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CURSO DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS PROJETO PEDAGÓGICO Maio de 2010

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CURSO DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS

PROJETO PEDAGÓGICO

Maio de 2010

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Sumário

Projeto Pedagógico do Curso de Relações Internacion ais 1. HISTÓRICO DO CURSO ............................................................................................. 3

2. CONTEXTUALIZAÇÃO ................................................................................................ 4

2.1. CENÁRIO PROFISSIONAL ................................................................................... 4

2.2. MERCADO DE TRABALHO .................................................................................. 5

2.3. FORMAS DE ACESSO ....................................................................................... 12

3. OBJETIVOS DOS CURSOS ................................................................................ 13

4. PERFIL DE EGRESSO ....................................................................................... 14

5. RECURSOS ............................................................................................................... 15

5.1. INSTITUCIONAIS ................................................................................................ 15

5.2. ESPECÍFICOS .................................................................................................... 17

6. MATRIZ CURRICULAR .............................................................................................. 23

6.1. FLUXO DAS DISCIPLINAS E ESTRUTURA DA MATRIZ ................................... 23

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................... 33

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1. HISTÓRICO DO CURSO

O Curso de Bacharelado em Relações Internacionais da antiga Faculdade de

Ciências Sociais foi criado pelo Conselho Universitário da Universidade Católica de

Brasília, por intermédio da Resolução CONSUN n.º 016/95, de 28/11/95, que aprovou seu

currículo pleno, a partir do 1º semestre de 1996. Foi aprovado pelo Ministério da

Educação – MEC, conforme atesta a portaria n° 632, de 28 de março de 2001, publicada

no Diário Oficial em 02 de abril de 2001. Posteriormente, foi novamente avaliado por

Comissão do MEC, que reiterou a aprovação para o funcionamento do Curso por

intermédio da Portaria n° 310, de 27 de janeiro de 2005, lançada no Diário Oficial da

União, no dia 28 de janeiro de 2005.

Nesse sentido, o Curso de Relações Internacionais da UCB contempla a análise

aprofundada do sistema internacional, da formação de blocos econômicos, das

convergências e divergências de interesses entre nações e grupos sociais e dos seus

impactos sobre os interesses nacionais. Por outro lado, a premência de uma contribuição

para com o desenvolvimento da região em que se situa, visualizando Brasília como

promissor centro econômico, político e cultural internacional, levou à elaboração de um

Curso de Relações Internacionais com marcada orientação para o mundo das

negociações internacionais

Inicialmente, a proposta pedagógica do Curso de Relações Internacionais da UCB

voltava-se de forma explícita para a formação de internacionalistas com concentração na

área de Comércio Exterior. Para tanto, várias disciplinas voltadas aos métodos

quantitativos – à matemática e à estatística –, à economia e ao comércio internacional

compunham a matriz curricular, com vistas a preparar o futuro egresso para essa área,

ainda hoje bastante alvissareira. Ocorre que em Brasília, dadas as limitações para a

existência de indústrias e dada a baixa cultura de formulação de planos de marketing

internacional pelas empresas, a vocação para o comércio internacional foi-se

esvanecendo e, a partir de indicações da primeira Comissão de Avaliação, que visitou o

Curso em 1999, chegou-se à conclusão de que seria necessário escolher um outro eixo

norteador da proposta pedagógica. Foram feitas várias pesquisas em instituições e

organismos tanto da área pública quanto da área privada, e se identificou uma grande

carência de bons negociadores, no Distrito Federal e em todo o País, negociadores esses

que pudessem atender às necessidades do Ministério das Relações Exteriores mas

também as das Organizações Internacionais, Embaixadas, empresas, agências

governamentais e ministérios. Chegou-se, como resultado das pesquisas, à conclusão de

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que esses organismos e organizações, todos sediados no Distrito Federal e com

ramificações em outros estados da federação e mesmo em outros países, trabalhando

questões internacionais como a cooperação internacional, o intercâmbio, o comércio, os

projetos e programas de mobilidade, entre outros da seara internacional, careciam,

contudo, de pessoal qualificado. Desde então, o Curso de Relações Internacionais, de

maneira inovadora, propôs como área de concentração da formação de seus estudantes

a negociação internacional. Por certo, não se trata de oferecer um curso de graduação

com formação técnica apenas. Sendo uma Universidade e, em especial, uma

Universidade Católica, a UCB não pode se furtar à responsabilidade social de formar

cidadãos éticos e socialmente responsáveis. É com essa visão que se desenvolveu a

elaboração do presente Projeto Pedagógico.

2. CONTEXTUALIZAÇÃO

2.1. CENÁRIO PROFISSIONAL

A globalização, fenômeno que tem servido de “pano de fundo” de praticamente

todos os debates sobre a sociedade contemporânea, deverá continuar por muito tempo a

ser considerada uma temática atual. É uma realidade que não se pode ignorar ou evitar,

pois ela já se acha instalada na economia mundial, do que é prova a internacionalização

dos mercados e das crises, com repercussões em todos os continentes. Esse fenômeno

influenciará, indubitavelmente, o desenvolvimento das nações no século XXI, refletindo-se

não somente nas economias locais, mas também na própria cultura dos povos.

Nesse cenário de mudanças, e também de oportunidades, de limites, porém de

possibilidades, a UCB é chamada a dar a sua contribuição por meio do alto nível técnico e

humanístico de seus egressos, que são estimulados a se inserirem profissionalmente de

forma competente, criativa, empreendedora e sobretudo ética. Para fundamentar sua

atuação, a UCB considera os assuntos além das fronteiras nacionais, ao evitar as

percepções apenas domésticas da realidade econômica, cultural e social. A Instituição

dialoga com os grandes centros produtores de conhecimento, com as demandas e

necessidades da sociedade, e com os saberes locais sem perder sua dupla vocação: é

universal, mas está inserida no Distrito Federal e na denominada “Região Integrada de

Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno (RIDE)”, composta por 22 municípios que

exercem pressão sobre o Distrito Federal no que concerne ao mercado de trabalho,

equipamentos públicos e relações comerciais.

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Segundo os dados cadastrais fornecidos pela Secretaria Acadêmica da UCB, em

janeiro de 2007, 80% dos seus alunos moram na região de abrangência da UCB,

residindo 31% em Taguatinga, 15% na Ceilândia, 7% no Guará, 6% em Samambaia, 5%

em Águas Claras, 5% no Gama, 5% no Núcleo Bandeirante, 3% no Riacho Fundo, 2% no

Recanto das Emas e 1% em Brazlândia. Esses estudantes, por fazerem parte dessa

comunidade, são mais identificados com os seus problemas sociocomunitários e

certamente estarão mais comprometidos com a proposta de interação universidade-

comunidade, possibilitando o retorno a esta última, seja por meio de sua participação em

projetos de pesquisa e/ou programas de extensão, seja por meio de sua futura atuação

profissional nessa ou noutras regiões.

Os dados do Distrito Federal concernentes ao Produto Interno Bruto nominal

revelam uma aceleração vertiginosa do desenvolvimento econômico da região na década

de 90 e início dos anos 2000. Da mesma forma, verificava-se a tendência para um

elevado PIB per capta, colocando-o, em 2001, à frente de todos os outros estados

brasileiros. Historicamente, o Distrito Federal tem mostrado uma dinâmica econômica

fundamentalmente terciária (serviços). A partir da consolidação da Capital Federal, o setor

terciário tornou-se o mais forte da economia local, sendo responsável por grande parcela

da renda e pela maioria dos empregos gerados. As principais atividades terciárias estão

relacionadas à administração pública, ao comércio, ao segmento de hotéis, bares e

restaurantes, e de imóveis.

2.2. MERCADO DE TRABALHO

O mercado de trabalho no Distrito Federal, impulsionado pela dinâmica da

economia local, acompanhou suas fases de desenvolvimento, sempre concentrando o

maior número de empregos no setor terciário, induzido, direta ou indiretamente, pelo setor

público. As limitações à instalação de indústrias no Distrito Federal restringiram a

diversificação produtiva na região, resultando na expansão da malha urbana nos mesmos

moldes daquela caracterizada nas regiões metropolitanas. A região polarizadora é

Brasília, onde estão a sede do Governo Federal, e a maior concentração dos postos de

trabalho. Vale frisar que nos últimos anos a Região Administrativa de Taguatinga, onde

está localizado o Campus I da Universidade Católica de Brasília, também vem se

destacando e ganhando características de uma grande metrópole.

Nada obstante as particularidades das origens e da vocação administrativa do

Distrito Federal, e a correspondente dependência que tem de investimentos públicos,

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existe a preocupação das autoridades locais em incentivar a ampliação dos investimentos

privados, garantindo maior autonomia para o Distrito Federal, com oferta de produtos e

empregos compatíveis com a sua demanda.

As estatísticas do mercado de trabalho do Distrito Federal, com base na Pesquisa

de Emprego e Desemprego (PED/DF), têm início em fevereiro de 1992, quando a

Secretaria de Trabalho do Governo do Distrito Federal, em parceria com a Companhia do

Desenvolvimento do Planalto Central (CODEPLAN), o Departamento Intersindical de

Estatísticas e Estudos Sócio-Econômicos (DIEESE) e a Fundação Sistema Estadual de

Análise de Dados (SEADE/SP), implantaram a pesquisa. Com base nesses 14 (quatorze)

anos de pesquisa (1992 a 2005), é possível ter uma radiografia do mercado de trabalho

local, conhecendo-se como a dinâmica da geração de empregos interage com o

crescimento demográfico.

