Curso GESTÃO ESTRATÉGICA E QUALIDADE … · (Shogun, de James Clavell) A Responsabilidade Social...

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Curso GESTÃO ESTRATÉGICA E QUALIDADE Disciplina RESPONSABILIDADE SOCIAL EMPRESARIAL

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Curso GESTÃO ESTRATÉGICA E

QUALIDADE

Disciplina

RESPONSABILIDADE SOCIAL

EMPRESARIAL

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Curso GESTÃO ESTRATÉGICA E QUALIDADE Disciplina

RESPONSABILIDADE SOCIAL EMPRESARIAL

Mariana MOREIRA Vinicius BALTAR

www.avm.edu.br

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MARIANA DE CASTRO MOREIRA, psicóloga, mestre em

Psicossociologia de Comunidades e Ecologia Social/UFRJ e

coordenadora Técnica da ONG Espaço Compartilharte. Sua

pesquisa de mestrado foi intitulada "Tecendo redes de saberes e

práticas: a Psicologia Social na Contemporaneidade". Oganizou,

em 2006 pela editora Mauad o livro 'Da arte de compartilhar -

Uma metodologia de trabalho social com famílias'.

VINICÍUS CALEGARI BALTAR, mestre em Engenharia de Produção,

pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2002). Sua pesquisa

dissertação chama-se “O reconhecimento e maturação do povo

brasileiro sobre a construção de uma visão positiva do futuro do

Brasil: Uma pesquisa exploratória”.

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Su

mário

07 Apresentação

09 Aula 1

Fundamentos básicos de responsabilidade social empresarial

43 Aula 2

Ética e responsabilidade social

63 Aula 3 Gestão da responsabilidade social

79 Aula 4

Responsabilidade social e voluntariado

95 AV1

Estudo dirigido da disciplina

98

AV2 Trabalho acadêmico de

aprofundamento

99 Referências bibliográficas

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Responsabilidade Social

Empresarial

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A disciplina pretende compreender a relação entre o

desenvolvimento institucional e o desempenho econômico e

social, priorizando os impactos positivos gerados por esta relação

no interior das sociedades e empresas. Neste sentido, questões

como desenvolvimento local e sustentabilidade, capital social e

ética e as dimensões da responsabilidade social das empresas

interna e externamente estarão envolvidas.

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Este caderno de estudos tem como objetivos:

Apresentar noções básicas do conceito de Responsabilidade

Social Empresarial (RSE);

Entender de que maneira as práticas de responsabilidade social

empresarial estão inseridas em uma discussão de inclusão para

cidadania.

Estabelecer a relação entre Ética, Capital Social,

Desenvolvimento e Responsabilidade Social;

Enfatizar a importância das dimensões legais, éticas,

econômicas

e filantrópicas da responsabilidade social.

Compreender o processo da globalização e integração dos

mercados como indutor da conduta socialmente responsável

das organizações.

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Fundamentos Básicos de Responsabilidade

Social Empresarial

Vinicius Calegari Baltar

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Esta aula tem por objetivo apresentar o conceito de

Responsabilidade Social Empresarial (RSE) e analisar sua

importância no Brasil contemporâneo, além de tentarmos

entender quais são as práticas sociais dentro das empresas

compromissadas com seus clientes internos, com a sociedade

como um todo e com a diminuição das desigualdades sociais.

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Esperamos que, após o estudo do conteúdo desta aula, você seja

capaz de:

Apresentar noções básicas do conceito de Responsabilidade

Social Empresarial (RSE);

Apresentar os conceitos de cidadania, stakeholders,

cooperação, capital social e sustentabilidade;

Analisar as práticas empresariais que visem diminuir as

diferenças sociais;

Entender de que maneira as práticas de responsabilidade social

empresarial estão inseridas em uma discussão de inclusão para

cidadania.

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Aula 1 | Fundamentos básicos de responsabilidade social empresarial 10

Introdução

É tudo muito simples, Anjin-san.

Apenas mude sua concepção do

mundo.

(Shogun, de James Clavell)

A Responsabilidade Social é a demonstração do

compromisso voluntário que uma empresa busca ao

atuar perante a missão de diminuir as diferenças

sociais.

Uma prática empresarial que se realiza através

da execução de projetos estruturados de longo prazo e,

apesar de ainda ser muito confundida com a atuação

das empresas somente no Terceiro Setor, deve

começar a ser construída dentro da empresa, através

de programas de qualificação e bem-estar dos

empregados.

O objetivo deste caderno é apresentar noções

essenciais sobre o conceito de Responsabilidade Social,

de forma que o aluno venha a ter uma base teórica

sólida para realizar reflexões sobre o tema e, instigado

pelo conteúdo a ser explorado, possa na prática, atuar

de forma consciente e humanista no campo social.

Ao longo deste trabalho, serão encontradas

referências aos autores vistos na bibliografia, com o

intuito de apoiar e sedimentar o embasamento teórico

e a contextualização apresentada. (???)

Deste modo, procurou-se, sempre que possível e

disponível, examinar minuciosamente os textos

referenciados em sua edição original, e correlacionar a

interpretação feita a partir de uma leitura analítica das

obras com a formulação conceitual da linha de

pensamento deste caderno .

Dica do professor

O que você encontrará neste Módulo? Neste módulo, estaremos conversando especialmente sobre Responsabilidade Social Empresarial e a importância das discussões que envolvem esse tema para a concretização da justiça social num mundo globalizado e repleto de excluídos.

Dica do

professor

Por isso mesmo, não deixe de aproveitar as dicas bibliográficas ao

longo do módulo. Elas poderão lhe auxiliar não apenas em sua compreensão, mas na de sua monografia.

Introdução 10 Considerações iniciais 11 Conceito de desenvolvimento sustentável 17 A declaração universal dos direitos humanos da ONU 19 Governança corporativa 20 O conceito de voluntariado 22 Princípios do global Compact 22 Global reporting iniciatiative - gri 23 Forças globais de mudança 24 Responsabilidade social empresarial 25

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Aula 1 | Fundamentos básicos de responsabilidade social empresarial 11

Considerações iniciais

Para o economista Milton Friedman, a empresa

funciona melhor quando conserva sua missão primária

de produzir bens e serviços de forma lucrativa para

seus investidores, dentro das restrições legais da

sociedade. Ao ir além disso, como exemplo ao praticar

a Responsabilidade Social, a empresa deixa de retornar

aos seus investidores uma parte dos dividendos

devidos.

Friedman alega que a imposição de taxas e de

despesas para atender a demandas sociais é função

direta dos governos, que foram legitimamente eleitos

para isso.

Não obstante, a empresa faz parte da sociedade

e seus atos têm desdobramentos tanto econômicos

quanto sociais, portanto, gestores, “stakeholders” e a

sociedade podem ter interesses que são mutuamente

compatíveis. Por exemplo, ao não contribuir com a

formação escolar dos jovens da cidade em que a

empresa se encontra instalada, pode enfrentar no

futuro, um declínio na qualidade da sua força de

trabalho e, desta forma, diminuir sua capacidade

competitiva.

Ao analisarmos estes dois posicionamentos,

verifica-se que estes se contrapõem porque, o ato de

destinar parte dos recursos financeiros para atividades

sociais, compromete parte dos retornos aos acionistas.

Entretanto, estes dois posicionamentos consideram as

ações no campo da responsabilidade social um

acontecimento posterior ao processo de produção ou ao

próprio negócio em si, seja no decurso do repasse dos

lucros para os acionistas (visão instrumental) ou como

repasse de parte dos lucros para atividades

filantrópicas (visão moral).

Quer saber mais?

Economista norte-americano, recebeu o Prêmio Nobel de Economia, em 1976, por sua teoria monetária, segundo a qual as forças do livre mercado são mais eficientes que a intervenção pública, no momento de fomentar um crescimento econômico estável sem tensões inflacionárias. Defensor de uma política cujo eixo é representado pela atividade do banco central, aumentando a oferta monetária a um ritmo constante, em vez de desenvolver políticas públicas dirigidas

que impliquem em grandes expansões ou contrações da oferta monetária.

Para refletir

Conheça mais sobre sua empresa: No empresa onde você trabalha qual é o posicionamento adotado com relação aos investimentos sociais?

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Aula 1 | Fundamentos básicos de responsabilidade social empresarial 12

Estes diferentes posicionamentos são ilustrados

no quadro a seguir:

Logo, uma empresa socialmente responsável

tem que ter a capacidade de operar lucrativamente e

ao mesmo tempo beneficiar a sociedade.

CONCEITOS RELACIONADOS À RESPONSABILIDADE

SOCIAL

A Responsabilidade Social é um interessante

instrumento conceitual para a consolidação de uma

série de políticas de desenvolvimento sócio-econômico,

em geral, por uma empresa. Mas, para sua devida

compreensão, é necessário que o gestor empresarial

passe a conhecer outros instrumentos conceituais que

se relacionam com este em caráter definitivo.

Para navegar

Vale a pena conhecer o trabalho do CERIS e do seu Núcleo de Responsabilidade Empresarial (NRE) http://www.ceris.org.br/rse/default.asp

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Aula 1 | Fundamentos básicos de responsabilidade social empresarial 13

CONCEITO DE CIDADANIA

Conforme Pinsky (2003) “ser cidadão é ter

direito à vida, à liberdade, à propriedade, à igualdade

perante a lei: é, em resumo, ter direitos civis. É

também participar no destino da sociedade, votar, ser

votado, ter direitos políticos. Os direitos civis e políticos

não asseguram a democracia sem os direitos sociais,

aqueles que garantem a participação do indivíduo na

riqueza coletiva: o direito à educação, ao trabalho, ao

salário justo, à saúde, a uma velhice tranqüila. Exercer

a cidadania plena é ter direitos civis, políticos e sociais,

fruto de um longo processo histórico que levou a

sociedade ocidental a conquistar parte desses direitos”.

Exercer a plena cidadania é ter direitos e

deveres civis, políticos e sociais. O direito nos dá

liberdade, mas, este é um conceito que tem que está

associado ao termo responsabilidade, pois, sem a

mesma, o que temos é abuso e desordem.

O dever nos faz lembrar das nossas

responsabilidades civil, política e social. Para que isto

aconteça tem que se desenvolver uma nova forma de

pensar em termos de equilíbrio entre liberdade e

responsabilidade, desenvolvendo uma forma nova de

lidar com os problemas políticos, civis e sociais sem

prejudicar o próximo e o planeta.

Nas linhas abaixo, serão descritos, de forma

sucinta, alguns conceitos associados a responsabilidade

social.

CONCEITO DE CIDADANIA EMPRESARIAL

É a gestão da totalidade das relações entre as

empresas e as comunidades onde atuam, a nível local,

nacional e global, obedecendo os valores da

Dica de leitura

Para conhecer um pouco mais sobre o tema leia a obra de Gilberto Dimenstein “Aprendiz do Futuro: Cidadania hoje e amanhã”. Publicado pela editora Ática no ano de 2000.

Para refletir

Você conhece seus direitos e deveres? Todo cidadão possui deveres a serem cumpridos e direitos a serem exercidos. Você conhece bem esses elementos? Procure se certificar pois existem novidades nessa área. Vale a pena dar uma boa olhada na nossa constituição assim como no novo código civil.

Para navegar

Veja alguns exemplos concretos: A empresa “Siemens” adota a cidadania empresarial como um de seus principais compromissos, veja como isso reflete na companhia acessando o site abaixo: http://www.siemens.com.br/coluna1.asp?canal=281

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Aula 1 | Fundamentos básicos de responsabilidade social empresarial 14

Responsabilidade Social.

STAKEHOLDERS OU PARTES INTERESSADAS

A localidade onde a empresa está instalada, o

setor ao qual pertence e o porte da empresa são

fatores que determinam o conjunto de partes

interessadas (stakeholders) relacionadas a uma

empresa.

Os seguintes grupos são considerados como as

principais partes interessadas de uma empresa:

Acionistas (os que investem na empresa);

Clientes (os que compram suas mercadorias e

serviços);

Funcionários (os que nela trabalham);

Fornecedores (os que abastecem a empresa

de mercadorias que ela não produz);

Comunidades onde as empresas estão

instaladas;

Governos;

Futuras gerações (aquelas que dependem

diretamente da preservação do meio

ambiente).

Cada parte interessada suscita um elenco de

compromissos a serem observados pelas empresas que

desejem ser publicamente reconhecidas como

socialmente responsáveis.

CONCEITO DE COOPERAÇÃO

A cooperação é uma atividade conjunta em

busca de metas comuns ou de recompensas

partilhadas. Sua base não é realmente a confiança

entre as partes, mas a durabilidade das relações

destas.

Para refletir

Considerando a lista ao lado correspondente as partes interessadas da empresa, analise quais seriam as que geralmente mais apoiariam, tendo em vista a realidade de sua empresa, programas de RSE?

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Aula 1 | Fundamentos básicos de responsabilidade social empresarial 15

Foi a principal estratégia de sobrevivência do ser

humano (coexistência) até aproximadamente 10.000

anos atrás, sendo que somente as primeiras

representações de conflito (coação) surgiram com o

início da civilização.

A cooperação é o “colágeno do tecido social” por

ser a conectora das partes que compõem o todo das

sociedades. Dinamizador do inacabado e infinito

processo de humanização, a cooperação está

intimamente associada a ela em seus avanços e recuos.

Quando prevalece, tem-se paz e o

desenvolvimento.

CONCEITO DE CAPITAL SOCIAL

Está associado a capacidade de uma sociedade

de estabelecer laços de confiança interpessoal e redes

de cooperação espontânea para produção de bens e

serviços de uso coletivo, ou de caráter público,

estimulando a coesão social e a cultura da civilidade, no

interior da sociedade civil e da economia de mercado.

O conceito de Capital Social é um fator crítico

para a prosperidade econômica por facilitar a

cooperação espontânea, desonerar os negócios em

geral, agilizar operações econômicas e produzir

resultados mais rápidos.

CONCEITO DE SUSTENTABILIDADE

É a possibilidade de uma entidade garantir a sua

continuidade.

No documento “Ciência & Tecnologia para o

Desenvolvimento Sustentável”, elaborado a pedido do

Ministério do Meio Ambiente, são consideradas as

Para navegar

Conheça melhor o conceito de Capital Social e a forma como este tem sido empregado analisando um projeto onde este está relacionado como um elemento-chave para o desenvolvimento local. http://www.adm.ufba.br/capitalsocial/#_Quadro_Resumo

Dica de leitura

A importância da cooperação no ambiente empresarial é sempre um tema que merece ser melhor conhecido e estudado. Por isso aí vai uma boa dica de leitura: - Monteiro, C. & Monteiro, J. – “Cooperação: Passo a passo”. Col. Fazendo Acontecer. SP: Aed, 2002.

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Aula 1 | Fundamentos básicos de responsabilidade social empresarial 16

seguintes dimensões de sustentabilidade:

Sustentabilidade social:

Princípio da equidade na distribuição de renda

e de bens;

Princípio da igualdade de direitos a dignidade

humana;

Princípio de solidariedade dos laços sociais.

Sustentabilidade ecológica:

Princípio da solidariedade com o planeta e

suas riquezas e com a biosfera que o envolve.

Sustentabilidade econômica:

Avaliada a partir da sustentabilidade social

propiciada pela organização da vida material.

Sustentabilidade espacial:

Equanimidade nas relações inter-regionais;

Distribuição populacional entre o rural/urbano

e o urbano.

Sustentabilidade político-institucional:

Pré-requisito para a continuidade de qualquer

curso de ação a longo prazo.

Sustentabilidade cultural:

Modulada pelo respeito à afirmação do local,

do regional e do nacional, no contexto da

padronização imposta pela globalização.

Dica da professora

Sobre a sustentabilidade: O conceito de sustentabilidade é muito discutido e merece um aprofundamento maior. Há quem critique o mesmo uma vez que algumas de suas

interpretações sugerem a manutenção, ou melhor, a sustentação do atual quadro onde os países ricos continuam ricos e os países pobres continuam na miséria.

