada (Alpes) e na faixa equatorial (Andes equatorianos e peruanos). Fixada no vértice NE do planisfério.

7) Fig. IX: Evolução das formas de relêvo em clima árido (segundo PRESTON JAMES). Fixada abaixo da anterior. Setas amarelas indicando algumas áreas desérticas (Saara, Atacama e Austrália Central). Para completar linha tracejada (também em ama­relo) representando os Trópicos de Câncer e de Capricórnio.

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LEITURA E INTERPRETACÃO DOS ELEMENTOS FÍSICOS DO MAPA DO BRASIL ~1:5000 000: (HIDROGRAFIA)

Prof. CARLOS DE CASTRO BOTELHO

a) LARGURA - SEÇÃO TRANSVERSAL

Rios Largos - traço azul duplo, indicando um grande afastamento das margens fluviais. Largura do rio representa­da em escala. Caso do Rio Amazonas e baixo curso da maio­ria dos seus afluentes.

Rios Estreitos - traço azul fino de espessura variável: maior na foz e diminuindo progressivamente para montante. Mera representação hipotética cartográfica, partindo do prin­cípio que os rios se estreitam paulatinamente da foz para as cabeceiras.

A maior ou menor largura da seção transversal pode estar relacionada a maior ou menor resistência ou consolidação das rochas, em condição semelhante de volume dágua.

b) EXTENSÃO - SENTIDO LONGITUDINAL

Rios Longos - menor a resistência do relêvo, rochas mais friáveis, acidentes tectônicos de grande desenvolvimento, co­mo as fraturas que afetam a bacia terciária da Amazônia.

Rios Curtos - são típicos da vertente a.tlântica oriental. Relacionam-se às escarpas, muito próximas do litoral.

. c) ALTURA - SENTIDO VERTICAL

Rios de Forte Declive - os rios curtos, por influência do relêvo têm um forte declive: caem muito para uma curta distância. A primeira rutura de declive, responsável pelas primeiras quedas dágua ou corredeiras, está muito próxima da linha da costa. Corresponde, a grosso modo, ao contato dos sedimentos litorâneos (cenozóico) com as r:ochas conso­lidadas do escudo, em outras palavras, o início da encosta do planalto.

j

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Rios de Franco Declive - os rios longos que correm para o interior são afetados por acidentes, mas, não raro, sepa­rados por extensos trechos favoráveis à navegação. Exemplos clássicos: São Francisco, Paraná e Araguaia. No conjunto êsses rios longos, de planalto, são menos declivosos que os rios curtos.

d) DESENVOLVIMENTO DO CURSO

Rios Continuamente Retilíneos - na escala de 1: 5 000 000 destacam-se vários afluentes do Amazonas, o Paraná, o Tocan­tins e o Araguaia (paralelos). Indicam nítidas influências tec­tônicas.

Rios de Seções Retas Alternadas com Cotovelos - tam­bém influências tectônicas. A rêde amazônica (inclusive o rio principal) o São Francisco, o Paraíba do Sul e o rio Grande (formador do Paraná) são exemplos flagrantes. O traçado em baioneta é típico.

Rios Sinuosos - típicos de baixadas e de vales largos col­matados: médio curso do São Francisco, Paraguai na área do Pantanal, o rio Purus com seus meandros fartamente intrin­cados, o Paraíba do Sul nas áreas das bacias terciárias.

e) DISSEMETRIA NA BACIA E DISSEMETRIA DAS VERTENTES CONTINENTAIS

Na Bacia - há rios que por uma de suas margens re­cebem afluentes longos e pela outra, curtos rios. É o caso do Madeira. :Esse fato parece sugerir que os grandes afluentes (atuais da margem direita do Madeira) corriam para o Pu­rus (hoje um rio meândrico), de fundo entulhado o que tal­vez indique uma fraca capacidade de transporte de partícu­las sólidas, mas o Madeira, valendo-se de fraturas pré-exis­tentes, foi gradativamente capturando, seccionando os aflu­entes do Purus. O divisor entre o Madeira e Purus está há uma pequena distância do leito daquele.

A dissemetria na bacia pode também estar relacionada a um relêvo de "cuestas" num certo estágio da sua evolução. É o caso do Parnaíba, no Meio Norte. São bem desenvolvidos os seus afluentes pela margem direita; pela margem esquer­da a carta não assinala nenhum.

Das Vertentes Continentais - a vertente Atlântica é cortada por rios curtos e voltada para os Andes por rios longos. Um perfil leste-oeste cortando o Brasil desde o lito-

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ral até a depressão pia.tino-amazônica põe bem em evidência um basculamento dissimétrico: fortes declives para o Atlân­tico e descida mais suave para o interior até atingir o sopé dos Andes.

f) ORIENTAÇÃO GERAL DA DRENAGEM CONTI­NENTAL

Ocorrem três direções fundamentais

1) Rios que correm para Norte: afluentes da margem direita do Amazonas, os rios Tocantins e Araguaia, rios do Meio Norte e o São Francisco até o Cotovelo de Cabrobó;

2) Rios que correm para Sul: Paraguai, Paraná e Uru­guai;

3) Rios que correm para Leste: desde o Maxanguape, no Rio Grande do Norte, até o Jaguarão, no Rio Grande do Sul.

g) OS DIVISORES

A orientação geral da drenagem põe em destaque a exis­tência de dois grandes divisores, relacionados a arqueamen­tos de expressão continental:

1) O divisor marginal Atlântico 2) O divisor interior transversal

h) OS GRANDES EIXOS FLUVIAIS

1) Amazonas, Paraná e Meio Norte: subordinados aos eixos dos geossinclinais paleozóicos.

2) Tocantins e São Francisco: posição aproximadamen­te periférica ao geossinclinal paleozóico Paraná - Meio Norte.

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IMPORTANCIA DO ANUÁRIO ESTATÍSTICO DO BRASIL NO ENSINO DA GEOGRAFIA

Prof. CARLOS GoLDENBERG

1. Introdução

1 . 1 - Criticamos a aprendizagem da Geografia por me­morização. Fazendo-se pé firme na causalidade do ensino, fi­ca-se livre desta crítica, porque o seu fim é criar um pensa­mento geográfico, ao invés de memorizadores.

1. 2 - Se por intermédio da experiência escolar, ensi­na-se aos alunos a se deleitarem em busca de atividade e de causas dos fenômenos, o processo terá tendência a continuar.

1. 3 - O aluno deve perceber, localizar, correlacionar e interpretar os fatos geográficos através do hábito de atenção, observação, pesquisa e técnica.

1. 4 - O estudo terá um papel importante, quando o professor levar sua classe a estabelecer as relações de causa e efeito entre os diferentes fenômenos (descritos e visuali­zados).

2. Elaboração do Anuário Estatístico do Brasil

2 .1 - A Diretoria de Documentação e Divulgação do Conselho Nacional de Estatística (IBGE) é o órgão encarre­gado da elaboração do Anuário Estatístico do Brasil, empe­nhando-se em obter, quanto aos diferentes aspectos da vida brasileira, o mais alto nível de atualização, selecionando ri­gorosamente as ,tabelas que constituem uma síntese dos mais relevantes aspectos das atividades do país, com a valiosa co­laboração de outras entidades e órgãos.

3. Assuntos Contidos no Anuário

3 .1 - Seis ordens de fato apresenta o Anuário Esta­tístico:

a) Situação Física b) Situação Demográfica

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32 CURSO DE INFORMAÇÕES GEOGRÁFICAS

c) Situação Econômica d) Situação Social e) Situação Cultural f) Situação Administrativa e Política

4. Valor da Estatística na Geografia - Valor do Anuário no Método Quantitativo da Moderna Geografia

4. 1 - A Geografia pede emprestado a outras ciências uma parte de suas fontes e de seus documentos, mas usa-os de modo diferente, unindo-os por um sistema de conexões novas e originais. ·

4. 2 - Todos os fenômenos que são suceptíveis de serem contados e enumerados podem ser objetos de estatística.

4.3 - Não há montanhas altas nem baixas, não há vias extensas nem curtas, não há climas frios nem quentes, não há grandes nem pequenos produtores . . . a menos que in­troduzamos nestas considerações tôdas, um processo de ob­servação e raciocínio, a comparação. Introduzido o princípio da correlação, já se sabe, entram os números, se queremos dar-lhe algum valor de precisão. E quem manuseia números, manifesta predisposição para o uso das estatísticas.

4. 4 - Hoje em dia, a descrição qualitativa, sem levar em conta os dados quantitativos existentes, representa, em geografia, uma temeridade.

Para à precisão na Geografia, são necessários métodos de mensuração dos fenômenos físicos e humanos, o que torna fundamental o uso da estatística.

4. 5 - A Geografia, de seu lado, presta grande auxílio à Estatística, permitindo a explicação de muitos fenômenos por ela revelados.

4. 6 - Os dados censitários, as estatísticas de produção e outras informações são usadas em grande escala nos estu­dos geográficos. A Geografia lhes dá o sentido de localização e de extensão.

4. 7 - O Anuário Estatístico do Brasil está repleto de informações em forma de tabelas e resumos de dados, e é de grande valor para comprovar as afirmações de um texto.

Reunidas, compiladas, enfeixadas na sua mão, tôdas as várias informações do Anuário, terá o professor de Geogra­fia a documentação indispensável para fazer o seu trabalho

. de síntese . . .. ·~~~. -

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CURSO DE INFORMAÇÕES GEOGRÁFICAS 33

5. Metodologia de sua Utilização na Geografia - O Anuário Estatístico, os gráficos e os cartogramas

5 .1 - A representação cartográfica dos dados estatís­ticos faz parte da técnica geográfica. É um artifício de repre­sentação analítica dos dados obtidos.

5. 2 - A manipulação geográfica das estatísticas com­preende, principalmente, o desenvolvimento dos métodos car­tográficos baseados em dados estatísticos, onde os cartogra­mas de isolinhas ou isaritmas (linhas que unem pontos da mesma intensidade de fenômenos) de faixa, pontinhos e cír­culos (setores), apresentam não só a intensidade, como a lo­calização, distribuição e correlação dos fenômenos, facilitan­do sua interpretação geográfica.

5. 3 - Quanto aos gráficos que podem ser de vários ti­pos, quando analisados ou demonstrados antes ou depois de cada assunto, constituem a base concreta que deve ser ex­plorada.

A confecção de gráficos representativos dos dados esta­tísticos faz parte da técnica geográfica, tendo em vista, em seus estudos, o uso em larga escala, de dados censitários, me­

. teorológicos, etc. 5. 4 - Usam-se o cartograma e o gráfico como instru­

mento de apresentação de dados estatísticos, onde se mostra correlação, dispersão e tôda uma gama de informações, cuja localização, na carta terrestre, precisa ser representada nos estudos sistemáticos e regionais.

5 . 5 - A Geografia, necessitando levar em considera­ção o aspecto numérico dos fenômenos por ela estudados, exi­ge e utiliza grande número de cartogramas e de gráficos, que devem ser interpretados, levando-se em consideração os princípios básicos da geografia (atividade, localização, deli­mitação, correlação, causalidade) uma vez que a Geografia não significa o inventário da área dos países, da extensão dos rios, da produção agrícola, etc.

5. 6 - .É mais interessante dizer aos alunos onde encon­trar êsses dados para a confecção de gráficos e de cartogra­mas simples 1 , que são de grande valia para compreender-se a afirmação dos textos, através de um bom questionário, que explorará tudo o que afirmam os traçados.

5. 7 - Quando se trata de meteorologia, torna-se quase impossível não recorrer a algarismos representados por grá-

i Vide Gráficos e Cartogramas de Geografia Econômica de nossa autoria in: Curso de Informações Geográficas - julho, 1964. CNG, 1965.

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34 CURSO DE INFORMAÇÕES GEOGRÁFICAS

ficos de ordenadas e abcissas tão vulgarizados que a sua in­terpretação geográfica já figura nas aulas da escola de nível médio. (Figura 1).

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Comparando-se os gráficos do município de Manaus com o de Pôrto Alegre representando a pluviosidade e a tempera­tura de (média compensada), os contrastes permitem um grande número de conclusões e de "por quês" Exs.: Manaus, chuvas abundantes e altas temperaturas (clima equatorial); Pôrto Alegre, chuvas bem distribuídas e baixas temperaturas (clima subtropical), permitindo uma correlação com o solo, com a vegetação, etc.

5. 8 - Na hidrografia, os gráficos adquirem importância l'ra comparação da área das bacias e do potencial hidráulico, permitindo várias conclusões, sem as quais a geografia passa a ter apenas o caráter enumerativo.

5. 9 - O objetivo dos gráficos seguintes é fornecer aos alunos uma visão geral sôbre população e área das regiões geográficas do Brasil. (Figuras 2 e 2~).

Observamos nos gráficos que a Região Norte é a maior em área, sendo, em compensação, a menoo populosa das regiões; o estado de São Paulo representa a metade da popu­lação da Região Sul; a população do estado de Minas Gerais é equivalente à soma das populações das regiões Meio Norte, Centro Oeste e Norte, etc.

No estudo da população, os dados censitários, transfor­mados em gráficos, adquirem caráter geográfico, quando para sua explicação são utilizados o fator clima, o fator topografia, o fator agricultura, o fator indústria e outros fatôres, tais como os que condicionaram o povoamento, as regiões de cen­trifugismo e as regiões de centripetismo da população, como se deu a transformação da paisagem, e.te. (As desigualdades regionais têm como causa primária a diversidade de recursos naturais).

5 .10 - A Geografia Econômica é outro ramo da Geo­grafia que consome estatísticas em grande quantidade, e exi­ge, cada vez mais, dados quantitativos a respeito dos fenô­menos de produção, distribuição e circulação das riquezas es­tudadas geogràficamente.

Em Geografia Econômica, mais do que em qualquer ou­tro ramo geográfico, é lícito dizer que as estatísticas consti­tuem o pulso de uma nação.

. É a parte dinâmica por excelência da Geografia Econô­mica, e traduz as menores oscilações na producão na distri­buição ~ na ~ndicação. representativa do comport~mento da economia reg10nal; registra os menores deslocamentos· é sen-sível a tôdas as influências físicas e humanas. '

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A Geografia Econômica, necessitando levar em conside­ração o aspecto numérico dos fenômenos por ela estudados, exige e utiliza grande número de gráficos e de cartograrnas. (Figuras 3 e 4).

5 . 11 - A destruição florestal no Brasil atinge 300 000 km~ com o abate de aproximadamente 300 000 000 de árvores por ano, num ritmo que, nos últimos 42 anos, devastou urna área de quase 1 500 000 krn2 •

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DE

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VEGETAL

1962

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Por 400 anos, a eufo­ria dos nossos amplos e inesgotáveis r e c u r -s o s naturais permitiu a penetração agropas­toril desordenada e em­pírica e o consumo ener­gético na base exclusiva da lenha e do carvão vegetal.

O ritmo anual de re­florestamento no país vai além de 20 000 hec­tares por ano, cabendo a maior parcela às gran­des emprêsas privadas, siderúrgicas e de papel.

O gráfico (Figura 3) e o texto permitirão o seguinte questionário:

a) a produção de carvão vegetal e suas conseqüên­cias no desflores­tamen to;

b) a política do re­florestamento;

c) a preservação das matas;

d) o consumo d e c a r v ã o vegetal para uso · domés­tico, na siderur­gia e nas fer­rovias.

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38 CURSO DE INFORMAÇÕES GEOGRÁFICAS

5 .12 - O cartograma da figura 4 permite ao aluno uma visão imediata do panorama agrícola do Brasil, no que se refere à área cultivada total e por produtos (as duas maio­

cARTOGRAMA DA PRODUÇÃO AGRÍCOLA DO BRASIL ÁREA CULTIVADA (ha)

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res reg1oes geográficas do Brasil, em área, são as que apre­sentam menor área cultivada; na região Norte, verifica-se o cultivo da juta, produto de importância na agricultura co­mercial da região; o trigo só figura na região Sul, tendo em vista as condições climáticas - clima subtropical, tendendo ao temperado - etc.), facilitando sua interpretação geográ­fica: habitat dos produtos agrícolas, importância econômica. etc.

5. 13 - Um exame retrospectivo das estatísticas de nos­so comércio exterior mostra que as exportações brasileiras repousam, há muito, sôbre um reduzido número de produtos

PRINCIPAIS MERCADORIAS EXPo~nADAS

1962-1963

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PRODUTOS

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(cinco), cuja participação no valor total de nossas vendas para o mercado mundial vem oscilando em tôrno de 70 % .

Exemplifiquemos com os anos de 1962 e 1963 (Figura 5) , o que permitirá aos alunos averiguar as causas e as conse,. qüências do fenômeno.

5 .14 - A interpretação do gráfico (Figura 6) evidencia­rá que São Paulo e Guanabara se apresentam como estados de maior valor da produção industrial brasileira, não só em re­lação às respectivas regiões geográficas, como ,também em relação ao Brasil, e que 87 % do valor da produção industrial brasileira são representados pelas regiões Leste e Sul.

Estas duas conclusões constituem fonte motivadora para uma série de conclusões sôbre o estudo das regiões industriais. No Brasil, dada a extensão de seu território, é natural a existência de desiguais condições de produção. Há produções que podem apoiar-se com maior segurança nas dádivas da natureza, ou seja, em ,terras férteis e em riquezas minerais ou vegetais de fácil extração.

A Geografia estuda a indústria sob três diferentes as­pectos distintos no andamento do trabalho, mas ligados na realidade e, em conseqüência, inseparáveis em suas conclu­sões. Em primeiro lugar, o aspecto descritivo e cartográfico: onde se localiza a indústria? Em seguida, o aspecto analítico das paisagens industriais e sua explicação. Enfim, o estudo dos gêneros de vida .próprios a essa indústria e a região na qual está situada.

5 .15 - Em· relação à Geografia Agrária, o gráfico de n.º 7 permite concluir que, na Amazônia, pequeno número de estabelecimentos ocupa enormes extensões, ao lado de gran­de número de pequenos estabelecimentos rurais, mas que nada significam no conjunto da área total ocupada. A expli­cação para a atual estrutura agrária tem que ser pesquisada em causas de natureza histórica, social e econômica. O meio rural brasileiro apresenta um mosaico de situações, sob a in­fluência da distribuição territorial da produção, estrutura agropecuária, isto é, tamanho das propriedades, etc.

5 .16 - Também na Geografia Política podemos aplicar e interpretar gráficos: as cidades podem ser comparadas quanto à sua população, a extensão da linha de limites, o nú­mero de deputados federais, etc. (Figuras 8, 9 e 10).

5. 17 - Quanto à figura de número 8, ressalta o fato da grande extensão da linha de limites terrestres e da fron­teira marítima do Brasil, sendo aquela bem maior, tornando

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fácil a interpretação de problemas relacionados com a fron­teira terrestre e o mar territorial, podendo-se, inclusive, fazer uma correlação com o gráfico n.0 2 e 2a.

5 .18 - A população das capitais dos estados brasileiros totaliza 13 000 000 de habitantes. Verifica-se, assim, que a população das capitais representa 18% do total da popula­ção brasileira, constituindo, de outra parte, 40 % do total da população urbana.

Se considerarmos as capitais dos estados como núcleos polarizadores, evidenciar-se-á a existência de recursos huma­nos ainda não aproveitados para alcançar-se uma integra­ção econômica nacional.

Santo André e São Caetano fazem parte do chamado "Grande São Paulo", isto é, até onde se estenderam os ten­táculos do crescimento demográfico e industrial da cidade de São Paulo.

Duque de Caxias, Nova Iguaçu e São João de Meriti es­tão localizados na Baixada da Guanabara, e integram a cha­mada "área metropolitana" da cidade do Rio de Janeiro, sendo cognominados de "cidades dormitórios", tendo em vista o des­locamento de grande número de pessoas para a cidade do Rio de Janeiro,. onde exercem suas atividades, regressando à noite.

Se nos deslocarmos de São Paulo - capital - para o centro do estado, acompanhando a marcha que a indústria está fazendo dentro do território paulista, como já o fizera o café, verificamos que características novas vão surgindo, e com elas, modificações sensíveis se verificaram na paisagem cultural, possibilitando o surgimento de grandes centros po­pulacionais, tais como: Campinas, Ribeirão Prêto e Sorocaba.

Juiz de Fora, que iniciou seu povoamento como ponto de trânsito do Caminho Nôvo de Garcia Rodrigues Pais, teve um grande desenvolvimento industrial, e, hoje, é a "capital regional" da Zona da Mata.

Estas são algumas das observações que se pode fazer em relação ao gráfico da figura n.0 9. Muitas conclusões po­derão ser obtidas, quando, no estudo destas cidades, demons­trarmos o sítio, a posição e a função de cada uma.

5 .19 - O gráfico da figura de n.0 10 tem ligação com os gráficos de n.0 2 e 2a, uma vez que representa o número de deputados federais, por estado. Os deputados federais são eleitos pelo sistema de representação proporcional, sendo 1 deputado para cada 150 000 habitantes, até completar o nú-

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mero de 20 deputados, quando passará a ser 1 deputado para cada 250 000 habitantes. Nenhum estado pode ter menos de 7 deputados, e os territórios elegem apenas 1 deputado.

Assim, êste gráfico permitirá uma visão geral da repre­sentação, por estado, na Câmara Federal.

6 . Conclusão

6. 1 - Pelos fatos acima citados, podemos concluir da importância do Anuário Estatístico do Brasil, através de sua interpretação, de gráficos e de cartogramas no ensino da Geo­grafia, uma vez que os números não são feitos para serem decorados, mas para serem interpretados geogràficamente.

6. 2 - Possuindo uma régua graduada, um compasso, um esquadro, um transferidor, uma caixa de lápis de côres e um bloco de papel milimetrado, o aluno se acha apto a con­feccionar gráficos representativos dos dados numéricos que lhe são apresentados, realizando, após, sua interpretação geográfica.

6. 3 - Essa atividade, além de dar ao estudante grande habilidade manual, leva-o a descobrir, em vez de registrar, tornando-o interessado e prêso ao trabalho, que executará com proveito e, satisfação.

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LEITURA E INTERPRETAÇÃO DOS ELEMENTOS CARTOGRÁFICOS DO MAPA DO BRASIL - 1:5 000 000

Prof. CÊuRro DE OLIVEIRA

"Globos ou secções de um globo não são o arti­fício mais conveniente para representar a Terra numa escala grande. Na realidade tem-se que admitir que o único meio realmente próprio de representá-la é através de qualquer espécie de diagrama, numa fôlha plana de papel. Qualquer representação dessa· espécie é conhecida como um mapa. Mas se a representação é feita siste-

. màticamente, a regra para consegui-la é conhe­cida como projeção cartográfica". (An Introduc­tion to Map Projections. Ordnance Survey -Inglaterra).

A projeção de um mapa consiste na construção da rêde de meridianos e paralelos. Não é, habitualmente, uma pro­jeção no sentido geométrico do vocábulo. Essa rêde é chama­da gratícula ou canevá ou, simplesmente, quadrículas.

A rêde do globo não pode ser transferida para uma su­perfície plana (o mapa) sem distorções de alguma natureza. Reside aí a complexidade do problema das projeções. Para uma área relativamente pequena (o estado da Guanabara), a solução não é difícil: a curvatura da Terra em tal área é pequena. Para uma área extensa como um continente, ou mesmo um país como o Brasil, o problema ganha complexi­dade porque a curvatura da Terra aí é considerável. Que di­zer então de todo o globo?

Imaginemos uma experiência: se dispuzermos de um pe­queno globo de borracha e dermos um corte de 180.0 , isto é, de um pólo a outro, e procurarmos "desenvolvê-lo", quer dizer, esticá-lo, sucederá que tôdas as figuras representadas na su­perfície do globo (países, mares, penínsulas, etc.) ficarão dis­torcidas após o "desenvolvimento". Não será difícil imagi~

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CURSO DE INFORMAÇÕES GEOGRÁFICAS 47

narmos, igualmente, que quanto mais próximo dos limites do corte, tanto maiores terão sido as distorções. Ao contrá­rio, o ponto central na superfície não sofreu nenhum estica­mento, o que, conseqüentemente, não resultou em nenhuma distorção.

Sendo, assim, a esfera um sólido de difícil "desenvolvi­mento", outros sólidos "desenvolvíveis" são adotados, como o cilindro e o cone.

Como se sabe, a Terra é dividida em círculos máximos, que se cruzam nos pólos. Um círculo máximo divide o globo em duas metades. Êsses círculos máximos são os meridia­nos. Êstes são cortados pelos paralelos, que os cruzam em ângulos retos. Para que isso aconteça, só pode ha­ver um círculo máximo (o Equador), que divide o globo em duas metades. Sendo todos os outros círculos paralelos ao Equador, têm, por isso mesmo, dimensões menores e essa di­minuição se vai acentuando cada vez mais, até que o último não é mais do que um ponto, o pólo. (fig. 1).

A PROJEÇÃO CILÍNDRICA

Se considerarmos a Terra, ao invés de um globo, um ci­lindro, verificaremos que aqui houve duas mudanças funda­mentais: 1. os paralelos têm tôdas as mesmas dimensões, in­clusive o pólo que, como se sabe, não passa de um ponto, se transforma aqui, num círculo. 2. os meridianos não se cru­zam mais entre si. (fig. 2).

Para "desenvolvermos" um cilindro (coisa tão difícil de se fazer com uma esfera), nada mais fácil: basta desenrolá­-lo. . . (fig. 3).

A PROJEÇÃO CôNICA

Se considerarmos a Terra, ao invés de um globo e não mais um cilindro, mas um cone (paiaa cada hemisfério) ve­rificamos que as diferenças entre um hemisfério e um bone não são muitas. (fig. 4).

Compare-se uma projeção cilíndrica com uma cônica e verificaremos que esta última guarda muito mais semelhança com a realidade do que a primeira. Ver o seu "desenvolvimen­to" na figura 5.

A PROJEÇÃO POLICôNICA

Se, agora, considerarmos a Terra não mais um cone, mas uma série de segmentos cônicos, como mostra a figura 6, te­remos uma idéia da projeção policônica. Das três projeções

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90°

Fig. 1

90°

60°

30°

Fig, 3 Oº

Fig. 'I

90°

60°

30°

Flg. 2

Fig. 5

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Fig .. 7

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aqui apresentadas, esta é a de mais complicado "desenvolvi­mento". As distorções são grandes, exceto ao longo do meri­diano central. A figura 7 dá-nos a idéia dos três segmentos cônicos da figura anterior, "desenvolvidos".

Na figura 8 vêem-se, para comparação, os exemplos de gratículas das três projeções. Cada uma apresenta os seus defeitos e as suas vantagens. Cada uma apresenta "um re­trato" da Terra, a seu modo. E nem poderia ser de outra maneira, pois sendo a Terra uma esfera, esta, como ficou provado, não pode ser "desenvolvida" sem prejudicá-la.

O mapa do Brasil em 1 : 5 000 000 foi construído na pro-. jeção policônica, o que não se torna muito difícil de verifi­cá-lo. Tendo o nosso país uma área de 8 500 000 km2

, em qualquer tipo de projeção que o representemos, só o será conseguido com várias imperfeições, com sérios prejuízos em sua área ou em sua forma.

ESCALA

Seja-nos dada, como exemplo, num pequeno mapa, uma região da superfície do globo, inteiramente desconhecida de nós. Pelos graus da gratícula, isto é, pela latitude e longitu­de, saberemos imediatamente, em que continente, em que país está situada.

Resta-nos agora outra indagação: de que tamanho será? Trata-se de uma questão de escala.

Definamo-la: é uma fração em que o numerador (a uni­dade) representa uma distância no mapa e o denominador a mesma distância na superfície da terra.

Significa que na escala, por exemplo, 1: 5 000 000, qual­quer distância ou medida linear na carta é 5 000 000 de vêzes menor do que no terreno. Um cm na carta significa 5 000 000 de cm no terreno, ou seja 50 000 m. Um mm na carta signi­fica 5 000 000 de mm no terreno, ou seja 50 000 m.

1 Pode ser representada: 1: 5 000 000, ou - ...

5 000 000 1/5 000 000.

Classifica-se em numérica e gráfica. A primeira é a re. presentada pela fração e a segunda é representada por uma linha especial, com divisões e subdivisões, que indicam, -dire. tamente, as distâncias em metros ou quilômetros na carta. Exemplo:

50 km O 50 100 150 km .I ___ I_ -~1 _._------'.l __ I

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SÍMBOLOS E CôRES

Sendo um mapa um retrato muito reduzido da Terra, im­possível seria representar tudo e colocar todos os nomes que conhecemos, isto é, tôda a toponímia. Não haveria lugar para tanto. Então recorremos a um artifício: a simbologia.

No Mapa do Brasil 1: 5 000 000, verificamos, por exemplo, em relação a localidades, que as maiores capitais brasileiras podem ser, aí, representadas de acôrdo com a área urbana aproximada. Vejam-se Rio de Janeiro, São Paulo, Pôrto Ale­gre etc.: cada uma em hachura mostra a forma da ocupação urbana. Se recorrermos à legenda, sabemos que se trata de capitais com população acima de 1 000 000 de habitantes.

Para as cidades abaixo de 1 000 000 de habitantes, entre­tanto, devido a escala reduzida do mapa, têm que ser repre­sentadas por símbolos. Então vemos o quadradinho negro in­dicativo das cidades situadas entre a faixa de 200 000 a .... 1 000 000 de habitantes, como é o caso daquelas cidades pró­ximas ao Rio, que são: Nilópolis, Duque de Caxias, São João de Meriti e Nova Iguaçu. E assim por diante.

Num dos encartes dêsse mapa, na parte inferior esquer­da, vemos a cidade de Brasília. Como se trata de uma escala bem maior que 1 : 5 000 000 (Brasília está aí representada em 1: 100 000), a nova capital pode ser vista quase sem o auxílio da simbologia. Reconhecemos então, as suas avenidas e os seus quarteirões etc.

No mapa geral (1: 5 000 000) é apenas um símbolo: um quadradinho negro.