A População em Idade Ativa (PIA), correspondente ao contingente de habitantes

com 10 (dez) anos e mais, passou de 1,2 milhão em 1992 para 1,7 milhão em 2003. A

População Economicamente Ativa (PEA), equivalente ao conjunto de trabalhadores

ocupados mais o de desempregados, estava estimada em 733 mil pessoas em 1992,

alcançando 1,1 milhão em 2003.

As estatísticas sobre a ocupação no Distrito Federal indicam que o mercado de

trabalho, desde 1992 até 2002, absorveu mais trabalhadores com o segundo grau

completo e terceiro grau incompleto, acumulando crescimento de 103,1% e 134,7%,

respectivamente. O contingente de ocupados com o ensino superior completo obteve

variação percentual acumulada de 69,4%; com o ensino médio incompleto o aumento foi

de 60,9% e, por fim, com o ensino fundamental completo foi de 30,1%. Já entre os

trabalhadores com o primeiro grau incompleto e os analfabetos, o quantitativo de

ocupados diminuiu de 8,5% e 42,8%, respectivamente. Esses dados demonstram, por um

lado, a seletividade do mercado de trabalho e, por outro, um processo de escolarização

da população, induzida pela elevação das exigências do mercado.

Além de concentrar grande quantidade de Órgãos Públicos, das esferas Federal e

Distrital, relativos aos três poderes da República, quais sejam, Executivo, Legislativo e

Judiciário, o Distrito Federal concentra, ainda, grande quantidade de organizações

representativas de quase todos os países do mundo. Relativamente à área privada, todo

o Distrito Federal e região do entorno conta com um grande número de empresas

prestadoras de serviços, comerciais, industriais, financeiras, hospitalares e organizações

não governamentais.

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A área de Ciências Sociais Aplicadas da UCB pode contribuir para atender as

demandas e necessidades do mercado de trabalho do DF e Região, que exige

profissionais cada vez mais qualificados técnica e eticamente para lidar com problemas

complexos e ações complexas. Em resposta às novas exigências ambientais e

socioculturais a área elegeu como eixo fundamental o conceito de “Desenvolvimento

Humano Sustentável” (DHS)1. Adotado pelo Programa das Nações Unidas para o

Desenvolvimento (PNUD), o DHS considera não só aspectos econômicos ou de renda

para avaliar as condições de um povo, mas sobretudo o acesso à maior participação

social, política, econômica, aos bens culturais, à informação e ao lazer, à eqüidade e à

justiça nas relações de gênero, étnicas e de classe social, confluindo para uma melhor

qualidade de vida e para o protagonismo dos atores envolvidos no processo2.

Desse modo, os egressos da Católica, na diversidade de suas atuações

profissionais, são estimulados a considerar que o desenvolvimento econômico é um

aspecto importante, mas não exclusivo, na avaliação do patamar de desenvolvimento de

um país; são motivados a olhar para a complexidade dos problemas humanos também

pelo prisma cultural e social e a defender o direito à diferença em suas várias

manifestações, agindo como empreendedores na transformação da sociedade.

Os estudos de Relações Internacionais chegaram às universidades brasileiras, em

âmbito de graduação, a partir de meados dos anos 70. Tradicionalmente, têm formado

profissionais competentes tanto para o serviço diplomático como para outras frentes, com

preparo para atuar no cenário internacional, porém geralmente dentro do parâmetro da

visão voltado para a política internacional e a política comparada.

Entretanto, com a descompressão e a desmilitarização das Relações

Internacionais evidentes no mundo após a Guerra Fria e que já se vinham delineando

desde décadas anteriores, com a détente e a flexibilização da ordem bipolar, abrem-se

espaços para novas áreas de atuação que precisam ser preenchidas por profissionais

capazes de compreender essa nova configuração do cenário mundial e nela atuar com

competência. Especialmente, o campo das relações econômicas internacionais

representa o grande vetor das novas relações internacionais no novo milênio, com

projeção para o futuro próximo. Com as universidades descompassadas em relação a

essa mudança de eixo das relações internacionais, ou pelo menos tomadas por lento

1 PNUD. Relatório do Desenvolvimento Humano 2006, p. 28. Disponível em http://www.pnud.org.br/arquivos/rdh/rdh2006/rdh2006_25pontos.pdf. Acesso em 05 de outubro de 2007. 2 UN Fourth World Conference on Women. Beijing Declaration, paragraph 36. Disponível em http://www.un.org/womenwatch/daw/beijing/platform/declar.htm. Acesso em 12 de setembro de 2007.

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processo de adaptação, que caracteriza a maior parte das instituições de educação

superior no país, a sociedade presencia hoje uma insuficiência de profissionais

qualificados para atuarem nas novas frentes da economia e sociedade globalizadas, da

integração regional, das negociações em sentido geral e restrito, nas esferas pública e

privada, conforme anteriormente abordado3.

Inserido no contexto de uma universidade confessional e exposto às demandas

próprias de uma capital de nação, o Curso de Relações Internacionais da UCB foi

planejado de forma a contemplar aspectos importantes na formação de seus alunos, entre

os quais se pode citar: a formação humana, que se refere à habilidade de estruturar a

personalidade do profissional, sua formação ética e moral para a cidadania, capacitando-o

para a realidade em que atuará, com um diferencial no que concerne a valores humanos

e cristãos; a formação técnico-profissional, que se relaciona tanto teórica quanto à prática.

O curso de Relações Internacionais da UCB estruturou-se, portanto, para fazer frente à

carência de profissionais qualificados para nichos de grande importância no campo das

relações internacionais de hoje. Nesse sentido, é constituído de componentes curriculares

que, pelo conteúdo, pertinência e atualidade, suprem o profissional de conhecimentos

científicos e lhe conferem, ao mesmo tempo, preparo para a vida em comunidade,

propiciando a formação plena de um profissional que atenda plenamente ao mercado de

trabalho e aja de forma ética e moralmente elevada na sociedade em que vive.

A criação do Curso de Relações Internacionais, ademais, alinha-se perfeitamente

com o objetivo estratégico da UCB de desenvolver cursos de excelência nas mais

diversas áreas das Ciências Sociais aplicadas. Constata-se que a formação de

profissionais técnica e eticamente capacitados poderá significar contribuição concreta e

diferencial da UCB ao desenvolvimento da nova realidade das relações internacionais,

com particular impacto para o DF e sua projeção no cenário nacional e internacional.

Brasília, em particular, que por um lado é bem servida de estrategistas políticos,

carece, entretanto, de profissionais com perfil adequado para atuar na área estratégica e

operacional da negociação internacional, seja ela em comércio exterior, em transferência

de tecnologia para empresas, no funcionamento do sistema financeiro internacional, na

3 A esse respeito, ver SARAIVA, J. F. S. (org.). Relações Internacionais: dois séculos de História. Brasília: IBRI, 2001, 2v. BULL, Hedley. A Sociedade Anárquica. Brasília: IPRI: São Paulo: Imprensa Oficial do Estado, 2002. HAESBAERT, R. (org.). Globalização e fragmentação no mundo contemporâneo. Niterói: EdUFF, 2001. GUIMARÃES, Lytton L. Relações Internacionais como Campo de Estudo. Cadernos da REL. Brasília: UnB, 2001. PECEQUILO, Cristina S. Introdução às Relações Internacionais. Petrópolis: Vozes, 2004.

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cooperação internacional, no acompanhamento do processo decisório na área

internacional, dentre outros. Em outras palavras, o mercado profissional de Brasília e do

Brasil ressente-se da falta de negociadores internacionais, analistas de mercado e de

marketing internacional, enfim, agentes dos negócios e das negociações internacionais.

Assim é que, tendo em mente as alterações no sistema internacional

contemporâneo e as novas necessidades por ele impostas, o Curso de Relações

Internacionais da Universidade Católica de Brasília se outorgou a missão de buscar suprir

lacunas na formação de profissionais com visão e conhecimentos amplos, capacitados a

adaptar-se ao contexto dinâmico e, por isso mesmo, instigante, das relações

internacionais no mundo de hoje. É desse modo que a UCB pretende suprir o exigente

mercado atual com profissionais preparados, competentes e adequados às necessidades

de tal mercado.