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Aula 1 | Fundamentos básicos de responsabilidade social empresarial 17

EXERCÍCIO 1

Se você entendeu bem cada um dos níveis citados,

procure dar pelo menos um exemplo para cada um

deles:

Sustentabilidade social:

____________________________________________

____________________________________________

Sustentabilidade ecológica:

____________________________________________

____________________________________________

Sustentabilidade econômica:

____________________________________________

____________________________________________

Sustentabilidade espacial:

____________________________________________

____________________________________________

Sustentabilidade político-institucional:

____________________________________________

____________________________________________

Sustentabilidade cultural:

____________________________________________

____________________________________________

Conceito de Desenvolvimento Sustentável

MODELO CRIADO PELA ORGANIZAÇÃO DAS

NAÇÕES

Unidas (ONU), através da Comissão Mundial

para o Meio Ambiente e Desenvolvimento, que busca

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Aula 1 | Fundamentos básicos de responsabilidade social empresarial 18

atender às necessidades do presente sem comprometer

a possibilidade de as gerações futuras atenderem as

suas próprias necessidades.

Sua definição contém dois conceitos-chave:

Conceito de “necessidades”, sobretudo as

necessidades essenciais dos pobres do

mundo, que devem receber a máxima

prioridade;

A noção das limitações que o estágio da

tecnologia e da organização social impõe ao

meio ambiente, impedindo-o de atender às

necessidades presentes e futuras.

O desenvolvimento supõe uma transformação

progressiva da economia e da sociedade. Caso uma via

de desenvolvimento se sustente em sentido físico,

teoricamente ela pode ser tentada mesmo num

contexto social e político rígido. Mas só pode ter certeza

de sua sustentabilidade física se as políticas de

desenvolvimento considerarem a possibilidade de

mudanças quanto ao acesso aos recursos e quanto à

distribuição de custos e benefícios.

Mesmo na noção mais estreita de

sustentabilidade física, está implícita uma preocupação

com a equidade social entre gerações, que deve,

evidentemente, ser extensiva à equidade em cada

geração.

Está dimensionada em três áreas:

Dimensão econômica - representa a criação

de riqueza para todos pelo modo de produção

e de consumo duráveis;

Quer saber mais?

O conceito de desenvolvimento sustentável foi trabalhado em profundidade no Relatório da Comissão Brundtland para as Nações Unidas em 1987. O mesmo acabou sendo publicado como um livro, “Nosso futuro comum” editado pela FGV. Se puder não deixe de consultá-lo.

Para navegar

Acesse o site do Programa Educar e se aprofunde um pouco mais no conceito de desenvolvimento sustentável. http://educar.sc.usp.br/biologia/textos/m_a_txt2.html

Para refletir

Após a leitura e consulta as diferentes dimensões relacionadas ao conceito, como você definiria o Desenvolvimento Sustentável?

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Aula 1 | Fundamentos básicos de responsabilidade social empresarial 19

Dimensão ambiental - reporta-se à

conservação e gestão de recursos;

Dimensão social - reflete a equidade e a

participação de todos os grupos sociais.

A Declaração Universal dos Direitos

Humanos da ONU

O primeiro grande marco institucional para o

debate sobre a responsabilidade social (com foco nos

clientes internos) foi a Declaração Universal dos

Direitos Humanos, aprovada pela Assembléia Geral da

ONU em 10 de dezembro de 1948.

Nela aparece pela primeira vez a concepção de

que os direitos trabalhistas devem ser considerados

direitos humanos, reconhecendo que todas as pessoas

têm o direito inerente e inalienável de ser protegidas de

práticas discriminatórias ou abusivas.

AGENDA 21

Documento que estabelece a importância de

cada país se comprometer a refletir, global e

localmente, sobre a forma pela qual governos,

empresas, organizações não governamentais e todos os

setores da sociedade poderiam cooperar no estudo de

soluções para os problemas socio-ambientais.

GESTÃO AMBIENTAL

Gere a condução, direcionamento e orientação

das atividades humanas visando o desenvolvimento

sustentável ambiental. Para ser efetiva, deve ser

inserida no planejamento e administração da produção

de bens e serviços em todos os níveis local, regional,

nacional, internacional, na administração pública e na

empresarial.

Para navegar

Sobre a Declaração Universal dos Direitos Humanos:

Existem vários sites onde você pode acessar esta Declaração na íntegra adota pela Assembléia da ONU a partir de 1948. Os sites abaixo são apenas alguns possíveis onde você pode acessar e imprimir a mesma. http://www.mj.gov.br/sedh/dpdh/gpdh/ddh_bib_inter_universal.htm www.dhnet.org.br/direitos/deconu/textos/integra.htm www.dhnet.org.br/direitos/deconu/textos/integra.htm

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Aula 1 | Fundamentos básicos de responsabilidade social empresarial 20

TECNOLOGIAS ECOLOGICAMENTE VIÁVEIS

Tecnologias de ponta em rápida evolução que

vão da informática à biotecnologia ou das tradicionais,

que contribuem para a redução da poluição e do

consumo de recursos naturais, promovendo o aumento

da produtividade e a utilização de novas matérias-

primas de menor impacto ambiental.

Governança corporativa

São as práticas e os relacionamentos entre os

acionistas, conselho administrativo, diretoria, auditorias

Independentes e conselho fiscal, com a finalidade de

otimizar o desempenho da empresa e facilitar o acesso

ao capital.

Tem como princípios fundamentais:

Transparência

Eqüidade

Prestação de contas

Cumprimento das leis

Ética

ÉTICA

Orienta o ser humano sobre o que é bom e

correto ao lidar com os seus semelhantes, visando ao

bem comum.

É o “ideal” da conduta humana.

ETHICAL SOURCING

A gestão ética dos fornecedores, através do

conceito de ethical sourcing, estabelece a

responsabilidade da empresa pelas práticas de trabalho

Quer saber mais?

Sobre a Agenda 21: A Agenda 21 é sem dúvida um dos mais importantes documentos da área ambiental. Ela pode ser entendida como uma grande carta de princípios e intenções assinadas por chefes de governo de diferentes países do mundo durante a

Eco-92 rumo a uma sustentabilidade ambiental. Enquanto um plano de ação ela tem a difícil missão de conciliar justiça social, equilíbrio ambiental e eficiência econômica. Para acessar ou fazer download desta na íntegra acesse o site abaixo: www.bdt.fat.org.br/publicacoes/politica/agenda21/

Para navegar

Consulte o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa para saber mais sobre esse conceito e sua importância. http://www.ibgc.org.br/ibConteudo.asp?IDp=334&IDArea=587

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e direitos humanos em sua cadeia de suprimento,

através do estabelecimento de códigos de conduta e

sistemas de monitoramento e verificação.

ETHICAL TRADING INICIATIVE

É uma aliança britânica entre empresas, ONGs e

sindicatos comprometidos em trabalhar juntos para

identificar e promover o "ethical trade" (comércio

ético).

Comércio ético é entendido pela ETI como a

boa prática na implementação de códigos de conduta

sobre padrões trabalhistas, principalmente na cadeia de

suprimento, com monitoramento e verificação

independentes.

As nove diretrizes tratadas pelo código base ETI

são:

Trabalho é livremente escolhido

Liberdade de associação e o direito de

negociação coletiva são respeitados

Condições de trabalho são seguras e

higiênicas

Trabalho infantil não deve ser utilizado

Salários dignos são pagos

Horas de trabalho não são excessivas

Nenhuma discriminação é praticada

Trabalho regular é fornecido

Nenhuma punição ou tratamento desumano é

permitido

FAIR TRADE (COMÉRCIO JUSTO)

Busca desenvolver uma parceria comercial

baseada no diálogo, na transparência e no respeito que

se oferece a pequenos produtores para que estes

Para refletir

Na sua opinião como você definiria o conceito de ética?

Quer saber mais?

Atividade econômica que, por meio de operações de compra e venda, transfere bens e serviços dos produtores para os consumidores ou

outros produtores. O economista Adam Smith afirmava que, na sociedade moderna, a produção está organizada de forma a permitir o aproveitamento das vantagens derivadas da especialização e da divisão do trabalho. Sem o comércio, a produção não seria organizada desta forma.

Para pensar

Dentre as nove diretrizes citadas ao lado quais as que você considera mais difíceis de serem executadas e por que?

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Aula 1 | Fundamentos básicos de responsabilidade social empresarial 22

possam ter melhores condições de comercialização e

também, a manutenção dos direitos dos trabalhadores.

Os critérios mais importantes do “Fair Trade”

são:

Contato direto entre produtores e mercado

consumidor;

Transparência dentro da cadeia produtiva e

comercial;

Transferência de informações do mercado

para os produtores;

Preço mínimo para o produto;

Produtores reunidos democraticamente;

Benefício do comércio atingindo toda

comunidade produtora;

Leis trabalhistas nacionais e internacionais

respeitadas.

O Conceito de Voluntariado

Ação de auxílio desenvolvida basicamente sem

visar ganho financeiro ou por obrigação, podendo ir

além da ação individual e tornar-se atividade grupal.

Princípios do Global Compact

O Global Compact visa promover a cidadania

global pela incorporação de valores universais no

mundo dos negócios. Oferece às empresas e seus

parceiros a oportunidade de cooperar na promoção de

direitos e princípios reconhecidos nas áreas de direitos

humanos, trabalho e meio-ambiente.

Princípio 1: Apoiar e respeitar a proteção dos

direitos humanos internacionais dentro de seu

âmbito de influência;

Dica de leitura

Uma dica interessante de leitura sobre a área de Fair Trade é a obra “Comércio Justo e o Consumo Ético” de autoria de Fretel, A. e Simoncelli-Bourque, E. editado pela FASE e pela DPA no ano de 2003.

Para navegar

Na internet existem vários sites sobre voluntariado, alguns trabalhando o tema de forma teórica e a grande maioria oferecendo ao usuário chances de atuar em diferentes áreas na qualidade de voluntário. Para saber mais sobre o tema acesse o site abaixo do Portal do Voluntário: http://www.portaldovoluntario.org.br/vol_virtual/default.asp

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Aula 1 | Fundamentos básicos de responsabilidade social empresarial 23

Princípio 2: Certificar-se de que suas próprias

corporações não estão sendo cúmplices de

abusos em direitos humanos;

Princípio 3: Apoiar a liberdade de associação

e o reconhecimento efetivo do direito à

negociação coletiva;

Princípio 4: Apoiar a eliminação de todas as

formas de trabalho forçado e compulsório;

Princípio 5: Apoiar a erradicação efetiva do

trabalho infantil;

Princípio 6: Eliminar a discriminação com

respeito ao emprego e cargo;

Princípio 7: Adotar uma abordagem

preventiva para os desafios ambientais;

Princípio 8: Tomar iniciativas para promover

maior responsabilidade ambiental;

Princípio 9: Incentivar o desenvolvimento

Global reporting inicitiative - gri

É uma instituição global independente que

desenvolve uma estrutura mundialmente aceita para

relato de sustentabilidade.

Esta estrutura, chamada Diretrizes GRI, permite

às empresas e outras organizações preparar relatórios

sobre seu desempenho econômico, ambiental e social,

comparáveis entre si.

A GRI permite as empresas comunicar:

Ações tomadas para melhorar desempenho

econômico, ambiental e social;

Os resultados de tais ações;

Estratégias futuras para melhoria.

Quer saber mais?

O GLOBAL COMPACT é resultado de um convite efetuado ao setor privado pelo Secretário Geral das Nações Unidas, Kofi Annan, para que juntamente com agências das Nações Unidas (Alto Comissariado para Direitos Humanos, UN Environment Programme, Organização Internacional do Trabalho, e Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) e atores sociais, contribuísse para avançar a prática da responsabilidade social corporativa, na busca de uma economia global

mais sustentável e inclusiva. Para saber mais acesse o site: http://www.fiesp.com.br/relatorioRS/global.htm

Para refletir

Opção difícil: Em sua cidade quais dos princípios abordados pelo Global Compact precisariam de maior atenção?

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Aula 1 | Fundamentos básicos de responsabilidade social empresarial 24

Forças Globais de Mudança

REVOLUÇÃO TECNOLÓGICA

A convergência das tecnologias de

telecomunicações e de informação desenvolveu inter-

relações sem precedentes que modificaram o modo de

atuar nas empresas, entre as empresas e as cadeias de

suprimento, entre as empresas e os clientes e entre os

próprios clientes.

REVOLUÇÃO DOS MERCADOS

Os governos, empresas e organizações não-

governamentais passam por modificações constantes,

obrigando-as inevitavelmente a uma alteração nas suas

relações. A revolução dos mercados ainda não

terminou, mas essa força global de mudança já

produziu um meio complexo para a vida diária, o

trabalho e o lazer.

REVOLUÇÃO NA DEMOGRAFIA E NO

DESENVOLVIMENTO

As mudanças na demografia e sua relação com

o processo de desenvolvimento passou a ter uma forte

relevância para as atividades empresariais, seu

crescimento futuro e sua lucratividade.

REVOLUÇÃO DOS VALORES

Os valores e conceitos em que as pessoas

acreditam, seu padrão de vida e suas opiniões, com as

quais julgam os outros, têm mudado constantemente.

A organização empresarial, como principal força do

crescimento e do desenvolvimento, está cada vez mais

sob o olhar do público e a vigilância da imprensa. A

empresa atua de certo modo diante dessas

Dica de leitura

Para conhecer melhor o que seja Terceiro Setor – área que envolve

diferentes entidades civis organizadas como as OCIPs e as ONGs – consulte a obra de Nobre, S. – Terceiro Setor – Os Recursos da Solidariedade. A obra foi editada pela Qualitymark no ano de 2004.

Para navegar

Quer conhecer mais sobre a GRI, então acesse seu site: http://www.bsd-net.com/grimais.htm

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Aula 1 | Fundamentos básicos de responsabilidade social empresarial 25

responsabilidades, mudando expectativas. Para que se

obtenha o sucesso é crucial um acompanhamento

constante desta revolução de valores.

TERCEIRO SETOR

É constituído por organizações privadas, sem

fins lucrativos, que geram bens, serviços públicos e

privados que têm como objetivo o desenvolvimento

político, econômico, social e cultural no meio em que

atuam.

MARKETING SOCIAL

É o uso dos princípios e técnicas de marketing

na promoção de uma causa, idéia, atitude ou

comportamento social. Modernamente passou a

significar uma tecnologia de gestão das mudanças

sociais, associada à implantação e controle de projetos

que visam construir e implementar estratégias e

instrumentos para solucionar problemas sociais.

Responsabilidade social empresarial

O debate sobre a responsabilidade das empresas

em relação ao social é marcado por diferentes

perspectivas dos atores sociais, que com elas

interagem.

Em geral, os conceitos sobre responsabilidade

social empresarial combinam quatro funções atribuídas

às empresas:

Responsabilidade

econômica

A principal função das empresas é

produzir bens e serviços que a

sociedade demanda e vendê-los

com lucro.

Responsabilidade

legal

As empresas devem exercer sua

atividade produtiva respeitando a

legislação vigente.

Para navegar

O Marketing Social ou Marketing para Causas Sociais, como costuma também ser denominado em outros países, diz respeito ao esforço mercadológico no sentido de associar uma marca ou instituição a uma causa social Acesse o site abaixo e leia mais sobre o tema:

http://www.comunicacaoempresarial.com.br/conceitomarketingsocial.htm

Importante

Todas essas dimensões fazem parte do que hoje chamamos de RSE. Não adianta possuir uma delas ignorando outra.

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Aula 1 | Fundamentos básicos de responsabilidade social empresarial 26

Responsabilidade

ética

São comportamentos e normas

éticas que a sociedade espera que

sejam seguidos pelas empresas.

Responsabilidade

filantrópica

É o papel social das empresas

assumido voluntariamente, sem

clara expectativa da sociedade.

O conceito de responsabilidade social de uma

empresa deve abranger todas as relações e práticas

existentes na organização, sejam estas com relação à

comunidade, aos funcionários, aos fornecedores, aos

consumidores, aos acionistas, e ao meio ambiente e a

sociedade.

As ações vinculadas à responsabilidade social de

uma empresa são escolhas individuais de

administradores e corporações, que julgam onde

devem investir tempo, dinheiro e talento.

Consequentemente, a Gestão da

Responsabilidade Social é um processo de gerência e

administração de projetos ou programas sociais, que se

encontram baseados no fluxo contínuo e organizado de

informações entre os diversos setores e níveis de

atuação. Assim, todos os atores intervenientes nas

ações mantêm-se informados a respeito dos objetivos,

realizações, êxitos e fracassos do projeto. Para ser

eficaz, o fluxo de informações deve se desenvolver

numa relação de reciprocidade.