Quanto às vias de comunicações, compreendemos aí mes­mo, quais são as estradas de ferro e as de rodagem. As primei­ras são pretas e as segundas vermelhas. Ainda quanto às se­gundas está implícito que os traços largos são estradas mais importantes do que as de traços finos.

Quanto ainda a ferrovias, sendo êsse mapa de escala pe­quena, estão elas muito generalizadas. Numa carta de escala maior do que a dêsse mapa, como é a da Carta do Brasil ao Milionésimo (1: 1 000 000), veremos diferenças de bitola, es­tradas eletrificadas ou a vapor, linhas simples ou múltiplas etc.

O colorido: é simbólico igualmente. Procura-se até cer­to ponto imitar, no mapa, as côres da natureza. Vemos então que a hidrografia é, via de regra, azul, a vegetação (quando representada), é verde. O vermelho vem sendo usado, já há muito tempo para as rodovias.

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É preciso que se comprenda ainda que não existe nenhu­ma regra rígida para isso. Se se quizer representar a hidro­grafia em prêto, nada há que isso nos impeça.

O importante é saber-se: para um mapa em escala pe­quena, como é o caso dêsse em 1: 5 000 000, símbolos e côres, além de indispensáveis, tornam o mapa muito mais fácil de ser lido e interpretado. Mas ambos, símbolos e côres, variam:

a) de escala para escala; b) segundo a finalidade da carta (física, econômica tu­

rística, geomorfológica etc.); c) segundo o autor; d) segundo a nacionalidade (a tradição cartográfica

de cada país) etc.

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TRANSPORTES DO BRASIL

Prof.a DELNIDA MARTINEZ CATALDO

I - Os transportes envolvem questões relacionadas à enge­nharia e aos problemas sócio-econômicos.

1 - Os problemas de engenharia são aquêles atinentes à seleção, ao projeto e ao preparo da trajetória, aos elementos que transportam a carga e, ainda, aos relacionados com à fôrça motriz.

1 . 1 - O caminho a ser percorrido pelo elemento transportado constitui a via de transporte ou a via de circu­lação.

1. 2 - Os elementos utilizados para transportar a carga são os meios de transporte.

1 . 2 . 1 - Terrestres

a) ferroviário - urbano e para o interior. b) rodoviário - urbano e para o interior.

1. 2. 2 - Aquavias a) fluvial. b) lacustre. c) marítima de cabotagem e de longo curso.

1 . 2 . 3 - Aéreos a) linhas domésticas e internacionais. b) os táxis aéreos.

1. 3 - Os elementos que impulsionam os meios de transporte - combustíveis ou energia elétrica - constituem a fôrça motriz.

2 - Os problemas sócio-econômicos estão relacionados com a natureza, e o volume da carga transportada, com as distâncias percorridas, com as cidades, vilas, áreas rurais, en­fim, com as regiões servidas pelos transportes.

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II - O problema da densidade e desconexão dos transportes.

1 - O sentido periférico dos transportes - conseqüên­cia do povoamento em núcleos isolados ao longo do litoral e do interior.

1.1 - As ferrovias e rodovias, inicialmente, foram construídas voltadas para os portos.

1.2 - As primeiras linhas aéreas, também, foram estabelecidas ao longo do litoral.

2 - A fraca densidade dos transportes relacionada com os problemas sócio-econômicos.

2 .1 - Maior adensamento dos transportes nas áreas económicamente mais desenvolvidas, portanto, de maior po­voamento.

3 - A superposição das vias de transporte. 3 .1 - Ferrovias x vias fluviais de navegação. 3 . 2 - Rodovias x ferrovias.

4 - A desconexão entre os vários meios de transporte. 4 .1 - A tentativa das ferrovias de suprirem suas

deficiências de meios de transporte, organizando as emprê­sas de transporte rodo-ferroviárias.

5 - As vias de transporte não constituem uma rêde de circulação entrosada.

5. 1 - Constituem, em sua maioria, linhas de pene­tração, com ramificações.

5. 2 - Apenas no chamado Brasil Sudeste formam uma rêde mais complexa de transportes.

III - Condições geográficas que influíram nos transportes.

1 - A grande extensão territorial. 2 - A grande extensão litorânea. 3 - O relêvo.

3 .1 - Favorecendo no Nordeste, Centro-Oeste e no extremo Sul (Rio Grande do Sul).

3. 2 - Dificultando, no Leste Meridional e no Sul, as escarpas do Planalto Brasileiro.

4 - Hidrografia. 4 .1 - O Amazonas e o Prata favorecendo a nave-

gação.

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4. 2 - Os rios do Planalto Brasileiro - elementos negativos como meio de transporte.

4.3 - O rio São Francisco (alto e médio) - ele­mento de ligação entre o Norte e o Sul.

5 -· A vegetação. 5 .1 - As florestas dificultando, no Norte, Leste e

Sul, do país. 5. 2 - Os campos favorecendo a expansão do trans­

portes no Centro-Oeste e no extremo Sul.

IV - A desigual distribuição dos transportes.

1 - A concentração das vias de transporte terrestres -ferrovias e rodovias - no chamado Sudeste.

1 . 1 - O sentido de penetração dos transportes nes­sa área com dois centros de atração - o Rio de Janeiro e São Paulo (via Santos).

2 - A escassez de vias de transporte terrestres no Norte e Centro-Oeste.

3 - A ausência de transportes terrestres em algumas áreas do país.

3. 1 - Parte norte de Mato Grosso e estado do Ama­zonas.

4 - A navegação fluvial no Norte e no Centro-Oeste -sua importância.

4.1 - A rêde fluvial do Amazonas. 4. 2 - A bacia do Prata.

5 - A navegação marítima - os portos naturais. 5 .1 - De cabotagem - favorecida pela extensão da

linha de costa e pelo povoamento em focos dispersos, ao lon­go da faixa litorânea.

5. 2 - De longo curso - em decorrência das comu­nicações com a Metrópole, no início da colonização e na épo­ca atual, em função do intercâmbio comercial com outros países.

6 - A importância da navegação aérea: principalmen­te nas áreas desprovidas de vias terrestres.

6. 1 - O avião - o mais moderno meio de trans­porte de interligação entre várias regiões.

6.2 - A grande importância dos aviões anfíbios (os Catalinas) para as populações ribeirinhas da região Norte.

6. 3 - Os táxis aéreos que fazem a conexão entre as linhas aéreas regulares e as áreas rurais.

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V - Os transportes terrestres no território brasileiro.

1 - As ferrovias - expansão em relação aos aspectos físicos e sócio-econômicos. _ 1 . 1 - Na região Norte, a hidrografia e a floresta

sao os elementos geográficos que dificultam sobremaneira os transportes terrestres.

1 . 1 . 1 - Os estados do Amazonas e do Acre e o território de Roraima não possuem ferrovias.

1. 1 . 2 - A Estrada de Ferro Amapá tem uma função específica: o transporte do minério de manganês (Ser­ra do Navio) para o pôrto de Santana. Bitola de 1,435 m, .tra­ção diesel-elétrica, pertence à !COMI (Ind. e Comércio de Mi­neração S.A.).

1 . 1 . 3 - Estrada de Ferro Bragança, área mais povoada, agrícola - zonas do Salgado e da Bragantina, áreas abastecedoras de Belém.

1.1.4 - Estrada de Ferro Madeira-Mamoré e Estrada de Ferro Tocantins desbordam trechos encachoeira­dos dos rios Madeira e Tocantins.

1. 2 - No Meio-Norte e no Nordeste, não foi o re­lêvo, nem a vegetação que dificultaram a instalação das fer­rovias, mas sim os fatôres sócio-econômicos, que são limita­dos pelo clima semi-árido. - :íi:xodo de população, menores possibilidades agrícolas - contraste sertão - litoral dessas regiões.

1. 2 .1 - No Meio-Norte, duas ferrovias isoladas e de pequena expressão, servem áreas mais povoadas do Ma­ranhão e do Piauí - Estrada de Ferro São Luís-Teresina e a Estrada de Ferro Piauí.

1.2.2 - No Nordeste, temos uma malha mais expressiva de linhas férreas: Rêde Viação Cearense e Rêde Ferroviária do Nordeste. Entroncam-se na localidade de Sou­sa (Paraíba). A Secção de Paulo· Afonso que bordeja o trecho encachoeirado do rio São Francisco está incluída na "Nor­deste". Essas ferrovias lançam ramais para o sertão (ramais deficitários).

1 . 2 . 2. 1 - E expressivo o movimento de passageiros (interior). No movimento de trens suburbanos, cumpre destacar na "Nordeste" o tráfego de passageiros entre Recife e Jaboatão.

1. 2 . 2 . 2 - A maior expansão ao longo lito­ral está condicionada ao maior desenvolvimento econômico

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dessa área - é a agro-indústria do açúcar e outras atividades industriais. Area urbanizada, aí se localizam as capitais es­taduais.

1. 2. 2. 3 - A "Nordeste" tem como princi­pal carga a cana-de-açúcar, o açucar refinado, cimento e adu­bos. Para o abastecimento de Recife, temos o transporte de gado em pé (cêrca de 100 mil cabeças por mês). Para o inte­rior, o movimento de cargas é representado pela gasolina e seus derivados, e farinha de trigo (importados através do pôrto do Recife).

A "Cearense" carreia o caroço de algodão, lenha, mamo­na, óleo de oiticica, gêsso e marquisete.

Sofre a concorrência rodoviária que transporta o algodão enfardado. Tal fato se repete em relação às áreas servidas pe­la "Nordeste".

1 . 3 - As condições geográficas na Região Leste, quanto aos transportes, apresenta duas áreas diversas - o norte e o sul - aliadas ao desenvolvimento econômico dife­rente entre as duas porç.ões.

1. 3 .1 - Leste Setentrional, região mais pobre em transportes; maior adensamento corresponde à faixa lito­rânea, área agrícola (cana-de-açúcar, cacau, fumo, mandio­ca e cocais). Aqui não há o problema do relêvo, nem das florestas.

1 . 3. 1 . 1 - A Viação Férrea Leste Brasilei­ro tem seu ponto de partida em Salvador, servindo, com seus ramais, a área mais urbanizada - o Recôncavo Baiano. Emi­te três troncos - norte, sul e centro _:___ que servem a áreas diversificadas do ponto de vista econômico.

1. 3 .1. 2 - Tronco Norte acompanha o lito­ral, penetra em Sergipe, atingindo Propriá, na margem do rio São Francisco.

1. 3. 1. 3 - Tronco Centro atinge Juàzeiro, margem direita do São Francisco, serve Petrolina na outra margem, atravessa o sudoeste de Pernambuco, alcançando a cidade de Paulistana (Piauí), atravessa portanto a área das sêcas e serve a Juàzeiro, ponto terminal de navegação do mé­dio São Francisco.

1. 3. 1. 4 - Tronco Sul corta perpendicu­larmente o estado até Monte Azul em território mineiro, on­de se entronca com a Central do Brasil. Area pouco urbani­zada; domínio: pecuária extensiva, agricultura de subsis­tência.

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1 . 3 . 1 . 5 - É reduzida a carga transpor­tada pela· "Leste'', constituída pela mamona (cêrca de 34 000 /ano) , gêsso, pedra para construção, cimento e ou­tros produtos.

Sofre a concorrência da Rio-Bahia. l. 3 .1. 6 - A "Leste" já eletrificou os tre­

chos de maior tráfego de passageiros - Salvador-Alagoinhas e Mapele-Santo Amaro.

1. 3. 1 . 7 - Outras três ferrovias são en­contradas: - Estrada de Ferro Nazaré e Estrada de Ferro Ilhéus, que serve a área cacaueira mais urbanizada, sofre também o impacto de rodovia que carreia seu principal pro­duto _:_ o cacau - para o pôrto de Salvador. A Estrada de Ferro Bahia-Minas, unidirecional, sem ramais, atravessa área rica em reservas florestais, zona de criação extensiva (gado de corte).

1 . 3 . 2 - O Leste Meridional apresenta maior adensamento da rêde de transportes, pelas grandes vias de penetração - as ferrovias - que, partindo do Rio de Ja­neiro, espraiam-se pelo território fluminense, espírito-santen­se, atingem São Paulo através do vale do Paraíba e lançam seus ramais pelo estado mineiro.

Nesta área, vive uma elevada porcentagem da população do país, zona densamente urbanizada, com importantes cen­tros industriais, a par de ser uma zona agropastoril.

Aqui, os obstáculos geográficos que dificultaram as ferro­vias foram: as escarpas do Planalto Brasileiro, a mata Atlân­tica e os alagados das baixadas da Guanabara e Fluminense.

1 . 3. 2 .1 - Destacam-se duas importantes ferrovirus: a Estrada de Ferro Leopoldina e a Estrada de Fer­ro Central do Brasil que, além dos seus inúmeros ramais in­terestaduais, apresentam, em suas linhas suburbanas, um in­tenso tráfego de passageiros, pois atingem as cidades vizinhas anexadas fia área de influência do grande Rio d~ Janeiro.

1. 3. 2. 2 - O desenvolvimento ferroviário está ligado ao surto cafeeiro no Brasil Sudeste, foi feito em várias etapas, surgindo inúmeros ramais sem planejamento, visando apenas um meio de transporte para escoar a produ­ção de café para o pôr.to do Rio de Janeiro.

1. 3. 2. 3 - O principal produto carreado pela Central do Brasil é o minério de ferro de Minas para os

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principais centros industriais do país - São Paulo e Rio de Janeiro e, especialmente, para a Cia. Siderúrgica Nacional, em Volta Redonda e, ainda, para o pôrto do Rio de Janeiro.

A Leopoldina tem como principais produtos o café (de Minas e Espírito Santo) e o açúcar da região de Campos (Es­tado do Rio).

Ambas as ferrovias sofrem a concorrência das rodovias. numerosas no Brasil Sudeste.

1. 3. 2. 4 - A Central do Brasil tem suas linhas suburbanas eletrificadas e a Leopoldina está ultiman­do os trabalhos para a eletrificação até a cidade fluminense de Duque de Caxias.

1. 3. 2. 5 - Outras ferrovias da região são a Estrada de Ferro Vitória-Minas. A Companhia Vale do Rio Doce, carreia o minério de ferro de Itabira para o pôrto de Vitória; a Rêde Mineira de Viação liga o Oeste e o centro de Minas com os estados do Rio e de São Paulo, penetra ainda em território goiano (até Goiandira), ela carreia para a Cia. Siderúrgica Nacional (Volta Redonda) o carvão catarinense descarregado no pôrto de Angra dos Reis.

1. 3. 2. 6 - Citam-se ainda a Estrada de Ferro Morro Velho, pouco mais de 8 km que servem a região aurífera de Nova Lima, ligando-a à Central do Brasil; e a Estrada de Ferro Campos do Jordão, turística, vence a serra da Mantiqueira, alcançando a cota de 1 742 m de altitude. na estação de Lajeado, ponto culminante das ferrovias bra­sileiras.

1 . 4 - A região Sul apresenta, quanto aos trans­por.tes, diversos aspectos em seus estados. Em São Paulo e no Paraná, a escarpa do planalto, juntamente com a vegetação, foram os obstáculos que dificultaram os transportes. O Pa­raná e Santa Catarina constituem o elo de ligação com o mais meridional estado - o Rio Grande do Sul, onde a rêde se apresenta bifurcada em vários ramais que atingem as linhas de fronteira.

1. 4. 1 - Em São Paulo, após ter sido vencido o paredão da serra, em Cubatão pela Estrada de Ferro Santos­-Jundiaí (antiga São Paulo Railway), a rêde ferroviária se expandiu no planalto impulsionada pelo surto cafeeiro, sur­gindo inúmeros ramais, formando uma rêde de trilhos que cobrem a depressão periférica e parte do alto planalto. A par­tir do médio planalto, as ferrovias apresentam-se como vias

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de penetração, seguindo o tôpo dos espigões; daí a denomi­nação de "alta", que antecede o nome.de ferrovia; alcançam as barrancas do rio Paraná.

1.4.2 - A Estrada de Ferro Santos-Jundiaí es­tende seus .trilhos na zona de maior concentração fabril do estado, fazendo a ligação do interior com o pôrto de Santos, centro importador e exportador. Acha-se eletrificada em parte. Construiu um oleoduto e criou o Serviço Rodoviário, devido à concorrência da via Anchieta. Mantém entroncamentos com a Central do Brasil, na estação do Brás, e com a Paulista em Jundiaí, através dos quais estabelece um intenso tráfego.

1. 4. 3 - Da cidade de São Paulo, grande nó fer­roviário, ou das cidades que lhe ficam próximas, partem vá­rias estradas que, dispondo suas ramificações em forma de leque, espalham-se por todo o território paulista e pelos es­tados vizinhos.

1. 4. 4 - De Jundiaí parte a Cia. Paulista de Estradas de Ferro. Sua linha-tronco vai até Colômbia, nas margens do rio Grande, servindo ao grande centro pecuarista de Barretos. São inúmeros os seus ramais construídos em função de um produto - o café. O ramal de Jaú que se de­senvolve no espigão Aguapeí-Peixe possibilitou a Paulista al­cançar às margens do rio Paraná, em Panorama - é a Alta Paulista.

1 . 4. 5 - De Campinas, parte a Cia. Mojiana de Estradas de Ferro, que vai até Araguari, no Triângulo Mi­neiro. Seus inúmeros ramais surgiram acompanhando a ex­pansão cafeeira, alcançou a parte norte do Alto Planalto, a área da grande mancha de terra roxa, onde sobressaem gran­des centros - Ribeirão Prêto, Franca, Ituverava, por exem­plo - que surgiram como "ponta de trilhos" dessa área ca­feeira de São Paulo, hoje voltada para a policultura e a pe­cuária.

1. 4. 6 - A Estrada de Ferro Sorocabana desen­volve-se na parte sul do território paulista; parté de São Pau­lo, e sua linha-,tronco atinge as barrancas do rio Paraná, em Presidente Epitácio, captando para São Paulo parte dos pro­dutos econômicos do sul de Mato Grosso, principalmente, o gado em pé, destinado aos frigoríficos paulistas. Através de Ourinhos, carreia parte .da produção agrícola do Norte do Paraná, inclusive o café. O ramal de Itararé também atinge a fronteira do Paraná, entrosando-a com a UFPSC e estabe­lecendo ligação com os três estados meridionais. O ramal de

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Juquiá serve a região do vale do Ribeira. Essa ferrovia tam­bém conseguiu atingir o pôrto e Santos e o ramal Mairin­que-Santos.

1 . 4. 7 - A Estrada de Ferro Araraquara, co­nhecida como Alta Araraquarense, atinge as margens do rio Paraná em Presidente Vargas e carreia para a Paulista a produção dessa área, onde se destacam vários centros pe­cuaristas.

1 . 4 . 8 - A Estrada de Ferro Noroeste do Brasil m1cia em Bauru, desenvolve-se no espigão Tietê-Aguapeí, área agro-pastoril, transpõe o rio Paraná pela ponte Francis­co Sá, penetrando no sul de Mato Grosso, área pecuarista, estendendo-se até Pôrto Esperança, no rio Paraguai. O prin­cipal transporte é o gado, para consumo de São Paulo e do Rio de Janeiro.

1 . 4. 9 - A Rêde de Viacão Férrea Paraná-San­ta Catarina serve aos estados que lhe

0

dão o nome, pecorren­do-os de norte a sul, e interligando São Paulo ao Rio Grande do Sul (antiga São Paulo-Rio Grande). Emite ramais que servem o norte paranaense, atingem Paranaguá (Estrada de Ferro Curitiba-Paranaguá, turística) e em território catari­nense, temos o ramal que atinge o pôrto de São Francisco do Sul.

1. 4 .10 - No território catarinense, temos ain­da a Estrada de Ferro Santa Catarina que serve a região do vale do Itajaí e ao seu pôrto (área agrícola, com núcleos in­dustriais, como Blumenau); a Estrada de Ferro Dona Teresa Cristina serve a região carbonífera de Tubarão, Uruçanga, Criciúma e Araranguá, ligando-as aos portos de Laguna e Imbituba.

1. 4. 11 - A Viação Férrea do Rio Grande do Sul tem como principal nó ferroviário a cidade de Santa Ma­ria. Daí são emitidos ramais que atingem a faixa de frontei­ras, além dos que alcançam as cidades de Cêrro Largo, San­ta Rosa, Santa Cruz, Bento Gonçalves, Caxias do Sul, Canela e do tronco que atinge a capital gaúcha, acompanhando o vale do Jacuí.

1. 5 - Na Centro-Oeste, além da Noroeste, temos a Estrada de Ferro Goiás, com ponto inicial em Araguari, ao norte do Triângulo Mineiro. Tem como ponto terminal a ca­pital de Goiás - Goiânia, e emite um ramal para Anápolis, que deverá ser prolongada até Brasília.

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2 - Rodovias.

As rodovias constituem um fator importante para as áreas que atravessam, possibilitando a recuperação de muitas de­las (ex.: Nordeste) e acarretando o surgimento de povoados no seu itinerário (ex.: Belém-Brasília).

A construção das primeiras estradas de rodagem asfalta­das é bem recente, e a expansão rodoviária está ligada à cria­ção do DNER, federal e estaduais, e ao Plano Rodoviário Na­cional, que prevê a construção de várias rodovias longitudi­nais (norte-sul), transversais (leste-oeste) e as ligações entre pontos importantes de duas ou mais rodovias.

2 .1 - A região Norte apresenta também, do ponto de vista rodoviário, uma escassez de estradas de rodagem.

2 .1.1 - Merece destaque a Belém-Brasília, que faz parte da longitudinal BR-14, que ligará o norte ao extre­mo sul (Livramento). Apresenta tráfego permanente e está sendo um fator primordial do povoamento da área que atravessa.

2 .1. 2 - Partindo de Rio Branco (Acre), temos a BR-29 que deverá, num futuro próximo, ligar nosso terri­tório ao país vizinho - Peru. Apresenta alguns trechos pre­cários, acompanha o leito da Estrada de Ferro Madeira-Ma­moré no trecho Abunã-Pôrto Velho; corta o território de Ron­dônia, chega a Cuiabá (MT). Apresenta um expressivo mo­vimento de caminhões e já se processa um povoamento na sua trajetória.

2. 1 . 3 - De Manaus está projetada a BR-17 qt.J.e passará por Boa Vista e atingirá a Venezuela .

2. 2 - O Meio-Norte e o Nordeste apresentam uma expressiva rêde de estradas de rodagem permanentes, algu­mas paralelas ràs vias férreas, com inúmeras ligações trans­versais-longitudinais.

A construção dessas rodovias foi obra do DNOCS. Apre­sentam tráfego intenso de caminhões de carga, de ônibus in­termunicipais e interestaduais.

2. 2 .1 - Aqui se destaca a radial Brasília-For­taleza que atravessa o sertão nordestino (Ceará, Piauí, Ba­hia), cuja construção está a cargo do DNOCS, e que, apesar de sua precariedade, já apresenta trânsito de veículos.

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2.2.2 - Duas longitudinais: A BR-13 (Forta­leza-Feira de Santana), denominada Transnordestina, e a BR-12 que atinge Natal, se interligam com a Rio-Bahia, co­locando o Nordeste em comunicação rodoviária com o sul do país, através do Rio de Janeiro.

2. 3 - O Leste Setentrional possui estradas ra-zoáveis.

2. 3 .1 - O mais importante eixo rodoviário é a BR-4, a chamada Rio-Bahia, pavimentada, que corta a re­gião pelo interior, numa extensão de 1 750 km. Parte de Sal­vador, passando por Feira de Santana, Jequié, Vitóri~ da Conquista, Teófilo Ottoni, Governador Valadares, Carat~nga, Muriaé, Leopoldina, Três Rios, até o Rio de Janeiro. E ex­pressivo o movimento de caminhões, de ônibus das linhas in­terestaduais de automóveis. Por ela deu-se o êxodo dos nor­destinos, qu~ vieram procurar novas condições de vida, prin­cipalmente, nos estados da Guanabara e de São Paulo, e que representam mão-de-obra numerosa.

2. 3. 2 - Paralela ao litoral está sendo construí­da a nova Rio-Bahia, com trechos que já apresentam tráfego permanente e que fará parte da rodovia litorânea que se es­tenderá do Xuí (RS) até Belém (PA).

2. 4 - O sudeste da região Leste apresenta um nú­mero expressivo de rodovias. com grandes trechos pavimen­tados, paralelos aos grandes eixos ferroviários, ou então, cor­tando-os em vários pontos. É a grande concorrência rodovia x ferrovia, naturalmente em detrimento desta. O movimento de ônibus, automóveis e caminhões é intenso nessas rodovias, pois do Rio de Janeiro partem 4 grandes radiais - Rio-Bra­sília (BR-3), passando por Belo Horizonte, Rio-Bahia (BR-4), a nova Rio-Bahia (BR-5) e a Rio-Jaguarão (BR-2).

Essa função de nó rodoviário está ligada a sua funcão de ex-capital, aliada ao fato de se tratar de grande centro comer­cial-industrial, com um pôrto capacitado para a movimenta­ção do comércio de cabotagem e exterior.

2. 4 .1 - A Rio-Petrópolis foi a primeira rodo­via pavimentada nesta região, mais tarde prolongada até Juiz de Fora.

2 . 4. 2 - A construcão da nova Rio-São Paulo (faz parte da BR-2), mais conheêida como Presidente Dutra, acarretou um trânsito intenso de veículos entre as duas cida­des, provocando congestionamento, o que obrigou o DNER a duplicar, em tôda a sua extensão, a pista, obra já iniciada.

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2 .4. 3 - A Rio-Belo Horizonte, conhecida como Juscelino Kubitschek, ,tem como tronco inicial a Rio-Petró­polis. No seu trecho Juiz de Fora-Belo Horizonte, a travessia da região da Mantiqueira exigiu grandes obras de engenha­ria. N~ ~eu prolongamento até Brasília, foram aproveitados 133 qmlometros de estrada estadual. Atravessa uma das áreas mais desenvolvidas do país e, através dela, o Rio de Janeiro e Belo Horizonte tornaram-se centros fornecedores e abaste­cedores da nova capital. É intenso o trânsito de veículos.

2. 4. 4 - Temos que destacar a ligação Belo Ho­rizonte-São Paulo - Fernão Dias - auto-estrada de traçado retilíneo, que veio intensificar as relações diretas entre os dois estados - Minas e São Paulo.

2 .4. 5 - Outra ligação importante é a Volta Redonda-Três Rios, interligando três radiais (Rio-Jaguarão, Rio-Brasília, Rio-Bahia); acompanha o vale do Paraíba e pos­sibilitou a ligação direta entre as cidades e as radiais, sem sobrecarregar o tráfego que se destina ao Rio.

2. 5 - No sul do país, temos, proveniente do Rio, a BR-2, que atinge Jaguarão na fronteira com o Uruguai e que, no seu trajeto, serve a três capitais sulinas, além de outros núcleos. Sua extensão total é de aproximadamente 1087 km e, com exceção do trecho que acompanha o vale do Paraíba, sua trajetória de São Paulo até Pôrto Alegre foi construída através do Planalto Brasileiro, em cotas superiores a 800 m.

É grande o trânsito de carga (uma média de 4 000 ca­minhões por dia nas épocas das safras), além dos ônibus in­terestaduais e de automóveis.

2. 5 .1 - No estado de São Paulo, destacam­~se duas rodovias, que ostentam notáveis obras de engenha­ria - a via Anchieta (Santos-São Paulo) e a via Anhangüera (São Paulo-Campinas).

Duas rodovias transversais, em parte já concluídas, a São Paulo-Pôr.to Murtinho (no rio Paraguai) e a Santos-Co­rumbá, integrarão definitivamente o sul mato-grossense na área do hinterland da cidade de São Paulo.

2 . 5 . 2 - É necessário mencionar a radial São Paulo-Brasília, através do Triângulo Mineiro, que deu à capi­tal paulista importância excepcional, como centro fornecedor e abastecedor de Brasília, permitindo ainda que outras ci­dades paulistas forneçam à capital do país os produtos agrí­colas de que necessita.

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CURSO DE INFORMAÇÕES GEOGRÁFICAS €5 ---

2. 5. 3 - No Paraná, o govêrno sentiu a neces­sidade de melhorar as condições de suas estradas de rodagem que se tornavam intransitáveis por ocasião das chuvas. Já se notam alguns trechos pavimentados: entre Curitiba e Ponta Grossa, no norte paranaense, servindo a sua área cafeeira. A construção de uma auto-estrada entre Curitiba e Paranaguá, tem facilitado o escoamento dos produtos agrícolas. A preo­cupação é a construção de rodovias transversais, cumprindo destacar a Paranaguá-Foz do Iguaçu, com tráfego perma­nente, servindo a uma área em expansão.

2 . 5 . 4 - Ao longo do litoral está sendo cons­truída a BR-59, que, de Guaruva (PR), na descida do Pla­nalto de Curitiba, atingirá Pôrto Alegre e servirá, também. a faixa litorânea catarinense.

2. 5. 5 - Em território catarinense, de Lajes, na BR-2, parte uma transversal para o oeste do estado e com tráfego permanente até Xanxerê.

2. 5. 6 - No Rio Grande do Sul, a rêde rodoviá­ria atenta para a circulação com os sistemas rodoviários dos países vizinhos, Uruguai e Argentina, propiciando um melhor intercâmbio comercial e turístico.

2. 6 - Na Centro-Oeste, temos que destacar as ra­diais que atingem Brasília, provenient~s de São Paulo, Rio de Janeiro, Fortaleza, Belém e de Cuiabá.

2. 6. 1 - O território goiano é beneficiado por essas radiais, que têm possibilitado maior expansão de suas áreas agropastoris.

2 . 6. 2 - O estado mato-grossense, além das transversais provenientes do território paulista, apresenta maior adensamento rodoviário em tôrno de sua capital, Cuia­bá, e no sul, em tôrno de Campo Grande; área agropastoril. Aqui se nota um número mais expressivo de cidades.