As Comissões de Avaliação dos cursos superiores, gerenciadas pelo Instituto

Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira – INEP, vinculado ao

Ministério da Educação, muito têm contribuído para o desenvolvimento desse Curso que,

a despeito da franca expansão, ainda carece de marcos regulatórios e de diretrizes

curriculares específicas. Na área de Relações Internacionais, o direcionamento dos

cursos em termos de conteúdos, distribuição de créditos e total de horas a serem

cumpridas ainda se ressente da falta de regulamentação, dado que até o momento a

única referência nesse sentido são os Padrões de Qualidade disponíveis no Ministério da

Educação. Esses padrões sintetizam em linhas gerais as áreas que todos os Cursos de

Relações Internacionais devem cobrir, mas não entram em minúcias acerca das

disciplinas que devem ser comuns a eles, e nem mesmo do conteúdo que ementas e

programas devam abarcar. Com isso, ainda se encontra pelo Brasil uma grande

diversidade na proposição e composição dos Cursos de Relações Internacionais, o que

em outras áreas do saber não é aceito. Essa prática tem o lado positivo de permitir

arranjos curriculares mais afeitos às realidades regionais e locais, mas dificulta a unidade

e a homogeneidade que, em última instância, poderiam contribuir para uma melhor

aceitação e conhecimento da área na sociedade, bem como uma maior divulgação das

amplas possibilidades profissionais do internacionalista. Por essa razão, o Curso de

Relações Internacionais da UCB, no âmbito da Associação Brasileira de Relações

Internacionais – ABRI, apresentou formalmente, em julho de 2007, uma proposta de

diretrizes curriculares mínimas, a ser estudada pelos vários coordenadores e diretores

dos Cursos existentes no Brasil e, a partir de uma discussão ampla, a ser submetida ao

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Conselho Nacional de Educação – CNE. A idéia geral é estabelecer um currículo mínimo

e abrir a possibilidade de cada Curso se estruturar, a partir da realidade em que se insere,

com área(s) de concentração própria(s). As discussões sobre essa temática ainda se

fazem presentes, tanto no seio da ABRI quanto em cada uma das IES que têm Curso de

Relações Internacionais; essa realidade se desenha como uma importante temática da

área, especialmente a partir da inclusão dos Cursos de Relações Internacionais no

Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior, haja vista cadastramento dos

estudantes para avaliação pelo Exame Nacional de Desempenho de Estudantes –

ENADE e, mais especificamente, desde junho de 2009, quando se estabeleceram as

diretrizes básicas, componentes curriculares, conteúdos, habilidades e competências a

serem avaliados pelo referido ENADE.

Dessa forma se acredita em uma expansão sólida e gradual do alcance dos

Cursos de Relações Internacionais, bem como de sua projeção na sociedade, abrindo

caminhos profissionais para os internacionalistas e lhes dando a relevância

socioeconômica que podem ter.

No que tange à atuação profissional, a propósito, o Bacharel em Relações

Internacionais pela Universidade Católica de Brasília estará habilitado a atuar em campo

de amplíssimo espectro, que abrange tanto o setor público como o privado.

A rigor, toda atividade que implique alguma interface internacional cria

oportunidade de trabalho para o profissional de relações internacionais. Assim, longe de

esgotar todo o leque das possibilidades de atuação, o profissional de relações

internacionais, ao término do Curso, deverá estar capacitado para desempenhar as

seguintes atividades:

No Setor Público

A sociedade brasileira oferece ao profissional de relações internacionais egresso

da UCB, oportunidades para trabalhar em Ministérios, nas assessorias internacionais;

lidar com questões de comércio exterior; assessorar na formulação e execução de

políticas públicas referentes às relações do Brasil com outros países; apoiar e

empreender ações relativas ao intercâmbio nas áreas econômicas, tecnológicas, culturais,

educacionais, comerciais e jurídicas; analisar e interpretar as conexões entre as

conjunturas nacionais, regionais e internacionais.

Poderá, também, atuar junto às Embaixadas do Brasil no exterior e às de outros

países no Brasil, seja como consultor independente em assuntos culturais, econômicos,

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financeiros; seja como representante de câmaras de comércio ou assessor comercial; ou

ainda como colaborador na elaboração e análise de projetos internacionais de caráter

específico. Poderá ainda participar da elaboração e coordenação dos programas de

desenvolvimento mantidos pelos Organismos Internacionais (ONU, OEA, BID, BIRD,

ALADI, dentre outros), cujas vagas são anunciadas freqüentemente em jornais de

circulação nacional.

Ainda com relação ao mercado de trabalho na área pública, o profissional poderá

prestar assessoria a políticos, tanto no âmbito federal quanto no estadual e mesmo

municipal (Congresso Nacional, Câmaras Legislativas, Prefeituras, Secretarias Estaduais

e Municipais). Na área da cooperação internacional, o egresso do Curso de Relações

Internacionais da UCB poderá desempenhar atividades de elaboração, acompanhamento

e gerenciamento de projetos que envolvem organizações e organismos internacionais

atuando em conjunto com órgãos governamentais de abrangência nacional, regional, ou

local.

Também no que concerne às carreiras públicas, o Curso de Relações

Internacionais da UCB oferece conhecimentos compatíveis com as carreiras relacionadas

à área internacional (no Senado Federal, Câmara dos Deputados, Ministério das

Relações exteriores, Ministério da Indústria e Comércio, Ministério da Educação, entre

outros), e que são preenchidas por concursos públicos, particularmente o Concurso de

Analista de Comércio Exterior, do Ministério da Indústria, do Comércio e do Turismo; o

Concurso de Analista de Informação, do Gabinete Militar da Presidência da República; o

Concurso para Consultores Legislativos, da Câmara dos Deputados e do Senado Federal;

e ainda o Concurso de Admissão à Carreira de Diplomata do Ministério das Relações

Exteriores, dentre outros.

No Setor Privado

O mercado de trabalho no setor privado oferece inúmeras oportunidades, tanto

para empreendedores, como para funcionários e empregados de grandes ou pequenas

firmas para atuar como especialistas de comércio exterior e finanças internacionais,

habilitados a realizar estudos sobre as oportunidades de negócios no mercado

internacional; planejar e estabelecer contatos em nível internacional, principalmente no

que se refere ao comércio de bens, serviços e transferência de tecnologia; assessorar na

elaboração de contratos internacionais; apoiar na gestão de negócios internacionais;

analisar e avaliar riscos em negócios internacionais, bem como montar processos anti-

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dumping e contra práticas desleais de comércio, junto à OMC e outras organizações e

organismos internacionais.

As Entidades Internacionais e Organizações Não-Governamentais, de caráter

sócio-econômico, tecnológico, cultural ou humanitário constituem-se igualmente em

campo de atuação para esses profissionais. A internacionalização de praticamente todas

as questões sociais, econômicas e mesmo culturais aponta para a necessidade de

profissionais treinados para atuarem com desenvoltura nessa área. Escritórios de

consultoria e assessoria a órgãos e entidades patronais são empreendimentos comuns a

técnicos especializados em comércio exterior e relações internacionais.

Caso opte pela área acadêmica (no setor público ou no privado), poderá atuar

como pesquisador, analista, formulador de propostas de cooperação acadêmica, ou

professor junto a Universidades e institutos de pesquisa no Brasil ou no exterior. A

cooperação internacional é de fundamental importância para o desenvolvimento das

atividades relacionadas à área internacional das universidades.

2.3. FORMAS DE ACESSO

O estudante ingressa no Curso de Relações Internacionais, por meio de processo

seletivo, denominado vestibular, que é realizado em data e horário estabelecidos em

edital, amplamente divulgado. A execução técnico-administrativa do concurso vestibular

fica a cargo da Fundação Universa – Funiversa, conforme o Oitavo Termo Aditivo ao

Acordo de Mútua Cooperação No 80.019/2005, celebrado entre a União Brasiliense de

Educação e Cultura – UBEC (Mantenedora da UCB) e a Fundação Universa – Funiversa.

Os cursos de Graduação funcionam sob o regime de créditos, com pré-requisitos

estabelecidos na Matriz Curricular. Tal regime possibilita ao estudante cursar, a cada

semestre, disciplinas que totalizem diferentes quantidades de créditos, a partir do mínimo

de 12 créditos. Poderão se inscrever no processo seletivo os candidatos que já tenham

concluído ou estejam em fase de conclusão do ensino médio ou equivalente, devendo

apresentar obrigatoriamente o documento de conclusão do Ensino Médio no ato da

matrícula. O Processo Seletivo consta de dois cadernos de provas sobre os conteúdos

dos programas dos ensinos fundamental e médio, sendo 1 (uma) prova de Redação e 4

(quatro) provas objetivas, comuns a todos os candidatos. As provas objetivas constarão

de questões de Língua Portuguesa, de Conhecimentos Gerais (Geografia, História e

Atualidades), de Matemática e de Ciências (Biologia, Física e Química) para todos os

cursos. Será eliminado do Processo Seletivo o candidato que obtiver resultado 0 (zero)

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ponto em uma ou mais das provas objetivas, e/ou nota menor que 20 (vinte) em Redação

(de um total de 100).

Na possibilidade de ter vagas ociosas a UCB recebe estudantes advindos de

outras IES, desde que estas estejam regularizadas em consonância com a legislação

brasileira. Há, na hipótese de vagas ociosas, possibilidade de aceitar candidatos que

apresentam desempenho em outros processos seletivos realizados em outras IES, desde

que tragam declaração de desempenho com aproveitamento mínimo de 70%, nesse caso,

também é possível o ingresso de candidatos que tenham realizados avaliações oficiais,

tais como o Exame Nacional do Ensino Médio - ENEM. A UCB como participante do

Programa de Governo Universidade para Todos possui vagas reservadas para os

candidatos encaminhados pelo MEC habilitados para receberem bolsa PROUNI.