VETORES DA RESPONSABILIDADE SOCIAL

Os vetores servem para direcionar o processo de

gestão empresarial, fortalecendo a dimensão social da

empresa e facilitando o investimento na

responsabilidade social, pois permite a empresa seguir

alguns padrões e critérios definidos.

Dica de leitura

Veja um bom exemplo de aplicação da SER aplicada à Administração Pública consultando a obra de Patrícia Vieiral. A mesma foi é editada pela editora Lúmen Júris no ano de 2004.

Para refletir

E na sua empresa? Dentre os diferentes vetores citados quais seriam aqueles nos quais sua empresa mais atua e por que?

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Aula 1 | Fundamentos básicos de responsabilidade social empresarial 27

GRAUS DE RESPONSABILIDADE SOCIAL DA

EMPRESA

O envolvimento das empresas no campo social

vão desde a ausência de responsabilidade social a

adoção de uma postura social bem ampla. Dentro deste

contexto, surgem três níveis de sensibilidade na

atuação das empresas campo social:

Abordagem da obrigação social:

Assume que as únicas obrigações de

responsabilidade social da empresa são aquelas

exigidas por lei;

Abordagem da responsabilidade social:

Reconhece que a empresa tem

responsabilidades econômicas e sociais, mas, somente

até o ponto em que o bem-estar econômico da empresa

não é afetado de forma negativa;

Abordagem da sensibilidade social:

Enfatiza que a empresa não tem apenas

responsabilidades econômicas e sociais, ela também

precisa se antecipar aos futuros problemas sociais e

Dica do professor

Procure exemplificar cada uma das abordagens ao lado

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Aula 1 | Fundamentos básicos de responsabilidade social empresarial 28

destinar recursos organizacionais para lidar com esses

problemas.

RESPONSABILIDADE SOCIAL INTERNA E

EXTERNA

O exercício da cidadania empresarial subentende

uma atuação efetiva da empresa em duas dimensões: a

gestão da responsabilidade social interna e externa.

A Responsabilidade Social Interna tem como

seguintes ações o investimento no bem-estar dos

empregados e seus dependentes através de programas

de remuneração e participação nos resultados,

segurança no trabalho, assistência médica, social,

odontológica, alimentar e de transporte e,

investimentos na qualificação dos empregados, através

de programas internos de treinamento e capacitação,

programas de financiamento de cursos externos,

regulares ou não, realizados por seus funcionários com

vistas a sua maior qualificação profissional e obtenção

de escolaridade mínima.

Por sua vez, a Responsabilidade Social Externa

tem como foco a comunidade, através de ações sociais

voltadas principalmente para as áreas de educação,

saúde, assistência social e ecologia, visando um maior

retorno social, de imagem, publicitário e para os

acionistas.

Ao exercer ambas dimensões, a empresa

exercita a sua cidadania empresarial e adquire a sua

condição de empresa cidadã. Entretanto, são poucas as

empresas que possuem a condição de empresa cidadã.

Na realidade, a grande maioria das empresas atua

somente em uma dimensão ou em nenhuma.

O gráfico abaixo representa os estágios de

Para navegar

No site da Universia Brasil você encontra vários artigos interessantes sobre a SER. Não deixe de acessar: http://www.universiabrasil.net/social/materia_voluntariado.jsp?id=3768

Importante

Observe como a responsabilidade social interna e externa das empresas estão associadas até porque seria uma incongruência assumir uma dimensão sem se preocupar com a outra.

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Aula 1 | Fundamentos básicos de responsabilidade social empresarial 29

responsabilidade social que uma empresa pode se

encontrar.

O quadrante 1 representa as empresas sem

consciência social, totalmente indiferentes à saúde e

bem-estar de seus funcionários e aos anseios da

comunidade.

O quadrante 2 representa as empresas que

utilizam o marketing social como estratégia

promocional, muitas vezes para encobrir a sua má

gestão nos seus recursos humanos. Geralmente pagam

mal, demitem seguidamente sem quaisquer critérios,

não possuem programas de benefícios e não investem

na qualificação do seu corpo funcional. Entretanto,

realizam doações, exercem a filantropia corporativa e

investem em projetos sociais buscando uma ampla

divulgação da marca e reforço da imagem.

O quadrante 3 representa a empresa que

assegura o bem-estar de seus funcionários e

dependentes e contribui para o desenvolvimento da

comunidade.

O quadrante 4 representa a empresa que

investe primeiramente no bem-estar social de seus

empregados para, em seguida, fortalecer sua atuação

junto à comunidade.

Para pensar

Analise os quadrantes com calma e responda. Em que quadrante sua empresa se situa?

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Aula 1 | Fundamentos básicos de responsabilidade social empresarial 30

Muitas empresas, propositadamente ou por falta

de conhecimento, cometem o grave erro estratégico de

iniciar a sua prática de responsabilidade social a partir

do quadrante 2, em detrimento do quadrante 4,

produzindo um grande descontentamento entre seus

empregados, confirmando um grave quadro de

conflitos, ansiedades e desmotivações.

RESPONSABILIDADE SOCIAL EMPRESARIAL E

DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

O conceito de Responsabilidade Social é parte do

conceito de Desenvolvimento Sustentável e está

inserido na dimensão social e, juntamente com as

dimensões econômica e ambiental, constituem os três

pilares do Desenvolvimento Sustentável.

Dentro do conceito de Desenvolvimento

Sustentável, a Responsabilidade Social compreende os

seguintes aspectos:

Direitos humanos;

Direitos dos empregados;

Direitos dos consumidores;

Envolvimento comunitário;

Relação com fornecedores;

Monitoramento e a avaliação de desempenho;

Direitos dos grupos de interesse.

Quer saber mais?

Participação das empresas na construção de um desenvolvimento sustentável. Para que o desenvolvimento sustentável venha a se concretizar é fundamental a participação de todos os setores da sociedade: ONGs, empresas, mídia, universidade, enfim a sociedade civil organizada como um todo. Pode se associar a dimensão ambiental ao conceito de responsabilidade ecológica, elemento fundamental para que a crise socioambiental

possa um dia ser vencida.

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Aula 1 | Fundamentos básicos de responsabilidade social empresarial 31

RISCOS DA PERDA OU FALTA DA

RESPONSABILIDADE SOCIAL

Ao deixar de cumprir suas obrigações sociais em

relação aos seus empregados, acionistas,

consumidores, parceiros e comunidade, a empresa

começa a perder credibilidade, sua imagem é

prejudicada e sua reputação, ameaçada.

Na perda da dimensão da responsabilidade

social interna os primeiros efeitos são a deterioração do

clima organizacional, desmotivação generalizada,

surgimento de conflitos, ameaça de greves e

paralisações, fuga de talentos, baixa produtividade e

aumento de acidentes de trabalho, além de altos

índices de faltas e atrasos.

Já a perda na dimensão da responsabilidade

social externa os efeitos são mais danosos tais como

acusações de injustiça social, boicote de consumidores,

perda de clientes, reclamações dos fornecedores e

revendedores, queda nas vendas, ações na justiça,

riscos de invasões e até mesmo risco de falência.

GANHOS ADVINDOS DA ADOÇÃO DA

RESPONSABILIDADE SOCIAL

Além da contribuição ao desenvolvimento

humano, as ações empresariais na área social oferecem

retornos tangíveis e intangíveis, sob a forma de fatores

que agregam valor, reduzem custos e trazem aumento

da competitividade.

Entre esses fatores, destacam-se:

Melhoria da imagem corporativa;

Criação de ambientes endógeno e exógeno

mais favoráveis;

Para navegar

O site do CERIS traz várias informações interessantes, além de artigos preciosos sobre RES. Vale dar uma olhadinha. www.ceris.org.br/rse/_rse_ptbr_rse.asp

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Aula 1 | Fundamentos básicos de responsabilidade social empresarial 32

Redução do absenteísmo e elevação da auto-

estima dos empregados;

Estímulos para melhoria dos processos de

produção;

incremento na demanda por produtos,

serviços e marcas;

Ganhos de participação no mercado;

Redução da instabilidade política, social e

institucional locais.

BALANÇO SOCIAL

É um meio de dar transparência às atividades

corporativas através de um levantamento dos principais

indicadores de desempenho econômico, social e

ambiental da empresa. É também um instrumento que

amplia o diálogo com todos os públicos com os quais a

empresa se relaciona: acionistas, consumidores e

clientes, comunidade vizinha, funcionários,

fornecedores, governo, organizações não-

governamentais, mercado financeiro e a sociedade em

geral.

Funciona também como uma ferramenta de

auto-avaliação, utilizando para isso um conjunto de

indicadores, já que dá à empresa uma visão geral

sobre sua gestão e o alinhamento dos valores e

objetivos presentes e futuros da empresa com seus

resultados atuais.

Grupos sociais raramente são homogêneos,

diferindo-se no que diz respeito aos seus interesses e

necessidades. Um projeto social deve ser direcionado a

uma ou mais causas e problemas sociais de um dado

grupo social, agindo sempre com uma mentalidade

cooperativa e objetiva sobre uma comunidade carente

e, beneficiando um segmento populacional em situação

de risco social, sendo o mesmo, objeto de

Dica de leitura

O tema Balanço Social possui um grande número de publicações. Um livro inteligente e de fácil compreensão sobre o assunto é a obra de Silva, C. e Freire, F. (orgs.) intitulado “Balanço Social: Teoria e Prática. São Paulo: Atlas, 2001.

Dica do

professor

Indicadores é um conjunto de dados, passíveis de mudanças e

oscilações, capaz de dar uma idéia do estado de uma determinada situação em determinado período ou data. No Brasil, são utilizados como indicadores de responsabilidade social a do Instituto Ethos e do Ibase

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Aula 1 | Fundamentos básicos de responsabilidade social empresarial 33

investimentos da empresa.

OS SETE PASSOS DA AVALIAÇÃO

Para avaliar com qualidade o resultado de uma

ação social é necessário pensar nela deste o início do

projeto. O processo dos Sete Passos é um ótimo

modelo de avaliação por se fundamentar em práticas

empresariais e no princípio da melhoria contínua.

Segue abaixo a descrição dos sete passos:

1o - FOCO

Desde o início a avaliação deve ser vista como

parte integrante do projeto. Com base nas metas que

se deseja atingir deve-se pensar que tipo de avaliação

será feito, quem será responsável pela execução e

quais suas atribuições.

2o - FORMAÇÃO DA EQUIPE

As pessoas que fazem parte da equipe

avaliadora devem ser escolhidas no início do projeto,

principalmente se a empresa optar por treinar seu

pessoal.

3o - ANÁLISE DOS GRUPOS DE INTERESSE

Há vários grupos de interesse numa ação social.

Uma delas é o público beneficiário, que deve interagir

com a empresa deixando claro suas necessidades. Os

donos do dinheiro constituem outro grupo.

4o - LEVANTAMENTO DE INFORMAÇÕES

A coleta tem de ser quantitativa e qualitativa. A

quantitativa serve para conferir se o número de

participantes está dentro do esperado, qual o perfil do

Dica do professor

Siga os passos: Para avaliar o trabalho social desenvolvido ou redefinir sua orientação siga os passos e avalia o andamento dos trabalhos desenvolvidos na sua empresa.

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Aula 1 | Fundamentos básicos de responsabilidade social empresarial 34

público-alvo e se as atividades planejadas estão sendo

realizadas. A qualitativa verifica o impacto das

informações quantitativas e buscar o impacto da ação

social.

5o - ANÁLISE DOS DADOS

Depois da coleta de informações, os dados

levantados devem ser sistematizados e analisados.

Nesses casos, recomenda-se a ajuda de um

especialista.

6o - ELABORAÇÃO DE RELATÓRIO E

DIVULGAÇÃO

A equipe de avaliação deve apresentar suas

conclusões e recomendações. O conteúdo da

apresentação deve ser direcionado para cada grupo

envolvido. Para os investidores, por exemplo, é

importante ressaltar a destinação dos recursos e

eventuais economias ou despesas extras.

7o - DISSEMINAÇÃO DO CONHECIMENT0

A equipe deve discutir qual a melhor forma de

utilizar os resultados para melhorar o projeto ou

contribuir para sua permanência.

INVESTIMENTO SOCIAL DAS EMPRESAS

Há uma corrente de pensamento que defende a

idéia de que a empresa pagando seus impostos e

obedecendo às leis, estão a cumprir o suficientemente

com a sua função social, todavia, a outra corrente que

defende a idéia que a empresa deve além de pagar

seus impostos, realizar investimentos na dimensão

social já que esta tem responsabilidades com sua

cadeia produtiva, com a comunidade em que está

inserida e com o ambiente como um todo, dependendo

de todos para sobreviver.

Para refletir

Qual a sua opinião sobre o assunto? Será que basta apenas pagar os impostos para assumir a RSE?

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Aula 1 | Fundamentos básicos de responsabilidade social empresarial 35

A ação das empresas na área social também

tem sido associada a questões estratégicas, já que os

consumidores passam a valorizar comportamentos

nesse sentido, representando um diferencial

competitivo para as que investem na área.

NORMAS SOCIAIS

As normas ou padrões de responsabilidade

corporativa surgem de necessidades próprias do

desenvolvimento e aprimoramento desta área, reflexo

da sua importância cada vez maior no mundo dos

negócios.

As vantagens da padronização têm chamado a

atenção de várias organizações e a padronização tem

seu papel mais justificado em uma área recente como a

da responsabilidade corporativa, em que ainda são

buscadas diretrizes para definição de uma boa gestão

socialmente responsável ou dentro dos parâmetros da

sustentabilidade integral.

Entre outras vantagens, a padronização permite:

Definições de Termos;

Consistência nos Procedimentos;

Desenvolvimento de sistemas de

administração para garantir cumprimento e

auditoria;

Claras definições para divulgação pública de

informações verificadas;

Mecanismos de melhoria contínua;

Incentivo ao mercado para o “jogo limpo”;

Comparabilidade com outras empresas.

NORMA SA8000

A Social Accountability 8000 é a primeira

certificação internacional da responsabilidade social e

Para pensar

Normas sociais: No regimento de sua empresa/ organização existe com certeza normas nesse sentido. Você conseguiria identificar pelo menos três delas?

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Aula 1 | Fundamentos básicos de responsabilidade social empresarial 36

tem o objetivo de garantir os direitos dos

trabalhadores, de uma forma que todos os envolvidos

ganhem: empresas, trabalhadores, sindicatos e

governo.

É composta por nove requisitos:

Trabalho infantil: não é permitido;

Trabalho forçado: não é permitido;

Saúde e segurança: devem ser asseguradas;

Liberdade de Associação e negociação

coletiva: devem ser garantidas;

Discriminação não é permitida;

Práticas Disciplinares não são permitidas;

Horário de Trabalho: não deve ultrapassar

48hs/semana, além de 12hs-extra/semana;

Remuneração deve ser suficiente;

Sistemas de gestão: deve garantir o efetivo

cumprimento de todos os requisitos.

Tendo como referência os padrões de gestão da

qualidade ISO9000 e de gestão ambiental ISO14000, a

SA8000 segue a estrutura que enfatiza a importância

de sistemas de gestão para melhoria contínua.

Um dos propósitos da SA8000 é exatamente

proporcionar incentivo que beneficie empresas,

trabalhadores e consumidores através de uma

abordagem ganha-ganha. Assim, obter a certificação

SA8000 também significa:

Melhor ambiente organizacional interno,

através da demonstração da preocupação da

empresa com o trabalhador e, do

estabelecimento de condições adequadas a

saúde e segurança;

Mais informação e, portanto, maior

confiabilidade aos compradores;

Quer saber mais?

A SA8000: A SA8000 é uma norma que visa

aprimorar o bem estar e as boas condições de trabalho bem como o desenvolvimento de um sistema de verificação que garanta a contínua conformidade com os padrões estabelecidos pela norma. Para saber mais acesse o site abaixo: http://www.balancosocial.org.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?sid=21

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Aula 1 | Fundamentos básicos de responsabilidade social empresarial 37

Melhor gerenciamento da cadeia produtiva;

Segurança para a empresa e para seus

investidores;

Consolidação da imagem e reputação da

empresa como socialmente responsável.