3 - A Navegação Fluvial e Marítima.

3 .1 - Navegação fluvial - os portos fluviais.

3 .1.1 - Observando-se o mapa das bacias hi­drográficas brasileiras, sobressai, quanto à navegação inte­rior, a bacia amazônica que condiciona a ocupação humana da região e constitui a principal via de transporte, dada a escassez dos meios de transportes terrestres. Os mais diver-

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sos tipos de embarcações são encontrados na região. Vão des­de a pequena "montaria", até os navios de grande calado, destacando-se os Serviços de Navegação da Amazônia e Ad­ministração do Pôrto do Pará (SNAPP).

O rio Amazonas (3 165 km em território brasileiro) apre­senta francas condições à navegação, pois no período da es­tiagem, êsse rio apresenta uma profundidade mínima de 20 metros. Outra característica interessante é que os seus afluen­tes do baixo curso permitem navegação fácil em trechos re­lativamente pequenos; é o caso do Tocantins, Xingu e Tapa­jós. Os seus afluentes do médio curso possibilitam uma na­vegação mais ampla; é o caso do Madeira, o Purus e seu aflu­ente Acre, o Juruá e seu afluente Tamacá, o Jutaí; na mar­gem esquerda temos o rio Negro e seu afluente Branco, o Caquetá ou Japurá, o Içá ou Putumaio, cuja navegação se estende pelo território colombiano.

3 .1. 2 - Os portos fluviais destacam-se na re­gião por sua importância sócio-econômica. Por êles, a popu­lação se abastece do necessário e se exportam os produtos da região. Na margem esquerda do rio Negro, temos o pôrto de Manaus, organizado, o de Rio Branco, Pôrto Velho, Boa Vista, Sena Madureira e de Santana, especializado no trans­porte de manganês.

3 .1. 3 - O sistema Araguaia-Tocantins, com exceção do trecho até Alcobaça, apresenta medíocres condi­ções à navegação. Os seus cursos, principalmente o de To­cantins, são interrompidos por freqüentes e sucessivas corre­deiras. A montante, o Tocantins permite navegação entre Pôr­to Franco e Pôrto Nacional (460 km) e no Araguaia, em con­dições mais favoráveis, a navegação se estende de São José do Araguaia, na confluência com o Tocantins até Baliza (cêr­ca de 1 000 km). Essa navegação torna-se bastante difícil na ·época de estiagem em função das corredeiras.

3.1.4 - No Meio-Norte, nota-se um conjunto de vários rios que apresentam uma navegação deficitária, mas de interêsse regional. O rio Mearim, que desemboca na bacia de São Marcos, é navegável até Barra do Corda, e seus dois afluentes, o Grajaú e o Pindaré, também são navegados. Os três totalizam cêrca de 820 km de vias navegáveis.

3 . 1. 4 .1 - O Itapicuru, que desemboca na baía de São Jorge, é navegado até Colinas (826 km) e, em suas margens, localizam-se cidades importantes como Caxias e Codó, porém sua navegação sofre a concorrência rodo-fer­roviária.

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3 .1. 4. 2 - O rio Parnaíba na divisa Piauí­-Maranhão, desemboca no oceano, apresentando navegação até Tasso Fragoso e, juntamente com seus afluentes Balsas e Gurguéia, totalizam 1 400 km de vias navegáveis.

3. 1. 4. 3 - O rio São Francisco apresenta navegação no seu curso médio - de Pirapora a Juàzeiro -num total de 1480 km e, da sua foz para montante, só são navegáveis os primeiros 200 km. O grande problema dêsse rio é o seu estrangulamento pelas corredeiras, onde o transporte é feito por via terrestre. A barragem de Três Marias já resol­veu o problema da estiagem. O único afluente é o rio Grande até Barreiras.

3 .1. 4. 4 - Os rios Pardo, Jequitinhonha e Doce, onde a construção de barragens facilitou a navegação, permitindo o escoamento de minério, apresentam trechos na­vegáveis da foz para a montante.

3 . 1 . 5 - Na região Sul, os rios em sua maioria nascem nos rebordos da escarpa, caminham para o interior sem favorecer o sistema de comunicações. Os riJs que apre­sentam trechos navegáveis são o Ribeira de Iguape, o Itajaí e seus afluentes, e o sistema litorâneo das lagoas sul-riogran­denses entrosadas com o rio Jacuí.

3. 1. 6 - O rio Paraná que serve a região Sul e a Centro-Oeste permite a navegação em grande extensão do seu curso, em dois trechos separados pela cachoeira de Sete Quedas e, ao norte, pela de Urubupungá, lago antes da con­fluência com o Tietê. O primeiro lance estende-se por 520 km, e o segundo, por 1 550 km, até a confluência com o Paraguai, dos quais, apenas 150 km em terras brasileiras (até a foz do rio Iguaçu). Os afluentes da margem direita apresentam tre­chos navegáveis - Pardo, Ivinheima, Iguatemi, Anhanduí, Brilhante, Anhambi, todos em território mato-grossense. O rio Paraná e seus afluentes têm como função primordial a interligação das cidades das regiões que servem, e não apre­senta as mesmas vantagens como via fluvial, como as encon­tradas no Paraguai. Apesar disso, são bastante expressivas as transações comerciais e o movimento de passageiros, cabendo êsses serviços ao SNBP. Dentre seus portos, destacam-se: Pôr­to Epitácio, pôrto terminal da Sorocabana, recolhe e distribui a produção comerciada por essa ferrovia. Temos ainda os por­tos de Jupiá e Presidente Vargas. Ao sul, destaca-se o pôrto de Foz de Iguaçu, importante pelo transporte de erva-mate e madeiras.

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3 .1. 7 - Na região Centro-Oeste, interessam, principalmente, ao sul de Mato Grosso, destacar o rio Para­guai e seus afluentes de ambas as margens que permitem am­pla navegabilidade. Em territóriG brasileiro, o rio Paraguai apresenta uma extensão de apenas 720 km navegáveis - de Cáceres até o rio Apa. O centro econômico dêste sistema hi­drográfico é a cidade de Corumbá. Êsse rio apresenta papel importantíssimo na ligação de inúmeros núcleos que não con­tam ainda com uma via terrestre em condições, destacando­-se dentre os mesmos, Pôrto Esperança e Pôrto Murtinho. Dentre os portos fluviais do Paraguai, temos que destacar o de Corumbá, o mais importante no comércio importador; o Pôrto Esperança, que aparece em primeiro lugar nas expor­tações, e o de Cuiabá, no rio Cuiabá. Êles fazem as trocas comerciais do norte mato-grossense e do Pantanal, com o restante do país e com Buenos Aires e Montevidéu. As em­prêsas que se incumbem dos transportes externos são a SNBP (Serviço de Navegação da Bacia do Prata) e a Cia. Argentina de Navegação Ltda. São navegáveis o Cuiabá (até a cidade de Cuiabá), o São Lourenço, o Taquari, o Mirante e o Aqui­dauana.

3 .1. 8 -. O Guaporé, afluente do Mamor~, é francamente navegável no período das cheias, por embarca­ções a vapor desde Mato Grosso, no curso alto, até a sua foz e, parcialmente, na época vazante. Com o rio Mamoré até Guajará-Mirim, têm-se 1100 km de navegação interior. Con­tornando os trechos encachoeirados, temos a estrada de fer­ro, que permite o entrosamento com o rio Madeira.

3. 2 - Navegação marítima.

Ao longo do litoral brasileiro são encontrados inúmeros portos, alguns organizados, outros não. Destacam-se alguns dêles pela importância das áreas geo-econômicas que servem; é o caso de Belém, Recife, Salvador, Rio de Janeiro, Vitória, Santos, Paranaguá e Pôrto Alegre; outros, por serem portos especializados. Alguns só apresentam importância para a na­vegação de cabotagem, enquanto outros, como o do Rio de Janeiro e o de Santos, sobressaem pela navegação de longo curso.

3. 2 .1 - Ao norte, temos o pôrto fluvio-maríti­mo de Belém, localizado na margem direita da baía de Gua­rajá, na junção do rio Guamá com o rio Pará. É um pôrto organizado com um expressivo movimento de embarcações e de passageiros.

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3. 2. 2 - No Meio-Norte e, principalmente, no Nordeste, é expressivo o número de portos. Sobressaem os de Mucuripe, Natal, Cabedelo, Recife e Maceió. Recife é o mais importante de todos como centro importador e exportador.

Nos portos de Macau (exportador de sal), Areia Branca e Camocim, o transporte das mercadorias para os navios, que ficam atracados em alto mar, processa-se por meio de alva­rengas, o que onera em muito o custo do produto. Tal fato ocorre, também, com os portos do Meio-Norte - São Luís Tutóia e Luís Correia.

3. 2. 3 - No Leste Setentrional, temos Aracaju, Salvador, Ilhéus e Caravelas. O mais importante de todos é o de Salvador, que permite acostagem para navios de grande calado, com um movimento expressivo de mercadorias expor­tadas, destacando-se dentre elas, o petróleo. Ilhéus é um pôr­to cacaueiro, que se vê prejudicado pela deficiência portuária; aí só aportam embarcações de até 4 metros de calado.

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MAQUETES DE ACIDENTES GEOGRÁFICOS

Prof. FRANCISCO BARBOZA LEITE

I - Já não há forma possível de recusa à necessidade de cumprir-se no ensino o estabelecimento de novas modalidades de memorização.

Diante de um objeto exposto ou de uma forma caracteri­zada em seus contornos, através de projeção luminosa, a es­sência de um conceito é captada quase integralmente. Isto é ponto pacífico e, tôda uma extensão de eventos da vida humana, nos diferentes aspectos da cultura, o comprova com suficiência. Em decorrência, a sistematização do processo de aprendizagem, através de recursos audiovisuais, é tarefa, à qual nos obrigamos todos aquêles que encaramos o ensino com objetividade escrupulosa. É positivo o efeito da imagem, seja em duas ou três dimensões; neste caso, com mais van­tagens, ainda.

II - Como se verifica pelos modelos aqui apresentados, os tipos de relêvo adquirem uma identidade sugestiva, não só pela redução da escala a que a maquete se sujeita, mas sobretudo porque se cria condição para uma análise visual completa e instantânea.

III - De confecção quase sem dispêndio, corno aqui se demonstra, a rnaquete para lições de geografia pouco ma­terial exige; depende mais de um pouco de habilidade ma­nual, cálculo de possibilidades e adaptação. E, desde que um contexto não seja prejudicado, vale ao aluno forçar outras soluções que apresentem custo cada vez menor.

O ARCABOUÇO DA MAQUETE

I - Aqui começa, realmente, o nosso trabalho. Escolhido um terna para cada grupo, pois que a subdivisão dos alunos implica numa variedade maior de "protótipos", e, conhecen­do-se os tipos de material que se vai empregar, urge que tra­balhemos.

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II - Inicialmente, uma prancha de madeira compensa­da, o suporte, tamanho aproximado de 40 x 50. Feito um es­bôço da área que se vai modelar, assinalam-se as diferenças de altitude com pregos de tamanhos variados. Com arame flexível e acompanhando os lineamentos, ligam-se os pontos culminantes aos mais baixos, sucessivamente. No sentido transversal aos lineamentos, fazem-se mais ligaduras de fio, até que se forme uma rêde, sôbre a qual será aplicada a massa de modelagem.

MODELADO DO RELÊVO

I - Uma vez concluída a armação, tem-se um esquema rudimentar do relêvo desejado. Fôlhas de jornal cortadas em tiras e postas de môlho em uma solução de água e alúmen, dois dias antes, serão agora transfdrmadas numa massa, à qual se agrega farinha de trigo, até que adquira uma con­sistência homogênea. Fazem-se então, pequenas placas que, aos poucos, irão aderindo à grade até que .tôda ela fique co­berta. Se o aluno tiver tido o cuidado de guiar o seu trabalho por um croquis ou uma fotografia, (não se deve confiar uni­camente na imaginação), esta é a ocasião propícia para um confronto entre o que foi idealizado e o que já foi obtido.

Agora, trabalham-se as diferentes texturas que a super­fície da massa, conforme o relêvo, irá oferecer. As partes só­lidas, graníticas, bem prensadas, truncadas, denticuladas, etc ... conforme a rocha aí figurada e as partes de vegetação, com a massa menos comprimida, de ressaltos abaulados, crêspa onde se destaquem árvores, aplainadas onde seja campo; aqui e ali com incrustações de cascalhos miúdos, pulverização de areia. fina, etc.

CARACTERÍSTICAS DEFINITIVAS DO RELÊVO PINTURA E ARREMATE GERAL

I - Temos agora e cada vez mais, necessidade de colo­car o gôsto estético em função. (É aconselhável uma pesqui­sa em livros especializados, onde sempre vem acrescentar-se a estas noções um subsídio nôvo). Trata-se da fase em que serão acrescidos à parte já modelada, detalhes de caracteri­zação mais definida do relêvo. Permite-se, inclusive, a cola­gem de elementos distintos, sobretudo se se tem que tornar evidente a interferência humana na paisagem. Tem início a pintura, a guache, das faixas mais amplas e de tons predo­minantes, obtendo-se, pelo contraste, a diferenciação entre

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FASE OE ACABAMENTO

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matas frondosas ou úmidas e campos, lagos ou rios. Para ês­tes, a tinta prateada é de muito efeito. Aliás, deve-se marcar bem o leito dos rios com instrumentos ponteagudos, enquan­to a massa não endurecer. Para a superfície de lagos uma placa de espelho também deve ser incrustada, enquanto a massa estiver mole.

Concluído o trabalho principal, segue-se o arremate da base, quando se acrescenta à base de compensado, uma cinta de ripas leves. Para maior durabilidade do conjunto convém que se aplique, com pulverizador, uma leve camada de verniz sôbre a parte modelada, dando-se sôbre a cinta de ripas, uma côr escura, a óleo.

CONCLUSÃO E ANÁLISE DOS TRABALHOS

I - Aspec.to eficiente da aprendizagem, como a enca­ramos, é a integração de mestre e aluno num só objetivo: su­peração de deficiências. Reduzido o primeiro é elevado o se­gundo a potencialidades que se equiparam, o trabalho que apresentam é, quase sempre, o atestado eloqüente de uma conquista comum.

Finalizando nossa atividade, façamos um cotejo do que foi possível aproveitar e de como poderíamos ter alcançado maior rendimento com outras práticas.

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ANÁLISE DE PRANCHAS DO LIVRO "EXERCÍCIOS E PRÁTICAS DE GEOMORFOLOGIA"

Prof. GELSON RANGEL LIMA

FOSSA TECTôNICA DO RENO

Vemos nos dois desenhos superiores a formação hipoté­tica do vale do Reno por falhas e afundamentos. O relêvo é explicado pela formação a partir das cadeias primárias, de um peneplano, denominado de herciniano. O desenho da es­querda mostra os antigos maciços hercinianos, os Vosges (la­do Francês) e a Floresta Negra (lado Alemão). Entre êstes dois blocos depositaram-se sedimentos marinhos na bacia pré­-terciária.

O levantamento dos Alpes na era Terciária ocasionou fa­lhamentos, deformando a região. A parte que ficou em relêvo é denominada de "Horst" ,têrmo alemão que em português significa escada ou pilar. A parte que pelo falhamento se afundou deu origem ao "graben" ou fossa tectônica.

No desenho inferior vê-se o resultado final da paisagem, com a instalação da rêde hidrográfica. (fig. 1).

No Brasil podemos citar dois exemplos: o vale do Paraí­ba e a bacia terciária de Rezende no estado do Rio e outro, a fossa de Salvador (baía de Todos os Santos). Quanto à im­portância dêste tipo de relêvo temos a formação de lagos na áfrica, em outros lugares os rios são francamente nave­gáveis como é o caso do Reno. Ainda, podemos encontrar ri­quezas como é o caso do petróleo na fossa de Salvador e fo;. lhelhos xisto-betuminosos da bacia de Taubaté.

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FORMAÇÃO hipotitico do Vol• do Reno (por folho$ e ofundom•nto)

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76 CURSO DE INFORMAÇÕES GEOGRÁFICAS

EVOLUÇÃO DE UM PLANALTO

Na fase inicial ou seja a juventude, o rio se instala e inicia seu trabalho de erosão (fig. 8). Temos, portanto, os dois ria­chos a e b. (fig. 2).

O rio começa portanto a erodir o relêvo e a formar seu leito cada vez mais nitidamente. Assim teremos a formação de vales fluviais típicos em V num planalto dito maduro.

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CURSO DE INFORMAÇÕES GEOGRÁFICAS 77

plo típico no Brasil é o do rio São Francisco em Paulo Afon­so. Entretanto, à medida que o rio realiza uma erosão lateral êle também realiza um trabalho para montante, chamado de erosão regressiva. Assim, o rio recuando pode atingir outro e capturá-lo ou ser capturado. No nosso exemplo, o rio a cap­tura o rio b - veja a presença de chapadas e testemunhos.

A erosão continua seu trabalho, com predomínio porém da erosão lateral, terminando com uma superfície de arra­zamento.

Chamamos a esta evolução teórica de "clico de erosão" porque ela recomeçará uma vez que o relêvo tenha criado condições semelhantes àquelas do ponto inicial. O ciclo com­preende pois uma fase inicial de um longo período erosivo e um brusco rejuvenescimento. Em seguida o perfil do curso se regulariza e o rio se aprofundará lentamente, as vertentes evoluirão por deslizamentos. Capturas se produzirão, os vales principais possuirão bastante aluviões. Chega-se a fase final com encostas cada vez mais suaves e vales de fundo aluvial.

A idéia de ciclo é a de uma sucessão de fases, numa or­dem irreversível que se comparou a evolução humana do nas­cimento à morte, passando pelos estados de juventude, matu­ridade e velhice. Na fig. 9 podemos observar a disecação de um planalto.

Nos relêvos ditos jovens, a presença de cachoeiras e cor­redeiras beneficia em muito a obtenção de energia hidrelétri­ca, entretanto perturba a navegação. É o caso ,típico do rio Paraná.

EVOLUÇÃO DOS VALES SEGUNDO A NATUREZA E POSIÇÃO DAS ROCHAS

No desenho a, a presença de rocha resistente coroando o relêvo, vai evitar uma erosão rápida das encostas (fig. 10). Assim, a encosta abrupta dará a formação de cornijas. A erosão produzida pelo rio ataca a rocha mais tenra da base e realiza um trabalho de solapamento. Assim o vale vai se alargando. Os afluentes se instalam e entalham o planalto, realizando a destruição do mesmo e originando morros tes­temunhos. (fig. 3).

No desenho b, a rocha mais resistente está intercalada a rocha mais tenra. A erosão ataca as rochas tenras e res­peita durante mais tempo as duras. As encostas de rochas mais tenras recuam, o rio se encaixa vagarosamente (afun­damento do talvegue) e a rocha dura desnudada dá origem as plataformas e patamares. Ver fig. 11.

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78 CURSO DE INFORMAÇÕES GEOGRÁFICAS

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No desenho e, temos um sinclinal com um vale do mesmo tipo. São longas depressões que possuem o nome de vale no relêvo jurássico.

No desenho d, temos um vale anticlinal formando o que se denomina de combe. O vale é cavado na rocha tenra e do­minado por dois escarpamentos de rochas duras. Ver fig. 12.

O planalto será entalhado pela hidrografia que se instala, como podemos observar na fig. 13.

O CICLO DAS ÁGUAS

O vapor d'água provém da evaporação das águas dos cceanos e acessàriamente dos lagos, rios e plantas. Cada vez mais rara em altitude, ela desaparece acima da tropopausa. A água em estado gasoso se condensa em minúsculas gotícu­las e dá origem as nuvens. Estas, são levadas pelos ventos e segundo condições locais, se transformam em chuva, neve e granizo. Há portanto um cicio fechado da água: evapora­ção-condensação. Uma parte das águas da chuva volta ao oceano por meio da rêde hidrográfica. Outra se congela nas altas altitudes fcrmando as geleiras. Uma terceira se infiltra, no solo, formando lençóis subterrâneos e ocasionando erosão e disolução, dando origem as grutas. (fig. 4).

Quando a água aflora pode dar origem a uma fonte. A água que corre na superfície também realiza um trabalho de erosão, seja pela quantidade, seja pela presença do gaz car­bônico, óxido de carbono e ácidos químicos. As figuras 14 e 15 mostram dois aspectos da erosão ocasionada pelas águas das chuvas.

A análise das duas fotografias mostra o efeito das águas de escoamento superficial que agindo sôbre relevos constituí­dos de rochas de dureza diferentes vão ocasionar tipos de erosão diversos. O desmatamento das encostas ocasionou uma erosão acelerada, desbarrancamentos, colmatagem dos rios e corridas de lama nos vales.

EROSÃO FLUVIAL

No desenho a, vemos o perfil de um vale, na época da vasante quando ocupa o leito menor. O material que trans­porta depositado em suas margens origina os chamados di­ques marginais. Quando da época da cheia, o rio transborda e atinge as planícies circunvizinhas, tendo-se então o leito maior do rio ou a planície de inundação. (fig. 5).

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No desenho b tem-se uma seção de um meandro. A cor­rente, pelo efeito de erosão contínua· sôbre as margens cônca­vas, realiza uma ação erosiva (solapamento), enquanto que na margem oposta (convexa) é realizado um trabalho de acumulação (fig. 16). Por êste processo o meandro se acen­tua e se desloca.

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EVOLUÇÃO DA REDE HIDROGRAFICA

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Fig. 6

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No desenho e vê-se outro exemplo de meandro. Aqui o meandro está encaixado. Observar, também, a dissirnetria das margens.

No desenho d observam-se dois cursos d'água. O supe­rior, por erosão regressiva, vai conseguir capturar o inferior. A inflexão bastante nítida é denominada de cotovelo de captura.

EVOLUÇÃO DA RÊDE HIDROGRÁFICA

Tem-se neste exemplo duas rêdes hidrográficas, A e B. Encontram-se separadas por alinhamentos montanhosos. (fig. 6).

A fig. 17 mostra a serra do Curral del Rei que apre­senta um trecho de crista rnonoclinal servindo como di­visor de águas. Os cursos d'água depois de formados vào se engrossar até formar rios. Recebem, em seguida, outros, denominados afluentes. Sua alimentação depende de uma sé­rie de fatôres. A erosão que realiza depende do seu poder ero­sivo e aí vemos que ela pode ser lateral, alargando seu vale e, regressiva, procurando seu perfil de equilíbrio. A erosão regressiva pode ocasionar a captura de outro rio corno mostra o desenho inferior. A presença de rochas resistentes no seu curso pode dar origem a cachoeiras ou a rápidos.

ESTÁGIOS SUCESSIVOS NA VIDA DE UM LAGO

Os lagos podem se formar de diferentes modos: por exem­plo de barragem, de depressão. Com o tempo, os lagos estão condenados a desaparecer. Isto porque êles são colmatados lentamente pelas aluviões de seus afluentes. É o caso do bloco a, onde podem ser observados o início de deltas lacustres.

No bloco b a colmatagem se acentua e tem-se, conse­qüentemente, uma redução da área do mesmo. Observa-se ainda a coalescência de deltas. (fig. 7).

A fig. 18 mostra lagoas em via de colmatagem no Pantanal matogrossense.

A fig. 19 mostra um lago de barragem marinha. Pode-se observar na figura o alteamento do fundo pela colmatagem.

Na fase e observa-se o desaparecimento do lago pelo en­tulhamento total e a instalação da rêde hidrográfica em co­meço de encaixamento.

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Fig. 8 -- Município de Monte Alegre ~ Paraná - Podemos observar o esbôço da dissecação na superfície de um planalto. A maior umidade condiciona o aparecimento

de mata galeria.

1Foto C.N.G. - 1.830 - Jablonsky)

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Fig. 9 - Município de Paraibuna - Estado do Rio - Observar na foto a disse­cação do planalto deixand.o ver nitidamente um nível intermediário.

(Fota C.N.G. - 5.809)

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Fig. 11 - Município de Palmeiras - Bahia - A foto mostra uma topografia resultante do mo<Lelado fluvial. Observar a presença de testemunhos.

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Fig. 12 - Esta foto mostra uma inversão do reZévo realizada pelo arrasamento dos anticlinais - O exemplo acüna é a Chapada dos Veadeiros.

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Fig. 13 - Município de Qulratinga - Mato Grosso - A horizontalidade das camadas das séries sedimentares na Centro-Oeste vão ocasionar o aparecimento àe granàes superfícies aplainadas. Os borãos das mesmas são entalhados pro­funàamente por grotões e a maior umidade nermite o aparecimento de mata

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Fig. 14 - 1\1:1ulicípio• de Anápolis - Goiás - Efeito do e.c;coampnto superfic·[a.1 em terrenos ar_qilosos numa área de campo cerrado. Desta forma se i11iria as

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92 CURSO DE INFORlVIAÇÕES GEOGRÁFICAS

Fig. 15 - Município de Rio Brilhante - Mato Grosso - Voçoroca produzida pelo escoamento e a éonseqüente escavação do terreno pelas águas pluviais.

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Fig. 16 - Vista aérea do rio Teles Pires. o'bséivar os meanúros bem como a formação da praia na margem convexa. enquanto na. oposta. predomina. a erosão.

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Fig. 17 - Município de Belo Horizonte - Mirias Gerais - A Serra do curral forma próximo de Belo Horizonte um alinhamento escarpado de direção NE/SE.

A foto mostra a linha de cumeaàa. (Foto C.N.G. - 8.212 - Jablonsky)

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Fig. 18 - Mato Grosso - Aspecto do Pantanal da Nhecolândia tomado quando éste não se achava alagado. É uma área típica de planície onde as lagoas estão em processo de colmatagem. Pode-se observar as "baías" (lagoas) e "cordilheiras)}

na foto acima. (Foto C.N.G. - 734 - Faludi)

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Fig. 19 - Lagoa de Uruçanga - Saquarema - Observar uma lagoa antiga originada pela barragem marinha. A evolução final será a colmatagem realizada tno7nn "'"n+~n-i<.> +,.,.rM'J(.>trV'J'Y'fn.ilnr;o tnPlrH• '11Prt?1Pnn_r:: rin.i;: P: n r1.P!:U1.'narP.~im,pntn da me,qma.

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A UTILIZAÇÃO DE MAPAS MURAIS

Prof, JOSÉ CEZAR DE MAGALHÃES

Entre os vários recursos didáticos de aprendizagem, vale­mo-nos dos mapas-murais que auxiliam o professor a transmi­tir suas explicações aos alunos, pois têm a vantagem de serem observados por tôda a classe ao mesmo tempo.

Construídos em tamanhos variados, apresentam boa vi­sualização a partir do tamanho de 60x40 cm. É evidente que encontramos sempre uma limitação, pois qualquer que seja o tamanho do mural apresentado, alguns pontos menores não serão vistos pelos alunos.

Como o que se deseja em primeiro lugar é que tôda a clas­se possa valer-se do mesmo, é importante que êle não seja mui­to detalhado e possua côres bem vivas.

Infelizmente nosso mercado didático é muito deficiente neste setor do ensino e, apenas encontramos a venda, entre os particulares e, assim mesmo, esgotando-se com freqüência, os murais clássicos, isto é, o planisfério, os mapas dos continentes, o Brasil FíSico e o Brasil Político; êstes dois últimos também vendidos pelo Conselho Nacional de Geografia.

Na França já está à venda pela Organização Armand Co­lin, a Coleção Henri Varon, porém, somente com algumas car­tas entre elas os Estados Escandinavos, o Canadá, o Brasil, o Maciço Armoricaho, os Alpes, a França, o Jura, Relêvo do Solo, Agricultura, etc.

O catálogo que faz referência a êste material, intitula-se "Material d'enseignement, 1963" e pode ser obtido em: Armand Colin et Bourrelier, 103 BD, Saint-Michel, Paris, ve.

Mesmo que se tenha um dia, uma editôra especializada, oficial ou particular, haverá para determinada aula, falta do material desejado. Neste caso, pode o professor construir o seu próprio mural de uma forma muito simples: basta que disponha de uma cartolina branca ou colorida, guache ou pincel atômico e um pequeno pantógrafo de madeira, como o que exibimos na presente aula.

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98 CURSO DE INFORlVIAÇÕES GEOGRÁFICAS

Uma figura de livro, nas dimensões lOxlO cm, pode ser aumentada sem grande distorção duas a três vêzes mais, fa­zendo-se ·à mão, as correções necessárias e providenciando-se a seguir a pintura. Não deve haver preocupação com a bele­za do mural, pois o mesmo é para ser visto pela sala, de lon­ge; portanto os defeitos de confecção não aparecerão.

Como êste material é em geral de propriedade do pro­fessor, não ficará geralmente no colégio, de forma que não se recomenda o entelamento que impede dobrá-lo em partes; mas se pelo contrário se deseja transformá-lo num acervo dos colégios, recomendamos que sejam entelados, havendo sem­pre nas boas cidades, casas que fazem êste serviço que, tam­bém, pode ser feito em casa com tela e goma.

Para utilização de pequenos murais, recomendamos que os mesmos sejam colados numa cartolina, dobrada ao meio, o que garante a sua maior durabilidade.

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A fim de evitar o problema de afixá-lo na parede o que exige 4 percevejos, ou pedaços de fita-colante que se despren­dem com o pêso da cartolina, recomendamos a confecçao de um prendedor de madeira que mostramos aos integrantes do

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CURSO DE INFORMAÇÕES GEOGRÁFICAS 99

Curso de Inf armações Geográficas e que desenhamos a se­guir para os leitores; êle exige apenas um percevejo em lu­gar dos quatro.

Naturalmente a posse de grande quantidade de murais dependerá do tempo que o professor disponha para prepará­-los e muito particularmente do seu tempo de magistério, mas alguns poucos murais são essenciais e devem logo ser feitos; servem para diversas aulas. Entre êles citamos:

1 - movimento de translação da terra. 2 planisfério de climas.

3 agricultura. 4 - regiões industriais (em planisfério ou em mapa dos

continentes. 5 - transportes.