3. OBJETIVOS DO CURSO

O objetivo fundamental do Curso de Relações Internacionais é proporcionar

oportunidade de educação profissional, em nível de bacharelado, para pessoas que

planejam trabalhar, ou que já trabalham em atividades internacionais, seja no governo,

seja no setor privado, ou nos organismos internacionais, nas instituições de ensino e/ou

pesquisa, ou ainda como empreendedores em qualquer dessas áreas.

Desse modo, o curso tem como metas específicas capacitar o estudante para a

formulação de projetos e planos estratégicos, bem como para a execução de ações

referentes ao intercâmbio internacional de empresas públicas e privadas, organismos

internacionais, instituições de ensino, no domínio dos negócios internacionais e da

cooperação internacional, compreendendo a proposição de ações estratégicas, o

levantamento de informações e a elaboração de pesquisas, particularmente no que se

refere à inserção do Brasil no cenário internacional.

Modernamente, com os freqüentes avanços da informática e das telecomunicações,

novas e diferentes oportunidades de trabalho e renda estão surgindo com o comércio

eletrônico, a consultoria a distância, a terceirização de atividades de pesquisa de

mercados, o franchising e tantas outras atividades remuneradas, que permitem que o

egresso do Curso de Relações Internacionais da UCB se torne um verdadeiro

empreendedor na área das relações internacionais – especialmente no que tange à

negociação. A UCB, com isso, atende às crescentes demandas do mercado de trabalho e

necessidades mais gerais da sociedade, preparando um profissional capacitado em um

Curso de cuja Grade Curricular constam disciplinas de caráter geral e específico, teórico e

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prático, de acordo com os Núcleos Temáticos definidos conforme se apresentará na

Matriz Curricular componente deste Projeto Pedagógico.

Cabe ressaltar que a estrutura do Curso tem como áreas básicas de formação as

Negociações Internacionais (com ênfase em Teoria e Prática da Negociação

Internacional, Análise de Relações Internacionais, Economia, Comércio, Cooperação

Internacional e Estudos Estratégicos), as Ciências Sociais (com ampla análise dos

Sistemas Internacionais e Política) e o Direito das Relações Internacionais (Público e

Privado). Dado o caráter multi, inter e transdisciplinar do Curso, são ainda de fundamental

importância as disciplinas relacionadas à área de Comunicação e Expressão (Leitura e

Produção de Textos, Língua Inglesa e Língua Espanhola), bem como os métodos

quantitativos aplicados aos estudos internacionais (Matemática e Estatística).

4. PERFIL DO EGRESSO

A partir do levantamento profissiográfico foi possível estabelecer uma síntese

sobre o perfil do profissional desejado e de suas habilidades essenciais, que por sua vez

deverá direcionar toda a organização curricular do curso. O egresso de Relações

Internacionais da UCB deverá ter capacidade de compreender e conduzir negócios e

negociações internacionais, de assessorar na formulação, execução e avaliação de

políticas e projetos relativos ao intercâmbio nas áreas econômica, tecnológica, cultural,

educacional, comercial e jurídica, contribuindo para o estabelecimento de bons negócios e

de relações eficazes entre instituições internacionais. Deverá, ainda, dispor-se ao

constante aperfeiçoamento e à continuidade de sua formação acadêmica, por intermédio

de cursos de pós graduação stricto e lato sensu, tanto os oferecidos pela própria UCB

como aqueles ministrados por outras instituições, inclusive fora do País.

Não menos importante é o papel do professor – co-partícipe do processo de

aprendizagem e orientador do estudante pelos caminhos já trilhados nessa área do saber.

No Curso de Relações Internacionais privilegia-se o perfil descrito para o conjunto das

Ciências Sociais Aplicadas, mas tal como para os estudantes, também se tem algumas

características fundamentais específicas dos bons professores da área, características

essas que explicitam os elementos técnico-científicos, éticos e pedagógicos acima

referidos.

Pretende-se, com isso, que o estudante da UCB possa contribuir para a sua

própria transformação, atuando crítica e eticamente, transitando nas mais diferentes áreas

do saber, adaptando-se e desenvolvendo-se em outras áreas diferentes daquela de sua

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formação. A necessidade de construir seu conhecimento no conjunto dos diversos

saberes da área fortalece a capacidade dos estudantes e egressos de caminhar em

diferentes situações, buscando de forma conjunta a promoção de ações comprometidas

com os desafios da sociedade.

A partir dessa perspectiva, espera-se que os egressos da área de Ciências Sociais

Aplicadas da UCB apresentem sólida formação geral e humana, que proporcione postura

crítica e flexível diante da complexidade. Além disso, os egressos da área deverão

desenvolver as devidas habilidades para a atuação profissional competente e

constantemente atualizada, sempre comprometida com a sociedade. Espera-se, em

relação às atitudes, um comportamento ético e compromissado, que revele capacidade

para a tomada de decisões, espírito crítico, liderança e facilidade de atuação em grupo,

adequada capacidade de comunicação oral e escrita, iniciativa, empreendedorismo e

compromisso com a permanente atualização.

5. RECURSOS

5.1. INSTITUCIONAIS

Com o intuito de favorecer o ambiente universitário de diálogo e convívio entre

várias carreiras, a UCB estimula a oferta de disciplinas comuns a vários cursos,

entendendo que este é um caminho importante para a sustentabilidade e também para

uma formação profissional multidisciplinar.

A Unidade de Assessoria Didático-administrativa (UADA) tem por objetivo principal

organizar o compartilhamento de recursos para o favorecimento da aprendizagem,

principalmente no tocante às “Salas Top” (com projetor multimídia, aparelhagem de som,

telão e computador), salas para ambiente de aprendizagem em grupos cooperativos,

salas de apoio ao professor, salas comuns e equipamentos audiovisuais. A informatização

da UADA permite ao professor organizar com antecedência suas aulas, respeitando seu

plano de ensino e tendo um acesso democrático aos espaços institucionais. Da mesma

forma, o docente realiza o lançamento de notas e freqüências por meio do graduação on-

line (GOL), um sistema que permite ainda a comunicação entre professores e estudantes

para avisos, alterações na programação de aulas e outras atividades, envio de notas etc.

Todos os prédios da instituição dispõem de acessos específicos para os deficientes,

seja por rampas ou elevadores, desde a via pública à sala de aula. As rampas foram

16

confeccionadas de acordo com as inclinações, patamares e corrimãos. Nos casos em que não

há rampas, optou-se pela instalação de elevadores adequados para o deficiente.

Cada prédio possui, no mínimo, dois banheiros adaptados para os deficientes

respeitando-se os respectivos espaços, alturas, acessórios e sinalizações.

Nos estacionamentos há a separação exclusiva das vagas de deficientes,

conforme NBR 9050, devidamente dimensionados, localizados e sinalizados.

As salas públicas da UCB, isto é, salas de informática providas de computadores

com acesso à Internet e impressora, disponíveis em cada prédio, são destinadas aos

estudantes da Instituição que têm direito, no ato de matrícula, a uma senha de acesso a

esse espaço. Já para a realização de aulas de disciplinas com suporte de informática, a

Instituição possui laboratórios com programas específicos, e ocupação coordenada pela

Diretoria de Tecnologia da Informação (DTI).

Os recursos humanos também são compartilhados pela UADA. Os profissionais

transitam pelas diferentes áreas e, assim, desenvolvem um conhecimento mais amplo da

Instituição.

Enquanto a UADA responsabiliza-se pelos importantes aspectos operacionais

imprescindíveis à aprendizagem, a Unidade de Apoio Didático-educacional (UADE)

colabora com as direções de curso no fornecimento de dados, acompanhamento da

legislação vigente, elaboração de projetos pedagógicos e planos de metas, revisão de

planos de ensino, apoio às visitas das comissões do Ministério da Educação e na

participação dos cursos em diversos exames oficiais de aferição de aprendizagem.

Constitui-se de uma equipe multidisciplinar que assiste as direções e assessorias em

várias demandas do cotidiano acadêmico.

O compartilhamento de recursos está no cerne, também, dos projetos de pesquisa

e extensão realizados na Católica. Há pontuações para projetos com a participação de

docentes de outras áreas do conhecimento, bem como de outras instituições, cultivando-

se, dessa forma a valorização do trabalho multidisciplinar e até multiinstitucional como

forma de garantir a sustentabilidade e estímulo a uma nova forma de produção científica.

A Biblioteca representa e expressa esse compartilhamento de recursos. O Sistema

de Bibliotecas (SIBI) é composto pela Biblioteca Central (Campus I), pela Biblioteca da

Pós-Graduação (Campus II) e por Postos de Atendimento descentralizados. Com área

ampla e acervo extenso e constantemente atualizado, o SIBI tem como principais

serviços o catálogo informatizado do acervo, renovação de empréstimo e reserva on line,

auto-atendimento para acesso às bases de dados assinadas e ao portal Capes, Biblioteca

17

Digital de Teses e Dissertações da UCB, orientação e treinamento de

usuários, comutação bibliográfica, entre outros, disponíveis nas bibliotecas ou

no endereço eletrônico www.biblioteca.ucb.br. Nas bibliotecas se destaca também o

acesso sem fio à internet.