NORMA AA1000

A AccountAbility 1000 é um padrão de processo

para a gestão da contabilidade, auditoria e relato da

responsabilidade corporativa, sendo que seu principal

diferencial está na inclusão das partes interessadas em

todos os seus passos, dando credibilidade à

responsabilidade corporativa da organização que o

adota.

Concluindo, a prática da responsabilidade social

é o reconhecimento e aceitação pelas empresas dos

seus deveres em relação à comunidade em que atuam

e à sociedade em geral.

Este conceito fundamenta-se em dois

pressupostos:

As decisões e os resultados das atividades

empresariais alcançam e impactam um

universo muito mais amplo do que o

composto por seus proprietários, acionistas e

gestores;

As questões de direitos humanos e de

cidadania são de natureza pública e dizem

respeito a todos os cidadãos e, não apenas ao

governo.

E intimamente ligada às estratégias de

sustentabilidade a longo prazo das empresas que, em

sua lógica de desempenho e lucro, passam a

Quer saber mais?

A1000: Lançada em 1999 pelo Institute of Social and Ethical AccountAbility (ISEA), de Londres, a norma AccountAbility 1000 (AA1000) é a ferramenta mais abrangente para gestão da responsabilidade social empresarial.

Ela engloba o processo de levantamento de informações, auditoria e relato social e ético, com enfoque no diálogo com partes interessadas (stakeholders internos e externos).

Quer saber mais?

AA1000 (AccountAbility 1000) é um padrão de processo para a gestão da contabilidade, auditoria e relato da responsabilidade corporativa. Seu principal diferencial está na inclusão das partes interessadas em todos os seus passos, dando credibilidade à responsabilidade corporativa da organização que o adota. Acesse o site abaixo e se aprofunde mais nesse tema: http://www.bsd-net.com/aa1000mais.htm

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Aula 1 | Fundamentos básicos de responsabilidade social empresarial 38

contemplar a preocupação com os efeitos sociais e/ou

ambientais de suas atividades e o objetivo de contribuir

para o bem-comum e a melhoria da qualidade de vida

das populações. Também vale lembrar que a sociedade

brasileira está ficando cada vez mais consciente de

seus direitos e deveres. Atualmente, já encontramos

clientes que ao perceberem que foram enganados vão

migrar para o concorrente. Interessante notar que esta

massa crítica está aumentando, ficando cada vez mais

atentos e questionadores. Hoje, assim como no futuro,

não basta a uma empresa só pagar impostos, gerar

empregos e trazer lucros para seus acionistas. Têm que

que se envolver, estar intimamente ligada com a

sociedade, pois e dela a sua origem e dependência.

EXERCÍCIO 1

No documento “Ciência & Tecnologia para o

Desenvolvimento Sustentável”, elaborado a pedido do

Ministério do Meio Ambiente, são consideradas as

seguintes dimensões de sustentabilidade:

( A ) Sustentabilidade social

( B ) Sustentabilidade ecológica

( C ) Sustentabilidade econômica

( D ) Sustentabilidade espacial

( E ) Sustentabilidade político-institucional

( F ) Sustentabilidade cultural

Relacione as dimensões de sustentabilidade

apresentadas acima, com suas respectivas definições.

( ) Princípio da solidariedade com o planeta e suas

riquezas e com a biosfera que o envolve.

( ) Modulada pelo respeito à afirmação do local, do

regional e do nacional, no contexto da

padronização imposta pela globalização.

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Aula 1 | Fundamentos básicos de responsabilidade social empresarial 39

( ) Avaliada a partir da sustentabilidade social

propiciada pela organização da vida material.

( ) Pré-requisito para a continuidade de qualquer

curso de ação a longo prazo.

( ) Princípio da igualdade de direitos a dignidade

humana.

( ) Equanimidade nas relações inter-regionais.

EXERCÍCIO 2

O Fair Trade (comércio justo) Busca desenvolver

uma parceria comercial baseada no diálogo, na

transparência e no respeito que se oferece a pequenos

produtores para que estes possam ter melhores

condições de comercialização e também, a manutenção

dos direitos dos trabalhadores.

Assinale Verdadeiro ou Falso para assinalar os

critérios mais importantes de Fair Trade

( ) Contato direto entre produtores e mercado

consumidor;

( ) Transparência dentro da cadeia produtiva e

comercial;

( ) Salários dignos são pagos;

( ) Liberdade de associação e o direito de negociação

coletiva são respeitados;

( ) Transferência de informações do mercado para os

produtores;

( ) Nenhuma discriminação é praticada

( ) Preço mínimo para o produto;

( ) Produtores reunidos democraticamente;

( ) Benefício do comércio atingindo toda comunidade

produtora;

( ) Leis trabalhistas nacionais e internacionais

respeitadas.

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Aula 1 | Fundamentos básicos de responsabilidade social empresarial 40

EXERCÍCIO 3

Avalie a importância do envolvimento de stakeholders

(agentes que direta ou indiretamente afetam a

empresa ou são por ela afetados) nos programas de

Responsabilidade Social.

____________________________________________

____________________________________________

____________________________________________

____________________________________________

____________________________________________

EXERCÍCIO 4

Caracterize as dimensões éticas, econômicas, legais

e filantrópicas da Responsabilidade Social,

ressaltando o papel representado por cada uma dentro

das organizações.

____________________________________________

____________________________________________

____________________________________________

____________________________________________

____________________________________________

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Aula 1 | Fundamentos básicos de responsabilidade social empresarial 41

RESUMO

Vimos até agora:

A importância do conceito e da prática de

Responsabilidade Social Empresarial para

diminuir as desigualdades sociais;

Como as empresas estão empenhadas em

trazer benefícios para toda sociedade, dos

seus stakeholders até a comunidade que a

cerca;

Que a responsabilidade social empresarial

tem quatro dimensões complementares: a

econômica, a legal, a ética e a filantrópica.

Não adianta possuir uma delas, ignorando as

outras.

Que conceitos como capital social, cooperação

e sustentabilidade são fundamentais para

entendermos as desigualdades do nosso país

e encontrarmos um caminho de inclusão a

cidadania, que pode e tem sido realizado por

diversas empresas.

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Ética e Responsabilidade

Social

Mariana de Castro Moreira

AU

LA

2

Ap

res

en

taç

ão

Nesta aula, vamos nos aprofundar um pouco mais, buscando

reunir e discutir alguns conceitos e definições sobre ética e

responsabilidade social, sempre de forma contextualizada.

Iremos, em um primeiro momento, conhecer a definição de

primeiro, segundo e terceiro setor para a seguir compreender

como surgiu a noção de responsabilidade social. Conheceremos

ainda algumas das principais visões que se tem atualmente sobre

o tema, para finalmente articulá-lo à reflexão ética.

Ob

jeti

vo

s

Esperamos que, após o estudo do conteúdo desta aula, você seja

capaz de:

Ampliar a compreensão sobre o atual contexto de discussão

sobre responsabilidade social e ética;

Compreender e definir o que é primeiro, segundo e terceiro

setor;

Compreender e definir o que é responsabilidade social;

Compreender e discutir a relação entre ética e responsabilidade

social.

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Aula 2 | Ética e responsabilidade social 44

Aproximações iniciais

Em nossa primeira aula, começamos a nos

aproximar das questões que são objeto de nosso

caderno de estudos, quais sejam a responsabilidade

social e a ética. Iniciamos nosso módulo, buscando

incentivar o desenvolvimento de uma prática reflexiva e

para isso, insistimos na importância de se

desnaturalizar modos de se pensar e viver a realidade,

contextualizando nossos campos de estudo e trabalho.

Neste contexto, e de diferentes maneiras,

grande parte das análises que encontramos da

atualidade incluem uma preocupação – ou ao menos

um questionamento – sobre as problemáticas e ações

sociais.

O progresso científico e o avanço tecnológico

não foram capazes de assegurar o bem estar e o

desenvolvimento social, como esperado. Paralelamente,

mudanças políticas, sociais e econômicas contribuíram

para que tivéssemos que rever antigas ilusões e

ideologias, frente a um crescente cenário de

desigualdade e exclusão social.

O debate em torno da responsabilidade social e

da ética insere-se neste panorama, ao lado das noções

de cidadania e de terceiro setor.

Fazendo um “recorte” no tempo e aproximando-

nos um pouco mais da realidade brasileira, percebemos

que o Brasil vive uma história muito recente em termos

de democratização e de formação cidadã.

Até vinte anos atrás, não somente o Brasil, mas

os países latino-americanos eram governados pelo

regime ditatorial, onde a sociedade estava totalmente

controlada pelo Estado e o cidadão não tinha voz, ou

Dica da professora

Relembre algumas das principais características da contemporaneidade,

retomando a aula 1 desta disciplina.

Aproximações iniciais 44

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Aula 2 | Ética e responsabilidade social 45

seja, não possuía o direito legítimo de reivindicar e se

mobilizar para assegurar seus direitos.

O início do processo de democratização

brasileira – que tem como um ponto alto a Constituição

de 1988 – dá-se de forma articulada à própria

organização da sociedade civil. A década de 80 é

marcada pela redução de postos de trabalho, pelas

mudanças nas relações e no mundo do trabalho.

Paralelamente, iremos perceber uma progressiva

redução do papel executivo do Estado e uma paulatina

ampliação do papel e poder da iniciativa privada.

Não nos cabe aqui esmiuçar as transformações

ocorridas nas últimas décadas, mas sim destacar e

buscar compreender como o papel e as relações entre o

Estado, a iniciativa privada e a sociedade civil

A constituição de 1988 é conhecida como

“Constituição Cidadã” e destaca, pela primeira vez, a

importância da ordem social. Neste sentido,

podemos ressaltar os seguintes artigos:

Do Título I - Dos Princípios Fundamentais, o

Artigo 3º:

Constituem objetivos fundamentais da República

Federativa do Brasil:

I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;

II - garantir o desenvolvimento nacional;

III - erradicar a pobreza e a marginalização e

reduzir as desigualdades sociais e regionais;

IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de

origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras

formas de discriminação.

Do Título VIII - Da Ordem Social, as Disposições

Gerais do Capítulo I, os seguintes artigos:

Art. 193. A ordem social tem como base o primado

do trabalho, e como objetivo o bem-estar e a justiça

sociais;

Art. 205 a 214 – Educação;

Art. 215 e 216 - Cultura;

Art. 217 – Desporto;

Art. 225 - Meio Ambiente;

Art. 226 a 230 - Família, Criança, Adolescente e

Idoso”.

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Aula 2 | Ética e responsabilidade social 46

organizada vêm se modificando e como estas esferas

têm se colocado frente às problemáticas e alternativas

de desenvolvimento social.

Simone Coelho, doutora em Ciência Política pela

USP, ajuda-nos a melhor compreender o que estamos

expondo e afirma que:

Nesse sentido, a literatura

contemporânea tem se esforçado em

repensar o papel do Estado e sua

participação no desenvolvimento

social. É evidente a crise mundial de

uma concepção de Estado – mais

conhecida como welfare state – na

qual se configuram governos

centralizados e burocratizados, com

política social expressiva e serviços

padronizados que têm por meta suprir

as necessidades sociais da população.

(Coelho, 2000)

OS TRÊS SETORES E SUAS FINALIDADES

Assim chegamos a um primeiro e fundamental

marco conceitual: alguns teóricos defendem um modelo

de organização da sociedade que poderia ser dividida

em três grandes setores, quais sejam:

Entenda melhor:

A tradicional concepção de welfare state tem como

foco a centralização do poder do Estado como o

grande “provedor” de todos os serviços necessários

à população. Segundo esta visão, um Estado forte

deveria ser capaz de distribuir riquezas e minimizar

desigualdades sociais, garantindo emprego e renda,

além dos demais direitos a todos os cidadãos. Para

isso, prioriza-se a intervenção do Estado na esfera

pública.

Com a crise deste modelo – pela própria

impossibilidade de sua sustentação aliada à

crescente complexidade dos problemas sociais –

começam a surgir ações da iniciativa privada e da

própria sociedade civil de modo a construir

alternativas para as questões sociais. Ou seja, a

garantia de direitos deixa de estar a cargo somente

do Estado. Empresas, cidadãos e grupos da

sociedade passam a atuar, de maneira

complementar, conquistando importância e papel

fundamental neste contexto.

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Aula 2 | Ética e responsabilidade social 47

O primeiro setor, onde se situa o Estado

como instância de regulação e de

universalização de políticas públicas -

recursos públicos para fins públicos;

O segundo setor, caracterizado pela iniciativa

privada como geradora de riquezas - recursos

privados para fins privados e

O terceiro setor, caracterizado pela sociedade

civil organizada - recursos privados para fins

públicos.

“Os três setores”: quadro sintético

(Fonte: baseado em Rubem César Fernandes, 1994.)

SETOR CARACTERIZAÇÃO RECURSOS FINS

1º. Setor Estado Públicos Públicos

2º. Setor Empresas Privados Privados

3º. Setor Sociedade Civil Organizada Privados e Públicos Públicos

O TERCEIRO SETOR E SUA COMPOSIÇÃO

Salientamos que o surgimento do terceiro setor

não deve ser entendido em oposição ao Estado ou à

iniciativa privada, mas de forma contextualizada, como

organização da sociedade civil, de fins não econômicos,

que surge dos movimentos sociais e populares e que

vem complementar e fortalecer estratégias

desenvolvidas pelo poder público e pelas empresas.

A célebre definição do terceiro setor como algo

público, porém privado ou algo privado, mas de

interesse público aponta ao mesmo tempo para a

perspectiva de que se trata de uma iniciativa da

sociedade civil voltada ao bem público. Não são ações

estatais do governo e não são ações privadas de

empresas. O terceiro setor reúne um conjunto de

iniciativas e possibilidades de participação de toda a

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Aula 2 | Ética e responsabilidade social 48

sociedade em ações coletivas de transformação social

e, com isso, inclui e oportuniza a participação de todos

os cidadãos e cidadãs na construção de uma “sociedade

livre, justa e solidária”.

O terceiro setor é assim composto por todas as

organizações sem fins lucrativos – ou não econômicos

como prevê o Novo Código Civil - que trabalham pela

transformação social, buscando beneficiar grupos ou

coletividades. Estão aí incluídas as chamadas

organizações não-governamentais (ONG’s), as

associações comunitárias, os movimentos sociais, as

entidades filantrópicas, as fundações e os institutos

empresariais.

Para fixar:

ONG ou Organização Não Governamental é

qualquer organização da sociedade civil, não-estatal,

sem fins lucrativos ou, segundo o Novo Código Civil,

de fins não econômicos; a denominação passou a

ser usada nos anos 80 para designar tais entidades;

Fundação, por definição, é a pessoa jurídica

composta pela organização de um patrimônio,

destacado pelo seu instituidor para uma finalidade

específica; não tem proprietário, nem titular, nem

sócios; o patrimônio é gerido por curadores;

Instituto é um estabelecimento dedicado a estudo,

pesquisa ou produção científica, que, embora

componha a razão social de entidades, não

corresponde a uma espécie particular de pessoa

jurídica, podendo ser utilizado por entidade pública ou

privada, com ou sem fins lucrativos, constituída sob

a forma de fundação ou associação;

Sociedade civil - pessoa jurídica criada pela esfera

das relações entre indivíduos, entre grupos, entre

classes sociais, que se desenvolvem à margem das

relações de poder típicas das instituições estatais;

Terceiro setor - setor privado com fins públicos;

constitui-se como uma esfera de atuação pública

não-estatal, formado a partir de iniciativas privadas,

voluntárias, sem fins lucrativos, no sentido do bem

comum.

(Fonte: Glossário da INTERNACIONAL ASSOCIATION

FOR VOLUNTEER EFFORT).

Você sabia?

Peter F. Drucker (1909-2005) é reconhecido internacionalmente como uma

importante referência nas áreas da gestão e administração de empresas, no século XX, reunindo mais de 35 livros em 75 anos de carreira. Foi professor do Instituto Marie Rankin Clarke de Ciências Sociais e Administração de Empresas da Escola de Pós-graduação de Claremont. Recomendamos especialmente a seguinte leitura: DRUCKER, Peter F. O que as empresas podem aprender com as organizações sem fins lucrativos. Harvard Business Review: julho/agosto, 1989.