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ANÁLISE DE ELEMENTOS DE GEOGRAFIA POLfTICA DO MAPA DO BRASIL NA ESCALA DE 1:5 000000

Prof. JosÉ CEZAR DE MAGALHÃES

I - CONCEITUAÇÃO DE ESTADO - NAÇÃO E PAfS

Torna-se necessário antes de passarmos à análise práti­ca da leitura das convenções políticas dêste mapa, lembrarmos alguns conceitos de geografia política que nos permitem ex­plicar a existência do Brasil como estado e a sua formação territorial.

1 - Estado - comunidade de indivíduos organizados de mo­do permanente sôbre um território determinado e obedecendo a uma autoridade comum e soberana.

2 - Nação - conjunto de indivíduos vivendo agrupados, às vêzes, num mesmo território, enfrentando tôdas as vicissitudes e sobrepujando-se a elas porque se comportaram através da história como um elo es­piritual, ou como diz Renan: 1

"Uma nação é uma alma, um princípio espiritual. Duas coisas que verdadeiramente dizendo se consubstanciam numa, constituindo esta alma. . . uma é a posse em comum de um rico legado de recordações; outra é o consentimento atual, o desejo de viver em conjunto, a vontade de continuar a fazer valer a herança que se recebeu indivisa ... ter glórias comuns no passado, uma vontade comum no presente, ter feito gran­des coisas em conjunto, querer continuar a fazer ainda, eis a condição essencial para ser um povo".

3 - País - é simplesmente o território do estado, isto é, sua base física.

1 E. RENAN - Qu'est ce qu'une nation? en discours et conférences, 1882 -pg, 307.

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CURSO DE INFORMAÇÕES GEOGRÁFICAS 101

II - FORMAÇÃO HISTÓRICA DO BRASIL

A formação do espaço territorial do Brasil, o 4.º em área no mundo, é explicada pela ação diplomática luso-brasileira, pelas ações guerreiras, missionária dos desbravadores e, rara­mente, devida à deslocamentos expontâneos.

Antes mesmo que o Brasil já ,tivesse sido descoberto, per­tencia a Portugal, pois o Tratado de Tordesilhas dava aos lu­sitanos um território por descobrir de 2 700 000 km2 , o qual foi notàvelmente ampliado graças à circunstância de Portu­gal e Espanha terem se unido entre 1580 e 1640, possibilitan­do a ocupação para o futuro Brasil, de amplos espaços per­tencentes à Coroa Espanhola.

Nesta vasta área, contribuição especial, devemos às en­tradas e bandeiras que expandiram de tal forma a área geo­gráfica do país que, ao terminar a ocupação espanhola, só restava à diplomacia portuguêsa garantir, pelo direito, o ter­ritório que já havia sido conquistado de fato e os dois tra­tados básicos da configuração territorial do país, Madri e Santo Ildefonso nada mais são do que a configuração desta política, pois o Uti possidetis ita possideatis dizia ao espanhóis que: quem possuiu continuará possuindo.

Para garantir essa posse, os portugueses construíram fortins e presídios militares nos pontos extremos do pais -São Joaquim, Príncipe da Beira e Macapá, entre outros.

A luta pela posse territorial, travava-se em dois campos, no litoral e na fronteira terrestre. No primeiro era preciso povoar para lutar eficazmente contra incursões francesas, ho­landesas e inglêsas, aparecendo núcleos que geraram as gran­des cidades do Brasil, como por exemplo o Rio de Janeiro ou Belém.

Nas fronteiras terrestres era mais difícil, principalmente no sul, onde ambas as faixas estavam ocupadas pelos dois co­lonizadores ibéricos e que se utilizavam da mesma política para ocupar a terra, amestiçagem e catequese.

À luta travada pela posse dos territórios das missões, aliava-se a ação missionária que promovia o povoamento da região com elementos nativos, transformando-os em colonos que auxiliavam na defesa contra as invasões espanholas.

A partir da independência, o Govêrno Brasileiro quase não expandiu a área territorial, a não ser anexando, por pou­co tempo, a Banda Oriental do Uruguai e comprando à Bo-

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lívia o então território do Acre. Ao Barão do Rio Branco, coube resolver êste problema bem como o de outros pequenos territórios, cuja posse era disputada à Argentina, Guiana Francesa e Inglêsa.

Contudo se garantimos a posse, nem sempre ocupamos devidamente tôdas as terras, o que se procura fazer hoje em dia com a implantação de novas áreas econômicas geradoras da ocupação demográfica.

Ao passarmos a análise do mapa político do Brasil, tere­mos oportunidade de apreciar, através de sua leitura, como a Geografia Física foi utilizada através da hidrografia e do relêvo para permitir a configuração territorial do Estado brasileiro.

III - O MAPA POLÍTICO E SUA UTILIZAÇÃO

Quando se utiliza o mapa político nas salas de aula é preciso não esquecer que só o professor dispõe do mesmo, de forma que os alunos não poderão acompanhar os detalhes apontados pelo mestre; só as convenções grandes, como adi­visão .territorial do país que aparece em côres ou, a indicação geral de um grande rio, ou ainda a de uma cidade mais co­nhecida poderão ser observados.

Desta forma, torna-se necessário indicar ao aluno o uso do Atlas Geográfico Escolar para que sejam feitas as correla­ções entre os dois, utilizando-se os mapas: Brasil-Relêvo, Hi­drografia-Geologia (pg. 21) e Brasil Divisão Regional. Divi­são política (pág. 33).

No mapa político do Brasil, chama a atenção a divisão desigual das áreas componentes da federação, isto é, os esta­dos, explicando-se tal desigualdade pela maneira como foi povoado o território nacional, desta forma junto ao litoral onde havia maior densidade, houve acirradas disputas pelo território conquistado, resultando num maior número de es­tados; pelo contrário, as áreas mais afastadas do litoral de pequena ocupação propiciaram a organização de comunida­des políticas de território muito vasto como o do Amazonas, Pará, Mato Grosso e Goiás.

No estudo da configuração territorial do Brasil, capítulo especial deveria ser reservado às fronteiras, contudo como es­tamos examinando especificamente a aplicabilidade do mapa

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político do Brasil através de sua leitura, apenas nos reporta­mos a elas como auxílio para a boa compreensão da leitura do mesmo.*

Inicialmente cumpre chamarmos atenção para os pontos extremos da soberania nacional: nascente do rio Moa, na serra do Divisor (W), Monte Roraima (N), Cabo Branco (L), Arroio Chuí (S).

Alguns elementos de ocupação histórica estão assinala­dos no mapa como o forte Príncipe da Beira no rio Guaporé, a alguns quilômetros de sua junção com o Mamoré, o que permite fazer ligações com a cadeira de História do Brasil e relembrar fatos da defesa e ocupação do território nacional.

Papel relevante, como se aprecia, foi atribuído aos ele­mentos da Geografia Física, para permitir a delimitação e de­marcação das fronteiras e dos limites do espaço geográfico brasileiro. Destaca-se assim a importância da hidrografia e do relêvo.

A primeira prevalece nas fronteiras, isto é nos limites com os países estrangeiros e, mais intensamente no sudeste e sul do Brasil, para fazer os limites entre as unidades da federação. Observemos a importância de alguns rios na sepa­ração de territórios.

1 - Região Norte - Oiapoque, Javari, Guaporé, Mamoré 2 - Região Centro-Oeste - Paraguai, Apa, Paraná,

Aporé, Araguaia, Tocantins 3 - Região Nordeste - Gurupi, Parnaíba, São Fran­

cisco 4 - Região Leste - Grande, Paranaíba, Paraíba do Sul 5 - Região Sul - Paranapanema, Iguaçu, Rio Negro,

Pelotas, Uruguai, Paraguai.

Quando utilizamos a hidrografia, apelamos para o divór­cio fluvial, considerado nos séculos anteriores como o elemen­to mais seguro para separar soberanias, de forma que a po­lítica portuguêsa também o adotou, daí a preocupação de ocupar a foz dos grandes rios para dominar tôda sua bacia;

* Os interessados no assunto poderão consultar: "A Geografia Geral e do Brasil" de EvERARno BACKEUSER, Biblioteca do Exército

e "Tratado General de Geopolítica - J. VrcENS VIVES - Editorial Teides - Bar­celona.

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se os portuguêses o conseguiram ao norte, ocupando a entra­da do Amazonas estabelecendo-se em Belém, não o conse­guiram ao sul, apesar das muitas lutas, pois o estuário do rio da Prata permaneceu com os espanhóis.

Por causas diversas, ligadas à forma de ocupação ou à pequena expressão regional dos rios, adotou-se, muitas vêzes, o cJJivortium-aquarum que predomina, como se pode apreciar, no nordes,te do Brasil, portanto, utilizando-se o relêvo como separador de unidades políticas.

Vejamos sua utilização em todo o território nacional:

1 - Região Norte

a - fronteiras. Maciço das Guianas: Brasil e Guianas.

Brasil e Venezuela. Serra do Divisor: Acre do Peru.

2 - Região Centro-Oeste

a - fronteiras: Serra do Amambaí: Mato Grosso - Paraguai.

b - limites: Espigão Mestre: Goiás da Bahia. Chapada das Mangabeiras: Goiás do Maranhão e Piauí.

3 - Região Nordeste

a - limites: cuestas, chapadas e serras: Manga­beiras, Tabatinga, Gurgueia, Marre­cas - Maranhão de Goiás, Piauí da Bahia, Pernambuco da Bahia.

4 - Região Leste

Serra Grande: Piauí do Ceará. Ibiapaba: Piauí do Ceará. Araripe: Pernambuco do Ceará. Apodi: Ceará do Rio Grande do Norte.

a - limites por serras do cristalino. Serra do Mar: São Paulo do Estado do Rio. Mantiqueira: São Paulo de Minas Gerais.

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Em alguns pontos, prevalece simplesmente a linha geo­métrica, unindo por uma linha reta dois pontos extremos; são traçados quase sempre onde não há densidade populacio­nal, pois esta geralmente ocasiona a sinuosidade das frontei­ras pelas disputas que promove visando garantir o território a ser repartido.

Encontramos essas linhas principalmente na Região Nor­te; ela é muito marcante, por exemplo entre o estado do.Acre e do Amazonas entre o Pará e Mato Grosso.

Até aqui vimos como foram determinadas as fronteiras, agora é preciso estudá-las no que se refere à sua "vitalização", isto é, verificar a efetiva ocupação humana da faixa de fron­teira.

A análise do mapa permite observar que a maioria das fronteiras brasileiras encontra-se na condição de fronteiras em formação, pois o número de habitantes na faixa fronteiri­ça ainda não permite que ela esteja realmente ocupada.

A área de fronteira que apresenta maior abandono é a da Região Norte, onde as cidades de Macapá, Boa Vista e Pôr­to Velho, capitais de territórios federais, constituem os cen­tros de maior importância nesta faixa.

Poucos são os pontos ao longo da fronteira brasileira, compreendida entre Oiapoque e o sul de Mato Grosso, que apresentam alguma dinamização, como a fronteira entre Ron­dônia e Bolívia, e a área da cidade de Corumbá.

A faixa de fronteira que acompanha as nações vizinhas, desde Corumbá até Jaguarão, já se acha relativamente po­voada e várias cidades de importância regional encontram-se aí localizadas: Ladário, Pôrto Murtinho, Foz do Iguaçu, São Luís Gonzaga, São Borja, Itaqui, Uruguaiana, Quaraí, Livra­mento e Jaguarão; várias estão ligadas por estrada de ferro à outras cidades do Brasil e do estrangeiro, permitindo o po­voamento ao longo dessas vias.

A faixa da fronteira sul apresenta importância econômi­ca especial, o que ocasionou desde o início da colonização, lu­tas entre os estados vizinhos para a tomada de posse da mes­ma. Há, desta forma, ao lado dos campos, ótimos para a pe­cuária, a fértil terra roxa para a agricultura e os saltos para a produção de abundante energia hidrelétrica. Em conseqüên­cia temos entre o Rio Grande do Sul e Argentina ou Rio Grande do Sul e o Uruguai, realmente uma fronteira viva, dinâmica porém não em tensão.

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Quanto à implantação de cidades no território nacional, devemos ver, não só as convenções do mapa, para se verificar a importância de cada uma segundo o número de habitantes mas, também, observar a posição de algumas metrópoles em relação à sua área de influência bem como o sítio que ocupam estas grandes cidades e as centenas de outras assinaladas no mapa.

Observam-se localizações ao longo dos rios; junto ao mar (baías, foz dos rios, etc.), e em pleno planalto a representa­ção no mapa das estradas de rodagem e de ferro, permite ob­servar quais as unidades da federação que estão melhor ser­vidas de meios de transportes, tendo-se assim urna idéia de corno grande parte do território nacional ainda está muito isolado das áreas mais desenvolvidas e que em geografia po­lítica significa desequilíbrio de poder nacional conforme teo­rias concluídas a respeito.

Encartes existentes no mapa político, como o sudeste, permitem observar melhor os limites políticos entre as uni­dades federativas, as cidades servidas pelas novas auto-estra­das, posição das metrópoles paulistanas e cariocas, etc.

No encarte sôbre o Distrito Federal, estudam-se com faci­lidade as latitudes e longitudes do D. F., o limite geométrico ao norte e ao sul e o limite pela separação fluvial a leste e oeste. A hidrografia dêste distrito mostra-nos que está situa­do num planalto dispersor de águas de duas bacias. Ainda se podem observar o sítio de Brasília na margem ocidental do lago Paranoá a presença das cidades satélites de Brasília e a irradiação das estradas de rodagem na direção de Belém, Belo Horizonte e Goiânia.

No encarte sôbre Brasília podemos analisar a função re­gional da cidade, com as áreas: administrativa, industrial, comercial e residencial; sua localização no mapa central, per­mite por outro lado analisar a posição que ocupa com rela­ção as diversas capitais do Brasil, razão principal da sua ins­talação, pois assim, com medida governamental pioneira, pro­cura-se contrabalançar a fôrça que tem sido muito atuante na formação histórica do Brasil, a presença do oceano Atlân­tico, responsável pelo maior povoamento e pelo maior núme­ro de unidades federativas junto a fronteira marítima.

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BIBLIOGRAFIA

1 - ALBUQUERQUE, Manuel Maurício de

1960 - "Expansão territorial do Brasil" in "Atlas do Brasil", 2.ª tiragem, pp. 3-8, Rio de Janeiro, IBGE, CNG.

2 - BACKEUSER, Everardo

1952 - "Geopolítica Geral e do Brasil", 275 pg., vols. 178-179, Rio de Janeiro, Editôra da Biblioteca do Exército.

3 - MAGALHÃES, J. Cezar de

1958 - "Algumas noções sôbre Geografia Política" in "Revista Brasileira de Geografia", Ano XX, n.0 2, abril-junho, pp. 230-238, Rio de Janeiro, IBGE, CNG.

4 - 1963 - "Organização Político-Administrativa Brasileira" in "Boletim Geográfico'', ano XXII, n.0 176, setembro-ou­tubro, pp. 620-631, Rio de Janeiro, IBGE, CNG.

5 - VICENS, J.

1950 - "Tratado General de Geopolítica", 230 pp., Barcelona, Editorial Teide.

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EVOLUÇÃO ECONôMICA DO ESTADO DA GUANABARA

Prof. JOSÉ CEZAR DE MAGALHÃES

Ao longo da história econômica do estado da Guanabara, podemos nos deter na fixação de um foco em tôrno do qual se irradiaram círculos representativos de períodos econô­micos. :Ê:ste foco pode ser simbolizado pelo pôrto do Rio de Janeiro e os círculos pelos ciclos econômicos representados pelo açúcar, ouro, café e industrialização e nos quais, se in­cluem com maior ou menor importância, a lavoura do sertão carioca.

Na extensa baixada, que em leque se espraia entre as águas da baía e o sopé da serra, constituindo a baixada da Guanabara, o homem ocupou não só a foz, mas, também, a margem dos numerosos rios que descem da serra em procura das águas da baía.

A ocupação visava freqüentemente a margem dêsses rios, pois suas águas constituíam a via natural de transporte dos produtos que se plantavam na baixada, entre êles assumindo caráter de produto de exportação, o açúcar.

O transporte do açúcar era feito de pôrto a pôrto, isto é, de um pôrto fluvial ao pôrto marítimo do Rio de Janeiro, no cais Faroux. Assim era necessário, uma vez que o transporte pela baixada era difícil em virtude das numerosas lagoas e alagados onde grassava a malária, transmitida pelos mos­quitos. Somente os engenhos mais próximos à área urbani­zada se comunicavam por terra com o Rio de Janeiro.

Neste primeiro hinterland do pôrto do Rio de Janeiro, processa-se a descida da cidade do morro do Castelo para a planície onde se passa à construção de trapiches, armazéns e, também, de igrejas e fortificações.

Nesta fase, como será demonstrado, a luta do homem contra os alagadiços será a conseqüência da prosperidade eco­nômica da região do Rio de Janeiro, obrigando a cidade a es­praiar-se sôbre uma nova superfície a ser preparada.

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O Rio de Janeiro do tempo da exportação do açúcar era então limitado pela Rua do Ourives (atual Miguel Couto), que ligava o Morro do Castelo ao da Conceição.

Fora desta área urbana, havia caminhos e estradas que iam ter aos engenhos situados nas atuais áreas residenciais e industriais da cidade. Da Ajuda partiam dois caminhos que sopeavam o Morro de Santo Antônio; para a direita era a estrada de Mata-Cavalos, continuada pela de Mata Porcos, que levavam aos vales do Catumbi e Rio Comprido, atingin­do finalmente o Engenho Velho, que mandava açúcar para a cidade; pelo lado oposto outro caminho conduzia também a um engenho de açúcar, o de Rodrigo de Freitas, na lagoa do mesmo nome.

Se na fase açucareira, a cidade conseguira estruturar um pequeno, mas ativo comércio ligado •à metrópole pela expor­tação de açúcar e aguardente, iria, no século XVIII, não só se expandir em sítio mas ampliar notàvelmente sua área de influência, tornando-se marcante sua posição na região su­deste; o pôrto passava a ter agora maior importância, pôsto que produto valioso sairia por êle, o ouro.

Ê:ste f ôra descoberto pelos bandeirantes em Minas Gerais, no vale do rio das Velhas, em 1701, mas não foi dominado nem por São Paulo, nem por Salvador; algo atuava contra essas cidades: era a menor distância que ia entre a área das minas e o pôrto mais próximo de exportação, o do Rio de Ja­neiro. Mas a serra do Mar se interpunha entre o litoral e o interior, e só por algumas passagens o homem conseguia pe­netrá-la.

Uma dessas passagens primitivamente utilizadas para a passagem do ouro era o caminho dos Goianazes, que levava o ouro ao pôrto de Parati, depois de o mesmo ter atravessado a serra da Mantiqueira e atingir Taubaté, no vale do Paraíba, pelo caminho do Embaú (Lorena). Porém Para ti, então flo­rescente, estava muito desabrigada contra uma tentativa de invasão estrang~ira e não iriam os portuguêses estabelecer nela nenhuma casa de fundição, o que só poderiam fazer no Rio de Janeiro, onde, em 1697, foi levantada a Casa da Moeda do Rio de Janeiro, fundindo-se o ouro proveniente de Tauba­té e Parati.

Não só Parati estava ameaçado de ataques, maiores ainda eram os riscos que as naves corriam no trajeto marítimo en­tre esta cidade e o pôrto do Rio de Janeiro. Fazia-se premente a abertura de um caminho direto entre êste e a área de ex­ploração das minas.

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A abertura do caminho Nôvo de Garcia Paes, em 1704, representou para o pôrto do Rio de Janeiro a abertura de um amplo hinterland, comprendido pelo planalto mineiro.

Não foi imediata, contudo, a captura de tão extensa área pela cidade do Rio de Janeiro e seu pôrto. A atividade econô­mica era realizada por paulistas que tinham interêsse em le­vá-lo para São Paulo. Por outro lado, Salvador era a capital do Brasil, e estava mais perto da metrópole do que o Rio de Janeiro. Quanto menor o percurso por mar, do ponto de vista de segurança, tanto melhor, e saindo por Salvador havia um bom trecho que era percorrido por terra.

Estávamos diante da luta pela área de influência de três grandes portos, luta esta que continuaria pelos séculos afora, mas neste primeiro embate o Rio de Janeiro foi vencedor.

No ano de 1722, menos de 30 anos após a descoberta do ouro, .o Rio de Janeiro consumava a captura econômica da área do planalto. As repercussões sôbre a cidade foram imen­sas. Obteve em 1763 a transferência da capital de Salvador para seu sítio, pois era preciso que o Govêrno estivesse perto da rota do ouro. Antes, em função do mesmo, já obtivera em 1693, que o Governador do Rio de Janeiro tivesse a jurisdi­ção dos negócios das Minas. Ao lado do ouro, a colonização do sul do Brasil e as lutas pela Colônia do Sacramento, exigiam a presença de um melhor comando de tropas no Rio de Ja­neiro.

Quando o pôrto capturou o planalto, permitiu à cidade que o abriga colocar sob sua área de influência numerosas cidades do sudeste que estavam ligadas à sede do vice-reino pelos caminhos de tropas de burro que traziam o ouro e le­vavam os produtos estancados que vinham da metrópole (sal, vinho, azeite).

Sendo o Rio de Janeiro o pôrto escoadouro das minas e transformado em capital da colônia, multiplicou suas funções urbanas, o que resultou num aumento sensível da sua popu­lação, dando-lhe fôrças para completar a conquista dos bre­jos e lagoas. A expansão da cidade se fêz para o norte e para o sul, aproveitando os dois caminhos mestres que constituíam os tentáculos do século anterior.

Faz-se a urbanização da Lapa e até o sopé da Glória es­praia-se a cidade, aparecendo nos vales as chácaras caracte­rísticas.

Para oeste a cidade estende-se até o campo de Santana e para o norte, na área do atual pôrto, começava o povoa­mento. ·

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Com a expansão da cidade para oeste, já se sentia a ne­cessiàade de uma área mais ampla para o pôrto, que passaria a ficar também mais abrigado dos ventos e das ressacas, pois iria se localizar atrás da ilha das Cobras.

A nova função econômica da cidade possibilitou que no século XVIII, se construísse nas· enseadas de Prainha, Va­longo e Gamboa, trapiches para as mercadorias. O Valongo abrigou então armazéns de escravos entrados agora pelo pôrto, em escala crescente, para trabalhar nas minas do planalto.

Em função da exportação do ouro e da presença do go­vêrno, grandes melhoramentos foram feitos por parte dos vice­-reis: construção de um cais de pedra no terreiro do Carmo (Praça 15) e diversos trapiches na Saúde, captação do rio Ca­rioca, aquedutos, chafarizes da Carioca e do Paço.

A vasta área aberta em função do hinterland do ouro am­pliar-se-á a partir do século XIX no sentido sudoeste, com a penetração do café pelo vale do Paraíba e posteriormente com a chegada do mesmo à zona da Mata e ao sul de Minas.

O pôrto do Rio de Janeiro, que via esgotar-se suas possi­bilidades como exportador de ouro, teve no café a grande opor­tunidade de continuar a ser o elemento essencial que dava à cidade do Rio de Janeiro condições de avançar no seu destino de grande metrópole.

Ao início da fase cafeeira junta-se, por coincidência his­tórica, a criação do Brasil-Reino, instalando-se no Rio de Ja­neiro a Família Real Portuguêsa, obrigada a atravessar o Atlântico em virtude da invasão napoleônica na península ibérica. Desta forma tôda a adaptação necessária da cidade e do seu pôrto, no início da fase cafeeira, contava com o favor do tesouro português aqui instalado.

O café, que fôra trazido da Guiana Francesa, ràpidamen­te abandonou as encostas dos morros cariocas para atingir o vale do Paraíba. Porém mais do que os benefícios da presença do govêrno português, acontecimentos de cunho excepcional, do ponto de vista econômico, iriam modificar a paisagem da área cafeeira, aumentando extraordináriamente as possibili­dades do pôrto do Rio de Janeiro.

A revolução industrial surgiu na Europa com a invenção da máquina a vapor e a sua aplicação nos transportes. No Brasil graças ao gênio industrial do barão de Mauá, foi cons­truída a primeira estrada de ferro em 1854, ligando o fundo da baía de Guanabara à raiz da serra dos órgãos. Poucos anos depois, a Estrada de Ferro D. Pedro II iniciava a sua marcha

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em procura do café. Estava-se iniciando a estruturação de um vasto hinterland portuário no Brasil, do qual o pôrto do Rio de Janeiro funcionaria como os pulmões e os trilhos como as artérias.

A medida que novas áreas cafeeiras iam sé constituindo, os trilhos iam à sua procura; em 1864 a Estrada de Ferro Central do Brasil .chegou a Barra do Piraí, em 1871 a Pôrto .Nôvo do Cunha, que era a porta de entrada para a zona da Mata, em 1875 fazia junção, em Cachoeira, com a linha que vinha de São Paulo, marcando a área de influência das duas capitais. Entre 1880 e 1900 são feitos os maiores assentamen­tos de trilhos, surgindo uma série de pequenas estradas inde­pendentes, mais tarde absorvidas pelas atuais. Enquanto a Estrada de Ferro Central do Brasil captava todo o vale do Paraíba e depois se dirigia para Belo Horizonte, onde mais tarde iria trazer o ferro para exportar pelo pôrto do Rio de. Janeiro, a Estrada de Ferro Leopoldina organizava o hinter­land da zona da Mata e a Rêde Mineira de Viação expandia-se pelo sul de Minas, tendo contudo como ponto de partida, no litoral, a cidade de Angra dos Reis.

O pôrto do Rio de Janeiro transformara-se no primeiro exportador de café do Brasil, e até os dias atuais êste cons­titui o seu produto número um de exportação.

Como refletira na expansão da cidade do Rio de Janeiro êste "boom" econômico serh precedentes?

Já no início do ciclo cafeeiro, o Rio de Janeiro era uma cidade de 60 000 habitantes. A exportação do café provocou o adensamento da população nos bairros da Saúde, Valongo, Gamboa, onde os morros, encostas e enseadas foram ocupa­das com residências, firmas comerciais, trapiches, etc.·

Novas ruas foram traçadas nas áreas que já alcançavam o Campo de Santana, da mesma maneira que os fundos dos vales em Laranjeiras, Botafogo e Gávea eram ocupados. No Catete havia casas de nobres, tanto na rua principal como nas transversais.

A presença da Família Real em São Cristóvão fêz nascer a Cidade Nova, e já nos meados do século XIX a presença da estrada de Ferro organizava os primeiros núcleos suburbanos como Engenho Nôvo, Engenho de Dentro, Piedade, Cascadura e outros.

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Com exceção do ouro que se esgotara, o aparecimento de uma nova atividade econômica não significava o término da anterior, pelo contrário, tornava mais complexa a região ago­ra intensamente servida pelas estradas de ferro às quais vi­nham se juntar, a partir de 1930, as estradas de rodagem.

Desta forma, junta-se ao café, atividade essencialmente comercial, a atividade industrial que levaria o Brasil a uma fase de industrialização, fazendo-o abandonar a situação de um país de economia tipicamente colonialista, isto é, de ex­portador de matérias-primas.

A instalação de fábricas não só na área da cidade, mas nas cidades próximas, transformou o Rio numa metrópole, permitindo que, do ponto de vista industrial, a classifiquemos como um complexo portuário.

Pode-se destacar nesta industrialização duas fases dis­tintas, uma anterior a 1930, quando as indústrias ainda são embrionárias, caracterizando-se por serem indústrias têxteis que se espalham pelos vales do Maracanã e da Tijuca em bus­ca de água limpa e do potencial hidráulico. São ainda esta­belecimentos isolados que não têm pêso no giro financeiro da cidade.

O comércio da cidade ainda está fortemente marcado pe­la presença de firmas européias que se ligam às importações pelo pôrto. Casas alemãs, francesas e inglêsas se distribuem pela avenida Rio Branco e ruas transversais. Uma análise con­junta das bandeiras indica a primazia dos navios europeus. Não há pràticamente tarifas protecionistas para a indústria nacional, e no Congresso, as crônicas nos relembram, vários representantes do povo consideram uma utopia industrializar o Brasil.

Após 1930, e principalmente a partir de 1940, começa-se de fato a industrialização, estabelecendo-se, como pilar da mesma, as indústrias de base como a siderurgia e a de ci­mento, que vieram ultimamente a ser secundadas pela indús­tria petrolífera e a de estaleiros navais. Estas indústrias de­penderam e dependem grandemente do pôrto, tendo êste sido uma peça fundamental de suas instalações, pois através dêle

. era importada tôda a maquinaria para montagem das mes­:n1as, bem como as matérias-primas para elaboração dos pro­dutõ:.5 industriais.

Ern tôrno de Volta Redonda, como longe dela, e em .tôrno da refina:::ia de Duque de Caxias, estruturam-se novas fábri­cas como a;, metalúrgicas, fábricas de auto-peças, tambores,

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asfalto fertilizantes, produtos químicos, estaleiros. O pôrto passa ~ importar em escala crescente metais não ferrosos ne­cessários a essas várias indústrias.

O número crescente de fábricas reflete-se na cidade e seu comércio abandona aquêle caráter de extrema dependência da Europa. Mas é verdade que várias emprêsas comerciais ou industriais continuam a entrar no país, porém agora são de procedência norte-americana.

As funções da metrópole carioca multiplicaram-se de tal forma que não se pode citar agora o pôrto como o único e grande fator de expansão da cidade como o fôra com o açú­car, o ouro e em grande parte com o café. As repercussões da industrialização provocaram uma explosão urbana, represen­tada não só pelo forte crescimento vertical como pela dila­tação da área suburbana da cidade.

As indústrias inicialmente apenas adensaram os bairros existentes como, por exemplo, os da zona portuária como a Gamboa, trechos centrais do perímetro urbano, imediações das ruas do Riachuelo, Frei Caneca, São Cristóvão.