Na UCB, em cada área do conhecimento são desenvolvidas práticas específicas

de compartilhamento, seguindo a orientação geral de promover a sustentabilidade e de

abrir fóruns de diálogo entre os vários cursos e habilitações. Para contribuir com o perfil

complexo dos egressos de CSA, é necessário valorizar a multi, a inter e a

transdisciplinaridade nas grades curriculares. E essa valorização pode ser colocada em

prática no compartilhamento de saberes, por meio da oferta de disciplinas comuns e do

aproveitamento de docentes em vários cursos da área.

Com uma prática já consagrada de apoio à formação e desenvolvimento de

empresas juniores, a área agora avança na realização de parcerias entre essas empresas

para captação de clientes e solução de problemas, mostrando aos estudantes o

enriquecimento proporcionado por diferentes abordagens profissionais diante do desafio

da complexidade do real.

Os cursos já avançam também na realização de Projetos de Pesquisa e de

Extensão em parceria, nos quais os estudantes dialogam com colegas e professores de

outros cursos e com as demandas locais e comunitárias.

As práticas laboratoriais diferem em intensidade e forma utilização nos diferentes

cursos da área. Tem-se, contudo, buscado o desenvolvimento de layouts cada vez mais

adequados emas necessidades das Ciências Sociais Aplicadas, com possibilidade de

trabalhos em grupo, disposição dos computadores em ilhas e espaço para deslocamento

dos docentes, que podem, dessa forma, realizar acompanhamentos individuais aos

estudantes.

5.2. ESPECÍFICOS

O Curso de Relações Internacionais utiliza-se larga e amplamente da excelente

estrutura disponível na UCB para atividades as mais diversas, dentre as quais aulas que

aproveitam os recursos tecnológicos para benefício da construção do saber; conexão

entre teoria e prática, por meio de debates, colóquios e simulações de negociações

internacionais, nos vários laboratórios e salas de plenárias disponíveis; encontros de

estudos; eventos, tais como as Semanas de Relações Internacionais e Manhãs

18

Temáticas, realizadas com freqüência nos confortáveis auditórios da UCB; reuniões com

a comunidade externa, e outras.

Como atividades no âmbito do Curso que integram ensino, pesquisa e extensão e

aproveitam os recursos supracitados, podem ser mencionadas, entre outras, as que se

seguem:

Programa de Monitoria

As atividades de Monitoria são levadas a termo durante todo o curso,

possibilitando ao estudante ampliar seus conhecimentos e estabelecer um maior contato

com o mundo acadêmico. Por esse Programa, os estudantes são estimulados a trabalhar

com o professor no auxílio a colegas com dificuldade, na organização do material didático,

na pesquisa e orientação de grupos de estudo, entre outras atividades. É um trabalho

voluntário, na medida em que depende do interesse do estudante em se candidatar, bem

como ao bom desempenho desse mesmo estudante na disciplina que pretende monitorar.

De todo modo, são oferecidas bolsas para Monitoria no Curso de Relações Internacionais,

onde essa atividade é encorajada e tem demonstrado resultados bastante satisfatórios ao

longo do tempo.

Programa de Iniciação Científica

Para projetos de pesquisa na UCB é oferecida a possibilidade de enquadrar os

estudantes no programa de Iniciação Científica, tanto o que é próprio da Universidade – o

Programa de Iniciação Científica da UCB (PIC/UCB), no qual ela própria concede as

bolsas, quanto aquele vinculado ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e

Tecnológico (CNPq), também conhecido como PIBIC, ou Programa Institucional de

Bolsas de Iniciação Científica do CNPq. O Curso de Relações Internacionais tem, desde

2000, apresentado projetos para inclusão de estudantes em IC, segundo as linhas de

pesquisa relatadas a seguir.

Linhas de Pesquisa

A pesquisa no Curso de Relações Internacionais teve seus primórdios ainda no

ano de 2000, com o intuito de contribuir com os esforços da Universidade em inovar e

provocar a busca de conhecimentos acerca de diversos aspectos da inserção científica,

tecnológica, econômica e social do Distrito Federal em âmbito nacional e internacional.

19

Para tanto, analisaram-se as possibilidades da região em diversos setores e se

verificou, em consonância com o pensamento expresso por entidades privadas e públicas,

que a inserção internacional do Distrito Federal não condizia com suas possibilidades.

Assim foi que se concebeu a idéia de projetos que identificassem oportunidades

internacionais de negócios e cooperação do DF com áreas diferentes do globo, a começar

por aquela que é prioritária nos interesses do governo federal: a América do Sul.

Iniciados os trabalhos, percebeu-se que outras áreas, estados próximos ao Distrito

Federal enfrentavam o mesmo problema, e que uma entidade havia sido criada para

promover a superação de entraves a ele relacionados – o Mercoeste.

Em seguida, ampliou-se o espectro da Pesquisa e se partiu para a identificação de

possibilidades do Mercoeste como um todo. Uma vez identificadas as principais cadeias

produtivas do Mercoeste e as que mais oportunidades internacionais poderiam oferecer à

região, partiu-se para a análise aprofundada de países que possam acolher tais

oportunidades. Foram determinados, em consonância com a opinião de entidades

privadas (dentre as quais Associações Comerciais e Federações de Indústrias) e públicas

(como o Ministério das Relações Exteriores – MRE), quatro países prioritários a serem

analisados primeiramente: Bolívia, Venezuela, Paraguai e Peru.

Com o passar do tempo, e tendo em vista as demandas do mercado e da

sociedade, expressas por instituições, agências e organismos públicos e privados,

nacionais e internacionais, grande ênfase passou a ser dada aos estudos de países,

regiões e blocos econômicos ou políticos, dada a necessidade que se identificou de

formar especialistas capazes não apenas de negociar com destreza, mas de conhecer a

fundo e apontar características dos países com os quais o Brasil se relaciona, sejam

essas características históricas, sócio-culturais, econômicas, políticas, geográficas, de

toda natureza, enfim.

Em seguida foram iniciados estudos em contato com grupos de professores da

Universidade de Brasília vinculados ao projeto dos chamados “Países Baleias” – que são

Brasil, Rússia, Índia, China – ou BRICs.

Foram efetivados, a partir do primeiro semestre de 2005, levantamentos acerca do

Irã – por meio de um módulo chamado Iranologia - no que tange aos aspectos de sua

formação histórica, social, política, econômica, cultural e comercial para que, conhecendo

a fundo o país em tela, se identificassem possibilidades de parceria. O resultado é a

elaboração semestral do LEA – Levantamento Estratégico de Área - sobre o país em

questão.

20

Durante os últimos anos, focalizou-se a pesquisa nas seguintes áreas: opinião

pública, segurança e relações internacionais; lavagem de dinheiro; crime transnacional;

estudos americanos; teoria das relações internacionais, entre outras.

Tendo em vista a necessária indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão,

desenvolveu-se no âmbito do Curso de Relações Internacionais um projeto integrado,

cuja linha de atuação é o serviço comunitário a partir da pesquisa em Relações

Internacionais Contemporâneas. Trata-se do Projeto Monitor Internacional, a ser

detalhado a seguir.

Empresa Júnior

A Empresa Júnior tem o intuito de privilegiar o empreendedorismo dos alunos do

Curso de Relações Internacionais; suas atividades prevêem a assessoria a empresas e

órgãos privados e públicos, no âmbito das negociações internacionais, bem como em

pesquisa de mercado e, principalmente, na área da capacitação prática e treinamento

quanto a procedimentos, normas e ações próprias das Relações Internacionais. No Curso

de Relações Internacionais da UCB, a Empresa Jr. intitula-se Conex (Consultoria em

Negócios Exteriores). Ela tem como foco prestar consultoria em comércio exterior. Está

sempre em busca de conhecimento e capacitação dos seus membros para melhor

atender aos clientes. É uma associação civil sem fins lucrativos que visa a prestar

serviços para empresas, entidades e sociedade em geral, nas áreas relacionadas ao

Curso, bem como aprimorar a formação acadêmica e profissional dos estudantes, além

de proporcionar a eles capacitação na área de comércio exterior e o incentivo ao

empreendedorismo.

Núcleo de Simulações de Negociações Internacionais (NUCSI)

Com vistas a consolidar o aprendizado diretamente relacionado à capacitação do

negociador internacional, o Curso de Relações Internacionais da UCB conta com o

Núcleo de Simulações de Negociações Internacionais (NUCSI-UCB). Esse Núcleo dedica-

se à promoção e implementação de um modelo de simulação que treine os alunos para

análise, argumentação e negociação de assuntos afins às relações internacionais.

Ademais, o NUCSI propõe-se a auxiliar na elaboração e implementação de

projetos de simulação de negociações internacionais no âmbito das disciplinas, com vista

a estabelecer o hábito negociador no corpo discente, robustecendo, outrossim, as

capacidades analítica, comunicativa e o elo entre a vida acadêmica e profissional, por

21

intermédio da realização constante da prática simulada. Dessa forma, contribui para a

construção dos conhecimentos a serem consolidados na disciplina Teoria e Prática das

Negociações Internacionais.