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Aula 2 | Ética e responsabilidade social 49

Segundo Peter Drucker (1994), o terceiro setor

é, atualmente, o setor que mais cresce, gerando

emprego e mobilizando recursos de forma progressiva.

No Brasil, segundo dados de 2002 do IBGE, existiam

oficialmente, duzentos e setenta e seis mil organizações

sem fins lucrativos, gerando aproximadamente um

milhão e meio de empregos e postos de trabalho.

A RESPONSABILIDADE SOCIAL: BREVE HISTÓRICO

É difícil precisar quando surge a noção de

responsabilidade social pelo próprio grau de incipiência

deste campo. É possível notar que o questionamento

em relação às finalidades e modos de atuação da

iniciativa privada torna-se mais freqüentes a partir das

primeiras décadas do século XX, sobretudo associadas

a críticas pós-revolução industrial.

Iremos encontrar, por exemplo, já no início do

século, autores que questionam a busca desenfreada

pelo lucro, impressa pelas empresas, apontando ainda

o compromisso que as mesmas deveriam ter com o

bem-estar de seus funcionários, suas condições de

trabalho, salários e salubridade e ainda com o bem-

estar da comunidade de forma geral.

Nas décadas de 60 e 70, pelo próprio contexto

histórico desta época, aponta-se como tendência a

busca por ampliar a participação de empresas na vida

social. Drucker, já nos anos 80, discute a necessidade

de se pensar em organizações mais humanizadas e

destaca o quanto a noção de responsabilidade social

pode colocar-se como um diferencial no meio privado e

competitivo.

No Brasil, é neste cenário em construção que

surge, com maior força a partir principalmente das

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Aula 2 | Ética e responsabilidade social 50

décadas de 80 e 90, a idéia de responsabilidade social

corporativa.

Distintamente da proposta filantrópica, onde as

ações sociais são pautadas pelo assistencialismo e pela

abnegação, a noção de responsabilidade social implica

em planejamentos, estratégias, articulações coletivas,

em gerenciamento enfim, e tem como foco a garantia

da cidadania e não a caridade.

O escopo da responsabilidade social abrange

projetos e programas sociais, ações de mobilização e

organização comunitária e também as diversas relações

entre cidadãos e organizações, incluindo aí o

tratamento que as empresas dedicam a seus

funcionários, a forma como tratam seus clientes

internos e externos, as condutas em relação ao seu

entorno ou meio ambiente, os valores que pautam as

ações.

No contexto histórico da responsabilidade social,

em nosso país, cabe destacar as contribuições

sobretudo de três organizações: primeiramente o

IBASE (Instituto Brasileiro de Análises Sociais e

Econômicas) e sua atuação pioneira ao propor a noção

de Balanço Social e, em um segundo momento, os

trabalhos do ETHOS (Instituto Ethos de Empresas e

Responsabilidade Social) com seus indicadores de

responsabilidade social e do GIFE (Grupo de Institutos,

Fundações e Empresas) com a noção de Investimento

Social Privado.

Sugerimos uma visita aos sítios destas

organizações com o objetivo de ampliar o conhecimento

sobre o trabalho que desenvolvem. Veja abaixo os

endereços:

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Aula 2 | Ética e responsabilidade social 51

Instituto Ethos de Empresas e

Responsabilidade Social:

http://www.ethos.org.br e neste conheça os

indicadores Ethos de responsabilidade social;

Grupo de Institutos, Fundações e Empresas

(Gife): http://www.gife.org.br

Instituto Brasileiro de Análises Sociais e

Econômicas (IBASE): http://ibase.org.br e

neste, conheça o formulário do Balanço social

em http://www.balancosocial.org.br

Recomendamos ainda a leitura do texto a seguir

de modo a ilustrar o surgimento da Responsabilidade

Social no Brasil.

O NOVO CONTEXTO ECONÔMICO E A

RESPONSABILIDADE SOCIAL DAS EMPRESAS

Um dos traços mais impactantes da recente

evolução da economia mundial tem sido a

integração dos mercados e queda das barreiras

comerciais. Para grande parte das empresas, isso

significou a inserção, muitas vezes forçada, na

competição em escala planetária. Em curto espaço

de tempo, elas viram-se compelidas a mudar

radicalmente suas estratégias de negócio e padrões

gerenciais para enfrentar os desafios e aproveitar as

oportunidades decorrentes da ampliação de seus

mercados potenciais, do surgimento de novos

concorrentes e novas demandas da sociedade.

Paralelamente, tiveram que passar a acompanhar a

acelerada evolução tecnológica e o aumento do fluxo

de informações, que se tornou exponencial com o

avanço da Internet.

Na era da informação, da nova economia, são

profundas as mudanças no modo de as sociedades

se organizarem. Alteram-se os papéis dos Estados

nacionais, das empresas e das pessoas. Redefine-se

a noção de cidadania e constituem-se modalidades

inovadoras de direitos coletivos. O crescimento

vertiginoso do chamado terceiro setor, com a

proliferação das organizações não governamentais,

configura uma verdadeira revolução cívica, que o

mundo da Internet e das comunicações vem

potencializar.

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Aula 2 | Ética e responsabilidade social 52

A RESPONSABILIDADE SOCIAL: UM CONCEITO EM

CONSTRUÇÃO

Como temos buscado demonstrar, este campo

que estamos estudando é bastante recente e complexo

e, assim sendo, não há um quadro teórico-conceitual

fechado e definitivo e, por conseqüência, não há

consenso entre os diferentes teóricos e profissionais da

área.

Quando nos aproximamos do terceiro setor,

vamos encontrar termos distintos que nem sempre

apresentam definições circunscritas e precisas. Dentre

eles, estão as noções de responsabilidade social, de

investimento social privado, de cidadania empresarial,

de filantropia corporativa ou estratégica ou mesmo

empresa solidária, dentre tantos outros.

Como afirmamos acima, é preciso reconhecer as

contribuições trazidas pelo Instituto Ethos e pelo Gife

sobretudo na busca por delinear definições conceituais,

precisando suas formas de trabalhar e atuar.

Segundo Fernando Rossetti, secretário-geral do

GIFE, “estamos em um processo de mudança desses

Esse contexto apresenta como desafio para as

empresas a conquista de níveis cada vez maiores de

competitividade e produtividade, e introduz a

preocupação crescente com a legitimidade social de

sua atuação.

Como resposta, as empresas passam a investir em

qualidade, num aprendizado dinâmico que se volta

inicialmente para os produtos, evolui para a

abordagem dos processos, até chegar ao tratamento

abrangente das relações compreendidas na

atividade empresarial, com os empregados, os

fornecedores, os consumidores e clientes, a

comunidade, a sociedade e o meio ambiente.

Fonte: Instituto Ethos consultado em www.ethos.org.br

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Aula 2 | Ética e responsabilidade social 53

conceitos. Por isso, a confusão sobre nomenclaturas e

seus significados. Isso afeta a todos e dificulta a

construção de consensos”.

O Gife adota a idéia de “Investimento Social

Privado” (ISP) definindo-o como o “uso planejado,

monitorado e voluntário de recursos privados –

provenientes de pessoas físicas e jurídicas – em

projetos sociais de interesse público”, ou seja, trata-se

de recursos privados voltados para fins públicos, com

vistas a beneficiar comunidades e grupos.

Já o Ethos trabalha com a noção de

Responsabilidade Social Empresarial (RSE) que implica

na utilização de recursos privados voltados para fins

também privados, pois se tratam de ações éticas

voltadas ao negócio. Assim, para o Ethos,

responsabilidade social “é uma forma de conduzir os

negócios da empresa de tal maneira que a torne

parceira e co-responsável pelo desenvolvimento social.

A empresa socialmente responsável é aquela que

possui a capacidade de ouvir os interesses das

diferentes partes (acionistas, funcionários, prestadores

de serviço, fornecedores, consumidores, comunidade,

governo e meio ambiente) e consegue incorporá-los no

planejamento de suas atividades buscando atender às

demandas de todos, e não apenas às dos acionistas ou

às dos proprietários.”

Ao lado destes posicionamentos, iremos

encontrar outras formas de definir e abordar a questão

da responsabilidade social. Para o sociólogo colombiano

José Bernardo Toro, por exemplo, Responsabilidade

Social Corporativa é “a capacidade de uma empresa de

compartilhar a vida e a história da sociedade na qual

está inserida”.

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Aula 2 | Ética e responsabilidade social 54

Acreditamos ser importante, neste momento,

ampliar nosso entendimento sobre a questão da

responsabilidade social, vendo-a numa perspectiva que

inclui não somente ações, mas também um conjunto de

valores e relações.

Melo Neto e Fróes (2001) reúnem 14 diferentes

visões sobre a noção de responsabilidade social. São

elas:

A Responsabilidade Social como atitude e

comportamento empresarial ético e

responsável;

A Responsabilidade Social como um conjunto

de valores;

A Responsabilidade Social como postura

estratégica empresarial;

A Responsabilidade Social como estratégia de

relacionamento;

A Responsabilidade Social como estratégia de

marketing;

A Responsabilidade Social como estratégia de

valorização das ações da empresa (agregação

de valor);

A Responsabilidade Social como estratégia de

recursos humanos;

A Responsabilidade Social como estratégia de

valorização dos produtos/serviços;

A Responsabilidade Social como estratégia

social de inserção na comunidade;

A Responsabilidade Social como estratégia

social de desenvolvimento da comunidade;

A Responsabilidade Social como promotora da

cidadania individual e coletiva;

A Responsabilidade Social como exercício da

consciência ecológica;

A Responsabilidade Social como exercício da

capacitação profissional;

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Aula 2 | Ética e responsabilidade social 55

A Responsabilidade Social como estratégia de

integração social.

Percebe-se assim o quão complexo é este campo

de estudos. Na realidade, vamos encontrar

organizações que privilegiam uma ou combinam duas

ou mais destas visões acima. Os autores destacam,

entretanto, a fundamental importância de que cada

organização deixe clara sua visão e para isso, é

preciso:

Definir um foco de atuação;

Definir estratégias de atuação;

Explicitar seu papel social dentro desta visão.

A gestão da responsabilidade social de uma

organização começa por estas definições a partir das

quais poderão ser planejadas e executadas ações

sociais. Este ponto será retomado em nossa próxima

aula. Por enquanto, vamos a mais um exercício de

reflexão!

A RESPONSABILIDADE SOCIAL E O DESAFIO

ÉTICO

Além do desafio conceitual e teórico, vamos

encontrar um outro tão importante quanto o primeiro

citado: o desafio ético no campo da responsabilidade

social. Iremos perceber que há uma relação bastante

próxima entre a visão que se tem sobre

responsabilidade social e a própria ética como valor em

uma organização.

Conhecer, por exemplo, a motivação de cada

organização para desenvolver ações sociais é um

primeiro movimento que nos ajuda a reunir elementos

para discutir a perspectiva ética.

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Aula 2 | Ética e responsabilidade social 56

Em sua trajetória, o GIFE identificou duas

grandes tendências neste sentido:

A motivação pública, segundo a qual as

empresas se relacionam com o terceiro setor

movidas pela responsabilidade, pela

consciência de seu papel e

A motivação instrumental, segundo a qual “as

empresas se relacionam com o terceiro setor

na perspectiva de, ao fazer o bem, melhorar

sua imagem e, portanto, melhorar seu lucro.”

Decorrente disso, um bom indicador para se

conhecer a motivação da empresa é o valor ou a

porcentagem que a empresa investe no marketing de

determinada ação.

Quando falamos em responsabilidade social e

ética, precisamos ainda incluir a dimensão subjetiva

nas / das organizações, paralelamente à preocupação

que possamos ter em relação aos seus processos e

resultados. E mais, é importante perceber o quanto as

organizações sociais e os profissionais aí envolvidos

geram conhecimentos muito específicos, mas que

podem contribuir em muito com o próprio repensar e a

atuação do poder público e da iniciativa privada.

A legitimidade das ações sociais construídas e

desenvolvidas pelo terceiro setor está embasada nos

valores que as pessoas e as organizações trazem,

defendem e praticam. Assim, por exemplo, para o

segundo setor os recursos financeiros são sua própria

finalidade e razão de existir. Já para o terceiro setor, os

recursos financeiros são um meio para se atingir

determinado objetivo, ou seja, são instrumentos que

possibilitam trabalhar pela transformação social. Isso

faz toda diferença na própria estrutura organizacional e

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Aula 2 | Ética e responsabilidade social 57

na gestão das pessoas envolvidas nestes projetos e

processos, como veremos mais detidamente em nossas

próximas aulas.

O bem é certamente desejável quando

interessa a um só indivíduo, mas se

reveste de um caráter mais belo e

mais divino quando interessa a um

povo e a um estado inteiro.

(Ética a Nicômaco. I, 2 - Aristóteles)

O que nos importa nesse momento salientar é a

intrínseca relação que deve haver entre

responsabilidade social e ética. Falar em ética implica

em buscar o bem coletivo. Assim sendo, uma

organização que desenvolva ações de responsabilidade

social deve continuamente e de maneira integrada, ter

a ética como princípio em tudo que faz, perpassando a

relação com sua equipe técnica, com seus diretores ou

acionistas, junto a seus parceiros, fornecedores,

beneficiários ou mesmo concorrentes; frente à

comunidade, entorno ou meio ambiente no qual se

situa, seja local ou globalmente se pensarmos na

sociedade ou no planeta de modo mais amplo.

A ética do terceiro setor exige assim uma

articulação permanente entre a transparência, a

visibilidade e a própria noção de responsabilidade

social.

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Aula 2 | Ética e responsabilidade social 58

EXERCÍCIO 1

Assinale V (Verdadeiro) ou F (Falso) para as afirmações

abaixo:

( ) Podemos dizer que, assim como a proposta

filantrópica, a responsabilidade social é pautada

pelo assistencialismo e abnegação;

( ) A responsabilidade social abrange a forma como

as empresas tratam seus clientes internos e

externos;

( ) A responsabilidade social não se preocupa com a

comunidade (ou o entorno) na qual estão

inseridas;

( ) A responsabilidade social desenvolvida pelas

empresas tem se preocupado com o meio

ambiente;

( ) Responsabilidade social é um conceito em

construção.

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Aula 2 | Ética e responsabilidade social 59

EXERCÍCIO 2

Em nossa aula, encontraremos Melo Neto e Fróes

(2001) trazendo 14 diferentes visões sobre a noção de

responsabilidade social. Escolhemos algumas e

gostaríamos que você relacionasse com seus

respectivos exemplos.

1. A Responsabilidade Social como estratégia de

valorização das ações da empresa (agregação de

valor);

2. A Responsabilidade Social como estratégia social

de inserção na comunidade;

3. A Responsabilidade Social como estratégia social

de desenvolvimento da comunidade;

4. A Responsabilidade Social como exercício da

consciência ecológica;

5. A Responsabilidade Social como exercício da

capacitação profissional;

( A ) Desenvolvimento de programas educacionais para

o trabalhador, pagamento de cursos de graduação

e pós-graduação para os empregados.

( B ) Programas de recuperação de creches e escolas

nas comunidades.

( C ) Ações relacionadas ao meio ambiente, tais como

diminuição de utilização de copos plásticos,

diminuição das impressões, separação do lixo

empresarial para reciclagem, etc.

( D ) Programa de estágios e empregos para

moradores da comunidade na qual a empresa

está inserida.

( E ) Campanhas de combate a fome, analfabetismo,

desmatamento, exploração da mão de obra-

infantil que agreguem valor ético e cidadão às

ações da empresa.

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Aula 2 | Ética e responsabilidade social 60

EXERCÍCIO 3

A partir das leituras realizadas, defina o que são o

primeiro, segundo e terceiro setores, trazendo

exemplos.

____________________________________________

____________________________________________

____________________________________________

____________________________________________

____________________________________________

EXERCÍCIO 4

A Constituição Cidadã estabelece dentre os objetivos

fundamentais da República Federativa do Brasil:

I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;

II - garantir o desenvolvimento nacional;

III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir

as desigualdades sociais e regionais;

IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de

origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras

formas de discriminação.

A partir das leituras até aqui realizadas, reflita e

responda: quem deve trabalhar pela garantia destes

objetivos fundamentais?