Destas zonas de concentração se irradiaram os principais eixos de localização das indústrias, invadindo francamente território suburbano: Central, Leopoldina, Rio Douro. Entre o cais do pôrto e a Leopoldina, rasgou-se a Avenida Brasil, agora ocupada por numerosas fábricas. Hoje em dia a Ave­nida das Bandeiras prossegue êsse "rush" de indústrias e o govêrno estadual planeja a industrialização em Santa Cruz.

As cidades satélites se industrializam como Nova Igua­çu, Duque de Caxias e Nilópolis, e o Recôncavo da Guanabara está preparado para o recebimento de novas indústrias.

Os reflexos urbanos estão na paisagem: são os numero­sos subúrbios que surgem e a transformação de alguns em bairros como Bonsucesso; conjuntos operários se espalham · como os do IAPC, !API, IAPTEC, Portuários; os transportes suburbanos cada dia com mais linhas. Cascadura e Madu­reira, distribuem lotações e ônibus em tôdas as direções e em cada um dêles o crescimento vertical já é uma realidade .. , -·-- ·

Mas apesar da expansão industrial do estado da t'.lua­nabara, suas áreas à oeste ainda se conservam agrícolas e so­mente em pequenos trechos de Campo Grande e Ja0'àrepaguá há presença de maior densidade urbana. .,

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Desta forma, as baixadas de Jacarepaguá, Sepetiba e San­ta Cruz e as encostas do maciço da Pedra Branca continuam sendo ocupadas por culturas de bananas e laranjas, mas a plantação citrícola vem cajndo muito após a Segunda Guer­ra Mundial.

Os bananais, contudo permanecem nas encostas da ser­ra Geral de Guaratiba, alcançando, às vêzes, as baixadas em tôrno.

Ao lado dessas culturas permanentes, surgem numerosas hortas, principalmente na Vargem Grande, em Jacarépaguá.

Também nos subúrbios mais distantes, como Irajá, Costa Barros, Barros Filho, algumas áreas vasias, percorridas por diversos rios, permitem que lavradores portuguêses se dedi­quem à horticultura que, em alguns casos, apresenta aspectos curiosos, pois é feita sob a rêde de energia, nos terrenos da Light, alcançando por vêzes grande comprimento, como por exemplo entre Acari e Madureira.

Em Santa Cruz, a paisagem agrária é caracterizada por culturas variadas, destacando-se as plantações de coqueiro­-anão e de eucaliptais. A elas se associam às vêzes, como em Sepetiba, a criação de gado.

Ao norte do estado, o maciço do Mendanha, com vales apertados, apresenta, ainda, um aspecto marcadamente ru­ral onde, ao lado de pomares, extensos bananais interrompem a pujante floresta tropical.

BIBLIOGRAFIA

1 - ABREU, SÍLVIO FRÓIS 1951 - "O Distrito Federal e seus recursos naturais", 318 pgs.,

IBGE, ONG, Rio de Janeiro. 2 - CoARACI, Vivaldo

1955 - "Memória da cidade do Rio de Janeiro", vol. 88, 580 pp., Coleção Documentos Brasileiros, José Olimpio Editôra, Rio de Janeiro.

3 - GALVÃO, Maria do Carmo Corrêa 1957 - "Lavradores Brasileiros e Portugueses na Vargem Gran­

de" in: Boletim Carioca de Geografia, ano X, b:úmeros 3 e 4, pp. 35-40, Associação dos Geógrafos Brasileiros, Rio de Janeiro.

4 - MAGALHÃES, José Cezar de 1964 - "O pôrto do Rio de Janeiro - Fator de expansão da ci­

dade - Seus problemas atuais", 18 pp., apostila do Curso de Geografia Carioca para a cadeira de estudos sociais, SRRJ da AGB.

5 - Associação dos Geógrafos Brasileiros 1962 - "Aspectos da Geografia Carioca", 284 pp., IBGE, CNG,

Rio de Janeiro.

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UTILIDADES DO ATLAS GEOGRÁFICO ESCOLAR

Prof.ª MARIA MAGDALENA VIEIRA PINTO

1. INTRODUÇÃO

Embora muitos não percebam e possam até discordar, en­contramos diferença entre uso e utilidade do Atlas. Enquanto o primeiro caso envolve um hábito, que aparece por fôrça de simples e formal costume, o segundo caso indica, mais clara­mente, uma aplicação vantajosa, cuidada, com propósito de­finido.

Assim é que distinguimos, entre os professôres, os que usam e os que utilizam o Atlas. Usar forma hábito, mas nem todo hábito, necessàriamente, corresponde ao que é útil. Portanto, só tiramos proveito do Atlas, na medida que conhe­cemos o que êle representa, ou seja, na medida que compre­endemos sua utilidade e vantagem ao ensino da Geografia.

2. TÉCNICA DE OBSERVAÇÃO E INTERPRETAÇÃO

Nunca é demais repetir: o Atlas é a imagem reduzida dos elementos e acidentes da superfície terrestre. Devidamente interpretado, nos ajuda a analisar e compreender o que cada mapa contém e representa.

Como é preciso saber para transmitir, o professor que de­seja ensinar o aluno a interpretar figuras, traços e côres que compõe um mapa, deve necessàriamente dominar o assunto.

A análise do mapa começa pelo título, prossegue na aná­lise da legenda, processo de representação, e finda com o exa­me da projeção e escala 1 •

1 Veja no Curso de Férias para Professôres de Geografia da Ensino Médio, janeiro de 1965, nossa aula sôbre "População" onde abordamos, com maiores de­talhes, êste assunto.

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Êstes são os elementos fundamentais do mapa e sômente depois que o aluno domina esta análise poderá ler e interpre­tar o próprio mapa 2

3. EXEMPLOS DE TRABALHOS DISCENTES COM O AGE

A Geografia, sabemos, é matéria de observação e o ensino geográfico procura desenvolver hábitos de observação, ra­ciocínio, dedução e comparação. O estudo da relação (causas e conseqüência, meio ambiente e homem) é objetivo da ciên­cia e da metodologia geográfica.

São muitos os recursos e material didático de que se po­derá valer o professor, na paciente e sistemática tarefa de educar e instruir através do ensino geográfico: livro-texto, ex­cursões, todo o riquíssimo e variado conjunto dos recursos audio-visuais, constituem excelentes auxílios que complemen­tam o ensino. O mais importante é o Atlas indispensável ao profeswr e aluno, pois resume os fundamentais princípios geográficos de extensão, analogia causualidade.

Os mapas do Atlas Geográfico Escolar prestam-se para uma interpretação minuciosa, isoladamente ou relacionada a outros mapas, conforme os seguintes exemplos de análise e interpretação.

l.º Exemplo: "Análise e interpre.tação do mapa: Tempera­tura - Chuvas - Clima do Brasil"

OBJETIVO

Trata-se do estudo de um importante capítulo da Geo­grafia Física, e de grande influência na Biogeografia. O pro­fessor orientará êsse estudo no sentido da correlação geográ­fica. Assim, os alunos compreenderão como o clima, até cêrto ponto, é responsável pela cobertura vegetal de uma região, bem como observarão a influência que o clima exerce sôbre as atividades do homem (agricultura e pecuária) concluindo. portanto, como indiretamente, ou não, o clima contribÚi .na formação das diferentes paisagens naturais da terra. ·

' Há muita diferertça entre· poder interpretar e saber interpretar \lm. 'núpà. Só sabe interpretar o mapa o alunc:r que foi ensinado a observar, distinguir,_ olhar enfiln, os elementos fundamentais que con1põem um mapa servindo-se, na:tural-mente, de muitos exercícios de relação corri outros mapas. · · '' ·' ·:

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118 CUR~O DE INFORMAÇÕES GEOGRÁFICAS

MAPAS DE CORRELAÇÃO

Para desenvolver o estudo conforme a sugestão acima podem ser utilizados os seguintes mapas do Atlas Geográfico Esc?lar: Bras~l: _vegetação, relêvo, população povoamento, agricultura, criaçao. Geral: correntes marinhas, situação e po­sição dos continentes, climas, vegetação.

FUNDAMENTAÇÃO

As idéias que podem ser desenvolvidas, segundo os obje­tivos citados envolvem essencialmente dois pontos: causas e conseqüências.

No estudo das causas, o professor levará o aluno a obser­var: a relação entre os elementos do clima (temperatura e chuva) e seus fatôres (latitude, altitude, relêvo, contihentali­dade); entre a configuração dos continentes e os tipos climá­ticos; as semelhanças e diferenças climáticas entre áreas ad­jacentes e assim sucessivamente. Na análise das conseqüên­cias, as observações do educando devem ser dirigidas para observar a íntima relação dos tipos climáticos com, a vege­tação; ao mesmo tempo que observará a relação existente entre a distribuição e época das chuvas das diferentes zonas climáticas com os tipos de agricultura (temporária ou per­manente) dessas mesmas áreas; o mesmo critério para loca­lizar (e compreender) a relação entre zonas de criação e os diferentes tipos climáticos.

ESTUDOS RELACIONADOS

Procedendo desta forma, o professor chegará a outros temas correlatos, como por exemplo: distribuição da popula­ção, migrações internas, migrações estrangeiras.

Partindo do tema central, no caso aqui, o estudo do cli- ' ma, pode-se indagar (e estudar) por exemplo até que ponto os emigrantes obedecem ao que se chama "lei dos paralelos" (condições climáticas semelhantes) ou se certos rigores cli­máticos ocasionam, por vêzes, movimentos de população (êxo­do no Nordeste), ou ainda se as isaritmas de população rela­cionam-se ao tipo climático (Amazônia).

É claro que êsses, como outros assuntos, serão desenvol­vidos' a critério do professor, que observará certamente as con­dições peculiares de sua classe. Convém ressaltar, entretanto, que tais correlações sejam feitas naturalmente, com cuidadosa e detalhada interpretação evitando, assim, um errôneo e condenável determinismo geográfico.

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SUGESTÕES PARA TRABALHOS E EXERCÍCIOS

O estudo de clima do Brasil abrange 5 mapas, os quais formam 3 assuntos distintos:

a) mapa de temperatura deve ser interpretado com o mapa de amplitude térmica anual;

b) mapa de chuvas com o mapa das precipitações anuais da faixa serrana do Brasil Sudeste;

e) e, finalmente, o mapa da classificação climática, que naturalmente não prescindirá dos quatro acima ci­tados.

Vejamos agora alguns exemplos de análises de interpre­tação que êstes assuntos oferecem.

TEMPERATURA

- localização das max1mas e das mínimas, observando paralelamente a altitude e latitude.

- comparação entre as isotermas e as linhas do relêvo. - distribuição dos valôres máximos de temperatura, em

relação a linha do equador térmico. - dentro das diferentes zonas térmicas, análise das ca­

racterísticas de solo e vegetação. - interpretação comparativa da amplitude térmica

anual ao sul do Capricórnio e ao Norte do Equador, em relação a latitude.

CHUVAS

- ,localização e análise das áreas de diferentes regimes de chuvas.

- localizar e analisar as zonas mais chuvosas, observan­do em cada uma delas as influências dos elementos mais importantes (por exemplo, na Amazônia - si­tuação geográfica zona do equador).

- relação das áreas mais sêcas do litoral N-NE com a existência das salinas.

- análise comparativa da área de deficiência de chuva do Nordeste com a área de excesso de precipitação da Amazônia.

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TIPOS CLIMATICOS

- analisar cada um dos tipos climáticos, observando os fatôres do clima.

- observar a grande caracerística climática do Brasil em relação a sua situação geográfica (tropicalismo).

- relacionar cada tipo climático com a vegetação e o relêvo a fim de interpretar a localização dos mesmos.

- efetuar comparações com os tipos climáticos do globo. - comparar as zonas de desenvolvimento agrícola com

os tipos climáticos.

OBSERVAÇÕES: naturalmente o professor pode, também, realizar estudos e exercícios sôbre escalas, legendas, gamas hipsométricas, projeções, sinais convencio­nais, e,tc.

SUGESTÕES PARA ATIVIDADES DISCENTES

- vocabulário geográfico ilustrado. - càlendário mensal do tempo. No segundo exemplo, o professor orienta os alunos para

as seguintes observações: ventos, chuvas, estado do céu e cal­cular a temperatura diária. No fim do dia, tomada a tempera­tura mais baixa e a mais alta, faz-se o cálculo da média do dia. Essa média, juntamente com as demais observações sôbre o tempo já citados, formam, então, o Calendário Mensal do Tempo. Para realizar essa atividade, basta o termômetro para medir a temperatura. Os demais elementos do clima (chuva, vento, estado do céu) serão simplesmente observados e transformados em símbolos no painel do calendário. É in­teressante observar que êsse calendário poderá ser anual tam­bém. Para isso o período de observações será maior e êstes poderão abranger, inclusive, as estações do ano, a época de plantio e colheita das principais culturas agrícolas da região, onde vive o aluno.

Essa atividade (que poderá ser efetuada extra-classe) atende ainda a· uma articulação maior com outras discipli­nas· (no caso a cadeira de Ciências), alcançando assim um dos objetivos da Escola e da Geografia.

2.º Exemplo: "Análise e interpretação do mapa: Oceano e Mares"

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OBJETIVO

Os alunos são encaminhados para observações de assun­tos correlatos, tais como: correntes marinhas, situação e po­sição das terras (ou continentes) em relação aos oceanos e mares; analisam também o tráfego marítimo, em relação à tonelagem, aos portos e aos mercados mundiais. É interessan­te, por exemplo, estudar em particular e com detalhes, uma determinada área da terra, onde além dos elementos acima apontados, possam ser analisados outros mapas, como distribuição da população, o qual possibilitará interessantes conclusões sôbre o povoamento e colonização das terras (que estão sendo estudadas) em relação aos oceanos e aos mares.

Seja qual fôr o tipo de observação é importante salientar neste estudo, a grande dependência entre o homem e o ele­mento líquido.

MAPAS DE CORRELAÇÃO

Seguindo o critério apresentado, podem ser utilizados qualquer um dos mapas dos continentes (Ásia, África, Euro­pa, América) para o estudo de detalhe, e os seguintes mapas, para estudos de relação mais profunda: oceanos; correntes marinhas e relêvo para estudos de geografia física; distribui­ção da população; tráfego marítimo e planisfério da Divisão Política para os estudos de geografia humana e econômica, sempre relacionando-se ao tema de oceano e mares.

FUNDAMENTAÇÃO

Um estudo que permite interpretações geográficas e tão variadas correlações, pode ser analisado segundo os dois critérios clássicos: da geografia física e da geografia humana.

No primeiro caso o aluno dirige as observações para as formas litorâneas (costa baixa, dunas, costa alta, falésia, costa rochosa) e sua relação com as formas de relêvo (pla­nície, planalto). Neste caso o estudo não se restringe a sim­ples localização ou descrição. Observações assim realizadas levam os alunos a compreender e explicar os seguintes fatos: o variado aspecto do litoral, e respectiva correspondência com o relêvo interior; as zonas mais favoráveis as altas e baixas marés e sua respectiva importância na formação das corren­tes marinhas, e dos ventos ao tipo climático; o relêvo submari­no em relação a certos acidentes geográficos, como baías, del-

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tas, rias, ilhas, lagos. Além disso, permite ampla revisão dos conhecimentos geográficos já adquiridos, bem como é uma excelente oportunidade de rever e ampliar o vocabulário geo­gráfico do aluno.

Quanto a aplicação dêste estudo no campo da geografia humana (e econômica), sugerimos, por exemplo, a análise e observação dos oceanos e mares como vias de comunicação, (canais interoceânicos) amplamente utilizados pelos homens, desde as mais épocas remotas, como um dos mais accessíveis meios de transporte (os grandes itinerários, as linhas de cabo­tagem regulares, permitindo a colonização e povoamento de terras distantes) e de comércio transformando determinados pontos do litoral (portos) em importantes núcleos comerciais e populacionais.

Também a notável impor.tância dos mares como fonte de alimentação, constituindo mesmo para certos povos uma atividade econômica das mais importantes (pesca), sendo, além disso, fonte de constantes pesquisas científicas (ocea­nografia).

ESTUDOS RELACIONADOS

Desta maneira, o assunto sugere um grande número de estudos correlatos, enriquecendo muitíssimo o conhecimento pessoal do aluno e, principalmente, aumentando sua compre­ensão sôbre a importância do estudo efetuado. Anotamos os seguintes assuntos relacionados ao estudo de oceanos e mares:

- oceanografia - objetivos, contribuições; - plataforma continental; - águas ,territoriais - seus limites para pesca; - flora e fauna marítima - importância do plancton; - cabo submarino - vantagens como meio de comuni-

cações; - navegação marítima e navegação submarina; - os grandes itinerários marítimos atuais; - funções e características dos portos; - densidade, temperatura, salinidade, côr da água do

mar.

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SUGESTÕES PARA TRABALHOS E EXERCÍCIOS

Sabemos que observar, descrever, relacionar e explicar são normas fundamentais do ensino de geografia. No estudo dêste tema ou de qualquer um dos assuntos a êle relaciona­dos, o propósito final é atingir aquêles objetivos. Ao profes­sor cabe dosar os tipos de trabalhos e exercícios que o aluno executará, através das diferentes séries, e de acôrdo com os princípios pedagógicos básicos. Oferecemos algumas suges­tões para trabalhos e exercícios:

- relação entre a plataforma continental e a grande pesca;

- possibilidade da existência de riquezas minerais no fundo dos oceanos (petróleo), e seu aproveitamento econômico;

- direção das correntes marinhas e comparação com as grandes rotas de navegação;

- comparação do relêvo terrestre e relêvo submarino; - elaborar gráficos sôbre profundidades ou proporção

entre mares e terras; - interpretação de perfis ou realização dos mesmos, de

de acôrdo com os numerosos elementos que o Atlas oferece;

- compreensão e precisão no uso do vocabulário geográ­fico baseado nas expressões que êsse tema proporcio­na (talude, fossa, dorsal, bacia);

- localização dos principais acidentes geográficos ~ist­mos, estreitos, ilhas canais) e posterior descrição. Ou exercícios gráficos dos mesmos, conforme sugestões metodológicas já apresentadas;

- divisão clássica dos oceanos e mares relacionando-se as principais mercadorias transportadas com as prin­cipais rotas de navegação.

SUGESTÕES PARA ATIVIDADES DISCENTES

Vários tipos de trabalhos proporciona êste estudo. Desde a sempre recomendada e importante excursão (à uma praia, para aquêles que vivem no litoral), ou à visualização (filme sôbre o mar e a vida no litoral para os que vivem no interior), ou ainda outras atividades, como:

- catalogar figuras e desenhos sôbre fauna e flora oceânica;

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organizar albuns sôbre cidades que vivem na depen­dência do mar;

- trabalho de pesquisa sôbre os portos exportadores e importadores de um continente ou país;

- características dos portos petrolíferos e carboníferos; - pesquisas sôbre: cabo submarino, submarinos atômi-

cos (porque marcou época a viagem do "Nautilus"?) .3

4. ALGUNS EXEMPLOS PRÁTICOS DE EXERCíCIOS

4 .1 - Geografia do Brasil (perguntas formuladas em turmas do l.º grau do nível médio)

Consulte o Atlas e responda:

- Identifique os tipos de vegetação da ilha de Marajá. - Caracterize a altimetria das ilhas Comprida e Grande

e a batimetria das ilhas de Trindade e Martin Vaz. Recursos minerais do Pantanal Mato-Grossense: lo­calize-os. Que bacias hidrográficas são separadas pelo Espigão Mestre? Caracterize sumàriamente o litoral meridional (24° Long. S e 46º W de Greenwich) quanto ao relêvo, vegetação, geologia e população.

- A região do Quadrilátero de Ferro está na serra .... . . . . . . . . . . '. . . . . e a zona de maior produção de car-vão está próxima a serra ................. .

- Defina, usando a Caderneta de Vocabulário:

- Pedologia - Economia de Coleta - Hiléia

Plantation - Curvi;>. hipsométrica - Curva batimétriéa -- Amplitude térmica

. -;- Massas de ar _:__ Isotalantosa

a É recomendável ainda leituras sôbre aventuras nos mares, tão ao gôsto da idade d.Os alunos: "Expedição Kon-Tiki", "20 mil lég'Uas submarinas", e outros livros que possibilitarão depois comentários em classe, ou trabalhos escritos.

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- Relacione:

- Qual o tipo de clima correspondente à: - floresta equatorial: - mata de araucária: - campos (região meridional): -· cerrados:

- Tipo de solos que corresponde o cerrado de Roraima - Localize na zona do Planalto Central:

- isoietas anuais - isotermas

- A qual bacia hidrográfica pertence a serra de Ibia­paba?

Descreva:

- O regime pluviométrico da zona que corresponde a seguinte localização no mapa de relêvo e hidrografia do Brasil: - Paralelos de 8° e 16º Lat. S - Meridianos de 38º e 46° Long W de Greenwich

- A agricultura comercial do Brasil, relacionando-a ao clima e vegetação.

4. 2 - Geografia Regional (perguntas formuladas em tur-mas do l.º grau do Nível Médio)

Consulte o Atlas e responda:

Localize (dando o nome dos países):

- jazidas de petróleo na América do Sul - jazidas de ferro na América Central - jazidas de bauxita na América do Norte

- Qual a produção agrícola mais importante do Equa-dor?

- Qual a riqueza mineral do deserto de Atacama? - Localização do Lago Titicaca. - Densidade demográfica das seguintes cidades:

- México - San Juan - Los Angeles

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- A área mais larga da América do Sul está compre­endida em que latitudes? (Dê a localização completa)

- Em janeiro as isotermas de ...... abrange o extre-mo setentrional da A. do Sul, é em julho a isoterma de ...... quase se confunde com o paralelo de 50° Sul.

- A floresta la tifoliada corresponde aos climas ..... . . . . . . . . . . . , ............ e ............ .

- As isoietas acima de 2000 mm localizam-se na Amé­rica Meridional nas seguintes zonas:

- As 1soietas de menos de 250 mm sofrem a influência das seguintes correntes marinhas: ............. , ............. e ............. tôdas elas correntes ............ .

- Localização das ilhas Falkland ou Malvinas (Coorde-nadas)

- Coordenadas geográficas da cidade de São Paulo. - Porque nos climas quentes predominam as florestas? - Na planície Amazônica o principal rio é o Amazonas

e na planície costeira dos Estados Unidos o rio prin-cipal é o ............ .

- Em que países da América do Sul encontramos jazi­das de hulha?

- A área mais estreita da América do Sul avança em direção sul, não atingindo o paralelo de ........... . latitude ............ .

- Em julho a isoterma de ............ dirige-se para o sul do continente sulamericano, e tem seu limite meridional próximo aos formadores do rio ......... .

- As maiores altitudes caracterizam-se por frio extre-mo, como por exemplo: na América do Sul nos ... . . . . . . . . . e na América do Norte nas ............ e

- A vegetação de coníferas têm a seguinte localização e correspondência climática:

- Por quê é importante a zona dos Grandes Lagos da América do Norte?

- O que é ciclo hidrológico? Faça um desenho explica­tivo.

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CURSO DE INFORMAÇÕES GEOGRÁFICAS 127

- Estabeleça relações entre as áreas não aproveitadas agricolamente e o clima dominante. (A. Sul)

- Quais as principais zonas de agricultura associada •à criação de gado, e agricultura comercial de cereais na América do Sul? e onde estão localizadas as zonas de agricultura mediterrânea nas Américas?

- Caracterize a economia (vegetal e mineral) e popula­lação (quanto à densidade) das seguintes regiões:

- Canadá Oriental - Nordeste dos Estados Unidos

- Descreva a economia predominante da Região Sul dos Estados Unidos.

- Estabeleça relações entre agricultura comercial de produtos tropicais e vegetação. (A. do Norte)

4. 3 - Geografia do Brasil (perguntas formuladas em turmas do 2.0 grau do Nível Médio)

Consulte o Atlas e a Caderneta de Vocabulário e res­ponda:

- Os ventos que sopram no Brasil são produtos do des­locamento de massas de ar, cuja importância maior advém de sua localização. Dê o nome e localização des­sas massas de ar:

- No Brasil as estações do ano são marcadas pelas .. . . . . . . . . e não pelas ............ que são na ver-dade, pouco variadas.

- O domínio do clima tropical é o . . . . . . . . . . . . e a vegetação característica resultante dêste clima são a ............ e ............ .

- A existência de campos na Amazônia é mais um re­flexo do . . . . . . . . . . . . . . que do clima.

- Defina:

- Fitogeografia - Isoieta - Araucária - Posição - Espaço - Região Tropical e caracterize-a quanto aos princi-

pais problemas pedológicos apresentados nestas áreas.

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128 CURSO DE INFORMAÇÕES GEOGRÁFICAS

- Localizar:

- Região de mais alto índice energético: - Região carbonífera: - Quadrilátero de ferro:

- Relações:

- Que relações econômicas existem entre o mundo tro-pical e o mundo de latitudes médias?

- Algumas razões pelas quais o Brasil não possui total­mente o clima do típo tropical.

- E através do meio natural que se entende o significa­do do povoamento do Brasil. Coloque nas colunas abaixo as correspondências necessárias:

Meio Natural 1 2 3 4 5

Povoamento

- No estudo da geografia da população, três são os as­pectos a considerar:

- Enumere e caracterize a estrutura da população se­gundo os principais setores de atividade.

4. 4 - Geografia Regional (perguntas formuladas em turmas do 2.º grau do Nível Médio)

- Localizar com o auxílio do Atlas:

- Grande região temperada 1 - Zona fria - Zona quente e úmida dos Estados Unidos - Região árida - Região mediterrânea - Área de maior produção de carvão e aço na URSS: - Área entre índia, China e Bhutan, uma das regiões

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CURSO DE INFORMAÇÕES GEOGRÁFICAS 129

mais montanhosas do mundo: - Ilha que está a SO da Sicília e prox1mo da Líbia e

Tunísia que recentemente tornou-se independente:

Pequenas sínteses: Caracterizar os recursos energéticos dos Estados Uni­dos, relacionando-os ao alto índice industrial daque­le país. Caracterize a agricultura das "pradarias".

5. VOCABULÁRIO: TÉCNICA DE AQUISIÇÃO E UTILI­ZAÇÃO

A Geografia é também uma descrição dos fatos. É ne­cessário que o estudante adquira o conhecimento de um míni­mo de têrmos geográficos para aplicá-los com precisão. A uti­lização constante do Atlas possibilita a aquisição de variada e rica nomenclatura geográfica.

O aluno enriquecerá seu vocabulário com a terminologia regional e, em pouco tempo, empregará corretamente a no­menclatura dos fatos, fenômenos e acidentes geográficos. Em cada aula, 4 forçosamente o Vocabulário que se encontra no final do Atlas será consultado e outros vocábulos serão acres­cidos às lições. Não se trata somente de um enriquecimento especificamente geográfico mas de um valioso aprimoramen­to vernáculo, que ajudará o aluno a se expressar corretamen­te nos exercícios orais ou escritos.

6. RELAÇÕES COM OUTRAS DISCIPLINAS NO EMPRÊ­GO DO AGE

O uso do Atlas, na medida do posível, deve ser comple­mentado com gravuras, fotografias, projeções, excursões, en­fim tudo quanto possa multiplicar a documentação do estu­do geográfico.

São de grande utilidade também, os exercícios cartográ­ficos (desenhos esquemáticos feitos em cartogramas ou ma­pas mudos), onde o aluno terá oportunidade de sintetizar fa­tos essenciais como: forma (linhas do relêvo, traçado de um rio, formações vegetais); localização (espaço ocupado por de­terminada cultura agrícola); distância, situações (de cidades ou portos).

• A medida que empregamos um têrmo geográfico, definimos e expllcamos, e quando possível, ilustramos com desenhos no quadro negro. Todos os têrmos passam para a caderneta de vocabulário geográfico que será utilizada pelo aluno nos exercícios, nas provas e até nos debates orais.

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130 CqRSO DE INFOR:M:AÇÕES GEOGRÁFICAS

tsses trabalhos, além de propiciarem exercícios de me­morização naquilo que é indispensável, permite relacionar nossa disciplina c9m outras, como por exemplo, o desenho, a matemática, a história, idiomas, ciências.

7. DESCRIÇÕES GEOGRAFICAS COM AUXÍLIO DO AGE

- Localização do Fato Geográfico - O professor orienta­rá o aluno para identificar e comentar a região ou o fato que está representado no mapa. Observará o traçado, a escala, a representação do relêvo, o significado das convenções e, prin­cipalmente notará que, localizando a área de um fato ou fe­nômeno geográfico, poderá determinar com precisão a exten­são do mesmo fato. O aluno aprenderá, assim, que a locali­zação já é um comêço de explicação e compreenderá que tudo que é próprio da Geografia pode ter representação cartográfica.

- Descrição do Fato Geográfico - O mapa abre cami­nho à descrição geográfica justamente porque é a verdadeira imagem dos fatos. Basta que o professor proceda à leitura e interpretação dos símbolos para f.àcilmente descrever as pai­sagens que o mapa representa. Logo ressaltarão: as formas de relêvo com tôdas as suas gradações; as relações das vias de comunicação e transporte com· os núcleos urbanos e o comér­cio; a precisão dos fatos urbanos com o sítio, a forma, a con­centração ou não das cidades.

- Explicação do Fato Geográfico - Já se disse que a Geografia é a ciência do "porquê". O mapa não nos dá só­mente o aspecto dos fatos geográficos; ajuda-nos também a compreendê-los e a explicá-los. Para isto, o aluno será treina­do a observar, refletir e comparar os diversos mapas, o que lhe permitirá formular idéias e compreender relações existentes entre os fatos. A comparação de mapas diferentes poderá es­clarecer melhor um fato geográfico, seja de ordem física ou humana: o aluno entenderá melhor o mapa de chuvas, com­parando-o com o de relêvo; o mapa de uma zona industrial, confrontando-o com o da distribuição e densidade de popula­ção; o de atividades· econômicas de cada região, com o de tipos de climas, e assim sucessivamente, em lugar de obser­var apenas o aspecto geral.