De modo mais direto, entre as principais funções do NUCSI, deve-se destacar:

organizar simulações, cursos de negociação, palestras, estudos temáticos e demais

atividades acadêmicas para treinar os alunos na prática das negociações de políticas

públicas nacionais e internacionais; estimular a capacidade crítica e gestora do corpo

discente no trato das questões internacionais com vistas ao aprimoramento acadêmico e

profissional; promover o aprendizado profissional de seus membros e a prática dos

conhecimentos teóricos e científicos relativos a temas pertinentes às relações

internacionais; incentivar a capacidade de argumentação concisa, representação e defesa

de interesses diversos em negociações bilaterais e multilaterais; aprimorar o senso de

organização individual e em grupo, obediência a normas e programação de eventos,

respeito a opiniões diversas em debates; elaborar estudos e desenvolver projetos em

assuntos de interesse da instituição vinculados a negociações internacionais; e viabilizar a

atuação de seus membros como estagiários/ voluntários nos treinamentos acadêmicos.

O NUCSI se propõe, também, a contribuir para o aprofundamento do

conhecimento sobre a cena internacional contemporânea , estimulando a capacidade

crítica e analítica através da elaboração e divulgação de uma resenha internacional que

disponibilize acesso rápido a questões internacionais de grande relevância, tratadas e

apresentadas prioritariamente por membros do corpo discente do Curso de Relações

Internacionais da UCB.

Núcleo de Estudos de Meio Ambiente e Relações Internacionais (NEMARI)

Com o propósito de contemplar a importância, no meio acadêmico, do binômio

meio ambiente/ relações internacionais, institucionalizou-se o Núcleo de Estudos de Meio

Ambiente e Relações Internacionais (NEMARI).

A exemplo do que acontece em Universidades Federais, Regionais, Estaduais,

Pontifícias, Particulares e, inclusive em alguns Centros Universitários e Faculdades

isoladas, o NEMARI promove, de forma exitosa, a interação da UCB com diversos

segmentos profissionalizantes, materializando a formação acadêmica e aprimorando a

captação de recursos para essas instituições de ensino, permitindo, em conseqüência, a

efetivação de projeto de extensão e de inclusão social.

22

As áreas de atuação do NEMARI compreendem o comércio e o meio ambiente; a

política hídrica brasileira e as relações internacionais; o empreendedorismo com ênfase

no meio ambiente, cooperação empresarial, políticas públicas e educação ambiental.

Além de todos os exemplos supracitados, o Curso de Relações Internacionais

procura promover a formação integral dos seus estudantes por meio de eventos e outras

Atividades Complementares, estágio supervisionado, abertura à criação de novos núcleos

temáticos de estudo, entre outros. Assim se quer contribuir para formar o profissional de

que a sociedade brasileira necessita e, em maior escala, que se procura em todo o

mundo: um indivíduo ético, com princípios morais elevados, e com preparação técnica

que reforce suas habilidades e capacidades.Tem-se no Curso de Relações Internacionais

a ciência de que é necessário oferecer aos estudantes todas as oportunidades possíveis

para que atinjam a plenitude no seu desenvolvimento técnico-profissional e humano.

Núcleo de Estudos em Segurança, Estratégia, Defesa e Inteligência (NESEDI)

Um dos principais temas das Relações Internacionais é a segurança dos Estados.

Com o intuito de aprofundar e ampliar o debate acerca do tema, incluindo novos aspectos

da agenda internacional relacionados à segurança, foi criado o NESEDI – Núcleo de

Estudos em Segurança, Estratégia, Defesa e Inteligência, que iniciou seus trabalhos nos

últimos meses de 2008, tendo destaque sua ampla participação na VII Semana de

Relações Internacionais da UCB, que teve a segurança como tema central. A partir do

segundo semestre de 2009, o NESEDI realizou encontros quinzenais com o intuito de

debater e produzir textos relacionados ao seu foco de estudo, possibilitando aos

acadêmicos do curso de Relações Internacionais da UCB uma oportunidade única de

aprofundar seus conhecimentos e, além disso, produzir artigos em uma das principais

áreas de seu amplo campo. O NESEDI está sediado conjuntamente com os outros

núcleos já existentes.

Monitor Internacional (Monint)

O projeto Monitor Internacional (Monint), já referido anteriormente neste PPC, é

um conjunto de atividades que conjuga pesquisa, ensino e extensão na Universidade.

Estudantes universitários, de Relações Internacionais e outras áreas do saber, reúnem-se

para estudar temas internacionais presentes no noticiário atual, relacionando-os aos

conteúdos teóricos e práticos estudados na graduação. Os mencionados estudantes são

orientados por professores do Curso de Relações Internacionais e elaboram aulas a

23

serem ministradas para estudantes do Ensino Médio. Assim, o intuito fundamental do

Monint é contribuir para a formação intelectual e humanística dos estudantes do Ensino

Médio, levando para a sala de aula discussões que os professores de Geografia, História,

Filosofia e outras matérias relacionadas às Ciências Sociais e Humanas, não têm

condição de cobrir ao longo do ano.

O Monint é, a propósito, o primeiro no Brasil a integrar ensino, pesquisa e

extensão em Relações Internacionais. Visa a contribuir para a formação intelectual e

humanística dos estudantes do Ensino Médio, levando para a sala de aula discussões

sobre temas internacionais presentes no noticiário. Os estudantes do Rel-UCB, orientados

por professores titulados e capacitados, pesquisam temas afeitos às Relações

Internacionais contemporâneas, elaboram aulas que são ministradas como atividades

complementares para estudantes de Ensino Médio e, adicionalmente, escrevem artigos

científicos que habilitam nosso corpo discente à participação em eventos acadêmico-

científicos. Os conhecimentos partilhados durante a execução do Projeto têm valia

também na preparação dos estudantes do Ensino Médio para o Vestibular. O Monitor

Internacional pretende, ainda, contribuir para a formação do estudante universitário, na

medida em que o faz responsável pela difusão do conhecimento e pela condução dos

debates. Tem sede na sala K-249 da UCB, que também é a sala da Assessoria do Curso.

Esse projeto tem demonstrado, desde 2007, quando do início das suas atividades, um

grande incremento à prática de produção acadêmica e envolvimento com a comunidade

externa à UCB, na medida em que se estrutura para fornecer aos estudantes de Ensino

Médio de diferentes escolas – públicas e privadas – a oportunidade de discutir temas

atuais das Relações Internacionais e da inserção internacional do País, a partir da

pesquisa, produção de artigos científicos e elaboração de aulas-encontros pelos próprios

universitários, sob orientação de professores titulados e experientes.

6. MATRIZ CURRICULAR 6.1. FLUXO DAS DISCIPLINAS E ESTRUTURAÇÃO DA MATRIZ Concepção Pedagógica e Eixo Epistemológico do Curso

Conforme realçado em itens anteriores deste Projeto Pedagógico, a estrutura do

Curso de Relações Internacionais tem como ênfase a preparação para as negociações

internacionais. Dessa forma, a concepção pedagógica direcionada para tal fim está

apoiada no eixo epistemológico do curso, inerente a esse objetivo, tendo em vista que os

24

assuntos afeitos às negociações internacionais perpassam diferentes disciplinas e áreas

do conhecimento tais como Cooperação, Integração Regional, Estudos Estratégicos,

Antropologia, Globalização cultural e de mercados, entre outras – formadoras do eixo

principal – estão visceralmente ligados ao entendimento entre povos e grupos sociais e

econômicos.

Assim, busca-se o desiderato maior na formação dos discentes por meio da

aprendizagem colaborativa centrada na relação de parceria entre estudantes e

professores, visando à promoção da paz e do desenvolvimento por meio do entendimento

de características pacíficas com ganhos para todos os participantes, aspectos esses que

se caracterizam como um dos grandes diferenciais do curso.

O Currículo do Curso de Graduação em Relações Internacionais está estruturado

para ser cumprido em, no mínimo, 08 (oito) e, no máximo, 16 (dezesseis) semestres,

durante os quais o aluno deverá cursar disciplinas tanto de caráter geral como específico.

As disciplinas de caráter introdutório da atividade acadêmica, como, dentre outras,

Introdução ao Estudo das Relações Internacionais, Leitura e Produção de Textos,

Metodologia Científica, Introdução à Microeconomia e à Macroeconomia, Noções de

Direito, Ciência Política e Teoria Geral do Estado, Teoria Política Moderna e

Contemporânea, visam a prover o estudante de uma sólida fundamentação na introdução

à ciência, na multi, inter e transdisciplinaridade características da área de Relações

Internacionais. De acordo com o levantamento profissiográfico anteriormente descrito,

essa sólida fundamentação baseia-se na necessidade, sempre crescente, de se

oferecerem ao mercado de trabalho profissionais com formação generalista, capazes de

compreender o funcionamento do mundo contemporâneo de forma abrangente e de atuar

nos mais diversos processos de negociação e normatização internacionais, sejam eles

voltados para fins comerciais, políticos ou culturais.