____________________________________________

____________________________________________

____________________________________________

____________________________________________

____________________________________________

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Aula 2 | Ética e responsabilidade social 61

RESUMO

Vimos até agora:

Nesta aula, compreendemos um pouco mais o

contexto de surgimento da noção de

responsabilidade social;

Conhecemos as definições de primeiro,

segundo e terceiro setor e as finalidades de

cada um;

Percebemos o quanto é amplo e complexo o

nosso tema de estudos, conhecendo algumas

das principais visões que se tem atualmente

de responsabilidade social;

E finalmente destacamos a importância de se

articular as questões éticas ao campo da

responsabilidade social.

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Gestão da Responsabilidade

Social

Mariana de Castro Moreira

AU

LA

3

Ap

res

en

taç

ão

Nesta terceira aula, iremos conhecer e discutir algumas das

principais tendências e ferramentas de gestão da responsabilidade

social. Começamos, em nosso primeiro encontro, contextualizando

nosso campo de estudos e a seguir, na segunda aula, conhecemos

alguns marcos conceituais importantes nesta área.

Agora, nossa proposta é acompanhar algumas práticas de

responsabilidade social, reunindo ferramentas, estratégias e

possibilidades de gestão.

Vamos em frente! Que esta aula seja inspiradora de novas

reflexões e de novas práticas, pautadas pelo exercício da ética e

da responsabilidade social.

Ob

jeti

vo

s

Esperamos que, após o estudo do conteúdo desta aula, você seja

capaz de:

Conhecer e discutir algumas das principais tendências e

ferramentas de gestão da responsabilidade social;

Conhecer e definir quais são os principais estágios da

responsabilidade social corporativa;

Conhecer e compreender as principais tendências na gestão da

responsabilidade social interna;

Conhecer e compreender quais são as principais tendências na

gestão da responsabilidade social externa.

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Aula 3 | Gestão da responsabilidade social 64

Aproximações iniciais

Em nosso primeiro encontro, fomos convidados

a iniciar nossa caminhada, contextualizando nosso

campo de estudos e percebendo o quanto é importante

desnaturalizar nossas tradicionais formas de ver o

mundo, ampliando o exercício da reflexão sobre a

realidade.

Já na segunda aula, demos alguns passos

adiante, conhecendo e discutindo alguns marcos

conceituais importantes para o estudo da ética e da

responsabilidade social (RS).

O encontro de hoje pretende ampliar nossa

trajetória, apontando algumas das principais tendências

na gestão da responsabilidade social atualmente.

É preciso gestão...

Como vimos, a proposta da responsabilidade

social difere das práticas assistencialistas e caritativas e

requer planejamento, avaliação, resultados. Com a

complexificação dos problemas sociais e da própria

contemporaneidade, vamos perceber que somente a

“boa vontade” não é mais suficiente para garantir

soluções e alternativas efetivas.

Assim, afirmamos que trabalhar com

responsabilidade social exige gestão. Mas a que

estamos nos referindo ao falar em gestão?

Adotamos aqui o conceito de gestão social

utilizado pelo professor Fernando Guilherme Tenório,

segundo o qual trata-se de “um conjunto de processos

sociais no qual a ação gerencial se desenvolve por meio

de uma ação negociada entre seus atores, perdendo o

caráter burocrático em função da relação direta entre o

Aproximações iniciais 64 É preciso gestão... 64

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Aula 3 | Gestão da responsabilidade social 65

processo administrativo e a múltipla participação social

e política. O que se busca, dessa forma, é o

atendimento das atuais necessidades e desafios da

administração quanto à democracia e à cidadania

participativa, aplicando-se técnicas de gestão que

consideram o intercâmbio dos vários atores envolvidos

nos processos administrativos, estimulando o convívio e

o respeito às diferenças” (Tenório, 1998, p. 7).

Percebemos, em nossa prática, que a gestão

social vai além do caráter meramente administrativo ou

mesmo gerencial da responsabilidade social. Quando

afirmamos que é preciso gerir práticas de RS, estamos

ressaltando que a própria sustentabilidade da atuação

social exige gestão de processos e resultados.

O Guia de Gestão da Fundação Abrinq, lançado

em 2002, chama nossa atenção neste sentido:

Há pouco mais de uma década,

organizações da sociedade civil

preocupadas com a qualidade de sua

gestão podiam ser contadas nos dedos

de uma mão. Tendo a atenção

exclusivamente voltada para os

serviços e o atendimento direto aos

beneficiários, essas instituições e, por

tabela, os seus colaboradores – quase

sempre escassos e leigos em

administração - não raro enxergavam

com dificuldade o fato de que o

sucesso da atividade-fim depende de

como são desenvolvidas as atividades-

meio. Este não é apenas um princípio

válido para organização privada. É um

fundamento para qualquer

organização.

Por desinteresse ou mesmo falta de

informação, os profissionais do campo

social mostravam-se resistentes a

ferramentas típicas do mundo privado

como planejamento estratégico,

gestão financeira, comunicação e

marketing e avaliação de resultados,

tratando-as, não como aliadas úteis,

mas obstáculos penosos à consecução

dos seus objetivos maiores.Os tempos

mudaram. E para melhor. A consolida

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Aula 3 | Gestão da responsabilidade social 66

ção do Terceiro Setor como um novo

espaço de atuação derrubou muros

antes intransponíveis, criou pontes

entre mundos distintos, quebrou

paradigmas e transformou as práticas

de atuação social. Com ela, surgiram

novos desafios para as organizações

da sociedade civil, entre os quais -

talvez o principal e mais difícil deles -

o da sustentabilidade.

(Abrinq, 2002, p. 7)

Já na aula anterior, ressaltamos a necessidade

de que cada organização que pretende atuar na área da

responsabilidade social defina, em primeiro lugar, o

foco de sua atuação, as estratégias que serão utilizadas

e o seu papel social nesta perspectiva.

Ocorre que nem sempre o processo se dá de

forma sistemática e organizada. A história recente da

responsabilidade social corporativa nos mostra que

muitas empresas, por exemplo, começaram a repassar

recursos para pequenas ações ou campanhas

comunitárias, sem a preocupação de acompanhar como

os recursos estavam sendo empregados ou mesmo se

os objetivos iniciais haviam sido atingidos.

Por outro lado, algumas organizações ao

implementarem projetos sociais, não se viam, há

alguns poucos anos atrás, comprometidas em registrar

suas ações e a comunicar seus resultados. E ainda: os

próprios funcionários de muitas organizações

questionavam seus diretores e gerentes sobre a ética e

coerência empresarial, levantando por exemplo

questões relativas ao apoio que as organizações

concediam às comunidades do entorno, mas o

“descuido” com o próprio corpo funcional, seja na

inadequação à legislação trabalhista ou mesmo na falta

de investimento no próprio funcionário.

Para navegar

Sugiro, neste ponto, que você acesse o site da Fundação Abrinq www.fundabrinq.org.br e conheça este Guia de Gestão, disponível para download. Destaco especialmente neste ponto de nossa discussão, o capítulo 1, escrito por Antonio Luiz de Paula e Silva. Perceba o quão complexa é a prática do gestor social.

Dica da professora

Vale sempre lembrar! Como vimos em nossa segunda aula, vale lembrar que a proposta da responsabilidade social inclui todos os atores sociais envolvidos, sejam diretores, acionistas, funcionários, comunidade, governo, meio ambiente, etc.

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Aula 3 | Gestão da responsabilidade social 67

Encontrava-se, via de regra, ações pontuais de

empresas, por exemplo, sem que as mesmas

estivessem inseridas na própria gestão e cultura

organizacional. Hoje, a tendência quando se fala em

responsabilidade social aponta para o necessário

reconhecimento de que se tratam de processos

contínuos e complexos que devem estar incorporados à

vida das organizações.

OS TRÊS ESTÁGIOS DA RESPONSABILIDADE

SOCIAL

De forma bastante didática, Melo Neto (2001, p.

79 e seguintes) propõe a existência de três estágios do

exercício da responsabilidade social corporativa. São

eles:

Primeiro estágio: Gestão Social Interna

Neste nível, estão compreendidas todas as ações e

processos internos da organização, ou seja, as

atividades regulares de funcionamento da empresa,

incluindo a saúde e a segurança ocupacional, a

assistência social, a educação e os benefícios

concedidos aos funcionários e, em alguns casos, a seus

familiares. Incluem-se aí também o próprio clima

organizacional e a qualidade do ambiente do trabalho;

Segundo estágio: Gestão Social Externa

Neste estágio, o olhar da empresa amplia-se e

se volta para seu entorno, abrangendo a comunidade

local. Estão aí inseridas ações para minimizar os

impactos de degradação ambiental e também contribuir

para a garantia de direitos na localidade onde a

empresa está inserida, seja através da contratação de

mão-de-obra local, da promoção cultural e educacional

ou mesmo da qualidade e segurança de produtos e

serviços oferecidos, dentre outras possibilidades.

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Aula 3 | Gestão da responsabilidade social 68

A responsabilidade social aqui ultrapassa o

ambiente interno da empresa e amplia-se,

incorporando o ambiente externo e suas

múltiplas variáveis;

Terceiro estágio: Gestão Social Cidadã

Este é o nível mais amplo e complexo de

atuação da responsabilidade social corporativa pois o

compromisso estabelecido ultrapassa os funcionários e

comunidade do entorno, abrangendo a sociedade como

um todo, de forma cidadã e plena.

Aqui, o que está em jogo é o bem-estar e

desenvolvimento social, de forma ampla e sustentável,

que beneficia não somente a empresa ou a localidade

em que atua, mas a região ou até mesmo o país.

No cenário da responsabilidade social, iremos

encontrar empresas que começaram atuando nas

comunidades e entorno, acreditando que assim

estariam influenciando os valores e atitudes cidadãs de

seus funcionários pelo exemplo dado pela empresa.

Outras optaram por priorizar o investimento em seus

funcionários, acreditando que o fortalecimento da

cidadania individual propiciaria um impacto positivo na

própria proposta de cidadania corporativa.

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Aula 3 | Gestão da responsabilidade social 69

O que queremos salientar é que não há um

“caminho” mais correto ou mais equivocado que o

outro. É importante que as organizações insiram estas

reflexões em seus processos de planejamento,

explicitando opções e definindo diretrizes.

A GESTÃO DA RESPONSABILIDADE SOCIAL

INTERNA

Empresas que desenvolvem ações de

responsabilidade social interna, ou seja, ações voltadas

para seu corpo funcional reconhecem em seus

funcionários um potencial de transformação social ou,

no mínimo, seu caráter de ator social capaz de

influenciar a própria vida da organização e da

comunidade ou, ainda mais amplamente, da sociedade.

Nesta perspectiva, valores e atitudes dos

funcionários destas empresas podem assim, ser

entendidos como reflexos da própria imagem e cultura

organizacional. Estas organizações esperam que o

investimento na cidadania individual gere, junto a seus

funcionários, uma imagem positiva sobre a organização

em que trabalham, contribuindo para a elevação da

auto-estima de todos os envolvidos nesta proposta de

empresa-cidadã.

Aqui, a expectativa é que se tenham

funcionários comprometidos e motivados e que, em

última instância, a produtividade seja ampliada. Outros

resultados são apontados pelas empresas que atuam

dessa forma e dentre eles estão a redução da

rotatividade e do absenteísmo entre os funcionários, a

melhoria do clima organizacional, da satisfação e da

integração interna.

Priorizam-se, dessa forma, ações e benefícios

voltados à comunidade interna – sobretudo os

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Aula 3 | Gestão da responsabilidade social 70

funcionários e seus familiares, em alguns casos –

buscando fortalecer prioritariamente a relação

empresa-empregados.

Estão aí incluídos os benefícios nas áreas da

alimentação, saúde, seguridade social – tanto no que

concerne à assistência como em previdência social –

transporte, cultura, lazer, esporte, assim como os

investimentos em qualificação e formação profissional.

Indicador de RS interna O que pode ser considerado?

Gestão de benefícios e

remuneração

Quantidade e qualidade de benefícios

concedidos;

Abrangência dos benefícios: somente para

empregados? Para empregados e familiares?

Sistema de remuneração.

Gestão do trabalho

Qualidade de gerenciamento:

Jornada, carga horária, organização de postos

de trabalho;

Desenvolvimento de competências, habilidades

e atitudes.

Gestão do ambiente de trabalho

Qualidade de gerenciamento:

Cultura e clima organizacional;

Ergonomia, instalações e ambiente físico;

Condicionantes físicos, sociais e psíquicos.

Gestão da relevância social da vida

no trabalho

Como os funcionários percebem a imagem

organizacional?

Como vêem a proposta de RS da empresa?

Valorizam sua inserção na organização?

Gestão do trabalho e espaço total

de vida

Existe equilíbrio ente a vida pessoal e a vida

profissional dos empregados?

Gestão dos direitos dos

empregados

Direitos trabalhistas;

Privacidade pessoal e liberdade de expressão;

Garantia de tratamento imparcial.

Gestão de crescimento e

desenvolvimento dos empregados

Qualidade de gerenciamento:

Como a empresa gerencia o crescimento e

desenvolvimento dos empregados?

Como a empresa gerencia a segurança no

emprego?

(Tabela adaptada do livro Gestão da

Responsabilidade social corporativa: o caso brasileiro

de Melo Neto, 2001, pp. 112 e 113).

Por sua complexidade, a gestão da

responsabilidade social interna vai além do clássico

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Aula 3 | Gestão da responsabilidade social 71

escopo de atuação das áreas de gestão de pessoal ou

mesmo de gestão de recursos humanos, embora seja

de fundamental importância assegurar que estes

setores estejam envolvidos, compreendendo e

abraçando esta perspectiva.

A rigor, para que se torne realmente efetiva, a

responsabilidade social interna exige uma sensibilização

de toda a organização e, necessariamente, uma

assunção de compromisso de seus dirigentes com a

proposta.

A GESTÃO DA RESPONSABILIDADE SOCIAL

EXTERNA

As ações de responsabilidade social externa

estão, no geral, voltadas para o entorno imediato da

empresa, a comunidade próxima ou o próprio meio-

ambiente no qual se situa.

Assim, como aquelas que priorizam atuar na

área da responsabilidade social interna, as organizações

que se dedicam a ações externas acreditam que

também propiciam uma elevação da auto-estima dos

funcionários, uma vez que se pressupõe que a prática

da cidadania corporativa possibilita uma identificação e

valorização dos empregados em relação à organização

em que trabalham.

Pesquisas na área, vêm demonstrando que estas

práticas contribuem ainda para a ampliação no nível de

integração entre funcionários e equipe, de práticas

solidárias e socialmente responsáveis, além da própria

criatividade e potencial de inovação do corpo funcional

envolvido. Outro objetivo a ser ressaltado é a melhoria

da relação entre a empresa e a comunidade, seja para

minimizar impactos sociais e/ou ambientais ou mesmo

Para pesquisar

Sugiro, neste ponto, que você faça uma pesquisa para conhecer ou rever,

de forma mais aprofundada, alguns instrumentos utilizados na gestão da responsabilidade social. Retome, por exemplo, os Indicadores Ethos de responsabilidade social no site http://www.ethos.org.br e o formulário do Balanço social do IBASE em http://www.balancosocial.org.br Se você tiver acesso, converse com pessoas responsáveis por programas de responsabilidade social corporativa – ou ainda pesquise na Internet - e procure conhecer algumas ferramentas de trabalho. Veja, por exemplo, se existem formulários ou questionários de análise de clima organizacional, de gestão de desempenho, dentre outros. Faça a sua leitura crítica sobre cada uma dessas ferramentas!

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Aula 3 | Gestão da responsabilidade social 72

para melhorar a imagem organizacional no entorno

imediato de atuação.

Na gestão da responsabilidade social externa, o

foco está voltado assim, para a relação empresa-

comunidade Estão aí compreendidas ações diversas,

tais como: doações de recursos, apoio a projetos

sociais e comunitários ou mesmo o desenvolvimento de

programas e projetos próprios, além do incentivo a

programas de voluntariado.

Voluntariado: este tema será o foco de nossa

próxima aula!

Indicador de RS externa O que pode ser considerado?

Tipo e natureza da relação

empresa-comunidade

Como se dá a relação entre empresa e

comunidade?

Através de doação de recursos

Através de apoio a projetos sociais

Através de projetos próprios

Foco da relação empresa-

comunidade

Qual é o grau de prioridade e relevância dos

problemas sociais enfocados pela empresa?