Lembramos ainda que, durante a interpretação do mapa, o professor poderá fazer uma revisão geral dos conhecimentos do aluno, corrigindo o que fôr necessário e integrando novos conceitos.

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VOCABULÁRIO GEOGRÁFICO ESCOLAR

Prof. a MARIA DA PENHA BASTOS MENDES

Há alguns anos apareceu o livro de KILPATRICK - "Edu­cação para uma civilização em mudança" - que num dos seus capítulos trata das tendências da vida moderna que po­demos dizer se revelam de imediato três direções.

a) uma nova atitude mental diante da vida;

b) a industrialização;

c) P. democracia.

De um modo geral tôdas estas tendências se fundam no pensamento baseaçlo na experimentação que é uma das ca­racterísticas de nossa época.

Se observarmos a idade antiga verificamos que as dis­cussões eram resolvidas pela argumentação ou pela autori­dade. A partir de GALILEU é que a comprovação do fato tor­nou-se um nôvo dado científico.

É bem verdade que o sábio de hoje talvez tenha bem me­nos desenvolvido o seu poder de argumentação que seus an­tepassados.

Acontece que a introdução da experimentação leva o ho­mem a uma nova atitude mental. O homem pensa e pode pela experimentação comprovar o seu pensamento.

Uma atitude constante de crítica é decorrente desta nova atitude.

A industrialização crescente, os meios de comunicações mais rápidos mostram que cada dia mais nos "planetariza­mos" no sentido do mundo se tornar mais nosso.

Os homens nesta era industrial se tornam mais interde­pendentes e a integração social é maior.

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132 CURSO DE INFORMAÇÕES GEOGRÁFICAS

A tendência democrática estendeu os bens da cultura a um maior número de pessoas e a escola de nível médio já não é um luxo e sim uma necessidade. Talvez a mais pro· funda definição de democracia seja a que diz que "cada in­divíduo deve figurar como uma pessoa e assim deva ser tratado".

A escola de nível médio no Brasil, em virtude do desen­volvimento do mesmo e da faixa de idade da nossa popula­ção concentrada na adolescência recebeu nestes últimos anos um maior contingente de alunos.

O professor se sente diante do problema como ensinar a todos respeitando e levando a maior desenvolvimento a per­sonalidade de cada educando.

Como fazer que todos pensem? Como fazer que todos trabalhem? Como fazer que todos falem, respeitando a ordem e

uma ação coordenada e produtiva? A Geografia é uma disciplina altamente formativa, ela

transmite a noção de todos e da interdependência das partes; noções que podem ser fàcilmente transformadas em atitudes sociais pelos educandos.

A demonstração que fizemos durante a aula do curso de férias foi um trabalho em grupo com a utilização do Atlas Geográfico MEC visando:

a) praticar o manuseio do Atlas . (aprender a se utili­zar do Atlas como de um catálogo).

b) Fazer correlações entre os diferentes mapas. c) Discriminar diferentes elementos, proporcionando a

discussão para definição e catalogação. d) Melhorar a sociabilidade da classe pelo encontro

ocasional com outros colegas, visto que o grupo é formado pela disposição de cla:sse no momento.

e) Executar trabalhos que conduzam a liderança. f) Treinar a palavra oral através da exposição falada

e o debate entre os grupos. g) Redigir o resultado final.

O trabalho proposto foi:

1) Classificar as atividades agrárias encontradas no mapa de produções do Atlas.

2) Correlacionar a zona dessas produções com o mapa de vegetação.

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CURSO DE INFORMAÇÕES GEOGRÁFICAS 133

O tipo de trabalho de grupo proposto foi a discussão 66 (seis a seis) inventada por Donald Philips.

Naturalmente o profesosr pode aplicar caso seja mais con­veniente 44 (quatro a quatro).

Os alunos que estão na primeira fila voltam as suas ca­deiras para os da segunda e formam grupos de 6 (três da pri­meira três da segunda).

É escolhido um dirigente do grupo que asegurará a pala­vra a todos os seus componentes e um secretário que relatará os resultados.

São dados cinco minutos "extensos" para o trabalho. O professor velará por pequenas dúvidas deixando os gran­

des problemas para uma discussão final. Fica neste sistema de trabalho assegurada a participa­

ção dos mais tímidos porque o grande grupo foi fracionado. Com êste tipo de atividade variamos a rotina diária e

atingimos a nossa dupla finalidade ensinar e educar.

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PROVAS

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METODOLOGIA

Nome: . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Grau ..... .

l.ª Questão: Qual a importância do Anuário Estatístico do Brasil no Ensino da Geografia Moderna? Exem­plifique.

(Valor 30 pontos)

2.ª Questão: Que princípios básicos da Geografia devem es­tar sempre presentes ao utilizarmos o Atlas Geográfico Escolar? Exemplifique.

(Valor 30 pontos)

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138 CURSO DE INFORMAÇÕES GEOGRÁFICAS

3.ª Questão: Qual o valor dos mapas murais no ensino da moderna Geografia?

(Valor 20 pontos)

4.ª Questão: Qual a importância do Vocabulário Técnico da Geografia? Faça correlação com outras maté­rias.

(Valor 20 pontos)

5.ª Questão: Exemplifique um trabalho de correlação devo­cabulário geográfico com o Atlas Geográfico Escolar.

(Valor 20 pontos)

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CURSO DE INFORMAÇÕES GEOGRÁFICAS 139

TRABALHOS PRÁTICOS

Nome: .................................... Grau ..... .

1.ª Questão: Para a confecção da maquete de um acidente Geográfico, o que é importante, em primeiro lugar? Justifique.

(Valor 10 pontos)

2.ª Questão: O material de modelagem à base de papel de jornal representa economia, sobretudo, porque?

(Valor 10- pontos)

3.ª Questão: Que nome recebe a representação em maquete de um conjunto de acidentes geográficos?

(Valor 10 pontos)

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140 CURSO DE INFORI\tIAÇÕES GEOGRÁFICAS

4.ª Questão: Se afigura importante o uso do es.tereorama no ensíno da geografia?

(Valor 10 pontos)

5.ª Questão: Decline algumas razões como fundamento.

(Valor 10 pontos)

6.ª Questão: Organizar um gráfico em barras, de acôrdo com os seguintes dados:

Estados População

São Paulo 12 900 000 Minas Gerais . . . 9 700 000 Bahia . . . . . . . . . . 5 900 000 Rio G. do Sul . . 5 500 000 Paraná . . . . . . . . 4 280 000 Pernambuco . . . . 4 130 000 Rio de Janeiro . . 3 400 000

(Valor 25 pontos)

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CURSO DE INFORMAÇÕES GEOGRÁFICAS 141

7.ª Questão: Fazer um gráfico de círculo, em setores, de acôrdo com os seguintes dados:

Principais mercadorias exportadas pelo Brasil: (1963)

Produtos Setor

Café . . . . . . . . . . . . . . . 190º Algodão em rama . . . 30° Acúcar de cana . . . . 22º Hematita . . . . . . . . . . 20° Cacau em Amêndoas 10° Tábuas de pinho . . . 10º

(Valor 25 pontos)

Valor total da exportação US$ 1406480

CARTOGRAFIA

Nome: Grau

1. ª Questão: Que significa escala de um mapa?

------------ -----------------

----·------··-------- ----------

(Valor 8 pontos)

2.ª Questão: A escala 1/50 000 é considerada uma escala .. . . . . . . . . . . . . e a dos mapas geográficos são escalas . . . . . . . . . . . . .

(Valor 4 pontos)

3.ª Questão: De que elementos temos de nos valer na iden­tificação de um sistema de projeção?

(Valor 4 pontos)

4.ª Questão: No caderno através dos mapas o Planisfério foi desenhado na escala 1: 300 000. O leitor de um livro encontrou como distância gráfica entre duas cidades da França 0,001 (1 milíme­tro) e deseja saber a quanto corresponde em metros no terreno?

(Valor 6 pontos)

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142 CURSO DE INFORMAÇÕES GEOGRÁFICAS

5.ª Questão: Qual o sistema de projeção utilizado em um dos mapas do caderno através dos mapas em que os pólos são representados por paralelos a 90° de Latitude?

(Valor 7 pontos)

6. ª Quac:;tão: Qual a escala do mapa do Brasil que foi distri­buído?

(Valor 4 pontos)

7.ª Questão: Qual o valor das convenções para um mapa?

(Valor 9 pontos)

8.ª Questão: Como se pode representar o relêvo numa carta?

(Valor 9 pontos)

9.ª Questão: Representar gràficamente uma rêde hidro­gráfica, distinguindo os tipos de regime e de clima.

(Valor 8 pontos)

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CURSO DE INFORMAÇÕES GEOGRÁFICAS 143

10.ª Questão: Em que tipo de projeção foi desenhado o Ma­pa do Brasil distribuído para exercício em classe?

(Valor 5 pontos)

11.ª Questão: Que é um mapa?

(Valor 6 pontos)

12.ª Questão: Faça a escala gráfica de um mapa de 1/10 000 000.

(Valor 5 pontos)

13.ª Questão: Qual a melhor maneira de se representar a Terra sem deformações?

(Valor 3 pontos)

14.ª Questão: Como se pode representar gràficamente uma cachoeira no leito de um rio?

(Valor 3 pontos)

15.ª Questão: Formular dois objetivos de uma aula de Car­tografia sôbre sistema de projeção para um aluno de 1.ª série (11 a 12 anos de idade).

(Valor 6 pontos)

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144 CURSO DE INFORMAÇÕES GEOGRÁFICAS

16;ª Questão: Propriedades dos sistemas de projeção:

16 .1 - Conforme

16. 2 - Equivalente

16. 3 - Equidistante

(Valor 6 pontos)

17.ª Questão: Como se define uma coordenada geográfica? Exemplifique.

(Valor 4 pontos)

· 18.ª Questão: Que tipos de escalas aparecem nos mapas?

(Valor 3 pontos;

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CURSO DE INFORMAÇÕES GEOGRÁFICAS 145

GEOGRAFIA FÍSICA, GERAL E DO BRASIL

Nome: .................................... Grau

l.ª Questão: Definir e esquematizar gràficamente uma fôssa tectônica.

(Valor 15 pontos)

2.ª Questão: Definir e esquematizar gràficamente: a) divisor de águas b) rêdes de drenagem

(Valor 18 pontos)

3.ª Questão: Que se entende por relêvo jovem? Citar exem­plos.

------- -----------·

(Valor 8 pontos)

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146 CURSO DE INFORM:AÇÕES GEOGRÁFICAS

4.ª Questão: Qual a característica da chamada Serra Ge­ral de Goiás ou Espigão Mestre?

(Valor 8 pontos)

5.ª Questão: Como se define, ou melhor, como se distri­buem do ponto de vista geográfico, as formas de relêvo da América do Sul?

(Valor 12 pontos)

6.ª Questão: Quais as bacias hidrográficas do Brasil, se­gundo o critério adotado pela Divisão de Águas?

(Valor 4 pontos)

7.ª Questão: Qual a diferença entre bacia hidrográfica e vale?

(Valor 7 pontos)

8.ª Questão: Do ponto de vista geomorfológico, qual o des­tino dos lagos?

(Valor 3 pontos)

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CURSO DE INFORMAÇÕES GEOGRÁFICAS 147 ---------

9.ª Questão: Esquematize gràficamente o ciclo das águas.

------~------------~---- ----------

------- --------------------------------

(Valor 5 pontos)

10.ª Questão: Como se pode explicar a rêde hidrográfica de um mapa? Que relações importantes devem ser feitas nos diferentes tipos de paisagens geográficas?

(Valor 20 pontos)

GEOGRAFIA HUMANA DO BRASIL

Nome: .................................... Grau

1.ª Questão: Qual a diferença entre fronteira e limite? Fa· ça um exemplo gráfico.

(Valor 10 pontos)

2.ª Questão: Quais as convenções utilizadas para repre· sentar: 2. 1 Transportes ferroviários

2 . 2 Transportes rodoviários

(Valor 10 pontos)

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148 CURSO DE INFORMAÇÕES GEOGRÁFICAS

3.ª Questão: Qual a influência dos aspectos físicos no tra­çado das ferrovias no Brasil.

(Valor 10 pontos)

4.ª Questão: Pelo recenseamento do Brasil, o que é consi­derada população urbana?

(Valor 10 pontos)

5.ª Questão: Citar três exemplos de como se pode represen­tar, gràficamente, a população de um país em um mapa geográfico na escala de 1: 5 000 000.

(Valor 12 pontos)

6.ª Questão: Que se entende por área metropolitana de uma cidade? Exemplifique.

(Valor 13 pontos)

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CURSO DE INFORMAÇÕES GEOGRÁFICAS 149

7.ª Questão: Como se representa gràficamente os trechos que são limites de navegação fluvial?

(Valor 7 pontos)

8.ª Questão: Como se distribuem geográficamente as ci­dades no Brasil?

·---------------~---------

(Valor 13 pontos)

9.ª Questão: Quais as características das fronteiras brasi­leiras na área amazônica?

---------

------------------

(Valor 5 pontos)

10.ª Questão: De que se vale a Geografia Humana e Econó­mica para o emprêgo do método quantitati­vo? Dê exemplos especificando grau de pro­fundidade ou generalização.

(Valor 10 pontos)

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150 CURSO DE INFORMAÇÕES GEOGRÁFICAS

GEOGRAFIA DO ESTADO DA GUANABARA.

Nome: .................................... Grau

1.ª Questão: Qual o maciço mais central do estado da Guanabara?

(Valor 3 pontos)

2.ª Questão: Qual a localização geográfica do maciço de Jericinó?

(Valor 3 pontos)

3.ª Questão: Qual a característica da distribuição geográ­fica das ferrovias na Guanabara?

(Valor 7 pontos)

4.ª Questão: Qual a característica da linha de divisa entre a Guanabara e o estado do Rio de Janeiro?

(Valor 8 pontos)

5.ª Questão: Qual a importância de cana de açúcar e do café na evolução econômica da Guanabara?

(Valor 20 pontos)

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CURSO DE INFORMAÇÕES GEOGRÁFICAS 151

6.ª Questão: Qual a característica da área metropolitana do Rio de Janeiro?

(Valor 15 pontos)

7.ª Questão: Como se classificam os recursos naturais bá­sicos?

(Valor 8 pontos)

8.ª Questão: Qual a posição do estado da Guanabara no quadro da produção industrial do Brasil?

(Valor 5 pontos)

9.ª Questão: Qual a localização geográfica do pico culmi­nante do estado?

(Valor 4 pontos)

10.ª Questão: Qual a escala do mapa do estado da Guana­bara que serviu de exercício prático?

(Valor 5 pontos)

11.ª Questão: A área do estado da Guanabara é de 1356 quilômetros quadrado. Qual o seu valor em porcentagem na Federação?

(Valor 4 pontos)

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152 CURSO DE INFORMAÇÕES GEOGRÁFICAS

12.ª Questão: Qual a Região Administrativa que possui maior efetivo de população?

(Valor 4 pontos)

13.ª Questão: Qual a importância geomorfológica das ilhas rochosas?

(Valor 10 pontos)

14.ª Questão: Qual a Região Administrativa de maior den­sidade relativa?

(Valor 4 pontos)

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REGULAMENTO E ANEXOS

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Anexo n.0 1

RESOLUÇÃO N.º 606, DE 20 DE JUNHO DE 1961

Estabelece, em caráter permanente, o Curso de Infcrmações Geográficas

O Diretório Central do Conselho Nacional de Geografia, usando de suas atribuições:

Considerando que o Conselho Nacional de Geografia vem realizando anualmente Cursos de Informações Geográficas, com enorme benefício para os professôres que nêles tomam parte;

Considerando que, apesar disso, não existe uma resolu­ção que fixe em caráter permanente e estabeleça normas uni­formes para a realização dêsses Cursos;

Considerando a importância da difusão dos conhecimen­tos geográficos, no meio professoral do país;

Considerando que o Diretório Central tem reconhecido que é de tôda vantagem e encorajamento à freqüência dos Cursos, para aperfeiçoamento Cultural dos professôres de Geografia;

Considel'ando a imperiosa necessidade de ser aumentado o valor das bôlsas de estudo concedidas aos professôres de Geografia do ensino secundário, dos estados, devido ao cons­tante aumento do custo de vida;

Considerando a conveniência de um estímulo de ordem profissional e cultural aos professôres dêsses Cursos,

RESOLVE:

Art. 1.º - Fica instituído o Curso de Informações Geo­gráficas, destinado aos professôres de Geografia do Curso Se­cundário, a realizar-se, anualmente, no período das férias escolares de julho.

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156 CURSO DE INFORl\iIAÇÕES GEOGRÁFICAS

Art. 2.0 - O número e a importância das bôlsas serão anualmente fixadas pelo Diretório Central, à vista do pro­grama apresentado pela Secretaria-Geral.

Parágrafo único - Os professôres residentes no estado da Guanabara e nos municípios fluminenses compreendidos na área metropolitana do Rio de Janeiro, poderão freqüentar o Curso sem direito a bôlsa de estudo.

Art. 3.0 - Será facultada a freqüência de professôres de Geografia das diversas unidades da Federação, designados pelos governos dos estados e territórios, por conta dêsses governos.

Art. 4.0 - Aos alunos aprovados no Curso serão confe­ridos diplomas referendados pelo Secretário-Geral.

Art. 5.º - Aos professôres do Curso será concedida uma gratificação pro-labore a ser fixada pela Secretaria-Geral e um certificado comprobatório de eficiência, conforme modêlo a ser aprovado.

Art. 6.º - No corrente ano as bôlsas, em número de 20, serão da importância de quinze mil cruzeiros (Cr$ 15 000,) correndo a despesa à custa da dotação da rubrica 1. 6. 22, do orçamento vigente do Conselho.

Art. 7.0 - As despesas decorrentes desta resolução corre­rão por conta das verbas próprias do orçamento vigente do Conselho.

Art. 8.0 - Revogam-se as disposições em contrário.

Rio de Janeiro, 20 de junho de 1961, ano XXVI do Insti­tuto. Conferido e numerado: Lúcio de Castro Soares, Secre­tário do Gabinete do Secretário-Geral. - Visto e rubricado: Fábio de Macedo Soares Guimarães, Secretário-Geral. - Pu­blique-se: Rafael Xavier, Presidente.

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Anexo n.0 2

RESOLUÇÃO N.0 683, DE 6 DE JULHO DE 1965

Estabelece as normas gerais para o funcionamento do Curso de Informações Geográficas de 1965 e dá outras provi­dências.

O Diretório Central do Conselho Nacional de Geografia, usando de suas atribuições:

Considerando que a Resolução n.0 606, de 20 de junho de 1961, do Diretório Central instituiu em caráter permanente o Curso de Informações Geográficas, destinado aos Professô­res de Geografia do Ensino Secundário, a realizar-se no perío­do de férias escolares de julho;

Considerando as disposições da referida Resolução, as quais fixam normas de orientação administrativa para o re­ferido Curso,

RESOLVE:

Art. l.º - O Curso de Informações Geográficas será rea­lizado, em 1965, no período de 12 a 23 de julho.

Art. 2.º - Serão concedidas 25 (vinte e cinco) bôlsas de estudo na importância de Cr$ 75 000, (setenta e cinco mil cruzeiros) cada uma, aos candidatos selecionados pela Secre­taria-Geral, dentre os indicados pelos Diretórios Regionais.

Art. 3.º - Serão considerados Professôres de Geografia, para efeito do presente Curso, aquêles que, no ato da inscri­ção, estejam registrados no Ministério da Educação e Cultu­ra, ou forneçam prova de que o mesmo registro se esteja pro­cessando.

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158 CURSO DE INFORMAÇÕES GEOGRÁFICAS

Art. 4. o - A gratificação pro-labore concedida aos pro­f essôres do Curso será de Cr$ 10 000, (dez mil cruzeiros) por aula, num total de 47 aulas.

Art. 5.0 - A despesa da presente Resolução, num mon­tante de Cr$ 2 345 000, (dois milhões, trezentos e quarenta e cinco mil cruzeiros) correrá por conta da verba 3.1.4.0-08.00.

Art. 6.º - A presente Resolução entrará em vigor na data de sua aprovação.

Rio de Janeiro, em 6 de julho de 1965, ano XXX do Ins­tituto. Conferido e numerado: Laura de Moraes Sarmento, respondendo pela Chefia do Gabinete do Secretário-Geral. Visto e rubricado: Wilson Távora Maia, respondendo pela Se­cretaria-Geral. Publique-se: General Aguinaldo José Senna Campos, Presidente.

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Documento n.0 1

INSTRUÇÕES ESPECIAIS

1 . PARTICIPANTES

A organização do Curso, em pessoal, obedecerá ao se­guinte:

1 . 1 . Diretor do Curso: Professor Antônio Teixeira Guerra

Diretor da Divisão Cultural

1 . 2 . Diretor de Ensino: Professor Carlos Goldenberg

Chefe da Seção de Divulgação Cultural

1. 3 . Secretária: Professôra Eva Menezes de Magalhães

Encarregada do Setor de Assistência ao Ensino

1 . 4. Relações Públicas: Júlio Alfredo Caetano da Silva

Encarregado do Setor de Intercâmbio Cultural

2. LOCAIS

2. 1 . A abertura e Encerramento do Curso de Informa­ções Geográficas serão efetuadas na Escola Nacio­nal de Ciências Estatísticas (Avenida Presidente Wilson n.º 210, 2.º andar - Castelo).

2. 2. As aulas e projeções também serão realizadas no enderêço acima.

2 . 3 . A Secretaria do Curso de Informações Geográficas funcionará no Setor de Assistência ao Ensino da Seção de Divulgação Cultural, (Divisão Cultural), à Avenida Calógeras, 6-B - sobreloja; telefone 22-7947, (Castelo).

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160 CURSO DE INFORMAÇÕES GEOGRÁFICAS

3. PROFESSôRES

- Antônio Teixeira Guerra - Carlos de Castro Botelho - Carlos Goldenberg - Cêurio de Oliveira - Delnida Martinez Cataldo - Engênia Gonçalves Egler - Eva Menezes de Magalhães - Francisco Barbosa Leite - Gelson Rangel Lima - José Cezar de Magalhães - Lín ton Ferreira de Barros - Lysia Maria Cavalcanti Bernardes - Maria Magdalena Vieira Pinto - Pedro Pinchas Geiger - Sílvio Fróis Abreu

4. CORPO DISCENTE

Poderão freqüentar o Curso os professôres: - indicados como bolsistas pelos Diretórios Regionais; - indicados como bolsistas 1pelos governos estaduais e

municipais; - indicados como bolsistas pelos países estrangeiros, di­

retamente ou através do Ministério das Relações Ex­teriores;

- inscritos por conta própria.

4 . 1 . Os Diretórios Regionais se incumbirão de fazer a divulgação nas unidades da Federação que repre­sentam e receberão indicações de candidatos dos Conselhos Estaduais e das Secretarias de Educação, dos estabelecimentos de ensino médio (estaduais, municipais e particulares), para uma primeira seleção.

4. 2. Será facultada a freqüência, como ouvinte, de alu­nos de Faculdades de Filosofia, que estejam con­cluindo o Curso de Geografia ou outros que pos­suam matérias afins e alunos de faculdades de Ciências Econômicas, não sendo permitido aos mesmos a prestação das provas; em segunda prio­ridade, a outros interessados nos estudos geográ­ficos, cujo nível de preparo seja equivalente a curso superior.

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CURSO DE INFORMAÇÕES GEOGRÁFICAS 161

4. 3. A seleção dos bolsistas obedecerá ao seguinte cri­tério preferencial:

a) professôres em estabelecimentos de ensino: esta­duais, municipais e particulares;

b) maior tempo de magistério; c) maior número de turmas de Geografia, lecionadas

no ano anterior; d) menor idade.

4. 4. A prova dos requisitos acima será feita por comu­nicação dos Diretórios Regionais, ou por certidões de autoridade competente, e, excepcionalmente, por declaração do próprio punho, em ambos os ca­sos com firma reconhecida.

4. 5. Aos alunos não bolsistas é exigida, no ato de ins­crição, a apresentação do Registro ou cartão de Protocolo que comprove o processamento do mes­mo no Ministério da Educação e Cultura.

5. DIREITOS E DEVERES DOS ALUNOS

5 .1. Serão exigidos 3/4 de freqüência em tôdas as ati­vidades dos cursos (aulas, conferências, visitas, ex-cursões, etc.) para a prestação das provas. ·

5. 2. Aos bolsistas é obrigatória a prestação das provas, a apresentação de trabalhos práticos e o compare­cimento às excursões e visitas.

5. 3. Aos alunos aprovados (com nota igual ou superior a 40 por matéria e 50 na global), que tenham tido a freqüência exigida, serão conferidos certificados de aprovação, assinados pelo Diretor do Curso e pe­lo Secretário-Geral. Não poderão ser fornecidos cer­tificados de freqüência.

5. 4. Aos alunos aprovados nos três primeiros iugares serão oferecidas, como prêmios, publicações do CNG escolhidas entre as mais recentes e de maior interêsse para o ensino da Geografia.

5. 5. Receberão apostilas de tôdas as aulas dadas, logo após a realização da última de cada série.

5. 6. Receberão, também, publicações indicadas pelos professôres, de acôrdo com o interêsse dos assuntos tratados nas aulas.

5. 7. Poderão apresentar críticas e sugestões, que cons­tituirão objeto de estudos para possível aproveita­mento nos cursos posteriores.

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Documento n.º 2

1. DESENVOLVIMENTO DO CURSO

1.1 . Objetivos

Conforme a Resolução n.0 606, de 20-6-1961, do Diretório Central do Conselho Nacional de Geografia, o Curso de Infor­mações Geográficas (CIG) é destinado ao aperfeiçoamento de professôres de Geografia do ensino médio (vide Anexo n.º 1).

O Curso compreenderá Aulas, Seminários, Excursão Geo­gráfica e Projeção de Diapositivos.

1. 2 . Matérias

- Cartografia. - Geografia Física Geral e do Brasil. - Geografia Humana do Brasil. - Geografia do Estado da Guanabara. - Metodologia da Geografia. - Trabalhos Práticos.

2. ROTEIRO DIDÁTICO

2 .1. Introdução

- No ensino da Geografia é necessária a aplica­ção de certo número de conhecimentos ad­quiridos, os quais são chamados de princípios básicos da geografia (atividade, localização, de­limitação, correlação e causalidade).

- A Geografia deve dar aos alunos o sentido de evolução, localização delimitação, correlação e causalidade, através dos hábitos de atenção, observação, pesquisa e técnica.

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CURSO DE INFORMAÇÕES GEOGRÁFICAS 163

2. 2. Matérias

NOTAS

Cartografia (5 aulas). - Mapa do Brasil na escala de 1: 5 000 000.

Leitura e interpretação dos elementos cartográficos do Mapa. - Rêde de paralelos meridianos. - Projeção. - Convenções. - Escalas Medidas de Distância.

Caderno Através dos Mapas. Convenções.

- Escalas. - Diferenças de tipos de regime fluvial. - Tipos de costas e tipos de foz de rio.

- Cartografia Geográfica.

1. No ensino da geografia assume grande importânci1 a interpretação de mapas pelos alunos. Êstes devern aprender a ler um mapa como o colega de línguas consegue ler um texto.

Na realidade, sendo o mapa uma forma de sim· bolismo, precisa ser interpretado, e ao mestre de geo. grafia cabe a função de educar o estudante, capaci­tando-o a tirar do mapa tudo quanto nêle se acha contido.

2. Sendo o ensino da Geografia, no Ensino Médio, o da observação direta, torna-se necessária a utilização do mapa e do Atlas Geográfico que nada mais são do que a aplicação de dois princípios básicos da Geogra­fia: localização e delimitação.

- Geografia Física Geral e do Brasil ( 4 aulas). Mapa do Brasil na escala de 1: 5 000 000.

Leitura e interpretação dos elementos fí. sicos do mapa.

A hidrografia da carta. - As bacias hidrográficas. - As cachoeiras e a energia hidrelétrica.

Atlas Geográfico Escolar. - Análise do mapa de relêvo do mundo.

Análise de pranchas do livro "Exercícios e Práticas de Geomorfologia".

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164

NOTAS

1.

2.

3.

NOTAS

1.

2.

3.

CURSO DE INFORMAÇÕES GEOGRÁFICAS

Deve-se dar ênfase ao papel que os rios representam para o homem: transporte, comércio, alimentação, localização de cidades, energia hidrelétrica, etc. Demonstrar a desigualdade e a posição do relêvo no mundo, comentando as conseqüências resultantes dessa desigualdade e posição, no povoamento, nos transportes, no clima, na localização de cidades, os solos e sua utilização, etc. A Geomorfologia é o estudo das diferentes formas de relêvo do globo terrestre, o que implica considerar a estrutura a natureza das rochas e os processos evo­lutivos e também os diferentes "meios" - Clima, ve­getação, solos e ação dos sêres vivos. As formas atuais representam uma fase da história do relêvo.

O item 2. 3 tem por objetivo apresentar pran­chas figurativas sôbre a morfologia através de cortes, esboços planimétricos e blocos diagramas. - Geografia Humana do Brasil (3 aulas).

- Mapa do Brasil na escala de 1: 5 000 000. - Leitura e interpretação dos elementos Hu-

manos do Mapa. - Elementos de Geografia Política.

- Fronteiras e limites. - Elementos de Geografia Urbana. - Os transportes.

Problemas, tornam necessários o pormenorizado co­nhecimento das origens e da situação atual das fron­teiras do Brasil, terrestres e marítimas. A faixa de fronteiras terrestres abrangendo 150 km ao longo dos 15 719 km dos limites com os países vi­zinhos, é escassamente povoada e exige prontas me­didas para sua maior ligação com os focos germina­tivos da civilização brasileira. Sendo a geografia a ciência da descrição, compara­ção e explicação das paisagens terrestres, um estudo de "geografia urbana", cujo fim é explicar a noção geográfica da paisagem urbana feita de grandes. aglomerações estranhas à vida rural está sujeito aos mesmos métodos e princípios que norteiam qualquer estudo geográfico sensu lato.

