Curso: Enfermagem 7ª fase: Promovendo o bem estar – Núcleo 13 Professora: Teresinha Rita...
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Curso: Enfermagem7ª fase: Promovendo o bem estar – Núcleo 13
Professora: Teresinha Rita Boufleuer
Compreender os aspectos psicossomáticos no desenvolvimento das doenças e nos processos de cura;
Integrar a escuta aos procedimentos da relação terapeuta-paciente;
O que aprendemos sobre isso?
O que é estar doente? O que é ser saudável?
No que acreditamos?
Para compreender como a sociedade atual lida com essa questão.
Vamos tentar entender as concepções que estão na área da saúde e que estão no senso comum...
Doenças entendidas como um mal que entrou na pessoa e pode sair = possessão.
A descoberta dos micróbios e doenças contagiosas reforçou muito esta ideia pois faz uma ligação com o mal.
Os remédios (o bem) o combatem e fica tudo bem.
A doença era vista como localizada em algum lugar.
Descobertas dos processos infecciosos – bacilo de Koch – Tuberculose
Desenvolvimento de vacinas Descobertas sobre hereditariedade – genética
Doença entendida como um comprometimento do organismo por:
* causas biológicas – virus, bactérias, hereditariedade... * causas físicas – frio, calor, poluição, intoxicações...
Excluiu-se a influência das causas: * psicológicas (emoções e conflitos) * psicossociais (ambiente socioeconômico, organização do trabalho...) O método baseado em medicamentos e vacinas
não deu conta de tudo Se avançou em uma área Aumentou a proteção contra algumas doenças –
até se eliminou algumas Mas surgiram outras, cada vez mais agressivas e
degenerativas...
Trouxeram uma concepção mais dinâmica da doença; A natureza tanto no homem como fora dele é
harmonia e equilíbrio; A doença é o desequilíbrio; A doença não está em alguma parte do homem e sim
está nele todo. O externo é ocasião e não causa; A doença também pode ser o esforço que a natureza
exerce no homem para obter um novo equilíbrio; A doença é uma reação generalizada com intenção de
cura. O organismo fabrica uma doença para se curar a si próprio.
A visão dos gregos dá base para uma visão mais integrada e entendimento sobre os processos de adoecimento e saúde (manutenção ou recuperação)
Porque nem todas as pessoas reagem da mesma forma ao vírus da gripe?
Considera a relação entre o organismo ambiente * Ambiente interno (pré-disposição, aspectos psicológicos..) * Ambiente externo (aspectos sociais, contato com o agente causador...)
Interação recíproca entre múltiplos fatores: - o potencial patogênico do agente agressor - suscetibilidade do organismo - ambiente
Se as causas são “multi”, a cura, o tratamento não deveriam ser “multi” também?
Qual o modelo predominante na área da saúde? Qual o modelo que queremos manter ou
construir?
... O pensamento dos médicos oscila entre essas duas representações da doença.
De qualquer forma a experiência de estar doente é uma situação polêmica, quer a luta do organismo contra um ser estranho, quer um luta interna de forças que se afrontam.
Dominar a doença é conhecer suas relações com o estado normal que o homem vivo deseja restaurar, já que ama a vida.
(CANGUILHEM, 2002)
No corpo do ser humano estão as marcas de sua história, do seu esforço, de suas perdas e de suas vitórias (LIMONGI-FRANÇA, p. 21)
Como “ler” esse corpo?
Observação Escuta da fala – anamnese Escuta com equipamentos – coração,
pulmão... Toque – exame clínico Exames clínicos (sangue, secreções...) Exames de imagens (rx, ultrasson,
tomografia... Eletrocardiograma, ressonância
magnética...
Cartomancia – mãos Auricoloterapia – orelhas Iridologia – iris do olho Reflexologia – pés
São leituras mais amplas Algumas dessas leituras também trabalham
com intervenção Sugerem tratamentos mais integrados
Escuta da fala Observação do comportamento Testes psicológicos psicométricos Testes psicológicos projetivos –
personalidade Provas situacionais e simulações Dinâmicas de grupo Jogos e brincadeiras
Como lê o corpo da pessoa?
Como compreende os sintomas?
Como sugere a intervenção?
Como utilizar esse conhecimento no atendimento na UBS, no hospital, na clínica, nas visitas domiciliares?
Compreende a integração e interdependência entre as dimensões:
Biológica (características físicas herdadas ou adquiridas durante a vida, incluindo o metabolismo, as resistências e as vulnerabilidades dos órgãos ou sistemas)
Psicológica (Os processos afetivos, emocionais e de raciocínio, conscientes ou inconscientes, que formam a personalidade de cada pessoa)
Social (Os valores, as crenças, o papel na família, no trabalho e na comunidade. O meio ambiente, a localização geográfica , as condições sócio-econômicas da organização social...)
(LIMONGI-FRANÇA, p. 20-21)
É um equipamento maravilhoso – funciona em harmonia, sem percebermos: caminhamos, pensamos, comemos, eliminamos o que não precisa...
Só nos damos conta quando algo não funciona. Para que o corpo funcione, alguma energia tem que estar
presente: podemos chamar de mente, alma, espírito, vida... É o que faz mover.
E esse corpo e mente se movem num ambiente que podemos chamar de social – agimos e interagimos sem nos dar conta do quanto nossas reações estão influenciadas pelo externo.
Estudo das relações mente-corpo com ênfase na explicação psicológica da patologia somática, uma proposta de assistência integral e uma transcrição para a linguagem psicológica dos sistemas corporais.
É um estudo interdisciplinar que integra diversas especialidades da medicina e da psicologia observando os efeitos de fatores sociais e psicológicos sobre processos orgânicos do corpo e sobre o bem-estar das pessoas.