Sem foco

Foco em problemas emergentes

Foco em problemas prioritários

Foco em problemas secundários

Alvo das ações sociais

desenvolvidas pela empresa

Qual é o alvo das ações sociais desenvolvidas

pela empresa?

A comunidade

Segmentos populacionais

Segmentos populacionais emergentes (maior

risco ou carência)

Natureza das ações sociais

desenvolvidas pela empresa

Qual a natureza das ações sociais desenvolvidas

pela empresa?

Voluntariado

Fomento ao desenvolvimento social

Inserção na comunidade

Escopo da relação empresa-

comunidade

Qual é o escopo de relação?

Há parcerias estratégicas?

Investe-se em quantas entidades?

Impacto das ações sociais

Qual é o impacto das ações sociais desenvolvidas

/ fomentadas pela empresa?

Sem impacto

Impacto na melhoria da qualidade de vida da

comunidade

Impacto no desenvolvimento social da

comunidade

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Aula 3 | Gestão da responsabilidade social 73

(Tabela adaptada do livro Gestão da

Responsabilidade social corporativa: o caso brasileiro

de Melo Neto, 2001, pp. 124 e segs.).

Assim como destacamos na gestão da

responsabilidade social interna, a opção por

desenvolver ações sociais externas igualmente exige

uma sensibilização e mobilização de toda a organização

e, necessariamente, uma assunção de compromisso de

seus dirigentes com a proposta de modo a incluí-la no

planejamento e cultura da empresa.

Os autores salientam que se tratam de

processos de implementação diversos pela sua própria

natureza, mas sugerem que se inicie pela gestão social

interna que, depois de bem consolidada entre o corpo

funcional, poderá ser ampliada, beneficiando a

comunidade, o entorno, a sociedade, enfim.

Destaca-se ainda, neste sentido, que algumas

empresas conseguem construir uma atuação bastante

sistemática e organizada, demonstrando a maturidade

em seus trabalhos de Responsabilidade Social

Corporativa. Neste nível, iremos encontrar alguns

instrumentos fundamentais, tais como:

O Código de Ética da empresa;

Um manual de Normas e Ações de RS;

A publicação do Balanço Social;

A implementação de um Programa de

Voluntariado;

A criação de Institutos e Fundações;

A certificação social.

Existem também, atualmente, algumas

normatizações específicas para a área de

responsabilidade social que merecem ser conhecidas

em nosso debate. Além do balanço social e do próprio

Dica da professora

Conheça! Pesquise! Procure se informar e conhecer experiências na área!

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Aula 3 | Gestão da responsabilidade social 74

conjunto de indicadores Ethos, dos quais já falamos, há

outros instrumentos que nos permitem mensurar e

comparar diferentes propostas de atuação, servindo

como parâmetros importantes e dando transparência

ao que é feito, uma vez que amplia a possibilidade de

organizar e comunicar ações e resultados.

NORMA SOCIAL ACCOUNTABILITY – SA 8000

Seu foco está voltado à melhoria das condições

de trabalho, abrangendo os principais direitos

trabalhistas.

A norma segue o padrão da ISO 9000 e da ISO

14000, o que facilita a implantação por empresas que

já conhecem este sistema. As exigências da AS 8000

são baseadas nos princípios e normas da ONU e

convenções da OIT (Organização Internacional do

Trabalho).

A SA 8000 também considera a importância da

melhoria contínua nas relações de trabalho e na própria

cadeia produtiva, buscando garantir a existência de

relações éticas no trabalho.

A SA 8000 reúne nove indicadores principais:

Proíbe-se o trabalho infantil;

Proíbe-se o trabalho forçado;

Proíbe-se a discriminação;

Proíbe-se o uso de práticas disciplinadoras;

Prioriza-se a segurança e a saúde do

trabalhador;

Respeita-se a jornada máxima de trabalho

permitida;

Garante-se a liberdade de associação e

negociação coletivas;

Garante-se uma remuneração justa e

adequada;

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Aula 3 | Gestão da responsabilidade social 75

Garante-se um sistema de gestão que

assegure o efetivo cumprimento de todos os

indicadores.

NORMA ACCOUNTABILITY 1000 – AA 1000

Mais conhecida como AA 1000, esta norma

busca servir de parâmetro às organizações no

gerenciamento e na comunicação da responsabilidade

social. Para isso, prioriza o enfoque nas opiniões e

necessidades dos stakehokders e o estabelecimento de

metas organizacionais que respeitem os interesses de

cada parte interessada.

Seu aspecto inovador deve-se ao fato de ser a

primeira norma internacional especificamente dedicada

à gestão da responsabilidade social corporativa. A AA

1000 foi lançada em 1999 pelo Institute of Social and

Ethical Accountability e exige que as organizações

percorram uma série de etapas e, dentre elas, estão a

própria (re)definição de valores, o estabelecimento de

metas voltadas ao desempenho ético e social, além da

avaliação e comunicação deste desempenho.

Há cinco etapas principais a serem percorridas:

1) o Planejamento (Planning); 2) a Contabilidade social

(Accounting); 3) a Auditoria e relatório social (Auditing

and Reporting); 4) a Integração dos sistemas

(Embedding) e 5) o Diálogo com stakeholders

(Stakeholder Dialogue).

A AA 1000 utiliza oito princípios de qualidade,

agrupados em três grandes blocos, quais sejam:

Escopo e natureza do processo:

Completude;

Materialidade;

Regularidade e oportunidade;

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Aula 3 | Gestão da responsabilidade social 76

Significação da informação:

Garantia de qualidade dos dados;

Acessibilidade;

Qualidade da informação:

Gestão de processo contínuo:

Integração de sistemas;

Melhoria contínua.

EXERCÍCIO 1

Como as empresas que desejam desenvolver ações de

responsabilidade social corporativa devem começar a

atuar?

____________________________________________

____________________________________________

____________________________________________

____________________________________________

____________________________________________

EXERCÍCIO 2

Melo Neto (2001) propõe a existência de três estágios

no exercício da Responsabilidade Social Corporativa.

Destes estágios, a qual pertenceria a seguinte

afirmação:

“Aqui, o que está em jogo é o bem-estar e

desenvolvimento social, de forma ampla e sustentável,

que beneficia não somente a empresa ou a localidade

em que atua, mas a região ou até mesmo o país”.

( A ) Gestão social externa;

( B ) Gestão social cidadã;

( C ) Gestão social interna.

GABARITO: LETRA B

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Aula 3 | Gestão da responsabilidade social 77

EXERCÍCIO 3

A Social Accountability – SA 8000, é definida por

princípios e normas da ONU e convenções

internacionais da Organização Internacional do

Trabalho. Esta norma tem por objetivo tratar das

relações éticas no trabalho. Assinale as alternativas

corretas.

( A ) Proíbe a discriminação

( B ) Estimula relações abusivas no trabalho

( C ) Trabalha com programas de prevenção à saúde

do trabalhador.

( D ) Proíbe o trabalho infantil

( E ) Não se preocupa com a segurança do trabalhador

GABARITO: Letras A, C e D. Os alunos podem

encontrar referências nas páginas 34,35 e 36 (Aula 1) e

nas 70-73

EXERCÍCIO 4

Podemos dizer que a opção por desenvolver ações

sociais externas exige uma sensibilização e mobilização

de toda a organização? Traga como exemplo um

indicador de responsabilidade social externa que

demonstre esta sensibilização / mobilização.

____________________________________________

____________________________________________

____________________________________________

____________________________________________

____________________________________________

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Aula 3 | Gestão da responsabilidade social 78

RESUMO Vimos até agora:

Nesta aula, demos um grande e importante

passo em nossa caminhada de estudo sobre a

relação entre responsabilidade social e ética:

conhecendo e discutindo algumas das

principais tendências e ferramentas de gestão

na área;

Começamos destacando que o trabalho na

área da responsabilidade social corporativa

necessita de gestão;

A seguir, conhecemos os principais estágios

da responsabilidade social corporativa;

E por fim, dedicamo-nos a conhecer e

compreender as principais tendências na gestão

da responsabilidade social interna e externa.

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Responsabilidade

Social e Voluntariado

Mariana de Castro Moreira

AU

LA

4

Ap

res

en

taç

ão

Estamos nos aproximando do encerramento de nossa disciplina.

Nosso trabalho começou a partir de um convite para o exercício de

reflexão crítica e contextualização do campo de estudos sobre

ética e responsabilidade social. A seguir, demos um passo adiante,

aproximando-nos de alguns marcos conceituais importantes nesta

área.

Na aula passada, aprofundamos o nosso estudo, conhecendo e

refletindo sobre algumas práticas de responsabilidade social,

reunindo ferramentas, estratégias e possibilidades de gestão.

Nesta aula, vamos enfocar um aspecto de extrema relevância

sobre o assunto em pauta: a inserção do voluntariado no campo

da responsabilidade social. Pretendemos circunscrever o que é o

trabalho voluntário, conhecendo a legislação específica sobre o

assunto e discutindo algumas ferramentas de gestão nesta

proposta.

Ob

jeti

vo

s

Esperamos que, após o estudo do conteúdo desta aula, você seja

capaz de:

Definir o que é trabalho voluntário;

Conhecer a lei do voluntariado;

Compreender e discutir algumas das principais ferramentas de

gestão de voluntariado e sua relação com a responsabilidade

social.

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Aula 4 | Responsabilidade social e voluntariado 80

Relembrando

Em nossa primeira aula, iniciamos nosso

trabalho contextualizando o campo de estudos sobre

responsabilidade social, buscando compreender o

quanto é importante desnaturalizar nossas tradicionais

formas de ver o mundo de modo a ampliar o exercício

de reflexão crítica sobre a realidade.

Em nosso segundo encontro, visitamos alguns

marcos conceituais importantes para o estudo da ética

e da responsabilidade social (RS) para, finalmente, na

terceira aula, nos dedicarmos, mais detidamente, a

alguns dos principais aspectos da gestão da

responsabilidade social.

Destacamos que o trabalho de responsabilidade

social diferencia-se do paradigma assistencialista e

requer gestão. A partir disso, estudamos,

didaticamente, os dois níveis de gestão social

corporativa, a saber: a gestão interna e a externa.

Neste contexto, um ponto que merece destaque

é a inserção do voluntariado em programas de

responsabilidade social corporativa. Por sua importância

e extrema relevância, esta aula é dedicada

especificamente a conhecer e discutir alternativas e

propostas neste âmbito.

VOLUNTARIADO: UMA BREVE CONTEXTUALIZAÇÃO

Para começar, é importante, uma vez mais,

fazermos um exercício de contextualização e, para isso,

vale dar uma nova olhada nas aulas passadas.

Percebemos, anteriormente, que a problemática

social em nosso país vem se complexificando de forma

a exigir uma redefinição geral de papéis.

Relembrando 80

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Aula 4 | Responsabilidade social e voluntariado 81

O Estado, antes visto como o grande provedor

de políticas de bem-estar social, vem caminhando rumo

a uma necessária descentralização, construindo

estratégias e alternativas de participação popular na

formulação e garantia de direitos. Paralelamente, a

sociedade civil organiza-se e, pouco a pouco, aprende a

exercer seu papel de cidadã, mobilizando-se e atuando

no controle social das políticas públicas.

Um exemplo concreto de conquista deste

movimento da sociedade civil organizada no sentido de

garantir sua participação de forma legítima deu-se com

a criação dos conselhos municipais e comunitários. A

Constituição Cidadã de 1988 institui o Estado

Democrático de Direito e concede, no marco legal, o

direito de participação popular na gestão pública.

O combate à desigualdade social e a garantia de

direitos dar-se-ão a partir de ações integradas entre

todos os setores: Estado, iniciativa privada e sociedade

civil organizada. A todos os cidadãos está facultado o

direito de participar. E mais que isso: impõe-se a

premência de que todos exerçam sua cidadania,

contribuindo e construindo um mundo mais

sustentável.

Em decorrência, hoje, após algumas décadas de

experimentação de diferentes modelos de atuação e

mobilização social, vemos surgir, no Brasil, uma nova

tendência de ação voluntária. Das heranças do século

XIX, onde a benemerência das famílias

economicamente privilegiadas significava um “favor” ou

caridade aos pobres e desvalidos, passando pelo

declínio do “welfare state”, após a Grande Guerra e

pelas lutas revolucionárias dos anos 60 e 70, iremos

chegar a um novo patamar de maturidade do

voluntariado. Mudam os tempos, muda a história e

novos padrões de ação precisam ser construídos.

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Aula 4 | Responsabilidade social e voluntariado 82

VOLUNTARIADO: ALGUMAS DEFINIÇÕES

Mas, afinal, o que é ser voluntário, no Brasil,

hoje? Esta pergunta, aparentemente simples, pode

enriquecer nossa discussão, sendo fundamental

posteriormente para a definição de propostas e

programas de gestão de voluntariado corporativo.

Vejamos algumas definições:

ALGUNS MARCOS QUE COMPÕEM A HISTÓRIA

DO VOLUNTARIADO:

1543: Surge a Santa Casa de Misericórdia

(Capitania de São Vicente);

1863: Surge a Cruz Vermelha Internacional com

uma atuação em países vivendo conflitos armados;

1908: Chegada da Cruz Vermelha ao Brasil;

1910: o Escotismo chega ao Brasil com o lema

de ajudar o próximo;

1942: O Governo Vargas cria a LBA, assumindo

para si a responsabilidade para com o bem-estar

social;

1964: A ditadura militar mantém a concepção de

centralizar no Estado o poder e serviços sociais;

1961: Surge a APAE no Brasil;

1967: O Projeto Rondon envia, principalmente

para a Amazônia, voluntários e profissionais recém-

formados para prestar serviços às comunidades;

1972: Com a Conferência de Estocolmo, surge o

I Tratado do Meio Ambiente e a noção de bem

comum. Começa-se a reconhecer a falência do

modelo do Estado como o grande provedor;

Década de 80: Surgimento de grande número de

ONG’s no Brasil e da Pastoral do Menor (Dra. Zilda

Arns);

1992: Eco 92;

1993: Ação da Cidadania, contra a miséria e pela

vida (Betinho e Henfil);

1997: Surgem grandes programas de fomento

ao voluntariado, e dentre eles, o Rio Voluntário e o

Comunidade Solidária;

1998: Lei 9.608 sobre o serviço voluntário;

2001: Ano Internacional do Voluntário (ONU).

(Fonte: informações adaptadas do Caderno Especial

Folha Tarinee – “Profissão: Solidário”; Folha de São Paulo, 18/09/1999).

Para refletir

Para você, o que é ser voluntário?

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Aula 4 | Responsabilidade social e voluntariado 83

Segundo a Organização das Nações Unidas,

“voluntário é o jovem ou adulto que, devido a

seu interesse pessoal e ao seu espírito cívico,

dedica parte do seu tempo, sem remuneração

alguma, a diversas formas de atividades,

organizadas ou não, de bem-estar social ou

outros campos”;

Segundo a Associação Internacional de

Esforços Voluntários (International

Association for Volunteer Efforts – IAVE),

“trata-se de um serviço comprometido com a

sociedade e alicerçado na liberdade de

escolha. O voluntariado promove um mundo

melhor e torna-se um valor para todas as

sociedades”;

Segundo a Fundação Abrinq pelos Direitos da

Criança e do Adolescente, “o voluntário, como

ator social e agente de transformação, presta

serviços não remunerados em benefício da

comunidade; doando seu tempo e

conhecimentos, realiza um trabalho gerado

pela energia de seu impulso solidário,

atendendo tanto às necessidades do próximo,

como aos imperativos de uma causa, como às

suas próprias motivações pessoais, sejam

estas de caráter religioso, cultural, filosófico,

político ou emocional”.

Segundo o Conselho da Comunidade

Solidária, “o voluntário é o cidadão que,

motivado pelos valores de participação e

solidariedade, doa seu tempo, trabalho e

talento, de maneira espontânea e não-

remunerada, para causas de interesse social e

comunitário”.