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CURSO DE INFORMAÇÕES GEOGRÁFICAS 165

4 . O problema dos transportes deixou de ser assunto isolado para integrar-se, com sua verdadeira impor­tância básica e prática, no conjunto da organização econômica do país.

NOTAS

- Geografia do estado da Guanabara (10 aulas). - Relêvo. - Evolução urbana. - Evolução econômica. - A posição econômica e industrial da Guana-

bara em relação ao Brasil. - Mapas de população e econômico do estado. - Leitura de uma carta do estado. - Elementos Geográficos do estado no Anuário

Estatístico do estado da Guanabara. - Seminário (3) "Distrito Federal e seus Recur­

sos Naturais Básicos" Livro do Prof. Sílvio Fróis Abreu.

- Projeções de "slides" e filmes. - Excursão.

1. O Rio de Janeiro é uma prodigiosa síntese física e humana do Brasil. - Metodologia (4 aulas).

- Importância do Anuário Estatístico do Brasil no ensino da Geografia (Grau Médio e Su­perior). - Elaboracão do Anuário. - Valor da Estatística na Geografia. - Os Recenseamentos e as estimativas. - Os assuntos contidos no Anuário. - Metodologia de sua utilização na Geo-

grafia. - Valor do Anuário no método quantitativo

da Moderna Geografia. - Os Anuários Estatísticos e os Gráficos

(diagramas e cartogramas) . - O Vocabulário do Atlas Geográfico Escolar.

- Conceitos e Definições. - Localização Geográfica dos assuntos tra-

tados. - Revisão de Unidade Didática.

- Uso de Mapas Murais. - Uso do Atlas Geográfico Escolar.

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166 CURSO DE INFORMAÇÕES GEOGRÁFICAS

NOTAS

1. Quanto aos gráficos, que podem ser de vários tipos, quando analisados ou demonstrados antes de cada assunto, constituem a base concreta que deve ser explorada.

2.

3.

4.

5.

6.

7.

NOTAS

Os gráficos são de grande valia para compreender-se a afirmação dos textos (aumento ou a queda de produção, etc.) mediante um bom questionário que explore tudo o que afirmam os traçados, evitando que os gráficos sejam usados, como no passado, isto é, apenas com objetivo descritivo (de números), em vez de o ser para o estudo causal. A confecção dos gráficos representativos dos dados estatísticos fêz parte da técnica geográfica, tendo em vista, em seus estudos, o uso, em larga escala, de dados censitários, meteorológicos, de produção, etc. Gráficos devem ser interpretados levando-se em con­ta os princípios básicos da geografia. Desde os primeiros passos na leitura das cartas, é de maior vantagem que o aluno perceba a valiosa significação do Atlas para o conhecimento sólido da geografia. É relevante o papel do desenho no ensino ativo da geografia. Antes da cópia das cartas, devem os alunos exerci­tar-se em esboços que, com traços rápidos salientam determinados fatos dentre os muitos registrados no mapa. Êstes exercícios, destinados como são a fim educativo, não devem consistir na reprodução mecâ­nica do Atlas. Em todo o curso devem os alunos or­ganizar cartogramas e gráficos. - Trabalhos Práticos (8 aulas).

- Elaboração de gráficos do Anuário Estatístico do Brasil - 1964.

- Elaboração de trabalhos em massa (formas ·de relêvo).

1 . Possuindo uma régua graduada, um compasso, um esquadro, um transferidor, uma caixa de lápis de cô­res e um bloco de papel milimetrado, o aluno se acha àpto a confeccionar gráficos representativo dos dados numéricos que lhe são apresentados, realizando, após, sua interpretação.

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CURSO DE INFORMAÇÕES GEOGRÁFICAS 167

Esta atividade, além de dar ao estudante uma grande habilidade manual, leva-o a descobrir em vez de registrar, tornando-o interessado e prêso ao tra­balho, executando-o com proveito e satisfação.

2. O trabalho manual é, evidentemente, um auxiliar natural quando se fala em método ativo da Geogra­fia. A pasta de papel deve permitir a representação de paisagens simples.

3. Pode-se descrever uma paisagem com palavras, mas em geografia é necessário também transcrever grà­ficamente o que voi visto: por meio do desenho, do esbôço, da carta, pela construção de maquetas, o aluno habitua-se a ser hábil, paciente, preciso e me­tódico. Excelente escala a que associa a habilidade manual à reflexão.

- Programa Geral (Vide Documento n.0 5). Programa Pormenorizado (Vide Documento nú­mero 6).

- Distribuição do tempo (Vide Documento n.0 7). As aulas terão a duração de 50 minutos, sen­do rigorosamente observado o intervalo de 10 minutos entre as mesmas.

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Documento n.0 3

RELAÇÃO DOS PROFESSôRES (Endereços - Títulos principais)

1. PROF. ANTôNIO TEIXEIRA GUERRA Rua Alan Kardec, 50 - c/XXXI - Engenho Nôvo -Guanabara. - Bacharel e Licenciado em Geografia e História pela

Faculdade Nacional de Filosofia da Universidade do Brasil.

- Geógrafo do Conselho Nacional de Geografia. - Diretor da Divisão Cultural do Conselho Nacional de

Geografia. - Diplomado pela Escola Superior de Guerra. - Curso de Especialiação no Exterior (França). - Sócio Efetivo da Associação dos Geógrafos Brasileiros. - Professor de Geografia da Faculdade de Filosofia da

Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro. - Membro de Delegações Oficiais Brasileiras em Reu­

niões Internacionais sôbre assuntos geográficos. - Autor de vários trabalhos técnicos publicados pelo

'Conselho Nacional de Geografia e outras instituições.

2. PROF. CARLOS DE CASTRO BOTELHO Rua das Laranjeiras, 356 - apto. 501 - Laranjeiras -Guanabara. - Bacharel e Licenciado em Geografia e História pela

Faculdade Nacional de Filosofia da Universidade do Brasil.

- Geógrafo do Conselho Nacional de Geografia do Ins­tituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

- Professor de Geografia Física da Faculdade de Filo­sofia, Ciências e Letras da Universidade do Rio de Janeiro.

- Autor de vários trabalhos técnicos publicados pelo Conselho Nacional de Geografia e outras instituições.

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CURSO DE INFORMAÇÕES GEOGRÁl!'ICAS 169

3. PROF. CARLOS GOLDENBERG Rua Luís Barbosa, 68 - apt. 306 - Vila Isabel - Gua­nabara. - Bacharel e Licenciado em Geografia e História pela

Faculdade Nacional de Filosofia da Universidade do Brasil.

- Geógrafo do Conselho Nacional de Geografia do Ins­tituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

- Chefe da Secção de Divulgação Cultural da Divisão Cultural do Conselho Nacional de Geografia.

- Professor de Didática Especial da Geografia dos Cur­sos da CADES.

- Colaborador em várias Comissões sôbre ensino da Geografia e Didática da Geografia.

- Professor de Geografia, do Ensino Médio, do Estado da Guanabara.

- Autor de vários trabalhos técnicos publicados pelo Conselho Nacional de Geografia e outras instituições.

4. PROF. CÊURIO DE OLIVEIRA Rua Ortiz Monteiro, 276 - apto. 401-B - Laranjeiras -Guanabara. - Cartógrafo do Conselho Nacional de Geografia do Ins­

tituto Brasileiro de Geografia e Estatística. - Professor de Cosmografia e Cartografia da Faculdade

de Ciências e Letras da Universidade do Estado da Guanabara.

- Curso de Especialização no Exterior (Grã-Bretanha - França).

- Representante do Conselho Nacional de Geografia em vários Congressos de Cartografia.

- Professor de Geografia, no Ensino Médio da Gua­nabara.

- Autor de vários mapas e trabalhos técnicos publica­dos pelo Conselho Nacional de Geografia e outras ins-tituições. •

5. PROF.A DELNIDA MARTINEZ CATALDO

Rua Carneiro da Rocha, 14 - apt. 201 - Guanabara. - Bacharel e Licenciada pela Faculdade de Filosofia da

Universidade do Brasil. -- Geógrafa do Conselho Nacional de Geografia. - Chefe da Seção Regional Centro-Oeste do Conselho

Nacional de Geografia.

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170 CURSO DE INFORMAÇÕES GEOGRÁFICAS

6. PROF.A EUGf:NIA GONÇALVES EGLER

Rua Marquês de Abrantes, 152 - apto. 903 - Botafogo - Guanabara.

- Bacharel e Lkenciada pela Faculdade Nacional de Filosofia da Universidade do Brasil.

- Geógrafa do Conselho Nacional de Geográfia. - Encarregada do Setor de Geografia Humana da Secção

de Estudos Sistemáticos da Divisão de Geografia do Conselho Nacional de Geografia.

7. PROF.A EVA MENEZES DE MAGALHÃES

Rua Xavier da Silveira, 15 - apt. 502 - Copacabana -Guanabara.

- Bacharel e Licenciada em Geografia e História pela Faculdade de Filosofia Santa úrsula.

- Geógrafa do Conselho Nacional de Geografia do Ins­tituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

- Encarregada do Setor de Assistência ao Ensino da Divulgação Cultural do Conselho Nacional de Geo­grafia.

- Professôra de Geografia do Ensino Médio do Estado da Guanabara.

8. FRANCISCO BARBOZA LEITE

Rua General Câmara, 564 - apto. 102 - Duque de Ca­xias - Estado do Rio de Janeiro.

- Instrutor de Técnicas Audiovisuais de Cursos do MEC para Professôres Normais, em várias capitais do País.

- Autor de "Imagem e Palavra - a simbiose feliz", edi­ção do Serviço Nacional de Educação Sanitária -.M.S., no prelo.

- Autor de trabalhos publicados na Revista Brasileira de Geografia - Seção "Tipos e Aspectos do Brasil".

- Editor de revistas de Arte, na Guanabara e jornalista militante no Estado do Rio.

- Desenhista e Pintor, com Medalha de Ouro e outros Diplomas de Mérito conferidos por instituições do País e do Exterior.

- Orientador de Atividades Artísticas da Escola Normal Santo Antônio, em Duque de Caxias, Estado do Rio.

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CURSO DE INFORMAÇÕES GEOGRÁFICAS 171 ------

- Assistente de Pedagogia Aplicada à Nutrição do Ins-tituto de Nutrição - U. B.

- Sócio contribuinte da Associação dos Geógrafos. - Desenhista de ilustrações do CNG. - Encarregado do Setor de Ilustrações, da Seção de Pu-

blicações da Divisão Cultural.

9. PROF. GELSON RANGEL LIMA

Rua Felipe Oliveira, 19 - apto. 506 - Copacabana -Guanabara.

- Licenciado em Geografia e História pela Faculdade Nacional de Filosofia da Universidade do Brasil.

- Geógrafo do Conselho Nacional de Geografia do Insti­tituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

- Curso de Especialização em Geomorfologia pela Es­cola Prática de Altos Estudos de Paris.

- Curso de Geomorfologia Submarina. - Curso de Aerofotogrametria no Instituto Geográfico

Nacional de Paris. - Autor de vários trabalhos técnicos publicados pelo

Conselho Nacional de Geografia e outras instituições.

10. PROF. JOSÉ CEZAR DE MAGALHÃES FILHO

Rua Esteves Júnior, 36 - apto. 503 - São Salvador -Guanabara.

- Licenciado em Geografia e História pela Faculdade de Filosofia da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro.

- Geógrafo do Conselho Nacional de Geografia do Ins­tituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

- Secretário do Comitê Executivo do II Congresso Bra­sileiro de Geógrafos.

- Professor de Geografia, do Ensino Médio, do Estado da Guanabara.

- Professor de Geografia e História da Campanha Na­cional de Educandários Gratuitos.

- Autor de vários trabalhos técnicos publicados pelo Conselho Nacional de Geografia e outras Instituições.

- Professor Catedrático de Cartografia da Faculda­de de Filosofia, Ciências e Letras da Fundação Gama Filho - Piedade.

- Professor de Geografia Física da Faculdade de Filo­sofia da Universidade Católica de Petrópolis.

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172 CURSO DE INFORMAÇÕES GEOGRÁFICAS

11. PROF. LINTON FERREIRA DE BARROS

Rua Rocha Miranda, 421 - Tijuca - Guanabara.

- Bacharel e Licenciado em Matemática pela Faculda­de Nacional de Filosofia da Universidade do Brasil.

- Cartógrafo do Conselho Nacional de Geografia do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

- Diplomado em Geomorfologia pela "École Pratique des Hautes Études" - Sorbonne - Paris.

- Ex-Professor de Meteorologia do Instituto Tecnológi­co da Aeronáutica - São José dos Campos - São Paulo.

- Ex-Professor Catedrático de Cartografia e Topografia da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Rio Claro (São Paulo). ·

- Ex-Professor Catedrático de Cartografia e Topografia da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Presi­dente Prudente (São Paulo).

- Ex-Pesquisador Chefe do Centro de Geomorfologia Aplicada à Amazônia do Instituto Nacional de Pes­quisas da Amazônia (Manaus).

- Autor de vários trabalhos técnicos publicados pelo Conselho Nacional de Geografia e outras instituições.

12. PROF.A LYSIA MARIA CAVALCANTI BERNARDES

Rua Ribeiro de Almeida, 44 - apto. 102 __:_ Laranjeiras - Guanabara.

- Bacharel e Licenciada em Geografia e História pela Faculdade Nacional de Filosofia da Universidade do Brasil.

- Geógrafa do Conselho Nacional de Geografia, do Ins­tituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

- Professôra de Metodologia da Geografia na Faculda-de Nacional de Filosofia. · .

- Sócia Efetiva da Associação dos Geógrafos Brasileiros. - Autora de vários trabalhos técnicos publicados pelo

Conselho Nacional de Geografia, Associação dos Geó­grafos Brasileiros e outras instituições.

13. PROF.A MARIA MAGDALENA VIEIRA PINTO

Rua Voluntários da Pátria, 283 - apto. 305 - Botafogo - Guanabara.

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CURSO DE INFORMAÇÕES GEOGRÁFICAS 173

- Bacharel e Licenciada em Geografia e História pela Faculdade de Filosofia da PUC.

- Geógrafa do Conselho Nacional de Geografia do Ins­tituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

- Professôra titular de Geografia Humana e Didática Especial de Geografia da Faculdade de Filosofia da Universidade Católica de Petrópolis.

- Professôra de Geografia do Colégio Bennett. - Colaboradora da CADES em vários cursos e Comissões

sôbre Ensino de Geografia e Didática da Geografia. - Curso de Aperfeiçoamento em Geografia no Exterior

(Sorbonne - França). - Autora de vários trabalhos técnicos publicados pelo

Conselho Nacional de Geografia e outras instituições.

14. PROF. PEDRO PINCHAS GEIGER

Rua Almirante Tamandaré, 50 - apto. 803 - Flamengo -Guanabara.

- Bacharel e Licenciado em Geografia e História pela Faculdade Nacional de Filosofia da Universidade do Brasil.

- Geógrafo do Conselho Nacional de Geografia do Ins­tituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

- Professor de Geografia do Ensino Médio do Estado da Guanabara.

- Sócio Efetivo da Associação dos Geógrafos Brasileiros. - Especialização no Exterior (França - Estados Unidos

da América do Norte) . · - Membro de Delegações Oficiais Brasileiras em Reu­

niões Internacionais sôbre assuntos geográficos. - Autor de vários trabalhos técnicos publicados pelo

Conselho Nacional de Geografia e outras instituições.

15. PROF. SÍLVIO FRóIS ABREU

Rua Dr. Satamini, 129 ·- Tijuca - Guanabara.

- Químico Industrial pela Escola Politécnica do Rio de Janeiro.

- Professor Catedrático de Geografia Geral e do Brasil da Escola Normal do Instituto de Educação.

- Representante do Brasil na Conferência Científica sô­bre Conservação e Utilização de Recursos Naturais (ONU - 1948).

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174 CURSO DE INFORlVIAÇÕES GEOGRÁFICAS

- Constituinte da Delegação Brasileira no I Congresso Sul-Americano de Petróleo (Montevidéu, 1951). ;

_,. Membro da Academia Brasileira de Ciências. - Membro da Associação Brasileira de Geógrafos. - Membro do Conselho Nacional de Pesquisas. - Membro do Conselho Nacional de Minas e Metalur-

gia. - Sócio efetivo da Associação dos Geógrafos Brasileiros. - Autor de vários trabalhos técnicos puQ,licados pelo

Conselho Nacional de Geografia e outras instituições.

16. PROF.A MARIA DA PENHA BASTOS MENDES

Rua Visconde de Pirajá, 25 - apto. 401 - Ipanema -Guanabara.

- Coordenadora Educacional. - Professôra do Curso da CADES. - Coordenadora do Curso de Artigo 99 da Universidade

de Cultura Popular Canal 9. - Licenciada em Geografia e História pela Faculdade

de Filosofia da Universidade do Brasil. - Professôra do Colégio Pedro II. ~ Professôra do Ensino Médio do Estado da Guanabara.

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Documento n. o 4

RELAÇÃO DOS INTEGRANTES DO CORPO DISCENTE

1 - AMAZONAS

1 .1 - Auriza Menezes - Rua Dez de Julho, 435 -Manaus.*

1. 2 - Delfim Manoel de Souza Filho - Av. Humaitá, 245 - Manaus.*

1. 3 - Neise Said Valente - Av. Joaquim Nabuco, 846 - Manaus.*

2 - DISTRITO FEDERAL (BRASÍLIA)

2 .1 - Manoel Francisco dos Santos - Quadra 27, Taguatinga - DF. *

2. 2 - Zenaide Pires Alves - Superquadra, 303/30 -DF. *

3 - ESPÍRITO SANTO

3 .1 - Celi da Rocha Neves - R. Lisandro Nicolett, 325 - Vitória. *

3. 2 - Elias Moysés - Cachoeiro do Itapemirim. ':' 3. 3 - Maria Yonita Feitosa de Aguiar - Rua Gra­

ciano Neves, 12/1 - Vitória.

4 - MARANHÃO

4 .1 - Raymundo José Pimenta Perdigão - Rua São Pantaleão, 703 - São Luiz. *

5 - MINAS GERAIS

5 .1 - Eudes Campomizzi - Av. Ari Barroso, 256 -Ubá. *

5. 2 - Maria da Glória Carvalho - Cabo Verde.* 5. 3 - Pompéia Benatti Moreira - Rua Teófilo Otoni,

97 - Vise. Rio Branco. *

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176 CURSO DE INFORMAÇÕES GEOGRÁFICAS

5. 4 - Ruth Gebrin - Fac. Fil. Santo Thomás de Aquino - Uberaba. *

5. 5 - Alaor Ribeiro Lemes - Trav. Rio Branco s/n - Três Corações. *

6 - PERNAMBUCO

6 .1 - Doralice da Rocha Costa - Rua Amélia, 99 -Recife.*

7 - RIO DE JANEIRO

7 .1 - Fernando de Andrade - Rua Dr. Lacerda So­brinho, 309 - Campos.*

7. 2 - Geraldo Tito Sandim - Rua Santa Rosa, 207 - Niterói.

7. 3 - Izabel Klausner - Rua Belisário Augusto, 91 - apt.º 404 - Niterói.

7. 4 - Joaquim Cardoso - Rua São Januário, 261 -Niterói.

7 .5 - Levi Carlos da Cruz - Rua São José, 72 -Niterói.

7. 6 - Lia Cardoso - Rua Geraldo Martins, 152 c/8 - Niterói.

7. 7 - Mariza Macedo Dias - Rua Dr. Morais Bar­bosa, 77 - Barra do Piraí. *

7. 8 - Therezinha Pereira Duarte Silva - Rua An­tônio Silva, 140 - Niterói.

7. 9 - Waldeya Gonçalves Monteiro - Rua Artur Tibao, 5 apt.º 205 - Niterói.

7. 10 - Zilda Gomes da Silva - Rua Dom Guilherme, 89 - Barra do Piraí. *

7 .11 - Dídima de Castro Peixoto - Av. Estácio de Sá, 390 apt.º 102, Icaraí - Niterói.

8 - RIO GRANDE DO SUL

8. 1 - Júlia Gonçalves da Silva - Colégio da Compa­nhia Santa Rosa - Livramento.*

8.2 - Thereza Brandão Rebello - Av. Palmeiras, 456 - Pôrto Alegre. *

9 - SÃO PAULO

9 .1 - Paulo Moreira - Rua Barão do Rio Branco, 5 Santo Anastácio. *

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CURSO DE INFORMAÇÕES GEOGRÁFICAS 177

10 - GUANABARA

10.1 - Abgail Pinto dos Reis - Rua Machado de Assis, 36 apt.º 42.

10. 2 - Altamiro de Souza Freijanes - Rua Açudes, 584 - A. Bangu.

10. 3 - Edson Forster Comitte Filho - Rua Conde de Bonfim, 1220 apt.º 203.

10 .4 - Heliosandro Pires Domingues - Rua Ceçari, 64 - Cordovil.

10. 5 - João Bezerra de Vasconcelos - Rua Sacadu­ra Cabral, 121.

10. 6 - José Mendes Cordeiro Lino Silva - Av. N. S. de Copacabana, 986 apt. 0 901.

1 O . 7 - Therezinha Henz - Rua São Francisco Xa­vier, 11.

10. 8 - Walter de Alencar - Rua Zeferino da Cos­ta, 83 - Cavalcante.

10. 9 - Yara Nunes Ribeiro - Rua Jorge Lóssio, 36 c/4.

10 .10 - Yolanda da Cunha Rabello - Rua Pruden­te de Moraes, 569 /302.

* Bolsistas.

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Documento n.º 5

PROGRAMA GERAL

1.ª Parte - AULAS E SEMINARIOS

MATÉRIAS

1. CARTOGRAFIA 1.1. Leitura e interpretação dos elementos cartográficos do

Mapa do Brasil 1:5 000 000 ........................ : 1. 2. Leitura e interpretação do "Caderno Através dos Mapas" 1.3. Cartografia, Geográfica .......... : ................... .

2. GEOGRAFIA FISICA GERAL E DO BRASIL 2.1. Leitura e interpretação de elementos físicos do Mapa do

Brasil - 1:5.000.000 .............................. . 2. 2. Análise do mapa de relêvo do mundo do Atla• Geográ-

fico Escolar ....................................... . 2. 3. Análise de pranchas do livro "Exercícios e Práticas de

Geomorfologia" ... ................................. . 3. GEOGRAFIA HUMANA DO BRASIL

3.1. Leitura e interpretação de elementos humanos - (ele­mentos de geografia política; fronteiras e limites); do Mapa do Brasil 1:5.000.000 ........................ .

3. 2. Leitura e interpretação de elementos humanos (Geo­grafia Urbana), do Ma~a do Brasil - 1:5.000.000 ....

3. 3. Leitura e interpretação de elementos humanos, (trans-portes), do mapa do Brasil 1:5.000.000 .............. .

GEOGRAFIA DO ESTADO DA GUANABARA 4.1 Relêvo ............................................. . 4. 2. Evolução Urbana ........•..........................

4.3. Evolução Econômica ............................... . 4.4. A posição econômica e industrial da Guanabara em re-

lação ao Brasil.. .................................. . 4.5. Mapas de população e econômico do estado .......... . 4. 6. Leitura de uma carta do estado ..................... . 4. 7. Elementos Geográficos do Anuário Estatístico do Es-

t.ado da Goanabara ................................ . 4.8. Sem~io: :'~iv~~ Dsitrito Federal e Seus Recursos

Naturais Bas1cos .................................. . ó. METODOLOGIA

5.1. Importância do Anuário Estatístico do Brasii no Ensino da Geografia ...................................... .

5. 2. O Vocabulário do Atlas Geográfico Escolar. .......... . 5.3. Uso de mapas murais ............................. .. 5.4. Uso do, Atlas Geográfico Escolar .................... .

6. AULAS PRATICAS 6 .1. Elaboração de Gráficos do Anuário Extatístico do BraRil

6.2. Elaboração de Trabalhos em massa .................. .

Professôres

Cêurio de Oliveira Antônio Teixeira Guerra Linton Ferreira de Barros

Carlos de Castro Botelho

Carlos de Castro Botelho

Gelson Rangel Lima

José Cezar de Magalhães

Lysia Maria Cavalcanti Ber­nardes

Delnida Martinez Cataldo

Antônio Teixeira Guerra L~sia Maria Cavalcanti Ber-

nardes José Cezar de Magalhães

Pedro Pinchas Geiger Eugênia Gonçal veq Egler Antônio Teixeira Guerra

Carlos Goldenberg

Sílvio Fróis Abreu

Carlos Goldenberg M•. da Penha Bastos Mendes José Cérar de M.agalhães Maria Magdalena Vieira f'in!o

""' Carlos Gol:leoberg Cêurio de Oliveira Francisco Barbosa Leite Eva Manezes de Magalhães

Número de

aulas

2 1 2

2

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-----CURSO DE INFORMAÇÕES GEOGRÁFICAS

2.ª Parte·- PROJEÇÕES

Diapositivos de interêsse geográfico

3.ª Parte - EXCURSÃO

179

Pontos de interêsse geográfico do Estado da Guanabara

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Documento n.O 6

PROGRAMA PORMENORIZADO

MATÉRIA: PROFESSôRES

1. CARTOGRAFIA

l.ª aula: Projeções Cartográficas. A Cilíndrica. A Cônica. A Policônica. A Rêde dé Meridianos e Paralelos

2.ª aula: a) Convenções. Símbolos. Côres b) Escalas. Escala Numérica. Escala Gráfica. Como Me­

dir Distâncias Cêurio de Oliveira

3.ª aula: Caderno através dos mapas a) Projeções b) Convenções c) Escalas d) Diferenças de costas e tipos de foz de rio

Antônio Teixeira Guerra

4. a e 5. a aulas: Cartografia Geográfica

a) Estudo das diferentes modalidades de representação cartográfica das formas de relêvo

b) Esbôço de uma carta Geográfica Linton Ferreira de Barros

2. GEOGRAFIA FÍSICA GERAL E DO BRASIL

1.ª e 2.ª aulas:Leitura e interpretação dos elementos físicos (hidrografia) do mapa do Brasil 1:500 000

a) Largura - Seção transversal rios largos rios estreitos

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CURSO DE INFORMAÇÕES GEOGRÁFICAS

b) Extensão - Sentido longitudinal rios longos rios curtos

c) Altura - Sentido vertical rios de forte declive rios de fraco declive

d) Desenvolvimento do curso rios continuamente retilíneos rios de seções retas e alternadas com cotovelos rios sinuosos

181

e) Dissimetria na bacia e dissimetria das vertentes con-tinentais na bacia

f) Orientação geral da drenagem continental g) Os divisores h) Os grandes eixos fluviais

Carlos de Castro Botelho

3.ª aula: Análise do mapa de relêvo do mundo

a) Definição de relêvo b) Usar um planisfério com pranchas do livro

"Exercícios e Práticas de Geomorfologia"

I - Escudo e geossinclinais II - Fossa do Reno

III - Tectônica de falha IV - Estruturas dobradas V - Evolução do relêvo - Natureza das rochas

VI - Evolução do planalto VII - Fatôres morfoclimáticos

Carlos de Castro Botelho

4.ª aula: Análise de Pranchas do livro "Exercícios e Prática2 de Geomorfologia"

a) Fossa tectônica do Reno b) Evolução de um planalto e) Evolução do3 vales d) Ciclo das águas e) Erosão fluvial f) Evolução da rêde hidrográfica g) Estágios sucessivos na vida de um lago

Gelson Rangel Lima

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182 CURSO DE INFORMAÇÕES GEOGRÁFICAS

3. GEOGRAFIA HUMANA DO BRASIL

1.ª aula: Elementos de Geografia política no mapa político do Brasil

I - Conceituação de estado - nação - país

1 - estado - povo, territórios - soberania 2 - nação - posse em comum de um reino liga-

do de recordações · 3 - país - base física do estado

II - Formação histórica do Brasil

1 - ação diplomática 2 - ação guerreira 3 - ação missionária 4 - ação de deslocamentos espontâneos 5 - ação diplomática republicana

III - O mapa polítiço e sua utilização

1 - áreas desiguais densidades demográficas di­ferentes

2 - pontos extremos da soberania 3 - utilização da geografia física

a - hidrografia mais usada nas fronteiras b - relêvo (divortium aquarum) - prefe­

rência nos limites 4 - linha geométrica - áreas despovoadas 5 - ocupação da faixa de fronteira

a - norte e Centro-Oeste fronteiras em for­mação

b - sul - fronte~ra viva 6 - localização das cidades

a - sítio em vales b - sítio litorãneo

7 - uso dos encartes · a - sudeste - limites, rodovias, posição das

metrópoles · b - Distrito Federal - limites do D. F. , rê­

de hidrográfica, cidades satélites c - Brasília - funções da cidade

José Cezar de Magalhães

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CURSO DE INFORMAÇÕES GEOGRÁFICAS 183

2.ª aula: Elementos de Geografia Urbana Lysia Maria Cavalcante Bernardes

3.ª aula: Transportes

I - Os transportes envolvem qUestões relacionadas à engenharia e aos problemas sócio-econômicos

1 - Problemas de engenharia - seleção, projeto e preparo da trajetória 1 . 1 - as vias de transportes 1 . 2 - os meios de transporte 1 . 3 - a fôrça motriz

2 - Problemas sócio-econômicos 2 .1 - o volume e a carga transportada 2 . 2 - as áreas percorridas

II - O problema da densidade e desconexão dos trans­portes

1 - O sentido periférico das vias de transporte 2 - A fraca densidade dos transportes 3 - A superposição das vias de transporte 4 - A desconexão entre os vários meios de trans-·

porte 5 - As vias de transporte não constituem uma

rêde de circulação entrosada

III - Condições geográficas que influíram nos trans­portes

1 - A grande extensão territorial 2 - A grande extensão litoral 3 - O relêvo 4 - As redes hidrográficas 5 - A vegetação