Por sua vez, as disciplinas de caráter específico, como Teoria das Relações

Internacionais I e II, História das Relações Internacionais, Formação Política e Econômica

da América Latina e do Brasil, Relações Internacionais Contemporâneas, Organizações

Internacionais, Integração Regional, Estudos Estratégicos, Análise das Relações

Internacionais, História das Relações Internacionais, e outras da seara internacional,

visam a prover o aluno da percepção sistêmica da realidade das Relações Internacionais,

acrescida da visão prismática da Economia Internacional, das Finanças Internacionais, do

Direito das Relações Internacionais e, sobretudo, dos negócios internacionais que, aliados

25

aos saberes nas áreas de Comunicação e Idiomas (Inglês e Espanhol), resultam em uma

formação diferenciada em relação a Cursos de outras Instituições de Ensino Superior, ao

privilegiar a orientação para o mundo das negociações no âmbito das Relações

Internacionais.

Outrossim, se por um lado as disciplinas de caráter geral possibilitam ao futuro

profissional conhecer diversas áreas ligadas ao meio internacional e nelas atuar, por outro

as disciplinas de caráter específico permitem-lhe tornar-se apto a tratar de questões

bastante pontuais, dentro da visão global do sistema internacional, com postura

responsável e pró-ativa na construção de um mundo mais humano e justo, onde os

princípios éticos e os valores cristãos e de cidadania sejam norteadores de todas as

ações. Nesse sentido, a Universidade Católica de Brasília fundamenta suas ações

educativas na valorização da vida em todas as suas formas, no respeito à dignidade da

pessoa humana e à sua liberdade pessoal, na busca da verdade e do Transcendente e na

formação integral do indivíduo, em suas dimensões subjetivas, espirituais e relacionais.

Tendo por base tais princípios, a UCB introduziu nos currículos de todos os cursos

as disciplinas de Ética e Antropologia da Religião. Essas disciplinas visam à busca

incessante do ser humano pela compreensão de sua própria inserção na sociedade, bem

como pelo Transcendente, apresentando os diversos itinerários religiosos dos grandes

povos ao longo da história e sua inter-relação com o itinerário cristão, dialogando com

aqueles dos diferentes povos. Os temas sociais também são tratados, a partir do prisma

teológico, sempre com o respeito cristão às diferentes confissões religiosas, mas com

uma profunda convicção dos valores próprios professados.

Para o Curso de Relações Internacionais o estudo da Religião, voltado ao

conhecimento dos itinerários religiosos, é de fundamental importância, tendo em vista os

problemas internacionais contemporâneos, em que grande parte dos conflitos

fundamenta-se em diferenças culturais e religiosas. O estudo dessas disciplinas

possibilitará a formação de um internacionalista com visão plural sobre as

fundamentações religiosas e comprometido com a construção de relações macro-

ecumênicas, pluralistas, contrárias às posturas fundamentalistas, presentes em quase

todas as religiões, respeitando-as, todavia, em sua evolução temporal.

Ainda com vistas a subsidiar a formação do profissional para o desempenho de

tarefas de cunho prático e especializado, são oferecidas disciplinas optativas, tais como

26

Tópicos Especiais em Relações Internacionais, Estudos de Países e Regiões, Meio

Ambiente e Relações Internacionais, dentre outras.

Núcleos Temáticos

A partir das explicações anteriormente descritas, é possível estabelecer os núcleos

temáticos do Curso de Relações Internacionais, distribuídos por semestre:

Tronco de disciplinas para formação da base generalista:

1º Semestre Introdução à Atividade Acadêmica

2º Semestre Formação da Base Intelectual Generalista.

3º Semestre Estruturação da Base Intelectual Generalista

4º Semestre Consolidação da Base Intelectual Generalista

Elenco de disciplinas específicas:

5º Semestre Habilitação Teórico-Prática nas Negociações Internacionais

6º Semestre Habilitação Teórico-Prática nas Negociações Internacionais

7º Semestre Base Instrumental das Negociações Internacionais

8º Semestre Consolidação da Base Instrumental das Negociações Internacionais

Introdução à atividade acadêmica - Durante o primeiro semestre do curso, o aluno

iniciará suas atividades no mundo acadêmico com disciplinas consideradas de base para

o estudo das Relações Internacionais. Nesse sentido, noções básicas das Relações

Internacionais, das Ciências Política, Econômica, Jurídica e da Comunicação são

oferecidas aos alunos e deverão ser aprofundadas ao longo do curso. Também

importantes na introdução à vida acadêmica são os conhecimentos de Métodos

Quantitativos, que servirão de base para vários estudos posteriores.

Formação da Base Intelectual Generalista – No segundo semestre, o aluno poderá

aprofundar os conhecimentos básicos adquiridos no semestre anterior, cumprindo-se o

objetivo de fortalecer a base generalista do futuro profissional. Além disso, deverá iniciar

seus estudos teóricos sobre as Relações Internacionais, Política e Formação Econômica,

27

tendo-se por base a idéia de que toda teoria é um instrumento para a ação e para a

transformação da experiência.

Estruturação da Base Intelectual Generalista – No terceiro semestre letivo, o aluno

deverá aprofundar seus conhecimentos sobre a Teoria das Relações Internacionais e

sobre a evolução do sistema internacional, além de consolidar os conhecimentos das

questões internacionais das ciências sociais estudadas nos semestres precedentes.

Consolidação da Base Intelectual Generalista – No quarto semestre do curso, o aluno

deverá estar preparado para inserir-se por completo no estudo das questões

internacionais, quando lhe serão oferecidas disciplinas especificamente voltadas para a

compreensão da vida internacional.

Habilitação Teórico-Prática nas Relações Internacio nais – Ao atingir a metade do

programa do curso, e após adquirir uma forte base teórica tanto das Relações

Internacionais como das principais Ciências Sociais e Exatas, o aluno será levado a

estudar a aplicação da teoria às práticas internacionais. A preocupação central no quinto

semestre letivo é, por um lado, oferecer ao estudante a oportunidade de conhecer a

atuação dos principais atores internacionais, no presente e no passado recente e, por

outro, aprofundar sua capacidade de reflexão e análise crítica quanto aos aspectos

econômicos, políticos e sociais do sistema internacional. A partir de um conhecimento

generalista consolidado, iniciam-se neste momento, os estudos específicos relativos à

Negociação Internacional.

Habilitação Teórico-Prática nas Negociações Interna cionais – No sexto semestre, o

aluno será preparado para a ação. Para tanto, deverá desenvolver, expandir e aprofundar

sua capacidade de planejar e agir estrategicamente no contexto internacional. As

disciplinas desse semestre têm como preocupação central a aquisição e utilização do

instrumental básico para compreender o meio internacional e nele atuar, em especial na

área de formação básica oferecida pela UCB: a Negociação Internacional, tanto a

diplomática quanto a que se destina às relações comerciais, e também a que se

concentra na cooperação internacional.

Base Instrumental das Negociações Internacionais – O objetivo a ser atingido ao

longo do sétimo semestre é de desenvolver no aluno requisitos necessários para que

possa alcançar resultados positivos nas negociações internacionais com os quais estará

envolvido como profissional das áreas comercial, política, jurídica ou cultural. A

preocupação em fazer com que o aluno inicie a elaboração de sua Monografia no sétimo

28

semestre baseia-se na necessidade de que adquira capacidade de se expressar de forma

clara, objetiva e crítica, segundo os padrões acadêmicos da atualidade. Será um trabalho

analítico e de pesquisa em que se utilizarão, em conjunto, os conhecimentos e as

ferramentas metodológicas, matemáticas, estatísticas, econômicas, sociais e políticas

vistas ao longo do Curso.

Consolidação da Base Instrumental das Negociações I nternacionais – No oitavo

semestre, além de aprofundar a capacidade de expressão escrita, a partir da confecção

da Monografia, o aluno deverá tornar-se apto a analisar os fatos internacionais e a

repensar criticamente as questões políticas, econômicas e comerciais por meio de uma

visão global. A partir das habilidades desenvolvidas, o futuro profissional deverá tornar-se

capaz de examinar, por exemplo, as implicações governamentais sobre a expansão dos

negócios internacionais, levando em consideração a complexidade e freqüência das

atividades comerciais globais. A relação entre atividades econômicas, soberania e

controle político, além de questões socioculturais, geoestratégicas, geopolíticas,

responsabilidades empresariais e considerações éticas são temas que terão sido

estudados e debatidos pelos alunos, e com os quais estarão preparados para lidar ao

longo de suas carreiras profissionais tanto em âmbito doméstico como nos cenários

internacionais. Cabe destacar, por fim, a atenção dada à formação do perfil crítico do

aluno, voltado para as questões morais, discutidas na disciplina de Ética nas Relações

Internacionais.

Temas Transversais

O caráter interdisciplinar do Curso de Relações Internacionais não dispensa a

necessidade de se inserirem na Grade Curricular disciplinas que ofereçam a oportunidade

de tratar de temas transversais, considerados de grande importância para a formação e

especialização do aluno. Nesse sentido, foram criadas as disciplinas Tópicos Especiais,

Meio Ambiente e Relações Internacionais, Estudos de Países e Regiões,

Empreendedorismo, entre outras que contemplam o estudo de questões de relevância

das Relações Internacionais que, por sua alta contemporaneidade ou especificidade, não

são tratadas com a devida profundidade pelas demais disciplinas do curso.