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Aula 4 | Responsabilidade social e voluntariado 84

VOLUNTARIADO: SEU MARCO LEGAL

No Brasil, foi promulgada a Lei 9.608 de 18 de

fevereiro de 1998, conhecida como a Lei do Serviço

Voluntário. Conheça a seguir a íntegra da Lei:

Lei do Voluntariado - Lei nº 9.608, de 18 de

fevereiro de 1998

Dispõe sobre o trabalho voluntário e dá outras

providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA

Faço saber que o Congresso Nacional decreta e

eu sanciono a seguinte lei:

Artigo 1º - Considera-se serviço voluntário, para

fins desta Lei, a atividade não remunerada, prestada

por pessoa física a entidade pública de qualquer

natureza, ou a instituição privada de fins não lucrativos,

que tenha objetivos cívicos, culturais, educacionais,

científicos, recreativos ou de assistência social,

inclusive mutualidade.

Parágrafo único - O serviço voluntário não gera

vínculo empregatício, nem obrigação de natureza

trabalhista previdenciária ou afim.

Artigo 2º - O serviço voluntário será exercido

mediante a celebração de termo de adesão entre a

entidade, pública ou privada, e o prestador do serviço

voluntário, dele devendo constar o objeto e as

condições do seu exercício.

Artigo 3º - O prestador do serviço voluntário

poderá ser ressarcido pelas despesas que

comprovadamente realizar no desempenho das

atividades voluntárias.

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Aula 4 | Responsabilidade social e voluntariado 85

Parágrafo único. As despesas a serem

ressarcidas deverão estar expressamente autorizadas

pela entidade a que for prestado o serviço voluntário.

Artigo 4º - Esta Lei entra em vigor na data de

sua publicação.

Artigo 5º - Revogam-se as disposições em

contrário.

Brasília, 18 de fevereiro de 1998; 117 da

Independência e 110 da República.

FERNANDO HENRIQUE CARDOSO. Presidente da

República. (Publicado no DOU de 19/02/1998).

VOLUNTARIADO: ALGUNS PRINCÍPIOS

Começamos contextualizando nosso tema de

estudos, para a seguir conhecer algumas das principais

definições e o marco legal sobre voluntariado.

Mas é preciso aprofundar nossa reflexão,

fazendo-nos algumas perguntas: será que é correto

investir em programas de voluntariado em um cenário

onde o desemprego é crescente e a necessidade de

abertura de postos de trabalho premente? A inserção

de voluntários no campo de trabalho não “tira a

oportunidade” de inserção de profissionais capacitados?

Ou ainda: a ação voluntária não “desocupa” o Estado

de suas atribuições?

A reflexão sobre estas questões permitirá a todo

gestor um amadurecimento e exercício ético da

responsabilidade social. Aqui não nos cabe apontar um

caminho mais ou menos correto, mas reunir algumas

informações ou elementos que lhes dêem instrumentos

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Aula 4 | Responsabilidade social e voluntariado 86

para consolidar suas próprias considerações. Se não

vejamos algumas colocações de autores da área:

A ação voluntária pode ser entendida como

oportunidade de exercício da cidadania;

Desta forma, a ação voluntária está acessível

a todos e não somente a uma parcela

economicamente privilegiada da população;

A ação voluntária ultrapassa a benemerência

ou caridade, implicando na articulação entre

competência técnica e compromisso ético e

cidadão;

O voluntariado exige gestão e, por assim

dizer, sua atuação deve ser planejada e

acompanhada, de forma integrada à política,

programa e projetos em curso;

O voluntário não substitui a ação da equipe

técnica ou as atribuições do Estado,

colocando-se de forma articulada e

complementar a estas esferas de atuação.

VOLUNTARIADO: SUA GESTÃO

Afirmamos, em aulas anteriores, que toda

proposta de responsabilidade social corporativa exige

gestão. Da mesma forma, se entendemos o trabalho

voluntário como uma das estratégias de atuação no

campo da RS, concluiremos que aqui também é

necessário e fundamental gerir o trabalho voluntário

para que o mesmo seja efetivo tanto para a entidade

como para o próprio voluntário.

Aparentemente, optar por trabalhar com

voluntariado pode parecer uma opção simples e barata.

No entanto, é preciso maturidade para gerir esta

proposta de atuação cidadã, diferenciando as atividades

nas quais é preciso contar com uma equipe técnica

daquelas onde se pode inserir o voluntariado.

Para navegar

Aproveite estas reflexões e visite alguns sites de organizações que desenvolvam serviços e/ou programas de voluntariado. Procure perceber quais são as concepções e diretrizes adotadas. Isso ajudará a consolidar sua própria visão. Sugerimos, especialmente, a visita aos seguintes sites:

Portal do Voluntário - www.portaldovoluntario.org.br

Rio Voluntário - www.riovoluntario.org.br

Seja um voluntário www.voluntarios.com.br

United Nations Volunteers - www.unv.org

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Aula 4 | Responsabilidade social e voluntariado 87

O trabalho com voluntários não substitui alguns

níveis de gestão técnica e não pode ser uma forma de

burlar a legislação trabalhista ou adotar mão de obra

barata. É preciso responsabilidade, transparência e

compromisso de ambas as partes – entidade e

voluntário – quando se faz esta opção. A gestão do

voluntariado implica, assim, em percorrer todas as

etapas, guardando sua especificidade, que o gestor

percorre com sua equipe: recrutamento, seleção,

treinamento, acompanhamento, controle, etc.

Algumas dicas práticas na gestão do

voluntariado:

Comece planejando, com precisão, a proposta

de sua organização ou projeto para o

voluntariado. Procure explicitar objetivos,

metas, estratégias e resultados esperados e

partir daí, definir áreas ou ações onde se

pode contar com o serviço voluntário;

O Rio Voluntário propõe os seguintes dez passos

para o trabalho voluntário na instituição:

Realizar um diagnóstico da realidade da

instituição;

Elaborar um planejamento dos serviços do

voluntário;

Preparar a equipe para a integração do trabalho

voluntário;

Recrutar, selecionar, encaminhar e capacitar o

voluntário de acordo com a necessidade

apontada;

Seguir a legislação;

Orientar e acompanhar o voluntário;

Reconhecer o trabalho do voluntário;

Realizar avaliações constantes do trabalho;

Adaptar as necessidades da instituição com as

possibilidades do voluntário;

Especificar com clareza e precisão o papel e

responsabilidades do voluntário.

(Fonte: Manual da Instituição. Trabalhando com o

Voluntariado. Secretaria de Estado de Assistência

Social / Ministério da Previdência e Assistência Social / Rio Voluntário, 2001).

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Aula 4 | Responsabilidade social e voluntariado 88

Muitas empresas têm começado seu trabalho

de gestão de voluntariado, montando comitês

ou grupos de trabalho formados por

funcionários de níveis hierárquicos e setores

distintos. Esta é uma interessante estratégia

de sustentabilidade política do próprio

programa de voluntariado empresarial, uma

vez que começa envolvendo e mobilizando,

de forma coletiva, os próprios funcionários da

organização;

Sites ligados ao terceiro setor e/ou à área de

atuação da organização / projeto social;

associações afins; comunidades e empresas

do entorno; escolas e universidades; igrejas,

clubes, grêmios, dentre outros podem ser

bons canais de divulgação para recrutamento

de voluntários;

Não parta do pressuposto de que para o

voluntário, “qualquer serviço serve”. Procure

conhecer e aproveitar o perfil e habilidades de

cada voluntário, articulando-as às

necessidades da organização e do projeto.

Lembre-se que a motivação do voluntário

também estará em função disso.

Não insira o voluntário em atividades para as

quais ele não tenha capacitação;

Planeje ações de ambientação para o voluntário,

contando-lhe a história da instituição,

apresentando-lhe a missão e valores

institucionais, assim como a equipe de trabalho,

as normas e rotinas a serem seguidas;

Preveja também ações de acompanhamento e

treinamento dos voluntários, monitorando seu

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Aula 4 | Responsabilidade social e voluntariado 89

desempenho e dando-lhe feed-backs. Isso

fideliza e motiva a atuação do voluntariado;

Defina o supervisor ou pessoa que terá

interface direta com o voluntário, deixando

claras as hierarquias e organograma da

instituição;

Desenvolva estratégias de motivação e

reconhecimento do voluntariado, seja através

de simples menção nos relatórios anuais,

como também pelo envio de mensagens de

Natal, aniversário ou mesmo no dia do

voluntariado;

Paute a atuação do voluntariado na legislação

em vigor, adotando sempre o termo de

adesão, conforme previsto em Lei.

TERMO DE ADESÃO AO SERVIÇO VOLUNTÁRIO

Este termo é anexo à Lei e é obrigatória a sua

assinatura antes do voluntário começar a prestar seus

serviços.

Identificação do Voluntário

Nome:_____________________________________________________________

Identidade: ____________________________ CPF: _____________________

Endereço:_________________________________________________________

Bairro: ______________________________________________ CEP: _______

Tel: __________________________________ Cel: ________________________

Instituição para a qual o voluntário vai prestar o serviço:

Razão Social:_______________________________________________________

Endereço:_________________________________________________________

CNPJ: _____________________________________________________________

Registro CEBAS: ___________________________________________________

Registro Utilidade Pública: __________________________________________

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Aula 4 | Responsabilidade social e voluntariado 90

Atividades que o voluntário irá realizar:

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

Declaro que estou ciente e aceito os termos da Lei do Serviço Voluntário,

n° 9.608, de 18 de fevereiro de 1998.

______________________________, ______ de ________________ de 20____.

____________________________ _________________________________

Assinatura do voluntário Assinatura do presidente da Instituição

Nome: Nome:

Identidade Identidade:

__________________________________________________________________

Assinatura testemunha Assinatura testemunha

Nome: Nome:

Identidade: Identidade:

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Aula 4 | Responsabilidade social e voluntariado 91

EXERCÍCIO 1

A partir das leituras realizadas, marque a alternativa

incorreta:

( A ) O voluntário é aquele que dedica seu tempo,

talento, competências ou habilidades a uma

entidade social.

( B ) O serviço voluntário não precisa ser formalizado,

pois o termo de adesão específico, celebrado

entre a entidade e o voluntário, não tem valor

legal.

( C ) O voluntário poderá requerer o reconhecimento

de vínculo empregatício.

( D ) O voluntário não será remunerado por seus

serviços, embora possa ser ressarcido de suas

despesas, desde que comprovadas e autorizadas

pela entidade.

( E ) O voluntário será sempre uma pessoa física uma

vez que pressupõe a opção livre e compromisso

pessoal de cada um.

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Aula 4 | Responsabilidade social e voluntariado 92

EXERCÍCIO 2

Assinale V ou F para as afirmações abaixo:

( ) A ação voluntária está acessível apenas a uma

parcela economicamente privilegiada da

população;

( ) O voluntariado exige gestão e, por assim dizer,

sua atuação deve ser planejada e acompanhada,

de forma integrada à política, programa e

projetos em curso;

( ) A opção por trabalhar com voluntários é mais

simples e barata para a empresa;

( ) A ação voluntária em muito se assemelha a

benemerência ou caridade;

( ) O voluntário não substitui a ação da equipe

técnica ou as atribuições do Estado, colocando-se

de forma articulada e complementar a estas

esferas de atuação.

EXERCÍCIO 3

A partir das leituras e reflexões realizadas, aponte

criticamente, duas vantagens decorrentes do trabalho

voluntariado, seja para o próprio voluntário ou mesmo

para a entidade na qual está inserido.

____________________________________________

____________________________________________

____________________________________________

____________________________________________

____________________________________________

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Aula 4 | Responsabilidade social e voluntariado 93

EXERCÍCIO 4

Faça uma reflexão crítica sobre a afirmação “Não parta

do pressuposto de que para o voluntário, “qualquer

serviço serve”. Procure conhecer e aproveitar o perfil e

habilidades de cada voluntário, articulando-as às

necessidades da organização e do projeto. Lembre-se

que a motivação do voluntário também estará em

função disso”.

____________________________________________

____________________________________________

____________________________________________

____________________________________________

____________________________________________

RESUMO

Vimos até agora:

Nesta aula, enfocamos um aspecto específico

da gestão da responsabilidade social, qual

seja: o voluntariado e sua atuação cidadã;

Conhecemos algumas definições de voluntário

e uma breve contextualização histórica desta

proposta no Brasil;

Discutimos alguns dos princípios do

voluntariado;

Conhecemos o marco legal que dispõe sobre

o serviço voluntário;

Reafirmamos a necessidade de se gerir o

voluntariado e, neste sentido, conhecemos o

termo de adesão ao serviço voluntário e

algumas dicas úteis para começar a refletir e

trabalhar nesta perspectiva.

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GABARITO DAS QUESTÕES OBJETIVAS: AULA 1 –1(B,F,C,E,A,D); 2(V,V,F,F,V,F,V,V,V,V). AULA 2 – 1(F,V,F,V,V); 2(1 (E), 2 (B), 3 (D), 4 (C), 5 (A)). AULA 3 – 2B; 3(A,C,D). AULA 4 – 1C; 2(F,V,F,F,V).

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AV1 – Estudo Dirigido da Disciplina

CURSO: Gestão Estratégica e Qualidade

DISCIPLINA: Responsabilidade Social Empresarial

ALUNO(A): MATRÍCULA:

NÚCLEO REGIONAL: DATA: _____/_____/___________

QUESTÃO 1: Como podemos definir desenvolvimento sustentável e como este

conceito se relaciona com o de Responsabilidade Social Empresarial.

Indicação da página do módulo onde este assunto é apresentado:

Indicar referências de pesquisa complementar (livros: bibliografia e sites:

endereço eletrônico) – OPCIONAL:

Resposta (com as suas palavras):

QUESTÃO 2: Muitos autores consideram que ações de responsabilidade social são

portadoras de valores mais consistentes e fomentadores de capital social. Como os

projetos de responsabilidade social empresarial fomentam capital social,

inclusão e diminuem a desigualdade existente no país?

Indicação da página do módulo onde este assunto é apresentado:

Indicar referências de pesquisa complementar (livros: bibliografia e sites:

endereço eletrônico) – OPCIONAL:

Resposta (com as suas palavras):

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QUESTÃO 3: Qual é a importância dos stakeholders para o desenvolvimento da

responsabilidade social empresarial?

Indicação da página do módulo onde este assunto é apresentado:

Indicar referências de pesquisa complementar (livros: bibliografia e sites:

endereço eletrônico) – OPCIONAL:

Resposta (com as suas palavras):

QUESTÃO 4: A partir das leituras e reflexões realizadas, aponte criticamente, duas

vantagens decorrentes do trabalho voluntariado, seja para o próprio voluntário ou

mesmo para a entidade na qual está inserido.

Indicação da página do módulo onde este assunto é apresentado:

Indicar referências de pesquisa complementar (livros: bibliografia e sites:

endereço eletrônico) – OPCIONAL:

Resposta (com as suas palavras):

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ATENÇÃO:

Na realização das avaliações (AV1 e AV2), procure desenvolver uma

argumentação com suas próprias palavras.

Observe que é importante você realizar uma pesquisa aprofundada para atender

aos objetivos propostos consultando diferentes autores. No entanto, é

fundamental diferenciar o que é texto próprio de textos que possuem

outras autorias, inserindo corretamente as referências bibliográficas

(citações), quando este for o caso.

Vale lembrar que essa regra serve inclusive para os nossos módulos, utilizados

com freqüência para as respostas das avaliações.

Em caso de dúvidas, consulte o material sobre como realizar as citações diretas

e indiretas ou entre em contato com o tutor de sua disciplina.

AS AVALIAÇÕES QUE DESCONSIDERAREM ESTE PROCEDIMENTO ESTARÃO

SEVERAMENTE COMPROMETIDAS.

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AV2 – Trabalho Acadêmico de Aprofundamento

CURSO: Gestão Estratégica e Qualidade

DISCIPLINA: Responsabilidade Social Empresarial

ALUNO(A): MATRÍCULA:

NÚCLEO REGIONAL: DATA:

_____/_____/___________

Atividade Sugerida: Nos vários textos trabalhados, encontramos algumas vezes a

seguinte afirmação: “o termo responsabilidade social não é homogêneo”. O que

significa esta afirmação? Disserte sobre duas possíveis definições de

Responsabilidade Social.

Município pesquisado/Estado:

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FRANCO, Augusto de. Terceiro Setor: A nova sociedade civil e seu

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www.ipea.org.br

www.programavoluntarios.org.br

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www.socialtec.org.br

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