(FILHO MELLO, pg 77)
SAÚDE:SAÚDE: Equilíbrio Biopsicossocial espiritual e energético.
Quando tudo está funcionando em harmonia, a vida corre livre, em plenitude, evoluindo...
DOENÇA:DOENÇA:Perda relativa da harmonia, ou o questionamento de
uma ordem até então equilibrada.
Quando a energia tranca, causando desequilíbrio, sofrimento, dor, tristeza...
Doença e saúde se referem a um estado das pessoas e não como se costuma dizer
hoje com frequência, referindo-se a órgãos ou partes do corpo.
Nesse sentido...Nesse sentido...
O que causou a dor? Orgânico Emocional Um fato
Ou tudo interligado?
A dor está na cabeça mas quem a sente é a pessoa que fica debilitada em muitos aspectos.
Se uma pessoa se desequilibra, o fato se torna visível e palpável na forma de sintomas
corporais.
Por isso é uma insensatezafirmar que o corpo está Doente.
Só o ser humano podeestar doente; no entanto, esse estar doente se mostra no corpocomo um sintoma.
Assim como uma tragédia que é representada no
palco, não é o palco que é trágico, mas a peça teatral.
Quando um sintoma se manifesta no corpo
de um ser humano, isto logo chama a atenção e interrompe muitas vezes a
continuidade do caminho de vida. O sintoma é um sinal que atrai a atenção,
o interesse e a energia.
O sintoma exige nossa atenção, quer queiramos ou não.
O que constantemente se manifesta em nosso corpo como sintoma é a expressão visível de um processo invisível, o qual
deseja interromper nosso caminho por meio de sua função de sinal de advertência,
indicando que alguma coisa não está em ordem.
O sintoma pode nos dizer o que nos falta no nosso caminho, mas isso pressupõe que
entendamos a sua linguagem.
GenéticosGenéticos
Temperamento da pessoaTemperamento da pessoa
História de vidaHistória de vida
InfecçõesInfecções
Alterações climáticasAlterações climáticas
EstresseEstresse
Luto / conflitos internosLuto / conflitos internos
AcidentesAcidentes
Usar a doença como fuga de seus conflitos internos; Quando existe incapacidade da pessoa em exprimir
adequadamente suas emoções (inclusive agressividade), por dificuldade individual ou sociocultural;
Criar espaço para sentir-se triste ou ser cuidado; Desejo de autopunição nas pessoas que se sentem culpadas
e merecedoras de castigo. É comum que estas pessoas tenham sofrido cirurgias (mioma, cisto de ovário, vesícula biliar...)
AtençãoEsses processos são inconscientes e não estão
sob o controle da pessoa. Por isso é preciso compreensão e entendimento.
Por que adoecer?Por que adoecer?
Alguns sentimentos e sensações carregamos por toda vida deixando marcas que influenciam na forma de adoecer e se curar;
Outros mudam na medida em que vamos aprendendo, convivendo com outras pessoas, tendo novas experiências.
O corpo é a expressão da vida; O sofrimento se torna visível; A sociedade/cultura reforça o “valor”
das doenças físicas (comprovadas por exames)
Há um alívio (deslocamento) da tensão psíquica.
Há uma correlação que nos auxilia a compreensão.
Alguns estudiosos afirmam que sempre há uma raiz emocional para os males que afetam o corpo.
Vamos transformar o “sempre” em “é possível” que...
Conhecer as correlações psicossomáticas e o significado do órgão, função ou parte do corpo comprometida.
Identificar o biótipo do paciente e suas correspondentes tendências patológicas.
Identificar o temperamento da pessoa e as possíveis probabilidades de desenvolvimento patológico.
Reconhecer sua personalidade, consequentemente suas áreas de equilíbrio e conflitos.
Conhecer a história de vida da pessoa.
Não só analisar o corpo, o órgão afetado Escutar as palavras As sensações As emoções A história A situação É o ser que está doente. Não olhar a doença, mas a pessoa
doente.
Se as causas do sofrimento são multi...Se as causas do sofrimento são multi...
A psicossomática possibilita ao ser humano a tomar consciência de sua existência facilitando, não apenas a remoção do sintoma mas sim que o indivíduo através de sua própria reflexão, deixe de ser paciente para poder reverter todos os seus sintomas, tornando-se mais flexível para escolher uma melhor qualidade de vida para si próprio, se responsabilizando por si e não responsabilizando o outro.
A busca do equilíbrio; As doenças são um alerta de que algo não está bem; Tomar consciência; Se os pensamentos criam doenças, podem curar
também. É necessário rever o padrões de pensamento;
Educar os sentimentos e controlar as reações; Melhorar hábitos e atitudes; Busca na visão holística = saúde integral; Considera o esforço pessoal em querer fazer as
mudanças acontecer na vida – não só se livrar da doença!
BOCK, Ana Mercês Bahia; FURTADO, Odair; TEIXEIRA, Maria de Lourdes T. Psicologias: uma introdução ao estudo de psicologia. 13. ed. ref. e ampl. São Paulo: Saraiva, 2002-2005. 368 p. ISBN 85-02012126-6
CAIRO, Cristina. Linguagem do Corpo: aprendendo a ouvi-lo para uma vida saudável. São Paulo: Mercuryo, 1999
CANGUILHEM, Georges. O normal e o patológico. 5. ed. rev. e aum. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2000.
FILHO MELLO, J.. Psicossomática hoje.. Porto Alegre: Aryes Médicas, 1992
FRANÇA, Ana Cristina Limongi; RODRIGUES, Avelino Luiz. Stress e trabalho: uma abordagem psicossomática. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2002. 181 p.