Programa de Monitoria

29

São concedidas bolsas de monitoria aos alunos selecionados e a atividade

é registrada em seu Histórico e Currículo, de acordo com a regulamentação da UCB, não

dando direito a créditos (Portaria 127/99, de 28/09/99).

Programa de Iniciação Científica

Está também prevista a concessão de bolsa acadêmico-científica para

alunos que se destacam em disciplinas do Curso pelo desempenho de funções voltadas

para a iniciação à pesquisa e auxílio ao desenvolvimento de projetos temáticos. Essa

atividade não dá direito a créditos concedidos.

Empresa Júnior

É registrada a atividade no Histórico e no Currículo dos participantes, mas

não dá direito a créditos.

Núcleo de Simulações de Negociações Internacionais (NUCSI)

É registrada a atividade no Histórico e no Currículo dos participantes, mas

não dá direito a créditos.

Núcleo de Estudos de Meio Ambiente e Relações Internacionais (NEMARI)

É registrada a atividade no Histórico e no Currículo dos participantes, mas

não dá direito a créditos.

Núcleo de Estudos em Segurança, Estratégia, Defesa e Inteligência (NESEDI)

É registrada a atividade no Histórico e no Currículo dos participantes, mas

não dá direito a créditos.

Monitor Internacional (Monint)

É registrada a atividade no Histórico e no Currículo dos participantes, mas

não dá direito a créditos. Além disso, o estudante participante poderá obter certificado de

participação em Projeto de Extensão, para o que deverá cumprir requisitos constantes

das regras da Pró-Reitoria de Extensão e do próprio Projeto Monitor Internacional.

30

Estrutura Curricular do Curso de Relações Internacionais

Currículo 1451

SE

M

Nº Cód COMPONENTES CURRICULARES PRÉ-REQ. CR

CARGA HORÁRIA

T L P TOTAL

INTRODUÇÃO À ATIVIDADE ACADÊMICA

1 Introdução ao Estudo das Relações Internacionais - 04 50 10 60

2 Ciência Política e Teoria Geral do Estado - 04 60 60

3 Introdução à Microeconomia - 04 60 60

4 Introdução ao Estudo Superior - 08 120 120

SOMA 20 290 10 300

FORMAÇÃO DA BASE INTELECTUAL GENERALISTA

5 Métodos Quantitativos Aplicados às Relações Internacionais - 04 60 60

6 Teoria Política Moderna e Contemporânea 02 04 60 60

7 Introdução à Macroeconomia - 04 60 60

8 Noções de Direito - 04 60 60

9 Formação Política e Econômica da América Latina e do Brasil - 04 60 60

10 Proficiência – Inglês Intermediário ** - 0 0 0

SOMA 20 300 300

ESTRUTURAÇÃO DA BASE INTELECTUAL GENERALISTA

11 Teoria das Relações Internacionais I 06 04 60 60

12 Direito das Relações Internacionais I 08 04 60 60

13 História das Relações Internacionais 01 04 60 60

14 Direito das Relações Internacionais II 10 04 60 60

15 Macroeconomia I 07 04 60 60

SOMA 20 300 300

CONSOLIDAÇÃO DA BASE INTELECTUAL GENERALISTA

16 Teoria das Relações Internacionais II 11 04 60 60

17 Organizações Internacionais 13 04 40 20 60

18 Inglês Aplicado às Negociações Internacionais I 12 04 20 40 60

19 Economia Internacional 15 04 60 60

20 Desenvolvimento Socioeconômico Comparado 15 04 60 60

SOMA 20 240 60 300

HABILITAÇÃO TEÓRICO-PRÁTICA NAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS

21 Teoria e Prática das Negociações Internacionais 17 04 40 20 60

22 História das Relações Internacionais do Brasil 13 04 60 60

23 Finanças Internacionais 19 04 60 60

24 Relações Internacionais Contemporâneas 16 04 60 60

25 Análise das Relações Internacionais 16 04 50 10 60

SOMA 20 270 30 300

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SE

M

Nº Cod COMPONENTES CURRICULARES PRÉ-REQ. CR

CARGA HORÁRIA

T L P TOTAL

HABILITAÇÃO TEÓRICO-PRÁTICA NAS NEGOCIAÇÕES INTERNACIONAIS

26 Cooperação Internacional 17 04 50 10 60

27 Negociações Comerciais Internacionais 21 04 50 10 60

28

Negociações Diplomáticas 17 04 50 10 60

29 Red.Téc. de Doc.Nacionais e Internacionais 04 02 30 60

30 Política Externa do Brasil Contemporâneo 22 04 60 60

31 Integração Regional 17 04 60 60

SOMA 22 300 30 330

BASE INSTRUMENTAL DAS NEGOCIAÇÕES INTERNACIONAIS

32 Políticas e Estratégias do Comércio Exterior Brasileiro 27 04 60 60

33 Direito do Comércio Internacional I 12,27 04 60 60

34 TCC I – Met.da Pesq. Em Rel. Internacionais 29,31 02 10 20 30

35 Gestão Estratégica do Marketing Internacional 27 04 50 10 60

36 Estudos Estratégicos 25 04 60 60

37 Antropologia da Religião - 04 60 60

38 Proficiência – Espanhol Intermediário - 00 00 00

SOMA 22 300 30 330

CONSOLIDAÇÃO BASE INSTRUMENTAL DAS NEGOCIAÇÕES INTERNACIONAIS

39 Geografia das Relações Internacionais 24 04 60 60

40 Direito do Comércio Internacional II 33 04 60 60

41 TCC II – Elaboração Trabalho Final de Curso – Rel. Internacionais 34 02 10 20 30

42 Ética - 04 60 60

43 Espanhol Aplicado às Negociações Internacionais I 38 04 40 20 60

SOMA 18 230 40 270

Atividades Complementares Obrigatórias 44 Atividades Complementares - 04 120 120

TOTAL GERAL

CR T L P Total

162 2230 200 - 2430 +120 2550

Componentes Curriculares Optativos*

SE

M

Nº Cod COMPONENTES CURRICULARES PRÉ-REQ. CR

CARGA HORÁRIA

T L P TOTAL

32

45 Tópicos Especiais em Relações Internacionais - 04 60 60

46 Estudos de Países e Regiões - 04 60 60

47 Inglês Aplicado às Negociações Internacionais II 22 04 60 60

48 Espanhol Aplicado às Negociações Internacionais II 44 04 60 60

49 Meio Ambiente e Relações Internacionais - 04 60 60

50 Estágio Supervisionado - 04 0 360 360

51 Planejamento e Gestão de Projetos - 04 60 60

52 Sociologia Geral - 04 60 60

53 Empreendedorismo e Inovação - 04 60 60

54 Libras - 04 60 60

55 Inglês Instrumental para Ciências Sociais Aplicadas - 04 60 60 Legenda:

• T = Teórico • L = Laboratório • P = Prática

*Os componentes curriculares optativos de 46 a 51 são específicos do Curso de Relações Internacionais. Para

cursá-los, os estudantes terão de montar turmas, segundo regras da UCB (atenção ao número mínimo de estudantes

para formação de turmas, possibilidade de ambiente virtual ou presencial de aprendizagem, respeito a pré-requisitos).

Esse processo deverá partir do interesse próprio dos estudantes e o registro dessa participação na disciplina optativa se

fará em Atividades Complementares.

Além de disciplinas específicas do Curso, o estudante de Relações Internacionais poderá cursar algumas de “módulo

livre” em outros cursos, isto é, disciplinas abertas à participação de estudantes de qualquer área. Em princípio, será

aceita a participação do estudante do Rel-UCB em qualquer disciplina que possa trazer benefícios para sua formação

técnica e humanística. É importante registrar, contudo, que se desejarem cursar disciplinas que, no curso de origem,

tenham pré-requisitos, os estudantes do Rel-UCB deverão assumir por escrito, em documento entregue à Direção do

Curso, via Secretaria Acadêmica, o compromisso atestando ciência das dificuldades que possam vir a enfrentar e

empenho em superá-las.

Adicionalmente, no cômputo das Atividades Complementares, o estudante do Rel-UCB poderá ter apenas 50% em

disciplinas optativas ou de “módulo livre” (conforme regimento específico). Deverá, portanto, cumprir os outros 50% de

Atividades Complementares em eventos ou projetos de extensão e/ou pesquisa.

** Para que possa cursar a disciplina Inglês Aplicado às Negociações Internacionais I, do 4° semestre letivo, o

estudante deverá ser submetido, até o 3° semestre, ao Teste de Conhecimentos em Língua Inglesa (nível intermediário).

Do mesmo modo, para cursar a disciplina Espanhol Aplicado às Negociações Internacionais I, do 8° semestre letivo, o

estudante deverá ser submetido, até o 7° semestre, ao Teste de Conhecimentos em Língua Espanhola (nível

intermediário).

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7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS PNUD. Relatório do Desenvolvimento Humano 2006, p. 28. Disponível em http://www.pnud.org.br/arquivos/rdh/rdh2006/rdh2006_25pontos.pdf. Acesso em 05 de outubro de 2007. UN Fourth World Conference on Women. Beijing Declaration, paragraph 36. Disponível em http://www.un.org/womenwatch/daw/beijing/platform/declar.htm. Acesso em 12 de setembro de 2007

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