IV - A desigual distribuição dos transportes

1 - A concentração das vias de transporte no Leste Meridional e no Sul

2 - A escassez de vias de transporte terrestres no Norte e no Centro-Oeste

3 - A ausência de transportes terrestres em al­gumas áreas do país

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184 CURSO DE INFORMAÇÕES GEOGRÁFICAS

4 - A navegação fluvial rio Norte e no Centro­Oeste

5 - A navegação marítima - os portos naturais 6 - A importância da navegação aérea - Ama­

zônia

V - Os transportes no território brasileiro

1 - As ferrovias 2 - As rodovias 3 - A navegação fluvial e marítima 4 - O papel da navegação aérea - "as pontes

- aéreas"

VI - Conclusões

1 - A expansão ferroviária 1.1 - O abandono ou declínio da navega­

ção fluvial 2 - A expansão rodoviária

2 .1 - A concorrência rodo-ferroviária 2. 2 - As ferrovias deficitárias 2 . 3 - O declínio do comércio de cabotagem 2. 4 - A sobrecarga das principais rodovias

3 - A convergência de novas rodovias para o Dis­trito Federal

4 - Brasília - o mais recente nó aeroviário Delnida Martinez Cataldo

4. GEOGRAFIA DO ESTADO DA GUANABARA

1.ª aula: Aspectos Físicos da Guanabara

a) Fator posição astronômica e sua i_mportância no clima ·

b) Maciços - Distrib.uição geográfica, estrutura geoló-gica e modelado do relêvo · · ·

e) Estrutura geológica · d) Modelado do relêvo e) As planícies e os ·morros isolados f) O litoral g) Ilhas h) Rios i y Lagoas e canais de drenagem j) Tipos de vegetação natural I) Solos · · ·

Antônio Teixeira Guerra

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CURSO DE INFORMAÇÕES GEOGRÁFICAS 185

2.ª aula: Evolução Urbana

a) Sítio b) Posicão c) Expansão urbana

Lysia Maria Cavalcante Bernardes

3.ª aula: Evolução Econômica Evolução econômica do Estado da Guanabara

I - Cana de açúcar no Recôncavo da Baía de Guana­bara

1 - Engenhos - via fluvial - via marítima 2 - Cidade junto ao cais

II - O ouro no planalto mineiro

1 - Ligação do Rio de Janeiro com o planalto 2 - 1763 - Rio de Janeiro - capital 3 - Aumento da cidade para o norte e para o sul 4 - Trapiches no atual pôrto

III - Expansão cafeeira

1 - Café nas matas cariocas 2 - Estrada de ferro - café - pôrto 3 - Ligação dos subúrbios

IV - Implantação industrial

1 - Explosão urbana 2 - Eixos industriais 3 - Grande Rio de Janeiro 4 - Formação do complexo portuário

V - Persistência agrícola

1 - Oeste-Norte do Estado a - Campo Grande b - Santa Cruz c - Jacarepaguá d - Mendanha

José Cezar de Magalhães

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186 CURSO DE INFORMAÇÕES GEOGRÁFICAS

4.ª aula: Posição Econômica e Industrial da Guanabara em relação ao Brasil

1 - A "situação" atual da Guanabara na Região Indus­trial e urbana" do Brasil. (Referências: apostila de Salomão Turnovsky e Fani Davidovich)

2 - Geografia Prospectiva para a Guanabara 3 - Os problemas em tôrno do pôrto 4 - Os problemas em tôrno da atividade industrial 5 - Os problemas em tôrno da imigração 6 - Centro cultural e de turismo

7 - Os problemas em tôrno de interposição do grande Rio de Janeiro. A ligação Rio-Niterói

8 - As implicações da organização político-administrati­va. Problemas de legislação tributária e de fusão

Guanabara-Estado do Rio de Janeiro Pedro Pinchas Geiger

5.ª aula: Mapas de População do Estado

a) Distribuição populacional b) Favelas e) Área metropolitana d) Desenvolvimento urbano e) Características das Regiões

Eugênia Gonçalves Egler

6.ª aula: Leitura de uma carta do Estado

1 - Orientação do mapa 2 - Tipo de projeção 3 - Escala

3 . 1 - Escala gráfica 3. 2 - Escala numérica

4 - Convenções 4. 1 - Limites do Estado 4.2 - Limite-interdistrital (antes de 1960) 4 . 3 - Estrada de ferro 4. 4 - Estrada de rodagem 4.5 - Canal e Rio

5 - Exercícios com o mapa mudo 5 .1 - Distinguir a rêde de drenagem natural da

artificial

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CURSO DE INFORMAÇÕES GEOGRÁFICAS 187

5. 2 - Distinguir as diferentes bacias de drenagem 5. 2 . 1 - Rios que vertem para a baía de Se­

petiba 5. 2. 2 - Rios que vertem para a baixada de

Jacarepaguá e serra da Carioca 5. 2. 3 - Rios que vertem para a baía da

Guanabara 5 . 2 . 4 - Marcar as lagoas da baixada de

Jacarepaguá . 5. 2. 5 - Marcar os divisores de águas que

separam os rios que vertem para as baixadas de Sepetiba, Jacarepa­carepaguá e litoral da serra da Carioca

5 . 3 - Distinguir as rodovias das ferrovias 5. 3 .1 - Característica da distribuição geo­

gráfica das ferrovias 5. 3 . 2 - Comparar o traçado das estradas

de rodagem nas áreas sudeste e sudoeste

Antônio Teixeira Guerra 7.ª aula: Elementos Geográficos do Estado no Anuário Es­

tatístico da Guanabara a) Aspectos físicos b) Aspectos demográficos e) Aspectos sociais d) Aspectos econômicos e) Aspectos político administrativos

Carlos Goldenberg 8.ª, 9.ª e 10.ª aulas: A Guanabara e seus recursos naturais

básicos a) Valor da água b) Ciclo hidrológico c) Água na agricultura d) Quantidade e qualidade da água usada nas cidades e) O abastecimento na cidade do Rio de Janeiro f) Água dos rios g) Água da chuva h) Água subterrânea i) Águas minerais j) Água do mar 1) Os traços gerais da evolução agrícola

m) Conservação dos recursos naturais do solo, água, matas, fauna etc.

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188 CURSO DE INFORMAÇÕES GEOGRÁFICAS

5. METODOLOGIA

1.ª aula: Importância do Anuário Estatístico do Brasil no ensino da Geografia

a) Elaboração do Anuário b) Assuntos contidos c) Valor da estatística na Geografia - Valor do Anuá­

rio no Método quantitativo da moderna geografia d) Metodologia de sua utilização na geografia- O Anuá­

rio, os gráficos e os cartogramas Carlos Goldenberg

2.ª aula: Vocabulário do Atlas Geogr.áfico Escolar

1 - Importância do uso do Atlas a) Como instrumento de trabalho b) Domínio do vocabulário c) Aplicação dêsse vocabulário a realidade diária·

2 - Visão geral dos fenômenos geográficos a) Correlação de diferentes mapas

3 - Técnica de apresentação da aula a) Trabalho de grupo

I - Divisão do trabalho II - Procurar no vocabulário tudo que se re­

fere a agricultura III - Localizar no mapa IV - Correlacionar com os demais mapas

Maria da Penha Bastos Mendes

3.ª aula: Utilização de mapas murais

1 - Vantagem de serem vistos por tôda a classe 2 - Boa visualização a partir de 60x40 cm 3 - Evitar muitos detalhes e utilizar côres vivas 4 - Deficiência do mercado - falta de material 5 - Coleção Armand Colin - Cartas Murales 6 - Confecção do mural pelo professor

a - cartolina branca ou colorida b - guache ou pincel atômico c - pantógrofo - lOxlO cm até 3 vêzes mais

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CURSO DE INFORMAÇÕES GEOGRÁFICAS 189

7 - Os defeitos de confecção não importam 8 - Não devem ser entelados se não ficam na escala 9 - Colocar gravuras grandes coladas em cartolinas

10 - Utilização do prendedor de madeira - evitar as tachas

11 - Murais essenciais a - movimento de translação b - planisfério de climas c - agricultura e regiões industriais (em planis­

fério ou nos mapas dos continentes José Cezar de Magalhães

4.ª aula: Utilização do Atlas Geográfico Escolar

1 -· Introdução 1 .1 - Utilidade e uso

2 - Técnica de Observação 2 . 1 - Observar e interpretar 2. 2 - Elementos fundamentais do mapa 2 . 3 - Nações essenciais da análise do mapa

3 - Trabalhos discentes com o AGE 3 .1 - Nas primeiras séries do 1.º grau do nível

médio 3. 2 - Nas primeiras séries do 2.0 grau ·do nível

médio 3. 3 - Vocabulário - técnica de aquisição e uti­

lização 3. 4 - Relações com outras disciplinas no emprêgo

do AGE 3. 5 - Descrições geográficas com auxílio do AGE

4 - Bibliografia Maria Magdalena Vieira Pinto

6. TRABALHOS PRÁTICOS

1.ª e 2.ª aulas: Elaboração de Gráficos do Anuário Estatís­tico do Brasil

Carlos Goldenberg Cêurio de Oliveira

3.ª, 4.ª, 5.ª, 6.ª 7.ª e 8.ª aulas: Maquetes de acidentes geo­gráficos

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190 CURSO DE INFORMAÇÕES GEOGRÁFICAS

(MODELAGEM)

l.ª aula: Apresentação de modelos. Importância da sua realização no ensino.

1 . 1: Escolha de temas para elaboração nas aulas e divi­são dos alunos em equipes.

2.ª aula: Armação do arcabouço das maquetes e primeiras formas de revestimento.

3.ª aula: Continuação da tarefa anterior e conclusão do mo­delado.

4.ª e 5.ª aulas: Características defintivas, pintura e ar­remate

6.ª aula: Conclusão e análise da produção. Francisco Barboza Leite

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DISTRJBUIQÃO DO TEMPO

DIAS 8.30 às 9.20 h. 9.30 às 10.20 h. 10.30 às 11.20 h.

12 ABERTURA METODOLOGIA - Uso do CARTOGRAFIA - Leitura e Segunda-felra Atlas Geográfico Escolar Interpretação dos elementos

Maria Magdalena V, Pinto cartográficos do Mapa do Brasil 1:5 000 000

Cêurio de Oliveira

13 CARTOGRAFIA - Leitura e CARTOGRAFIA - Caderno GEOGRAFIA FÍSICA GERAL Terça-feira interpretação dos elementos através dos mapas. E DO BRASIL - Análise

cartográficos do Mapa do Bra- Antônio Teixeira Guerra. do mapa do relêvo do mundo. s;l 1:5 000 000. Carlos de C. Botelho

Cêurío de Oliveíra

----14 GEOGRAFIA FÍSICA GERAL GEOGRAFIA DO ESTADO GEOGRAFIA DO ESTADO

Quarta-feira E DO BRASIL - Leitura e DA GUANABARA- Relêvo DA GUANABARA - Semi· interpretação dos elementos Antfüüo Teixeira Guerra nário - Agricultura físicos do mapa do Brasil Sílvio Fróis Abreu 1:5 ººº 000

Carlos de C. Botelho

15 METODOLOGIA - Vocabu- GEOGRAFIA DO ESTADO GEOGRAFIA DO ESTADO Quinta-fe1ra Iário Geográfico Escolar. DA GUANABARA - Po- DA GUANABARA - Eva-

M•. da Penha Bastos Mendes sição econômica e industrial lução Urbana. da Guanabara em relação ao Lysia M. C. Bernardes Brasil.

Pedro Pinchas Gelger -

16 GEOGRAFIA DO ESTADO GEOGRAFIA DO ESTADO GEOGRAFIA DO ESTADO Sexta-feira DA GUANABARA - Lei- DA GUANABARA - Semi- DA GUANABARA -- Ma-

tura de uma earta do Estado nário. Conservação dos Re- pas de População. Antônio Teixeira Guerra cursos Naturais. Eugênia Gouç-alves Egler

Documento n.0 7

1.30 às 15.20 h. 15.30 ?.s 16.20 h.

METODOLOGIA - Uso dos METODOLOGIA - Impor-Mapas Murais. tância do Anuário Estatís-

José Cezar de Magalhães tico do Brasil no Ensino da Geografia.

Carlos Goldenberg

GEOGRAFIA HUMANA DO 1 GEOGRAFIA DO ESTADO BRASIL - Leitura e inter- DA GUANABARA - Se-pretação dos elementos hu- minário - Aguas manos do Mapa do Brasil - Sílvio Fróis Abreu 1:5 000 ººº·

José Cézar de Magalhães

GEOGRAFIA FÍSICA GE- GEOGRAFIA DO ESTADO GERAL E DO BRASIL - DA GUANABARA - Eva-Leitura e interpretação dos lução econômica. elementos físicos do Mspa José Cézar de Mag,lhães do Brasil - 1:5 000 OCO

Carlos de C. Botelho --

TRABALHOS PRÁTICOS - TRABALHOS PRÁTICOS -Elabora~ão de trabalhos em Elaboração de trabalhos em massa. massa.

Francisco B. I.eite I?ranciaco B. Leite.

TRABALHOS PRÁTICOS - TRABALHOS PRÁTICOS -Elaboração de trabalhos rrn Elaboração de trabalhos em massa. massa.

Francisco B. Leite Francisco B. Leitf' Eva Menezes de Magalh:tes Eva Menerics de MagalhãC's

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DISTRIBUIÇÃO DO TEMPO

DIAS j 10.30 às 11. 20 h. 1 · 1.30 às 15.20 h. 1 8.30 às 9.20 h. 9.30 às 10.20 h. 15.30 às 16.20 h.

17 Sábado

~----1 -------~-------------------~

18 Domingo

EXCURSÃO

LIVRE

-----1----· ·---~-----·-------- --------

19 1 CARTOGRAFIA - Cartogra-Segunda-feira fia Geográfica.

20 Terça-feira

Llnton F. de Barro•

CARTOGRAFIA - Cartogra­fia Geográfica.

Linton F. de Barros

GEOGRAFIA HUMANA DO BRASIL - Leitura e inter­pretação dos elementos hu­manos do Mapa do Brasil -1:5 000 000 (transportes)

Delnida M. Cataldo

GEOGRAFIA HUMANA DO BRASIL - Leitura e inter­pretação dos elementos hu­manos do Mapa do Brasil -1:5 000 000 (Geografia Ur­bana)

Lysia M. C. Bernardes

PROVAS

GEOGRAFIA DO BSTADO DA GUANABARA - Ele­mentos geográficos do Anu­ário Estatístico da Guana~ bara.

Carlos Goldenherg

GEOGRAFIA FÍSICA GERAL E DO BRASIL - Análise de Pranchas do livro "Exer .. cícios e Práticas de Geomor .. fologia"

Gelson Rangel Lima

21 Quarta-feira

GEOGRAFIA

GEOGRAFIA

DO ESTADO DA GUANABARA ' e

FISICA GERAL E DO BRASIL

22 Quinta-feira

PROVA CARTOGRAFIA

TRABALHOS PRÁTICOS -Elaboracão de trabalhos em massa.

Francisco B. Leite Eva Menezes de Magalhães

TRABALHOS PRÁTICOS -Elaboração de gráficos do Anuário E•tatístico do Bra­sil.

Carlos Goldenberg

PROVA GEOGRAFIA HUMANA

TRABALHOS PRÁTICOS -Elaboracão de trabalhos em massa.

Francisco B. Lerte Eva Menezes de Magalhães

TRABALHOS PRÁTICO~ -Elaboração de gráticos do Anuário Estatístico do Bra­sil.

Cêurio de Oliveira

PROVA METODOWGIA

PROVA , TRABALHOS PRATICO$

23 Sexta-feira -------·- I

LIVRE ENCERRAMENTO

LOCAL DAS AULAS: Escola Nacional de Estatística, Av. Presidente Wilson, 210 - 2.0 andar (Castelo).

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Docuniento n. 0 8

SOLENIDADE DE ABERTURA DO CURSO (Dia 12 de julho, às 8,30 horas)

PROGRAMA:

1. Abertura da sessão pelo Sr. Presidente do Instituto Bra­sileiro de Geografia e Estatística, General Aguinaldo José Senna Campos.

2. Palavras do Sr. Presidente do IBGE, saudando os profes­sôres inscritos no Curso.

3. Palavras do Sr. Secretário-Geral do Conselho Nacional de Geografia, Engenheiro René de Mattos, dizendo das finalidades do Curso.

4. Apresentação do Corpo Docente, pelo Sr. Diretor da Di­visão Cultural, Professor Antônio Teixeira Guerra.

5. Distribuição do Regimento do Curso (Anexos, Instruções Especiais, Roteiros, Documentos).

6. Encerramento, pelo Sr. Presidente do IBGE.

Local: Escola Nacional de Ciências Estatísticas (Avenida Presidente Wilson, n.0 210 - 2.º andar - Castelo).

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Documento n.O 9

INSTRUÇÕES REGULADORAS DA EXCURSÃO GEOGRÁFICA

1. GENERALIDADES

Conforme o previsto no programa geral (documento n.0 3) realizar-se-á, no dia 17 do corrente, a excursão a pontos de interêsse geográfico do Estado da Guanabara.

2. FINALIDADES

2 . 1 - Correlacionar os aspectos físicos com os aspectos humanos.

2 . 2 - Dar aos professôres uma noção de como se faz um estudo geográfico local.

2 . 3 - Oportunidade para elaboração de um relatório de interêsse geográfico sôbre a excursão realizada.

3. ORGANIZAÇÃO

3 . 1 - Dirigentes - Professôres Antônio Teixeira GÚer­ra, Carlos Goldenberg, José Cezar de Magalhães, Eva Menezes de Magalhães.

3. 2 - Distribuição do tempo: local e hora da partida e regresso. 3. 2 .1 - 7 ,30 horas, reunião dos participantes.

Local: Avenida Calógeras, 6-B (Divisão Cultural).

3. 2. 2 - 8,00 horas, partida. Local: Avenida Beira-Mar, 436 (Conse­

lho Nacional de Geografia) -ônibus IBGE.

3 . 2. 3 - 17 ,30 horas. Chegada. Local: Avenida Beira-Mar, 436.

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CURSO DE INFORMAÇÕES GEOGRÁFICAS 195

4. PRESCRIÇÕES DIVERSAS

4. 1 - Recomenda-se levar lápis, caderneta de aponta­mentos e lanche.

5. ASPECTOS A OBSERVAR

5. 1 - Baixada da Guanabara Aterros. Baixos níveis de rochas pré-cambrianas. Manto de intemperismo. Periferia da área central da Cidade. Zona portuária. Aproveitamento das áreas aterradas: quartéis, depósitos industriais, favelas. Vias de penetração para o interior e para os subúrbios.

5. 2 Avenida Brasil Superfície aplainada. Contacto dos maciços. Pe­riferia urbana: novos bairros e indústrias recen­tes. Contactos com a zona chamada rural.

5. 3 - Campo Grande e Santa Cruz Erosão antrópica. Os maciços da Pedra Branca e do Mendanha. Reservas florestais e devastação. Os núcleos suburbanos e o avanço dos loteamen­tos. Decadência dos laranja.is, persistência das hortas e das bananeiras. Núcleo colonial de San­ta Cruz.

5 .4 - Baixada de Sepetiba Área aluvionar recente: baixos níveis cristalinos. Localidades balneárias. Fruticultura, eucaliptos, pecuária.

5. 5 - Encosta sul do macico da Pedra Branca A serra geral de Guaratiba. Baixada de Jacarepa­guá. Pães-de-açúcar. Formações das lagoas. A vegetação. Canais de drenagem. Atividade agrí­cola na Vargem Grande. Jacarepaguá e suas transformações.

5. 6 - Maciço da Tijuca As encostas e a vegetação. Escarpas. Praias. Pon­tões isolados. Gruta da Imprensa. Áreas de vera­neio e clubes. Aspectos urbanos do sul da cidade do Rio de Janeiro. Dificuldades e circulação.

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Documento n.º 10

SOLENIDADE DE ENCERRAMENTO DO CURSO DE INFORMAÇÕES GEOGRÁFICAS

(Dia 23 de julho, às 15,30 horas)

PROGRAMA:

1. Abertura da Sessão pelo Senhor Presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, General Aguinaldo José Senna Campos.

2. Palavras do Professor Delfim Manoel de Souza Filho, em nome do Corpo Discente.

3. Palavras do Professor Antônio Teixeira Guerra, represen-tando o Corpo Docente do Curso.

4. Entrega dos certificados de aprovação.

5. Entrega dos prêmios aos três primeiros colocados.

6. Palavras de despedida do Sr. Secretário-Geral do Conse­lho Nacional de Geografia, Eng.0 René de Mattos.

7. Encerramento, pelo Sr. Presidente do IBGE.

Local: Auditório do Instituto Brasileiro de Geografia e Es­tatístka (Avenida Franklin Roosevelt, 166).

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RELATóRIO

Apresentado pela Secretária do Curso Prof.ª Eva Menezes Magalhães

1. O "Curso de Informações Geográficas'', foi realizado de acôrdo com o plano previamente aprovado, tendo em vis­ta a Resolução n. 0 606, de 20 de junho de 1961 (vide anexo n.0 1 do Regimento do "Curso de Informações Geográficas").

A direção do Curso espera que tenham sido cumpri­das as suas diversas finalidades entre elas a difusão dos conhecimentos geográficos e o aperfeiçoamento cultural dos professôres de Geografia do País.

2. Organização: O "Curso de Informações Geográficas" foi realizado

de 12 a 23 de julho de 1965 e mereceu todo o apoio da Secretaria-Geral do Conselho Nacional de Geografia.

2. 1. Regimento: Atendendo à recomendação feita pelo Sr. Se­

cretário-Geral do Conselho Nacional de Geografia, foi organizado um Regimento contendo os Anexos números 1 e 2, e os documentos de 1 a 11, cons­tantes dêsse Relatório.

2 . 2 . Medidas Iniciais :

Aprovado o plano do "Curso de Informações Geográficas", foram expedidos telegramas aos Di­retórios Regionais comunicando a abertura das inscrições no Curso. Em seguida foram enviados ofícios acompanhados do Regimento do Curso, te­legramas e rádios confirmando as inscrições dos professôres indicados de acôrdo com as normas do Regímen to em vigor.

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198 CURSO DE INFORMAÇÕES GEOGRÁFICAS

2. 3. Matrículas: 2 . 3 . 1 . Condições:

As condições para inscnçao foram semelhantes às dos Cursos anteriores e de acôrdo com o Regimento para o presente Curso, com 64 alunos inscritos, sendo 21 bolsistas, 30 não bolsistas e 13 ouvintes.

2 . 3 . 1. 1. Bolsistas: Tendo em vista que nem tô­

das unidades da Federação in­dicaram bolsistas, foram acei­tos pelo Sr. Secretário-Geral mais de 1 (um) candidato por estado, levando em considera­ção o elevado número de pro­fessôres indicados por alguns Diretórios Regionais.

Satisfeitas .as exigências regimentais foram aceitos 21 bolsistas dos seguintes Estados:

Amazonas (3) Auriza Menezes Delfim Manoel de Souza Filho Neise Said Valente

Distrito Federal - Brasília (2) Manoel Francisco dos Santos Zenaide Pires Alves

Espírito Santo (3) Celi da Rocha Neves Elias Moysés Maria Yonita Feitosa de Aguiar

Maranhão (1) Raymundo José Pimenta Perdigão

Minas Gerais (5) Eudes Campomizzi Maria da Glória Carvalho Pompéia Benatti Moreira Ruth Gerim Alaor Ribeiro Lemos

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Pernambuco (1) Doralice da Rocha Costa

Rio de Janeiro (3) Fernando de Andrade Mariza Macedo Dias Zilda Gomes da Silva

Rio Grande do Sul (2) Júlia Gonçalves da Silva Thereza Brandão Rebello

São Paulo (1) Paulo Moreira

2. 3. 1. 2. Não bolsistas: O número total de inscri­

tos no "Curso de Informações Geográficas" foi de 43, sendo que 30 foram alunos regulares e 13 ouvintes.

A relação dos integrantes do Corpo Discente (endereços), constitui o Documento n.0 2 do Regulamento anexo a êste Relatório.

3. Desenvolvimento do Curso:

3. 1. Tendo em vista os princípios básicos da Geogra­fia foi elaborado um plano de Curso com a aplica­ção do Mapa do Brasil na escala de 1:5000 000; Atlas Geográfico Escolar; Pranchas do Livro "Exer­cícios e Práticas de Geomorfologia"; Anuário Es­tatístico do Brasil e Anuário Estatístico da Gua­nabara, sendo cada um dêsses elementos analisa­do, comentado e interpretado de maneira objetiva.

3 .1. 1. Programa Geral - Encontra-se no do­cumento n.º 3, anexo a êste Relatório.

3 .1. 2. Programa Pormenorizado - Documento n.º 4 incluído no presente Relatório.

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CURSO DE INFORMAÇÕES GEOGRÁFICAS

3 .1. 3. Horário e local das atividades:

Conforme Documento n.0 5, foram dadas aulas práticas e teóricas por 20 professôres, num total de 47, no horário das 8,30 horas às 11,20 horas e das 14,30 horas às 16,30 horas ministradas na Es­cola Nacional de Estatística (aulas teó­ricas, projeções de "slides") e na Escola Nacional de Engenharia (aulas práticas; confecção de maquetes).

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INFORMAÇOES GEOGRAFICAS JULHO- 196 5

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3 . 2. Solenidade de Abertura do Curso:

O "Curso de Informações Geográficas" teve início às 8,30 horas do dia 12 de julho de 1965 na Escola Nacional de Estatística. Estiveram pre­sentes à cerimônia o Sr. Secretário-Geral do CNG em exercício Dr. Wilson Távora Maia, o represen­tante do Diretor da Divisão de Geografia Prof. Lin­dalvo Bezerra dos Santos e os participant~s dos Cursos. (Documento n.0 8).

3 . 3. Excursão:

Conforme o programa pré-estabelecido, reali­zou-se no dia 17 de julho (sábado), a excursão a pontos de interêsse geogránco do Estado da Gua­nabara, sendo abordados, durante o trajeto. todos os aspectos físicos, humanos e econômicos da pai­sagem, tiôndo sempre ern Yista a aplicação dos princípios básicos da Geografia. Foram dirigentes da excursão os professôres Antônio Teixeira Guer-· ra. Carlos Goldenberg e José Cezar de Magalhães, sendo percorridos os seguintes trecly:;::; da Gu:t· nabara:

Baixada da Guanabara. Campo Grande, San­ta Cruz, Baixada de Sepetiba, Baixada de Jacare­paguá, Av. Niemeyer e a orla litorânea do Leblon, Ipanema e Copacabana.

3. 4. Apostilhas e Publicações:

Aos alunos foram distribuídas publicações do CNG de acôrdo com a indicação feita pelos pro­f essôres que ministraram as aulas no Curso, além de 14 apostilhas referentes as matérias dadas.

3. 5. Provas e Resultados Finais:

As provas foram realizadas nos dias 22 e 23 de julho conforme Documento n.º 5, tendo com­pareci,do 33 alunos, dos quais 29 foram aprovados, de acordo com o quadro de notas.

Aos três primeiros colocados foram oferecidos. como prêmio, algumas publicações do CNG e uma assinatura, pelo prazo de um ano da Revista Bra­sileira de Geografia e do Boletim Geográfico.

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202 CURSO DE INFORMAÇÕES GEOGRÁFICAS

3. 5. Solenidade de Encerramento: O encerramento do Curso foi realizado no dia

23 de julho às 15,30 horas no auditório do IBGE. Estiveram presentes o General Aguinaldo José Senna Campos, Presidente do IBGE; Engenheiro René de Mattos, Secretário-Geral do CNG; Pro­fessor Antônio Teixeira Guerra, Diretor do Curso e da Divisão Cultural do CNG; Professor Carlos Goldenberg, Diretor do Curso e Chefe da Secção de Divulgação Cultural; Eva Menezes de Maga­lhães, Secretária do Curso; Professôres do Curso e autoridades convidadas.

Aos alunos aprovados foram conferidos os respectivos certificados de aprovação e aos pro­fessôres que ministraram aulas certificados com­probatórios de participação, todos êles referenda­dos pelo Sr. Secretário-Geral do CNG e pelo Se-nhor Diretor do Curso. ·

Usaram da palavra, além do Sr. Presidente do IBGE e do Sr. Secretário-Geral do CNG, o Prof. Delfim Manoel de Souza Filho, em nome do Cor­po Discente e o Prof. Antônio Teixeira Guerra, êste representando o Corpo Docente do Curso.

Durante esta solenidade foram entregues os prêmios oferecidos pelo CNG aos 3 primeiros co­locados.

4. Medidas Administrativas:

4 . 1 . Gerais :

Foram efetivadas tôdas as medidas necessá­rias à boa execução do Curso, mediante articula­ção conjunta, da Secretaria do Curso, participan­tes do Curso, Divisão de Geografia, Divisão de Cartografia e Divisão de Administração.

4. 2. Andamento: O Curso de Informações Geográficas de 1965

teve andamento normal, havendo os participantes - Professôres Antônio Teixeira Guerra, Carlos Goldenberg e Eva Menezes de Magalhães -, par­te administrativa - Sr. Júlio Alfredo Caetano da

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CURSO DE INFORMAÇÕES GEOGRÁFICAS -------------····-·

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Silva -, e demais funcionários da SecÇã9 d~ Dt~ vulgação Cultural e dos Setores de Mecanografia e de Mimeógrafo, executado as tarefas que lhes foram atribuídas, demonstrando alto padrão de cooperação, dedicação e responsabilidade.

5. Agradecimentos:

Além do IBGE, colaboraram para o bom êxito do Curso a Escola Nacional de Engenharia, Departamento Estatístico da Guanabara, Departamento Nacional de Produção Mineral, merecedores, portanto, de tôda e es­pecial consideração.